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COMISSÃO
PARLAMENTAR DE
INQUÉRITO
“Constituída com a finalidade de apurar irregularidades no
gerenciamento, operacionalização e na execução da administração da
Fundação Hospitalar Dr. José Athanazio pelo IMAS (Instituto Maria
Schimitt).”
RELATÓRIO
Presidente
Vereador Dirceu José Kaiper
Relator
Vereador Adavilson Telles
Campos Novos, 29 de abril de 2020.
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1. INTRODUÇÃO
Amparado pelo Regimento Interno desta Casa de Leis, foi constituída a
presente Comissão Parlamentar de Inquérito com a finalidade de apurar
irregularidades no gerenciamento, operacionalização e na execução da
administração da Fundação Hospitalar Dr. José Athanazio pelo IMAS
(Instituto Maria Schimitt).
A Lei Orgânica do Município de Campos Novos prevê a função de
fiscalização e controle do Poder Legislativo, a qual, com alicerce na própria
Constituição, prevê a competência privativa da Câmara Municipal em criar
Comissões de Inquérito sobre fatos determinados e por prazo certo, mediante
requerimento de um terço de seus membros.
Desta forma, para cumprir uma das suas principais atribuições, em respeito ao
exercício do Poder Legislativo de fiscalizar os atos que possam causar
prejuízos à Administração Pública afetando direta ou indiretamente o interesse
público, foi criada e instalada a presente Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI).
A CPI ora em comento, procurou agir, desde o início, com a finalidade única
de apurar os fatos, com foco na obrigação do administrador em zelar pela
coisa pública, com base nos princípios da moralidade, impessoalidade,
publicidade, legalidade e eficiência, valendo-se de todos os instrumentos
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legais cabíveis, dentro dos limites impostos pelo estado democrático de
direito.
É com base nesse contexto que apresentamos o relatório final da Comissão
Parlamentar de Inquérito – CPI, constituída com a finalidade de apurar
irregularidades no gerenciamento, operacionalização e na execução da
administração da Fundação Hospitalar Dr. José Athanazio pelo IMAS
(Instituto Maria Schimitt), emitindo, ao final, as conclusões, resultados e
encaminhamentos necessários à eficácia dos trabalhos realizados pela
Comissão.
1.1. O PAPEL DA CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPOS NOVOS
Ao lado da função precípua de legislar, a Câmara Municipal de Campos
Novos tem a competência essencial constituída pela sua autonomia: a
fiscalização extensa de todos os assuntos e temas aos quais a Constituição da
República a capacita.
É incontestável que o poder de investigar constitui uma das mais expressivas
funções institucionais do Legislativo. A importância da prerrogativa de
fiscalizar se traduz, na dimensão em que se projetam as múltiplas
competências constitucionais do Legislativo, como atribuição inerente à
própria essência da instituição parlamentar.
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) representa um dos mais
importantes instrumentos de fiscalização e, porque não dizer, controle da
atividade administrativa das autoridades públicas, que, inexoravelmente,
envolvem a acepção ampla do interesse público.
Em um preâmbulo objetivo e necessário, tem-se que o Poder Legislativo
Municipal tem basicamente três funções:
a) Representativa - Representar o povo, em defesa dos seus interesses na
construção de uma sociedade igualitária e justa;
b) Legislativa - Elaborar as Leis de modo a contemplar a sociedade com um
ordenamento jurídico que garanta a defesa de toda a coletividade;
c) Fiscalizadora - Fiscalizar todos os atos da Administração Pública, de modo
a buscar e zelar por todos os interesses da comunidade.
Apoiada nesta última função, juntamente com outros procedimentos
legislativos, está a competência do Poder Legislativo de fiscalizar as
atividades dos administradores e/ou daqueles que giram em torno do interesse
público, mediante o instrumento legal qual seja a Comissão Parlamentar de
Inquérito.
1.2. DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO
Como já vimos as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) tem previsão
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constitucional e se constituem em uma das formas de controle da
Administração Pública exercida pelo Poder Legislativo. Regulamentadas pela
Lei n.º 1579/52, com suas alterações, as CPIs adquirem maior importância no
cenário político nacional, a partir da promulgação da Constituição da
República de 1988.
Pode-se afirmar que a CPI é um instrumento jurídico do Poder Legislativo,
legalmente constituído para buscar informações, efetuar diligências, colher
depoimentos e outros mecanismos para apurar fatos que estejam contra o
interesse público, voltada à apuração de denúncias para que sejam
resguardados os valores da sociedade.
Antes de mais nada, é preciso ressaltar “o que” a sociedade camponovense
pode e deve esperar de uma CPI, que possui limites traçados pela Carta
Magna que regem o Estado Democrático de Direito, nos moldes estabelecidos
pelo §3º do art. 58, “as Comissões Parlamentares de Inquérito, terão poderes
de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos
nos regimentos das respectivas Casas, e serão criadas para a apuração de
fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,
encaminhado ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade
civil ou criminal dos infratores” (Art. 58, CF).
Como se vê, a Constituição Federal conferiu aos legisladores responsáveis
pela condução das CPIs poderes de investigação de autoridade judicial, bem
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como outros existentes no Regimento Interno, a fim de possibilitar o
cumprimento de todos os seus objetivos e tarefas.
Há que se atentar que a concessão constitucional dos poderes de autoridade,
muitas vezes, acaba por confundir a sociedade e a própria mídia que cobra de
seus membros, um êxito do resultado pela quantidade de autoridades, agentes
políticos e cidadãos que, por meio delas venham a ser punidos, o que não é o
critério correto a ser adotado na avaliação dos trabalhos de uma CPI.
A CPI pode colher depoimentos, ouvir indiciados, interrogar testemunhas,
requisitar documentos, levantar meios de prova legalmente admitidos e
realizar buscas e apreensões, sem, contudo, lhes atribuírem poderes ilimitados,
estando seus trabalhos sujeitos ao controle judicial, limitados pela própria
Constituição Federal.
No âmbito Municipal, a Comissão Parlamentar de Inquérito é regulamentada
pela Lei Orgânica do Município de Campos Novos, que assim dispõe:
Art. 61. As comissões especiais de inquérito terão poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos
no regimento interno e serão criadas pela Câmara mediante
requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato
determinado, por um prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
§ 1º As comissões especiais de inquérito, no interesse da investigação,
poderão:
I - proceder a vistorias e levantamentos nas repartições públicas
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municipais e entidades descentralizadas, onde terão livre acesso e
permanência;
II - requisitar de seus responsáveis a exibição de documentos e a
prestação dos esclarecimentos necessários;
III - transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua presença ali
realizando os atos que lhe competirem;
§ 2º No exercício de suas atribuições poderão, ainda, as comissões
especiais de inquérito, por intermédio de seu presidente:
I - determinar as diligências que reputarem necessárias;
II - requerer a convocação de secretário municipal;
III - tomar o depoimento de quaisquer autoridades, intimar testemunhas e
inquiri-las sob compromisso;
IV - proceder a verificações contábeis em livros, papéis e documentos dos
órgãos da administração direta e indireta.
O Regimento Interno da Câmara Municipal de Campos Novos (Resolução nº
03/2019) regulamenta a criação, instalação e procedimentos das Comissões de
Inquérito nos artigos 107 a 115, prevendo neste último, a forma do Relatório
Final. Vejamos:
Art. 115. Ao término dos trabalhos, a Comissão apresentará relatório
circunstanciado contendo a sinopse de todo o processo, com suas
conclusões, que será publicado no Diário da Câmara e encaminhado:
I - à Mesa, para as providências de sua alçada ou do Plenário,
oferecendo em duas sessões, conforme o caso, Projeto de Lei, de Decreto
Legislativo ou de Resolução, que serão incluídos na Ordem do Dia,
dentro de duas sessões;
II - ao Ministério Público, com cópia autenticada e rubricada da
documentação, para que adote as medidas decorrentes de suas funções
institucionais;
III - ao Poder Executivo, para adotar as providências saneadoras de
caráter disciplinar e administrativo;
IV - à Comissão Permanente que tenha a maior pertinência com a
matéria, à qual incumbirá fiscalizar o atendimento ao prescrito no inciso
anterior.
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§ 1º. Nos casos dos incisos II e III, a remessa será feita pelo Presidente
da Câmara, no prazo de cinco dias úteis.
§ 2º. Do relatório constarão a constituição e finalidade da Comissão, sua
composição, prazos observados e roteiro dos trabalhos realizados, com
destaque para:
I - transcrição dos depoimentos ouvidos;
II - depoimentos arrolados, mas não viabilizados;
III - eventuais viagens realizadas;
IV - documentação recebida e anexada;
V - parecer do Relator;
VI - conclusões da Comissão.
Mediante o que propõem as Leis Municipais, Federais e a Constituição
Federal, o presente relatório tem por objetivo principal expor as atividades e
procedimentos adotados pela CPI, desde a sua criação, apontando os limites
constitucionais de atuação, o objeto e finalidade propostos, bem como a
conclusão, resultados e encaminhamentos, esclarecendo a sociedade, e todos
os alcançados pelo interesse público, sobre o cumprimento da função
parlamentar fiscalizadora.
1.3. DOS LIMITES DA CPI
Além de fiscalizar, o objetivo principal da CPI é, com a conclusão de seus
trabalhos, apontar soluções e propor modificações administrativas. As
irregularidades que impliquem responsabilização do agente público deverão
ser remetidas ao Ministério Público para as providências legais cabíveis.
Como se vê, a Comissão Parlamentar de Inquérito tem limites. As normas que
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criaram e/ou regulamentaram a CPI não podem contrariar a Constituição da
República e seus princípios, por mais que sejam dotados de certa autonomia.
Melhor esclarecendo, se a Constituição Federal atribuiu à CPI poderes de
investigação próprios de autoridades judiciais, há que considerar que, durante
todo o processo investigativo, torna-se exigível o respeito ao direito do
indiciado de participar alegando o que quiser em sua defesa.
A CPI não condena, apenas colhe informações sobre o objeto investigado,
para posteriormente, apresentar dados concretos ao Ministério Público, para o
oferecimento de denúncia formal ou instauração de processo de
responsabilidade civil, sendo também um importante instrumento de apoio na
instrução de tais procedimentos caso já existam quando da conclusão dos
trabalhos.
Outro limite imposto é o de que a Câmara Municipal, por intermédio da CPI,
não poder invadir a competência de outros órgãos constitucionais como o
Tribunal de Contas da União e Tribunal de Contas do Estado. Da mesma
forma, as providências que tenham caráter investigatório e impliquem
restrição direta a direitos individuais também estão protegidas pelo próprio
texto constitucional e, portanto, somente podem emanar de juiz, e não de
terceiros, mesmo aqueles a quem foram atribuídos “poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais”.
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A CPI deve dispor de todos os meios necessários e para atingir seus objetivos,
na condução do procedimento investigatório.
Todavia, há que haver o entendimento geral de que os poderes de instrução
probatória e de investigação ou pesquisa dos fatos determinados que
motivaram a instauração do inquérito parlamentar sofrem, como já
mencionado, limitações de ordem jurídico-constitucional que a restringem, em
consequência, a capacidade de atuação da Comissão Parlamentar de Inquérito.
1.4. DA FINALIDADE DA CPI
Para que os trabalhos da CPI em pauta sejam preservados e rigorosamente
relatados com base na apuração dos fatos, o presente relatório se sustenta nos
princípios constitucionais da moralidade, legalidade, impessoalidade e
proporcionalidade, atendendo os requisitos fundamentais inerentes a sua
efetividade quais sejam a Competência, a Finalidade, a Forma, o Motivo e o
Objeto.
Da análise de todo o processo, bem como das provas obtidas, conclui-se,
quanto à CPI em si, que não houve finalidade alheia ao interesse público, nem
tampouco se constata finalidade alheia à categoria do ato ou objeto que lhe
deu origem, podendo-se afirmar que a finalidade principal foi atingida, qual
seja, a de apurar as possíveis irregularidades no gerenciamento,
operacionalização e na execução da administração da Fundação Hospitalar Dr.
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José Athanázio pelo IMAS (Instituto Maria Schimitt).
2. DA INSTALAÇÃO E DOS PROCEDIMENTOS
Constituída em 17 de outubro de 2019, esta CPI decorreu de Requerimento
formulado pelos vereadores Maurílio Castro Campagnoni, Dirceu José Kaiper
e José Adelar Carpes, o qual teve apoio de todos os demais vereadores, lido e
aprovado pelo Plenário na sessão ordinária do dia 15 de outubro de 2019, com
a finalidade de apurar possíveis irregularidades no gerenciamento,
operacionalização e na execução da administração da Fundação Hospitalar Dr.
José Athanázio pelo IMAS (Instituto Maria Schimitt), cujo teor
transcrevemos:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES DE
CAMPOS NOVOS
REQUERIMENTO DE CONSTITUIÇÃO DE CPI Nº /2019
Requer a Constituição de Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI
- com a finalidade de apurar irregularidades no gerenciamento,
operacionalização e na execução da administração da Fundação
Hospitalar Dr. José Athanazio pelo IMAS (Instituto Maria Schimitt)
Os vereadores que a presente subscrevem, com assento nesta Casa, membros titulares da Câmara
Municipal de Vereadores de Campos Novos, no uso de suas prerrogativas legais, e amparados no artigo 109 e
seguintes do Regimento Interno desta Casa REQUEREM a instauração de COMISSAO PARLAMENTAR
DE INQUERITO (CPI), com a finalidade de apurar irregularidades no gerenciamento, operacionalização e na
execução da administração da Fundação Hospitalar Dr. José Athanásio pelo Instituto Maria Schimitt (IMAS).
