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AULA DEMONSTRATIVA
Discursiva para TRE – MG
Olá pessoal,
Eu sou o professor Patrik Loz. Será uma satisfação estar com vocês nessa
batalha pela aprovação no Concurso do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais –
TRE – MG.
O Supremacia Concursos é formado por professores com grande experiência na
sua área de atuação. Ele foi criado com a intenção de oferecer aos concurseiros cursos
de COACHING de ótima qualidade a um preço justo. Sabemos das dificuldades
enfrentadas pelos concurseiros, pois também passamos por todo tipo de obstáculo.
Apesar de disporem de excelentes aulas, muitos cursos cobram um preço, muitas
vezes, acima do que pode dispor um concurseiro. O Supremacia consegue manter a
qualidade dos seus cursos a um preço justo por repassar a maior parte do valor
cobrado no curso aos seus professores, servindo basicamente de estrutura virtual para
professores e alunos. Sendo assim, estamos lançando esse curso de discursiva com um
diferencial novo. Queremos que todo e qualquer candidato tenha possibilidade de
acesso a um material de qualidade sem nenhum custo. Isso mesmo, não há pegadinha.
As aulas em PDF serão disponibilizadas gratuitamente aqui no site do Supremacia.
Serão 03 aulas. Essa e mais 02. A aula 02 no dia 15/01 e a aula 03 no dia 30/01. O
aluno apenas pagará caso queira ter suas discursivas corrigidas. Nesse caso, iremos
corrigir 04 discursivas. Uma discursiva a mais do que os outros cursos irão corrigir,
por um valor menor.
Levando em consideração que vocês têm muita matéria para estudar e não
podem perder tempo, vou falar rapidamente sobre mim. Sou Auditor Fiscal do
Trabalho (AFT) aprovado em 19º lugar no concurso de 2013. Nesse concurso foram
08 discursivas. E foi extremamente desgastante, 08 horas só de prova discursiva. No
de vocês serão apenas 02 discursivas, mas não menos importante. No concurso de
AFT eram 100 vagas e para a segunda fase (discursiva) foram classificados 300
candidatos. Desses, após o resultado final, apenas 102 fizeram o mínimo. Isso
significa que quase 2/3 ou 66% foram REPROVADOS (198 candidatos).
É imperioso deixar claro que durante esse curso seremos ao máximo objetivo.
Pois o edital já traz inúmeras matérias para serem estudadas e não podemos perder
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tempo com coisas desnecessárias. Assim, iremos trazer apenas o que seja
extremamente necessário para fazer a prova. Sempre indo direto ao que é importante.
Faremos as análises estruturais cobradas pela CONSULPLAN. Após os nossos
ensinamentos você estará preparado para fazer todo tipo de texto discursivo. Isso
porque a estrutura macro é basicamente a mesma. Você apenas terá que estar atento ao
que o examinador quer. Ressalto que nosso curso será referente aos aspectos
macroestruturais, e não um curso gramatical.
Vamos ao que interessa. A banca será a CONSULPLAN e de acordo com o
edital:
8.1 As provas discursivas serão compostas de 2 (duas) questões discursivas no valor
de 5,00 (cinco) pontos cada, perfazendo um total máximo de até 10,00 (dez) pontos na
etapa. Cada questão consistirá na elaboração de texto de, no mínimo, 10 (dez) e, no
máximo, 15 (quinze) linhas. O candidato que redigir texto que não se enquadre na
quantidade mínima estabelecida anteriormente não terá suas provas discursivas
corrigidas e será ELIMINADO do concurso.
8.1.1 As provas discursivas abordarão os objetos de avaliação de conhecimentos
específicos constantes do Anexo I deste Edital.
Resumindo, serão duas discursivas com no mínimo 10 linhas e no máximo 15
linhas. Observem que toda a nota (05 pontos) se refere aos aspectos macroestruturais.
Notem que os 05 pontos vieram muito bem distribuídos. Transformando em
porcentagem temos: 60% dos pontos para o conteúdo; 10% para apresentação e
legibilidade; 10% para a estrutura textual; e 20% para a objetividade, ordenação e
clareza das idéias. Mas os aspectos microestruturais (gramática) serão
importantíssimos para a nota final. Isso porque haverá desconto para cada erro. Outro
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fator a se levar em consideração é a quantidade de linhas. De acordo com a fórmula,
cada erro, conforme a quantidade de linhas escritas, poderá variar entre o mínimo de
0,10, no caso de ter sido escrito o máximo de 15 linhas, e o máximo de 0,15, no caso
de ter sido escrito mínimo de 10 linhas. Dessa forma, é de grande relevância um bom
estudo da língua portuguesa. Cada erro no caso de ter feito o número máximo de
linhas significa a perda de 2% do valor da nota. O estudo da língua portuguesa não é
importante apenas para a discursiva, mas é decisiva na prova objetiva também, pois é
uma das matérias de maior valor individual.
Vamos falar em como será nosso curso. O curso terá a duração até o dia 15 de
março e iremos demonstrar a vocês o quanto pode ser fácil produzir uma boa
discursiva. Como já dito, as aulas em PDF serão disponibilizadas no site de forma
gratuita. Somente haverá pagamento caso o aluno queira a correção da sua discursiva,
sendo assim, haverá a correção de 04 (quatro) discursivas de cada aluno. Nossa
correção será aprofundada e não apenas superficial. Faremos todos os apontamentos
necessários para que o aluno faça uma excelente redação. Além disso, iremos produzir
vários modelos para vocês a partir de provas discursivas passadas.
Então nosso curso será um curso em que iremos: 1) demonstrar que produzir
uma excelente discursiva é muito simples e fácil; 2) ensiná-los como produzir uma
dissertação; 3) corrigir 04 discursivas de cada aluno; 4) produzir modelos de
dissertação. Vejam que o foco é em ensiná-los a fazer e a correção. Os modelos serão
um diferencial a mais do nosso curso.
Durante o curso os ensinamentos e a produção de modelos serão
concomitantes. Ao produzir cada modelo iremos apontar como vocês poderão fazer
uma dissertação bem estruturada, demonstramos que “regra” foi seguida para
produzir cada parágrafo. Apesar de no concurso de vocês o máximo ser de 15
linhas, nos modelos iremos trazer exemplos com 15 linhas e com mais de 15 linhas.
Isso porque independente de a dissertação ser de 15 linhas ou de 60, o padrão que
devemos seguir é o mesmo. Outra coisa importante é que não fiquem atentos ao
conteúdo. Explico: não importa sobre o que seja o tema trazido na questão (se estar
no edital ou não; se o tema tem possibilidade de cair na prova etc.), vocês devem se
atentar para como a resposta foi estruturada; como foi feita a introdução; como
foram iniciados cada parágrafo; cada palavra chave que consta na pergunta e que
foi usada na resposta; analisar cada palavra trazida na pergunta e o que o
examinador está pedindo; se a resposta segue a mesma sequência determinada pelo
examinador etc. Essa é uma técnica usada por vários professores, pois foi observado
que quando trazemos matérias constantes no edital o aluno não fica atento aos
ensinamentos macroestruturais, mas sim ao conteúdo. Todavia, também traremos
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vários modelos de resposta de temas relacionados ao edital (direito constitucional,
direito administrativo e direito eleitoral).
RESSALTO QUE NÃO SERÁ UM CURSO GRAMATICAL. Aqui a
preocupação é com a estrutura macro da discursiva. Aprender como fazer a discursiva
da forma que o examinador pediu e dentro do tempo estipulado.
Outra coisa importante, pessoal, é que a discursiva não é uma matéria a mais
que vocês terão que estudar. Na verdade você irá aprofundar e consolidar os estudos
da objetiva fazendo uma discursiva. Que pode ser encarada como sendo um resumo de
parte da matéria que você está estudando. Você não terá que mudar o foco da objetiva.
Enquanto estuda para a prova objetiva, pegue um tema que esteja estudando e faça
uma discursiva. Você não perderá tempo nenhum. Muito pelo contrário, irá consolidar
o conhecimento e economizará tempo de estudo. Pense que apenas estará fazendo um
“resumo” de parte da matéria com suas próprias palavras.
Nossos modelos de resposta serão basicamente tirados de temas da banca ESAF
e CESPE, tendo em vista não haver muitos da CONSULPLAN. Todavia, o
aprendizado de como escrever serve para toda e qualquer banca com pequenas
diferenças. E geralmente as provas da CONSULPLAN são relativamente simples e
sem maiores complicações.
Já iniciaremos nosso ensinamento respondendo uma questão da ESAF do
concurso de AFT de 2010.
