Entrevista
& 150
Outu
bro
Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul
BENS SERVIÇOScoNSu
mo
entenda como o público infantil se relaciona com as compras
doSSiê Conheça a história e curiosidades
sobre o chimarrão
markEtiNg Os processos envolvidos na escolha de
um nome para uma marca
rEforma Fecomércio-RS Debate tratou das mudanças
na legislação trabalhista
CriadOr dO reClame aqui, mauríCiO vargas fala sObre as relações de empresas COm COnsumidOres
pala
vra d
o p
res
iden
te
3
Outu
bro
2017
150
Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac
Julia
na M
osc
ofia
n/Fe
co
mé
rcio
-RS
luiz carlos bohn
AntenAdos nAs mudAnçAs
Ao longo dA hiStóRiA, as crianças foram tratadas como “miniadultos”. Foi no começo do século passado que surgiram os primeiros indícios de interesse da Ciência em conhecer melhor como os pequenos pensam, raciocinam e agem. Muito mudou desde então e, atualmente, elas vêm constituindo uma nova forma de consumir serviços e produtos: influenciam até 80% das compras dentro de uma casa. Além disso, é perceptível que a infância está bem mais tecnológica. A destreza de meninos e meninas com tablets é um exemplo disso. Com o mote do Dia das Crianças, a reportagem especial busca elucidar as tendências do consumo infantil, mostrando ainda o que guia alguns negócios que estão inovando e despontando no mercado.
Neste mês, chegamos à edição 150 da revista com a missão de manter os leitores
informados sobre temas importantes para a gestão de uma empresa, passando, assim, por uma infinidade de assuntos e áreas. Um deles merece destaque e atenção de empreendedores de todos os setores e de diferentes portes: em 11 de novembro, a nova lei da Reforma Trabalhista passa a vigorar.
Trabalho intermitente, novas formas de contratação horária, fim da homologação das rescisões contratuais, rescisão por acordo e sucumbência na Justiça do Trabalho são algumas das novidades que teremos. Por conta dessas grandes e importantes mudanças, realizamos mais uma edição do Fecomércio-RS Debate voltado a essa legislação. Os efeitos práticos e imediatos foram abordados no evento realizado em 15 de setembro, no Sesc Campestre, em Porto Alegre, foco da reportagem que você lê nas páginas seguintes.
especial / consumo
revista bens & serviços / 150 / outubro 2017
sum
ário
26
Conheça as tendênCias
do Consumidor infantil
e as alternativas Criativas
enContradas por algumas
empresas para trabalhar
Com esse públiCo de
interesse tão volátil
24
equipes
18
entrevistareforma
Criador do reClame aqui, mauríCio
vargas fala sobre a trajetória do
site e Como o pós-venda preCisa ser
aprimorado no brasil
12
partiCipantes do fecomércio-rs
debate destaCaram mudanças da
nova legislação trabalhista, que
entra em vigor em novembro
metodologia para prevenir
Conflitos infrutíferos inClui
Conversas em grupo sobre
divergênCias pessoais
5
Outu
bro
2017
150
Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC® (Forest Stewardship Council®), que garante o manejo social, ambiental e economicamente
responsável da matéria-prima florestal.
Selo FSC
PubliCação mEnSal do SiStEma FEComérCio-rS FEdEração do ComérCio dE bEnS E dE SErviçoS do EStado do rio GrandE do Sulavenida alberto bins, 665 – 11º andar – Centro – Porto alegre/rS – brasil
CEP 90030-142 / Fone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]
www.revista.fecomercio-rs.org.br
Presidente:luiz Carlos bohn
Vice-Presidentes: luiz antônio baptistella, andré luiz roncatto, levino luiz Crestani, ademir José da Costa, alécio lângaro ughini, arno Gleisner
(licenciado), diogo Ferri Chamun, Edson luis da Cunha, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi, ibrahim mahmud, itamar tadeu barboza da Silva,
ivanir antônio Gasparin, João Francisco micelli vieira, Joel vieira dadda, leonardo Ely Schreiner, marcio Henrique vicenti aguilar, moacyr Schukster, nelson
lídio nunes, ronaldo Sielichow, Sadi João donazzolo,Júlio ricardo andriguetto mottin, Zildo de marchi, leonides Freddi, Paulo roberto diehl Kruse, adair
umberto mussoi, élvio renato ranzi, manuel Suarez, Gilberto José Cremonese, ivo José Zaffari
diretores: Walter Seewald, Jorge ludwig Wagner, antonio trevisan, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio müller, Cladir olimpio bono, daniel amadio,
davi treichel, denério rosales neumann, denis Pizzato, dinah Knack (licenciada), Eduardo luiz Stangherlin, Eduardo luís Slomp, Eider vieira Silveira, Elenir luiz bonetto, Ernesto alberto Kochhann, élio João Quatrin, Gerson nunes
lopes, Gilberto aiolfi, Gilmar tadeu bazanella, Giraldo João Sandri, Guido José thiele, isabel Cristina vidal ineu, Jaucílio lopes domingues, João antonio
Harb Gobbo, Josemar vendramin, José nivaldo da rosa, liones oliveira bittencourt, luciano Stasiak barbosa, luiz Caldas milano, luiz Carlos dallepiane, luiz Henrique Hartmann, marcelo Francisco Chiodo, marice Fronchetti, mauro Spode, nerildo Garcia lacerda, olmar João Pletsch, Paulo roberto Kopschina,
remi Carlos Scheffler, rogério Fonseca, Silério Käfer, Sueli morandini marini, alberto amaral alfaro, aldérico Zanettin, antônio manoel borges dutra, antônio
odil Gomes de Castro, ary Costa de Souza, Carina becker Köche, Carlos alberto Graff, Celso Fontana, Cezar augusto Gehm, Clori bettin dos Santos, daniel miguelito de lima, daniel Schneider da Silva, Eliane Hermes rhoden, Elvio morceli Palma, Erselino achylles Zottis, Flávia Pérez Chaves, Francisco
amaral, Gilda lúcia Zandoná, Henrique José Gerhardt, Jamel Younes, Jarbas luff Knorr, Jolar Paulo Spanenberg, José lúcio Faraco, Jovino antônio demari, leomar rehbein, luciano Francisco Herzog, luiz Carlos brum, marcelo Soares reinaldo (licenciado), marco aurélio Ferreira, miguel Francisco Cieslik, nasser mahmud Samhan, ramão duarte de Souza Pereira, reinaldo antonio Girardi,
régis luiz Feldmann, ricardo Pedro Klein, Sérgio José abreu neves, valdir appelt, valdo dutra alves nunes, vianei Cezar Pasa
conselho Fiscal: luiz roque Schwertner, milton Gomes ribeiro, Hildo luiz Cossio, nelson Keiber Faleiro, Susana Gladys Coward Fogliatto
delegados rePresentantes cnc: luiz Carlos bohn, Zildo de marchi, andré luiz roncatto, ivo José Zaffari
conselho editorial: Júlio ricardo andriguetto mottin, luiz Carlos bohn e Zildo de marchi
assessoria de comunicação: aline Guterres, Camila barth, Caroline Santos, Catiúcia ruas, Fernanda romagnoli, liziane de Castro, Juliana borba e
Simone barañano
coordenação editorial: Simone barañano
Produção e eXecução: temática Publicações
edição: Fernanda reche (mtb 9474)
edição de aPoio: marianna Senderowicz e renata Giacobone
rePortagem: Cláudia boff, diego Castro e laura Schenkel
colaboração: daniel toledo, Edgar vasques, laís albuquerque, lucas Schifino, marcelo Portugal, nathália Cardoso, nathália lemes
edição de arte: Silvio ribeiro
reVisão: Flávio dotti Cesa
imagem de caPa: ©iStock.com/travnikov Studio
tiragem: 20,9 mil exemplares
é permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.
seção página
0603
0812141718222426323436384043
4744
484950
Sobre / Passado
Palavra do Presidente
Notícias & Negócios
Reforma
10 Passos / Cipa e Sipat
Opinião
Entrevista
Sindicato
Equipes
Especial / Consumo
Saiba Mais
Sesc
Marketing
Senac
Dossiê / Chimarrão
Visão Econômica
Pelo Mundo
Nicho / lojas de decoração
Visão Política
Monitor de Juros
Dicas do Mês
sobr
e
6
Outu
bro
2017
150
Passado
©iS
tock
.com
/Bria
n A.
Ja
ckso
n
Na música Velha Roupa ColoRida, o caNtor
Belchior eNtoa que “o passado é uma
roupa que Não Nos serve mais”. seguiNdo
a aNalogia, aquilo que já passou pode
ficar como uma memória, mas precisa ser
superado. desapegar é um ato que Nos eNsiNa
e Nos faz crescer eNquaNto seres humaNos.
Não podemos mudar o passado – abandonar dores ou desfrutar prazeres antigos –, mas podemos mudar a
maneira com que o antes atua no agora.“ NiltoN BoNder Escritor gaúcho ”
“Nada é mais forte e poderoso do que o relacionamento e só pode ser conquistado pela ver-dade. Se a pessoa errou, deve as-sumir o erro, justificar o motivo que a fez errar, abrir o coração e afirmar que não mais errará dessa forma. Se foi lesada por
alguém ou por determinada empresa, preci-sa relatar o que aconteceu. O que não pode ocorrer, jamais, é levantar o tapete e deixar a sujeira ali, pretensamente escondida, enquanto tenta fechar novos negócios. Usei o verbo tentar para explicar que vai ficar na tentativa. Empresário ou cliente algum contrata produtos e serviços de profissionais que tentam mascarar o passado.”
Neder Kassem, no livro Vamos vender, pô!
“A vida em sociedade te ensinou
a olhar para a família de manei-
ra mais distante. Quem escolhe
é você, mas proponho que não
faça isso em relação ao passado.
Você vive uma continuação histórica de boas ideias
e boas intenções. Multiplique-as! Aí está um grande
segredo para se fazer sucesso. Valorize a herança
sanguínea que carrega impregnada em suas cé-
lulas. Todos que vieram antes de você tinham algo
de vencedor nos comportamentos e nas competên-
cias. Honre e estimule o melhor que tinham. Instrua
seus filhos e netos a fazerem o mesmo e as futuras
gerações de sua família terão sucesso.”
lisete Frohlich, pedagoga com MBA em gestão empresarial,
é ex-presidente do Riograndense Futebol Clube e autora
do livro @Pra ser feliz
Arquivo pessoal
Div
ulg
aç
ão
/Lite
rare
Bo
oks
8
Outu
bro
2017
150
notícias negócios&Ed
ga
r Va
sque
s
Campo e ComérCio impulsionam pib do rs O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul teve alta de 2,5% no
2º trimestre de 2017, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O desempenho registrado está acima
do analisado no país (0,3%). Segundo os dados da Fundação de Economia e Estatística (FEE), o setor agropecuário
teve crescimento de 7,9%. Já o ramo dos serviços subiu 0,5%, índice maior do que o nacional. O comércio gaúcho
prosperou, com alta de 2,9% no trimestre, também acima do nacional. Segundo a FEE, a liberação das contas inativas
do FGTS, o recuo da inflação e a estabilidade no mercado de trabalho estimularam as compras.
AumentA o potenciAl turístico gAúcho no Rio Grande do Sul, 371 cidades possuem potencial para desenvolver o turismo. O número é promissor, pois representa um crescimento de 26% em relação ao ano passado, quando a quantidade era de 294 municípios. O dado foi revelado no novo Mapa do Turismo do Rio Grande do Sul, levantamento que faz parte do Mapa do Turismo Brasileiro. Elaborado pelo Ministério do Turismo (MTur), o estudo listou no país 3.285 municípios em 328 regiões turísticas, um aumento considerável se comparado com as 2.175 cidades em 291 regiões registradas ano passado. O relatório coloca 54 localidades do Estado nas categorias A, B e C – os destinos que concentram o fluxo de turistas domésticos e internacionais. Cidades como Porto Alegre, Bento Gonçalves, Gramado, Canela, Cambará do Sul, Capão da Canoa e Xangri-Lá estão entre as listadas. Os demais municípios foram considerados D e E, porque não possuem fluxo turístico nacional e internacional expressivo, mas atuam fortemente no turismo regional.
©iS
tock
.com
/Eiv
aisl
a
9
Outu
bro
2017
150
espAço sindicAl
sindilojas Hortênsias Com novo benefíCio
Em parceria com o Círculo Saúde, o Sindilojas
Hortênsias oferece agora planos com tabela es-
pecial. As associadas terão 5% de desconto nas
mensalidades do plano de saúde assistencial.
O convênio foi assinado em 12 de setembro
pelo presidente do Sindilojas Hortênsias, Guido
José Thiele, acompanhado pelo conselheiro de
Administração da Círculo Saúde, Roberto Toigo.
2º Carreteiro tributário é realizado Durante
o Acampamento Farroupilha, em Porto Alegre,
ocorreu em 18 de setembro o 2º Carreteiro Tri-
butário. Realizado pelo Sescon-RS, o evento pro-
moveu a conscientização da população para
o desequilíbrio entre o que é arrecadado pelo
poder público e o que é devolvido à sociedade.
Curso de redes soCiais no seCovi Em outu-
bro, o Secovi Centro Gaúcho promove o curso
Redes Sociais Aplicadas ao Mercado Imobiliário,
orientando profissionais do setor sobre reputação
digital das empresas. Os temas serão gestão de
marcas, perfil do novo consumidor, diagnóstico
digital e gerenciamento de página empresarial
no Facebook.
nova CampanHa instituCional Associados,
imprensa, entidades e autoridades estiveram
presentes no lançamento da nova campanha
institucional do Sindilojas Caxias do Sul. O posi-
cionamento atual busca a proximidade com a
comunidade por meio de ações colaborativas,
cultivando o crescimento.
programação de natal em pauta O Sindilojas
Missões, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL)
e a Associação Comercial e Industrial de Santo
Ângelo (Acisa), em parceria com a Prefeitura de
Santo Ângelo, iniciaram o planejamento para a
programação do Natal 2017. Foram debatidas
questões como o horário especial e a progra-
mação natalina itinerante.
buroCraCia aCarreta irregularidades nas empresas Uma
pesquisa da Endeavor mostra que 86% das empresas brasileiras estão
com irregularidades perante os órgãos de controle, como atrasos no
pagamento de impostos ou não cumprimento de exigências. Entre
os estabelecimentos comerciais, o índice chega a 96%, enquanto na
indústria fica em 92%. A causa mais frequente é a burocracia, devido
ao ambiente regulatório e à disparidade entre as exigências impostas
pelo governo e a realidade empresarial. Para combater o problema, a
pesquisa sugere a integração de órgãos e secretarias, a simplificação
e a automatização das cobranças tributárias e a inversão da lógica de
fiscalização, valorizando as autodeclarações dos empreendedores.
crise econômicAAfetA os mAis jovenssegundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc), divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apenas um em cada quatro desempre-
gados entre 18 e 24 anos foi reinserido no mercado de abril a ju-nho de 2017. Essa faixa etária também tem a maior perda percen-tual de ocupação, com o índice chegando a 7,2% e queda de salário fechando em 0,5%, enquanto os brasileiros com mais de 60 anos aumentaram em 14% seus ganhos salariais.
