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AUXILIAR ADMINISTRATIVO
Módulo Específico
Caderno do Aluno
Auxiliar Administrativo
Modalidade Presencial
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APRESENTAÇÃO
Prezado Aluno,
Desejamos-lhes boas vindas ao curso de Auxiliar Administrativo !
Este módulo tem por objetivo preparar o profissional Auxiliar Administrativo para atuar
em serviços de apoio nas áreas de recursos humanos, administração, finanças e
logística; atender fornecedores e clientes, fornecendo e recebendo informações sobre
produtos e serviços; tratar de documentos variados, cumprindo todo o procedimento
necessário referente aos mesmos
.
BOM ESTUDO!
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Grade do conteúdo
A carga horária deste módulo é de 104 horas.
MÓDULOS PÁGINA
O Auxiliar Administrativo e as Empresas 07
Serviços Gerais 25
Organização de Documentos e Correspondências 35
Rotinas Administrativas 51
Administração de Pessoal 60
Redação Técnica 87
Informática Básica 189
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O AUXILIAR ADMINISTRATIVO
O emprego de auxiliar administrativo é um dos mais comuns atualmente, sempre que
olhamos nos classificados, sites de emprego, entre outros. Uma das vagas que mais
aparecem é para esse emprego. E muitas pessoas se interessam por esse cargo, assim se
candidatando às vagas. Porém poucas sabem exatamente o que faz um auxiliar
administrativo. E acabam se candidatando às vagas e muitas vezes não são aceitas e não
sabem o porquê disso. Então para acabar com as suas dúvidas e te colocar a par das
funções desse profissional, fique atento às informações que vamos dar.
O auxiliar administrativo é responsável em realizar atividades fundamentais em empresas
públicas e privadas. Entre suas principais funções totalmente relacionadas com trabalho de
escritório estão: encarregar-se da entrada e saída de correspondência, recepcionar
documentos, atender chamadas telefônicas, atender ao público, arquivar documentos,
manter a agenda telefônica e de pendências atualizadas, ter conhecimento de uso de
máquinas de escritório como calculadoras, copiadoras, computadores e os programas
usados. Ele pode ser contratado por qualquer lugar que queira um auxiliar administrativo
como escritórios, empresas, estabelecimentos comerciais, escolas, entre outros.
Mas o profissional não pode ser simplesmente alguém que executa as funções que lhe
determinam, ele precisa ser alguém que consiga se destacar em meio aos outros que
realiza as mesmas funções. Por isso as empresas estão exigindo cada vez mais
profissionais qualificados com uma ampla visão de mercado, assim estes profissionais
poderão crescer na empresa, sendo mais valorizados.
As empresas avaliam especialmente o perfil de cada candidato e entre as principais
características que determinam o perfil estão: competência, discrição, cortesia,
responsabilidade, sinceridade. Essas qualidades são muito valorizadas pelas empresas
que contratam esses profissionais, pois o auxiliar administrativo se tornará responsável por
documentos importantes e para isso é preciso que seja uma pessoa honesta e habilidosa.
Outra qualidade muito valorizada pelos contratantes é a comunicação que é a maior arma
para crescer dentro da empresa, pois se você tem um bom relacionamento no trabalho, no
dia-a-dia, se é uma pessoa carismática, e sabe tratar as pessoas de diversos níveis, desde
porteiros até o presidente da empresa sem mostrar arrogância e submissão sua
possibilidade de crescimento profissional é muito grande, e isso não é somente para o
auxiliar administrativo, em qualquer profissão.
Por isso se depois de saber tudo o que esse profissional faz, você ainda quiser seguir essa
profissão então tenha em mente que esse trabalho requer muita responsabilidade e jogo de
cintura. E é totalmente necessário que você tenha voz, postura, olhar, aparência,
oportunidades, clareza, estudo, bom senso e relacionamento. Assim você terá grandes
chances de preencher uma vaga dessas. Então sempre se mantenha informado, busque o
conhecimento e a honestidade, assim você irá longe.
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Área de atuação
O Auxiliar Administrativo desenvolve tarefas de serviços gerais na área administrativa e
financeira, operando equipamentos diversos, realizando entregas e recebimentos de
documentos e materiais.
Mantém também organizados documentos e/ou materiais em geral e atende o público em
geral. Os auxiliares administrativos atuam nos mais variados ramos de atividades públicas
ou privadas. São empregados com carteira e se organizam em equipe, tendo supervisão
direta ou ocasional. O ambiente de trabalho normalmente é fechado e o horário é diurno.
Competência pessoal
Seguem algumas competências pessoais necessárias em serviços gerais de uma empresa:
Demonstrar iniciativa;
Trabalhar em equipe;
Demonstrar flexibilidade;
Demonstrar capacidade de adaptação de linguagem;
Demonstrar capacidade de negociação;
Demonstrar capacidade de observação;
Demonstrar persistência;
Demonstrar facilidade de comunicação;
Transmitir credibilidade;
Contornar situações adversas;
Demonstrar criatividade e
Demonstrar autocontrole.
Competência profissional
Seguem algumas competências necessárias no exercício da profissão:
Discrição (pessoal, vestuário, relações interpessoais, etc.);
Habilidades relativas a finanças, economia, marketing, administração, comércio
exterior, contabilidade, tributação e relações humanas no trabalho;
Estar sempre aprendendo;
Tenha a mente aberta para acompanhar o desenvolvimento do conhecimento e
procure buscar o máximo de suas habilidades;
Rigoroso controle de qualidade de todo o seu trabalho e
Evitar o retrabalho e revisar tudo o que se faz.
Ferramentas de trabalho
A operação segura de equipamentos diversos em setores administrativos faz parte da rotina
profissional do Auxiliar Administrativo.
Segue alguns exemplos de recursos e ferramentas cotidianas necessárias ao trabalho:
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Recursos de Informática;
Máquina de calcular;
Legislação e manuais;
Material de escritório;
Internet;
Fax;
Telefone;
Agenda;
Cartão de Identificação e
Material Promocional.
Serviços gerais administrativos
Toda empresa possui procedimentos internos para os serviços nos setores administrativo e
financeiro que demandam um trabalho em equipe.
A colaboração do Auxiliar Administrativo abrange:
Realizar as rotinas diárias do escritório;
Desenvolver atividades nas áreas da empresa dando suporte nos serviços gerais
administrativos;
Desenvolver e preparar expedientes administrativos que se fizerem necessários, sob
orientação;
Controlar a entrada e saída de materiais, ferramentas e equipamentos no
departamento, bem como atualização do registro de frequência dos servidores, sob
orientação;
Classificar e dar andamento/solução aos mais variados assuntos pendentes;
Redigir cartas, memorandos, bilhetes, documentos de toda espécie, como
procuração e editais;
Colocar a mesa do executivo em ordem;
Atuar como responsável pela fiscalização e manutenção da ordem nos ambientes
administrativos;
Redigir listas com a pauta do dia: visitas, nome das pessoas, assunto a ser tratado;
Atender ao chefe;
Participar de estudos e projetos a serem elaborados e desenvolvidos por Técnicos;
Redigir cartas, memorandos, bilhetes, documentos de toda espécie, como
procuração e editais;
Dar solução a assuntos pendentes;
Colocar a mesa do executivo em ordem;
Atuar como responsável pela fiscalização e manutenção da ordem nos ambientes
administrativos;
Redigir listas com a pauta do dia: visitas, nome das pessoas, assunto a ser tratado;
Atender ao chefe;
Participar de estudos e projetos a serem elaborados e desenvolvidos por Técnicos;
Cuidar dos instrumentos de trabalho;
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Operar equipamentos diversos, tais como: projetor multimídia, aparelhos de fax,
máquinas fotocopiadoras/duplicadoras e outros;
Atender a telefonemas e solicitações de entrevistas;
Selecionar assuntos e pessoas que serão atendidas pelo chefe;
Estabelecer contatos com outros departamentos;
Organizar arquivos;
Localizar, organizar, classificar e manter atualizado o acervo de multimídia;
Inteirar-se dos trabalhos desenvolvidos em cada setor, visando orientar e facilitar a
obtenção de dados, documentos ou outras solicitações dos superiores;
Realizar e atender chamadas telefônicas, anotar e enviar recados;
Prestar informações;
Atender ao público em geral, averiguando suas necessidades para orientá-los e/ou
encaminhá-los às pessoas e/ou setores competentes;
Anotar e transmitir recados;
Redigir e digitar correspondência;
Receber, classificar e distribuir correspondências;
Manter, organizar, classificar e atualizar arquivos, fichários, livros, publicações e
outros documentos, para possibilitar controle e novas consultas;
Executar serviços auxiliares de preparação para restauro e conservação do material
bibliográfico e não bibliográfico;
Manter atualizado o arquivo de endereços, preparar a agenda de reuniões,
secretariar reuniões;
Deixar a própria mesa sempre em ordem, limpa e arrumada;
Executar tarefas pertinentes à área de atuação, utilizando-se de equipamentos e
programas de informática;
Elaborar atas;
Preparar e gerenciar eventos;
Manter equipamentos em condição de uso;
Estocar material suficiente;
Receber, entregar, levar e buscar documentos, materiais de pequeno porte, livros e
outros, através de malote e protocolo, providenciando os registros necessários de
empréstimos e devoluções e afixar materiais de divulgação em editais, quando
necessário;
Participar de programa de treinamento, quando convocado;
Colocar tudo ao alcance da mão;
Zelar pela higiene, limpeza, conservação e boa utilização dos equipamentos e
instrumentos utilizados sob sua responsabilidade, solicitando junto à chefia os
serviços de manutenção;
Executar outras tarefas compatíveis com as exigências para o exercício da função;
Manter a calma diante de situações difíceis e
Ter conhecimentos profundos do que a empresa produz ou dos serviços que presta
e da atuação dos funcionários que nela trabalham.
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Tendências
O que se valorizava ontem, hoje já não possui o mesmo valor; e amanhã,
certamente, será considerado ultrapassado e dispensável.
Por essa razão, o profissional tem de estar sempre atualizado!
As Empresas
Apresentação
Neste momento, lhe será apresentado o que é empresa e quais são as suas
características, o que é visão sistêmica e visão estratégica. Veremos quem são os clientes
internos e como precisamos atendê-los. Trataremos, também, de aspectos da comunicação
na empresa.
Introdução
A caminho da escola, Marcos, um rapaz de doze
anos, passava todos os dias em frente à obra de uma nova
loja da empresa NUANCE TRANSPORTES LTDA. Curioso,
certo dia resolveu perguntar aos pedreiros o que eles
estavam fazendo. O primeiro pedreiro respondeu-lhe, com
voz desanimada, quase resmungando: ―Estou colocando
cimento nos tijolos‖.
Insatisfeito com a resposta, Marcos foi perguntar ao
segundo pedreiro, que fazia exatamente a mesma coisa do
que o primeiro. Sem dar muita bola a Marcos, ele respondeu-lhe rapidamente: ―Estamos
erguendo uma parede‖.
Marcos dirigiu-se a um terceiro pedreiro — que trabalhava ao lado dos outros dois.
Ele parou, olhou nos olhos de Marcos, sorriu e disse-lhe orgulhoso: ―Estamos construindo
uma linda loja!‖.
Vamos refletir juntos. Esse caso ilustra a visão que cada um tem sobre o seu próprio
trabalho, concorda? Analisando rapidamente as respostas que os pedreiros deram a
Marcos, concluímos que a disposição e o modo como cada um encara o seu trabalho, o
espírito de equipe e a visão de conjunto sobre os resultados da sua produção são
essenciais a todos os trabalhadores. A definição de um bom trabalho depende da
perspectiva de cada um. Por um lado, todos nós esperamos que o nosso trabalho nos
proporcione satisfação. Por um outro lado,
procuramos um emprego próximo aos nossos interesses, talentos e qualificações.
Quem não gosta do que faz, tende a fazê-lo mal.
Vamos, agora, conhecer as características da empresa.
O que é uma empresa , ou uma organização?
Uma empresa é uma organização particular, ou governamental, ou de economia mista. É
destinada à produção e/ou à comercialização de bens e serviços.
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O objetivo de uma empresa, seja ela pública ou privada, é antes e acima de tudo
procurar a satisfação dos seus clientes. Os clientes são a razão da existência da empresa.
Tipos de empresas
Resume os tipos de empresa existentes no Brasil.
O quadro abaixo resume as características essenciais dos tipos de empresas mais comuns
no Brasil.
Legenda:
ME:Microempresa
EPP: Empresa de Pequeno Porte
MEI: Microempreendedor Individual
EIRELI: Empresa Individual de Responsabilidade Limitada
Curiosidade!
Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria e que se
legaliza como pequeno empresário. Para ser um microempreendedor
individual, é necessário faturar no máximo até R$ 60.000,00 por ano e
não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. O MEI
também pode ter um empregado contratado que receba o salário
mínimo ou o piso da categoria.
A Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, criou condições especiais para que o
trabalhador conhecido como informal possa se tornar um MEI legalizado.
Entre as vantagens oferecidas por essa lei está o registro no Cadastro Nacional de Pessoas
Jurídicas (CNPJ), o que facilita a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a
emissão de notas fiscais.
Além disso, o MEI será enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais
(Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). Assim, pagará apenas o valor fixo mensal de
R$ 34,90 (comércio ou indústria), R$ 38,90 (prestação de serviços) ou R$ 39,90 (comércio e
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serviços), que será destinado à Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS. Essas quantias
serão atualizadas anualmente, de acordo com o salário mínimo.
Com essas contribuições, o Microempreendedor Individual tem acesso a benefícios como
auxílio maternidade, auxílio doença, aposentadoria, entre outros.
Se você quiser saber mais sobre o que é uma empresa e/ou uma sociedade, navegue até
os sites:
www.capitalderisco.gov.br/vcn/e_CR.asp
www.formosaonline.com.br/geonline/textos/economia/economia_dicion%E1rio%20H.htm
www.ms.sebrae.com.br/OrientacaoEmpresarial/def_negocio/tipos/
www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual
Fatores importantes para a empresa
Para que uma empresa alcance os seus objetivos com sucesso é importante estarmos
atentos aos fatores motrizes.
Fatores motrizes
Para que uma empresa alcance os seus objetivos, todos os fatores têm de ser observados.
Esses fatores denominam-se fatores motrizes. Muitas vezes esbarramos-nos em obstáculos
que não dependem de nós. Entretanto, cabe-nos tentar superá-los para conseguirmos
alcançar os nossos objetivos. Os fatores motrizes podem ser internos ou externos.
Os fatores motrizes internos impulsionam a atividade da empresa de dentro para fora.
Os fatores motrizes externos impulsionam a empresa de fora para dentro.
Fatores motrizes internos
1. A organização da empresa e a sua estrutura física.
2. O s recursos tecnológicos disponíveis.
3. A localização da empresa ser adequada aos produtos e/ou aos serviços
a serem oferecidos.
4. A produção de bens ou serviços.
5. A comercialização.
Fatores motrizes externos
1. F atores econômicos.
2. N ecessidade da demanda de produção.
3. A ceitação da comercialização.
Os dois fatores motrizes (internos e externos) culminarão na comercialização dos produtos
da empresa.
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Paradigmas das empresas
Paradigmas são modelos que nos permitem entender o Mundo. São um conjunto de
crenças, valores e regras, nem sempre explícitos, que determinam como serão entendidos e
solucionados os problemas, em um determinado contexto. Os paradigmas mudam. E
quando mudam?
Os paradigmas mudam quando:
1. A s soluções para os problemas atuais não estão sendo eficazes;
2. Uma nova descoberta ou explicação permite entender e resolver
esses problemas de modo mais eficiente. Quando isso ocorre, a
―velha‖ estrutura de percepção cede lugar a uma nova. Por exemplo,
na Idade Média acreditava-se que a Terra o era o centro do
Universo. Esse paradigma foi abandonado depois que Copérnico, Galileo e outros cientistas
conseguiram difundir as suas novas idéias sobre Astronomia.
E como têm mudado os paradigmas das organizações, do atendimento e da prestação de
serviços? O melhor modo de entender a mudança de paradigmas é comparando o
paradigma antigo com o novo.
A MUDANÇA DE PARADIGMA DENTRO DA EMPRESA
PARADIGMA ANTIGO NOVO PARADIGMA
EFICÁCIA + EFICIENCIA EXCELENCIA
A empresa é uma maquina e as pessoas
engrenagens
A empresa é um sistema dinâmico
A competição é a mola que move as
empresas
A cooperação é a mola que move as
empresas
Só o topo da empresa deve conhecer
estratégias e metas - Segredo
Todo pessoal-chave participa e conhece as
estratégias e metas – Transparência.
Os gerentes são a cabeça e planejam. Os
trabalhadores são o corpo e executam.
Todos têm cabeça e corpo que devem ser
integrados
Delegar é perder poder Delegar é ganhar poder
Um bom gerente deve ser antes de tudo um
bom técnico
Um bom gerente tem habilidades técnicas,
humanas e conceituais
Eficiência acima de tudo Flexibilidade acima de tudo
Organograma – muitos níveis hierárquicos Organograma achatado – poucos níveis
hierarquicos
Agora é sua vez!
Na sua opinião, o que mudou nas empresas?
Como era? Como é?
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O que era bom ontem pode não servir para hoje. A vida está sempre mudando e, como
observamos até agora, as relações vão-se modificando em decorrência de fatores
econômicos, sociais etc. Por isso, a atualização é a chave da renovação!
Organograma
O organograma é um gráfico representativo da estrutura formal da organização.
As organizações costumam ser dinâmicas e, logo, seus organogramas se alteram
com frequência.
A estrutura de uma empresa representa a forma como ela é organizada. Daí a
denominação estrutura organizacional.
Organograma empresarial
Os principais tipos de organogramas são:
1) Estrutural;
2) Circular ou radial;
3) Matricial e Funcional.
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Visão sistêmica e Visão estratégica
A visão sistêmica, ou visão do conjunto, ou visão global
consiste na capacidade de entender, implementar e demonstrar o
comprometimento na compreensão do todo a partir de
uma análise global das partes e da interação entre elas. Você já sabe
que há forças ou fatores que atuam em um sistema em
funcionamento, sejam internas ou externas. Usando,
adequadamente, a nossa visão sistêmica podemos minimizar
diversos danos futuros e ter um diferencial competitivo.
Não podemos analisar uma situação ou um fato sob um único ponto de vista.
Analisar atentamente cada detalhe de uma situação nos fará escolher uma decisão que,
possivelmente, nos trará o resultado mais positivo. Assim sendo, visão sistêmic a é perceber
o movimento integrado entre o ambiente, as nossas decisões e o futuro. E para melhorar a
nossa capacidade de decidir e compreender o encadeamento de ato/conseqüência é
necessário treinar a nossa observação do todo, a nossa visão de conjunto.
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Estarmos preparados para o impacto no mercado de trabalho é condição imprescindível
para nossa sobrevivência. A visão através de vários prismas cria uma gama de
possibilidades de soluções e ações,
explorando e desenvolvendo o sentido da visão sistêmica, propiciando a compreensão da
contínua evolução dos cenários.
Quanto mais você enxergar o seu trabalho como parte integrada a um todo e não
como uma tarefa isolada mais perceberá sentido no seu trabalho e no dos seus colegas.
Estratégia é palavra proveniente da área militar. Na Grécia Antiga, o estrategista era
o grande comandante da cidade. Estratégia é a arte e a sabedoria para tratar questões de
conflito. É tomar decisões para atingir os objetivos propostos em situações de incerteza. É
agregar os recursos certos e usá-los do modo certo. É fazer o que é importante para que os
objetivos sejam atingidos.
Ter visão estratégica de um problema é saber usar a percepção, a
intuição, a sensibilidade, a emoção e a razão na tomada de decisões —
tendo a consciência do que a nossa decisão pode causar na resolução
desse problema e quais conseqüências podem trazer. Visão estratégica
em negócios é perceber o rumo das coisas, quais são as forças que se
opõem aos objetivos da organização, como lidar com elas, quais são as
oportunidades que se abrem e como aproveitá-las bem.
Missão Visão e Valores
Assim como em nossas vidas pessoais temos que ter objetivos, na empresa não é diferente.
A empresa deve definir sua Visão, Missão e Valores afim de que seus talentos saibam onde
a ―empresa quer chegar‖ e lutar para atingir esse objetivo. Vamos utilizar como modelo uma
empresa desenvolvedora de sites.
Visão: É a perspectiva da empresa a longo prazo, onde a empresa pretende chegar dentro
de alguns anos, porem algo atingível. Ex.: Ser a maior e melhor empresa desenvolvedora de
sites do Brasil com 1 filial em cada estado brasileiro.
Missão: È o que a empresa pratica hoje, é realmente as atividades atuais da empresa. Ex.:
Desenvolvimento de sites institucionais, transacionais, com recursos de download, upload,
envio e recebimento de e-mail, vídeo conferencia etc.
Valores: São as qualidades que a empresa apresenta contem adquirida com o passar dos
anos. Ex.: Tradição, Qualidade, Seriedade, Excelência, Competência etc.
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Porque é tão importante divulgarmos dentro de nossa empresa esses conceitos? Para que
todos juntos trabalhem por uma “causa”, temos que motivar nossos talentos a “lutar” por
uma causa que é a Visão da empresa empregando os valores como ferramenta.
Vamos praticar?
Em grupo de 05, crie uma Empresa.
Escolha a estrutura, defina os cargos e visão missão e valores!
Usaremos a frente seu exemplo.
Curiosidade!
Americanas
A história da Lojas Americanas teve o Brasil como palco quase que
por um acaso. Os americanos John Lee, Glen Matson,
James Marshall e Batson Borger partiram dos Estados Unidos em
direção a Buenos Aires com a idéia de lançar uma loja com preços
baixos, no modelo que já fazia sucesso nos Estados Unidos e na
Europa no início do século. No navio em que viajavam, conheceram dois brasileiros
que os convidaram para conhecer o Rio de Janeiro. Na visita ao Rio, os americanos
perceberam que havia muitos funcionários públicos e militares com renda estável,
porém com salários modestos, e a maioria das lojas não eram destinadas a esse
público. As lojas existentes, em geral, vendiam mercadorias caras e especializadas, o
que obrigava uma dona de casa a visitar diferentes estabelecimentos para fazer as
compras. Foi assim que decidiram que o Rio de Janeiro era a cidade perfeita para
lançar o sonhado empreendimento - uma loja de preços baixos para atender àquela
população “esquecida” e que vendesse vários tipos de mercadorias. Eles desejavam
oferecer uma maior variedade de produtos a preços mais acessíveis. Assim, no ano
de 1929, inauguraram a 1ª Lojas Americanas, em Niterói (RJ), com o slogan “Nada
além de 2 mil réis”. A palavra “Loja”, no nome da empresa, foi uma novidade que
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designava um novo estilo de vendas, diferente dos estabelecimentos da época,
denominados “casa”. Nascia ali um conceito vencedor que iria conduzir toda a
trajetória da empresa.
A Lojas Americanas passa a atuar como uma cadeia de lojas de departamento de
descontos, sendo a principal característica desse modelo a garantia de produtos de
grandes marcas com preços competitivos em relação à concorrência. Na busca por
uma loja sem estoques, foram criados os centros de distribuição, os CDs, localizados
no Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. Com o uso dos CDs foi possível a diminuição
dos estoques e perdas, além da otimização da distribuição dos produtos através do
fornecimento diário para as lojas, garantindo os produtos na hora certa e na
quantidade adequada. Além disso, todas as lojas e centros de distribuição são
interligados em tempo real, permitindo um total controle de operações.
No final do ano de 1999 a empresa iniciou a venda de mercadorias através da Internet
criando a controlada indireta Americanas.com. Apesar de ter entrado no mercado já
tarde, em uma época em que explodia a concorrência do comércio eletrônico, ela
cresceu rapidamente com uma grande aceitação do público brasileiro. Lançou o
primeiro sistema de cobrança de cartão de crédito online do país, além de uma
logística que permite entregas rápidas: em torno de 48 horas para qualquer parte do
Brasil. O nome da Lojas Americanas ajudou a alavancar os negócios por ser um nome
já consolidado no mercado e por já haver uma confiança depositada nele pelo
público. Atualmente oferece mais de 30 categorias de produtos, tais como
eletrônicos, CDs, DVDs, informática, eletrodomésticos, livros, games, brinquedos,
papelaria, perfumaria e vinhos, entre outras.
O ano de 2003 teve como principal característica a aceleração do programa de
expansão. Com o objetivo de expandir a rede de lojas, foram inauguradas 13 lojas
convencionais, fortalecendo a presença da companhia em mercados importantes das
regiões Sudeste e Sul do país. O conjunto de inaugurações contemplou também a
abertura, no Rio de Janeiro, das três primeiras lojas “Americanas Express”,
concebidas segundo o “conceito de vizinhança”. São lojas compactas, com
sortimento selecionado, mas com os mesmos padrões de qualidade e preço que
diferenciam a atuação de Lojas Americanas.
O varejo brasileiro apresenta um cenário extremamente competitivo, no qual grandes
grupos nacionais e estrangeiros estão adquirindo cadeias menores, com o objetivo de
obter economias de escala e aumentar a sua participação de mercado. Estes
investimentos em expansão estão sendo acompanhados por outros na melhoria dos
processos de logística e tecnologia da informação, evidenciando o foco na melhoria
da eficiência operacional. Buscando promover a evolução do seu negócio e
acompanhar o ritmo do varejo no país, em 2005 a Lojas Americanas adquiriu o canal
de TV e site de comércio eletrônico Shoptime e realizou uma joint venture com o
Banco Itaú, criando a Financeira Americanas Itaú – FAI, ou Americanas Taií. Em 2006,
dando prosseguimento as operações para a geração de valor da marca, foi criada uma
nova empresa, a B2W – Companhia Global do Varejo, produto da fusão
Americanas.com e do Submarino. No ano seguinte as Lojas Americanas anunciou a
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aquisição da BWU - empresa detentora da marca BLOCKBUSTER® no Brasil - e
somou mais 127 lojas à sua rede. Com as novas aquisições e a expansão da sua
atuação no mercado, a Lojas Americanas garantiu opções de venda via internet,
televendas, catálogos e TV, para um público potencial de 43 milhões de brasileiros.
Escala e estrutura de custos colocaram a empresa numa posição de destaque frente
ao tradicional varejo do país.
Com 78 anos de vida, a empresa conta com 393 lojas nas principais cidades do país.
A rede comercializa mais de 60.000 itens de 4.000 fornecedores diferentes, o que faz
com que a Lojas Americanas detenha uma grande participação do comércio brasileiro
de brinquedos, bomboniere, lingerie e CD’s. Atualmente é considerada uma das
melhores pedidas entre os ativos do setor e recebe recomendação de “compra” pelos
especialistas do mercado. O preço-alvo de suas ações foi estipulado em R$ 22,59 para
dezembro de 2008, valor que gera grande potencial de valorização para o ano vigente.
Tudo isso se deve a importantes pilares de expansão estabelecidos na empresa:
número de habitantes, perfil do consumidor, integração com localização e logística.
Empresa: Lojas Americanas
Site:www.americanas.com
Contato: através do site
Ramo de atividade: varejo diversificado e comércio eletrônico
Faturamento: R$ 5,1 bilhões
Fonte: Casos de Sucesso | Grandes e Pequenas empresas de Sucesso
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APRESENTAÇÃO
O mercado de trabalho na área administrativa é amplo, visto que muitas novas empresas
abrem todos os anos, além de que a maioria das empresas deve ter um setor que cuida do
financeiro e administrativo.
Para se destacar profissionalmente nos serviços gerais, a pró-atividade é um ponto muito
importante, além da vontade de se desenvolver e se atualizar.
OBJETIVOS
Reconhecer e compreender os serviços gerais administrativos;
Distinguir os serviços de apoio administrativo.
ATIVIDADES DE APOIO ADMINISTRATIVO
Independentemente do tipo de organização (pública ou privada) ou do ramo de atividade
(produtiva, prestação de serviços, agropecuária, entre outras), a existência de uma área
administrativa é sempre necessária para o apoio das atividades principais (atividades fins)
da organização.
Atividades administrativas
São diversas as atribuições da área administrativa e, para garantir que a organização como
um todo funcione conforme esperado ou planejado pelos seus dirigentes, é necessária a
existência de rotinas (normas e procedimentos) que devem ser observadas por toda a
comunidade da organização, bem como metas que devem ser perseguidas e alcançadas
por todos.
Normas práticas para serviços administrativos
Planejar as tarefas que serão realizadas durante o decorrer do dia e classificá-las em ordem
de importância e de urgência.
Manter a própria agenda e a agenda do seu chefe sempre atualizada, bem como um
caderno de ocorrências para acompanhamento de assuntos ou processos pendentes
(follow-up).
Serviços gerais
As rotinas de serviços gerais são aplicadas em diversas áreas de empresas públicas ou
privadas, que devem ser seguidas pelos trabalhadores desta área e respeitadas por todos
os demais funcionários e visitantes de uma organização, de forma a garantir que os serviços
sejam bem executados e que os recursos sejam preservados, evitando desperdícios ou
custos desnecessários.
Dicas para serviços gerais
O tempo torna-se maior, quando você supera a capacidade de administrá-lo.
Planeje os recursos.
Reexamine suas prioridades.
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Concentre a atenção naquilo que é essencial.
Estabeleça prazos.
Tome providências imediatas.
As atividades ou rotinas podem variar de acordo com a organização.
Os serviços de apoio administrativos podem ser organizados da seguinte forma:
Serviço de malote;
Serviço de mensageiro;
Serviço de cartório;
Controle telefônico e Serviço de fotocópia.
Serviço de malote
O serviço de malote é um serviço organizado de transporte regular para correspondência e
pequenos valores e deve ocorrer, ou ser implementado, sempre que houver a necessidade
de envio ou recebimento com frequência de grande quantidade de documentos ou valores
entre dois pontos.
Esse serviço pode ocorrer internamente, ou seja, dentro da organização entre
departamentos, setores ou entre unidades da mesma organização, porém separadas
fisicamente (distantes uma das outras - exemplo: Matriz e Filial), ou pode ocorrer
externamente, ou seja, entre organizações diferentes (exemplo: de uma empresa para o
banco - de uma empresa para o escritório de contabilidade, entre outros).
A vantagem da utilização ou implementação de um serviço de malote é a otimização
(economia) dos recursos de envio de documentos e valores para um mesmo local, bem
como o controle de seu conteúdo, garantindo que o que foi enviado foi recebido e vice-
versa. Deve ser estabelecido um horário fixo para o envio do malote, que deve ser do
conhecimento geral de toda a organização.
O horário, por sua vez, dependerá da necessidade
da chegada dos documentos ou valores no local de
destino.
Por exemplo: se os documentos forem destinados
a uma agência bancária e se essa agência fecha às
16h00, o malote deve sair da organização com a
antecipação necessária para que o malote chegue à
agência dentro do horário necessário ou dentro do horário
combinado com a administração do banco.
O horário também poderá ser definido de acordo
com a existência de algum transporte regular (com
frequência e com hora marcada) entre os pontos.
Por exemplo: se diariamente existe um transporte entre
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uma matriz e sua filial, esse transporte pode ser utilizado para o serviço de malote.
A utilização de transportes existentes deve ser
utilizada sempre que possível, para diminuir os gastos da organização e melhor aproveitar
os seus recursos.
Todos os documentos que serão colocados no malote devem ser listados em um caderno
próprio para essa utilização ou em uma lista própria, que poderá ser confeccionada por
computador ou mesmo de forma manual.
Após a confecção da lista, deve existir uma conferência de todos os documentos
para certificar que a lista está preenchida corretamente e que todos os documentos estão
realmente relacionados.
A lista deve seguir dentro do malote ou em anexo (juntamente com o malote).
No recebimento do malote, todos os documentos ou valores devem ser conferidos com a
lista existente, para garantir que tudo que estiver na lista realmente está dentro do malote,
ou seja, está sendo realmente recebido.
Após a conferência, a lista deve ser assinada e todos os documentos registrados em
caderno próprio ou em uma nova lista para consultas futuras.
A conferência e o registro no ato do recebimento é muito importante, pois, se algum
documento não estiver no malote, o responsável pela perda ou reembolso, no caso de
valores, poderá ser o funcionário que assinou a lista de recebimento.
Serviço de mensageiro
O serviço de mensageiro consiste na entrega de
documentos entre os diversos setores ou departamentos de uma
organização, inclusive os documentos recebidos através de malote
ou documentos que serão destinados ao malote.
É importante que todos os documentos sejam registrados e
entregues mediante a assinatura de protocolo, para garantir que o
documento ou valor entregue ao mensageiro foi devidamente
recebido pelo destinatário.
O livro de protocolo pode ser de serviços gerais (quando se tratar de documentos recebidos
de terceiros) e pode ser de propriedade do setor remetente, ou seja, do setor que está
enviando o documento ou valor. Esse livro acompanha o mensageiro e deve ser assinado
pela pessoa responsável pelo recebimento.
O livro deverá retornar ao remetente e será utilizado para consulta no caso de
extravio de qualquer documento ou valores.
O trajeto do mensageiro dentro da organização normalmente é definido pela administração
da organização de acordo com as prioridades de horário entre a remessa e recebimento de
documentos.
Exemplo: a administração pode definir que os boletos bancários recebidos pelo
malote do correio devem ter prioridade sobre os demais documentos (devem ser entregues
primeiro).
Dessa forma, o primeiro trajeto do mensageiro seria da recepção dos documentos até a
tesouraria ou contas a pagar. O mensageiro também pode ser solicitado para entregas
ocasionais.
Serviço de cartório
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O serviço de cartório é semelhante ao serviço de mensageiro, porém sempre ocorre entre
algum setor ou departamento da organização e um cartório.
Pode ser autenticação de documentos, reconhecimento de firmas, registro de contratos,
entre outros serviços prestados.
Normalmente, os documentos enviados ou recebidos dos cartórios são muito
importantes e deve existir muito cuidado em seu transporte, para que não ocorra perda ou
extravio, além de que os serviços são pagos, o que significa que existirá o transporte de
valores. Eventualmente, algum serviço relacionado ao cartório pode não ser entregue no ato
da entrega ou na solicitação. Quando isso ocorre, o cartório emite um documento de
protocolo.
É importante que esse documento seja bem guardado, pois é com a apresentação
do mesmo que o serviço será recebido. De acordo com as instruções do solicitante do
serviço, a guarda do protocolo pode ser do mensageiro ou do próprio solicitante.
Controle telefônico
O serviço de telefonia de uma organização deve ser destinado prioritariamente para
utilização de assuntos relacionados à empresa e deve ser controlado para que não existam
exageros decorrentes de custos desnecessários.
Para garantir que a utilização esteja dentro do nível esperado pela organização, é
importante a existência de um controle de utilização do sistema de telefonia.
O controle da utilização do sistema deve indicar por ramal telefônico (ramais ou linhas
estejam liberados para ligação externa – local ou interurbana): quais os números discados
(celular ou telefone fixo), quais as regiões (local ou interurbano) e o tempo de cada ligação.
Pode existir um controle individual ao lado de cada aparelho (caderno) que deve ser
transcrito para um único controle ou arquivado para futura consulta e conferência com a
conta telefônica.
As ligações constatadas como particulares (bem como os valores correspondentes)
devem ser informadas para o setor de pessoal da organização para que seja aplicado o
devido desconto em folha de pagamento do usuário que efetuou a ligação.
Os sistemas telefônicos atualmente permitem a distribuição de uma senha de acesso
para cada usuário.
Em qualquer ramal em que o usuário for efetuar uma ligação telefônica, é necessária
a digitação da senha antes de discar o número (externo) desejado.
Através dessa senha ou identificação numérica, a central telefônica da organização
pode emitir uma lista por usuário, facilitando o controle e a verificação de eventuais ligações
particulares ou de ligações muito longas.
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Atendimento Telefônico
A comunicação telefônica é essencial para uma
empresa, independente do seu ramo de atividade, uma vez
que grande parte do relacionamento com os clientes,
fornecedores, outras empresas e o público em geral é feita
por telefone.
Falar ao telefone pode parecer muito fácil, mas se engana
quem pensa assim.
O tom de voz, a clareza e a atenção são, entre
outros, alguns cuidados a observar nas comunicações
telefônicas. Estes hábitos só se adquirem com a prática e bons métodos.
A sua responsabilidade como profissional ao fazer ligações ou receber chamadas
telefônicas é muito maior do que se pensa, pois neste momento você está passando uma
imagem sua e da empresa em que trabalha.
O telefone é um importante veículo de comunicação para todo profissional, por se
tratar de um meio de comunicação rápido, eficiente, e por isso, bastante prático.
Familiares e amigos tem de ser prevenidos no sentido de fazer ligações pessoais apenas
em situações de absoluta emergência.
Evite longas conversas desnecessárias principalmente em ambiente de trabalho.
Considerando-se que as pessoas que se comuniquem por telefone não se veem, não
podendo observar reações e expressões faciais, é o tom de voz e a linguagem que
estabelece a simpatia do interlocutor.
Uma voz alegre e profissional (alta, clara e pausada) causa boa impressão, ao contrário
daquela seca e distante.
Normas práticas para atendimento telefônico
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Atender, prontamente, ao chamado, evitando a espera excessiva por parte de quem
deu o telefonema;
Dizer o nome da empresa ou setor, o cumprimento e o seu nome;
Ouvir atentamente o que a pessoa fala;
Falar tranquilamente, com clareza e certa cerimônia, em tom adequado para ser bem
ouvido;
Ser cordial e objetivo, evitando qualquer expressão vulgar, não condizente com um
atendimento profissional;
Se tiver que interromper a ligação por alguns segundos deve explicar e pedir a quem
está na linha que aguarde;
Boa dicção e terminologia correta são imprescindíveis e não deve haver intimidades.
As informações têm de ser precisas, sem ser comprometedoras, pois, podem gerar
ideias erradas e há informações que não podem ser divulgadas.
Evite os diminutivos;
Evite termos como: Meu Bem, Meu Amor, etc.
Quando deixar alguém esperando no telefone agradeça por ter esperado;
Faça sempre uso das expressões: Por favor, Obrigado, Pois não, Desculpe-me, Por
nada;
Não colocar o telefone entre o rosto e o ombro, isso dificulta a dicção;
A distância entre a boca e o aparelho deve ser mais ou menos 3 cm e
Queixas e reclamações telefônicas são desagradáveis para quem às ouve, mas
inevitáveis.
O profissional que atende ligações de clientes deve estar preparado para o caso de
reclamações.
O reclamante pode mesmo não ter razão, mas de qualquer forma, deve ser ouvido
com atenção e consideração.
Procure solucionar o problema o mais rápido possível e jamais tente se livrar do
problema, transferindo a chamada para outra pessoa, a não ser que tenha certeza
de que ela pode resolver.
Serviço de fotocópia
Da mesma forma que o serviço de telefonia, o serviço de fotocópia, cópia xerográfica
ou outras modalidades, deve ser efetuado apenas para documentos relacionados ao
trabalho, podendo ser efetuadas cópias para uso pessoal somente se previstas nas normas
administrativas e, eventualmente, mediante pagamento dos serviços.
Para assegurar que o serviço de cópias esteja sendo utilizado adequadamente e
sem desperdícios, é importante ter um controle de cópias, que deve conter a data, o horário,
o solicitante, o setor ou departamento, o número de cópias e informação sobre o documento
copiado.
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No caso da extração de cópias particulares (se permitido), a informação deve ser
encaminhada para o setor de pessoal para a aplicação
do desconto em folha de pagamento, se não existir o
pagamento antecipado pelo serviço.
Algumas máquinas permitem a digitação de senhas ou
do número dos departamentos por ocasião do início do
serviço de reprodução.
Esses modelos de máquinas ―guardam‖ essa informação
na memória e emitem, quando solicitadas, um relatório
com os números dos usuários ou dos departamentos e a
quantidade de cópias extraídas.
É importante que o serviço de cópias seja executado
mediante um requerimento específico assinado pelo
responsável pelo setor solicitante e que esteja autorizado
a assinar esse tipo de solicitação.
Esse procedimento, bem como a lista de pessoas autorizadas a assinarem a requisição de
cópias, normalmente estão contidas nas normas administrativas da organização.
Um detalhe importante de segurança nesse serviço é a retirada de folhas que tenham sido
presas em seu trajeto no interior da máquina de cópias.
A retirada da folha e troca do cartucho de toner deve ser efetuada por pessoal treinado para
evitar acidentes.
Normas práticas para recepção do visitante
Procure informar-se quanto ao nome da visita.
Procure saber também a qual organização pertence e qual o
propósito da visita.
Visitas frequentes devem ser atendidas com o mesmo bom
humor.
Demonstre reconhecimento pelo nome.
Seja cortês e prestativo.
Manifeste vontade de ajudar o visitante a alcançar seus
propósitos.
Jamais julgue um visitante ou cliente pela aparência.
Cumprimente o visitante com entusiasmo.
Deixe transparecer que a visita de qualquer pessoa é muito importante para
empresa.
Proteja o tempo de seu executivo e resolva você mesmo tudo o que estiver ao seu
alcance.
Cuide da sua postura, da sua sala e preocupe-se também com uma comunicação
clara.
Ao cumprimentar seu visitante, fixe-os nos olhos, sorria e ponha-se à disposição.
Ao conduzir o visitante à sala do executivo, caminhe lado a lado com ele, abra a
porta sem ficar de costas, peça para que sente e apresente-o ao gerente e saia da
sala.
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Evite interromper a entrevista, exceto em caso de urgência.
Em caso de telefonemas comunique seu chefe por escrito e ele saberá como agir.
CONCLUSÃO
Os serviços gerais administrativos dependem da característica e dos procedimentos internos
de cada empresa e a atuação do Auxiliar Administrativo está presente em cada etapa destes
procedimentos, se integrando a toda rotina administrativa. Priorizar o que é importante no
momento e mostrar seu potencial a todo o momento é o seu grande desafio profissional.
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APRESENTAÇÃO
Nesta unidade apresentaremos como separar, protocolar e organizar documentos e
correspondências e reconhecer os principais documentos utilizados na rotina diária
administrativa.
OBJETIVOS
Saber e aplicar a organização interna de documentos e correspondência;
Separar, protocolar e organizar documentos e correspondências;
Distinguir os tipos de documentos de uma empresa.
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SEPARAÇÃO E PROTOCOLO
A manipulação de documentos e correspondências é constante, onde a separação, o
protocolo e a organização são atividades de rotina administrativa.
Ambos são redigidos na forma de texto empresarial porém possuem aplicações distintas.
Processo de comunicação
Em um processo de comunicação temos os seguintes elementos: contexto, emissor,
mensagem, receptor, veículo e o código da mensagem.
TODO FEEDBACK É POSITIVO!
Comunicação por correspondência
A correspondência é um instrumento de
comunicação e insere todos os seus
elementos.