(2010/Auditor-Fiscaldo Trabalho) O artigo 2.º da Constituição da República
Federativa do Brasil assim dispõe: “São Poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
A partir do dispositivo constitucional supra, deve o candidato discorrer sobre o tema
INDEPENDÊNCIA E HARMONIA ENTRE OS PODERES, abordando
obrigatoriamente os seguintes tópicos:
a) harmonia entre os poderes – divisão de funções entre os órgãos de poder – princípio
da indelegabilidade de funções – absoluta ou relativa?
b) independência entre os poderes – absoluta ou relativa?
c) sistema de freios e contrapesos;
d) exceções ao princípio da divisão dos Poderes – Exemplos
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Extensão: de 15 a 30 linhas.
Notem que conforme o edital da CONSULPLAN, 40% da nota será referente a:
1) apresentação, legibilidade, margens e parágrafos; 2) estrutura textual (construção
pertinente de introdução, desenvolvimento e conclusão); 3) objetividade, ordenação e
clareza de ideias. O conteúdo corresponderá à 60% da prova. Assim, a parte não
referente ao conteúdo atinge quase metade da nota.
Destaco estrutura textual, objetividade, ordenação e clareza de idéias. Na prova
vocês terão no máximo 15 linhas. Dessa forma, objetividade será essencial. A
estrutura se refere aos parágrafos. Façam parágrafos mais ou menos do mesmo
tamanho, de forma que o texto fique apresentável visualmente. O que primeiro
visualiza o examinador é a forma como o texto estar disposto na folha de resposta.
Ordenação significa que vocês devem seguir na resposta a sequência de cada tópico
trazido pela banca, ou não havendo tópicos, mas sim uma pergunta única, essa deve
ser disposta numa ordem lógica. Por fim, veja se seu texto não ficou confuso. Tente ler
como se você fosse um terceiro e note se as idéias ficaram claras.
Vamos à resposta da questão. Observem que temos 04 tópicos a serem
abordados e objetivamente respondidos. E aqui faço mais uma observação. Porque eu
digo objetivamente respondido. Digo isso porque o examinador não quer que você
faça um texto que depois vire um Best-seller. O examinador não quer chorar de
emoção ao ler a sua discursiva. Ele apenas quer que você responda a questão conforme
foi pedido. Por isso, vá direto ao que o examinador está pedindo. Responda a questão
sem fazer invenções.
Mais uma informação que vocês têm que saber é a seguinte. Há dois tipos de
dissertação: a argumentativa (que chamo de propriamente dita) e a expositiva. A
argumentativa é aquela em que defendemos um posicionamento e usamos argumentos
para isso. Chamo propriamente dita porque é a que aprendemos a fazer no colégio na
aula de redação. Já na expositiva nós demonstramos conhecimento técnico-científico
sobre o assunto que o examinador está trazendo. No caso de concurso igual ao de
vocês e da forma como a banca disse que será cobrado (vinculando a dissertação a
determinadas matérias), costuma-se cobrar mais a dissertação expositiva.
As bancas têm favorecido ao candidato que vai direto ao que está sendo pedido,
ao núcleo da questão. O candidato não deve fazer introduções que abordem a questão
de modo superficial e tardar a responder ao núcleo do que está sendo pedido. A
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resposta deve ser imediata. As palavras chave de cada tópico devem ser retomadas na
resposta de cada um deles. Isso para que fique visível ao examinador que em cada um
dos parágrafos está sendo respondido um tópico específico. O examinador não deve se
preocupar em procurar de forma esparsa as respostas. Cada tópico deve estar
especificamente respondido em um parágrafo separado, de forma clara, objetiva e
direta. Os parágrafos devem estar dispostos na mesma sequência dada pelo
examinador.
Destacamos que a banca pode exigir que cada um dos tópicos seja respondido
conforme a doutrina, os dispositivos normativos ou a jurisprudência. Ou ainda de
acordo com mais de um desses. Por exemplo, na questão aqui em tela a banca poderia
exigir que fosse respondido conforme a jurisprudência do STF. Dessa forma, não
bastaria conhecer os dispositivos constitucionais a respeito nem a doutrina. Caso você
responda apenas no que diz a doutrina e não aborde ao que o STF tem decidido,
provavelmente, a banca lhe daria ZERO. Por isso, é muito importante que seja feita
uma análise detalhada do que a banca está exigindo.
Caso não seja explícito em que sua resposta deva se amparar, traga abordagens
jurisprudenciais, normativas ou doutrinárias. Em outras palavras, deixe claro que a
resposta é baseada na legislação, na jurisprudência ou na doutrina. Demonstre que a
resposta é técnica, baseada em fontes “oficiais”. Use frases como, por exemplo:
conforme determina a CF/88; conforme vem decidindo o STF; de acordo com
decisões recentes do STF; nesse sentido é a doutrina de Alexandre de Moraes. Por
isso, é importante que os temas centrais da legislação, doutrina e jurisprudência sejam
aprendidos, para que na hora da prova discursiva você tenha segurança em fazer as
afirmações.
Mas voltemos à questão aqui tratada. Sendo objetivo, podemos de forma geral
observar o seguinte roteiro para esse tipo de questão:
1) Observe atentamente o que cada um dos tópicos está pedindo: atente-se para
cada uma das palavras contidas na pergunta. Geralmente em cada pergunta há
mais uma ou duas contidas nela. Veja se na sua resposta está incluída cada
palavra chave da pergunta. Muitas vezes nos atentamos apenas para o núcleo da
questão e nos esquecemos, digamos assim, dos núcleos “secundários”. Caso isso
ocorra perderemos pontos importantes. Ainda note se o examinador pede que
responda com base na legislação, doutrina ou jurisprudência. Como já dito, caso
ele não fale sempre fundamente a resposta na lei, doutrina ou jurisprudência.
2) Siga a sequência determinada pelo examinador nos tópicos. Quando ele for
corrigir tenderá a procurar as respostas na mesma sequência. Isso facilitará a
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correção, tendo em vista que ele não precisará procurar as respostas de forma
esparsa no texto.
3) Cada tópico deve ser respondido em parágrafos separados. Não misture os
assuntos. Na correção o examinador irá atribuir nota a cada uma das
respostas. Não misture mais de uma resposta em um mesmo tópico. Assuntos
diferentes devem ser escritos em parágrafos diferentes. Atente para o fato de
que se alguma resposta necessitar de mais de um parágrafo, não tem
problema. Se você observar no tópico “a” da nossa questão há basicamente
02 assuntos: harmonia entre os poderes e indelegabilidade de funções. Nesse
caso iremos fazer 02 parágrafos para responder. Todavia, na prova de vocês
como serão no máximo 15 linhas, você provavelmente, irá fazer introdução,
um parágrafo de desenvolvimento ou no máximo dois, e a conclusão.
Todavia, importante ressaltar que dependendo da quantidade de tópicos
trazidos pela banca a introdução e conclusão podem ser usadas já para
responder a questão. Inclusive assim é recomendável. Apenas no caso, como
já dito, da pergunta ser muito objetiva, isso não será necessário. Tem uma
questão do concurso de AFT 2013, que eu fiz, que a resposta seria no
máximo em 20 linhas, mas pela objetividade do tema, fiz introdução e
conclusão sem responder imediatamente a questão. Todavia, reparem que
você não pode deixar de abordar o tema já na introdução. Trarei a questão e
farei os apontamentos necessários.
4) Sempre use nas respostas palavras chave da pergunta, e se possível inicie o
parágrafo com elas. Nos tópicos temos: a) harmonia entre poderes e
indelegabilidade de funções; b) independência entre os poderes; c) sistema
de freios e contrapesos; d) exceções ao princípio da divisão dos Poderes. Isso
para ficar bem visível para o examinador em qual parágrafo está cada
resposta.
Por enquanto, como forma introdutória, isso já é o suficiente para iniciarmos a
resposta da nossa questão.
Vamos ao primeiro tópico:
O artigo 2.º da Constituição da República Federativa do Brasil assim dispõe:
“São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário”.
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A partir do dispositivo constitucional supra, deve o candidato discorrer sobre o tema
INDEPENDÊNCIA E HARMONIA ENTRE OS PODERES, abordando
obrigatoriamente os seguintes tópicos:
a) harmonia entre os poderes – divisão de funções entre os órgãos de poder – princípio
da indelegabilidade de funções – absoluta ou relativa?
MODELO DE RESPOSTA
A República Federativa do Brasil é um Estado Democrático de Direito,
determinando a Constituição Federal de 1988 (CF/88) que são Poderes da União,
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Como
se depreende, há independência e HARMONIA ENTRE OS PODERES, acarretando
uma DIVISÃO DE FUNÇÕES ENTRE OS ÓRGÃOS DE PODER. Dessa forma, de
acordo com a melhor doutrina, o Executivo é o responsável pela execução das
políticas e programas de governo; o Judiciário em dizer de forma definitiva qual o
direito a ser aplicado; e o Legislativo em fiscalizar e criar as leis.
