ANO II N° 12 Mongaguá-SP Julho/Agosto de 2011
Candeia Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”
C onta-se que um velho árabe
analfabeto orava com tanto
fervor e com tanto carinho,
cada noite, que, certa vez, o
rico chefe de grande caravana chamou-o à
sua presença e lhe perguntou:
- Por que oras com tanta fé? Como sa-
bes que Deus existe, quando nem ao me-
nos sabes ler?
O servo humilde explicou-se:
- Quando o senhor recebe uma carta de
pessoa ausente, como reconhece quem a
escreveu?
- Pela letra.
- Quando o senhor recebe uma jóia, co-
mo é que se informa quanto ao autor dela?
- Pela marca do ourives.
O empregado sorriu e acrescentou:
- Quando ouve passos de animais, ao
redor da tenda, como sabe, depois, se foi
um carneiro, um cavalo ou um boi?
- Pelos rastros _respondeu o chefe, sur-
preendido.
Então, o velho crente convidou-o para
fora da barraca e, mostrando-lhe o céu
onde a lua brilhava, cercada por multidões
de estrelas, exclamou, respeitoso:
- Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não
podem ser dos homens!
Nesse momento, o orgulhoso caravanei-
ro, de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na
areia e começou a orar também. Francisco C .Xavier – Pelo Espírito Meimei
D eus é eterno. Se tivesse
tido princípio, teria saído
do nada, ou, então, tam-
bém teria sido criado por
um ser anterior.
É imutável. Se estivesse sujeito a
mudanças, as leis que regem o Universo
nenhuma estabilidade teriam.
É imaterial. Quer isto dizer que a
sua natureza difere de tudo o que cha-
mamos matéria.
É único. Se muitos deuses houves-
se, não haveria unidade de vistas, nem
unidade de poder na ordenação do Uni-
verso.
É onipotente. Ele o é, porque é úni-
co. Se não dispusesse do soberano po-
der, algo haveria mais poderoso ou tão
poderoso quanto ele, que então não te-
ria feito todas as coisas.
É soberanamente justo e bom. A
sabedoria providencial das leis divinas
se revela, assim nas mais pequeninas coi-
sas, como nas maiores, e essa sabedoria
não permite se duvide nem da justiça
nem da bondade de Deus.
Para acreditar em Deus, basta ao ho-
mem lançar os olhos sobre as obras da
criação.Duvidar da existência de Deus
seria negar que todo efeito tem uma
causa e admitir que o nada pode fazer
alguma coisa.
Allan Kardec: O Livro dos Espíritos
PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS
-O Problema da Ido-latria entre espíritas
02
-A Evolução anímica 03
-O que representa a ação espírita em nos-
sa realização pessoal
04
-A Lei de Cooperação 05
-A Vida no Mundo
Espiritual
-Problemas do Amor
06
-A Mediunidade de Jesus
07
-O Mundo em suas mãos
08
-Examinando o sofri-
mento
09
-Lição de uma Jovem
Enfermeira
10
-Eventos Espíritas 11
NESTA EDIÇÃO:
EXISTÊNCIA DE DEUS ATRIBUTOS DA DIVINDADE
INTERESSES ESPECIAIS
- O PROBLEMA DA IDOLARIA ENTRE OS ESPÍRITAS:-Não devemos transformar nossas atividades em veículo de desta-que e adoração de nossos com-panheiros espíritas.
- O QUE REPRESENTA A AÇÃO ESPÍRITA EM NOSSA REALIZAÇÃO PESSOAL? -Nunca,em todas as épocas da Humanidade, se teve tanto aces-so ao entendimento de nossos anseios.
- A LEI DE COOPERAÇÃO:- A vida em sociedade nem sempre é fácil. Há muitas divergências entre as pessoas.
- EXAMINANDO O SOFRIMEN-TO:- O sofrimento é alta conces-são divina. Sem eles ignoraría-mos a paz, desconsideraríamos a alegria, maldiríamos a saúde.
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honrarias fantasiosas. É necessário reco-nhecer que aí temos um perigo sutil, através do qual, inúmeros trabalhadores têm resvalado para o despenhadeiro da
inutilidade”.
As emoções da admiração abusiva, voltadas a médiuns, líderes e oradores bri-lhantes não dei-xam de ser belas e emocionantes. Repletas de re-conhecimento e muito entusias-madas, agradam a todos os que as recebem em todos os setores de nosso Movi-mento Espírita. No entanto, essas manifestações me-recem muito cuidado no que diz res-peito a disciplina, prudência e ao e-
quilíbrio.
Sem darmos conta dos riscos, vamos introduzindo as exposições descabidas de sentimentalismo exalta-do, endeusamento obstinado, elogios infindáveis,destaque desregrado, baju-lação sistemática, visando à competi-ção silenciosa de dominação para sus-tentar a supremacia ideológica e sim-patia por determinada interpretação doutrinária nas diversas regiões da
grandiosa seara espírita.
Em o Livros dos Médiuns, no seu cap. XXXI, item XII, vamos en-contrar uma importante mensagem, ditada pelo espírito Joana D’Arc, que
J á é de nosso conhecimento
que a idolatria a seres huma-
nos é mais prejudicial espiritualmente,
do que a adoração a ídolos de barro,
pedra, madeira, ouro, etc.. A cristaliza-
ção mental acaba por mediar o cresci-
mento aberrante de energias psíquicas
viciadas, voltadas para o terreno panta-
noso, viscoso e hipnotizador de ilusão
e fantasia, fascinação e fanatismo, baju-
lação e vaidade, exaltação e elogios,
envolvimento hipnótico e deslumbra-
mento.
