ROSANGELA APARECIDA CONTI
AVALIAÇÃO DO RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS
Trabalho apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Nutrição da Universidade São Francisco como exigência para conclusão do curso de Graduação.
Orientador: Profº Ms. João Felipe Mota. Co-orientadora: Profª Drª Sonia A. Gurgueira
BRAGANÇA PAULISTA 2007
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Dedico este trabalho...
...Aos meus pais Deise e Antonio, que confiaram e
acreditaram na concretização do meu sonho.
...Às minhas filhas Júlia e Lívia, ainda tão pequeninas,
parecem compreender tudo.
...Ao meu namorado, amigo e companheiro, Regis, que
sempre esteve ao meu lado e me deu a mão quando
mais precisei.
...A minha irmã Rosemeire, ao meu cunhado José, e
aos meus sobrinhos Cristiane, Adilson, Karen e Camila,
que estão sempre próximos e dispostos a contribuir de
alguma forma.
...À professora Irene, merecedora de todo o respeito.
...Ás companheiras e amigas de todas as horas, Juliana
e Isabel.
...A todos que contribuíram para minha formação
profissional.
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Agradecimentos
Ao Professor Mestre João Felipe Mota, pela orientação, compreensão, amizade e que
sempre me incentivou e mostrou que era capaz.
À Professora Mestre Irene, amiga, incentivadora e conselheira, sempre pronta em atender-
me.
Aos meus pais Deise e Antonio, meus sábios mestres e responsáveis pela minha vitória e
chegada até aqui.
Ao meu namorado Regis, pelo incentivo, compreensão e dedicação.
Ás minhas filhas Júlia e Lívia, que a cada sorriso me incentivam a continuar e confirmam
num simples olhar que a felicidade existe, que sonhos se realizam e que tudo vale a pena.
Às Professoras Doutoras Pérola, Maria Fernanda e Andréia que me ajudaram muito e que
souberam me compreender no momento mais delicado e feliz de minha vida.
À Professora Doutora Sonia Ap. Gurgueira e Samanta Santos, pela colaboração na
realização deste trabalho.
Aos professores voluntários que cederam um pouco do seu precioso tempo, contribuindo
assim, para que este trabalho acontecesse.
À Ana Bárbara e Camila do curso de Enfermagem, que colaboraram na realização desse
trabalho.
Às nutricionistas Cíntia, Ângela, Fernanda e funcionários do Serviço de Nutrição e Dietética
do Hospital Universitário São Francisco, pela oportunidade de aprendizado em campo.
A todos que, direta ou indiretamente, participaram em algum momento da realização deste
trabalho.
Agradeço a Deus, por me iluminar e me conduzir para o caminho da verdade e sabedoria.
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Colaboradores e Parceiros
Universidade São Francisco e Programa Bem Viver
Professora Doutora Sonia Aparecida Gurgueira (Farmácia)
Samanta Santos (Técnica em Bioquímica)
Laboratório Bioclin/Quibasa
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ORAÇÃO DA SERENIDADE
“Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar,
como são, as coisas que não podemos modificar;
coragem para modificar as que podemos e
sabedoria para distinguirmos uma das outras”.
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RESUMO CONTI, R.A. Avaliação do risco de doenças cardiovasculares em professores universitários. Bragança Paulista/SP, 2007. Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) representam importante problema de saúde
pública por apresentarem maiores custos com a assistência médica e constituírem a principal
causa de morbi-mortalidade no Brasil e no mundo como um todo. Objetivos: Avaliar o risco
de desenvolvimento de doenças cardiovasculares em professores universitários. Material e métodos: Participaram do estudo 23 professores universitários, sendo a maioria do sexo
feminino (61%). Para análise da ingestão alimentar foi aplicado questionário de freqüência de
consumo alimentar e recordatório de 24h. Foram aferidos IMC, circunferências da cintura
(CC) e de quadril e a pressão arterial. Foram dosados glicose, colesterol total e frações,
triacilgliceróis, ácido úrico, gama glutamil transferase e alanina aminotransferase.
Posteriormente, foi calculado o escore de Framingham. Foi analisada a distribuição das
variáveis por meio dos testes Shapiro-Wilk e Kolmogorov & Smirnov, e a análise de
homocedasticidade das variâncias por meio do teste de Levene e os resultados descritivos das
variáveis numéricas foram expressos sob a forma de média e desvio-padrão, acrescido de
mediana e semi-amplitude interquartílica Foram realizadas estatística descritiva para o cálculo
de proporções e correlações de Spearman para análise das associações entre a as variáveis
estudadas e escore de Framingham. Para avaliação das variáveis de história familiar, foi
utilizado o teste de qui-quadrado e para comparação estatística entre dois grupos foi realizado
o teste t student ou Mann-Whitney, sendo adotado o nível de significância de 5%. Resultados: A média de idade dos indivíduos foi de 38,7 ± 7,61 anos. O risco de doenças cardiovasculares
em 10 anos foi classificado como baixo risco (≤ 10%), sendo que os homens apresentaram
risco de 2% e as mulheres de 1%. Cerca de 39% dos indivíduos apresentaram excesso de peso
e a prevalência de indivíduos com CC alterada comportou-se de maneira similar ao IMC. 61%
dos indivíduos foram classificados como sedentários. O grupo CC alterada apresentou maior
risco de desenvolver doenças cardiovasculares (2,0 ± 1,5 vs 1,0 ± 0,0%; p= 0,003), maiores
concentrações de triacilgliceróis (155 ± 30 vs 91,5 ± 34,5 mg/dL; p= 0,011), VLDL-c (31 ± 6
vs 18,5 ± 7 mg/dL; p= 0.009), ácido úrico (5,2 ± 1,15 vs 3,6 ± 0,5 mg/dL; p= 0,030) e
menores concentrações de gama-glutamil transferase (8,9 ± 0,9 vs 13,6 ± 3,8 mg/dL; p=
0,025) do que o grupo CC normal. A pressão arterial sistólica (123,3 ± 10,3 vs 108,8 ± 8,1
mmHg; p= 0,001) e diastólica (82,8 ± 7,1 vs 71,2 ± 5,0 mmHg; p= 0,000) também foram
maiores no grupo CC alterada. Quanto as variáveis dietéticas, o grupo CC alterada apresentou
menores freqüências no consumo semanal de peixes (0,0 ± 0,3 vs 1,0 ± 0,3; p= 0,040) e
cereais integrais (0,0 ± 0,3 vs 7,0 ± 3,5, p= 0,087) e maior no consumo de doces e bebidas
(14,0 ± 3,5 vs 7,0 ± 2,0; p= 0,020). As variáveis idade, IMC, CC, RCQ, PAS, PAD, LDL-c e
ácido úrico apresentaram correlação positiva (P<0,05) com o escore de Framingham e o
HDL-c apresentou correlação inversa (P<0,05). Conclusão: O risco de desenvolver doenças
cardiovasculares em 10 anos em professores universitários foi considerado baixo. Este escore
continua sendo uma forma confiável, simples e de baixo custo para identificação do risco de
DCV e deve ser inserido em protocolos de avaliação clínica de pacientes ambulatoriais.
Alguns fatores de risco não incluídos neste escore, como a CC, IMC, RCQ e
hipertrigliceridemia, têm assumido importância como preditores de DCV e devem ser
considerados na avaliação clínica. A avaliação do estado nutricional e sua associação ao
escore de Framingham apresentam grande importância para o estabelecimento de estratégias
precoce de intervenção, visando à prevenção de DCV, Dessa forma é necessário criar
estratégias para intervenção de educação nutricional para a população estudada.
Palavras chaves: obesidade, hábitos alimentares, dislipidemia e escore de Framingham.
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SUMÁRIO
1. Introdução ........................................................................................................................ 10
2. Objetivos .......................................................................................................................... 14
2.1 Geral .......................................................................................................................... 14
2.2 Específicos ................................................................................................................ 14
3. Material e Métodos .......................................................................................................... 15
3.1 Casuística.................................................................................................................. 15
3.2 Métodos..................................................................................................................... 15
3.2.1 Avaliação antropométrica ................................................................................. 16
3.2.2 Avaliação do consumo alimentar ...................................................................... 16
3.2.3 Avaliação laboratorial ........................................................................................ 17
3.2.4 Avaliação do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares ............ 18
3.2.5 Avaliação da pressão arterial ............................................................................ 19
3.2.6 Análise estatística ............................................................................................. 19
4. Resultados........................................................................................................................ 20
5. Discussões........................................................................................................................ 30
6. Conclusão ........................................................................................................................ 37
7. Referências Bibliográficas................................................................................................ 38
Anexos
Anexo 1 – Termo de consentimento livre e esclarecido
Anexo 2 – Protocolo de coleta de dados
Anexo 3 – Questionário de freqüência do consumo alimentar
Anexo 4 – Classificação da freqüência do consumo alimentar
Anexo 5 – Recordatório de 24 horas
Anexo 6 – Cálculo de escores de risco de Framingaham
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 1 – Alterações (%) dos indicadores antropométricos e freqüência de
atividade física da população em geral ..........................................................................
20
Gráfico 2 – Alterações (%) dos indicadores antropométricos e freqüência de
atividade física por sexo .................................................................................................
21
Gráfico 3 – Alterações (%) dos indicadores bioquímicos e pressão arterial ................. 21
Gráfico 4 – Risco (%) de desenvolvimento de doenças cardiovasculares em 10 anos
segundo critérios de Escore de Framingham ................................................................
22
Tabela 1 – Comparação entre os indivíduos com circunferência da cintura (CC)
normal e alterada em relação à idade, história clinica, variáveis antropométricas e
relacionadas à atividade ocupacional ............................................................................
23
Tabela 2 – Comparação entre os indivíduos com circunferência da cintura (CC)
normal e alterada em relação às variáveis bioquímicas e ao risco para doença
arterial coronariana ........................................................................................................
24
Tabela 3 – Comparação entre os indivíduos com circunferência da cintura (CC)
normal e alterada em relação às variáveis dietéticas avaliadas ....................................
