MCA AGRONo ambiente natural
CASE STUDY21/01
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Situada no interior da província do
Kwanza-Sul(1) a Fazenda Mussinga
encontra na comunidade mais próxima
a si: Shaossi(2) uma vasta população
que para aí migrou ao longo dos
demorados e penosos períodos de
guerra em Angola. As populações
migrantes oriundas das províncias a
leste de Luanda da etnia Mbundu(3) e
do planalto central da etnia
Ovimbundu(4) aí se juntaram e
coabitam harmoniosamente cruzando
as suas conversas nas línguas
nacionais Quimbundo e Umbundo.
Para chegar à sede municipal: a cidade
de Waku Kungo é preciso percorrer 80
KM em picada(5) que se desfazem em
cada período de chuvas que se faz
sentir intensamente desde Outubro a
Abril.
Fazenda Mussinga foi o nome atribuído à área de mil hectares concessionada à MCA Vias no ano de 2010.
/ A FAZENDA /
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Por se situar entre o rio Nhia e a montanha Mussinga a Fazenda procurou na natureza e na grandiosidade daquela montanha um nome para os produtos a comercializar pela fazenda.
A MCA Agro é formalmente constituída em Fevereiro de 2017 dando assim início a um processo que visa conjugar - de forma ambientalmente sustentável - o interesse empresarial e o desenvolvimento das comunidades locais.
O objetivo fundacional para a criação desta nova área empresarial do Grupo MCA materializou-se com a conceção de um programa de culturas a instalar na Fazenda que junta os recursos existentes (pessoas, recursos hídricos, solos, altitude, clima e histórico de culturas existentes) a uma ideia de mercado para distribuição e valorização dos produtos. Além da conjugação dos fatores de sustentabilidade empresarial, o projeto apresenta um sentido responsabilidade social ativo ao se
associar às comunidades agrícolas locais garantindo o escoamento dos seus produtos adotando o conceito comércio justo(6), isto é, pagando o valor justo aos agricultores que se associem à MCA Agro.
A existência de cursos de água naturais provenientes de rios e nascentes possibilita à Fazenda Mussinga usufruir da água necessária para as necessidades hídricas das suas culturas tendo para isso realizado um investimento reduzido e sem recursos mecânicos. Como? Através da instalação de um corpo central de rega que por gravidade e com recurso a valas e canalizações possibilita levar a água a uma extensão de 300 HA de culturas utilizando assim os recursos hídricos existentes e devolvendo a água ao seu percurso natural.
/ A FAZENDA /
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Instalar 250 Hectares de café arábica(7) que pela altitude - entre 1.200 a 1.500 metros do nível do mar - e histórico da cultura cafeícola naquela região oferecem garantias e potencial para a exportação de um café de qualidade.
Atualmente com 40 hectares estima-se concluir a instalação de 250 hectares até ao final do 1º semestre de 2022 e a partir de 2025 obter uma colheita de 4.500 Ton/ano que resultará em cerca de 1.000 Ton/ano de café comercial (sacas de 60 KG) para exportação.
Atualmente estão em viveiro cerca de 500.000 plantas de café e estima-se que até final de março de 2021 se complete o programa de preparação de
mais de um milhão de plantas que de forma continua se estão a plantar para completar o total de 250 hectares previstos. Cada hectare tem em média 4.500 plantas das qualidades Mundo Novo. Catuai amarelo e Catuai vermelho que são espécies autóctones de qualidade e resistentes como o afirmam as árvores ainda produtivas que subsistem desde os anos sessenta do século XX, fundamentalmente na região do município da Gabela.
O conjunto dos fatores observados, os ensaios realizados e uma ideia comercial pensada para o médio e longo prazo centrada na exportação inspiraram à instalação das seguintes culturas na Fazenda Mussinga:
/ CAFÉ /
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Embora seja um processo em desenvolvimento e sujeito a alterações circunstanciais os objetivos iniciais têm vindo a ser realizados.
As culturas instaladas, as áreas ocupadas e a produção estimada são as seguintes:
a) Abacaxi: 6 Hectares com produção de 60 Ton/ano
b) Maracujá: 2 Hectares com produção de 20 Ton/ano e reabilitação de mais 2 Hectares para no ano cruzeiro (2022) se atingir uma produção anual de 40 Toneladas.
c) Goiaba: 7 Hectares com produção estimada de 30 Ton para em 2021 e em crescendo até ao ano cruzeiro (2023) obter uma produção de 70 Ton/ano.
d) Abacate: 3 Hectares com produção estimada de 30 Ton/ano em 2022 e em crescendo até ao ano cruzeiro (2025) obter uma produção de 60 Ton/ano. Prevê-se aumentar exponencialmente a área de abacateiros com a instalação de 50.000 plantas ao longo das principais avenidas do café.
/ FRUTA TROPICAL /
O desenvolvimento qualitativo e quantitativo da área frutícola visa a comercialização de 50% da produção para o mercado interno e a outra metade para exportação. Para isso procede-se à seleção dos melhores frutos autóctones para semente e procuram-se sementes de qualidade no mercado interno e externo.