Emmanuel faz menção a este nocivo hábito no livro Pão Nosso, cap. 52, sob o título “Perigos Sutis”: “Aqui e acolá, surgem pruridos de adoração que se faz imprescindível combater.Não mais imagens dos círculos humanos, nem ins-trumentos físicos supostamente santifica-dos para cerimônias convencionais, mas entidades amigas e médiuns terrenos que a inconsciência alheia vai entronizan-do,inadvertidamente, no altar frágil de
diz o seguinte: : “As faculdades de que gozam os médiuns lhes atraem os elogios dos homens, os cumprimentos e as adulações:
eis o seu tropeço”.
Assim sendo a“adoração” consciente ou inconsciente dirigi-
da a pessoas que se desta-cam no aben-çoado Movi-mento Espíri-ta (dirigentes, facilitadores, médiuns, es-critores, ex-positores, evangelizado-res, etc.) im-pede o cresci-
mento moral, pois paralisa, alge-ma e entorpece as nossas energi-as salutares na prática da verda-deira caridade e verdadeira fra-
ternidade cristã.
Sob este aspecto, não devemos transformar nossas ati-vidades doutrinárias, sessões me-diúnicas, reuniões de estudo, se-manas espírita, confraternizações, etc., em veículo para o destaque e a adoração de nossos compa-
nheiros espíritas!
J. RIVERA
Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”
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O PROBLEMA DA IDOLATRIA ENTRE OS ESPÍRITAS
...não devemos transfor-mar nossas atividades doutriná-rias, sessões mediúnicas, reuni-ões de estudo, semanas espírita, confraternizações, etc., em veí-culo para o destaque e a adora-ção de nossos companheiros
espíritas!
A SABEDORIA ESTÁ EM NÃO PENSARES QUE SABES AQUILO QUE NÃO SABES.
I sto vai endereçado àqueles que criticam as coisas de que, frequentemente, nada sa-
bem. Platão completa este pensamento de Sócrates, ao dizer;_” Tentamos, primeiro
torná-los, se possível, mais honestos nas palavras; se não conseguirmos, não nos ocupemos
deles, e não busquemos mais do que a verdade. Tratemos de nos instruir, mas não nos abor-
reçamos.” É assim que devem agir os espíritas, com relação aos seus contraditores de boa
ou má fé. Se Platão revivesse hoje, encontraria as coisas mais ou menos como no seu tempo ,
e poderia usar a mesma linguagem. Sócrates também encontraria quem zombasse de sua
crença nos Espíritos e o tratasse de louco, assim como ao seu discípulo Platão.
Por haver professado esses princípios, Sócrates foi primeiro ridicularizado, depois acusado de impiedade e conde-
nado a beber a cicuta. Tanto é certo que as grandes verdades novas, levantando contra elas os interesses e os pre-
conceitos que ferem, não podem ser estabelecidas sem lutas e sem mártires. ( n° 11 cap IV )
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A Biologia ensina-nos que houve os naturalistas
fixistas, ou seja os cientistas que defendiam a
tese segundo a qual as espécies atualmente
existentes, tanto animais como vegetais, seri-
am exatamente as mesmas colocadas por Deus na Terra
quando da criação do mundo. Assim pensavam e prega-
vam Aristóteles, Linneu, Cuvier, Agassiz e outros. De
igual modo assim admitem os católicos, os protestantes,
aferrando-se ao texto bíblico. Se bem que, entre os
católicos, já houve quem pensasse diferentemente co-
mo o padre e o paleontólogo Telhard de Chardin, cujas
idéias levaram a Igreja a admitir a evolução das espécies,
reservando à alma sua natureza e origem diretamente
da parte de Deus.
E a mesma Biologia ensina-nos que houve naturalistas
evolucionistas, ou seja, os cientistas que defendem a
tese de que os seres vivos que hoje conhecemos são o
resultado de um lento mas progressivo processo, que se
deu no passado e ainda se dá no presente. Como evolu-
cionistas temos o francês Lamark e o inglês Carlos Dar-
win, o mais importante biólogo transformista, famoso
por ter lançado, depois de viajar pelo mundo, em 1859,
o polêmico livro “A Origem das Espécies”.
Bem, consultando Kardec, sobretudo no livro A Gê-
nese, lançada em 1868, no capítulo X, vamos encontrar
estas palavras do Codificador do Espiritismo:
―Por pouco que se observe a escala dos seres vi-
vos, do ponto de vista do organismo, é-se forçado
reconhecer que, desde o líquen à árvore, e desde o
zoófito até o homem, há uma cadeia que se eleva
gradativamente, sem solução de continuidade e cu-
jos anéis todos têm um ponto de contacto com o
anel precedente. Acompanhando-se passo a passo a
série dos seres, dir-se-ia que cada espécie é um
aperfeiçoamento, uma transformação da espécie
imediatamente inferior.‖
Na Austrália existe o ornitorrinco. Ele é um mamífero
ao qual não deixam de faltar caracteres de ave. Por e-
xemplo: é um mamífero porque tem pêlos e mamas,
tem glândulas mamárias. Todavia, como as aves ele põe
ovos, tem bico e patas parecidas como as de um palmí-
pede para poder nadar. Vemos ser uma transição entre
as aves e os mamíferos. Há um vegetal também chama-
do de Selaginela que é transição entre pteridófitas (as
samambaias) e as ginospermas (árvores de Natal, se-
quóia,pinheiro do Paraná).
Ainda com base em Kardec, vamos ler O Livro dos
Espíritos, na questão n° 607 – a esta explicação dos Es-
píritos Superiores:-
“É nesses seres que o princípio inteligente se ela-
bora, se individualiza pouco a pouco e ensaia para
a vida. É de certa forma um trabalho preparativo,
como o da germinação, em seguida ao qual o prin-
cípio inteligente sofre transformação e se torna Es-
pírito. É então que começa para ele o período da
humanidade e com este passa a tomar consciência
de seu futuro, a fazer a distinção entre o Bem e o
Mal e se torna responsável por seus atos.‖
A EVOLUÇÃO ANÍMICA
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CELSO MARTINS
O s bons Espíritos vão a qualquer parte.