25
Figura 1 – Correlação entre índice de massa corporal e escore de Framingham ........ 26
Figura 2 – Correlação entre circunferência de cintura e escore de Framingham ......... 26
Figura 3 – Correlação entre razão cintura-quadril e escore de Framingham ................ 26
Figura 4 – Correlação entre idade e escore de Framingham ........................................ 27
Figura 5 – Correlação entre pressão arterial sistólica e escore de Framingham .......... 27
Figura 6 – Correlação entre pressão arterial diastólica e escore de Framingham ........ 28
Figura 7 – Correlação entre HDL-c e escore de Framingham ...................................... 28
Figura 8 – Correlação entre LDL-c e escore de Framingham ....................................... 28
Figura 9 – Correlação entre ácido úrico e escore de Framingham ............................... 29
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LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS
AGL Ácidos Graxos Livres
ALT Alanina Aminotransferase
Apo B Apolipoproteína B
AVC Acidente Vascular Cerebral
CC Circunferência de Cintura
CONEP Conselho Nacional de Ética em Pesquisas
CT Colesterol Total
DALY Anos de Vida Vividos com Incapacidade
DCNT Doenças crônicas não transmissíveis
DCV Doença(s) Cardiovascular(es)
DIC Doença Isquêmica do Coração
DM2 Diabetes melito tipo 2
GGT Gama Glutamil Transferase
HAS Hipertensão Arterial Sistêmica
HDL-c Lipoproteína de Densidade Alta
IMC Índice de Massa Corporal
LDL-c Lipoproteína de Densidade Baixa
LPL Lipase Lipoprotéica
M Metros
OMS/WHO Organização Mundial de Saúde
PAD Pressão Arterial Diastólica
PAS Pressão Arterial Sistólica
QFA Questionário de Freqüência do Consumo Alimentar
RCQ Razão Cintura-Quadril
RI Resistência à Insulina
TG Triacilgliceróis
VLDL Lipoproteína de Densidade Muito Baixa
vs Versus
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1. INTRODUÇÃO
A partir da segunda guerra mundial, o avanço médico-tecnológico propiciou a
prevenção e tratamento de diversas enfermidades infecciosas, cujo desfecho anterior era,
freqüentemente, fatal. Adicionalmente, foram observadas melhorias nas condições de vida
para as populações, incluindo saneamento, condições habitacionais, etc. (MONTEIRO et al.,
1995).
Com a transição epidemiológica, a incidência de doenças infecciosas e desnutrição
diminuíram, por outro lado, aumentou-se o número de casos das chamadas “doenças da
modernidade”, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que incluem obesidade,
diabetes melito tipo 2 (DM2), hipertensão arterial sistêmica (HAS) e dislipidemias. Tais
doenças contribuem para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (MONTEIRO et
al., 1995).
No Brasil, as doenças cardiovasculares, representam a principal causa de mortalidade.
Cerca de 300.000 brasileiros são vítimas dessas doenças (CUPPARI, 2005). A Organização
Mundial de Saúde (OMS, 2003), em publicação recente, destaca que a dieta de má
qualidade contribui substancialmente para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares
e outros fatores de risco. Em contrapartida, a melhora do hábito alimentar é apontada como
principal estratégia efetiva na redução expressiva da incidência de morbidades
cardiovasculares (OMS, 2003).
Segundo Monteiro et al. (1995), na última década, o padrão alimentar brasileiro sofreu
transições relacionadas com mudanças econômicas, sociais, demográficas e relacionadas à
saúde. Em análise ao padrão alimentar brasileiro, pode ser observado adesão ao estilo
alimentar ocidental, caracterizado por dieta rica em gorduras (particularmente de origem
animal, saturadas) e alimentos refinados, ou seja, reduzida em carboidratos complexos
(pobre em fibras), que associada ao declínio da prática de atividade física favorece o
aumento da incidência de sobrepeso e obesidade na população, ambos associados com
morbidades crônicas (MONTEIRO et al., 1995; HÖFELMANN, 2005).
Estudos epidemiológicos mostram que para quantificar o excesso de peso, o indicador
mais comumente utilizado é o índice de massa corporal (IMC). Este indicador apresenta boa
correlação com a gordura corporal total, além da fácil aplicabilidade e baixo custo.
Entretanto, são evidenciadas limitações desse indicador na definição de sobrepeso e
obesidade, nas diferentes categorias de sexo, idade, raça, atividade física e na avaliação do
risco nutricional para as morbidades, não conseguindo diferenciar e quantificar a distribuição
corporal (FREITAS et al, 2007).
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O excesso de peso corporal, principalmente a adiposidade abdominal, estão
associados às patologias como resistência à insulina (RI), e conseqüente DM2, dislipidemias
e HAS. Tais patologias elevam o risco de doenças cardiovasculares, sendo uma das
grandes causas de morbi-mortalidade nos países desenvolvidos e atingindo grande parte
dos países em desenvolvimento como o Brasil (SANTOS, 2002).
Já a obesidade abdominal, que pode ser aferida simplesmente pela circunferência da
cintura (CC), é considerada fator de risco representativo para diversas morbidades, tendo
risco diferenciado quando comparado com outras formas de distribuição de gordura corporal
(OLINTO et al, 2006). Em indivíduos com peso normal, sobrepeso e obesidade, definidos
pelo IMC, o risco nutricional para ocorrência de morbidades não transmissíveis pode ser
subestimado quando há elevado valor da CC e, este não é avaliado (FREITAS et al., 2007).
Segundo Olinto et al. (2006), vários estudos apontam a CC como medida
antropométrica que melhor se correlaciona com a quantidade de tecido adiposo visceral.
Este é reconhecido como principal fator de risco para doenças cardiovasculares, diabetes,
dislipidemias e síndrome metabólica, sendo recentemente salientada a necessidade da
utilização dessa medida como rotina na avaliação nutricional e clínica dos pacientes.
Estudos recentes propõem que para avaliação do risco nutricional deva-se utilizar de
forma conjunta o IMC e a CC, aumentando a acurácia do diagnóstico. Entretanto, deve-se
salientar que o risco nutricional pode variar segundo características sociais, econômicas,
demográficas e comportamentais nos diferentes grupos de estudo (FREITAS et al, 2007).
De acordo com Barreto (2003), estudos utilizando o indicador de anos de vida vividos
com incapacidade (DALY), as doenças cardiovasculares representam grande importância
em termos de morbidades, ou seja, os indivíduos perdem parte da vida devido às
incapacidades geradas pela doença e morbidades associadas.
No Brasil, cerca de 30% dos óbitos nas faixas etárias dos adultos e idosos, advém das
doenças cardiovasculares, sendo o acidente vascular cerebral (AVC) a primeira causa de
morte, seguida da doença isquêmica do coração (DIC) (SANTOS, 2002).
Por apresentarem maiores custos em assistência médica e constituírem a principal
causa de morbi-mortalidade no Brasil e no mundo como um todo, as doenças
cardiovasculares representam importante problema de saúde pública (GUS, 2002). No
mundo, cerca de 18 milhões de mortes por ano ocorrem devido às doenças
cardiovasculares, sendo dois terços desses óbitos provenientes de doenças coronarianas e
cerebrovasculares. Estimativas indicam que os países em desenvolvimento contribuem com
uma parcela maior (70%) de mortalidade pela doença que os países desenvolvidos
(BARRETO, 2003).
O estudo de Framingham foi iniciado em 1948, na cidade de Framingham em
Massachusetts nos Estados Unidos, selecionada pelo governo americano para um estudo
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cardiovascular, numa época de transição epidemiológica em que a mortalidade e a
incidência da DCV mostravam aumento significativo e pouco se conhecia sobre seus fatores
de risco e fisiopatologia (POLANCZYK, 2005; OLIVEIRA, 2007).
Segundo Polanczyk (2005), foram Inicialmente avaliados 5.209 residentes saudáveis
com idade entre 30-60 anos, utilizando variáveis simples clínica e laboratorial, foi possível
definir e estratificar o risco de DCV com a probabilidade de desenvolver um evento
coronariano em 10 anos. Este estudo foi o pioneiro em coortes demonstrando a importância
de alguns fatores de risco para DCV.
Nas últimas décadas, vários estudos como o de Framingham, foram realizados para
um melhor entendimento sobre as características individuais e ambientais que estão
relacionados com o risco de DCV. Segundo Polanczyk (2005) “Estudos estes que
confirmaram a importância do tabagismo, níveis elevados de colesterol LDL, baixos de HDL,
diabete melito, hipertensão arterial sistêmica, história familiar, obesidade, sedentarismo,
obesidade central, síndrome metabólica e ingestão de álcool como fatores fortemente
relacionados com aterosclerose e suas manifestações clínicas”.
Barreto (2003) apresenta em revisão que a aplicação dos escores de riscos de
Framingham, são úteis e têm como objetivo auxiliar na prevenção e redução da incidência
dessas doenças em indivíduos e populações. Além disso, estudos utilizando o escore de
Framingham mostram aumento no risco com o envelhecimento em ambos os sexos. Fatores
de riscos como tabagismo, HAS, DM2 e concentrações de colesterol total elevado
aumentam o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e que maiores níveis
de HDL-c reduz significativamente tal risco.
Oliveira et al. (2007), sugerem que “o DM2 é considerado um fator de risco
independente de doenças cardiovasculares, e freqüentemente agrega outros fatores de
risco como obesidade central, dislipidemia e HAS. A população diabética estudada
apresentou alto risco para eventos cardiovasculares segundo os critérios de Framingham,
principalmente os pacientes do sexo masculino”.
Landim e Victor (2006), em estudo utilizando também o escore de Framingham,
sugerem que as variáveis independentes pesquisadas tiveram forte associação com nível de
risco, ou seja, quanto maiores os valores da idade, colesterol total, HAS, maior é o risco de
doenças cardiovasculares nos próximos 10 anos. A exceção ocorreu com o colesterol HDL,
DM2 e tabagismo, fatores de riscos que não foram estatisticamente significantes.
Diversos estudos epidemiológicos, desde o de Framingham, têm fornecido uma visão
sobre os fatores de riscos envolvidos na etiologia da doença cardiovascular. Os fatores de
risco de maior importância são a obesidade, DM2, HAS, dislipidemias e alguns hábitos
relacionados ao estilo de vida, como dieta rica em calorias, gorduras saturadas, colesterol e
sódio, consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo e sedentarismo (CERVATO, 1997).
