Coleta de Sangue e Hemoterapia
Sangue
Amostra de sangue humano coletado para realização de exames laboratoriais.
O sangue é um tecido conjuntivo líquido que circula pelo sistema
vascular em animais com sistemas circulatórios fechados; formado por uma
porção celular de natureza diversificada - pelos "elementos figurados" do
sangue - que circula em suspensão em meio fluido, o plasma. Em
animais vertebrados o sangue, tipicamente vermelho, é geralmente produzido
na medula óssea. Em animais invertebrados a coloração pode variar,
mostrando-se em várias espécies, dada a presença de cobre e não ferro na
estrutura das células responsáveis pelo transporte de oxigênio, azulado. O
sangue tem como função a manutenção da vida do organismo no que tange ao
transporte de nutrientes, excretas (metabólitos), oxigênio e gás
carbônico, hormônios, anticorpos, e demais substâncias ou corpúsculos cujos
transportes se façam essenciais entre os mais diversos e mesmo remotos
tecidos e órgãos do organismo.
Popularmente também denomina-se por sangue o fluido com funções similares
em animais não dotados de sistema circulatório fechados, a exemplo
da hemolinfa nos insetos. A composição da hemolinfa é contudo diferente da
composição do sangue propriamente dito.
O sangue é formado por diversos tipos de células, que constituem a parte
"sólida" do sangue, cada tipo com anatomia e funções próprias; essas imersas
em uma parte líquida chamada plasma. As células sanguíneas são
classificadas em três grupos básicos: os leucócitos ou glóbulos brancos, que
são células de defesa integrantes do sistema imunitário; os eritrócitos, glóbulos
vermelhos ou hemácias, responsáveis pelo transporte de oxigênio; e plaquetas,
responsáveis pela coagulação sanguínea.
Podemos encontrar os mesmos componentes básicos do sangue nos anfíbios,
nos répteis, nas aves e nos mamíferos (incluindo o ser humano).
Composição do sangue
O sangue é composto basicamente por:
45% de elementos figurados (células): Hemácias, leucócitos e plaquetas.
55% de plasma (Matriz extracelular).
Hemácias
Função: realizar a respiração celular, ao transportar oxigênio e parte de gás
carbônico pela hemoglobina. São estocadas no baço, que por sua vez tem
duas funções: liberar hemácias sadias (por ex., ao se fazer esforço físico) e
destruir hemácias velhas, reciclando a hemoglobina. Têm importante papel na
regulação do PH sanguíneo, agindo como tampão. Em casos de redução do
PH ela libera o íon de O² e absorve um íon de H, alcalinizando a solução. Caso
o PH esteja elevado, a hemácia captura um íon de O² e libera um íon de H,
acidificando o meio. Este mecanismo ocorre de forma fisiológica no organismo,
onde, no músculo, normalmente há um PH levemente ácido, o O² é mobilizado
e um íon de H é capturado. O inverso ocorre no pulmão, onde o meio encontra-
se levemente básico, então a hemoglobina libera o íon de H e captura um íon
de O².
As hemácias dos mamíferos são arredondadas, anucleadas, com formato
bicôncavo, semelhante a balas soft. Nos humanos possuem um tempo médio
de vida, de cerca de 120 dias.
As hemácias de aves, répteis e anfíbios são nucleicas, com formato oval, e bi
convexas.
O hematócrito serve para medir a porcentagem de células em relação ao
plasma. Valores normais, em geral, variam de 25 a 55%. valores abaixo
indicam uma anemia, valores aumentados indicam uma desidratação. As
proteínas plasmáticas totais servem para indicar se a anemia é por perda de
sangue total, onde seu valor estará reduzido, ou em deficiências de produção,
onde o valor das proteínas estará normal.
Leucócitos ou glóbulos brancos
Os leucócitos formam verdadeiros exércitos contra os micro-organismos
causadores de doenças e qualquer partícula estranha que penetre no
organismo: vírus, bactérias, parasitas ou proteínas diferentes das do corpo.
Eles também "limpam" o corpo destruindo células mortas e restos de tecidos.
Função: imunológica ou de defesa do organismo.
São classificados em neutrófilos, monócitos, basófilos, eosinófilos, linfócitos.
Cada qual tem uma função específica e um mecanismo diferente de combater
um agente patogênico (bactérias, vírus etc)
Se uma pessoa tiver:
(+) Doenças Auto-Imunes
(–) Aids
Trombócitos ou Plaquetas
São fragmentos de células da medula óssea chamadas megacariócitos.
Função: realizar a coagulação sanguínea.
Se uma pessoa tiver:
(-) Hemofilia: pessoa que não consegue coagular o sangue.
(+) Trombo: Coágulo interno.(AVC, infarto)
Plasma
Função: transporte de hemácias, leucócitos, plaquetas e outras substâncias
dissolvidas, como proteínas (albumina, responsável pela manutenção da
pressão osmótico sanguínea; anticorpos; fibrinogênio); nutrientes (glicose,
aminoácidos, ácidos graxos); excretas (ureia, ácidos úricos,
amônia); hormônios (testosterona, adrenalina); hemoglobinas (ou anticorpos);
sais/íons (sódio, potássio); gases (na forma de ácido carbônico ou H2CO3). O
plasma transporta essas substâncias por todo organismo, permitindo às células
a receber nutrientes e excretar e/ou secretar substâncias geradas no
metabolismo.
Composição: cerca de 90% de água; 10% outras substâncias
Características da circulação sanguíneas
-Fechada: O sangue circula somente no interior dos vasos (artérias, veias e
capilares).
-Completa: Não ocorre mistura do sangue arterial com o sangue venoso.
-Dupla: O sangue passa duas vezes pelo coração ( com sangue arterial e com
sangue venoso)
Doação e Transfusão de Sangue
Sacos de sangue para transfusão.
A doação de sangue é o processo pelo qual um doador voluntário tem seu
sangue coletado para armazenamento em um banco de sangue ou hemocentro
para um uso subsequente em uma transfusão de sangue. Trata-se de um
processo de fundamental importância para o funcionamento de um hospital ou
centro de saúde.
A transfusão sanguínea é realizada para repor a perda do
fluido corpóreo devido a alguma doença ou trauma grave que venha a trazer
perda substancial que não possa ser reposta pela própria pessoa.
Estimativas apontam que somente no Brasil, sejam consumidas diariamente
mais de 5 mil bolsas de sangue que são, em sua maioria, aplicadas em centros
hospitalares a pacientes enfermidade e/ou acidentados.
Todos os procedimentos médicos que demandam transfusão de sangue
precisam dispor de um fornecimento regular e seguro deste elemento. Daí a
importância de se manter sempre abastecidos os bancos de sangue por meio
das doações, que não engrossam nem afinam o sangue do doador. É fácil e
seguro, e não se pode mentir nem omitir informações, pois quem recebe o
sangue pode ser contaminado.
Doar sangue é um procedimento simples, rápido, sigiloso, seguro e
relativamente indolor. Para o doador em geral não há riscos, porém algumas
complicações podem eventualmente aparecer:
queda de pressão arterial e tontura;
hematoma no local da picada;
náusea e vômito;
dor local e dificuldade para movimentação do braço;
desmaios.
Tipagem sanguínea
O tipo de sangue é determinado, em parte, pelos antígenos presentes nas
hemácias
Tipagem sanguínea é um teste realizado por profissionais de saúde
(geralmente por biólogos, biomédicos e farmacêuticos) para estabelecer
qual tipo sanguíneo e fator Rh (positivo ou negativo) que um indivíduo
possui. É um procedimento largamente utilizado nas transfusões de sangue e
centros de hemoterapia.
Tipos Sanguíneos
Grupo sanguíneo
Distribuição dos principais tipos sanguíneos na população mundial
Os grupos sanguíneos ou tipos sanguíneos foram descobertos no início do
século XX (cerca de 1900 - 1901), quando o cientista austríaco Karl
Landsteiner se dedicou a comprovar que havia diferenças no sangue de
diversos indivíduos. Ele colheu amostras de sangue de diversas pessoas,
isolou os glóbulos vermelhos (hemácias) e fez diferentes combinações
entre plasma e hemácias, tendo como resultado a presença de aglutinação dos
glóbulos em alguns casos, e sua ausência em outros. Landsteiner explicou
então por que algumas pessoas morriam depois de transfusões de sangue e
outras não. Em 1930 ele ganhou o Prêmio Nobel por esse trabalho.
Os tipos sanguíneos são determinados pela presença, na superfície das
hemácias, de antígenos que podem ser de natureza bioquímica variada,
podendo ser compostos por carboidratos, lipídeos, proteínas ou uma mistura
desses compostos. Estes antígenos eritrocitários são independentes do
Complexo principal de histocompatibilidade (HLA), o qual determina a
histocompatibilidade humana e é importante nos transplantes.
Cada indivíduo possui um conjunto diferente de antígenos eritrocitários, e por
seu número -- existem hoje cerca de 29 sistemas antigênicos,
conhecidos, mais alguns antígenos diferenciados que ainda não foram
atribuídos a nenhum sistema específico --- é difícil (se não impossível)
encontrar dois indivíduos de mesma composição antigênica. Daí a
possibilidade da presença, no soro, de anticorpos específicos (dirigidos contra
os antígenos que cada indivíduo não possui), o que resulta na aglutinação ou
hemólise quando ocorre uma transfusão incompatível (ou, em determinações
laboratoriais, quando se fazem reagir soros específicos com os antígenos
correspondentes presentes nas hemácias).
Diferentes sistemas antigênicos se caracterizam por induzir a formação de
anticorpos em intensidades diferentes; além do que, alguns são mais comuns e
outros, mais raros. Estes dois fatos associados determinam a importância
clínica de cada sistema.
Os sUS antigênicos considerados mais importantes são o sistema ABO e
o Sistema Rh. Estes são os sistemas mais comumente relacionados às
temidas reações transfusionais hemolíticas. Outra complicação, a eritroblastose
fetal ou Doença Hemolítica do Recém-nascido (DHRN), é geralmente (mas não
sempre) causada por diferenças antigênicas relacionadas ao Sistema Rh,
como o fator Rh+ do pai e da criança e o Rh- da mãe.
A determinação dos grupos sanguíneos tem importância em várias ciências:
Em Hemoterapia, torna-se necessário estudar pelo menos alguns desses
sistemas em cada indivíduo para garantir o sucesso das transfusões. Assim,
antes de toda transfusão eletiva, é necessário se determinar, pelo menos, a
tipagem ABO e Rh do doador e do receptor.
Em ginecologia/obstetrícia e neonatologia, é possível se diagnosticar a DHRN
através do seu estudo, adotando-se medidas preventivas e curativas.
Em Antropologia, é possível estudar diversas raças e suas inter-relações
evolutivas, através da análise da distribuição populacional dos diversos
antígenos, determinando sua predominância em cada raça humana e fazendo-
se comparações.
Em Medicina legal, é possível se determinar, por exemplo, o tipo sanguíneo de
um criminoso a partir de material colhido na cena do crime, auxiliando na
investigação criminal.
Terminologia e uso
Alguns termos utilizados no que se referem à tipagem sanguínea são ambíguos
ou pouco conhecidos.
A determinação, em laboratório, da tipagem quanto aos sistemas ABO e Rh é
rotineiramente realizada em um procedimento único. A melhor maneira de se
referir a este procedimento e a seu resultado é Tipagem sanguínea (ABO e
Rh). Entretanto a simplicidade consagrou o uso da palavra tipagem para se
referir aos dois sistemas.
Quando necessária a distinção, convencionou-se utilizar respectivamente as
expressões grupo ABO e Fator Rh. Estas designações, contudo, não são
unânimes.
Geralmente usam-se os termos aglutininas para se referir aos anticorpos
e aglutinógenos para se referir os antígenos.
Um estudo mais aprofundado do sistema ABO determinou a presença
de variedades antigênicas ou subgrupos. Estes podem ser designados, por
exemplo, A1, A2 ou Bx.
Historicamente, a classificação de Landsteiner previa os grupos A, B e O; o
grupo AB foi posteriormente descoberto (1902, von Decastello e Sturli). No
entanto, em inobservância à tradição, alguns autores falam em grupo 0 (zero)
devido à ausência de reação com os anticorpos anti-A e anti-B.
Estudos determinaram que o sistema Rh apresenta certa complexidade
genética, além de variações qualitativas e quantitativas em sua expressão.
Assim, são usadas as seguintes designações:
O termo Rh Fraco substituiu a designação Du. Este termo representa uma
variação quantitativa na expressão do antígeno D.
O termo Rhnull designa uma condição rara, em que os antígenos do sistema
Rh estão completamente ausentes.
O termo "CDE" designa a determinação, recomendada para os pacientes Rh
negativos, de outros antígenos menos frequentes do sistema Rh. Assim, fala-
se em Rh negativoou CDE positivo.
Em alguns casos, pode ser necessária a determinação mais detalhada dos
antígenos dos sistemas ABO e Rh, e/ou a determinação de antígenos
pertencentes a outros sistemas antigênicos. Esta determinação é geralmente
denominada fenotipagem.
Da combinação entre o Sistema ABO e Fator Rh, podemos encontrar os
chamados doador universal (O negativo) e receptor universal (AB positivo).
