Transcript

5

1

O Começo

Era um dia normal no colégio. Lucas tinha as aulas de sempre. Porém, algo o incomodava: era Magio, o garoto mais esperto da classe. Nunca tirou uma nota vermelha; o único que o superava era Lucas, mas só em Biologia.

Magio estava com o comportamento muito estranho, ficava repetindo palavras e números. Na aula de Matemática, por exemplo, a professora pediu para Magio responder uma pergunta em que a resposta era dois e meio, e Magio res-pondeu da seguinte forma:

– Dois... Dois... Dois... Dois... Dois...De repente, desmaiou por cinco segundos e logo acordou

dizendo:– A resposta é dois e meio...No entanto, algo ainda mais estranho aconteceu antes do

lanche. Magio olhou para Lucas e disse com voz metálica:– Eliminar testemunha! Mas o sinal do lanche toca. Lucas segura Oliveira e

Henrique e diz que precisam conversar com eles. Então vão para o pátio e começam a analisar:

– Magio está muito estranho – disse Lucas.– Então você também percebeu? – concordou Oliveira.– Do que vocês estão falando? – Henrique indagou perdido.

aventuras.indd 5 10/05/2012 12:52:09

6

– Henrique, seu lesado, não percebeu? – perguntou Lucas.Antes de Lucas chegar a explicar tudo para Henrique,

Magio chegou e estalou os dedos.Quando ele fez isso, o sinal explodiu em chamas, que

se espalharam por todo o corredor. A mangueira de incên-dio também explodiu, mas alguém tinha parado o fluxo de água, assim não saía nem uma gota.

Magio chutou Lucas contra o parapeito da janela que dava para a quadra. As redes de segurança se romperam e Lucas começou a cair. Felizmente, as cordas prenderam em algum lugar e Lucas saiu da rede.

Oliveira e Henrique correram para ver Lucas; Magio estava logo atrás.

– Lucas, você está bem? – quis saber Oliveira.– Sim, só um arranhão – disse Lucas.Magio veio atrás de Oliveira e Henrique.– Pessoal, tomem cuidado! – gritou Lucas.Quando os dois se viraram, Magio deu um soco na cara

deles. Os dois saíram cambaleando para trás, e caíram ao lado de Lucas.

– Vocês estão bem? – perguntou Lucas.– Sim – respondeu Henrique e Oliveira.– Quem é você? – indagou Lucas.– Ué, eu sou o Magio, o seu amigo.– Eu sei que você não é o Magio – disse Lucas.– Bom, já que você já sabe que eu não sou o Magio, acho

que não preciso mais desse disfarce.– Que disfarce? – perguntou Henrique.– A pele humana, minha verdadeira forma é essa! – gri-

tou Magio.

aventuras.indd 6 10/05/2012 12:52:09

7

A pele de Magio fica reluzente e parafusos saem de suas orelhas, seu uniforme torna-se prata e seus pés viram foguetes.

– Sou o androide de captura Magio, unidade dois.– Eu sabia! – disse Lucas.– Qualquer resistência será inútil – alerta Magio.Magio dispara um raio nos pés de Lucas e de seus amigos

e eles ficam imóveis.– Mas o quê? – perguntou Oliveira.– Estamos paralisados! – exclama Henrique.Magio corre furioso para cima de Lucas e de seus ami-

gos, acerta um soco em Henrique, que sai voando para a arquibancada e depois faz o mesmo com Oliveira, que com o impacto arrebenta as redes da arquibancada.

Lucas leva um chute, que parece não surtir efeito, porém Magio liga as turbinas de suas botas foguetes fazendo Lucas voar de cara contra a parede da arquibancada no alto.

– Que força! – impressiona-se Henrique.– Henrique, antes do Magio de dar um soco, o que você

ouviu? – perguntou Oliveira.– Que o Magio é um androide – disse Henrique.– Isso, então você não precisa ficar surpreso com a força

do Magio – falou Oliveira.Enquanto a discussão de Oliveira e Henrique continua,

Lucas começa a cair da altura em que fora jogado, com um pouquinho de sangue em seu lábio inferior e as mangas de seu uniforme rasgadas.

Quando Lucas cai de costas no chão a primeira coisa que ele faz é limpar o sangue em seu lábio e depois grita para Magio:

– Venha aqui, seu covarde!

aventuras.indd 7 10/05/2012 12:52:09

8

Magio aciona as botas foguetes e vai para a arquiban-cada. Depois de chegar lá, ele bate no chão e uma barreira elétrica se forma.

– Droga – reclamou Oliveira.– Uma barreira elétrica – alertou Henrique.– Agora estamos em meu território – disse Magio.Lucas joga uma pedra na barreira de energia e a pedra é

reduzida a pó.– O único jeito de me vencerem é me jogando na barreira

elétrica, mas duvido que consigam fazer isso – provocou Magio.