A maneira como se deslocam os Espírito, varia de acordo com o grau de progresso já alcançado. Do mesmo modo que na Terra se usa como
meio de deslocamento o “caminhar”, também na Espiritualida-de se faz o mesmo, e isto acontece com a maioria dos recém desencarnados.
Porém, os Espíritos que se emancipam através da espiritua-lização gozam da possibilidade de “volitação.” A “volitação” é uma espécie de vôo deslizante, com capaci-
dade de deslocamento vertiginoso. Ela atende com perfeição as necessidades dos Espíritos evoluídos, quando estes necessi-tam cobrir longos percursos para a execução de suas tarefas. Foi André Luiz quem vulgarizou o tempo “volitação”. Diz-nos
ele que, fora dos muros da Colônia Espiritual “Nosso Lar”, ela é comumente usada.
Na Colônia, porém, é evitado o seu uso para não humilhar a
grande maioria dos que ali habitam e que não têm condições de praticá-la. No Mundo Espiritual, gozam também os Espíritos de perfei-
to serviço de tráfego. É natural que ali ninguém goze do “privilégio” do carro particular, pois na Espiritualidade todos os patrimônios são de ordem coletiva.
André Luiz nos fala de alguns desses veículos ali usados: o “aeróbus”, por exemplo, espécie de coletivo percorrendo itinerários comuns. Também nos revela a existência de veícu-
los de tração animal utilizados durante trabalhos de socorro nas regiões umbralinas, quando aborda o problema do corpo espiritual nos animais. JOÃO SÉRGIO SELL
PERISPÍRITO E DESLOCAMENTO
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O conforto que temos à mão, a Ciência e suas conquistas maravilhosas,a Tecnologia a serviço da comunidade, as Leis que permi-tem-nos uma convivência mais civi-lizada, a Engenharia, a Arquitetura, as geniais descobertas da Medicina e da Biologia, e a enxurrada de fa-cilidades criadas por tamanho de-senvolvimento do conhecimento humano são atestados do quanto nos projetamos na arte de tornar a
vida mais descomplicada.
Contudo, todos esses as-pectos representam acessórios que propiciam à criatura humana a o-portunidade de caminhar na dire-ção do principal, que é o próprio ser humano e sua capacidade de
interagir com seus semelhantes.
Tantos confortos expuse-ram as chagas que ainda trazemos em nosso mundo íntimo: o egoís-mo, o orgulho, a vaidade, o perso-nalismo, a egolatria,o narcisismo, a ambição, o desejo de supremacia, entre tantas neuroses e transtor-
nos de auto-paixão.
Nunca, em todas as épocas da Humanidade, se teve tanto aces-so ao atendimento de nossos an-seios materiais; no entanto, nunca tiveram homens e mulheres tantos e complexos conflitos íntimos, já sendo nomeado este primeiro sé-culo do novo Milênio como o sé-
culo da depressão.
Tem causado tristeza e preocupação a quantidade de ho-mens, mulheres,ricos, pobres, eu-ropeus, americanos, africanos, asiá-ticos, idosos, jovens e até crianças de 13, 14 anos frequentando assi-duamente consultórios de terapeu-tas,psicólogos, psiquiatras, e outros profissionais do gênero pedindo socorro para suas crises de incapa-cidade de lidar com seu mundo interior, apesar de tantas conquis-
tas do mundo exterior.
Tal incapacidade de lidar conosco mesmos se acentuou jus-tamente porque as dificuldades enfrentadas pelas gerações anterio-res absorviam esforços e energias, escondendo (de nós mesmos) grande parte de nossas necessida-
des morais e espirituais.
―O verdadeiro homem de bem (...) estu-da as suas próprias im-perfeições e trabalha sem cessar em combatê-las. Todos os seus esforços ten-
dem a permitir-lhe dizer, ama-nhã, que traz em si alguma coisa melhor do que na véspera‖. Allan Kardec “O Evangelho Segundo o Espiritis-mo”, cap.XVII –item 3, “O Homem de
Bem”.
J á estamos avançando e pro-fundamente adentrando na movimentação deste século
e deste milênio.
A realidade está a nos des-pertar para os modernos desafios da sociedade atual, não mais apenas convidando, mas conclamando e gritando, para o homem e a mulher do século XXI encararem o desafio de frente e aplicarem soluções ur-
gentes para solucioná-los.
O meio ambiente, as desi-gualdades sociais, a frágil linha de funcionamento da Economia Mundi-al, a violência, a explosão da liberti-nagem sexual, a juventude perdida entre tantos prazeres desequilibran-tes, as drogas, a corrupção, a crise moral sem precedentes, a escalada da depressão e da angústia nos se-res humanos, a falta de identidade
da criatura para com o Criador, etc.
Caramba! Só tem coisa ruim
acontecendo?
Assim será a reação de mui-tos tendo lido até aqui nossas consi-
derações...
Logicamente que não estão tão somente ocorrendo coisas ruins
e catastróficas.
A relação de coisas boas que temos acesso no mundo de hoje é bastante extensa, refletindo o avanço social que o Homem (e a Mulher, é claro!)conseguiu imprimir
em nossa escola planetária.
O conforto que temos à
Voltamos assim ao início des-se artigo, em que enumeramos tama-nhos desafios que precisamos e deve-mos encarar face a face, pois quanto mais se limpa nossa casa íntima de tralhas que representam as dificulda-des que sempre tivemos de sobrevi-ver em uma sociedade muito injusta e desigual, mais os buracos da parede estão sendo expostos, os defeitos na pintura aparecem, as manchas no teto são percebidas, as telhas quebradas são apontadas facilmente,os cupins nos tacos e nas tábuas do piso são vistos, o perigo dos fios e cabos elé-tricos espalhados desorganizadamen-te é claramente sentido, enfim, nos damos conta da profunda reforma pela qual precisa passar nossa casa
interior.
