8/21/2019 Conquista - Ally Condie
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Copyright © 2012 by Allyson BraithwaiteCondie
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Título originaleached
Capa
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RevisãoLilia ZanettiTaís MonteiroRodrigo Rosa
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Coordenação de e-book Marcelo Xavier
Conversão para e-book
Abreu’s System Ltda.
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DELIVROS, RJ
C751cCondie, Ally
Conquista [recurso eletrônico] / AllCondie ; tradução Elise Olímpio. - 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
357 p., recurso digital
Tradução de: Reached Formato: ePubRequisitos do sistema: Adobe Digita
EditionsModo de acesso: World Wide Web
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ISBN 978-85-8105-184-0 (recurseletrônico)
1. Romance americano. 2. Livroeletrônicos. I. Olímpio, Elise. II. Título.
3-02926 CDD: 813CDU: 821.111(73)-3
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SUMÁRIOCAPA
CRÉDITOS
DEDICATÓRIA
A HISTÓRIA DO PILOTOPARTE 1
PILOTO
CAPÍTULO IXANDER
CAPÍTULO 2
CASSIA
CAPÍTULO 3
KY
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CAPÍTULO 4
XANDER
CAPÍTULO 5CASSIA
CAPÍTULO 6
KY
CAPÍTULO 7
XANDER
CAPÍTULO 8
CASSIA
PARTE DOISPOETA
CAPÍTULO 9
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XANDER
CAPÍTULO 10
CASSIACAPÍTULO 11
KY
CAPÍTULO 12
XANDER
CAPÍTULO 13
CASSIA
PARTE TRÊS
CURADOR CAPÍTULO 14
XANDER
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CAPÍTULO 15
CASSIA
CAPÍTULO 16KY
CAPÍTULO 17
CASSIA
CAPÍTULO 18
XANDER
PARTE QUATRO
PRAGA
CAPÍTULO 19KY
CAPÍTULO 20
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CASSIA
CAPÍTULO 21
XANDER CAPÍTULO 22
KY
CAPÍTULO 23
CASSIA
PARTE CINCO
O DILEMA DO PRISIONEIRO
CAPÍTULO 24
XANDER CAPÍTULO 25
CASSIA
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CAPÍTULO 26
KY
CAPÍTULO 27XANDER
CAPÍTULO 28
CASSIA
CAPÍTULO 29
KY
CAPÍTULO 30
XANDER
CAPÍTULO 31CASSIA
CAPÍTULO 32
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KY
CAPÍTULO 33
CASSIACAPÍTULO 34
XANDER
CAPÍTULO 35
CASSIA
CAPÍTULO 36
KY
CAPÍTULO 37
XANDER CAPÍTULO 38
CASSIA
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CAPÍTULO 39
KY
CAPÍTULO 40CASSIA
CAPÍTULO 41
XANDER
CAPÍTULO 42
KY
CAPÍTULO 43
CASSIA
CAPÍTULO 44KY
CAPÍTULO 45
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CASSIA
CAPÍTULO 46
XANDER CAPÍTULO 47
CASSIA
CAPÍTULO 48
KY
CAPÍTULO 49
CASSIA
CAPÍTULO 50
XANDER CAPÍTULO 51
CASSIA
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CAPÍTULO 52
KY
CAPÍTULO 53XANDER
CAPÍTULO 54
CASSIA
CAPÍTULO 55
XANDER
CAPÍTULO 56
CASSIA
CAPÍTULO 57KY
CAPÍTULO 58
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XANDER
CAPÍTULO 59
CASSIACAPÍTULO 60
KY
CAPÍTULO 61
CASSIA
CAPÍTULO 62
XANDER
CAPÍTULO 63
CASSIAOTA DO AUTOR
AGRADECIMENTOS
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paraCalvin,que nuncatevemedo de sonhar
comOutroslugares
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A HISTÓRIA DO PILOTO
Um homem empurrou uma rocha
colina acima. Quando alcançou otopo, a pedra rolou até o fundo dacolina e ele começou novamente. No vilarejo próximo, as pessoas
perceberam. “Uma sentença”,disseram. Elas nunca se juntarama ele ou tentaram ajudar, porque
temiam aqueles que impuseram a punição. Ele empurrava. Elasolhavam.
Anos mais tarde, uma nova
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geração notou que o homem e a pedra afundavam na colina, comoa lua eclipsando o sol. Eles apenas
podiam ver parte da rocha e partedo homem, à medida que ele rolavaa pedra até o alto da colina.
Uma das crianças ficou curiosa. Assim, um dia, a criança escalou acolina. Conforme se aproximou,
ficou surpresa em ver que a pedraestava entalhada com nomes, datase lugares.
“O que são todas essas
palavras?”, perguntou a criança.“Os sofrimentos do mundo”,
respondeu o homem. “Eu os
conduzo morro acima, uma vez
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após a outra.”“Você os está usando para
desgastar a colina”, disse a
criança, percebendo o sulco longo, profundo e gasto por onde a pedratinha rolado.
“Estou fazendo uma coisa”,comentou o homem. “Quando euterminar, será sua vez de assumir
meu lugar.” A criança não teve medo.“O que você está fazendo?”“Um rio”, respondeu.