– Não nos subestime! – gritou Lucas.– Ah! Esqueci de avisar, o único que vai conseguir des-

fazer a barreira é aquele que conseguir o elemento trovão – lembrou-se Magio.

– Como assim, seria o elemento Luz? – questionou Oliveira.

– Quando fui criado, colocaram seis elementos da natu-reza em mim – explicou Magio.

– Então foi por isso que o alarme explodiu! – gritou Henrique.

– Henrique, seus gritos danificam meus circuitos – disse Magio.

– Todo mundo reclama – disse Henrique.– Tá, tanto faz! – falou Lucas enquanto começava a dar

socos em Magio.– Lucas, precisamos de um plano! – gritou Oliveira.Lucas estava socando praticamente o ar; Magio se esqui-

vava como se os socos de Lucas fossem em câmera lenta. Apesar da velocidade de Lucas, Magio simplesmente o chu-tou para longe.

aventuras.indd 8 10/05/2012 12:52:09

9

– Tá legal, aceito um plano.Depois de explicado o plano, todos assumem suas posi-

ções e começam a executá-lo. Henrique começa a chutar Magio, que desvia indo para trás, então Lucas soca sua nuca e ele cambaleia para trás enquanto Oliveira abre sua mochila e tira metais e ferramentas para construir alguma coisa...

– O que você está construindo? – perguntou Lucas.– É surpresa – responde Oliveira.Nesse momento, Henrique leva um soco e cai.– Não deixa ele vir para cá! – gritou Oliveira.– Tá! – respondeu Lucas.– Lucas chuta Magio que cai, mas se levanta e acerta um

soco em Lucas.Henrique se levanta e bate em Magio, mas o golpe foi

sem efeito.– Como vamos vencê-lo se os nossos golpes não têm

efeito? – perguntou Lucas.– Precisamos de um plano – sugeriu Henrique.– E o que estou fazendo? – perguntou Oliveira, pegando

circuitos de sua mochila.– Qualquer coisa, só não está ajudando – concluiu Lucas.– Só esperem mais um pouco, já estou terminando o que

quero fazer – solicitou Oliveira.– Ficaríamos mais confiantes se você contasse o que está

fazendo! – gritou Henrique.– É surpresa – disse Oliveira, mas Lucas insiste:– Que surpresa? – Se é surpresa eu não posso contar – defendeu-se

Oliveira.Lucas bufou de raiva, mas disse para Henrique continuar

distraindo Magio.

aventuras.indd 9 10/05/2012 12:52:09

10

– Qualquer resistência é inútil – reafirmou o robô Magio.– Já ouvimos isso – disse Lucas.Henrique pula e tenta acertar um chute no robô Magio,

mas este o segura e o arremessa, que bate na barreira elé-trica e leva um choque.

– Você está bem? – perguntou Lucas.– Sim – respondeu Henrique.– Vá logo, Oliveira! – Lucas já estava furioso.– Já estou terminando! – avisou Oliveira.– Então vai logo! – insistiu Henrique.Magio avança rapidamente para cima dos dois e tenta

acertá-los, porém eles desviam.– Estamos nos acostumando com a velocidade dele –

comentou Lucas.– É – concorda Henrique.– E aí, Oliveira, como é que está? – perguntou Lucas.– Sério, já estou terminando – disse Oliveira.– Que seja rápido – apressou Lucas, tentando chutar

Magio, em vão.Depois Lucas consegue empurrar Magio para a barreira

elétrica que o eletrocuta e o faz cair...– Consegui! – gritou Lucas.Porém, eles veem Magio se levantando...– Eu não acredito – disse Lucas.– Terminei! – gritou Oliveira.– O que é? – perguntou Lucas.– Vejam! – mostrou Oliveira jogando duas coisas que

construiu para Lucas e Henrique.– O que é isso? São só pedaços de metais! – gritou Lucas.– Lucas, fale o nome de uma arma branca – disse Oliveira.– Espada! – gritou Lucas.

aventuras.indd 10 10/05/2012 12:52:09

11

O pedaço de metal se transforma em uma espada.– Nossa! – exclamou Lucas.– Lança... – pediu Henrique.–...O machado para mim! – completou Oliveira.– Dano irreparável... dez por cento – repetiu Magio robô.– Só dez por cento? – questionou Henrique.– Isso vai mudar – assegurou Lucas confiante.– É! – confirmou Oliveira.– Sim, agora a batalha muda – disse Henrique.Lucas acerta Magio, que bate na barreira elétrica. – Dano irreparável... Vinte por cento... trinta por cento...

quarenta por cento... cinquenta por cento...O androide repete constantemente seu dano irreparável

durante os ataques de Henrique e Oliveira, cada um com seus aparatos.

