I- BREVE HISTÓRICO DO FOLCLORE
Qualquer assunto em cordel É bem gostoso de lerA história vai seguindo E a gente querendo ver E o final da aventura De quem ousou escrever
Não digo que sou poeta Não me incluo nessa lista Mas aprendi a rimar Com os versos dos cordelistasContadores de históriaQue guardo vivo em memóriaO feito desses artistas
Nos versos desse cordelVamos então passear Conhecer sobre o folcloreManifestação popular Que pelo Brasil aforaEntre o povo se afloraTentando se preservar
Que o folclore é cultura Isso ninguém contestaSão tradições popularesQue no povo se manifestaDo que li quero informarO que do folclore se atesta
Para entender o folcloreSua importância e valorTrago em versos abordagensPara o bom pesquisadorQue na ânsia de entenderPrecisa também conhecerTemas com o mesmo teor
O que é cultura eruditaO que é cultura popularO que é cultura de massaMesmo sem me aprofundarSei que o leitor precisaNessa fonte de pesquisaQuero então lhe informarA CULTURA ERUDITAÉ cientifica e ampliadaTem por base a razão
É ampla e sofisticadaÉ a cultura da minoriaQue do saber se apropriaÉ da classe privilegiada
A CULTURA POPULARSão os valores criadosNa simplicidade dos povosNo mundo afora espalhados De geração em geração Sem mantem em tradiçãoSendo as vezes preservados
Sobre a CULTURA DE MASSASe destaca a imposiçãoPautada nos interessesSem respeito a tradiçãoÉ o lucro que vale a penaÉ o capitalismo em cenaQue move a transformação
Toda cultura é dinâmica O mundo se modifica O povo em necessidadeSua luta intensificaE a cultura popularBuscando se adaptarTornar-se muito mais rica
A INVASÃO CULTURALTambém tem o seu cenário Por isso não poderiaDe deixar um comentárioQuando o povo deixa de ladoValores do seu passadoPelo poder mercenário
O FOLCLORE, por sua vezPreservar sua tradiçãoÉ cultura popularÉ saber sem erudiçãoTem espaço na históriaComo registro e memória De um mundo em transformação
Preserva valores e saberesFestas, músicas e dançasMitos, lendas e costumesRetarda algumas mudançasE na nova sociedade
Alivia no povo a saudadeRevivendo suas lembranças
Mas o que é mesmo folclore? E qual é a sua função?Será que temos respostaPara essa indagação? Com base no que aprendi Vou com você dividirA minha compreensão
O interesse pelo folcloreHá muito tempo surgiuQuando alguns estudiososPara esse tema expandiuO interesse em compararO erudito e o popularEsse universo se abriu
Foi Willian Jhon ThomsUmm arqueólogo InglêsQue em 22 de AgostoDe mil oitocentos e cinquenta e seisEle ousou classificarComo saber popular Na carta que ele fez
Esse dia então ficou Pro povo comemorar Como o dia do folclorePara se conscientizarQue é preciso ter respeitoAo que o homem tem feitoE que devemos preservar
Assim o termo folcloreNeologismo criadoSe referindo às tradições Que passou a ser usado Proo saber tradicionalNo artigo de um jornalO tema foi divulgado
A revista The AthenaeumQue fez a publicaçãoPassando a chamar a folcloreToda manifestaçãoQue o povo reproduziaEm sua sabedoria De geração em geração
O Folk quer dizer povoO lore é sabedoriaE assim surge o folcloreCom toda a sua magiaPara tentar resguardar Todo o saber popularQue o homem cria e recria
O folclore como estudoSe espalhou no mundo inteiroHouve certas discussõesSobre o conceito primeiroFolclore é tradiçãoCultura sem erudiçãoSerá isso verdadeiro?
Mas a verdade em pesquisaÀs vezes é contestada E assim segue o folclorePela sua longa estradaMuito já se pesquisouMas nunca se esgotouPois é obra inacabada
Escritores brasileirosSobre esse assunto estudaram Houve registros importantesQue alguns deles nos deixaramTrazendo em literaturaUm pouco de cada culturaNos temas que pesquisaram
Sistematizando o folcloreDestaque pra João RibeiroEntre outros escritoresEle foi que em primeiroEm sua obra publicouO que ele pesquisouDo folclore brasileiro
Celso e Couto MagalhãesO poeta José de AlencarSílvio Romero e Gonçalves DiasSobre o saber popularNina Rodrigues e Mario de AndradeNobres celebridadesPuderam também comentar
Luís da Câmara CascudoMerece destaque maior
Criou a sociedade do FolclorePara organizar melhor Novo interesse surgiuPro folclore do BrasilNão ter um fracasso pior
Outros escritores do assuntoPodemos aqui destacarEdson Carneiro e Renato AlmeidaPodemos também apontarPara quem quiser aprenderE, mas do folclore saberPodem neles pesquisar
Maynard de AraujoÉ outro pesquisadorLiberto Freire também Sobre o assunto pesquisouSei que são muitos escritoresReconhecidos autores Que o nome aqui falou
Do folclore brasileiroMuitas coisas se perderam Costumes e tradiçõesCom o tempo desapareceramCom o progresso em expansãoFaltou a preservaçãoCoisas boas pereceram
Mas caro amigo leitoQuero a você informarQue o interesse ao folcloreComeçou a se instalarQuando artistas consagradosTiveram trabalhos voltadosPra cultura popular