As FUNÇÕES típicas de cada Poder são INDELEGÁVEIS, de acordo com a
clássica tripartição de poderes de Montesquieu. Essas funções estatais legislativa,
judicial e executiva deveriam ser distribuídas de forma rígida ou absoluta por órgãos
distintos e independentes, não podendo um Poder delegar a outro uma competência
que lhe é essencial. No entanto, no atual sistema constitucional brasileiro o
PRINCÍPIO DA INDELEGABILIDADE de funções não é absoluto, mas relativo,
sendo exemplo disso a possibilidade de o Legislativo delegar ao Executivo a
responsabilidade de legislar determinadas matérias, conforme prevê a CF/88.
Vamos analisar os parágrafos que acabamos de estruturar.
Observe que respondemos a questão com fundamento em fontes “oficiais”.
Inicio deixando manifesto que a afirmação está contida na Constituição Federal de 88
(CF/88). Logo no parágrafo seguinte ao falar da indelegabilidade de funções cito
Montesquieu que foi o grande teórico do assunto tratado na questão. Ainda foi
possível encerrar o parágrafo dizendo “conforme prevê a CF/88”. Dessa forma, você
demonstra ao examinador que você tem conhecimento sobre o assunto que está
escrevendo.
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Veja também as palavras em letras maiúsculas. São as palavras chave constantes
na questão. Dessa forma fica facilmente perceptível ao examinador a resposta
correspondente de cada tópico por ele solicitado. Como o primeiro tópico continha
dois assuntos, separamos cada um num parágrafo. Não misture assuntos diferentes
num mesmo parágrafo.
Uma dificuldade muito comum quando estamos fazendo uma prova discursiva é
como iniciar a questão. E aqui digo que é muito simples. Inicie a questão com as
palavras contidas no próprio tema proposto. Você não precisa inventar algo novo. Vá
direto ao assunto. Use palavras e expressões já constantes no texto trazido pelo
examinador. Note que foi exatamente o que eu fiz no início do primeiro parágrafo.
Começo praticamente apenas repetindo o que o examinador trouxe na questão. Alias,
assim recomendo que façam. Não inventem. Com isso superamos a fase inicial e
podemos prosseguir com mais tranquilidade.
Ainda chamo a atenção de vocês para mais uma coisa. Temos no tópico “a”
praticamente 04 temas. A princípio pode parecer (numa leitura mais apressada,
principalmente no calor da prova) que você deve falar somente sobre “harmonia entre
os poderes” e “princípio da indelegabilidade”. Mas temos que falar ainda sobre a
“divisão de funções entre os órgãos de poder” e “se a indelegabilidade de funções é
absoluta ou relativa”. É percebível que no primeiro parágrafo começo falando da
“harmonia entre os poderes” e termino com a “divisão de funções entre os órgãos de
poder”. Já no segundo parágrafo inicio sobre a “indelegabilidade de funções” e fecho
com se essa é relativa ou absoluta. Analisando os 02 parágrafos reparem que tudo o
que o examinador pediu foi respondido. Com a prática essas análises e a sequência do
roteiro que passei ficam automáticas.
No segundo tópico temos: b) independência entre os poderes – absoluta ou relativa?
MODELO DE RESPOSTA
A independência entre os Poderes não ocorre de forma absoluta, pois o que de
fato acontece é uma interdependência e harmonia, como bem determina a CF/88,
demonstrando que a independência entre eles é apenas relativa. Um Poder limita o
outro na medida em que a própria CF/88 criou mecanismos de controle de um Poder
sobre o outro. Todavia, como já decidiu o STF inúmeras vezes, essa independência é
relativa apenas nas hipóteses constitucionalmente previstas. Nos casos não previstos
na Constituição não pode um Poder interferir no outro.
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Analisemos mais esse parágrafo.
O tópico pergunta objetivamente se a independência entre os poderes é absoluta
ou relativa. Sendo assim, respondemos de forma objetiva e direta. Note que já
iniciamos respondendo: “A independência entre os Poderes não ocorre de forma
absoluta”. Não demore a responder o que o examinador perguntou. Sempre que
possível já responda na primeira linha. O restante do parágrafo apenas irá sustentar sua
afirmação. Alias você deve AFIRMAR. Não deixe a sua resposta subentendida. Note
ainda que todo o parágrafo é alicerçado em fontes “oficiais”. No caso, sustentamos
nossa resposta na Constituição e em decisões do STF.
No tópico seguinte temos: c) sistema de freios e contrapesos;
MODELO DE RESPOSTA
Esses mecanismos de controle, supracitados, que a doutrina passou a chamar
de sistema de freios e contrapesos, são responsáveis em manter o Estado Democrático
de Direito. Esse sistema faz com que haja o devido equilíbrio capaz de evitar que um
Poder extrapole ao exercer sua função. Como exemplo do sistema de freios e
contrapesos temos: o controle de constitucionalidade exercido pelo Judiciário sobre
às normas criadas pelo Legislativo; a fiscalização exercida pelo Legislativo, por meio
do Tribunal de Contas, sobre os atos do Judiciário e do Executivo; a possibilidade de
o Legislativo constituir Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar ações do
Executivo ou Judiciário; a sanção exercida pelo Executivo quanto às leis elaboradas
pelo Legislativo.
Por último temos: d) exceções ao princípio da divisão dos Poderes – Exemplos
MODELO DE RESPOSTA
No sistema brasileiro há várias exceções ao princípio da divisão dos Poderes.
Como exemplo, podemos citar: as medidas provisórias publicadas pelo Poder
Executivo; o julgamento do Presidente da República pelo Senado Federal nos crimes
de responsabilidade; a iniciativa de lei aos tribunais superiores nos casos previstos
na CF/88; o exercício da função executiva pelo Judiciário e Legislativo quando esses
organizam seus serviços internos.
Nos dois últimos parágrafos, mais uma vez, é fácil notar que fomos direto às
respostas. Constate que já na primeira ou no máximo na segunda linha as palavras
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chave, núcleo da pergunta do examinador, são repetidas. Não há dificuldade em
localizar em que parágrafo ou em que parte do texto está a resposta a cada tópico.
Note também que a questão pede “exceções”, no plural. Assim, você deve trazer no
mínimo duas.
Trazemos agora a resposta completa para melhor observação:
(2010/Auditor-Fiscaldo Trabalho) O artigo 2.º da Constituição da República Federativa do
Brasil assim dispõe: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
A partir do dispositivo constitucional supra, deve o candidato discorrer sobre otema
INDEPENDÊNCIA E HARMONIA ENTRE OS PODERES, abordando obrigatoriamente os
seguintes tópicos:
a)harmonia entre os poderes – divisão de funções entre os órgãos de poder – princípio da
indelegabilidade de funções – absoluta ou relativa?
b)independência entre os poderes – absoluta ou relativa?
c)sistema de freios e contrapesos;
d)exceções ao princípio da divisão dos Poderes – Exemplos
A República Federativa do Brasil é um Estado Democrático de Direito, determinando
a Constituição Federal de 1988 (CF/88) que são Poderes da União, independentes e harmônicos
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Como se depreende, há independência e
HARMONIA ENTRE OS PODERES, acarretando uma DIVISÃO DE FUNÇÕES ENTRE OS
ÓRGÃOS DE PODER. Dessa forma, de acordo com a melhor doutrina, o Executivo é o responsável
pela execução das políticas e programas de governo; o Judiciário em dizer de forma definitiva qual
o direito a ser aplicado; e o Legislativo em fiscalizar e criar as leis.
As FUNÇÕES típicas de cada Poder são INDELEGÁVEIS de acordo com a clássica
tripartição de poderes de Montesquiel. Essas funções estatais legislativa, judicial e executiva
deveriam ser distribuídas de forma rígida ou absoluta por órgãos distintos e independentes, não
podendo um Poder delegar a outro uma competência que lhe é essencial. No entanto, no atual
sistema constitucional brasileiro o PRINCÍPIO DA INDELEGABILIDADE de funções não é
absoluto, mas relativo, sendo exemplo disso a possibilidade de o Legislativo delegar ao Executivo a
responsabilidade de legislar determinadas matérias, conforme prevê a CF/88.
A independência entre os Poderes não ocorre de forma absoluta, pois o que de fato acontece
é uma interdependência e harmonia, como bem determina a CF/88, demonstrando que a
independência entre eles é apenas relativa. Um Poder limita o outro na medida em que a própria
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CF/88 criou mecanismos de controle de um Poder sobre o outro. Todavia, como já decidiu o STF
inúmeras vezes, essa independência é relativa apenas nas hipóteses constitucionalmente previstas.
Nos casos não previstos na Constituição não pode um Poder interferir no outro.
Esses mecanismos de controle, supracitados, que a doutrina passou a chamar de sistema de
freios e contrapesos, são responsáveis em manter o Estado Democrático de Direito. Esse sistema faz
com que haja o devido equilíbrio capaz de evitar que um Poder extrapole ao exercer sua função.
