1 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário
Comunicado do Banco de Portugal sobre os resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário
O Banco Central Europeu divulga hoje os resultados da avaliação completa ao sistema bancário
da área do euro. A avaliação compreendeu uma análise da qualidade dos ativos dos bancos
(Asset Quality Review, AQR) e a realização de um teste de esforço.
Em Portugal, a avaliação abrangia, inicialmente, a Caixa Geral de Depósitos, o Banco BPI, o
Banco Comercial Português e o Espírito Santo Financial Group. Na sequência da medida de
resolução aplicada ao Banco Espírito Santo, foi decidido excluir este banco da presente
divulgação de resultados da avaliação completa, dada a impossibilidade de concluir
atempadamente o exercício para o Novo Banco.
Os resultados do AQR e do cenário base do teste de esforço (2014-2016) permitem verificar a
resiliência dos bancos portugueses abrangidos pelo exercício e demonstram que têm níveis de
capitalização adequados. Em ambos os casos, todos os bancos registam rácios de capital
superiores ao valor de referência de 8%.
No cenário adverso do teste de esforço, de improvável ocorrência, o rácio CET1 projetado para o
Banco Comercial Português para dezembro 2016 fica aquém do valor de referência de 5.5%,
tendo já a instituição identificado um conjunto de medidas para cobrir integralmente a
diferença apurada. Estas medidas serão agora incorporadas no plano de capitalização a
apresentar ao Banco Central Europeu tal como previsto no exercício.
É de salientar que o cenário adverso do teste de esforço é particularmente gravoso, dado que o
ponto de partida do exercício (dezembro de 2013) era muito desfavorável em resultado do
desempenho negativo da economia portuguesa no passado recente. Acresce, no caso específico
do BCP, o facto do teste de esforço não ter permitido captar a globalidade da trajetória positiva
decorrente da implementação do plano de reestruturação negociado com a Comissão Europeia.
1. O exercício de avaliação completa
Em outubro de 2013, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que iria conduzir uma avaliação
completa do sistema bancário da área do euro, em colaboração com as autoridades nacionais
responsáveis pela supervisão bancária. A avaliação deveria estar concluída antes de o BCE
assumir as suas funções no âmbito do Mecanismo Único de Supervisão a 4 de novembro de
2014.
A avaliação completa incidiu sobre 130 bancos dos países da área do euro e tem como objetivos
(i) fortalecer o balanço dos bancos, pela correção de problemas identificados, (ii) reforçar a
transparência e a qualidade da informação sobre a situação dos bancos e (iii) fortalecer a
confiança nas instituições bancárias.
A avaliação completa compreendeu uma análise da qualidade dos ativos (Asset Quality Review -
AQR) e a realização de um teste de esforço. Estes dois exercícios foram desenhados de forma
2 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário
articulada, tendo os resultados do AQR sido incorporados no teste de esforço através de um
processo definido para o efeito (join up).
No AQR foi realizada uma avaliação detalhada do balanço dos bancos à data de 31 de dezembro
de 2013 para verificar a adequação da valorização dos ativos, dos colaterais e das respetivas
provisões.
Com uma abordagem prospetiva, o teste de esforço avaliou a resiliência dos bancos em dois
cenários macroeconómicos: um cenário de base e um cenário adverso, que, embora plausível,
apresenta uma muito baixa probabilidade de ocorrência.
2. AQR – Exercício de avaliação da qualidade dos ativos
O exercício de avaliação da qualidade dos ativos (AQR) teve como objetivo avaliar a adequação
da valorização dos ativos, dos colaterais e das imparidades relacionadas, reforçando assim o
nível de transparência associado às exposições dos bancos.
O AQR centrou-se nos elementos do balanço considerados de maior risco, selecionados de
acordo com uma metodologia comum e seguindo definições harmonizadas. Pretendeu-se, desta
forma, assegurar a maior equidade possível entre as várias jurisdições do Mecanismo Único de
Supervisão (MUS), num contexto em que ainda subsistem algumas diferenças entre países na
definição do capital regulatório.
Esta avaliação originou, sempre que necessário, uma revisão do nível de imparidades associadas
às exposições de cada banco. O aumento de imparidades decorrente do AQR levou ao cálculo de
rácios de fundos próprios principais de nível 1 (CET1) ajustados, permitindo uma comparação
efetiva entre todos os 130 bancos que fazem parte do MUS.
3. Teste de esforço
No teste de esforço foi avaliada a resiliência dos bancos em cenários macroeconómicos
distintos. Os resultados financeiros e prudenciais das instituições foram projetados partindo dos
dados de balanço de dezembro de 2013, ajustados aos resultados do AQR.
