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ANO II 12 Mongaguá-SP Julho/Agosto de 2011 Candeia Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis” C onta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o rico chefe de grande caravana chamou-o à sua presença e lhe perguntou: - Por que oras com tanta fé? Como sa- bes que Deus existe, quando nem ao me- nos sabes ler? O servo humilde explicou-se: - Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu? - Pela letra. - Quando o senhor recebe uma jóia, co- mo é que se informa quanto ao autor dela? - Pela marca do ourives. O empregado sorriu e acrescentou: - Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo ou um boi? - Pelos rastros _respondeu o chefe, sur- preendido. Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu onde a lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso: - Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos homens! Nesse momento, o orgulhoso caravanei- ro, de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na areia e começou a orar também. Francisco C .Xavier Pelo Espírito Meimei D eus é eterno. Se tivesse tido princípio, teria saído do nada, ou, então, tam- bém teria sido criado por um ser anterior. É imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo nenhuma estabilidade teriam. É imaterial. Quer isto dizer que a sua natureza difere de tudo o que cha- mamos matéria. É único. Se muitos deuses houves- se, não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder na ordenação do Uni- verso. É onipotente. Ele o é, porque é úni- co. Se não dispusesse do soberano po- der, algo haveria mais poderoso ou tão poderoso quanto ele, que então não te- ria feito todas as coisas. É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela, assim nas mais pequeninas coi- sas, como nas maiores, e essa sabedoria não permite se duvide nem da justiça nem da bondade de Deus. Para acreditar em Deus, basta ao ho- mem lançar os olhos sobre as obras da criação.Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa e admitir que o nada pode fazer alguma coisa. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS -O Problema da Ido- latria entre espíritas 02 -A Evolução anímica 03 -O que representa a ação espírita em nos- sa realização pessoal 04 -A Lei de Cooperação 05 -A Vida no Mundo Espiritual -Problemas do Amor 06 -A Mediunidade de Jesus 07 -O Mundo em suas mãos 08 -Examinando o sofri- mento 09 -Lição de uma Jovem Enfermeira 10 -Eventos Espíritas 11 NESTA EDIÇÃO: EXISTÊNCIA DE DEUS ATRIBUTOS DA DIVINDADE INTERESSES ESPECIAIS - O PROBLEMA DA IDOLARIA ENTRE OS ESPÍRITAS :-Não devemos transformar nossas atividades em veículo de desta- que e adoração de nossos com- panheiros espíritas. - O QUE REPRESENTA A AÇÃO ESPÍRITA EM NOSSA REALIZAÇÃO PESSOAL? - Nunca,em todas as épocas da Humanidade, se teve tanto aces- so ao entendimento de nossos anseios. - A LEI DE COOPERAÇÃO :- A vida em sociedade nem sempre é fácil. Há muitas divergências entre as pessoas. - EXAMINANDO O SOFRIMEN- TO:- O sofrimento é alta conces- são divina. Sem eles ignoraría- mos a paz, desconsideraríamos a alegria, maldiríamos a saúde. Livraria Espírita “Léon Denis” VISITE NOSSA LIVRARIA - NOVOS LANÇAMENTOS - PREÇOS PROMOCIONAIS

Candeia julho e agosto de 2011

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Page 1: Candeia julho e agosto de 2011

ANO II N° 12 Mongaguá-SP Julho/Agosto de 2011

Candeia Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

C onta-se que um velho árabe

analfabeto orava com tanto

fervor e com tanto carinho,

cada noite, que, certa vez, o

rico chefe de grande caravana chamou-o à

sua presença e lhe perguntou:

- Por que oras com tanta fé? Como sa-

bes que Deus existe, quando nem ao me-

nos sabes ler?

O servo humilde explicou-se:

- Quando o senhor recebe uma carta de

pessoa ausente, como reconhece quem a

escreveu?

- Pela letra.

- Quando o senhor recebe uma jóia, co-

mo é que se informa quanto ao autor dela?

- Pela marca do ourives.

O empregado sorriu e acrescentou:

- Quando ouve passos de animais, ao

redor da tenda, como sabe, depois, se foi

um carneiro, um cavalo ou um boi?

- Pelos rastros _respondeu o chefe, sur-

preendido.

Então, o velho crente convidou-o para

fora da barraca e, mostrando-lhe o céu

onde a lua brilhava, cercada por multidões

de estrelas, exclamou, respeitoso:

- Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não

podem ser dos homens!

Nesse momento, o orgulhoso caravanei-

ro, de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na

areia e começou a orar também. Francisco C .Xavier – Pelo Espírito Meimei

D eus é eterno. Se tivesse

tido princípio, teria saído

do nada, ou, então, tam-

bém teria sido criado por

um ser anterior.

É imutável. Se estivesse sujeito a

mudanças, as leis que regem o Universo

nenhuma estabilidade teriam.

É imaterial. Quer isto dizer que a

sua natureza difere de tudo o que cha-

mamos matéria.

É único. Se muitos deuses houves-

se, não haveria unidade de vistas, nem

unidade de poder na ordenação do Uni-

verso.

É onipotente. Ele o é, porque é úni-

co. Se não dispusesse do soberano po-

der, algo haveria mais poderoso ou tão

poderoso quanto ele, que então não te-

ria feito todas as coisas.

É soberanamente justo e bom. A

sabedoria providencial das leis divinas

se revela, assim nas mais pequeninas coi-

sas, como nas maiores, e essa sabedoria

não permite se duvide nem da justiça

nem da bondade de Deus.

Para acreditar em Deus, basta ao ho-

mem lançar os olhos sobre as obras da

criação.Duvidar da existência de Deus

seria negar que todo efeito tem uma

causa e admitir que o nada pode fazer

alguma coisa.

Allan Kardec: O Livro dos Espíritos

PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS

-O Problema da Ido-latria entre espíritas

02

-A Evolução anímica 03

-O que representa a ação espírita em nos-

sa realização pessoal

04

-A Lei de Cooperação 05

-A Vida no Mundo

Espiritual

-Problemas do Amor

06

-A Mediunidade de Jesus

07

-O Mundo em suas mãos

08

-Examinando o sofri-

mento

09

-Lição de uma Jovem

Enfermeira

10

-Eventos Espíritas 11

NESTA EDIÇÃO:

EXISTÊNCIA DE DEUS ATRIBUTOS DA DIVINDADE

INTERESSES ESPECIAIS

- O PROBLEMA DA IDOLARIA ENTRE OS ESPÍRITAS:-Não devemos transformar nossas atividades em veículo de desta-que e adoração de nossos com-panheiros espíritas.