Basta de maquiar tais defici-ências! Chega de fugirmos de nós próprios,como vimos fazendo há sé-culos! É chegada a hora de nos auto descobrirmos e trabalharmos o rico acervo de nossas emoções, desejos e
conquistas.
A civilização humana alcançou um momento crucial: ou aprendemos a nos comportar como civilizados, ou nossa abençoada escola chamada Ter-ra não poderá servir-nos de educan-dário nobre e especial, pois que o gongo do Novo Milênio já soou, e não mais haverá espaço para posturas
medievais de seus educandos.
Assim, o motivo da série de transtornos do sentimento, do com-portamento e do psiquismo está na fuga ao convite de trabalharmos todo o material íntimo que trazemos em nós, convite esse para que nos trans-formemos interiormente, modifican-d o h á b i t o s , a l i j a n d o v í -cios,conquistando virtudes, conhecen-do mais nossas reações, aquilatando os bons valores que já trazemos e vencendo as imperfeições, obstáculos e deficiências de fundo moral e espiri-
tual.
É a hora de substituirmos o
“homem velho” pelo “homem novo”.
JoamarZanolini Nazareté
Advogado, professor universitário, jornalista, radialista, escritor), orador e conferencista, É um dos diretores do Centro Espírita "Aurélio Agostinho", com atuação em serviços sociais e
coordenador de eventos
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O QUE REPRESENTA A AÇÃO ESPÍRITA EM NOSSA REALIZAÇÃO PESSOAL?
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A Espiritualidade Superior ensina que o
isolamento é contrário à
natureza humana.
Segundo ela, o homem é instintiva-
mente gregário por motivos providenci-
ais.
Ele precisa progredir e o progresso
é sempre fruto da colaboração de muitos.
Em regra, o homem busca a vida em
sociedade por razões pessoais.
Ocorre que as criaturas possuem diferentes ha-
bilidades e caracteres.
Mediante o convívio, elas se aproveitam dos ta-
lentos recíprocos e aprendem umas com as outras.
Justamente por isso, a força de uma sociedade
advem da diversidade de seus integrantes.
Quando a diversidade é valorizada, tem-se um
organismo social dinâmico e eficiente.
Ao contrário, toda tentativa de uniformização,
com intolerância ao diferente, implica enfraquecimen-
to.
Pode-se entender que vigora no âmbito humano
uma Lei geral de Cooperação.
Ela se apresenta nos mais variados contextos,
dos triviais aos sublimes.
Por exemplo, Jesus encarnou na Terra para ensi-
nar e exemplificar a vivência do bem, na conformidade
dos desígnios Divinos.
A LEI DE COOPERAÇÃO
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Dotado de extrema sabedoria e pureza, ainda assim
buscou companheiros para auxiliá-lo na tarefa.
Escolheu doze apóstolos, aos quais ministrou os
mais variados ensinamentos
Orientou-os, burilou-os e amparou-os para que no
tempo devido sustentassem a vivência do Evangelho no
mundo.
Os Apóstolos eram diferentes entre si.
Havia os reflexivos, os exaltados, os emotivos e os
práticos.
Jesus a nenhum desprezou. Antes, soube aproveitar
suas diferentes habilidades para o sucesso da empreitada
evangélica.
Certamente, ao assim agir, o Mestre Divino sinalizou
a importância da cooperação e da tolerância.
Dotado de poderes magné-
ticos desconhecidos e de ex-
traordinária sabedoria, nem
por isso quis fazer tudo sozi-
nho.
Soube dividir o peso da ta-
refa com homens rudes e que
não o compreendiam bem.
Esse eloqüente exemplo
demanda detida reflexão.
A vida em sociedade nem sempre é fácil.
Entre pessoas de visões e habilidades diversas, por
vezes surgem discussões e desentendimentos.
Ocorre que o bem pujante nunca é obra de um ho-
mem só.
Toda realização de importância é sempre fruto do
esforço de incontáveis envolvidos.
Apenas é preciso ser tolerante para conviver com o
diferente.
A fim de que o melhor resultado surja,, importa a-
prender a admirar opiniões divergentes.
Não apenas tolerá-las, mas valorizá-las, no que apre-
sentem de positivo.
Sem dúvida, é possível agir sozinho na luta por um
ideal.
Ocorre que, quando várias mãos se juntam, o bem se
multiplica e expande.
Pense nisso.
A vida em sociedade nem
sempre é fácil.
Entre pessoas de visões e
habilidades diversas, por ve-
zes surgem discussões e de-
sentendimentos.
Mundo Espírita – FEP
‘”O ser humano que venceu na vida é aquele que viveu bem, riu muitas vezes e amou mui-
to; que conquistou o respeito das pessoas inteligentes e o amor das crianças; que preen-
cheu um lugar e cumpriu uma missão; que deixou o mundo melhor do que o encontrou, se-
ja com uma flor, um poema perfeito ou com o salvamento de uma alma; que procurou o
melhor de nós e deu o melhor de si.” .” ROBERT L. STEVENSON
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O s desencarnados,
não primitivos, re-
presentam uma
gama de seres em
diversos graus evolutivos. Quan-
to menos evoluídos o ser, me-
nores serão as percepções na dimensão onde se encon-
tra. Encetando, pois, a sua iniciação no plano espiritual,
de consciência desperta e responsável, o homem come-
ça a penetrar na essência da lei de causa e efeito, encon-
trando em si mesmo os resultados enobrecedores ou
deprimentes das próprias ações. Quando dilacerado e
desditoso, grita a própria aflição, ao longo dos largos
continentes do Espaço Cósmico, reunindo-se a outros
culpados do mesmo jaez, com os quais permuta os qua-
dros inquietantes da imaginação em desvarios, tecendo,
com o plasma sutil do pensamento contínuo e atormen-
tado, as telas infernais em que as conseqüências de suas
faltas se desenvolvem, mediante as profundas e estranhas
fecundações de loucura e sofrimento que antecedem as
reencarnações reparadoras.
Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon
ANO II N° 12 Mongaguá-SP - Julho/Agosto de 2011
O s Espíritos primitivos, ao
desencarnar, voltam-se para
a grei donde pertenceram,
buscando uma espécie de
segurança, devido às saudades do lar. É
bem possível que as repetições desse
processo forjassem, o nascimento do
culto aos antepassados, observado em
determinadas civilizações. O homem selvagem (...) desper-
ta, fora do corpo denso, qual menino aterrado, que em se
sentindo incapaz da separação para arrostar o desconheci-
do, permanece, tímido, ao pé dos seus, em cuja companhi-
a passa a viver, noutras condições vibratórias, em proces-
sos multifários de simbiose, ansioso por retornar à vida
física que lhe surge à imaginação como sendo a única abor-
dável à própria mente. Não dispõe, nessa fase, de supri-
mento espiritual que o ajude a pensar em termos diferen-
tes da vida tribal em que se apóia.(...) O homem primitivo
que desencarnou (...) não tem outro pensamento senão
voltar – voltar ao convívio revitalizante daqueles que lhe
usam a linguagem e lhe comungam os interesses. Ressurgir
na própria taba e renascer na carne (...) constituem aspira-
ção incessante do selvagem desencarnado.
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A VIDA NO MUNDO ESPIRITUAL
PROBLEMAS DO AMOR
―...que vosso amor cresça cada vez mais no pleno conhecimento e em todo o discernimento.‖
Paulo.Filipenses, 1:9.
O amor é força divina do Universo.
É imprescindível, porém, muita vigilância para que não a desviemos na justa aplica-
ção.
Quando um homem se devota, de maneira absoluta, aos seus cofres perecíveis,
essa energia, no coração dele, denomina-se “avareza”; quando se atormenta, de modo exclusivo,
pela defesa do que possui, julgando-se o centro da vida, no lugar em que se encontra, essa mesma
força converte-se nele em “egoísmo”; quando só vê motivos para louvar o que representa, o que
sente e o que faz, com manifesto desrespeito pelos valores alheios, o sentimento que predomina
em sua órbita chama-se “inveja”.
Paulo, escrevendo à amorosa comunidade filipense, formula indicação de elevado alcance. Asse-
gura que “ o amor deve crescer, cada vez mais, no conhecimento e no discernimento, a fim de
que o aprendiz possa aprovar as coisas que são excelentes”.
Instruamo-nos, pois, para conhecer.
Eduquemo-nos para discernir.
Cultura intelectual e aprimoramento moral são imperativos da vida, possibilitando-nos a manifestação do amor, no
império da sublimação que nos aproxima de Deus.
Atendamos ao conselho apostólico e cresçamos em valores espirituais para a eternidade, porque muitas vezes, o
nosso amor é simplesmente querer e tão-somente com o “querer” é possível desfigurar, impensadamente, os mais
belos quadros da vida. Fonte Viva – Francisco C Xavier – pelo Espírito Emmanuel.
A VIDA ESPIRITUAL
DO HOMEM PRIMITIVO
A VIDA ESPIRITUAL
DO HOMEM NÃO PRIMITIVO
FUNDAMENTAÇÃO ESPÍRITA – FEB
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A mediunidade é em si mesma, uma facul-
dade que possibilita o intercâmbio consci-
ente ou não com os espíritos, quer estes
se encontrem domiciliados no corpo físi-
co ou fora dele, além da morte orgânica.
Neutra, do ponto de vista filosófico e religioso,
tem sido utilizada através da história para os fins que
lhe destinam os grupos sociais nos quais se apresenta.
Inata à natureza humana, contribui para demons-
trar com segurança a transitoriedade da organização
biológica, ao mesmo tempo em que favorece a indiscu-
tível realidade da vida imortal.
A sua utilização assinala-a com bênçãos ou desali-
nhos, de acordo com a conduta do medianeiro, bem
como daqueles entre os quais este se movimenta.
Expressa-se, automaticamente, despertando curio-
sidade, chamando a atenção, impondo, no entanto, um
comportamento saudável, a fim de oferecer resultados
proveitosos.
Descuidada, torna-se veículo de sofrimento; utili-
zada em espetáculos, concorre para o desequilíbrio e o
ridículo; vendida, tomba nos perigosos meandros da
mentira a serviço da irresponsabilidade; posta em favor
do bem, converte-se em portal de luz, abrindo espaços
libertadores para os homens e os espíritos.
De acordo com a conduta moral do médium, atrai
entidades equivalentes que a manipulam, dando curso
ao caráter que possuem, tornando-a fator de alegria ou
de tormento.
Essencialmente, deve destinar-se à obra de conso-
lação das criaturas, demonstrando-lhes a sobrevivência
ao túmulo e reconfortando, também, aqueles que o
atravessaram com desaviso, tormento e loucura.
Os desvios morais entorpecem-na; as paixões pri-
mitivas embrutecem-na; as ambições vulgares conspur-
cam-na; os interesses egoístas ensoberbecem-na, con-
denando-a a distonias físicas e psíquicas irrecuperáveis.
Não pode ser aplicada como meio de vida, porém
como instrumento de relevantes valores para a vida.
Nos últimos tempos, poderemos identificá-la em
situações diferentes, ora constrangedoras, ora grandio-
sas, conforme a finalidade a que a destinaram os seus
portadores.
A relação daqueles que se fizeram missionários do
bem em favor do seu próximo é longa, entregando-se à
atividade mediúnica sob rígido controle moral e cristão.
Iluminando a consciência do médium e aplainando
-lhe o caráter, a doutrina espírita propõe o exercício da
faculdade em favor de metas relevantes, nas quais o
sacrifício, a abnegação e a caridade do servidor se tor-
nam indispensáveis para o êxito do empreendimento.