Como exemplo do sistema de freios e contrapesos temos: o controle de constitucionalidade exercido
pelo Judiciário sobre às normas criadas pelo Legislativo; a fiscalização exercida pelo Legislativo,
por meio do Tribunal de Contas, sobre os atos do Judiciário e do Executivo; a possibilidade de o
Legislativo constituir Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar ações do Executivo ou
Judiciário; a sanção exercida pelo Executivo quanto às leis elaboradas pelo Legislativo.
No sistema brasileiro há várias exceções ao princípio da divisão dos Poderes. Como
exemplo, podemos citar: as medidas provisórias publicadas pelo Poder Executivo; o julgamento do
Presidente da República pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade; a iniciativa de lei aos
tribunais superiores nos casos previstos na CF/88; o exercício da função executiva pelo Judiciário e
Legislativo quando esses organizam seus serviços internos.
Continuando o nosso estudo.
Resuminho do nosso roteiro: 1) Observe atentamente o que cada um dos tópicos
está pedindo: atente-se para cada uma das palavras contidas na pergunta. 2) Siga a
sequência determinada pelo examinador nos tópicos. 3) Cada tópico deve ser
respondido em parágrafos separados. Não misture os assuntos. 4) Sempre use nas
respostas palavras chave da pergunta, e se possível inicie o parágrafo com elas.
Vou trazer uma questão do CESPE para o cargo de Tecnologia da Informação e
irei apenas demonstrar como deve ser respondido. Sem entrar no conteúdo. Isso para
que vocês fixem a estrutura e não o conteúdo. Em seguida trarei questões em que farei
o modelo de resposta.
Cespe/2011 – tema de TI
No escopo dos processos de desenvolvimento de sistemas embasado no RUP
(Rational Unified Process), redija um texto dissertativo, contemplando os seguintes
pontos:
a) descreva os objetivos do modelo de casos de uso;
b) relacione as seções tipicamente presentes em um formulário para documentar
casos de uso;
c) defina o que são realizações de casos de uso e descreva como documentá-las na
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análise;
d) defina caso de teste;
e) descreva um procedimento para gerar casos de teste a partir de casos de uso.
Note que temos que responder a cinco tópicos e que temos uma questão técnica. O
examinador quer saber se você sabe as respostas de forma direta e imediata.
Vamos a cada um dos tópicos.
a) descreva os objetivos do modelo de casos de uso;
Uma introdução possível é você definir o tema em questão. Sem maiores detalhes
desnecessários e que não estejam dentro da abordagem. Quanto ao início, que
geralmente perdemos tempo pensando em como e por “onde” começar, não precisa
inventar, use o próprio texto já exposto. Inicie, por exemplo: O escopo dos processos
de desenvolvimento de sistemas embasado no RUP (Rational Unified Process) é...
(Simples assim mesmo).
Ao responder o primeiro tópico, já inicie na primeira linha da seguinte forma: Os
objetivos do modelo de casos de uso são... (na sequência o candidato iria falar quais
são os objetivos).
Isso mesmo, repita as palavras que o tópicos já traz. Não invente palavras novas,
sinônimos, nada disso. Repita as palavras conforme está na pergunta. Não restará
dúvida ao examinador que nesse parágrafo você está respondendo ao tópico “a”. Isso
ainda ajuda a ganhar tempo porque você não precisa ficar pensando em como iniciar a
questão e quais palavras usar. Fique atento que a questão está pedindo os objetivos (no
plural). Se você trouxer apenas um objetivo perderá metade dos pontos do tópico. Em
existindo vários objetivos você pode, por exemplo, dizer: Os principais objetivos do
modelo de casos de uso são... Então traga pelo menos dois objetivos e explique cada
um deles.
b) relacione as seções tipicamente presentes em um formulário para documentar
casos de uso;
Inicie da seguinte forma: Em um formulário para documentar casos de uso as
seções tipicamente presentes são...
Fique atento que aqui não basta repetir a pergunta. Tivemos que inverter a ordem.
Mas as palavras são exatamente as mesma.
Um ponto importante aqui é observar o verbo “relacionar”. A questão diz:
relacione. Repare que relacionar não exige explicação. Dessa forma, você apenas irá
trazer as seções tipicamente presentes. E ponto final.
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c) defina o que são realizações de casos de uso e descreva como documentá-las na
análise;
Iniciamos o parágrafo assim: realizações de casos de uso são...
Mais uma vez se atentem ao verbo (sempre observem o verbo). O verbo aqui é
definir. Definir é dizer o que uma coisa “É”. Não é dizer o que pode ser, não é dar
exemplo ou simplesmente dar exemplo.
Logicamente aqui vocês observaram que o tópico traz duas perguntas. Após definir
o que são realizações de caso de uso vocês iniciariam a resposta seguinte dizendo:
Para documentá-las na análise...
d) defina caso de teste;
Caso de teste é...
É simples assim mesmo. Questão direta, resposta direta. Não enrole, não “encha
linguiça”. Apenas vá direto ao que a questão está pedindo.
e) descreva um procedimento para gerar casos de teste a partir de casos de uso.
Para gerar casos de teste a partir de casos de uso deve-se usar o seguinte
procedimento...
Eu trouxe essa questão inicialmente porque ela demonstra toda simplicidade com
que devemos responder uma dissertação. Entretanto, nem todas serão assim. Traremos
as mais diversas para que possamos abordar todo o tipo de dificuldade possível.
Vamos para mais uma questão.
CESPE 2008 – MMA
A Constituição de 1988 consagrou uma série de princípios e estabeleceu um
conjunto de regras atinentes à relação entre a administração e os servidores. Um
dos aspectos mais relevantes diz respeito à investidura em cargo ou emprego público,
seja mediante concurso público, seja para os chamados cargos em comissão.
Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um
texto dissertativo acerca do ingresso no serviço público a partir dos princípios da
administração. Em seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:
a) principais princípios da administração pública na Constituição Federal;
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b) formas principais de ingresso no serviço público;
c) relações entre formas de ingresso e princípios da administração
descritos.
Extensão máxima: 30 linhas.
MODELO DE RESPOSTA
Os principais princípios da administração pública estão previstos no art. 37 da Constituição
Federal de 1988 (CF/88). São eles a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. A legalidade determina que a administração deve seguir os ditames constantes na lei; a
impessoalidade está relacionada à isonomia, garantindo a todos iguais direitos e oportunidades; a
moralidade liga-se à ética, à honestidade e à probidade que deve guiar os atos públicos; a
publicidade orienta que os atos da administração devem ser públicos; a eficiência atribui o dever da
administração zelar pela melhor aplicação dos recursos disponíveis. Outro princípio de grande
relevância previsto na CF/88 é o princípio do concurso público. Esse apenas não será observado
nos casos constitucionalmente previstos.
As formas principais de ingresso no serviço público, além do concurso público, são: o
exercício de mandato eletivo – legislativo e chefes do executivo; quinto constitucional para ingresso
de magistrados nos tribunais; processo seletivo simplificado para os agentes de endemias; serviços
público temporário no caso de relevância necessidade; os cargos em comissão.
As formas de ingresso se relacionam diretamente com os princípios da administração
pública descritos. Ao seguir apenas os casos constitucionalmente previstos para ingresso no serviço
público o administrador respeita o principio da legalidade. A impessoalidade será atendida, pois os
servidores não são escolhidos de maneira livre pelo administrador, ressalvados os casos de livre
nomeação e exoneração. Dessa forma, a administração será mais eficiente, tendo em vista que para
ingressar no serviço é necessário que haja mérito, e não a simples troca de favores ou indicações
políticas.
Todas as formas de ingresso devem seguir formas determinadas de divulgação aos
interessados e publicados seus resultados. Sendo assim, temos a moralização da administração
pública que passa a seguir a finalidade pública e não aos interesses particulares. De maneira a
melhor expressar os princípios da eficiência, moralidade e impessoalidade o Supremo Tribunal
Federal publicou súmula vinculante que proíbe o exercício de cargos comissionados a parentes das
autoridades nomeantes, inclusive nos casos de nomeações cruzadas.
Vamos analisar o que fizemos. Sem demora, iniciamos cada parágrafo
exatamente usando as mesmas palavras de cada tópico. Dessa forma, o examinador
terá facilidade em achar as respostas.
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No primeiro tópico falamos e descrevemos cada um dos principais princípios
previstos na Constituição Federal bem como em que artigo se encontra. O fundamento
é a própria Constituição. No segundo parágrafo trouxemos as principais formas de
ingresso no serviço público. Todos estão previstos na Constituição (fundamento da
resposta). No terceiro e quarto parágrafos fizemos a relação entre as formas de
ingresso no serviço público com os princípios da administração. E ainda trouxemos
súmula do STF sobre o assunto.