De acordo com denúncias recebidas e veiculação na imprensa, há diversas irregularidades apontadas
pela Comissão de Celebração, Avaliação e Fiscalização do Contrato Público nº 08/2019, atraso no pagamento
de fornecedores, inconsistência e atraso na prestação de contas, valores pagos indevidamente, irregularidades
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de contratações, movimentação de valores indevidos, bem como relatos de demora no atendimento aos
pacientes, entre outros.
Requeremos também que se apure possível omissão e negligência do município frente às
irregularidades apontadas, tendo em vista o contrato de gestão assinado com o referido Instituto, bem como o
repasse mensal de recursos públicos a entidade.
Dessa forma, o presente REQUERIMENTO, vem ao encontro do exercício das atribuições do Poder
Legislativo, destacado no dever de fiscalizar e zelar pela correta aplicação dos recursos públicos, pela
transparência e moralidade administrativa.
Requeremos, ainda, a contratação de perito/técnico especializado na área para auxiliar a comissão
nesta investigação, e o uso de toda a estrutura e do veículo da Câmara nas diligências da comissão, conforme
prevê o § 9º do art. 109 do Regimento Interno.
Impõe-se, por conseguinte, uma completa investigação, justificando-se plenamente a criação da
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO. Neste ato juntamos as assinaturas necessárias dos
vereadores, mínimo de 1/3 (um terço) dos membros desta Casa, cumprindo o que dispõe o art. 109, caput, do
regimento Interno.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Sala das Sessões, em 15 de outubro de 2019.
__________________________ ______________________________
Dirceu José Kaiper Maurílio Castro Campagnoni
_________________________
José Adelar Carpes
Desta feita, em 17 de outubro de 2019 a Comissão foi constituída por meio da
Resolução da Mesa Diretora nº 07/2019, com prazo de 120 dias para
conclusão dos trabalhos, conforme previsão do Regimento Interno desta Casa.
No mesmo dia, iniciaram-se os trabalhos da Comissão Parlamentar de
Inquérito, havendo a primeira reunião com a finalidade de eleger Presidente e
Relator.
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Em seguida, no dia 18/10/2019, o Relator apresentou seu Relatório Preliminar,
indicando a existência de fato determinado a ser apurado pela CPI, o qual foi
aprovado por todos os membros.
Foram requisitados servidores do Poder Legislativo para auxiliarem nos
trabalhos da CPI.
A CPI contou com o suporte técnico de perito contábil, Sr. Péricles de Oliveira
Borges, contratado pela Câmara de Vereadores a pedido dos membros desta
Comissão, amparados pelo artigo 107, §9º do Regimento Interno (Resolução
nº 03/2019).
Através do Requerimento nº 02/2020, houve pedido pelos membros da CPI de
prorrogação de prazo por mais 60 dias para a conclusão dos trabalhos, o que
foi aprovado pelo Plenário em 06 de fevereiro de 2020. Assim, o prazo foi
prorrogado até 17 de abril de 2020, conforme Resolução MD nº 3/2020.
Houve suspensão dos trabalhos e dos prazos desta Comissão, por meio das
Resoluções da Mesa Diretora nº 8/2020 e 9/2020 , em razão da inviabilização
das reuniões ocasionadas pela pandemia do COVID-19.
A CPI reuniu-se regularmente para reuniões de trabalho nos dias 17/10/2019,
18/10/2019, 24/10/2019, 21/10/2019, 29/10/2019, 04/11/2019, 09/11/2019,
11/11/2019, 18/11/2019 19/11/2019, 21/11/2019, 02/12/2019, 11/12/2019,
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19/12/2019, 20/12/2019, 10/01/2020, 27/01/2020, 05/02/2020, 06/02/2020,
10/02/2020, 18/02/2020, 28/02/2020, 06/03/2020, 09/03/2020;
A Comissão, no exercício de suas competências, com fincas a apurar os fatos
acima narrados, buscou levantar as seguintes informações:
De que forma fora realizado o Chamamento
Público nº 06/2018 lançado pelo Poder Executivo a fim de a habilitar o
gerenciamento, operacionalização e execução das ações e serviços de saúde do
Hospital Dr. José Athanázio?
Houve, de fato, cumprimento do Contrato de
Gestão Público nº 08/2019, firmado entre a Fundação, Secretaria Municipal de
Saúde e Município de Campos Novos?
Quais os contratos e convênios celebrados
pelo IMAS e FHJA;
Como foram feitas as prestações de contas
enviadas e analisadas pela CAF;
Apuração do montante de recursos financeiros
repassados pelo Executivo a Fundação Hospitalar.
Levantamento dos débitos com fornecedores e
médicos;
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Apuração das medidas adotadas pelo
Executivo frente a atual administração do IMAS;
Levantamento da atual situação dos médicos;
Apuração dos serviços prestados pelo IMAS
na Fundação;
Qual a forma de contratação dos funcionários
que prestam serviços ao IMAS dentro da Fundação Hospitalar;
De que forma o IMAS vem fazendo o
gerenciamento e a administração dos serviços de saúde da Fundação
Hospitalar Dr. José Athanázio;
2.1 - DA DOCUMENTAÇÃO
Na instrução do presente procedimento, foram juntados diversos documentos,
dentre os quais podemos citar:
Documentos obtidos junto ao IMAS durante
diligências efetuadas dentro da Fundação Hospitalar;
Extratos bancários e gerenciais do IMAS
Campos Novos;
Relatórios contábeis;
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Ofícios recebidos contendo esclarecimentos
acerca do objeto da CPI.
Documentação recebida da Caixa Econômica
Federal, Banco do Brasil, Prefeitura Municipal, Fundação Hospitalar Dr. José
Athanazio, IMAS, Cartório do 1º Tabelionato de Notas e Protestos de Campos
Novos, Cartório do 2º Tabelionato de Notas e Protestos de Campos Novos,
Comissão de Celebração, Avaliação e Fiscalização do Contrato Público nº
08/2019 (CAF), CN Serviços Médicos, Conselho Municipal de Saúde, GS
Consultoria, Edera Distribuidora de Medicamentos Ltda., CN Serviços
Médicos, Giagmax Clinica Medica, Controle interno, CRM/SC, Corpo Clinico
do Hospital, Secretaria de Saúde do Estado, entre outros.
3. COMPOSIÇÃO DA CPI
A Comissão foi composta por cinco membros, indicados pelas lideranças
partidárias, de acordo com o que determina o §4 do artigo 107 do Regimento
Interno (Resolução nº 03/2019). Atualmente, encontra-se estruturada da
seguinte forma:
Presidente: Dirceu José Kaiper
Relator: Adavildon Telles
Membros: Irineu Armando Osório Junior
José Adelar Carpes
Darcy Rodrigo Pedroso
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4. DEPOIMENTOS
Durante a instrução da CPI foram ouvidas vinte e quatro pessoas, cujos
depoimentos foram gravados em sistema audiovisual, conforme acordado
entre todos os membros, cujos conteúdos estão arquivados em meios próprios,
integrando esta CPI.
Dentre as pessoas arroladas, apenas não foi viabilizado o depoimento do
senhor Robson Schmitt Machado, presidente do IMAS, tendo em vista que
não foi possível intimá-lo, conforme comprovante dos correios.
5. DILIGÊNCIAS E VIAGENS REALIZADAS
Não foi realizada nenhuma viagem por esta Comissão.
Foram realizadas duas diligências na Fundação Hospitalar Dr. José Athanázio,
nas datas de 18/10/2019 e 19/11/2019, com a finalidade de buscar documentos
indispensáveis à analise desta CPI.
A primeira diligência teve o intuito de solicitar e requisitar documentos e a
segunda teve como principal finalidade a busca por documentos, uma vez que
o IMAS não atendeu aos prazos estabelecidos por esta Comissão.
Importante registar, ainda, que o IMAS noticiou para a imprensa que iriam
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colaborar na investigação desta CPI, contudo tentaram a todo custo atrapalhar,
atrasar e tumultuar o trabalho desta Comissão, sendo necessário até mesmo o
suporte da Polícia Militar de Campos Novos na busca de documentos dentro
da Fundação Hospitalar.
Registra-se também, que na mesma oportunidade o diretor do IMAS, senhor
Marcelo se negou a fornecer os documentos solicitados, sendo necessária a
intermediação do jurídico do IMAS, por telefone, para que os apresentasse em
novo prazo concedido.
Assim, salientamos que durante toda a instrução desta CPI, o IMAS não se
mostrou adepto a contribuir com as investigações.
6. DAS PROVAS E DOCUMENTOS DE INSTRUÇÃO A CPI
Dentre os documentos coletados pela Comissão Parlamentar de Inquérito
encontram-se dois laudos contábil/financeiro, elaborado pelo perito contratado
para dar suporte a esta Comissão, apresentados em 09/12/2019 e 19/02/2020,
com análise da movimentação financeira e bancária do IMAS e da FHJA.
Diante do grande vulto de documentação, e o exímio prazo para conclusão dos
trabalhos, a CPI deteve principal análise ao período de 01/04/2019 a
31/10/2019. Porém, não deixou de relatar os fatos posteriores a esse período,
sem, contudo, poder precisar através de documentos, pois a partir de
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01/11/2019 o IMAS não remeteu mais prestação de contas a esta comissão,
nem mesmo lhe foi solicitado.
7. PARECER DO RELATOR
Por meio de toda documentação apresentada a esta Comissão, bem como pelos
depoimentos aqui prestados, ficou reconhecida a existência de falhas na
contratação pelo município de Campos Novos e na prestação dos serviços
executados pelo Instituto Maria Shimitt dentro da FHJA, sendo identificadas
as seguintes irregularidades:
7.1. DA CONTRATAÇÃO DO IMAS PELO MUNICÍPIO DE CAMPOS
NOVOS
Inicialmente, é preciso salientar a forma como o Instituto Maria Shimitt
assumiu a administração, gerenciamento e execução das atividades de saúde
da FHJA. Vejamos:
O Prefeito Municipal enviou a Câmara de Vereadores de Campos Novos, em
19/02/2018, Projeto de Lei Ordinária nº 4.045/2018, que “Dispõe Sobre a
Qualificação de Entidades Sem Fins Lucrativos como Organizações Sociais no
Âmbito do Município de Campos Novos para Celebração De Contrato De
Gestão Com A Fundação Hospitalar Dr. José Athanazio e Dá Outras
Providências”.
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Ocorreu que o referido projeto de lei foi rejeitado na sessão ordinária do dia
08/05/2018, não tendo, portanto, o Poder Executivo autorização legislativa
para celebrar o contrato de gestão.
Contudo, em 22 de outubro de 2018, o Prefeito Municipal de Campos Novos,
editou Decreto nº 8.130/2018, que “Dispõe sobre a qualificação de entidades
sem fins lucrativos como organizações sociais (OS`S) no âmbito do município
de Campos Novos/SC e dá outras providências”.
Quatro dias depois, em 26 de outubro de 2018, o Município de Campos
Novos, por meio do Prefeito Municipal, lançou Edital de Chamamento
Público nº 03/2019, a fim de qualificar entidades interessadas como
Organizações Sociais da área de saúde, no âmbito do Município de Campos
Novos, para, eventualmente, celebrar parcerias por meio de contrato de gestão,
para gerenciamento, operacionalização e execução das ações e serviços de
saúde do Hospital Dr. José Athanázio.
Após o encerramento e homologação, foi celebrado Contrato Público
Administrativo nº 08/2019, entre o Município de Campos Novos, Fundo
Municipal de Saúde, Fundação Hospitalar Dr. José Athanazio e o Instituto
Maria Shimitt para o gerenciamento, operacionalização e execução das ações e
serviços de saúde na Fundação Hospitalar Dr. José Athanázio.
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Dessa feita, esse contrato de gestão para operacionalizar os serviços da FHJA
não teve autorização legislativa, agindo, portanto, o Prefeito Municipal em
ofensa a ordem legal, ferindo os princípios da administração pública,
especialmente o da legalidade.
No mais, ficou demonstrado que o município de Campos Novos, por meio do
Prefeito Municipal, Sr. Silvio Alexandre Zancanaro, celebrou contrato de
gestão com o IMAS sem exigir, no Chamamento Público, documentação
financeira/contábil da entidade (índices de qualificação econômico-financeira)
que comprovasse a capacidade de liquidez da organização.
Referida omissão levou a contratação pelo Município de Campos Novos de
uma organização social que já estava com a saúde financeira comprometida,
com centenas de títulos protestados em todo Estado de Santa Catarina, salários
atrasados no município de Nova Veneza, aonde o Instituto administra o
Hospital São Marcos, atestando que a desordem financeira e administrativa é
uma prática comum da instituição IMAS.
Para análise de possíveis falhas e irregularidades na gestão da FHJA pelo
IMAS este Relator, além dos laudos periciais, análise da documentação
recebida, extratos financeiros da FHJA e IMAS, se ateve ao Contrato Público
nº 08/2019, o qual percebemos ser de difícil compreensão, extremamente
complexo e extenso.
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Nesse sentido, o depoimento do Sr. Edson Luís Martins, ex-Diretor da
Fundação Hospitalar na gestão do IMAS, o qual afirmou que “alertou diversas
vezes que esse modelo de contrato não iria funcionar, pois era cópia de um do
Estado, era muito complexo.”
Como se sabe, o Contrato de Gestão configura ajuste complexo que disciplina
a conjugação de esforços para o alcance de interesses comuns e de natureza
pública. Por esta razão, ainda que seja preservada parte de sua autonomia
privada, as OSs submetem-se a uma série de sujeições tipicamente incidentes
sobre a Administração Púbica. A mais importante deles refere-se ao dever de
prestação de contas de suas atividades.