Artistas ligados a eliteReceberam influênciaDa cultura popularEm toda a sua essênciaPodemos então dizerQue o folclore passou a terUm diálogo com a ciência
Destaque para os modernistasQue no cenário nacionalNo início do séc. XXForam foco principal
Buscaram a brasilidadePra nossa sociedadeComo proposta ideal
Era o ano do centenárioDa Independência do BrasilA Semana de Arte ModernaNesse contexto surgiuDebates bem acirradosDiscursos bem inflamadosFoi o que muito se viu
Destaque pra Mário de AndradeEsse notável escritorPro folclore brasileiroSua contribuição deixouSendo um homem da ciênciaTeve o diálogo em essênciaO seu legado ficou
Outros artistas de nomeSuas marcas também deixavamElementos do folcloreEm suas obras incorporavamNa arte ou na literaturaO folclore era a culturaQue mais evidenciavam
Tarsila do AmaralEm telas reproduziaElementos popularesQue Brasil afora haviaVilla-Lobos em partiturasDi Cavanti em pinturasO mesmo tema exibia
O folclore segue em destaqueAos poucos se organizandoSociedades e comissõesPelo Brasil se formandoDebates, cartas e companhiasAos poucos se instituíaPara o folclore um comando
Mas o golpe dos militaresQue no Brasil se instalouA quem defendia o folcloreAs portas o poder fechouDizendo ser comunistaTodo e qualquer artista
Que contra o sistema lutou
Depois do enfraquecimentoDo domínio militarRenato de Almeida retomaE volta a incentivarFavorecendo a difusãoDe pesquisa e documentaçãoDe qualquer saber popular
Entre cartas e congressos Com o folclore em discussãoSão criados alguns fatoresPara a identificaçãoPrecisamos entenderQue o folclore há de terNo social sua função
ACEITAÇÃO COLETIVACom o povo participandoA TRADICIONALIDADEÀs gerações preservandoA sua DINAMICIDADEE a sua FUNCIONALIDADEVai no tempo se firmando
No povo surge e se espalhaNão fica no isolamentoAs vezes quando isso ocorreFicando no esquecimentoPode deixar de existirSe ninguém quiser assumirPara ter seu seguimento
E não podemos esquecerQue é patrimônio culturalAlimenta o comércio e o turismoA indústria e o socialNo museu tem sua atençãoÉ instrumento de educaçãoNosso folclore nacional
II- MANIFESTAÇÕES DO FOLCLORE BRASILEIRO
II- FOLCLORE MARANHENSE
Sou brasileiro orgulhosoO nordeste é o meu chãoSou da terra das palmeiras
Estado do maranhãoTenho o saber popularNossa riqueza e tradição
Por amor a minha terra Resolvi me aventurarA falar do MaranhãoQuerendo ao leitor mostrarO folclore do EstadoComo é rico e variadoCabendo então divulgar
Vamos então passearNos versos desse cordelLiteratura popularCumprindo aqui o papelDe informar ao leitorQue o folclore tem valorE a história sendo fiel
O folclore maranhenseMerece, mas atençãoO saber do nosso povo Precisa de proteçãoMesmo com tanta riquezaCarregado de belezaFalta muita informação
Precisamos conhecerO saber que o povo temQue aprende nas dificuldades Sem precisar de ninguémEssa é a arte de viverQue na ânsia de vencerO homem conhece bem
Sejam índios, brancos ou negrosO saber se faz presenteNão importa de onde vemSurge assim naturalmenteDessa miscigenaçãoEmerge no MaranhãoO folclore de sua gente
Crendices, danças e festasLiteratura e superstiçãoComidas típicas e músicasLendas, mitos e religiãoErvas que as vezes curamSaberes que se misturam
Nas terras do Maranhão
O folclore maranhense Resguarda do seu passadoRitmos, sons, cores e festasQue sempre serão lembradosO povo guarda em memóriaUm pouco de sua históriaQue ainda são conservados
Vivemos em movimentosÉ assim toda a sociedadeMudanças que se acentuamNos campos e nas cidadesCulturas que se renovamSaberes que se transformamAssim caminha humanidade
O povo do MaranhãoTem o seu merecimentoDe assegurar seus passosCom o desenvolvimentoEsperamos que o futuroPossa nos deixar seguroSem nos trazer sofrimentos
Cercados por incertezasAonde podemos chegarCom a força do capitalismoQue na ânsia de lucrarDestrói costumes e herançasNão se prende a lembrançasPra suas metas alcançar
Nessa terra das palmeirasOs franceses aportaramE o forte de São LuísDe imediato fundaramMas sem ter muita demoraTiveram que ir emboraOs portugueses o expulsaram
Dessa forma se iniciaA formação culturalOs colonos portuguesesTiveram papel principalNos deixando como herançaLíngua, hábitos e lembrançasEm nosso marco inicial
Os índios nativos e os negrosNos deixaram marcas bem forteSeja na música ou na dançaTivemos cá a nossa sorteO folclore do MaranhãoTem sua força e tradiçãoNão se entregando a morte
Os saberes nessas terrasOnde canta o sabiáTem folclore até no nomePois ninguém pode afirmarQual a real explicaçãoPro nome de MaranhãoEssa terra se chamar
Uns dizem ser nome de rioOutros dizem de navegadorAlguns falam que vem de MaranhãoAldeia que o colonizadorJá tinha em PortugalPor isso deu nome igualPara imprimir mas valor