Qualquer pessoa mesmo que não conheça o assunto consegue encontrar a
resposta a cada pergunta. Tanto pelas palavras chave usadas no início de cada
parágrafo quanto por seguir a mesma sequência trazida pelo examinador. Dessa forma,
você não terá problemas em estruturar a sua dissertação. Não terá problemas nem
dúvidas de como iniciá-la.
Mais uma questão.
Considerando sinônimos os conceitos de “Administração centralizada” e
“Administração direta”, bem como a identidade de significado entre os termos
“Administração descentralizada” e “Administração indireta”:
a) descreva 02 (dois) elementos distintivos entre a descentralização e a
desconcentração administrativa;
b) discorra sobre a existência de relação hierárquica ou de controle ou tutela
entre a Administração central e os respectivos entes administrativos descentralizados,
e
c) indique um exemplo de desconcentração administrativa no âmbito da
organização da estrutura administrativa federal brasileira.
Extensão máxima: 20 linhas.
Nessa questão temos que responder 03 tópicos em 20 linhas. Considero uma
questão que pode ser respondida em mais linhas ou em menos linhas. Explico. Se
lembrarmos de tudo sobre o assunto, passamos facilmente das 20 linhas. Mas também
é possível responder em menos linhas sem deixar de abordar tudo que o examinador
pediu.
Entretanto, você não deve, como eu já disse antes, “encher linguiça”. Não ponha
nada a mais do que está sendo pedido no parágrafo em que esteja respondendo os
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tópicos. O parágrafo em que responde ao tópico que o examinador quer deve ser
simples, objetivo e direto (como já dito).
Vamos ao modelo de resposta.
MODELO DE RESPOSTA
A Administração Pública realiza suas atribuições de forma direta ou centralizada, por meio
dos próprios órgãos, num processo de desconcentração, exemplo dos vários Ministérios, na esfera
federal; ou de forma indireta ou descentralizada, nesse caso por intermédio de novas pessoas
jurídicas, exemplo das autarquias e fundações públicas.
Dois dos principais elementos distintivos entre a descentralização e a desconcentração
administrativa são que nessa a distribuição do exercício de funções ocorre dentro do próprio ente
ou da mesma pessoa jurídica enquanto naquela é criada uma nova pessoa jurídica ou transferida a
execução do serviço à particular por meio de concessão, permissão ou autorização. Outro elemento
distintivo é que na desconcentração há hierarquia entre os órgãos e na descentralização essa
hierarquia não existe.
Não há existência de relação hierárquica entre a Administração central e os respectivos
entes administrativos descentralizados. Todavia, ocorre controle ou tutela do ente central sobre os
entes descentralizados. Isso acontece porque é o ente central o responsável pelos serviços, tendo
apenas transferido a execução a terceiros. Ressalte-se, que esse controle ou tutela é realizado nos
devidos limites da lei.
Como exemplo de desconcentração administrativa no âmbito da organização da estrutura
administrativa federal brasileira tem-se a desconcentração realizada da União para os Ministérios.
Esse tipo de desconcentração é denominado por matéria e acontece pelo fato de haver uma grande
variedade de serviços a cargo da União.
Note que fizemos uma introdução elaborada e com abordagem estritamente
relacionada ao tema em questão. Nesse modelo seguimos tudo que ensinamos até o
momento. Observem cada um dos passos do roteiro que trouxe no início da aula e tudo
que falei até agora.
Faço o seguinte destaque: veja que no tópico “b” quando a questão fala “relação
hierárquica ou de controle ou tutela”; relação hierárquica pede uma resposta e relação
de controle ou tutela solicita outra resposta. Essa atenção especial está no nosso roteiro
que deve ser observado.
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Qualquer pessoa que leia irá notar que o primeiro parágrafo é uma introdução
enquanto os seguintes abordam a resposta de cada um dos tópicos na sequência dada
pelo examinador.
Vamos a mais um modelo seguindo as mesmas orientações. Notem que faço as
observações dentro do próprio modelo. Parágrafo a parágrafo.
Redija um texto dissertativo, acerca do tema seguinte:
AGÊNCIAS REGULADORAS CRIADAS PELA UNIÃO:
CARACTERÍSTICAS E FINALIDADES.
Em sua dissertação, devem ser contemplados, necessariamente, os seguintes
aspectos:
a) natureza jurídica;
b) especialização técnica;
c) independência;
d) poder normativo.
Extensão máxima: 20 linhas.
MODELO DE RESPOSTA
Com a transferência de serviços públicos do âmbito da União para o particular, houve a
necessidade de serem criadas as agências reguladoras com a finalidade de fiscalizar e controlar o
setor a que a lei lhe atribuiu. (INTRODUÇÃO)
A natureza jurídica das agências reguladoras é de autarquia sob o regime especial. Esse
regime ocorre pelo fato de as agências terem maior autonomia, independência e prerrogativas que
as autarquias em geral. (RESPOSTA TÓPICO “A”. INICIANDO COM AS PALAVRAS CHAVE)
As agências reguladoras são dotadas de grande especialização técnica, sendo dotadas de
corpo de funcionários com alta capacidade técnica. Isso ocorre porque as agências são
responsáveis por regular setores da economia que demanda conhecimentos aprofundados do setor
regulado. Dessa forma, seus agentes e seus dirigentes, inclusive, devem possuir grande
conhecimento da atividade regulada pela agência. (RESPOSTA TÓPICO “B”. PALAVRAS CHAVE
PRESENTE JÁ NA PRIMEIRRA LINHA DO PARÁGRAFO: ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA)
De forma a melhor exercerem suas finalidades as agências desfrutam de grande
independência. Isso é notável pelos seguintes fatos: seus dirigentes possuem mandatos fixos só
podendo perder o cargo nos casos previstos em lei; seus atos não são passíveis de revisão pelo ente
que a criou, ressalvados os casos previstos em lei, não havendo assim, hierarquia entre esse e a
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agência reguladora; há autonomia administrativa e financeira. (RESPOSTA TÓPICO “C”.
PALAVRA CHAVE PRESENTE NA PRIMEIRA FRASE: INDEPENDÊNCIA)
Ainda destaca-se, o poder normativo que possui as agências. Essas podem regular o setor
conforme definido em lei principalmente no que diz respeito aos conceitos técnicos. Ressalte-se, que
não é permitido às agências inovarem no mundo jurídico. (RESPOSTA TÓPICO “D”. PALAVRA
CHAVE PRESENTE NA PRIMEIRA LINHA: PODER NORMATIVO)
Sigam o pequeno roteiro que passei para que nada fique de fora da resposta.
Muita atenção ao que está sendo pedido. Grifem as palavras chave, observem os
verbos, certifiquem quantas perguntas o examinador está fazendo em cada tópico (ou
caso não venha a pergunta em tópicos a atenção deve ser redobrada para que tudo seja
respondido).
Continuando.
CESPE – 2007 – PROCURADOR FEDERAL
Redija, DE FORMA FUNDAMENTADA, texto dissertativo acerca da
contratação de empregados pela administração pública direta federal. Em seu texto,
aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:
a) possibilidade jurídica da referida contratação;
b) requisitos constitucionais para a validade da contratação e consequências da
não observância desses requisitos;
c) garantias contra a dispensa e existência de estabilidade;
d) competência para apreciar as controvérsias decorrentes desse contrato de
trabalho.
Extensão: 40 a 60 linhas.
Para que a administração pública brasileira possa atingir sua finalidade é necessária a
contratação de servidores públicos. Essa contratação poderá ser efetuada, por exemplo, por meio de
concurso público, contratação temporária de excepcional necessidade pública, contratação de livre
nomeação e exoneração. Os regimes jurídicos adotados podem ser de natureza estatutária ou
celetista. (INTRODUÇÃO)
Quanto à POSSIBILIDADE JURÍDICA de a administração pública federal contratar
empregados, a Constituição Federal de 1988 (CF/88) previu de forma originária que a
administração direta adotaria regime jurídico único, sendo no caso o regime estatutário. No
entanto, a emenda constitucional 19 de 1998 (EC 19/98) determinou a possibilidade de a
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administração pública adotar o regime estatutário ou celetista. (RESPOSTA DO TÓPICO “A”.
PALAVRA CHAVE NA PRIMEIRA LINHA: POSSIBILIDADE JURÍDICA)
Ressalte-se que a possibilidade de contratar sob o regime celetista apenas pode ocorrer,
conforme orientação do Supremo Tribunal Federal (STF), para as atividades não finalísticas do
estado. Essa orientação se consolidou em decisão na qual o STF determinou que as agências
reguladoras somente podem contratar sob o regime estatutário, por se tratar de atividade finalística
do estado. (CONTINUAÇÃO DA RESPOSTA DO TÓPICO “A”. REPAREM QUE A QUESTÃO
PEDE DE FORMA FUNDAMENTADA. TROUXE FUNDAMENTOS DA CONSTITUIÇÃO E
DO STF. POR FAVOR, MUITA ATENÇÃO A ISSO)
OS REQUISITOS CONSTITUCIONAIS PARA A VALIDADE DA CONTRAÇÃO estão
definidos na CF/88. Essa determina que a contratação seja realizada por meio de concurso público
de provas ou de provas e títulos. Poderão concorrer os brasileiros e os estrangeiros, esses na forma
da lei. A NÃO OBSERVÂNCIA DESSES REQUISITOS ACARRETARÁ COMO
CONSEQUÊNCIA a nulidade da contratação com a responsabilização de quem tenha dado causa.