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Fonseca (1999), em revisão bibliográfica, verificou que os estudos nacionais que
relacionam o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares com o consumo
alimentar mostram que o elevado conteúdo de gorduras saturadas, colesterol e sódio das
dietas constituem importantes fatores de risco. Além disso, o autor conclui que estudos
deste tipo são raros, pois a participação da dieta na determinação das doenças
cardiovasculares não é de fácil comprovação, necessitando identificar qual nutriente dentre
os alimentos consumidos está associado à doença.
Apesar da dificuldade em avaliar o consumo alimentar, vários pesquisadores mostram
que a mudança no padrão alimentar, com ingestão reduzida de gorduras saturadas e sódio
associada ao aumento relativo no consumo de gorduras insaturadas e fibras, contribuem
para o controle e prevenção das doenças cardiovasculares (FONSECA, 1999).
Segundo Martins et al. (1994) o consumo alimentar é fator de risco de grande
importância no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, na medida que contribui para
a etiologia da obesidade, dislipidemias e HAS. Além disso, tem sido constatada a estreita
relação entre o consumo qualitativo e quantitativo de gorduras saturadas e colesterol com
essas morbidades.
Segundo Gus (2002) é necessário conhecer a prevalência desses fatores de risco,
isolados ou combinados, pois sua redução ocorre por meio de programas de prevenção
primária e secundária. A inatividade física é um dos fatores que contribuem para o excesso
de peso e relaciona-se com várias patologias. Estudos mostram que os exercícios, mesmo
em graus moderados, têm efeito protetor contra as doenças cardiovasculares. Com a prática
regular de exercícios físicos podemos observar redução da adiposidade abdominal, pressão
arterial, das concentrações séricas de glicose, LDL-c, triacilglicerídios e elevação do HDL-c.
Considerando o exposto acima, sabe-se que a prevalência de morbidades na
população é alta e constitui fator de risco e de complicações importantes. A atenção à
categoria profissional de professores universitários ganha importância quanto ao propósito
de poder ser dimensionado o risco primário e, nesse aspecto, contribuir para a redução das
taxas de incidência e prevalência de doenças cardiovasculares.
Além disso, a intenção é de analisarmos dentre todas as variáveis estudadas quais as
que estão mais associadas ao maior risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares
a ponto de que possamos criar estratégias mais eficazes para melhorar a qualidade de vida
da população estudada.
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2. OBJETIVOS
2.1 Geral
Avaliar o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares em professores
universitários.
2.2 Específicos
� Relacionar o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares pelo escore de
Framingham com o consumo e hábito alimentar, estado nutricional, idade, hábito de
atividade física e indicadores bioquímicos.
� Relacionar o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e escore de
Framingham com de circunferência de cintura (CC) normal e alterada.
� Comparar a circunferência de cintura (CC) normal e alterada com as variáveis
estudadas: idade, sedentarismo, antropométricas, dietéticas e bioquímicas.
� Descrever as variáveis estudadas.
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3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Casuística
O presente estudo foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade São Francisco
antes da obtenção de dados. Todos os indivíduos foram orientados sobre as avaliações a
que seriam submetidos e assinaram o termo de consentimento livre esclarecido conforme a
resolução 196/96 sobre “Pesquisas envolvendo seres humanos, do Conselho Nacional de
Ética em Pesquisas - CONEP” (anexo 1). Foram excluídos da pesquisa aqueles que não
assinaram ou omitiram informações necessárias para o desenvolvimento da pesquisa.
O estudo foi do tipo transversal, sendo a amostra composta por 44 professores
voluntários da Universidade São Francisco, do câmpus universitário situado na cidade de
Bragança Paulista/SP, sendo que 23 participaram de todas as avaliações.
3.2 Métodos
Foi elaborado um protocolo para coleta de dados (Anexo 2), constando informações
essenciais para o levantamento de dados da pesquisa, como identificação pessoal, dados
antropométricos, hábito de prática de atividade física, hábitos alimentares, consumo
alimentar por recordatório de 24h e questionário de freqüência do consumo alimentar e
critérios para escores de risco de Framingham.
A coleta de dados foi realiza em duas etapas:
1ª. Etapa: os voluntários foram atendidos individualmente na Clínica-Escola de
Nutrição da Universidade São Francisco e coletadas informações de identificação pessoal,
hábito de prática de atividade física, uso de tabaco, hábitos alimentares, questionário de
freqüência do consumo alimentar, recordatório de 24 horas e antropometria (peso, altura,
circunferência de cintura e circunferência de quadril).
Quanto às informações de prática de atividade física, a classificação foi em dois níveis:
sedentário e não sedentário. Para essa classificação foi utilizado os valores proposto pela
OMS (2003), sendo classificados como sedentários quando o tempo de pratica de atividade
física fosse <150 minutos/semana e não sedentários quando o tempo fosse ≥150
minutos/semana.
2ª. Etapa: os voluntários atendidos na primeira etapa, foram encaminhados para coleta
de sangue no Laboratório de Bioquímica da Universidade São Francisco.
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3.2.1 Avaliação antropométrica
Foram tomadas medidas de peso corporal e estatura de acordo com os procedimentos
descritos por Heyward & Stolarczyk (2000). Para avaliação do peso corporal foi utilizada
balança antropométrica digital (Filizola®, Brasil, com precisão de 0,1 kg) e estatura foi
utilizado estadiômetro fixo à parede com precisão de 0,1 cm, para posterior cálculo do IMC
(WHO, 2002). Os valores de referência utilizados para classificação foram os seguintes:
IMC (kg/m2) Classificação
< 18,5 Desnutrição
18,5-24,9 Eutrofia (normal)
25-29,9 Sobrepeso
>29,9 Obesidade
(WHO, 2002)
A CC foi mensurada com fita milimétrica de metal inextensível e inelástica, com
precisão de 0,1 cm. A medida foi realizada no ponto médio entre o último arco intercostal e a
crista ilíaca (HEYWARD & STOLARCZYK, 2000). Para classificação da CC em elevado ou
baixo risco de complicações metabólicas foram utilizados os valores de referência
preconizados pela International Diabetes Federation (IDF). Tais valores variam de acordo
com a etnia, sendo considerado risco aumentado a CC ≥90cm para homens e ≥80cm para
as mulheres (grupo étnico da América Central e do Sul) (ALBERTI, 2005).
Também foi realizada a circunferência de quadril sendo, estabelecido o ponto médio
entre a cintura e a coxa. Assim, foi utilizado o indicador de razão cintura-quadril (RCQ) para
identificar o tipo de distribuição de gordura, sendo determinada pela equação:
RCQ = circunferência de cintura ÷ circunferência de quadril
Onde RCQ superior a 1,00 para homens e 0,85 para mulheres indicavam risco para o
desenvolvimento de doenças cardíacas (WHO, 2002).
3.2.2 Avaliação do consumo alimentar
O consumo alimentar foi obtido por meio de dois métodos de inquéritos alimentares:
questionário de freqüência do consumo alimentar – QFA (RIBEIRO et al., 2006) e
recordatório 24h (FISBERG et al., 2005).
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Após a aplicação da QFA (anexos 3 e 4), alguns alimentos foram agrupados em
variáveis representativas de uma dieta de boa ou má qualidade. Além disso, este
agrupamento facilitou a análise dos dados, já que os 56 itens alimentares ficaram divididos
em 14 grupos a serem analisados: QFA Leite/derivados integrais; QFA/ Leite/derivados
desnatados; QFA Ovos; QFA Carnes; QFA Peixes; QFA Embutidos e enlatados; QFA Óleos
vegetais; QFA Gordura animal; QFA Petiscos (pizzas, salgadinhos de pacote, lanches); QFA
Cereais integrais (fibras e cereais); QFA Cereais não integrais (pão branco, cereais
refinados, tubérculos e raízes); QFA Vegetais e leguminosas; QFA Frutas e sucos naturais;
QFA Doces em geral (bolos, sorvetes, chocolates), onde QFA refere-se a freqüência do
consumo em número de vezes por semana.
A classificação da freqüência de consumo foi estabelecida conforme as quantidades
ingeridas por semana: 1 vez/dia = 7 vezes/semana; 2 ou mais vezes/dia = 14
vezes/semana; 5 a 6 vezes/semana = 5 vezes/semana; 2 a 4 vezes/semana = 3
vezes/semana; 1 vez/semana = 1 vez/semana; 1 a 3 vezes/mês = 0,5 vez/semana e
raramente/nunca = 0 vez/semana.
Para avaliação quantitativa da ingestão alimentar foi aplicado o questionário
recordatório 24 horas (Anexo 5), com a finalidade de calcular a ingestão energética de
macro e micronutrientes referida nas 24 horas anteriores à entrevista. Os dados dietéticos
obtidos em medidas caseiras foram convertidos para grama e mililitro e possibilitaram a
análise química do consumo alimentar. Posteriormente, as informações foram processadas
por meio do programa de análise nutricional NutWin (2002), versão 1.5.
Os valores de recomendação para macro e micronutrientes estabelecidos foram os
propostos pela I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica,
sendo fibras: 20 a 30g/dia; gorduras totais: 25 a 35% das calorias totais; ácidos graxos
saturados: < 10% das calorias totais (se LDL>100mg/dL recomenda-se < 7% das calorias
totais); ácidos graxos poliinsaturados: até 10% das calorias totais; ácidos graxos
monoinsaturados: até 20% das calorias totais; e colesterol: 300mg/dia (se LDL>100mg/dL
recomenda-se 200mg/dia).
A avaliação do consumo alimentar, contou ainda com questões fechadas sobre
hábitos alimentares como horários fixos para refeições, quantas refeições realiza por dia, se
faz refeições fora de casa e com que freqüência, onde costuma fazer suas refeições, se
toma café da manhã, ingestão de água, se considera sua alimentação saudável e quais
fatores que influenciam nas escolhas da alimentação.