Divulgação/Sindilojas Hortênsias
telecomunicAções detêm A mAior receitA de serviçosConforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as atividades ligadas às telecomunicações perderam mais de cinco pontos percentuais de peso na receita operacional líquida do setor de serviços entre 2007 e 2015. Entretanto, mesmo que o índice tenha caído de 18,9% para 11,3%, o segmento permaneceu como o que mais gerou receita em 2015, atingindo R$ 162 bilhões. Porém, o valor é inferior ao registrado nos anos de 2013 e 2014. Uma das razões para a baixa seriam as inovações tecnológicas como os aplicativos de comu-nicação gratuitos. A região Sudeste é sede de 58% das empresas e per-manece com o maior peso na re-ceita bruta dos serviços, com 64%. O Sul concentra 21,9% das empre-sas, 16,7% dos empregos e 15,1% da receita bruta do segmento.
©iS
tock
.com
/Bria
nAJa
ckso
n
©iStock.com/Mixmike
10
Outu
bro
2017
150
três perguntAs
Rogério Tamassia é cofun-
dador e CEO da Liga Ventu-
res. É formado em Tecnolo-
gia da Informação (TI) pela
Universidade Presbiteriana
Mackenzie e possui MBA pela
Fundação Getulio Vargas na
mesma área.
Como o estudo liga insigHts retail auxilia os
empresários do setor de bens e de serviços?
Uma das principais necessidades dessas empresas
é relacionada à gestão. Equipes reduzidas, um dono
para cuidar de tudo, não conseguir dividir sua vida
pessoal com as finanças são alguns dos principais
desafios do pequeno e médio varejista no Brasil. Há
mais de 30 startups que fornecem soluções para
essas e outras demandas. Há ainda plataformas de
e-commerce, participação em marketplaces e em
aplicativos que reúnem estabelecimentos similares.
Como será a loja do futuro? Veremos cada vez
mais as lojas convergindo para o uso de tecnologias
que facilitem a gestão, mas principalmente que me-
lhorem a experiência do cliente. Podemos destacar
também o uso de tecnologias como displays intera-
tivos e realidade virtual. Chatbots poderão sugerir o
melhor item ou rota dentro da loja, automatizando o
processo de pós-venda e estreitando o relacionamen-
to com o consumidor.
“nenHum plano de negóCios sobrevive ao
primeiro Contato Com o Cliente.” Qual a im-
portânCia da frase do empresário steve blank?
Quando citamos Blank, queremos dizer que não há
plano de negócio, canvas ou planilha do Excel que
sobreviva ao contato com o cliente e com o mercado.
Nem sempre nossas hipóteses estão certas. O merca-
do nos mostra os erros e os acertos e nos faz entender
como podemos melhorar nosso produto ou negócio.
O papel aceita tudo, mas o cliente não.
notícias negócios&D
ivul
ga
çã
o/L
iga
Ve
ntur
es
normA técnicA pArA Food Truck em consultA nAcionAla primeira norma técnica para funcionamento de food trucks está em consulta nacional até 20 de novembro. O projeto de Nor-ma ABNT NBR 16700 regulará itens como instalação, adaptação do veículo, operação do negócio, manutenção, classificação e re-quisitos de segurança dos food trucks. O estudo está sendo feito pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, por meio da Comissão de Estudo Especial de Food Trucks, junto com o Servi-ço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). As informações estão sendo recolhidas por meio de oficinas de trabalho em várias cidades do Brasil. Atualmente, a fiscaliza-ção é prejudicada porque a maioria das regiões não apresenta legislação direcionada ao segmento. As normas poderão re-duzir os problemas e ajudar na segurança, tanto dos clientes quanto das empresas.
elaborada pelo Centro de Liderança Pública em parceria com a Economist Intelligence Group e a Tendências Con-sultoria, a edição 2017 do Ranking da Competitividade dos Estados avaliou a qualidade da administração, as melho-res práticas e o desenvolvimento econômico dos gover-nos nos 26 estados do país e no Distrito Federal. Foram 66 indicadores, que seguem dez temas: infraestrutura, sustentabilidade social, segurança pública, educação, solidez fiscal, eficiência da máquina pública, capital hu-mano, sustentabilidade ambiental, potencial de mercado e inovação. O primeiro da lista é São Paulo, que obteve a melhor colocação já registrada pelo levantamento. Em segundo lugar está Santa Catarina, e em terceiro, Paraná. O Rio Grande do Sul, que figura em sétimo, já esteve em local mais alto no ranking. Em época de instabilidade fi-nanceira, poucos estados mantiveram as contas sob con-trole e promoveram melhorias. Apenas nove obtiveram melhor desempenho este ano.
estudo mede competitividAde entre As federAções
©iS
toc
k.c
om
/Blu
Iz60
11
Outu
bro
2017
150
supermerCado propõe reflexão sobre soCiedade multiCultural
Conhecida por suas peças publicitárias provocadoras – como a do senhor que men-te que morreu no Natal para os filhos a fim de reunir a família para a ceia –, a rede de supermercados alemã Edeka resolveu abordar a questão da imigração e da xe-nofobia com seus consumidores. A marca retirou das prateleiras de uma unidade em Hamburgo todos os produtos de origem não alemã, deixando, assim, os corredores praticamente vazios. Além disso, nas gôndolas sem produtos, o supermercado colocou placas com frases como “Esta prateleira fica muito chata sem varieda-de” e “Tão vazio é um lugar sem estrangeiros”. A ação seguiu a agenda eleitoral da Alemanha, que aconteceu em setembro, e fez parte de uma campanha nacional contra a xenofobia, refletindo os valores da empresa e também o seu próprio nome, que significa variedade e diversidade.
Branding
governo apresenta
atualização do iCms na
feComérCio-rs Durante
a reunião-almoço do Con-
selho de Assuntos Tributários
da Fecomércio-RS, ocorrida
em 12 de setembro, foi
divulgado o projeto de atua-
lização do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS).
Os auditores fiscais da
Receita Estadual Giovani
Padilha, Paulo Cestari e
Leonardo Gaffrée anuncia-
ram que o Estado tem a
intenção de criar o imposto
personalizado (ICMS-P). A
Receita ouvirá a sociedade
civil para compreender a
viabilidade da proposta.
Segundo o vice-presidente
e coordenador do Conse-
lho, Diogo Chamun, o ideal
é que as mudanças simpli-
fiquem e modernizem
o sistema tributário sem
que haja aumento de im-
postos para os empresários.
Rep
rod
uçã
o
obrigAção de informAr pAgAmentos em espécie é AnAlisAdA em consultA públicAestá disponível na internet uma consulta pública da Receita Federal sobre a minuta de Instrução Normativa que tornará obrigatória a prestação de informações sobre opera-ções em valores iguais ou superiores a R$ 30 mil, com liquidação de moeda em espécie. Conforme a proposta, essas operações serão reportadas na Declaração de Operações Liquidadas com Moeda em Espécie (DME), um formulário eletrônico disponível no site da Receita. O órgão justifica que a medida inibiria a prática de ilícitos financeiros, pois muitas vezes as operações em espécie são feitas para esconder sonegação, corrupção e lavagem de dinheiro. As sugestões poderão ser encaminhadas até 6 de outubro, por meio da seção Consultas públicas e editoriais no endereço www.idg.receita.fazenda.gov.br/sobre/consultas-publicas-e-editoriais/consulta-publica.
comprAs no exterior poderão ser entregues em dez diAs
as normas de importação no Brasil foram atualiza-das. Além disso, o sistema foi informatizado, inte-grando a Receita Federal e os Correios. Com essas me-didas, os orgãos estimam que os produtos importados serão recebidos em até dez dias. Agora, o consumidor que for taxado poderá pagar o Imposto de Importação pela internet e com cartão de crédito. Com as novas
regras, a triagem dos itens terá o auxílio de equipamentos que selecionam automati-camente as encomendas com maior risco. As notificações de pagamento de impostos serão informatizadas e a identificação do CPF do comprador será automática. Essas alterações prometem proporcionar mais agilidade, fazendo com que as mercadorias cheguem mais rápido ao importador. As alíquotas permanecem as mesmas, mantendo a norma de que encomendas de pessoas físicas de até US$ 50 são isentas de imposto.
©iS
toc
k.c
om
/Pe
op
leIm
ag
es
12
Outu
bro
2017
150
reforma
Fecomércio-RS Debate para tratar dos efeitos da Reforma Trabalhista. “Sabemos que diante de tantas alterações é natural haver muitas incertezas, e, por isso, a Reforma exigirá tempo para a sua adapta-ção. Em vários pontos, ela valoriza a autonomia entre em-pregado e empregador, visando ao que for melhor para ambos, através de acordo direto”, ressaltou Luiz Carlos Bohn, presidente da Federação, na abertura do evento, realizado no Sesc Campestre, em Porto Alegre, com trans-missão online.
As mudanças no Direito do Trabalho e no contrato de em-pregados estiveram no foco do primeiro painel. Foram abor-dados os reflexos no documento e na sua quitação, além de terceirização e trabalho autônomo. “A lei 113.467 permite a contratação de banco de horas pelo período de até seis meses, negociada diretamente entre funcionário e empregador. O li-mite, que era semanal, a partir de 11 de novembro passa a ser semestral, para a compensação das horas extraordinárias,
Foi realizada, em 15 de setembro, uma nova edição do projeto
ecomércio-rS Debate
abordou os efeitos da
reforma trabalhista e
detalhou as alterações no
direito do trabalho e nas
relações sindicais
F
Por dentro da nova lei
joão alves/Fecomércio-rs
13
Outu
bro
2017
150
podendo chegar a um ano por negociação coletiva”, afirmou o consultor trabalhista da Fecomércio-RS, Flávio Obino Filho.
“Hoje, o artigo 384 da CLT estabelece que quando uma mu-lher trabalhar em horário extraordinário, antes de trabalhar, terá direito a 15 minutos de intervalo. Isso foi revogado pela Reforma”, afirmou a advogada trabalhista Mariana Barata. Outra mudança se refere ao tempo de deslocamento entre a casa e o trabalho, conhecido como horas in itinere: pela regra atual, deve ser incorporado como tempo de serviço, caso a empresa disponibilize transporte. Pela nova lei, não será mais considerado como tempo à disposição da empresa.
Regime 12h x 36h
O advogado trabalhista Luiz Fernando Moreira falou so-bre o regime de compensação 12h × 36h (12 horas de trabalho por 36 horas de descanso), criado por negociação coletiva. “Agora, a lei permite uma exceção para o limite de dez horas diárias, nesse modelo.” Hoje, de acordo com o Tribunal Supe-rior de Trabalho (TST), as horas feitas depois das 5h também devem ser consideradas como adicional noturno, para um empregado que trabalha, por exemplo, das 19h às 7h. “Com a Reforma, esse regime passa a ter tratamento legal. Feriados e prorrogação do horário noturno são dois ônus que deixam de existir com a entrada em vigor da nova lei”, pontuou.
Flávio Obino Filho detalhou o funcionamento do contra-to intermitente, tendo que ser celebrado por escrito, regis-trado na Carteira de Trabalho e estabelecido o valor/hora, que não pode ser inferior ao piso da categoria ou ao que ga-nha um empregado que exerce a mesma função. “Podem-se contratar quantos empregados quiser pelo contrato inter-mitente. O contratado também pode trabalhar com vários empregadores”, comenta o consultor da Fecomércio-RS. Ao final do período, o trabalhador receberá o salário acorda-do, as férias e o 13º proporcionais aos dias trabalhados, e o empregador fará o recolhimento do Fundo de Garantia e da Previdência Social.
O painel seguinte foi dedicado ao direito sindical. O ad-vogado trabalhista Antônio Barreto ressaltou que o foco da Lei 13.467/17 é valorizar a negociação coletiva, permitindo que os sindicatos e as empresas negociem com seus empre-gados de forma que aquilo que acordaram tenha validade, e lembrou que muitas vezes o que foi firmado era considerado
inválido pelo TST. “É uma busca pela segurança jurídica.” Já a advogada trabalhista Lucia Ladislava Witczak abordou a flexi-bilização da remuneração por produtividade. “Muitas vezes, a empresa quer beneficiar o bom funcionário e, no atual posi-cionamento da Justiça do Trabalho, sente-se acuada, pois isso poderia ser considerado uma discriminação quanto aos demais trabalhadores”, expôs. Além disso, a forma de pagamento do Programa de Participação nos Lucros e Resultados poderá ser negociada e até feita mensalmente ao trabalhador.
O evento foi encerrado com o talk show Reforma Trabalhista na prática – a interpretação da aplicação dos novos preceitos é pa-cífica? O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul, Rogério Uzun Fleischmann, ressaltou a importância da negociação coletiva em detrimento da indi-vidual. “No processo da Reforma, falou-se reiteradamente do acordado sobre o legislado. Achei interessante, mas imaginava que era negociação coletiva. Nunca passou pela minha cabeça que seria do trabalhador com o gerente da empresa.” O mesmo ponto de vista foi defendido pelo integrante da Comissão Espe-cial da Justiça do Trabalho da OAB/RS, Denis Rodrigues Einloft: “Aconselho buscarem a negociação coletiva”.
De acordo com o presidente da Associação dos Magis-trados do Trabalho do Rio Grande do Sul (Amatra), Rodrigo Trindade, a nova lei teve pouco tempo para ser discutida. “O resultado dessa falta de discussão são dúvidas de quase toda a magistratura”, disse. O presidente da Sociedade dos Advogados Trabalhistas de Empresas do Rio Grande do Sul (Satergs), Eduardo Raupp, negou que a Reforma Trabalhis-ta seja inconstitucional, mas recomendou às empresas ava-liarem bem antes de utilizar o que foi flexibilizado, como o banco de horas de seis meses. “Cabe a nós ter bom senso na aplicação da lei”, reiterou.
negociado sobre o legislado o novo texto prevê que o acordo entre empresas e
trabalhadores prevalecerá sobre a lei em pontos como
parcelamento das férias, flexibilização da jornada,
participação nos lucros e resultados, intervalo, plano de
cargos e salários, banco de horas, remuneração por
produtividade e trabalho remoto.
Há, entretanto, matérias inegociáveis, como o período
total de férias, 13º salário e licenças, entre outras,
expressas no artigo 611 b da lei 13.467/17.
14
Outu
bro
2017
150
10 p
ass
os Cipa e SipatCipa e Sipat
Mantendo o capital huMano seguro
A segurança do trabalho prevê medidas para minimizar os acidentes de
trabalho e as doenças ocupacionais, garantindo assim uma maior
produtividade para a empresa. a comissão interna de prevenção
de acidentes (cipa) e a semana interna de prevenção de acidentes
no trabalho (sipat) estão dentro desse tema, trazendo benefícios
financeiros e sociais aos negócios.
01 02
Benefícios para o
empreendimento e para o colaBorador
A Segurança do Trabalho deve ser encarada
como um investimento no capital humano das
empresas. As pessoas que formam a cadeia
produtiva do negócio dificilmente podem ser
substituídas, uma vez que cultivar um talento se
prova, em longo prazo, mais vantajoso para a
organização. Entre os ganhos da companhia com
o investimento na área estão a economia com os
custos de acidentes, afastamentos por doenças
ocupacionais e, em casos de problemas com
maquinários, a manutenção de equipamentos.
para promover a preservação
da vida e a saúde do traBalhador
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(Cipa) é uma das medidas para proteger os
funcionários. De acordo com o especialista
em Engenharia da Segurança do Trabalho,
Sergio dos Santos, a comissão é integrada
por empregados em uma empresa com
mais de 20 colaboradores sob o regime CLT.
“Segundo a NR-5, o seu objetivo é a prevenção
de acidentes e doenças decorrentes do
trabalho, tornando a prática compatível com a
preservação da vida e a promoção da saúde
do funcionário”, completa.