No entanto, ficou perfeitamente demonstrado o não cumprimento de inúmeras
cláusulas do contrato de gestão entabulado entre as partes, tanto por parte do
Executivo, quanto por parte do IMAS, como veremos a seguir.
7.2.DO CONTRATO PÚBLICO ADMINISTRATIVO Nº 08/2019
7.2.1. Do Aluguel Dos Equipamentos De Informática
No tocante aos equipamentos e sistemas de informática, o Contrato Público
dispõe em sua Cláusula Segunda, item 2.1, alíneas “r”. e “s”, que a executora
se obriga a dispor de sistema de informática com sistema para gestão
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hospitalar, bem como adquirir sistemas atualizados pelas SES, com o devido
encaminhamento dos relatórios.
Ocorre que o que foi constatado pela CPI foi um contrato de aluguel mensal
de equipamentos de informática, no valor de R$ 24.000,00 (vinte e quatro mil
reais) mensais, firmado com a Empresa “Edera Distribuidora de
Medicamentos Ltda.”, a mesma empresa que fornece medicamentos e
materiais hospitalares, situada em Araranguá (cidade sede do IMAS).
Não foi apresentado pelo IMAS, estudo de viabilidade com orçamentos e
conclusões no sentido de demonstrar que a aquisição de equipamentos de
informática, considerando seu tempo de vida útil, seria em valor inferior ao
aluguel pago mensalmente.
Além de gastos mensais com consultores de Tecnologia da Informação (TI),
ficou comprovado que o IMAS não dispõe de um profissional dessa natureza
em seu quadro de funcionários, demonstrando a comparabilidade dos custos
entre esse funcionário e a terceirização desse serviço.
Observe que com o valor referente ao aluguel mensal pago por equipamentos
de informática, a Fundação Hospitalar poderia comprar R$ 24.000,00 em
equipamentos de informática. Equipamentos estes que ficariam no patrimônio
da Fundação.
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No mais, ficou evidenciado que a locação dos equipamentos ocorreu sem a
apresentação de três orçamentos.
Por outro lado, não há no contrato firmado entre a Prefeitura Municipal de
Campos Novos e IMAS, previsão de “aluguel” de sistemas e equipamentos, e
sim ‘aquisição’, descumprindo, portanto, o pactuado.
7.2.2. Do Repasse Mensal e Reajuste do Contrato de Gestão nº 08/2019
A cláusula sexta do Contrato de Gestão dispõe sobre o repasse mensal que
seria efetuado pelo Município de Campos Novos ao IMAS, bem como seus
reajustes.
Segundo o contrato, o valor do repasse mensal a ser realizado para o IMAS no
período de 09 meses seria de R$ 6.525.000,00 sendo repassado R$ 725.000,00
mensalmente, descontado salários e encargos dos funcionários efetivos da
Fundação Hospitalar Doutor José Athanázio, conforme item 6.4.
Entretanto, conforme apurado pela perícia e pelo Portal da Transparência, os
valores repassados pela Prefeitura Municipal foram superiores ao pactuado no
referido contrato, senão vejamos:
25
REPASSES REALIZADOS AS CONTAS DO IMAS CAMPOS NOVOS E DA FUNDAÇÃO HOSPITALAR DOUTOR JOSÉ ATHANÁZIO
ORIGEM/PERÍODO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO TOTAL MÉDIA
ÚLTIMOS
7 MESES
RECURSOS TRANSFERIDOS
PELA PMCN* AO IMAS
CAMPOS NOVOS
R$ 507.124,31
R$ 757.931,16
R$ 543.917,04
R$ 538.786,79
R$ 549.468,87
R$ 659.071,42
R$ 540.276,96
R$4.096.576,55
R$ 585.225,22
RECURSOS TRANSFERIDOS
PELA PMCN* A
FHJA**
R$ 601.476,66 R$ 310.317,51 R$ 445.113,07 R$ 284.120,35 R$ 132.568,53 R$ 225.748,61 R$ 227.808,51 R$2.227.153,24 R$ 318.164,75
TOTAL R$1.108.600,97 R$1.068.248,67 R$ 989.030,11 R$ 822.907,14 R$ 682.037,40 R$ 884.820,03 R$ 768.085,47 R$6.323.729,79 R$ 903.389,97
DIFERENÇAS A
MAIOR
COMPARANDO COM
R$ 750.000,00
PACTUADOS
R$ 358.600,97
R$ 318.248,67
R$ 239.030,11
R$ 72.907,14
-R$ 67.962,60
R$ 134.820,03
R$ 18.085,47
R$1.073.729,79
R$ 153.389,97
* Prefeitura Municipal de Campos Novos
**Fundação Hospitalar José Athanázio
Como se pode observar, os valores repassados em nenhum momento foram de
R$ 725.000,00, como previa o contrato de gestão. O total repassado pela
Prefeitura Municipal de Campos Novos, até outubro 2019, ou seja, no período
de sete meses, foi de R$ 6.323.729,79, restando a quantia de R$ 201.270,21
dos R$ 6.525.000,00, pactuados em contrato para 09 meses. Assim, as
diferenças pagas a maior foram de R$ 1.073.729,79 ao longo dos 07 meses.
Os valores destacados, foram extraídos de extratos bancários do IMAS
Campos Novos, Banco do Brasil, Ag: 540-1, Conta Corrente: 42.832-9, do
Portal Da Transparência disponível no site da Prefeitura Municipal de Campos
Novos e relatórios gerenciais enviados a perícia desta CPI.
Vale destacar que o item 6.3. do contrato firmado previa que os valores
repassados pela Prefeitura Municipal de Campos Novos seriam reduzidos
semestralmente em R$ 50.000,00, dentro do período de 03 anos, até o limite
de R$ 300.000,00 mensais, sendo que, na prática, o que ocorreu fora o
26
contrário disso, ou seja, houve o aumento no valor dos repasses, sem previsão
contratual.
Como se pode observar, os valores repassados em nenhum momento foram de
R$ 725.000,00, como previa o contrato.
O total repassado pela Prefeitura Municipal de Campos Novos, no período de
abril/2019 a outubro/2019, foi de R$ 6.323.729,79, restando o a quantia de R$
201.270,21 dos R$ 6.525.000,00, pactuados em contrato para 09 meses.
Dessa forma, a Prefeitura de Campos Novos repassou dinheiro público acima
do valor permitido no contrato, para a execução da parceria, ferindo o
princípio da legalidade.
Não bastasse o fato de repassar recursos financeiros acima do pactuado,
comprovou-se também que a média de repasses ao IMAS foi maior do que
aquela que o Executivo fazia anteriormente para a administração da Fundação
Hospitalar.
Além do mais, houve um Aditivo Contratual, ocorrendo assim o inverso do
previsto no primeiro contrato, aumentando o repasse financeiro do Município
para o IMAS de R$ 675.000,00 para R$ 925.000,00, a partir do mês de
novembro de 2019 até abril de 2020, representeando um total de R$
1.500.000,00.
27
7.2.3. Das Despesas Administrativas Da Matriz
Conforme se observa no contrato de gestão, as despesas administrativas
deveriam estar relacionadas com os serviços prestados no hospital, com um
desconto limite de 0,5% (cinco por cento) do valor das receitas brutas
mensais.
No entanto, mais uma clausula contratual foi descumprida, sendo identificados
os valores transferidos à Matriz, entre os meses competência abril a
setembro/2019 (06 meses), sempre no mês seguinte ao de competência, senão
vejamos:
TRANSFERÊNCIAS PARA IMAS MATRIZ
Nº IDENTIFICADOR TED 136 1402 028700530000161
DETALHADO MENSAL VALORES
DEVOLVIDOS DATA TED PARA
IMAS
MÊS TOTAIS POR
MÊS 03/05/2019 R$ 36.250,00 MAIO R$ 36.250,00 03/06/2019 R$ 36.250,00
JUNHO R$ 61.250,00 R$ - 19/06/2019 R$ 25.000,00
04/07/2019 R$ 36.250,00
JULHO
R$ 173.250,00
R$ 115.000,00 12/07/2019 R$ 50.000,00
19/07/2019 R$ 27.000,00
19/07/2019 R$ 60.000,00
30/08/2019 R$ 20.000,00 AGOSTO R$ 20.000,00 R$ -
09/09/2019 R$ 25.000,00 SETEMBR
O
R$ 76.080,27
R$ 25.000,00 20/09/2019 R$ 14.000,00
23/09/2019 R$ 37.080,27
07/10/2019 R$ 35.000,00
OUTUBRO
R$ 61.900,65
R$ -
25/10/2019 R$ 1.665,78
25/10/2019 R$ 4.260,17
30/10/2019 R$ 7.724,70
31/10/2019 R$ 13.250,00
TOTAL R$ 428.730,92 - R$ 428.730,92 R$ 140.000,00
28
Levando em conta o período de 6 meses (maio a outubro 2019), o valor
transferido para a Matriz do IMAS, foi de R$ 428.730,92, havendo a
devolução de R$ 140.000,00.
Portanto, o valor real repassado ao IMAS Matriz foi de R$ 288.730,92, o que
perfaz uma média de R$ 48.121,82, dentro do período de 06 meses, valores
acima do 5% estipulado em contrato.
Vale ressaltar, ainda, que o contrato não possui cláusulas com previsão de
empréstimos da filial para matriz. No entanto, ficou evidenciado que o IMAS
tomou empréstimos sem autorização da outra parte, fazendo algumas
devoluções somente após a CAF alertar para os valores a maior, e mesmo
assim no período apurado ainda consta uma diferença de R$ 71.230,92, que
acreditamos que o IMAS deve devolver de imediato à Fundação Hospitalar.
Durante a instrução da CPI foi comprovado por meio de depoimento do
senhor Edson Luiz Martins, que esse dinheiro foi utilizado para o pagamento
dos funcionários da matriz.
Dessa forma, ficou demonstrado que o IMAS não cumpriu o contrato,
retirando valores a maior, como taxa de administração, sem nenhum
comunicado ou autorização de qualquer órgão de fiscalização que estava
compactuado em contrato, bem como sem nenhuma justificativa palpável.
29
7.2.4. Da Capacitação De Funcionários/Processo Seletivo
Os itens 9.7 e 9.8, da Cláusula Nona do Contrato de Gestão, previam que a
capacitação de funcionários, ou contratação de profissionais qualificados seria
feita através de processo seletivo simplificado de profissionais de Recursos
Humanos, senão vejamos:
Entretanto, ficou demonstrado que não houve qualquer processo seletivo para
a contratação dos funcionários pelo IMAS. Durante os depoimentos, ficou
claro que as contratações foram efetuadas mediante indicação e análise de
currículos.
A própria Coordenadora de Gente e Gestão do IMAS dentro da FHJA, Sra.
Danieli Priscila de Lima Lopes, em seu depoimento nesta CPI, no dia
30
06/03/2020, afirmou que foi contratada através de entrevista com a Diretora de
RH, Sra. Sheila, assumindo que a sua própria contratação se deu de forma
irregular.
Confirmou, ainda, que as demais contratações do IMAS seguem o mesmo
modelo, ou seja, foram feitas por indicações, análise de currículos e
entrevistas, sendo que os funcionários que estavam contratados na FHJA
foram convidados a permanecer.
Em seguida, a depoente Danieli Lopes afirmou que a partir de setembro de
2019 houve a aplicação de provas apara as contratações dos funcionários,
encaminhando a esta CPI documentação que apresenta currículos, anotações a
algumas provas. Contudo, essas não fazem parte de qualquer processo
seletivo. Pelo que se observou as tais provas eram aplicadas individualmente,
junto com a entrevista, sem qualquer edital.
O próprio IMAS quando intimado para apresentar o processo seletivo que
precedeu as contratações, se limitou a enviar a esta Comissão uma série de
currículos.
Nesse sentido também foi o depoimento da Sra. Amanda Telles, no dia
06/03/2020, auxiliar de contabilidade do IMAS, afirmando que foi contratada
por meio de entrevista, sem qualquer aplicação de prova.
31
Outro fato entendido por esta CPI, no tocante a irregularidade de contratação,
foi a do próprio Edson Luiz Martins, ex-Diretor do Hospital, que veio de outra
unidade do IMAS, e que foi o único colaborador que eles trouxeram para o
início dos trabalhos. Segundo o depoimento do Sr. Edson Martins, o mesmo
foi convidado pelo Sr. Robson e transferido da unidade do IMAS de
Araranguá para Campos Novos.
Houve também, conforme confirmam os depoimentos, a permanência no
Hospital, de inúmeros cargos de confiança do Prefeito Municipal de Campos
Novos, entre eles os servidores Alexandre Braz Cardozo e Adelar Vieira Alves
da Silva. Os mesmos eram cargos comissionados da Prefeitura Municipal de
Campos Novos e foram contratados pelo IMAS, evidenciando que o
Executivo nunca deixou de participar da indicação de funcionários no quadro
da organização social.
Observo que apenas no mês de setembro/2019, após inúmeros procedimentos
da CPI, é que começou a se ensaiar um processo para contratação pelo IMAS,
onde foi aplicado uma espécie de prova escrita, porém sem a realização de
qualquer processo seletivo.
Pelo que foi apurado, os candidatos que fizeram a prova nunca receberam a
nota, nem mesmo resposta do IMAS dizendo quais pessoas foram contratadas,
tampouco houve divulgação em qualquer meio das vagas disponibilizadas pelo
mesmo.