Entretanto, normalmente se faz a transfusão isogrupo (doador e receptor de
mesma tipagem ABO e Rh) em preferência à doação heterogrupo (tipos
diferentes).
Compatibilidade dos glóbulos vermelhos
Grupo sanguíneo AB: Indivíduos têm tanto antígenos A quanto B na
superfície de suas hemácias, e o soro sanguíneo deles não contem quaisquer
anticorpos dos antígenos A ou B. Assim, alguém com tipo de sangue AB pode
receber sangue de qualquer grupo (com AB preferível), mas só pode doar
sangue para outros com o tipo AB.
Grupo sanguíneo A: Indivíduos têm o antígeno A na superfície de suas
hemácias, e o soro sanguíneo contido na Imunoglobulina M são anticorpos
contra o antígeno B. Assim, uma pessoa do grupo A pode receber sangue só
de pessoas dos grupos A ou O (com A preferível), e só pode doar sangue para
indivíduos com o tipo A ou AB.
Grupo sanguíneo B: Indivíduos têm o antígeno B na superfície de suas
hemácias, e o soro sanguíneo contido na Imunoglobulina M são anticorpos
contra o antígeno A. Assim, alguém do grupo B pode receber sangue só de
indivíduos de grupos B ou O (com B preferível), e pode doar sangue para
indivíduos com o tipo B ou AB.
Grupo sanguíneo O (ou 0): Indivíduos não possuem antígenos nem A ou B na
superfície de suas hemácias (dai o 0 usado por alguns autores), mas o soro
sanguíneo deles contém Imunoglobulina M com anticorpos anti-A e anti-B
contra os antígenos A e B. Portanto, alguém do grupo O pode receber sangue
só de alguém do grupo O, mas pode doar sangue para pessoas com qualquer
grupo ABO (ou seja, A, B, O ou AB). Se alguém precisar de uma transfusão de
sangue em uma emergência, e se o tempo necessário para testar o tipo de
sangue causaria um atraso prejudicial, o sangue O- (O Negativo) pode ser
administrado.
Diagrama mostrando a compatibilidade entre os tipos sanguíneos
Além de doar para o mesmo grupo sanguíneo; doadores de sangue tipo O
podem doar para A, B e AB; doadores de sangue dos tipos A e B podem doar a
AB.
Tabela de compatibilidade de células de glóbulos vermelhos
Receptor
Doador
O− O+ A− A+ B− B+ AB− AB+
O−
O+
A−
A+
B−
B+
AB−
AB+
Nota da tabela
1. Pressupõe ausência de anticorpos atípicos que causaria uma
incompatibilidade entre doador e receptor de sangue, como é habitual em
sangues selecionados por cruzamentos apropriados.
Um paciente Rh D-negativo, que não possui anticorpos anti-RhD, ou seja, que
nunca foi exposto à hemácias RhD-positivo, pode receber uma transfusão de
sangue Rh positivo uma única vez, mas esta ação causa sensibilidade ao
antígeno RhD, e no caso do paciente ser do sexo feminino, ficaria exposto ao
risco para a doença hemolítica do recém-nascido. Se um paciente Rh negativo
já desenvolveu anticorpos anti-RhD pela exposição ao sangue Rh positivo, teria
potencialmente, uma perigosa reação transfusional. Sangue RhD-positivo
nunca deve ser administrado a mulheres RhD-negativo em idade fértil ou para
pacientes com anticorpos RhD, assim os bancos de sangue deve conservar em
seu estoque o sangue Rh-negativo para esses pacientes. Em circunstâncias
extremas, como um grande sangramento quando os estoques das unidades de
sangue Rh negativo for muito baixo no banco de sangue, o sangue Rh positivo
pode ser dado a mulheres RhD-negativo acima da idade fértil ou homens Rh-
negativo, desde que eles não tenham ainda, os anticorpos anti-RhD. O inverso
não é verdadeiro; pacientes RhD-positivo não reagem ao sangue Rh negativo.
Compatibilidade de plasma
Os receptores podem receber plasma do mesmo grupo sanguíneo. Entretanto,
a compatibilidade doador-receptor para o plasma sanguíneo é diferente da
compatibilidade para as hemácias: plasma extraído do sangue tipo AB pode ser
transfundido para pessoas de qualquer grupo sanguíneo; indivíduos do grupo
sanguíneo O podem receber plasma de qualquer grupo sanguíneo; indivíduos
dos grupos A e B podem receber plasma somente de seus respectivos grupos
ou do grupo AB .
Tabela de compatibilidade de plasma:
Receptor Doador
O A B AB
O
A
B
AB
Notas
1. Considerando ausência de fortes anticorpos atípicos em doadores de plasma
Anticorpos Rh D são incomuns, geralmente nem RhD negativo nem RhD
positivos contem anticorpos anti-RhD. Se um potencial doador é encontrado
tendo anticorpos anti-RhDou qualquer atípico grupo sanguíneo de anticorpos
para a triagem de anticorpos do banco de sangue, ele normalmente não é
aceito como doador (ou em alguns bancos de sangue, o anticorpo é retirado
dele e propriamente rotulados); e, portanto, o doador do banco de sangue pode
ser selecionado por ser livre de anticorpos RhD e de outros incomuns, e assim
doar para receptores que possuem estes anticorpos, sendo eles negativos ou
positivos, enquanto o plasma sanguíneo ABO e do receptor forem compatíveis.
É conhecido que os seres humanos possuem sangue pertencentes a 4 grupos
distintos:
Tipo A;
Tipo B;
Tipo AB;
Tipo O.
A existência de 4 fenótipos básicos para grupos sanguíneos
humanos no sistema ABO ocorre, porque existem 3 alelos distintos que
ocupam o mesmo locus cromossômico que diz respeito ao tipo de sangue. São
eles:
Alelo IA;
Alelo IB;
Alelo i.
Este é um caso de polialelia ou alelos múltiplos. Neste caso, os alelos IA e
IB possuem co-dominância entre si, mas não são dominantes sobre o alelo i,
que é recessivo para ambos. Desta forma, são observados:
3 pares de alelo na natureza, que são: IA, IB e i;
4 fenótipos distintos são possíveis: sangue A, sangue B, sangue AB e sangue
O;
6 genótipos distintos são possíveis: IAIA, IAi, IBIB, IBi, IAIB e ii.
Quando o IA está presente no genótipo de um indivíduo, há a indução da
produção de uma proteína especial que se acopla à membrana das hemácias,
chamada de antígeno A ou aglutinogênio A. Esse mesmo gene também
condiciona a capacidade de concepção do anticorpo B ou aglutinina anti-B,
encontrado no plasma do mesmo indivíduo.
Já o indivíduo que apresenta o gene IB no seu genótipo sintetiza uma proteína
distinta, conhecida como antígeno B ou aglutinogênio B, também acoplado a
membrana das hemácias. Da mesma forma, este indivíduo produz um
anticorpo, mas neste caso, é o anticorpo A ou aglutinina anti-A, também
encontrado em seu plasma.
Indivíduos que possuem os alelos IA e IB sintetizam antígenos de ambos os
tipos (antígenos A e B) e, portanto, não sintetizam nenhum tipo de anticorpo.
Os indivíduos homozigóticos ii não sintetizam antígenos específicos para
grupos sanguíneos do sistema ABO; contudo, possuem a capacidade de
sintetizar os dois tipos de anticorpos: A e B.
Genótipos Fenótipos Hemácias Plasma
AA ou IAIA
AO ou IAi
Grupo A Produção de
antígeno do tipo A
Presença de
anticorpo B
BB ou IBIB
BO ou IBi
Grupo B Produção de
antígeno do tipo B
Presença de
anticorpo A
AB ou IAIB Grupo AB Produção de
ambos os
antígenos
Ausência de
ambos os
anticorpos
OO ou ii Grupo O Não há produção
dos antígenos
referidos
Presença de
anticorpos A e B
Também há outra proteína que procede como antígeno e que também está
localizada na membrana das hemácias, que é o fator Rh. Nem todos os
indivíduos possuem esta proteína, sendo que os que a apresentam são
conhecidos como Rh positivos, enquanto as que não a apresentam são
conhecidos como Rh negativos.
O nome Rh é oriundo de sua descoberta, uma vez que esta proteína foi
primeiramente identificada no macaco Rhesus (atualmente conhecido pelo
nome científico de Macaca mulatta) e identificado nos seres humanos somente
tempos depois.
Este fator funciona independentemente do sistema ABO. O aglutinogênio Rh
ou antígeno Rh possui produção condicionada pela ação dos genes
específicos. A herança do fator Rh não se deve somente a 1 par de alelos, mas
sim à atividade concomitante de 3 pares de alelos em cada indivíduo, sendo
todos localizados no mesmo cromossomo (alelos C, D e E). Cada um desses
genes apresenta o seu alelo recessivo correspondente. Foi observado, no
entanto, que o par D é o responsável pela produção da maior parte do
aglutinogênio conhecido como RH. Por esse motivo, o termo fator Rh pode ser
substituído por fator D, sendo utilizados os termos antígeno D ou aglutinogênio
D e anticorpo anti-D ou algutinina anti-D.
Vale ressaltar que a produção de aglutininas anti-D tipicamente ocorre apenas
em indivíduos D- após exposição à transfusão de sangue errada, com D+.
Contudo, existe outra possibilidade de um indivíduo se sensibilizar ao fato D
mesmo sem transfusão de sangue. Isso ocorre em uma mulher que possui Rh-
ou D- que gera um filho Rh+ ou D+. Normalmente, durante a gestação, quando
não há lesão na placenta, não há a passagem de hemácias do sangue do feto
para a circulação materna. Todavia, após o parto, quando há o deslocamento
da placenta, a mesma deixa na cavidade uterina um considerável volume de
sangue fetal, D+. Neste momento, os vasos sanguíneos da mãe estão
expostos, ocorrendo uma invasão de hemácias com o fator D+ do sangue fetal.
A partir desse momento, o organismo da mulher passa a sintetizar os
anticorpos anti-D.
Transfusões e Incompatibilidade Sanguínea
Nos procedimentos de transfusão sanguínea, é imprescindível que se conheça
o tipo sanguíneo do receptor e do doador, uma vez que em casos de
incompatibilidade sanguínea pode haver aglutinação do sangue, podendo levar
à morte.
O antígeno A não pode entrar em contato com o anticorpo A, pois caso isso
aconteça ocorrerá uma reação de coalescência entre as moléculas do
anticorpo e as moléculas do antígeno, implicando na aglutinação das hemácias
e destruição das mesmas. O mesmo ocorre se o antígeno B entrar em contato
com o anticorpo B.
Deste modo, o quadro seguinte mostra quais as possíveis trocas sanguíneas
por doação e recepção no sistema ABO. Na prática, também é importante
conhecer o fator Rh (fator D) dos sangues.
Grupo Sanguíneo Pode doar para: Pode receber de:
A A e AB A e O
B B e AB B e O
AB AB A, B, AB, O
O O, A, B, AB O
Uma vez que os portadores do sangue O podem doar sangue para todos os
grupos do sistema ABO, estes são considerados doadores universais. Já os
indivíduos AB que podem receber sangue de qualquer grupo são conhecidos
como receptores universais. Contudo, na realidade estas expressões podem
ser utilizadas somente quando associadas ao fator Rh. Sendo assim, o
verdadeiro doador universal é o indivíduo que possui sangue O Rh-, enquanto
que o verdadeiro receptor universal é quem possui sangue AB Rh+.
A técnica de coleta de sangue descrita por Motta (2008) instrui:
• Material Necessário: 1 par de luvas de procedimento, 1 scalp nº 21 ou 23, ou
agulha 30x06 ou 30x07, uma seringa de 10 ml, 1 garrote, 2 bolas de algodão, 5
ml de álcool a 70% e tubos para a coleta de acordo com o pedido do exame.
• Procedimento: orientar o paciente sobre a coleta, identificar o tubo de coleta
(nome, data, hora e RG), realizar a antissepsia do local da punção após a
palpação, colher o material, colocar nos tubos previamente identificados,
encaminhar junto com o pedido ao laboratório. OBS: os tubos de coleta devem
vir identificados pelo laboratório quanto ao conteúdo, como por exemplo, tubos
cinzas: glicemia.
A Recomendação sobre a Coleta de Sangue Venoso pela SBPC/ML (2009)
descreve:
Etapas que o profissional deve seguir na coleta de sangue venoso: verificação
da solicitação médica e cadastro do pedido; apresentação ao paciente;
explicação ao paciente ou ao familiar quanto ao procedimento que será
realizado obtendo o consentimento; realização da assepsia das mãos entre os
atendimentos dos pacientes; realização da identificação dos pacientes:
conscientes (por meio da comparação dos dados pessoais com os dados do
pedido do exame), inconscientes, muito jovens ou que não falam a língua do
flebotomista (confirmação de dados com o acompanhante ou equipe de
enfermagem, registrando o nome da pessoa que forneceu as informações,
comparar os dados com os que constam no pedido).