Na correspondência o emissor torna-se
remetente, o receptor torna-se destinatário e
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pressupõe o ato ou efeito de corresponder-se (retorno) e requer acompanhamento,
principalmente, no âmbito empresarial. O que determinará o tipo de correspondência é a
análise da relação entre receptor e destinatário. Há três tipos de correspondência:
Familiar ou social - trata de assuntos variados, desde felicitações, convites e avisos até
solicitações e pêsames. A linguagem utilizada pode ser informal e dependendo do contexto
formal;
Oficial - correspondência dirigida a autoridades
ou órgãos públicos, eclesiásticos ou militares.
A forma de tratamento depende da pessoa a
quem se envia a mensagem, exemplos:
Vossa Senhoria (V.Sa.) – para autoridades;
Vossa Excelência (V. Exa.) - para altas
autoridades;
Vossa Reverendíssima (V. Revma.) - para
sacerdotes.
Comercial - trata de assuntos ligados à vida do comércio, da indústria, dos bancos,
escritórios e empresas. Tem por objetivo estabelecer um relacionamento entre as empresas,
ou entre as pessoas e as empresas. A linguagem utilizada nesse tipo de correspondência
deve ser formal, objetiva, simples, elegante e correta.
Documentação
Documentação é um conjunto de técnicas cujo objetivo primordial é a produção,
sistematização, distribuição e utilização de instrumentos de comunicação.
A documentação se refere à facilidade de acesso
às informações e conhecimentos especializados.
Natureza do documento
De acordo com a sua origem o documento pode ser:
Comercial; Científica e Oficial.
Tratamento de documentos
O processo de documentação com recebimento, separação, leitura, classificação e
arquivamento organizado de documentos segue as seguintes etapas:
Registrar a entrada e saída de documentos (Exemplo: livro de protocolo);
Conferir notas fiscais, faturas de pagamentos e boletos;
Tirar documentos;
Distribuir documentos;
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Conferir dados e datas;
Verificar documentos;
Identificar irregularidades nos documentos;
Conferir cálculos;
Submeter pareceres;
Classificar documentos;
Arquivar documentos.
Processo de entrada
A informação necessita ser tratada e organizada da fonte geradora à armazenadora,
para que o produto final seja repassado aos usuários satisfatoriamente.
O documento contém dados de grande importância para as decisões administrativas.
O registro de entrada do documento é efetuado no setor de protocolo, que tem como
atividade principal: executar as atividades de movimentação, controle e expedição de
requerimentos, processos e outros documentos, atendendo com presteza às solicitações
dos usuários sobre o andamento dos processos e papéis de seu interesse.
No setor de protocolo, a ausência de técnicas e métodos apropriados, bem como
usos inadequados, prejudicam o correto arquivamento do documento no seu destino final,
após a tramitação.
Consequentemente, os usuários e administradores serão penalizados com a
lentidão, a imprecisão e a inconfiabilidade quando solicitarem informações.
Processo de tramitação
Após o registro no protocolo, o documento é encaminhado a setor ou autoridade para as
providências necessárias em função da conclusão do assunto. O documento pode sair do
setor de protocolo sob a forma original em que deu entrada, ou sob a forma de processo,
recebendo uma capa. Irá formar um dossiê, até chegar à conclusão, passando por diversas
autoridades, recebendo pareceres e até anexos.
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Processo de arquivamento
Após a tramitação e conclusão do assunto tratado no documento, ele é destinado a sua
etapa final - o arquivamento. Geralmente, o arquivamento inicial é feito no arquivo setorial.
Após cinco anos, o documento irá para o setor de avaliação de documentos, se ainda
apresentar validade, ou para o descarte.
Tipos de documentos
Os instrumentos de comunicação que circulam no departamento administrativo são
separados em documentos e correspondências. Os documentos administrativos podem ser:
ata, edital, estatuto, declaração e atestado, procuração, comunicado ou avisos, convocação,
etc.
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Estudaremos estes documentos mais afundo na disciplina de Redação Técnica!
Tipos de documentos que circulam no setor financeiro
Vamos praticar???
Exemplos:
Duplicata
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Boleto Bancário
Recibo
Nota Promissória
Cheque
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Arquivologia
Para organizar com sucesso documentos e correspondências, é preciso
conhecer os conceitos básicos que envolvem a atividade do setor de arquivologia.
A arquivologia é a área que estuda arquivo e organização de documentos e é
também chamada de arquivística, concursos públicos para área administrativas cobram os
conhecimentos teóricos que estudaremos a seguir.
Site: http://www.questoesdeconcursos.com.br/pesquisar/disciplina/arquivologia
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Conceitos fundamentais
Arquivo
Conjunto de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter
público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem
como por pessoa física e jurídica, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza
dos documentos (Definido pela Lei Federal para Política nacional de arquivos públicos e
privados nº 8.159/91, art. 2º).
Acervo
Totalidade dos documentos sob custódia de um arquivo.
Ex.: _________________________________________
Gestão de documentos
Conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à produção, tramitação, uso,
avaliação e arquivamento dos documentos em fase corrente e intermediária, visando a sua
eliminação ou recolhimento para guarda permanente (Lei Federal nº 8.159/91, art. 3º).
Ex.: _________________________________________
Arquivamento
Sequência de operações que visam à guarda ordenada de documentos. Ação pela qual uma
autoridade determina a guarda de um documento, cessada a sua tramitação.
Ex.: _________________________________________
Documento corrente
Aqueles documentos em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam objetos de
consulta frequente. São armazenados em Arquivos Correntes.
Ex.: ______________________________________
Documento intermediário
Documento que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse
administrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.
São armazenados em Arquivos Intermediários.
Ex.: _________________________________________
Documento permanente
Documento de valor histórico, probatório e informativo, que deve ser definitivamente
preservado.
É armazenado no arquivo permanente.
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Ex.: _________________________________________
Avaliação de documentos
Processo de análise e seleção de documentos de arquivo, que estabelece sua destinação
de acordo com os valores que lhes são atribuídos.
Ex.: _________________________________________
Arquivo privado
Conjunto de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em
decorrência de suas atividades (Lei Federal nº 8.159/91, art. 11).
Ex.: _________________________________________
Arquivo público
Conjunto de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por
órgãos públicos de âmbito federal, estadual, municipal, e do Distrito Federal, em decorrência
de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias permanentes (Lei Federal nº
8.159/91, art. 7º).
Arquivo integrante da administração pública.
Ex.: _________________________________________
Teorias das três idades
Teoria segundo a qual os arquivos são caracterizados como correntes, intermediários ou
permanentes, de acordo com a identificação dos valores primário e secundário dos
documentos, considerando-se sua natureza, tratamento e utilização.
Ciclo vital dos documentos
Sucessivas fases por que passam os documentos de um arquivo, da sua produção até a
sua eliminação ou guarda permanente.
Destinação
Em decorrência da avaliação, encaminhamento dos documentos à guarda permanente, à
eliminação e/ou reprodução.
Espécie documental
Divisão de gênero documental, que reúne tipos documentais por suas características
comuns de estruturação da informação, como ata, carta, decreto, fotografia, memorando,
ofício, plantas, relatório.
Gênero documental
Reunião de espécies documentais que se assemelham por
seus caracteres essenciais, particularmente o suporte e a
forma de registro da informação, como documento
filmográfico, sonoro, audiovisual, cartográfico, iconográfico,
informático, micrográfico, textual.
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Manutenção de documentos
O arquivamento de documentos consiste na colocação do documento no lugar a ele
destinado (estante, arquivo, prateleira ou pasta), e deve ser feito diariamente, pois, quando
os documentos se acumulam, acabam ocorrendo problemas (perda, extravio ou dano).
Se por acaso existirem documentos que necessitem ficar para arquivamento no dia
seguinte, recomenda-se a guarda dos mesmos em armários.
Antes de guardar qualquer documento, a empresa ou a área responsável pelo arquivo da
empresa deve elaborar um quadro de avaliação de documentos.
O quadro de avaliação de documentos consiste em orientações para o tratamento dos
documentos, por tipo de documento (corrente, permanente e intermediário).
No quadro de avaliação devem constar os seguintes dados:
a fase ou tipo do documento;
a descrição do grupo de classificação deste documento;
o conteúdo ou assunto de cada documento.
Algumas medidas devem ser tomadas, antes do arquivamento, para assegurar a
conservação dos documentos:
perfurar os documentos uniforme e adequadamente;
retirar clipes e alfinetes, e utilizar o grampeador com grampos de alumínio;
dobrar os documentos adequadamente, se excederem os tamanhos padronizados, e
desdobrar caso seja necessário;
Arquivamento de recortes
Devem ser arquivados em pastas, por assunto, e após devem ser colocados em folhas
soltas de papel tamanho ofício.
Se for um artigo que tenha continuação no verso, o recorte deve ser guardado em envelope
que também será colocado em folha de papel.
No alto e à direita do recorte, deverá ser anotada a data e fonte de onde ele foi extraído,
como também o assunto da pasta de arquivamento.
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Clipping
É uma expressão idiomática da língua inglesa,
uma "gíria", que define o processo de
selecionar notícias em jornais, revistas, sites e
outros meios de comunicação, geralmente
impressos, para resultar num apanhado de
recortes sobre assuntos de total interesse de
quem os coleciona. Pode-se também
desenvolver o trabalho de clipagem em redes
sociais, blogs, webjornais, rádio e televisão.
Para isso, há inúmeras ferramentas que
colaboram para a agilidade do trabalho.
Classificação de arquivamento
A classificação do arquivamento de documentos pode ser da seguinte forma:
Alfabético;
Numérico;
Alfanumérico;
Assunto em ordem alfabética;
Assunto em ordem de codificação;
Cronológico;
Origem ou destino em ordem alfabética;
Origem ou destino em ordem de codificação;
Geográfico e Natureza do documento.
Organização do arquivo
Arquivo é o conjunto de documentos organizados.
Podem ser ativos, inativos ou arquivo morto. Deve ser montado de forma a oferecer:
Segurança;
Precisão na organização;
Simplicidade;
Flexibilidade e
Facilidade de acesso.
Centralização de arquivamento
A centralização do arquivo de documentos oferece algumas vantagens, que são:
Eficiência;
Responsabilidade;
Economia;
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Uniformidade;
Concentração e Utilização.
Guarda e conservação
Os seguintes procedimentos devem ser seguidos para que haja a guarda e conservação
adequada dos documentos:
Fazer o arquivamento diário de pastas e papéis;
No momento de arquivar um documento, confrontar o conteúdo e o número da pasta
para evitar engano;
Manter uma sequência estritamente cronológica - não grampear e não arquivar
juntas a correspondência recebida e a expedida;
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Marque com um ―V‖ as alternativas verdadeiras e com ―F‖ as alternativas falsas:
1) ( ) Em um processo de comunicação temos somente os seguintes elementos: emissor,
mensagem e receptor.
2) ( ) Correspondência comercial trata de assuntos ligados à vida do comércio, da indústria,
dos bancos, escritórios e particulares.
3) ( ) Documentação é um conjunto de técnicas destinadas a produção, sistematização,
distribuição e utilização de instrumentos de comunicação.
4) ( ) Os instrumentos de comunicação que circulam no departamento administrativo são
separados em documentos e e-mails.
5) ( ) Correspondência é a comunicação não-verbal entre os setores da empresa.
6) ( ) O e-mail e comunicados via redes sociais são correspondências eletrônicas.
7) ( ) A centralização do arquivo de documentos oferece vantagens como eficiência e
economia.
8) ( ) O arquivamento de documentos consiste na colocação do documento no lugar a ele
destinado.
9) ( ) A arquivologia é a área que estuda a organização física dos arquivos.
10) ( ) Documento permanente possui valor histórico, probatório e informativo, que deve ser
definitivamente preservado.
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APRESENTAÇÃO
Neste módulo entenderemos como se estrutura uma empresa e seus processos
administrativos na gestão de pessoas, bem como conheceremos as rotinas administrativas e
reconhecer as estratégias de marketing.
OBJETIVOS
Distinguir as Rotinas Administrativas;
Conhecer e entender a Estrutura Empresarial;
Conhecer e entender o Processo Administrativo;
Conhecer a Gestão de Pessoas;
Reconhecer as Rotinas Administrativas;
Reconhecer as Estratégias de Marketing.
Estrutura das organizações
Para atender o nível de qualidade exigido pelos clientes e manterem-se competitivas
no mercado, as empresas precisam estar bem estruturadas. Em termos gerais, essa
estrutura básica de uma empresa é composta por três áreas:
OS SETORES ADMINISTRATIVOS
Recursos Humanos
A Área de RH mantém estreito relacionamento com a operacional.
Participa dos processos de mudança da empresa;
Acompanha procedimentos em caso de acidentes (com clientes internos e externos);
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Área Jurídica
A área de operação também utiliza os serviços da Área Jurídica, principalmente nas
situações em que se faz necessária a intervenção de um advogado, como nos casos de
acidentes que resultem em responsabilidade legal para a empresa, questões trabalhistas,
etc.
Área Financeira
O relacionamento com a Área Financeira ocorre na prestação de contas de numerários e no
recebimento de informações.
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Diretoria
A Área de Operação fornece dados à Diretoria sobre necessidade de ampliação e
renovação da frota, para que a diretoria autorize ou não a compra de novos veículos, de
acordo com o planejamento estratégico.
A Diretoria também recebe relatórios mensais de resultados da área e, dentre outras
ações, define metas para a Operação.
Tecnologia e Informação
É a área responsável pelo desenvolvimento de sistemas de informações e serviços para
toda a empresa, além de suporte e manutenção a todas as áreas informatizadas.
Setor Manutenção
A Manutenção tem a função de fornecer à Área de Operação equipamentos em perfeitas
condições de funcionamento, para que este setor possa dispor regularmente máquinas para
operar e em reserva operacional.
PROCESSOS ADMINISTRATIVOS
O Processo Administrativo envolve uma série de atividades relacionadas com o
suporte das atividades operacionais da empresa. É considerado uma atividade-meio para a
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realização do serviço. Também pode ser chamado de um conjunto de atividades de suporte
à operação, ou seja, suporte à realização dos serviços.
Em uma empresa, as principais atividades que estão inseridas no processo
administrativo são:
Suprimento
Subprocesso administrativo que está relacionado com todo o processo de compra para a
empresa. As atividades envolvidas estão relacionadas com a solicitação do pedido de
compra pelo almoxarifado, cotação de preços, negociação de prazo de entrega, condições
de pagamento e controle de entrega.
Almoxarifado
Atividade relacionada com o estoque de peças, acessórios e material de escritório
necessário à realização da atividade de transporte.
Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC)
Envolve atividades relacionadas com a recepção da
empresa e as atividades de atendimento ao cliente.
SAC
O serviço de SAC é sempre encontrado nas empresas e,
além de ser determinante para a receita da empresa, pode
servir como forma de avaliar a satisfação dos clientes e de
traçar ações de melhoria. Portanto, essa atividade
administrativa requer a organização e o tratamento das
sugestões e reclamações dos clientes, buscando sempre a
melhoria dos serviços ofertados.
Exercício:
Sobre SAC, é assim?
Relate uma experiência enquanto cliente?
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Como você avalia o atendimento recebido. Como você faria?
Processo administrativo: Serviços Gerais
Subprocesso relacionado com serviços de apoio administrativo como despacho de
documentos e correspondências, reprografia, serviços externos e serviços auxiliares,
como:
Serviços de manutenção;
Serviços de transporte;
Serviços terceirizados e Serviços de limpeza.
Serviços de manutenção
De vital importância para uma organização é a utilização e a manutenção adequada de seu
bens (máquinas, equipamentos, mobiliários e instalações), tanto que, normalmente, existe o
setor patrimonial responsável pelo controle e registro individual (valor contábil) de cada item
material.
Existem os seguintes tipos de manutenção: a manutenção preventiva (a reforma também
pode ser considerada como manutenção), a manutenção corretiva e a manutenção de
melhoria (up-grade) do equipamento (reforma com atualização tecnológica ou melhoria de
funções).
A manutenção preventiva (periódica ou programada) ocorre por antecipação.
Manutenção preventiva
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Exemplo de manutenção preventiva: o automóvel vem com
um manual que contém a lista de itens a serem examinados
periodicamente ou de acordo com a quilometragem rodada.
Essa manutenção é efetuada para manter o equipamento
sempre em boas condições de uso e é chamada
preventiva, pois previne quebras e interrupções de trabalho.
Exemplo:
Manutenção em Hotelaria
Muitos de nós por vezes esquece-mo-nos da importância deste departamento num hotel.
Mas na verdade é este departamento que faz com que o hotel funcione eficientemente,
desde as condutas de água, esgotos, circuitos eléctricos equipamentos e muito mais. Farei
nas próximas linhas uma brevíssimo resumo do que deverá ser a gestão de manutenção.
Mas para explicar a Gestão de Manutenção terei de começar por explicar os tipos de
manutenção:
Manutenção Correctiva:
É um tipo de manutenção que visa ser feita quando o equipamento demonstra uma falha ou
avaria. Este tipo de manutenção divide-se em Manutenção correctiva planeada ( que vida
corrigir falhas de modo a manter a capacidade produtiva do equipamento) e Manutenção
Correctiva não planeada (que ocorre quando o equipamento avaria e deixa de funcionar).
Manutenção Preventiva:
É uma manutenção realizada com a intenção de reduzir ou evitar quebras de desempenho
ou funcionamento do equipamento.
Manutenção Preditiva:
Este tipo de manutenção visa realizar ajustes nos equipamentos que sejam susceptíveis de
ser ajustados ao longo do período de vida do equipamento. Alguns autores consideram esta
manutenção também como Correctiva.
Na Hotelaria a mais adequada é a Manutenção Preventiva, pois todos os equipamentos
deverão estar aptos para funcionar correctamente visto que a sua utilização é muitas vezes
preponderante para o funcionamento do hotel, ou de um serviço do mesmo. Para que se
possa ter uma Gestão de Manutenção devidamente adequada e organizada o Director de
manutenção deverá ter um dossier para cada equipamento ou conjunto de equipamentos
similares:
Nesse dossiê deverão constar os seguintes documentos:
- Manual de instruções do equipamento;
- Dados do fornecedor, fabricante, Garantia, e contacto dos serviços de apoio técnico;
- Factura de prova de compra do equipamento ( ou uma cópia);
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- Mapa de Manutenção preventiva;
- Mapa de Intervenções;
- Gráfico de Intervenções: período de vida do equipamento X Custo de Interversão.
Quanto aos três primeiros documentos não há muito a dizer, porque sabemos a que se
referem, no entanto os três últimos documentos é que assumem um papel importante para
que se possa executar uma eficiente Gestão da Manutenção.
Mapa de Manutenção Preventiva
Nome do
Equipamento
ID interno do
equipamento
Periodicidade
Ex: (quinzenalmente)
Componentes O que Fazer Data Colaborador Observações
Discriminação
dos
componentes
a analisar
O que fazer , ou
ter em atenção
para cada
componente do
equipamento
Data a
realizar a
manutenção
Nome e
assinatura de
quem fez a
manutenção
Registro de anomalias
registradas, ou outra
informação importante
a registrar.
Com este mapa podemos de modo fácil e eficaz de planear toda a manutenção para cada
equipamento: Vantagens:
- Diminui a possibilidade de avarias;
- Melhora o funcionamento dos equipamentos;
- Permite prever algumas falhas e corrigi-las antes que o equipamento avarie;
- Diminui custos;
-Aumenta o Período de Vida do equipamento;
- Melhora a segurança de quem utiliza esses equipamentos;
- Existe sempre um registo histórico do equipamento actualizado.
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Mapa de Intervenções
Data Componente
substituído
Custo da
Intervenção
Tempo de
Inatividade do
Equipamento
Colaborador Observações
Custo Total
das
Intervenções
Este mapa e gráfico permite de modo fácil e eficaz de saber que componentes foram
substituídos, quando foram substituídos e o custo que está associado à mesma intervenção.
Assim podemos ter uma análise mais viável que peças são susceptíveis de serem mais
vezes substituídas, o tempo em que o equipamento teve inactivo para a intervenção, de
quando é adequado substituir o equipamento.
Este pequeno resumo poderá ser perfeitamente adequado ao seu hotel, pois muitas das
vezes temos elevados custos e não sabemos de que equipamentos são assim torna-se mais
simples e fácil de saber que equipamentos tem desperdícios, evita avarias em momentos
inesperados, mantém a segurança de quem manuseia esse equipamentos e diz-nos com
rigor quando devemos substituir um determinado equipamento.
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Departamento Pessoal
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA
Um Pouco de História
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi criada pelo Decreto-Lei nº 5.452,
de 1 de maio de 1943 e sancionada pelo presidente Getúlio Vargas, consolidando e
unificando toda legislação trabalhista existente no Brasil.
Após a criação da Justiça do Trabalho em 1939, a CLT tornou-se uma
necessidade institucional. A primeira ideia era criar de uma só vez a Consolidação das
Leis do Trabalho e da Previdência, mas essa hipótese foi descartada logo na
primeira reunião.
Hoje a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a principal norma
legislativa brasileira referente ao Direito do Trabalho e o Direito Processual do
Trabalho. Seu objetivo principal é regulamentar as relações individuais e coletivas
do trabalho, nela previstas.
O contrato de todo empregado que trabalha para uma entidade particular, é
regido pela CLT, (por vezes chamado de ―celetista‖). São exceções os servidores
públicos, os profissionais autônomos ou pessoas jurídicas.
A CLT, no entanto apresenta um ponto passível de crítica: as mesmas leis que
regem o trabalho em uma grande empresa, uma multinacional, por exemplo, são as que
regem a contratação de um funcionário por um comerciante, por exemplo.
Já a Legislação Previdenciária tem sua origem em tempos mais distantes.
Previdência significa antevidência, ou qualidade de previdente. Ser previdente é ser
cauteloso e prudente. Por volta de 1880, alguns trabalhadores e políticos já
pensavam em garantir o seu futuro, findada a sua capacidade de produzir nas
mesmas condições dos jovens trabalhadores.·.
O início do processo de consolidação da Legislação Previdenciária se deu
em 1923, com a criação da Lei Elói Chaves (Decreto no. 4.682). Essa Lei determinou a
criação de um Caixa de Aposentadoria e Pensões para os empregados de cada
empresa ferroviária. Também neste mesmo ano, foi criado o Conselho
Nacional do Trabalho (Decreto no. 16.037) com atribuições de decidir questões
relativas à Previdência Social.
A partir daí, nos dezesseis anos que se seguiram, foram criados vários
decretos baseados na Lei Elói Chaves, estendendo os direitos previdenciários a
outros vários segmentos de trabalhadores. Em 1936, foi criado o Instituto de
Aposentadoria e Pensões dos Industriários. O Instituto de Previdência e Assistência dos
Servidores do Estado (INPS) surgiu em 1938.
Em 1939, foi reorganizado o Conselho Nacional do Trabalho, criando-se a
Câmara e o Departamento de Previdência Social. Com a aprovação da CLT em
1943.
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Consolidação das Leis Previdenciárias.
O Departamento Nacional da Previdência Social foi criado em 1946, que em pouco
tempo passou a se chamar Ministério da Previdência Social e depois Ministério da
Previdência e Assistência Social. Algumas reformas na Previdência foram
instauradas de lá para cá e os Decretos não pararam de aparecer, com o objetivo de
atender mais diretamente as Necessidades de segmentos específicos de
trabalhadores, até chegar ao modelo de Previdência que temos hoje.
Hierarquia das Leis
Dentro da constituição do Sistema Jurídico Nacional, é prevista uma
hierarquia de normas, as quais devem ser obrigatoriamente respeitadas:
1) Constituição Federal;
2) Medidas Provisórias, Leis Ordinárias e Leis Complementares;
3) Decretos;
4) Portarias, Instruções, Pareceres e Orientações Normativas;
5) Atos Declaratórios e Ordens de Serviço.
Na esfera trabalhista ainda temos:
Sentenças;
Jurisprudência;
Enunciados e Súmulas;
Precedentes Normativos
Há ainda a necessidade de se observar as sentenças normativas: acordos e
convenções coletivas e decisões em dissídios coletivos.
Relação de Emprego
Empregador:
O art. 2º. da CLT dispõe:
Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo
os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal
de serviços.‖
OBS.: Para ser considerado ―empregador‖, não há necessidade da empresa
estar formalmente constituída. Podem ser empregadores:
Empresas constituídas formalmente ou não, profissionais liberais, instituições
de beneficência, associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos e
autônomos.
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Empregado:
O art. 3º. da CLT dispõe:
―Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza
não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.‖
Há vínculo ou contratação trabalhista quando houver:
a) Trabalho pessoal: não pode ser substituído por outro;
b) Trabalho de natureza não eventual;
c) Subordinação e dependência: necessidade de comando orientação
para a execução da tarefa;
d) Remuneração;
e) Trabalhador que não corre o risco da atividade.
Para diferenciar uma contratação trabalhista de outros tipos de contratações há de
se considerar, concomitantemente:
a) Trabalhos que não exijam pessoalidade;
b) Trabalhos que sejam eventuais;
c) Trabalhos não subordinados (inexistência de horário, controle etc)
d) O prestador do serviço assume o risco da atividade.
CONTRATOS DE TRABALHO
Tipos de contratação de mão-de-obra
EMPREGADO (CELETISTA):
O contrato de trabalho produz direitos e deveres, tanto para o empregado quanto
para o empregador. É importante lembrar que este tipo de contrato não precisa ser,
necessariamente, escrito ou registrado na Carteira de Trabalho.
Os contratos podem ser por prazo determinado ou por prazo indeterminado.
PRAZO DETERMINADO:
Determinar corretamente o prazo, quando houver, é de extrema
importância para a empresa, pois pode favorecê-la na rescisão contratual,
atribuindo ônus menores (ex.: dispensa da multa de 40% do FGTS e aviso
prévio) ou ônus maiores (ex: indenização de 50% do período faltante).
Os contratos por prazo determinado podem ser de dois tipos:
CONTRATO DE EXPERIÊNCIA:
Este contrato não pode exceder o período máximo de 90 dias e pode ser
prorrogado uma única vez, dentro desse período.
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CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO:
É também um tipo de contrato, cuja duração pode ser, no máximo, de 2 anos.
Este contrato também pode ser prorrogado uma única vez, neste período.
PRAZO INDETERMINADO
Após o vencimento dos contratos por prazo determinado (sejam eles de
qualquer um dos dois tipos mencionados acima), o contrato de trabalho passa a ser,
automaticamente, indeterminado; ou seja, o trabalhador não terá uma data certa para
deixar o emprego, bem como o empregador poderá solicitar a sua rescisão, desde que
arque com todos os encargos estabelecidos para a rescisão convencional (sem
justa causa ou com justa causa).
AUTÔNOMOS:
Deve haver um contrato escrito. Neste caso o contratado não é subordinado e
nem dependente da empresa.
O contrato pode ser por prazo determinado ou por prazo indeterminado.
Não são consideradas contratações válidas juridicamente:
a) Empreitadas com pessoas físicas: trabalhadores não registrados, não
exigência dos recolhimentos sociais, riscos cíveis e penais;
b) Contratações verbais: ausência de provas quanto aos parâmetros da
contratação;
c) Contratação de ex-empregados.
TERCEIRIZADOS:
Enquadra-se aos seguintes serviços:
a) Construção Civil (empreitadas ou subempreitadas) previstas nos artigos
610 a 626 do novo Código Civil e Art. 455 da CLT;
b) Limpeza e Conservação;
c) Manutenção;
d) Vigilância;
e) Segurança e Transporte de Valores;
f) Transporte de Cargas e Passageiros
g) Serviços de Informática
Não são consideradas contratações válidas juridicamente:
a) Exigência de pessoalidade na contratação;
b) Contratações verbais;
c) Não exigência de subordinação jurídica;
d) Contratação de ex-empregados;
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e) Contratação de pessoas jurídicas para a atividade fim da empresa ou não
prevista em legislação específica.
MÃO-DE-OBRA TEMPORÁRIA:
O empregado temporário pode ser contratado para atender a uma necessidade
temporária de substituição do funcionário efetivo ou a um acréscimo de serviços.
Prazo máximo: 3 meses. Pode ser prorrogado uma única Intermediação
obrigatória de uma empresa de prestação de serviços temporários.
Não são consideradas contratações válidas juridicamente:
a) Contratação de ex-funcionário;
b) Contratação Verbal.
COOPERADOS:
Devem ser participantes de cooperativas instituídas nos termos da Lei 5.764/71
e prestando serviços de acordo com o art. 442 da CLT e Portaria MTB 925/95.
Não são consideradas contratações válidas juridicamente:
a) Contratação de e Exigência de pessoalidade na contratação;
b) Contratações verbais;
c) Não exigência de subordinação jurídica;
d) Contratação de ex-empregados;
Contratação de pessoas jurídicas para a atividade fim da empresa ou não
prevista em legislação específica.
ESTAGIÁRIOS:
Podem ser estagiários estudantes que estiverem frequentando o
ensino regular, em instituições de educação superior; de educação profissional, de
ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na
modalidade profissional da educação de jovens e adultos. (art. 1º da Lei nº
11.788/2008).
Alguns procedimentos formais devem ser estabelecidos entre a empresa
concedente, a instituição de ensino e o estagiário.
A empresa poderá, ou não, conceder uma bolsa-auxílio ao estagiário.
Em 2008, surgiu a nova Lei de Estágio. O Ministério do Trabalho e
Emprego apresenta uma cartilha, tirando as principais dúvidas, através do link
http://www.mte.gov.br/politicas_juventude/Cartilha_Lei_Estagio.pdf.
Poder Disciplinar
É direito do empregador, aplicar punições ao empregado que não cumpra com
as suas responsabilidades estabelecidas no contrato de trabalho. É importante que a
punição seja aplicada imediatamente e corresponda à gravidade do ato faltoso, cometido
pelo empregado. Se o empregador demorar para aplicar a punição, essa demora pode
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ser entendida, judicialmente, como perdão do empregador.
Exemplo: um empregado faltou pela primeira vez, sem justificativa. Além de
efetuar os descontos cabíveis, este funcionário poderá receber uma advertência
verbal ou por escrito. O empregado torna a faltar novamente, sem
justificativa. Pode-se aplicar nova advertência ou uma suspensão de um dia. Persistindo,
a empresa poderá aplicar uma suspensão de três dias e após, até mesmo uma
dispensa por justa causa, em razão de desídia.
Há de se destacar aqui a importância de se utilizar o bom senso e do uso da razão
para analisar o ato do empregado.
Suspensão do Contrato de Trabalho
Uma suspensão do contrato de trabalho pode ser caracterizada
pela não exigência de algumas cláusulas específicas, enquanto que outras cláusulas
acessórias devem ser seguidas. O tempo suspenso não é contado como tempo
trabalhado. Ex.: não há a exigência do trabalho, por parte do empregado, e nem do
pagamento de salário, por parte do empregador.
Porém, como o vínculo empregatício ainda existe, o empregado não poderá
violar um segredo da empresa, não poderá fazer concorrência e nem falar mal da
empresa, por exemplo.
São exemplos de suspensão: licença não remunerada;
Afastamento por doença após os primeiros 15 dias;
Suspensão disciplinar;
Aposentadoria provisória;
Acidento do trabalho;
Serviço militar obrigatório;
Exercício de cargo público não obrigatório (vereador, por exemplo);
participação em greve;
Desempenho de cargo sindical com afastamento; participação em
curso.
Programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador desde
que seja aceito pelo empregado e previsto em convenção ou acordo coletivo.
Durante a suspensão, o empregador pode oferecer uma ajuda mensal
desvinculada do salário bem como tem a obrigação de não dispensar o empregado, até o
prazo mínimo de 3 meses após o seu retorno, sob pena de pagamento de multa
mínima equivalente a uma remuneração do empregado.
Interrupção do Contrato de Trabalho
Já no caso da interrupção do contrato de trabalho, o tempo de serviço continua
sendo contado e o empregador continua com a obrigação de pagar o salário do empregado
ainda que este não retribua com trabalho.
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Exemplos de interrupção: domingos e feriados, férias, ausências legais
autorizadas*, afastamento por maternidade, os 15 primeiros dias no caso de afastamento
por doença ou acidente de trabalho, aviso prévio indenizado, comparecimento em
juízo, comparecimento em vestibular etc.
* AUSÊNCIAS LEGAIS AUTORIZADAS:
• 2 dias consecutivos por falecimento do cônjuge, ascendente,
irmão ou dependente;
• 3 dias consecutivos por casamento;
• 1 dia para cada 12 meses trabalhados, por doação de sangue;
• 2 dias por alistamento eleitoral;
• 5 dias por nascimento de filho (para homens).
Acordos, Convenções e Dissídios Coletivos
Por força de disposição legal, todos os empregados e empregadores são
representados por sindicatos. Os sindicatos dos empregadores recebem o nome de
categoria econômica ou patronal, os sindicatos dos empregados, categoria
profissional.
A CLT define a hierarquia sindical da seguinte forma: associações, sindicatos,
federações e confederações, respectivamente. As Centrais Sindicais (CUT, Força
Sindical, CGT etc), apesar de serem entidades jurídicas com legitimidade de
representação aceita pelo Governo, não possuem reconhecimento legal.
O Acordo Coletivo existe quando os sindicatos de categoria profissional o fazem
com uma ou mais empresas desta categoria, estipulando condições de trabalho no
âmbito da empresa. O Acordo Coletivo não pode ferir uma cláusula constante em uma
Convenção Coletiva.
A Convenção Coletiva é o acordo entre dois ou mais sindicatos de
categorias profissionais e patronais, estipulando condições de trabalho no âmbito das
respectivas representações.
O Dissídio Coletivo é o instrumento jurídico utilizado pelos sindicatos, empregados e
empregadores quando não houve acordo negociado. o resultado de um Dissídio é uma
Sentença Normativa que deve ser obrigatoriamente seguida por todas as partes
envolvidas.
Para que a Convenção, o Acordo ou o Dissídio ocorram ou sejam revalidados, há
necessidade de se estipular uma data- base. Nesta data, são aplicados os
ajustes salariais, aumentos reais e outros benefícios, condições e direitos
negociados. A vigência máxima de uma norma coletiva é de 2 anos
Simples Nacional – Aspecto Trabalhista
O Estatuto da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, aprovado pela Lei
Complementar no. 123/06, criou alguns benefícios relativos à legislação trabalhista:
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De acordo com o art. 51, as Microempresas e as Empresas de Pequeno Porte ficam
dispensadas das seguintes obrigações:
• Afixar o Quadro de Trabalho em suas dependências;
• Anotar as férias dos Empregados nos livros ou Fichas de Registro;
• Empregar e matricular aprendizes nos cursos dos Serviços Nacionais de
Aprendizagem;
• Possuir o Livro de Inspeção do Trabalho;
• Comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego a concessão de férias
coletivas.
O PROCESSO DE ADMISSÃO
Entende-se por admissão o compromisso formal estabelecido entre
o empregador e o empregado, ou seja, a efetivação de um Contrato de Trabalho com
direitos e deveres de ambos.
Vários são os documentos necessários à admissão de um empregado: RG,
CPF, Título de Eleitor, Reservista, Certidão de Casamento, Certidão de Nascimento
dos filhos menores de 21 anos, declaração escolar dos filhos menores de14 anos,
Carteira de Vacinação dos filhos menores de 7 anos de idade, carteira de vacinação
do candidato, comprovante de endereço etc. Outros documentos também
podem ser solicitados de acordo com o cargo que o futuro funcionário vai ocupar, como por
exemplo, Carteira de Motorista.
Para solicitar os documentos, levam-se em consideração as normas do
Ministério do Trabalho e outros órgãos públicos (Previdência Social, Caixa
Econômica Federal etc). A empresa pode ficar com uma cópia dos documentos originais
apresentados. Os documentos originais devem ser devolvidos ao empregado. É
recomendável ainda que estes, principalmente a Carteira de Trabalho sejam
devolvidos ao empregado, contra a assinatura de um recibo.
Após a entrega de todos os documentos, alguns
procedimentos são necessários no ato da admissão:
1) O registro do Empregado no Livro, Ficha ou Sistema Eletrônico de registro
correto do empregado implicará na correta utilização do mesmo na prestação de contas
das demais obrigações trabalhistas e fiscais acessórias (Cadastro de Admitidos e
Demitidos (CAGED), cadastramento no PIS, FGTS, RAIS, DIRF, Vale Transporte, entre
outros);
2) Anotações na Carteira de Trabalho (CTPS);
3) Declaração de Dependentes para fim de Imposto de Renda;
4) Termo de Responsabilidade para Salário-Família e Declaração Escolar de
Frequência do filho maior de 7 anos;
5) Cadastramento no PIS – caso o empregado ainda não tenha sido cadastrado.
6) Abertura do prontuário do empregado;
7) Abertura do Perfil Profissiográfico Previdenciário (ver item 3.1);
8) Abertura de Conta na Caixa Econômica Federal (FGTS): a empresa
é responsável pela abertura desta conta, onde depositará, todos os meses o
FGTS do empregado equivalente a 8% do rendimento bruto. É de caráter obrigatório para
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todos os empregados;
9) Verificação do pagamento da Contribuição Sindical: a contribuição sindical é
descontada do empregado uma vez por ano. De poder da CTPS do empregado, o
Departamento Pessoal (DP) deve conferir se a contribuição já foi
descontada no emprego anterior. Se ainda não foi descontado, a empresa deverá recolher
o valor equivalente a um dia de trabalho do empregado, no mês seguinte da sua
admissão, e deverá repassar ao sindicato no último dia útil do mês subsequente ao
desconto.
10) Assinatura do contrato de trabalho e termos aditivos;
Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP)
O PPP é um documento histórico laboral do trabalhador que reúne
informações administrativas, registros ambientais e resultados de monitoração
biológica, durante todo o período em que estiver empregado. Nada mais é do que a vida
do funcionário dentro da empresa, transcrita em um documento de caráter
previdenciário.
Desde 2004 seu preenchimento é obrigatório para os empregados,
trabalhadores avulsos e cooperados que estejam expostos a qualquer tipo de risco.
O PPP tem por finalidade:
Comprovar as condições para que o trabalhador receba os benefícios
previdenciários;
Comprovar as condições de trabalho do empregado perante a Previdência
Social, órgãos públicos e sindicatos; de forma a garantir os seus direitos;
Prover, à empresa, meios de prova em tempo real que possibilitam
estudos e aperfeiçoamentos ao longo dos anos;
Possibilitar fonte primária, fidedigna de informações, para a elaboração de
estatísticas, para desenvolvimento de vigilância sanitária e
epidemiológica e outras definições de políticas em saúde coletiva.
O PPP deverá ser atualizado sempre que houver alguma alteração física ou de
função ou ainda de atividades ou pelo menos uma vez por ano, ainda que as suas
informações permaneçam as mesmas.
JORNADA DE TRABALHO
A Constituição (Art. 7º, inciso XIII) determina que a jornada de trabalho máxima
permitida é de 44 horas semanais, ou 8 horas diárias.
A CLT deixa a desejar no que diz respeito aos turnos ininterruptos de
revezamento. A jurisprudência mais aceita nos tribunais é a que caracteriza um
turno ininterrupto pela atividade contínua da empresa, 24 horas por dia, ainda
que pare aos domingos, independentemente dos intervalos para refeição e
descanso dos trabalhadores. O revezamento dos trabalhadores nos turnos agrava a
situação. Já a concessão de intervalo intrajornada (veja explicações mais abaixo) e
descanso aos domingos, com turmas fixas nos seus horários auxiliam na
descaracterização de tal direito.
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Ainda existem jornadas especiais de trabalho:
Médicos: 4 horas diárias;
Hospitais e clínicas de saúde: 12x36, 13x48, entre outras;
Jornalistas: 5 horas;
Professores: 4 aulas consecutivas ou seis intercaladas no mesmo
estabelecimento de ensino;
Telefonistas, ascensoristas e digitadores: máximo de 6 horas por dia;
Alguns fatores devem ser considerados no estabelecimento de jornadas de
trabalho:
1. Prorrogação de horas ou hora extra: no ato da sua admissão o
empregado pode assinar um documento, autorizando a empresa a solicitá-lo para fazer
trabalhos extraordinários. Trabalho extraordinário ou hora extra se dá no
período estendido por, no máximo 2 horas, que vai além da jornada normal de 8 horas
diárias. Nessas 2 horas estão compreendidas eventuais compensações (veja mais
explicações abaixo).
a) Cada hora extra deve ser acrescida de, no mínimo 50%. Nos domingos e
feriados, este acréscimo é de 100% (devido ao DSR). Alguns acordos e
convenções ampliam este acréscimo.
b) Cálculo: salário mensal dividido por 220 horas (ou menos, nos casos de
jornada reduzida) – para mensalistas - ou valor- hora para horistas; acrescido do
percentual especificado (mínimo 50%), multiplicado pelo número de horas
trabalhadas em prorrogação.
c) Recomenda-se que horas com acréscimos de percentuais diferentes sejam
calculadas separadamente.
d) As horas extras devem vir acompanhadas do respectivo DSR. Cálculo do
DSR das horas extras: valor das horas extras, dividido pelos dias úteis e
multiplicado pelos dias não úteis (domingos e feriados) do mês.
Compensação de horas ou redução de jornada:
No ato da admissão de um novo funcionário, a empresa poderá solicitar que o
mesmo assine o Acordo de Compensação de Horas, um documento
que permite ao empregador eliminar, total ou parcialmente, a
jornada de trabalho de um ou mais dias.
O empregado acaba compensando essas horas nos outros dias, sem acarretar
em nenhum acréscimo extraordinário. Várias empresas têm buscado, a partir dessa
possibilidade, opções através dos acordos e convenções trabalhistas para não aderirem
aos turnos ininterruptos de revezamento.
Banco de Horas.
É um outro modelo de compensação que pode ser implementado após a sua
introdução nos acordos e convenções coletivas. Permite aos empregados compensarem
as horas prorrogadas em outro dia, num período de um ano. Após esse período as
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horas positivas devem ser pagas e as horas negativas devem ser zeradas.
Todos os meses o empregado tem o direito de receber o seu extrato de horas e
acompanhar o seu controle, juntamente com a empresa.
Descanso Semanal Remunerado (DSR) ou Repouso Semanal
Remunerado (RSR):
É direito legal do trabalhador, descansar 24 horas consecutivas.
Esse descanso deve ocorrer, no máximo, após o sexto dia de trabalho, sendo
que uma a cada 4 folgas deve coincidir com o domingo (Lei 10.101/00).
a) O DSR também deve ser remunerado;
b) O DSR somente deve ser calculado separadamente no caso de
horistas. No caso de mensalistas, o mesmo já está embutido no valor do salário
mensal.
b) Os feriados religiosos e civis, nacionais e municipais também são
considerados DSR.
Exemplos:
1º. de janeiro – Confraternização Universal
21 de abril – Tiradentes
1º. De maio – Dia do Trabalho
7 de setembro – Independência do Brasil
12 de outubro dia de Nossa Senhora Aparecida
15 de novembro – Proclamação da República
25 de dezembro – Natal
Dia de eleições
Feriados municipais declarados em Lei Municipal, em número não superior a
incluindo a sexta-feira da paixão.