Das capitais brasileirasUm detalhe em especialFoi a única a não ser fundadaPelas mãos de PortugalPois mesmo não tendo direitoFoi da França esse feitoNo contexto nacional
Mesmo sendo dos francesesO mérito da fundaçãoCidade mas portuguesaNão há em nossa naçãoOs detalhes da culturaAs marcas na arquiteturaNas terras do Maranhão
O forte de São LuísTornou-se a capitalPelo seu valor históricoÉ patrimônio mundialDefendendo sua bandeiraNossa Atenas brasileiraÉ orgulho nacional
Tão fascinante e tão belaÉ um cenário de magia
E que hoje ainda guardaSeu destaque em poesiaMas quero ao leitor falarDa cultura popularRazão da nossa alegria
Temos os nossos fracassos No aspecto social Nossa economia é fracaNo contexto nacionalMesmo sendo um estado pobreO saber do povo é nobreE é a riqueza principal
Povo que tem sua herançaNa força da miscigenaçãoÍndios, negros e portuguesesDeixaram sua contribuiçãoOs seus feitos e legadosHoje ainda preservadosNa cultura e tradição
Tradições que assentamEm festas, folguedos e dançasEm vestuários e culináriaQue resistiram as mudançasCrenças que se preservaramCostumes que nos deixaram Presentes em nossas lembranças
No cenário maranhenseO folclore tem evidênciasOs índios, s negros e brancosNos deixaram a influênciaTradições já secularesSobre as danças popularesTrago as de maior frequência
O Tambor de Crioula em cenaCom sua punga ou umbigadaTemos a dança do lelêDe pela-porco chamadaCordão de Reis e São GonçaloDo Bambaê também faloDanças de gente animada
A beleza do caroçoA dança do cacuriarCada um tem seu destaqueCada uma em seu lugar
De forma mais detalhadaCada dança pesquisadaQuero ao leitor informar
III- DANÇAS FOLCLÓRICAS
DANÇAS DO CORDÃO DE REIS
A DANÇA DO CORDÃO DE REISEm a sua simplicidadeOcorre no ciclo natalinoPelas ruas da cidadeLembra os reis visitando JesusDança em que se traduzCrença, fé e felicidade
O cordão de reis apresentaUm rei e uma rainhaTem dois cordões lateraisTendo dança e ladainhaPor dança de velho e chamadaJá não é tão praticadaComo em outros lugares tinha
O dia seis de JaneiroMarca esse acontecimentoEm ritual de coroaçãoTem-se o encerramentoUm rei passa o seu reinadoUm outro rei é coroadoPra festa ter, seguimento
Formado por senhoritasCom indumentárias vistosasQue saem a “pedir reis”Em ofertas generosasMini orquestra acompanhandoLouvores aos Reis cantandoMuito alegre e majestosas
Abaixo segue um trechoDe um cântico já publicadoPor Domingos Vieira FilhoPesquisador consagradoQue nos traz informaçõesSobre essa tradiçãoHoje pouco praticada
“Os três Reis do orienteForam ontem pra Belém
Foram pedir a Santo ReisPara nós pedir tambémDeus lhe pague os Santos ReisDado de bom coraçãoNeste mundo tem um prêmioE no outro salvação”
Os Cordões de reis maranhensesSe difere de outros estadosPois envolve outros folguedosQue por aqui são criadosNo presépio em louvaçãoEm dança fazem evoluçãoEm um ritual sagrado
Cantam e dançam alegrementeOs integrantes do cordãoO rei do ano seguinteTem a sua coroaçãoPara animar a festaSegue em som a mini orquestraBanjo, pandeiro, clarinete e violão
Mas caro amigo leitorNessa dança já se atestaQue são poucos os lugaresQue ainda se manifestaPois não terá resistênciaSe ninguém der a sequenciaPro futuro dessa festa
Pois o cordão de Santo ReisHoje é pouco praticadoFalta a presença dos jovensPara seguir o legadoPra manter o cordão vivoSeu fim será decretado
DANÇA DO LELÊ
Sobre A DANÇA DO LELÊPossivelmente francesaTambém chamada péla-porcoEm passos tem sua riquezaEm pares dispostos em filaAssim como na quadrilhaTem também sua beleza
Não tem uma data certaPara essa dança acontecer
É quase sempre em promessaQue alguém resolveu fazerLigada a festa de santosAo Divino e outros tantosÉ dança bonita de ver
Desde o século dezenoveJá se tem informaçãoQue essa dança aconteciaNas terras do MaranhãoHoje ainda é encontradaSendo ainda apresentadaEm Axixá e São Simão
Se divide em quatro partesO chorado e a dança grandeA talaveira e o cajueiroE logo a dança se expandeE fazendo a saudaçãoForma-se logo o cordãoAntes que alguém se mande
O chorado é a primeira parteQue ocorre nessa dançaCantores e tocadoresSe saúdam em aliançaDepois de formado o cordãoSegue a apresentaçãoCom toda a sua pujança
A segunda parte o LelêÉ a mais longa da festaOcorre a dança grandeMomento que se atestaAnimação e alegriaRiqueza na coreografiaPrazer que ninguém contesta
A talaveira acontece Invadindo a madrugadaDançando de braços dadosA dança segue animadaA festa seguindo em frenteTendo em volta muita genteAcompanhando a jornada
Segue então o cajueiroQuando o sol já vem raiandoOs músicos e donos da casaEm evoluções se saudando
Entre as “castanhas a juntarE o caju a entregar”A festa vai se acabandoO Lelê ou pela-porcoEssa antiga tradiçãoTem notada decadênciaNas terras do MaranhãoPode até vir a acabarSe ninguém colaborarPra sua preservação
DANÇA DE SÃO GONÇALO