OBS: as dúvidas referentes à identificação do paciente devem ser resolvidas
antes da coleta. Pacientes semiconscientes, comatosos ou dormindo (o
paciente deverá ser despertado antes da coleta, em pacientes internados, se
não for possível identificá-lo entrar em contato com o enfermeiro ou médico
assistente, nos pacientes em coma, deve-se ter cuidado adicional na
prevenção de movimentos bruscos ou vibrações quando a agulha estiver sendo
introduzida), pacientes não identificados em sala de emergência (utilizar
identificação provisória enquanto não se estabelece a definitiva); verificação do
cumprimento do preparo e jejum do exame e questionamento sobre eventual
alergia ao látex.
1. Local para punção venosa: o local de preferência para a coleta do sangue é
a fossa anticubital; mesmo sendo possível a coleta de sangue em qualquer
veia dos membros superiores as mais utilizadas são as veias cubital mediana e
cefálica, sendo a cefálica mais propensa a hematoma e dolorosa para punção.
Em pacientes que possuem acesso venoso difícil nesta região é recomendada
a punção no dorso da mão, e não recomendado puncionar as veias na parte
inferior do punho; punções em região de membros inferiores só podem ser
realizadas mediante a autorização médica.
De preferência não coletar sangue de membro que está recebendo terapias
endovenosas; evitar áreas de cicatrizes de queimaduras; somente puncionar o
mesmo membro pós-mastectomia após autorização médica; evitar coleta em
locais onde há o hematoma devido a propensão de alteração no resultado do
exame e, nos casos em que não há outra veia disponível, puncionar
distalmente ao hematoma; a coleta de sangue em fístulas arteriovenosas,
enxertos ou cânulas vasculares só pode ser feita mediante a autorização
médica; é recomendado evitar a coleta em veias trombosadas.
2. Localização da Veia: a identificação da veia a ser puncionada para coleta
pode ser feita por meio da observação de uma veia calibrosa; da orientação ao
paciente para baixar o braço e abrir e fechar a mão; da realização da
massagem suave no membro superior do paciente na direção do punho para o
cotovelo, na palpação da veia com o dedo indicador (evitando realizar palpação
com o dedo polegar), na fixação da veia com os dedos nos casos de flacidez e
na utilização do transluminador.
Está contraindicada a batida com os dedos sobre a veia do paciente para
localização, já que este procedimento provoca hemólise e consequente
alteração do resultado do exame. Na identificação da veia pode-se utilizar o
torniquete, solicitando ao paciente que abre e feche a mão, entretanto,
aguardar dois minutos após a retirada do torniquete para a realização da
coleta.
3. Procedimento:
• Verificar se o material está completo para a realização do procedimento
• Abrir o material para coleta na frente do paciente
• Lavar as mãos
• Calçar as luvas de procedimento: tendo o cuidado para que as mesmas não
sejam rasgadas; devem ser trocadas a cada coleta, e nos casos de pacientes
alérgicos ao látex ou mesmo quando o funcionário for alérgico substituir o uso
por luvas de outro material;
• Posicionar o paciente corretamente: o paciente pode estar sentado para a
realização da coleta do sangue, sendo importante que a poltrona tenha encosto
e descanso para os membros superiores, a posição correta do braço do
paciente sentado para a punção é sobre o descanso da cadeira, inclinada para
baixo e estendida, sendo que o cotovelo não pode estar dobrado; em pacientes
deitados no leito o uso de um travesseiro debaixo do braço pode ser
necessário para chegar à posição correta, com braço inclinado para baixo e
estendido;
• Realizar a assepsia do local da veia: a recomendação é que a assepsia seja
realizada com álcool isopropílico 70% ou álcool etílico, iodeto de povidona 1 a
10% ou gluconato de Clorexidina para hemocultura; substâncias de limpeza
não alcoólicas, como Clorexidina e sabão neutro. Quando houver a solicitação
de dosagem de álcool no sangue utilizar uma substância livre de álcool para
realizar a assepsia, que deve ser feita com movimento circular do centro para
fora, com a utilização do antisséptico e uma gaze, deixando secar por 30
segundos (evita hemólise e reduz sensação de ardência na punção); após a
assepsia não abanar, nem soprar e não tocar mais no local, a cada nova
palpação realizar novamente a assepsia.
• Colocar o torniquete com o braço voltado para cima. A recomendação é de
que o torniquete seja posicionado de 7,5 a 10 cm acima do local escolhido para
punção; que o material seja preferencialmente livre de látex (principalmente
nos casos dos pacientes que possuem alergia ao látex), evitando o uso de
torniquetes feitos de tecidos emborrachados com fechamento por grampos ou
fivelas, sendo que o torniquete deve ser substituído em casos de
contaminação.
O uso do torniquete não deve exceder a um minuto, visto que o maior tempo
pode ter como consequência a mensuração de valores incorretos na análise do
exame. Em pacientes com lesão no local pretendido para colocação do
torniquete, utilizar outro local ou pôr o torniquete sobre a roupa do paciente. Ao
garrotear o paciente não apertar excessivamente para evitar a interrupção do
pulso arterial, os pulsos devem estar palpáveis após o garroteamento. A
utilização do torniquete não está recomendada na coleta de sangue para
análise de testes de lactato ou cálcio, pois pode haver interferência no
resultado.
• Coleta de sangue a vácuo: constitui-se em um sistema de coleta de sangue
fechado que proporciona maior segurança ao profissional que realiza a coleta,
pois o mesmo não entra em contato com o sangue coletado e ao resultado do
exame, já que diminuindo a manipulação o risco de alterar o resultado do
exame também diminui. Este tipo de coleta é o mais recomendado. Ao
puncionar a veia do paciente o sangue flui continuamente para o tubo de coleta
a vácuo, sendo que o tubo já está preparado para o recebimento da quantidade
específica de sangue e com os anticoagulantes necessários.
Nas coletas de sangue a vácuo o bisel da agulha deve estar voltado para cima,
perfurando a veia com a agulha em ângulo de 30º ou menos, impedindo com
isso que o sangue se choque na parede do bisel e faça hemólise e evitando o
refluxo do tubo para a veia. Introduzir mais ou menos um centímetro da agulha
na veia do paciente.
Após a penetração da agulha de coleta múltipla de sangue inserir o primeiro
tubo a vácuo, no momento em que o sangue começar a fluir para dentro do
tubo, retirar o garrote do paciente e solicitar para que o mesmo abra a mão;
realizar a troca dos tubos conforme a solicitação dos exames, sendo que após
a retirada de cada tubo de coleta com sangue realizar imediatamente a
homegeinização pela inversão 5 a 10 vezes.
Após a coleta de sangue no último tubo, retirar a agulha e descartá-la conforme
normas de descarte de perfurocortantes.
• Coleta de sangue com seringa e agulha: ainda é largamente utilizada
principalmente pela disponibilidade do material, entretanto traz riscos na
manipulação do sangue pelo profissional, já que após a coleta o sangue deve
ser transferido para o tubo de coleta; é considerado um sistema aberto para
coleta de sangue. É necessário que o profissional obedeça as normas de
descartes com materiais perfurocortantes.
Institui-se que as seringas e agulhas utilizadas possuam um dispositivo de
segurança (NR32) e para coleta de sangue adicionalmente um dispositivo de
transferência, o que torna desnecessário a abertura do tubo de coleta já que
com o dispositivo o sangue é transferido diretamente da seringa para o tubo.
Nas coletas de sangue com agulha e seringa o bisel da agulha deve estar
voltado para cima, perfurando a veia com a agulha em ângulo de 30º ou
menos, introduzir a agulha mais ou menos um centímetro na veia do paciente.
Após a punção no momento em que o sangue começar a fluir para a seringa,
retirar o garrote do paciente. Aspirar o sangue conforme a quantidade descrita
nas etiquetas dos tubos. Retirar a agulha da veia do paciente e, nas seringas
com dispositivo de segurança, ativá-lo.
Conectar a seringa ao dispositivo de transferência da amostra e introduzir os
tubos a vácuo aguardando fluir o sangue e realizando as trocas dos tubos
conforme a necessidade. Homogeneizar o conteúdo dos tubos imediatamente
após a coleta de 5 a 10 vezes pela inversão. Descartar o dispositivo de
transferência e a seringa. Na coleta de sangue venoso com seringa e agulha
realizar sempre a verificação se a agulha e seringa estão bem adaptadas para
evitar a formação de espuma; não puxar o êmbolo com muita força.
Após a coleta com seringa e agulha descartar a agulha e passar o sangue para
o tubo de coleta, tendo o cuidado para não encostar a seringa nos
anticoagulantes, deslizando o sangue na parede do tubo cuidadosamente. Não
é recomendado espetar a agulha nas borrachas dos tubos para transferência
do sangue, pois a pressão positiva pode ocasionar a hemólise e quebra do
equipamento.
• Coleta de sangue em cateter de infusão: não é recomendada a coleta de
sangue em cateteres de infusão pela probabilidade de erro no resultado do
exame, entretanto, quando não há alternativa é necessário que o profissional
que realiza a coleta mantenha os seguintes cuidados: comunicar ao médico
assistente do paciente a forma com que a coleta será realizada, notificar ao
laboratório que a coleta foi feita a partir do cateter de infusão, registrando qual
a substância que o paciente está recebendo no referido cateter, desprezar uma
quantidade de amostra antes de colocá-la no tubo de coleta.
Geralmente o volume a ser desprezado equivale a duas vezes o volume do
espaço morto do cateter (nos casos de cateteres preservados com heparina é
necessário desprezar 5,0 ml de sangue antes ou seis vezes o volume do
cateter). No momento da coleta ter certeza de que o fluxo de infusão está
parado, fazer assepsia rigorosa do cateter, lavá-lo com solução salina isotônica
conforme o volume do mesmo, desprezar os primeiros 5 ml de sangue
(aspirando com seringa), conectar a seringa ou adaptador de coleta a vácuo no
cateter e proceder à coleta, ao término, retirá-los e realizar a assepsia do
cateter. O profissional habilitado deve reiniciar a infusão; registrar o local onde
a coleta foi feita.
• Outras considerações sobre coleta de sangue: as fístulas arteriovenosas não
devem ser utilizadas para coleta de sangue e o membro que possui a fístula
deve ser preservado. Quando o paciente não possui acesso venoso é
necessário que esteja disponível a coleta de sangue capilar. Nos casos de
pacientes recebendo transfusão de sangue não é recomendada a coleta no
braço que recebeu o sangue, devido à probabilidade de erro na análise da
amostra.
• Pós-Coleta: imediatamente após as coletas de sangue homogeneizar o
sangue no tubo de coleta de 5 a 10 vezes, conforme a indicação do fabricante,
por meio da inversão (uma inversão equivale a virar o tubo todo para baixo e
após retornar à posição inicial), não chacoalhar o tubo. Não deixar o sangue
em contato direto com o gelo quando a amostra exige refrigeração. Evitar
sempre a transferência de um tubo para outro.
Em ambos os casos, tanto na coleta de sangue a vácuo como na coleta com
seringa e agulha, após a retirada da agulha da veia realizar compressão com
algodão ou gaze seca por um a dois minutos e realizar curativo oclusivo no
local da punção; orientar ao paciente que não dobre o braço, não carregue
peso ou bolsa no braço que foi puncionado por pelo menos uma hora e não
manter a manga da roupa dobrada. Certificar-se das condições do paciente
para locomover-se sozinho e entregar comprovante para retirada do resultado.
Diante disso a SBPC/ML (2009) instrui a seguinte sequência para coleta de
sangue com tubos plásticos:
1. Frasco para Hemocultura;
2. Tubos com Citrato (tampa azul-claro);
3. Tubos para soro com ativador de coágulo, com ou sem gel separador (tampa
vermelha ou amarela);
4. Tubos com Heparina com ou sem Gel Separador de Plasma (tampa verde);
5. Tubos de EDTA (tampa roxa);
6. Tubos com Fluoreto (tampa cinza).
Além da sequência citada acima, a SBPC/ML (2009) instrui que na coleta com
escalpe em que o primeiro tubo for o de citrato (tampa azul claro) ou de demais
tubos menores com volumes de aspiração, é importante que se tenha um tubo
de descarte, uma vez que é necessário desprezar o sangue que vem do
espaço do escalpe, assegurando assim a proporção correta de sangue que irá
para o tubo de coleta.
Ainda sobre a técnica de coleta do sangue no paciente, convêm enfatizar a
coleta de sangue capilar utilizada principalmente nos casos de pacientes com
difícil acesso venoso e/ou sem condições de acesso por punção venosa,
pacientes extremamente obesos, pacientes queimados, com disposição à
trombose e principalmente em pediatria, pois a punção venosa em crianças
pode ser difícil e em prematuros resultar em anemia.
A coleta de sangue capilar ou transcutânea é realizada pelo uso de uma
lanceta específica para este fim, devendo ser desconsiderado o uso de agulhas
para esta técnica uma vez que os locais anatômicos indicados estão próximos
a ossos. O sangue oriundo da coleta capilar é uma mistura entre sangue
venoso e arterial, sendo o arterial de maior proporção.
A coleta de sangue capilar em prematuros e/ou crianças internadas em UTI
neonatal é uma opção que deve ser avaliada junto à equipe médica pelo risco
X benefício, já que em determinadas situações a punção capilar no calcâneo
de crianças nestas condições pode estar associada ao aumento do risco de
infecção.