32
Pelo depoimento do próprio Sr. Marcelo Sottana, atual diretor do IMAS,
podemos observar que as contratações eram certas e direcionadas. O mesmo
veio de Macapá, Estado do Amapá, através de indicação de um colega
(Joaquim) que trabalha na matriz do IMAS, afirmando que o Sr. Robson
entrou em contato com o mesmo via Skype para fazer sua entrevista.
Da mesma maneira se deu a contratação da Sra. Vanderleia, que veio de
Florianópolis através de um convite formulado pelo Sr. Robson conforme seu
próprio depoimento.
A falta de oportunidade em participar de um processo de contratação, o qual
deveria se dar através de um processo seletivo, amplamente divulgado, e com
igualdade de participação de todos interessados foi evidenciada em rede
social, inclusive, onde muitas pessoas de Campos Novos reclamaram da forma
de contratação adotada pelo IMAS.
O próprio STF já apontou, por ocasião do julgamento da ADI 1923-DF que a
seleção de pessoal pelas Organizações Sociais seja conduzida de forma
pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art.
37 da Constituição Federal e que a contratação através de processo seletivo é
obrigatória.
É evidente que o IMAS, como organização Social deveria ter adotado critérios
objetivos de seleção de pessoal, de forma a assegurar a isonomia entre os
33
interessados, a impessoalidade, transparência e publicidade dos procedimentos
utilizados para a admissão de pessoal, com a realização de processo seletivo
com aplicação de prova aos candidatos, que possibilitaria aferir, de fato, o
conhecimento do profissional em sua área de atuação, contudo, não o fez.
7.2.5. Dos Atendimentos
Em relação às metas de atendimentos no plantão, ficou claro que em nenhum
mês se atingiu o pactuado. Apesar dos inúmeros atendimentos com menos de
24 horas de internamento e até mesmo com menos de uma hora, concluiu-se
que o IMAS não conseguiu atingir as metas.
Ficou demonstrado também, que o IMAS valorizou diversos procedimentos,
transformando alguns em muitos e computando isso de forma diferente do que
era feito até então, com o intuito de aumentar produtividade e tentar mostrar
uma realidade que, de fato, não existiu.
Em relação aos mutirões de cirurgias, realizados dentro da Fundação
Hospitalar, importante destacar que não conseguimos visualizar de que forma
foram viabilizados e nem mesmo quais as vantagens destes para o nosso
hospital.
Pudemos perceber que a classe médica é totalmente contra os tais mutirões, já
que lotam o hospital e este não tem capacidade para o atendimento. Sem falar
34
nos riscos ocasionados pelos mutirões, uma vez que o hospital não oferece
condições propícias para realização dos mesmos, como instalações físicas,
relatados em depoimento pelo médico Dr. Jonas Medeiros.
No mais, pela documentação que nos foi apresentada, analisando os valores
pagos por cada cirurgia, percebemos que de fato, o IMAS não conseguiu
demonstrar superávit nessa operação.
Em relação as metas de produção, verificamos que os atendimentos de
emergência nunca atingiram as metas e, conforme depoimento do Dr. Jonas,
ele cita que nunca se vendeu tantos exames de imagem.
7.3. DAS RECEITAS ORIUNDAS DE CONVÊNIOS E
ATENDIMENTOS PARTICULARES
Seguindo o apresentado no laudo pericial, pudemos observar como se
comportaram as receitas e despesas dentro da FHJA, quando da administração
pelo IMAS.
Dentre as receitas administradas pelo IMAS na FHJA, estão as de atendimento
particular, as quais, segundo os relatórios enviados a CPI, estariam
contempladas através de recebimento através de Caixa físico, recebimentos de
cartões de crédito e débito, e cheques.
35
Seguindo relatórios administrativos de controle de receitas, para levantar os
valores recebidos dentro do período periciado, temos:
OUTRAS RECEITAS ORIUNDA DE ATENDIMENTO PARTICULAR
RECEITA ABRIL/2019 MAIO/2019 JUNHO/2019 JULHO/2019 AGOSTO/2019 SETEMBRO/2019 OUTUBRO/2019 TOTAIS
CAIXA (EM ESPÉCIE) R$ 41.582,68 R$ 61.349,98 R$ 28.466,90 R$ 34.478,00 R$ 36.182,73 R$ 18.213,40 R$ 33.247,95 R$ 253.521,64
CARTÕES R$ 6.651,41 R$ 10.511,83 R$ 17.675,32 R$ 45.118,98 R$ 32.171,47 R$ 20.694,01 R$ 13.900,04 R$ 146.723,06
CHEQUES R$ 10.968,00 R$ 15.131,60 R$ 20.348,65 R$ 16.070,90 R$ 9.391,70 R$ 71.910,85
TOTAL R$ 48.234,09 R$ 71.861,81 R$ 57.110,22 R$ 94.728,58 R$ 88.702,85 R$ 54.978,31 R$ 56.539,69 R$ 472.155,55
Assim, verificamos que a principal forma de recebimento das receitas de
atendimentos particulares é através de caixa físico, com recebimento em
moeda.
O laudo pericial demonstrou que foi recebido em espécie R$ 253.521,64 no
período analisado, seguidos de recebimentos de cartões vinculados a conta do
IMAS CN Banco do Brasil, Ag: 540-1, Conta Corrente: 42.832-9 e cheques.
Assim, a soma destas receitas no período de 07 meses é de R$ 472.155,55,
uma média de R$ 67.450,79, por mês.
Assim, constatamos que o valor movimentado por meio de caixa físico é
expressivo, e que os mesmos não tinham controle de entrada e saída, já que o
caixa era fechado a cada três dias, em média, o que facilitaria possíveis
desvios. No entanto, diante da complexidade e volume de documentos, a
perícia não conseguiu fazer um levantamento minucioso dos caixas físicos.
36
Outra fonte de receita são os convênios, os quais começaram a ser repassados
a partir de junho/2019:
REPASSES REALIZADOS AS CONTAS DO IMAS CAMPOS NOVOS E DA FUNDAÇÃO HOSPITALAR DOUTOR JOSÉ
ATHANÁZIO
ORIGEM/PERÍODO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBR
O
OUTUBR
O TOTAL
MÉDIA
ÚLTIMOS
7 MESES
RECURSOS RECEBIDOS
PELA FHJA
ATRAVÉS DE
CONVÊNIOS
R$
203.028,73
R$
194.146,92
R$
222.464,99
R$
258.874,55
R$
223.346,00
R$
264.065,21
R$
490.872,22 R$1.856.798,
62
R$ 265.256,95
Estes convênios são recebidos através de uma conta secundária do IMAS
Campos Novos, Banco do Brasil, Ag: 540-1, Conta Corrente: 43178-8,
ou recebidas através das contas bancárias da Fundação Hospitalar Dr.
José Athanázio, sendo repassado da conta da executora, de abril a
outubro/2019, o total de recursos recebidos provenientes de convênios foi de
R$1.856.798,62, uma média mensal de R$ 265.256,95.
No período periciado, de abril a outubro de 2019, a Fundação Hospitalar
José Athanázio, sob o controle do IMAS, obteve recursos de variadas fontes.
Os valores foram somados pela perícia, para que se pudesse saber o
quanto receita foi obtida no período.
O total de recursos obtidos no referido período foi de R$ 8.652.683,96,
valores recebidos através de repasses da Prefeitura Municipal de Campos
Novos, convênios e atendimentos particulares, valores extraídos de
extratos bancários administrados pelo IMAS, relatórios gerenciais e pelo
portal da transparência.
37
Veja, que o total de transferências realizadas em 2018 à Fundação Hospitalar
José Athanázio foi de R$ 10.246.115,55, uma média de R$ 853.842,71
mensais. Já nos 03 (três) primeiros meses de 2019, foram repassados R$
2.610.112,82, o que perfaz uma média de R$ 870.037,61.
Média esta inferior ao repassado até o momento pela Prefeitura Municipal
de Campos Novos para a Fundação Hospitalar Doutor José Athanázio após seu
controle ser transferido ao IMAS, já que nos últimos 07 meses o total
repassado foi de R$ 6.323.729,76, uma média de R$ 903.389,97, entre abril
e outubro de 2019, o mesmo período de 07 meses de 2018 os repasses
ficaram dentro da média de R$800.640,13 mensais, portando, o aumento no
repasses em relação ao mesmo período de 2018 foi de (13%), R$ 102.749,84
mensais a mais de abril a outubro comparação 2018/2019.
Em relação as despesas mensais, a perícia apontou que os valores repassados
diretamente ao IMAS CN, foram utilizados para cobrir despesas da
administração, bem como (fornecedores, folha de pagamento, contratos
médicos etc.), com relatório de despesas encaminhado a perícia foi possível o
levantamento dos valores mensais.
Segundo relatórios da perícia, com informações obtidas dos relatórios
apresentados pelo IMAS, além de dados colhidos no Portal da Transparência
da Prefeitura Municipal de Campos Novos, houve um aumento de 20% nas
38
despesas (R$ 1.280.098,63, de maio a outubro de 2018 para maio a outubro
de 2019).
7.4. DOS PAGAMENTOS REALIZADOS À EMPRESA
‘BAGATINI SERVIÇOS MÉDICOS’
As maiores transferências foram realizadas para a empresa ‘Bagatini
Serviços Médicos’, posteriormente, passou a se denominar ‘CN Serviços
Médicos’, no total de R$ 964.608,51 em 06 meses, de maio a
outubro/2019, uma média mensal de R$ 160.768,09, conforme planilha
demonstrativa:
VALORES TRANFERIDOS DAS CONTAS BANCARIAS DO BANDO DO
BRASIL IMAS CN
DATA NOME DO FAVORECIDO VALOR
01/07/2019 BAGATINI SERVIÇOS MED (CN SERV) R$ 4.440,75
01/07/2019 BAGATINI SERVIÇOS MED (CN SERV) R$ 764,00
21/05/2019 BAGATINI SERVIÇOS MED (CN SERV) R$ 151.415,25
01/10/2019 CN SERVIÇOS MEDICOS R$ 154.665,00
11/10/2019 CN SERVIÇOS MEDICOS R$ 613,33
17/10/2019 CN SERVIÇOS MEDICOS R$ 400,00
30/10/2019 CN SERVIÇOS MEDICOS R$ 4.504,80
25/09/2019 CN SERVIÇOS MEDICOS R$ 4.800,00
29/08/2019 CN SERVIÇOS MEDICOS R$ 154.645,00
29/08/2019 CN SERVIÇOS MEDICOS R$ 1.210,52
29/08/2019 CN SERVIÇOS MEDICOS R$ 908,36
30/08/2019 CN SERVIÇOS MEDICOS R$ 154.645,00
02/08/2019 CN SERVIÇOS MEDICOS R$ 163.000,00
25/07/2019 CN SERVIÇOS MEDICOS R$ 5.596,50
12/07/2019 CN SERVIÇOS MEDICOS R$ 163.000,00
TOTAL R$ 964.608,51
No entanto, não restou comprovado, detalhadamente, quais os serviços,
efetivamente, foram prestados, se de baixa, média ou alta complexidade, por
exemplo. Assim como não fora informado o cálculo realizado para se chegar
39
nos valores pagos, de modo que não se pôde afirmar com segurança a que
se referem os pagamentos realizados e para quais profissionais,
especificamente.
Também não foi informado pela empresa ‘Bagatini Serviços Médicos’,
quais os profissionais compunham seu quadro, bem como a forma de
contratação deles.
Registre-se, que não consta no Contrato de Gestão nº 08/2019,
autorização para que o IMAS terceirize algum tipo de serviço,
principalmente de urgência, emergência ou cirurgias.
Em depoimento, o Dr. Rodrigo Bagatini confirmou a terceirização da
emergência, falou dos valores compactuados e que a forma de contratação é
incluir todos os membros como sócios da referida empresa. Nota-se que isso
só foi possível em agosto de 2019, e mesmo assim até hoje os profissionais
trabalham sem os devidos registros junto ao plantão, sem passar pelo corpo
clinico e sem as devidas garantias legais de trabalho.
Importante salientar, que a empresa teve várias oportunidades nesta
Comissão de esclarecer a forma de trabalho, contudo não o fez.
40
7.5. DOS VALORES PAGOS AO SR. EUCLIDES DALL’ OGLIO
J U N I O R E PARA A CLÍNICA MÉDICA DALL’OGLIO
Verificou-se que a partir de abril de 2019, existem valores transferidos para o
Dr. Euclides Dall’Oglio Junior como Diretor Técnico do IMAS, e para sua
Clínica Médica Dall’Oglio, como contratação de serviços médicos.
Sua rescisão com a Fundação Hospitalar José Athanázio se deu apenas em
26/09/2019, após a Comissão noticiar o fato. Assim, entendo como irregular o
fato de o Dr. Euclides Dall’Oglio Junior receber salário como servidor da
Fundação Hospitalar e também como diretor técnico, no período de abril a
setembro/2019.