Cipa e Sipat
15
Outu
bro
2017
150
Cipa e Sipat
05
03
06
04
elegendo os responsáveis
Santos elenca que, para instituir a Cipa em
uma empresa, inicialmente deve-se determinar
o número de funcionários, efetivos e suplentes
que integrarão a comissão, conforme indica
a NR-5. “Em seguida o empregador deverá,
formalmente, desencadear o processo eleitoral,
convocando eleições para que os trabalhadores
escolham por meio de voto secreto os
representantes dos empregados que integrarão
o grupo”, comenta.
supervisão de processos e amBientes
O especialista ainda revela que entre as
principais atribuições da comissão está a
identificação dos riscos de processos e a
realização periódica de verificações dos
ambientes e de condições de trabalho. “Essa
tarefa visa à identificação de situações que
venham a trazer riscos para a segurança
e a saúde dos trabalhadores”, comenta.
Resumindo, a Cipa busca, como resultado,
um empreendimento mais produtivo,
diminuindo os custos e aumentando a
motivação dos funcionários.
hora de se preparar
Com o grupo escolhido, os integrantes da
comissão deverão tomar posse em até
60 dias após o fim da eleição. “Então, o
empregador deverá indicar os representantes
da empresa, dentre estes o presidente
da Cipa, e providenciar o treinamento de
todos os integrantes”, revela Santos. Para a
capacitação da comissão, o ideal é que
o empresário contrate a assessoria de um
profissional legalmente habilitado, como
engenheiros ou arquitetos com especialização
em Engenharia de Segurança do Trabalho, ou
um técnico na área.
funcionários
comandam a comissão
Para participar da comissão, Santos observa que
basta ser funcionário da companhia: “Qualquer
colaborador pode fazer parte da Cipa, que tem
mandato de um ano”. O grupo conta ainda
com a presença de um secretário, que poderá
ser um dos integrantes da comissão, indicado ou
eleito, ou também qualquer outro empregado
escolhido pelos membros, desde que haja a
concordância do empregador. “Ao contrário
do que se imagina, não há necessidade de
profissionais habilitados em Segurança do
Trabalho integrarem a Cipa”, conta.
Cipa e Sipat10 passos
16
Outu
bro
2017
150
09
07
10
08
equipe multiprofissional
para conscientizar
Considerando a organização da programação,
a Cipa pode unir esforços com o setor de
Recursos Humanos para tornar as capacitações
da Sipat realidade. Santos aponta que as
formações podem contar com ministrantes
de várias especialidades, como engenheiro
ou técnico em Segurança do Trabalho, para
tratar de assuntos relacionados à segurança
ocupacional, e médicos para falar sobre
doenças ocupacionais. Psicólogos e assistentes
sociais também podem ser convidados para
focar nos aspectos comportamentais.
semana de imersão
na segurança do traBalho
A Semana Interna de Prevenção de Acidentes
(Sipat) é um evento anual que deve,
obrigatoriamente, ser organizado pela Cipa,
dentro do seu mandato. Entre os objetivos da Sipat
está o reforço das ações de conscientização dos
funcionários para a importância da segurança no
trabalho. “Isso se dá pela realização de diversas
atividades que alertam os colaboradores para
a prevenção de acidentes e a preservação da
saúde e da segurança no empreendimento”,
comenta o especialista.
motivos para se cuidar
Outro passo importante para conscientizar
a respeito da importância da Segurança do
Trabalho é relembrar os motivos para se ter
cuidado no ambiente laboral. “Uma estratégia
que pode ser adotada pela empresa, para
estimular a participação dos colaboradores,
é permitir a participação de familiares,
especialmente dos filhos, em alguns dos
eventos programados para a Sipat”,
indica o especialista.
unindo o útil ao agradável
Como não há uma legislação responsável por
pautar aspectos obrigatórios a serem abordados
na Sipat, a orientação de Santos é de que
a semana seja utilizada como oportunidade
para reforçar os programas de treinamento já
realizados com os colaboradores. “Deve-se
ter em mente que a Sipat oportuniza o
desenvolvimento de uma consciência voltada
à Segurança do Trabalho e orienta o funcionário
para a importância da prevenção de acidentes
e doenças ocupacionais”, destaca.
opi
niã
o
17
Outu
bro
2017
150
ExistE uma grandE diferença entre oportunismo e oportunidade. No primeiro, as pessoas querem levar vantagem em tudo, ser espertas, ganhar a qualquer custo. Já a oportunidade vai na contramão desse movi-mento cada vez mais presente e enraizado na cultura brasileira.
Quando morava no Brasil, vivenciei diversas situações em que deparei com o oportunismo, que me incomodava demais. Por isso, quando passei a ter residência fixa nos Estados Unidos, decidi colocar um ponto final nisso. Hoje, não tolero tal comportamento.
A cultura do Brasil é riquíssima, linda e superdiversificada. Porém, esse vício acaba com tanta beleza. A necessidade de levar vantagem deixa as pessoas cegas. A feira de Acari, no Rio de Janeiro, é um exemplo. O mercadão de produtos rouba-dos é promovido às custas de inúmeras mortes e assaltos por conta de um comér-cio que não tem fim. Em São Paulo, mais precisamente na Avenida Paulista, tem um shopping de artigos chineses a preço popular. Confesso que eu ia todo o final de semana lá para olhar as novidades e com-prava um DVD ou produtos considerados réplicas de primeira linha. Quem real-mente usa artigos de luxo sabe a diferença entre o pirata e o original.
Você pode ter a autoestima elevada e não se incomodar com o julgamento dos outros. Mas existe algo implícito nesse jogo, muito mais grave do que a opinião alheia, que é o dano causado por esse tipo de consumo. Não há pagamento de impostos referente à mercadoria e recolhimento de tributos. Só por isso esse item chegou até o consumidor final. Ainda me questiono como as pessoas têm coragem de comprar esses artigos. Além disso, a venda de peças e objetos roubados deixou os seguros mais caros, impactando na economia como um todo. Quantas vezes o valor do seguro do seu carro sofreu aumento? Entretanto, na hora de comprar uma peça, muitos não abrem mão de ir a um desmanche. É essa consciência que precisa mudar. Quando isso acontecer, o país muda de patamar.
Quem compra item fruto de roubo de carga ou pirata não faz ideia do prejuízo para o país, além da energia negativa que vem de carona. O brasileiro precisa parar de aceitar migalhas dos outros, mudar a condição de vida e adquirir itens que de fato possuem qualidade e são duráveis. Comprar produtos de péssima qualidade ou por preços até 70% menores do que os comercializados em lojas tradicionais jamais pode ser um bom negócio.
Daniel ToleDosócio da toledo and associates
A mAniA de economizAr dA formA
errAdA
div
ulg
aç
ão
/to
led
o a
nd a
sso
cia
tes
19
Outu
bro
2017
150
Rei das Reclamações
Como surgiu o reClame aqui? Depois de ter um proble-ma com uma companhia aérea e perder um importante negócio, me vi sem um lugar para expor minha insatisfa-ção e alertar outros consumidores. Com isso, tive a ideia de criar o Reclame Aqui, em 2001. Nos primeiros anos, começamos com reclamações da minha família e de al-guns amigos em um pequeno escritório em Campo Gran-de, Mato Grosso do Sul.
quanto tempo demorou para o site engrenar? Até mea-dos de 2007, nós éramos apenas um ‘muro de lamentações’. Então, com uma melhor indexação no Google e o acultura-
mento do brasileiro em fazer mais pesquisas pela internet, começamos a aparecer em relevância nas páginas iniciais, sempre que o nome de alguma empresa era procurado. As companhias começaram a perder clientes e vieram atrás para saber quem nós éramos. No primeiro momento, foi um ataque fulminante, mas, hoje, somos referência – um dos sites mais acessados do Brasil, com 42 milhões de pageviews por mês. Ao todo, são 15 milhões de brasileiros cadastrados e mais de 120 mil negócios. Todos os dias, 700 mil pessoas acessam o Reclame Aqui. Desse total, 35% têm um problema com uma marca e outros 65% entram para pesquisa. Das 245 mil pessoas por dia com problemas com uma marca, 10% re-
undador e Ceo do reClame aqui, mauríCio Vargas é palestrante e
Consultor sobre Consumo e o noVo Consumidor. o site, que Completa
16 anos em 2017, tornou-se referênCia no brasil Como plataforma de
reputação de empresas e marCas. em 2015, o empreendedor reCebeu o
prêmio de Cidadão de são paulo, promoVido pelo CatraCa liVre, nas
Categorias teCnologia e Votação popular. na entreVista a seguir, Conheça
um pouCo a respeito da trajetória do portal, das mudanças nas relações
das empresas Com os Consumidores e da importânCia do pós-Venda
F
Foto
s: d
ivul
ga
çã
o/r
ec
lam
eaq
ui
Por laura schenkel
entrevista
20
Outu
bro
2017
150
clamam e 90% pesquisam e resolvem. Dos outros 455 mil con-sumidores que acessam para pesquisar a reputação, 30% estão no momento da compra e 70% estão formando opinião.
Conte um pouCo da sua trajetória antes do reClame
aqui e sobre Como essas experiênCias o inFluenCiaram.
As minhas experiências anteriores não foram boas. Eu que-brei três vezes. Mas tudo o que errei naquele período foi aprendizado. No Brasil, é muito difícil para um empresário quebrar, ainda mais três vezes. Em outros países, muitos in-vestidores valorizam isso e preferem esse tipo de profissio-nal. Aprendi os principais valores para um empreendedor, como, por exemplo, que as empresas são feitas por pessoas. O importante não é acumular riqueza, e sim ter um negócio que melhore a vida das pessoas.
quem voCê Considera um exemplo no Cenário empresa-
rial brasileiro? Recentemente, recebi duas pessoas incríveis em nossos eventos, em São Paulo. Pedro Lima, presidente do grupo 3 Corações, é de uma simplicidade e humanidade sem igual. Outro é Luís Norberto Pascoal, presidente da DPaschoal, que contou como tirou o sistema de comissão dos vendedores da sua empresa. Antes, os seus funcionários queriam apenas vender pneus, e quanto mais vendiam, melhor. Só que muitos consumidores trocavam os pneus muito antes do necessário. Luís contou que isso, além de ser um agravante ecológico, não fazia parte da sua filosofia, e acabou com a comissão. Ele dei-xou de vender mais pneus para dar um atendimento melhor. Admiro esse tipo de atitude.
qual a importânCia de o portal não ter publiCidade? Tudo o que monetiza neste sentido para nós não é legal. Se tivermos publicidade, não seremos isentos. Imagine um consumidor reclamar de uma empresa que faz publicidade no nosso site. A gente perderia o que temos de melhor e que demorou anos para conquistar: a credibilidade.
ao longo dos anos, voCês perCeberam uma mudança
em Como as empresas interpretam e reagem às reCla-
mações online? As empresas hoje descobriram que preci-sam atender, não importa por qual canal, porque o cliente é delas. As companhias que perceberam isso estão dando muito certo. Elas entenderam a nossa ferramenta, apoiam o nosso trabalho e, principalmente, conseguem manter um bom atendimento ao consumidor, que é quem vai avaliar todo esse trabalho no final de tudo.
em que pontos o e-commerce preCisa avançar no
país? O comércio eletrônico está engatinhando em relação ao modelo americano, por exemplo. Não só pelo volume, que lá é muito maior. Aqui no Brasil, algumas organizações já es-tão trabalhando de uma forma razoável, mas outras estão totalmente no modelo offline. Elas não perceberam que não vendem produtos, mas serviços. Não são os fabricantes, mas sim o serviço de entrega, de atendimento, de exposição dos produtos. É aí que existe uma oportunidade, pensar em algo novo nesse sentido pode destacar uma empresa.
Maurício Vargas
“Aprendi os principais valores para um empreendedor, como, por exemplo, que as empresas
são feitas por pessoas. O importante não é acumular
riqueza, e sim ter um negócio que melhore a vida das pessoas.”
21
Outu
bro
2017
150
o ComérCio de bens e de serviços está preparado para
atender às neCessidades dos seus Clientes hoje? Não. As companhias não se preocupam com o pós-venda e muito me-nos com o atendimento. Preocupam-se com a venda, isso sa-bem fazer bem. O mais barato hoje é manter o cliente. Ainda temos que entender isso.
o senhor pode Citar soluções interessantes que pequenas
e médias empresas adotaram em pós-venda? Existem três momentos para fazer uma venda: o estímulo, o primeiro mo-mento da prateleira e o segundo momento da experiência. O empresário brasileiro vai até a segunda etapa, quando pega o cheque do consumidor. Qualquer experiência para o consu-midor após a compra já está válida. A coisa mais bacana para a empresa é saber o que a pessoa comprou, quando comprou, quando ela vai trocar o produto e perguntar se ela está gostan-do. Esse tipo de relacionamento ainda não existe. O pós-venda está para ser criado no Brasil. É uma pré-venda bem mais bara-ta que também fideliza seu cliente.
a Black Friday entrou de vez no Calendário de Com-
pras do brasileiro. Como as empresas podem se bene-
FiCiar dessa oCasião? Realmente, a data virou importan-te para o e-commerce. Vende-se bastante em um período.
“As companhias não se preocupam com o pós-venda
e muito menos com o atendimento. Preocupam-se com a venda, isso sabem fazer bem. O mais barato
hoje é manter o cliente. Ainda temos que
entender isso.”
O volume é tão grande naqueles dois dias de ofertas que às ve-zes corresponde a um mês de operação. Isso atrapalha a expe-dição, o faturamento, e gera sempre reclamações no Reclame Aqui. Eu diria para os gestores montarem uma estrutura para se preparar dois meses antes e depois da Black Friday.
em qual Caminho avançam as relações entre empre-
sas e Consumidores? Não tenho bola de cristal, mas o que falamos em 2008 está acontecendo agora. Cada vez mais o consumidor não vai procurar preço, mas serviço. As companhias têm que pensar além do pós-venda. Por exemplo, hoje, naquela nota fiscal que eu pago com meu CPF, tem todas as informações da minha vida, meu hábi-to alimentar, que produtos de limpeza eu compro, se eu tenho cachorro. E as empresas jogam essas informações fora. Tem que começar a estudar e cruzar isso para me-lhorar a relação com consumidor.
em setembro, o Código de deFesa do Consumidor Com-
pletou 27 anos. ele é utilizado da Forma Correta pelos
shoppers e pelo varejo? O CDC é, com certeza, um grande aliado da população durante qualquer processo de compra ou na aquisição de um serviço. As grandes companhias, no geral, tanto pelas lojas virtuais quanto por suas lojas fí-sicas, costumam cumprir as regras descritas pelo código. Mas acredito que, se ele fosse repensado e refeito com a co-laboração de todos os setores da sociedade, poderia ajudar muito mais a relação das empresas com os consumidores.
22
Outu
bro
2017
150
sindicato
Mercado de locações
de bens móveis surgiu em 1990, após uma reunião de empresários com a entidade que represen-tava os funcionários. “Os gestores perceberam a necessi-dade de formar uma entidade patronal com o objetivo de defender os seus interesses nas negociações pertinentes a salário e benefícios dos funcionários”, conta Daniel Schnei-der, presidente do Sindicato das Empresas de Locação de Bens Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Sindloc-RS).
