AULÃO DE HISTÓRIA PERÍODO COLONIAL BRASILEIRO
Professor Rafael Ascari
AULÃO DE HISTÓRIA
O Período Colonial brasileiro inicia em 1500 com a chegada oficial dos portugueses na América e se encerra em 1822 com a independência. Pode-se caracterizá-lo genericamente como monocultor, latifundiário, escravista e agro-exportador.
A colonização do Brasil se insere dentro de um quadro maior de estruturação e expansão do capitalismo na Europa baseado, nesta fase inicial, no comércio. Três continentes – o americano, o africano e o asiático – serão sistematicamente explorados por nações européias. Formou-se, então, um subsistema dentro do sistema capitalista: o Antigo Sistema Colonial, no qual os países da Europa são as metrópoles e os territórios dos outros continentes serão as colônias a serem exploradas.
• O Antigo Sistema Colonial estava alicerçado em três princípios básicos: Pacto Colonial, Monopólio e Sistema de Portos Fechados. O Pacto Colonial, funcionando como uma espécie de reserva de mercado, estabelecia que uma colônia somente poderia comercializar diretamente com a sua metrópole. Sobre a colônia seria estabelecido, ainda, o Monopólio ou seja, a colônia importa, da sua metrópole, manufaturados e todos os produtos de que necessita e exporta produtos tropicais e metais preciosos. Todos os portos da colônia estão fechados à presença de navios estrangeiros, ou seja, de outras metrópoles formando o sistema de Portos Fechados.
Antigo sistema colonial
• PACTO COLONIAL (Exclusivo Metropolitano)
• Metrópole = monopólio da exploração dos produtos coloniais
• Colônia = só compra produtos da Metrópole/ possibilidade de acumulação interna
O período pré-colonial (1500-1530)
Nas três primeiras décadas do Período Colonial, os portugueses não haviam encontrado especiarias de grande valor comercial e nem metais preciosos, por isso não ocuparam a colônia. Se dedicaram exclusivamente a exploração de pau-brasil. Utilizam para a coleta de pau-brasil, a mão-de-obra indígena realizando com eles o escambo, isto é, faziam o pagamento do trabalho com quinquilharias.
O período colonial (1530-1822)
Nesta fase há a ocupação da terra. A Coroa portuguesa cria uma estrutura administrativa na colônia que possibilita sua exploração econômica de forma mais efetiva, ao mesmo tempo em que, ao longo do período, forma-se uma sociedade com características peculiares.
Economia
A economia ficou, de um modo geral, restrita a praticamente duas atividades: produção açucareira nos séculos XVI e XVII e mineradora no século XVIII.
A empresa açucareira – características
Participação do capital holandês nos empréstimos, no transporte, no refino e na comercialização do produto na Europa.
Sistema utilizado: ‘Plantation’ açucareira caracterizada por:
Latifúndio: produção de açúcar em grandes extensões de terra (sesmarias);
Monocultura: produção especializada em um único produto;
Trabalho escravo: mão de obra escravizada, em um primeiro momento, indígena e a seguir, importada da África;
Produção voltada para a exportação: toda a riqueza produzida é enviada e comercializada no exterior.
Capital da colônia: Salvador (Bahia)
A mineração - características
Ouro de aluvião: encontrado nos leitos de rios, lagoas e riachos; Sistemas de exploração do ouro: faiscação (exploração individual e com uso de poucos recursos tecnológicos) e lavras (exploração em larga escala, com grande número de escravos e tecnologia mais sofisticada);
Administração das Minas Gerais
Intendência das Minas: administra as regiões de onde se extrai ouro;
Cobrança de impostos: Quinto (20% do ouro encontrado é pago como tributo real);
Casas de Fundição: responsáveis por impedir a circulação do ouro em pó, se dedicam a fundir em barras, quintar e selar o ouro.
Capital da colônia: desde 1763, no governo do Marquês de Pombal, passa a era o Rio de Janeiro, por estar mais próximo da zona mineradora.
Consequencias da mineração:
Ocupação e urbanização do interior da colônia;
Florescimento de uma classe média;
Integração econômica da colônia;
Surgimento de um mercado interno.
Administração Colonial Visando ocupar efetivamente a colônia, a Coroa
portuguesa cria três estruturas administrativas que se superpõe ao longo do tempo: Capitanias Hereditárias, governo Geral e Câmaras Municipais.
Capitanias Hereditárias: eram faixas de terra que se estendiam do litoral ao Meridiano de Tordesilhas e que foram doadas, aos capitães donatários que, via de regra, pertenciam à pequena nobreza. Recebem dois documentos que orientam o governo da capitania: a Foral e a Carta de Doação.
Governo Geral: como a centralização político-administrativa do sistema de capitanias fracassou, a Coroa portuguesa cria o Governo Geral. O objetivo maior era estimular a colonização e centralizar o poder na colônia.
Câmaras Municipais: verdadeiros centros de poder na colônia, as Câmaras existem desde o início da ocupação do território. Eram controladas pelos ‘homens bons’, senhores de terras e de escravos.
Sociedade Colonial A sociedade que se forma no Brasil colonial se
caracteriza por ser rural, patriarcal, hierárquica, estratificada.
Rural: todas as atividades mais importantes da vida colonial possuíam relação com a atividade rural.
Patriarcal: o Sr. de engenho, possuía poder de vida e morte sobre sua família, seus escravos, seus agregados e dependentes.
Hierárquica: os indivíduos ocupavam uma determinada posição social a partir da posse de terras, escravos e do engenho açucareiro.
Estratificada: havia pouca mobilidade social na sociedade colonial e, particularmente, na região açucareira havia dois grupos que se distribuíam na pirâmide social: no vétice, um pequeno número de senhores constituía a elite; na base, uma enorme massa de escravos. Um escravo não ascendia