Observe que os valores transferidos ao Dr. Euclides e sua clínica totalizam R$
112.859,98 entre maio a setembro/2019 pelo IMAS:
VALORES TRANFERIDOS DAS CONTAS BANCARIAS
BRASIL IMAS CN
DATA NOME DO FAVORECIDO VALOR
25/09/2019 EUCLIDES DALL OGLIO R$ 6.146,28
21/08/2019 EUCLIDES DALL OGLIO R$ 17.486,34
21/08/2019 EUCLIDES DALL OGLIO R$ 6.853,30
29/08/2019 EUCLIDES DALL OGLIO R$ 430,98
19/07/2019 EUCLIDES DALL OGLIO R$ 6.440,28
01/07/2019 EUCLIDES DALL OGLIO R$ 8.100,00
19/06/2019 EUCLIDES DALL OGLIO R$ 23.600,00
21/05/2019 EUCLIDES DALL OGLIO R$ 9.450,00
30/05/2019 EUCLIDES DALL OGLIO R$ 17.440,00
30/10/2019 CLINICA DALL' OGLIO R$ 8.456,40
31/10/2019 CLINICA DALL' OGLIO R$ 8.456,40
TOTAL R$ 112.859,98
41
Registre-se ainda, que foi constatado que o Sr. Euclides Dall’Oglio Junior
foi membro da Comissão Especial do Chamamento Público vencido pelo
IMAS, conforme ata de reunião a seguir:
Em depoimento, o Dr. Euclides Dall’Oglio Junior confirmou que prestava
serviços para o IMAS e também era servidor comissionado da Fundação
Hospitalar, afirmando que não tinha uma escala de horário de trabalho, sendo
que normalmente era 4 horas. Porém, não há comprovação da referida carga
horária, uma vez que o registro de pontos apresenta poucos registros.
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Outrossim, salientou que em setembro de 2019 teve sua rescisão com a
Fundação Hospitalar Dr. José Athanazio e passou a prestar serviços somente
para o IMAS, de forma terceirizada.
7.6. DOS VALORES PAGOS COM SERVIÇOS CONTÁBEIS E
MARKETING
A Comissão identificou gastos do IMAS com serviços contábeis e de
marketing.
Os gastos com serviços contábeis e consultoria, foram de R$ 30.731,53, e
com Marketing foi de R$ 19.473,15, além de uma nota de R$ 8.500,00, em
nome de Morgana Alves, em 02/05/2019 de serviços de marketing, que não
está relacionada na prestação de contas.
No mais, foi constatado o pagamento de multas e juros por atrasos, sendo que
se dispunha de recursos, não havendo razões para o atraso no pagamento de
títulos, além tarifas bancárias. O gasto no período de abril a outubro de 2019
com esses pagamentos foi de R$ 20.144,08.
No que tange ao marketing, houve gastos significativos, sendo que não há
nenhuma necessidade ou justificativa para uso deste serviço, tendo em
vista o ramo de atividade da empresa em análise (hospital). No mais,
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observamos que os mesmos só iniciaram após questionamentos da CAF e da
própria CPI, em meados de setembro, porém foram encontrados pagamentos
feitos antes deste período.
Quanto ao serviço contábil, não há justificativa ou legalidade para sua
terceirização, uma vez que consta na relação de colaboradores do IMAS
Campos Novos profissionais de contabilidade.
Observe também, que a Fundação Hospitalar Dr. José Athanázio possui
contador próprio no seu quadro funcional (servidor efetivo), e segundo
depoimento do próprio servidor Alain Freitas, em momento algum o IMAS
requisitou para que o mesmo realizasse serviços contábeis.
7.7. DA LOCAÇÃO DE ENXOVAL E LAVANDERIA
Pelos documentos apresentados, identificou-se uma proposta para locação
de enxoval com a empresa ‘Elis Comercial Saúde e Hotelaria’, entretanto
não foram apresentados Contratos e/ou Aditivos Contratuais, bem como
notas fiscais referentes a esta locação. Registre-se que há o ‘aceite’ pelo
IMAS assinado pelo Sr. Robson Schmitt em 29/05/2019.
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A proposta engloba o aluguel mensal de enxoval hospitalar no valor de R$
72.727,88, por 24 meses, a contar de 30/06/2019, além de lavação de roupas
por R$ 4,37/quilo.
Entretanto, observa-se que a Fundação Hospitalar dispõe de lavanderia e
funcionários capacitados a realizar essa função, e que sempre a
desempenharam. Ficou demonstrado que a Fundação Hospitalar nunca
precisou terceirizar esse tipo de serviço, e que apesar de contratado o serviço
terceirizado de lavanderia, a Fundação Hospitalar continuou com os
colaboradores à disposição do IMAS.
Vale ressaltar que o Contrato de Gestão nº 08/2019 não prevê aluguel de
bens, e sim aquisições, as quais devem ser incorporadas ao patrimônio da
Fundação Hospitalar.
7.8. DOS CONTRATOS MÉDICOS
Pudemos constatar que os valores pagos pelo IMAS aos profissionais
médicos divergem conforme a especialidade. Analisando os valores de
alguns contratos, questiona-se se existe alguma parceria ou terceirização de
médicos, pelas partes contratadas, pois os relatórios de atendimento
demonstram um quadro amplo de médicos trabalhando. Assim,
questiona-se a legalidade das metas por internações do SUS e também
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d a s cirurgias de grande porte (sendo que o hospital não possui estrutura
para tais procedimentos cirúrgicos).
Outro fato irregular encontrado é que os valores contratados muitas vezes
foram repassados para contas que divergem daquelas descritas nos
contratos, o que fere o princípio da entidade. Vejamos uma amostra
apontada:
Neste caso dois fatos chamam atenção: primeiro o Sr. Mateus Franceschi
Dallanora é administrador da Interclínicas Campos Novos, a conta para
depósito descrita em contrato está em nome da clínica, porém o
pagamento vinha sendo feito para a pessoa física.
Da mesma forma, a empresa LCM Consultório Médico Ltda., o qual tem
como administrador o Sr. Leonardo de Mesquita Cruz. Observamos que a
conta para repasse, conforme contrato assinado, está no nome de Interclínicas
Campos Novos Ltda., administrada pelo Sr. Mateus Franceschi Dallanora,
conta para depósito posta em contrato, da LCM consultório Médico Ltda.
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O fato citado anteriormente, ocorre também com a Clínica Euclides Dall’
Oglio ME, a qual tem como administrador o Sr. Euclides Dall’Oglio Junior. A
conta bancária relacionada para depósito em contrato está no nome de sua
clínica, porém os valores estão sendo depositados em conta de pessoa física,
ferindo o Princípio da Fundamental da Contabilidade da Entidade.
O caso que mais chamou a atenção é o da especialidade de anestesista, onde o
IMAS praticamente triplicou o valor de custo, sob a alegação de que
precisaria de mais profissionais no decorrer do processo.
No entanto, ficou evidenciado, que mesmo pagando um valor mais alto para
os procedimentos de anestesia, não conseguiu manter dois profissionais,
sobrecarregando a dra. Poliana Splendor, que parou de prestar serviços
médicos em virtude da demanda de serviço, bem como da falta de
comprometimento e de atraso de pagamentos por parte do IMAS.
Em depoimento, o próprio Sr. Edson Martins, ex-Diretor do Hospital, afirmou
que a intenção do IMAS era de se pagar um valor mais alto para ter os
profissionais a disposição quando iniciasse os mutirões. Porém, como tudo
isso demorou, ocasionando um aumento de custo, o que se tornou inviável.
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7.9. DA FOLHA DE PAGAMENTO IMAS CAMPOS NOVOS/SC
A Comissão, com o auxílio da perícia, levantou o número de funcionários
e seus respectivos salários, contratados pelo IMAS no período de abril a
outubro de 2019. Seguindo os relatórios apresentados ao Ministério do
Trabalho (G-FIP), temos o quadro a seguir:
Funcionários IMAS CN
Conforme relatório da G-FIP
Salário
Nome Admissão abr/19 mai/19 jun/19 jul/19 ago/19 set/19 out/19
ADELAR VIEIRA ALVES DA 02/05/2019 R$ 3.672,95 R$ 3.799,60 R$ 3.799,60 R$ 3.799,60 R$ 3.799,60 R$ 3.799,60
ADRIANA DA SILVA STEFANI 01/04/2019 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20
ADRIANA DE LURDES VEDOY 01/04/2019 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 57,48 ADRIANA TAVARIOL 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20
ALEFF DE CASTRO 02/05/2019 R$ 1.739,62 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 2.053,18 R$ 2.305,90 R$ 2.291,74
ALEXANDRE BRAZ CARDOZO 01/04/2019 R$ 5.946,60 R$ 5.946,60 R$ 5.946,60 R$ 5.946,60 R$ 5.946,60 R$ 5.946,60 R$ 5.946,60
ALEXANDRE GABRIEL FAGUNDES 08/04/2019 R$ 1.341,36 R$ 2.041,20 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60
ALINE APARECIDA CARNEIRO 01/04/2019 R$ 1.997,35 R$ 2.066,10 R$ 2.179,04 R$ 2.160,49 R$ 2.119,40 R$ 2.218,71 R$ 2.168,47
ALINE PINTO DA SILVA 04/10/2019 R$ 1.551,78
AMANDA GRAZIELA TELLES 03/06/2019 R$ 2.052,96 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60
ANA CARLA MOREIRA 01/04/2019 R$ 2.054,44 R$ 2.062,93 R$ 1.955,08 R$ 2.031,50 R$ 2.053,18 R$ 2.305,90 R$ 2.291,74
ANA MEYRE DE ARRUDA 16/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 2.053,18 R$ 2.306,76 R$ 2.305,90 R$ 1.999,20
ANA PAULA RODRIGUES 01/04/2019 R$ 3.881,01 R$ 3.897,05 R$ 3.900,26 R$ 113,32 ANDREA APARECIDA FAGUNDES 01/04/2019 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20
ANDREA CARDOSO 01/04/2019 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20
ANDREIA PARAIZO CALAND 18/10/2019 R$ 866,32
ANDREIA POLTRONIERI 01/04/2019 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.999,60 R$ 3.999,60 R$ 4.199,20 R$ 4.199,20
BARBARA DE BORTOLI GAIO 01/04/2019 R$ 3.399,60 R$ 3.399,60 R$ 3.399,60 R$ 3.399,60 R$ 3.399,60 R$ 3.599,20 R$ 3.599,20
BEATRIZ DOS SANTOS 01/04/2019 R$ 397,50 CAMILA APARECIDA CASTILHOS 01/04/2019 R$ 1.749,60 R$ 1.920,28 R$ 2.093,16 R$ 2.078,31 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.956,98
CAMILA DAIANE DE LIMA 01/04/2019 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60
CAMILA FORTES LORENZI 02/05/2019 R$ 1.739,62 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 2.198,80 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20
CARLA TEREZINHA DA SILVA 01/04/2019 R$ 1.997,35 R$ 2.005,61 R$ 2.007,26 R$ 1.996,13 R$ 1.996,13 R$ 2.018,00 R$ 2.005,61
CARLOS ALEXANDRE PINTO 26/09/2019 R$ 333,20 R$ 1.999,20
CAROLINE DALAMICO 01/10/2019 R$ 3.699,20
CAROLINE FATIMA DE SOUZA 28/06/2019 R$ 3.499,60 R$ 4.485,86 R$ 1.516,49 CATIA DE SOUZA 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 2.058,15 R$ 2.087,12
CECILIA DA INHAIA VEIGA 03/10/2019 R$ 3.964,60
CINEIA ALVES DE CARVALHO 01/04/2019 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60
CINTIA TEREZINHA RODRIGUES 01/04/2019 R$ 1.999,20 R$ 2.689,83 R$ 3.207,80 R$ 3.052,82 R$ 2.922,97 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20
CLARICE APARECIDA CHUIQUER 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20
CLAUDIA MAGALHAES DE MELO 01/04/2019 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 5.946,60 R$ 5.946,60 R$ 5.946,60 R$ 5.946,60
CLEMILDE APARECIDA BARBOZA 01/04/2019 R$ 2.054,44 R$ 2.062,93 R$ 2.064,63 R$ 2.053,18 R$ 2.053,18 R$ 2.305,90 R$ 2.291,74
CRISTIAN RODRIGO BARBOSA 01/04/2019 R$ 1.749,60 R$ 1.920,28 R$ 2.093,16 R$ 2.078,31 R$ 2.680,95 R$ 1.827,14 R$ 1.784,02
CRISTIANE APARECIDA DA SILVA 01/04/2019 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20
DAIANA FRANCIELY DE BARROS 01/04/2019
R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60