Intervalo entre jornadas ou intrajornadas: entre uma jornada e outra, o
empregado deve usufruir de um intervalo mínimo de 11 horas. Em função desse
fator, o intervalo do DSR sobe para 35 horas (24 + 11).
Intervalo para descanso ou intrajornadas: deve ser concedido ao empregado após
4 horas de trabalho diário. Se a jornada diária for de até 6 horas, o intervalo mínimo
é de 15 minutos. Se a jornada diária for superior a 6 horas, o intervalo deve ser de 1 a 2
horas.
a) O intervalo para refeição e descanso de meia hora só é permitido mediante
autorização do Ministério do Trabalho (Delegacia Regional do Trabalho local),
atendidos os pressupostos da Portaria MTE 42/2007.
Hora noturna: período compreendido das 22 horas do dia anterior às 5
horas do dia seguinte, para atividades civis.
a) Cada hora noturna é de 52 minutos e 30 segundos e não de 60
70
minutos, como as horas diurnas (por esse motivo, a jornada noturna é mais
curta que a jornada diurna).
REMUNERAÇÃO
De acordo com a CLT, remuneração é o termo que designa a regra geral,
composta de espécies de pagamentos como salário, gorjetas, comissões,
percentagens, gratificações ajustadas, abonos, diárias para viagens e utilidades
(alimentação, habitação, vestuário etc) que a empresa fornecer habitualmente ao
empregado.
Desta forma, integram a remuneração do empregado todo e qualquer tipo de
pagamento, seja ele em dinheiro ou utilidades, oferecido como contraprestação pelo
trabalho prestado.
Pode-se considerar como parte da remuneração: férias, 13º. salário, verbas
rescisórias, FGTS, Previdência etc.
O pagamento deve ocorrer em moeda nacional (são aceitos pagamentos
em dinheiro, cheque ou depósito em conta- salário); não deve ser superior a um
mês, exceto nos casos de comissões e gratificações.
A remuneração pode ser calculada de diversas formas:
Por hora (horistas),
Por semana,
por quinzena,
por mês (mensalistas),
por tarefa (tarefeiros),
por produção ou por peça,
por comissão (comissionistas);
Desde que, minimamente, o empregado receba um salário mínimo por mês,
por trabalho de jornada de até 220 horas.
Sobre o salário:
Salário: é o direito que o empregado tem sobre o empregador pela
contraprestação dos serviços.
a) Salário profissional: salário para ao profissional liberal;
b) Salário in natura: são as utilidades ou benefícios oferecidos pelo
empregador, que não tem relação direta com o trabalho e/ou não são controlados. Ex.:
alimentação, habitação, transporte, vestuário etc. Entretanto, quando tais utilidades
são fornecidos para a prestação dos serviços e são controlados, o mesmo não é
considerado como salário in natura.
c) Salário fixo: é o salário nominal, pago ao empregado, sem sofrer qualquer
variação.
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d) Salário variável: é pago aos empregados que recebem comissão ou gorjetas
pelos serviços prestados.
e) Salário misto: salário fixo + salário variável.
f) Pró-labore: Salário dos sócio-administradores empresas. No caso do
pró-labore, o único desconto é referente ao INSS (sempre 11%) e Imposto de
Renda, quando cabível.
Adicional Noturno:
Ao trabalhar no período noturno, compreendido entre as 22 horas do dia anterior
e 05 horas do dia seguinte, o trabalhador deverá receber um adicional
correspondente a, no mínimo, 20%, calculado em função das horas trabalhadas.
O adicional deve ser acrescido ao salário, caso o
empregado trabalhe todos os dias em período noturno. Caso o empregado faça hora
extra em período noturno, o adicional também deve ser calculado sobre a hora extra.
Algumas convenções e acordos estipulam um percentual 60 superior a 20%
para esses casos.
Adicional de Insalubridade:
O adicional de insalubridade é devido ao trabalhador quando este trabalhar
em locais nocivos que ofereçam risco a sua saúde, acima dos limites toleráveis
estabelecidos pela legislação (Portaria Mtb 3214/78). Nas Normas Regulamentadoras
(NR15), é possível encontrar exemplos de alguns locais insalubres:
• Câmara de ar comprimido;
• Câmara fria;
• Instrumentação cirúrgica.
Conforme o tempo em que o empregado é exposto ao risco e conforme sua
intensidade, é estabelecido o percentual, como segue:
• Grau mínimo de insalubridade: 10% sobre o salário mínimo;
• Grau médio de insalubridade: 20% sobre o salário mínimo;
• Grau máximo de insalubridade: 40% sobre o salário mínimo.
A insalubridade também incide sobre as horas extraordinárias e
pode ter o seu grau diminuído ou suprimido com a utilização dos equipamentos
individuais de proteção (EPI‘s), concedidos pelo empregador.
Aprendizes e menores de idade estão proibidos, por Lei, de atuarem em áreas
insalubres.
Adicional de Periculosidade:
O Adicional de Periculosidade é exigido quando o empregado presta
serviços em atividades consideradas perigosas em condições de risco acentuado (Ex.:
contato permanente com inflamáveis ou explosivos).
O adicional é calculado sobre o salário efetivo do empregado, no percentual fixo
de 30% e também deve ser integrado ao cálculo das horas extras.
Exemplos de profissões perigosas (NR 15):
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• Motorista de Carga Perigosa;
• Empregados de Postos de Combustível;
• Operador de Caldeira.
Aprendizes e menores de idade estão proibidos, por Lei, de atuarem em áreas
insalubres.
OBS.: Havendo situação na empresa que caracterize insalubridade e
periculosidade, ao mesmo tempo, o empregado deve optar pelo adicional que melhor
lhe interessar. Não é exigível o pagamento acumulado dos dois adicionais.
Salário Variável – Reflexo no DSR
Sobre qualquer pagamento de remuneração variável ao empregado, como
horas extras ou comissão, é devido o valor do Descanso Semanal Remunerado
(DSR). A fórmula de cálculo é a mesma já indicada anteriormente: valor das verbas
dividido pelos dias de trabalho e multiplicado pelos domingos e feriados.
Tais valores também integram a remuneração para os efeitos de: férias, 13º.
salário, verbas rescisórias, FGTS, Previdência, entre outros.
Auxílio ou Reembolso Creche
As empresas, onde trabalhem pelo menos 30 mulheres, são obrigadas, por Lei, a
possuírem um local apropriado para guarda e assistência de seus filhos durante o período
de amamentação.
Essa exigência também pode ser suprida por meio de convênios com creches
locais ou através do auxílio creche, desde que autorizado pelo acordo ou convenção
coletiva.
No caso do auxílio creche, o mesmo deve ser estendido a todas as mulheres,
ainda que o número de mulheres por grupo seja inferior a 30. Caso não haja um
valor estipulado na convenção ou acordo, a empresa deve reembolsar o valor integral das
despesas da mãe com a contratação de uma creche a critério dela, até o 3º dia útil seguinte
ao da entrega dos comprovantes das despesas. A proporção é de 1 berço para
cada grupo de 30 mulheres.
Escala de Salários
A manutenção apropriada da escala de salários, possibilita à empresa planejar
as substituições internas ou externas, além de evitar problemas referentes à
equiparação salarial.
A escala deve ser reajustada anualmente, nos períodos de data-base da
categoria, ou na aplicação de aumentos gerais, legais ou espontâneos, conforme
acordado em convenção ou acordo coletivo.
A CLT proíbe o pagamento de salários diferentes para funções idênticas nos
seguintes casos: se a prestação de serviços é devida ao mesmo empregador, na mesma
localidade, com igual produtividade e perfeição técnica e não haja tempo de trabalho
superior a 2 anos na função entre os empregados. Essas disposições regulam
os casos de equiparação salarial (Art. 461 da CLT).
73
Participação nos Lucros e Resultados
No ano de 2000 foi aprovada a Lei 10.101/00, que instituiu a obrigatoriedade do
pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PPR) a todas as empresas. Como
contrapartida, este pagamento foi desvinculado da exigência do recolhimento dos
encargos trabalhistas. Seu pagamento não pode ser feito com periodicidade
inferior a 6 meses. Sua existência deve ser firmada através de acordo coletivo e a
negociação das regras para o pagamento pode ficar a cargo do sindicato ou
simplesmente de funcionários escolhidos pelo sindicato, juntamente com a empresa.
Após a negociação, a mesma deve ser protocolada no sindicato e na DRT.
13º. SALÁRIO
Trata-se de uma gratificação natalina, instituída por Lei, correspondente a
uma remuneração a mais, proporcional aos meses trabalhados no ano, ou seja, 1/12
por mês ou fração superior a 14 dias.
Este benefício deve ser pago em duas parcelas:
• 1ª. parcela: 50% do benefício, pago entre os meses de janeiro a novembro;
• 2ª. parcela: 50% até o dia 20 de dezembro de cada ano.
OBS.: A primeira parcela pode ser paga juntamente com as férias, desde que
solicitada pelo empregado no mês de janeiro do ano corrente.
O valor do 13º. deve ser calculado levando em
consideração a remuneração do empregado no mês de dezembro e deve incluir todas as
verbas (adicionais, horas extras e outros).
A 2ª. parcela sofre incidência previdenciária e fiscal bem como há o
recolhimento do FGTS. A primeira parcela não sofre nenhuma incidência, mas a
empresa deve recolher o FGTS.
Caso o contrato de trabalho seja extinto anterior ao mês de dezembro, a
gratificação deverá ser proporcional aos meses trabalhados, bem como o
recolhimento dos encargos previdenciários e fiscais.
Para empregados que recebem salários variáveis, como comissão, é necessário
fazer um complemento de pagamento do 13º. integral. O prazo para o pagamento desse
ajuste é até o dia 10 de janeiro do ano subsequente. Este cálculo deve ser
procedido da seguinte maneira: ―valor da média apurada até dezembro‖ menos o
―valor pago com média na 2ª. parcela‖. No caso de afastamento, o cálculo deverá ser
diferenciado como segue:
• Serviço militar: deverá ser computado até o último dia trabalhado;
• Auxílio doença: considerar o período trabalhado e mais os 15 primeiros
dias do afastamento;
• Acidente de trabalho: calcula-se o valor integral ao qual o empregado terá
direito e desconta-se o período de afastamento pelo INSS.
74
• No caso de Licença Maternidade, o 13º. deve ser pago normalmente e
depois abatido na GPS.
FÉRIAS
Todo empregado tem direito, anualmente, ao gozo de um período de descanso, de
até 30 dias seguidos, sem prejuízo em sua remuneração.
Para prosseguirmos o estudo referente às férias, é importante
conhecermos os conceitos de período aquisitivo e período concessivo:
• Período Aquisitivo: É o período trabalhado, que dá direito ao empregado de
sair de férias. Inicia-se com a admissão do empregado e perdura por 12 meses. Após
12 meses, inicia-se um novo período aquisitivo.
• Período Concessivo: São os 12 meses subsequentes ao período
aquisitivo, nos quais o empregador deve conceder o benefício ao empregado.
Se o empregador perder o período concessivo, deverá pagar em dobro, as
férias, ao funcionário.
Para a concessão das férias, o empregador pode decidir qual a melhor data,
entretanto o empregado deve ser avisado, por escrito, com antecedência mínima de 30
dias. Exceções que devem ser consideradas: para menores de idade as férias devem
coincidir com férias escolares e no caso de membros de uma mesma família, eles podem
sair de férias na mesma data, desde que não afete o serviço.
Apenas em casos excepcionais, as férias podem ser concedidas em 2
períodos, desde que um deles não seja inferior a 10 dias. Aos menores de 18 anos e aos
maiores de 50, sempre em período único.
O período de gozo deverá ser anotado na CTPS, bem como na Ficha ou Livro de
Registro.
O direito de férias deve ser proporcional as faltas injustificadas
que o empregado teve no período:
Faltas no período aquisitivo Total de Dias de Férias
Até 5 faltas 30
De 6 a 14 faltas 24
De 15 a 23 faltas 18
De 24 a 32 faltas 12
Acima de 32 faltas 0
No caso de contratações de empregados em regime de tempo parcial, esse
direito também sofre alteração. Após 12 meses de trabalho, o empregado terá direito às
férias, conforme a tabela da página seguinte:
Jornada de Trabalho Semanal (em horas)
Total de Dias de Férias
De 22 a 25 horas 18
75
De 20 a 22 horas 16
De 15 a 20 horas 14
De 10 a 15 horas 12
De 5 a 10 horas 10
Inferior a 5 horas 8
O empregado contratado sob o regime de tempo parcial que tiver mais de 7
faltas injustificadas, ao longo do período aquisitivo, terá o seu período de férias reduzido
pela metade.
Perda do Direito de Férias
O Art. 133 da CLT fala da perda do direito de férias nos seguintes casos:
• Se o empregado deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60
dias subsequentes à sua saída. Se o empregado for readmitido, o período de sua
primeira admissão é computado para o cálculo das férias.
• Permanecer em gozo de licença com percepção de salário por mais de 30 dias;
• Deixar de trabalhar, por mais de 30 dias, com percepção de salário, por
motivo de paralisação total ou parcial, ou greve.
• Tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de
auxílio-doença por mais de 6 meses, embora descontínuos, dentro do período
aquisitivo.
Férias Coletivas
As férias coletivas possuem tratamento diferenciado. Elas podem ser
concedidas a todos os empregados da empresa ou de setores específicos. Podem ser
dadas em 2 períodos desde que um deles não seja inferior a 10 dias.
Neste caso, o empregado deve comunicar o sindicato e a DRT com antecedência
mínima de 15 dias e afixar avisos nos locais de trabalho, também com 15 dias de
antecedência.
As férias coletivas também devem ser anotadas na CTPS e no Registro do
Empregado. Se o número de funcionários for superior a 300, tal anotação poderá ser
feita através de carimbo ou etiquetas.
Se o empregado tiver mais de um ano de trabalho, entende- se que as férias
coletivas são uma antecipação das suas férias normais. Neste caso, ou a
empresa concede as suas férias integrais ou o empregado volta para o trabalho e,
dentro do período concessivo, goza os dias restantes.
Se o empregado tiver menos de um ano de serviço, as férias coletivas são
consideradas um descanso proporcional ao tempo trabalhado. Se o período de férias
coletivas for superior ao período de descanso proporcional, o restante dos dias
será considerado como licença remunerada ou a empresa poderá planejar a
antecipação do retorno deste funcionário; ou ainda poderá optar por conceder a
licença remunerada em todo o período das férias coletivas. Em ambos os casos seu
período aquisitivo iniciará novamente, no primeiro dia das férias coletivas. Se o
período de férias for inferior ao período de descanso proporcional, a empresa pode
76
determinar que o funcionário goze todo o período proporcional a que tem direito ou
retorne ao trabalho; tirando os dias que restarem dentro do período concessivo.
A conversão de 1/3 das férias em abono pecuniário (veja mais explicações abaixo)
deverá ser acordada entre a empresa e o sindicato, prevalecendo à vontade da maioria.
Boas práticas e recomendações importantes
• Como boa prática, orienta-se que o início das férias ocorra em um dia útil;
• Durante o seu período de férias, o empregado não pode ser chamado para
trabalhar;
• O período de gozo das férias não deve coincidir com o período de aviso
prévio;
• O empregado não poderá iniciar o gozo de suas férias se apresentar
um atestado médico alguns dias antes de sua saída. Neste caso, o empregador deve
aguardar a alta médica para depois avisar novamente o funcionário, das suas férias.
Neste caso, o funcionário trabalha mais 30 dias, pelo menos, antes de sair de férias;
• Se o empregado adoecer enquanto estiver de férias e/ou no ato do seu
retorno, o empregador deve pagar os primeiros 15 dias e depois, deverá
encaminhar o funcionário para o INSS;
Pagamento das férias
O empregado pode converter 1/3 de suas férias em abono pecuniário (dinheiro).
Para isso, ele deve fazer tal solicitação até 15 dias antes do término do seu período
aquisitivo. Esta é uma decisão do empregado, independente da concordância do
empregador, desde que requerido no prazo estabelecido. O abono pecuniário, bem como
1/3 de seu valor (terço constitucional), não possui incidência de INSS.
Ao pagar as férias, o empregador deverá pagar uma remuneração extra
de 1/3 a mais, correspondente ao abono constitucional.
Para calcular o valor da remuneração de férias, a empresa deverá fazer a
integração de todas as verbas pagas ao funcionário (adicionais, horas extras, comissões
etc). Para fazer essa integração, deverá proceder da seguinte forma:
• Horas extras e adicionais relacionados com a produtividade do empregado:
apuração da média do período aquisitivo
• Comissões, percentagens etc: apuração da média dos últimos 12 meses
(algumas convenções estipulam um período inferior).
No caso de desligamento do funcionário, as férias vencidas ou proporcionais devem
ser pagas ao mesmo na sua rescisão, na razão de 1/12 por mês de período aquisitivo ou
fração superior a 14 dias. Exceção se dá no caso do funcionário ter menos de um ano de
serviço e solicitar a sua dispensa.
77
FOLHA DE PAGAMENTO
Até agora acompanhamos e aprendemos a calcular os proventos (ganhos)
devidos ao empregado. Todos os títulos pagos precisam ser claramente identificados a fim
de demonstrarem com exatidão e transparência os cálculos realizados.
A folha de pagamento traz todos esses cálculos. Além disso, traz as
demonstrações dos descontos salariais (que vamos ver logo mais) e o valor líquido a
ser recebido pelo funcionário.
Hoje em dia é muito raro não haver um software específico para a confecção da
Folha de Pagamento (FoPag), uma vez que as leis estão mudando numa velocidade cada
vez maior.
Vale lembrar que o prazo para pagamento dos salários é até o 5º. dia útil do mês
seguinte. Devido ao fato de algumas obrigações vencerem antes, porém, como a
Previdência Social, que vence dia 02, as empresas são obrigadas a anteciparem os
seus cálculos.
O pagamento deverá ser feito no local de trabalho, no horário de
trabalho, em dinheiro ou cheque; ou ainda através de depósito bancário em conta salário.
SALÁRIO-FAMÍLIA
É devido ao empregado em razão de cada filho menor de 14 anos ou inválido de
qualquer idade. Documentos de controle:
• Cópias das Certidões de Nascimento dos Filhos menores de 14 anos;
• Cópia do Cartão da Criança para filhos menores de 6 anos, atualizada
anualmente;
• Declaração de frequência escolar para filhos maiores de 7 anos, atualizada
semestralmente;
• Termo de Responsabilidade para fins de Salário Família;
• Ficha de Salário Família.
Na falta de qualquer um desses documentos, o empregado perde o direito ao
Salário Família.
O valor atual do salário-família é de R$ 31,22 para quem ganha até R$608,80.
Para o trabalhador que recebe de R$608,81 até R$ 915,05, o valor é de R$ R$ 22,00. Vale
lembrar que esses valores mudam anualmente.
Caso o funcionário receba, no mês, salário acima de R$915,05, ele deixa
de ter direito ao Salário Família naquele mês.
FGTS
A empresa deve efetuar o recolhimento de 8% sobre o salário do
empregado. Vale lembrar que tal recolhimento não deverá ser descontado do
empregado, entretanto, a empresa deve registrar o seu recolhimento, tanto na FoPag,
quanto no holerite do empregado.
78
Descontos Salariais
Os descontos podem ser executados desde que sejam provenientes de
adiantamentos, dispositivos de lei ou de normas coletivas de trabalho. A
jurisprudência admite também descontos que sejam autorizados pelo empregado. Ex.:
benefícios colocados a sua disposição.
Desconto da Previdência Social (INSS)
Em geral, com algumas exceções, todas as parcelas pagas ao empregado sofrem
incidência da Previdência Social (Lei 8.212/91 e Regulamento da Previdência
Social (RPS), Decreto 3.048/99, art. 214.
O empregado paga conforme a tabela de desconto abaixo (tabela de 2012).
Salário de contribuição (R$)
Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%)
até 1.174,86 8,00
de 1.174,87 até 1.958,10 9,00
de 1.958,11 até 3.916,20 11,00
Obs.: Esta tabela é atualizada anualmente.
Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF).
O Imposto de Renda é devido aos rendimentos do trabalho assalariado
de qualquer espécie. Deve ser descontado do empregado e recolhido pela empresa.
Para efeito de cálculo, a empresa deve abater do valor bruto os encargos
de família, declarados pelo empregado na Declaração de Dependentes para fim
de Imposto de Renda, pensões alimentícias e a contribuição previdenciária, considerando
a seguinte tabela (os valores mudam anualmente):
Base de Cálculo(R$) Alíquota( %)
Parcela a Deduzir do IR (R$)
Até 1.637,11 0,00% 0,00
De 1.637,12 até 2.453,50 7,50% 122,78
De 2.453,51 até 3.271,38 15,00% 306,80
De 3.271,39 até 4.087,65 22,50% 552,15
Acima de 4.087,65 27,50% 756,53
Dedução por Dependente: R$ 164,56
Adiantamento
Corresponde a uma parte do salário do empregado, paga antecipadamente no
decorrer do mês, mediante recibo. Normalmente seu valor varia de 40% a 55% do valor
nominal do salário.
79
Vale-Transporte
É direito do trabalhador, receber o vale-transporte para deslocar-se ao
trabalho, desde que, comprovadamente, ele use veículos coletivos para deslocar-se
ao trabalho. É permitido o desconto de 6% do empregado , em Folha de
Pagamento, limitado ao valor do vale-transporte.
Faltas Injustificadas e Reflexo no DSR
Caso o empregado não justifique alguma falta, a mesma poderá ser
descontada, dividindo o salário pelos dias totais do mês e multiplicando pelos dias não
trabalhados, conforme art. 64 da CLT.
O art. 11 do Decreto no. 27.048/49 menciona o seguinte:
―perderá a remuneração do dia do repouso, o trabalhador que, sem motivo
justificado ou em virtude de punição disciplinar, não tiver trabalhado toda a semana,
cumprindo integralmente o seu horário de trabalho‖. De acordo com o inciso 4º. do
referido artigo, a semana refere-se ao período compreendido de segunda-feira a
domingo, anterior ao dia do DSR
Contribuição Sindical
O empregador deve descontar em todo mês de março, a contribuição sindical
devida pelo empregado, correspondente a um dia de trabalho. O desconto deve ser feito
sobre o salário nominal, ou seja, não deve ser calculado com base em adicionais de
salário.
Outras contribuições poderão ser efetuadas, desde que combinadas em acordo
coletivo.
Outros descontos
Outros descontos podem ser executados, desde que sejam autorizados pelo
empregado e condigam com algum tipo de benefício oferecido pela empresa.
RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO
A rescisão do contrato de trabalho pode ocorrer de diversas maneiras:
a) Por iniciativa do empregador
• Por justa causa
• Sem justa causa
b) Por iniciativa do empregado
• Por justa causa
• Sem justa causa
• Por culpa recíproca
• Por término de Prazo de Contrato Determinado
e) Por falecimento do empregado
• Por extinção da empresa
• Por falência, concordata ou dissolução da empresa
80
As rescisões contratuais com mais de um ano devem ser homologadas, por Lei,
nas Delegacias Regionais do Trabalho, Sindicatos ou, na falta destes, pelo Ministério
Público, Defensor Público ou Juiz de Paz.
O prazo para pagamento das verbas rescisórias varia de 1 dia (para aviso prévio
cumprido) há 10 dias (para aviso prévio indenizado). Caso o prazo não seja seguido, o
empregado tem o direito de receber um salário a mais como indenização. Caso o
empregado não compareça para receber, o valor deve ser depositado em conta
corrente ou ainda em juízo.
Os seguintes documentos devem ser exigidos no ato da homologação:
1. Termo de Rescisão do Contrato em 5 vias devidamente assinado pelo
empregador
2. CTPS atualizada e com a data de baixa correta;
3. Registro do Empregado;
4. Cópia do Acordo Coletivo (quando a rescisão for na Delegacia Regional do
Trabalho);
5. Extrato de conta vinculada do empregado junto à Caixa Econômica Federal, no
qual conste o saldo para fins rescisório; totalmente atualizado;
6. Comunicado de Dispensa (CD) – para fins de habilitação junto ao Seguro-
Desemprego (quando a dispensa for sem justa causa);
7. Exame médico demissional;
8. Aviso Prévio;
9. Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS e da
10. Contribuição Social (GRFC) autenticada;
11. Carta de Preposto;
12. Relação de Contribuições do INSS;
13. Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP).
Se o empregado for menor de 18 anos, deverá estar acompanhado do
seu representante legal.
Aviso Prévio Indenizado
Qualquer uma das partes que queira rescindir o contrato de trabalho, deverá avisar
a outra parte com 30 dias de antecedência. Caso não o faça, deverá indenizar o período
correspondente.
Apenas no caso de dispensa por justa causa, por iniciativa do empregador, o aviso
não é devido.
13º. Salário
Deve ser pago proporcionalmente ao período trabalhado no ano, considerando 1/12
avos
por mês ou fração superior a 14 dias. Caso a dispensa seja por justa causa, o 13º. salário
não é devido.
81
Férias Vencidas e/ou Proporcionais
Devem ser pagas integralmente (férias vencidas) ou proporcionalmente
ao período de direito adquirido, na razão de 1/12 avos ou fração superior a 14 dias.
As férias proporcionais não são devidas se o empregado for desligado por
justa causa ou se pedir demissão.
Indenizações
As indenizações mais comuns são as seguintes:
a. Indenização adicional: correspondente a 1 salário mensal em caso de
dispensa sem justa causa no mês que antecede a data-base da categoria do
empregado;
b. Indenização Art. 479 da CLT: a empresa deve indenizar 50% do tempo
faltante no contrato por prazo determinado;
c. Indenização do parag. 5º. do Art. 476-A da CLT: rescisão de contrato
de trabalho de empregado submetido a curso de qualificação, durante a execução
deste ou no prazo de 3 meses seguintes ao retorno.
Outras indenizações podem ser devidas em função da estabilidade no
emprego. Nestes casos, a indenização é devida desde a dispensa até o final do
prazo previsto, incluindo-se demais vantagens remuneratórias como férias, 13º. salário
etc. e demais ganhos habituais (adicionais, horas extras, prêmios etc).
Casos mais comuns de estabilidade:
• Gestante, desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto;
• Representante do empregado na CIPA, desde o registro de sua candidatura
até um ano após o final do seu mandato;
• Empregado eleito para direção da entidade sindical, desde sua candidatura
até um ano após o final do seu mandato;
• Empregado que sofreu acidente do trabalho ou doença ocupacional,
pelo prazo de 12 meses após a cessação do auxílio previdenciário;
• Empregado eleito para a Comissão de Conciliação Prévia, durante o
mandato e até um ano após;
• Outras previstas em convenção ou acordo coletivo.
Tabelas com Verbas Rescisórias
Veja a seguir as tabelas com as formas de rescisão e suas respectivas verbas:
DISPENSA SEM JUSTA CAUSA COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO
Saldo de Salário Saldo de Salário
Aviso Prévio Aviso Prévio
Férias Proporcionais Férias Proporcionais
+ 1/3 férias + 1/3 férias
Férias vencidas + 1/3
13º. Salário
FGTS + 50%, sendo 40% para o empregado + 10% para o Governo dessas
82
férias
FGTS + 50%, sendo 40% para o empregado + 10% para o Governo
13º. salário
DISPENSA COM JUSTA CAUSA COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1
ANO
• Saldo de Salário
• Saldo de Salário
• Férias Vencidas
• + 1/3 férias
PEDIDO DE DEMISSÃO COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO
Saldo de Salário
• Aviso Prévio
• Férias Proporcionais
• + 1/3 férias
• 13º. salário
• Férias vencidas + 1/3 dessas férias
RESCISÃO ANTECIPADA DE CONTRATO A PRAZO DETERMINADO SEM
JUSTA CAUSA (Art. 481 da CLT) COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO:
COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO:
Saldo de Salário Saldo de Salário
Aviso Prévio Aviso Prévio
Férias Proporcionais Férias Proporcionais
+ 1/3 férias + 1/3 férias
Férias vencidas + 1/3 13º. Salário
FGTS + 50%, sendo 40% para o
empregado + 10% para o Governo dessas
férias.
FGTS + 50%, sendo 40% para o
empregado + 10% para o Governo 13º.
Salário
RESCISÃO ANTECIPADA DE CONTRATO A PRAZO DETERMINADO POR PEDIDO DE
DEMISSÃO (Art. 481 da CLT) COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO
COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO:
Saldo de Salário Saldo de Salário
13º. salário Férias Proporcionais + 1/3 férias
Férias vencidas + 1/3 dessas férias 13º. Salário
RESCISÃO ANTECIPADA DE CONTRATO A PRAZO DETERMINADO SEM
JUSTA CAUSA (Art. 479 da CLT) COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO
COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO
83
Saldo de Salário Saldo de Salário
Indenização do Art. 479, CLT Indenização do Art. 479, CLT
Férias Proporcionais Férias Proporcionais
+ 1/3 férias + 1/3 férias
13º. Salário Férias vencidas + 1/3 dessas
férias FGTS + 50%, sendo 40% para o
empregado + 10% para o Governo
+ 1/3 férias FGTS + 50%, sendo 40% para o
empregado + 10% para o Governo 13º.
salário
RESCISÃO ANTECIPADA DE CONTRATO A PRAZO DETERMINADO POR
PEDIDO DE DEMISSÃO (Art. 479 da CLT) COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1
ANO
COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO
Saldo de Salário Saldo de Salário
13º. salário Férias proporcionais
+ 1/3 férias
Férias vencidas + 1/3 dessas férias
13º. salário
EXTINÇÃO DO CONTRATO A PRAZO DETERMINADO COM JUSTA CAUSA
(Regido pelo Art. 479, da CLT) COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO
Saldo de Salário Saldo de Salário
Férias Proporcionais
+ 1/3 férias
Férias vencidas + 1/3 dessas férias
13º. salário
FGTS
CULPA RECÍPROCA COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO
Saldo de Salário Saldo de Salário
FGTS + 20% Férias Vencidas
+ 1/3 férias
FGTS + 20%
RESCISÃO INDIRETA COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO
Saldo de Salário Saldo de Salário
Aviso Prévio Aviso Prévio
Férias Proporcionais Férias Proporcionais
+ 1/3 férias + 1/3 férias
Férias vencidas + 1/3
13º. salário
FGTS + 50%, sendo 40% para o empregado + 10% para o Governo dessas
férias
FGTS + 50%, sendo 40% para o empregado + 10% para o Governo
13º. salário
84
EXTINÇÃO DO CONTRATO POR FALECIMENTO DO EMPREGADO COM
MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO
Saldo de Salário Saldo de Salário
13º. salário Férias Proporcionais
FGTS – Código 23 + 1/3 férias
Férias vencidas + 1/3
dessas férias
13º. salário
FGTS – Código 23
EXTINÇÃO DO CONTRATO POR FECHAMENTO DA EMPRESA COM MENOS
DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO
Saldo de Salário Saldo de Salário
Aviso Prévio Aviso Prévio
Férias Proporcionais Férias Proporcionais
+ 1/3 férias + 1/3 férias
Férias vencidas + 1/3 13º. salário
FGTS + 50%, sendo 40% para o empregado + 10% para o Governo dessas férias
FGTS + 50%, sendo 40% para o empregado + 10% para o Governo
13º. salário
EXTINÇÃO DO CONTRATO A PRAZO DETERMINADO (Inclusive o contrato de
Experiência)
COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO
Saldo de Salário Saldo de Salário
Férias Proporcionais Férias Proporcionais
+ 1/3 férias + 1/3 férias
Férias vencidas + 1/3
13º. Salário dessas férias
FGTS 13º. Salário
85
86
87
PRIMEIRA PARTE – ESTUDO E PRODUÇÃO TEXTUAL
Introdução – A tecelagem do texto.
Uma das imagens mais usadas para definir o texto é a do tecido. Assim, pode-
se dizer que o autor de qualquer tipo de texto tece, com palavras e sinais gráficos,
uma espécie de
trama.
Esse tecido não se compõe de uma só linha, de um só processo. Ele precisa de
vários tipos de palavras com funções diversas, bem como de vários tipos de
sinais gráficos (letras, pontuação, apresentação...): para ligar idéias entre si, para
relatar fatos ocorridos, descrever objetos e processos, etc. Precisa, ainda, em outro nível,
de diferentes processos de produção anteriores e posteriores à sua realização:
associação de idéias, reflexão, corte de elementos, acréscimo de tecido, etc. Escrever é,
também, cortar palavras, pois cada escolha representa o descarte de outras possíveis, com
várias conseqüências semânticas e, muitas vezes, morais e políticas.
Vamos começar distinguindo dois gêneros textuais geralmente opostos por
seguirem regras (ou liberdades) diversas: o texto técnico e o texto literário. Em
seguida, nos debruçaremos sobre as formas narrativa, descritiva e dissertativa, bem
como sobre a coerência e a coesão textual. Também abordaremos aspectos gramaticais do
texto e os vários modelos de documentos técnico-científicos e de redação oficial e
comercial. Estudaremos aqui alguns tópicos de gramática mais problemáticos, porém os
conteúdos poderão variar em função das necessidades encontradas nos textos dos alunos.
Mas é preciso ressaltar ainda que a compreensão do texto não depende
apenas de questões técnicas, mas implica ―uma inserção cultural do leitor‖, como diz Hélio
Consolaro no texto a seguir, que vamos ler:
Para compreender um texto
A má compreensão de um texto pode ter suas causas detectadas. O professor em
sala de aula pode ajudar um aluno com problemas no entendimento do material lido
fornecendo-lhe subsídios ou o próprio leitor, autodidata, pode superar as dificuldades se
fizer consultas, recorrer a outras fontes.
Eis algumas das causas:
1 - O leitor não conhece os recursos lingüísticos utilizados, uma regência
verbal. Exemplo: "O discurso do governador foi de encontro às reivindicações dos
grevistas". O leitor precisa saber que "ir ao encontro de" quer dizer concordar; "ir de
encontro a" tem o sentido de discordar, confrontar. Então, o governador frustrou os
grevistas;
2 - O leitor não compartilha com o produtor do texto o conhecimento de mundo, por
isso se faz necessário esclarecer todas as referências históricas, geográficas,
mitológicas, literárias, como as palavras desconhecidas. Exemplo: "... assim como
Zeus humano, cronista também arranca das entranhas de Cronos os filhos que ele quer
devorar, na medida em que não deixa perecer no tempo a matéria fugaz da vida,
registrando-a e salvando-a do esquecimento". Para entender tal explicação precisa se
88
reportar à mitologia clássica;
3 - O leitor deve conhecer as circunstâncias históricas em que o texto foi produzido,
quais foram as reações que ele produziu quando foi publicado pela primeira vez. Exemplo:
para entender bem o poema "Os Sapos", de Manuel Bandeira, o leitor necessita
conhecer a briga dos poetas modernistas com os parnasianos;
4 - Se o texto lido exige conhecimento prévio de outro texto porque há uma relação
de intertextualidade, o leitor precisa buscá-lo. Isso acontece na paródia, na citação ou na
paráfrase.
Exemplo: "Ai que saudades que eu tenho/ Da aurora de minha vida/ Da minha infância
querida/ Que os anos não trazem mais.../ Me sentia rejeitada,/ Tão feia, desajeitada,/ Tão
frágil, tola, impotente,/ Apesar dos laranjais." (Primeira estrofe do poema "Ai que
saudades...", de Ruth Rocha). Para entender melhor esses versos se faz necessário
saber que Casimiro de Abreu escreveu "Meus oito anos".
Para compreender bem um texto não basta soletrar letras, ler palavras ou frases que
o compõem. É indispensável a inserção cultural do leitor, por isso alfabetizar é um ato bem
maior, não pode depender apenas da pequenez de uma cartilha.
(http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=orientacao/docs/paracompree
nde r)
1. Texto técnico e texto literário: semelhanças e diferenças.
A definição e a diferenciação do texto técnico-científico e do texto literário são
importantes para a compreensão dos vários tipos de textos e de redação. Por isso são
retratadas aqui as principais características e distinções entre estes modos de escrever:
Texto técnico-científico Texto literário
1) Objetivo: Transmitir ao leitor
informações verdadeiras, de forma
racional.
1) Objetivo: Buscar no receptor uma
percepção sensorial, provocar emoções e
outros efeitos, como o estranhamento.
2) Valor denotativo: O autor emprega a
palavra como simples instrumento de
transmissão de idéias.
2) Valor conotativo: O autor faz das
palavras instrumentos para criação sensível,
emotiva e estética.
3) Emprega-se a linguagem técnica em
seu nível padrão. Respeita as regras
gramaticais.
3) Emprega-se a linguagem literária. O
escritor pode transpor para a língua escrita
os vários níveis da língua falada.
4) Pode ser resumido, como a notícia
de jornal,
uma bula de remédio, etc. Mexer no
texto não
4) Intangibilidade: o texto literário é
intocável, prejudica sua mensagem.
não se muda sua forma. 5) Características principais do estilo
técnico: Denotação, objetividade,
simplicidade, formalidade, precisão,
clareza, cortesia, coerência e coesão...
5) Conotação e subjetividade, uso livre
da língua em todas as suas formas e
dialetos, emprego de várias figuras de
linguagem (metáfora, hipérbole...)...
89
OUTRAS? N. B.: Mesmo com valores geralmente
tidos como fundamental no texto dito
literário como opostos ao texto técnico-
científico, mesmo promovendo o
enigmático, o secreto, o invisível, a
inevidência, a clareza da escrita é N. B.:
Mesmo com valores geralmente tidos como
opostos ao texto técnico-científico, mesmo
promovendo o enigmático, o secreto, o
invisível, a inevidência, a clareza da escrita.
Texto 1: Bandeirante cai no México e mata os 20 ocupantes
Dois aviões comerciais mexicanos caíram, causando a morte de 21 pessoas,
anunciaram ontem funcionários do governo do México. O acidente mais grave aconteceu
com um Bandeirante de fabricação brasileira. O aparelho caiu no oeste do país, matando
todos os 20 ocupantes.
Segundo os funcionários, o avião provavelmente se chocou com uma montanha
devido ao mau tempo e explodiu. O outro acidente aconteceu no leste do país. A fuselagem
do avião se rompeu quando ele tentava decolar. Um passageiro morreu.
Ambos os desastres aconteceram anteontem, o que eleva para cinco o
número de acidentes aéreos – causando um total de 49 mortes – na última quarta-feira (...).
(Folha de S. Paulo, 2 set. 1998, p. A-
1
Texto 2: O grande desastre aéreo de ontem
Vejo sangue no ar, vejo o piloto que levava uma flor para a noiva, abraçado com a
hélice. E o violinista, em que a morte acentuou a palidez, despenhar-se com sua cabeleira
negra e seu estradivárius. Há mãos e pernas de dançarinas arremessadas na
explosão. Corpos irreconhecíveis identificados pelo Grande Reconhecedor. Vejo
sangue no ar, vejo chuva de sangue caindo nas nuvens batizadas pelo sangue dos
poetas mártires. Vejo a nadadora belíssima, no seu último salto de banhista, mais rápida
porque vem sem vida. Vejo três meninas caindo rápidas, enfunadas, como se dançassem
ainda. E vejo a louca abraçada ao ramalhete de rosas que ela pensou ser o pára-quedas,
e a prima-dona com a longa cauda de lantejoulas riscando o céu como um cometa. (...)
(LIMA, Jorge de. Poesia. Org. por Luiz Santa Cruz. 3. ed. R.J.: Agir, 1975. p.
64-5)
Obs.: Ambos os textos foram extraídos de: PLATÃO, Francisco e FIORIN,
José Luiz.
Para entender o texto. São Paulo: Ática, 1996.
90
QUESTÃO AO ALUNO:
Mas então, quais as semelhanças entre o texto técnico e o literário? Existem
textos mistos?
Três tipos de redação: DISSERTAÇÃO, DESCRIÇÃO E NARRAÇÃO
Esta é uma das muitas classificações possíveis dos estilos, da organização ou dos
conteúdos dos textos. Embora não definitiva nem sempre válida, tomaremos esta
classificação como base, em virtude de sua pertinência para o estudo do texto. Vamos
abordar estes três modos de forma esquemática, o que não exclui, muito pelo contrário,
que eles se misturem e se liguem num só texto.
Dissertação idéias; Descrição seres; Narração fatos.
QUESTAO AO ALUNO:
Existem estilos de redação mistos ou híbridos?
2.1 Narração
Texto narrativo é aquele que relata mudanças progressivas de estado que vão
ocorrendo com as pessoas ou coisas através do tempo. Nesse tipo de texto, os episódios e
os relatos estão organizados numa disposição tal que entre eles existe sempre uma
relação de anterioridade ou de posterioridade. Essa relação de anterioridade ou
posterioridade é sempre pertinente num texto narrativo, mesmo quando ela venha alterada
na sua seqüência linear por uma razão ou por outra. Existem, contudo, textos com uma
temporalidade psicológica (o que o cinema, por exemplo, explorou bastante), que não
obedece necessariamente à regra cronológica, especialmente textos literários.
Ex:
1. F. e P. nasceram do mesmo pai e da mesma mãe.
2. A fortuna, porém, não os assistiu com eqüidade: F. foi adotado e criado por família
ilustre; P. deixou-se ficar com os pobres pais.
3. F. tirou de doutor; P. morreu aos 18 anos num tiroteio com a polícia.
2.2 Descrição
Leia o texto que segue:
Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios. Nos bares, bocas
cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Nas ruas, pedestres
apressados se atropelam. O trânsito caminha lento e nervoso. Eis São Paulo às sete da
tarde.
Como se pode notar, esse texto relata variados aspectos de um certo momento da
cidade de São Paulo. É um texto descritivo.
Note-se que:
a) todos os enunciados relatam ocorrência simultâneas;
91
b) por isso não existe um enunciado que possa ser considerado cronologicamente
anterior a outro;
c) ainda que se fale de ações (conversam, atropelam, caminha), todas elas estão no
presente, não indicando, portanto, nenhumatransformaçãode estado;
d) se invertêssemos a seqüência dos enunciados, não correríamos o risco de alterar
nenhuma relação cronológica. Poderíamos inclusive colocar o último enunciado em primeiro
lugar e ler o texto do fim para o começo.
Eis São Paulo às sete da tarde. O trânsito caminha lento e nervoso. Nos bares,
bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Nas ruas, pedestres
apressados se atropelam. Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios.
Assim, a descrição:
- relata as característica de uma pessoa, de um objeto ou de uma situação
qualquer;
- inscreve-se geralmente em certo momento estático do tempo;
- geralmente não relata transformações de estado pelas quais passam seres ou
objetos;
- permite, através da simultaneidade temporal, desfazer sem estragos a seqüência
das frases.
Para iniciar o percurso narrativo, no exemplo dado no início desta lição, bastaria
introduzir algum enunciado que indicasse a passagem desse estado para um posterior,
como por exemplo:
... Eis São Paulo às sete da noite. Mas, às nove, o panorama é outro: o trânsito vai
diminuindo, os pedestres escasseando...