Produtos Criopreservados
Para a criopreservação, o controle da temperatura é algo bastante crítico
porque o material que você armazena tem valor inestimável. O nitrogênio
Líquido é o produto ideal para manter amostras biológicas com eficiência por
períodos indefinidos. A temperatura super fria do nitrogênio mantém por longos
períodos a viabilidade da estrutura das células e oferece alta confiabilidade,
uma vez que os sistemas utilizados não estão sujeitos a problemas de falta de
energia elétrica.
O nitrogênio líquido promove um congelamento consistente, porque possui
temperatura de ebolição de 196 graus Celcius negativos. A baixa temperatura
mantém a viabilidade da estrutura celular por longos períodos e proporciona
confiabilidade aos processos de armazenamento de longo prazo, uma vez que
os sistemas utilizados não são susceptíveis a problemas de falta de energia
elétrica. O pré-congelamento e refrigeração com nitrogênio líquido resultam em
um aumento da viabilidade e rendimento desses processos. O uso do
nitrogênio também melhora o desempenho e a confiabilidade, e requer menor
investimento de capital em comparação com outros sistemas de resfriamento
mecânico. Nossos especialistas podem ajudá-lo a determinar o método de
fornecimento ideal para atender às suas necessidades.
Criopreservação ou crioconservação é um processo
onde células ou tecidos biológicos são preservados através do congelamento a
temperaturas muito baixas, geralmente −196 °C (o ponto de
ebulição do nitrogénio líquido).
Criopreservação de células estaminais
A criopreservação de células estaminais é a técnica de isolar e manter
as células estaminais a baixas temperaturas para que toda a sua composição
permaneça inalterada e a sua viabilidade mantida por tempo indefinido. O
processo de criopreservação requer que as amostras de sangue, que
contém células estaminais, sejam sujeitas a um arrefecimento moderado e
controlado para salvaguardar a viabilidade das células. Após a chegada à
temperatura de 196º negativos as células estaminais poderão ser mantidas
neste estado por tempo indefinido.
Processo
No momento que as amostras de sangue, que contém as células estaminais,
chegam ao laboratório procede-se ao processamento de viabilidade, em que é
feita a contagem celular que determina o número de leucócitos, o número
de células mononucleadas e o número de células CD34+. Esta fase engloba,
ainda, os testes que indicarão se a amostra está ou não contaminada
por bactérias, vírus ou fungos. Após a separação celular, em que são
separadas as células estaminais das várias células que constituem o nosso
sangue, procede-se à fase da Criopreservação – cada amostra é devidamente
identificada e rotulada procedendo-se, de seguida, á descida gradual de
temperatura, a uma velocidade controlada dos 4ºC até aos 120ºC negativos.
De seguida a amostra é colocada num contentor de Azoto líquido à
temperatura de -196ºC, podendo ficar criopreservada por tempo indeterminado.
O controlo de descida de temperatura diminui a possibilidade de perda de
viabilidade celular da amostra evitando a formação de cristais de gelo no seu
interior.
Hemoterapia
A hemoterapia é um tipo de tratamento em que uma quantidade pré-
determinada de sangue é coletada de uma pessoa e, após processamento e
análise, é transfundido para outra pessoa, auxiliando no tratamento e melhora
do paciente.
No caso da auto-hemoterapia, por outro lado, a amostra de sangue é retirada e
depois é retornada para o organismo por meio de injeção diretamente na veia
ou no músculo, por exemplo. Esse tipo de tratamento normalmente é feito para
estimular o sistema imune e, por isso pode ser usado para aliviar os
sintomas de vários problemas de saúde, como artrite, gota ou alergias. Apesar
de possuir benefícios, a auto-hemoterapia não é autorizada pela ANVISA e
nem pelo Conselho Federal de Farmácia e Conselho Federal de Medicina
devido à falta de evidências científicas.
O processo de hemoterapia pode ser feito em diversas situações, sendo mais
frequentemente realizado no tratamento de pessoas que sofreram acidentes e
perderam grande quantidade de sangue, durante e após grandes cirurgias e
nas pessoas que sofrem de doenças relacionadas com o sangue, como
leucemia, anemia, linfoma e púrpura, por exemplo.
No caso da auto-hemoterapia, como o objetivo é estimular o sistema imune,
esse tipo de tratamento alternativo pode ser eficaz nos casos de:
Artrite reumatoide;
Gota;
Bronquite;
Alergias;
Doença de Crohn;
Herpes;
Acne;
Problemas de circulação;
Eczema;
Úlceras nas pernas;
Infecções por fungos.
Em alguns casos, no sangue injetado da própria pessoa, pode ainda ser
adicionado ozono ou preparados de plantas medicinais, para obter maior alívio
dos sintomas. Por exemplo, o ozono parece melhorar a oxigenação do sangue
e, por isso, pode ajudar nos casos de má circulação. Já o uso de plantas
medicinais, como a equinácea, pode estimular o corpo para combater infecções
por vírus.
O processo de hemoterapia é feito seguindo o mesmo processo da coleta de
sangue, ou seja, é colocado um garrote no braço pra permitir a melhor
visualização do vaso sanguíneo e, em seguida, é retirada 50 a 300 ml de
sangue, que são colocadas em um recipiente próprio contendo heparina, que é
uma substância anticoagulante, ou seja, evita que o sangue coagule.
No caso da auto-hemoterapia, esse sangue coletado é reintroduzido no próprio
organismo em até 30 minutos após ter sido retirado, podendo ser feito
diretamente no músculo ou na veia por meio de uma injeção. Durante os 30
minutos que o sangue pode permanecer fora do organismo antes de ser
reintroduzido, o médico pode colocar substâncias no sangue que facilitem o
processo de recuperação, como ozono ou preparado de plantas medicinais, por
exemplo.
Já na hemoterapia, o sangue coletado é enviado para o laboratório para que
sejam feitas análises do sangue e de compatibilidade com a pessoa que irá
receber o sangue, afim de evitar qualquer reação transfusional.
O efeito benéfico da auto-hemoterapia parece estar relacionado à presença de
antígenos no sangue injetado, que estimulam o corpo a produzir anticorpos, o
que torna o sistema imune mais forte para lutar contra a doença que está se
desenvolvendo.
Isto é, quando o sangue é injetado novamente no corpo, o organismo começa a
atacar esse sangue porque contém vestígios da doença que está se
desenvolvendo. Quando isso acontece, o corpo vai ganhando maior resistência
contra a doença e, por isso, consegue eliminá-la mais rapidamente. No
entanto, essa teoria não possui comprovação científica.
A hemoterapia normalmente não representa riscos para o doador e o receptor,
no entanto, é importante que sejam compatíveis para que não haja reações
relacionadas ao processo transfusional.
Embora pareça ter vários benefícios para o tratamento de diversas doenças, a
auto-hemoterapia não é aprovada pela ANVISA e, por isso, não deve ser
utilizada. Isso acontece porque ainda são necessários vários testes para
entender os efeitos deste tratamento, assim como identificar possíveis riscos
para a saúde.
Hemoterapia
Hemoterapia é o emprego terapêutico do sangue, que pode ser transfundido
com seus componentes (hemocomponentes) e derivados (hemoderivados).
Os componentes sanguíneos (hemocomponentes) são obtidos através de
processos físicos e são eles: concentrado de hemácias, plasma fresco
congelado, concentrado de plaquetas e crioprecipitado. Já os derivados
sanguíneos (hemoderivados) são fabricados através da industrialização do
plasma e são eles: albumina, imunoglobulinas e fatores da coagulação (Fator
VII, Fator VIII, Fator IX, além dos complexos protombínicos).
Os principais hemocomponentes utilizados na terapia transfusional são:
concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, plasma fresco congelado
e crioprecipitado. Não se deve usar plasma normal (sem os fatores de
coagulação) para a transfusão, ficando seu uso restrito à indústria. Os
hemoderivados mais usados são:albumina, imunoglobina,
preparados hemofílicos (fator VIII e fator IX).
Os principais componentes do sangue
Plasma: cerca de 55% do sangue. É constituído por 92% de água, o resto é
constituído por proteínas complexas, tais
como globulina, fibrinogênio e albumina.
Plaquetas: cerca de 0.17% do sangue.
Glóbulos Brancos: cerca de 1% do sangue.
Glóbulos Vermelhos: cerca de 45% do sangue
Transfusão de sangue
Transfusão é o ato médico de transferir
um sangue ou hemocomponentes deste (plasma
sanguíneo, plaquetas, hemácias e leucócitos) de um doador para o sistema
circulatório de um receptor. Para o sucesso do procedimento, é necessário
haver uma compatibilização entre os agentes. É um tipo de terapia que tem se
mostrado muito eficaz em situações
de choque, hemorragias ou doenças sanguíneas. Frequentemente usa-se
transfusão em intervenções cirúrgicas, traumatismos, hemorragias digestivas
ou em outros casos em que tenha havido grande perda de sangue.
O sangue e seus componentes
O sangue é um tecido vivo que circula ininterruptamente pelas
nossas artérias e veias, levando oxigênio e nutrientes a todos os órgãos do
corpo e trazendo o gás carbônico. É composto
por plasma, plaquetas, hemácias e leucócitos. O sangue é produzido na
medula óssea dos ossos chatos, vértebras, costelas, quadril, crânio e esterno.
No plasma sanguíneo, podem ou não existir dois tipos de anticorpos,
denominados de aglutininas.
Um indivíduo que possui hemácias do tipo A produzirá aglutininas anti-B. Um
indivíduo com hemácias do tipo B produzirá aglutininas anti-A.
Um indivíduo com hemácias AB não produzirá nenhuma aglutinina, pois
apresenta os dois tipos de aglutinogênios. Já o indivíduo com hemácias do tipo
O produz aglutininas anti-A e anti-B, pois não apresenta aglutinogênios.
Devido a estas características imunitárias, é que as tentativas aleatórias iniciais
de transfusões sanguíneas resultaram em muitos fracassos.
Os indivíduos que apresentavam o fator Rh passaram a ser designados Rh+,
geneticamente correspondem aos genótipos RR ou Rr.
Os indivíduos que não apresentam o fator Rh foram designados Rh- e
apresentavam o genótipo rr, sendo considerados recessivos.
Somente da combinação entre o Sistema ABO e do Fator Rh, poderemos
encontrar os chamados doadores universais (O negativo) e receptores
universais (AB positivo).
Sistema Rh
O sangue é classificado em grupos (positivo e negativo) pela presença ou
ausência de um antígeno de superfície da hemácia que foi encontrado
primeiramente no macaco ''''Rh'esus'''', dando nome ao fator Rh Assim, o
sangue Rh negativo.
Sistema ABO
O sangue também é classificado como do tipo A, B, AB ou O. Esta
classificação teve origem na descoberta de dois antígenos de superfície, para
os quais foram dados os nomes de A e B. Quando a hemácia possuía
o antígeno A era chamado de sangue tipo A, quando possuía B, tipo B, quando
possuía os dois, tipo AB. Quando não possuía nem A nem B, era assinalado
com um número zero (0). As pessoas começaram a ler o zero como a letra O,
dando origem ao sistema ABO.
AA ou Ia,Ia ~> GRUPO A
BB ou Ib,Ib ~> GRUPO B
AO ou Ia,i ~> GRUPO A
BO ou Ib,i ~> GRUPO B
AB ou Ia,Ib ~> GRUPO AB
OO ou ii ~> GRUPO O
Compatibilidade Sanguínea
O sangue que será doado é separado nos seus componentes principais -
os hemocomponentes, e estes são fracionados em seus diversos elementos -
os hemoderivados, para a aplicação terapêutica somente da fracção
necessária. Se for necessária uma transfusão de sangue total, os
monocomponentes podem ser reunidos.
Hemácias - é o glóbulo vermelho, que transporta o oxigênio. Pessoas com
sangue Rh positivo podem receber hemácias do tipo Rh negativo. O contrário
não é verdadeiro. Pessoas do grupo O só podem receber hemácias do grupo
O. Pessoas do grupo AB podem receber hemácias do grupo O, A e B. Pessoas
do grupo B podem receber hemácias do grupo O e B, mas não do A e nem do
AB. Pessoas do grupo A podem receber hemácias do grupo O e A, mas não do
B e nem do AB.
A pessoa portadora do tipo de sangue O negativo é tida como sendo doador
universal, seu sangue serve para qualquer paciente (estando na forma de
concentrado de hemácia), mas no caso de transfusão, o ideal é o paciente
receber sangue do mesmo tipo que o seu.
A pessoa portadora do sangue AB positivo é tida como receptor universal,
podendo receber transfusão de qualquer tipo de sangue, mas só pode fazer
doação para quem tem sangue do mesmo tipo (e esse é considerado um dos
sangues mais raros que existe).
Cada componente do sangue tem propriedades especiais e pode ser separado
para tratar de problemas específicos de cada paciente.