A Dança de São GonçaloBaile de origem bem popular Tem caráter religiosoDançada em frente a um altarÉ feita por devoçãoQue se tornou tradiçãoNas terras desse lugar
São Gonçalo é um SantoCasamenteiro e dançadorÉ o padroeiro das titiasQue dançam em seu louvorPelas graças alcançadasSegue então em jornadasA esse santo tocador
A viola e a rabecaAnimam a cantoriaCastanholas e pandeirosCompletam a harmoniaAs dançarinas cantandoSeguem alegres dançandoTendo o povo em companhia
Essa é a mais uma dançaBaile de alegria e pazÉ ais uma tradiçãoQue vai ficando pra trásPenso que não vai resistirSe ninguém quer assumirLogo não se verá mais
DANÇA DO CAROÇO
Dança de origem indígenaCom a cultura negra mescladaAssim é dança do caroço
De forma livre é dançadaDe qualquer sexo ou idadeTem sua religiosidadeÉ uma dança animada
No delta do ParnaíbaTem destaque essa dançaA cidade de TutóiaResguarda como lembrançaCom cuíca, cabaça e tamboresNas toadas dos cantadoresSe reforçam as lembranças
As vestes são simples e livresOs componentes no cordão Dançam ao som das toadasEm que respondem o refrãoNão importando se velho ou moçoTem rainha no caroçoNessa manifestação
Os vestidos das mulheresDestaca o branco na corGola redonda e corpo baixoMangas em folho a comporA saia franzida e estampadaCurta de folhos formada Dando ao caroço mais valor
A dança do caroçoTambém chegou na capitalDurante as festas juninasFestejo tradicionalTem grupos e companhiasQue trazem a alegriaDessa festa regional
Aos poucos vem ganhando espaçoPois tem grande animaçãoEm círculos os casais sorrindoFazem a evoluçãoTem ritmo e sensualidadeNo campo ou na cidadeVem mantendo a tradição
DANÇA DO CACURIÁ
Dança de roda animadaAssim é o CACURIÁRitmo contagiante
Que o povo gosta de olhar Do toque das caixas e cantoDo Divino Espírito SantoDas caixeiras a brincar
O Divino Espírito SantoÉ festa bem popularPor todo o MaranhãoPodemos ainda encontrarFoi dessa festa que surgiuPara todo o BrasilA dança do Cacuriá
Durante a festa do Divino Festejo que é marcadoPelo desfeche finalNo mastro que é derrubadoE assim pra se despedirAs caixeiras a se divertirCantam e dançam em requebrado
Assim surgiu essa dança Nas terras do maranhãoTípica das festas juninasOnde já é tradiçãoÉ o carimbo das caixeirasEssa dança brasileiraDe empolgada animação
Das caixeiras e suas caixas Surge em cena a percussãoHoje com outros instrumentosFlauta, banjo ou violãoO cordão fica animadoE os pares em reboladoCom malícia e sedução
Onde essa dança surgiu Se tem por informaçãoQue foi no Bairro Ivar SaldanhaEm São Luís do MaranhãoPor seu Lauro lideradoO cacuriá foi criadoE ganhou grande projeção
Com novos grupos surgindoVem ficando popularJá se tornou atraçãoMuitos gostam de olharHoje em nossa cultura
Dona Teté se configuraA rainha do Cacuriá
O grupo por ela formadoTem sensualidade na dançaSuas músicas irreverentesEla deixou como herançaE assim dona TetéEssa animada mulherÉ viva em nossas lembranças
Seu grupo ainda continuaAnimando a nossa genteQue trabalho e que faz festaE que orgulhoso se senteHoje aos jovens contagiaE se entregando a alegriaEssa dança segue em frente
De sotaque nordestinoDe povo humilde e festeiroO Maranhão no folcloreÉ destacado celeiroÉ cenário de riquezaTem tradição e belezaEsse Estado brasileiro
FESTAS E FOLGUEDOS
Folguedo é festa e alegriaÉ prazer e divertimentoÉ intenso regozijoDe alivio ao sofrimentoÉ o povo em reunião Em intensa sensaçãoQue lhe traz contentamento
O Brasil tem grandes festasEspalhada em todos os cantosPagãs ou religiosasAos orixás ou a santosFestas que são preservadasMuitas já bem consagradasQue trazem ao povo encantoSobre festas e folguedos
Trago aos amigos leitoresAs que mais tradicionaisTem destacados valoresTrago um pouco do que achei
Nas fontes que pesquiseiNos livros de alguns escritores
Mais muitas festas se perderamNo mundo presente e fugazQue hoje não se ver maisCostumes dos que partiramQue os jovens não assumiramE foram deixados para traz
Outros folguedos e festasDe certo vão aparecerPois o homem é criativoEm seu modo de viverNovos tempos, novos diasNovas festas e foliasSurgirão pro povo ver
TAMBOR DE CRIOULA
Patrimônio cultural brasileiroTambor de crioula do MaranhãoDe raízes africanasVinda no bojo da escravidãoEm ritmo e forma de dançarA África nos faz lembrarNessa manifestação
Há mais de trezentos anosTem-se o conhecimentoQue essa dança aliviavaEntre os negros o sofrimentoOs africanos dançavamDe suas origens lembravamExpondo seus sentimentos
Dança “tocada a murro” O seu som, se fez ecoarTambor “afinado a fogo”Que ao povo ainda faz vibrar“Dançada a coice” e alegriaEssa dança contagiaDiz o dito popular
Incorporando o catolicismoNas terras do maranhãoE às religiões africanasVindas com a escravidãoNão se prende a ritualSeu aspecto principal
É a alegria e a diversão