A instituição passou por muitos momentos marcantes. Um deles foi uma negociação realizada no governo de Ger-mano Rigotto, em que conquistou, em defesa de uma das categorias representadas, uma redução de alíquota de IPVA para os veículos de locadoras. “Nesse período muitas loca-doras do Rio Grande do Sul abriam filiais em outros esta-dos, principalmente no Paraná e em Minas Gerais, que já tinham esse benefício, com o propósito único de emplacar os automóveis para ter o benefício do IPVA. Com essa con-quista, conseguimos que as empresas gaúchas voltassem
A ideiA de montAr um sindicAto pArA A cAtegoriA de locAção
riado em 1990, o Sindicato
daS empreSaS de Locação
de BenS móveiS do eStado
do rio Grande do SuL
Luta para reconquiStar a
repreSentação da atividade
de Locação de veícuLoS
c
Fotos: divulgação/sindloc-rs
23
Outu
bro
2017
150
a emplacar os seus veículos no Estado, trazendo não só a receita do IPVA para o Rio Grande do Sul, mas também a receita do ICMS na compra dos carros e as taxas sobre as multas, vistorias e tarifas sobre qualquer movimentação”, lembra Schneider. Outro episódio de destaque foi mudança de endereço. “Saímos de uma sala pequena e sem estrutura, na avenida São Pedro, e fomos para uma nova sede, na Rua Augusto Severo, com uma estrutura física bem melhor e ge-ograficamente bem no centro da maioria das empresas da área”, comenta.
Com a mudança na gestão a partir da nova sede, a en-tidade conseguiu atrair um maior número de associados, aprimorar a comunicação com as empresas e estreitar o re-lacionamento com os associados. “Aumentamos significati-vamente os benefícios oferecidos. Implantamos uma agenda de cursos na sede do Sindicato, gratuitos aos associados, em parceria com Senac e Associação Brasileira das Locadoras de Veículos (Abla). Além disso, conseguimos maior visibilidade e importância perante o empresariado do ramo e fornece-dores”, avalia Schneider.
O quadro de associados hoje é composto por 66 empre-sas. Elas têm desconto diferenciado com uma série de for-necedores, principalmente as montadoras de veículos, as-sessoria jurídica no que diz respeito a consultas e pareceres. A instituição também oferece serviço de despachante com preços diferenciados, além de promover mensalmente um jantar com o objetivo de aproximar a categoria. “Abrange-mos um número muito expressivo de pequenas empresas. Nossa força está nesta diversidade.”
Ação nA JustiçA
O Sindloc-RS perdeu a representação da atividade de locação de veículos por uma determinação do Ministério do Trabalho e Emprego. “Estamos com uma ação na Justi-ça do Trabalho”, salienta o presidente. O mercado de lo-cação de veículos é de suma importância para a entidade. Nos últimos dois anos, o mercado tem sofrido bastante com a crise, mas demonstrou uma melhora no primeiro semestre deste ano. “Estamos focados na recuperação da categoria de Locação de Veículos. Será um grande retro-cesso para o setor se não conseguirmos reverter a deter-minação do MTE. ”
A necessidade de aumentar o quadro associativo, a busca por benefícios e a qualificação do setor e da própria entidade estão entre as principais adversidades e desa-fios encontrados pela atual gestão.
Considerando as mudanças da Reforma Trabalhista e o fim da contribuição sindical obrigatória, o sindicato vem trabalhando na busca da sustentabilidade financei-ra por meio de parcerias comerciais e uma aproximação maior dos associados, incluindo a oferta de novos servi-ços. A gestão atual, que estará no comando até março de 2018, teve como metas aumentar o número de empresas no quadro associativo, modernizar a gestão do sindica-to, buscar mais participação e envolvimento por parte de toda a diretoria, ampliar os benefícios ao associado e dei-xar o sindicato organizado e com as finanças em dia.
Daniel Schneider, ao centro, na
cerimônia de posse da atual gestão
afiliados
Entre as atividades representadas pelo sindicato estão as locações de:
- Andaimes e escoramentos sem montagem e
desmontagem;
- Aparelhos de jogos eletrônicos;
- Artigos do vestuário;
- Bicicletas para fins recreativos;
- sanitários portáteis;
- máquinas e equipamentos para escritórios;
- móveis;
- objetos e utensílios domésticos.
24
Outu
bro
2017
150
equipes
soluções construídas e aperfeiçoa-das em conjunto, enquanto os maus surgem quando os membros de uma equipe não conseguem resolver suas di-ferenças. Essa diferenciação foi ressaltada em um estudo liderado por Ginka Toegel, professora de comportamen-to organizacional e liderança da IMD Business School, de Lausanne, na Suíça, e Jean-Louis Barsoux, pesquisador sênior da instituição.
“Os desentendimentos relacionados a tarefas são mui-tas vezes funcionais, pois levam a uma discussão mais aprofundada e criativa de cursos alternativos de ação. Em contrapartida, o atrito ligado ao relacionamento geralmen-te é improdutivo e prejudicial ao desempenho da equipe, gerando raiva, frustração e desconfiança”, afirma Barsoux. Por isso, as equipes devem tentar obter os benefícios do conflito de tarefas, evitando as consequências associadas aos de relacionamento. “Os dois se enredam. E uma vez que uma espiral de divergências se apodera, torna muito difícil separar o que era de trabalho e o que era pessoal.”
OS BOnS cOnflitOS favOrecem O deBate reSpeitOSO e levam a
roporcionar conversas
que evidenciem
incompatibilidades e
diferenças ajuda a diminuir
atritos e produz uma
colaboração mais eficaz
p
Como anteCipar Conflitos
©iStock.com/emir memedovski
25
Outu
bro
2017
150
Ao serem chamados por executivos para melhorar a dinâmica em suas equipes, geralmente consertar seus conflitos, os pesquisadores perceberam que esse processo pode ser doloroso. “Uma melhor abordagem seria ajudar as equipes a superar algumas incompatibilidades indivi-duais, para permitir que as pessoas se conheçam e obter informações sobre suas maneiras de trabalhar antes de causar atrito”, explica o professor. Sabendo como os cole-gas trabalham, é mais fácil não se surpreender ou se irritar com suas intervenções. Nesse processo, é possível compre-endermos o valor complementar das demais perspectivas para o sucesso de um projeto.
Ginka, Barsoux e outros cientistas reuniram os resulta-dos das pesquisas sobre diferenças de personalidade, cultu-ra e gênero e criaram uma estrutura que ajuda as equipes a explorar suas oposições ocultas. “Se começarmos a traba-lhar juntos, pode ser útil para mim saber que você tende a ser bastante reservado. Como colega, não me importo se isso se relaciona com sua personalidade, cultura ou gênero. A única coisa que eu preciso saber é que você pode precisar de algum encorajamento para dar suas opiniões. Se eu qui-ser ter benefícios com a sua contribuição, então eu preciso saber disso”, exemplifica o professor.
ImunIzação contra desentendImentos
Os docentes desenvolveram uma metodologia que abor-da algumas das diferenças mais problemáticas relaciona-das à forma como os outros membros da equipe atuam, falam, pensam e sentem. A abordagem tem por objetivo iniciar uma conversa sobre os hábitos comportamentais e as preferências dos membros de cada time. “A ideia-chave é que permitir que o grupo discuta as divergências pesso-ais no início e em um contexto neutro ajudará a imunizar a equipe contra conflitos ruins causados por mal-entendidos desnecessários, erros de etiqueta e problemas de ajuste.”
Para evitar atritos improdutivos, é preciso entender quão inocuamente eles começam e com que facilidade se espalham. “Quando as pessoas não estão em conformida-de com nossas expectativas, muitas vezes reagimos ne-gativamente. Se não entendemos o background do outro, pode não demorar muito para que as diferenças de opinião profissional entre colegas razoáveis sejam personalizadas,
pois ambas as partes defendem seus pontos de vista com mais firmeza”, pontua o professor.
Quem quiser seguir o método das cinco conversas proposto pelos cientistas pode iniciar demonstrando o intuito de explo-rar as diferenças antes que elas peguem a equipe de surpresa (veja mais no quadro abaixo). O facilitador precisa assegurar-se de que as pessoas se sentem à vontade para compartilhar. Os cinco tópicos podem ser abordados em qualquer ordem. É esperado que, ao final, os integrantes exponham desde revela-ções superficiais a considerações mais profundas, a partir das perguntas de cada grande tema. Assim, ao escutar os outros e verbalizar suas próprias opiniões, também se gera um proces-so de autoconhecimento.
tópiCos e perguntas
Os pesquisadores destacaram cinco áreas a serem discutidas, cada uma com perguntas que devem ser feitas aos membros das equipes, para superar as diferenças que podem prejudicar o grupo:
Observe – trata das primeiras impressões e das
características que notamos ao julgar a competência
das pessoas. exemplos de pergunta: O que causa
uma primeira boa impressão? Qual é a importância da
pontualidade e da observância dos prazos?
Aja – está ligada ao respeito pelos limites do tempo
e do espaço, sobretudo prazos, que são uma fonte
frequente de frustração dentro dos times. exemplos de
pergunta: É mais importante agir com franqueza ou
harmonia? Silêncio significa reflexão ou falta de interesse?
Fale – Sobre a facilidade com que os indivíduos falam e
a franqueza com que eles expressam sugestões ou dão
feedback não solicitado. exemplos de pergunta: É melhor
ser confiável ou flexível? a incerteza é vista como ameaça
ou oportunidade?
Pense – relacionada a diferenças de flexibilidade e
tolerância para risco e incerteza, mas também preferência
por detalhes ou ter em mente o todo. exemplo de
pergunta: como você lida com mudança de prioridades?
Sentir – É sobre como as pessoas mostram emoção no
trabalho, como raiva ou entusiasmo, e quando a emoção
é “demais”. exemplo de pergunta: como você administra
as suas emoções diante de divergências?
fontes: Ginka toegel e Jean-louis Barsoux, professores da imd Business School
especial
26
Outu
bro
2017
150
s crianças brasileiras influenciam 80% das decisões de
compra de uma família. empreendedores pelo brasil afora
têm encontrado alternativas criativas para trabalhar com
esse público de interesse extremamente volátil Ade decisão nas famílias. De acordo
com pesquisa da TNS/InterScience, elas influenciam 80% das compras nos lares. Absorvendo informação dos pais, de meios de comunicação, da escola e de colegas, elas já manifestam suas preferências por quase tudo que é consumido: alimentos, car-ros, roupas, eletrodomésticos, brinquedos e serviços de lazer. Conquistar esse público, todavia, revela-se um desafio: inocen-te, mas também muito volátil e exigente, é difícil fidelizá-lo.
O mesmo estudo, focado em crianças de 6 a 11 anos, mos-tra que as empresas dedicadas a se destacar nesse cenário devem gerar experiências para a criação de vínculos afeti-vos. A infância está bem mais tecnológica (66% das crianças de 3 a 5 anos conseguem usar jogos de computador), mas meninos e meninas continuam querendo explorar, brincar, saciar curiosidades e experimentar.
Para a vice-presidente de Inovação para a América La-tina da Diageo North America, Cristiana do Amaral Guima-rães, é latente o interesse das corporações pelo segmento infantil. Segundo projeções dos jornais americanos Wall
NuNcA ANtes NA históriA As criANçAs tiverAm tAmANho poder
consu
mo
Pequenos decisores
texto diego castro
imagem de abertura ©istock.com/travnikov studio
consumo
27
Outu
bro
2017
150
Street Journal e New York Times, marcas direcionadas aos pequenos, como Barbie e Hello Kitty, faturam acima de US$ 1 bilhão por ano. Outro objeto de desejo, o Lego, registra faturamento de US$ 3,9 bilhões por ano, confor-me informações de 2012 do próprio grupo.
Autora do estudo Tendências de comportamento do consumo infantil, ela mostra que os lares com crianças gastam mais porque o perfil delas mudou bastante ao longo dos anos. “Antes, os pais controlavam o consumo familiar. Os filhos não opinavam sobre o que adquirir e que marca escolher – ou não eram consumidores, recebiam as escolhas de seus pais ou de pessoas próximas. Essa apatia não existe mais”, declara. Ainda muito pequenas – com aproximadamente 2 anos –, começam a influenciar pai e mãe, direta ou indi-retamente, na compra de produtos e serviços. Com menos tempo disponível, os progenitores tendem a ser mais nego-ciadores e abertos ao diálogo dentro de casa.
“A realidade de mudanças rápidas que vivenciamos é ainda maior entre as crianças. Elas possuem um mecanis-
mo de ‘hoje eu gosto’ e ‘amanhã não gosto mais’, bem mais rápido do que qualquer outro grupo de consumo”, explica. Com renda vinda de mesadas, tarefas executadas no lar e presentes, elas gastam metade do que recebem em doces, comidas e brinquedos.
Mãe e profissional de Marketing, Cristiana desenvolveu uma pesquisa com um grupo de consumidores de 7 anos de alta renda, em São Paulo, com o objetivo de entender esse universo. Uma das técnicas utilizadas no levantamento foi a de desenho e colagem, nova ferramenta para os pesquisado-res verificarem como as crianças veem o seu mundo. As prin-cipais conclusões revelaram que meninos e meninas já pos-suem uma conduta de consumidores, ainda que em estágio de aprendizagem. As categorias de produtos adquiridas com mais frequência deram a eles uma sensação de poder e de au-tonomia. “Podemos concluir que essas crianças associam as compras à felicidade e não à tristeza, mas os pais, a escola e a mídia deveriam ensinar que não existe nada de errado quan-do há pouco ou nenhum consumo”, alerta.
especial
28
Outu
bro
2017
150
Gasto compartilhado
O fato de que as crianças enjoam muito rapidamente dos brinquedos, às vezes deixando de lado itens caros, foi visto como uma oportunidade de negócio pelo empresário Wag-ner Heilman, de São Paulo. Em 2010, ele fundou o Clube do Brinquedo, que aluga mensalmente aos assinantes mais de 2,7 mil unidades de produtos (em 600 modelos diferentes), sendo todos aprovados pela Sociedade Brasileira de Pedia-tria. A empresa os higieniza a cada uso, responsabilizando-se por coleta e entrega diretamente nas residências. “Orien-tamos quanto às melhores opções para as faixas etárias e deixamos tudo instalado, com pilhas e baterias carregadas, pronto para brincar”, conta.
O processo de locação é feito pelo site, no qual o interes-sado pode se cadastrar e escolher seu plano de assinatura dentre as sete opções existentes, que disponibilizam de um a sete brinquedos, por um período de 25 dias. “Nosso ser-viço evita que pais gastem com objetos e jogos que seriam esquecidos em um canto depois de algumas semanas, e tam-bém possibilita testar aqueles itens que pensam em realmen-te comprar”, relata. Os valores variam entre R$ 60 e R$ 250.
A maioria dos clientes tem de zero a 3 anos, fase das mudan-ças mais aceleradas no desenvolvimento.
Pai de dois filhos, um menino de 10 anos e uma menina de 8, Heilman percebeu o filão de mercado quando procurou o serviço para si e não o encontrou. Daí em diante, elaborou um plano de negócio e realizou pesquisas de demanda. Quando viu o resultado, largou o emprego no banco e apostou tudo na ideia. O negócio começou pequeno, mas em dois meses já estava se pagando. Todo o lucro foi reinvestido em acervo, especialmente de passatempos e divertimentos importados, motivos de muita procura nas lojas. O Clube começou a atrair a atenção da imprensa e, em 2012, triplicou o número de assi-naturas. Quando a crise veio, ao contrário de naufragar, sur-fou na onda. O preço dos brinquedos (importados) aumentou no varejo, favorecendo o aluguel.
Entre os clientes de baixa renda, o que chama a atenção no serviço é o preço. Uma máquina digital da marca Fisher Price, que custa R$ 500, pode ser alugada por pouco mais de um décimo do valor. As famílias percebem a vantagem de gastar menos proporcionando uma experiência valiosa. Na média renda, em geral composta por moradores de pequenos apartamentos, o atrativo é poder dispor de um brinquedo de grandes dimensões, um “elefante branco”, por um mês e depois devolvê-lo. No período, os filhos podem aproveitar o item no parque e chamar a turma para dentro de casa. “Te-
divulgação/clube do Brinquedo
Arq
uivo
pe
sso
al
Nosso serviço evita que pais gastem com objetos e jogos que seriam esquecidos em um canto
depois de algumas semanas.”“
WaGner heilman
Fundador do clube do
Brinquedo
Consumo compartilhado é a aposta de
sucesso do Clube do brinquedo, em São Paulo
consumo
29
Outu
bro
2017
150
mos um carrinho que já foi alugado mais de 50 vezes. Esse é o segredo do consumo compartilhado”, revela.