3.2.3 Avaliação laboratorial
18
Foi coletada amostra de sangue (12ml) de veia periférica após jejum de 12 horas, no
período da manhã. Os indivíduos foram instruídos a não realizarem exercícios físicos
vigorosos 24 horas anteriores, não ingerirem álcool 72 horas antes da coleta, não
consumirem alimentos ou suplementos fontes de ácido ascórbico (vitamina C) e
medicamentos paracetamol e ácido acetilsalicílico 24 horas antes da coleta.
A coleta de sangue foi realizada no Laboratório de Bioquímica do Prédio V da
Universidade São Francisco sob supervisão da professora doutora Sonia Aparecida
Gurgueira, do curso de farmácia.
As concentrações de colesterol total, HDL-c, triacilglicerol, ácido úrico, GGT, ALT e
glicose foram determinadas pelo método enzimático colorimétrico do analisador automático
System Vitros Chemistry 950 Xrl (Johnson & Johnson). Para dosagens de concentrações
bioquímicas foram utilizados os Kits diagnósticos Bioclin®, doados pela empresa
Bioclin/Quibasa®. A concentração de LDL-c foi calculada segundo a fórmula de Friedewald
et al. (1972), para valores de triacilgliceróis até 400mg/dL, onde LDL=CT-HDL-TG/5.
Foram consideradas como alteradas as concentrações bioquímicas de colesterol total
≥200mg/dL; triacilgliceróis (TG) ≥150mg/dL; LDL-c ≥130mg/dL; HDL-c <40mg/dL para
homens e <50mg/dL para mulheres; glicemia de jejum ≥100mg/dL; VLDL-c >30mg/dL
(Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2006).
Como valores de referência para ácido úrico: 2,5 a 7,0mg/dL (homens) e 1,5 a 6,0
mg/dL (mulheres); GGT: 8 a 35 mg/dL (homens) e 7 a 31 mg/dL (mulheres); ALT: 10 a 40
U/L, de acordo com a determinação dos kits.
3.2.4 Avaliação do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares
Foi utilizado o escore de risco de Framingham (Anexo 6), como ferramenta de auxílio
para a avaliação do risco de doenças cardiovasculares, o qual faz uma estimativa do risco
absoluto de eventos coronarianos (morte, infarto agudo do miocárdio (IAM) e angina no
peito) em 10 anos, seguindo as recomendações III Diretrizes brasileiras sobre dislipidemias
e diretriz de prevenção da aterosclerose do departamento de aterosclerose da sociedade
brasileira de cardiologia (2001).
Tal escore atribuiu pontos conforme o sexo, idade, concentrações plasmáticas de
colesterol total (CT), HDL-colesterol, pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), fumo
(qualquer cigarro e quantidade no último mês) e presença ou não de DM2. Foram incluídos
também aqueles que são portadores de qualquer doença mesmo fazendo uso de
medicamentos para hipertensão arterial e/ou hipoglicemiante oral ou insulina.
19
O grau de risco foi dividido em três categorias conforme os critérios do escore de
Framingham, sendo baixo risco para ≤10%, médio risco para >10% e <20% e alto risco para
≥20%.
3.2.5 Avaliação da pressão arterial
A pressão arterial foi aferida nos dois membros superiores com os voluntários
sentados e após os cinco minutos de repouso. Para aferição foi utilizado aparelho
esfignomanômetro aneróide, seguindo as recomendações das V Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão Arterial (2006). Os pontos de corte para hipertensão arterial foram os propostos
pela IDF (2005), sendo pressão arterial sistólica (PAS) >130mmHg e diastólica (PAD)
>85mmHg. Além disso, foram obtidas as informações sobre antecedentes familiares de
diabetes, hipertensão arterial e dislipidemias.
3.2.6 Análise estatística
Foi analisada a distribuição das variáveis por meio dos testes Shapiro-Wilk e
Kolmogorov & Smirnov, e a análise de homocedasticidade das variâncias por meio do teste
de Levene.
Os resultados descritivos das variáveis numéricas foram expressos sob a forma de
média e desvio-padrão, acrescido de mediana e semi-amplitude interquartílica quando não
houve evidências para considerar as amostras provenientes de uma distribuição normal de
probabilidades.
Para avaliação das variáveis de história familiar de diabetes, hipertensão e
hipercolesterolemia, foi utilizado o teste de qui-quadrado.
Foi realizada estatística descritiva para o cálculo de proporções. Para comparação
estatística entre dois grupos, foi realizado o teste t de Student para amostras independentes,
ou o teste de Mann-Whitney. Foram realizadas correlações lineares de Spearman entre as
variáveis estudadas e grau de risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares
obtido pelo escore de Framingham. Todas as análises foram realizadas utilizando o software
STATISTICA versão 6.0 for Windows (Statsoft, Tulsa, USA), sendo adotado como nível de
significância de 5%.
20
4. RESULTADOS
Da amostra estudada (n=23), 14 indivíduos (60,9%) eram do sexo feminino e 9
(39,1%) do sexo masculino. A média de idade na população geral foi de 38,7 ± 7,61 anos,
100% dos indivíduos eram não fumantes e 1 (4,4%) relatou ter sido diagnosticado portator
de diabetes melito tipo 2.
Como pode ser observado nos gráficos 1 e 2, 39% dos indivíduos apresentaram
excesso de peso (IMC ≥ 25kg/m²), sendo 67% do sexo masculino e 33% do feminino. A
prevalência de indivíduos com CC alterada comportou-se de maneira similar ao IMC. Ao
avaliar a freqüência de atividade física, 61% dos indivíduos foram classificados como
sedentários, 36% do sexo masculino e 64% do feminino.
39 39
61
0
10
20
30
40
50
60
70
IMC (>= 25Kg/m²)¹ CC (masc. >=90cm e fem.>=80cm)²
Sedentarismo(<150min./sem)³
Geral¹OMS, 2002 ²IDF, 2005 ³OMS, 2003
%
Gráfico 1 - Alterações (%) dos Indicadores Antropométricos e Atividade Física na população em geral
21
%
13
35
22
9
4
13
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Glicemia Jejum(>=100mg/dL) IDF
TG (>=150mg/dL) Col. Total(>=200mg/dL)
LDL (>=130mg/dL) HDL-c (H <40mg/dLe M <50mg/dL) IDF
PA (<130/85mmHg)IDF
TG: Triacilgliceróis; Col. Total: Colesterol Total; PA: Pressão Arterial
Em relação aos indicadores bioquímicos, 35% apresentaram alterações nas
concentrações de triacilglicerol, 22% nas de colesterol total, 13% nas de glicemia em jejum,
9% nas de LDL-c e 4% nas de HDL-c. Quanto aos valores de pressão arterial sistólica e
diastólica 13% apresentaram-se alteradas (gráfico 3).
Gráfico 3 - Alterações (%) dos Indicadores Bioquímicos e Pressão Arterial
Gráfico 2 - Alterações (%) dos Indicadores Antropométricos e Atividade Física por sexo
67 67
3633 33
64
0
10
20
30
40
50
60
70
80
IMC (>= 25Kg/m²)¹ CC (masc. >=90cm e fem.>=80cm)²
Sedentarismo(<150min./sem)³
Masculino Feminino¹OMS, 2002 ²IDF, 2005 ³OMS, 2003
%
22
%
2
1
0
1
2
3
4
Masculino Feminino
O risco de doenças cardiovasculares em 10 anos de acordo com o escore de
Framingham foi classificado como de baixo risco (≤ 10%), sendo que os homens
apresentaram um risco de 2% e as mulheres de 1% (gráfico 4).
Gráfico 4 - Risco (%) de desenvolvimento de doenças cardiovasculares em 10 anos
segundo critérios de Escore de Framingham.
Ao dividir os indivíduos em grupos de acordo com a CC (normal e alterada), foi
observado que os valores de IMC e RCQ foram significantemente maiores no grupo CC
alterada quando comparado ao grupo CC normal, IMC: 28,9 + 3,1 vs 22,0 + 1,3 kg/m²; RCQ:
0,94 ± 0,07 vs 0,78 ± 0,04 (p<0,05), respectivamente. As variáveis idade, história de
diabetes, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, horas de sono/dia e horas de atividade
física/semana não apresentam diferenças entre os grupos (tabela 1).
23
Tabela 1. Comparação entre os indivíduos com circunferência da cintura (CC) normal
e alterada em relação às variáveis idade, história clinica, variáveis antropométricas e
relacionadas à atividade ocupacional.
Variáveis
CC Normal
(n = 14)
CC Alterada
(n = 9) P
Idade (anos) 36,5 ±6,5 41,9 ± 8,8 0,114
HF de diabetes (%) 50,0 55,6 >0,05
HF de hipertensão arterial (%) 78,6 77,8 >0,05
HF de hipercolesterolemia (%) 50,0 66,7 >0,05
Horas trabalho/dia* 10,0 ± 2,0 10,0 ± 2,0 0,892
Horas sono/dia 6,8 ± 1,0 7,2 ± 1,3 0,407
Horas atividade física/semana* 150,0 ± 75,0 40,0 ± 56,3 0,284
ÍMC (kg/m2) 22,0 ± 1,3 28,9 ± 3,10 0,000
Relação cintura quadril 0,78 ± 0,04 0,94 ± 0,07 0,000
Dados apresentados em média + desvio-padrão e mediana + semi amplitude interquartílica
(*). HF: história familiar; IMC: Índice de Massa Corporal.
Na tabela 2, o grupo CC alterada apresentou maiores concentrações de triacilgliceróis
(155,0 ± 30,0 vs 91,5 ± 34,5 mg/dL, p= 0,011), VLDL-c (31,0 ± 6,0 vs 18,5 ± 7,0 mg/dL, p=
0.009), ácido úrico (5,2 ± 1,15 vs 3,6 ± 0,5 mg/dL, p= 0,030) e menores concentrações de
gama-glutamil transferase (8,9 ± 0,9 vs 13,6 ± 3,8 mg/dL, p= 0,025). A pressão arterial
sistólica (123,3 ± 10,3 vs 108,8 ± 8,1 mmHg, p= 0,001) e diastólica (82,8 ± 7,1 vs 71,2 ± 5,0
mmHg, p= 0,000) também foi maior no grupo CC alterada. Já o risco de desenvolver
doenças cardiovasculares foi maior nos indivíduos que apresentavam CC alterada (2,0 ± 1,5
vs 1,0 ± 0,0%, p= 0,003). De maneira similar, o escore de Framingham foi maior no grupo
CC alterada (-1,0 ± 2,5 vs -10,0 ± 4,5, p= 0,019).