Esta conduta é a da mediunidade com Jesus – Pro-
tótipo do intercâmbio superior com Deus em favor da
humanidade – através cujo exercício adquire as caracte-
rísticas essenciais para o seu superior desiderato, auxi-
liando os homens, encarnados ou desencarnados, a tri-
lharem pela senda renovadora.
Considerando-se a multidão de inditosos a pulula-
rem na erraticidade inferior, o médium consciente e
responsável deve brindar-se à tarefa da enfermagem
espiritual, em favor do seu próximo, contribuindo para
que este seja esclarecido e guiado ao reequilíbrio, dan-
do curso ao impositivo da caridade, desta forma evitan-
do-se as quedas desastrosas no abismo em que tom-
bam os insensatos, os presunçosos, os irrequietos e
invigilantes que, em se utilizando da mediunidade em
favor da ambição, recebem o efeito da própria escolha. Divaldo P Franco – pelo Espírito Vianna de Carvalho – Mé-
diuns e Mediunidades
A MEDIUNIDADE E JESUS
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MEDIUNIDADE
A cada ingresso na esfera carnal, trazes contigo compromissos que te permitirão desenvolver novas apti-
dões.
Acumulando valiosas experiências, vais crescendo como alma, que busca incessantemente a perfeição.
O caminho é longo e cada trecho percorrido deve ser preenchido com devotamento e amor.
O corpo físico, cadinho de experiências por vezes dolorosa, é imenso santuário do Espírito que deve ser cui-
dado com extrema dedicação e responsabilidade.
Não queiras abarcar grandes conquistas numa única vida, mas dá-te a oportunidade de amadurecer lentamente,
assentando um terreno seguro onde possas trilhar futuramente para novas investidas no campo da evolução.
Reserva-te o direito de errar, sem excluíres o dever de vencer a ti mesmo, refazendo teus atos com amor, es-
perança e fé.
Ergue-te dos próprios tropeços e lembra-te de que, adiante, tu mesmo irás usufruir das conquistas de agora.
Se grato por esta vida porque esta representa oportunidade reprisada de vencer as tuas limitações.
, descobrindo que és um universo inexplorado, onde tesouros incalculáveis se encontram enterrados, sob a su-
cata da ignorância, e aguardam o momento de brilhar.
E assim, ante cada etapa vencida com êxito, pelo menos mais uma aptidão resplandecerá como adorno eterno
de tua alma. SUPERANDO A ANSIEDADE—EULÁLIA BUENO - MENSAGENS DE MARIA DO ROSÁRIO DEL PILAR
APTIDÕES
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Q uando o Sublime Governador da Terra se corporificou entre os homens, considerou o trabalho atendendo aos im-
positivos da ação na comunidade; respeitou a indumentária, submeteu-se às contingências da época; manteve ami-gos em círculos de afeição, atento à vida em sociedade; aceitou problemas comuns, compreendendo as limitações mentais dos que o cercavam; mas, sobretudo, preparou-se para o serviço de salvação dos espíritos, entregando-se,
Ele mesmo, às maiores renúncias, às mais pungentes dores, às mais graves aflições para, através da cruz, em morte imerecida,
atestar que as fronteiras do reino da alegria perfeita começam com as primeiras tintas da madrugada, que brilha na esfera ex-celsa da imortalidade, depois de todas as preocupações, vencida a morte... Divaldo P. Franco – Pelo Espírito Joanna de Ângelis
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O MUNDO EM SUAS MÃOS
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Richard simonetti
Nesse momento, enquanto lê estas linhas, você
não está na prisão. Em pensamento, livre como um
pássaro, viaja comigo no maravilhoso país das idéias.
- - - - o o o o 0 0 0 0 o o o o - - - -
Talvez você não goste de ler. Não está sozinho.
Muitas pessoas jamais abriram um livro. Não sa-
bem o que estão perdendo...
Mas não é tão difícil cultivar a leitura. Basta criar o
hábito.
Hábito é aquilo que a gente está acostumado a
fazer.
Fazemos automaticamente, com facilidade, sem
esforço...
Por exemplo:
Falar mal da vida alheia.
Muita gente gosta disso. Basta se reunirem duas ou
mais pessoas e dali a pouco estão fofocando.
É um mau hábito.
Não traz nenhum proveito. Ao contrário, só gera
confusão, desentendimento, discórdia, brigas...
Ler é um bom hábito.
No começo é meio enjoado, cansativo. A gente
não consegue prestar atenção, tem dificuldade para
entender.
Mas se insistirmos, lendo todo dia um pouco, aca-
baremos gostando, e leremos cada vez mais, e enten-
deremos cada vez melhor.
Experimente.
Em princípio faça como um dever.
Assuma perante você mesmo um compromisso:
Ler, todos os dias, algumas páginas de um bom
livro, aquele que lhe ofereça conhecimento.
Aos poucos você começará a ler mais páginas e
haverá de gostar.
Verá que é muito bom.
N o esforço de manter-se ocupado, há
algo muito importante:
Não deixe passar um só dia sem o em-
prenho de aprender.
Nossa mente, se assim posso dizer, tem proprieda-
des elásticas. Quanto mais coisas botamos dentro dela,
mais cresce, mais poderosa fica, mais capaz.
E quanto mais aprendemos, melhor compreende-
mos a vida, mais equilibrados ficamos, mais felizes vive-
mos.
Sócrates, que foi um grande sábio da Antiguidade
dizia :
Só ha um mal - a ignorância.
Só há um bem - o conhecimento.
Ele queria dizer que os males em que nos envolve-
mos nascem sempre de não sabermos como lidar com
a Vida.
Mais exatamente, nascem de nossa ignorância.
Analisando friamente a questão você fatalmente re-
conhecerá que se conhecesse melhor as coisas, se ti-
vesse uma visão mais clara sobre a Vida, certamente
não estaria numa prisão.
Por isso Sócrates afirma que o único bem é o co-
nhecimento.