Conforme jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) a nulidade do contrato por não
atendimento do requisito do concurso público acarreta para administração o dever de recolher em
nome do empregado o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). (RESPOSTA DO
TÓPICO “B”. NOTE QUE SÃO DUAS PERGUNTAS. TRAZEMOS AS PALAVRAS CHAVE DE
CADA UMA DELAS EM NEGRITO. AINDA FUNDAMENTAMOS NA CONSTITUIÇÃO E NO
TST)
No que diz respeito às GARANTIAS CONTRA A DISPENSA E EXISTÊNCIA DE
ESTABILIDADE, o empregado da administração pública direta federal não dispõe de estabilidade
na forma que é garantida ao funcionário público estatutário. Isso, no entanto, não significa que o
empregado não tenha garantias contra dispensa. O empregado público da administração direta
federal só poderá ser dispensado nos casos legalmente previstos, como por exemplo, em caso de
cometimento de falta grave. Nesse caso, será garantida o devido processo legal e o contraditório e a
ampla defesa. (RESPOSTA DO TÓPICO “C”. PALAVRAS CHAVE NA PRIMEIRA LINHA:
GARANTIAS CONTRA A DISPENSA E EXISTÊNCIA DE ESTABILIDADE)
Apesar de todo o exposto até aqui, o Supremo Tribunal Federal, em liminar de ação direta
de inconstitucionalidade, declarou a inconstitucionalidade formal da EC 19/98 fazendo retornar a
obrigatoriedade do regime jurídico único na administração pública. O STF afirmou ainda que a
decisão valeria “ex nunc”, ou seja, os casos consolidados antes da decisão continuariam com
eficácia até a decisão de mérito. Dessa forma, enquanto não sobressair decisão definitiva do STF a
administração pública direta federal não poderá contratar empregados sob o regime celetista.
(AQUI TROUXEMOS UMA IMPORTANTE DECISÃO DO STF SOBRE O ASSUNTO EM
ANÁLISE. HAVENDO ESPAÇO ISSO É IMPORTANTE PARA DEMONSTRAR O
CONHECIMENTO DO ALUNO QUANTO A JURISPRUDÊNCIA).
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A COMPETÊNCIA PARA APRECIAR AS CONTROVÉRSIAS DECORRENTES DOS
CONTRATOS DE TRABALHO é da justiça do trabalho, conforme determina o artigo 114 da
CF/88. Sendo assim, mesmo nos casos em que uma das partes seja a administração pública direta
federal a competência continua sendo da justiça do trabalho. Ressalve – se, que nos casos de regime
jurídico estatutário a competência será da justiça comum. (RESPOSTA DO TÓPICO “D”.
PALAVRAS CHAVE INICIANDO A RESPOSTA: A COMPETÊNCIA PARA APRECIAR AS
CONTROVÉRSIAS DECORRENTES DOS CONTRATOS DE TRABALHO).
Assim como na resposta das outras questões, observem que cumprimos todos os
passos do nosso roteiro. Apesar de na prova de vocês a discursiva ser de no máximo
15 linhas, trouxe essa com no máximo 60 para que vocês observem que se tivermos
organização e seguirmos os passos corretamente podemos fazer textos de todos os
tamanhos com a mesma facilidade. Os ensinamentos servem para um texto de 15 ou
de 120 linhas.
Continuando com os nossos modelos de respostas, segue mais uma questão.
(2010/Auditor Fiscal do Trabalho) O estudo dos atos administrativos é elemento
fundamental a possibilitar a adequada situação dos servidores públicos e da
própria Administração. A produção de tais atos demanda uma avaliação de
aspectos atinentes à regularidade do ato, bem assim à conveniência e à
oportunidade em sua expedição. Nesse contexto, pergunta-se uma vez expedidos,
existem atos administrativos que não podem ser revogados?
À luz da DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA PÁTRIAS, justifique sua
resposta, indicando:
a) os fundamentos que confirmam a inexistência de atos administrativos
irrevogáveis: OU
b) no caso de resposta afirmativa à pergunta, as hipóteses de irrevogabilidade de
atos administrativos.
15 a 30 linhas.
Diferentemente das anteriores, ela traz uma pergunta logo no início (e não um
texto apenas motivador). Em seguida o examinador diz que temos que responder
justificando a resposta e nos indica o que deve ser abordado. Temos necessariamente
no nosso texto que trazer o que diz a DOUTRINA E A JURISPRUDÊNCIA.
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Importante que observem qual o cerne da questão. Temos a pergunta chave:
“uma vez expedidos, existem atos administrativos que não podem ser revogados?”
Atenção especial. O tópico “a” deve ser respondido caso a resposta seja negativa:
“inexistência de atos administrativos irrevogáveis”. Nesse caso, traremos os
fundamentos que confirmam a inexistência de atos administrativos irrevogáveis. Ou
no caso de resposta afirmativa à pergunta, as hipóteses de irrevogabilidade de atos
administrativos. Se for afirmativa traremos as hipóteses de irrevogabilidade.
Vamos seguir a seguinte estrutura: INTRODUÇÃO: faremos uma pequena
introdução e já respondemos a pergunta de forma direta, sem demora (a resposta a
pergunta é afirmativa, o que nos leva ao tópico “b”). Um parágrafo com o principal
caso de ato administrativo irrevogável que é o ato administrativo vinculado. Um
segundo parágrafo com as hipóteses de irrevogabilidade de atos administrativos
conforme a doutrina. E um terceiro parágrafo com as hipóteses de irrevogabilidade de
atos administrativos de acordo com a jurisprudência. Um parágrafo com a conclusão.
MODELO DE RESPOSTA
O ato administrativo é a maneira pela qual a Administração Pública materializada a função
administrativa. Depois de expedidos, os atos administrativos podem ser anulados, por serem ilegais,
ou revogados, por oportunidade e conveniência da Administração. Entretanto, existem atos
administrativos que uma vez expedidos não podem ser revogados. (RESPOSTA A PERGUNTA
CENTRAL. EXISTEM ATOS ADMINISTRATIVOS QUE UMA VEZ EXPEDIDOS NÃO PODE
SER REVOGADOS? RESPOSTA AFIRMATIVA A PERGUNTA. NOS LEVA AO TÓPICO “B”.
HIPÓTESES DE IRREVOGABILIDADE DE ATOS ADMINISTRATIVO).
A principal HIPÓTESE DE ATO ADMINISTRATIVO IRREVOGÁVEL são os atos
administrativos vinculados, que é quando a lei determina todos os procedimentos a serem seguidos.
Dessa forma, uma vez expedido o ato esse não pode mais ser revogado, pois a revogação envolve
oportunidade e conveniência o que não existente nos atos vinculados.
Os doutrinadores, como Di Pietro, nos lista algumas HIPÓTESES DE ATOS
ADMINISTRATIVOS IRREVOGÁVEIS: os atos integrantes de um procedimento administrativo,
por que a prática do ato sucessivo acarreta a preclusão do ato anterior (p. ex.: a celebração de
contrato administrativo impede a revogação do ato de adjudicação); os meros atos administrativos,
como são os atestados, os pareceres e as certidões, porque os efeitos são prefixados pelo legislador;
os atos complexos, porque tais atos são formados pela conjugação de vontades de órgãos diversos,
logo a vontade de um dos órgãos não pode desfazer o ato que a lei impõe a integração de vontades
para a formação; e, ainda, a revogação não pode ser promovida quando se exauriu a competência
relativamente ao objeto do ato.
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A súmula 473 do STF dispõe que a Administração pode anular seus próprios atos quando
ilegais, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos. Assim, a jurisprudência do STF nos traz pelo menos mais uma HIPÓTESE DE
IRREVOGABILIDADE DE ATOS ADMINISTRATIVOS: os que contêm direitos adquiridos.
Por todo o exposto, percebemos que os poderes da Administração Pública em revogar os
atos administrativos não são ilimitados. Em várias situações a Administração, tendo em vista o
interesse público, pode revogar o ato administrativo por oportunidade e conveniência. Todavia,
alguns atos uma vez expedidos não admitem revogação.
Agora iremos tratar as questões que contêm um estudo de caso. A diferença é
que nessa temos uma história fictícia. Partindo do caso trazido responderemos a
pergunta ou tópicos trazidos pelo examinador.
