Bonitinho
O monstrinho bonzinho
Escrito por Eduardo Albero
Ilustrado por Patricia Rollo Fosello Albero
Priscila, Felipe e Júlia,
Obrigado por transformar cada dia de minha vida em uma história maluca!
Vocês são minha inspiração!
Pató,
Obrigado por nos emprestar seu talento para colorir nossas maluquices!
Já era fim de tarde. Eduardo olhou no relógio e tomou um susto: estava muito atrasado
para buscar seus filhos na escola!
"Coitadinhos", pensou, enquanto pegava suas coisas e saía correndo do trabalho. "Devem
estar sozinhos, tristes porque eu ainda não cheguei!"
Depois de costurar o trânsito infernal da cidade onde morava, chegou ofegante à escola das
crianças. O segurança já fechava a porta...
"Tio, Tio", gritou o pai, "Chama o Felipe e a Júlia, por favor!".
Com o coração apertado, se preparou para consolar os filhos, que provavelmente já
estavam chorando àquela hora... Mas, para sua surpresa, viu os dois caminhando,
calmamente, em sua direção, com carinhas felizes, como se nada tivesse acontecido.
Eduardo abraçou seus filhos, aliviado por ter conseguido chegar à escola. Enquanto
colocava os dois no carro, assumiu sua culpa:
"O papai se atrasou muito hoje, né? Vocês me desculpam?"
"Tudo bem, pai", respondeu Felipe. "A gente tava brincando no brinquedão novo da
escola."
"Ah, que bom, filho!", respirou aliviado o pai. "Vocês se divertiram bastante, então?"
"Sim, hoje foi bem legal! A gente até derrotou o Mordum!", comemorou Felipe, orgulhoso
por sua vitória.
"Mordum?! Mas quem é Mordum?", perguntou assustado, o pai.
"É o brinquedão da escola, pai! Na verdade, ele é um etê disfarçado de brinquedão! E ele
queria comer todas as crianças da escola! Ele até me engoliu! Olha a baba dele aqui, ó!",
contou Felipe, apontando para o cabelo suado.
Eduardo deu risada da imaginação fértil do filho, e decidiu entrar na brincadeira.
"Puxa filho, que perigo!", exclamou, fingindo estar realmente preocupado. "E a Júlia? O etê
engoliu ela também?"
"Não, pai! A Júlia é pequena, né? Ela se escondeu embaixo do narigão dele", respondeu
Felipe, enquanto fazia um cafuné na cabeça de sua irmãzinha.