Quem adquire conhecimento fica sabendo o que é
realmente importante em favor de sua felicidade.
- - - o o o o 0 0 0 0 o o o o - - - -
Nessa busca de conhecimento há um amigo muito
especial, disposto a nos acompanhar onde estivermos,
até na prisão. Está sempre pronto a nos atender e ensi-
nar, a qualquer momento.
Nunca se cansa. Nunca se aborrece. Nunca se re-
cusa.
Esse amigo de todas as horas é o livro.
Com ele aprendemos as coisas mais interessantes,
aumentamos a nossa capacidade de pensar, viajamos...
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Fugir da aflição! Libertar-se da dor!
E squecer...Esquecer que se sofre! _ Exclamam os simplistas que pensam em solucionar o magno e
palpitante problema do sofrimento não o consi-derando, como se, ignorando a enfermidade e a
dor, a dor e a enfermidade ignorassem o homem.
Muitos dos que se filiaram às diversas correntes religio-sas do Cristianismo procuram, por processo de transferência, oscilar acima das águas tumultuadas do sofrer, orando, e na
prece, a libertação gratuita, como se o papel da Divindade fosse o de incluir solicitações aos títulos característicos do mérito ou do demérito.
Alguns, vinculados às cor-
rentes do materialismo filosófi-co ou científico, fogem em bus-ca do prazer como se este, en-
torpecendo o caráter, pudesse anular a sede dos registros do passado culposo, libertando os
infratores sem a regularização dos seus débitos. E como o prazer não consegue atender a
sede de gozo e o gozo da fuga, fogem, desvairados, para os labirintos das drogas estupefaci-entes, procurando, na consciência em desalinho e em exalta-
ção, uma felicidade a que não fazem jus, uma paz que não me-recem.
E o sofrimento – esse desconhecido servidor da alma –
continua, imperturbável no afã de sacudir e despertar mentes, realizando o impositivo divino de reequilíbrio da Lei.
Reponta aquí e surge adiante, de mil formas, falando
vigorosa linguagem que somente raros conseguem escutar e entender.
Zenão de Cítio, o filósofo grego do século IV antes de
Cristo, contemplando o panorama de dor que se apresentava afligente em todo lugar, elaborou a atitude inabalável diante da alegria e da tristeza, através do qual o desdém às coisas materiais e o culto às virtudes seriam os meios únicos de
promover o equilíbrio no homem, desse modo valorizando
EXAMINANDO O SOFRIMENTO
O SONO E OS SONHOS QUESTÃO 404 – O QUE PENSAR DA SIGNIFICAÇÃO ATRIBUIDA AOS SONHOS ?
O s sonhos não tem o significado que certos adivinhos lhe atribuem. É um absurdo a-
creditar que sonhar com isso significa aquilo. São verdadeiros no sentido de que
apresentam imagens real ao Espírito, mas muitas vezes não tem relação com que se
passa na vida corporal; são também como dissemos, uma lembrança. Algumas vezes,
podem ser um pressentimento do futuro, se Deus o permite, ou a visão do que se passa nesse
momento em outro lugar para onde a alma se transporta. Não tendes numerosos exemplos de
pessoas que aparecem em sonho e vem advertir seus parentes ou amigos do que lhes está acon-
tecendo ? O que são essas aparições, senão a alma ou Espírito dessas pessoas que vem se comu-
nicar com o vosso? Quando estais certos de que o que vistes realmente aconteceu, não é uma
prova de que a imaginação não tomou parte em nada, principalmente se as ocorrências do sonho não estavam de
modo algum e vosso pensamento enquanto acordados ?
para vencer a dor, enfrentando-a com nobreza e fé
Sócrates, o maior filósofo da Humanidade,encarcerado pela intolerância do ignóbil julgamento Heliastas preceituava, mesmo da prisão, o culto da moral e da virtude para vencer o sofrimen-
to, suportando com estoicismo a injusta imposição. Francisco de Assis, o pobrezinho, desdenhando todas as
coisas da Terra, experimentou a zombaria e sofreu aflições sem
nome, mantendo a força do amor no exercício das virtudes cristãs, como chave do enigma angustiante do sofrimento. Ben-dizia a dor!
Joana d’Arc encarcerada por circunstâncias óbvias procu-rou escutar suas Vozes e, animada pelos Amigos Espirituais que a norteavam, suportou o cárcere, a humilhação, o vexame
quando queimada, após infamante e arbitrário
julgamento, chamando por Jesus e superando a própria dor... O sofrimento é alta concessão divina.
Aflição é exercício para fixação do bem. Sem eles ignoraríamos a paz, desconsideraría-mos a alegria, maldiríamos a saúde.
Aquele que sofre está sendo aquinhoado com os exercícios de fixação do bem nas telas men-tais.
No leito de dor, na cadeira de rodas, nas amar-ras ortopédicas; sob os ferrões morais, nos tormentos familia-res, nos cipós limitativos das aspirações; no corpo, na mente, na
alma; na família, em sociedade, no trabalho; onde esteja a arder e queimar brasas do sofrimento, agradece a Deus a oportunida-de de aprender e reparar.
Mesmo que o teu céu esteja carregado de cúmulos em forma de dores e preocupações, e aparentemente te encontres amesquinhado por angústias, caminhando em terrível tristeza,
levanta a cabeça, descripa as mãos e torna-as de amor para com elas louvar ao Senhor no trabalho e no bem com os quais alça-rás vôo às Regiões da liberdade após o resgate que o sofrimen-
to te enseja. Recebe-o, pois, com amor e não desvaries.
DIVALDO PEREIRA FRANCO
pelo Espírito Joanna de Ângelis Dimensões da Verdade
O sofrimento é alta con-
cessão divina.
Aflição é exercício para
fixação do bem.
Sem eles ignoraríamos a
paz, desconsideraríamos a a-
legria, maldiríamos a saúde.