- O QUE REPRESENTA A AÇÃO ESPÍRITA EM NOSSA REALIZAÇÃO PESSOAL? -Nunca,em todas as épocas da Humanidade, se teve tanto aces-so ao entendimento de nossos anseios.

- A LEI DE COOPERAÇÃO:- A vida em sociedade nem sempre é fácil. Há muitas divergências entre as pessoas.

- EXAMINANDO O SOFRIMEN-TO:- O sofrimento é alta conces-são divina. Sem eles ignoraría-mos a paz, desconsideraríamos a alegria, maldiríamos a saúde.

Livraria Espírita “Léon Denis” VISITE NOSSA LIVRARIA - NOVOS LANÇAMENTOS - PREÇOS PROMOCIONAIS

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honrarias fantasiosas. É necessário reco-nhecer que aí temos um perigo sutil, através do qual, inúmeros trabalhadores têm resvalado para o despenhadeiro da

inutilidade”.

As emoções da admiração abusiva, voltadas a médiuns, líderes e oradores bri-lhantes não dei-xam de ser belas e emocionantes. Repletas de re-conhecimento e muito entusias-madas, agradam a todos os que as recebem em todos os setores de nosso Movi-mento Espírita. No entanto, essas manifestações me-recem muito cuidado no que diz res-peito a disciplina, prudência e ao e-

quilíbrio.

Sem darmos conta dos riscos, vamos introduzindo as exposições descabidas de sentimentalismo exalta-do, endeusamento obstinado, elogios infindáveis,destaque desregrado, baju-lação sistemática, visando à competi-ção silenciosa de dominação para sus-tentar a supremacia ideológica e sim-patia por determinada interpretação doutrinária nas diversas regiões da

grandiosa seara espírita.

Em o Livros dos Médiuns, no seu cap. XXXI, item XII, vamos en-contrar uma importante mensagem, ditada pelo espírito Joana D’Arc, que

J á é de nosso conhecimento

que a idolatria a seres huma-

nos é mais prejudicial espiritualmente,

do que a adoração a ídolos de barro,

pedra, madeira, ouro, etc.. A cristaliza-

ção mental acaba por mediar o cresci-

mento aberrante de energias psíquicas

viciadas, voltadas para o terreno panta-

noso, viscoso e hipnotizador de ilusão

e fantasia, fascinação e fanatismo, baju-

lação e vaidade, exaltação e elogios,

envolvimento hipnótico e deslumbra-

mento.

Emmanuel faz menção a este nocivo hábito no livro Pão Nosso, cap. 52, sob o título “Perigos Sutis”: “Aqui e acolá, surgem pruridos de adoração que se faz imprescindível combater.Não mais imagens dos círculos humanos, nem ins-trumentos físicos supostamente santifica-dos para cerimônias convencionais, mas entidades amigas e médiuns terrenos que a inconsciência alheia vai entronizan-do,inadvertidamente, no altar frágil de

diz o seguinte: : “As faculdades de que gozam os médiuns lhes atraem os elogios dos homens, os cumprimentos e as adulações:

eis o seu tropeço”.

Assim sendo a“adoração” consciente ou inconsciente dirigi-

da a pessoas que se desta-cam no aben-çoado Movi-mento Espíri-ta (dirigentes, facilitadores, médiuns, es-critores, ex-positores, evangelizado-res, etc.) im-pede o cresci-

mento moral, pois paralisa, alge-ma e entorpece as nossas energi-as salutares na prática da verda-deira caridade e verdadeira fra-

ternidade cristã.

Sob este aspecto, não devemos transformar nossas ati-vidades doutrinárias, sessões me-diúnicas, reuniões de estudo, se-manas espírita, confraternizações, etc., em veículo para o destaque e a adoração de nossos compa-

nheiros espíritas!

J. RIVERA

Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

ANO II N° 12 Mongaguá-SP - Julho /Agosto de 2011

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O PROBLEMA DA IDOLATRIA ENTRE OS ESPÍRITAS

...não devemos transfor-mar nossas atividades doutriná-rias, sessões mediúnicas, reuni-ões de estudo, semanas espírita, confraternizações, etc., em veí-culo para o destaque e a adora-ção de nossos companheiros

espíritas!

A SABEDORIA ESTÁ EM NÃO PENSARES QUE SABES AQUILO QUE NÃO SABES.

I sto vai endereçado àqueles que criticam as coisas de que, frequentemente, nada sa-

bem. Platão completa este pensamento de Sócrates, ao dizer;_” Tentamos, primeiro

torná-los, se possível, mais honestos nas palavras; se não conseguirmos, não nos ocupemos

deles, e não busquemos mais do que a verdade. Tratemos de nos instruir, mas não nos abor-

reçamos.” É assim que devem agir os espíritas, com relação aos seus contraditores de boa

ou má fé. Se Platão revivesse hoje, encontraria as coisas mais ou menos como no seu tempo ,

e poderia usar a mesma linguagem. Sócrates também encontraria quem zombasse de sua

crença nos Espíritos e o tratasse de louco, assim como ao seu discípulo Platão.

Por haver professado esses princípios, Sócrates foi primeiro ridicularizado, depois acusado de impiedade e conde-

nado a beber a cicuta. Tanto é certo que as grandes verdades novas, levantando contra elas os interesses e os pre-

conceitos que ferem, não podem ser estabelecidas sem lutas e sem mártires. ( n° 11 cap IV )

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A Biologia ensina-nos que houve os naturalistas

fixistas, ou seja os cientistas que defendiam a

tese segundo a qual as espécies atualmente

existentes, tanto animais como vegetais, seri-

am exatamente as mesmas colocadas por Deus na Terra

quando da criação do mundo. Assim pensavam e prega-

vam Aristóteles, Linneu, Cuvier, Agassiz e outros. De

igual modo assim admitem os católicos, os protestantes,

aferrando-se ao texto bíblico. Se bem que, entre os

católicos, já houve quem pensasse diferentemente co-

mo o padre e o paleontólogo Telhard de Chardin, cujas

idéias levaram a Igreja a admitir a evolução das espécies,

reservando à alma sua natureza e origem diretamente

da parte de Deus.