2.3 Dissertação
Leia o texto que segue:
O brasileiro, nos últimos anos, tem revelado uma profunda descrença nas instituições
políticas do país. Vários fatores têm concorrido para isso. Entre eles, podem se citar a
incapacidade do governo de controlar o processo inflacionário, a impunidade dos que
fazem mau uso do dinheiro público e o mau uso funcionamento dos legislativos.
Esse é o texto dissertativo. A partir dele, nota-se que no texto dissertativo:
- analisa-se e interpreta-se dados da realidade ou da cultura por meio de conceitos
abstratos;
92
- predominam conceitos abstratos mais do que concretos ou reais;
- a argumentação é mais científica, filosófica ou psicológica;
- as relações entre as frases são mais lógicas do que cronológicas, ou seja,
são relações de implicação, de exclusão, de contradição, de oposição, de ressalva, etc.
OBS.: Não é apenas o gênero dissertativo que expressa um ponto de vista
subjetivo. Este está presente um ponto de vista, uma perspectiva, uma opinião (ou a
aparente falta delas) de quem
os produz ou reproduz.
3. Elementos e estrutura do texto DISSERTATIVO.
3.1 Elementos do texto dissertativo
Tema: o assunto sobre o qual se escreve. Muitas vezes, um tema se liga a outro(s)
Ponto de vista: a posição que se assume diante do tema. Pergunta: será que é
sempre possível assumir uma posição? Será sempre a melhor opção?
Argumentos: A fundamentação do posicionamento, em defesa ao ponto de vista,
em ataque ao ponto de vista contrário ou em nuanciação da afirmação que se pretende
refutar.
Estratégia de convencimento: não são apenas os argumentos ou idéias
apresentadas, mas sim todos os recursos empregados, inclusive a maneira como os
elementos são apresentados, dispostos, de forma mais ou menos direta, mais ou menos
ironizada, astuta, etc. Veremos abaixo mais de um exemplo do que podemos chamar de
―abordagem‖ do leitor (como se estabelece o contato, como se introduz a idéia, o argumento,
etc.).
O parágrafo: Além da estrutura global do texto dissertativo-argumentativo, é
importante conhecer a estrutura de uma de suas unidades básicas: o parágrafo.
Parágrafo é uma unidade de texto organizada em torno de uma idéia-núcleo,
que é desenvolvida por idéias secundárias. O parágrafo pode ser formado por uma ou
mais frases, sendo seu tamanho variável.
Quando há mudança de parágrafo? Quando se inicia uma nova idéia ou
quando se muda o foco do discurso; quando surge um novo questionamento, uma
retificação do argumento, etc.; freqüentemente também, quando a forma da escrita
apresenta uma variação, por vezes para provocar algum impacto na leitura (por exemplo,
através de uma brusca mudança de frases longas para uma frase curta).
Olhe para estes dois quadros como se fossem duas páginas...
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Xxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxx.
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xxxxxxxxxxxxxxxx.
... como se vê, a leitura fica muito mais leve e agradável.
Leia o seguinte texto:
A criança que você pôs no mundo pesa dez libras. É feita com oito libras de água e
um punhado de carbono, cálcio, azoto, sulfato, fósforo, potássio e ferro. Você deu à luz
a oito libras de água e duas libras de cinzas. Assim cada gota de seu filho era o
vapor da
nuvem, o cristal da neve, da bruma, do orvalho, da água nascente e da lama de um
esgoto. Milhares de combinações possíveis de cada átomo de carbono ou de azoto. Você
apenas reuniu o que já existia.
Olhe a terra suspensa no infinito. O Sol, seu próximo companheiro, está a
cinqüenta milhões de milhas. Nosso pequeno planeta não é mais que três mil milhas de
fogo recoberto por uma película que tem apenas dez milhas. Sobre esta fina película, um
punhado de continentes jogados entre os oceanos. Sobre estes continentes, no meio das
árvores, arbustos, pássaros, animais – o ruído dos homens.
Entre estes milhões de homens, está você, que deu à luz a um homem mais. O que
é ele? Um galhinho, uma poeira – um nada. É tão frágil que uma bactéria pode matá-lo;
uma bactéria que aumentada mil vezes é apenas um ponto no campo visual.
Mas este nada é irmão das vagas do mar, do vento, do relâmpago, do sol, da via
Láctea. Este grão de poeira é irmão da espiga do milho, da relva, do carvalho, da palmeira,
irmão de um passarinho, do filhote do leão, de um potrinho, de um cãozinho.
Este grão encerra em seu pensamento as estrelas e os oceanos, as montanhas e
os precipícios. E o que é a essência da alma senão todo universo, faltando apenas as suas
dimensões.
É esta a contradição inerente ao ser humano: nascido de um quase nada, deus
está nele.
(Janusz Korczak. Como amar uma criança. Rio de Janeiro, Paz e Terra,
1984)
Tema: Como definir o ser humano em relação aos outros seres e ao cosmos.
Ponto de vista: A natureza do homem se afigura dual e contraditória – sua
pequenez e fragilidade no universo é flagrante, mas a grandiosidade de sua alma, única.
Argumentação: O homem, apesar de ínfimo no cosmos e composto da mesma
matéria que os demais seres e objetos que o cercam, é único, pois pode encerrar o mundo
em si com sua capacidade de sentir e de pensar.
Estratégia: apresentar uma descrição puramente físico-química para melhor mostrar
a finitude e depois a beleza.
Paragrafação: a mudança do primeiro para o segundo parágrafo é notável:
94
passa do relatório físico-químico para a seguinte ordem: ―olhe a terra suspensa no
infinito‖. Com isso, o ―tom‖ do texto muda e uma nova idéia se apresenta de modo
impactante.
Veja agora como esses elementos do texto dissertativo se distribuem na
dissertação clássica:
Introdução:
- Delimitação do tema
- Apresentação do ponto de vista
Desenvolvimento:
- Argumentação
Conclusão
- Fecho
- Reafirmação do ponto de vista vezes mais pertinentes e menos generalistas.
Nestes, o tema pode estar disperso ao longo do texto ou concentrar-se no fecho, o modo
de introdução ser mais original, a conclusão reabrir o debate em vez de simplesmente
encerrar o assunto.
3.2 Recursos lógico-explicativos
Existem muitos modos de expor idéias, de desenvolver o raciocínio dissertativo.
Vamos mostrar alguns.
Observe o tema abaixo:
A violência no cotidiano da cidade grande.
Pelo método de estruturação de textos que sugerimos, a introdução tem como
finalidade apresentar o assunto e a posição assumida diante dele, isto é, a tese a ser
defendida. Essa apresentação pode ser feita de muitas maneiras.
a) Definição
Pode-se começar a dissertar escrevendo uma definição do tema, para atribuir
maior clareza e objetividade ao texto. Também se usa uma definição para
depois refutá-la, contradizê-la.
Exemplo de definição:
Violência é...
95
A violência se caracteriza como... Um ato é violento quando...
Existe violência se...
A violência costuma ser vista como...
Em seguida, expõe-se o ponto de vista e segue-se o processo dissertativo já
sugerido.
b) Comparação
Há a possibilidade também de começar o texto buscando uma definição do tema por
comparação. Por exemplo:
A violência é como...
A violência é semelhante a...
A violência parece-se com..., lembra...
Depois de estabelecida a comparação, faz-se um breve comentário interpretativo
sobre ela, explicitando, assim, a própria visão do assunto.
c) Citação
Pode-se ainda iniciar o texto com uma citação relativa ao tema. Uma frase
interessante, um verso, um aforismo, um fragmento, etc.
O ideal é que a citação seja feita do modo clássico: entre aspas,
reproduzindo exatamente as palavras do autor e com indicação da fonte de onde foi
retirada. Em seguida, faz- se uma pequena análise, um breve comentário a respeito da
opinião citada, expondo, ao mesmo tempo, o próprio ponto de vista sobre o assunto.
d) Histórico
O texto também pode ser iniciado com um histórico, uma explanação rápida
do tema através dos tempos. Por exemplo:
Antes, a violência era ―x‖, agora é...
Ontem, a violência era ―x‖; hoje é ―y‖; amanhã será...
Prepara-se uma espécie de rápido retrospecto da evolução que se quer
demonstrar ou uma breve retrospectiva acompanhada de uma prospectiva.
Depois do histórico, apresenta-se a tese e inicia-se a argumentação.
96
e) Exemplo
É possível também escolher um fato-exemplo expressivo para iniciar o texto. Em
seguida, faz-se uma análise interpretativa desse exemplo – que poderá ou não ser
retomado mais adiante
–, revelando a visão que se tem sobre o tema.
Iniciar uma dissertação a partir de um exemplo pode dar concretude e
comunicabilidade ao texto.
f) Estatística
Pode-se começar a redação pela apresentação de um dado estatístico esclarecedor
sobre o tema. O procedimento é praticamente idêntico àquele em que se inicia o texto pela
exemplificação.
g) Resumo
Um resumo daquilo que se pensa sobre o assunto é outra possibilidade de se
iniciar o texto. O começo da dissertação funcionaria, assim, como uma espécie de índice,
de sumário do texto, em que se apresentariam de modo sintético o tema, o ponto de vista e
a argumentação. Por exemplo:
A violência é ―x‖ porque ―y‖...
A violência se deve a três fatores: a, b e c.
h) Pergunta
Fazer uma pergunta, um questionamento sobre o tema ou sobre algum aspecto
dele é outra forma de se iniciar uma dissertação.
Transformando o tema em uma interrogação, naturalmente já se organiza
o desenvolvimento do raciocínio: ao responder à pergunta, apresenta-se, ao mesmo tempo,
a visão que se tem do assunto.
Essas diferentes sugestões são algumas das possibilidades de apresentação de
idéias, que podem aparecer em inumeráveis combinações diferentes.
Por exemplo: uma pergunta seguida de uma definição e de uma comparação; um
exemplo seguido de uma comparação e de uma pergunta; uma citação seguida de uma
pergunta, etc.
Todos esses modos de exposição de idéias podem aparecer também no
desenvolvimento ou na conclusão da dissertação. Nossas sugestões se ativeram à
introdução porque é o início do texto que delineia a organização lógica das idéias e
que determina a seqüência do raciocínio.
97
Outra forma de estruturação do texto: a PONTUAÇÃO
Antes de continuar com a argumentação vamos falar sobre esta questão
fundamental do texto, embora muito pouco estudada: a pontuação.
Questão de Pontuação
(João Cabral de Melo Neto)
Todo mundo aceita que ao homem cabe pontuar a própria vida:
que viva em ponto de exclamação
(dizem: tem alma dionisíaca);
viva em ponto de interrogação
(foi filosofia, ora é poesia);
viva equilibrando-se entre vírgulas e sem pontuação (na política):
o homem só não aceita do homem que use a só pontuação fatal:
que use, na frase que ele vive o inevitável ponto final.
(Do livro Agrestes. In: Obra Completa. Rio: Nova Aguilar, 1994. p.
582-3)
Linguagem oral e escrita
Na linguagem oral, pontuação sem cessar as nossas falas. E o fazemos sempre
bem, sem errar, imprimindo às nossas frases a tonalidade desejada, a gradação de
significados, as ironias e humores, mas também, simplesmente, o início e o fim de cada
nova informação.
Na escrita, porém tudo isso ocorre de uma maneira mais reduzida e
aparentemente menos expressiva. Como o autor não está aí para explicar o que queria
dizer e fazer as pausas ao falar, é fundamental à compreensão de um texto a sua
pontuação. Esta pode, inclusive, mudar completamente o significado das palavras, às
vezes até mesmo uma vida, como na anedota abaixo.
Testamento e sentença de morte – o(s) sentido(s) do texto.
Para entender a importância da pontuação, eis algumas histórias e anedotas:
assim:
Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta.. Escreveu
"Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do
padeiro nada dou aos pobres".
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem ele deixara a fortuna? Eram Quatro
concorrentes:
98
1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
―Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta
do padeiro. Nada dou aos pobres‖.
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
―Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do
padeiro. Nada dou aos pobres‖.
3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:
―Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta
do padeiro. Nada dou aos pobres‖.
4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta
interpretação:
―Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta
do padeiro? Nada! Dou aos pobres.‖
O sentido de um texto é também uma questão de pontuação!!!
Na Inglaterra, certa vez, um oficial foi condenado à morte. Seu pedido de perdão
recebeu a seguinte
sentença do rei:
Perdoar impossível, mandar para a forca!
Antes de a mensagem ser enviada ao verdugo, passou pelas mãos da generosa
rainha, que, compadecida da sorte do oficial, tomou de uma caneta e alterando a posição
da vírgula, simplesmente mudou o significado da mensagem:
Perdoar,impossível mandar para forca!
Leia o seguinte parágrafo:
Mais de 2000 quilômetros quadrados de florestas espanholas viraram poeira em
apenas quinze dias dizem os especialistas em um congresso recente sobre desertificação
eles denunciaram que na província de Almería sede do evento no sul da Espanha 42% da
superfície se transformou em terra estéril constituindo o maior deserto da Europa.
Não dá para respirar? As informações estão amontoadas? Claro, está sem
pontuação! Observe agora duas possíveis pontuações do mesmo trecho e tente responder
às perguntas:
1) Mais de 2000 quilômetros quadrados de florestas espanholas viraram poeira.
Em apenas quinze dias, dizem os especialistas em um congresso recente sobre
desertificação, eles denunciaram que na província de Almería, sede do evento no sul da
Espanha, 42% da superfície se transformou em terra estéril, constituindo o maior deserto da
Europa.
Questões: a) o que aconteceu em apenas 15 anos? b) quem denunciou?
99
Mais de 2000 quilômetros quadrados de florestas espanholas viraram poeira em
apenas quinze dias. Dizem os especialistas em um congresso recente sobre desertificação,
eles denunciaram que na província de Almería, sede do evento. No sul da Espanha,
42% da superfície se transformou em terra estéril, constituindo o maior deserto da Europa.
Questões: a) o que dizem os especialistas? b) quem são ―eles‖? c) o que foi
denunciado? d) fica claro o que está se dizendo?
Agora você mesmo pontue o texto, usando somente a vírgula e o ponto como sinais
(não esqueça das maiúsculas depois do ponto).
Mais de 2000 quilômetros quadrados de florestas espanholas viraram poeira em
apenas quinze dias dizem os especialistas em um congresso recente sobre desertificação
eles denunciaram que na província de Almería sede do evento no sul da Espanha 42% da
superfície se transformou em terra estéril constituindo o maior deserto da Europa.
Sujeito e predicado
Leia o texto a seguir:
As abelhas não só reconhecem as figuras geométricas, mas também sabem
distinguir figuras disfarçadas, como um triângulo sugerido apenas por seus contornos. A
conclusão é da bióloga Cláudia Boacnin, do Instituto de Psicologia Experimental da
Universidade de São Paulo. Cláudia fez uma experiência que consistiu em treinar insetos
da espécie Melípona quadrifasciata a buscar água com açúcar dentro de triângulos
eqüiláteros. Mais tarde, ela substituiu esses triângulos por uma imagem com contornos
ilusórios, o chamado triângulo de Kanizsa (porque foi criado em 1955, pelo cientista italiano
Gaetno Kanizsa). Ao lado, colocou duas imagens que nada tinham a ver com triângulos. As
abelhas reconheceram a forma que, na experiência inicial, trazia o alimento. Assim,
fizeram a maior parte dos pousos (51%) sobre a figura que mais se parecia com um
triângulo e apenas 24, 5% sobre as outras duas.
(―Abelhas geômetras‖. Superinteressante, ano 8, nº9
um sujeito:
1. As abelhas...
2. A conclusão...
3. Cláudia...
4. Mais tarde, ela...
Assinale o sujeito das três últimas sentenças:
5.
100
6.
7.
Que conclusão podemos tirar deste exercício acerca do ponto?
Geralmente, o ponto aparece quando um novo sujeito, e, portanto, uma nova
informação sobre ele, aparece na seqüência do texto. Observe que o sujeito pode até ser o
mesmo (Cláudia e ela, por exemplo), mas as informações são diferentes (Cláudia fez uma
experiência... e ela substituiu...). Lembremos que se não há ponto separando as sentenças,
as informações vão se acumulando, provocando a asfixia no pobre leitor!
Assim, o ponto geralmente separa sentenças que são autônomas. (Cláudia
estuda abelhas. Ela está escrevendo uma tese sobre o assunto). Evidentemente, frases
independentes podem ser ligadas entre si por conjunções (Cláudia estuda abelhas e está
escrevendo uma tese sobre o assunto. Cláudia estuda abelhas porque está escrevendo uma
tese sobre o assunto).
Assim, nas seguintes frases:
1. Mais tarde, ela substituiu esses triângulos por uma imagem com contornos
ilusórios.
2. Assim, as abelhas fizeram a maior parte dos pousos sobre a figura que mais
se parecia com um triângulo.
3. Em matéria de saúde, as aparências quase sempre enganam.
4. Nós, brasileiros, consideramo-nos espertos.
5. Roda, meu carro, que é curto o caminho.
6. O povo, no ano passado, elegeu seus deputados.
7. Idéias, como dizia Silveira Martins, não são metais que se fundem.
8. Os Lusíadas, que é um poema épico, narra as grandes navegações portuguesas.
... quais os elementos que não são essenciais para formar uma ―unidade de
sentido‖? Quais os descartáveis?
O que aconteceria se fosse colocada uma vírgula na frase 2: ―Assim, as abelhas
fizeram a maior parte dos pousos sobre a figura, que mais se parecia com um
triângulo?
Observações sobre pontuação:
101
- E, ou e nem dispensam a vírgula: Tragam cadernos, lápis e borracha. Não
trouxeram caderno nem borracha. Tragam lápis ou caneta.
- A vírgula separa local de dada, bem como informações: Brasília, 13 de maio de
2008.
- A vírgula, muitas vezes, não separa, mas une orações entre si: Estudas muito, logo
tua aprovação é certa.
Trazes flores, porém não as aceitarei.
- O ponto-e-vírgula (;) separa termos de uma enumeração:
A gramática da língua portuguesa estuda: a) fonética; b) morfologia; c) sintaxe.
Separa também orações muito próximas...XXX
- Os dois pontos (:) introduzem uma explicação ou uma lista de itens.
- As aspas (―‖) abrem e fecham uma citação, bem como uma palavra que não se
quer assumir como própria ou contendo uma ironia, além de alguns outros casos. É
fundamental o uso das aspas sempre que se cita textualmente o texto de alguém.
Preserva-se, com elas, a propriedade intelectual e a si mesmo de possíveis críticas.
4. Argumentação
Como afirma Maria Helena Campos de Bairros, COMUNICAR não significa
apenas enviar uma mensagem e fazer com que nosso ouvinte/leitor a receba e a
compreenda. Dito de uma forma melhor, podemos dizer que nós nos valemos da
linguagem não apenas para transmitir idéias, informações. São muito freqüentes as vezes
em que tomamos a palavra para fazer com que nosso ouvinte/leitor aceite o que
estamos expressando (e não apenas compreenda); que creia ou faça o que está sendo
dito ou proposto.
Comunicar não é, pois, apenas um fazer saber, mas também um fazer crer, um fazer
fazer. Nesse sentido, a língua não é apenas um instrumento de comunicação; ela é também
um instrumento de ação sobre os espíritos, isto é, uma estratégia que visa a convencer, a
persuadir, a aceitar, a fazer crer, a mudar de opinião, a levar a uma determinada ação.
Assim sendo, talvez não se caracterizaria em exagero afirmarmos que falar e
escrever é argumentar.
TEXTO ARGUMENTATIVO é o texto em que defendemos uma idéia, opinião ou
ponto de vista, uma tese, procurando (por todos os meios) fazer com que nosso
ouvinte/leitor aceite-a, creia nela.
Num texto argumentativo, distinguem-se três componentes: a tese, os
argumentos e as estratégias argumentativas.
TESE, ou proposição, é a idéia que defendemos, necessariamente polêmica,
pois a argumentação implica divergência de opinião.
A palavra ARGUMENTO tem uma origem curiosa: vem do latim ARGUMENTUM,
que tem o tema ARGU , cujo sentido primeiro é "fazer brilhar", "iluminar", a mesma raiz de
102
"argênteo", "argúcia", "arguto". Desse modo, no pensamento científico e em geral o
argumento é fundamental pois compartilha a idéia do saber, do conhecimento, da verdade
enquanto luz esclarecedora.
As ESTRATÉGIAS não se confundem com os ARGUMENTOS. Esses,
como se disse, respondem à pergunta por quê (o autor defende uma tese tal PORQUE ... -
e aí vêm os argumentos).
ESTRATÉGIAS argumentativas são todos os recursos (verbais e não-verbais)
utilizados para envolver o leitor/ouvinte, para impressioná-lo, para convencê-lo melhor, para
persuadi-lo mais facilmente, para gerar credibilidade, etc.
A CLAREZA do texto - para citar um primeiro exemplo - é uma estratégia
argumentativa na medida em que, em sendo claro, o leitor/ouvinte poderá entender, e
entendo, poderá concordar com o que está sendo exposto. Portanto, para conquistar o
leitor/ouvinte, quem fala ou escreve vai procurar por todos os meios ser claro, isto é,
utilizar-se da ESTRATÉGIA da clareza. A CLAREZA não é, pois, um argumento, mas é
um meio (estratégia) imprescindível, para obter adesão das mentes, dos espíritos.
4.1 A argumentação causal – o(s) porquê(s)
Uma das principais técnicas de argumentação é aquela que utiliza o raciocínio lógico-
causal, que investiga as causas e conseqüências daquilo que se afirma. São os porquês, as
razões, os motivos que fundamentam os nossos posicionamentos.
O modo clássico de composição da dissertação, depois de perguntar: qual o tema? o
que se diz sobre o tema e qual a nossa opinião?, indaga-se: por quê? A resposta será o eixo
principal de nossa argumentação.
Aliás, um dos principais problemas de argumentação é a confusão
causa/efeito. Esta consiste, por exemplo, em estabelecer como causa de um fato que
aconteceu imediatamente antes do tempo. Por exemplo: Meu pai encerrou o cachorro.
Depois de poucos dias, tinha raiva o animal. Portanto, o encerramento é o que causou a
raiva. Analisando a frase, a raiva é posta como efeito da causa "cachorro". Ora, é ilógico
afirmar que a conseqüência de encerrar o cachorro dê raiva.
Exemplo de encadeamento:
O amor, o trabalho e o conhecimento devem governar a nossa vida... (→ponto de
vista) .
Porque pois uma vez que já que nexos argumentação à medida que lógico-causais
causal tendo em vista que por causa de visto que .. são as fonte de nossa existência
.Problemas de Argumentação
Já dizia Giordano Bruno, dez anos antes de ser queimado pela Inquisição em 1600:
Nunca deve valer como argumento a autoridade de qualquer homem, por
excelente e ilustre que seja... É sumamente injusto submeter o próprio sentimento a
103
uma reverência submetida a outros; é digno de mercenários ou escravos e contrário à
dignidade humana sujeitar-se e submeter-se; é uma estupidez crêr por costume
inveterado; é coisa irracional conformar-se com uma opinião devido ao número dos que a
têm... É necessário procurar sempre, em compensação, uma razão verdadeira e
necessária... E ouvir a voz da natureza.
(Giordano Bruno, 1590. In: Rodolfo Mondolfo. Filosofia da Renascença. São
Paulo: Mestre Jou, 1967)
No livro, Redação Inquieta, Bernardo (2000) menciona falhas de argumentação
como: a confusão causa-efeito; o círculo vicioso; a estatística tendenciosa; a fuga do
assunto; além da confusao causa-efeito mencionada supra e dos problemas de pontuação,
que podem enfraquecer ou desvirtuar completamente uma argumentação, entre outros.
Há também o argumento autoritário, é disso que fala o texto acima de Giordano
Bruno.
O argumento autoritário
O argumento autoritário geralmente apela para as palavras de uma pessoa
famosa ou autoridade, buscando impressionar o opositor. Por exemplo: Como vais pôr em
dúvida minhas palavras (diretora), se eu fui votada pela maioria dos professores?
Círculo vicioso
O círculo vicioso consiste em fazer uma afirmação e defendê-la apresentando
razões que significam o mesmo que a afirmação original, ou seja, duas proposições que
carecem igualmente de prova. Por exemplo: o sal se dissolve porque é solúvel. Ou provar a
origem do homem pelo intelecto divino e o intelecto divino pela origem do homem.
A estatística tendenciosa
A estatística tendenciosa acontece quando um determinado tema é pesquisado sob
a forma de tabela, apoiado num levantamento apressado de fatos. Com esse tipo de
redação, o aluno quer terminar rápido e faz uma conclusão mal feita.
A fuga do assunto
A fuga do assunto é quando o discente faz uma frase e na seguinte se desvia da
idéia. Por exemplo: a ciência é muito importante para humanidade, a história estuda o
passado. Ou: o amor é a ferramenta do ser humano, a paixão é dolorosa.
Emprego de noções de sentido muito extenso
Para entender esse tipo de defeito argumentativo, é necessário considerar que na
língua existem palavras com uma extensão de significado muito ampla. Não sendo
palavras de sentido especializado, ocorrem nos mais variados contextos, cobrindo noções
díspares e até contraditórias. Trata-se de palavras que, para não prejudicar o esquema de
argumentação, devem vir previamente definidas porque, se não o forem, podem servir de
argumento para um ponto de vista e para o seu contrário. Pense-se, a esse respeito, no uso
que o mundo contemporâneo tem feito da palavra liberdade:
- Reagan, em defesa da liberdade dos povos latino-americanos,
solicita ao Congresso americano verbas para apoiar os movimentos ao governo da
104
Nicarágua;
- Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, em nome da liberdade dos
povos latino-americanos, solicita, na ONU, sanções contra os Estados Unidos pelo
apoio que vêm dando aos movimentos contrários ao governo revolucionário.
Como se vê, o mesmo conceito está sendo utilizado como argumento para duas
atitudes diametralmente opostas: uma dos Estados Unidos contra o governo da
Nicarágua; outra do governo da Nicarágua contra os Estados Unidos.
QUESTÃO AO ALUNO:
O que é que permite essa diversidade no uso de uma mesma palavra?
Essas considerações nos levam a concluir que palavras desse tipo precisam ser
definidas antes de serem exploradas como argumento para apoiar qualquer ponto de vista.
Do contrário, o argumento se esvazia e perde o seu poder de persuasão.
Na língua, existem muitas palavras pertencentes a esse tipo de repertório: liberdade,
democracia, justiça, ordem, alienação, massificação, materialismo, idealismo, etc.
Identifique a(s) palavra(s) problemáticas nestas frases:
O problema dos posseiros e a luta pela terra não têm sentido, pois perturbam a
ordem estabelecida.
Deve-se respeitar o professor porque, afinal de contas, na escola ele é uma
autoridade.
Emprego de noções de totalidade indeterminada
Todos os políticos são iguais: só querem o poder para encher os próprios bolsos.
Os países latino-americanos são diferentes em tudo: nos hábitos, nos
costumes, na concepção de vida, nos valores, etc.
O uso dessas noções totalizadoras também compromete a força argumentativa do
texto, pois dá margem a contra-argumentações imediatas e fáceis.
O exemplo generalizante e os chavões
Apesar do exemplo ser fundamental na maioria das argumentações, é bom
tomar cuidado na hora de usar um exemplo que pode não refletir uma realidade ou que
generalize algo em demasia. Por exemplo:
No Brasil, a maioria da população ativa ganha acima de dez salários mínimos. Outro
hábito a ser evitado é o começo de redação por chavão, do tipo:
Desde os primórdios da Antigüidade...
A cor sempre exerceu um grande fascínio sobre a humanidade... Um dos problemas
mais discutidos da atualidade...
105
No Manual de Redação da Folha de São Paulo, preconiza-se evitar o uso de
expressoes como: Abrir com chave de ouro.
Antes de mais nada Ataque fulminante Caixinha de surpresas Calorosos aplausos
Corações e mentes
Congestionamento monstro
Fazer por merecer Usina de idéias Vitória esmagadora
4.3. Coerência e Coesão
Separa-se aqui coerência e coesão por razões didáticas. Diga-se, contudo, que são
processos que se contaminam e se relacionam intimamente. Qualquer falante de uma
língua é capaz, ao ler um texto, de apreciar a coerência, mas a produção de texto requer
mesmo assim reflexão e prática nestes dois quesitos.
QUESTÃO AO ALUNO:
Qual, na sua opinião, é a diferença entre coerência e coesão?
A partir desta pergunta, podemos delimitar um primeiro delineamento das duas
noções e de seu entrelaçamento.
4.3.1 Coerência (e incoerência)
Observe o texto que segue:
Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das
avenidas de São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que
estavam os pacotinhos de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista,
que vinha em alta velocidade, perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar.
O menino não pensou duas vezes. Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era
um homem corpulento. Carregou-o até a calçada, parou um carro e levou o homem para o
hospital. Assim salvou-
lhe a vida.
Esse texto, uma redação escolar, é gramaticalmente perfeito, porém apresenta uma
incoerência. Qual? Como chamar esta incoerência?
A coerência não é independente do contexto no qual o texto está inscrito, isto é, não
podemos ignorar factores como o autor, o leitor, o espaço, a história, o tempo, etc. O
exemplo seguinte:
(...) O velho abutre alisa as suas penas.
106
É um verso de Sophia de Mello Breyner Andresen que só pode ser
compreendido uma vez contextualizado (pertence ao conjunto ―As Grades‖, in Livro Sexto,
1962): o ―velho abutre‖ é uma metáfora subtil para designar o ditador fascista Salazar.
Portanto, é bom frisar novamente que não é o conhecimento da língua que nos permite
saber isto mas o conhecimento da cultura portuguesa.
Podemos indicar, além deste nível mais metafórico e cultural, três níveis
gerais de coerência:
- coerência narrativa;
- coerência semântica;
- coerência argumentativa.
a) Coerência narrativa
É incoerente narrar uma história em que alguém está descendo uma ladeira
num carro sem freios, que pára imediatamente, depois de ser brecado, quando uma
criança lhe corta a frente. Vejamos um exemplo em redação:
Lá dentro havia uma fumaça formada pela maconha e essa fumaça não deixava que
nós víssemos qualquer pessoa, pois ela era muito intensa.
Meu colega foi à cozinha me deixando sozinho, fiquei encostado na parede de sala e
fiquei observando as pessoas que lá estavam. Na festa havia pessoas de todos os tipos:
ruivas, brancas, pretas, amarelas, altas, baixas, etc.
QUESTÃO AO ALUNO:
Qual a incoerência deste texto?
Nesse caso, o sujeito não podia ver e viu. O texto tornar-se-ia coerente se o narrador
dissesse que ficara encostado à parede imaginando as pessoas que estavam por detrás da
cortina de fumaça.
b) Coerência semântica
Refere-se à relação entre os significados dos elementos das frases em
seqüência; a incoerência aparece quando esses sentidos não combinam, ou quando são
contraditórios.
Exemplos:
... ouvem-se vozes exaltadas para onde acorreram muitos fotógrafos e telegrafistas
para registrarem o fato.
O governo principalmente não corresponde de uma maneira correta em relação ao
107
nível de condições que para muitos seriam uma decisão óbvia.
Educação, problema universal que por direito todo indivíduo deve ter acesso.
Ainda dentro deste tipo de coerência, lembramos que o pouco domínio do sentido
dos vocábulos e das restrições combinatórias podem também gerar frases com problemas
de compreensão, como as que seguem:
O jardim que circula a casa estava maltratado. Entramos em um círculo de
mudanças.
O rei quis obter as luxúrias que sua posição oferecia.
... sendo este o dominador comum das mudanças. O Brasil é um país em alta-
rotatividade.
O que existe é um apontamento dos erros do vestibular. A televisão transmite lazer.
Não deu asas ao pensamento, obviamente com medo de aferir a opinião dos outros.
Isto acontece quando você está batendo uma conversa informal.
O quarto era o maior ambiente do barraco. Minhas suspeitas se atrapalham.
O sol deixa um rastro de cor reflexada na água.
A audiência no Maracanã é grande quando jogam Vasco e Flamengo.
... vencendo a oscilação que repousava em sua mente. Jamais fui a uma igreja seja
ela de qual raça ou costume. O tempo nos proporciona muitos sacrifícios.
O armário estava desarrumado, com as gavetas afogadas de tantas roupas
dispersivas.
QUESTÕES AOS ALUNOS:
Quais as incoerências para cada uma das frases acima?
c) Coerência argumentativa
Sobre coerência argumentativa Platão e Fiorin afirmam: ―Num esquema de
argumentação, joga- se com certos pressupostos ou certos dados e deles se fazem
inferências ou se tiram conclusões que estejam verdadeiramente implicados nos
elementos lançados como base do raciocínio que se quer montar. Se os pressupostos ou
os dados de base não permitem tirar as conclusões que foram tiradas, comete-se a
incoerência de nível argumentativo‖ (: 1995, p. 264). Por exemplo, opor-se a qualquer
tipo de violência e defender a pena de morte é uma incoerência argumentativa.
4.3.2 Coesão
A sua redação, seja ela dissertativa, descritiva ou narrativa, deve primar, como se
sabe, pela clareza, objetividade, coerência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz
(coeso significa ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar
interligados. De um fazer referência
108
ao outro. De o sentido de um depender da relação com o outro. A título de
exemplificação, observe-se o texto a seguir:
É sabido que o sistema do Império Romano dependia da escravidão, sobretudo
para a produção agrícola. É sabido que a população escrava era recrutada principalmente
entre prisioneiros de guerra.
Em vista disso, a pacificação das fronteiras fez diminuir consideravelmente a
população escrava.
Como o sistema não podia prescindir da mão-de-obra escrava, foi necessário
encontrar outra forma de manter inalterada essa população.
Como se pode observar, os enunciados desse texto não estão amontoados
caoticamente, mas estritamente interligados: ao se ler, percebe-se que há conexão entre
cada uma das partes.
A coesão de um texto, isto é, a conexão entre os vários enunciados obviamente
não é fruto do acaso, mas das relações de sentido que existem entre eles. Essas
relações de sentido são manifestadas sobretudo por certa categoria de palavras, as quais
são chamadas conectivos ou elementos de coesão. Sua função no texto é exatamente a de
pôr em evidência as várias relações de sentido que existem entre os enunciados.
No caso do texto citado acima, pode-se observar a função de alguns desses
elementos de coesão. A palavra ―ainda‖ no primeiro parágrafo (―É sabido ainda que...‖)
serve para dar continuidade ao que foi dito anteriormente e acrescentar um outro dado: que
o recrutamento de escravos era feito junto dos prisioneiros de guerra.
O segundo parágrafo inicia com a expressão ―em vista disso‖, que estabelece uma
relação de implicação causal entre o dado anterior e o que vem a seguir : a pacificação das
fronteiras diminui o fornecimento de escravos porque estes eram recrutados principalmente
entre os prisioneiros de guerra.
QUESTÃO AOS ALUNOS:
Vocês vêem algum outro elemento de coesão neste texto?
a) O papel de alguns dos elementos de coesão mais usados
- assim, desse modo: têm um valor exemplificativo e complementar.
A seqüência introduzida por eles serve normalmente para explicar, confirmar ou
ilustrar o que se disse antes;
- e: anuncia o desenvolvimento do discurso e não a repetição do que foi dito
antes; indica uma
progressão semântica que adiciona, acrescenta algum dado novo;
- ainda: serve, entre outras, coisas, para introduzir mais um
argumento a favor de determinada conclusão, ou para incluir um elemento a mais
dentro de um conjunto qualquer;
109
- aliás, além do mais, além de tudo, além disso: introduzem um
argumento decisivo,
apresentado como acréscimo, como se fosse desnecessário, justamente para dar o
golpe final no argumento contrário ou a favor do próprio argumento;
- isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras: introduzem esclarecimentos,
retificações ou desenvolvimentos do que foi dito anteriormente;
- mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, todavia: marcam
oposição entre dois enunciados ou dois segmentos. Não se pode ligar, com esses
relatores, segmentos que não se opõem. Eles estabelecem uma relacao dita adversativa.
- embora, ainda que, mesmo que: são relatores que estabelecem ao
mesmo tempo uma relação de concessão. Servem para admitir um dado contrário para
depois negar seu valor de argumento. Trata-se de um expediente de argumentação muito
vigoroso: sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de vista contrário.
b) Outros recursos de coesão
Além dos elementos elencados acima, que são dos mais comuns, existem muitos
outros recursos para deixar o texto mais coeso, mais leve ou mais agradável de ler. Já
trabalhamos a
pontuação, que pode ser considerado como um dos fatores mais importantes de
coesão num texto. Abaixo está uma lista não exaustiva de recursos, que o aluno
pode complementar e guardar para auxiliá-lo na hora de escrever. Os elementos são
retomados, portanto, por:
- Repetição: a repetição é um dos principais elementos de coesão,
uma vez que dispensa a releitura por parte do o leitor. A repetição pode ser considerada a
mais explícita ferramenta de coesão. Obviamente, ela deve ser usada com parcimônia,
uma vez que um número elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão.
Ex: Oito pessoas morreram na queda de um avião bimotor Aero Commander, da
empresa J. Caetano, da cidade de Maringá (PR). O avião prefixo PTI-EE caiu sobre
quatro sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de São
Paulo, por volta das 21h40 de sábado.
- Repetição parcial: na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial
é o mais comum mecanismo coesivo. Costuma-se, uma vez citado o nome completo
de alguém, repetir somente o(s) seu(s) sobrenome(s).
- Elipse: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto.
Ex: Estavam no avião o empresário Silvio Name Júnior, de 33 anos, que foi
candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições; o piloto José Traspadini, de 64 anos;
o co-piloto Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba que não foi necessário repetir a
palavra avião logo após as palavras piloto e co-
110
- Substituições: uma das mais ricas maneiras de se retomar um elemento já
citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado. É o mecanismo pelo qual se
usa uma palavra (ou grupo de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de
palavras). Confira os principais elementos de substituição (alguns já citados acima):
a) Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou
acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a idéia contida em
um parágrafo ou no texto todo.
Ex: Foram encontrados: o sogro de Name Júnior, Márcio Artur Lerro Ribeiro, de
57; seus filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro, de 31; e o
marido dela, João Izidoro de Andrade, de 53 anos.
O pronome possessivo seus retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o
pronome pessoal ela, contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela
Gimenes Ribeiro (e o marido de Gabriela...). Veja outros exemplos de substituição
pronominal:
Muitos brasileiros estavam assistindo à corrida, mas isso não bastou para que
Rubinho vencesse a prova.
O pronome demonstrativo isso retoma a idéia, expressa anteriormente, de que
muitos brasileiros estavam assistindo à corrida.
Em época de fim de ano, as pessoas que trabalham com carteira assinada recebem
o 13° salário, o que aquece a economia do país.
O pronome demonstrativo o retoma o fato de as pessoas trabalharem com carteira
assinada.
Sérgio Ricardo de Andrade, de 32 anos, que morreu ao reagir a um assalto e ser
baleado na noite de sexta-feira, (...)
A Jonas Ricardo foram atribuídas atitudes violentas. Segundo sua esposa, ele a
agrediu na última segunda-feira...
O pronome pessoal ele retoma Jonas Ricardo; o pronome pessoal a retoma sua
esposa, etc.
b) Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo que se
referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação pode ser conhecida ou
não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida de modo que fique fácil a sua
relação com o elemento qualificado.
Ex:
(...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O presidente, que
voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certificado...
111
O epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso; poder-se-ia usar,
como exemplo, sociólogo.
Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o ex-
Ministro dos Esportes, a seleção...
O epíteto ex-Ministro dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento;
poder-se-iam, por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do mundo, etc.
c) Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou muito
parecido) dos elementos a serem retomados.
Ex: O prédio foi demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor
do edifício, para conferir o espetáculo .
d) Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expressa por
eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados.
Ex: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida
Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos impostos. A paralisação foi a
maneira encontrada...
Paralisação, que deriva de paralisar, retoma a ação de centenas de veículos de
paralisar o trânsito da Avenida Higienópolis.
e) Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um elemento
(palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de uma classe ou categoria
a que esse elemento pertença, como em:
Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O
protesto foi a maneira encontrada...
Protesto retoma toda a idéia anterior - da paralisação -, categorizando-a como um
protesto; Quatro cães foram encontrados ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos
enfrentaram a reação dos animais.
Animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações que se podem
atribuir a eles. f) Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de
lugar.
em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram...
Exemplos de advérbios que comumente funcionam como elementos referenciais, isto
é, como elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc.
g) Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo,
em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente,
primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico).
112
h) Tempo (freqüência, duração, ordem, sucessão, anterioridade,
posterioridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no
momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida,
afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje, freqüentemente, constantemente às
vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo
tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quando,
antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que,
cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.
i) Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma forma,
assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente,
analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de
acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual,
tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.
j) Condição, hipótese: se, caso, eventualmente, porventura.
k) Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais,
ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também, não só... como
também, não apenas ... como também, não só ... bem como, com, ou (quando não for
excludente).
l) Dúvida: talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não
é certo, se é que.
m) Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito,
subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente.
n) Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para
exemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás.
o) Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o
propósito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para.
p) Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de,
dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele,
aquela, aquilo, ante, a.
q) Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão,
enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo,
pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo.
r) Causa e conseqüência. Explicação: por conseqüência, por conseguinte, como
resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão (tanto,
tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (=
porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja vista.
113
s) Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste com,
salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de,
ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se bem que, por mais que, por menos
que, só que, ao passo que.
t) Idéias alternativas: ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora.
Exercício s
1) Torne o texto coerente preenchendo as lacunas com algum dos elementos
coesivos sugeridos:
assim que – a menos que – quando – porque – desde que – entretanto – que –
porém – a não ser que – ou – embora – conforme - para
Centenas de milhões de espécies de plantas e animais desapareceram a vida
começou na Terra. Algumas desapareceram pelo processo natural de evolução.
nos últimos 300 anos, o homem apressou esse processo
mais do que mil vezes, destruindo habitats, poluindo o ambiente, caçando e colhendo
espécies. É difícil apontar exatamente a velocidade da extinção, uma
estimativa sugere desapareceram diariamente
cerca de 100 espécies uma espécie a cada 15
minutos. Há, provavelmente, um milhão delas em risco de desaparecimento nos
próximos 20 anos, se faça algo agora salvá-las do
desaparecimento.
(Enciclopédia Ciência Globo)
2) O texto abaixo apresenta uma série de ocorrências que dificultam a compreensão
imediata da mensagem. Reescreva-o, tornando-o mais claro e conciso
Em relação à poluição do ar, as pessoas que usam carros só vão largar seus
carros em casa quando houver nas cidades em que as pessoas moram,
principalmente cidades grandes, metrópoles, um transporte coletivo que seja eficaz. Hoje,
os ônibus, que são o principal transporte coletivo do Brasil, demoram e quando os ônibus
chegam, chegam lotados. Mas os ônibus também são, além do principal transporte, os
maiores poluidores do ar, pois os ônibus vivem desregulados. Como alternativa de
transporte, restam para as pessoas as poucas linhas de metrô e as poucas ciclovias que
permitiriam às pessoas andarem de bicicleta. Metrô e bicicleta são transportes que não
poluem o ar.