Em relação as variáveis dietéticas (tabela 3), foi observado que o grupo CC alterada
apresentou menores freqüências no consumo semanal de peixes (0,0 ± 0,3 vs 1,0 ± 0,3, p=
0,040) e cereais integrais (0,0 ± 0,3 vs 7,0 ± 3,5, p= 0,087), e maior freqüência de consumo
semanal para doces e bebidas (14,0 ± 3,5 vs 7,0 ± 2,0, p= 0,020).
24
Tabela 2. Comparação entre os indivíduos com circunferência da cintura (CC) normal
e alterada em relação às variáveis bioquímicas e ao risco para doença arterial
coronariana.
Variáveis
CC Normal
(n = 14)
CC Alterada
(n = 9) P
Glicose (mg/dL)* 81,0 ± 7,0 87 ± 9,5 0,664
Colesterol total (mg/dL) 166,8 ± 29,6 183,3 ± 32,7 0,233
HDL-c (mg/dL) 75,5 ± 13,7 71,6 ± 14,8 0,532
LDL-c (mg/dL)* 74,5 ± 19,8 86,0 ± 10,0 0,477
Triacilgliceróis (mg/dL)* 91,5 ± 34,5 155,0 ± 30,0 0,011
VLDL-c (mg/dL)* 18,5 ± 7,0 31,0 ± 6,0 0,009
Ácido úrico (mg/dL)* 3,6 ± 0,5 5,2 ± 1,15 0,030
Gama glutamil transferase (U/L)* 13,6 ± 3,8 8,9 ± 0,9 0,025
ALT (U/L)* 15,0 ± 4,3 13,5 ± 4,2 0,483
Pressão arterial sistólica (mmHg) 108,8 ± 8,1 123,3 ± 10,3 0,001
Pressão arterial diastólica (mmHg) 71,2 ± 5,0 82,8 ± 7,1 0,000
Risco DC (%)* 1,0 ± 0,0 2,0 ± 1,5 0,003
Escore -10,0 + 4,5 -1,0 + 2,5 0,019
Dados apresentados em média + desvio-padrão e mediana + semi amplitude interquartílica
(*). ALT: alanina amino tranferase; DC: doenças cardiovasculares.
25
Tabela 3. Comparação entre os indivíduos com circunferência da cintura (CC) normal
e alterada em relação às variáveis dietéticas avaliadas.
Variáveis*
CC Normal
(n = 14)
CC Alterada
(n = 9) P
Energia (kcal) 1568,6 ± 242,6 2130,9 ± 456,3 0,217
Fibras (g) 14,7 ± 4,0 14,6 ± 8,0 0,616
Gorduras totais (%) 29,4 ± 7,6 31,2 ± 7,2 0,815
Ácido graxo saturado (%) 8,0 ± 1,5 8,6 ± 1,2 0,973
Ácido graxo poliinsaturado (%) 5,3 ± 4,1 3,5 ± 1,6 0,664
Ácido graxo monoinsaturado (%) 8,0 ± 1,2 9,6 ± 1,4 0,217
Colesterol total (mg) 132,1 ± 45,6 128,4 ± 70,3 0,867
QFA Leite/derivados integrais 7,0 ± 2,0 7,0 ± 2,0 0,719
QFA Leite/derivados desnatados 3,0 ± 3,0 1,0 ± 3,0 0,757
QFA Ovos 0,75 ± 0,3 0,5 ± 0,3 0,051
QFA Carnes 7,0 ± 1,0 7,0 ± 2,0 0,884
QFA Peixes 1,0 ± 0,3 0,0 ± 0,3 0,040
QFA Embutidos e enlatados 1,0 ± 1,0 1,0 ± 0,0 0,828
QFA Óleos vegetais 7,0 ± 2,0 7,0 ± 2,0 0,551
QFA Gordura animal 3,0 ± 2,5 3,0 ± 1,5 0,753
QFA Petiscos 1,0 ± 1,0 3,0 ± 1,0 0,862
QFA Cereais integrais 7,0 ± 3,5 0,0 ± 0,3 0,087
QFA Cereais não integrais 7,0 ± 0,0 7,0 ± 0,0 1,000
QFA Vegetais e leguminosas 7,0 ± 0,0 7,0 ± 2,0 0,595
QFA Frutas 7,0 ± 0,0 7,0 ± 2,0 0,882
QFA Doces e bebidas 7,0 ± 2,0 14,0 ± 3,5 0,020
* Dados apresentados em mediana + semi amplitude interquartílica. QFA: freqüência do
consumo em vezes por semana.
Os indicadores antropométricos Índice de Massa Corporal, circunferência de cintura e
razão cintura-quadril apresentaram correlação positiva com o escore de Framingham (r=
0,53, p= 0,009; r= 0,55, p= 0,007 e r= 0,61, p= 0,002; respectivamente (figuras 1, 2 e 3).
26
Figura 1 - Correlação entre Índice de Massa Corporal e escore de Framingham
-18 -16 -14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
ESCORE DE FRAMINGHAM
18
20
22
24
26
28
30
32
34
36
ÍND
ICE
DE
MA
SS
A C
OR
PO
RA
L (I
MC
=kg
/m²)
r=0,530P=0,009
Figura 2 - Correlação entre circunferência de cintura e escore de Framingham
-18 -16 -14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
ESCORE DE FRAMINGHAM
60
70
80
90
100
110
120
130
CIR
CU
NF
ER
ÊN
CIA
DE
CIN
TU
RA
(cm
)
r=0,553P=0,007
Figura 3 - Correlação entre razão cintura-quadril e escore de Framingham
-18 -16 -14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
ESCORE DE FRAMINGHAM
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
RA
ZÃ
O C
INT
UR
A-Q
UA
DR
IL (
cm)
r=0,611P=0,002
27
Figura 4 - Correlação entre idade e escore de Framingham
-18 -16 -14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
ESCORE DE FRAMINGHAM
25
30
35
40
45
50
55
60
IDA
DE
(an
os)
r=0,773P=0,000
Outras variáveis que se correlacionaram positivamente com o escore de Framigham
foram a idade (r= 0,77; p= 0,000), pressão arterial sistólica (r= 0,43; p= 0,040) e diastólica
(r= 0,47; p= 0,02). As concentrações de ácido úrico tenderam a se correlacionar com o
escore (r=0,38; p=0,076), enquanto que as de HDL-c correlacionaram-se negativamente
com o escore (r= -0,58, p= 0,004) (figuras 4 a 8).
Figura 5 - Correlação entre pressão arterial sistólica e escore de Framingham
-18 -16 -14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
ESCORE DE FRAMINGHAM
90
100
110
120
130
140
150
PR
ES
SÃ
O A
RT
ER
IAL
SIS
TÓ
LIC
A (
mm
Hg)
r=0,431P=0,040
28
Figura 6 - Correlação entre pressão arterial diastólica e escore de Framingham
-18 -16 -14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
ESCORE DE FRAMINGHAM
64
66
68
70
72
74
76
78
80
82
84
86
88
90
92
PR
ES
SÃ
O A
RT
ER
IAL
DIA
ST
ÓLI
CA
(m
mH
g)r=0,469P=0,024
Figura 7 - Correlação entre HDL-c e escore de Framingham
-18 -16 -14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
ESCORE DE FRAMINGHAM
40
50
60
70
80
90
100
110
HD
L-c
(mg/
dL)
r=0,582P=0,004
Figura 8 - Correlação entre LDL-c e escore de Framingham
-18 -16 -14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
ESCORE DE FRAMINGHAM
0
20
40
60
80
100
120
140
LDL-
c (m
g/dL
)
r=0,309P=0,161
29
Figura 9 - Correlação entre ácido úrico e escore de Framingham
-18 -16 -14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
ESCORE DE FRAMINGHAM
2
3
4
5
6
7
8
ÁC
IDO
ÚR
ICO
(m
g/dL
)
r=0,377P=0,076
30
5. DISCUSSÃO
As doenças cardiovasculares (DCV) são responsáveis por mais de 30% de óbitos de
causas conhecidas no Brasil, tendo sido a primeira causa de hospitalização no setor público
na década de 90 (ALMEIDA et al., 2003; LIMA et al., 2000). Assim, constituem a principal
causa de morbi-mortalidade e representam altos custos para a assistência à saúde (GUS,
2002).
Dessa forma, estudos como estes são de grande importância à população, como
também para órgãos públicos e privados de saúde, onde a classificação precoce de riscos
primários de DCV nos possibilita ações que promovam mudanças no estilo de vida.
Para a avaliação do risco de DCV foi utilizado o escore de Framingham, que leva em
consideração as variáveis: idade, colesterol total, HDL-c, pressão arterial sistólica e
diastólica, diabetes e tabagismo (WILSON et al., 1998). Este escore é uma forma confiável,
simples e de baixo custo de identificação do risco de DCV e continua sendo até os dias
atuais utilizado em vários estudos, possibilitando o diagnóstico mais rigoroso e terapias mais
agressivas como forma de prevenção de eventos coronarianos (OLIVEIRA, 2007). Em
contrapartida, vários estudos indicam outros fatores de risco para DCV, como a CC, IMC,
RCQ, atividade física e hipertrigliceridemia, que não são incluídos neste escore, mas que
devem ser considerados na avaliação clínica de pacientes ambulatoriais (LANDIM et al.,
2006; GIRMAN et al., 2004).
De acordo com as III Diretrizes Brasileiras sobre dislipidemias (2001), constituem
fatores de risco modificáveis para DCV: LDL-c elevado, HDL-c baixo, diabetes, hipertensão
arterial e fumo e, não modificáveis: idade, sexo (≥45 anos para homens e ≥55 anos para
mulheres e história familiar de DCV precoce (<55 anos para homens e <65 anos para
mulheres). Outros fatores de risco que contribuem para maior risco de DCV são o excesso
de peso e circunferência de cintura elevada. Estes indicadores também podem ser
classificados como modificáveis desde que adquiridos hábitos saudáveis na dieta e prática
de atividade física.