E a mesma Biologia ensina-nos que houve naturalistas

evolucionistas, ou seja, os cientistas que defendem a

tese de que os seres vivos que hoje conhecemos são o

resultado de um lento mas progressivo processo, que se

deu no passado e ainda se dá no presente. Como evolu-

cionistas temos o francês Lamark e o inglês Carlos Dar-

win, o mais importante biólogo transformista, famoso

por ter lançado, depois de viajar pelo mundo, em 1859,

o polêmico livro “A Origem das Espécies”.

Bem, consultando Kardec, sobretudo no livro A Gê-

nese, lançada em 1868, no capítulo X, vamos encontrar

estas palavras do Codificador do Espiritismo:

―Por pouco que se observe a escala dos seres vi-

vos, do ponto de vista do organismo, é-se forçado

reconhecer que, desde o líquen à árvore, e desde o

zoófito até o homem, há uma cadeia que se eleva

gradativamente, sem solução de continuidade e cu-

jos anéis todos têm um ponto de contacto com o

anel precedente. Acompanhando-se passo a passo a

série dos seres, dir-se-ia que cada espécie é um

aperfeiçoamento, uma transformação da espécie

imediatamente inferior.‖

Na Austrália existe o ornitorrinco. Ele é um mamífero

ao qual não deixam de faltar caracteres de ave. Por e-

xemplo: é um mamífero porque tem pêlos e mamas,

tem glândulas mamárias. Todavia, como as aves ele põe

ovos, tem bico e patas parecidas como as de um palmí-

pede para poder nadar. Vemos ser uma transição entre

as aves e os mamíferos. Há um vegetal também chama-

do de Selaginela que é transição entre pteridófitas (as

samambaias) e as ginospermas (árvores de Natal, se-

quóia,pinheiro do Paraná).

Ainda com base em Kardec, vamos ler O Livro dos

Espíritos, na questão n° 607 – a esta explicação dos Es-

píritos Superiores:-

“É nesses seres que o princípio inteligente se ela-

bora, se individualiza pouco a pouco e ensaia para

a vida. É de certa forma um trabalho preparativo,

como o da germinação, em seguida ao qual o prin-

cípio inteligente sofre transformação e se torna Es-

pírito. É então que começa para ele o período da

humanidade e com este passa a tomar consciência

de seu futuro, a fazer a distinção entre o Bem e o

Mal e se torna responsável por seus atos.‖

A EVOLUÇÃO ANÍMICA

Página 3 Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “ Leon Denis”

ANO II N° 12 Mongaguá-SP - Julho/Agosto de 2011

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CELSO MARTINS

O s bons Espíritos vão a qualquer parte.

A maneira como se deslocam os Espírito, varia de acordo com o grau de progresso já alcançado. Do mesmo modo que na Terra se usa como

meio de deslocamento o “caminhar”, também na Espiritualida-de se faz o mesmo, e isto acontece com a maioria dos recém desencarnados.

Porém, os Espíritos que se emancipam através da espiritua-lização gozam da possibilidade de “volitação.” A “volitação” é uma espécie de vôo deslizante, com capaci-

dade de deslocamento vertiginoso. Ela atende com perfeição as necessidades dos Espíritos evoluídos, quando estes necessi-tam cobrir longos percursos para a execução de suas tarefas. Foi André Luiz quem vulgarizou o tempo “volitação”. Diz-nos

ele que, fora dos muros da Colônia Espiritual “Nosso Lar”, ela é comumente usada.

Na Colônia, porém, é evitado o seu uso para não humilhar a

grande maioria dos que ali habitam e que não têm condições de praticá-la. No Mundo Espiritual, gozam também os Espíritos de perfei-

to serviço de tráfego. É natural que ali ninguém goze do “privilégio” do carro particular, pois na Espiritualidade todos os patrimônios são de ordem coletiva.

André Luiz nos fala de alguns desses veículos ali usados: o “aeróbus”, por exemplo, espécie de coletivo percorrendo itinerários comuns. Também nos revela a existência de veícu-

los de tração animal utilizados durante trabalhos de socorro nas regiões umbralinas, quando aborda o problema do corpo espiritual nos animais. JOÃO SÉRGIO SELL

PERISPÍRITO E DESLOCAMENTO

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O conforto que temos à mão, a Ciência e suas conquistas maravilhosas,a Tecnologia a serviço da comunidade, as Leis que permi-tem-nos uma convivência mais civi-lizada, a Engenharia, a Arquitetura, as geniais descobertas da Medicina e da Biologia, e a enxurrada de fa-cilidades criadas por tamanho de-senvolvimento do conhecimento humano são atestados do quanto nos projetamos na arte de tornar a

vida mais descomplicada.

Contudo, todos esses as-pectos representam acessórios que propiciam à criatura humana a o-portunidade de caminhar na dire-ção do principal, que é o próprio ser humano e sua capacidade de

interagir com seus semelhantes.

Tantos confortos expuse-ram as chagas que ainda trazemos em nosso mundo íntimo: o egoís-mo, o orgulho, a vaidade, o perso-nalismo, a egolatria,o narcisismo, a ambição, o desejo de supremacia, entre tantas neuroses e transtor-

nos de auto-paixão.

Nunca, em todas as épocas da Humanidade, se teve tanto aces-so ao atendimento de nossos an-seios materiais; no entanto, nunca tiveram homens e mulheres tantos e complexos conflitos íntimos, já sendo nomeado este primeiro sé-culo do novo Milênio como o sé-

culo da depressão.

Tem causado tristeza e preocupação a quantidade de ho-mens, mulheres,ricos, pobres, eu-ropeus, americanos, africanos, asiá-ticos, idosos, jovens e até crianças de 13, 14 anos frequentando assi-duamente consultórios de terapeu-tas,psicólogos, psiquiatras, e outros profissionais do gênero pedindo socorro para suas crises de incapa-cidade de lidar com seu mundo interior, apesar de tantas conquis-

tas do mundo exterior.

Tal incapacidade de lidar conosco mesmos se acentuou jus-tamente porque as dificuldades enfrentadas pelas gerações anterio-res absorviam esforços e energias, escondendo (de nós mesmos) grande parte de nossas necessida-

des morais e espirituais.

―O verdadeiro homem de bem (...) estu-da as suas próprias im-perfeições e trabalha sem cessar em combatê-las. Todos os seus esforços ten-

dem a permitir-lhe dizer, ama-nhã, que traz em si alguma coisa melhor do que na véspera‖. Allan Kardec “O Evangelho Segundo o Espiritis-mo”, cap.XVII –item 3, “O Homem de

Bem”.