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DAIANE BASTOS IACOS 16/04/2019 R$ 1.524,60 R$ 1.724,20 R$ 1.794,74 R$ 1.791,69 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20
DANIELA DE JESUS OLIVEIRA 16/07/2019 R$ 1.749,80 R$ 3.499,60 R$ 3.699,20 R$ 4.065,18
DANIELA THIBES 01/04/2019 R$ 1.997,35 R$ 2.285,09 R$ 6.326,72 R$ 4.498,09 R$ 4.433,35 R$ 4.326,11 R$ 4.559,45
DANIELA VARELA 01/04/2019 R$ 2.054,44 R$ 2.062,93 R$ 2.064,63 R$ 2.053,18 R$ 2.053,18 R$ 2.305,90 R$ 1.999,20
DANIELE DA CUNHA 03/10/2019 R$ 3.452,59
DANIELI PRISCILA DE LIMA 14/03/2019 R$ 2.000,00 R$ 2.598,80 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60 R$ 3.699,60 R$ 3.699,60
DARLENE SOARES DE BRITO 15/04/2019 R$ 959,78 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 858,02 DAYANE CONCEIÇÃO PEDROSO 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.999,20 R$ 2.118,49
DEBORA NARDINO 12/04/2019 R$ 1.108,08 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60
DIENIFER GABRIELE BLEISCHWEL 10/09/2019 R$ 1.224,72 R$ 1.749,60
DINARA MIGUEL PADILHA 01/04/2019 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.699,20 R$ 3.950,30
DORACI MOREIRA DOS SANTOS 01/04/2019 R$ 2.257,05 R$ 2.106,85 R$ 2.035,19 R$ 2.033,63 R$ 2.050,22 R$ 3.036,09 R$ 2.991,25
DORACY SOBRINHO 01/04/2019 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20
EDILENE HOEPFNER 25/10/2019 R$ 768,09
EDILSA CARDOSO DOS PASSOS 01/04/2019 R$ 3.799,60 R$ 3.799,60 R$ 3.799,60 R$ 3.799,60 R$ 3.799,60 R$ 3.999,20 R$ 3.999,20
EDSON LUIZ MARTINS 19/11/2018 R$ 12.600,00 R$ 12.600,00 R$ 12.600,00 R$ 12.600,00 R$ 12.600,00 R$ 12.600,00 R$ 12.600,00
ELIANE ALVES CARVALHO 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20
ELIANE DE LOURDES RECALCATTI 01/04/2019 R$ 2.054,44 R$ 2.062,93 R$ 2.064,63 R$ 2.053,18 R$ 2.053,18 R$ 2.305,90 R$ 2.291,74
ELIZANDRA MARTINS SANTANA 01/04/2019 R$ 2.054,44 R$ 2.062,93 R$ 2.064,63 R$ 2.053,18 R$ 2.053,18 R$ 2.305,90 R$ 2.291,74
ELIZANDRA SANTIN 01/10/2019 R$ 1.999,20
ELIZANGELA CRISTINA DOS SANTOS 01/04/2019 R$ 2.054,44 R$ 2.062,93 R$ 2.064,63 R$ 2.053,18 R$ 2.053,18 R$ 2.305,90 R$ 2.291,74
ESMAEL CARLOS LUVISON 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20
ESTEFANI CRISTINA LOPES 08/07/2019 R$ 2.376,36 R$ 3.099,60 R$ 3.099,60 R$ 3.099,60
EUNICE APARECIDA DE ALMEIDA 01/04/2019 R$ 2.054,44 R$ 899,80 EVA ELIZIANE DE SOUZA 01/04/2019 R$ 1.999,20 R$ 2.715,45 R$ 3.160,01 R$ 3.007,53 R$ 3.497,57 R$ 3.231,47 R$ 3.121,26
FABIANO VARGAS 03/10/2019 R$ 1.679,62
FABIELLI NOGUEIRA MARTINELLI 01/04/2019 R$ 2.054,44 R$ 2.062,93 R$ 2.064,63 R$ 2.053,18 R$ 2.053,18 R$ 2.305,90 R$ 2.291,74
FABIO JUNIOR TITON 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20
FATIMA CAPELER DA SILVA 12/04/2019 R$ 965,58 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60
FRANCIELE WON MULLER 02/07/2019 R$ 1.691,28 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60
FRANCIELI OZORIO DE MORAES 20/09/2019 R$ 1.477,94 R$ 4.240,50
GABRIEL DALBERTO 01/04/2019 R$ 692,10 GENECY CANDIAGO WAGNER 01/04/2019 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60 R$ 3.799,60
GILVANE TEREZINHA BECKER 01/04/2019 R$ 1.749,60 R$ 1.809,33 R$ 1.792,55 R$ 1.790,69 R$ 1.749,60 R$ 1.781,66 R$ 1.763,82
GIOVANE BELLI CASTILHO 15/04/2019 R$ 933,12 R$ 1.749,60 R$ 2.417,16 R$ 2.388,31 R$ 1.792,61 R$ 1.906,46 R$ 1.749,60
IDILENE SALVADEGO 01/04/2019 R$ 3.995,18 R$ 4.011,70 R$ 4.910,90 ISADORA LEMOS BUZZACARO 02/04/2019 R$ 3.382,95 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.699,20 R$ 3.699,20
IVONEI RIBEIRO 01/04/2019 R$ 2.054,44 R$ 2.062,93 R$ 2.064,63 R$ 2.053,18 R$ 2.053,18 R$ 2.305,90 R$ 2.291,74
IVONETE JACINTO DE OLIVEIRA
GONÇALVES
01/04/2019 R$ 1.740,50 R$ 1.747,69 R$ 1.749,13 R$ 1.739,43 R$ 1.739,43 R$ 1.758,49 R$ 1.747,69
JANAINA APARECIDA AMARAL 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 2.308,63 R$ 2.183,83
JANAINA ELAINE BATECINI 01/04/2019 R$ 4.223,03 R$ 4.240,50 R$ 4.243,99 R$ 4.220,45 R$ 4.220,45 R$ 4.266,69 R$ 4.240,50
JANETE TEREZINHA FRANA 01/04/2019 R$ 2.054,44 R$ 2.062,93 R$ 2.064,63 R$ 2.053,18 R$ 2.053,18 R$ 2.305,90 R$ 2.291,74
JAQUELINE LOPES THIBES 21/09/2019 R$ 1.335,82 R$ 123,31
JAQUELINE MARTINS SCHMIDT 01/04/2019 R$ 1.740,50 R$ 1.747,69 R$ 1.749,13 R$ 1.996,13 R$ 1.996,13 R$ 2.018,00 R$ 2.005,61
JAQUELINE VICENTE 01/04/2019 R$ 2.066,03 R$ 2.289,99 R$ 2.178,01 R$ 2.178,01 R$ 2.178,01 R$ 1.944,95 JEAN MATHEUS DA SILVA 01/04/2019 R$ 1.749,60 R$ 1.824,98 R$ 2.093,16 R$ 2.078,31 R$ 1.749,60 R$ 1.781,51 R$ 1.920,28
JESSICA JENIFER DOS PASSOS 16/04/2019 R$ 1.749,80 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.699,20 R$ 123,31
JHENIFER CAROLINA ALVES DE 20/09/2019 R$ 863,15 JHONATAN ANDREY CAMASSOLA 01/04/2019 R$ 1.749,60 R$ 1.920,28 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60
JOÃO MARCELO SOBRINHO 01/04/2019 R$ 1.997,35 R$ 2.025,77 R$ 2.298,16 R$ 2.251,80 R$ 2.092,00 R$ 2.192,16 R$ 2.105,60
JOCELIA BARROSO VIEIRA 03/06/2019 R$ 1.679,62 R$ 1.859,58 R$ 1.799,60 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20
JOSIANE CORREIA LINS 26/10/2019 R$ 634,69
JULIANA MENDES DA SILVA 01/04/2019 R$ 1.019,78 JULIANO GRIZ 15/04/2019 R$ 933,12 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.988,19 R$ 1.749,60
JURANDIR ANTONIO GRIZ 08/04/2019 R$ 1.530,68 R$ 2.044,25 R$ 2.298,16 R$ 2.251,80 R$ 2.187,88 R$ 2.169,50 R$ 2.046,64
KALINE DOS ANJOS 20/05/2019 R$ 712,65 R$ 2.064,63 R$ 1.342,57 R$ 2.291,74
KAREN ELEN RIBEIRO 01/04/2019 R$ 2.165,03 R$ 3.471,85 R$ 3.211,43 R$ 3.062,50 R$ 3.216,22 R$ 3.051,43 R$ 3.088,60
KARLA FABIANE BERTELLI 01/04/2019 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 116,65 KAROLINA CORREA B ALVES 09/04/2019 R$ 2.566,37 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.959,61 R$ 4.065,78
LARISA DIAS DE OLIVEIRA 01/04/2019 R$ 3.995,18 R$ 4.011,70 R$ 4.015,00 R$ 3.992,73 R$ 1.354,77
LARISSA APARECIDA VARGAS 01/04/2019 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.871,98 R$ 3.699,20
LAURECI ANTUNES 01/04/2019 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60
LEONARDO PINHEIRO MACHADO 01/04/2019 R$ 4.781,95 R$ 5.581,98 R$ 5.311,36 R$ 5.031,30 R$ 5.239,68 R$ 4.863,52 R$ 4.660,99
LOUISE OLIVEIRA 01/04/2019 R$ 3.995,18 R$ 4.011,70 R$ 4.015,00 R$ 3.992,73 R$ 3.992,73 R$ 4.266,69 R$ 246,61
LUANA GRASSI DA SILVA 11/07/2019 R$ 1.166,40 R$ 1.399,68 LUCIANA ANTUNES DE OLIVEIRA 01/04/2019 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 172,42
LUCIANA DIAS DE SIQUEIRA 02/07/2019 R$ 1.739,62 R$ 719,84 LUCIEINNE CAROLLINNE TORRI 15/04/2019 R$ 933,12 R$ 1.908,90 R$ 1.909,93 R$ 174,96 LUIZ CARLOS FERNANDES 27/05/2019 R$ 259,90 R$ 1.949,20 R$ 1.949,20 R$ 1.949,20 R$ 1.949,20 R$ 1.949,20
LUIZA LINDARCI DALABRIDA 01/04/2019 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.724,20 R$ 2.048,14 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20
49
MAELI LAGNI DIONISIO 30/08/2019 R$ 58,32 R$ 1.988,19 R$ 1.926,68
MARCELO MARQUES CORDEIRO 08/04/2019 R$ 1.341,36 R$ 2.727,47 R$ 2.142,54 R$ 2.125,56 R$ 1.946,14 R$ 1.891,85 R$ 2.091,24
MARCIA ADRIANA SEGER 03/04/2019 R$ 1.866,77 R$ 2.196,45 R$ 2.416,97 R$ 2.365,48 R$ 1.996,13 R$ 2.201,56 R$ 2.123,66
MARCIANA DE BASTIANI 10/04/2019 R$ 2.589,44 R$ 3.699,20 R$ 3.699,20 R$ 3.699,20 R$ 3.971,70 R$ 3.999,65 R$ 3.975,86
MARCO ANTONIO MORSCHHEISER 01/04/2019 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60
MARI LURDES PASQUALI 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 2.116,99 R$ 2.310,33 R$ 2.345,37
MARI REJANE CASTRO DE SOUZA 01/04/2019 R$ 1.997,35 R$ 2.025,77 R$ 2.007,26 R$ 1.996,13 R$ 3.091,84 R$ 2.187,83 R$ 2.076,73
MARIA CECILIA FONSECA DE 03/06/2019 R$ 1.632,96 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60 R$ 2.199,60
MARIA ESTELA BECKER 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 2.198,80 R$ 2.188,72 R$ 1.999,20 R$ 2.117,51
MARIA GENECI PINHEIRO 01/04/2019 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20
MARIA GORETE FAGUNDES 01/04/2019 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20
MARIA LIZETE RODRIGUES 01/04/2019 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20
MARIA MADALENA BETINCORT 03/10/2019 R$ 1.609,26
MARIANA BORTOLI 03/05/2019 R$ 1.679,62 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 2.203,66 R$ 2.058,86
MARIANE BORGES 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.968,65 R$ 2.375,59 R$ 1.999,20
MARIELE APARECIDA LOPES 01/04/2019 R$ 1.749,60 R$ 1.810,77 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 2.063,94 R$ 1.771,22
MARILENE HENKEL CORREA 01/04/2019 R$ 2.054,44 R$ 2.062,93 R$ 2.064,63 R$ 2.053,18 R$ 1.938,30 R$ 133,29 MARINES DE FATIMA DOS SANTOS 20/05/2019 R$ 659,86 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20
MARIZETE MORAES 01/04/2019 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20 R$ 2.147,87 R$ 2.177,43 R$ 2.167,24
MICHELE RODRIGUES PIGOSSO 16/04/2019 R$ 3.094,40 R$ 3.775,80 R$ 3.094,40 R$ 3.094,40 R$ 3.094,40 R$ 3.094,40 R$ 3.094,40
MICHELY ZANDONA 01/04/2019 R$ 3.699,60 R$ 3.699,60 R$ 3.699,60 R$ 3.699,60 R$ 4.299,60 R$ 4.299,60 R$ 4.299,60
MILAINE PEREIRA DA SILVA 09/07/2019 R$ 1.283,04 R$ 1.749,60 R$ 1.797,30 R$ 1.770,93
MORIANA FERNANDES DA ROSA 02/04/2019 R$ 3.864,56 R$ 4.011,70 R$ 1.283,19 MORIANA FERNANDES DA ROSA 06/08/2019 R$ 3.320,92 R$ 1.166,53 NANCI TATIANI LAGO 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.972,66 R$ 333,21 NAYARA TANIA ANDERSON 02/05/2019 R$ 1.930,79 R$ 2.207,67 R$ 2.187,88 R$ 1.996,13 R$ 2.217,81 R$ 2.070,61
NEIDE ARTIFON FELIX 02/09/2019 R$ 3.286,28 R$ 3.399,60
NEUSA CANDIDO KOLLING 20/05/2019 R$ 1.283,19 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.999,20 R$ 3.999,20
NEUSA FERREIRA DA SILVA 19/06/2019 R$ 788,95 R$ 2.053,18 R$ 2.053,18 R$ 2.305,90 R$ 2.291,74
NEUSA THIBES SCHELEDER 01/04/2019 R$ 2.054,44 R$ 2.062,93 R$ 2.064,63 R$ 2.053,18 R$ 2.053,18 R$ 2.305,90 R$ 2.291,74
ODAIR DIAS 01/04/2019 R$ 2.054,44 R$ 2.062,93 R$ 2.064,63 R$ 2.053,18 R$ 2.053,18 R$ 2.305,90 R$ 2.291,74
PALOMA DA SILVA 19/10/2019 R$ 799,68
PATRICIA DE MATTIA 23/09/2019 R$ 533,12 R$ 1.999,20
PATRICIA FERNANDA ZANCHETT 01/04/2019 R$ 2.054,44 R$ 2.062,93 R$ 2.064,63 R$ 2.053,18 R$ 2.053,18 R$ 2.305,90 R$ 2.291,74
PATRICIA MOREIRA BRANCO 09/09/2019 R$ 1.674,42 R$ 2.291,74
PATRICIA TAINA RODRIGUES 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20 R$ 2.078,24 R$ 2.177,94 R$ 1.999,20
PAULA BETINA PIRES 16/04/2019 R$ 2.066,40 R$ 3.099,60 R$ 3.099,60 R$ 3.099,60 R$ 3.099,60 R$ 3.099,60 R$ 3.099,60
RAFAEL REINALDO DUARTE 16/09/2019 R$ 1.499,80 R$ 2.999,60
RAQUEL DE SOUZA 23/09/2019 R$ 466,56 R$ 1.749,60
RENIELY RIBAS 03/06/2019 R$ 1.866,29 R$ 1.999,60 R$ 66,65
ROSA CRISTINA DA CRUZ 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20 R$ 2.048,34 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20
ROSALINA CRISTINA VALENCIO 01/04/2019 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20