Há quem diga que o tamborTem relação com a capoeiraE que nos primórdios não tinhaMulheres na brincadeiraCom trocas de joelhadasCom agressivas pernadasTentava se das rasteiras
Assim o tambor de crioulaNo período colonialEm senzalas e colomboTem seu marco inicialTentando se protegerTratavam de esconderSeu exercício corporal
Camuflavam suas lutasPros capitães enfrentarSeu caráter violentoEm seu jeito de dançarNo jogo de pernas e rasteiraO tambor e a capoeiraEra pra se preparar
A liberdade dos negrosCom a abolição escravaAgora em diversãoA dança continuavaNas terras do Maranhão A punga de homem é versãoDo tambor que se dançava
No tambor a punga dos homensSofreu modificaçãoA ´presença da mulherTrouxe mais animaçãoVirou festa e lazerSem precisar se esconderDespois da libertação
Homens e escravos libertosFicavam a se enfrentarNa roda da brincadeiraSó homens podiam entrar E esse tipo de tamborAinda no interiorÉ possível se encontrar
Durante o século XXDança a marginalizaçãoPor volta dos anos cinquentaFoi muito discriminadaMesmo em sua alegria“Pajelança e feitiçaria”Dessa forma foi tratada
Muitas manifestaçõesDa cultura popularSofriam perseguiçõesE não podiam brincarE a polícia proibiaAté mesmo a alegriaDo pobre queriam tirar
A sociedade dominanteSé ela tinha direitoE pela cultura dos negrosMostravam seu preconceitoEra a alta sociedadeQuem mandava na cidadeSem ao pobre ter respeito
Assim no espaço urbanoSó instalava a tiraniaSó tinha apresentaçãoDas festas da burguesiaPor imposição dos nobresAos negros e as classes pobresSeu palco era a periferia
Mas o prazer e alegriaNinguém consegue matarO ritmo, o canto e a dançaPuderam se propagarQuebrando a qualquer correnteO tambor seguiu em frenteNa sua forma de brincar
Da chamada família do sambaAo leitor quero informarFoi no batuque africanoQue puderam se inspirarE nessa família o tamborHoje tem grande valorEssa dança popular
É uma dança circularTem canto e tem percussão
Cantores e tocadoresCantam em forte refrãoE a correria animadaNa punga ou umbigadaFazem a apresentação
Tem senso de liberdadeÉ prazeroso assistirTem em destaque a mulherAlegre a se divertirDançando bem animadaSendo assim valorizadaVendo o povo a lhe aplaudir
A coreografia é livreÉ bastante variadaAs coreiras são mulheresNa roda que é formadaE a dança seguindo vaiUma entra e a outra saiQuando ocorre a umbigada
A umbigada aconteceNuma espécie de cumprimentoA coreira que está ao centroCom outra faz revezamentoSaudando os tocadoresDançando em frente aos tamboresA dança tem seguimento
Na indumentária o tamborTem detalhes importantesAs saias rodadas das coreirasTem colorido realçanteBlusa em fortes coresNa cabeça enfeites em floresDando toque elegante
Os homens tem suas camisasCom uma estamparia igualA das saias das coreirasDando um toque ao visualNa cabeça um chapéu de palhaEm canto e ritmo não falhaEsse é o fator principal
No tambor de crioula o cantoÉ chamado de toadaUmas que são conhecidasOutras são improvisadas
Enquanto os tocadores Se revezavam nos tamboresE assim segue a jornada
As tocadas tem seus temasDe trabalho ou devoçãoTem ainda desafiosRespondidos com refrãoTem toadas pra coreiraAnimando a brincadeiraDessa linda tradição
Tem no tambor de crioulaO conjunto instrumentalSão tambores de madeiraQue dão um toque especialPor parelhas são chamadosEsses tambores tocadosProduzem som original
Tem-se o tambor grandeQue é o roncador ou rufadorO médio chamado meiãoO pequeno é o crivadorA matraca em percussãoTem sua participaçãoNa batida do tambor
Cobertos com couro de boiEsquentados na fogueiraNa dança reverenciadoNo rebolado da coreiraTem perfeita afinaçãoÉ africana a percussãoNessa dança brasileira
As razões pra essa dançaSão em muito variadasPromessas pagas a santosPelas graças alcançadasÉ festa, dança, as vezes ritoSendo pra São BeneditoPor mais vezes celebradas
São Benedito é o santo Que dos negros é o protetorPor isso tem suas festasPromessas em seu louvorEm qualquer celebraçãoSe é pra ter animação
Basta chamar um tambor
O tambor de crioula é livreÉ dança tradicionalSe apresenta em qualquer tempoNão importando o localCom mais frequência se vêEsta dança acontecerNo São João e Carnaval
Sempre foi dança de negrosO tambor no MaranhãoTem entre seus descendentesA sua preservaçãoMas essa dança hoje abraçaPessoas de qualquer raçaSem ter discriminação
A dança “tambor de crioula”Quem quer ver é só chamarNa umbanda ou na minaEstão no terreiro a dançarNos espaços das igrejasÉ possível que se vejaQualquer festejo animar
Em escolas e teatrosNa cidade e no interiorNas ruas ou em hotéisPode se encontrar um tamborQue tocando e cantandoDançando vão encantandoMostrando o seu valor
Vem hoje ganhando destaqueE grande visibilidadeJá se tornou patrimônioTendo a oportunidadeDe mostrar que pela dançaSe alimenta a esperançaDe prazer e liberdade