As projeções têm um horizonte temporal de três anos, ou seja, até dezembro de 2016. A
variável relevante para a análise é o valor do rácio CET1.
Os cenários macroeconómicos e financeiros
O teste de esforço foi desenvolvido em dois cenários distintos. O cenário de base foi elaborado
pela Comissão Europeia e refletia as projeções macroeconómicas oficiais à data.
O cenário adverso foi construído por aplicação de desvios ao cenário de base resultantes de
choques de baixa probabilidade, ainda que plausíveis, com impacto sobre as variáveis
macroeconómicas e financeiras. Esses choques correspondiam à materialização dos principais
3 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário
riscos sistémicos: aumento das yields da dívida pública na generalidade das economias;
deterioração adicional da qualidade de crédito em economias com procura agregada doméstica
reduzida e com sistemas bancários que ainda apresentam vulnerabilidades; adiamento de
adoção de reformas, suscitando dúvidas quanto à sustentabilidade das finanças públicas e
ajustamento insuficiente do balanço dos bancos que condiciona a obtenção de financiamento
de mercado a custo razoável.
Os cenários para Portugal
O cenário de base do teste de esforço assumiu uma recuperação gradual da atividade
económica em Portugal.
O cenário adverso incorporou pressupostos particularmente gravosos, entre os quais:
Um período prolongado de recessão na economia portuguesa, com redução acumulada
da atividade económica superior a 10%, quando considerado o período 2011-2016;
Uma taxa de desemprego projetada para 2015 superior a 18%, prevendo-se apenas
uma redução ligeira no ano seguinte;
Uma subida significativa das taxas de juro de longo prazo da dívida pública, com reflexo
no financiamento da economia e na valorização das carteiras de títulos de dívida dos
bancos.
Ambos os cenários assumiram uma redução significativa dos preços da habitação: na ordem de
10% no cenário de base e de 20% no adverso (em termos acumulados).
Comparativamente com as projeções mais recentes, apenas a taxa de crescimento do PIB para
2014 é idêntica à prevista no cenário de base. Nas variáveis do desemprego, das yields da
dívida pública e dos preços da habitação tem-se verificado uma evolução mais favorável. Face
a esta evolução, as projeções do cenário adverso, sendo muito mais gravosas do que as do
cenário de base, têm, neste momento, muito menor probabilidade de ocorrer.
Principais Variáveis dos Cenários Macroeoconómicos e Financeiros
Cenário de base 2014 2015 2016 2014 2015 2016
PIB a preços constantes (taxa de variação anual, em percentagem) 0,8 1,5 1,7 1,5 2,0 1,8
Desemprego (em percentagem da população activa) 16,8 16,5 14,5 10,7 10,4 10,1
Taxas de juro de longo prazo (OTs a 10 anos, em percentagem) 5,1 5,4 5,5 2,9 3,2 3,3
Preços de imóveis residenciais (taxa de variação anual, em percentagem) -5,6 -3,9 -1,3 0,9 2,7 3,8
Cenário adverso 2014 2015 2016 2014 2015 2016
PIB a preços constantes (taxa de variação anual, em percentagem) -0,8 -2,3 -1,1 -0,7 -1,5 0,1
Desemprego (em percentagem da população activa) 17,2 18,2 17,4 11,3 12,3 13,0
Taxas de juro de longo prazo (OTs a 10 anos, em percentagem) 7,4 7,1 7,2 4,4 4,3 4,4
Preços de imóveis residenciais (taxa de variação anual, em percentagem) -9,3 -7,5 -4,6 -7,9 -6,2 -2,1
Portugal União Europeia
4 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário
Metodologia
O teste de esforço decorreu sob a hipótese genérica de balanço estático. De acordo com esta
hipótese, as rubricas de balanço mantêm-se constantes (fixadas à data de dezembro de 2013) e
os instrumentos financeiros são renovados na maturidade, mantendo as mesmas características.
Admitiram-se exceções a esta hipótese, ainda que dentro de certas limitações, no caso dos
bancos com planos de reestruturação acordados com a Comissão Europeia até 31 de dezembro
de 2013 no âmbito de operações de capitalização com recurso a investimento público. Estão
nesta situação o Banco Comercial Português e a Caixa Geral de Depósitos.
No exercício, a projeção da margem financeira foi condicionada por restrições ao custo de
financiamento e à intensidade com que os bancos podem repercutir o aumento do custo de
financiamento nas taxas de juro do crédito. Nos bancos sujeitos à hipótese do balanço estático,
a margem financeira também não poderia aumentar em relação ao ponto de partida (2013).