J á estamos avançando e pro-fundamente adentrando na movimentação deste século

e deste milênio.

A realidade está a nos des-pertar para os modernos desafios da sociedade atual, não mais apenas convidando, mas conclamando e gritando, para o homem e a mulher do século XXI encararem o desafio de frente e aplicarem soluções ur-

gentes para solucioná-los.

O meio ambiente, as desi-gualdades sociais, a frágil linha de funcionamento da Economia Mundi-al, a violência, a explosão da liberti-nagem sexual, a juventude perdida entre tantos prazeres desequilibran-tes, as drogas, a corrupção, a crise moral sem precedentes, a escalada da depressão e da angústia nos se-res humanos, a falta de identidade

da criatura para com o Criador, etc.

Caramba! Só tem coisa ruim

acontecendo?

Assim será a reação de mui-tos tendo lido até aqui nossas consi-

derações...

Logicamente que não estão tão somente ocorrendo coisas ruins

e catastróficas.

A relação de coisas boas que temos acesso no mundo de hoje é bastante extensa, refletindo o avanço social que o Homem (e a Mulher, é claro!)conseguiu imprimir

em nossa escola planetária.

O conforto que temos à

Voltamos assim ao início des-se artigo, em que enumeramos tama-nhos desafios que precisamos e deve-mos encarar face a face, pois quanto mais se limpa nossa casa íntima de tralhas que representam as dificulda-des que sempre tivemos de sobrevi-ver em uma sociedade muito injusta e desigual, mais os buracos da parede estão sendo expostos, os defeitos na pintura aparecem, as manchas no teto são percebidas, as telhas quebradas são apontadas facilmente,os cupins nos tacos e nas tábuas do piso são vistos, o perigo dos fios e cabos elé-tricos espalhados desorganizadamen-te é claramente sentido, enfim, nos damos conta da profunda reforma pela qual precisa passar nossa casa

interior.

Basta de maquiar tais defici-ências! Chega de fugirmos de nós próprios,como vimos fazendo há sé-culos! É chegada a hora de nos auto descobrirmos e trabalharmos o rico acervo de nossas emoções, desejos e

conquistas.

A civilização humana alcançou um momento crucial: ou aprendemos a nos comportar como civilizados, ou nossa abençoada escola chamada Ter-ra não poderá servir-nos de educan-dário nobre e especial, pois que o gongo do Novo Milênio já soou, e não mais haverá espaço para posturas

medievais de seus educandos.

Assim, o motivo da série de transtornos do sentimento, do com-portamento e do psiquismo está na fuga ao convite de trabalharmos todo o material íntimo que trazemos em nós, convite esse para que nos trans-formemos interiormente, modifican-d o h á b i t o s , a l i j a n d o v í -cios,conquistando virtudes, conhecen-do mais nossas reações, aquilatando os bons valores que já trazemos e vencendo as imperfeições, obstáculos e deficiências de fundo moral e espiri-

tual.

É a hora de substituirmos o

“homem velho” pelo “homem novo”.

JoamarZanolini Nazareté

Advogado, professor universitário, jornalista, radialista, escritor), orador e conferencista, É um dos diretores do Centro Espírita "Aurélio Agostinho", com atuação em serviços sociais e

coordenador de eventos

Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

ANO II N° 12 Mongaguá-SP - Julho/Agosto de 2011

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O QUE REPRESENTA A AÇÃO ESPÍRITA EM NOSSA REALIZAÇÃO PESSOAL?

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ANO II N° 12 Mongaguá-SP Julho/Agosto de 2011

Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

A Espiritualidade Superior ensina que o

isolamento é contrário à

natureza humana.

Segundo ela, o homem é instintiva-

mente gregário por motivos providenci-

ais.

Ele precisa progredir e o progresso

é sempre fruto da colaboração de muitos.

Em regra, o homem busca a vida em

sociedade por razões pessoais.

Ocorre que as criaturas possuem diferentes ha-

bilidades e caracteres.

Mediante o convívio, elas se aproveitam dos ta-

lentos recíprocos e aprendem umas com as outras.

Justamente por isso, a força de uma sociedade

advem da diversidade de seus integrantes.

Quando a diversidade é valorizada, tem-se um

organismo social dinâmico e eficiente.

Ao contrário, toda tentativa de uniformização,

com intolerância ao diferente, implica enfraquecimen-

to.

Pode-se entender que vigora no âmbito humano

uma Lei geral de Cooperação.

Ela se apresenta nos mais variados contextos,

dos triviais aos sublimes.

Por exemplo, Jesus encarnou na Terra para ensi-

nar e exemplificar a vivência do bem, na conformidade

dos desígnios Divinos.

A LEI DE COOPERAÇÃO

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Dotado de extrema sabedoria e pureza, ainda assim

buscou companheiros para auxiliá-lo na tarefa.

Escolheu doze apóstolos, aos quais ministrou os

mais variados ensinamentos

Orientou-os, burilou-os e amparou-os para que no

tempo devido sustentassem a vivência do Evangelho no

mundo.

Os Apóstolos eram diferentes entre si.

Havia os reflexivos, os exaltados, os emotivos e os

práticos.

Jesus a nenhum desprezou. Antes, soube aproveitar

suas diferentes habilidades para o sucesso da empreitada

evangélica.

Certamente, ao assim agir, o Mestre Divino sinalizou

a importância da cooperação e da tolerância.

Dotado de poderes magné-

ticos desconhecidos e de ex-

traordinária sabedoria, nem

por isso quis fazer tudo sozi-

nho.

Soube dividir o peso da ta-

refa com homens rudes e que

não o compreendiam bem.

Esse eloqüente exemplo

demanda detida reflexão.

A vida em sociedade nem sempre é fácil.

Entre pessoas de visões e habilidades diversas, por

vezes surgem discussões e desentendimentos.

Ocorre que o bem pujante nunca é obra de um ho-

mem só.

Toda realização de importância é sempre fruto do

esforço de incontáveis envolvidos.

Apenas é preciso ser tolerante para conviver com o

diferente.

A fim de que o melhor resultado surja,, importa a-

prender a admirar opiniões divergentes.

Não apenas tolerá-las, mas valorizá-las, no que apre-

sentem de positivo.

Sem dúvida, é possível agir sozinho na luta por um

ideal.

Ocorre que, quando várias mãos se juntam, o bem se

multiplica e expande.

Pense nisso.

A vida em sociedade nem

sempre é fácil.

Entre pessoas de visões e

habilidades diversas, por ve-

zes surgem discussões e de-

sentendimentos.