2009 – CESPE – BACEN – PROCURADOR
A administração pública abriu sindicância a fim de apurar se Henrique, servidor
público, teria praticado crime contra a administração. A sindicância, concluída no
prazo legal, resultou na instauração de processo disciplinar contra o servidor. Os autos
da sindicância integraram o processo disciplinar, como peça informativa da instrução.
Durante o processo, foram assegurados o contraditório e a ampla defesa a Henrique. A
administração, ao final, com base em prova emprestada, licitamente obtida por meio
de interceptação telefônica, e nos depoimentos colhidos durante a instrução do
processo disciplinar, considerou que a infração estava capitulada como ilícito penal,
encaminhou cópia dos autos ao Ministério Público e aplicou, de forma motivada, pena
de demissão ao servidor.
Considerando a situação hipotética apresentada acima, responda, deforma
fundamentada, aos questionamentos a seguir.
– No decorrer da sindicância, era prescindível o exercício do direito de defesa
do servidor?
– De acordo com orientação do Supremo Tribunal Federal, há obstáculo jurídico
para a utilização da citada prova emprestada no processo administrativo disciplinar?
Extensão máxima: 20 linhas.
O cuidado que temos que ter nesse tipo de questão é em arrumar o texto de uma
forma que o texto hipotético seja vinculado à exposição da teoria. O nosso texto tem
que seguir uma lógica e ter coesão e coerência. No entanto, não há maiores
diferenciações dos textos que analisamos até o momento.
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Na nossa resposta como introdução iremos resumir a situação hipotética sempre
buscando as palavras chave, o centro da questão e o que tenha relação com a teoria
abordada nos tópicos. Para que não haja erro, siga a mesma sequência do caso
hipotético. Não inverta a ordem se não for necessário. O resumo deve seguir a mesma
lógica. Repita as palavras chave do caso fictício. Após o resumo que será a introdução
da nossa resposta, a continuação respondendo os tópicos segue da mesma forma que
estudamos até o momento. APENAS SE ATENTEM PARA OS ELEMENTOS DE
COESÃO E COERÊNCIA. Apesar de a possibilidade de cair a dissertação para
vocês seja maior no modelo das questões anteriores, esse tipo de questão é muito
importante para que não sejamos pegos de surpresa.
Vamos ao modelo de resposta.
A administração pública abriu sindicância a fim de apurar se servidor público teria
praticado crime contra a administração. A sindicância resultou na instauração de processo
disciplinar. Durante o processo, foram assegurados o contraditório e a ampla defesa. A
administração, ao final, com base em prova emprestada, licitamente obtida por meio de
interceptação telefônica, considerou que a infração estava capitulada como ilícito penal, e aplicou,
de forma motivada, pena de demissão ao servidor. (NA INTRODUÇÃO REPETIMOS A MESMA
SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA. AS MESMAS PALAVRAS CHAVE. DEIXAMOS O QUE TEM
RELAÇÃO COM A TEORIA ABORDADA NOS TÓPICOS – NEGRITO. TÓPICO “A” DIREITO
DE DEFESA DO SERVIDOR. TÓPICO “B” PROVA EMPRESTADA)
A Constituição Federal de 1988 (CF/88) garante a todos os acusados, inclusive em processos
administrativos, o contraditório e a ampla defesa. Apesar dessa previsão constitucional, a
sindicância pode prescindir dessa garantia. Isso ocorre porque a sindicância nem sempre resultará
em penalidade ao investigado. A sindicância pode ser apenas investigativa e resultar em
arquivamento ou em instauração de processo administrativo disciplinar (PAD). No caso de resultar
em PAD, nesse será garantido o contraditório e ampla defesa ao servidor.
De acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), não há obstáculo jurídico para a
utilização de prova emprestada no processo administrativo disciplinar. Segundo o STF, a prova
obtida por meios de interceptação telefônica, conforme o caso citado, desde que obtida licitamente
com autorização judicial com finalidade de compor processo penal por crime sujeito a reclusão,
poderá ser emprestada a outros processos. (RESPOSTA DIRETA E IMEDIATA DO TÓPICO “B”:
DE ACORDO COM O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), NÃO HÁ OBSTÁCULO
JURÍDICO PARA A UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA NO PROCESSO
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR)
Até o momento demonstrei como a simplicidade em responder uma questão
discursiva e produzi vários modelos. No entanto, é importante que vocês tenham
acesso a algumas correções reais realizadas pelo CESPE (apesar de a banca de vocês
Página 25
ser a CONSULPLAN) para que possam reconhecer, na prática, toda simplicidade que
uma discursiva pode ser escrita e obter, mesmo assim, nota máxima.
As duas questões que trarei obtiveram nota máxima em apresentação, estrutura e
conteúdo. Assim como na prova de vocês, nesses concursos a nota toda foi atribuída a
esses itens, e diminuído os erros de português. Uma obteve 20 pontos (nota máxima)
dos 20 pontos possíveis, e teve um erro de português. A outra obteve 2,5 pontos (nota
máxima) dos 2,5 pontos disponíveis, e teve dois erros de português. Na próxima aula
trarei uma terceira que obteve 40 pontos (nota máxima) dos 40 pontos possíveis e teve
dois erros de português.
Vocês observarão a simplicidade com que essas discursivas, notas máximas,
foram feitas.
PRIMEIRA QUESTÃO COM NOTA MÁXIMA.
CESPE 2013 – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO
Considere que determinada lei tenha conferido ao trabalhador urbano o direito ao
recebimento de seguro contra acidente de trabalho em percentuais maiores que os
previstos para os trabalhadores rurais. Em face dessa situação, discorra sobre o
tratamento dado pela Constituição Federal de 1988 aos trabalhadores urbanos e rurais
[valor: 10,00 pontos], esclarecendo, à luz do entendimento do Supremo Tribunal
Federal (STF), se há compatibilidade da referida lei com o texto constitucional [valor:
9,00 pontos].
RESPOSTA DO CANDIDATO.
Lei assegura a trabalhador urbano o direito de seguro contra acidente de trabalho em
percentuais maiores que os previstos para os trabalhadores rurais.
A Constituição Federal de 1988 (CF/88) assegurou no seu artigo 7º tratamento igualitário,
quanto aos direitos trabalhistas, ao trabalhador urbano e rural. Entre os direitos aplicados de
forma isonômica encontra-se o direito de seguro contra acidente de trabalho a cargo do
empregador. Acrescente-se que a CF/88 foi a primeira das Constituições brasileiras a prever
direitos iguais aos trabalhadores urbanos e rurais.
Quanto ao entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre lei que confere ao
trabalhador urbano o direito ao recebimento de seguro contra acidente de trabalho em percentuais
maiores que os previstos para os trabalhadores rurais, o STF diz que essa lei é inconstitucional, por
não haver compatibilidade da referida lei com o texto constitucional.
Página 26
Na decisão o STF acrescenta que os direitos conquistados pelos trabalhadores rurais e
constitucionalmente garantidos não podem ser mitigados por legislação infraconstitucional.
Vejam a correção do CESPE.
ASPECTOS MACROESTRUTURAIS
Quesitos Avaliados Faixa de valor Nota
1 Apresenta��o (legibilidade, respeito �s margens e indica��o de
par�grafos) e estrutura textual (organiza��o das ideias em texto
estruturado)
0,00 a 1,00 1,00
2 Desenvolvimento do tema
2.1 Tratamento dado pela Constitui��o Federal de 1988 aos
trabalhadores urbanos e rurais (art. 7.�, XXVIII) 0,00 a 10,00 10,00
2.2 Esclarecimento, � luz do entendimento do STF, quanto �
(in)compatibilidade da referida lei com o texto constitucional 0,00 a 9,00 9,00
RESULTADO
Nota no conteúdo (NC = soma das notas obtidas em cada quesito) 20,00
Número total de linhas efetivamente escritas (TL) 19
Número de erros (NE) 1
NOTA DA PROVA P3 - QUEST�O 3 19,95
Como podem observar, a questão obteve nota máxima em conteúdo e teve um
erro de português.
Vamos as nossas observações quanto a resposta da questão.
Caso hipotético da questão: Considere que determinada lei tenha conferido ao
trabalhador urbano o direito ao recebimento de seguro contra acidente de trabalho em
percentuais maiores que os previstos para os trabalhadores rurais.
INTRODUÇÃO CRIADA PELO CANDIDATO.
Lei assegura a trabalhador urbano o direito de seguro contra acidente de trabalho em
percentuais maiores que os previstos para os trabalhadores rurais.