Doação de Sangue
Doando sangue
Os Centros Hemoterápicos necessitam de muito sangue para suprir às
necessidades da população, devido ao grande número de acidentes e doenças
sanguíneas que necessitam de transfusões. Não existem substitutos para
todas as funções do sangue. Geralmente, restabelece-se o volume líquido do
sangue mediante soluções salinas ou gelatinosas e estimula-se a produção
acelerada de hemácias. Mas nos casos de hemorragias massivas necessitam
de hemácias. Também os hemofílicos necessitam dos fatores de
coagulação (Fator VIII e Fator IX), para a qual não existe substituto. A molécula
da hemoglobina artificial ainda encontra-se em ensaios pré-clínicos.
O doador não corre nenhum risco, já que são utilizadas para a coleta
do sangue bolsas e agulhas esterilizadas e descartáveis, isto é, utilizadas
apenas uma vez.
Para doar sangue o indivíduo deve ter entre 18 e 60 anos, mais de 50 quilos,
estar de boa saúde, não ser tóxico dependente ou estar tomando certos
medicamentos e realizar apenas "sexo seguro". A doação deve ser voluntária e
não remunerada, como maneira de evitar a doação de sangue doente.
Nova Portaria Sobre Doação De Sangue: Antes, apenas pessoas entre 18 e 65
anos podiam doar sangue. Agora, é possível doar entre 18 e 67 anos, 11
meses e 29 dias. Pessoas de 16 e 17 anos podem doar com consentimento
dos responsáveis. No caso de pessoas abaixo de 16 anos e acima de 68 anos,
o médico pode analisar em casos "tecnicamente justificáveis". O limite para a
primeira doação é 60 anos, 11 meses e 29 dias.
Doação de Sangue
Doação de sangue é o processo pelo qual um doador voluntário tem
seu sangue coletado para armazenamento em um banco de sangue ou
hemocentro para um uso subsequente em uma transfusão de sangue. Trata-se
de um processo de fundamental importância para o funcionamento de
um hospital ou centro de saúde.
A Organização Mundial de Saúde comemora, desde 2005, o dia 14 de
junho como o Dia Mundial do Doador de Sangue, para homenagear os
voluntários que doam sangue, além de conscientizar sobre o ato. A data foi
escolhida por conta do nascimento do médico austríaco Karl
Landsteiner, ganhador do Premio Nobel e Fisiologia ou Medicina em
1930 pelo descobrimento do sistema AOB de tipagem sanguínea.
Desde 2015 o movimento Eu Dou Sangue pelo Brasil realiza a campanha
Junho Vermelho, com o objetivo de conscientizar a população sobre a
importância da doação de sangue. Alguns prédios ou monumentos públicos
utilizam uma iluminação vermelha para chamar a atenção para doações.
Todos os procedimentos médicos que demandam transfusão de sangue
precisam dispor de um fornecimento regular e seguro deste elemento. Daí a
importância de se manter sempre abastecidos os bancos de sangue por meio
das doações, que não engrossam nem afinam o sangue do doador. É fácil e
seguro, e não se pode mentir nem omitir informações, pois quem recebe o
sangue pode ser contaminado.
Doar sangue é um procedimento simples, rápido, sigiloso e seguro. Para o
doador em geral não há riscos; algumas complicações leves, como queda de
pressão e tontura, muitas vezes estão ligadas à ansiedade. Após a doação,
pequenos hematomas e dores no local da picada também são raros. Os
componentes do sangue doado são rapidamente repostos pelo organismo, e o
normal é não haver qualquer consequência da doação.
Requisitos para a doação
Qualquer pessoa poderá doar sangue, desde que sejam observadas algumas
condições, a fim de garantir a segurança e a qualidade do procedimento:
Requisitos básicos
Estar em boas condições de saúde.
Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60
anos.
Pesar no mínimo 50kg.
Estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas).
Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a
doação).
Apresentar documento original com foto recente, que permita a identificação do
candidato, emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Cartão de
Identidade de Profissional Liberal, Carteira de Trabalho e Previdência Social).
Impedimentos temporários
Resfriado: aguardar 7 dias após desaparecimento dos sintomas.
Gravidez
90 dias após parto normal ou abortamento e 180 dias após cesariana.
Amamentação (se o parto ocorreu há menos de 12 meses).
Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação.
Tatuagem / maquiagem definitiva nos últimos 12 meses.
Situações nas quais há maior risco de adquirir doenças sexualmente
transmissíveis: aguardar 12 meses.
Qualquer procedimento endoscópico (endoscopia digestiva alta, colonoscopia,
rinoscopia etc): aguardar 6 meses.
Extração dentária (verificar uso de medicação) ou tratamento de canal (verificar
medicação): por 7 dias.
Cirurgia odontológica com anestesia geral: por 4 semanas.
Acupuntura: se realizada com material descartável: 24 horas; se realizada com
laser ou sementes: apto; se realizada com material sem condições de
avaliação: aguardar 12 meses.
Vacina contra gripe: por 48 horas.
Herpes labial ou genital: apto após desaparecimento total das lesões.
Herpes Zoster: apto após 6 meses da cura (vírus Varicella Zoster).
Impedimentos definitivos
Se teve hepatite após os 10 anos de idade.
Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças infecciosas
transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças
associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas.
Uso de drogas ilícitas injetáveis.
Se já teve malária, tuberculose extra-
pulmonar, elefantíase/filaríase, hanseníase, calazar (leishmaniose
visceral), brucelose, esquistossomose hepatoesplênica ou alguma doença que
gere inimputabilidade jurídica.
Se recebeu enxerto de dura-máter.
Se teve algum tipo de câncer, incluindo leucemia.
Se tem graves problemas no pulmão, coração, rins ou fígado.
Se tem problema de coagulação de sangue.
Se é diabético com complicações vasculares ou em uso de insulina.
Se foi submetido a transplante de órgãos ou de medula.
Procedimentos
A coleta de sangue para doação consiste na retirada de cerca de 450ml de
sangue, através do uso de material descartável, de uso único e estéril. O tempo
de permanência do doador no Banco de Sangue, incluindo coleta e triagem, é
de aproximadamente 12 minutos.
No Brasil, o Ministério da Saúde exige a realização de alguns procedimentos
específicos antes e depois da doação, a fim de prevenir complicações para o
doador e contaminação para o receptor durante o período de janela
imunológica de doenças.
Antes da doação, o candidato irá passar por uma entrevista de triagem clínica,
na qual podem ser detectadas algumas condições adicionais que possam
impedir a doação. Após cada doação serão realizados os seguintes exames no
sangue coletado:
tipagem sanguínea ABO e Rh;
pesquisa de anticorpos eritrocitários irregulares (PAI);
Teste de Coombs Directo;
fenotipagem do Sistema Rh (D,C,E.c,e), fenotipagem de outros sistemas;
testes sorológicos para: Hepatite B, Hepatite C, Doença de Chagas, Sífilis, HIV
(AIDS), HTLV I/II.
Esse procedimento se repetirá após cada doação e os resultados serão
comunicados ao doador.
Cuidados-pós doação
Permanecer pelo menos 15 minutos no local após a doação para observação;
Não fumar na 1ª hora após a doação;
Tomar bastante líquidos (ex.: água, suco, chá);
Evitar atividades físicas vigorosas ou que coloquem em risco a sua segurança
e a de outros nas próximas 12 horas;
Evitar utilizar intensamente o braço onde foi realizada a punção;
Comunicar o Serviço de Hemoterapia caso você queira informar algo que
omitiu na entrevista ou achar que seu sangue pode ser prejudicial a outra
pessoa;
Procurar o Serviço de Hemoterapia caso apresente qualquer problema que
você ache que possa estar relacionado com a doação;
Respeitar o intervalo mínimo entre as doações: 2 meses para o homem e 3
meses para a mulher;
Maior doador de sangue
O catarinense Orestes Golanovski foi reconhecido pela Organização Mundial
de Saúde (OMS) como o Maior doador de sangue do Brasil, entrando em 2011
para o RankBrasil – Recordes Brasileiros. Até junho de 2006, ele já havia feito
187 doações. O recordista doou sangue até completar 65 anos, idade limite
para a ação solidária.
Direitos
No Brasil
A lei nº 10.205, de 21 de março de 2001, regulamenta o §4º do art. 199
da Constituição Federal, relativo à coleta, processamento, estocagem,
distribuição e aplicação do sangue, seus componentes e derivados e
estabelece o ordenamento institucional indispensável à execução adequada
dessas atividades.
No Brasil, trabalhador sob o regime da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) poderá deixar de comparecer ao serviço, sem prejuízo do
salário, por um dia, em cada doze meses de trabalho, em caso de doação
voluntária de sangue devidamente comprovada (art. 473 da CLT).
Os funcionários públicos civis federais, sem qualquer prejuízo, podem se
ausentar do serviço por um dia para doação de sangue, sem limite anual de
doações (art. 97 da lei nº 8.112/1990). Nos estados do Paraná e Espirito Santo
é possível pagar meia entrada em eventos culturais, desde que a pessoa esteja
formalmente cadastrada no banco de sangue, Lei estadual 13.964/2002.
Há ainda a lei federal nº 1.075, de 27 de março de 1950, que permite que a
doação de sangue seja incluída na folha de serviço de funcionário público civil
ou militar e que, não se enquadrando nestas categorias, que o doador seja
incluído entre os que prestam serviços relevantes à sociedade e à Pátria.
Nas unidades federativas
No estado de Mato Grosso, a lei nº 7.713, de 12 de setembro de 2002, autoriza
o doador regular de sangue a receber isenção do pagamento de taxas de
inscrição em concursos públicos promovidos pelo Governo do Estado. Para
tanto, deverá apresentar documento comprobatório padronizado de sua
condição de doador regular expedido pelo Banco de Sangue, público ou
privado, autorizado pelo Poder Público, em que faz a doação.
No estado do Paraná, a lei nº 13.964, de 20 de dezembro de 2002, concede ao
doador regular de sangue desconto de 50% (cinquenta por cento) em Eventos
Culturais Artísticos no estado. Para tanto, o doador deve estar registrado no
hemocentro e nos bancos de sangue dos hospitais do estado, identificado por
documento oficial expedido pela Secretaria de Estado da Saúde.
No Distrito Federal, a lei nº 1.321, de 26 de dezembro de 1996, prescreve que
os doadores regulares de sangue ficam dispensados do pagamento de taxa de
inscrição em concurso público para preenchimento de vagas na administração
pública direta, indireta e fundacional do Distrito Federal e da Câmara
Legislativa, sendo necessária a comprovação de pelo menos três doações de
sangue realizadas no período de um ano antes da data final das inscrições cuja
isenção seja pleiteada.
No estado de São Paulo, a lei nº 12.147, de 12 de dezembro de 2005, também
autoriza o doador de sangue a ser isento do pagamento de taxas de inscrição
nos concursos públicos realizados pela Administração Direta, Indireta,
Fundações Públicas e Universidades Públicas do Estado. Para ter direito à
isenção, o doador terá que comprovar a doação de sangue, que não poderá
ser inferior a 3 (três) vezes em um período de 12 (doze) meses.
No estado de Santa Catarina, a lei nº 10.567, de 7 de novembro de 1997, o
doador de sangue fica isento do pagamento de taxas de inscrição a concursos
públicos realizados pelo estado, equiparando-se a doador de sangue para os
efeitos desta lei, a pessoa que integre a Associação de doadores e que
contribua, comprovadamente para estimular de forma direta e indireta, a
doação. A comprovação da qualidade de doador de sangue será efetuada
através da apresentação de documento expedido pela entidade coletora, que
deverá ser juntado no ato de inscrição e deverá discriminar o número e a data
em que foram realizadas as doações, não podendo ser inferior a 03 (três)
vezes anuais.
No estado do Ceará, a lei nº 12.634, de 14 de novembro de 1996, dispõe que s
servidores estaduais farão jus ao cômputo de 01 (uma) semana para efeito de
contagem de tempo de serviço para aposentadoria, a cada doação de sangue
efetuada exclusivamente nos Hemocentros, entidade vinculada à Secretaria de
Saúde do Estado do Ceará - SESA-CE, mas isto vale apenas para aqueles que
comprovarem a doação até o advento da Emenda Constitucional nº 20/98, de
15 dezembro de 2008, deve pleitear, através de requerimento, a averbação
desse tempo, pois a Constituição Federal estabeleceu que a ``a lei não poderá
estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício´´.
Ainda, a lei nº 12.559, de 29 de dezembro de 1995, a exemplo de outras
unidades federativas, estabeleceu que os doadores de sangue que contarem o
mínimo de 02 (duas) doações, num período de 01 (um) ano, estarão isentos do
pagamento da taxa de inscrição em concursos públicos estaduais, realizados
num prazo de até 12 meses decorridos da última doação.
Auto-hemoterapia é uma prática terapêutica "isoterápica", que consiste na
extração de sangue venoso de uma pessoa, e sua reinjeção na mesma
pessoa, por via intramuscular.
A técnica é condenada oficialmente pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)
do Brasil desde 2007, que alerta ainda para os possíveis riscos à saúde dos
pacientes. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) também
considera que a técnica oferece riscos e que não existem pesquisas
comprovando sua eficácia. Em fevereiro de 2015 o CFM emitiu nota reforçando
que a auto-hemoterapia não tem eficácia comprovada e que os médicos são
proibidos de praticá-la.