Mundo Espírita – FEP

‘”O ser humano que venceu na vida é aquele que viveu bem, riu muitas vezes e amou mui-

to; que conquistou o respeito das pessoas inteligentes e o amor das crianças; que preen-

cheu um lugar e cumpriu uma missão; que deixou o mundo melhor do que o encontrou, se-

ja com uma flor, um poema perfeito ou com o salvamento de uma alma; que procurou o

melhor de nós e deu o melhor de si.” .” ROBERT L. STEVENSON

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O s desencarnados,

não primitivos, re-

presentam uma

gama de seres em

diversos graus evolutivos. Quan-

to menos evoluídos o ser, me-

nores serão as percepções na dimensão onde se encon-

tra. Encetando, pois, a sua iniciação no plano espiritual,

de consciência desperta e responsável, o homem come-

ça a penetrar na essência da lei de causa e efeito, encon-

trando em si mesmo os resultados enobrecedores ou

deprimentes das próprias ações. Quando dilacerado e

desditoso, grita a própria aflição, ao longo dos largos

continentes do Espaço Cósmico, reunindo-se a outros

culpados do mesmo jaez, com os quais permuta os qua-

dros inquietantes da imaginação em desvarios, tecendo,

com o plasma sutil do pensamento contínuo e atormen-

tado, as telas infernais em que as conseqüências de suas

faltas se desenvolvem, mediante as profundas e estranhas

fecundações de loucura e sofrimento que antecedem as

reencarnações reparadoras.

Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon

ANO II N° 12 Mongaguá-SP - Julho/Agosto de 2011

O s Espíritos primitivos, ao

desencarnar, voltam-se para

a grei donde pertenceram,

buscando uma espécie de

segurança, devido às saudades do lar. É

bem possível que as repetições desse

processo forjassem, o nascimento do

culto aos antepassados, observado em

determinadas civilizações. O homem selvagem (...) desper-

ta, fora do corpo denso, qual menino aterrado, que em se

sentindo incapaz da separação para arrostar o desconheci-

do, permanece, tímido, ao pé dos seus, em cuja companhi-

a passa a viver, noutras condições vibratórias, em proces-

sos multifários de simbiose, ansioso por retornar à vida

física que lhe surge à imaginação como sendo a única abor-

dável à própria mente. Não dispõe, nessa fase, de supri-

mento espiritual que o ajude a pensar em termos diferen-

tes da vida tribal em que se apóia.(...) O homem primitivo

que desencarnou (...) não tem outro pensamento senão

voltar – voltar ao convívio revitalizante daqueles que lhe

usam a linguagem e lhe comungam os interesses. Ressurgir

na própria taba e renascer na carne (...) constituem aspira-

ção incessante do selvagem desencarnado.

Página 6

A VIDA NO MUNDO ESPIRITUAL

PROBLEMAS DO AMOR

―...que vosso amor cresça cada vez mais no pleno conhecimento e em todo o discernimento.‖

Paulo.Filipenses, 1:9.

O amor é força divina do Universo.

É imprescindível, porém, muita vigilância para que não a desviemos na justa aplica-

ção.

Quando um homem se devota, de maneira absoluta, aos seus cofres perecíveis,

essa energia, no coração dele, denomina-se “avareza”; quando se atormenta, de modo exclusivo,

pela defesa do que possui, julgando-se o centro da vida, no lugar em que se encontra, essa mesma

força converte-se nele em “egoísmo”; quando só vê motivos para louvar o que representa, o que

sente e o que faz, com manifesto desrespeito pelos valores alheios, o sentimento que predomina

em sua órbita chama-se “inveja”.

Paulo, escrevendo à amorosa comunidade filipense, formula indicação de elevado alcance. Asse-

gura que “ o amor deve crescer, cada vez mais, no conhecimento e no discernimento, a fim de

que o aprendiz possa aprovar as coisas que são excelentes”.

Instruamo-nos, pois, para conhecer.

Eduquemo-nos para discernir.

Cultura intelectual e aprimoramento moral são imperativos da vida, possibilitando-nos a manifestação do amor, no

império da sublimação que nos aproxima de Deus.

Atendamos ao conselho apostólico e cresçamos em valores espirituais para a eternidade, porque muitas vezes, o

nosso amor é simplesmente querer e tão-somente com o “querer” é possível desfigurar, impensadamente, os mais

belos quadros da vida. Fonte Viva – Francisco C Xavier – pelo Espírito Emmanuel.

A VIDA ESPIRITUAL

DO HOMEM PRIMITIVO

A VIDA ESPIRITUAL

DO HOMEM NÃO PRIMITIVO

FUNDAMENTAÇÃO ESPÍRITA – FEB

Page 7: Candeia julho e agosto de 2011

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A mediunidade é em si mesma, uma facul-

dade que possibilita o intercâmbio consci-

ente ou não com os espíritos, quer estes

se encontrem domiciliados no corpo físi-

co ou fora dele, além da morte orgânica.

Neutra, do ponto de vista filosófico e religioso,

tem sido utilizada através da história para os fins que

lhe destinam os grupos sociais nos quais se apresenta.

Inata à natureza humana, contribui para demons-

trar com segurança a transitoriedade da organização

biológica, ao mesmo tempo em que favorece a indiscu-

tível realidade da vida imortal.

A sua utilização assinala-a com bênçãos ou desali-

nhos, de acordo com a conduta do medianeiro, bem

como daqueles entre os quais este se movimenta.

Expressa-se, automaticamente, despertando curio-

sidade, chamando a atenção, impondo, no entanto, um

comportamento saudável, a fim de oferecer resultados

proveitosos.

Descuidada, torna-se veículo de sofrimento; utili-

zada em espetáculos, concorre para o desequilíbrio e o

ridículo; vendida, tomba nos perigosos meandros da

mentira a serviço da irresponsabilidade; posta em favor

do bem, converte-se em portal de luz, abrindo espaços

libertadores para os homens e os espíritos.

De acordo com a conduta moral do médium, atrai

entidades equivalentes que a manipulam, dando curso

ao caráter que possuem, tornando-a fator de alegria ou

de tormento.

Essencialmente, deve destinar-se à obra de conso-

lação das criaturas, demonstrando-lhes a sobrevivência

ao túmulo e reconfortando, também, aqueles que o

atravessaram com desaviso, tormento e loucura.