A iniciativa atraiu a atenção de muitos empreendedores no país e os pedidos de franquia começaram a pipocar. Heil-man, contudo, resistiu. “Identificamos que iríamos queimar a marca, pois muitos não estavam dispostos a seguir as nossas recomendações”, explica. A empresa não tem queixas quanto a produtos sujos, quebrados ou sem pilha. Há um canal de telefone destinado a prestar atendimento direto, se necessá-rio. “Tive a impressão de que as pessoas consideravam meu empreendimento amador, e por isso deixamos aqueles pedi-dos em standby. Agora fazemos venda de know-how, por meio de consultorias, mas os interessados precisam ter seu próprio CNPJ e modo de trabalho, sem vínculos”, resume.
educação lúdica
A Bê-á-bá Brinquedos é uma loja virtual de brinquedos educativos, também atuante por modelo de clube de as-sinaturas mensal no canal de vendas. A cada 30 dias, as crianças recebem kits surpresa, de acordo com suas ida-des. O e-commerce trabalha com mais de 600 produtos fei-tos principalmente de madeira, matéria-prima renovável, fantoches, jogos estratégicos e literatura infantil. De acor-do com a sócia-proprietária, Eunice Duarte, sua clientela é formada por pais em busca de utensílios tradicionais, não
Ace
rvo
pe
sso
al
O jogo educativo desperta a socialização e favorece o
amadurecimento, desenvolvendo habilidades cognitivas.”
“
eunice duarte
proprietária da Bê-á-bá Brinquedos
tecnológicos, de modo que seus filhos possam brincar com os passatempos de forma concreta, percebendo o peso e a força da gravidade, entre outros fatores.
“O jogo de computador é muito solitário, há regras específicas e não se pode sair do contexto. O congênere educativo, seja um quebra-cabeça ou um jogo com peças e tabuleiro, desperta a socialização e favorece o amadu-recimento, desenvolvendo habilidades cognitivas e psi-cossociais”, diz a empresária. A organização também co-mercializa seu acervo para escolas, centros comunitários e consultórios profissionais.
A face virtual da Bê-á-bá é recente. Até dezembro do ano passado, havia em Porto Alegre a loja física. A gui-nada aconteceu em 2017 e trouxe muitos ganhos para o empreendimento. Se antes os compradores eram majo-ritariamente gaúchos, agora são paulistas, fluminenses e mineiros. Eles descobrem o negócio por conta das redes sociais, principalmente o Instagram, e do site, onde há um blog com dicas. A empresa fez parcerias com vários fornecedores e trabalha com marketplace, fazendo com que a entrega seja agilizada (o fabricante mais próximo do destino remete a mercadoria) e o custo caia. “Nos-so crescimento em faturamento foi exponencial com
div
ulg
aç
ão
/Bê
-á-b
á B
rinq
ued
os
bê-á-bá: primeiro clube de assinatura de
brinquedos educativos do brasil
especial
30
Outu
bro
2017
150
a mudança para o e-commerce, mais de 400%”, vibra Eunice, chefe de uma equipe de três pessoas.
Segundo a empresária, um dos objetivos é conscien-tizar os clientes quanto à durabilidade dos produtos e às inúmeras possibilidades da criança na primeira infância. A organização arrecada anualmente brinquedos usados, junto a clientes, colaboradores e comunidade, que são do-ados a instituições que abrigam crianças pobres ou com necessidades especiais. “Em relação à responsabilidade ambiental, podemos salientar a parceria efetuada com fornecedores para que pudéssemos confeccionar nossas embalagens em plástico oxibiodegradável”, salienta, lem-brando que a conquista do público infantil passa por va-lores prezados pelos pais.
estímulos coGnitivos
A startup catarinense PlayMove tem obtido ótimos re-sultados graças à invenção da PlayTable, uma mesa digital, interativa e multidisciplinar com jogos para educação e
entretenimento de crianças a partir dos 3 anos. A plata-forma é baseada em conceitos de ludopedagogia, ou seja, a ludicidade é o agente de motivação e engajamento para que sejam trabalhados conteúdos previstos na grade cur-ricular do Ministério da Educação para as faixas etárias da Educação Infantil ao Ensino Fundamental.
A inovação foi lançada na Campus Party de 2014 e logo começou a ganhar notabilidade por unir brincadeira e aprendizagem. “Os educadores perceberam que, além do formato anatômico e seguro, os jogos educativos se adap-tam bem à realidade da sala de aula. Esta foi uma preocu-pação que tivemos desde o início do projeto e que nos fez ganhar espaço no mercado”, observa o CEO da empresa, Marlon Souza. Além de contar com o apoio de profissionais da área de educação, antes de lançar um jogo, ele passa pelo crivo do seu público final, ou seja, das crianças. Elas testam os games e, assim, os criadores avaliam de forma assertiva o que precisa ser melhorado e as vantagens de cada uma dessas novidades.
Mais de 2 mil unidades da PlayTable já foram vendidas e 700 escolas atendidas. Quando ela foi criada, o principal foco era a rede pública de ensino. Nos anos seguintes ao lançamento, Souza e seu sócio Jean Gonçalves sentiram o impacto da redução das compras governamentais e preci-saram se adaptar. “Percebemos que, além das escolas, po-
div
ulg
aç
ão
/pla
ymo
ve
A mesa de jogos não desestimula o convívio social,
pelo contrário, promove a cooperação das crianças para
superar os desafios.”“
marlon souza
ceo da playmove
Startup catarinense criou uma mesa de
jogos digitais educativos já adotada por
centenas de escolas
consumo
31
Outu
bro
2017
150
deríamos estar em diversos outros segmentos, já que, além de ser educativos e inclusivos, os games divertem. A nossa mesa se tornou então um atrativo para clínicas, hospitais, restaurantes e até locadoras de veículos, já que funciona como um console e pode ser atualizada com novas opções de jogos”, diz. Fácil de limpar, moderna e resistente, tor-na-se um investimento com bom custo-benefício.
Conforme o idealizador, o produto — ao contrário de outros dispositivos digitais — não desestimula o convívio social. O equipamento, por exemplo, pode ser comparti-lhados por até quatro crianças e promove a colaboração entre elas, que precisam pensar em conjunto para resol-ver determinados desafios. Como se fosse um console gi-gante, ela não permite que o usuário a carregue por todos os lugares, como acontece com um tablet. Ela permanece habitualmente em um ambiente fixo. “Uma das novidades deste ano, por exemplo, são os livros digitais em Libras do aplicativo Contador de História. No lugar de isolar pessoas com deficiência auditiva, a PlayTable promove a integra-ção delas, proporcionando a participação num momento importante do desenvolvimento”, garante.
proteção da infância
O programa Criança e Consumo, da ONG Instituto Alana, é uma iniciativa criada em 2006 cujo objetivo é sensibilizar as pessoas sobre os perigos do consumismo na infância e da publicidade de produtos feitos para menores de 12 anos. Sua atuação multidisciplinar é na área de advocacy, desenvolven-do ações jurídicas, educacionais, de pesquisa e de comuni-cação com o objetivo de denunciar más práticas e proteger meninos e meninas em fase de formação. As ações são focadas nas estratégias comerciais indevidas de marcas e produtos.
No entender da coordenadora Ekaterine Karageorgia-dis, o marketing dirigido à criança gera uma relação de-sigual, pois falta a ela o discernimento para julgar algu-mas estratégias utilizadas. “Meninos e meninas passam a ser considerados consumidores antes mesmo de serem cidadãos, tornando-se promotores de vendas de produtos dentro de suas casas, pois ficam muito tempo em contato com os meios de comunicação, recebendo, interpretando e transmitindo mensagens”, comenta. Num contexto em que as famílias têm menos tempo disponível, em que as
div
ulg
aç
ao
/inst
ituto
Ala
na
O marketing dirigido à criança gera uma relação desigual, pois falta a ela a capacidade de discernir as
estratégias utilizadas.
”“
ekaterine karaGeorGiadis
coordenadora do programa criança e consumo
refeições talvez nem sejam feitas junto, os pais cedem aos pedidos como uma tentativa de eximir sua culpa.
O Instituto Alana também considera que o consumo exa-cerbado tem reflexos, dependendo do produto e do contexto, nos índices de obesidade infantil (45% das crianças brasileiras são obesas ou têm sobrepeso), na violência (atos contra o pa-trimônio), na erotização precoce, na redução de brincadei-ras criativas e na desconexão com a natureza (obsolescência programada). “Temos conseguido mostrar a importância do tema, motivando pais e mães a se importarem com isso. Há coletivos e redes formados para ajudar na luta e obtivemos avanços em termos de políticas públicas, como o Marco Legal para a Primeira Infância”, pontua. “As próprias empresas têm reconhecido, ao longo dos anos, que são responsáveis por al-gumas condutas nocivas e reavaliam seus processos.”
Uma das principais normas que regem a publicidade e pro-tegem os menores de ações abusivas é a Resolução 163/14 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). Há um consenso, entretanto, de que muitas compa-nhias ainda ignoram essas regras, por questões culturais, por descontentamento ou por desconhecimento.
saiba
32
Outu
bro
2017
150
maismais & menos
©iS
tock
.com
/Yoh
4nn
PoPulaçãoDe acordo com estimativa do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o Brasil tem, atualmente, 207,6 milhões de habitantes.
A população do Rio Grande do Sul é de
11,3 milhões de pessoas, enquanto o
estado mais populoso é São Paulo, com
45 milhões de habitantes.
EmPrEEndEdorismo
De janeiro a junho deste ano foram
criadas 902 mil novas empresas
de Microempreendedores Individuais
(MEIs), resultado recorde que demonstra
aumento de 10,5% em relação ao
mesmo período de 2016.
alimEntosCom as quedas sequentes do Índice
Nacional de Preços do Consumidor (IPCA),
os economistas do IBGE preveem que o
segmento de alimentos deve ficar entre
-3% e -4% em 2017, primeira deflação
anual desde 2006 e resultado mais baixo
da série histórica desde 1994.
sanEamEnto básicoSegundo estudo da Agência Nacional
de Águas (ANA), 45% da população
brasileira não recebe tratamento de
esgoto. Para atingir essa parcela, o
país precisa investir R$ 150 bilhões,
garantindo o acesso a saneamento
básico adequado até 2035.
rEsPonsabilidadE socialSubindo três posições em relação a
2016, o Brasil figurou em 43º no Índice de
Progresso Social (IPS), realizado pela Social
Progress Imperative, contabilizando com
73,97 pontos. Entre os destaques
do país para o up na listagem está o
melhor desempenho no item Tolerância
e Inclusão, figurando na 22ª posição do
ranking, com 68,34 pontos no quesito.
Contudo, o país está na 121ª colocação
da lista em relação à Segurança Pessoal,
com 48,38 pontos.
Público-alvo / Contemplando a terCeira idadedevido à participação mais incisiva na economia, uma nova terceira ida-de começa a emergir no Brasil – e entender esse público está se tornando prioridade para as empresas. Segundo estudo da Consultoria Estratégica IN, essa é a faixa etária que mais cresce no país, e conta com um perfil mais ativo e sociável, além de ser mais representativa na sociedade. Além disso, esse é o envelhecimento da primeira geração de mulheres que se dedicou exclusivamente à carreira, e agora busca ficar ao lado de amigos e com diversão. Confira abaixo três características dessa população:
interesse em viagens e estudos: O destaque para estas atividades está
em alta entre os idosos. Contudo, eles ainda sentem dificuldades para
concretizá-las, sejam financeiras ou de saúde.
inclusão via design: A acessibilidade para a terceira idade deve ir além de
barras de apoio em banheiros. Agora, eles desejam ser inseridos em ambientes
comuns, incluindo boa sinalização, rampas e balcões com variação de altura.
individualidade é a chave: Para se referir a alguém nesta faixa etária, o
indicado é usar o nome ou características de sua personalidade, evitando
rótulos de idade. Entre os termos menos aceitos estão melhor idade e maduro.
E-commErcE / marketplaCe é aposta para quem quer vender onlinea perspectiva da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) é que o e-commerce nacional deve crescer 12% até o fim do ano, com um faturamento de R$ 59,9 bilhões. Deste rendimento, 24% das vendas serão rea- lizadas nos marketplaces, indicando a força dos grandes centros comerciais na internet. O modelo está em franco crescimento no Brasil, por atrair novos vendedores que buscam o alto fluxo de visitas dos players. Segundo o levanta-mento, 45% dos comércios eletrônicos estão restringindo apenas um market-place, enquanto 7,4% dos vendedores estão inseridos em três ou mais.
33
Outu
bro
2017
150
GEstão dE riscos / dEsEmPrEGo E crisE Polí-
tica são ProblEmas Para EmPrEsas Conforme
aponta o Global Risk Report, relatório realizado
pela World Economic Forum (WEF), desemprego,
questões tributárias e crises políticas figuram entre
os principais riscos que as empresas correm no
mundo. O estudo contemplou 12 mil executivos
de 136 países, convidando-os a compilar os
cinco maiores riscos de fazer negócios em suas
nações. Entre as dez principais preocupações
listadas, também estão o choque de preço da
energia, a instabilidade social profunda, falhas
nas instituições ou mecanismos financeiros,
problemas na infraestrutura, ataques cibernéti-
cos, conflitos entre estados e ataques terroristas.
No Brasil, os maiores riscos de acordo com o
relatório são as falhas na governança nacional,
o desemprego, dificuldades na infraestrutura, a
crise fiscal e o colapso do Estado.
Esocial / empresas estão inseguras Com plataforma
tEndências / kantar revela o que transforma shoppers em Compradoresa Shoppers into buyers, terceira edição do Kantar Talks Brazil, debateu as principais tendências que in-fluenciam a jornada de compra atualmente – conec-tividade, simplificação, humanização e engajamento. Estes conceitos são parte de um panorama cada vez mais multimídia, com a convergência de plataformas digitais e a onipresença de redes sociais e aplicativos de mensagens, que propõem novas formas de comu-nicação e diálogo – 70% dos brasileiros acreditam que a tecnologia ajuda as suas vidas. De acordo com pes-quisa da Kantar, é então que nasce a necessidade de simplificação, com 83% dos entrevistados afirmando querer tornar o dia a dia mais fácil. A relevância e o engajamento vêm do envolvimento da população com as mídias sociais – 25% dos brasileiros revelam seguir marcas em seus perfis nas redes. Esse mesmo engajamento propõe uma economia baseada nele, uma vez que as empresas agora precisam traduzir o seu propósito de venda por meio de experiências aos consumidores, envolvendo-os.
©iS
tock
.com
/Eva
-Ka
talin
com a chegada da obrigatoriedade do eSocial dentro de quatro meses, a expectativa dos empresários é de que a fer-ramenta seja uma grande preocupação no próximo ano. Se-gundo pesquisa realizada pela Sage, 39% dos brasileiros não sabem se conseguirão adequar seus processos e sistemas até 2018, demonstrando insegurança a respeito do prazo final para inserção no eSocial. Apenas 7% das empresas contem-pladas no estudo afirmam estar preparadas para o novo sistema de envio de informações trabalhistas e tributárias. Entre as dificuldades apontadas como empecilhos para in-serção no sistema estão a mudança cultural e de processos (15%), a adequação do sistema de folha de pagamento (14%) e a falta de tempo (14%). Contudo, o levantamento da Sage aponta que os gestores demonstram interesse em se capaci-tar para entender melhor a nova plataforma – 29% dos en-trevistados revelam já terem realizado cursos e treinamen-tos para qualificar os funcionários para a mudança, e 37% dizem que, apesar de não terem feito treinamentos, estão comprometidos com a implantação do eSocial.