A técnica consiste na prévia extração de sangue venoso do paciente com o
alegado propósito terapêutico, seguida de sua injeção intramuscular (que pode
ser ser no muscúlo do glúteo, coxa ou deltoide) na mesma pessoa, o que —
segundo advertem oficialmente as autoridades sanitárias e a comunidade
científico-médica — pode ocasionar abscessos na
pele, dores, edemas, hematomas, infecções, além de evoluir para quadros
clínicos mais severos, como a coagulação intravascular disseminada,
sangramento generalizado, entre outros efeitos.
O Parecer do Conselho Federal de Medicina – CFM sobre essa técnica afirma
que a auto-hemoterapia, de acordo com o que se depreende da literatura,
compreende vários procedimentos distintos, dentre estes a readministração do
sangue estocado do próprio paciente. Outras modalidades de auto-
hemoterapia descritas na literatura consultada são:
Auto-hemoterapia propriamente dita - Sangue retirado da veia e administrado
no músculo, sem qualquer adição de substância ou tratamento com radiação.
Auto-hemoterapia ocular (subconjuntival) - Administração subconjuntival de
sangue retirado da veia do próprio paciente para tratamento de queimaduras,
manchas e doenças com implicações dermatológicas.
Tampão sangüíneo peridural - Sangue retirado da veia e administrado por via
peridural.
Auto-hemoterapia com sangue submetido à ação de certos agentes - Sangue
retirado da veia e submetido à ozonização ou à irradiação UV, administrado por
via intramuscular, intravenosa ou por infiltração.
Os que defendem a auto-hemoterapia dizem que a técnica estimula o aumento
do percentual de macrófagos, aumentando também as defesas do organismo e
eliminando as bactérias, os vírus, as células cancerosas (neoplásicas) e a
fibrina, que é o sangue coagulado. Esse aumento de produção de macrófagos
pela medula óssea se dá porque o sangue no músculo funciona como um
corpo estranho a ser rejeitado pelo Sistema Retículo Endotelial (SRE).
Enquanto há sangue no músculo, o Sistema Retículo Endotelial mantém-se
ativado. Essa ativação máxima termina ao fim de cinco dias. A taxa normal de
macrófagos é de 5% no sangue e, com a auto-hemoterapia(peridural), eleva-se
para 22% durante cinco dias. Do quinto ao sétimo dia declina, voltando aos 5%.
Daí a razão de recomendarem que a aplicação seja repetida de sete em sete
dias. Segundo o médico Luiz Moura, o uso da auto-hemoterapia resulta num
estímulo imunológico poderosíssimo.
Perigos, críticas e ilegalidade
A auto-hemoterapia encontra-se rodeada em polémica. O argumento de vários
defensores da prática baseia-se em relatos de pessoas que garantem ter
atingido a cura graças ao uso da auto-hemoterapia, enquanto que os seus
críticos apontam para a inexistência de estudos que demonstrem a sua eficácia
e segurança. A falta de respaldo científico é reconhecida pelos próprios
defensores do método.
Segundo a legislação brasileira, apenas o médico especialista
em hematologia ou hemoterapia (ou o profissional devidamente reconhecido
para este fim pelo Sistema de Saúde) pode responsabilizar-se por
procedimentos hemoterapêuticos. O Conselho Federal de Medicina proíbe aos
médicos brasileiros a utilização de outras práticas terapêuticas não
reconhecidas por essa comunidade científica, como é presentemente o caso da
auto-hemoterapia ("a auto-hemoterapia não foi submetida a testes genuínos,
não foi corroborada, e nada há, além de indícios, casos isolados narrados com
dramaticidade, que pouco se prestam a provar coisa alguma perante a ciência
e que ampare o seu valor, sendo o seu uso atual em seres humanos uma
aventura irresponsável"), que, assim, não pode ser considerada um tratamento
médico no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),
o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo e a Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) consideram que a auto-
hemoterapia apresenta riscos à saúde. Outras entidades de classe,
preocupadas com a expansão de teorias falaciosas sobre o procedimento, e
mostrando respeito com à população que não pode se expor a este tipo de
tratamento fora do ambiente de pesquisa, também proíbe a prática da
autohemoterapia, como o Conselho Federal de Enfermagem, Conselho Federal
de Biomedicina, Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo e
outros órgãos, como Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Considera-se que auto-hemoterapia seja um tipo de transfusão
sanguínea autóloga (para si próprio), e assim, como qualquer outra transfusão,
traz em si um risco, seja imediato ou tardio, pelo que, deve ser criteriosa e
competentemente indicada. A ausência de indicações comprovadas é parte do
motivo pelo qual, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) considera o uso da auto-hemoterapia uma infração sanitária, e, em
consequência, sujeita os envolvidos (ativa ou passivamente) às penalidades
previstas na lei. Apesar disto, muitos médicos utilizam estas técnicas, como
a PRP.
Doutro lado, alguns dos defensores da auto-hemoterapia afirmam que, por trás
do seu não reconhecimento, estariam interesses prejudicados da indústria
farmacêutica, já que o tratamento com a auto-hemoterapia dispensaria o uso
de diversos medicamentos, argumento esse que, pelas autoridades e
especialistas, tem sido considerado apenas mais uma expressão de teoria da
conspiração do que da realidade. A classe médica também é prejudicada com
o mesmo pensamento, já que alguns alegam corporativismo pois por ser uma
ação simples e eficaz, estes perderiam potenciais fontes de renda, o que é
desmentido frente às diversas classes profissionais da área da saúde que se
mostram contra a prática. No caso de médicos, enfermeiros, farmacêuticos, e
outros técnicos na área da saúde praticarem esse tipo de procedimento
ilegalmente, e isto deve ser denunciado aos órgãos responsáveis, como
ANVISA e CFM
O Jornal do Conselho Federal de Medicina nº 168 traz "Nota de
esclarecimento" afirmando que "Em face de falha na redação do artigo 'Auto-
hemoterapia não tem eficácia comprovada' no Jornal Medicina (XXII, 167,
DEZ/2007, p.11), esclarecemos que o procedimento terapêutico denominado
'tampão sanguíneo peridural' é cientificamente amparado por relevante
literatura médica e remetemos o leitor ao texto que trata dessa matéria no
Parecer CFM 12/07." Trata-se da permissão do uso desse tipo de auto-
hemoterapia pelos anestesiologistas. Da mesma forma que é usada e permitida
atualmente a auto-hemoterapia na forma de "plasma rico em plaquetas - PRP".
Em vista da proibição do uso da auto-hemoterapia, os seus usuários invocam a
Declaração de Helsinque que, nos seus Princípios trata de Intervenções não
comprovadas na prática clínica da Associação Médica Mundial, afirma que: “No
tratamento de um determinado paciente, onde intervenções comprovadas não
existem ou outras intervenções conhecidas se mostraram inefetivas, o médico,
depois de buscar conselho especializado, com o consentimento informado do
paciente ou de representante legalmente autorizado, pode usar uma
intervenção não comprovada se em seu julgamento ela oferece esperança de
salvar a vida, restabelecer a saúde ou aliviar o sofrimento. Esta intervenção
deve, em seguida, tornar-se objeto de pesquisa desenhada para avaliar sua
segurança e eficácia. Em todos os casos, a nova informação deve ser
registrada e, quando apropriado, tornada disponível publicamente".
Biologia Molecular e Transfusão
As aplicações da tecnologia molecular em hematologia poderão elucidar o
conhecimento das alterações moleculares de doenças, tal como ocorre
atualmente na caracterização das lesões do gene da globina beta nas
talassemias do tipo beta e na identificação dos haplótipos da Hb S. Entre as
técnicas de biologia molecular, o PCR revolucionou as tendências de
aplicabilidade da biologia molecular, não somente pela sua simplicidade, mas
pelo rápido diagnóstico de doenças infecciosas, na detecção de doença
residual mínima em diversas malignidades hematológicas onde se conhece o
defeito molecular, e notadamente na detecção de portadores e no diagnóstico
pré-natal de hemofilias e anemias hereditárias. Finalmente, os objetivos mais
profundos das aplicações dos conhecimentos de biologia molecular se
direcionam na clonagem e sequenciamento de genes para identificar,
caracterizar e manipular os gene responsáveis por doenças e produtos tóxicos
específicos(1,5).
Biologia molecular
A biologia molecular diz respeito à base molecular da
atividade biológica entre biomoléculas nos vários sistemas de uma célula,
incluindo as interações entre DNA, RNA, proteínas e sua biossíntese, bem
como a regulação dessas interações. Trata-se de um campo de estudos amplo,
que abrange áreas da química, em especial a bioquímica, e a genética
Relação com outras ciências biológicas de nível molecular
Na biologia molecular são frequentemente combinadas técnicas e ideias
provindas da microbiologia, genética, bioquímica e biofísica (veja a secção
“Técnicas em Biologia Molecular”, mais abaixo). Historicamente,
a microbiologia exerceu um papel fundamental no desenvolvimento da biologia
molecular, pois a maioria dos conceitos-chave e das técnicas de biologia
molecular se originou a partir de estudos e experimentos realizados
principalmente com bactérias, fungos e vírus (especialmente bacteriófagos, que
são vírus que infectam bactérias). Não existindo distinções muito definidas
entre as disciplinas mencionadas, pode-se considerar a biologia molecular na
interface entre a bioquímica e a genética, como mostra o esquema abaixo.
A bioquímica define-se, de uma forma geral, como o estudo das reações
químicas em organismos vivos; a genética ocupa-se especificamente do estudo
das consequências de diferenças no material genético nos organismos. A
biologia molecular ocupa então um espaço próprio, mas relacionando
conhecimentos dos dois campos, ao investigar os mecanismos
de replicação, transcrição e tradução do material genético.
Muito da investigação em biologia molecular é relativamente recente, e muitos
trabalhos têm sido feitos recorrendo-se à bioinformática e biologia
computacional. Estes recursos tornaram o estudo da estrutura e função
de genes, ou genética molecular, num dos campos mais proeminentes em
biologia molecular.
Técnicas em biologia molecular
Muito do trabalho feito no âmbito da biologia molecular relaciona-se com a
obtenção, identificação e caracterização de genes. Assim sendo, diversas
técnicas têm sido desenvolvidas no meio da biologia aqui vão sendo citadas
algumas.
Reação em cadeia da polimerase
A reação em cadeia de polimerase, ou PCR, é uma técnica de grande
versatilidade que permite obter múltiplas cópias de um segmento de DNA. O
PCR também é usado para introduzir locais de restrição e mutações pontuais
ou para identificar um fragmento particular de DNA numa biblioteca de cDNA.v
Eletroforese em gel
A eletroforese em gel é uma das principais ferramentas de trabalho em biologia
molecular. Em geral, DNA, RNA e proteínas podem ser separados segundo o
seu tamanho numa matriz usando um campo elétrico aplicado. Na eletroforese
em gel de agarose, o DNA ou o RNA é separado fazendo a amostra migrar
através de um gel de agarose. As proteínas são normalmente separadas
segundo o seu tamanho usando eletroforese em gel de acrilamida; também
podem ser separadas segundo a sua carga elétrica usando focagem
isoelétrica.
Southern blot
O Southern blot é uma técnica que permite obter informação sobre a massa
molecular e a quantidade relativa de uma determinada sequência de DNA. A
técnica, desenvolvida por Edwin Southern, é uma combinação de eletroforese
em gel do DNA (este é frequentemente fragmentado por enzimas de
restrição antes de fazer o Southern), transferência deste para uma membrana
e hibridização com uma sonda marcada (radioativa ou fluorescente). Após a
hibridização, a membrana é lavada para remover sonda não ligada a DNA e
obtém-se uma imagem através de autorradiografia ou autofluorescência. A
imagem obtida dá a(s) localização(ões) do DNA que liga a sonda, com a
intensidade do sinal, dando uma medida relativa da quantidade de DNA que
hibridiza.
Northern blot
O Northern blot estuda o perfil de expressão de RNA mensageiro: onde,
quando e quanto de determinado RNA mensageiro (correspondente à
expressão de um determinado gene) está presente numa dada amostra. É uma
das formas mais simples de determinar em que momento certos genes estão a
ser expressos em sistemas vivos. Neste processo, o RNA é separado numa
eletroforese em gel, transferido para uma membrana e detectado de forma
similar ao DNA no Southern blot.
Northern blot
Ousa o mesmo princípio do Southern blot e do Northern blot mas é aplicado
a proteínas. Estas são separadas usando eletroforese em gel de poliacrilamida,
na presença do detergente dodecilo sulfato de sódio (SDS).
Leucócito
Uma imagem do sangue em um Microscópio Eletrônico de Varredura. Além dos
leucócitos, de forma irregular, são visíveis os glóbulos vermelhos e
as plaquetas, no formato de pequenos discos.