Os desvios morais entorpecem-na; as paixões pri-

mitivas embrutecem-na; as ambições vulgares conspur-

cam-na; os interesses egoístas ensoberbecem-na, con-

denando-a a distonias físicas e psíquicas irrecuperáveis.

Não pode ser aplicada como meio de vida, porém

como instrumento de relevantes valores para a vida.

Nos últimos tempos, poderemos identificá-la em

situações diferentes, ora constrangedoras, ora grandio-

sas, conforme a finalidade a que a destinaram os seus

portadores.

A relação daqueles que se fizeram missionários do

bem em favor do seu próximo é longa, entregando-se à

atividade mediúnica sob rígido controle moral e cristão.

Iluminando a consciência do médium e aplainando

-lhe o caráter, a doutrina espírita propõe o exercício da

faculdade em favor de metas relevantes, nas quais o

sacrifício, a abnegação e a caridade do servidor se tor-

nam indispensáveis para o êxito do empreendimento.

Esta conduta é a da mediunidade com Jesus – Pro-

tótipo do intercâmbio superior com Deus em favor da

humanidade – através cujo exercício adquire as caracte-

rísticas essenciais para o seu superior desiderato, auxi-

liando os homens, encarnados ou desencarnados, a tri-

lharem pela senda renovadora.

Considerando-se a multidão de inditosos a pulula-

rem na erraticidade inferior, o médium consciente e

responsável deve brindar-se à tarefa da enfermagem

espiritual, em favor do seu próximo, contribuindo para

que este seja esclarecido e guiado ao reequilíbrio, dan-

do curso ao impositivo da caridade, desta forma evitan-

do-se as quedas desastrosas no abismo em que tom-

bam os insensatos, os presunçosos, os irrequietos e

invigilantes que, em se utilizando da mediunidade em

favor da ambição, recebem o efeito da própria escolha. Divaldo P Franco – pelo Espírito Vianna de Carvalho – Mé-

diuns e Mediunidades

A MEDIUNIDADE E JESUS

Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita „Leon Denis”

ANO II N° 12 – Mongaguá– SP - Julho/Agosto de 2011

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MEDIUNIDADE

A cada ingresso na esfera carnal, trazes contigo compromissos que te permitirão desenvolver novas apti-

dões.

Acumulando valiosas experiências, vais crescendo como alma, que busca incessantemente a perfeição.

O caminho é longo e cada trecho percorrido deve ser preenchido com devotamento e amor.

O corpo físico, cadinho de experiências por vezes dolorosa, é imenso santuário do Espírito que deve ser cui-

dado com extrema dedicação e responsabilidade.

Não queiras abarcar grandes conquistas numa única vida, mas dá-te a oportunidade de amadurecer lentamente,

assentando um terreno seguro onde possas trilhar futuramente para novas investidas no campo da evolução.

Reserva-te o direito de errar, sem excluíres o dever de vencer a ti mesmo, refazendo teus atos com amor, es-

perança e fé.

Ergue-te dos próprios tropeços e lembra-te de que, adiante, tu mesmo irás usufruir das conquistas de agora.

Se grato por esta vida porque esta representa oportunidade reprisada de vencer as tuas limitações.

, descobrindo que és um universo inexplorado, onde tesouros incalculáveis se encontram enterrados, sob a su-

cata da ignorância, e aguardam o momento de brilhar.

E assim, ante cada etapa vencida com êxito, pelo menos mais uma aptidão resplandecerá como adorno eterno

de tua alma. SUPERANDO A ANSIEDADE—EULÁLIA BUENO - MENSAGENS DE MARIA DO ROSÁRIO DEL PILAR

APTIDÕES

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Q uando o Sublime Governador da Terra se corporificou entre os homens, considerou o trabalho atendendo aos im-

positivos da ação na comunidade; respeitou a indumentária, submeteu-se às contingências da época; manteve ami-gos em círculos de afeição, atento à vida em sociedade; aceitou problemas comuns, compreendendo as limitações mentais dos que o cercavam; mas, sobretudo, preparou-se para o serviço de salvação dos espíritos, entregando-se,

Ele mesmo, às maiores renúncias, às mais pungentes dores, às mais graves aflições para, através da cruz, em morte imerecida,

atestar que as fronteiras do reino da alegria perfeita começam com as primeiras tintas da madrugada, que brilha na esfera ex-celsa da imortalidade, depois de todas as preocupações, vencida a morte... Divaldo P. Franco – Pelo Espírito Joanna de Ângelis

Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

ANO II N° 12 – Mongaguá– SP - Julho/Agosto de 2011

O MUNDO EM SUAS MÃOS

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Richard simonetti

Nesse momento, enquanto lê estas linhas, você

não está na prisão. Em pensamento, livre como um

pássaro, viaja comigo no maravilhoso país das idéias.

- - - - o o o o 0 0 0 0 o o o o - - - -

Talvez você não goste de ler. Não está sozinho.

Muitas pessoas jamais abriram um livro. Não sa-

bem o que estão perdendo...

Mas não é tão difícil cultivar a leitura. Basta criar o

hábito.

Hábito é aquilo que a gente está acostumado a

fazer.

Fazemos automaticamente, com facilidade, sem

esforço...

Por exemplo:

Falar mal da vida alheia.

Muita gente gosta disso. Basta se reunirem duas ou

mais pessoas e dali a pouco estão fofocando.

É um mau hábito.

Não traz nenhum proveito. Ao contrário, só gera

confusão, desentendimento, discórdia, brigas...

Ler é um bom hábito.

No começo é meio enjoado, cansativo. A gente

não consegue prestar atenção, tem dificuldade para

entender.

Mas se insistirmos, lendo todo dia um pouco, aca-

baremos gostando, e leremos cada vez mais, e enten-

deremos cada vez melhor.

Experimente.

Em princípio faça como um dever.

Assuma perante você mesmo um compromisso:

Ler, todos os dias, algumas páginas de um bom

livro, aquele que lhe ofereça conhecimento.

Aos poucos você começará a ler mais páginas e

haverá de gostar.

Verá que é muito bom.

N o esforço de manter-se ocupado, há

algo muito importante:

Não deixe passar um só dia sem o em-

prenho de aprender.

Nossa mente, se assim posso dizer, tem proprieda-

des elásticas. Quanto mais coisas botamos dentro dela,

mais cresce, mais poderosa fica, mais capaz.

E quanto mais aprendemos, melhor compreende-

mos a vida, mais equilibrados ficamos, mais felizes vive-

mos.