Outras rubricas de proveitos e custos também foram restringidas pelo valor registado no ponto
de partida ou por valores históricos dessas variáveis.
As hipóteses do exercício foram especialmente penalizadoras para bancos cujo ponto de
partida do exercício de teste de esforço coincidiu com um ano particularmente adverso, como
é o caso dos bancos portugueses. De facto, os bancos portugueses registaram em 2013 os
piores resultados da história recente, decorrentes do contexto macroeconómico adverso.
Por um lado, a margem financeira dos bancos portugueses tem sido pressionada pelas baixas
taxas de juro. Por outro lado, o aumento do incumprimento do crédito e as inspeções
realizadas pelo Banco de Portugal, no contexto do Programa de Assistência Económica e
Financeira, resultaram no registo de valores muito elevados de imparidades para risco de
crédito.
5 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário
4. Resultados da avaliação completa
BPI – Banco BPI
O resultado da avaliação completa do Banco BPI permite concluir pela resiliência deste banco
em ambos os cenários.
O exercício de AQR resultou no apuramento de um rácio de CET1 de 15,2%, inferior em 12
pontos base face ao rácio apresentado pelo Banco BPI com referência a 31 de dezembro de
2013, mas superior ao limite mínimo de 8% estabelecido para o AQR.
No cenário de base, o rácio CET1 projetado para o Banco BPI para dezembro de 2016 é de
14,9%, menos 0,4 pontos percentuais do que em dezembro de 2013, ficando acima do limite
mínimo definido para o cenário base do teste de esforço (8%).
No cenário adverso, o rácio projetado para dezembro de 2016 é de 11,6%, menos 3,7 pontos
percentuais do que em dezembro de 2013, ficando acima do limite mínimo definido para o
cenário adverso do teste de esforço (5,5%).
6 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário
Evolução do rácio CET1 – BPI
Cenário de base
Cenário adverso
Nota: as colunas a cinzento correspondem ao rácio CET1 em dezembro de 2013, antes e após os resultados do AQR, e em dezembro
de 2016. Os contributos positivos/negativos para a evolução do rácio são apresentados a verde/vermelho. A coluna “Capital/CoCos”
diz respeito a aumentos de capital e amortização de instrumentos híbridos; a coluna “Resultados e Reservas” refere-se à acumulação
de resultados e variação de reservas; a coluna “Deduções e disposições transitórias” refere-se a deduções a fundos próprios de
acordo com a CRR/CRDIV e as respetivas disposições transitórias; a coluna “RWA” apresenta o impacto no rácio decorrente de
alterações de requisitos de fundos próprios.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Dez/13 Impacto AQR
Dez/13 após AQR
Capital / CoCos
Resultados e Reservas
Deduções e disposições transitórias
RWA Dez-16
%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Dez/13 Impacto AQR
Dez/13 após AQR
Capital / CoCos
Resultados e Reservas
Deduções e disposições transitórias
RWA Dez-16
%
7 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário
Principais Resultados – Banco BPI, SA
Dados referentes a 31 de Dezembro de 2013 Milhões de
euros, %
Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)
3.317
Ativos ponderados pelo risco (1)
21.711
Rácio CET1, % 15,3%
Dados referentes a 31 de Dezembro de 2013, após exercício de análise da qualidade dos ativos
Milhões de
euros, %
Impacto do exercício nos fundos próprios principais de nível 1 (CET1) -27
Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)
3.291
Ativos ponderados pelo risco (1)
21.710
Rácio CET1, % 15,2%
Resultados no cenário de base em dezembro de 2016
Milhões de euros, %
Resultados acumulados antes de perdas por imparidade 734
Perdas por imparidade acumuladas para ativos financeiros e não financeiros no banking book
399
Perdas acumuladas na carteira de negociação
4
Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)
3.258
Ativos ponderados pelo risco (1)
21.845
Rácio CET1, % 14,9%
Resultados no cenário adverso em dezembro de 2016
Milhões de euros, %
Resultados acumulados antes de perdas por imparidade 650
Perdas por imparidade acumuladas para ativos financeiros e não financeiros no banking book
1.040
Perdas acumuladas na carteira de negociação
10
Perdas nas exposições de dívida soberana (líquidas de impostos e após filtros prudenciais)
206
Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)
2.558
Ativos ponderados pelo risco (1)
22.058
Rácio CET1, % 11,6%
Défice de fundos próprios
Pontos base
2
Milhões de euros
face ao limiar de 8% para o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET1) ajustado pelos resultados da análise da qualidade dos ativos
0 0
face ao limiar de 8% no cenário de base 0 0
face ao limiar de 5.5% no cenário adverso 0 0
Défice de fundos próprios identificado no âmbito da avaliação completa 0 0
(1) Disposições transitórias de acordo com a CRR/CRD4 à data de reporte. Dados de 31/12/2013 calculados de acordo com as regras aplicáveis a 01/01/2014.