ROSANGELA FATIMA ALVES DE 01/07/2019 R$ 1.799,60 R$ 2.306,76 R$ 119,98 ROSELY PIACENTINI 16/04/2019 R$ 659,85 ROZE MARCIA RIBEIRO 02/05/2019 R$ 2.643,77 R$ 1.794,74 R$ 1.791,69 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20
RUTE ESTEFANES GENGNAGEL 01/04/2019 R$ 1.524,60 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20 R$ 1.724,20
SANDRA IZABEL DIAS 01/04/2019 R$ 2.054,44 R$ 2.062,93 R$ 2.064,63 R$ 2.053,18 R$ 2.053,18 R$ 2.358,21 R$ 2.291,74
SANDY CASSIA MENDES VIEIRA 11/06/2019 R$ 2.669,93 R$ 3.992,73 R$ 3.992,73 R$ 4.041,64 R$ 3.531,72
SIMARA COLTTS 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20
SIMONE DA SILVA 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20
SIMONE DIAS GOMES 01/04/2019 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60
STEFANI LUANA VENTURA 01/04/2019 R$ 2.066,03 R$ 2.289,99 R$ 2.178,01 R$ 2.178,01 R$ 2.406,48 R$ 1.963,35 STEFFANY BUSSACARO DE ASSIS 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 2.140,27 R$ 2.122,39
STELA MARIS MOREIRA 01/04/2019 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.799,60 R$ 1.999,20 R$ 1.999,20
SUELEN SOBRINHO DA SILVA 01/04/2019 R$ 519,78 SUELYN OTILIA KLASSEN 15/04/2019 R$ 1.866,45 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.499,60 R$ 3.699,20 R$ 3.699,20
SUZANE DE JESUS 02/04/2019 R$ 1.691,28 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60
TATIANE RIBEIRO 01/04/2019 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60
THANIA MARILDA DE SOUZA 01/04/2019 R$ 2.054,44 R$ 2.062,93 R$ 2.064,63 R$ 2.053,18 R$ 2.053,18 R$ 2.305,90 R$ 2.291,74
THATYANE COELHO DE ÁVILA 01/04/2019 R$ 3.995,18 R$ 4.011,70 R$ 4.015,00 R$ 3.992,73 R$ 3.992,73 R$ 4.266,69 R$ 4.240,50
TIAGO CARVALHO DOS SANTOS 01/04/2019 R$ 4.065,62 R$ 6.114,96 R$ 5.029,07 R$ 4.870,74 R$ 4.463,13 R$ 4.209,54 R$ 4.597,04
VALÉRIA DE LIMA FERREIRA 03/04/2019 R$ 1.422,96 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60 R$ 1.524,60
VÂNIA TONIELO NOHATTO 03/04/2019 R$ 1.619,64 VEILAN RIZZI 20/10/2019 R$ 733,04
VIVIANE ANTUNES 01/04/2019 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60 R$ 1.749,60
WILLIAM XAVIER OLIVEIRA 18/07/2019 R$ 1.516,49 R$ 3.499,60 R$ 3.699,20 R$ 4.240,50
R$ 268.083,89 R$ 302.114,38 R$ 319.285,10 R$ 322.125,89 R$ 326.593,89 R$ 337.847,83 R$ 353.483,33
nº de Funcionários 123 127 132 139 135 141 146
50
Como se pode observar, em abril de 2019 a folha de pagamento da
Fundação Hospitalar Dr. José Athanázio era de R$ 268.083,89, e contava
com 123 funcionários. Em outubro de 2019, já sob a administração
do IMAS, passou para R$ 353.483,33, com 146 funcionários, o que
representa um aumento de R$ 85.399,44.
Isso equivale a um acréscimo de 32% no valor com pagamentos de
salários e de 23 funcionários, o que equivale a um aumento de 19% dentro
do período analisado.
Apesar do IMAS tentar justificar que o aumento de funcionários tenha se
dado em virtude de notificações do COREM, observamos que houve, de
fato, um acréscimo de pessoal na Fundação Hospitalar, gerando um
aumento de despesas. Note-se que apesar do aumento do número de
funcionários, não houve melhoria na prestação dos serviços, pois as
reclamações por parte da população continuam.
Salientamos, também, que diversos colaboradores efetivos da Fundação
Hospitalar foram cedidos para outros órgãos com aval do IMAS fazendo
com que aumentassem o número de colaboradores. No mais, observamos
pelos depoimentos, que há grande rotatividade de colaboradores dentro da
Fundação.
51
7.10. DAS COMPRAS E AQUISIÇÕES SEM PRÉVIO
ORÇAMENTO
Em relação às compras e serviços com terceiros realizadas pelo IMAS,
ficou evidenciado pela instrução processual desta Comissão, que o mesmo
adquire materiais e serviços sem os orçamentos prévios.
No entanto, como a organização social recebe recursos públicos, o
procedimento a ser adotado nas compras deve obedecer aos princípios da
publicidade, transparência, de forma objetiva e impessoal, tudo de acordo
com o disposto no art. 37 da Constituição Federal.
Ou seja, a Organização Social deve agir com total transparência, pois estará
gerindo dinheiro público, e por tal motivo, compras de quaisquer bens
devem observar tais princípios, sendo necessário, no mínimo, a realização
de cotação prévia de preços no mercado antes da celebração do contrato.
Dessa forma, o IMAS vinha adquirindo produtos e serviços, que nem
sempre eram os mais vantajosos. Assim, agiu de maneira irregular, ferindo
os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
economicidade e eficiência, na medida em que efetuou compras e adquiriu
serviços e equipamentos sem apresentar, no mínimo três orçamentos.
52
7.11. DA FALTA DE REPRESENTAÇÃO LEGAL POR PARTE DA
FUNDAÇÃO HOSPITALAR
Conforme se observa pelo Contrato Público de gestão entabulado entre as
partes, a Fundação Hospitalar Dr. José Atanázio foi representada na
ocasião, pela Sra. Luana Coninck Dalla Costa.
Ocorre que a mesma foi nomeada pelo Prefeito Municipal, para ocupar o
cargo comissionado de Diretora Geral do Hospital Dr. José Athanázio,
conforme Portaria nº 457/2019, não tendo poderes para representar a
Fundação.
Conforme se constatou durante esta CPI, a Fundação era gerida pelo
Conselho Gestor da Fundação e não pela servidora que assinou o contrato,
havendo, portanto, irregularidade na representação.
No mais, pode-se perceber uma total ingerência por parte do Conselho
Gestor da Fundação Hospitalar, o qual teve seus membros nomeados pelo
Decreto Municipal nº 7.710/17, mas que desde março de 2019, quando
encerrou o atual mandato, não teve mais reuniões. Em depoimento a ex-
Presidente do Conselho, Sra. Ana Carla Wolf Lopes confirmou que seu
mandato frente a fundação encerrou em março 2019.
53
7.12. DA FALTA DE ATUAÇÃO DO CORPO CLÍNICO DO
HOSPITAL
Como se sabe, o corpo clínico é o conjunto de médicos que atuam de modo
permanente e regular numa instituição de assistência médica, seja um
hospital, uma casa de saúde, uma policlínica, etc.
Este corpo clínico deve dispor de um Regimento Interno que disponha
sobre as normas de relacionamento ético e científico, devendo ser seguido
por todo e qualquer médico que utilize as instalações do Hospital.
Contudo, apurou-se através dos depoimentos dos profissionais médicos e
do próprio Dr. Euclides, que não houve mais reuniões do corpo clínico do
Hospital Dr. José Athanázio e que o IMAS teria trazido profissionais sem a
autorização do corpo clínico.
Em resposta aos questionamentos da CPI, o Dr. Euclides Dall’Oglio Junior
afirmou que o Regimento Interno do corpo clinico está em reestruturação,
enviando cópia do modelo do mesmo, através de oficio protocolado em 12
de março do corrente ano, contudo, em relação a requisição para a
apresentação das cópias das atas das reuniões do corpo clínico, informou
que não iria entregar, pois acredita não ter relação com esta Comissão. Fato
esse que corrobora com as declarações prestadas pelos profissionais
médicos, de que as reuniões do corpo clinico não foram mais realizadas.
54
O Regimento Interno do corpo clinico foi entregue a esta CPI pelo Dr.
Jonas Medeiros, juntamente com um parecer do CRM/SC que afirma o
entendimento de que não pode terceirizar médicos.
7.13. DAS DÍVIDAS CONTRAÍDAS PELO IMAS NA
ADMINISTRAÇÃO DA FHJA/ DOS TITULOS PROTESTADOS/ DA
DESORDEM FINANCEIRA
Um dos fatos que mais chamou a atenção desta Comissão, logo de início,
uma vez que ensejou o próprio requerimento para abertura desta CPI, foi o
grande vulto de dívidas contraídas pelo IMAS, na administração do
Hospital.
Logo na primeira busca efetuada dentro do Hospital, esta CPI trouxe
diversos documentos encontrados dentro da sala do Sr. Edson, na época
Diretor do Hospital. Dentre estes documentos, foi encontrada uma lista de
débitos e protestos com fornecedores, que somavam a quantia de mais de
R$ 800.000,00 vencidos e mais de R$ 797.000,00 a vencer.
Assim, foram oficiados os cartórios de títulos e protestos do município, os
quais enviaram a relação de títulos abertos naquele momento.
Ressaltamos que em outubro de 2019, haviam 11 títulos protestados no 2º
Tabelionato de Notas e Protestos de Campos Novos e 17 títulos no 1º
Tabelionato de Notas e Protestos de Campos Novos em nome do IMAS
55
(CNPJ 28.700.530/0009-19). Hoje existem 103 títulos protestados nesta
Comarca.
Em depoimento, o Sr. Edson, Vanderléia e Marcelo, afirmaram que o
IMAS possui hoje cerca de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) em
dívidas. Após os depoimentos, o Sr. Marcelo enviou em 16 de março do
corrente ano, um relatório de contas a pagar/vencidas, que comprova que
há diversos fornecedores em atraso.
No entanto, constata-se que o valor das dívidas é muito maior do que o
informado, já que só em títulos protestados (103 títulos) em nome do
IMAS/Campos Novos, o valor chega a R$ 260.112,99 (duzentos e sessenta
mil, cento e doze reais e noventa e nove centavos), sendo que no Estado de
Santa Catarina o valor de títulos protestados é de R$ 2.323.144,80 (dois
milhões trezentos e vinte e três mil , cento e quarenta e quatro reais e
oitenta centavos), conforme relatório consultado no site
https://site.cenprotnacional.org.br/consulta.
Assim, evidenciamos que a dívida consolidada é muito maior do que isto,
tendo em vista que não estão incluídas neste valor despesas trabalhistas e
outros fornecedores.
Pelos depoimentos também ficou demonstrado que muitos fornecedores
não querem mais vender para o Hospital, em virtude dos débitos.
56
Ocorre que antes do IMAS assumir a administração, a Fundação Hospitalar
Dr. José Atanásio não possuía dividas ou títulos protestados. Isso ficou
comprovado por meio de todos os depoimentos, inclusive dos servidores
Alain Pedro Freitas e Luana Coninck.
Veja que o IMAS dispunha de recursos na maioria das vezes em que
deixou os títulos atrasar. Além das tarifas bancárias, constatou-se que o
gasto com esses pagamentos, no período de abril a outubro de 2019, foi de
R$ 20.144,08.
O que ocorreu foi que, apesar de o Município de Campos Novos continuar
repassando recursos financeiros para a manutenção do Hospital, o IMAS
deixou de pagar fornecedores e médicos, efetuou rotineiramente
pagamentos em atraso, gerando juros e multa, acumulando uma dívida que
passa de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
Outro fato pontual encontrado por esta Comissão foi a total desordem
financeira dentro do IMAS. A organização social, que dispõe de recursos
públicos, demonstrou total bagunça na contabilidade da entidade.
Observou-se que dentre as receitas administradas pelo IMAS na Fundação
Hosp. José Athanázio, estão as de atendimento particular, as quais, segundo
os relatórios enviados, estariam contempladas através de recebimento
através de Caixa físico, recebimentos de cartões de crédito e débito, e
cheques.
57
Foi possível apurar quando da diligência efetuada dentro da FHJA, que o
dinheiro do caixa físico ficava guardado numa “pochete” de posse do
servidor Alexandre Braz Cardozo, e que o caixa não era fechado
diariamente, e sim com dois ou três dias de atraso.