Sócrates, que foi um grande sábio da Antiguidade

dizia :

Só ha um mal - a ignorância.

Só há um bem - o conhecimento.

Ele queria dizer que os males em que nos envolve-

mos nascem sempre de não sabermos como lidar com

a Vida.

Mais exatamente, nascem de nossa ignorância.

Analisando friamente a questão você fatalmente re-

conhecerá que se conhecesse melhor as coisas, se ti-

vesse uma visão mais clara sobre a Vida, certamente

não estaria numa prisão.

Por isso Sócrates afirma que o único bem é o co-

nhecimento.

Quem adquire conhecimento fica sabendo o que é

realmente importante em favor de sua felicidade.

- - - o o o o 0 0 0 0 o o o o - - - -

Nessa busca de conhecimento há um amigo muito

especial, disposto a nos acompanhar onde estivermos,

até na prisão. Está sempre pronto a nos atender e ensi-

nar, a qualquer momento.

Nunca se cansa. Nunca se aborrece. Nunca se re-

cusa.

Esse amigo de todas as horas é o livro.

Com ele aprendemos as coisas mais interessantes,

aumentamos a nossa capacidade de pensar, viajamos...

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Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

ANO II N° 12 – Mongaguá– SP Julho/Agosto de 2011

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Fugir da aflição! Libertar-se da dor!

E squecer...Esquecer que se sofre! _ Exclamam os simplistas que pensam em solucionar o magno e

palpitante problema do sofrimento não o consi-derando, como se, ignorando a enfermidade e a

dor, a dor e a enfermidade ignorassem o homem.

Muitos dos que se filiaram às diversas correntes religio-sas do Cristianismo procuram, por processo de transferência, oscilar acima das águas tumultuadas do sofrer, orando, e na

prece, a libertação gratuita, como se o papel da Divindade fosse o de incluir solicitações aos títulos característicos do mérito ou do demérito.

Alguns, vinculados às cor-

rentes do materialismo filosófi-co ou científico, fogem em bus-ca do prazer como se este, en-

torpecendo o caráter, pudesse anular a sede dos registros do passado culposo, libertando os

infratores sem a regularização dos seus débitos. E como o prazer não consegue atender a

sede de gozo e o gozo da fuga, fogem, desvairados, para os labirintos das drogas estupefaci-entes, procurando, na consciência em desalinho e em exalta-

ção, uma felicidade a que não fazem jus, uma paz que não me-recem.

E o sofrimento – esse desconhecido servidor da alma –

continua, imperturbável no afã de sacudir e despertar mentes, realizando o impositivo divino de reequilíbrio da Lei.

Reponta aquí e surge adiante, de mil formas, falando

vigorosa linguagem que somente raros conseguem escutar e entender.

Zenão de Cítio, o filósofo grego do século IV antes de

Cristo, contemplando o panorama de dor que se apresentava afligente em todo lugar, elaborou a atitude inabalável diante da alegria e da tristeza, através do qual o desdém às coisas materiais e o culto às virtudes seriam os meios únicos de

promover o equilíbrio no homem, desse modo valorizando

EXAMINANDO O SOFRIMENTO

O SONO E OS SONHOS QUESTÃO 404 – O QUE PENSAR DA SIGNIFICAÇÃO ATRIBUIDA AOS SONHOS ?

O s sonhos não tem o significado que certos adivinhos lhe atribuem. É um absurdo a-

creditar que sonhar com isso significa aquilo. São verdadeiros no sentido de que

apresentam imagens real ao Espírito, mas muitas vezes não tem relação com que se

passa na vida corporal; são também como dissemos, uma lembrança. Algumas vezes,

podem ser um pressentimento do futuro, se Deus o permite, ou a visão do que se passa nesse

momento em outro lugar para onde a alma se transporta. Não tendes numerosos exemplos de

pessoas que aparecem em sonho e vem advertir seus parentes ou amigos do que lhes está acon-

tecendo ? O que são essas aparições, senão a alma ou Espírito dessas pessoas que vem se comu-

nicar com o vosso? Quando estais certos de que o que vistes realmente aconteceu, não é uma

prova de que a imaginação não tomou parte em nada, principalmente se as ocorrências do sonho não estavam de

modo algum e vosso pensamento enquanto acordados ?

para vencer a dor, enfrentando-a com nobreza e fé

Sócrates, o maior filósofo da Humanidade,encarcerado pela intolerância do ignóbil julgamento Heliastas preceituava, mesmo da prisão, o culto da moral e da virtude para vencer o sofrimen-

to, suportando com estoicismo a injusta imposição. Francisco de Assis, o pobrezinho, desdenhando todas as

coisas da Terra, experimentou a zombaria e sofreu aflições sem

nome, mantendo a força do amor no exercício das virtudes cristãs, como chave do enigma angustiante do sofrimento. Ben-dizia a dor!

Joana d’Arc encarcerada por circunstâncias óbvias procu-rou escutar suas Vozes e, animada pelos Amigos Espirituais que a norteavam, suportou o cárcere, a humilhação, o vexame

quando queimada, após infamante e arbitrário

julgamento, chamando por Jesus e superando a própria dor... O sofrimento é alta concessão divina.

Aflição é exercício para fixação do bem. Sem eles ignoraríamos a paz, desconsideraría-mos a alegria, maldiríamos a saúde.

Aquele que sofre está sendo aquinhoado com os exercícios de fixação do bem nas telas men-tais.

No leito de dor, na cadeira de rodas, nas amar-ras ortopédicas; sob os ferrões morais, nos tormentos familia-res, nos cipós limitativos das aspirações; no corpo, na mente, na

alma; na família, em sociedade, no trabalho; onde esteja a arder e queimar brasas do sofrimento, agradece a Deus a oportunida-de de aprender e reparar.

Mesmo que o teu céu esteja carregado de cúmulos em forma de dores e preocupações, e aparentemente te encontres amesquinhado por angústias, caminhando em terrível tristeza,

levanta a cabeça, descripa as mãos e torna-as de amor para com elas louvar ao Senhor no trabalho e no bem com os quais alça-rás vôo às Regiões da liberdade após o resgate que o sofrimen-

to te enseja. Recebe-o, pois, com amor e não desvaries.

DIVALDO PEREIRA FRANCO

pelo Espírito Joanna de Ângelis Dimensões da Verdade

O sofrimento é alta con-

cessão divina.

Aflição é exercício para

fixação do bem.

Sem eles ignoraríamos a

paz, desconsideraríamos a a-

legria, maldiríamos a saúde.