(2) O valor para os ativos ponderados pelo risco utilizado corresponde ao cenário relevante no pior ano.
8 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário
CGD – Caixa Geral de Depósitos
O resultado da avaliação completa da CGD permite concluir pela resiliência deste banco em
ambos os cenários.
O exercício de AQR resultou no apuramento de um rácio CET1 de 10,4%, inferior em 44 pontos
base ao rácio apresentado pela CGD com referência a 31 de dezembro de 2013, mas superior ao
limite mínimo de 8% estabelecido para o AQR.
No cenário de base, o rácio CET1 projetado pela CGD para dezembro de 2016 é de 9,4%, menos
1,5 pontos percentuais do que em dezembro de 2013, ficando acima do limite mínimo definido
para o cenário base do teste de esforço (8%).
No cenário adverso, o rácio projetado para dezembro de 2016 é de 6,1%, menos 4,8 pontos
percentuais do que em dezembro de 2013, ficando acima do limite mínimo definido para o
cenário adverso do teste de esforço (5,5%).
9 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário
Evolução do rácio CET1 – CGD
Cenário de base
Cenário adverso
Nota: as colunas a cinzento correspondem ao rácio CET1 em dezembro de 2013, antes e após os resultados do AQR, e em dezembro
de 2016. Os contributos positivos/negativos para a evolução do rácio são apresentados a verde/vermelho. A coluna “Capital/CoCos”
diz respeito a aumentos de capital e amortização de instrumentos híbridos; a coluna “Resultados e Reservas” refere-se à acumulação
de resultados e variação de reservas; a coluna “Deduções e disposições transitórias” refere-se a deduções a fundos próprios de
acordo com a CRR/CRDIV e as respetivas disposições transitórias; a coluna “RWA” apresenta o impacto no rácio decorrente de
alterações de requisitos de fundos próprios.
0
2
4
6
8
10
12
Dez/13 Impacto AQR
Dez/13 após AQR
Capital / CoCos
Resultados e Reservas
Deduções e disposições transitórias
RWA Dez-16
%
0
2
4
6
8
10
12
Dez/13 Impacto AQR
Dez/13 após AQR
Capital / CoCos
Resultados e Reservas
Deduções e disposições transitórias
RWA Dez-16
%
10 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário
Principais Resultados – Caixa Geral de Depósitos, SA
Dados referentes a 31 de dezembro de 2013 Milhões de
euros, %
Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)
6.929
Ativos ponderados pelo risco (1)
63.885
Rácio CET1, % 10,8%
Dados referentes a 31 de Dezembro de 2013, após exercício de análise da qualidade dos ativos
Milhões de
euros, %
Impacto do exercício nos fundos próprios principais de nível 1 (CET1) -281
Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)
6.651
Ativos ponderados pelo risco (1)
63.870
Rácio CET1, % 10,4%
Resultados no cenário de base em dezembro de 2016
Milhões de euros, %
Resultados acumulados antes de perdas por imparidade 1.009
Perdas por imparidade acumuladas para ativos financeiros e não financeiros no banking book
1.145
Perdas acumuladas na carteira de negociação
165
Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)
6.100
Ativos ponderados pelo risco (1)
64.910
Rácio CET1, % 9,4%
Resultados no cenário adverso em dezembro de 2016
Milhões de euros, %
Resultados acumulados antes de perdas por imparidade 403
Perdas por imparidade acumuladas para ativos financeiros e não financeiros no banking book
3.395
Perdas acumuladas na carteira de negociação
289
Perdas nas exposições de dívida soberana (líquidas de impostos e após filtros prudenciais)
98
Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)
3.982
Ativos ponderados pelo risco (1)
65.419
Rácio CET1, % 6,1%
Défice de fundos próprios
Pontos base
2
Milhões de euros
face ao limiar de 8% para o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET1) ajustado pelos resultados da análise da qualidade dos ativos
0 0
face ao limiar de 8% no cenário de base 0 0
face ao limiar de 5.5% no cenário adverso 0 0
Défice de fundos próprios identificado no âmbito da avaliação completa 0 0
(1) Disposições transitórias de acordo com a CRR/CRD4 à data de reporte. Dados de 31/12/2013 calculados de acordo com as regras aplicáveis a 01/01/2014.
(2) O valor para os ativos ponderados pelo risco utilizado corresponde ao cenário relevante no pior ano.