Então Magio ataca e acerta socos e chutes nos três. Nesse momento, Lucas vê o ponto fraco de Magio; os três abrem um buraco no chão, com um chute. Logo, as coisas se com-plicam, pois a boca de Lucas começa a sangrar de novo, o joelho de Oliveira está machucado e ficando à mostra e Henrique com a bochecha ferida...

– O que vamos fazer, Lucas? – perguntou Oliveira.– Eu vi o ponto fraco dele – revelou Lucas.– Onde é? – perguntou Oliveira.– É na barriga, onde ele guarda os elementos – explicou

Lucas.Do lado de fora do buraco, Magio disse:– Eu sei que vocês estão vivos...

aventuras.indd 11 10/05/2012 12:52:09

12

– Talvez um golpe de nossas armas resolva – disse Henrique.– Pode ser – supôs Oliveira.– Talvez – disse Lucas.– É melhor do que não tentar nada – tentou convencer

Henrique.– É – concordam Lucas e Oliveira.Os três saem do buraco, pulando.– Você vai ver – disse Lucas.– Vamos acabar com você! – ameaçou Henrique.Lucas acerta o robô Magio em sua barriga; imediata-

mente, os símbolos de elementos da natureza aparecem: trovão, gelo, fogo, água, vento e ouro.

– Olha! – apontou Lucas.– Os elementos! – completou Oliveira.– Vamos pegá-los! – gritou Henrique.Lucas acerta com a espada os elementos do gelo e da luz

e Magio robô sofre defeitos nos braços.Oliveira acerta o fogo e o símbolo da água em Magio cau-

sando defeitos nas pernas e na barriga do robô. Henrique, logo em seguida, atinge os símbolos do vento e do ouro fazendo com que Magio sofra danos na cabeça. Então, com um ataque final, Lucas empurra Magio robô para a barreira elétrica, e golpeia a cabeça dele com a espada.

– É isso aí! – gritou Oliveira e Henrique em coro.Então do corpo de Magio robô saem luzes e os três ami-

gos começam a ficar estranhos. Então Lucas gritou:– Trovão, gelo!Então duas luzes entram em Lucas.Depois Oliveira entoou:– Fogo, água!

aventuras.indd 12 10/05/2012 12:52:09

13

As luzes também entram em Oliveira.Finalmente Henrique completou:– Vento, ouro.E as luzes penetram em Henrique.– Não me sinto diferente – comentou Lucas.– Nem eu – disse Henrique.– E você, Oliveira? – perguntou Lucas.– Não, nem uma diferença, mas tem uma coisa que quero

mostrar a vocês – falou Oliveira.Ele pega seis esferas de metal do bolso e mostra-as para

Lucas e Henrique.– Isso aqui são esferas de animais; cada uma tem um ani-

mal que você pode usar com a arma que você tem...Ele entrega duas para cada um – Lucas e Henrique –, e

duas ficam para ele.As de Lucas tem o formato do dragão e de um pinguim.– Por que de um dragão, Oliveira? – perguntou Lucas.– Eu achei que o elemento trovão fosse ficar para mim –

disse Oliveira.As de Henrique assumiram formas de cavalo e águia.– Uau! Que legal...E as de Oliveira a de um lobo e de um tubarão...– Nós também podemos usar os elementos para dar gol-

pes mais fortes, é só concentrar o elemento que você quiser na arma e, pronto, você tem um ataque final. Já para acionar os animais você precisa colocar as esferas no buraco, que se abre ao puxar o cabo das armas.

– Legal! – exclamou Lucas e, em seguida, Henrique tam-bém concorda.

Então Lucas se lembra de uma coisa que não podia ter esquecido...

aventuras.indd 13 10/05/2012 12:52:09

14

– Pessoal, o pátio ainda está pegando fogo.– É mesmo – confirmou Henrique.A cabeça de Magio robô abre de repente e dela saem mais

seis luzes que atingem o céu. E após as luzes terem saído da cabeça do robô um chip aparece em sua cabeça e Lucas pega-o.

Quando Henrique tenta sair da arquibancada leva um choque e reclama:

– Lucas, ainda não se livrou da barreira elétrica? – per-guntou Henrique.

– Foi mal.Lucas se aproxima da barreira, então dá um toque suave

nela e ela desaparece.– Pronto...Em seguida todos vão para o pátio, que está pegando

fogo.– E agora? – indagou Henrique.– Não olhe para mim, olhe para o garoto de fogo – incli-

nou-se Lucas olhando para Oliveira.– Não sei como parar o fogo – disse Oliveira.– Mas pode tentar? – perguntou Henrique.– Posso – garantiu.Oliveira caminha até o fogo e quando o toca, ele se apaga...– Continua, Oliveira! – gritou Lucas.Oliveira faz isso com todas as outras chamas, depois a

secretária liga para os pais das crianças e logo vão todos embora. Porém Lucas e seus amigos nem podem imaginar o que acontecerá no dia seguinte...

aventuras.indd 14 10/05/2012 12:52:09