Na amostra estudada, o risco de desenvolvimento de DCV em 10 anos, foi de 2% para
o sexo masculino e 1% para o feminino, sendo considerado como baixo para fins de metas
de intervenção, conforme as III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias e Diretriz de
Prevenção da Aterosclerose (2001). Landim (2006), ao estimar o risco absoluto de contrair
doença arterial coronariana em 10 anos com 107 motoristas de transportes coletivos
urbanos, observou que o risco médio foi de 5%, com a maior parte situando-se na categoria
de baixo risco (85,05%), sendo considerado baixo para tais intervenções.
31
O maior risco de DCV, avaliado pelo escore de Framingham, foi encontrado no grupo
CC Alterada. Vários estudos têm mostrado associação entre a CC alterada e o risco de DCV
(MOLARIUS et al, 1999). Segundo Yusuf (2005), algumas hipóteses tentam justificar essa
associação seria de que o tecido adiposo visceral promove alterações hormonais e maior
liberação local de adipocitocinas, as quais estão associadas ao desenvolvimento das
doenças crônicas não transmissíveis.
Oliveira (2007) avaliou, pelos critérios de Framingham, 333 indivíduos com diabetes
melito tipo 2. O risco de desenvolver DCV em 10 anos da população geral foi de 18,7 ±
10,8%, sendo maior no sexo masculino do que no feminino (20% vs 15%), agregando outros
fatores de risco presentes na síndrome metabólica. Assim, Oliveira (2007) concluiu que a
população apresentou alto risco para eventos cardiovasculares que resultaram na adoção
de medidas de intervenção precoces e intensivas.
Barreto et al. (2003) quantificou o risco de doença coronariana na comunidade do
Projeto Bambuí e observou que a probabilidade de desenvolver doença coronariana em 10
anos entre os homens cresceu gradativamente com a faixa etária (25,1%), sendo o mesmo
fenômeno repetido entre as mulheres, mas com o risco médio de 13%. Segundo Barreto et
al. (2003), a identificação dos maiores fatores de risco e a criação de estratégias de controle
efetivas combinadas à educação e monitoramento dos indivíduos contribuiriam para a queda
substancial da mortalidade por DCV. O autor ainda sugere que a prevenção dos fatores de
riscos modificáveis significaria uma redução de risco em torno de 44% para homens e 38%
para mulheres.
Em nosso estudo, a idade, variável de risco não modificável, apresentou correlação
positiva com o escore de Framingham. Grundy (1999) sugere que o envelhecimento das
artérias é proporcional ao do organismo. Logo, o crescimento da população idosa e o
aumento da longevidade associados às mudanças no padrão alimentar e ao sedentarismo
apresentam forte repercussão sobre o padrão de morbi-mortalidade. Segundo Barreto
(2003), estima-se que em 2020, três quartos dos óbitos nos países em desenvolvimento
estarão relacionados ao envelhecimento populacional e a maior parte por doenças crônicas
como DCV.
Da amostra estudada neste projeto, 61% foram classificados como sedentários,
sugerindo que se não houver mudança no estilo de vida, esse indicador repercutirá em
maiores índices de excesso de peso e, conseqüentemente em alterações nos indicadores
bioquímicos e pressão arterial. Segundo Kannel et al. (1986), o sedentarismo constitui fator
de risco para a aterosclerose, o que eleva as chances de desenvolvimento de DCV.
Alterações no padrão alimentar acompanhadas de prática de atividades física freqüentes
são aspectos essenciais para a prevenção e tratamento de DCV e alterações no perfil
32
lipoprotéico plasmático (ORNISH et al., 2001; HAMBRECHT et al. 1993; STEFANICK et al.,
1998).
Já o impacto isolado da atividade física sobre o HDL-c, LDL-c e TG, após quatro
semanas de exercício físico aeróbico em indivíduos eutróficos, são satisfatórios. Todavia, os
estudos ainda são insuficientes para uma posição em relação a indivíduos obesos e idosos
(KOKKINOS et al., 1999; NICKLAS et al., 1997; STEFANICK et al., 1999). A prática de
atividade física aeróbica regular apresenta melhores resultados em homens com HDL-c
baixo, TG elevado e obesidade abdominal. Exercícios de alta e média intensidade podem
reduzir os níveis de TG, aumentar o HDL-c, melhorar a composição corporal, reduzir à
obesidade e promover efeito benéfico para a hipertensão arterial e diabetes (COUILLARD et
al., 2001; DESPRÉS, 1994).
Quanto ao excesso de peso, foi identificado na amostra estudada 39% dos indivíduos
apresentaram IMC ≥25kg/m², sendo maior a prevalência no sexo masculino em relação ao
feminino (67% vs 33%). Além disso, o IMC apresentou correlação positiva com o escore de
Framingham. Entretanto, estudos mostram que o IMC isolado pode subestimar ou
superestimar o sobrepeso e a obesidade, pois, apesar de estar correlacionado com excesso
de gordura corporal, refletiria somente a proporção corporal, não estimando a adiposidade e
distribuição de gordura corporal. Dessa forma, o uso do IMC deve ser associado a medidas
de distribuição de gorduras (FREITAS, 2007; JANSSEN, 2002).
Neste estudo, as medidas antropométricas CC e RCQ também apresentaram forte
associação com eventos cardiovasculares. Carneiro (2003) sugere que o aumento da
adiposidade corporal está associado ao aumento de prevalência de fatores de risco para
DCV, como dislipidemia e intolerância à glicose. Porém, o impacto da obesidade central
sobre a prevalência da hipertensão arterial parece ser mais evidente. Beegon (1995), em
estudo epidemiológico, mostrou que a obesidade central estava associada com a
hipertensão arterial, importante fator de risco das DCV. Da mesma forma, o excesso de
gordura na região abdominal (adiposidade central) pode ter maior capacidade preditiva que
a massa corporal total para o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral.
A RCQ elevada tem sido utilizada como medida clínica para avaliar indivíduos com
acúmulo de gordura abdominal, porém estudos sugerem que a utilização da CC de maneira
individualizada tem mostrado boa correlação com a gordura abdominal e o processo saúde-
doença. Alterações da CC refletem alterações nos fatores de risco para DCV e outras
formas de doenças crônicas (WHO, 1998).
Dentre as concentrações bioquímicas analisadas neste estudo, os valores de
triacilgliceróis, VLDL, gama-glutamil transferase e ácido úrico apresentaram-se maiores no
grupo CC alterada em relação ao grupo CC normal. Barroso et al. (2002), sugere que a
síntese de triacilgliceróis e a atividade da lípase lipoprotéica são peculiares ao tecido
33
adiposo abdominal. A dislipidemia no obeso é caracterizada por uma série de
anormalidades nas várias fases do metabolismo lipídico. O fluxo aumentado de ácidos
graxos livres (AGL) no fígado, devido a não supressão pós-prandial insulino-mediada de
AGL, causa maior síntese e secreção de VLDL ricas em triacilgliceróis. Dessa forma, instala-
se a resistência à ação da insulina que é decorrente de menor captação de glicose e
hiperinsulinemia que se correlacionam significativamente com as concentrações de
triacilgliceróis. Além disso, as concentrações pós-prandiais de AGL correlacionam-se
inversamente com a atividade lípase lipoprotéica (LPL) que é essencial para o catabolismo
de lipoprotéinas ricas em triacilgliceróis, incluindo quilomícrons e VLDL.
Os AGL dissociam a LPL de seus sítios de ligação, assim, a atividade lipolítica
reduzida é importante e determinante do acúmulo de triacilgliceróis no plasma, incluindo
quilomícrons e seus remanescentes, estruturas de elevado potencial aterogênico
(PETERSON et al., 1990; KARPE et al., 1995; ZILVERSMIT, 1979).
Estudos mostram que em indivíduos com adiposidade abdominal, as concentrações
de VLDL e triacilgliceróis do fígado competem com os quilomícrons derivados da dieta pelas
LPL. Além disso, outros estudos apontam que estes indivíduos consomem dietas com
elevado teor em gorduras saturadas e colesterol, o que contribui para maior concentração
de lipídeos no período pós-pradial (FRICKER et al., 1989; RONST, 1993).
Neste estudo, as concentrações de HDL-c correlacionaram inversamente com o
escore de Framingham e o LDL-c parece que apresenta correlação significativa com o
escore. Com isso confirmam que elevadas concentrações de HDL-c potencializa a
diminuição do risco de DCV, devido sua característica cardioprotetora. Já elevadas
concentrações de LDL-c aumentam significativamente o risco de eventos cardiovasculares.
Lamarche et al. (1997), em estudo com obesos com excesso de tecido adiposo visceral,
observou que a presença, no plasma, de partículas de LDL-c pequenas e densas e níveis de
Apo B superiores ao quartil 50% aumentava em 6 vezes o risco de angina no peito, infarto
do miocárdio e morte relacionada a doença isquêmica miocárdica.
Foi observada correlação positiva entre as concentrações de ácido úrico e o escore de
Framingham, porém não apresentaram significância. Além disso, os indivíduos com CC
alterada apresentaram maiores concentrações de ácido úrico. O ácido úrico em mamíferos é
produto secundário de excreção, derivados das bases purínicas. Atua como antioxidante
efetivo nos sistemas biológicos, capaz de proteger o DNA e lipídios dos radicais livres
(BARREIROS, 2006). Larson (1997) e Nieto et al. (1989), sugerem que indivíduos com
aterosclerose podem apresentar nível elevado de ácido úrico no sangue, sendo indicativo da
existência de um mecanismo compensatório encontrado pelo organismo para controlar o
estresse oxidativo, porém estudos afirmam que altas concentrações de ácido úrico no
sangue indicam um estado patológico.