11 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário
BCP – Banco Comercial Português
No caso do BCP, o exercício de AQR resultou no apuramento de um rácio CET1 de 10,3%, inferior
em 197 pontos base ao rácio apresentado pelo BCP com referência a 31 de dezembro de 2013,
mas superior ao limite mínimo de 8% estabelecido para o AQR.
Em cenário de base, o rácio CET1 projetado pelo BCP para dezembro de 2016 é de 8,8% menos
3,4 pontos percentuais do que em dezembro de 2013, ficando acima do limite mínimo definido
para o cenário base do teste de esforço (8%).
No cenário adverso, após incorporação dos resultados do AQR, o rácio projetado para dezembro
de 2016 é de 3,0%, menos 9,3 pontos percentuais do que em dezembro de 2013, ficando aquém
do valor de referência de 5.5%.
A instituição já identificou um conjunto de medidas para cobrir integralmente a diferença
apurada, as quais serão agora incorporadas no plano de capitalização a apresentar ao Banco
Central Europeu tal como previsto no exercício.
É de salientar, no caso específico do BCP, o facto do teste de esforço não ter permitido captar a
globalidade da trajetória positiva decorrente da implementação do plano de reestruturação
negociado com a Comissão Europeia, nem tomar em consideração medidas que o banco poderia
adotar caso o cenário adverso se materializasse efetivamente.
12 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário
Evolução do rácio CET1 – BCP
Cenário de base
Cenário adverso
Nota: as colunas a cinzento correspondem ao rácio CET1 em dezembro de 2013, antes e após os resultados do AQR, e em dezembro
de 2016. Os contributos positivos/negativos para a evolução do rácio são apresentados a verde/vermelho. A coluna “capital/CoCos”
diz respeito a aumentos de capital e amortização de instrumentos híbridos; a coluna “Resultados e Reservas” refere-se à acumulação
de resultados e variação de reservas; a coluna “Deduções e disposições transitórias” refere-se a deduções a fundos próprios de
acordo com a CRR/CRDIV e as respetivas disposições transitórias; a coluna “RWA” apresenta o impacto no rácio decorrente de
alterações de requisitos de fundos próprios.
0
2
4
6
8
10
12
Dez/13 Impacto AQR
Dez/13 após AQR
Capital / CoCos
Resultados e Reservas
Deduções e disposições transitórias
RWA Dez-16
%
0
2
4
6
8
10
12
Dez/13 Impacto AQR
Dez/13 após AQR
Capital / CoCos
Resultados e Reservas
Deduções e disposições transitórias
RWA Dez-16
%
13 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário
Principais Resultados – Banco Comercial Português, SA
Dados referentes a 31 de dezembro de 2013 Milhões de
euros, %
Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)
5.569
Ativos ponderados pelo risco (1)
45.559
Rácio CET1, % 12,2%
Dados referentes a 31 de dezembro de 2013, após exercício de análise da qualidade dos ativos
Milhões de
euros, %
Impacto do exercício nos fundos próprios principais de nível 1 (CET1) -896
Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)
4.667
Ativos ponderados pelo risco (1)
45.502
Rácio CET1, % 10,3%
Resultados no cenário de base em dezembro de 2016
Milhões de euros, %
Resultados acumulados antes de perdas por imparidade 2.770
Perdas por imparidade acumuladas para ativos financeiros e não financeiros no banking book
1.425
Perdas acumuladas na carteira de negociação
225
Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)
4.001
Ativos ponderados pelo risco (1)
45.277
Rácio CET1, % 8,8%
Resultados no cenário adverso em dezembro de 2016
Milhões de euros, %
Resultados acumulados antes de perdas por imparidade 1.665
Perdas por imparidade acumuladas para ativos financeiros e não financeiros no banking book
3.149
Perdas acumuladas na carteira de negociação
337
Perdas nas exposições de dívida soberana (líquidas de impostos e após filtros prudenciais)
-60
Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)
1.356
Ativos ponderados pelo risco (1)
45.321
Rácio CET1, % 3,0%
Défice de fundos próprios
Pontos base
2
Milhões de euros
face ao limiar de 8% para o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET1) ajustado pelos resultados da análise da qualidade dos ativos
0 0,00
face ao limiar de 8% no cenário de base 0 0,00
face ao limiar de 5.5% no cenário adverso 251 1.137
Défice de fundos próprios identificado no âmbito da avaliação completa 251 1137
(1) Disposições transitórias de acordo com a CRR/CRD4 à data de reporte. Dados de 31/12/2013 calculados de acordo com as regras aplicáveis a 01/01/2014.
(2) O valor para os ativos ponderados pelo risco utilizado corresponde ao cenário relevante no pior ano.