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―Dizeis que o amor e a caridade são virtudes dos An-

jos e que os Anjos estão no céu. No entanto,não te esqueças de que

podes encontrá-los nos hospitais, em forma humana aqui na Terra mesmo.‖ GUILHERME VICTOR

U ma jovem enfermeira escreveu um

artigo sobre sua luta para aprender a

enxergar em um paciente a imagem

de Deus sob um “doloroso disfarce.”

Aconteceu algumas semanas antes do Natal.

Joana foi uma das primeiras pacientes, um caso

completamente sem esperanças. “Um aneuris-

ma cerebral (rompimento de veias do cérebro) “, escreve a enfer-

meira, “impedia que ela tivesse consciência do que ocorria em todo

o seu corpo”. Logo os médicos concluiriam que Joana estava total-

mente inconsciente, incapaz de sentir dor e alheia a tudo o que se

passava a seu redor. A equipe de enfermagem do hospital tinha res-

ponsabilidade desvirá-la no leito a cada hora para evitar a formação

de escaras e de alimentá-la duas vezes por dia “ com uma espécie

de mingau ralo que passava por um tubo até chegar ao estômago”,

Cuidar dela era uma tarefa ingrata.

- Em estados tão graves como esse – dissera-lhe uma enfermeira

mais antiga do hospital – você precisa desligar-se emocionalmente

da situação.

Em conseqüência disso, Joana começou a ser tratada cada vez

mais como objeto, um vegetal...

A jovem enfermeira, porém, decidiu que não trataria aquela paci-

ente assim. Ela conversava com Joana, cantava para ela, incentivava-a

e chegou até presenteá-la com algumas lembranças.

Certo dia, quando a situação ficou realmente muito complicada,

sendo ocasião ideal para a jovem enfermeira descarregar toda sua

frustração sobre a paciente, ela, pelo contrário, agiu com extrema

bondade. Era dia de Natal, e a enfermeira disse à paciente:

- Eu estava muito mal humorada esta manhã, Joana, porque hoje

seria o meu dia de folga. Mas , agora que estou aqui, sinto-me feliz.

Eu não poderia deixar de vê-la no dia de Natal. Voce sabia que ho-

je é dia de Natal?

Nesse exato momento, o telefone tocou. Enquanto se virava pa-

ra atendê-lo, a enfermeira olhou de relance para a paciente. Ela rela-

tou: “- Joana estava olhando para mim, chorando. Grandes lágrimas

caíram sobre o travesseiro,e seu corpo inteiro tremia.”

Aquela única manifestação de emoção que Joana deixou trans-

parecer foi suficiente para mudar a atitude de todos os funcionários

do hospital em relação a ela. Pouco tempo depois, Joana faleceu. A

jovem enfermeira encerra seu depoimento dizendo:

- Continuo a pensar nela.... Ocorreu-me que devo muito a ela.

Se não fosse Joana, eu jamais saberia o que significa dedicar-se a

alguém que não pode oferecer nada em troca.

Podemos viver do que recebemos, mas nossa vida é feita daquilo

que damos. Lembremo-nos do que diz a carta aos Gálatas.

―Carreguem os fardos uns dos outros, e assim vocês estarão

cumprindo a lei de Cristo.‖

HISTÓRIAS QUE TOCAM O CORAÇÃO– Guilherme Victor M. Cordeiro.

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ANO II N° 12 Mongaguá -SP Julho /Agosto de 2011

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LIÇÃO DE UMA JOVEM ENFERMEIRA

Av Emb.PEDRO DE TOLEDO,382

Jd. AGUAPEÚ 11730-000 MONGAGUÁ -SP

Tel: (013) 3448- 3218 (013) 3448-3973

www.geeld.blosgspot.com [email protected]

CONHEÇA O ESPIRITISMO, ESTUDE O

ESPIRITISMO, COMPREENDA O

ESPIRITISMO, VIVENCIE O ESPIRITISMO

Candeia

GRUPO DE ESTUDOS

ESPÍRITA “LÉON DENIS”

É fundamental que todos nós tenha-

mos um objetivo na vida. Cada dia estamos

construindo nosso futuro. Não se pode

construir sem plano. A meditação e a pre-

ce auxiliam-nos a ter uma noção de nosso

objetivo espiritual. RODRIGUES CAMARGO

DIRETORIA

Presidente

VERA LÚCIA S.N PEREIRA

Vice Presidente

DIONÍCIA MENDEZ RIVERA

1º Secretário

PARAGUASSU NUNES PEREIRA

2º Secretário

MARCIA SINIGAGLIA N. PEREIRA

1ºTesoureiro

JOSÉ ALVAREZ RIVERA

2º Tesoureiro

DURVALINO BARRETO

Conselho Fiscal

MARIA ISABEL MACEDO, ADIRSON PEREIRA

GOMES e RAMATHIS MACEDO DA ROCHA

—-oooOOOooo—-

Responsáveis pelo CANDEIA

PARAGUASSU N PEREIRA e VERA LÚCIA S.N

PEREIRA

Revisão

JOSÉ A.RIVERA, PARAGUASSU N. PEREIRA e

VERA LÚCIA S.N. PEREIRA

Diagramação

PARAGUASSU NUNES PEREIRA

Impressão

GRÁFICA ITANHAÉM

(013) 34222-2077 - ITANHAÉM-SP

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ANO II N° 12 Mongaguá -SP Julho /Agosto de 2011

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EVENTOS ESPÍRITA

O Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”,

esteve em festa no mês de junho passado, ao

completar seu quarto ano de existência no dia 29.

O carinho de seus trabalhadores, colaboradores e

freqüentadores, vem consolidando cada vez mais essa

caminhada de luz.

Fortalecidos por esse ideal maior, todos parabeniza-

ram O Grupo de Estudos Espírita “Léon Denis” pe-

las vitórias conseguidas durante os primeiros anos na

doutrinação e divulgação do Espiritismo.

Ensejamos que continue sempre por essa causa que

engrandece a todos.

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ANO II N° 12 Mongaguá -SP Julho/Agosto de 2011

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BAZAR BANEFICENTE “ LÉON DENIS”

ROUPAS CALÇADOS UTENSÍLIOS DOMÉSTICO

ABERTO:- NAS SEGUNDAS—TERÇAS E NAS QUINTAS FEIRA - DAS 14H00 ÀS 17H00

ELETRÔNICOS

Page 13: Candeia julho e agosto de 2011

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