34
sescOu
tubr
o 20
17
150
or meio do Turismo social
sesc, Trabalhadores do
comércio de bens, serviços
e do próprio Turismo,
além da comunidade
em geral, conTam
com programações
diversificadas
Pde atividades que gerem novas
vivências, proporcionando que as pessoas saiam da sua rotina diária. Há mais de 70 anos, o Sesc-RS elabora e promove ações, com foco na democratização, possibilitando que comerciários e a comunidade em geral conheçam novos lugares e culturas. “O turismo social possibilita, principalmente, que os partici-pantes possam aprender e se desenvolver em experiências de viagem e convívio com outras realidades”, afirma a gerente de Hotelaria e do Turismo Sesc-RS, Maria Helena Krause. Forman-do uma rede de fornecedores, a instituição atua diretamente com a população local nas programações dos destinos visita-dos, movimentando a economia do Estado.
Anualmente, são oferecidos projetos já consolidados, po-rém com novos destinos. Dentro do Estado, Maria Helena cita o Reconhecer Rio Grande do Sul, que incentiva a valorização de des-tinos regionais – responsável por 92,7% dos atendimentos em Turismo realizados pela instituição em 2016. Outro destaque é
Novas experiêNcias e apreNdizados
©iStock.com/Art Marie
MAnter o corPo e A Mente eM Pleno funcionAMento requer A PráticA
35
Outu
bro
2017
150
ageNda de eveNtos
Até 25/OutProgramações no Mês do Idoso
as ações alusivas ao Mês do idoso seguem até 25/10 com atividades do programa Maturidade ativa sesc em cerca de 70 cidades gaúchas. saiba mais em www.sesc-rs.com.br/acaosocial.
15 e 29/Out Novas etapas do Circuito Sesc de Corridas
o circuito sesc de corridas oferece novas etapas: em gramado (15/10) e Uruguaiana (29/10). inscri-ções em www.sesc-rs.com.br/circuitodecorridas.
o Conhecer Destinos e Culturas, que disponibiliza viagens para os principais pontos do país. A iniciativa utiliza, prioritariamen-te, os meios de hospedagens do Sesc em outros estados, com ocupação de 92,1% no ano passado. Mesmo com as dificuldades do país, conforme a gerente, a demanda por atividades desse tipo se mantém estável em algumas cidades do Estado. “Traba-lhamos em determinadas regiões de forma mais conservadora para comercialização de alguns destinos, além de novas nego-ciações com fornecedores para otimizar os serviços.”
Já o Férias Imperdíveis tem como foco os comerciários com renda de até dois salários mínimos. O projeto possibilita o aces-so aos hotéis do Sesc-RS nas cidades de Torres, Porto Alegre e Gramado por um período de seis dias, com diversas atrações. Só em 2016, a ação gerou 15 mil diárias, contribuindo para uma taxa de ocupação de 81%.
Diversas opções e novidades
Por meio do Turismo Social Sesc, diversas famílias, inde-pendentemente das condições financeiras, têm a oportunida-de de conhecer lugares como a serra e o litoral gaúchos, além de destinos tradicionais como Rio de Janeiro, Florianópolis, Maceió, Pantanal e Fortaleza. No RS, a instituição conta com hotéis em Porto Alegre, Gramado e Torres, e uma pousada em Caxias do Sul. Também são promovidos pacotes turísticos para diversos locais e a Temporada de Férias Sesc. Na edição de verão, Maria Helena adianta que serão oferecidos 55 meios de hospedagens. “Desses, 12 estarão participando pela primeira vez, além de ampliarmos as regiões de atuação. A partir da temporada 2017/2018, incluiremos Missões e Termas de Santa Catarina”, anuncia. Em 2016, o tradicional projeto, que dispo-nibiliza de duas a sete diárias em hotéis próprios e conveniados no Estado e em Santa Catarina, comercializou cerca de 30 mil pacotes para mais de 27 mil comerciários.
As programações são planejadas pela área Técnica, de acor-do com as indicações dos clientes e análise de novas opções. “Elas são sempre pensadas para alcançar trabalhadores das áreas de Comércio e de Serviços num primeiro momento, de-pois abrangendo o público em geral”, expõe. A excelência nos produtos e nos serviços da área, conforme a gerente, é garanti-da pela qualificação dos fornecedores sistematicamente e pela realização de visitas técnicas aos destinos para a construção de novas parcerias. Saiba mais em www.sesc-rs.com.br/turismo.
ReCReARte SeSC gANhA MAIS uMA uNIdAde Móvel
o Sistema fecomércio-rS/Sesc ampliou os
atendimentos na área de cultura por meio da
criação de uma segunda unidade Móvel de cultura
e lazer – recreArte Sesc. Apresentada em setembro,
a carreta leva ações lúdico-educativas, espetáculos
teatrais, musicais e sessões de cinema gratuitas para
as comunidades gaúchas, por meio da parceria
entre as unidades Sesc do estado e as Prefeituras.
foram investidos r$ 700 mil, intensificando a missão
de levar mais bem-estar à sociedade. o veículo
possui uma tampa lateral, que se transforma em
palco para as apresentações de teatro, música e
dança, além de tela elétrica para sessões de cinema
ao ar livre, brinquedos infláveis e jogos gigantes, entre
outros equipamentos de recreação.
SeSC-RS eNtRe AS MelhOReS eMPReSAS PARA tRAbA-
lhAR NO bRASIl o ranking das 150 Melhores empresas
para trabalhar – GPtW Brasil apontou novamente o
Sesc como destaque gaúcho. realizada pelo Great
Place to Work Brasil e pela revista Época, a premia-
ção ocorreu em agosto, durante cerimônia realizada
em São Paulo. na 21ª edição da iniciativa, o Sesc-rS
conquistou a 35ª posição na categoria Grande Porte.
o levantamento avaliou o índice de confiança dos
funcionários no ambiente de trabalho e as melhores
práticas de gestão de pessoas.
36
Outu
bro
2017
150
marketing
que garantirão a efetividade de suas estratégias no mercado. Uma delas é a definição de uma identidade corporativa, que indicará os rumos e a sua perma-nência no mundo dos negócios. Ao criar ou mudar o nome de uma empresa, produto ou serviço, o empreendedor deve optar por um denominação que esteja associada ao seu DNA e ali-nhada ao posicionamento pretendido. “Antes de mais nada, deve-se refletir sobre os valores, o que esse negócio precisa transparecer, os atributos das marcas a serem comunicados e o diferencial que se quer trazer para o mercado”, afirma o con-sultor de identidade verbal Rodrigo Conte.
A partir desses questionamentos, conforme o publicitário, será dado início ao naming, ou seja, ao estudo e à definição de algo que será o pontapé ou o ressurgimento do empre-endimento. “É uma forma de transmitir essas ideias, como uma síntese, usando apenas um termo”, explica. O processo, segundo ele, é formado por quatro pilares. O primeiro é o
Ter sucesso em uma empreiTada profissional depende de decisões
escolha do nome é decisão
que pode alavancar o
negócio. especialistas
trabalham junto com os
clientes durante todo o
processo de naming para
garantir a excelência do seu
posicionamento no mercado
a
IdentIdade corporatIva
©istock.com/scyther5
37
Outu
bro
2017
150
estratégico, composto pelo posicionamento da marca, segui-do pelo criativo, que busca a originalidade e a criatividade da denominação para que se reconheça o seu valor. Há ainda o caráter linguístico, do qual fazem parte questões fonéticas e de grafia, e o legal, para obtenção de registro do nome. “A pesqui-sa das palavras é a etapa mais difícil, pois ela não acompanha o tempo do negócio. Após a solicitação, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) pode levar entre dois e cinco anos para aceitar ou não o nome indicado”, alerta.
De acordo com a diretora executiva da Branding Marcas Brasil, Eliana Figueiredo, no processo de criação do naming são estudadas características particulares do segmento, o posicio-namento, a metodologia e a comunicação. “Precisamos alinhar a identidade da marca com o verbal. Atendendo ao slogan, aos nomes para segmentar os produtos e à linguagem corporativa, institucional e promocional”, descreve. Ela explica que cada área de atuação traz detalhes específicos, que devem ser ve-rificados junto aos clientes no momento do briefing. “As cores vermelho e amarelo, por exemplo, indicam apetite. Determi-nadas fontes são mais adequadas para um negócio tradicional, tecnológico, moderno ou inovador”, indica.
O papel dos profissionais da área, segundo o especialista, é orientar, discutir, provocar, ouvir muito e aprender a refle-tir sobre as opiniões. “É importante para os empreendedo-res terem um olhar externo, pois quem está muito imerso no negócio pode ter miopia. Deve-se tirar o que for possível do cliente, entender o cenário, o que vai enfrentar no mercado e trazer algumas hipóteses, garantindo uma entrega forte e de sucesso”, pondera Conte.
Eliana considera que o feedback repassado pelos em-preendedores é fundamental para o desenvolvimento dos projetos. “Nós temos a técnica, e eles, a personalidade que será transmitida”, expõe. Para evitar retrabalhos, Conte ressalta que é fundamental contar com os responsáveis das empresas em todas as fases do processo. “Nunca entende-remos mais do negócio do que os próprios donos. Precisa-mos envolvê-los no debate para juntos concluirmos essa etapa”, completa.
Branding e tendências
Após a definição do nome, de acordo com Conte, é che-gada a hora da criação da marca. “Finalizada essa primeira
etapa, parte-se para a identidade visual, que predispõe uma nova pesquisa. Dependendo da pressa do cliente, ela pode ser feita em paralelo.”
No branding, muita vezes o naming pode iniciar o pro-cesso de posicionamento de uma marca. “Essa é a parte mais encantadora do processo. Podemos apresentar ao mercado os diferenciais do empreendimento, exploran-do não apenas o visual, mas criar sons, cheiros e sabores, envolver a mente do cliente em um universo em que ele se apaixone por aquela marca e se torne não apenas fiel, como um defensor dela”, expõe Eliana.
Uma das tendências na área, segundo Conte, é o desapare-cimento das marcas patronímicas, ou seja, que utilizam o so-brenome do fundador. “Antigamente, havia um benefício na associação da identidade da empresa à da família. Em função de escândalos de corrupção e da abertura de capital, negócios nesse formato tendem a mudar o nome”, frisa. Outra mudan-ça verificada é a preferência do mercado por termos curtos e sonoros, que surgem para quebrar a formalidade de outras gerações. “Por um bom tempo, buscou-se opções fáceis de falar e escrever. Hoje, as empresas estão mais preocupadas com a originalidade e optam por uma grafia diferente. São denominações mais provocativas, menos óbvias, que ofere-cem uma sensação, com teor de experiência. Quanto mais di-ferentes as palavras, mais fáceis de registrar.”
Buscando resultados
Confira algumas dicas da diretora executiva da Branding Marcas Brasil, Eliana Figueiredo, para quem precisa escolher um bom nome a sua empresa, seus produtos e serviços ou dar um upgrade nos negócios:
siga a tendência de nomes pequenos e de
fácil memorização.
a escolha da palavra certa ajudará a posicionar
a sua marca no mundo digital, facilitando o trabalho de
seo na hora de otimizar e interagir com o público e
com a busca orgânica.
naming é assunto sério e deve ser criado junto com o
logotipo e o slogan (se necessário).
a pronúncia também deve ser estudada. Verifique
a identidade verbal.
38
seNACOu
tubr
o 20
17
150
novidade neste ano: a participação efetiva das empresas do setor de comércio de bens, servi-ços e turismo, que agora podem apresentar suas demandas à instituição. A partir da fase de captação das necessidades, caberá aos colaboradores (em uma segunda etapa) a propo-sição de soluções criativas por meio do desenvolvimento de projetos vinculados ao Edital de Inovação 2017.
A mudança é vista como uma evolução natural, depois de sete anos de história. Desde o lançamento do primeiro edital, já foram recebidos mais de 200 projetos. De acordo com a coordenadora do Núcleo de Educação Profissional do Senac-RS (NEP), Miriam Henz, a nova ideia une esforços de empresários e instituições de educação em busca do desen-
O prOgrama InOvaçãO, dO Senac-rS, fOI lançadO cOm uma
SoluçõeS por encomenda
rojeto Inovação adota
novo formato e convIda
setor tercIárIo a envIar suas
demandas para que o senac
pense em respostas crIatIvas
p
©iStock.com/Tadamichi
39
Outu
bro
2017
150
Seletiva para competição internacional em
setembro, foi realizada no Senac Tramandaí a etapa
regional das competições Senac de educação
profissional. O evento reuniu 24 competidores de 14
escolas de todo o estado nas ocupações cuidados
de Saúde e apoio Social, cozinha e cabeleireiro. Os
dois melhores alunos de cada ocupação seguem
treinando juntos até o próximo ano. em 2018, um
deles participará da eliminatória nacional e os vence-
dores representarão o Brasil na WorldSkills 2019, que
acontecerá em Kazan, na rússia. a instituição já tem
um histórico de destaque nas seletivas internacionais.
veStibular 2018/1 em porto alegre a faculdade
Senac porto alegre está com processo aberto para
o agendamento das provas do vestibular de verão
2018. O vestibular é gratuito e oferece 15 cursos de
graduação nas áreas de negócios e tecnologia. Os
interessados podem escolher a melhor data e o horá-
rio pelo site www.senacrs.com.br/vestibular. as provas
serão realizadas de segunda a sexta-feira, com cinco
opções de horário (8h, 10h, 12h30, 15h e 18h30) e aos
sábados, alternadamente, às 10h. a prova de redação
acontece no campus I da faculdade, na rua coronel
genuíno, 130, em horário marcado pelo candidato.
agenda de eventoS
volvimento. “Queremos agir sobre todo e qualquer proble-ma ou ideia de ordem processual e tecnológica apontado pelas organizações do setor terciário”, explica Miriam.
O programa de Edital de Inovação é mais um passo dado nas ações de construção de conhecimento científi-co. “Se na Feira de Projetos, outra iniciativa do Senac-RS, as proposições vêm dos alunos, com base nos conteúdos aprendidos em sala de aula, agora a produção científica fica a cargo dos colaboradores, sejam das unidades ou do departamento regional”, relata. Todos os contribuintes do Sistema Fecomércio-RS, sindicatos e empresas correlatos ao segmento do comércio de bens, serviços e turismo po-dem participar, apresentando sua demanda escrita ou em forma de vídeo (com duração máxima de dois minutos) pelo site www.senacrs.com.br/editaldeinovacao. O prazo para envio vai até 15 de outubro. As soluções começarão a ser trabalhadas a partir de março de 2018.
O Senac-RS definiu algumas regras para análise das pro-postas do varejo. “O primeiro deles é a verificação da com-petência da instituição para solucionar a demanda”, conta Miriam. O segundo critério avalia se a necessidade está ali-nhada à sua Visão (Educar para o trabalho em atividades de comércio de bens, serviços e turismo) e à sua Missão (Ser a instituição brasileira que oferece as melhores soluções em educação profissional, reconhecida pelas empresas). O tercei-ro examina se a proposta requer trabalho em rede por parte do Senac-RS, e o último confere se o demandante tem dispo-nibilidade de dar apoio para a solução formulada, “porque em algum momento vamos precisar simular se tudo funciona e traz os resultados esperados numa situação real”, resume a coordenadora. Os de melhor pontuação, com base em Escala Likert (baseada em níveis de concordância com afirmações), serão os escolhidos.