2) Reúna as frases em um só período por meio de elementos coesivos. Faça as
alterações necessárias.
a) Os planos econômicos são inevitáveis. Os planos econômicos costumam afetar
duramente a população. As conseqüências dos planos econômicos são imprevisíveis.
b) O homem age de forma predatória sobre a natureza. A natureza resiste à
atuação predatória do homem. A natureza mantém vivas algumas de suas espécies. A
natureza responde ao homem sob forma de intempéries imprevisíveis.
114
c) Eles estavam preocupados com o problema que causaram. Eles apresentaram
suas explicações. As explicações não eram convincentes.
3) Uma das maneiras de não se perder no momento de redigir um texto é produzir
frases não muito longas. Falta à frase abaixo justamente esse cuidado. Reescreva-
a para que fique mais clara, mais concisa, e corrija os trechos que contenham erros.
Não se esqueça dos elementos de coesão.
Apesar de parecer contraditório, a facilidade de se ter informações de todas as
partes do mundo sem sair de casa às vezes confunde o usuário leigo onde o novato se vê
perdido entre as inúmeras páginas virtuais, isto depois de instalar a Internet no
computador, o que deveria ser prático acaba se tornando uma frustração, existindo dezenas
de sites e diretórios de busca na Rede onde têm como função ajudar a encontrar
informações através de palavras-chave. (Gazeta do Povo – texto modificado)
5. ALGUMAS DIFICULDADES MAIS FREQÜENTES DA LÍNGUA
PORTUGUESA.
5.1 Tópicos específicos
Serão colocadas aqui apenas algumas das dificuldades de português mais
recorrentes na prática da escrita e da fala formal. Outras, contudo, surgirão a partir do
diagnóstico feito junto aos alunos e no decorrer das aulas e serão trabalhadas em seu
tempo.
A –
HÁ
A – preposição. Usa-se com a idéia de tempo futuro ou sentido geográfico.
Daqui a dois dias, tudo estará melhor. Moro a três quadras daqui.
Há – Verbo HAVER. Usa-se com sentido de tempo passado: Há dias ela chegou.
Há muito tempo não tiro férias.
ESTE, ESSE, AQUELE
Este, esta, isto – indica que o ser está relativamente próximo à pessoa que fala,
revelam tempo presente ou futuro, referem-se a alguma coisa que ainda vai ser citada.
Ex.: Esta caneta que está comigo é azul. Pretendo fazer as compras ainda nesta
semana.
Espero sinceramente isto: que se procedam às reformas.
Esse, essa, isso – indicam que o ser está relativamente próximo à pessoa com
quem se fala, revelam tempo passado, referem-se a alguma coisa que já foi citada.
Ex.: Essa caneta que está contigo é azul
115
Em fevereiro fez muito calor: nesse mês pude ir várias vezes à praia. Que as
reformas sejam efetuadas rapidamente: é isso que desejo.
PORQUE, PORQUÊ, POR QUE, POR QUÊ
Porque – Usa-se nas respostas, introduz uma explicação: equivale a pois.
Ex.: Não tiro os olhos do mar, porque nele está o meu barco.
Porquê – Usa-se na forma de substantivo e, assim sendo, vem antecedido de artigo.
Ex.: Diga-me o porquê dessa preocupação com o teu barco.
Por que
a) nas interrogações diretas e indiretas.
Ex: Por que ela não veio?
Quero saber por que ela não veio.
b) quando equivale a pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, estando,
por vezes, subentendidas as expressões razão, motivo, causa.
Ex.: Eis por que ela não veio.
(Eis o motivo pelo qual ela não veio).
Não conheço os países por que vamos passear. (Não conheço os países pelos quais
vamos passar).
Por quê – Usa-se no final da frase.
Ex.: Casou com Luísa, que morava longe, por quê?
Começou contínuo, acabou funcionário e você sabe por quê.
AFIM DE, A FIM DE
AFIM – que tem afinidade, semelhança, parentesco, analogia: A matemática e a
física são ciências afins.
A FIM DE – locução prepositiva que corresponde a para; indica finalidade: Não
116
estamos a fim de aceitar essa proposta.
AO ENCONTRO DE, DE ENCONTRO A
AO ENCONTRO DE - na direção de, em busca de, em favor de: Nossa atitude vai
ao encontro do desejo da comunidade.
DE ENCONTRO A – no sentido oposto, em contradição com, contra: Nossa atitude
vai de encontro ao desejo da comunidade.
SENÃO, SE NÃO
Usa-se SENÃO quando podemos substituí-lo por:
a) caso contrário – Silencio, senão serás descoberto. b) A não ser – Vocês não
fazem senão reclamar!
c) Mas sim – Se tal disse, não foi com o intuito de ofendê-lo, senão para adverti-lo.
Usa-se SE NÃO quando podemos substituí-lo por caso. O se é uma conjunção
subordinativa condicional e o não é advérbio de negação.
Ex.: Se não gostas de teatro, azar o teu. (Caso não gostes...).
MAS, MAIS
MAS – Conjunção coordenativa adversativa (=
porém) Vou, mas volto logo.
MAIS – Advérbio de intensidade (indica quantidade) Há mais alunos do que eu
esperava.
MAL, MAU
MAL – Advérbio de modo (≠ bem) Aquela resposta foi mal dada.
O doente sobre de um mal incurável.
MAU – Adjetivo (≠ bom)
Só o mau aluno falta às aulas.
A PAR, AO PAR
A PAR – ciente, informado, prevenido, avisado: Não estamos a par deste assunto.
AO PAR – usado em relação a câmbio, igual: O real está ao par do dólar.
PARA MIM, PARA EU
117
Com a preposição ―para‖, usa-se ―eu‖ se depois dele vier um verbo infinitivo. Em
outras construções usa-se para mim.
Ex.: Estes livros chegaram para mim na semana passada. No bilhete
anexo, a recomendação para eu cuidar bem deles.
MAIS BEM, MELHOR
MAIS BEM – usa-se, quando, logo após, aparece um verbo no particípio: São os
alunos mais bem preparados.
MELHOR – usa-se quando o verbo a seguir não está no princípio: São bem melhores
do que nós (somos).
CESSÃO, SESSÃO, SECÇÃO, SEÇÃO
CESSÃO – ato de ceder:
Fez a cessão do imóvel.
SESSÃO – assembléia, reunião, espetáculo: A sessão teatral acaba muito tarde.
SECÇÃO – parte de um todo, fragmento, divisão: A secção infantil é à esquerda.
SEÇÃO – o mesmo que SECÇÃO.
5.2. Concordância verbal
Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o seu
sujeito. Ex.: Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser./ Eles gostavam daquele seu
jeito carinhoso de ser.
Casos de concordância verbal:
1) Sujeito simples
Regra geral: o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e
pessoa. Ex.: Nós vamos ao cinema.
O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito
(nós).
Casos especiais:
a) O sujeito é um coletivo- o verbo fica no singular. Ex.: A multidão gritou pelo rádio.
ATENÇÃO:
118
Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o
plural. Ex.: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram.
b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no
singular ou vai para o plural.
Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão.
c) O sujeito é um pronome de tratamento- o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do
singular ou do plural).
Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio.
d) O sujeito é o pronome relativo que – o verbo concorda com o antecedente do
pronome. Ex.: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que derramamos o café.
e) O sujeito é o pronome relativo quem- o verbo pode ficar na 3ª pessoa do
singular ou concordar com o antecedente do pronome.
Ex.: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem derramei o café.
f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós,
quais de
..., quantos de ..., etc.- o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou
indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).
Ex.: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me punireis?
DICAS:
Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular o verbo concorda com
eles em pessoa e número. Ex.:
Qual de vós me punirá.
g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural- se o sujeito não vier
precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo
concordará com o artigo.
Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a maior
potência mundial.
h) O sujeito é formado pelas expressões mais de um, menos de dois, cerca de...,
etc. – o verbo concorda com o numeral.
Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não
119
compareceram à aula.
i) O sujeito é constituído pelas expressões a maioria, a maior parte, grande parte,
etc.- o verbo poderá ser usado no singular ( concordância lógica) ou no plural (concordância
atrativa).
Ex.: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos candidatos desistiram.
j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo)- o verbo poderá ser
usado no singular ou plural se este vier afastado do substantivo.
Ex.: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa./ A gente
da cidade, temendo a violência da rua, permanecem em casa.
2) Sujeito composto
Regra geral: o verbo vai para o plural.
Ex.: João e Maria foram passear no bosque.
Casos especiais:
a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes- o
verbo ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.
Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos ( 1ª pessoa plural)
amigos. O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.
Ex: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis ( 2ª pessoa do
plural) amigos. O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.
ATENÇÃO:
No caso acima, também é comum a concordância do verbo com a terceira
pessoa. Ex.: Tu e ele se tornarão amigos.(3ª pessoa do plural)
Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o
núcleo mais próximo do verbo.
Ex.: Irei eu e minhas amigas.
b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por e -
o verbo concordará com os dois núcleos.
Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.
120
ATENÇÃO:
Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o
núcleo mais próximo do verbo.
Ex.: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.
c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular - o verbo
poderá ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).
Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar./ A angústia e
ansiedade não o ajudava a se concentrar.
d) Quando há gradação entre os núcleos- o verbo pode concordar com todos os
núcleos
(lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo.
Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma palavra, um gesto, um olhar
bastava.
e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém... - o verbo
concorda com o aposto resumidor.
Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.
f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões um e outro, nem um nem
outro...- o verbo poderá ficar no singular ou no plural.
Ex.: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.
g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por ou- o verbo irá para o singular
quando a idéia for de exclusão e plural quando for de inclusão.
Ex.: Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)
A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão)
h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto...como/
assim...como/ não só...mas também, etc.) - o mais comum é o verbo ir para o plural, embora
o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.
Ex.: Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São
Paulo./ Tanto
121
Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.
Outros casos:
1) Partícula SE:
a- Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto) concordará com o
sujeito passivo. Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros.
b- Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transitivo indireto) ficará
obrigatoriamente no singular.
Ex.: Precisa-se de secretárias. Confia-se em pessoas honestas.
2) Verbos impessoais
São aqueles que não possuem sujeito, ficarão sempre na 3ª pessoa do
singular. Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar. Deve haver sérios problemas na
cidade.
Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.
DICAS:
Os verbos auxiliares (deve, vai) acompanham os verbos principais. O verbo existir
não é impessoal.
Veja:
Existem sérios problemas na cidade. Devem existir sérios problemas na cidade
3) Verbos dar, bater e soar
Quando usados na indicação de horas, têm sujeito (relógio, hora, horas,
badaladas...) e com ele devem concordar.
Ex.: O relógio deu duas horas.
Deram duas horas no relógio da estação. Deu uma hora no relógio da estação.
O sino da igreja bateu cinco badaladas. Bateram cinco badaladas no sino da igreja.
Soaram dez badaladas no relógio da
escola.
4) Sujeito oracional
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica na 3ª
pessoa do singular.
122
Ex.: Ainda falta/ dar os últimos retoques na pintura.
5) Concordância com o infinitivo
a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração:
não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal
oblíquo átono. Ex.: Esperei-as chegar.
é facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for representado por pronome
átono e se o verbo da oração determinada pelo infinitivo for causativo (mandar, deixar,
fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir e sinônimos).
Ex.: Mandei sair os alunos./Mandei saírem os alunos.
flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for diferente de pronome
átono e determinante de verbo não causativo nem sensitivo.
Ex.: Esperei saírem todos.
b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto
Não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio. Ex.:
Passamos horas a comentar o filme (comentando), é facultativa a flexão do infinitivo
quando seu sujeito for idêntico ao da oração principal.
Ex.: Antes de (tu)responder, (tu) lerás o texto./Antes de (tu )responderes, (tu) lerás o
texto.
é facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da
oração principal e está indicado por algum termo do contexto.
Ex.: Ele nos deu o direito de contestar./Ele nos deu o direito de contestarmos.
é obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da
oração principal e não está indicado por nenhum termo no contexto.
Ex.: Não sei como saiu sem notarem o fato.
c) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução verbal
- não se flexiona o infinitivo sendo este o verbo principal da locução verbal
quando devida à ordem dos termos da oração sua ligação com o verbo auxiliar for nítida.
Ex.: Acabamos de fazer os exercícios.
- é facultativa a flexão do infinitivo sendo este o verbo principal da locução verbal,
quando o verbo auxiliar estiver afastado ou oculto.
123
Ex.: Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidar e
reclamar dela./ Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidarmos e
reclamarmos dela.
6) Concordância com o verbo ser:
a- Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO: o verbo ser ou parecer
concordarão com o predicativo. Ex.: Tudo são flores./Aquilo parecem ilusões.
DICAS
Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer
enfatizá-lo. Ex.: Aquilo é sonhos vãos.
b- O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os
pronomes interrogativos QUE ou QUEM.
Ex.: Que são gametas?/ Quem foram os escolhidos?
c- Em indicações de horas, datas, tempo, distância: a concordância será com a
expressão numérica
Ex.: São nove horas./ É uma hora.
DICAS:
Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias pois subentende-se
a palavra dia.Ex.: Hoje são 24 de outubro./ Hoje é (dia) 24 de outubro.
d- Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância
se dará com o pronome.
Ex.: Aqui o presidente sou eu.
DICAS:
Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com
o que aparece primeiro, considerando o sujeito da oração.
Ex.: Eu não sou tu
e- Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se fará com o
predicativo. Ex.: O menino era as esperanças da família.
f- Nas locuções é pouco, é muito, é mais de, é menos de junto a especificações
de preço, peso, quantidade, distância e etc, o verbo fica sempre no singular.
Ex.: Cento e cinqüenta é pouco./ Cem metros é muito.
124
g- Nas expressões do tipo ser preciso, ser necessário, ser bom o verbo e o
adjetivo podem ficar invariáveis, (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo no masculino
singular) ou concordar com o sujeito posposto.
Ex.: É necessário aqueles materiais./ São necessários aqueles materiais.
h- Na expressão é que, usada como expletivo, se o sujeito da oração não aparecer
entre o verbo ser e o que, ficará invariável.Se aparecer, o verbo concordará com o sujeito.
Ex.: Eles é que sempre chegam atrasados./ São eles que sempre chegam
atrasados.
5.3. Crase (Manual de Redação do Estadão)
A crase indica a fusão da preposição a com artigo a: João voltou à (a
preposição + a artigo) cidade natal. / Os documentos foram apresentados às (a prep.
+ as art.) autoridades. Dessa forma, não existe crase antes de palavra masculina: Vou
a pé. / Andou a cavalo. Existe uma única exceção, explicada mais adiante.
Regras práticas
Primeira - Substitua a palavra antes da qual aparece o a ou as por um termo
masculino. Se o a ou as se transformar em ao ou aos, existe crase; do contrário, não.
Nos exemplos já citados: João voltou ao país natal. / Os documentos foram apresentados
aos juízes. Outros exemplos: Atentas às modificações, às moças... (Atentos aos
processos, os moços...) / Junto à parede (junto ao muro).
No caso de nome geográfico ou de lugar, substitua o a ou as por para. Se o certo
for para a, use a crase: Foi à França (foi para a França). / Irão à Colômbia (irão para a
Colômbia). / Voltou a Curitiba (voltou para Curitiba, sem crase). Pode-se igualmente usar a
forma voltar de: se o de se transformar em da, há crase, inexistente se o de não se alterar:
Retornou à Argentina (voltou da Argentina). / Foi a Roma (voltou de Roma).
Segunda - A combinação de outras preposições com a (para a, na, da, pela e com
a, principalmente) indica se o a ou as deve levar crase. Não é necessário que a frase
alternativa tenha o mesmo sentido da original nem que a regência seja correta. Exemplos:
Emprestou o livro à amiga (para a amiga). / Chegou à Espanha (da Espanha). / As visitas
virão às 6 horas (pelas 6 horas). / Estava às portas da morte (nas portas). / À saída (na
saída). / À falta de (na falta de, com a falta de).
Usa-se a crase ainda
- Nas formas àquela, àquele, àquelas, àqueles, àquilo, àqueloutro (e derivados):
Cheguei àquele (a + aquele) lugar. / Vou àquelas cidades. / Referiu-se àqueles
livros. / Não deu importância àquilo.
125
- Nas indicações de horas, desde que determinadas: Chegou às 8 horas, às 10
horas, à 1 hora. Zero e meia incluem-se na regra: O aumento entra em vigor à zero hora. /
Veio à meia-noite em ponto. A indeterminação afasta a crase: Irá a uma hora qualquer.
- Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas como às pressas, às
vezes, à risca, à noite, à direita, à esquerda, à frente, à maneira de, à moda de, à procura
de, à mercê de, à custa de, à medida que, à proporção que, à força de, à espera de: Saiu às
pressas. / Vive à custa do pai.
/ Estava à espera do irmão. / Sua tristeza aumentava à medida que os amigos
partiam. / Serviu o filé à moda da casa.
- Nas locuções que indicam meio ou instrumento e em outras nas quais
a tradição lingüística o exija, como à bala, à faca, à máquina, à chave, à vista, à
venda, à toa, à tinta, à mão, à navalha, à espada, à baioneta calada, à queima-roupa, à
fome (matar à fome): Morto à bala, à faca, à navalha. / Escrito à tinta, à mão, à máquina. /
Pagamento à vista. / Produto à venda.
/ Andava à toa. Observação: Neste caso não se pode usar a regra prática de
substituir a por ao.
- Antes dos relativos que, qual e quais, quando o a ou as puderem ser
substituídos por ao ou aos: Eis a moça à qual você se referiu (equivalente: eis o rapaz ao
qual você se referiu). / Fez alusão às pesquisas às quais nos dedicamos (fez alusão aos
trabalhos aos quais...). / É uma situação semelhante à que enfrentamos ontem (é um
problema semelhante ao que...).
Não se usa a crase antes de
- Palavra masculina: andar a pé, pagamento a prazo, caminhadas a esmo,
cheirar a suor, viajar a cavalo, vestir-se a caráter. Exceção. Existe a crase quando se
pode subentender uma palavra feminina, especialmente moda e maneira, ou qualquer outra
que determine um nome de empresa ou coisa: Salto à Luís XV (à moda de Luís XV).
/ Estilo à Machado de Assis (à maneira de). / Referiu-se à Apollo (à nave Apollo). /
Dirigiu-se à (fragata) Gustavo Barroso. / Vou à (editora) Melhoramentos. / Fez alusão à
(revista) Projeto.
- Nome de cidade: Chegou a Brasília. / Irão a Roma este ano. Exceção. Há crase
quando se atribui uma qualidade à cidade: Iremos à Roma dos Césares. / Referiu-se à bela
Lisboa, à Brasília das mordomias, à Londres do século 19.
- Verbo: Passou a ver. / Começou a fazer. / Pôs-se a falar.
- Substantivos repetidos: Cara a cara, frente a frente, gota a gota, de ponta a
ponta.
- Ela, esta e essa: Pediram a ela que saísse. / Cheguei a esta conclusão. / Dedicou
o livro a essa moça.
126
- Outros pronomes que não admitem artigo, como ninguém, alguém, toda, cada,
tudo, você, alguma, qual, etc.
- Formas de tratamento: Escreverei a Vossa Excelência. / Recomendamos a Vossa
Senhoria... / Pediram a Vossa Majestade...
- Uma: Foi a uma festa. Exceções. Na locução à uma (ao mesmo tempo) e no
caso em que uma designa hora (Sairá à uma hora).
- Palavra feminina tomada em sentido genérico: Não damos ouvidos a
reclamações. / Em respeito a morte em família, faltou ao serviço. Repare: Em respeito a
falecimento, e não ao falecimento. / Não me refiro a mulheres, mas a meninas.
Alguns casos são fáceis de identificar: se couber o indefinido uma antes da palavra
feminina, não existirá crase. Assim: A pena pode ir de (uma) advertência a (uma) multa. /
Igreja reage a (uma) ofensa de candidato em Guarulhos. / As reportagens não estão
necessariamente ligadas a (uma) agenda. / Fraude leva a (uma) sonegação recorde. /
Empresa atribui goteira a (uma) falha no sistema de refrigeração. / Partido se rende a (uma)
política de alianças.
Havendo determinação, porém, a crase é indispensável: Morte de bebês leva à
punição (ao castigo) de médico. / Superintendente admite ter cedido à pressão (ao desejo)
dos superiores.
- Substantivos no plural que fazem parte de locuções de modo: Pegaram-se a
dentadas. / Agrediram-se a bofetadas. / Progrediram a duras penas.
- Nomes de mulheres célebres: Ele a comparou a Ana Néri. / Preferia Ingrid
Bergman a Greta Garbo.
- Dona e madame: Deu o dinheiro a dona Maria . / Já se acostumou a
madame Angélica. Exceção. Há crase se o dona ou o madame estiverem particularizados:
Referia-se à Dona Flor dos dois maridos.
- Numerais considerados de forma indeterminada: O número de mortos
chegou a dez. / Nasceu a 8 de janeiro. / Fez uma visita a cinco empresas. Locuções com e
sem crase
- Distância, desde que não determinada: A polícia ficou a distância. / O navio
estava a distância. Quando se define a distância, existe crase: O navio estava à distância
de 500 metros do cais. / A polícia ficou à distância de seis metros dos manifestantes.
- Terra, quando a palavra significa terra firme: O navio estava chegando a
terra. / O marinheiro foi a terra. (Não há artigo com outras preposições: Viajou por terrra. /
Esteve em terra.) Nos demais significados da palavra, usa-se a crase: Voltou à terra natal. /
Os astronautas regressaram à Terra.
- Casa, considerada como o lugar onde se mora: Voltou a casa. / Chegou cedo
127
a casa. (Veio de casa, voltou para casa, sem artigo.) Se a palavra estiver determinada,
existe crase: Voltou à casa dos pais. / Iremos à Casa da Moeda. / Fez uma visita à Casa
Branca.
Uso facultativo
- Antes do possessivo: Levou a encomenda a sua (ou à sua) tia. / Não fez
menção a nossa empresa (ou à nossa empresa). Na maior parte dos casos, a crase dá
clareza a este tipo de oração.
- Antes de nomes de mulheres: Declarou-se a Joana (ou à Joana). Em geral,
se a pessoa for íntima de quem fala, usa-se a crase; caso contrário, não.
- Com até: Foi até a porta (ou até à). / Até a volta (ou até à). No Estado, porém,
escreva até a, sem crase.
o redigir, sua primeira preocupação deve ser o leitor. Damos aqui sete maneiras
de atingi-lo e de atingir seus objetivos:
1) Use uma linguagem cortês e fácil de compreender. Não use rebuscamentos
inúteis, mas sim palavras mais diretas e fáceis de compreender. Se o seu leitor tiver
que usar o
―Aurélio‖, algo está errado! Escreva usando expressões mais usuais.
2) Organize sua linguagem, tornando-a a mais concisa possível. Você sabe que o
tempo é precioso, e um executivo quer saber exatamente qual é a mensagem. Coerência e
continuidade são indispensáveis.
3) Construa as sentenças corretamente. Preste atenção aos detalhes
gramaticais, aos números (estão todos corretos?) e dados que você vai utilizar. Muito
cuidado com a concordância. Erros gramaticais fazem o leitor duvidar da competência de
quem escreve.
4) Preste informações precisas e exatas. A omissão de um detalhe
importante pode significar diferença entre a ordem e o caos na cabeça do leitor.
Cuidado com palavras como muitos, poucos, alguns, sempre, nunca. Quando possível,
uso números exatos, datas. Não esqueça de incluir todas as informações de que o leitor
possa precisar.
5) Cuidado com comunicações que dêem margem às perguntas: como,
quando, onde, quanto. Estas perguntas devem ser respondidas pela comunicação, e não
despertadas por ela na mente do leitor (a menos que você esteja solicitando as
informações!).
6) Responda a todas as perguntas quando alguém estiver fazendo uma consulta
– tente lembrar das perguntas importantes que ele não fez – e responda-as também.
7) Introduza um comentário desfavorável com outro favorável. Ajuda muito
128
apresentar os aspectos positivos de uma situação antes de chegar a seus pontos positivos.
A carta comercial é um instrumento de comunicação que se restringe a determinada
área empresarial e ∕ ou comercial, razão por que tem características próprias. As qualidades
da carta comercial são as seguintes:
a) boa apresentação: exige-se, portanto, ordem, organização e limpeza.
b) clareza: a obscuridade do texto impede a comunicação imediata e dá margem a
interpretações que podem levar a desentendimentos e, mesmo, a prejuízos financeiros.
Estrutura da carta
Índice:
- constam as iniciais do departamento expedidor da carta, o número seqüencial e o
ano em que foi expedida
- colocado antes da data ou na mesma linha da data.
Exemplo: DRI-14/2005 – indica uma carta expedida pelo Departamento de
Relações Industriais e que é a 14ª expedida em 2005.
Local e data:
- após o local, coloca-se uma vírgula;
- não se coloca zero antes dos números de 1 a 9;
- o nome do mês se escreve com letra minúscula;
- após o ano, coloca-se ponto final.
Referência:
- resumo da matéria a ser tratada;
- escrita abaixo do local e data e antes do vocativo;
- não existe obrigatoriedade de escrever a palavra referência ou sua abreviação
(Ref.). Escrever diretamente o assunto, utilizando, para destacá-lo, escrita sombreada ou
negrito.
Vocativo: será sempre seguido de dois pontos (:).
Evite usar: Muito digno Sr.; Prezadíssimo Sr.; Prezado Senhor.
Usar: Senhor Diretor; Professor; Senhores; Sr. Adalberto Luís; Adalberto Luís.
Com relação ao tratamento Excelência:
2 – a um Presidente da República – Senhor Presidente ou Excelentíssimo
senhor
3 – a um ministro de Estado – Senhor Ministro ou Excelentíssimo senhor
Corpo da Carta (Texto): A mensagem deve ser datilografada ou digitada três
129
linhas abaixo do vocativo ou saudação.
Nunca se inicia o texto da seguinte forma:
Venho por meio desta..., Gostaríamos de informar que..., Tem a presente a
finalidade de..., Escrevo-lhe esta carta pela simples razão..., Vimos pela presente informar...
Pode-se usar as seguintes introduções:
Participamo-lhe que..., Certificamo-lhe que..., Com relação aos termos de sua
carta de..., Atendendo às solicitações constantes de sua carta..., Solicitamos a V.Sa. a
fineza de..., Com referência à carta de V.Sa. de..., Em vista do anúncio publicado no...,
Informamos V.Sa. que...
Fechos de cortesia: Não usar formas arcaicas e chavões para terminar uma carta,
como: Sem mais, subscrevemos-nos; Sendo o que se apresenta para o momento; Com as
expressões de nossa elevada consideração, subscrevemo-nos prazerosamente; Sem mais a
o momento.
Fechos mais comuns usados atualmente:
Atentamente (quando se aguarda resposta breve); Atenciosamente (pode ser usado
em qualquer situação); Respeitosamente (quando o destinatário é de nível hierárquico
superior, com autoridades, por exemplo); Cordialmente (quando o destinatário e o emissor
são do mesmo nível hierárquico); Cordiais saudações; Com distinta consideração;
Saudações; Abraços; Apreciaremos sua pronta resposta; Antecipadamente somos gratos.
Assinatura:
- Constar no lado esquerdo;
- O nome da pessoa que vai assinar a carta e o seu cargo são escritos
com letras minúsculas;
- Usa-se ponto final após o cargo;
- Não se coloca traço sob a assinatura, nem o nome da firma.
Anexo: Coloca-se o anexo após a assinatura.
Iniciais: Colocadas apenas nas cópias da carta, não na original.
RH 10/07
Juiz de Fora, 22 de Abril de 2013.
130
Convite
Senhor:
Em 30 de Ma i o próximo, na rua das Rosas, nº 300, nest a cidade ,
estaremos promovendo o lançamento do TETRATUDO, novo componente químico
destinado à manutenção de caldeiras.
Às 20 horas, será servido o coquetel para o qual convidamos V.Sa. e demais
componentes da sua equipe.
Atenciosamente, Pedro Cavalcante
Diretor
Envelope:
Recomendações dos correios sobre o endereçamento:
1) Não escreva nada abaixo da linha que contém o CEP.
2) Não escreva CEP antes do número: as leitoras óticas que os correios usam para
separar a correspondência reconhecem o CEP sem essa indicação.
3) Não coloque pontinhos para separar algarismos do CEP: 11100-341 e não
11.100-341.
4) Escolha o que você vai colocar no envelope: a Caixa Postal ou o Endereço.
5) Depois do nome da cidade, coloque a sigla do estado.
6) Se você for usar os quadradinhos do envelope padronizado, escreva o CEP à
mão. Exemplo:
Quatro cadeira e Cia. Ltda Dr. José Araújo Oliveira Diretor Tesoureiro
Rua Oito de setembro, 1822
Juiz de Fora,MG
05416-045
Quatro cadeira e Cia. Ltda Dr. José Araújo Oliveira Diretor Tesoureiro
Rua Oito de setembro, 1822
05416-045 – Juiz de Fora,MG
Quatro cadeira e Cia. Ltda Dr. José Araújo Oliveira Diretor Tesoureiro
Rua Oito de setembro, 1822
05416-045 Juiz de Fora,MG
Exercício
1. Suponha a seguinte parte de uma carta:
INDÚSTRIA MAREIREIRA MARINELLI LTDA.
131
Rua Araras, 27 – Fone: (32) 3422 4556 – Juiz de Fora/SC GEVEN 24/07
Ref.: Lançamento de produtos
Juiz de Fora, 26 de agosto de 2012
Responda:
a) Qual a sigla do departamento de onde partiu essa correspondência?
b) Antes dessa carta, quantos documentos de correspondência esse
departamento já havia emitido durante o ano em questão?
c) O posicionamento do local e da data está correto? Por quê?
d) Na frase indicativa do local e da data há três erros. Reescreva-a fazendo
as correções necessárias.
2. Vamos supor que a reprodução abaixo represente a parte inferior da carta do
exercício anterior:
Sem mais para o momento presente, subscrevemo-nos, aproveitando o ensejo para
desejar-lhes sucessos nos negócios e reiterar nossos mais elevados protestos de estima,
apreço e consideração.
Atenciosamente
João Marinelli GERENTE DE VENDAS
Responda:
a) A linguagem empregado no fecho é adequada? Por quê? Existem termos
antigos e desgastados? Quais?
b)
b) Está correta a presença do traço horizontal entre a assinatura e o nome?
c) A especificação do cargo foi feita de forma correta? Por quê?
3. A ilustração a seguir representa uma carta. Utilize os números dos retângulos
para indicar o posicionamento adequado dos seguintes elementos:
a) nome, assinatura e cargo do emissor b) Fecho e cumprimento final
c) Índice ou número da correspondência d) Texto (mensagem)
e) Referência (assunto) f) Invocação (vocativo) g) Local e data.
GETZ
GRUPO ECOLÓGICO TERRA AZUL Rua. São José, 125
Juiz de Fora/MG Fone: (32) 3286 2345
1 2
132
3
4
4. Leia corretamente a carta que segue e encontre eventuais erros ou falhas
cometidas, reescrevendo-a corretamente.
Juiz de Fora 03 de Julho de 2012
À
Calçados Ortopé
Prezadíssimo Senhor,
Ref.: Envio de mercadorias
Venho por meio desta pedir o especial obséquio de nos enviar por via aérea,
o mais rápido possível, a quantia de 50 (cinqüenta) pares de calçados do tipo masculino,
sua referência h-
019 e, aproveitando o ensejo, solicitamos que nos informe o preço para 1500 (hum
mil e quinhentos) pares de calçados de mulher, sua referência M-020. Outrossim, pedimos
que nos informe o custo de frete aéreo, assim como de frete marítimo, de modo que
possamos fazer uma avaliação do que se ajusta melhor aos nossos interesses, porque
a situação econômica do momento exige esses cuidados. Não se esqueça de nos
informar também a possibilidade de efetuar V.Sa. esse embarque no prazo de um mês tão
logo receba nosso pedido, porque estamos com estoque muito baixo e tememos perder
vendas.
Sendo o que se apresenta para o momento, aproveitamos o ensejo para com
elevada estima e consideração, enviarmos nosso abraço cordial e atencioso. Subscrevo-me,
Atenciosamente,
Paulo Malheiros
GERENTE DE COMPRAS
2. Ofício
É uma comunicação escrita trocada entre setores da administração pública.
Características do ofício:
O número do ofício, acompanhado do ano, deve ser escrito à esquerda, no alto da
folha.
A data deve ser colocada à direita, localizando-se o seu início no meio da linha
133
disponível. Uso de vocativos: Senhor Prefeito, Senhor Governador.
O espaçamento para iniciar o parágrafo pode ser de 10 a 12 espaços.
Se o texto for longo, pode-se numerar os parágrafos a partir do segundo, que deverá
receber o número 2. Não se numera o último parágrafo.
Encerramento: Da mesma forma que nas cartas comerciais, deve-se evitar as
formas do tipo:
Aproveitamos o ensejo para manifestar a V.Exa. os nossos protestos de elevada estima
e consideração‖. Usam-se formas mais simples, como: ―Creia V. Exa. em nosso
apreço‖;
―Respeitosamente, etc.
O nome e o cargo do emissor devem ser alinhados pela data.
O destinatário deve ser colocado após a assinatura, do lado esquerdo da folha.
Editora Santa Cruz
Av. Rangel Pestana, 1095
Caixa Posta 1356 – Fone (32)3458-8596
CEP 012325-585 – Juiz de Fora – MG
MG/21-12
24 de agosto de 2012.
Senhor Prefeito:
Em comemoração aos 20 anos de atividades, a Editora Santa Cruz organizou a
exposição
―História das Publicações de Livros em São Paulo‖.
Muito nos honrará a participação de V. Exa. para presidir a cerimônia de inauguração
do evento a ser realizado no dia 4 de setembro, às 18 horas, no Salão de Exposição
da própria editora, localizada na rua do Conde, n° 100.
Na oportunidade, estaremos doando 10.000 livros didáticos para as escolas públicas
municipais.
Aguardamos sua resposta
134
Respeitosamente,
Carlos Eduardo
Santos
Diretor Superintendente
Exmo. Sr.
Prefeito do Município de São Paulo.
4. Requerimento
Se algum dia você precisar se dirigir a uma autoridade para fazer um pedido para o
qual necessite ter amparo na lei, deve fazê-lo através de um requerimento.
O requerimento obedece a uma estrutura bem definida, aceitando-se poucas
variações. Em alguns órgãos públicos ou instituições é possível mesmo que exista um
modelo pronto para ser copiado ou somente preenchido pelo interessado.
Assim, o requerimento pode ser transcrito à mão, geralmente em folha de papel
almaço (duplo, se forem anexados outros papéis solicitados), ou datilografado /
digitado em papel (tamanho ofício) sem pauta.
Observe a estrutura simplificada de um requerimento:
Invocação — indicada no alto da folha, na margem esquerda. O pronome de
tratamento adequado deve ser seguido do título ou do cargo da autoridade a quem nos
dirigimos. Quando o requerimento é datilografado/digitado, costuma-se escrever a invocação
com letras maiúsculas, embora não seja incorreto empregar somente as iniciais em
maiúsculas.
Sr. Diretor do Hospital Municipal Ana Nery
EXMO. SR. PREFEITO DO MUNICÍPIO DE UBERABA
Texto do Requerimento — após a invocação, deixa-se um espaço de
aproximadamente 10 linhas para o início do texto, em espaço dois quando datilografado.
Deve-se começar o corpo do texto pelo nome do requerente (em maiúsculas ou
caixa- alta), seguido de seus dados de identificação — nacionalidade, estado civil,
endereço, número da identidade, número do CPF e outros dados exigidos pelo
requerimento. Em algumas situações específicas, menciona-se a filiação e os números
de outros documentos, como carteira de trabalho, registro profissional, matrícula, etc.
MÁRIO REIS KLEIN, brasileiro, solteiro, residente na Rua Só Salgueiro, 36,
nesta cidade, portador da carteira de identidade n0 3 039 876 -1 (IFP-BA), CPF 665 565 434
-
135
NEILA FRIAS, brasileira, solteira, filha de Nei Frias e Loura Teles Frias, residente
nesta cidade, na R. Marfim Ferraz, 156, portadora da cédula de identidade n0 21 324 456
- 2, CPF 221 734 568 - 34, carteira de habilitação 49 974 961 547...
Após a identificação, inicio-se a exposição do que está sendo solicitado. O texto
deve ser conciso e bem claro, seguido da justificativa para o que se está requerendo (apoio
legal, documentos comprobatórios). Emprega-se sempre a terceira pessoa do singular: ―vem
requerer...‖)
Fecho — Deve estar situado cerco de três linhas abaixo do corpo do texto, do
lado direito da folha (caso se adote o disposição em bloco compacto, deve ficar na margem
esquerda).
Em geral o fecho obedece a uma forma fixa, apresentando as seguintes variações:
a) linha única:
Termos em que pede deferimento. ou
Pede e aguarda deferimento.
b) em duas linhas: Termos em que Pede deferimento.
Nestes termos, Pede deferimento.
Termos em que
Pede e aguarda deferimento.
c) com abreviaturas: P. A. deferimento. T. em que
P deferimento. N. termos,
P. deferimento.
Data - Cerca de duas linhas abaixo do fecho escreve-se o nome da localidade e a
data completa. A data pode ficar na margem esquerda ou direita, dependendo da disposição
adotada.
Goiânia, 12 de Junho de 1996
(À esquerda, quando se utiliza a disposição em bloco compacto.)
Assinatura — A cerca de duas linhas abaixo da data. Não é necessário
datilografar/digitar o nome do requerente abaixo da assinatura, pois já foi mencionado no
texto.
Deve-se entregar o requerimento, mediante recibo, à seção de Protocolo do
órgão ao qual é dirigido. A informação sobre o despacho da autoridade competente
— deferido ou indeferido — também deve ser solicitada nessa mesma seção.
136
Apresentamos agora um exemplo de requerimento que você pode tomar como modelo
Sr. Diretor da Faculdade de Administração da Universidade Estácio de Sá
AMANDA LIMA GOMES, brasileira, solteira, residente na R. Gomes Silva, 45,
nesta cidade, portadora da carteira de identidade no 67231 312-2 (IFP-RJ), CPF 234
645 231-34, tendo concluído o Curso de Administração de Empresas, nesta
instituição, no ano de 1995, vem requerer a concessão de seu diploma de bacharel.
P.A. deferimento.
Juiz de Fora, 28 de maio de 2012
Amanda Lima
Gomes
Anexo: Declaração de conclusão de curso
5. Memorando
Quando você se encontra em situação informal, em que precisa deixar um recado,
passar alguma informação a alguém próximo, de uma forma rápida e direta, possivelmente
escreve um bilhete. São poucas linhas nas quais se destaca a função informativa da
comunicação.
O memorando, fazendo uma comparação, é uma espécie de bilhete comercial de
que as empresas ou órgãos oficiais se utilizam para estabelecer a correspondência interna
entre seus setores e departamentos. Por ser um tipo de correspondência cotidiana, rápida e
objetiva, o memorando segue uma forma fixa, sendo para isso utilizado um papel impresso.
Além do texto a ser comunicado, é necessário somente completar alguns campos,
como: número do memorando, data, emissor e destinatário da comunicação. Esses
dados são importantes para organização, documentação e controle das informações.
Algumas vezes, a falta ou o preenchimento incorreto desses campos pode causar sérios
problemas.
Devido à sua característica de circulação apenas dentro da empresa, o memorando
também é comumente denominado memorando interno. E um importante veículo de
comunicação das políticas, decisões e instruções desenvolvidos pela empresa. Como
sabemos, a fluência das informações (comunicação rápida e eficaz) é ponto
fundamental para a integração e o bom funcionamento de qualquer instituição ou
estabelecimento.
O memorando tem como características a simplicidade e um cedo grau de
informalidade. Essa informalidade, contudo, não deve ser confundida com intimidade,
com o tom relaxado de uma conversa entre amigos ou com a linguagem familiar.
Trata-se de um documento de conteúdo empresarial, portanto, os tratamentos
afetuosos (como ―prezado‖, ―um abraço‖) ou mesmo formais (―atenciosamente‖,
137
―cordialmente‖) não são necessários.
Observe um exemplo de memorando, atentando paro o ausência de
saudações e finalizações.
Memorando Interno no:
Em: 23/07/12
De: Chefe do Setor de Transportes
Para: Gerente de Vendas
Atendendo à solicitação, comunico-lhe que estará à sua disposição uma
caminhonete com capacidade para seis passageiros, no próximo dia 30, a partir das 18
horas.
Luís Carlos Brandão
Como você deve ter reparado, o memorando é uma forma bem simples de
comunicação. Apresentamos apenas um modelo, contudo existem variações: a ordem dos
campos referentes o emissor, receptor e data pode ser alterada. E comum que algumas
empresas, com o objetivo de facilitar ainda mais a comunicação, acrescentem o item
assunto, onde se tem em destaque o tema tratado no memorando.
Dessa forma, cada memorando deve tratar apenas de um assunto. Se, ao
redigir seu texto, você verificar que tem uma outra informação a comunicar, não economize
papel: é preferível enviar um outro memorando, para não misturar os assuntos.
1. Veja, a seguir, um memorando escrito ao chefe do Setor de Almoxarifado.
Repare que ele apresenta problemas tanto de ordem formal quanto de português. Indique
tais impropriedades, corrigindo-as:
Memorando Interno no: 12 Data: / /
De: Pedro (vendedor)
Para: Sr. Henrique do Almoxarifado
Assunto: Comunicar que precisamos de 500 folhas de papel ofício na gerência.
Prezado Senhor,
Ontem, acabou o estoque de papel ofício que havíamos recebido há uma semana.
Por isso, estamos precisando urgentemente de mais papel, pois semana que vem,
pretendemos colocar em dia nossa correspondência.
Desde já agradecido. Um abraço,
6. Ata
É o registro resumido, porém claro e fiel, das ocorrências de uma reunião de
pessoas para um determinado fim.
138
Em geral, a pessoa encarregada de escrever (lavrar) a ata é o secretário escolhido
pelos participantes da reunião, ou alguém previamente indicado para isso.
A pessoa redige a ata durante a reunião e a lê para os participantes, no final. Mas
ela também pode tomar notas e redigir posteriormente, submetendo-a à
aprovação dos participantes na reunião seguinte.