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A relação social estabelecida entre a MCA Agro e as comunidades locais teve como elemento central o compromisso de que um comprava o produto a um preço justo e o outro entregava em boas condições. A dificuldade associativa e algum sentido de oportunidade dos agricultores locais limitou o cumprimento do acordo tendo como razão a irregularidade na entrega e a pouca atenção dada aos problemas de qualidade. Foi por isso necessário desenvolver uma área hortícola na Fazenda Mussinga para assegurar uma entrega regular com qualidade e alargar a gama de produtos a oferecer de forma consistente aos seus clientes.
Mais uma vez a MCA Agro juntou aos fatores naturais observados na Fazenda Mussinga a experiência agrícola e comercial entretanto adquiridas para desenhar as novas culturas a instalar pelo que resultou o seguinte:
a) Batata Rena (rossana): 4 Hectares (em continuo) com produção de 150 Ton/ano (previsão para 2021)
b) Batata-doce: 2 Hectares (em continuo) com produção de 50 Ton/ano (previsão para 2021)
c) Gindungo (pimenta): 1 Hectare com 20 Ton/ano (previsão para 2021)
d) Abóbora: 1 Hectare com 16 Ton/ano (previsão para 2021)
e) Ginguba (amendoim): 1 Hectare com 3 Ton/ano (fase experimental)
f) Feijão manteiga: 1 Hectare 3 Ton/ano (fase experimental)
g) Milho pipoca: 1 Hectare 3 Ton/ano (fase experimental)
A dificuldade de mobilidade desde a Fazenda até ao grande mercado de consumo foi determinante para a opção por culturas de menor perecibilidade. Foi também tomado em consideração serem estas culturas vastamente produzidas nas áreas envolventes à Fazenda Mussinga pelo que a médio prazo pretende-se motivar a instalação de uma cooperativa de agricultores locais para que a região ganhe escala na produção, otimização na logística/transportes e valor na comercialização.
/ HORTA /
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A criação da Trading teve como objetivo constituir
uma unidade autónoma na Empresa MCA Agro
vocacionada para a compra e venda de produtos. É
uma identidade que perspetiva o lucro mas age
com valores de responsabilidade social e sentido
ético. Esse posicionamento materializa-se na
sensibilização para a responsabilidade ambiental,
comercial e financeira explicada aos seus
fornecedores (pequenos agricultores e
famílias camponesas) e
com verticalidade
para com os seus
clientes ao entregar o
produto no tempo,
na qualidade e nas
condições
negociadas.
A MCA Agro foi desenvolvendo uma relação
sustentada com clientes tendo conseguido no
espaço de dois anos angariar e fidelizar uma vasta
carteira de clientes, que vão desde os grandes
distribuidores a operar em Angola, passando por
médios e pequenos supermercados de bairro até
aos mais variados espaços de restauração e
cantinas.
/ TRADING MCA AGRO /
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A responsabilidade social é o elemento identitário
do projeto MCA Agro. Essa sensibilidade pela coisa
social é visível não só aquando da implementação
do projeto mas também na forma como tem
conduzido a sua atividade.
A consciência de que a região da Mussinga se situa
distante e de difícil acesso aos grandes mercados,
ao invés de retrair, inspira o projeto a tomar
decisões criteriosas sobre as culturas a
desenvolver e na procura de soluções de
desenvolvimento com base nos
recursos locais e numa relação
muito próxima com a natureza
que a rodeia.
O projeto MCA Agro
concretiza o seu
plano de apoio às
comunidades
locais quando
incita à
produção e
assegura o
escoamento
dos seus
produtos. As
transações
que efetua
dão sentido
ao conceito
de fare trade porque retribui o valor justo.
O sentido de responsabilidade social da MCA Agro
materializa-se ainda porque dá trabalho a mais de
sessenta jovens locais, porque lhes dá formação
técnica e cívica, porque requalificando as vias de
acesso permite que o movimento entre as seis
aldeias que se cruzam nos cerca de 80 KM que
ligam aquelas populações à cidade do Wako Kungo
se faça e faça possível ir ao hospital, frequentar o
ensino médio, aceder aos serviços públicos, ao
banco mas também aos mercados regionais vender
os seus produtos.
O crescimento das vendas e a expansão de novas
plantações contribuiu para que a faturação da MCA
Agro tenha vindo a duplicar sistematicamente ao
longo dos quase 3 anos de atividade comercial,
estimando-se uma faturação de 80 M AOA para o
corrente ano. Grande parte deste crescimento
assenta na
experiência
adquirida ao longo
dos 4 anos de
produção agrícola,
dos 3 anos de
cooperação com
pequenos
agricultores locais e
dos 2 anos de
comercialização dos
seus produtos no
grande mercado de
consumo em angola:
Luanda. Esse apport
demonstra que a
empresa MCA Agro
pode sempre pensar
em “ir mais além”.