Ainda há preconceitoIsso nunca vai acabarMas o sorriso do rostoNinguém vai poder tirarSe há quem tenha maldadeNo tambor é a felicidadeQue faz o povo dançar
Um tesouro culturalSinônimo de alegriaTem história e tradiçãoE que ao povo contagiaDe imensurável valorNo Maranhão tem tamborPresente nos nossos dias
O Instituto de PatrimônioHistórico e Artístico NacionalVer no tambor de crioulaRiqueza imaterialComo prêmio mereceuO título que recebeuPatrimônio cultural
BUMBA-MEU-BOI
Animal de força e coragemO boi tem registro na históriaDesde os povos primitivosÉ preservado em memóriaNas cavernas retratadosNoutros lugares sagradosTem notável trajetória
Meio homem, meio touroO famoso minotauroUm labirinto, o escondiaRapazes e moças comeuMais foi morto por TeseuNo lugar em que vivia
O boi tem simbologiaNa história da humanidadeNo presépio representaProteção e prosperidadesNo Brasil o boitatáEnte os índios é popularTem deles necessidade*
O boi tem sua presençaNa arte e literaturaEm mito e fantasiaEm desempenho e em pinturaTem valor no mundo inteiroNo cenário brasileiroTem parte em nossa cultura
É folguedo popular
Auto ou drama pastorilNas festas medievaisRelatam que lá surgiuTem sua presença forteNo nordeste e no norteE em todo nosso Brasil
Trás influências diversasDe diferentes naçõesLuso-ibérica e ItalianaEm suas antigas tradiçõesE onde de fato surgiuA festa do boi no BrasilSão muitas as discussões
Uns dizem que essa sagaComeçou no PiauíCom vaqueiros da BahiaBuscando os pastos DalíSobre a origem dessa festaNão sei se a verdade e estaTrago a informação que li
Pernambuco entra em cenaQue o boi foi lá que surgiuCom a invasão holandesaAs terras do nosso BrasilNo episódio do boi voadorQuando a lenda começouE que depois se expandiu
Em nosso país inteiroA festa do boi se espalhouRitmos formas e instrumentosNomes distintos ganhouEm suas apresentaçõesTem muitas variaçõesEm cada parte que chegou
Em Pernambuco é boi-calembaTambém chamado bumbáNa Bahia é boi-janeiroOu boi-estrela-do-marDromedário, mulinha-de-ouroSão diversos nomes pro touroEm São Paulo é boi de jacá
Como surgiu tantos nomes Não sei como aconteceuEspírito Santo boi de reis
Mesmo nome que se deuNo Ceará ao boi zumbiO mesmo boi-surubimCom esse nome nasceu
Boi-de-mamão ou de mourãoEm santa Catarina e ParanáNo Pará e AmazonasPavulagem ou boi-bumbáGarantido e caprichosoTornam grande e majestosoEsse folguedo popular
No Rio Grande do NorteEm Alagoas e no PiauíTem festa do bumba-meu-boiPra quer se divertirNas terras do MaranhãoEssa é a maior tradiçãoQue o povo vem para aplaudir
O Bumba-meu-boi maranhenseTem destaque especialDesde o século XVIIITem seu marco inicialNo ciclo do gado em expansãoSurgiu essa tradiçãoNo cenário Estadual
Em mil oitocentos e vinteNuma carta a um jornalO Bumba-meu-boi foi descritoEm seu caráter marcialPor medo a populaçãoQuis por fim a reuniãoNa sua forma inicial
Tem-se registro em RecifeComo fator verdadeiroEm mil oitocentos e quarentaNo jornal “O Carapuceiro”Que esse folguedo existiaEm festiva alegriaNo nordeste brasileiro
O bumba-meu-boi foi relembraEm seu caráter funcionalEncenações que existiamNo período medievalEm simples encenações
As antigas tradiçõesNa luta do bem contra o mal
Nas terras do MaranhãoEsse folguedo nasceuCom a influência dos povosNegro, índio e europeuTrás um foco de verdadeMostrando a desigualdadeQue na história correu
Mostrava o papel do escravoNa mão dos colonizadoresQue na função de vaqueirosEram simples trabalhadoresO índio que aqui viviaSua função também cumpriaNa relação com os senhores
Sutil crítica socialSe mostra bem verdadeiraNo contexto desse folguedoLevanta-se essa bandeiraAs relações desiguaisEntre as classes sociaisPresentes na brincadeira
Tem música, dança e teatroForte, crença, fé e magiaSátira, drama e comédiaLenda, arte e fantasiaÉ rica em plasticidadeTrás paz e fraternidadeEm pleno estado de euforia
O termo bumba-meu-boiDiverge as opiniõesPra uns “zabumba meu boi”Em face as exibiçõesO coro canta, e diz bumbaO ritmo da zabumbaMarca as apresentações
Pra outros a palavra “bumba”É o som do chifre em pancadaFicando “chifra meu boi”Essa palavra formadaNão sei qual a explicaçãoDá nome a essa tradiçãoHoje muito divulgada
Essa dança no NordesteConforme já foi faladoNasceu de pobres e negrosDurante o ciclo do gadoOnde se tinha os vaqueirosServindo seus passageirosNo que era determinado
Assim nasceram as lendasQue logo ao povo serviuO auto do bumba-meu-boiAssim se instituiuNo Nordeste a lenda é forteE em todo nosso Brasil
Nesse folguedo folclóricoCabe porém ressaltarQue o Estado do MaranhãoTem destacado lugarÉ a festa principalPois não existe outra igualEm caráter popular
A lenda do bumba-meu-boiDe domínio nacionalSe inicia em uma fazendaOnde um famoso casalNegro Chico e Catirina Tem marcado sua sinaPara um desfeche final
Esse casal de negroQue a lenda configuraDe coragem e sacrifícioE destemida loucuraCada manifestaçãoTem sua própria criaçãoPro final dessa aventura