19/outmostra de talentos
o Senac de novo Hamburgo promove a divul-gação dos trabalhos finais desenvolvidos pelos alunos do curso técnico em modelagem de vestu-ário. o evento é aberto ao público, com pequena exposição de trabalhos e desfile de minicoleções. Será no auditório da entidade, às 19h30.
De 5 a 15/outoficinas gratuitas
gramado recebe o 9º Festival de gastronomia e o Senac do município participa com oficinas gratui-tas. as atividades acontecem das 10h às 22h, em três pontos da cidade: rua coberta, praça major nicoletti e rua pedro Benetti.
SaiBa maiS
o quê: edital para projetos de Inovação do Senac-rS.como funciona: as empresas do varejo podem enviar suas demandas para a instituição, que ficará encarregada de pensar em soluções criativas, em uma segunda etapa.Quando: O prazo para envio vai até 15/10.informações: www.senacrs.com.br/editaldeinovacao.
40
Outu
bro
2017
150
dossiê Chimarrão
uito consumida na
argentina, no Brasil e no
uruguai, a erva viajava
milhares de quilômetros e
até atravessava os andes para
chegar a Bolívia, chile e peru
Mfrancês August de Saint-Hilaire para a er-
va-mate, em 1820, quando teve o seu primeiro contato com a árvore no Paraguai. Poucos sabem que o naturalista retratou-se em um livro, hoje guardado em uma biblioteca de Paris, reconhecendo que teria sido mais adequado tê-la chamado de Ilex brasiliensis. O motivo: descobriu que no Brasil a erva era nativa em maior quantidade e melhor qualidade.
A planta foi primeiro utilizada e cultivada pelos índios guaranis, cujo território era banhado, sobretudo, pelos rios Paraná, Uruguai e Paraguai. Outras tribos realizavam co-mércio de troca com a bebida.
O transporte era feito por milhares de quilômetros, che-gando à Bolívia, ao Peru e ao Chile. A palavra mate vem do
Ilex paraguarIensIs foi o noMe científico dado pelo botânico
©iStock.com/larisa blinova
Um mate amargo
41
Outu
bro
2017
150
quechua, mati, que significa tanto um recipiente para uma bebida quanto uma infusão de erva. O seu consumo chegou a ser proibido no sul do Brasil durante o século XVI, sendo considerada “erva do diabo” por padres je-suítas. Como resgata a publicação Erva-Mate, do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, os jesuítas não tardaram a fazer plantações da cultura, estudando a fun-do o seu sistema vegetativo. A mudança de atitude é atri-buída à crença de que o mate poderia afastar os indígenas das bebidas alcoólicas.
A forma tradicional de tomar o mate, ou chimarrão, é com cuia, bomba e chaleira. A cuia é feita do poron-go, amadurecido e limpo de sementes. Quanto à bomba, é um tubo achatado na extremidade que se leva à boca e arredondada na outra. A primitiva era de cana ou taqua-ra, muitas vezes repleta de coloridos arabescos. Hoje o material mais usado é o metal branco, liso ou com relevo, sendo o de prata com bocal de ouro a combinação mais sofisticada. Algumas podem ser tão trabalhadas que se tornam itens de coleção.
Regras de etiqueta
Tomar chimarrão é, sobretudo, um hábito social, algo para se fazer entre amigos, com a família ou até mesmo no trabalho. A primeira porção é tomada por quem prepara. Em alguns lugares, inclusive, não fazer isso é considerado um erro, pois a água pode estar quente ou fria demais. A segunda vez em que a bebida é servida pode ser no-vamente do cevador, se a primeira não estava adequada. A cuia é passada sempre para a pessoa à direita, que deve beber tudo, até o mate “roncar”. Quando ele já recebeu muitas porções de água, se diz que ele está lavado. Outra regra é que apenas quem preparou pode mexer na bom-ba. Quem fica conversando e demora a tomar pode ou-vir, de brincadeira, que o chimarrão não é microfone. Já quando se diz obrigado, é sinal de que a pessoa não quer mais participar da roda.
Alguns apreciadores preferem acrescentar mel ou açúcar a beber o mate amargo, uma prática mais comum em outros estados do Brasil – no Rio Grande do Sul, isso causa, no mínimo, um estranhamento. Também pode ser preparado com outros chás.
Uma maneira alternativa de tomar o mate é o tererê, com água gelada, consumido em vários países, sobretudo no Paraguai. A bebida, à qual se podem adicionar ervas medicinais ou suco, deve ser sorvida de uma só vez. Um chifre pode ser usado no lugar da cuia.
A erva-mate beneficiada se divide entre chimarrão e chá. O primeiro destina-se ao tradicional mercado sul-americano, e o segundo, para os mercados norte-ame-ricano e europeu. No Brasil, o seu consumo se concentra no chimarrão, uma tradição dos habitantes de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Até chegar aos mercados, o vegetal passa por duas etapas de produção. A primei-ra, denominada ciclo de cancheamento, abrange diversas operações realizadas pelo produtor, que incluem corte, secagem e coagem. O segundo ciclo consiste em retifica-ção da secagem, limpeza e trituração da erva cancheada a várias granulações, separadas por peneiras.
Energia natural
De acordo com um estudo do Euromonitor Interna-cional, o chimarrão é a bebida quente mais consumida no mundo, depois do café – embora seja prevalente em apenas algumas regiões, quem bebe costuma fazê-lo em grandes volumes. No entanto, a dependência de um nú-mero limitado de mercados, que também são economica-
©iS
toc
k.c
om
/MM
Soria
no
42
Outu
bro
2017
150
dossiê Chimarrão
cURioSidadeS
sucEsso na síRiaa introdução da bebida na Síria teria
começado com a grande imigração
desse país para a argentina, que
ocorreu entre os anos 1850 e 1860.
Quando muitos regressaram a suas
terras, levaram consigo o costume.
TEmpERaTuRaa água do chimarrão não deve
ser fervida, pois queima a erva
e deixa o mate amargo. o ideal
é tirar a água quando a chaleira
começar a chiar, mais ou menos
com a temperatura a 80°c.
42
Outu
bro
2017
150
mente instáveis, é um problema para os produtores. O rela-tório considera difícil o aumento da venda do produto em áreas além da América Latina que já têm consumo de café e chá bem arraigado, pois enfrenta obstáculos por ter um gosto que costuma levar algum tempo a se acostumar. Por outro lado, a erva-mate é ingrediente-chave de uma onda de bebidas que está chegando a países distantes da América do Sul, com o atrativo de ser uma fonte de energia natural.
maiores consumidores
O mercado global do produto sofre oscilações por conta da Argentina. O país onde mais se fatura com a sua venda (US$ 0,5 bilhão no varejo, anualmente) tem estado em problemas econômicos há anos, com inflação desenfrea-da, aumento dos déficits fiscais e rígidos controles de ca-pital. O comércio ervateiro foi protegido contra as maio-res flutuações econômicas, graças, em grande parte, aos controles de preços. O valor atual ainda está muito abaixo em relação à taxa de inflação. Se o governo deixasse o preço aumentar mais, provavelmente haveria um declí-nio acentuado nas vendas.
pRimo gEladoo chimarrão é bem diferente do
chá-mate que faz sucesso no Rio
de Janeiro. o segundo é feito
a partir da planta tostada, que
lhe confere a cor acobreada, e
consumido gelado e adoçado.
©iS
tock
.com
/ale
xis 8
4
A Argentina não é o único país em que se toma muito mate, mas os outros países não estão em posição de com-pensar o atual cenário dos “hermanos”. O Brasil é o se-gundo mercado consumidor mundial. Contudo, prevê-se uma queda de 4% ao ano em termos de volume. O hábito de tomar chimarrão é limitado a apenas algumas áreas do país e é mais raro entre consumidores millenials, que pre-ferem outras opções de bebidas quentes, especialmente fora da Região Sul.
Os uruguaios tomam cerca de 19 litros por ano per capita, marca que os torna os principais consumidores do mundo e posiciona o pequeno país como terceiro maior mercado global do produto. O sucesso do mate no país significa, no entanto, que há uma margem limitada de crescimento. Os baixos preços das commodities agrícolas e os problemas eco-nômicos em ambos os seus grandes vizinhos (Brasil e Argen-tina) tampouco favorecem essa indústria.
Considerando esse contexto econômico, o Chile é o único mercado significativo para aumentar as vendas, pois é um país que vive um crescimento na economia. No entanto, o mate não é tão popular no Chile nem se beneficia tanto do crescimento econômico quanto outras bebidas quentes.
©iS
tock
.com
/Ja
cob
slot
©iS
tock
.com
/Rez
-art
vis
ão e
conôm
ica
43
Outu
bro
2017
150
Marcelo PortugalConsultor Econômico da Fecomércio-RS
AcAbou A recessão? Joã
o A
lve
s/Fe
co
mé
rcio
-RS
em função da maior participação da agropecuária no PIB gaúcho.
O pessimista vai dizer que 0,8% é um índice pífio. Em parte, isso é verdade. A expansão está longe de recuperar as quedas de pro-duto e renda real que ocorreram entre 2015 e 2016. Ainda estamos mais pobres do que antes do início da recessão. Contudo, temos de considerar que estamos em rota para uma aceleração do crescimento. A inflação continua muito baixa e deve terminar o ano no patamar dos 3%. Com inflação baixa, os juros vão continuar caindo, incentivando o crédito e o consumo das famílias. O desem-prego parou de aumentar.
Respondendo objetivamente à pergunta do título deste artigo, é possível, sim, afirmar que a recessão acabou. A retomada é gradual até o momento, mas deverá se acelerar aos poucos nos próximos trimestres. A agenda agora não é mais tirar o país da recessão, mas sim o que precisamos fazer para acelerar a melhora econômica. Em parte, já demos um grande passo nesse sentido com a aprovação da Reforma Trabalhista. Mas ainda falta avançar nas reformas Tributária e da Previdência.
A EConomiA bRASilEiRA estagnou em 2014 e entrou em recessão no ano seguinte. A partir do primeiro trimestre de 2015, o PIB caiu por oito trimestres consecutivos. Mas boas notícias começaram a surgir a partir do primeiro trimestre de 2017, quando o índice parou de cair – na verdade, entre janeiro e março deste ano, ele cresceu fortemente (1%). O resultado, contudo, não era suficiente para decretar o fim da recessão, pois foi muito influenciado pelo excelente desempenho, não recorrente, da agropecuária. Entretanto, no segundo trimestre, voltou a mostrar um resultado positivo (0,2%). Embora mais modesto, o crescimento de abril a junho foi mais equilibrado entre os setores da economia.
O resultado é que, depois de oito trimestres de queda, em 2017, o PIB teve uma expansão por dois trimestres consecutivos. Mesmo que a economia cresça zero até o final do ano, o índice apresentará um incremento de 0,47% neste ano. Contudo, como ele deverá voltar a crescer neste semestre, a previsão para a expansão do PIB no ano continua sendo de 0,8%. No caso do Rio Grande do Sul, o aumento será ainda maior que o esperado para o Brasil,
44
Outu
bro
2017
150
nic
ho Lojas de decoração
outros elementos adequados aos espaços, gera bem-estar, conforto e praticidade a quem os habita. A pre-ocupação em planejar e transformar determinados locais, sejam residenciais ou profissionais, tem acompanhado con-sumidores de diferentes classes e culturas ao longo de dé-cadas. Pesquisa realizada pela MultiCrédito Inteligência e Tecnologia indica que o mercado de decoração cresceu 21% em 2016, em relação a 2015. Dados da Associação Brasileira de Design de Interiores apontam que o setor cresceu quase 500% entre 2004 e 2014. Empreendedores apostam em ten-dências e novidades para atrair clientes, diante da ampla concorrência em plataformas física e online.
Manter os aMbientes bonitos, coM objetos, Móveis e
desejo de embelezar a casa
ou o escritório, entre outros
lugares, faz com que os
consumidores mantenham
o mercado de lojas de
decoração aquecido.
o
Criando e reinventando
espaços
©istock.com/andre sr
45
Outu
bro
2017
150
Com 25 anos de atuação no mercado, a Bergonsi Deco-rações, de Erechim, trabalha com diversas linhas de teci-dos para sofás e cadeiras, além de persianas, tapetes, cama, mesa e banho e cortinas prontas. “Nosso diferencial é a oferta de serviços de reforma e fabricação de estofados sob medida e cortinas”, afirma o proprietário, Gláuber Fernan-do Bergonsi. A loja, localizada na avenida Germano Hof-mann, no centro da cidade, foi iniciada pelo seu pai, Jar-delino Bergonsi, já falecido. “Desde jovem, ele trabalhou no ramo. Após alguns anos como empregado, montou uma estofaria com um sócio, que durou 17 anos”, resgata. Em 1992, o comerciante abriu um novo negócio com a esposa e os dois filhos, contando com quatro colaboradores. A em-presa familiar se mantém até hoje no mesmo ponto, com 1.140 m2, possuindo 11 colaboradores, divididos nos seto-res da loja, na estofaria e na confecção de cortinas.
Gláuber cita que muitas lojas tradicionais e familiares do setor na região deixaram o mercado por problemas re-lacionados à economia do país ou questões de sucessão. “Elas deram oportunidade a novos empreendedores, o que fez a concorrência aumentar”, avalia. Ele considera que a área tem sofrido muitas transformações, principalmente pelo surgimento de novas tecnologias. “O consumidor tem muito mais agilidade no recebimento de informações e os lançamentos dos grandes centros estão instantaneamen-te à mão das pessoas. Muitos vêm à loja com uma ideia já formada”, expõe. Mudanças rápidas em tendências, com novas opções de cores, motivos de estampas e design dife-renciado, segundo Gláuber, requerem uma grande atenção na escolha do mix. “Tecidos para revestimento de paredes e cortinas com elos são alguns produtos de grande procura e fazem sucessso com o consumidor”, aponta.
Para se manter competitiva em meio à crise econômi-ca, a empresa busca um controle mais rígido de custos. “Procuramos novas opções, mas sem perder a qualida-de”, garante. Depois de um início de ano mais lento, o varejista notou desde abril um ligeiro crescimento nas vendas. “Temos tido bom retorno com a divulgação nas redes sociais. Esperamos um crescimento mínimo de 5% em 2017, em relação ao ano anterior. Queremos manter nossa posição no mercado regional, oferecendo serviços e soluções sempre com qualidade, nossa maior marca, e com um preço justo.”
Paixão Por decoração
Outra tradicional representante do setor é a Oba Oba De-corar, que possui 25 anos de atuação no mercado gaúcho. A proprietária, Marilene Aguiar Tacce, conta que a escolha pela área aconteceu naturalmente, por uma preferência pes-soal. “Começamos em Guaíba no início da década de 90, com quatro funcionários. O foco era utilidades domésticas, e com o passar dos anos, a paixão por decoração fez com que entrás-semos nesse nicho”, resgata. Hoje, a loja está localizada em Santa Cruz do Sul, na rua Tenente-Coronel Brito, centro do município, e possui uma ampla variedade de objetos, linhas de utensílios domésticos, bazar, presentes, móveis em madei-ra de demolição e em estilo provençal. “A área de decoração tem oito funcionários. Procuramos montar ambientes por cor com sugestões para os nossos clientes”, explica.