Os leucócitos, também conhecidos por glóbulos brancos, são um grupo
de células diferenciadas a partir de células-tronco muiltipotentes, oriundas
da medula óssea e presentes no sangue, linfa, órgãos linfoides e vários tecidos
conjuntivos. Os leucócitos são células nucleadas, o que os diferencia
dos glóbulos vermelhos (hemácia ou eritrócito) e plaquetas (trombócitos), que
também são diferenciados a partir das células tronco já citadas e, junto com os
leucócitos, integram os chamados elementos figurados do sangue. Um adulto
normal possui entre 3.800 e 9.800 mil leucócitos por microlitro (milímetro
cúbico) de sangue.
Os leucócitos fazem parte do sistema imunitário do organismo. Têm por função
o combate e a eliminação de microrganismos e estruturas químicas estranhas
ao organismo por meio de sua captura ou da produção de anticorpos, sejam
eles patogênicos ou não.
Os leucócitos compreendem um grande grupo de células que se apresenta
numa grande variedade de formas, tamanhos, número e funções específicas.
Eles podem ser classificados por sua estrutura (granulados e hialinos), e pela
linhagem com base na diferenciação (mielóides e linfóides). As características
funcionais e físicas levaram a uma classificação dos leucócitos em cinco
grandes grupos: neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos, sendo
que o primeiro e o último grupo são constituídos por células fagocíticas. São
células que não pertencem intrinsecamente ao tecido sanguíneo, utilizando-o
apenas como meio de transporte. Suas origens, funções e morte dão-se em
outros tecidos. Têm a capacidade de atravessar as paredes dos capilares
(diapedese), passando a se deslocar nos tecidos conjuntivos mediante a
emissão de pseudópodes. Alguns são abundantes na linfa e no sistema
linfático. Por isso, o aumento de tamanho de gânglios, principalmente aqueles
localizados logo abaixo da pele, revela a existência de uma infecção em ação,
em alguma parte do corpo.
Não são como as células normais do corpo. Na verdade, na maioria das vezes,
agem como se fossem organismos vivos independentes e unicelulares,
capazes de se mover e capturar coisas por conta própria. As células
comportam-se, de certo modo, como amebas em seus movimentos e são
capazes de absorver outras células e bactérias. Algumas delas podem se
dividir e se reproduzir por conta própria, mas são produzidas principalmente a
partir de células da medula óssea. Sua diferenciação pode ocorrer tanto na
própria medula quanto em órgãos específicos como o timo (linfócitos T), ou em
estruturas localizadas nas paredes do intestino, apêndice e amígdalas, cujas
naturezas remontam à bursa (linfócitos B). Em média um indivíduo produz
aproximadamente 100 bilhões de leucócitos por dia. Apesar da grande
produção, os leucócitos representam apenas 1% do volume sanguíneo total. O
aumento ou decréscimo no número dessas células no sangue podem estar
relacionados com desenvolvimento de patologias, como será visto.
O nome "glóbulo branco" deriva da aparência física de uma amostra de sangue
após centrifugação. As células brancas são encontradas no buff, uma camada
fina, tipicamente branca, de células nucleadas entre os glóbulos vermelhos
sedimentados e o plasma sanguíneo. O termo científico leucócito reflete
diretamente sua descrição. É derivado das raízes gregas Leukos - que significa
"branco" e Kytos - que significa "célula".
Quantidade de leucócitos no sangue
Geralmente, a quantidade de leucócitos num determinado volume de sangue é
determinada automaticamente através de um contador celular
computadorizado. Esses instrumentos fornecem a contagem leucocitária total,
expressa como quantidade de células por mililitros de sangue, assim como a
proporção de cada um dos cinco tipos principais de leucócitos. A contagem
leucocitária total normalmente varia de 4 mil a 12 mil células por milímetro
cúbico. Uma quantidade muito pequena ou muito grande de leucócitos indica
um distúrbio.
A leucopenia, uma diminuição na quantidade de leucócitos para menos de
4.000 células por microlitro, torna uma pessoa mais suscetível a infecções.
A leucocitose, um aumento na quantidade de leucócitos, pode ser uma
resposta a infecções ou substâncias estranhas, ou ser resultante do estresse
ou de determinadas drogas.
A maioria dos distúrbios dos leucócitos envolve os neutrófilos, os linfócitos, os
monócitos e os eosinófilos. Distúrbios envolvendo os basófilos são muito raros.
Tipos de leucócitos
Os leucócitos dividem-se em duas classes:
Os granulados constituem 50% a 60% de todos os leucócitos. Têm esse nome
porque contêm grânulos com diferentes substâncias químicas, dependendo do
tipo da célula. Dividem-se em três classes: neutrófilos, eosinófilos (acidófilos)
e basófilos. Mastócitos também são granulados.
Os hialinos (semelhante a vidro), que são agranulados, constituem 30% a 40%
de todos os leucócitos. Os linfócitos se dividem em dois subtipos principais:
células B (as que amadurecem dentro da medula óssea ou estruturas
específicas no intestino, amígdalas e outros) e as células T (aquelas que
amadurecem no timo). * Os monócitos, também agranulados, constituem até
7% de todos os leucócitos. Os monócitos se transformam em macrófagos.
Todas as células sanguíneas brancas começam na medula óssea como
células-tronco. As células-tronco são células genéricas que podem se
transformar em diferentes tipos de leucócitos à medida que amadurecem. Por
exemplo, podemos pegar um camundongo, irradiá-lo ou aplicar-lhe uma
quimioterapia de forma a destruir as células da medula óssea, e posteriormente
injetar células-tronco na corrente sanguínea. As células-tronco se dividirão e se
transformarão nos diversos tipos diferentes de células sanguíneas brancas. Um
transplante de medula óssea segue o mesmo princípio: injeta células-tronco de
um doador dentro da corrente sanguínea. As células-tronco encontram seu
caminho para dentro da medula e fazem dela o seu lar.
Glóbulo
Glóbulo é uma célula sanguínea que atua na defesa do corpo humano[1] ou na
circulação de oxigênio e gás carbônico (CO2)
Globulos Brancos
Os glóbulos brancos formam o grupo mais heterogêneo de células do sangue,
tanto do ponto de vista morfológico quanto fisiológico. Embora os leucócitos
desempenhem papel de defesa do organismo, cada subtipo leucocitário detém
funções bastante específicas e distintas entre si, que, em conjunto, estruturam
o sistema imunológico. Os leucócitos são agrupados em duas categorias
diferentes: os leucócitos mononucleares e os polimorfonucleares.
Os primeiros incluem os linfócitos, plamócitos e os monócitos, cuja
característica peculiar é a de possuir um núcleo único e uniforme. Os últimos,
também chamados de granulócitos pela presença de granulação
citoplasmática, incluem os neutrófilos, eosinófilos e basófilos e possuem um
núcleo multiforme e segmentado.
Apesar de todos os leucócitos originarem-se de um precursor hematopoético
comum na medula óssea, os precursores intermediários são distintos e
influenciados por diferentes fatores de crescimento. No caso dos linfócitos T,
por exemplo, eles têm a peculiaridade de completar o seu processo de
maturação no timo. É importante observar que, em recém-nascidos e crianças,
existe entre leucócitos um predomínio de células mononucleares,
principalmente de linfócitos em relação aos granulócitos; com o tempo essa
relação se inverte, e em adultos existe predomínio de polimorfonucleares,
principalmente de neutrófilos.
Plaquetas
Embora pequenas, as plaquetas são as células do sangue responsáveis por
elaborados processos bioquímicos envolvidos na hemostasia, trombose e
coagulação. São formadas na medula óssea a partir da fragmentação do
citoplasma do seu precursor, o megacariócito – uma célula gigante e
multilobulada presente na medula.
Do ponto de vista morfológico, as plaquetas são fragmentos citoplasmáticos
anucleados de tamanho variado, de 2,9 a 4,3 µm e espessura entre 0,6 a 1,2
µm. É importante salientar que o tamanho das plaquetas varia de um indivíduo
para outro. Há quatro tipos distintos de grânulos nas plaquetas: os α-grânulos,
os corpos densos, os lisossomos e os microperoxissomos.
Embora as hemácias sejam células anucleadas, constituídas apenas por
membrana plasmática e citoplasma, são bastante complexas. Origina-se na
medula óssea pela proliferação e maturação dos eritroblastos, fenômeno
chamado de eritropoese. A eritropoese leva à produção de hemácias de modo
a manter constante a massa eritrocitária do organismo, sugerindo que o
processo é finalmente regulado, sendo a eritropoetina o principal e mais bem
conhecido fator de crescimento envolvido.
O processo de maturação eritroide envolve uma grande variedade de células
em diferentes estágios de maturação, sendo o conjunto total de células
eritroides chamado de éritron, termo que enfatiza a unidade funcional das
células envolvidas na eritropoese.
Hemácia
Hemácias são unidades morfológicas da série vermelha do sangue, também
designadas por eritrócitos ou glóbulos vermelhos, que estão presentes
no sangue em número de cerca de 4,5 a 6,0 x 106/mm³, em condições
normais. São constituídas basicamente por globulina e hemoglobina, e a sua
função é transportar o oxigênio (principalmente) e o gás carbônico (CO2) (em
menor quantidade) aos tecidos. Os eritrócitos vivem por aproximadamente 120
dias.
Estas células não possuem núcleo nem ADN e o seu citoplasma é rico
em hemoglobina, que é responsável pela cor vermelha do sangue. Por conta
da sua caraterística a hemácia é utilizada para diversas pesquisas, como
osmolaridade de membranas.
Sistema ABO
A descoberta dos grupos sanguíneos
Por volta de 1900, o médico austríaco Karl Landsteiner (1868 – 1943) verificou
que, quando amostras de sangue de determinadas pessoas eram misturadas,
as hemácias se juntavam, formando aglomerados semelhantes a coágulos.
Landsteiner concluiu que determinadas pessoas têm sangues incompatíveis, e,
de fato, as pesquisas posteriores revelaram a existência de diversos tipos
sanguíneos, nos diferentes indivíduos da população.
Quando, em uma transfusão, uma pessoa recebe um tipo de sangue
incompatível com o seu, as hemácias transferidas vão se aglutinando assim
que penetram na circulação, formando aglomerados compactos que podem
obstruir os capilares, prejudicando a circulação do sangue.
Aglutinogênios e aglutininas
No sistema ABO existem quatro tipos de sangues: A, B, AB e O. Esses tipos
são caracterizados pela presença ou não de certas substâncias na membrana
das hemácias, os aglutinogênios, e pela presença ou ausência de outras
substâncias, as aglutininas, no plasma sanguíneo.
Existem dois tipos de aglutinogênio, A e B, e dois tipos de aglutinina, anti-A e
anti-B. Pessoas do grupo A possuem aglutinogênio A, nas hemácias e
aglutinina anti-B no plasma; as do grupo B têm aglutinogênio B nas hemácias e
aglutinina anti-A no plasma; pessoas do grupo AB têm aglutinogênios A e B
nas hemácias e nenhuma aglutinina no plasma; e pessoas do grupo O não tem
aglutinogénios na hemácias, mas possuem as duas aglutininas, anti-A e anti-B,
no plasma.
O que são os glóbulos vermelhos
Os glóbulos vermelhos são as células sanguíneas mais numerosas e têm a
função de transportar o oxigênio para os pulmões e demais órgãos. O cálculo
de sua presença no sangue permite que sejam diagnosticadas doenças como
a anemia.
O que é hemoglobina
Cada glóbulo vermelho contém hemoglobina, proteína rica em ferro que
transporta oxigênio dos pulmões para o restante dos órgãos, eliminando gás
carbônico do organismo. A hemoglobina tem a típica tonalidade vermelha do
sangue e possui cerca de 65% das reservas de ferro do organismo.
Os eritrócitos, também designados como hemácias ou glóbulos vermelhos dão
a cor vermelha característica do sangue. Isso ocorre porque eles contêm um
pigmento vermelho, denominado hemoglobina. E, como os eritrócitos estão
presentes no sangue em muito maior quantidade que as outras células,
incolores, todo o sangue parece ser vermelho.
Só para ter uma idéia do volume de glóbulos vermelhos existentes no sangue,
basta dizer que em 1mm³ desse líquido, o que equivale a mais ou menos uma
gota, pode-se encontrar, em um homem adulto, cerca de 5,5 milhões dessas
células, o que corresponde a 45% do volume de sangue. Em mulheres adultas
esse valor é reduzido, cerca de 4,85 milhões de células por mm³.
As hemácias vivem em nosso organismo por até 120 dias. Isso significa que no
decorrer de uma vida são produzidas e destruídas uma infinidade de eritrócitos,
sendo que, a cada dia que passa morrem em média 20 mil hemácias por
milímetro cúbico de sangue. Em sua fase terminal, a maioria dessas células
estão localizadas no baço, órgão situado no lado esquerdo do abdomen, um
pouco abaixo das costelas.
É na medula vermelha dos ossos longos que os novos glóbulos vermelhos são
produzidos. Nesses verdadeiros “berçários” de células sanguíneas podemos
encontrar hemácias em diferentes estágios de maturação, todas elas
descendentes dos hemocitoblastos (células-mãe).
A divisão celular simples dessas células-mãe origina novos hemocitoblastos.