34
Nos indivíduos estudados, a pressão arterial sistólica e diastólica esteve elevada no
grupo CC alterada em relação ao grupo CC normal, além de também apresentar correlação
significativa com o escore de Framingham. Segundo Carneiro et al. (2003), em estudo com
499 pacientes com sobrepeso e obesidade, observou que o aumento da RCQ foi associado
a maior prevalência da hipertensão arterial. O mesmo comportamento foi observado nos
pacientes com obesidade grau 2 e 3, onde em todos os grupos de indivíduos obesos, a
maior concentração de gordura na região abdominal se associou à maior prevalência de
hipertensão arterial. Porém, os mecanismos de associação entre a gordura abdominal e a
prevalência da hipertensão arterial não são totalmente claros.
DeFronzo (1991) relata que a resistência à insulina e à hiperinsulinemia apresenta
papel na gênese da hipertensão arterial associada à obesidade, em decorrência do aumento
da atividade do sistema nervoso simpático e da reabsorção tubular de sódio. Outro aspecto
é que a insulina é um hormônio vasodilatador que induz aumentos do fluxo sangüíneo para
a musculatura esquelética e em pacientes obesos e hipertensos estes efeitos estão
diminuídos. Entretanto, Faria (2000) em estudo não observou correlação entre os valores da
insulinemia e os níveis de pressão arterial, mesmo tendo correlação positiva e significante
entre a quantidade de gordura visceral e os valores de pressão arterial.
Golden et al. (2002) encontraram que a hipertensão arterial e a elevada concentração
de triacilgliceróis contribuíram significativamente para o espessamento da camada íntima da
carótida, marcador precoce de aterosclerose, predispondo eventos de DCV.
Neste estudo observou-se também que o grupo CC alterada apresentou menor
freqüência no consumo semanal de peixes e cereais e maior de doces e bebidas, quando
comparado ao grupo CC normal. De acordo com Castro (2004), alimentos como peixes
(fonte de ácidos graxos essenciais como o ômega 3) e cereais integrais (fonte de fibras)
contém quantidades significativas de nutrientes que estariam relacionados a menores riscos
de DCV e, alimentos como doces e bebidas que compõem ingredientes como leite e
derivados integrais, gordura hidrogenada e ovos (fontes de açúcares simples, gorduras
saturadas, gorduras trans e colesterol), estariam relacionados ao excesso de peso, acúmulo
de tecido adiposo visceral, dislipidemias e podem atuar como agravante do diabetes melito
tipo 2.
Diversos estudos têm sugerido a relação entre características qualitativas e
quantitativas da dieta e risco de DCV (CERVATO et al., 1997; MUSTAD, 2001; SCHAEFER,
2002). Os hábitos alimentares incorretos, caracterizado pelo consumo elevado de colesterol,
lipídeos e ácidos graxos saturados associados ao consumo reduzido de fibras apresentam-
se como marcadores de risco para DCV, visto que participam da etiologia das dislipidemias,
obesidade, diabetes e hipertensão arterial (CERVATO et al., 1997; MARTINS et al., 1994;
PARADA, 1999; FORNES, 2000; GUEDES, 2001). Entretanto, a alimentação diária é
35
complexa, contendo diversos tipos de nutrientes, não sendo possível quantificar o impacto
específico da alimentação sobre o risco de DCV (MUSTAD, 2001).
Segundo Rajaram et al. (2001), a modificação na composição lipídica da dieta, seja
pela quantidade ou qualidade, podem alterar as concentrações de colesterol total e frações.
Quando adotados hábitos alimentares semelhantes ao de uma dieta tipicamente “ocidental”
(rica em gorduras saturadas, gorduras trans, colesterol e açúcar simples e pobre em fibras),
concentrações plasmáticos de colesterol e medidas antropométicas, como a CC e IMC,
apresentam-se elevados, aumentando o risco de DCV.
A fim de estabelecer uma relação entre hábitos alimentares e as concentrações de
colesterol total, Parada et al. (1999) avaliaram durante treze anos a redução no consumo de
carnes vermelhas, ovos, leite e derivados integrais associados ao aumento de aves, peixes,
leite e derivados desnatados e azeites. Os autores observaram que a melhora do hábito
alimentar reduziu as concentrações séricas de colesterol.
Fornes et al. (2000), com o objetivo de avaliar a relação entre a freqüência de
consumo de alimentos e as concentrações séricas de lipoproteínas, verificaram que o
controle dietético pode reduzir os riscos de DCV. O estudo mostrou correlação positiva e
significante entre o consumo de carnes processadas, aves, carnes vermelhas, ovos, leite e
derivados integrais com frações de LDL-c, enquanto o consumo de frutas e vegetais (ricos
em fibras) mostrou correlação inversa.
Em estudo realizado na região metropolitana de São Paulo, Fornes et al. (2002)
classificaram os alimentos registrados por meio de QFA em sete categorias de freqüência
de consumo e em dois grupos de acordo com o potencial risco de DCV. O grupo 1:
alimentos de risco (leite e derivados integrais, gorduras de origem animal, gorduras trans,
alimentos fritos, carnes e produtos derivados e ovos), e grupo 2: alimentos protetores ou não
considerados de risco (frutas e sucos naturais, hortaliças, leguminosas, cereais e
derivados). Os autores encontraram correlação positiva entre ingestão de alimentos
considerados de risco para DCV e as concentrações de colesterol total e LDL-c e,
correlação negativa entre estas concentrações e a ingestão de alimentos protetores.
Uma das limitações deste estudo foi o número de indivíduos participantes. Isto
ocorreu, pois para coleta de sangue era necessário jejum de 12 horas e, grande parte dos
professores voluntários não realizou jejum ou não pôde comparecer nos horários
determinados para as coletas das amostras, devido carga horária de trabalho ser muito
extensa e por residirem em outras cidades.
Outra limitação foi referente ao método de avaliação do consumo alimentar pelos
inquéritos alimentares questionário de freqüência do consumo alimentar (QFA) e
recordatório de 24h (R24h). Segundo Cuppari (2005), ambos apresentam vantagens e
desvantagens em suas aplicações, e suas validade e reprodutibilidade depende muito da
36
habilidade do investigador e da cooperação do investigado. Quanto ao QFA, foi identificado
neste estudo, que alguns alimentos consumidos pelos voluntários não constavam na lista,
subestimando a ingestão e freqüência alimentar. Quanto ao R24h, como depende da
memória, alguns voluntários podem não ter relatado a ingestão de alimentos de grande
relação com o risco de DCV como alimentos industrializados, doces, com elevado teor de
gorduras etc., onde pode ocorrer sub ou superestimação. Outra limitação foi a aplicação de
apenas um R24h. Porém, o trabalho apresenta relevância, pois foram avaliadas diversas
variáveis, sendo que algumas nos permitem estabelecer um protocolo de intervenção
nutricional mais adequado. Além disso, este estudo continuará com a finalidade de obter
maior número de voluntários e, assim, comprovar os resultados apresentados, a correlação
entre as variáveis e analisar outras variáveis com o risco de desenvolvimento de DCV pelo
escore de Framingham.
37
6. CONCLUSÃO
O risco de desenvolvimento de DCV em 10 anos nos professores universitários foi
considerado baixo segundo os critérios de escore de Framingham, não havendo diferenças
significativas entre o sexo masculino e feminino. Este escore continua sendo uma forma
confiável, simples e de baixo custo para identificação do risco de DCV e deve ser inserido
em protocolos de avaliação clínica de pacientes ambulatoriais. Alguns fatores de risco não
incluídos neste escore, como a CC, IMC, RCQ e hipertrigliceridemia, têm assumido
importância como preditores de DCV e devem ser considerados na avaliação clínica.
O excesso de peso foi relacionado com maior risco para DCV, principalmente o
acúmulo de tecido adiposo na região abdominal.
A avaliação do estado nutricional e sua associação ao escore de Framingham
apresentam grande importância para o estabelecimento de estratégia precoce de
intervenção, visando à prevenção de DCV, sendo que os marcadores de risco relacionados
à nutrição, como os antropométricos, hábitos alimentares e concentrações bioquímicas,
podem ser modificados com a adoção de um estilo de vida saudável.
Apesar do baixo risco para DCV encontrado na população estudada, é necessário
criar estratégias para educação nutricional, visto que os hábitos alimentares e a composição
corporal da amostra apresentam-se inadequados e, posteriormente, podem repercutir em
alterações metabólicas que propiciam maior risco para o desenvolvimento das DCV.
38
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXO 1 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
“AVALIAÇÃO DO RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM PROFESSORES
UNIVERSITÁRIOS”
Responsáveis: pesquisadora: Rosângela Ap. Conti, aluna do 8° semestre de Nutrição da Universidade São Francisco e orientador Prof° Ms. João Felipe Mota, da mesma Instituição. O abaixo-assinado declara que é de livre e espontânea vontade que está participando como voluntário do projeto de pesquisa supra-citado, de responsabilidade do pesquisador. O abaixo-assinado está ciente que: I – O objetivo da pesquisa é avaliar o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares em professores universitários e correlaciona-lo com consumo e hábito alimentar, estado nutricional e hábito de atividade física. II – Durante o estudo, serei submetido à avaliação nutricional com medidas de peso, estatura, circunferência de cintura, circunferência de quadril, avaliação do consumo alimentar por inquéritos alimentares (recordatório de 24h e questionário de freqüência alimentar), responder a questões sobre prática de atividade física, hábitos alimentares e uso de tabaco. Serei submetido ainda à coleta de sangue para dosagem de exames bioquímicos de aferição da pressão arterial. III – Serei submetido durante a pesquisa aos seguintes exames bioquímicos: colesterol total, HDL-c, LDL, triacilglicerol, ácido úrico, gama-glutamil transferase, TGP e glicose. IV – A coleta de sangue por intermédio de uma única veia, poderá levar a uma inflamação (tromboflebite), com dor, inchaço e hematomas locais. Tenho conhecimento que a coleta de sangue será realizada em jejum de 12 horas, sem a realização de exercícios físicos vigorosos em 24 horas e/ou ingerir álcool 72 horas antes da coleta. A coleta será com material descartável, estéril e por duas alunas do sétimo semestre de enfermagem. V – Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a participação do referido estudo. VI – Estou livre para interromper a participação no estudo a qualquer momento.
VII – Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo, e os dados individuais que fornecerei serão confidenciais, sendo que somente os resultados coletivos serão divulgados nos meios científicos.
VIII – Critérios de inclusão: Somente participarão aqueles que concordarem com todos os métodos a que serão submetidos para a realização do estudo.