6. 1 Componentes de uma ata
a) Cabeçalho: é constituído do número da ata ou da reunião e da denominação do
grupo que se encontra reunido;
b) Abertura: indica, por extenso, dia, mês, ano, hora e local da reunião, nome de
quem a preside e finalidade dela.
c) Desenvolvimento: é a parte da ata na qual se faz o relato dos principais
acontecimento e das decisões tomadas. Não se deve deixar espaço em branco no
texto, não sendo nem mesmo usado o parágrafo.
d) Fecho: à semelhança do ofício, a ata também tem forma padronizada de
encerramento, com breves variáveis a partir do estilo do autor. É de praxe começar o
fecho com a expressão ―Nada mais havendo a tratar, o presidente deu por encerrada a
reunião às XX hras, da qual eu, XXXXXXX, secretário designado, lavrei a presente ata
que, após lida e aprovada, será assinada...‖. A seguir, vem o nome da localidade, a data
e a assinatura da ata.
6. 2 Algumas recomendações para a feitura da ata
a) A redação da ata deve ser feita em linguagem objetiva, evitando-se, assim,
apreciações subjetivas tais como: ―excelente proposta‖, ―esmagadora maioria‖, ―belíssima
defesa‖, etc.
b) Na narrativa da ata deve ser empregado o pretérito perfeito do indicativo:
declarou, apresentou...
c) Os números devem ser escritos por extenso, e não devem ser abreviadas as
palavras.
d) Como a ata é documento de valor jurídico, deve ser lavrada de modo que nada
lhe possa ser acrescentado ou modificado, prevenindo, assim, fraudes. Esta é a razão
de se dar preferência à redação em linhas corridas à divisão em parágrafos.
e) Se ocorrerem erros na redação e forem notados imediatamente após
cometidos, faz-se a retificação com a partícula ―digo‖.
Ex.: O senhor Caio da Costa representou, digo, apresentou as contas da Companhia
aos presentes...‖.
Se notados no final da ata, usa-se o recurso do ―Em tempo: onde se lê..., leia-se...‖.
Ex.: Onde se lê ―O senhor Caio da Costa representou as contas (...), leia-se ―O
senhor
Caio da Costa apresentou as contas (...)‖
ATA DA 5ª ASSEMBLÉIA DE SÓCIOS DA AUTO-PEÇAS E SERVIÇOS
MECÂNICOS LTDA.
139
Aos vinte de abril de dois mil e dois, às dez horas, na sede da sociedade, na rua
Esmeralda, nº 280, Bairro Centro, em Juiz de Fora, MG, reuniram-se em assembléia os
acionistas, devidamente convocados por edital. Verificando o Livro de Presenças, o diretor,
Sr. Carlos Baldera, constatou a presença de um número suficiente de acionistas, conforme
estatutos da Empresa, razão pela qual, havendo número legal, declarou instalada a
Assembléia e em condições de deliberar sobre o objeto de convocação. Os assuntos que
deveriam ser debatidos na presente assembléia versavam sobre a seguinte ordem do dia: a)
leitura e aprovação da ata da reunião anterior; b) constituição e eleição do novo Conselho
de Administração. Feita a leitura da ata da reunião anterior e integralmente aprovada sem
ressalvas, iniciaram-se as discussões sobre qual seria a estrutura ideal e as funções do
novo Conselho de Administração. Os Srs. Carlos Urtega, Marcos Pereira e João
Machado opinaram sobre o assunto. Após uma longa discussão, o senhor
presidente propôs que, em função da importância da decisão a ser tomada, seria
conveniente que se marcasse uma nova assembléia, em que seriam apresentados alguns
esboços de constituição do referido conselho para apreciação dos acionistas. Por
aclamação unânime, a proposta foi aceita. Nada mais havendo a tratar, o presidente deu por
encerrada a reunião, da qual eu, Carlos Xavier, secretário designado, lavrei a presente ata
que será assinada pela mesa diretora e pelos acionistas que compareceram. Juiz de Fora,
vinte de abril de dois mil e dois.
a) Beltrano de Tal, secretári
b) o b) Sicrano de Tal
EMPREENDEDORISMO
1 Introdução
Vivemos em uma época onde os fatos e as mudanças ocorrem muito rapidamente. A
abertura da economia e o processo de globalização aumentaram em muito a concorrência
que os empresários brasileiros enfrentam, inclusive os de pequeno porte, forçando-os a uma
atualização permanente e à adoção de métodos de gestão que permitam que os produtos
ou serviços que oferecem tenham qualidade e preços capazes de atrair clientela.
Para enfrentar esta realidade, as empresas precisam estar atentas à sua área de
atuação, preparadas e capacitadas para oferecer serviços competitivos, eficientes e de
qualidade, pois bons empreendimentos não sobrevivem apenas com visão de futuro e
talentos individuais. Análise, planejamento e capacidade de implementação são elementos
essenciais ao sucesso de novos negócios.
Assim, este primeiro tópico, que servirá de base para as demais, irá esclarecer o que é
empreendedorismo, o que é ser empreendedor e quais os fatores que podem influenciar o
sucesso de um negócio.
2 Conceito de Empreendedorismo
Será que existe um conceito único para empreendedorismo? As definições sobre o que
significa ser empreendedor ou empreendedorismo são muitas, mas em todas podem ser
encontrados alguns elementos comuns que são basicamente:
140
• iniciativa e vontade para abrir um novo negócio;
• paixão pelo que faz;
• criatividade e motivação;
• capacidade de transformação;
• capacidade de identificar e avaliar oportunidades;
• capacidade de assumir riscos.
Vamos, então, conferir alguns conceitos sobre empreendedorismo elaborados pelos
estudiosos do assunto.
Empreendedorismo é a arte de fazer acontecer com criatividade e motivação. Consiste
no prazer de realizar qualquer projeto pessoal ou organizacional, em desafio permanente às
oportunidades e riscos. É assumir um comportamento proativo diante de questões que
precisam ser resolvidas.
Qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou novo empreendimento, como, por
exemplo, uma atividade autônoma, uma nova empresa, ou a expansão de um
empreendimento existente, por um indivíduo, grupos de indivíduos ou por empresas já
estabelecidas é um exemplo de empreendedorismo.
Empreendedor é a pessoa que persegue o benefício, trabalha individual e coletivamente,
é o indivíduo portador das competências de inovação, de identificação e criação de
oportunidades de negócios, do saber montar e coordenar novas combinações de recursos
com o objetivo de extrair os melhores benefícios de suas inovações num meio incerto.
O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de
novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração
de novos recursos e materiais.
O empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e
positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem
presente.
A ação de empreender, portanto, envolve todas as atividades necessárias para a criação
de uma empresa e, ainda, requer ousadia para assumir riscos, tomar decisões e coragem
para errar e corrigir os erros.
3 Fatores Motivadores do Empreendedorismo
Como surge um empreendedor? O que leva uma pessoa a empreender? A resposta
para esta pergunta pode não ser muito fácil, uma vez que vários fatores podem ter influência
na decisão de ser um empreendedor.
Esses fatores podem estar ligados a situações externas, ambientais, sociais e
econômicas, a características pessoais ou a esse conjunto. O empreendedor nasce quando
um desses fatores motiva a geração de um novo negócio, a criação de uma nova empresa.
Assim, podem ser fatores impulsionadores da ação empreendedora a necessidade de
independência e de auto-realização, a vontade de ter o próprio negócio, de ter liberdade
para tomar decisões, de expressar criatividade e de assumir riscos; a vontade de ganhar
141
muito dinheiro; a influência de pessoas da família que já criaram algum negócio. Por outro
lado, a necessidade de sobrevivência e a dificuldade de encontrar empregos formais podem
despertar o espírito empreendedor que existe em todas as pessoas.
Podem ainda ser considerados motivadores da ação empreendedora a influência de
ambientes competitivos, propiciadores de novas oportunidades e da criatividade; a
convivência com empreendedores de sucesso, bem como o incentivo por parte de políticas
públicas.
Sobre os fatores motivadores, cumpre mencionar que a pesquisa Empreendedorismo
Brasil 2001 constatou que deve ser feita uma distinção entre o empreendedorismo motivado
pela oportunidade e o empreendedorismo motivado pela necessidade.
O empreendedorismo de oportunidade representa atividades relacionadas com a criação
de novas empresas que têm por objetivo explorar uma oportunidade específica de um
negócio, muitas vezes por iniciativa de indivíduos que mantém ao mesmo tempo um vínculo
normal de emprego.
O empreendedorismo de necessidade é representado por atividades que são iniciadas
pelo fato de o indivíduo não encontrar opções melhores de trabalho.
A distinção entre esses dois tipos de empreendedorismo permite uma percepção mais
precisa do processo de criação de um negócio e uma melhor compreensão dos diferentes
instrumentos e abordagens necessários para a definição de políticas e ações dirigidas a
cada segmento.
A atitude empreendedora requer do indivíduo um perfil muito peculiar. Porém, nem todos
conseguem desenvolver esta capacidade empreendedora, ainda que várias circunstâncias o
estejam impelindo para isso. Vamos estudar, então, quais são estas características
peculiares do empreendedor.
4 Perfil do Empreendedor
O empreendedor de sucesso possui algumas características extras, cujo conjunto
chamamos de perfil do empreendedor. Vejamos quais são estas características:
• Ser empreendedor significa ter, acima de tudo, a necessidade de realizar coisas
novas e pôr em prática as próprias idéias.
Os empreendedores, naturalmente, possuem alta necessidade de realização e
apresentam, portanto, boas chances de se tornarem empresários bem-sucedidos. Essa
busca incessante de aproveitar as oportunidades é uma característica muito peculiar dos
empreendedores que, quando não encontram espaço para fazê-lo, dentro das estruturas
formais das empresas nas quais trabalham, partem para iniciativas próprias e novos
negócios.
• Enxergar oportunidades onde a maioria das pessoas não percebe é uma
característica natural do empreendedor.
O crescimento do mercado de serviços gera um número infinito de oportunidades de
negócio. O aumento significativo do número de idosos, o desencadeamento da violência,
142
principalmente nos grandes centros urbanos, a necessidade de espaços para
estacionamento de veículos, as dificuldades de locomoção no trânsito, a facilidade da
comida pronta, a necessidade permanente do desenvolvimento e atualização profissional, a
adoção pelas indústrias do processo just-in-time, entre outras, geram as mais variadas
oportunidades de negócios (possíveis empreendimentos), tais como academias de
ginástica, transporte especializado, transformação de terrenos baldios em estacionamentos,
transporte de passageiros, empresas de logística etc. Isto significa enxergar as
oportunidades de negócio existentes.
• A capacidade de criar e também de fazer as coisas de um modo diferente do
usual é uma característica presente em muitos empreendedores.
Os empreendedores transformam algo de difícil definição, uma idéia abstrata, em algo
concreto, em realidade. Eles sabem agregar valor aos serviços que colocam no mercado.
• O empreendedor domina o medo e vai atrás do sucesso.
Outra característica dos empreendedores está voltada para o sentimento de coragem
que apresentam diante de tarefas novas e desafiantes. De modo geral, as pessoas ficam
divididas entre a esperança de ter sucesso e o medo do fracasso. Algumas ficam
paralisadas pelo medo do fracasso e desistem antes de começar. O empreendedor domina
o medo e vai atrás do sucesso.
• Os empreendedores são atentos, curiosos e observadores.
Os empreendedores têm uma insaciável necessidade de saber tudo o que tem impacto
em sua empresa. É uma necessidade que os mantêm atentos, em uma busca regular de
informações externas e internas. São curiosos, observadores, atentos aos detalhes e
metódicos em estabelecer um panorama dos fatos para tomar decisões.
• Os empreendedores assumem riscos calculados.
Esta talvez seja a característica mais conhecida dos empreendedores. O verdadeiro
empreendedor é aquele que assume riscos calculados e sabe gerenciar o risco, avaliando
as reais chances de sucesso.
• Os empreendedores agregam valor para sociedade.
Os empreendedores utilizam o seu conhecimento para agregar valor para a sociedade
com a geração de empregos, dinamizando a economia e inovando, sempre usando sua
criatividade em busca de soluções para melhorar a vida das pessoas.
• Os empreendedores são bem relacionados.
Os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que os auxiliam no ambiente
externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades de classe.
Os candidatos a empreendedores que têm interesse em atuar na área de transporte de
passageiros devem permanecer muito atentos às ações que os principais concorrentes
promovem, especialmente com relação a novos preços e novos serviços. Além disso,
143
devem perceber ao seu redor quais são as oportunidades que podem permitir um
desenvolvimento do negócio e seu crescimento, tais como novos clientes, novos trajetos,
entre outros.
Conhecendo os motivos que levam à atitude empreendedora e o perfil característico
destas pessoas, vamos analisar os aspectos que fazem com que os novos
empreendimentos tenham sucesso ou não.
5 Fatores de Sucesso ou Fracasso nos Novos Empreendimentos
Da mesma forma como é alto o índice de abertura de novos negócios ligados à atividade
empreendedora, também é alto o índice de empresas que fecham suas portas, após pouco
tempo de operação. Muitos destes pequenos negócios não prosperam nem sequer
alcançam seu estágio de maturidade.
Três grupos de fatores podem levar um novo empreendimento ao sucesso ou ao
fracasso:
Fatores externos à empresa;
Fatores internos à empresa;
Fatores relacionados ao empreendedor.
Vamos ver cada um deles.
6 Fatores Externos
Com relação aos fatores externos, cabe ao empreendedor cuidar para que todas as
informações necessárias e possíveis de serem obtidas sejam disponibilizadas no tempo
certo e da maneira adequada.
São condições externas as forças econômicas, políticas, sociais e tecnológicas; a
atuação da concorrência, dos fornecedores e dos distribuidores e as necessidades dos
clientes. Esses fatores podem levar um empreendimento ao sucesso ou ao fracasso,
quando o empreendedor não os conhece e compreende.
Vamos verificar alguns exemplos para entender de que maneira os fatores
externos podem influenciar o sucesso de um novo empreendimento na área de
transporte de passageiros.
Fatores Influência possível
Economia Pacotes econômicos que congelam os preços, tanto dos
insumos quanto dos próprios serviços oferecidos.
Política Decisão de extinguir algum tipo de transporte por meio da falta
de renovação de alvarás de funcionamento e apreensão de
veículos que permaneçam operando.
Questões Sociais Os consumidores de baixa renda dão preferência a transportes
coletivos de baixo custo, evitando o uso de transportes
144
especiais.
Tecnologia Avanços tecnológicos que auxiliam na direção do veículo, como
o sensor de distância acoplado na frente do veículo, que avisa a
proximidade de outros veículos na estrada, reduz os acidentes
em condições de baixa visibilidade.
Concorrência Diferenciais competitivos apresentados pela concorrência
dificultam a conquista de novos clientes para empresa.
Fornecedores Dificuldades de negociar melhores condições de pagamento com
os fornecedores.
Clientes Os clientes buscam maior qualidade nos serviços, mas não
aceitam aumento dos preços.
As situações externas sempre ocorrerão independente da vontade da empresa, que
deve ficar atenta a essas situações e procurar monitorá-las. Somente desta forma poderão
ser tomadas as providências necessárias para evitar prejuízos para a empresa.
Assim, uma empresa de transporte de pessoas deve monitorar, por exemplo, a ação de
seus concorrentes no que diz respeito à melhoria dos serviços, ao aprimoramento da
qualidade da frota, à oferta de garantias, entre outros. Uma empresa que não acompanha
as ações da concorrência poderá perder gradualmente seus clientes e até mesmo falir. Por
exemplo, se a maioria das empresas de transporte de turistas de determinada região renova
sua frota, adquirindo veículos novos e confortáveis e, ainda, oferece um serviço de
atendimento eficaz aos clientes, os empresários que não se adequarem a esta nova
realidade poderão ficar fora do mercado.
7 Fatores Internos
Os fatores internos são ligados diretamente à empresa e permitem maior controle por
parte do empreendedor que deve buscar a condição interna de funcionamento que mais
favoreça a rentabilidade e o desenvolvimento do negócio.
Conheça alguns fatores internos!
Recursos: pessoal, material e financeiro;
Atividades da empresa: operações necessárias para o seu funcionamento;
Organização interna: hierarquia, responsabilidades e comunicação;
Qualidade: condições essenciais para que o serviço seja percebido pelo cliente como
de boa qualidade;
Controles: sistemas financeiros, de informações, de cadastro, de compras etc.
Vejamos como a má gerência dos fatores internos pode gerar resultados
negativos para uma empresa de transporte de passageiros.
145
Fatores Influência possível
Recursos • Equipe com pouco treinamento e com remuneração abaixo
do mercado, provocando o mau atendimento aos clientes.
• Recursos financeiros escassos e mal empregados, gerando
problemas de crédito junto aos fornecedores.
Atividades da empresa • Atendimento ao cliente com falhas, provocando perda de
contratos.
• A falta de manutenção dos veículos não é feita, causando
desgaste excessivo e quebra dos veículos.
• O mau estado dos veículos leva à perda de clientes.
Organização interna • Os funcionários não sabem quem são seus supervisores e
mantêm atitudes de desrespeito às ordens.
• Não há uma descrição clara das responsabilidades de cada
funcionário, levando à falta de comprometimento com
atividades importantes.
• A comunicação entre os funcionários não é estimulada,
provocando o distanciamento entre as equipes de trabalho e
disputas internas.
Fatores de qualidade • Os motoristas não possuem uniforme e comportam-se de
forma inadequada, fazendo com que o cliente tenha uma
imagem ruim da empresa.
• Os horários não são cumpridos e muitos clientes passam a
utilizar outras empresas.
Controles • Não existem controles financeiros e há sempre prejuízo.
• Não são feitos controles de qualidade da prestação do
serviço junto aos clientes, aumentando a taxa de
reclamações.
• Os insumos usados na prestação de serviços são
desperdiçados devido à falta de controle do trabalho dos
funcionários.
É preciso também prestar atenção aos seguintes itens.
Situação da empresa no mercado: o que a sua empresa representa dentro do
mercado do setor de transporte de passageiros; qual o diferencial que a torna mais
atrativa perante o consumidor etc.
146
Excelência no seu empreendimento: o empreendedor deve ter a exata noção da
importância da excelência no atendimento aos clientes, sobretudo no serviço de
transporte de menores, de executivos, de turistas, de idosos e de pessoas com
necessidades especiais, bem como na condução e manutenção dos veículos.
Missão do seu empreendimento junto aos clientes e à comunidade: é preciso definir
uma missão para sua empresa. No exemplo da empresa fictícia Pega & Leva:
―Transportar crianças com conforto, segurança e pontualidade‖.
Visão que a empresa pretende conquistar junto ao mercado: a empresa Pega &
Leva, por exemplo, pretende se tornar referência em transporte escolar na cidade de
Curitiba.
8 Fatores do Empreendedor
Vejamos os fatores que envolvem as características do empreendedor.
Busca de oportunidade e iniciativa: tem capacidade de se antecipar aos fatos e criar
novas oportunidades de negócios.
Persistência: enfrenta os obstáculos decididamente, buscando o sucesso,
trabalhando com estratégias.
Correr riscos calculados: tem disposição de assumir desafios.
Exigência de qualidade e eficiência: decide fazer sempre o melhor.
Comprometimento: faz sacrifício pessoal ou despende esforço extra para completar
uma tarefa.
Busca de informações: busca obter todas as informações sobre o seu negócio.
Estabelecimento de metas: assume metas e objetivos que tenham importância
significativa a curto, médio ou longo prazo.
Planejamento e monitoramento sistemático: planeja suas tarefas com prazos
definidos; promove a revisão dos planos e, de acordo com os resultados obtidos,
toma decisões sobre resultados.
Persuasão e rede de contatos: utiliza estratégias para influenciar ou persuadir os
outros; utiliza pessoas-chaves para atingir seus objetivos.
Independência e autoconfiança: busca autonomia em relação a normas e
procedimentos; mantém seu ponto de vista; expressa confiança na sua capacidade
de enfrentar desafios.
Até agora tivemos a oportunidade de conhecer as principais características e o perfil do
empreendedor, bem como os fatores que influenciam o sucesso ou o fracasso de seu
negócio.
Até algum tempo atrás, acreditava-se que ser empreendedor era inato, ou seja, que
certas pessoas nasciam destinadas ao sucesso. Quem não tivesse as características
descritas nesta unidade era desencorajado a levar adiante seus planos de empreender.
Atualmente, este tipo de visão mudou completamente. Acredita-se que o processo
empreendedor pode ser ensinado e entendido por qualquer pessoa, e que o sucesso é
147
decorrente de uma série de fatores internos e externos ao negócio, do perfil do
empreendedor e de como ele administra as adversidades que encontra no dia-a-dia de seu
empreendimento.
No próximo tópico abordaremos temas que têm como objetivo desenvolver outras
habilidades necessárias a um empreendedor, tanto técnicas como gerenciais.
Existem muitas revistas especializadas e sites da internet que tratam do assunto
empreendedorismo. Se você está interessado em saber mais e estar sempre bem
informado, faça da leitura um hábito! Ao longo do texto, você encontrará várias indicações a
respeito.
Aí vai a primeira dica: site da Academia de Empreendedores: http://www.aemp.com.br.
Este site oferece muitas informações e acesso a artigos interessantes sobre questões
práticas da vida do empreendedor. Abrange todo e qualquer negócio, não privilegiando
nenhum segmento em especial. Os empreendedores podem se cadastrar e receber acesso
personalizado
9 Identificação e Avaliação de Oportunidades de Negócio
A maioria dos conceitos de empreendedorismo envolve, mesmo que de forma indireta, a
identificação de uma oportunidade. Pode-se dizer que a identificação e a avaliação de
oportunidades é a primeira fase do processo de empreender, antes mesmo do
desenvolvimento do plano de negócios e da captação de recursos.
As oportunidades podem ser relativas a algo novo que venha a gerar a abertura de uma
empresa, como também a uma ação que venha melhorar um empreendimento já existente.
É uma característica do empreendedor de sucesso estar atento às oportunidades para
aproveitá-las da melhor forma possível.
A parte mais difícil do processo empreendedor certamente é identificar e avaliar uma
oportunidade. É comum ouvir as pessoas dizerem que deixaram uma oportunidade passar.
Pois, o segredo é saber distinguir, dentre as inúmeras possibilidades, a presença de
algo de valor.
Há também aqueles que afirmam que identificar uma oportunidade é uma questão de
sorte. Da mesma forma, outros dizem que sorte é o encontro da competência com a
oportunidade.
10 Conceito de Oportunidade
Vamos a seguir estudar o conceito de oportunidade, como identificá-la e avaliá-la. Para
facilitar a compreensão do que realmente é uma oportunidade, trabalha remos com dois
conceitos em paralelo: idéia e oportunidade.
Um dos maiores enganos a respeito de novas idéias de negócios é que elas precisam
ser únicas e, se possível, inéditas. De fato, o que importa é como o empreendedor utiliza a
idéia, de forma a transformá-la em um produto que faça sua empresa prosperar.
148
Em geral, os empreendedores têm a seguinte visão a respeito de suas idéias de
negócios: minha idéia é revolucionária, meu produto é único e não possuo concorrentes,
mas não posso falar do que se trata. Este é um erro imperdoável: idéias revolucionárias são
raras, produtos únicos não existem e concorrentes certamente vão existir.
As idéias precisam ser testadas pelos clientes em potencial, por empreendedores com
mais experiência, por amigos próximos, enfim, é preciso nesta hora ser movido pela razão.
Uma idéia isolada não tem valor se não for transformada em algo viável, que possa ser
implementado, visando atender a um público-alvo que faz parte de um nicho de mercado
ainda não explorado.
Oportunidade de negócio, portanto, é algo possível de ser implementado, que tem a
finalidade de atender às expectativas de um público-alvo que faz parte de um mercado que
possui deficiências, ou que ainda não foi explorado ou não o foi em todas as suas
possibilidades. Oportunidade de negócio é aproveitar uma idéia para transformá-la em um
produto ou serviço, no momento certo e da maneira adequada.
Uma idéia que não pode ser implementada é só uma idéia e não uma oportunidade de
negócio. Uma oportunidade de negócio tem de ser adequada e conveniente, no que diz
respeito ao mercado, aos clientes que pretende alcançar, às necessidades que pretende
atender e às tecnologias que serão utilizadas no desenvolvimento do produto ou serviço.
Assim, a identificação de uma idéia como oportunidade só é possível se o
empreendedor conhece o mercado onde pretende atuar, tem visão do negócio e sabe ser
prático no momento adequado, identificando suas deficiências, protegendo legalmente suas
idéias e conhecendo a concorrência.
Vamos imaginar que você tenha a idéia de abrir um negócio no ramo de transporte. Por
exemplo, a oferta de transporte de executivos em automóveis blindados de luxo.
Pergunte a si mesmo e a seus sócios em potencial:
Quais são os clientes que comprarão este serviço?
Qual o tamanho do atual mercado em número de clientes?
Esse mercado está em crescimento, estável ou estagnado?
Quem normalmente atende a esses clientes, ou seja, quem são seus concorrentes?
Se você e seus sócios não conseguirem responder a essas perguntas básicas, com
dados concretos, vocês têm apenas uma idéia e não uma oportunidade de mercado.
Fatores importantes sobre oportunidade
Quando se trata de oportunidade, dois fatores devem ser considerados pelo
empreendedor e fazem grande diferença no desenvolvimento do empreendimento:
momento em que a idéia foi gerada;
experiência no ramo da atividade.
Vamos compreender o que isto representa no mundo do empreendedor.
149
Momento em que a idéia foi gerada
O empreendedor precisa saber se sua idéia é apropriada para ser aplicada no momento
em que foi gerada. Isto implica conhecer as particularidades do mercado e os ciclos de vida
do produto ou serviço, quando for o caso. Pensemos nos produtos com base tecnológica. O
ciclo de vida destes produtos é cada vez mais curto. Então, não adianta o empreendedor
pensar em um produto fantástico, mas que não possa mais ser utilizado nos últimos
computadores que foram lançados.
O tempo desta idéia já passou e deixou de ser uma oportunidade. Por outro lado,
existem mercados cujo crescimento é mais lento e o que conta são outros fatores, como a
qualidade e as características do serviço.
Veja o exemplo do setor de transporte de passageiros.
Um empreendedor que mora numa cidade litorânea percebe que o número de visitantes
estrangeiros têm aumentado a cada verão. Ele decide, então, oferecer um serviço de
transporte de turistas para passeios locais que possa ser contratado por alguma agência ou
operadora de turismo da região. Para se diferenciar da concorrência, ele vai oferecer
bastante conforto e segurança, assim como motoristas treinados para falar inglês e
espanhol.
Experiência no ramo da atividade
As chances de sucesso são muito maiores quando o empreendedor tem alguma
experiência na área, já trabalhou no ramo ou possui sócios que já trabalharam. Considera-
se muito arriscado entrar em negócios cuja dinâmica do mercado e a forma de operação
são desconhecidas, mesmo que na área se possa obter uma boa lucratividade.
O empreendedor deve planejar muito bem os passos a serem dados e estar capacitado
para atuar na área pretendida. Para tanto, deve fazer cursos, participar de eventos,
treinamentos, feiras, consultar pessoas experientes, enfim, certificar-se de que conhece as
particularidades do negócio que pretende desenvolver.
Vejamos, a seguir, um exemplo de como se pode aliar o conhecimento da
atividade e a oportunidade de negócio.
Imagine a seguinte situação
Você é formado em Administração de Empresas.
Atuou durante alguns anos numa empresa de transporte urbano de passageiros.
Já trabalhou com turismo quando fez um estágio na época da faculdade.
Adora carros.
É preocupado com segurança e já fez vários cursos de defesa pessoal e direção
defensiva.
Desde criança mora em cidade grande e está acostumado com seu ritmo de vida.
Recebeu um bom dinheiro na sua rescisão de contrato de trabalho e está propenso a
abrir seu próprio negócio.
150
Conversando com amigos, lendo a respeito e consultando especialistas na área, você
teve a seguinte idéia: atendimento para executivos brasileiros ou estrangeiros, com carros
blindados, motoristas bilíngües, conhecedores de técnicas de segurança, direção defensiva
e profundos conhecimentos do trânsito da cidade de São Paulo, possibilitando um
atendimento seguro, 24 horas por dia.
Como você pode observar, as características da oportunidade identificada e as
características do empreendedor são bastante similares e complementares. Assim, no que
diz respeito ao conhecimento da atividade e das áreas afins, poderia se dizer que este
empreendedor tem grandes chances de sucesso. Restando, apenas, fazer um bom
planejamento e uma análise eficiente do mercado.
Avaliação das oportunidades
Antes de partir para análises detalhadas ou à concepção de um plano de negócios
completo, o empreendedor deve avaliar a oportunidade que tem em mãos para evitar
despender tempo e recursos em algo que pode não agregar valor ao negócio já existente ou
que se pretende criar. Qualquer oportunidade deve ser analisada, pelo menos, sob os
seguintes aspectos:
Mercado;
Retorno econômico;
Vantagens competitivas;
Equipe gerencial.
Mercado
Um mercado é composto pelos clientes reais e potenciais, dotados de capacidade
econômica para adquirir determinado bem ou serviço. Antes de abrir um negócio, deve-se
buscar dados sobre o mercado em que se pretende atuar.
Mercados de grande potencial são mais atraentes, mas também são os mais
concorridos. Vale mencionar que, nos mercados em crescimento, não há predominância de
um concorrente sobre outro, havendo oportunidades para empresas criativas e bem
planejadas alcançarem sucesso.
Em relação ao mercado, deve-se atentar, ainda, para os seguintes aspectos: número de
competidores, o alcance dos concorrentes, os tipos de serviços que se encontram no
mercado, o potencial de compradores, as políticas de preço dos concorrentes etc.
Vejamos, a seguir, um exemplo da importância da análise do mercado onde se
pretende atuar e os aspectos que precisam ser considerados, antes de levar adiante
uma idéia.
Você percebeu que uma empresa de transporte de passageiros oferece ônibus fretado
para pessoas que trabalham na região da avenida Paulista e que estudam nas faculdades
São Cristóvão, do Norte e Bom Jesus. A empresa, aparentemente, vai muito bem e ganha
muito dinheiro. Você tem capacidade técnica para oferecer o mesmo serviço, ou seja, tem
sua empresa de transporte, os veículos, os motoristas. Será que há mercado para mais uma
empresa daquele gênero?
151
Mesmo sendo um mercado em crescimento, antes de tomar qualquer atitude definitiva é
preciso analisar a situação como um todo: a capacidade econômica dos possíveis clientes e
a competitividade da sua empresa em relação à concorrente no que diz respeito a preços
praticados, características do serviço etc.
Se você não tiver condições de praticar um preço igual ou inferior ao seu concorrente ou
de oferecer um serviço de melhor qualidade, pode não haver demanda para o seu serviço.
Esta é a razão pela qual se deve conhecer muito bem o mercado onde se pretende atuar.
Análise econômica
Esta é outra análise importante a ser feita em relação à oportunidade identificada. Para
se analisar o retorno financeiro sobre o investimento devem ser tomadas algumas
referências comparativas para se chegar à conclusão de implementar ou não o negócio.
Nesses casos, recomenda-se tomar como base o mercado financeiro, onde se pode
obter retornos sem muito risco. Se o retorno do investimento tende a ser menor do que a
margem obtida no mercado financeiro, a decisão de investir no novo negócio fica
comprometida, o que não significa dizer que o mercado não é adequado. O empreendedor
deverá, então, rever a estrutura da empresa, seus custos, projeções de vendas, entre
outros, para tomar a decisão fina.
Deve-se, ainda, analisar fatores como lucro final do empreendimento, ponto de
equilíbrio, prazo de retorno do investimento. Esses fatores são a base para a tomada de
decisão quanto à viabilidade de qualquer negócio, seja para grandes ou pequenas
empresas.
Se o próprio empreendedor não possuir condições de fazer essas análises financeiras,
deverá, sem dúvida, procurar ajuda de profissionais especializados.
Vantagens competitivas
As vantagens competitivas dizem respeito a diferenciais que proporcionam ganhos para
o consumidor, que podem ser em relação ao preço, à qualidade ou às características do
produto, entre outros.
O empreendedor deve analisar que vantagens competitivas seu negócio pode
apresentar. Dependendo da situação, o serviço a ser ofertado poderá ter um preço final
menor, se o empreendedor tiver menores custos de produção que o concorrente ou uma
estrutura mais enxuta.
A vantagem competitiva também pode ocorrer em conseqüência do conhecimento do
mercado. Uma empresa que conhece o mercado melhor que a concorrência pode se
antecipar e trazer novidades que atendam aos anseios de seus consumidores.
Uma empresa de transporte de passageiros percebeu a importância de ter uma frota
muito bem equipada e motoristas altamente treinados e qualificados para manter - e até
ampliar- sua clientela. Esta empresa atende a pessoas de alto poder aquisitivo, crianças,
executivos e também clientes que desejam transporte para casamentos, batizados,
aniversários e shows. Foi tomada, então, a decisão de investir no treinamento e
152
desenvolvimento dos motoristas no que diz respeito a habilidades técnicas, de comunicação
e de relacionamento. O objetivo era ter motoristas mais preparados para responder às
necessidades do cliente. Em paralelo, a empresa criou uma política salarial com
bonificações e programas para manter os empregados na empresa. Além de investir no
melhoramento da frota, elegeu como seu grande diferencial a qualificação de seus
motoristas.
Essas melhorias na qualidade do serviço agradaram bastante à clientela e deixaram os
concorrentes numa posição de inferioridade.
Equipe gerencial
Falamos até este momento sobre conhecer o mercado, o produto, o retorno financeiro,
as vantagens competitivas do negócio. Resta, agora, um dos fatores mais importantes: o
capital humano. Com quem você poderá contar para levar adiante o seu negócio? Quais os
tipos de profissionais necessários ao seu empreendimento?
É importante que a equipe gerencial esteja à altura da empresa a ser criada. A
experiência no ramo conta muito, pois pode evitar erros e gastos desnecessários e ainda
agregar conhecimento à empresa. Deve-se, também, considerar o diferencial de equipes
multidisciplinares, com profissionais de especialidades distintas e com habilidades
complementares.
Vale lembrar que vivemos em uma época de valorização do capital intelectual existente
nas empresas. O empreendedor deve levar em consideração que o principal ativo de uma
empresa são as pessoas que nela trabalham e que estas devem ser vistas como parceiras e
colaboradoras. Portanto, para que um empreendimento tenha maiores chances de sucesso,
é importante contar com as pessoas certas nos lugares corretos.
A fase de identificação e avaliação de oportunidades é uma fase crítica para o sucesso
ou não de seu empreendimento. Neste momento, o empreendedor precisa despojar-se das
emoções e trabalhar com critérios bastante racionais para analisar a viabilidade de seu
negócio. Caso o empreendedor não disponha de conhecimentos suficientes para promover
determinadas análises, deve buscar apoio com profissionais sérios e especializados.
Exercício de fixação
1. Assinale V, se a alternativa for verdadeira e F se for falsa.
a) ( ) Iniciativa e vontade para abrir um novo negócio e paixão pelo que faz, em geral,
são elementos importantes para um empreendedor.
b) ( ) Pode-se dizer que um empreendedor é fortemente infl uenciado pelo conjunto
formado por fatores externos, ambientais, sociais e econômico e por suas características
pessoais.
c) ( ) São consideradas condições externas as forças econômicas, políticas, sociais e
tecnológicas; a atuação da concorrência, dos fornecedores, dos distribuidores e as
demandas dos clientes.
d) ( ) Os fatores internos são ligados diretamente ao empreendedor e a suas
características.
153
e) ( ) Os fatores relacionados à gestão interna da empresa são importantes para o
sucesso da empresa.
2. Faça um relato sobre sua história empreendedora. Discuta com o seu grupo se as
características do conceito de empreendedor estão presentes na sua história e que
outras habilidades poderiam ser desenvolvidas.
3. Sobre oportunidade de negócio é correto afirmar que:
a) ( ) As idéias que têm chances de se transformar em oportunidades, em geral, são
únicas.
b) ( ) Um empreendedor, quando percebe que teve uma idéia que tem muitas chances
de sucesso, deve mantê-la em segredo o maior tempo possível até que consiga
viabilizá-la.
c) ( ) O empreendedor deverá testar sua idéia depois que o negócio já estiver
constituído, só assim poderá se proteger dos concorrentes.
d) ( ) Pode-se dizer que oportunidade de negócio é uma idéia que pode ser viabilizada,
visando atender às necessidades de determinado público.
4. Vamos supor que seu amigo tem uma idéia espetacular para montar um novo
negócio e ganhar muito dinheiro e convida-o para sócio. De acordo com o estudado
nesta unidade, responda qual deveria ser sua atitude mais correta com vistas a tomar
a decisão final.
a) ( ) Percebendo que realmente o negócio tem chances de render muito dinheiro, você
pergunta quanto precisa investir e, dependendo do montante, aceita sem pestanejar.
154
b) ( ) Você troca algumas idéias com seu amigo para conhecer melhor o
empreendimento e aceita ser sócio, uma vez que não irá investir muito dinheiro e sim o
seu trabalho.
c) ( ) Você faz algumas perguntas práticas ao seu amigo, como por exemplo, quais são
os clientes que comprarão o serviço; qual o tamanho atual do mercado e número de
clientes; se o mercado está em crescimento, estável ou estagnado; quem são seus
concorrentes e comunica a seu amigo que somente poderá dar uma resposta depois de
ter dados precisos a respeito dessas perguntas.
d) ( ) Você pede ao seu amigo um tempo para pensar e dizer se vai aceitar ou não ser
sócio, dependendo da intuição que tiver a respeito.
5. Assinale, a seguir, a(s) afirmativa(s) correta(s) sobre oportunidade.
a) ( ) Uma idéia brilhante é sempre uma grande oportunidade não importando o
momento ou local em que tenha sido gerada.
b) ( ) Existem boas idéias que não se transformam em oportunidades porque surgiram
no momento inapropriado.
c) ( ) Para se levar uma oportunidade de negócio adiante, basta ter vontade, dinheiro e
muita convicção.
d) ( ) Uma oportunidade de negócios tem muito mais chances de sucesso quando o
empreendedor já conhece o negócio ou tem sócios com muita experiência no ramo.
6. Sobre a avaliação de oportunidades é correto afirmar que:
a) ( ) Quando se tem uma boa idéia de negócio, o mercado surge espontaneamente.
b) ( ) A análise de mercado é essencial antes de abrir qualquer negócio.
c) ( ) A análise econômica de um negócio deve ser feita no plano de negócios, e não
nesta fase de avaliação de oportunidade.
d) ( ) Depois que um negócio já estiver estruturado é que devemos nos preocupar em
localizar as pessoas- chave para desenvolver as atividades da empresa.
7. Você deverá, juntamente com os demais componentes de sua equipe, pensar em
duas ou mais situações que aparentemente são oportunidades de negócios na área
de transporte de passageiros. Depois, as equipes deverão apresentar suas idéias para
o grande grupo, para que, por meio de um debate, concluam se as idéias são
oportunidades de negócios ou não.
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1 Conhecendo a Qualidade
Ouvimos falar constantemente em qualidade: qualidade de produtos e serviços, controle
de qualidade, qualidade total e até qualidade de vida. Enquanto clientes, temos uma noção
clara do que seja qualidade, uma vez que sempre sabemos se um produto ou serviço nos
satisfaz ou não. No entanto, o que é qualidade para nós nem sempre é para nossos
clientes.
Fica ainda mais difícil de conceituar qualidade quando imaginamos o ambiente
empresarial: além das opiniões divergentes de cada cliente a respeito do assunto, ainda
temos de lidar com a interpretação dos empresários e dos colaboradores. Muitas vezes, os
empresários e os próprios funcionários têm visões distorcidas e incorretas do que seus
clientes querem. Outras vezes, eles sabem exatamente o que os clientes desejam, mas, por
questões diversas (que vão desde a incapacidade técnica até a busca de margens de lucro
maiores), sacrificam a qualidade de seus produtos ou serviços. Sem saber, estão colocando
em risco também o futuro de sua própria empresa.
Falando um pouco de história, a preocupação com a qualidade é bastante antiga,
remontando ao tempo dos artesãos e ao surgimento das primeiras oficinas e fábricas.
Naquela época e durante muito tempo, a qualidade foi vista como um diferencial de
determinadas organizações, um ―quê‖ a mais oferecido aos clientes por certas empresas.
No entanto, a partir do final da 2ª Guerra Mundial, a qualidade passou a ter outro enfoque,
quando países como o Japão precisaram se reerguer economicamente e, para tanto,
valeram-se de novas ―filosofias‖ de Administração como a Qualidade Total e os 5S. Com o
sucesso das empresas japonesas, essas metodologias passaram a ser adotadas também
pelas empresas ocidentais. Não demorou muito para que, com a globalização, outros
conceitos como produtividade e competitividade passassem a fazer parte do dia-a-dia das
empresas, convivendo com o conceito de qualidade. Assim, a preocupação com a qualidade
de produtos, serviços e processos deixou de ser um mero diferencial de mercado para se
tornarcondição essencial de sobrevivência das empresas.
Por tudo isto, é importante entendermos exatamente o que é qualidade, qual sua relação
com a produtividade e a competitividade das empresas e como tudo isto se aplica ao setor
de transporte de passageiros. É o que veremos a seguir.
O que é Qualidade?
Como já dissemos, o conceito de qualidade depende da percepção de cada pessoa.
Mas nem por isto é impossível conceituá-la. Alguns autores conseguiram defini-la de
maneira bastante completa, como podemos ver a seguir:
156
Qualidade é a combinação de características de produtos e de serviços em uso que
respondem às expectativas dos clientes.
A qualidade:
Envolve as características de um produto ou serviço;
Refere-se ao processo de produção desse produto ou serviço, envolvendo todos os
setores da empresa;
Envolve a utilização do produto ou serviço em questão;
Envolve as expectativas de alguém (no caso, o cliente).
Portanto, a qualidade deve focar:
O produto ou serviço;
O processo;
O uso;
O usuário.
Assim, ao falarmos de qualidade em uma empresa, é importante lembrarmos de
trabalhar todos estes aspectos, para que tenhamos realmente uma qualidade ―completa‖
aos olhos de nossos clientes.
Vejamos como isto se aplicaria ao setor de transporte de passageiros.
Foco no produto/serviço Empresas que primam pela excelência do serviço prestado
(pontualidade, segurança etc). Procuram oferecer ao cliente
exatamente aquilo que prometeram: se foi dito que a linha ―x‖
é feita com o veículo top de linha da empresa, havendo
necessidade de substituí-lo, terá de ser por um outro veículo
top de linha, nunca inferior.
Foco no processo Empresas que buscam ter processos internos ágeis e
eficazes. Costumam ter sistemas informatizados para o
controle da maioria de seus processos. Exemplo: emissão de
passagens on-line em todas as unidades.
Foco no uso Empresas voltadas para a eficiência de seu serviço.
Costumam ter bons veículos, com processo de manutenção
preventiva rigorosa para evitar quebras durante o percurso.
Procuram ter também um bom número de linhas e horários
disponíveis.