O fazendeiro reclamandoSe pondo a perguntarPelo seu boi mas bonito Mais ninguém soube informarSentiu falta do novilhoO fazendeiro entristeceuChamou índios e vaqueirosPajé, curador, feiticeiroPra ver o que aconteceu
Alguém trouxe informação
De que viu o Chico roubarA língua do seu novilhoE que depois foi cozinharPra Catirina logo deuQue desejosa comeuPara o seu filho salvar
O negro Chico foi presoE toda história confessouPediu perdão ao patrãoReconhecendo que errouE o patrão desesperadoQueria seu boi curadoTodo esforço dedicou
Mandou chamar feiticeiroPara o boi ressuscitarDoutor e pajé Para o boi reanimarCom o esforço dedicadoO boi foi ressuscitadoPro fazendeiro alegrar
Pelo dono do novilhoO chico teve o perdãoTeve festa na fazenda Como comemoraçãoE em meio euforiaCelebrando a alegriaO fato virou tradição
Trago a lenda numa letraEscrita em uma toadaOnde a história do casalNessa confusão formadaO dilema do vaqueiroA fúria do fazendeiroToda história é contada
“O amo da sua fazendaReuniu sua vaqueiradaPra dar cabo do novilhoQue era o boi de maior brilhoE que não foi mais encontrado
A notícia se espalhouSerá que esse boi morreuFoi aí que alguém gritouFoi o Chico quem matouE a língua a Catirina deu
Negro Chico na prisãoToda história confessouCatirina desejosaDe comer língua de boiSó roubei o seu novilhoPra salvar meu pobre filhoE assim matei seu boi
O amo mandou chamarDoutor pajé e feiticeiroSó pra ver seu boi urrandoDe novo no seu terreiroE se isso acontecerVai ter festa o ano inteiro”
O bumba-meu-boi virou festaNas terras do MaranhãoHoje é nesse EstadoA sua maior tradiçãoAo preconceito resistiuE hoje em nosso BrasilTem sua preservação
Foi por tempo reprimidaPor força policialManteve sua resistênciaPelo valor culturalResistiu contra a vontadeDa alta sociedadeQue queria o seu final
Mas o final dessa festaA nobreza não pode terO povo negro e os pobresFizeram a festa crescerNo cenário nacionalÉ patrimônio imaterialPara todo o Brasil ver
São muitos os personagensTem sotaques diferentesVariados instrumentosQue faz um som envolventeNa indumentária a riquezaNos detalhes a belezaNo bumba-boi estão presentes
Os personagens do boi Vamos então conhece Tem o dono da fazenda
Que tem como seu deverComandar o batalhãoPromover a animaçãoPra essa dança acontecer
É na dança o comandanteMais não precisa gritarPra isso tem sempre em mãosUm apito e um maracáTem um traje requintadoSempre muito respeitadoNo jeito de comandar
Pai Francisco ou negro ChicoPromove algumas asneirasCom roupas simples vestidoEntre dança e brincadeiraAo lado de sua meninaA famosa mãe CatirinaJuntos dançam a noite inteira
Os vaqueiros se apresentamDançando bem animadosDependendo do sotaqueDe outros nomes são chamadosE animado o cordãoMostram muita animaçãoCaboclos de fitas e rajados
Índias, índios e caboclos e penaTem juntos a mesma missãoDe prender o negro ChicoE levá-lo para a prisãoTem beleza e alegriaRica coreografiaDurante a apresentação
Cada sotaque apresentaUm espetáculo sem igualOs detalhes da indumentáriaTem papel fundamental Luxo, cor, beleza e brilhoPenas, miçangas e canutilhosEnriquecem o visual
O boi tem o seu destaqueConsiste em uma armaçãoQue é feita de buritiEm veludo bordado a mãoAssim é a cobertura
Dessa lendária figuraNessa linda tradição
Tem preso em sua barraEm detalhes coloridoEnvolvendo todo o boiUma espécie e tecidoPreso em saia de folhoPara esconder o mioloQue fica embaixo escondido
O miolo fica dançandoAnimando a brincadeiraFica todo assanhadoQuando uma índia faceiraPara lhe deixar contenteFica dançando em sua frenteE assim segue a noite inteira
A burrinha é um personagemQue no boi também existeDesfila por toda a dançaBrincando com quem lhes assisteSomente em alguns sotaquesTem presença e destaqueE em tradição resiste
Tem no centro um buracoPor onde entra o brincanteEm armação de buritiÉ um personagem marcanteCoberta e tecido de chitaFaz a dança mais bonitaSua presença é importante
A burrinha tem presençaSempre com animaçãoBrinca em volta do boiFaz um círculo evoluçãoAbre espaço pro boi brincarNão deixa a roda fecharDesfilando no cordão
Para animar os brincantesQue dançam a noite inteiraTem as “mutucas” por pertoAcompanhando a brincadeiraServindo água e cachaçaEnquanto a noite não passaPra aliviar a canseira
O personagem cazumbáDivertido e assustadorTem presença em alguns gruposCom destacado valorAs máscaras chamam atençãoDança com chocalho na mãoE batas com brilho e valor
O Bumba-meu-boi maranhenseTem grupos bem variadosDivididos em sotaquesPelo Estado espalhadosTodos trazem alegriaQue ao povo contagiaSempre muito animado
Zabumba, matraca e orquestrasSão os sotaques principalPindaré e CurupúSão sotaques regionaisNo cenário da culturaCada um se configuraPor traços tradicionais