Em suma, o projeto
da MCA Agro tendo
como eixos a
atividade da
Fazenda Mussinga e a aplicação do conceito de
comércio justo tem demonstrado ser capaz de
implementar uma estrutura e um plano de
desenvolvimento sustentável e ao mesmo nível
cumprir a missão de praticar uma responsabilidade
social efetiva e adequada às necessidades de uma
população agora menos escondida do vasto e
profundo interior angolano.
/ SÍNTESE /
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(1) Cuanza Sul é uma das 18 províncias de Angola, localizada na região central do país. Sua capital está na cidade e município de Sumbe.Segundo as projeções populacionais de 2018, elaboradas pelo Instituto Nacional de Estatística, conta com uma população de 2 109 999 habitantes e área territorial de 55 660 km² (4.7 % da área total do país[2]), sendo a quinta província mais populosa de Angola.[1][3]A província é dividida administrativamente em 12 municípios e 32 comunas, sendo constituída pelos municípios de Amboim, Cassongue, Cela, Conda, Ebo, Libolo, Mussende, Porto Amboim, Quilenda, Quibala, Seles e Sumbe. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Cuanza_Sul Acesso em 1 de dezembro de 2020>)
(2) De acordo com a maioria da população com quem falamos na aldeia de Chaossi (que também se pode escrever Shaossi) o termo chaossi significa na língua nacional umbundu; terra de leões. Há contudo algumas pessoas que referem que shaossi se refere a um nome feminino guerreiro.
(3) Os Mbundu falam kimbundu ou mbundu e são um povo dominante na região da capital angolana e do interior de Angola, mais precisamente nas províncias do Bengo, Kwanza Norte, Malange e nordeste do Kwanza Sul. (http://civilizacoesafricanas.blogspot.com/2010/05/mbundus.html Acedido em 1 de dezembro de 2020)
(4) Os Ovimbundu (Ovi-mbundu, singular Oci-mbundu, adjectivo e idioma Umbundu) (em português frequentemente referidos como Ovimbundu, uma forma híbrida que expressa o plural pelo prefixo umbundu "ovi" e pelo sufixo português. São uma etnia bantu de Angola. Eles constituem 37% da população do país. Os seus subgrupos mais importantes são os Mbalundu ("Bailundos"), os Wambo (Huambo), os Bieno, os Sele, os Ndulu, os Sambo e os Kakonda (Caconda). (https://www.monografias.com/pt/docs/A-Cultura-Angolana-na-Etnia-dos-Ovimbundo-F3RF39FXHX Acedido em 1 de dezembro de 2020)
(5) (<O que é Picada: M.s. Ato ou efeito da mordida de alguns insetos. Caminho aberto no meio do matagal.; in: https://www.dicionarioinformal.com.br/diferenca-entre/picada/caminho/> acedido em 1 de dezembro de 2020).
(6) O comércio justo é um movimento social global cujas experiências pioneiras começaram no final de 1940 como respostas alternativas ao fracasso do modelo de comércio convencional. O comércio justo busca promover padrões produtivos e comerciais responsáveis e sustentáveis, assim como oportunidades de desenvolvimento para os pequenos agricultores(as), camponeses(as) e artesãos em desvantagem econômica e social, com relação aos fatores dominantes no mercado. O comércio justo é um modelo comercial que põe no centro os seres humanos e a sustentabilidade social, econômica e ambiental das sociedades; dignificando o trabalho, respeitando o meio-ambiente e fomentando uma gestão responsável e sustentável dos recursos naturais. O comércio justo facilita aos pequenos produtores(as) organizados um acesso direto ao mercado em condições justas e equitativas, criando um canal de comercialização sustentável, solidário e de qualidade, o mais direto possível entre produtores e consumidores. Com o intuito de que se reconheça dignamente o trabalho dos produtores(as) e suas organizações, para que os consumidores se comprometam com o desenvolvimento de suas comunidades. Além do mais, busca garantir aos trabalhadores agrícolas e artesanais condições de trabalho dignas, promovendo sua associatividade e empoderamento. (<http://clac-comerciojusto.org/pt-br/comercio-justo/introduccion/comercio-justo/>) acedido em 1 de dezembro de 2020)
(7) O café arábica descende dos pés de café originais da Etiópia. O café feito a partir desta variedade tem sabor suave e aromático. É o rei dos cafés e responde por cerca de 70% da produção mundial. Esta espécie cresce melhor em grandes altitudes, entre 610 e 1.829m acima do nível do mar. Temperaturas amenas (16º a 24ºC) e cerca de 152 cm cúbicos de chuva por ano garantem o crescimento do café arábica. (Em: < http://aicc.pt/origem/>. Acesso em 1 de Dezembro 2020)
PROPRIEDADE MCA Agro, Lda.
Fazenda Mussinga, Comuna da Sanga, Município da Cela, Cuanza Sul – Angola
DIREÇÃOLuís Sampaio (Diretor Geral)
REDAÇÃOLuís Sampaio, António Domingos
DESIGN / PAGINAÇÃO Centro corporativo de Relação com Investidores e Comunicação - MCA GROUP
DATA 1ª EDIÇÃOJaneiro 2021
Notas
Ficha Técnica
www.mca-group.com