A própria funcionária Amanda Telles, em depoimento, afirmou que “de
novembro de 2019 pra cá tem mais controle dos cheques”. Alexandre
Braz Cardozo também afirmou “que era repassado tudo para a matriz,
que o procedimento interno mudou, que a autonomia acabou”.
Em depoimento, o Sr. o Alexandre Braz Cardozo, que exerceu o cargo de
Diretor Financeiro da FHJA e depois o cargo de Gerente Financeiro no
IMAS, esclareceu que só fazia o encaminhamento de planilhas pedindo
pagamento dos fornecedores para a matriz, mas que muitas vezes não era
atendido. Informou, ainda, que os valores eram movimentados única e
exclusivamente pela matriz, e que cobrava o Diretor acerca dos atrasos de
pagamentos.
Observe aqui, que nesse sentido foi o depoimento de vários colaboradores,
que foram categóricos em afirmar que tudo era feio pela matriz do IMAS,
inclusive as autorizações para pagamentos. Que em Campos Novos, só
havia o lançamento e conferência de notas e toda movimentação e
pagamentos eram feitas pela matriz.
58
Em depoimento, o Sr. Edson Luiz Martins, ex-Diretor do Hospital afirmou
que alertou o Presidente do IMAS, Sr. Robson, de “que o dinheiro não
dava”, que “o IMAS pagava altos valores aos médicos anestesistas”, que
“era o Robson que fazia as negociações”. Afirmou que os médicos
cobravam os repasses que estavam em atraso e que, com os repasses do
SUS pagavam fornecedores, entre outras coisas.
7.14. DA RESPONSABILIDADE DO CONSELHO MUNICIPAL DE
SAÚDE E DA CAF (COMISSÃO DE AVALIAÇÃO E
FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO DE GESTÃO)
Como se sabe, o Prefeito Municipal, nomeou através da Portaria nº
1366/2019, os servidores que compõem a Comissão de Celebração,
Avaliação e Fiscalização, do Monitoramento, Controle e Avaliação (CAF)
do Contrato Público nº 08/2019, conforme previa o subitem 10.2, da
cláusula décima.
Ainda de acordo com o contrato, caberia a CAF, acompanhar a execução
do mesmo, devendo analisar, periodicamente, os resultados atingidos,
sendo responsável pela emissão de relatórios conclusivos. Vejamos:
59
60
Contudo, constatou-se que a CAF não cumpriu integralmente com suas
atribuições, tendo em vista que não fez os apontamentos necessários no
tocante ao não cumprimento do contrato.
Ora, cabia a CAF analisar se o IMAS estava, de fato, atingindo os
resultados. E pelo que se constatou, não houve até o momento,
cumprimento das metas impostas no contrato.
Houve, de fato, falta de gerenciamento da CAF, tendo em vista que até a
presenta data analisou a prestação de contas referentes a apenas 3 (três)
meses do referido contrato (abril, maio e junho de 2019).
Entendemos também, que houve omissão por parte do Conselho Municipal
de Saúde na fiscalização do contrato, na medida em que autorizou o
Município de Campos Novos a firmar contrato para que uma organização
social administrasse os serviços de saúde na Fundação Hospitalar.
61
Pelos depoimentos colhidos nesta Comissão, antes da elaboração do
referido Decreto, o Prefeito reuniu o Conselho Municipal de Saúde, o qual
deliberou pela autorização ao Executivo para tal finalidade.
7.15. DOS VALORES DO SUS NÃO REPASSADOS AOS MÉDICOS
Ficou evidenciado pelos depoimentos aqui prestados, que os profissionais
médicos não receberam os valores pelos serviços prestados, referentes ao
SUS e convênios médicos.
Esse valor aparece discriminado nas faturas, conforme depoimento do
servidor Alain Pedro Freitas, e acreditamos que se trata de apropriação
indébita, uma vez que o IMAS recebeu os valores, mas não repassou aos
profissionais. Trata-se de recurso público federal que deveria ter sido
repassado, mas não o foi.
Pelo que se apurou, o SUS faz o pagamento a cada 60 ou 90 dias, porém
desde abril de 2019 o IMAS não repassa os valores aos médicos, os
mesmos estão estimados em mais de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais).
Todos os médicos que prestaram depoimentos nesta CPI relataram que tem
valores a receber do IMAS, tanto por parte das produtividades, como de
serviços prestados. O próprio Sr. Edson Martins, ex-Diretor do Hospital,
afirmou em depoimento, que os médicos cobravam os repasses que
62
estavam em atraso e que, com os repasses do SUS o IMAS pagava
fornecedores, entre outras coisas, o que evidencia mais uma irregularidade.
7.16. DA CONTRATAÇÃO DA SERVIDORA MARIA LÍDIA
MORAES
Foi verificado que a servidora Maria Lídia de Moraes, embora contratada
desde 17 de janeiro de 2017 para exercer o cargo de Enfermeira da FHJA
(Portarias nº 58/2017, 62/2018 e 102/2019), prestou serviços de consultoria
ao IMAS dentro do Hospital, no período de abril a junho de 2019.
A servidora afirmou em depoimento, que foi convidada para trabalhar para
o IMAS e levou seu currículo para Késia, Sheila e Edson e que após
trabalhar três meses, Danieli e Edson a chamaram e avisaram que não
poderia ter dois vínculos, e que teria que ser desligada do IMAS.
Maria Lídia afirmou, ainda, que na sua demissão foi surpreendida, tendo
em vista que o IMAS não havia feito anotação em sua carteira de trabalho,
solicitando que a mesma emitisse uma nota fiscal de prestação de serviços
referentes aos meses de abril, maio e junho de 2019, para que pudesse
receber os valores.
A depoente afirmou que não tinha conhecimento da improbidade.
63
7.17. DA NÃO REALIZAÇÃO DO ESTUDO DE VIABILIDADE
Outro ponto importante e que ficou demonstrado foi que o IMAS não
realizou qualquer estudo de viabilidade para assumir a FHJA e a falta deste
diagnóstico, paralelamente a outras questões, levaram a má administração
por parte da organização social.
Em depoimento, o próprio Sr. Edson Martins relatou que avisou o
Presidente Robson e o Felipe de que um levantamento concreto e
presencial, com número de funcionários, valores e serviços era primordial
para avaliar a viabilidade de assumir a gestão da FHJA.
8 - CONCLUSÃO
Diante do exposto, concluímos que o trabalho da presente Comissão
Parlamentar de Inquérito, a qual chega a seu termo, alcançou seu objetivo
inicial, que era o de apurar a existência de irregularidades no
gerenciamento e na administração da Fundação Hospitalar Dr. José
Athanazio pelo IMAS.
Verificou-se que há elementos suficientes para afirmarmos que o Contrato
Público nº 08/2019 é falho, apresenta diversas omissões e não foi
integralmente cumprido, sendo que o IMAS tomou diversas condutas
comissivas, de descumprimento do contrato, fazendo uma administração
insustentável, com diversas irregularidades e uma total desordem na
64
administração dos serviços de saúde dentro da FHJA, inclusive em relação
a contabilidade dos recursos recebidos, o que é inadmissível quando está se
gerindo recursos públicos.
Em relação ao Executivo Municipal observamos uma conduta comissiva e
omissiva, que pode ser caracterizada como improbidade administrativa: A
administração municipal, além de contratar uma organização social para
gerir e administrar a FHJA sem autorização legislativa, foi omissa em seu
dever de fiscalizar os serviços por ela concedidas, uma vez que, apesar
evidenciar a má gestão pelo IMAS (na medida em que houve atraso no
pagamento de fornecedores e médicos, inconsistências na prestação de
contas dos recursos recebidos, irregularidades de contratações,
movimentação de valores indevidos) não suspendeu ou revogou o contrato
firmado, o que pode ensejar a responsabilização civil, administrativa e
penal do gestor responsável por tais atos. Além disso, celebrou contrato de
gestão pública com uma organização social sem observar o índice de
liquidez da mesma, realizou repasses de recursos públicos além dos
pactuados em contrato, entregando a gestão da Fundação Hospitalar para
uma entidade que comprometeu toda sua estrutura.
9. RESULTADOS, RECOMENDAÇÕES E ENCAMINHAMENTOS
FINAIS:
Considerando o conjunto probatório que instruiu o presente Relatório,
recomendamos o seguinte:
65
Que o Contrato de Gestão nº 08/219 seja
imediatamente revogado;
Que o município de Campos Novos assuma
novamente o gerenciamento e a administração da FHJA;
Que eventual contrato de gestão com outra
organização social seja firmado, mediante prévia autorização legislativa e
após chamamento público com melhores critérios de escolha e fiscalização
dos recursos públicos;
Remessa do presente Relatório à Mesa
Diretora e à Comissão de Orçamentos, Finanças e Tributação, a qual
incumbirá fiscalizar as medidas adotadas pelo Poder Executivo;
Remessa do presente Relatório para o
TCE/SC, a fim de que tome as medidas cabíveis, inclusive para que
promova a abertura de Tomada de Contas Especial, uma vez que o próprio
TCE/SC já emitiu um Relatório em 2019, com mais de mil páginas, em que
aponta diversas irregularidades administrativas cometidas em 2017, quando
Ricardo Ghelere, atual Presidente do IMAS, atuava como Diretor do
Consórcio Intermunicipal de Saúde do Extremo Sul Catarinense. Pelo que
se percebe, as práticas possuem o mesmo modus operandi do que
diagnosticamos na CPI do IMAS.
Remessa do Relatório para a Direção da
Fundação Hospitalar Dr. José Atanázio e para o Chefe do Poder Executivo,
para que tome as medidas cabíveis, inclusive o imediato bloqueio de todo e
qualquer pagamento/repasse que ainda tenha para fazer ao IMAS, rescisão
66
imediata do contrato e medidas saneadoras que entender cabíveis em
relação a má execução do contrato de gestão;
Remessa do presente Relatório ao Controle
Interno do Município e a Procuradoria Municipal, para adotar os
procedimentos legais que entender cabíveis, tendo em vista que conforme
item 10.9 do Contrato de Gestão, caberia a estes enviar ao TCE/SC a
consolidação dos relatórios técnicos elaborados pela CAF;
Remessa para a Receita Federal, ao INSS, e
ao Ministério Do Trabalho, para apurar a questão das empresas
terceirizadas, no que diz respeito a possíveis falhas e irregularidades acerca
da contribuição de INSS, FGTS e encargos trabalhistas das empresas
terceirizadas que prestaram serviços para o IMAS.
Remessa do presente relatório ao Ministério
Público desta Comarca, para o aprofundamento das investigações e a
adoção das medidas legais cabíveis destinadas a apurar e, eventualmente
punir todas as irregularidades e:
1. A prática de atos de improbidade administrativa por parte do gestor
do Executivo do Município de Campos Novos, atos estes
consubstanciados na falta de autorização legislativa para terceirizar a
administração e execução dos serviços de saúde da Fundação
Hospitalar Dr. José Athanázio e de omissão na fiscalização dos
serviços prestados pelo IMAS, inclusive em razão de
descumprimento de várias cláusulas do Contrato Público nº 08/2019,
conforme demonstrado no Relatório;
67
2. A prática de atos de improbidade por parte do IMAS- Instituto Maria
Schmitt, tendo em vista todas as irregularidades apontadas neste
Relatório, e outras que sejam levantadas através de investigações
próprias, com a determinação de bloqueio de bens, inclusive, da
entidade a fim de garantir a devolução dos recursos a título de
adiantamento ao caixa da Fundação Hospitalar e pagamento de todos
os débitos em aberto, dos fornecedores e profissionais médicos,
incluindo o pagamento dos valores do SUS referente a produtividade
dos médicos;
3. A apuração de eventual responsabilização das pessoas que
incorreram em omissão do dever de fiscalizar ou descumprimento
das disposições contratuais, bem como por eventuais atos de
improbidade, conforme discorrido no presente Relatório, inclusive
com a determinação para que devolvam os valores recebidos
indevidamente;
4. Que apure eventual responsabilidade e omissão por parte da
Comissão de Avaliação e Fiscalização (CAF) nomeada pela Portaria
nº 1366/2019, bem como do Conselho Municipal de Saúde, diante da
ausência de fiscalização por parte do mesmo em relação a execução e
administração da Fundação Hospitalar pelo IMAS;
Desse modo, esperamos ter cumprido a contento o nosso mister
parlamentar, principalmente nos seus dois pontos mais relevantes, a saber,
68
a prestação de informações à sociedade e a apuração das irregularidades na
gestão da FHJA pelo IMAS, bem como o encaminhamento para as medidas
cabíveis.
Este é o Relatório.
Campos Novos, 29 de abril de 2020.
_________________________ _______________________
Adavilson Telles Dirceu José Kaiper
Relator Presidente
________________________ ___________________________
Darcy Rodrigo Pedroso Irineu Armando Osório Junior
_______________________
José Adelar Carpes
69
PARECER DA COMISSÃO
A Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar
irregularidades no gerenciamento, operacionalização e na execução da
administração da Fundação Hospitalar Dr. José Athanazio pelo IMAS
(Instituto Maria Schimitt), em reunião realizada nesta data, APROVOU
UNANIMEMENTE o Relatório apresentado pelo Relator Adavilson
Telles.
Participaram da votação os vereadores Dirceu José Kaiper, Irineu
Armando Osório Junior e Darcy Rodrigo Pedroso, sendo que o vereador
José Adelar Carpes justificou sua ausência.
Sala da Comissão, em 29 de abril de 2020.
__________________________ __________________________
Adavilson Telles Dirceu José Kaiper
Relator Presidente
_________________________ ___________________________
Darcy Rodrigo Pedroso Irineu Armando Osório Junior
Membro Membro