Para ela, o setor está em crescimento, devido à preocupa-ção com a beleza e o conforto dos ambientes. “Acredito que cada vez mais as pessoas estão recebendo amigos em suas re-sidências, e a decoração passou a fazer parte para tornar es-tes espaços aconchegantes e com a personalidade de seus mo-radores.” A grande tendência, segundo ela, é criar cada vez mais espaços integrados: “Dessa forma, consegue-se receber pessoas, compartilhar momentos e trazer o verde para den-tro de casa, tornando o dia a dia mais prático e acolhedor”.
Marilene participa dos principais eventos do ramo para buscar inovações. “Procuramos sempre novidades para en-cantar nossos clientes”, expõe. Entre os obstáculos enfrenta-dos no seu segmento, ela cita a dificuldade de oferecer preços
Div
ulg
aç
ão
/be
rgo
nsi D
ec
ora
çõ
es
Bergonsi Decorações, de Erechim, oferece
diversas opções para ornamentar ambientes
46
Outu
bro
2017
150
nic
ho Lojas de decoração
nic
ho
competitivos devido à pesada carga tributária do país. No entanto, 2017 está sendo positivo para a Oba Oba Decorar. “Conseguimos atingir nossas metas de vendas e estamos otimistas em relação aos próximos meses. Acredito que as vendas de Natal irão superar as expectativas”, projeta. Ela espera seguir com esse trabalho, em prol de dias melhores. “Fazemos tudo com amor e acreditamos em um mundo mais bonito. Um sorriso muda o seu dia, e é esse o nosso maior objetivo, buscar sempre novidades, surpreender e encantar nossos clientes.”
aPosta no e-commerce
O publicitário André Fernando Zucatti e a de-signer Rosemari Yumi Yonekawa aproveitaram a experiência no desenvolvimento de produtos do Studio My Designer, em Novo Hamburgo, para vender suas próprias peças na internet. Foram
alguns anos de trabalhos paralelos até que, em 2015, de-cidiram criar a marca Decohouse. “Foi mais vantajoso ter uma loja virtual do que atuar no segmento de Ser-viços. Focamos na criação, produção e comercialização dos nossos produtos e essa autossuficiência fez com que nos destacássemos no mercado”, afirma o empreende-dor. São cerca de 3 mil itens cadastrados no site, prin-cipalmente para a decoração de parede, como quadros e pôsteres, além da curadoria de objetos adquiridos de ter-ceiros, como luminárias, porcelanas e pequenos artigos de metal. “São pequenos acessórios, estampas adesivas e outros utensílios que vão completar os ambientes, para quem quer repaginá-los sem gastar muito”, reforça Zu-catti. Mensalmente, são comercializados em torno de 2 mil itens. “A maioria opta por uma coletânea de produtos para compor um ambiente no mesmo pedido.”
Acompanhando as tendências, os profissionais traba-lham com os estilos Escandinavo, Industrial e Boho (influ-ências hippie e cigana). “Temos 120 mil seguidores no Ins-tagram e 200 mil no Facebook. Tentamos identificar o que essas pessoas gostam, fazemos pesquisas no universo da moda, blogueiros e redes sociais, entre outras fontes”, des-creve. A decoração, segundo Zucatti, é um tipo de compra planejada e mais consciente. “Nosso público não costuma
consumir tanto por impulso. Por isso, continua investindo nisso, mesmo em tempos de crise. Fazemos ações de marke-ting digital, por meio da segmentação de anúncios, disponi-bilizamos cupons de desconto, conteúdos e outros gatilhos mentais para chamar a atenção e estimular compras.”
Ele lembra que o e-commerce é um dos mercados que mais crescem no Brasil. “As pessoas estão cada vez mais optando por comprar na internet por comodidade, facilida-de e valores diferenciados. É preciso estar preparado para atender o cliente omnichannel, que busca a experiência em múltiplos canais. Para quem estiver preparado, esse é um determinante de sucesso.” No final do ano passado, os só-cios montaram um showroom na Avenida Victor Hugo Kunz, bairro Hamburgo Velho, para os clientes mais tradicionais, que fazem questão de ver de perto e escolher os itens de sua preferência. “Contamos com seis funcionários, mas o espaço físico não tem atendimento específico. Deve-se fazer agen-damento”, ressalta.
A Decohouse, conforme ele, cresceu 15% entre janeiro e setembro, em comparação ao faturamento do mesmo perío-do do ano passado. “A data mais importante no e-commerce é a Black Friday, pois alguns compram já pensando no Natal. Muitos até deixam de comprar antes para aguardar as pro-moções do final de novembro.” Para 2018, Zucatti planeja a migração para uma plataforma mais robusta. “Queremos am-pliar ainda mais a nossa linha de produtos, além de possibili-tar a personalização de mensagens sugeridas pelos clientes.”
Div
ulg
aç
ão
/De
co
hous
e
Decohouse conta com showroom para a
retirada dos produtos vendidos na loja virtual
47
Outu
bro
2017
150
pelo mundo
Espanha ganha sEu primEiro café da sonEcaA cidade de Madri conta agora com um refúgio perfeito para quem sente sono depois do almoço ou em qualquer outro momento do dia. Localizado em um centro empresarial, o café Siesta&Go disponibiliza 19 camas, que podem ser reservadas por agendamento prévio ou ocupadas na hora. Em seu site, a empresa reitera que sua proposta auxilia na saúde da população, uma vez que “tirar uma sesta” aumenta a capacidade de resolver problemas e estimula a criatividade, a imaginação e a intuição. Além de proporcionar um ambiente silencioso, o estabelecimento oferece quartos com mesas, cadeiras de descanso e internet.
O serviço custa 14 euros por hora e o cliente só é cobrado quando sai do local. Caso alguém tenha dormido mais que o planejado, o Siesta&Go dá cinco minutos de cortesia.
Esculturas rEalistas fEitas dE rEsíduos
Pneus furados, tubulações velhas, peças de carro,
plásticos e sucatas em geral são diretamente descartados
após o uso. Mas para uma mente criativa que vê além das possibilidades isso tudo pode ser transformado em arte. Um bom exemplo é o português Bordalo II, que a partir do que encontrou
no lixo criou uma série de esculturas de animais.
Misturando cores, formatos e texturas, o artista cria
incríveis instalações que retratam, de forma
detalhista e fiel, corujas, tartarugas e coelhos, entre
outros. Intitulada Trash Animals, a série é instalada em diversos lugares, como
paredes e muros de centros urbanos, terrenos baldios
e locais abandonados. Com suas esculturas, o artista
propõe a discussão sobre o consumismo desenfreado de
nossa sociedade e promove a consciência ambiental a partir do reaproveitamento de
materiais para fazer arte.
na china, pagamEntos podEm
sEr confirmados com um sorriso Utilizando tecnologia de ponta para trazer
praticidade aos clientes, a empresa chinesa de
serviços de pagamentos online Alipay está disponibilizando o sistema Smile to Pay. Criada pela Ant Financial, a tecnologia reconhece o sorriso
do cliente no ato do pagamento da refeição por meio de uma câmera no caixa do restaurante. Para deixar o procedimento mais seguro,
o comprador deve inserir seu número de celular de acordo com seu cadastro no site da Alipay. Como o sistema trabalha com algoritmos
sofisticados em conjunto com uma câmera 3D, a empresa garante que não há formas de falsificar a aparência do usuário ou de se apropriar de
sua imagem para realizar o pagamento com o Smile to Pay.
Divulgação/Bordalo II
Div
ulg
açã
o/Si
esta
&G
o
Rep
rod
uçã
o
48
Outu
bro
2017
150
vis
ão p
olitica
O COngressO naCiOnal vem discutindo propostas de alteração no sistema político brasileiro. Quem acompanha essas discussões, mesmo que de longe, nota facilmente que existe uma lacuna importante no debate.
As notícias que acompanhamos na imprensa acerca do tema trazem um arsenal de nomes que figuram nos desacordos do congresso: sistema distrital, distrital misto, “distri-tão”, “distritão” misto, parlamentarismo, semipresidencialismo, cláusula de barreira e de desempenho. Sobram ideias, mas fal-tam justificativas, bases técnicas, esclareci-mentos e calma no debate.
Toda proposta de reforma deve começar pelo entendimento claro de um problema. No caso de uma reforma do sistema político, ainda mais, visto que a força e a legitimidade de uma democracia dependem bastante da estabilidade de regras. As normas só deveriam ser alteradas quando há clareza total para a população sobre quais os problemas existentes e como as alterações podem ajudar a resolver esses problemas. Não é o caso atual.
Na atabalhoada discussão que vem sendo realizada em Brasília, as propostas surgem como cartas retiradas aleatoriamente de um baralho de opções para dar uma satisfação
Lucas schifinoConsultor Político da Fecomércio-rs
RefoRma política paRa quê?
lúc
ia s
imo
n
para a população brasileira, que não se sen-te representada pelos políticos e se envergo-nha da corrupção generalizada. Os brasilei-ros enxergam claramente um problema: a corrupção. No entanto, como as regras atu-ais e as eventuais novas normas incentivam ou poderiam inibir esse comportamento por parte de nossos representantes e a existên-cia de outros problemas associados não são ideias de amplo domínio público.
A escolha de um eventual novo sistema deveria estar centrada em uma análise mais profunda de causa e consequência. Empresas estatais com orçamento gigantesco e ineficiência do sistema de julgamento e punição, por exemplo, são causas da corrupção que nada têm a ver com o sistema eleitoral e que também deveriam estar contempladas pelo debate.
No que diz respeito ao sistema político, a fragmentação no Congresso (dentro e fora dos partidos) e o alto custo das campanhas no Brasil são outras adversidades por si só e também associadas à corrupção. Precisamos de regras eleitorais que contribuam para minimizá-las e que forcem o eleitor brasilei-ro, acostumado a votar em personalidades, a valorizar mais seu voto como representação de uma ideologia, reduzindo a importância do marketing eleitoral. Será que estamos no caminho certo?
49
Outu
bro
2017
150
monitor de juros mensal
O Monitor de Juros Mensal divulga as taxas de juros de seis modalidades de crédito à pessoa jurídica,
coletadas pelo Banco Central junto às maiores instituições financeiras do Brasil. As taxas correspondem a
médias ponderadas pelos volumes de concessões na primeira semana do mês e incluem encargos fiscais e
operacionais incidentes sobre elas.
Capital de Giro Com prazo até 365 dias
anteCipação de Faturas de Cartão de Crédito
desConto de Cheques
no
tas
Capital de Giro Com prazo aCima de 365 dias
Cheque espeCial
Conta Garantida
1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito efinanceiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, elas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal.2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre elas.
InstituiçãoTaxa de juros
(% a.m.)ago
1,72
2,68
1,89
1,98
2,37
2,72
3,24
Banco do Brasil
Santander
Banco Safra
Itaú
Bradesco
Banrisul
Caixa
seT
0,90
1,66
1,77
1,94
2,08
2,28
2,94
InstituiçãoTaxa de juros
(% a.m.)ago
1,42
1,33
2,29
2,83
3,10
Itaú
Banco Safra
Bradesco
Banco do Brasil
Santander
seT
1,42
1,46
2,43
2,68
3,21
InstituiçãoTaxa de juros
(% a.m.)ago
2,26
2,40
2,73
2,78
3,75
2,98
3,28
Banco Safra
Banrisul
Santander
Bradesco
Banco do Brasil
Itaú
Caixa
seT
1,86
2,35
2,70
2,82
2,87
2,89
3,35
InstituiçãoTaxa de juros
(% a.m.)ago
1,47
1,48
1,91
1,98
1,84
2,08
2,43
Banco Safra
Banco do Brasil
Itaú
Bradesco
Santander
Caixa
Banrisul
seT
1,24
1,42
1,87
2,11
2,13
2,18
2,33
InstituiçãoTaxa de juros
(% a.m.)ago
10,04
9,58
13,38
13,51
13,36
13,68
13,75
Banco Safra
Banrisul
Itaú
Banco do Brasil
Bradesco
Santander
Caixa
seT
9,12
9,39
13,44
13,51
13,60
13,71
13,76
InstituiçãoTaxa de juros
(% a.m.)ago
2,64
2,62
2,90
3,71
4,42
9,37
Banrisul
Santander
Banco do Brasil
Itaú
Bradesco
Banco Safra
seT
2,49
2,61
2,83
3,67
4,38
7,13
É permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-RS, desde que citada a fonte. A Fecomércio-RS não se responsabiliza por atos/interpretações/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações.
/ setembro 2017
50
Outu
bro
2017
150
DICAS DO MÊS
Unidos por Um bem maiorFilme ganhador do Oscar de melhor documentário em longa-metragem
em 2006, A marcha dos pinguins narra a jornada que os pinguins-imperadores
realizam anualmente na Antártida. Durante o outono – época de repro-dução da espécie –, as aves migram para o interior do continente a fim de acasalar. Então, as fêmeas colo-cam os ovos e os machos chocam,
enquanto elas voltam ao litoral para buscar alimento para os seus filho-tes. Durante os meses em que elas
estão distantes, os machos ficam sem comer, unidos para se aquecer no inverno, e guardando os seus ovos entre as patinhas. Quando elas vol-tam, depois de encararem um longo
período embaixo do mar, combatendo predadores, os machos estão exaustos
e famintos, e todos se reúnem para conhecer os filhotes que eclodem dos ovos. O documentário é uma metáfora para o trabalho em conjunto de uma
organização – seja ela familiar ou em-presarial – e como cada ação desem-
penhada por todos os envolvidos é de extrema importância para o objetivo
final – o eclodir de uma nova vida.
film
e
Ficha técnicaTíTulo: A marcha dos pinguins
Gênero: Documentário
Direção: Luc Jacquet
Duração: 80 minutos
inovando mais ainda o marketingConsiderado o pai do marketing moderno, Philip Kotler volta às livrarias com o lançamento Marketing 4.0 – Do tradicional ao digital. Se em suas obras anteriores Kotler apresentou conceitos do marketing
orientados ao produto, ao consumidor e ao ser humano, agora, junto com Hermawan Kartaya e Iwan Setiawan, o especialista examina as trans-formações da passagem do marketing tradicional para o digital. Ele também explora as implicações desse modelo para a vida cotidiana da socieda-de, demonstrando as transformações profundas efetuadas por ele. No livro, os autores apontam
que o marketing deve guiar o consumidor desde a apresentação da marca até alcan-çar a fidelização total, além de apontar estratégias e tendências como a impor-tância de resenhas na decisão de compra, o papel das subculturas digitais e a rele-vância do merchandising de conteúdo para fomentar a curiosidade do cliente.
livro
Div
ulg
aç
ão
/Ca
be
noc
arro
Rep
rod
uçã
o
app
entregas colaborativasRealizar o transporte de objetos pode trazer muita dor de ca-
beça aos envolvidos, pois geralmente inclui um modus operandi caro, principalmente quando são pacotes maiores e longas viagens. Atendendo a essa demanda e também seguindo a
tendência de redes colaborativas, a plataforma Cabenocarro conecta proprietários de automóveis a pessoas que precisam enviar itens de um lugar para outro, promovendo economia.
Para encontrar um ‘entregador’, o interessado anuncia o objeto que precisa enviar, com detalhamento de origem, destino,
tamanho e descrição do item – que não precisa estar embalado, mas, se estiver, deve ser mantido aberto
para vistoria do ‘transportador’. Quem deseja transportar, ou ser um viajante,
como a plataforma denomina, deve efetuar o cadastro no app e informar
dados como documentação do veículo e Carteira Nacional de Habilitação.
Ficha técnicaTíTulo: Marketing 4.0 – Do tradicional ao digital
eDiTora: Sextante
auTor: Philip Kotler, Hermawan Kartaya e Iwan Setiawan
ano: 2017
Divulgação