Aos poucos, essas células começam a se diferenciar. Seu núcleo vai reduzindo
de tamanho e em seu citoplasma vão aparecendo cada vez mais moléculas de
hemoglobina. Quando os hemocitoblasmos chegam a essa fase, chamamo-os
de eritroblastos. O processo de diferenciação celular dá sequência nos
eritroblastos, que se transformam em células globulares, sem núcleo e com a
cor vermelha, devido a grande quantidade de moléculas de hemoglobina
presentes.
Os eritrócitos contém água, hemoglobina, íons, enzimas e glicose, sendo que a
hemoglobina é o componente essencial e representa um terço do seu peso.
A função do eritrócito é apenas a de assegurar a manutenção do estado
funcional da hemoglobina, sendo o pigmento respiratório que tem por função
transportar oxigênio e a parte do gás carbônico no sangue.
Nos sangue de diversos animais também contêm hemácias em grandes
quantidades. Porém nem sempre elas possuem o aspecto de pequenos discos
bicôncavos como a dos seres humanos. Por exemplo, em anfíbios, aves,
peixes e répteis, as hemácias são ovais (elipsóides). Nos mamíferos, exceto
o camelo e seus parentes, as hemácias são circulares e, não possuem núcleo.
Uma curiosidade é que em seres vivos de dimensões corporais tão diferentes,
como o homem e o elefante, o tamanho destas células vermelhas é
praticamente igual. Em seres vivos pequenos, como certas salamandras e rãs,
o tamanho das hemácias chega a ser dez vezes maior que o das hemácias de
seres vivos de grande porte, como do elefante.
Eritrócitos em Altas altitudes
Humanos que vivem há muito tempo em lugares altos, superiores a 2.500
metros em relação ao nível do mar, possuem muito mais hemácias do que
pessoas que vivem abaixo deste nível. São encontrados eritrócitos nesses
indivíduos em cerca de 60% a 65% do volume sanguíneo, o que garante 30% a
mais de oxigênio no sangue. Assim eles superam as dificuldades impostas pela
escassez de ar atmosférico nos locais onde vivem.
Pessoas que habitam normalmente regiões de pouca altitude, quando resolvem
por exemplo escalar montanhas altas, tendem a sentir falta de ar e também
queda do rendimento físico ao chegar a certas alturas. Isso ocorre porque
quanto mais alto subimos em relação ao nível do mar, mais rarefeito se torna o
ar atmosférico.
Para aumentarem a quantidade de hemácias existentes no sangue, muitos
atletas preferem fazer alguns exercícios físicos em locais de altitudes elevadas.
Quando chegam no dia da competição, geralmente em regiões de média ou
baixa altitude, a vantagem desses atletas sobre os demais competidores é
tamanha, pois eles se cansam menos e têm muito mais energia do que os
outros, porque seu "estoque" de oxigênio demora mais a acabar.
Microcitose
A diminuição do tamanho dos eritrócitos é chamada de microcitose. Esta
associada à deficiência de ferro, talassemias e anemias sideroblasticas.
Macrocitose
Denomina-se macrocitose o aumento de tamanho das hemácias ou eritrócitos
na corrente sanguínea. É encontrada em casos onde existe deficiência
de vitamina B12, folatos, em quimioterapias, doenças
hepáticas, hipotireoidismo, mieloma e anemia aplastica.
A coleta de sangue é amplamente praticada e continua sendo de inestimável
valor para o diagnóstico e tratamento de vários processos patológicos. O teste
de laboratório é parte integrante do processo de tomada de decisão do médico
e os resultados influenciam diretamente a qualidade de vida do paciente.
Os testes de laboratório são divididos três fases: pré-analítica, analítica e pós-
analítica. A fase pré-analítica compreende todos os processos a partir do
momento em que um médico solicita o exame até que a amostra seja enviada
para análise no laboratório. Inclui então a indicação do exame, instruções de
preparo do paciente, procedimentos de coleta de sangue, armazenamento,
preservação e transporte da amostra.
As boas práticas e sistematização da fase pré-analítica, principalmente no
processo de coleta da amostra, evita uma série de erros, retrabalhos e
desperdícios de amostras e de reagentes, evitando danos aos pacientes e
também ao laboratório.
Variáveis pré-analíticas para coleta de sangue
Na coleta de sangue para a realização de exames laboratoriais é importante
que se conheça, controle e, se possível, evite algumas variáveis que possam
interferir na exatidão dos resultados. A primeira delas é a condição do paciente
e as orientações que devem ser passadas antes do exame.
Preparação do paciente
Esta é uma das tarefas mais desafiadoras da fase pré-analítica, pois engloba
variáveis que normalmente ocorrem antes que o indivíduo chegue para a coleta
da amostra. Alimentação, exercícios, medicamentos e outros fatores podem
interferir na análise, por isso é fundamental a orientação antes da realização da
coleta de sangue.
Gênero: Além das diferenças hormonais específicas e características de cada
sexo, alguns outros parâmetros sanguíneos se apresentam em concentrações
significativamente distintas entre homens e mulheres.
Idade: Alguns parâmetros bioquímicos possuem concentração sérica
dependente da idade do indivíduo.
Atividade física: Alterações significativas no grau de atividade física, como
ocorrem, por exemplo, nos primeiros dias de uma internação hospitalar ou de
imobilização, causam variações importantes na concentração de alguns
parâmetros sanguíneos. Os pacientes também devem ser instruídos para evitar
exercícios moderados a extenuantes antes da coleta de sangue.
Jejum: habitualmente, é preconizado um período de jejum para a coleta de
sangue em exames laboratoriais. A ingestão de determinados alimentos é uma
fonte significativa de variabilidade pré-analítica.
Dieta: da mesma forma que o jejum, a dieta a que o indivíduo está submetido
pode interferir na concentração de alguns componentes, dependendo das
características orgânicas do próprio paciente.
Uso de fármacos e drogas de abuso: este é um item amplo e inclui tanto a
administração de substâncias com finalidades terapêuticas como outras drogas
de abuso, incluindo álcool e cigarro. Eles podem causar variações nos
resultados de exames laboratoriais, seja pelo próprio efeito fisiológico ou por
interferência analítica.
Tubos de coleta de sangue a vácuo
Os produtos utilizados para efetuar a coleta do sangue são de extrema
importância, pois além de auxiliar em um melhor resultado dos exames, podem
reduzir a ocorrência de erros na coleta e os fatores de interferência na fase pré-
analítica.
Os sistemas para coleta de sangue a vácuo reduzem o risco de exposição
direta ao sangue e tornam mais fácil a coleta de múltiplas amostras através de
uma única punção. Além de maior conforto para o paciente também
proporciona maior segurança para o profissional que realiza a coleta e reduz as
chances de contaminação da amostra.
Coleta de sangue venoso
Dentro de um laboratório de análises clínicas, a maioria dos exames são feitos
a partir de uma amostra de sangue venoso. Portanto, saber as técnicas de
coleta é de suma importância, embora a prática só venha com a experiência.
A amostra
Do ponto de vista da sua constituição, o sangue é considerado um “sistema”
complexo, constituído de elementos sólidos ou figurados (hemácias, leucócitos
e plaquetas), substância líquida (soro ou plasma) e elementos gasosos (O2 e
CO2). Para obtê-lo, os profissionais devem realizar o que chamamos de coleta
de sangue, punção venosa ou venipunção.
Pré-coleta: Anamnese
Antes de realizar o exame, o laboratório deve informar ao paciente a respeito
do exame que ele irá se submeter, além de dar instruções como a necessidade
de jejum, cuidados com a alimentação (caso não seja exigido jejum), horário de
funcionamento de coleta entre outros. O paciente por sua vez deve informar ao
laboratório pontos importantes, como por exemplo a utilização de algum
medicamento.
Após isto, o paciente é cadastrado no laboratório.
Tubos de Coleta
Os tubos de coleta são diferenciados pela cor, por possuírem diferentes
anticoagulantes para diferentes testes.
(COR, ANTICOAGULANTE, MECANISMO DE AÇÃO, AMOSTRA OBTIDA,
APLICAÇÕES)
Roxo:EDTA, Liga cálcio, Sangue total ou plasma, Exames de
hematologia/CD4+/CD8+/carga viral/hemoglobina glicosilada
Azul:Citrato de sódio, Liga cálcio, Sangue total ou plasma, Exames de
coagulação
Vermelho:com ou sem ativador de coágulo, Acelera a coagulação, Soro,
Exames sorológicos/bioquímicos/hormonais
Amarelo:Ativador de coágulo, Acelera a coagulação, Soro, Exames
sorológicos/bioquímicos/hormonais
Verde:Heparina, Inibe Trombina, Sangue total ou plasma, Exames bioquímicos
Cinza:Fluoreto de sódio com EDTA, Inibe degradação de glicose, Plasma,
Exames de glicose/lactato
Preparação do paciente
Deve-se sempre conferir a identidade do paciente e, após isto devemos
explicar a ele os procedimentos de coleta que serão realizados; etiquetando os
tubos na frente dele.
Garroteamento
O garrote é utilizado durante a coleta de sangue para facilitar a localização das
veias, tornando-as proeminentes. Deve ser colocado no braço do paciente
próximo ao local da punção (4 a 5 dedos ou 10 cm acima do local de punção);
sendo que não deve ser deixado no braço do paciente por mais de 1 minuto.
Logo após a punção, devemos retirar ou afrouxar o garrote, pois o
garroteamento prolongado pode acarretar 4, 5 alterações nas análises, por
exemplo: cálcio.
Seleção da veia a ser puncionada
A regra básica é examinar bem o paciente. As características da veia poderão
ser reconhecidas através do apalpamento das mesmas e um exame visual. Em
princípio, qualquer veia pode ser puncionada, desde que apresente bom
calibre, flexibilidade e integralidade. As veias de maior calibre e,
consequentemente as de mais fácil coleta, estão localizadas no braço; mas se
não encontrar, podemos nos dirigir à mão e ao pé. Nunca devemos aplicar
“tapinhas” no local escolhido para a punção, principalmente em idosos, pois se
forem portadores de ateroma poderá haver deslocamentos das placas
acarretando sérias consequências. Não devemos escolher lugares com terapia
ou hidratação intravenosa, locais com cicatrizes ou queimadura, perto de onde
foi realizado uma mastectomia, cateterismo ou qualquer outro procedimento
cirúrgico, áreas com hematomas, abscessos, que já sofreram trombose (pouco
flexíveis) e com múltiplas punções recentes.
Materiais necessários para todos os tipos de coleta de sangue
. Gaze ou algodão hidrófilo
.Álcool etílico a 70%
Tubos de coleta 4.
Etiquetas para identificação de amostras
Estante para tubos
Descarpack para desprezar material perfurocortante
Lixo seco
Lixo infectante
Garrote
Luvas descartáveis
Stopper
Seringa
Agulha
Materiais para coleta de sistema a vácuo
1. Garrote
2. Stopper
3. Tubos de coleta
4. Agulha especial para procedimento a vácuo
5. Adaptador para agulha (canhão)
OBS I:Texto em itálico Existem vários tipos de agulhas. Os comprimentos e
diâmetros das agulhas são expressos em milímetros (mm); por exemplo: uma
agulha de 25x0,8 mm corresponde a 25 mm de comprimento e 0,8 mm de
diâmetro. OBS II:Texto em itálico As agulhas para procedimento à vácuo,
possuem além da descritas, características a mais. Em uma extremidade está
o bisel que fará a punção; na outra o bisel está recoberto por uma camada de
borracha na qual irá penetrar no tubo. Entre as extremidades há uma rosca a
ser colocada no adaptador da agulha.
Materiais para coleta por punção digital
1. Cartão de coleta com círculos demarcados em papel-¬filtro e área para
identi-ficação da amostra
2. Lanceta
3. Suporte para secagem do papel-filtro.
Técnica para coleta de sangue venoso
1. Verifique se você possui todos os materiais necessários
2. Higienize as mãos
3. Chame o paciente pelo nome completo, conferindo ao chegar ao local de
coleta
4. Peça-o para se acomodar na cadeira
5. Informe ao paciente todos os procedimentos que serão feitos
6. Ordene o material a ser utilizado
7. Identifique os tubos na frente do paciente
8. Coloque as luvas descartáveis
9. Posicione o braço do paciente na braçadeira
10. Analise o braço do paciente (sem garrote ainda)
11. Escolha o calibre da agulha
12. Garroteie e escolha o local da punção (se precisar, peça ao paciente para
que abra e feche a mão)
13. Faça a antissepsia no local
14. Retire a capa da agulha e imediatamente faça a punção com o bisel da
agulha voltado para cima num ângulo de 30˚(caso exista a flacidez no local da
coleta, estique a pele com os dedos para ¬fixar a veia).
15. Retire o sangue
16. Solte o garrote
17. Com algodão seco por cima da agulha, retire-a
18. Peça para o paciente segurar o algodão seco fazendo pressão sobre o
local
19. Descarte a agulha no descarpack
20. Coloque o sangue no tubo e homogeneíze por inversão
21. Coloque o tubo na estante para tubos
22. Quando parar a hemorragia, coloque o stopper no local da punção
23. Oriente o paciente a ficar com o braço esticado por no mínimo 5 minutos
para evitar hematomas
24. Retire as luvas e descarte no lixo infectante
25. Acompanhe o paciente a sair da sala de coleta
26. Organize o local