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―Dizeis que o amor e a caridade são virtudes dos An-
jos e que os Anjos estão no céu. No entanto,não te esqueças de que
podes encontrá-los nos hospitais, em forma humana aqui na Terra mesmo.‖ GUILHERME VICTOR
U ma jovem enfermeira escreveu um
artigo sobre sua luta para aprender a
enxergar em um paciente a imagem
de Deus sob um “doloroso disfarce.”
Aconteceu algumas semanas antes do Natal.
Joana foi uma das primeiras pacientes, um caso
completamente sem esperanças. “Um aneuris-
ma cerebral (rompimento de veias do cérebro) “, escreve a enfer-
meira, “impedia que ela tivesse consciência do que ocorria em todo
o seu corpo”. Logo os médicos concluiriam que Joana estava total-
mente inconsciente, incapaz de sentir dor e alheia a tudo o que se
passava a seu redor. A equipe de enfermagem do hospital tinha res-
ponsabilidade desvirá-la no leito a cada hora para evitar a formação
de escaras e de alimentá-la duas vezes por dia “ com uma espécie
de mingau ralo que passava por um tubo até chegar ao estômago”,
Cuidar dela era uma tarefa ingrata.
- Em estados tão graves como esse – dissera-lhe uma enfermeira
mais antiga do hospital – você precisa desligar-se emocionalmente
da situação.
Em conseqüência disso, Joana começou a ser tratada cada vez
mais como objeto, um vegetal...
A jovem enfermeira, porém, decidiu que não trataria aquela paci-
ente assim. Ela conversava com Joana, cantava para ela, incentivava-a
e chegou até presenteá-la com algumas lembranças.
Certo dia, quando a situação ficou realmente muito complicada,
sendo ocasião ideal para a jovem enfermeira descarregar toda sua
frustração sobre a paciente, ela, pelo contrário, agiu com extrema
bondade. Era dia de Natal, e a enfermeira disse à paciente:
- Eu estava muito mal humorada esta manhã, Joana, porque hoje
seria o meu dia de folga. Mas , agora que estou aqui, sinto-me feliz.
Eu não poderia deixar de vê-la no dia de Natal. Voce sabia que ho-
je é dia de Natal?
Nesse exato momento, o telefone tocou. Enquanto se virava pa-
ra atendê-lo, a enfermeira olhou de relance para a paciente. Ela rela-
tou: “- Joana estava olhando para mim, chorando. Grandes lágrimas
caíram sobre o travesseiro,e seu corpo inteiro tremia.”
Aquela única manifestação de emoção que Joana deixou trans-
parecer foi suficiente para mudar a atitude de todos os funcionários
do hospital em relação a ela. Pouco tempo depois, Joana faleceu. A
jovem enfermeira encerra seu depoimento dizendo:
- Continuo a pensar nela.... Ocorreu-me que devo muito a ela.
Se não fosse Joana, eu jamais saberia o que significa dedicar-se a
alguém que não pode oferecer nada em troca.
Podemos viver do que recebemos, mas nossa vida é feita daquilo
que damos. Lembremo-nos do que diz a carta aos Gálatas.
―Carreguem os fardos uns dos outros, e assim vocês estarão
cumprindo a lei de Cristo.‖
HISTÓRIAS QUE TOCAM O CORAÇÃO– Guilherme Victor M. Cordeiro.
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ANO II N° 12 Mongaguá -SP Julho /Agosto de 2011
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LIÇÃO DE UMA JOVEM ENFERMEIRA
Av Emb.PEDRO DE TOLEDO,382
Jd. AGUAPEÚ 11730-000 MONGAGUÁ -SP
Tel: (013) 3448- 3218 (013) 3448-3973
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CONHEÇA O ESPIRITISMO, ESTUDE O
ESPIRITISMO, COMPREENDA O
ESPIRITISMO, VIVENCIE O ESPIRITISMO
Candeia
GRUPO DE ESTUDOS
ESPÍRITA “LÉON DENIS”
É fundamental que todos nós tenha-
mos um objetivo na vida. Cada dia estamos
construindo nosso futuro. Não se pode
construir sem plano. A meditação e a pre-
ce auxiliam-nos a ter uma noção de nosso
objetivo espiritual. RODRIGUES CAMARGO
DIRETORIA
Presidente
VERA LÚCIA S.N PEREIRA
Vice Presidente
DIONÍCIA MENDEZ RIVERA
1º Secretário
PARAGUASSU NUNES PEREIRA
2º Secretário
MARCIA SINIGAGLIA N. PEREIRA
1ºTesoureiro
JOSÉ ALVAREZ RIVERA
2º Tesoureiro
DURVALINO BARRETO
Conselho Fiscal
MARIA ISABEL MACEDO, ADIRSON PEREIRA
GOMES e RAMATHIS MACEDO DA ROCHA
—-oooOOOooo—-
Responsáveis pelo CANDEIA
PARAGUASSU N PEREIRA e VERA LÚCIA S.N
PEREIRA
Revisão
JOSÉ A.RIVERA, PARAGUASSU N. PEREIRA e
VERA LÚCIA S.N. PEREIRA
Diagramação
PARAGUASSU NUNES PEREIRA
Impressão
GRÁFICA ITANHAÉM
(013) 34222-2077 - ITANHAÉM-SP
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EVENTOS ESPÍRITA
O Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”,
esteve em festa no mês de junho passado, ao
completar seu quarto ano de existência no dia 29.
O carinho de seus trabalhadores, colaboradores e
freqüentadores, vem consolidando cada vez mais essa
caminhada de luz.
Fortalecidos por esse ideal maior, todos parabeniza-
ram O Grupo de Estudos Espírita “Léon Denis” pe-
las vitórias conseguidas durante os primeiros anos na
doutrinação e divulgação do Espiritismo.
Ensejamos que continue sempre por essa causa que
engrandece a todos.
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BAZAR BANEFICENTE “ LÉON DENIS”
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