Foco no usuário Empresas que buscam sobretudo agradar ao cliente. Seus
investimentos de qualidade são para descobrir quem são
seus clientes, o que eles querem e atendê-los da melhor
forma. Exemplo: a empresa identifica que seus clientes se
157
preocupam sobretudo com segurança e, a partir daí,
implementa programas de direção defensiva para os
motoristas e planos de redução de acidentes. Serviços
agregados ao transporte costumam fazer parte deste foco.
Exemplo: apresentação de filmes durante as viagens, escolha
de horários das linhas conforme necessidades dos usuários,
disponibilidade de bebidas e alimentos durante a viagem etc.
Desta maneira, é fácil perceber que para se ter qualidade é preciso trabalhar todos os
quatro focos, pois se complementam e, muitas vezes, se confundem. Não há como ter um
serviço excelente (com pontualidade e segurança) se os veículos não contarem com uma
boa manutenção preventiva. Da mesma forma, não adianta ser extremamente pontual se a
viagem não é segura. E assim por diante.
O que acontece, geralmente, é que por questões financeiras as empresas não
conseguem desenvolver igualmente todos os focos. Assim, escolhem apenas um deles para
se concentrar mais e, desta maneira, obter um diferencial frente a concorrência.
Pense nas empresas que você conhece do setor de transporte de passageiros e procure
determinar qual(is) foco(s) dão à qualidade. E a sua empresa, que focos tem dado à
qualidade?
Para que possamos acompanhar o desempenho das atividades da empresa e, por
conseguinte, sua capacidade de oferecer serviços com qualidade, é necessário criar
instrumentos que nos permitam ―medir‖ os resultados alcançados. Esses instrumentos são
chamados indicadores de qualidade. Com a utilização deles, a empresa se torna capaz de
identificar falhas em seus processos produtivos e/ou aspectos que devem ser melhorados
em suas atividades.
A seguir são apresentados alguns indicadores comumente empregados nas
empresas de transporte.
Total produzido correto x 100%
Total produzido (correto + errado)
Ou, se quisermos, medir a falta de qualidade:
Total produzido errado x 100%
Total produzido (correto + errado)
Indicador de pontualidade
Nº de viagens atrasadas x 100%
158
Nº de viagens atrasadas
Indicador de segurança
Nº de viagens com acidentes x 100%
Nº de viagens atrasadas
Indicador de extravio de bagagens
Nº de bagagens extraviadas x 100%
Nº total de bagagens transportadas
Indicador de satisfação de clientes
Nº de clientes satisfeitos x 100%
Nº total de clientes pesquisados
Como você pode ver, desta maneira é possível medir a qualidade de quase todos os
processos de sua empresa, seja qual for o foco adotado.
Qualidade, produtividade e competitividade
Já vimos como a qualidade é importante. Mas qual é a relação entre qualidade,
produtividade e competitividade das empresas? Antes de respondermos a esta pergunta é
preciso definir o que é produtividade e competitividade.
Produtividade é a relação entre o valor do que foi produzido e os recursos despendidos
na produção.
Produtividade = Total produzido
Recursos utilizados ou disponíveis
O resultado desta fórmula nos dá o que chamamos de indicadores de produtividade:
números que indicam a produtividade de nossos processos.
159
Indicador de consumo de combustível
Total km rodado (km)
Total de combustível consumido (litros)
Indicador de aproveitamento de capacidade
Total de passageiros transportados
Total de assentos disponíveis
Indicador de passageiros / km rodado
Total de passageiros transportados
Total de km rodado (km)
O uso de informações ―brutas‖, entretanto, pode encobrir a ineficiência de determinado
processo. Para evitar tal situação, devem ser criados indicadores que retratem,
efetivamente, a relação entre os serviços prestados de forma correta e os recursos
empregados em uma produção. Assim temos que:
Produtividade = Total produzido correto
Recursos utilizados
Indicador de passageiros / km rodado
Total de passageiros pagantes - total de passageiros não pagantes
Total de km rodado (km)
Assim, é possível perceber que qualidade e produtividade guardam uma relação
diretamente proporcional. Quanto maior for a qualidade de uma empresa, maior será sua
produtividade.
E a competitividade?
Competitividade é a capacidade ou habilidade de uma organização de ter maior
produtividade que seus concorrentes.
A competitividade compara os indicadores de produtividade de uma empresa com os da
concorrência ou com a média do setor. Uma empresa será tão mais competitiva quanto
melhores forem os seus indicadores quando comparados aos da concorrência.
160
Relacionando os três conceitos (qualidade, produtividade e competitividade),
percebemos que quanto mais qualidade uma empresa tiver, mais produtividade terá e,
conseqüentemente, será mais competitiva em seu ramo de negócio.
Qualidade Produtividade Competitividade
Para o sucesso/sobrevivência de uma organização, portanto, é necessário que os três
conceitos sejam gerenciados em conjunto.
2 Trabalhando os Indicadores
Como vimos anteriormente, existem indicadores para medir a qualidade, a produtividade
e a competitividade das empresas. Estes indicadores são fundamentais na medida em que
são o principal instrumento utilizado pelas empresas para medir o desempenho de seus
processos.
Assim, é impossível falar em qualidade sem falar em indicadores, pois eles são que, de
fato, demonstram os níveis de qualidade, produtividade e competitividade da empresa,
permitindo também planejar metas realistas e passíveis de serem atingidas no futuro.
Para ter indicadores confiáveis, é importante que a empresa defina:
O que medir (para evitar a criação de indicadores em excesso ou desnecessários);
Como medir (para evitar distorções na coleta e apresentação dos dados e a
conseqüente falta de confiabilidade nos indicadores);
Como acompanhar (estabelecendo metas, tolerâncias e ações corretivas e
preventivas para os indicadores que evidenciarem desvios ou tendências negativas
nos processos).
O estabelecimento e o acompanhamento de indicadores de qualidade, produtividade e
competitividade facilitam e agilizam o processo decisório, uma vez que as decisões passam
a ser tomadas com base em dados e não mais em ―achismos‖ ou na intuição dos
administradores. Os indicadores permitem também a identificação e a correção rápida de
problemas, promovendo uma melhoria contínua dos processos.
Enfim, os indicadores são peças-chave para a gestão da qualidade, podendo facilmente
alavancar a qualidade, a produtividade e a competitividade de uma empresa se
corretamente trabalhados.
3 Conceitos e Princípios da Qualidade
Quando falamos em qualidade, existem alguns conceitos que precisamos aprender além
do próprio conceito de qualidade. São alguns termos e princípios que ouvimos
freqüentemente e que estão profundamente relacionados à gestão da qualidade, tais como:
processo, sistema, gestão, entre outros. Como eles servem de base para princípios da
161
qualidade (como o princípio da abordagem de processo, por exemplo), a compreensão
destes conceitos torna-se fundamental para o entendimento de todo o processo de gestão
da qualidade.
Embora muitos deles nos sejam familiares, muitas vezes temos uma idéia equivocada
ou distorcida de seu significado. Portanto, apresentaremos nesta unidade os conceitos
adotados internacionalmente para cada um destes termos, quando utilizados no ambiente
da qualidade.
4 Abordagem de Processo
Processo é o conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transformam
insumos (entradas) em produtos (saídas).
Fluxograma – Exemplo de abordagem de processo
Produto é o resultado de um processo.
Representando esquematicamente, teríamos o seguinte.
ENTRADAS PROCESSO SAÍDAS
Se estivéssemos falando de uma fábrica de cadeiras, poderíamos dizer que as entradas
seriam a madeira e os pregos, a fabricação corresponderia ao processo e a saída (ou
produto) seria a cadeira pronta.
No setor de prestação de serviços a representação é a mesma. No entanto, a entrada
será sempre uma necessidade dos clientes e a saída (ou produto), a necessidade atendida
ou o serviço prestado. Veja como seria com o transporte de passageiros:
162
Como se pode observar, todas as atividades que acontecem em uma empresa podem
ser representadas sob a forma de um processo, o que nos leva ao princípio da abordagem
de processo. Praticar a abordagem de processo significa olhar a empresa sob o ponto de
vista de cada processo, incluindo a ligação entre eles.
Como se pode observar, todas as atividades que acontecem em uma empresa podem
ser representadas sob a forma de um processo, o que nos leva ao princípio da abordagem
de processo. Praticar a abordagem de processo significa olhar a empresa sob o ponto de
vista de cada processo, incluindo a ligação entre eles.
A abordagem de processo ajuda a evitar falhas comuns nas empresas, como atribuir a
responsabilidade por atrasos de pagamentos exclusivamente ao setor financeiro, quando na
verdade os outros setores não fornecem as entradas necessárias (notas fiscais, folha de
pagamento etc.) para que o setor financeiro possa fazer os pagamentos em dia.
5 Abordagem Sistêmica de Gestão
Sistema é o conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos.
Vimos que os processos se relacionam entre si, uma vez que as saídas de determinado
processo representam as entradas para o processo seguinte. Assim, um sistema nada mais
é do que um conjunto de processos inter-relacionados para alcançar um objetivo comum.
163
Exemplo de abordagem sistêmica de gestão
Gestão é o conjunto de atividades coordenadas e controladas para dirigir uma
organização.
Partindo do conceito apresentado, vemos que a gestão de uma empresa deve ser feita
por meio da visão de sistema. Ou seja, os dirigentes de uma organização devem gerenciá-la
como um todo, como um sistema, e não como funções, departamentos ou processos
isolados e independentes.
Podemos entender, a partir daí, que um sistema de gestão da qualidade é o conjunto de
atividades ou processos coordenados para dirigir e controlar uma organização no que diz
respeito à qualidade.
Este conceito é fundamental, pois é por meio dos sistemas de gestão da qualidade que
as empresas colocam em prática todos os fundamentos e princípios que vemos neste
tópico.
6 Melhoria Contínua
Melhoria contínua é, talvez, um dos princípios mais importantes relacionados à
qualidade. Significa aprimorar continuamente os processos, aumentando sua eficiência e
sua eficácia.
Eficácia é a proporção em que as atividades planejadas são realizadas e os resultados
esperados são alcançados.
Por exemplo, se o processo de manutenção de um veículo resolveu o problema
apresentado ele foi eficaz.
Eficiência é a relação entre o resultado alcançado e os recursos usados.
164
Por exemplo, se o processo de manutenção de um veículo resolveu o problema dentro
do prazo e dos custos estipulados, além de eficaz, foi eficiente.
Para medir a eficácia e a eficiência dos processos e assim comprovar a sua melhoria
contínua, as empresas precisam de indicadores, como vimos na Unidade I. Normalmente,
os indicadores de qualidade estão relacionados à eficácia e os indicadores de produtividade
estão relacionados à eficiência.
7 Sistemas de Gestão da Qualidade
É impossível falar em qualidade sem falar de sistemas de gestão da qualidade. Todos os
conceitos e princípios relacionados à qualidade vistos na Unidade 2 são aplicados na prática
pelas empresas por meio de sistemas de gestão da qualidade ou SGQs. Os SGQs são a
maneira mais segura e eficaz de garantir um contínuo aprimoramento da qualidade e dos
processos de uma empresa.
Princípios como abordagem de processo, abordagem sistêmica e melhoria contínua
fazem parte da maioria dos sistemas de gestão da qualidade existentes, assegurando sua
confiabilidade.
Qualquer empresa que pretenda aplicar qualidade na prática precisa utilizar um sistema
de gestão da qualidade. Esta é a melhor forma de garantir que as ações praticadas façam
parte de um sistema planejado e que sejam ordenadas para atingir resultados específicos.
O que é um sistema de gestão da qualidade (SGQ)?
É um sistema de gestão utilizado para ordenar, dirigir e controlar todas as ações e
atividades de uma organização, no que diz respeito à qualidade.
Já vimos alguns conceitos que podem nos ajudar a entender melhor o que é um SGQ.
Sistema é o conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos.
Gestão é o conjunto de atividades coordenadas e controladas para dirigir uma
organização.
Assim, podemos concluir que um sistema de gestão da qualidade nada mais é do que o
conjunto de processos, responsabilidades e recursos inter-relacionados por meio dos quais
a empresa busca atingir seus objetivos de qualidade.
Em outras palavras, sistema de gestão da qualidade é tudo aquilo que a empresa faz
com o objetivo de atingir determinado padrão de qualidade por ela estabelecido, desde que:
• as ações sejam inter-relacionadas (senão não seria um sistema, seriam atividades
isoladas); e a empresa defina o objetivo que quer atingir com o sistema,
acompanhando regularmente seu desempenho (do contrário não seria gestão).
No setor de transporte de passageiros, a implementação de sistemas de gestão da
qualidade é especialmente recomendável, uma vez que os clientes, especialmente os
institucionais, exigem cada vez mais garantias de seus prestadores de serviço. A
implementação de um SGQ assegura uma uniformidade maior da empresa quanto à
165
execução de seus processos, padrões de atendimento ao cliente e alcance dos objetivos
comuns da organização quanto à qualidade.
Como funciona um sistema de gestão da qualidade
Embora existam diferentes tipos de sistema de gestão da qualidade, todos são
baseados em uma mesma ferramenta da qualidade chamada de ciclo PDCA.
Trataremos das ferramentas da qualidade apenas na Unidade 5, mas devido à
importância do ciclo PDCA para o entendimento do funcionamento dos sistemas de gestão
da qualidade, vamos incluí-lo nesta unidade.
Ciclo PDCA
O ciclo PDCA é um ciclo
de controle de processos que
trata do planejamento das
atividades (PLAN), de sua
execução (DO), da
comparação dos resultados
com os padrões previamente
estabelecidos ou planejados
(CHECK) e da implementação
de ações corretivas ou de
melhoria (ACTION).
Veja!
166
O ciclo PDCA assegura que qualquer processo seja planejado, implementado e
melhorado ou corrigido, se necessário.
Embora tenha surgido no ambiente organizacional, o ciclo PDCA é tão simples e prático
que não se restringe apenas às atividades inerentes às empresas. Pode ser aplicado a
qualquer tipo de processo, em qualquer ambiente, inclusive na vida pessoal.
Por exemplo, imagine que você vai sair de férias. Você não planejaria para onde ir, o
que fazer, quanto gastar, quanto tempo ficar e quando ir? Dessa forma, você acabou de
cumprir a primeira etapa do ciclo PDCA: planejar. Feito isto, você não partiria para a viagem,
avisando (ou ―treinando‖) sua família a respeito de seu plano de viagem? Você cumpriria a
etapa 2 do PDCA: executar. Durante e após a viagem, você não checaria constantemente o
plano feito (especialmente a parte de quanto gastar)? Equivale à etapa 3 do PDCA: checar
ou verificar. Por fim, você não tomaria ações corretivas, caso gastasse mais do que o
planejado? E, ao fim da viagem, você não aproveitaria os erros cometidos para evitar falhas
nas próximas férias? Você estaria na última etapa do seu ciclo PDCA de férias: agir ou
corrigir e melhorar.
Como é possível perceber, o ciclo PDCA, embora seja simples, é bastante eficaz, desde
que o utilizemos sempre. Assim, toda vez que rodarmos o ciclo (a cada saída de férias, por
exemplo), o processo melhorará.
167
Mas como isto tudo se aplica aos sistemas de gestão da qualidade? É muito simples.
Ciclo PDCA Sistema de gestão da qualidade
Planejar Definir os objetivos a atingir com o SGQ.
Definir os procedimentos para atingir estes objetivos.
Definir os meios e formas de controle dos procedimentos
para verificar se atingem os objetivos estabelecidos.
Definir procedimentos para correção e melhoria, caso os objetivos não
sejam atingidos.
Definir os prazos e os responsáveis pelas atividades do SGQ.
Executar Treinar os responsáveis definidos nos procedimentos e objetivos.
Executar as ações.
Verificar Verificar, por meio das formas de controle definidas, se os objetivos de
qualidade foram atingidos.
Agir Corrigir, por meio dos procedimentos definidos, os possíveis desvios e
implementar melhorias.
Como você pode perceber, a fase mais complexa e muitas vezes a mais demorada é a
fase de planejamento de um sistema de gestão da qualidade. No entanto, é também a mais
importante, pois dela dependerão as outras fases, assim como a correta implementação e o
sucesso do SGQ.
Há vários tipos de normas diferentes para desenvolvimento de sistemas de gestão da
qualidade. Para empresas de construção civil, há o PBQP-H (Programa Brasileiro de
Qualidade e Produtividade em Habitação). Para empresas e indústrias do ramo automotivo,
há a TS 16949. No setor de transporte de passageiros, a norma mais adotada é a ISO 9001.
Tipos de sistema de gestão da qualidade
Antes de implementar um sistema de gestão da qualidade, é importante escolher o tipo
mais adequado às necessidades da empresa.
Na classificação que adotamos aqui, para facilitar o aprendizado, podemos dizer que
existem basicamente dois tipos de sistemas de gestão da qualidade: os sistemas
certificáveis, que contam com um referencial a ser seguido durante a implementação (como
os sistemas baseados na norma ISO 9001) e os que não são certificáveis, que podem ser
livremente adaptados pela empresa (como o programa 5S, por exemplo).
SGQs certificáveis
Dizer que um sistema de gestão da qualidade é certifi cável signifi ca dizer que é
baseado em um referencial, ou seja, há uma série de requisitos previamente defi nidos em
algum documento (como uma norma internacional, por exemplo) que o SGQ implementado
168
deverá atender. Uma vez atendidas estas exigências, o SGQ em questão poderá ser certifi
cado.
Os SGQs baseados em referencial são normalmente adotados por empresas que
buscam certifi cações específi cas (ver Unidade 7). A empresa escolhe a norma mais
adequada a seu tipo de atividade e implementa o sistema de gestão da qualidade conforme
especifi cado pela norma. Depois, se quiser, pode certifi car seu sistema de gestão da
qualidade atestando que ele existe e funciona.
SGQs não-certificáveis
Os sistemas de gestão da qualidade não-certifi cáveis podem ser criados pelas próprias
empresas, como também podem seguir algum tipo de ―fi losofi a‖ ou ―metodologia‖ como o
5S, por exemplo.
Estes sistemas contam com a vantagem de serem inteiramente adaptáveis à realidade
das empresas que os adotam.
Dentro desta categoria, os sistemas mais comuns são os Programas 5S e Seis Sigma.
Ambos são aplicáveis e trazem bons resultados se adotados no setor de transporte de
passageiros.
Adotar ou não um SGQ certifi cável é uma decisão que a empresa deve tomar em
função de sua realidade. O ideal é que ela procure conhecer os sistemas disponíveis e
escolha aquele que melhor se adapte às suas necessidades, uma vez que cada um tem um
enfoque diferente. Por exemplo, a norma ISO 9001 tem um grande enfoque na satisfação do
cliente e na melhoria contínua dos processos. Já o 5S tem enfoque na melhoria do ambiente
de trabalho. Em muitos casos, é adotado um sistema misto: implanta-se um SGQ certifi
cável (ISSO 9001, por exemplo) e complementa-se com um não-certifi cável (5S, por
exemplo). Vale lembrar que, se a empresa estiver num mercado de grande concorrência,
onde os clientes são muito exigentes, é mais interessante adotar um SGQ que possa ser
certificado.
Além dos sistemas de gestão da qualidade existem também os sistemas de gestão
ambiental (SGA). Estes últimos são utilizados quando a empresa busca minimizar o impacto
de suas atividades no meio ambiente. Quando os dois sistemas são aplicados em conjunto
(SGQ + SGA) tem-se o que chamamos de sistema de gestão integrado (SGI).
8 Conclusão
Vimos o que é qualidade, sua importância e sua aplicação no transporte de passageiros.
Vimos também sua relação com a produtividade e a competitividade das empresas e como
esses conceitos podem ser medidos e mensurados na prática.
Assim, recomendamos que você passe a avaliar como andam os indicadores de
qualidade, produtividade e competitividade de sua empresa, buscando melhorá-los ou
corrigi-los conforme o caso. Para fazer isto de maneira eficaz, será necessário implementar
o que se chama de Sistema de Gestão da Qualidade.
169
Os princípios e conceitos apresentados anteriormente são a base para qualquer sistema
de gestão da qualidade. Assim, é importante compreendê-los e praticá-los, com o objetivo
de adequar a gestão empresarial às boas práticas da qualidade.
Desta maneira, implementá-los em sua empresa pode levar algum tempo, uma vez que
esse processo envolve mudanças culturais e comportamentais, tanto para os funcionários
(que precisam aprender a praticar a melhoria contínua nos processos que executam) quanto
para os diretores (que precisam se acostumar com a visão sistêmica da empresa, evitando
―departamentalizá-la‖).
Os sistemas de gestão da qualidade são uma forma confiável de assegurar a qualidade
dos processos em uma empresa. Corretamente implementados, têm o poder de maximizar
resultados e promover importantes melhorias na organização, assegurando sua
produtividade e sua competitividade.
O melhor modelo de SGQ varia de empresa para empresa, dependendo das
características e das necessidades de cada uma.
No setor de transporte de passageiros, a maioria das empresas que utiliza um sistema
de gestão da qualidade adota o modelo baseado na norma ISO 9001, ou o modelo baseado
na SASSMAQ, sendo que boa parte delas possui a respectiva certificação de seu sistema.
Exercício de fixação
1. Com base nos conceitos discutidos nesta unidade, relacione cada situação
com o seu principal foco de qualidade.
(1) Foco no serviço
(2) Foco no processo
(3) Foco na utilização
(4) Foco no usuário
a) ( ) A empresa Santa Leocádia prima pela execução de seu serviço dentro dos mais
altos padrões de pontualidade.
b) ( ) Por saber que a maioria de seus clientes são surfistas, a empresa Litorânea
desenvolve um bagageiro especial para pranchas de surf.
c) ( ) A empresa Rio Vermelho, tendo dificuldades em gerenciar a emissão de
passagens em todas as suas unidades, implementa um sistema informatizado on-line.
d) ( ) A empresa Arara Azul adquire um lote de veículos top de linha e reforça a
manutenção preventiva dos veículos antigos.
e) ( ) A empresa Santa Leocádia, percebendo em seus indicadores um alto índice de
extravio de bagagens, reformula todo o processo de controle de bagagens.
2. Este exercício tem por objetivo verificar a compreensão do grupo sobre os
conceitos de qualidade, produtividade e competitividade.
1. Reunam-se em grupos de três a quatro participantes.
170
2. Cada grupo deve escolher um setor de uma empresa de transporte de passageiros.
3. Cada grupo deve desenvolver pelo menos um indicador de qualidade, um indicador de
produtividade e um indicador de competitividade focando o setor escolhido.
4. Cada grupo deverá escolher um redator para redigir o texto do trabalho, citando o setor
escolhido, os indicadores e a explicação de cada um deles.
5. Cada grupo deverá escolher também um apresentador para expor aos demais
participantes os indicadores definidos.
6. Após a apresentação de todos os grupos, debater os resultados obtidos.
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3. Com base nos conceitos discutidos nesta unidade, relacione as colunas.
( 1 ) Processo
( 2 ) Produto
( 3 ) Sistema
( 4 ) Gestão
( 5 ) Eficácia
( 6 ) Eficiência
a) ( ) Conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transformam insumos
(entradas) em produtos (saídas).
b) ( ) Conjunto de atividades coordenadas e controladas para dirigir uma organização
c) ( ) Resultado de um processo.
d) ( ) Proporção na qual as atividades planejadas são realizadas e os resultados
planejados, alcançados.
e) ( ) Conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos Relação entre o resultado
alcançado e os recursos usados.
4. Explique com suas palavras a abordagem de processo, a abordagem sistêmica de
gestão e a melhoria contínua.
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5. Represente um setor de sua empresa sob a forma de processos interligados.
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6. Responda com suas palavras as seguintes perguntas:
1. O que é um sistema de gestão da qualidade?
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2. Em que os sistemas de gestão da qualidade são baseados?
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3. Qual é o melhor sistema de gestão da qualidade para se adotar numa empresa
de transporte de passageiros: o certifi cável ou o não-certifi cável? Justifi que sua escolha.
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4. Escolha um processo de sua empresa e descreva-o, adaptando-o ao ciclo
PDCA. Divida as etapas do processo conforme as quatro etapas do PDCA.
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7. Estudo de caso
A empresa Arara Azul Fretamento e Turismo Ltda. está com sérios problemas, pois
perde muitos negócios para a concorrência.
O Sr. Pedro Santos, gerente geral, não entende a razão, uma vez que a empresa
trabalha dentro dos mais altos padrões de excelência: seus processos são quase todos
informatizados, seus ônibus são de última geração e raramente ocorrem atrasos, acidentes
ou quebras durante as viagens, até porque o processo de manutenção preventiva dos
carros é seguido a risca. Além disso, a empresa Arara Azul investiu recentemente em uma
mala-direta para o seu mailing de clientes oferecendo descontos em excursões para Caldas
Novas (águas termais) e Guarapari (areias monazíticas).
Preocupado com a redução de faturamento, o Sr. Ricardo Fonseca, dono da empresa,
solicitou ao gerente geral que trouxesse o histórico da taxa de ocupação dos veículos.
Diante do histórico, realmente foi constatada uma perda permanente de passageiros. O
gerente geral também tinha em mão o cadastro de clientes para quem a mala-direta havia
sido enviada. A enorme maioria tinha mais de 50 anos. Então, em princípio, nada havia de
errado em oferecer excursões para destinos próprios da terceira idade, como termas e
estâncias hidrominerais.
O gerente geral, então, contou que havia lido no jornal uma matéria que mostrava que
as pessoas com mais de 50 anos preferiam fazer excursões para locais ricos em natureza,
onde pudessem fazer trilhas, tomar banho de cachoeira e praticar outras atividades mais
estimulantes.
173
Diante dessas informações, se você pudesse aconselhar o Sr. Ricardo Fonseca, que
conselho daria para continuar a investigar essa perda de clientes? (procure analisar também
os aspectos referentes a indicadores e enfoques de qualidade)
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1.11.1 - QUALIDADE DA REDAÇÃO TECNICA
Basicamente, as qualidades da redação empresarial são as mesmas exigidas nos
demais escritos. Assim, por exemplo, ela deve primar pela correção, cuja ausência
compromete o perfeito entendimento e desempenho de qualquer comunicação escrita. A
correção está para o sucesso das palavras, assim como as boas maneiras estão para o das
pessoas.
A redação empresarial, no entanto, em vista de seus objetivos altamente
pragmáticos - informar e persuadir (afetar com intenção), e por encontrar-se a serviço de
uma atividade extremamente dinâmica, deve apresentar, ainda, de modo especial, as
seguintes qualidades:
1.11.2 - CLAREZA
O homem de negócios é, em geral, pessoa extremamente ocupada. Por isso as
mensagens que lhe serão dirigidas devem ser claras, objetivas.
174
As mensagens claras oferecem pelo menos duas vantagens: não irritam o
destinatário, que as entende sem maior esforço, e, o que é mais importante, garantem ao
remetente a resposta pretendida, em termos de reações ou atitudes.
A clareza na redação depende, antes de mais nada, da clareza do pensamento: não
se podem transformar idéias confusas em mensagens claras. Se não conhecemos nosso
assunto, conseguiremos, no máximo, comunicar nossa incompetência.
1.11.3 - CONCISÃO
O mundo moderno é muito rápido. A velocidade do presente não admite que o
empresário perca tempo com coisas sem importância. Mesmo às coisas importantes, ele
deve dedicar-lhes o tempo estritamente necessário.
Mensagens concisas, isto é, rápidas, contribuem para que o homem de negócios tire
o máximo proveito de seu tempo. As frases extravagantes e centopéicas somente
aumentam o peso da carta, sem nada acrescentas ao seu conteúdo.
Em nome da concisão, é claro, não se devem sacrificar as idéias importantes nem
eliminar as considerações pertinentes. O ideal está no perfeito equilíbrio entre os dados que
se pediram e aqueles que se oferecem.
1.11.4 - PRECISÃO
A carta, assim como qualquer outra mensagem, deve conter todos os elementos de
informação necessários, expressos com toda a exatidão. A precisão, portanto, refere-se não
somente à quantidade das informações, como, também, à sua perfeita expressão.
Palavras precisas e informações indispensáveis, é isso que se quer. As palavras,
principalmente, merecem um cuidado todo especial, já que, muitas vezes, elas são
interpretadas de acordo com as experiências e avaliações pessoais de quem as lê.
Para evitar os riscos da mensagem imprecisa, é importante, sempre que possível,
ser específico. ―Necessito desses artigos até o dia 24 deste mês‖ é mais preciso do que
‗Necessito desses artigos com a máxima urgência‖. A tartaruga e a lebre, certamente,
entendem de maneira diversa a palavra ―urgência‖.
1.11.5 – COESÃO
Todas as partes da mensagem devem guardar relação entre si. Para isso, não se
deve avançar aos saltos e retroceder para completar idéias que se deixaram E incompletas
em parágrafos anteriores. Cada oração deve vincular-se com a seguinte.
Também entre os diversos parágrafos deve-se fazer presente a sensação natural de
continuidade e interligação das diversas idéias. Chega-se, assim, à unidade e à coerência
do texto.
A coesão faz com que o leitor entenda mais facilmente a mensagem, fazendo-o
sentir-se como que levado pela mão, através dos diversos parágrafos, até o final do texto.
A conexão entre os diversos parágrafos fica mais nítida através de palavras e
expressões de transição, tais como ―assim sendo‖, ―desse modo, ―apesar disso‖, etc.
1.11.6 – NATURALIDADE
A linguagem da redação empresarial deve ser simples, espontânea, natural. Nada
daquela rebuscada afetação das cartas de cinqüenta ou setenta anos atrás, do tempo das
penas de pato, dos bondes puxados a burro e dos lampiões de gás.
175
Linguagem natural é aquela cujos termos são compreendidos e empregados pelas
pessoas de cultura média no seu trato diário. E uma linguagem igualmente distante da gíria
vulgar e do rebuscamento cristalizado das fórmulas vazias e inúteis ―dos tempos de
antanho‖, que a maioria dos leitores nem sequer mais entende.
Os móveis, os imóveis, a vestimenta, tudo, hoje em dia, está sendo despido dos
ornamentos inúteis que caracterizavam o estilo de uma determinada época do passado. As
coisas evoluíram e, hoje, o que predomina é a funcionalidade. A linguagem, principalmente
e da redação empresarial, não pode fugir dessa evolução, sob pensa de tomar-se cada vez
mais incapaz de traduzir com fidelidade a vida dinâmica e palpitante do mundo dos
negócios.
1.11.7 – CORTESIA
Embora todas as mensagens da empresa sejam escritas com fins específicos
(vender, cobrar, agradecer, etc.), elas devem ter um objetivo permanente: criar, manter ou
recobrar a disposição favorável do destinatário para com a organização. Para isso, é
fundamental que sejam redigidas numa linguagem cortes.
A cortesia, no entanto, não consiste em amabilidades ilógicas, frias e convencionais
maquinalmente lançadas no papel. Ela se manifesta, isto sim, por um tom humano, amável
e sincero, que se identifica em toda a extensão da~mensagem. A cortesia não se mede pelo
tamanho das frases, mas pela sinceridade natural de cada palavra.
Em qualquer tipo de carta, mesmo naquelas em que é preciso tratar de assuntos
delicados ou menos agradáveis, há lugar para a cortesia. Até a carta de cobrança, ao
menos nos primeiros estágios, pode ter sua rigidez atenuada, fazendo-se menção, por
exemplo, a um possível esquecimento do devedor.
Também faz parte da cortesia o emprego de uma linguagem positiva em todas as
mensagens. Devem-se, pois, evitar palavras de sentido negativo, tais como etc., as quais,
quando atribuídas a alguma negligência , esquecimento, erro, culpa atitude do destinatário,
assumem caráter de descortesia.
Assim, por exemplo, em vez de escrever: ―Em sua última carta V. Sa. Se esqueceu
de mencionar o número do pedido a que se referiu, razão por que não poderemos identifica-
la‖, melhor seria escrever: ―Agradeceríamos se V. Sa. Nos informasse o número do pedido
mencionado em sua carta de..., para que possamos localizá-lo entre os...‖
Nem sempre podemos atender ao que nos é solicitado, mas sempre é possível dar
às cartas um tom de consideração e interesse. Os resultados não tardarão a aparecer. E
serão altamente compensadores.
“A cortesia e as boas maneiras sempre pagam bons dividendos, abrandando a
oposição e o antagonismo. Até a pessoa mais obstinada e de mais difícil trato amansa um
pouco sob o impacto constante de uma sincera cortesia.”
(Grace Stuart Nutley - adaptação)
Adalberto J. Kaspary
CORRESPONDÊNCIA EMPRESARIAL
2a edição, Ed. PRODIL Porto Alegre - RS
176
1.12 - RELATÓRIO
Relatório é a ―descrição de fatos passados, analisados com o objetivo de orientar o
serviço interessado ou o superior imediato, para determinada ação‖. (Georges Bousquié).
1.12.1 - PARTES (ESTRUTURA)
Os relatórios usuais têm, basicamente, a seguinte estrutura:
a) Apresentação
Compreende: - o cabeçalho: lugar e data;
- o remetente: autor do relatório (nome, função, etc.);
- o destinatário (nome, função, etc.);
- o assunto: síntese do conteúdo.
b) Texto
Compreende:
- a exposição do(s) fato(s);
- a apreciação do(s) fato(s);
- as conclusões e sugestões.
c) Fecho
Compreende a assinatura do remetente (autor), antecedida, às vezes, de uma
fórmula de cortesia (―Atenciosamente‖, ―Atenciosas saudações‖, etc.).
d) Anexos
Compreende quadros, esquemas, tabelas, fotos e quaisquer outros elementos que
possam esclarecer o destinatário. Trata-se de informações complementares, não
imediatamente necessárias ao corpo do relatório, onde poderiam, inclusive, perturbar o fluxo
das idéias na leitura.
1.12.2 - Cuidados na Elaboração dos Relatórios
―Relatar é ver para outrem‖. Esta frase dá a medida exata da importância do relatório
dentro da organização.
A grande complexidade da maioria das empresas atuais não mais permite que seus
dirigentes possam verificar pessoaLmente o que acontece nos diversos departamentos e
escalões.
Dessa forma, à medida que crescem, as empresas passam a ser comandadas, cada
vez mais, por meio de papéis: memorandos, circulares, relatórios, etc.
O relatório tem uma importância vital dentro dessa conjuntura, pois, a partir dele, das
informações nele contidas, se tomam decisões que podem afetar profundamente uma
pessoa ou um grupo de pessoas.
A elaboração do relatório deve, portanto, estar cercada de uma série de cuidados,
para que ele possa servir de apoio para decisões e ações o mais possível isentas de erro.
Na confecção do relatório, recomendam-se, principalmente, os seguintes cuidados:
a) Quanto à exposição dos fatos
177
Aqui se requer:
- honestidade;
- objetividade e imparcialidade;
- utilidade (somente apresentar o que interessa);
- sobriedade e precisão;
- método (―A ordem já é meio relatório.‖);
- clareza ( a melhor qualidade que o relator deve cultivar).
b) Quanto à apreciação dos fatos
Como a apreciação é o centro de gravidade do relatório, já que é o momento de o
relator formular um julgamento pessoal, exigem-se aqui, entre outros, os seguintes
cuidados:
- toda a demonstração deve apoiar-se em fatos;
- nada deve ser aceito sem plena justificação.
É a conclusão que, em última análise, dá significado ao relatório, já que ela
c) Quanto à conclusão
Preconiza as medidas que devem ser tomadas por quem de direito. Deve, por isso,
apresentar as seguintes características:
- deduzir-se logicamente da argumentação que a precede, para que sela
convincente;
- formar-se de uma ou mais sugestões, clara e ordenadamente expostas;
- ser precisa (não meramente aproximativa);
- ter caráter prático, sem o que, por mais brilhante que seja, não terá o mínimo valor.
1.12.4 – Estilo
Acerca do estilo do relatório, para que este documento tenha maior probabilidade de
cumprir eficazmente seu objetivo, são oportunas as seguintes recomendações:
evitar a literatice (―Relatório não é romance‖);
empregar palavras precisas, não se contentando com meras aproximações;
empregar palavras simples, mantendo igual distância dos chavões vulgares e dos
rebuscamentos técnicos;
preferir as frases curtas, que expressam melhor as idéias e, acima de tudo, são
mais claras;
escrever para o Leitor, para o destinatário, empregando expressões que lhe
sejam familiares;
empregar, de preferência, a primeira pessoa do plural. Não se trata de um ―nos‖
que vise a imponência nem à impessoalidade descompromissada. Trata-se, isto
sim, de uma fórmula de delicadeza, que, evitando a agressividade do ―eu‖, nem
por isso compromete menos o relator.
1.12.5 – Classificação
Há diversos critérios de classificação dos relatórios. Apresentamos, a seguir, alguns
mais usuais e significativos:
178
Quanto à finalidade:
a) de desempenho e controle: medem o desempenho da organização, comparando-o
com os padrões estabelecidos;
b) de planejamento: dizem respeito à previsão de problemas e apresentam
alternativas para solucioná-los a curto, médio ou longo prazo; recomendam, ainda, medidas
a tomar;
c) de informação: contém notícias e idéias provenientes do setor de atividade do
relator. Trata-se de relatórios mais genéricos, enquanto os dois anteriores são mais
específicos.
Quanto à periodicidade:
a) regulares (periódicos, repetitivos): abrangem períodos de duração variável,
podendo ser, por exemplo, anuais, semestrais, trimestrais, mensais, semanais ou diários.
Obedecem, em geral, a esquemas ou modelos preestabelecidos, para garantir-lhes a
uniformidade.
b) especiais (não-repetitivos, ocasionais, eventuais): tratam de acontecimentos, e
não de períodos de tempo. São elaborados em função de circunstâncias. Por dependerem
da natureza do assunto, não obedecem a um modelo prévio.
Quanto ao grau de sigilo:
a) reservados: contém assuntos que não podem chegar ao conhecimento do público
em geral;
b) confidenciais: de destinação restrita a um circulo limitado de pessoas, de maior
hierarquia, confiabilidade e capacidade de manter sigilo absoluto sobre o assunto;
c) altamente confidenciais: em face do alto grau de segurança que envolve seu
assunto, só podem chegar ao conhecimento de pessoas autorizadas.
Quanto ao tipo:
Este critério de classificação comporta um elenco relativamente extenso de
relatórios, em razão dos assuntos que apresentam. Eis alguns mais comuns:
a) de acidentes (pessoais ou com material);
b) de visita técnica (registro de observação);
e) de estágio: destinam-se ao julgamento das qualidades técnicas e do valor
profissional do estagiário; têm caráter descritivo;
d) de serviços prestados (visitas de supervisão, execução de trabalhos
extraordinários, etc.).
No item seguinte, apresentamos algumas normas e recomendações sobre o
planejamento de relatórios específicos.
179
1.12.6 - Planos de Relatórios Específicos
Relatório de acidente:
É um relatório bastante delicado, em vista de suas possíveis conseqüências jurídicas
e sociais. Exige, por isso mesmo, elaboração cuidadosa.
a) Apresentação
Lugar, data, remetente (autor), destinatário e assunto, O assunto constará da
natureza, gravidade, local e data do acidente e do nome e função do acidentado.
b) Textos
Exposição dos fatos
- conjunto das circunstâncias: data, hora, local e natureza do trabalho e do acidente;
- relato completo do acidente: situação no tempo e no espaço; narração em ordem
cronológica, segundo depoimentos de testemunhas ou observações pessoais;
- providências tomadas: primeiros socorros, medicação, transporte ao hospital;
- opinião dos médicos (se possível): gravidade do acidente, duração provável do
afastamento do serviço.
Apreciação dos fatos
- análise dos testemunhos de terceiros; identificação dos depoentes;
- procura e explicação das prováveis causas: humanas, materiais, diversas;
- fixação das responsabilidades.
Proposições
- medidas a tomar, de acordo com as circunstâncias: reparação dos danos causados;
assistência imediata e mediata aos dependentes do acidentado; medidas preventivas para
evitar a repetição de acidentes semelhantes; reforço das medidas de segurança ou
insistência na sua rigorosa observação.
Conclusão
- medidas de urgência
Relatório de visita técnica:
Antes de elaborar o relatório de visita técnica, é necessário reunir o maior número
possível de documentos sobre a visita (fotos, notícias, artigos gráficos, etc.), relembrar as
grandes linhas daquilo de que se foi informado ou que se observou durante a visita e
agrupar os documentos de forma clara e lógica.
a) Apresentação
Lugar, data, remetente (autor) e destinatário do relatório e lugar e período da visita.
b) Texto
Exposição dos fatos
- Apresentação (descrição) da organização visitada (com anexação, se possível; de
fatos, folhetos, etc.);
180
- descrição dos departamentos visitados e das atividades e procedimentos
particularmente observados.
Apreciação dos fatos
- interesse experimentado;
- aspectos relevantes da visita.
Conclusão
- observações sobre a acolhida;
- benefícios auferidos da visita.
Relatório de estágio
O relatório de estágio permite ordenar as impressões, notas e documentos relativos
ao estágio realizado.
Geralmente, neste tipo de relatório, o autor, não tendo proposições a fazer, deve
limitar-se a demonstrar suas qualidades práticas: capacidade de observação e análise,
espírito de iniciativa, competência, etc.
a) Apresentação
Local, data, remetente (autor) e destinatário do relatório e natureza, lugar e período
do estágio.
b) Texto
Organização geral do departamento ou setor
- instalações;
- mobiliário;
- natureza das atividades‘
- técnicas de trabalho;
- recursos humanos e materiais;
- aspectos formativos: ordem, disciplina, lazer, serviços sociais, etc.
Trabalhos efetuados ou observados
- primeiros contatos com o local de trabalho e com as pessoas;
- período de adaptação ao estágio;
- participação efetiva em atividades usuais (juntar documentação ou ilustrações, se
possível).
Procedimentos técnicos particularmente observados
- técnicas especiais e seu interesse;
- dificuldades enfrentadas c soluções que se lhes deram (juntar documentação e
ilustrações, se possível).
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Conclusão
- observações sobre a acolhida;
- benefícios auferidos do estágio;
- aplicação prática posterior, no serviço ou na profissão, dos conhecimentos
adquiridos.
“Os relatórios são um trabalho operacional prático que fornece uma base para
diretrizes e decisões acertadas. Por conseqüência, ele deve mais particularmente considerar
fatos e explicações do que emitir opiniões.”
(A. C. Leyton)
Adalberto J. KasparyPRODIL
182
183
184
185
. CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Um computador é um equipamento eletrônico que processa informações na
forma de dados, podendo ser programado para a realização de diversas outras tarefas.
Foi construído para desempenhar cálculos e operações lógicas com facilidade e rapidez.
De modo geral, um processamento se realiza de acordo com o esquema abaixo:
A Entrada se refere a algum dado de entrada do
processamento, são valores onde o processo irá atuar. Exemplo:
quando clicamos em algum arquivo.
O Processamento é onde os dados de entrada serão
processados para gerar um determinado resultado.