O SOTAQUE DE ZAMBUMBA
É o ritmo mais originalTem forte herança africanaComo ponto principalÉ o mais antigo sotaqueQue tem notado destaqueNo cenário cultural
Nos grupos desse sotaque Os rajados chamam atençãoCom grandes chapéus de fitaDançam fechando o cordãoSaiotes em veludos bordados Esse é o mais um legadoDessa bela tradição (Do bumba-meu-boi do Maranhão)
Os tambores chamados zabumbasPor uma forquilha amparadasDescansando os tocadoresPor serem grande e pesadoTem pandeirinho e maracáFazendo o boi balançarCom seus brincantes animados
Nos dias de hoje é notórioQue já há uma decadênciaPorque o boi de zabumbaMostra sua resistênciaSegue firme a tradiçãoMas falta renovaçãoDe jovens pra dar sequencia
Hoje os grupos principaisQue o povo ver se apresentarDo Sr. Lauro e LeonardoQue cabe para destacarNewton Canuto e AnteroIgual a tantos não queroVer esse sotaque acabar “Marcelino”(Guimarães)
O SOTAQUE DE MATRACAHoje é o mais popularSempre muito esperadoOnde vai se apresentarE por todo MaranhãoSempre arrasta multidãoQue segue o boi pra brincar
Tem tambor-onça e pandeirãoSeguindo o seu cantadorCom o maracá na mãoE de forma improvisadaCanta bonitas toadas No seu jeito de compor
A matraca um instrumento De dois pedaços de madeiraBatidos um contra o outroAnimando a brincadeiraQualquer um pode tocar Podendo acompanharEssa dança brasileira
É o sotaque da ilha Assim também é chamado Pois surgiu em São LuisE logo foi espalhadoE são muitos os batalhõesQue arrastam multidõesDeixando o povo animado
Contam que as matracasPor acaso apareceram
Quando ao bumba-meu-boiPerseguições ocorreramO bumba-boi só podiaDançar na periferiaE alguns desobedeceram
O limite era o João PauloPara o boi poder brincarMas depois de umas cachaçasTeve quem quis se arriscarRumo ao centro então seguiamVendo a polícia corriamVoltando ao mesmo lugar
E fugindo da políciaEm uma dessas carreirasPuseram na mão os tamancosCalçado feito em madeiraE assim voltavam de novoSe escondendo entre o povoNo meio da brincadeira
A batida da ZabumbaComeçaram acompanharCom os tamancos na mãoPuseram se a tocarDando ritmo a brincadeiraOs tamancos de madeiraGanharam na dança um lugar
Não sei se essa versãoTem sua veracidadeOuvi de uma professoraLá na universidadeTrago ainda em memóriaPois tem um sentido na históriaNão sei se é essa a verdade
Só sei que hoje as matracasSoam no MaranhãoDurante as festas juninasNa sua maior tradiçãoEssa gente não é fracaCada um tem sua matraca E segue o seu batalhão
Os grupos desse sotaqueTem em destaque os rajadosCordão que segue na frenteFazendo o seu balançado
Os caboclos de pena em cenaBeleza que vale a penaPelo seu lindo bailado
Entre os grandes batalhõesTem Maioba e RibamarMaracanã, Madre de DeusPindoba tem seu lugarEntre os grupos de sotaquePoucos conseguem chegar
O que não se pode negarÉ o amor e a paixãoDos donos das brincadeirasPara manter a tradiçãoPois não é fácil botarUm bumba-boi pra brincarQuando é pouca a condição
O sotaque de matracaTem como auge da festaO desfile no João Paulo Onde a paixão se atestaNo dia de São MarçalEsse é o marco principalQue o povão se manifesta
Em contraste a outros temposVer-se a força da culturaGente de todas as raçasHoje a paz se configuraPobres e ricos misturadosCom matracas animadasNo fulgor dessa aventura
Todos os bois de matracasDesfilam pro povo verE em frente ao palanqueO amo faz seu deverNa força de sua toadaCanta com a rapaziadaCom força, orgulho e prazer
Nesse momento da festaTem-se uma boa lutaSão as toadas de piqueCantadores em disputaUm do outro fala mauO outro responde igualSobre moral e conduta
Faz parte da brincadeiraNinguém pode se zangarO confronto é nas todasQuem quiser pode cantarMas esteja preparadoPra também ser provocadoPor quem for desafiar
Segue abaixo uma toadaDe um grande cantadorÉ uma bela respostaDo grande João ChiadorQuem mexeu com seu talentoTeve no mesmo momentoA resposta que procurou
“Tem cantor que por ai anda dizendoQue eu já perdi o meu valorNão é verdade tudo é mentiraCantador grande e pequenoEu mando botar na filaCantador sem som, que só quer me derrubarO povo sabe, que eu não paro de cantarTa aí falador, o que é toada vou mostrar”
Por parte de alguns maranhensesRespeitando o seu direitoPor ser o boi do “povão”Ainda existe preconceitoMas somente conhecendoAos poucos vai se aprendendoA esse sotaque ter respeito
Hoje grandes cantadoresComandam seus batalhõesDefinir quem é o melhorTem-se muitas opçõesHumberto, Chaga e ChiadorQual é o melhor cantadorEstão aberta as discussões
Outros grandes cantadoresSei que existem felizmenteNão quero deixar zangadoNem tão pouco descontenteQuem é de outro batalhãoNas terras do Maranhão
Tem talento certamente
O SOTAQUE DE ORQUESTRAVamos então conhecerNos embalar no sotaqueQue muitos gostam de verPelo som e a poesiaBeleza, bailado e alegriaNos entregar ao prazer