O CANDIDATO PRATICAMENTE COPIOU O TEXTO DO CASO HIPOTÉTICO. NÃ
MUDOU A SEQUÊNCIA. ELE BASICAMENTE MUDOU O VERBO CONFERIR TRAZIDO NO
CASO POR ASSEGURAR. MAS CASO ELE TIVESSE MANTIDO O MESMO VERBO,
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REPRODUZINDO EXATAMENTE NA FORMA QUE ESTAVA NO TEXTO NÃO TERIA
PROBLEMA. NADA MAIS SIMPLES DO QUE APENAS COPIAR O CASO QUE O PRÓRPIO
EXAMINADOR TROUXE. TODAVIA, O TEXTO ERA PEQUENO. MAS NA QUESTÃO
ANTERIOR QUE RESPONDEMOS E TINHA UM CASO FICTÍCIO MAIOR, APENAS
RESUMIMOS USANDO AS MESMAS PALAVRAS CONTIDAS NO TEXTO DO
EXAMINADOR.
PRIMEIRO TÓPICO.
Em face dessa situação, discorra sobre o tratamento dado pela Constituição
Federal de 1988 aos trabalhadores urbanos e rurais [valor: 10,00 pontos],
RESPOSTA DO CANDIDATO.
A Constituição Federal de 1988 (CF/88) assegurou no seu artigo 7º tratamento igualitário,
quanto aos direitos trabalhistas, ao trabalhador urbano e rural. Entre os direitos aplicados de
forma isonômica encontra-se o direito de seguro contra acidente de trabalho a cargo do
empregador. Acrescente-se que a CF/88 foi a primeira das Constituições brasileiras a prever
direitos iguais aos trabalhadores urbanos e rurais.
O CANDIDATO JÁ INICIA FALANDO DA CONSTITUIÇÃO E A PALAVRA CHAVE
TRATAMENTO EM SEGUIDA. FICA CLARO AO EXAMINADOR QUE ESSE PARÁGRAFO
TRAZ A RESPOSTA DO PRIMEIRO TÓPICO EXIGIDO POR ELE. NA SEQUÊNCIA ELE
ABORDA O SEGURO CONTRA ACIDENTE QUE É O TEMA CENTRAL DA QUESTÃO. POR
FIM ELE FALA QUE A CF É A PRIMEIRA IGUALAR OS DIREITOS DOS
TRABALHADORES URBANOS E RURAIS. ESSA PARTE FINAL FOI UMA INFORMAÇÃO A
MAIS QUE CREIO QUE ELE OBTERIA A MESMA NOTA MESMO SEM ESSE FINAL,
TENDO EM VISTA QUE NÃO FOI PERGUNTADO PELO EXAMINADOR. PODEMOS FAZER
ISSO, TRAZER UMA INFORMAÇÃO ADCIONAL SOBRE O ASSUNTO PARA PREENCHER
A QUANTIDADE DE LINHAS.
SEGUNDO TÓPICO
Esclarecendo, à luz do entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), se há
compatibilidade da referida lei com o texto constitucional [valor: 9,00 pontos].
RESPOSTA DO CANDIDATO.
Quanto ao entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre lei que confere ao
trabalhador urbano o direito ao recebimento de seguro contra acidente de trabalho em percentuais
maiores que os previstos para os trabalhadores rurais, o STF diz que essa lei é inconstitucional, por
não haver compatibilidade da referida lei com o texto constitucional.
A RESPOSTA FOI DIRETA. O CANDIDATO APENAS RETOMOU O CASO E
RESPONDEU DE FORMA DIRETA: A LEI É INCONSTITUCIONAL.
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POR FIM O CANDIDATO FEZ UM PARÁGRAFO CONCLUSIVO A RESPEITO DO
ENTENDIMENTO DO STF.
Na decisão o STF acrescenta que os direitos conquistados pelos trabalhadores rurais e
constitucionalmente garantidos não podem ser mitigados por legislação infraconstitucional.
A próxima questão foi do concurso CESPE 2013 – SEFAZ ES.
Essa questão infelizmente eu não consegui encontrar a pergunta. Não está no
site do CESPE e o amigo que me passou também não tem. Entretanto, vou postar
assim mesmo porque ela demonstra toda a simplicidade com que ele respondeu e
obteve nota máxima. E ele ainda escreveu apenas 08 linhas de 15 disponíveis.
Mas pela correção do CESPE da para saber do que se tratava a pergunta. Segue
a correção:
ECTOS MACROESTRUTURAIS
Quesitos Avaliados Faixa de valor Nota
1 Apresentação (legibilidade, respeito às margens e indicação de
parágrafos) e estrutura textual (organização das ideias em texto
estruturado)
0,00 a 0,10 0,10
2 Desenvolvimento do tema
2.1 Ocorrência de vício de iniciativa no processo legislativo. Iniciativa do
Chefe do Poder Executivo. 0,00 a 1,90 1,90
2.2 Princípio da Simetria 0,00 a 0,50 0,50
RESULTADO
Nota no conteúdo (NC = soma das notas obtidas em cada quesito) 2,5
Número total de linhas efetivamente escritas (TL) 08
Número de erros (NE) 2
NOTA DA PROVA - QUEST�O 3 2,25
Como podemos perceber a questão era a respeito de iniciativa privativa do chefe
do executivo quanto ao processo legislativo, e perguntava se ouve vício de iniciativa
por ter sido o legislativo quem deu início ao processo. O outro tópico era relacionado
ao princípio da simetria.
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Vamos a resposta do colega.
Sim. Há vício subjetivo no processo legislativo. Conforme leciona a Constituição Federal
(CF) compete privativamente ao chefe do executivo propor projeto de lei que verse sobre
reestruturação das carreiras do Poder Executivo. A jurisprudência entende que tal previsão
constitucional é norma de observância obrigatória pelas Constituições Estaduais.
Com o exposto, percebe-se que a Assembléia Legislativa não detém o poder de propor o
referido projeto.
VAMOS A NOSSAS OBSERVAÇÕES. COMO DISSE, ELE ESCREVEU APENAS 08
LINHAS DE 15 QUE TINHA DISPONÍVEL. DESSA FORMA, NÃO CONSEGUINDO FAZER
UMA BOA QUANTIDADE DE LINHAS NÃO DEVE HAVER MAIORES PREOCUPAÇÕES.
NO ENTANTO, TENTEM FAZER O MÁXIMO POSSÍVEL, POIS IRÁ INFLUENCIAR NA
NOTA FINAL.
ELE NÃO DIVIDIU A RESPOSTA AOS TÓPICOS EM PARÁGRAFOS SEPARADOS E
MESMO ASSIM A BANCA NÃO LHE TIROU NOTA RELACIONADA À APRESENTAÇÃO.
MAS FIQUEM ATENTOS A ISSO, POIS NORMALMENTE A BANCA TIRARIA NOTA DA
APRESENTAÇÃO DO TEXTO. E AFIRMO QUE NO CASO DA PROVA DE VOCÊS
CERTAMENTE SERIA PERDIDO PONTOS PRECIOSOS, TENDO EM VISTA QUE O
EDITAL É EXTREMAMENTE CLARO: 10% PARA APRESENTAÇÃO E
LEGIBILIDADE; 10% PARA A ESTRUTURA TEXTUAL (CONSTRUÇÃO PERTINENTE
DE INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO); E 20% PARA A
OBJETIVIDADE, ORDENAÇÃO E CLAREZA DAS IDÉIAS. DESTACO MAIS AINDA:
CONSTRUÇÃO PERTINENTE DE INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E
CONCLUSÃO. VEJA QUE NESSE EXEMPLO O CANDIDATO PERDERIA PONTOS.
VEJAM QUE A RESPOSTA DELE FOI A MAIS DIRETA POSSÍVEL – “SIM” –, E EM
SEGUIDA ELE EXPLICOU PORQUE DA AFIRMAÇÃO. A FUNDAMENTAÇÃO NAS
RESPOSTAS FOI FEITA DE FORMA CORRETA MENCIONANDO A CONSTITUIÇÃO
FEDERAL E A JURISPRUDÊNCIA. ISSO DEMONSTRA CONHECIMENTO DO ASSUNTO
AO APONTAR EM QUE FONTE FORMAL ESTÁ A INFORMAÇÃO.
AO RESPONDER O TÓPICO 02 ELE NÃO USOU A PALAVRA CHAVE PRINCÍPIO DA
SIMETRIA, MAS A RESPOSTA DELE NÃO DEIXA DÚVIDAS DE QUE SE TRATA DA
RESPOSTA DESSE TÓPICO, TENDO EM VISTA QUE O PRINCÍPIO DA SIMETRIA ABORDA
JUSTAMENTE A OBRIGAÇÃO OU NÃO DE AS CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS REPETIREM
NORMA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
O IMPORTANTE É VOCÊS, PELAS DUAS QUESTÕES COM CORREÇÃO OFICIAL
QUE EU TROUXE, REPARAREM QUE NÃO HÁ NADA DEMAIS NOS TEXTOS ESCRITOS
PELOS CANDIDATOS, E MESMO ASSIM OBTIVERAM NOTA MÁXIMA.