IX – Poderei contactar o Comitê de Ética em Pesquisa para apresentar recursos ou reclamações em relação ao estudo (fone 11 - 4034-8028).
X – Poderei contactar o responsável pelo estudo, sempre que necessário por telefone. Bragança Paulista, _____ de __________________de 2007. Nome do voluntário:
Endereço:
Idade: RG:
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Assinatura do voluntário:
_______________________________ ________________________________
Rosângela Ap. Conti Prof° MS. João Felipe Mota Pesquisadora Orientador responsável (19) 9259.7254 (19) 9718-7072
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ANEXO 2 - Protocolo de coleta de dados Identificação pessoal: Nome: Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino Profissão: Área de atuação: Horas trabalhadas por dia: Dados antropométricos: Parâmetro avaliado Medida observada Classificação
Peso (kg) ------------------------------ Altura (m) ------------------------------ IMC (kg/m²) Circunferência de cintura (cm) Circunferência de quandril (cm) RCQ = Hábito de prática de atividade física: Pratica atividade física ? (não inclui o exercício físico realizado no trabalho) ( ) todos os dias ( ) 1 a 3 vezes por semana ( ) 4 a 5 vezes por semana ( ) não pratica Tipo de atividade física (não inclui o exercício físico realizado no trabalho): ( ) Sedentário (atividades rotineiras domesticas e de trabalho) ( ) Leve (pouco esforço físico) ( ) Moderada (médio esforço físico) ( ) Intensa (treino – esforço físico intenso) Nível de atividade física (NAF): Tempo (horas) destinado à atividade física (por dia): Tempo (horas) de repouso (por dia): Consome bebidas alcoólicas?( )sim ( )não Freqüência: ( )Diário ( )Semanal ( )Mensal Critérios para escore de risco de Framingham: Idade Pontos
Parâmetros analisados Valores observados Pontos
Colesterol total (mg/dL) HDL-c (mg/dL) TG (mg/dL) ---------------------- LDL (mg/dL) onde: LDL=CT-HDL-TG/5 ---------------------- VLDL (mg/dL) ---------------------- Ácido úrico ---------------------- Glicemia Jejum (normal até 100mg/dL) ---------------------- Gama glutamil transferase ---------------------- ALT ---------------------- PAS (mmHg) PAD (mmHg) Diabetes Pontos
Sim ( )
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Não ( ) Fumante Pontos Sim ( ) Não ( ) Idade+CT+HDL-c+PAS ou PAD+DM+Fumo Total de pontos
Tem história de diabetes na família ? ( ) sim ( ) não Grau de parentesco: ___________________________________ Tem história de Pressão alta na família ? ( ) sim ( ) não Grau de parentesco: ___________________________________ Tem história de colesterol alto na família? ( ) sim ( ) não Grau de parentesco: ___________________________________ Hábito alimentar: Mantêm horários regulares para suas refeições diárias? ( ) sim ( ) não ( ) às vezes
Quantas refeições você faz por dia? ( ) 1 ( ) 2 a 3 ( ) 4 a 5 ( ) 6 ou mais
Quantas vezes por semana faz refeições fora de casa? ( ) 1 a 3 dias/semana ( ) 4 a 5 dias/semana ( ) 6 a 7 dias/semana ( ) não faz Toma café da manhã: ( ) todos os dias ( ) quase todos os dias ( ) às vezes ( ) não consome Consumo de água: ( ) 1 a 3 copos (copo plástico de água 180ml) por dia ( ) 4 a 6 copos (copo plástico de água 180ml) por dia ( ) 7 a 8 copos (copo plástico de água 180ml) por dia ( ) mais que 8 copos (copo plástico de água 180ml) por dia Onde costuma fazer suas refeições? ( ) casa ( ) cantina/lanchonete da Universidade ( ) fast food ( ) restaurantes self service ou a la carte Quanto a sua alimentação? ( ) alimenta-se com calma e prazer ( ) alimenta-se apressadamente e sem apreciar a refeição Você considera sua alimentação saudável? ( ) sim ( ) não ( ) às vezes
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Você alguma vez já mudou seus hábitos alimentares tentando comer de forma mais saudável? ( ) sim ( ) não Quais fatores que o influencia nas escolhas de sua alimentação? ( ) conveniência ( ) sabor/gosto da comida ( ) preço da comida/alimentos ( ) hábito ou rotina ( ) tentar emagrecer ( ) tentar comer de forma mais saudável ( ) qualidade dos alimentos ( ) influência de outras pessoas
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ANEXO 3 - QUESTIONÁRIO DE FREQÜÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR (QFA) Nome: ____________________________________________________________________
Freqüência
Produtos
Qtde. Consumida/
Porção
1 vez por dia
2 ou mais vezes por
dia
5 a 6 vezes por semana
2 a 4 vezes por semana
1 vez por semana
1 a 3 vezes por
mês
Rara/ nunca
Leite e
derivados
Leite desnatado ou semi-desnatado
Leite integral Iogurte
Queijo branco (minas/frescal/ricota)
Queijo amarelo (prato/mussarela/
parmesão)
Requeijão Carnes e ovos
Ovo frito/omelete Ovo cozido
Carne de boi Carne de porco
Frango Peixe fresco
Peixe enladado (sardinha/atum)
Embutidos (salsicha, lingüiça, fiambre, salame, presunto,
mortadela)
Carne conservada no sal (bacalhau, carne
seca/sol, pertences de feijoada)
Vísceras (fígado, rim, coração)
Óleos
Azeite de oliva Molho para salada Bacon e toucinho
Manteiga Margarina Maionese
Petiscos e
enlatados
Snacks (batata-frita, salgadinhos pacote,
amendoim)
Sanduíches, pizzas, salgados assados ou
fritos
Enlatados (milho, ervilha, palmito,
azeitona)
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Cereais/legumino
sas
Arroz integral Arroz polido Pão integral
Pão francês/forma Biscoito salgado
Biscoito doce Bolos
Macarrão Feijões
(carioca/branco/preto)
QUESTIONÁRIO DE FREQÜÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR (QFA)
Continuação
Freqüência
Produtos
Qtde. Consumida/
Porção
1 vez por dia
2 ou mais vezes por
dia
5 a 6 vezes por
dia
2 a 4 vezes por semana
1 vez por semana
1 a 3 vezes por
mês
Rara/ nunca
Hortaliças e frutas Folha crua
Folha refogada/cozida Hortaliça crua
Hortaliça cozida Tubérculos (cará, mandioca, batata,
inhame)
Frutas Sobremesas e
doces
Sorvete Tortas Geléia
Doces/balas Chocolates,
achocolatados, bombom
Bebidas
Café com açúcar Café sem açúcar Suco natural com
açúcar
Suco natural sem açúcar
Suco artificial com açúcar
Suco artificial sem açúcar
Refrigerante normal
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Produtos diet e
light
Adoçante Doces/chocolates
Margarina Requeijão/iogurte
Refrigerante Fonte: Rev. Nutr., Campinas, 19(5):553-562, set/out., 2006.
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ANEXO 4 - CLASSIFICAÇÃO DA FREQÜÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR Nome: ____________________________________________________________
Freqüência
Produtos 7 dias
(7)
14 vezes
(14)
5 vezes
(5)
3 vezes semana
(3)
1 vez por semana
(1)
2 vezes por mês
(0,5)
0
(0) Leite e
derivados
Integrais e manteiga Semi desnatados e desnatados
Carnes e ovos
Ovo Carnes Peixes Embutidos e enlatados Óleos
Azeite de oliva e óleos vegetais
Molhos, maionese, bacon, toucinho e margarina
Petiscos
Snacks (batata-frita, salgadinhos pacote, amendoim), Sanduíches, pizzas, salgados assados ou fritos
Cereais
Cereais integrais Cereais não integrais e tubérculos
Vegetais e frutas Vegetais e leguminosas Frutas e sucos naturais Doces e bebidas
Doces em geral, sucos artificiais, refrigerantes e café
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ANEXO 5 – Recordatório de 24 Horas DATA: _____ / _____ / _______
NOME: _________________________________
( )SEG ( )TER ( )QUA ( )QUI ( )SEX ( )SAB ( )DOM
Refeição Alimentos/Bebidas Quantidade
Desjejum
______ h
Colação
______ h
Almoço
______ h
Lanche
______ h
Jantar
______ h
Ceia
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ANEXO 6 – CÁLCULO DE ESCORES DE RISCO DE FRAMINGHAM
Passo 1
Idade Homens Mulheres 30-34 -1 -9 35-39 0 -4 40-44 1 0 45-49 2 3 50-54 3 6 55-59 4 7 60-64 5 8 65-69 6 8 70-74 7 8
Passo 2
Colesterol Total Homens Mulheres <160 -3 -2
160-199 0 0 200-239 1 1 240-279 2 1
≥280 3 3
Passo 3
HDL-c Homens Mulheres <35 2 2
35-44 1 2 45-49 0 1 50-59 0 0 ≥60 -1 -3
Passo 4 PAS PAD Homens Mulheres <120 <80 0 -3
120-129 80-84 0 0 130-139 85-89 1 0 140-159 90-99 2 2
≥160 ≥100 3 3
Passo 5 e 6
Diabetes Homens Mulheres Sim 2 4 Não 0 0
Fumo
Sim 2 2 Não 0 0
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cálculo de Escores de Risco de Framingham
Continuação
Passo 7 – somar os pontos
Idade+CT+HDL-c+PAS ou PAD+DM+Fumo = total de pontos
Passo 8 – pontuação final de risco absoluto
Homens Pontos
Homens risco de doenças
cardiovasculares em 10 anos (%)
Mulheres Pontos
Mulheres risco de doenças
cardiovasculares em 10 anos (%)
<-1 2 ≤2 1 0 3 -1 2 1 3 0 2 2 4 1 2 3 5 2 3 4 7 3 3 5 8 4 4 6 10 5 4 7 13 6 5 8 16 7 6 9 20 8 7
10 25 9 8 11 31 10 10 12 37 11 11 13 45 12 13
≥14 53 13 15 15 20 16 24 17 ≥27
Fonte: III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2001.