A Saída é simplesmente o resultado de todo o processamento,
podendo ser impresso em papel, armazenadas, ou até mesmo servir
como entrada para um outro processo. O computador exibe os
resultados obtidos na tela, mostrando o arquivo.
Em suma um computador tem quatro funções básicas:
Receber dados e informações de entrada
Processar a informação
Produzir dados e informação de saída
Armazenar dados e informações
Num computador podemos distinguir três componentes básicos:
Hardware – O conjunto de componentes físicos de um computador
e os periféricos ligados a ele. Exemplo: teclado, impressora,
monitores e outros.
Software – Conjunto instruções que são processados num
computador. É a parte lógica do computador. Ex: Sistema Operacional,
editores gráficos, jogos, entre outros.
186
HARDWARE
Tipos de computadores
PC (Personal Computer) – É o mais conhecido. O primeiro computador
pessoal do mercado mundial foi lançado pela IBM.
Workstations (Estação de Trabalho) – São computadores mais poderosos
e mais caros. São máquinas desenvolvidas normalmente para atender as
necessidades de empresas, em sistemas bancários ou para computação gráfica,
que requerem maior confiabilidade.
Notebooks – São computadores portáteis e que reproduzem todos os aspectos
dos PC‘S . A vantagem é que podem ser transportados, funcionam com baterias
recarregáveis, estão cada vez mais leves e oferecem a possibilidade de você
trabalhar com eles em qualquer lugar.
Netbooks – Computadores portáteis com dimensão pequena ou média, peso
leve, de baixo custo e geralmente utilizados apenas em serviços baseados na
Internet, tais como navegação na web e e-mails. Suas características mais
comuns incluem uma pequena tela, conexão sem fio, mas sem unidade de disco
óptico, e um teclado reduzido.
Smartphones – Telefone celular com funcionalidades avançadas que podem
ser estendidas por meio de programas executadas no seu sistema operacional.
Possui conexão com redes de dados para acessar a Internet, sincronização de
dados, agenda de contatos e compromissos etc.
Tablets - Geralmente possuem as mesmas funções dos smartphones,
porém não funcionam como telefone celular. Tem telas maiores que os
smartphones e maior capacidade de processamento. É operado apenas com os
dedos na tela.
Periféricos
187
Periféricos de Entrada – São dispositivos responsáveis por enviar as
informações d o u s u á r i o para o computador. Ex: Mouse, Teclado, Scanner,
microfone, Web câmaras, filmadoras, sensores diversos, entre outros.
Periféricos de Saída – São dispositivos que podem mostrar o resultado d as
i n f o r m a ç õ e s do c om p u t ad o r p a r a o us u á r i o . Ex: Impressora, Monitor,
Caixas de Som, etc.
Impressoras
Equipamento que permite a impressão em papel dos trabalhos criados no
computador (textos, gráficos, figuras entre outros). Entre as mais utilizadas estão:
Matricial – Tecnologia de impressão que pressionam uma fita com tinta sobre o
papel, como uma máquina de escrever.
Jato de Tinta – Impressora que apresenta uma qualidade de impressão muito boa
e uma resolução excelente.
Laser –É a melhor impressora disponível no mercado, possui velocidade de
impressão e, dependendo do modelo, pode imprimir colorido.
Teclado
O teclado do computador é basicamente como a de uma máquina de escrever.
Algumas destas teclas merecem maior atenção.
Tecla ENTER: funciona como a tecla de retorno em uma máquina de escrever, ela
executa o fim de uma linha. Durante o uso do computador, este não saberá o que foi
digitado até que você pressione a tecla ENTER.
Tecla BACKSPACE: esta tecla apaga o último caractere digitado. Use-a para corrigir
erros de digitação.
Tecla SHIFT: esta tecla não possui efeito apenas por ela mesma, mas ela
188
desloca o teclado para imprimir as letras maiúsculas e caracteres especiais que
compartilham a mesma tecla.
Tecla ESC: a tecla ESCAPE permite cancelar uma linha digitada. Também é
utilizada em vários programas para escapar de um comando.
Tecla CTRL: a tecla de controle também não tem efeito por ela mesma, mas
como a tecla shift, é utilizada para alterar o efeito de outras teclas. Por exemplo,
para executar o comando representado por ctrl+c deve-se pressionar a tecla Ctrl e
juntamente com esta pressionar a tecla ―c‖.
Tecla TAB: esta tecla permite mover o cursor em valores predefinidos de tabulação.
Pode ter uso um pouco diferente dependendo do programa em que é utilizada.
Tecla NUM LOCK: abreviação de Numeric Lock (trava numérica). Esta tecla permite
a troca do uso do teclado numérico reduzido, passando-o do movimento do cursor
para números, e vice-versa.
Tecla ALT: é uma tecla de função alternativa, normalmente é utilizada em conjunto
com outras teclas.
Tecla ALT Gr: Mesma função da tecla ALT, porém ela possui funções adicionais
como, por exemplo, inserir o símbolo de ordinal a um número.
Tecla DEL: é a tecla que permite deletar (apagar) o texto que está a direita do que foi
digitado. Pode ter uso um pouco diferente dependendo do programa em que é
utilizada.
Tecla WINDOWS (tem o símbolo): tecla especial, introduzida junto com o Windows
95. O seu uso é semelhante ao acionamento do botão INICIAR pelo mouse. No
Windows 7 e outros sistemas operacionais recentes, associado a tecla TAB ( +
TAB) permite alternar entre as telas do computador de uma maneira muito
interessante, experimente.
ecla Print Screen: Esta tecla permite copiar tudo o que aparece na tela que está
sendo exibida.
Mouse
Basicamente todos os comandos do computador são
executados com o auxílio do mouse.
No Windows utilizará na maioria das vezes o botão
esquerdo do mouse e algumas vezes o botão direito. Nos
mouses modernos, existe um botão em forma de roda que
permite rolar a página que está sendo editada dentro do
Microsoft Word.
A aparência do mouse na tela é chamada de cursor e normalmente é uma
189
seta apontando
Vejamos agora algumas nomeações que utilizamos no uso do mouse:
Apontar: apenas movimente o cursor sobre a tela e coloque a ponta sobre o
item desejado, que pode ser uma janela, ícone, título de menu, etc. Desta forma
você estará apontando o mouse.
Clicar: quando cursor estiver sobre o item desejado, aperte o botão esquerdo do
mouse apenas uma vez e solte. Esta ação fará com que um objeto ou item seja
marcado.
Duplo clique: quando o cursor estiver sobre o item desejado, aperte o botão
esquerdo do mouse rapidamente duas vezes seguidas e solte. Esta ação fará
com que o programa em atividade execute uma ação. Se selecionar um ícone de
Grupo de programa, este se abrirá em uma janela, e se for um Item de
Programa, um programa será executado. Dentro de um programa, o duplo
clique poderá ter ações diferentes, dependendo do programa que está sendo
executado.
Arrastar: em algumas situações diz-se arrastar e soltar. Aponta-se para o item
desejado e pressiona-se o botão esquerdo do mouse, mantendo-o pressionado,
arrasta-se pela tela soltando-o no local desejado. Com esta ação é possível mover
um objeto, marcar um texto ou área, etc.
Rolar: nos mouses com o botão RODA (Scroll), permite a utilização dos
programas de modo muito mais fácil. Dependendo do programa utilizado, a roda
pode servir para a rolagem da página vista, como é o caso do Microsoft Word e dos
navegadores de Internet.
SOFTWARE
A definição mais fácil para o software (programas) é
tudo aquilo que você não pode pegar, enquanto o hardware é
tudo aquilo que você pode tocar.
Um software pode ter varias funções: Jogos, cálculos,
Criação de texto, edição de imagem, edição de vídeo,
conversão de vídeo, reprodutor de multimídia, acesso á
internet, etc.
Existem vários tipos de Softwares, entre os principais:
Sistema Operacional: Os Sistemas Operacionais auxiliam o usuário, para passar
os comandos para o computador. Ele interpreta nossas ações e transforma os
dados em códigos binários, que podem ser processados.
Software Aplicativo: Este tipo de software é, basicamente, os programas
utilizados para aplicações dentro do S.O. Exemplos: Word, Excel.
190
Sistemas Operacionais
É o programa responsável por gerenciar as informações que fazem com que a
máquina se comporte de determinada maneira. Fazendo uma analogia, podemos dizer
que o sistema operacional é o chefe dos demais softwares, ou ainda o gerente do
computador, pois tem como tarefa controlar a máquina para os outros programas
rodarem.
Existem vários sistemas operacionais aonde os mais conhecidos são:
LINUX E WINDOWS
191
. CONHECENDO O SISTEMA OPERACIONAL MICROSOFT WINDOWS 7
O sistema operacional Windows 7 é um sistema operacional da Microsoft com
mais recursos visuais que seu antecessor, o Windows XP. Vamos conhecê-lo um pouco:
Área de trabalho ou Desktop
Desktop é por onde começa tudo. É o lugar onde o usuário encontra todos os
aplicativos instalados no computador. Por meio dele é que se tem acesso aos menus e
grupos de programas, usando os botões e ícones ordenadamente espalhados na tela
através do cursor do mouse.
Ícones
São figuras que aparecem em diversos locais dentro do programa Windows.
. Barra de Tarefas
Nesta barra o usuário visualiza além do botão iniciar, outros botões de atalho
192
para os programas instalados e particularmente os botões referentes às janelas dos
aplicativos que estão sendo executados. No canto direito da barra de tarefas
normalmente vão estar visualizados um relógio e um grupo de ícones.
O botão iniciar, abre o Menu Iniciar Windows. Através dele temos acesso a
grande parte dos programas instalados no seu computador e aos principais recursos do
Windows.
Janelas
Cada aplicativo dentro do Windows abre uma janela específica. A
janela é composta de alguns itens, dos quais veremos a seguir:
Minimizar a janela: guarda a janela ativa na barra de tarefas, mantendo o programa aberto.
Maximizar a janela: expande o tamanho da janela, fazendo com que ela ocupe
toda a área de trabalho do Windows.
Restaurar a janela: essa opção é mostrada quando a janela estiver maximizada,
fazendo com que a mesma ocupe somente o espaço do seu tamanho anterior.
Fechar: encerra o aplicativo que estiver em uso.
Barra de título: É a barra superior da janela. Geralmente contém o nome do aplicativo
ou arquivo.
Barra de menu – está localizada abaixo da barra de título, permite acessar e
executar vários comandos. Pode ser modificada conforme o aplicativo que está sendo
utilizado. Um menu consiste numa lista de comandos que executam tarefas relacionadas.
Barra de ferramentas – o objetivo desta barra é dar opções para que o usuário possa
executar as tarefas no computador de forma mais rápida, substituindo as opções de
determinados Menus.
193
Barra de status – localizada na parte inferior da janela tem a função de mostrar
a informação especifica sobre o que se utiliza dentro da janela.
Barra de rolagem – as barras de rolagens (vertical e horizontal) substituem a
operação de algumas teclas e são utilizadas junto com o mouse. Estão disponíveis quando
há muita quantidade de informações e estas não se encontram visíveis.
Bordas da janela – é a moldura que envolve a janela. As janelas podem
ser dimensionadas arrastando o ponteiro do mouse sobre essa região.
Menu Iniciar
A partir de o menu Iniciar é que
o usuário pode acessar a todos os
programas instalados em seu
sistema, abrir documentos, configurar o
computador através do painel de
controle, desligar o computador, entre
outras funções. Para ter acesso basta
dar um clique no botão Iniciar.
Para acessar um programa
instalado, deve-se usar a opção ―todos
os programas‖. O menu iniciar organiza
os programas mais recentemente
utilizados para serem exibidos assim
que o usuário clica no menu.
Através do menu iniciar também
podemos acessar as pastas criadas pelo
Windows, documentos, imagens e
músicas
Lixeira
A lixeira é uma pasta especial do Windows que se localiza na área de trabalho. É
para lá que vão os arquivos que foram apagados do computador. Apesar de esses
arquivos terem sido apagados, eles ainda permanecem no computador, com isso a
qualquer momento eles podem ser restaurados.
Importante: Arquivos excluídos de unidades
removíveis, como pendrives, não irão para a lixeira. Uma
vez excluídos não será possível recuperá-los.
Esvaziando a lixeira
Ao esvaziar a lixeira, você está excluindo
definitivamente os arquivos do seu computador. Por isso
esse procedimento só deverá ser realizado quando você
estiver certo de que não precisa mais dos arquivos ali
encontrados. Para esvaziar a lixeira, clique com o botão
194
direito sobre a lixeira e selecione Esvaziar lixeira.
Pastas
As pastas são compartimentos para guardar
informações. Os arquivos armazenados no computador geralmente
estão armazenados dentro de uma pasta.
Para você criar uma pasta siga os passos abaixo:
1. Clique com o botão do lado direito do mouse em uma área vazia.
2. Vai aparecer o menu abaixo:
3. Clique uma vez em novo.
4. Clique em pasta.
5. Digite o nome para sua pasta.
PARA RENOMEAR UMA PASTA NO WINDOWS 7.
1. Clique uma vez em cima do nome da pasta.
2. Clique de novo em cima do nome da pasta. (não são dois cliques rápidos, são
dois cliques devagar)
3. Nomeie a pasta e tecle enter para finalizar.
EXCLUINDO ARQUIVOS OU PASTAS NO WINDOWS 7.
1. Clique uma vez em cima do arquivo ou pasta que você deseja deletar.
2. Tecle delete e depois clique uma vez em sim.
195
PARA CONFIGURAR UMA IMAGEM COMO O SEU PLANO DE FUNDO ( A IMAGEM
PODE ESTAR NO SEU COMPUTADOR OU NA INTERNET)
1. Clique com o botão do lado direito do mouse em cima da imagem desejada.
2. Clique uma vez na opção ―definir imagem como plano de fundo da minha área de
trabalho
GRAVAÇÃO DE ARQUIVOS DO COMPUTADOR PARA O PEN DRIVE
Com o objetivo de substituir os ―enormes‖ e frágeis CDs, os pen drives se tornaram uma
verdadeira febre em todo mundo, hoje em dia praticamente todo usuário de informática tem
o seu.
Para quem não sabe, um pen drive é um dispositivo de armazenamento, aonde
podemos armazenar todos os nossos arquivos, sem restrição alguma, por exemplo,
podemos armazenar arquivos de texto, vídeo, imagens, musica, em fim, tudo que é arquivo
pode ser colocado no pen drive. Mas pera ai, como que nós podemos enviar um arquivo
para um pen drive?
Para enviar um arquivo para um pen drive ou qualquer outro dispositivo de
armazenamento é muito simples, resume-se praticamente em dois passos: conectar o pen
drive e enviar o arquivo.
UMA FORMA RÁPIDA, COMO ENVIAR UM ARQUIVO PARA O SEU PEN DRIVE.
1- Vá até o local que esta o arquivo no qual você quer passar para o pen drive. Clique
com o lado direito do mouse em cima do arquivo e em seguida clique em ―Enviar para―,
procure pelo dispositivo que representa o seu pen drive e clique nele.
Agora é só aguardar o envio do arquivo.
196
Para conferir se o arquivo foi enviado, ou se vc quiser abrir o conteúdo do seu pen drive
vá novamente até ―Computador‖ (Iniciar / Computador) e clique duas vezes no dispositivo
que representa o seu pen drive, se tudo ocorreu bem, o arquivo deve estar ai dentro.
PARA PASSAR ARQUIVOS DO SEU PEN DRIVE PARA O SEU COMPUTADOR.
1- clique em ―Iniciar / Computador‖ e procure pelo dispositivo que represente o seu
pen drive (letra E).
2. Clique 2x na unidade que representa o seu pen drive (geralmente é a E).
3. Clique 1x. no arquivo que deseja copiar para o seu computador.
4. Tecle ao mesmo tempo ctrl + C (para copiar).
5. Abra a pasta em que vc. Deseja colar esse arquivo ex: pasta meus documentos (que
está no menu iniciar).
7. tecle ao mesmo tempo ctrl + V (para colar).
197
MICROSOFT WORD 2007
O Microsoft Word para Windows é um processador de textos do pacote Office,
cuja finalidade é ajudar-nos a trabalhar de maneira mais eficiente tanto na elaboração de
documentos simples, quanto naqueles que exijam uma editoração mais elaborada.
Vamos agora inicializar o programa do Word 2007
De um duplo clique no botão
Posicione a seta do mouse sobre Todos os Programas.
Posicione a seta do mouse sobre , dê um clique e aguarde a
execução do programa.
Seguido os passos teremos a seguinte tela inicial:
Digitando textos
Utilizamos a área em branco para digitarmos nossos textos. Simplesmente clicamos com o
mouse e iniciamos a digitação de nosso documento.
Criando linhas
Quando estivermos digitando e a linha chegar ao seu final, não se preocupe, o texto será
posicionado na linha de baixo automaticamente. Se quisermos criar uma nova linha ou pular
uma linha devemos pressionar a tecla ENTER.
198
Após pressionada a tecla ENTER, o cursor do mouse será posicionado na linha abaixo
pronto para receber uma nova digitação.
Digitando palavras com acentos
Para digitarmos palavras com acento, devemos sempre digitar primeiro o acento e apenas
depois continuar digitando o restante da palavra.
Para acentuar uma palavra, veja o exemplo abaixo:
- Para escrever a palavra "café".
- Digite café
- Tecle o acento agudo (´) - não irá aparecer nada na tela.
- Digite a letra e. Este caractere irá aparecer acentuado, ficando o texto assim: "café"
Usando letras maiúsculas e caracteres da parte superior das teclas
Seguramos a tecla SHIFT para digitar caracteres em letra maiúscula. Também a utilizamos
para digitar caracteres da parte superior das teclas, por exemplo, para digitar o caractere
'@', seguramos SHIFT e pressionamos o número '2'.
Selecionando textos
Para selecionarmos (marcar) um texto:
Posicionamos o cursor do mouse antes da primeira letra da frase a ser selecionada,
clicamos e segurando o botão do mouse pressionado arrastamos até o local desejado.
Também podemos selecionar um texto segurando a tecla SHIFT do teclado e pressionado
as teclas:
SETA PARA CIMA;
SETA PARA BAIXO;
SETA PARA ESQUERDA;
SETA PARA DIREITA.
Veja na figura abaixo como fica o texto que está selecionado:
199
Apagando textos
Para apagarmos um texto, devemos posicionar o cursor do mouse no local desejado e
utilizar as teclas: BACKSPACE e DEL(Delete).
BACKSPACE apaga o texto que está posicionado atrás do cursor;
DEL ou DELETE apaga o texto que está posicionado na frente do cursor.
Na figura abaixo, com o cursor posicionado entre as palavras Word e 2007, devemos
apertar 4 vezes a tecla BACKSPACE para apagar a palavra Word ou 4 vezes a tecla DEL
para apagar a palavra 2007.
Dica: Podemos apagar um bloco de texto inteiro, selecionando-o e pressionando a tecla
DEL ou BACKSPACE.
Utilizando Desfazer e Refazer
Os botões DESFAZER e REFAZER são utilizados para corrigir ações que fizemos por
engano dentro do documento, pode ser um texto digitado errado, uma formatação colocada
de forma incorreta, uma figura inserida no local errado ou qualquer outra ação realizada.
Pressionando o botão DESFAZER a última ação será desfeita e o documento irá retornar ao
estado anterior;
Pressionando o botão REFAZER a última ação do DESFAZER será refeita, ou seja, pode
ser que tenhamos clicado no DESFAZER por engano, então, utilizamos o REFAZER.
Você pode utilizar também o DESFAZER utilizando a combinação de teclas CTRL+Z e o
REFAZER utilizando a combinação de teclas CTRL+Y.
200
Salvando documentos
Devemos sempre salvar nossos documentos para que possamos acessá-los no futuro, o
processo para se salvar um documento é bem simples:
Clicamos no botão Office e em seguida, escolhemos uma das seguintes opções: SALVAR
ou SALVAR COMO.
Mas como saber qual opção escolher?
Caso seja a primeira vez que o texto vá ser salvo, ambas as opções exibirão uma caixa de
diálogo solicitando Nome e Local onde o arquivo deverá ser gravado.
Depois de o texto já ter sido salvo, a opção SALVAR irá gravar o arquivo com o mesmo
nome, no mesmo local. E a opção SALVAR COMO irá solicitar um novo Nome e Local para
o arquivo, deixando assim, uma cópia do arquivo anterior no computador.
Copiando texto
Quando possuímos um texto já digitado e gostaríamos de aproveita-lo em um novo
documento, não precisamos digitá-lo novamente. Podemos copiá-lo, para isso,
SELECIONAMOS o bloco de texto e em seguida clicamos no botão COPIAR.
201
Aparentemente nada acontecerá, porém o texto selecionado será enviado para a área de
transferência e estará aguardando para ser colado no local desejado.
Para colar o texto copiado, posicione o cursor do mouse na posição deseja e clique no botão
COLAR.
Recortando texto
Quando há a necessidade de movermos um texto para uma outra parte do documento,
utilizamos o recursos recortar, o procedimento é basicamente o mesmo da opção copiar,
SELECIONAMOS o texto e em seguida clicamos no botão RECORTAR
.
Assim que pressionado o botão RECORTAR, o texto selecionado irá desaparecer do
documento sendo movido para a área de transferência.
Em seguida, posicione o cursor do mouse na posição desejada e clique no botão
COLAR.
Formatando documentos (guia início)
Podemos alterar a aparência de nossos textos definindo tipos de letras (fontes) diferentes,
tamanhos, cores e efeitos. Dessa forma, nossos documentos tornam-se mais apresentáveis.
Obs: Antes de aplicarmos qualquer formatação, devemos selecionar o texto que será
formatado.
Alterando o tipo da fonte e o tamanho
202
Para alterarmos o tipo da fonte e seu respectivo tamanho, simplesmente selecionamos o
texto desejado e utilizamos os seguintes controles da barra de ferramentas:
Cores e Efeitos
Podemos selecionar o texto e mudar sua cor ou também podemos utilizar o marca texto.
Aplicamos efeitos para enfatizar certas partes do texto que devem receber algum destaque
durante sua leitura, como títulos, sub-títulos, palavras reservadas e o que mais acharmos
necessário.
Alinhando textos
Os textos podem ser alinhados de quatro maneiras diferentes conforme a Página (lembre-se
de selecionar o texto primeiro)
Alinhados à esquerda da página;
Alinhados ao centro da página;
Alinhados à direita da página;
Justificados às margens esquerda e direita da página.
MARCA TEXTO COR DA FONTE
TEXTO
203
Formatando o Layout do Documento
Através das opções disponíveis da barra de ferramentas "Layout da página" podemos
configurar margens, parágrafos, quebra de página, cores e outras opções as quais veremos
mais a frente no curso.
Margens
Clicando no botão "Margens" configuramos as margens do documento, ou seja, quanto
de espaço em branco para cada borda do papel. Podemos escolher uma das opções pré-
definidas (veja as informações de cada definição ao lado).
Podemos ainda configurar nossos próprios valores clicando na opção "Margens
personalizadas...".
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Formatando o parágrafo do documento
Clicando no botão "Parágrafo", configuramos o quanto de espaço na primeira linha será
deixado em branco, após a margem do documento.
Podemos ainda aumentar ou reduzir o espaço entre as linhas do parágrafo acessando as
opções de espaçamento entre linhas do Menu Início. Veja abaixo:
Escolha a opção primeira linha.
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Localizando Palavras
O recurso "Localizar", serve para procurarmos determinada palavra ou expressão que
desejamos encontrar no documento.
Para utilizá-lo devemos acessar o menu Início e clicar em "Localizar".
Substituindo Palavras
Depois de localizada a palavra ou expressão encontrada no texto pode ser substituída por
meio do recurso "Substituir" presente na mesma janela utilizada para localizar palavras.
Para substituir uma palavra encontrada, basta clicar na aba Substituir e digitar no campo
Substituir por: a nova palavra a ser inserida no lugar da que foi localizada.
No exemplo acima, substituiremos a palavra "Word" pela expressão "Word 2007".
OBS: Podemos substituir a palavra uma a uma ou substituir todas de uma única vez, através
dos botões "Substituir" e "Substituir Tudo", respectivamente.
206
Revisando o documento
Através da barra de ferramentas "Revisão", podemos corrigir erros de digitação, consultar o
dicionário, traduzir textos, adicionar comentários ao documento e etc.
Barra de ferramentas Revisão
Ao digitarmos um texto, os erros de digitação ou ortografia, são exibidos com um sublinhado
vermelho ou verde, sendo a cor vermelha para erros de ortografia e a cor verde para erros
de gramática.
Revisando o texto
Clicando com o botão direito do mouse sobre palavra com o tracejado, serão exibidas
opções com sugestões de correção.
Para corrigir, basta escolher dentre as opções apresentadas a que mais se encaixa no
sentido que desejávamos expressar com a palavra que foi tracejada como incorreta. No
exemplo acima, substituímos a palavra incorreta "viida" por "vida".
Podemos revisar todo o texto de uma só vez, como veremos a seguir.
Clicando no botão "Ortografia e Gramática", todo o texto será revisado, caso haja alguma
palavra com erro de digitação, será exibida a seguinte caixa de diálogo:
207
Clicando no botão "Ignorar uma
vez" ou "Ignorar todas", as
palavras não
serão corrigidas, permanecendo
da maneira que estão no texto.
Clicando no botão "Alterar" ou
"Alterar todas" as palavras serão
substituídas pela opção escolhida
na lista de sugestões.
Também serão verificados erros de concordância, observe no exemplo que é exibido um
erro referente ao artigo que antecede a palavra "casa", em seguida é exibida uma única
sugestão para a correção:
Barra de Ferramentas Inserir
Através da barra de ferramentas "Inserir", podemos incrementar o documento
inserindo imagens, tabelas e outros tipos de conteúdo que tornam o documento
muito mais atrativo.
Inserindo cabeçalho e rodapé
O cabeçalho e o rodapé do documento, são elementos textuais ou de imagens que
permanecem fora do corpo do documento, ou seja, são apresentados no início e no final de
cada página do documento. Sendo assim, inserimos o cabeçalho e o rodapé apenas uma
vez, e eles ficarão visíveis em todas as páginas do documento.
208
Para inserirmos o cabeçalho ou o rodapé, clicamos em seus respectivos botões da barra de
ferramentas ―Inserir‖ e escolhemos um dos modelos pré-definidos, ou ainda, podemos editar
diretamente a nossa maneira.
Obs: Podemos inserir numeração nas páginas como cabeçalho ou rodapé através do botão
"Número de Página".
Inserindo imagens no documento
Podemos inserir em nosso documento imagens gravadas no computador e editá-las
utilizando as ferramentas do Word.
Ao clicarmos no botão "Imagem", do menu "Inserir" será aberta a caixa de diálogo "Inserir
Imagem".
Agora basta selecionarmos o arquivo desejado e clicar no botão "Inserir" para que a imagem
será colocada em nosso documento.
Feito isso a imagem será inserida no documento, e poderá ser modificada através da barra
de ferramentas, que é exibida ao selecionarmos a imagem.
209
Inserindo Smart-Arts
Smart-Arts são formas definidas usadas para representar um processo, ciclo, hierarquia e
etc. Inserimos o Smart-Art clicando em seu respectivo botão na barra de ferramentas
"Inserir" . Com o Smart-Art inserido no documento, devemos agora apenas digitar as
informações que devem ser apresentadas junto com as formas.
Podemos também formatar o Smart-Art
alterando suas cores e outras
propriedades através da barra de
ferramentas "Design".
Inserindo WordArt
O WordArt é utilizado para destacar um pequeno trecho de texto, geralmente um título ou
uma frase de importância no documento. Com esta formatação, o texto ficará com uma
aparência totalmente personalizada.
Inserimos o WordArt clicando em seu respectivo botão na barra de ferramentas "Inserir",
escolhemos uma das opções disponíveis e em seguida digitamos o texto. O WordArt então,
é inserido no documento.
Inserindo Formas
Podemos desenhar no documento uma grande variedade de formas que estão disponíveis
no Word. Após desenhadas, podemos formatá-las modificando cores e adicionando efeitos.
210
Para desenhar formas vá ao menu ―Inserir‖ e em seguida, clique no botão ―Formas‖.
Obs: Selecionamos a forma desejada e a desenhamos dentro do documento clicando,
segurando e arrastando o cursor do mouse até atingir o tamanho desejado.
Mesclando textos e figuras
Podemos deixar nosso documento muito mais atraente a partir do momento que misturamos
imagens juntamente com o texto (formato utilizado por jornais e revistas, por exemplo).
Sendo assim, depois de inserirmos texto e figuras, devemos formatar a localização das
imagens em relação ao texto.
Para isso, selecionamos a imagem e em seguida, clicamos no
botão "Organizar" da barra de ferramentas "Formatar";
clicamos no botão "Quebra Automática de Texto" e
selecionamos uma das opções disponíveis.
Depois movemos a imagem em direção ao texto e ela
assumirá o comportamento selecionado.
Criando textos em colunas
Quando possuímos um texto muito extenso, podemos dividi-lo em duas ou
mais colunas, para que ele seja apresentado de uma maneira bem diferente.
Para isso, clicamos no botão "Colunas" na barra de ferramentas "Layout" e
escolhemos uma das opções disponíveis.
211
Inserindo tabelas
Uma tabela é composta por células, que são espaços
formados pela junção de uma linha com uma coluna (os
quadradinhos)
Podemos utilizar uma tabela para representar uma
quantidade de dados que devam estar em evidência no
documento.
Para inserirmos uma tabela: Clique no botão "Tabela" da barra de ferramentas
"Inserir" e em seguida clique na opção referente ao número de linhas e colunas
desejadas.
Inserindo linhas na tabela
Durante o desenvolvimento da tabela, provavelmente surgirá a necessidade de
acrescentar ou remover linhas da tabela, fazemos isso utilizando os botões disponíveis na
barra de ferramentas "Layout" do submenu "Ferramentas da Tabela".
212
Inserindo colunas na tabela
O procedimento para acrescentar novas colunas a tabela é realizado da mesma
forma. Utilizando os botões disponíveis na barra ferramentas "Layout" da faixa "Ferramentas
da Tabela".
Excluindo linhas e colunas
Excluímos células, linhas, colunas ou a própria tabela através do botão "Excluir", localizado
na barra de ferramentas "Layout" do submenu "Ferramentas de Tabela".
A partir do posicionamento do cursor, escolhemos uma das opções abaixo:
Mesclando células da tabela
Mesclar células é juntar duas ou mais células em uma só. Utilizamos esse recurso para
modificarmos a aparência da tabela, geralmente usando a mesclagem em um título.
Para fazer isso, selecionamos as células desejadas e clicamos no botão "Mesclar Células"
da barra de ferramentas "Layout" na faixa "Ferramentas de tabela".
213
Design da tabela
Através do menu "Design" configuramos a aparência de nossa tabela. Existem estilos pré-
definidos que conseguem atender a praticamente todos os gostos e necessidades, com uma
grande variação de cores e tamanhos.
Podemos também definir o estilo manualmente, especificando o tipo da borda e a cor de
fundo das células.
Marca D'água
Uma Marca D'água pode ser uma frase escrita ao fundo do documento ou uma imagem com
aspecto transparente, para que não atrapalhe a leitura do texto.
Para inserirmos uma marca d'água, clicamos no botão "Marca D'água" da barra de
ferramentas "Layout da Página" e em seguida clicamos sobre a opção desejada.
214
215
O ambiente de trabalho do Excel.
Um documento no Excel chama-se pasta; cada pasta pode ter uma ou mais planilhas. A
predefinição do programa é a de criar automaticamente três planilhas em branco por cada
pasta nova.
INICIANDO O MICROSOFT EXCEL
Para in ic iar o MS Excel, estando no WINDOWS, cl ique em:
INICIAR – PROGRAMAS - MICROSOFT OFFICE - MICROSOFT EXCEL
PLANILHA ELETRÔNICAA planilha eletrônica é um conjunto de colunas e linhas, cuja
intersecção denominamos de células.
216
Conceitos básicos
Trabalhar com planilhas
Como já vimos anteriormente, cada arquivo é uma ―Pasta‖ e cada ―Pasta‖ tem várias
―Planilhas‖.
Estas ―Planilhas‖ são a área de trabalho do Excel propriamente dita.
Na barra inferior da área de trabalho do Excel poderá verificar quais as planilhas que se
encontram na sua pasta. A predefinição é de três planilhas com os nomes Plan1, Plan2 e
Plan3.
Pode clicar no separador referente a cada uma delas, de forma a colocá-las em primeiro
plano.
Pode igualmente alterar a ordem da sua exibição, bastando para tal clicar num dos
separadores e, sem largar o botão esquerdo do mouse, arrastá-lo para outra posição.
Colunas, linhas e células
Como já vimos, a área de trabalho de uma folha de cálculo (do Excel ou qualquer outra) é
uma quadrícula formada pela interseção de linhas com designações numéricas (do lado
esquerdo) e de colunas designadas por letras (no topo da folha).
217
A interseção de uma coluna com uma linha chama-se célula. As células são designadas
pela conjunção do nome da coluna com o nome da linha.
Por exemplo, a célula fruto da interseção da coluna B com a linha 4 será chamada ―B4‖.
Quando quiser selecionar clique numa célula e, sem largar o mouse, arraste-o na horizontal
e na vertical, de forma a selecionar a área que pretende.
E o mesmo acontece quando pretendemos selecionar células que
não são contínuas – basta, ao realizarmos as seleções com o
mouse, pressionar a tecla Ctrl do teclado.
Se você clicar em uma célula que tenha sido escrita utilizando o igual, poderá ver qual foi a
expressão (fórmula) utilizada em uma barra que fica logo acima da planilha, como mostra a
218
figura abaixo. Para alterar a expressão, basta clicar na parte branca dessa barra, ou dar
duplo-clique na célula, e fazer a alteração normalmente (usando backspace ou delete para
apagar alguma coisa).
COMO OS DADOS DIGITADOS SÃO INTERPRETADOS
Podemos digitar dois tipos de dados nas planilhas:
Valor constante: é digitado diretamente na célula e pode ser um texto ou um
número com vários formatos (data, hora, moeda, porcentagem, fração ou notação
científica).
Fórmula: é uma seqüência de valores, referências de células, nomes, funções ou
operadores que produzam um novo valor a partir dos valores existentes. As fórmulas
sempre começam com um sinal de igual. Os valores resultantes das fórmulas são
atualizados quando os valores originais são alterados.
TIPOS DE ENTRADA DE DADOS
O Excel aceita quatro tipos de dados: Textos, Números, Fórmulas e Funções
Textos: são interpretados como textos toda a informação que se inicia com uma
letra ficando alinhados à esquerda. Utilizamos o texto em títulos e definições.
Números: são interpretados como números todo dado precedido pelos seguintes
caracteres: 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 + menos, abre e fecha parênteses, / $ %. Utilizamos
os números para cálculos. Os valores numéricos sempre são alinhados à direita e
podem assumir vários formatos como: número fixo de casas decimais, percentual
entre outros.
Fórmulas: são compostas por números, operadores matemáticos, referências de
células etc.
219
Alça de preenchimento (dados repetidos, sequência ou preenchimento com formulas)
Você pode querer introduzir os mesmos dados em mais do que uma célula contígua à
célula de partida – isto é, células que se estendem para cima, para baixo ou para cada um
dos lados da célula selecionada o Excel facilita esta tarefa, evitando ter de repetir a
introdução dos dados.
1. Introduza o valor pretendido numa célula à sua escolha.
2. Posicione o cursor no canto inferior direito da célula, de modo a que o cursor se
transforme numa cruz.
3. Arraste o cursor para os lados, para cima ou para baixo de forma preencher as
células.
A forma mais simples de autopreenchimento são os números. O Excel e o capaz de manter
a coerência dos dados numéricos que serão auto-preenchidos. Por exemplo, se tivermos
uma planilha com os seguintes dados:
A B C D
1 Números em Sequência Números Pares Números Ímpares Números Múltiplos de 5
2 1 0 1 0
3 2 2 3 5
E quiséssemos preencher esta sequência até a linha 9, primeiramente, selecionaríamos as
duas primeiras células no início da sequência para que o editor consiga calcular
automaticamente o intervalo entre um dado e outro.
A B C D
1 Números em Sequência Números Pares Números Ímpares Números Múltiplos de 5
2 1 0 1 0
3 2 2 3 5
4 3 4 5 10
5 4 6 7 15
6 5 8 9 20
7 6 10 11 25
8 7 12 13 30
9 8 14 15 35
220
Dias da semana ou meses do ano também podem ser usadas com o recurso de auto-
preenchimento, principalmente, datas em formato numérico. Veja a pequena planilha
abaixo.
E
Dia da semana
segunda-feira
terça-feira
Preste muita atenção no dia da semana, pois se for escrito, por exemplo, apenas segunda
ao invés de segunda-feira o editor entenderá que é na verdade um texto comum e não dará
sequência ao preenchimento como data, mas como texto.
ALTERANDO A LARGURA DE UMA COLUNA OU A ALTURA DE UMA LINHA
Pode alterar manualmente a largura de uma coluna ou a altura de uma linha simplesmente
com o mouse.
(1) Posicione o mouse entre colunas até surgir o símbolo ;
(2) Clique e arraste PARA DIREITA até a largura pretendida;
(3) Largue o botão do mouse
CÁLCULOS
Fazer contas
Depois de introduzidos os valores necessários na folha de cálculo, podemos realizar todo o
tipo de cálculos através de operadores aritméticos (soma, subtração, multiplicação,
divisão…) e, sobretudo, de fórmulas.
Fórmulas com operadores básicos
Para indicarmos que determinada célula vai servir para realizar um cálculo, devemos
sempre por começar por introduzir o sinal de igual ―=‖.
No caso de pretendermos apenas realizar cálculos simples, com poucas células, é possível
realizar operações básicas indicando simplesmente o nome das células e a operação a
realizar.
221
OPERADORES MATEMÁTICOS
Aritméticos
^ Potenciação
& Concatenação
* Multiplicação
/ Divisão
+ Adição
- Subtração
Relacionais
= Igualdade
< Menor que
> Maior que
<= Menor ou igual
>= Maior ou igual
<> Diferente
Por exemplo, ao introduzir =E5+E6, está
efetivamente a somar os valores das células E5 e
E6; quando alterar os valores nalgumas destas
células, o resultado altera-se Automaticamente.
Fórmulas com funções.
Além dos operadores aritméticos simples, o Excel suporta fórmulas mais avançadas através
de funções.
=SOMA( : )
Executa uma adição do intervalo de células indicadas entre parênteses.
=MÉDIA( : )
Executa o cálculo de média aritmética do intervalo de células indicadas entre pa- rênteses.
222
=MÁXIMO( :__)
Retorna o maior valor do intervalo de células indicadas entre parênteses.
=MÍNIMO( :__)
Retorna o menor valor do intervalo de células indicadas entre
parênteses.
Para utilizar essas funções:
1. Clique na cel. que irá ter a resposta.
2. Clique uma vez na guia início
3. Clique uma vez em €
4. Clique uma vez na formula que deseja.
5. Clique e arraste no intervalo que deseja usar.
FUNÇÃO SE
A função SE é utilizada para criar fórmulas cujo resultado depende de alguma condição.
Exemplo:
No exemplo acima utilizamos a função SE para identificar se uma pessoa é maior de idade.
Se a idade for maior ou igual a 18, o resultado é "Sim". Em caso negativo, a resposta é
"Não". A figura abaixo representa a nossa fórmula.
Sintaxe: =SE(sua pergunta.; “Verdadeiro”; “Falso”)
Como usar a função SE?
223
Ela é composta por 3 argumentos: pergunta (teste lógico) resposta se o seu teste lógico for
verdade, resposta se o seu teste lógico for falso.
Clique uma vez em fx
Vai aparecer a figura abaixo:
1. Teste lógico: preencha com a sua pergunta.
2. Valor se verdadeiro: se a resposta à sua pergunta for positiva preencha com o que
você quer que saia na resposta.
3. Valor se falso: se a resposta à sua pergunta for negativa preencha com o que você
quer que saia na resposta.
Acho que o gráfico acima ajuda a raciocinar na hora de construir uma fórmula SE.
Que tal mais exemplos de uso da função SE? Vamos imaginar o caso em que comparamos
a idade das pessoas para calcular o valor de um ingresso para um show infantil. Digamos,
se criança tiver menos que 10 anos ela paga apenas a metade do ingresso:
1 2
3
224
FUNÇÃO CONT.SE
Para que serve a função CONT.SE
Em uma planilha de funcionários podemos usar a função CONT.SE para descobrir: quantos
funcionários são homem/mulher? Quantos funcionários ocupam o cargo de auxiliar
administrativo? Quantos funcionários têm treinamento em primeiros socorros?... etc.
Como utilizar a função CONT.SE
Sintaxe: CONT.SE( intervalo das células; critério).
O primeiro argumento da função é o intervalo de células aonde aparece o seu critério que
iremos contar, enquanto o segundo argumento é o critério que será utilizado para saber se
aquele elemento deve ser contado ou não. Dá uma olhada nessa tabela de exemplo:
225
Vamos contar quantos funcionários são do sexo masculino. A informação do sexo está
na coluna C, então as células que iremos utilizar são as células de C3 até C7 (C3:C7). O
sexo masculino está representado pela letra M maiúscula, então esse será nosso critério.
Ou seja, a nossa fórmula ficará assim: =CONT.SE(C3:C7;"M")
Porem você não precisa digitar a formula. Como essa é uma função do Excel você poderá
clicar uma vez em fx (fica ao lado da barra de formulas). Procurar a função CONT.SE, e
preencher os argumentos.
1) INTERVALO – digite ou selecione o intervalo onde está o seu critério.
2) CRITÉRIOS – digite o seu critério (o que você deseja contar).
3) Clique em ok ao final.
Multiplicando Células
Procedimentos:
Selecionar a célula que armazenará o resultado da operação;
Digitar o sinal de igual =, para indicar que será inserida uma fórmula na célula;
Digitar o endereço da célula que contém o primeiro dado a ser multiplicado;
Digitar *, para indicar que será efetuada uma multiplicação;
Digitar o endereço da célula que contém o valor a ser multiplicado;
Pressionar a tecla Enter para concluir a operação.
Dividindo Células
Procedimentos:
Selecionar a célula que armazenará o resultado da operação;
Digitar o sinal de igual =, para indicar que será inserida uma fórmula na célula;
Digitar o endereço da célula que contém o primeiro dado a ser a ser dividido;
1 2
226
Digitar /, para indicar que será efetuada uma divisão;
Digitar o endereço da célula que contém o valor a ser dividido;
Pressionar a tecla Enter para concluir a operação.
GRÁFICOS
A utilização de um gráfico em uma planilha além de deixá-la com uma aparência melhor
também facilita na hora de mostrar resultados. As opções de gráficos, esta no grupo
Gráficos na ABA Inserir do Excel
Para criar um gráfico é importante decidir quais dados serão avaliados para o gráfico.
Selecione duas colunas para criar um gráfico e depois clique na guia inserir e no gráfico
desejado.