A criança desceu a colina,intrigada sobre como alguém poderia fazer um rio. Mas não
muito depois, quando vieram as
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chuvas e uma inundação correu pela longa vala e arrastou ohomem para algum lugar ao longe,
a criança viu que o homem tinharazão, e assumiu seu lugar empurrando a pedra e conduzindo
os sofrimentos do mundo. Assim é como o Piloto surgiu.O Piloto é um homem que
empurrou uma pedra e se foi com aágua. É uma mulher queatravessou o rio e olhou para océu. O Piloto é velho e novo, e
possui olhos de cada cor e cabelosde cada tom; ele vive em desertos,ilhas, florestas, montanhas e
planícies.
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O Piloto lidera a Insurreição — a rebelião contra a Sociedade — eo Piloto nunca morre. Quando otempo de um Piloto acaba, outrovem liderar.
E assim continua sem parar,
como uma pedra rolando. Em um lugar, além da fronteira
do mapa da Sociedade, o Piloto
sempre viverá e prosseguirá.
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PARTE UM
PILOTO
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CAPÍTULO 1
Xander
Toda manhã o sol se levanta e torna Terra vermelha, e eu penso: esse poderiaser o dia em que tudo muda. Talvez hoje
a Sociedade caia. Então a noite vemnovamente, e todos nós ainda esperamosMas eu sei que o Piloto é real.
Três Oficiais caminham até a porta duma pequena casa, ao pôr do sol. A casase parece com todas as outras na rua: duapersianas em cada uma das três janela
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dianteiras, cinco passos até a porta, e upequeno e espinhoso arbusto plantado direita do caminho.
O mais velho dos Oficiais, um homegrisalho, levanta a mão para bater.
Um. Dois. Três.
Os Oficiais estão tão próximos avidro que posso ver a insígniarredondada costurada no bolso direito d
uniforme do Oficial mais jovem. Ocírculo é vermelho-vivo e parece umgota de sangue.
Eu sorrio e ele sorri de volta, porque
Oficial sou eu. No passado, a Cerimônia Oficial er
uma grande ocasião na Prefeitura. A
sociedade oferecia um jantar formal
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você podia trazer seus pais e seu Par covocê. Mas a Cerimônia Oficial não é umdas três grandes cerimônias — o Dia d
Boas-vindas, o Banquete do Par e Celebração Final —, então não é o qucostumava ser.
A Sociedade começou a cortaexcessos onde podia e presumiu que oOficiais fossem leais o suficiente para nã
reclamar de sua cerimônia perder algundos aparatos.Eu e mais quatro ficamos lá, todos e
uniformes brancos novos. O Oficia
principal prendeu a insígnia no mebolso: o círculo vermelho representando Departamento Médico. E então, co
nossas vozes ecoando sob a cúpula d
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Salão quase vazio, todos nocomprometemos com a Sociedade uramos alcançar nosso potencial definid
por ela. Isso foi tudo. Não liguei de cerimônia não ter sido nada especiaPorque não sou um Oficial de verdade
Quer dizer, eu sou, mas minha verdadeirealdade é com a Insurreição.
Uma garota usando um vestido violet
passa apressada pela calçada atrás dnós. Vejo o reflexo na janela. Ela caminhacom a cabeça baixa, como se estivessorcendo para que nós não a notássemos
Os pais vêm atrás; os três vão em direçãà plataforma do trem aéreo mais próximoÉ dia 15, então o Banquete do Par é ess
noite. Não faz nem um ano que eu subi
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escadaria da Prefeitura com Cassia. Nódois estamos muito longe de Oria agora.
Uma mulher abre a porta da casa. El
está segurando seu novo bebê, aquele questamos aqui para nomear.
— Por favor, entrem — ela nos saúda
— Estávamos esperando vocês.A mulher parece cansada, mesmo
naquele que deveria ser um dos dias mai
felizes da sua vida. A Sociedade não falamuito sobre isso, mas as coisas são maidifíceis nas Províncias Exteriores. Orecursos parecem começar no Centro
então escoar para o resto. Tudo aqui nProvíncia de Camas parece meio sujo usado.
Depois que a porta se fecha atrás d
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nós, a mãe nos mostra o bebê. — Está fazendo sete dias hoje —
conta-nos ela, mas é claro que j
sabemos.É por isso que estamos aqu
Celebrações de Boas-vindas são sempr
realizadas uma semana após o nascimentdo bebê.
Os olhos do bebê estão fechados, ma
sabemos pelos dados que a cor é um azuprofundo. Seu cabelo, castanho. Tambésabemos que ele chegou na data prevista que sob a manta, firmemente embrulhada
ele tem dez dedos nas mãos e dez nos pésA amostra de tecido inicial, tirada nocentro médico, estava excelente.
— Estão todos prontos para começar
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— pergunta o Oficial Brewer.Como Oficial sênior em noss
Comitiva, ele está no comando. Sua vo
em o equilíbrio exato entre benevolêncie autoridade. Ele já fez isso centenas dvezes. Fiquei me perguntando antes se
Oficial Brewer poderia ser o Piloto. Elcertamente se encaixa. E é muitorganizado e eficiente.
Claro, o Piloto poderia ser qualqueum.Os pais assentem. — De acordo com os dados, est
faltando um irmão mais velho — aviscom voz gentil a Oficial Lei, a segunda ncomando. —Vocês querem que ele esteja
presente na cerimônia?
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— Ele ficou cansado depois do janta— explica a mãe, se desculpando. — Mapodia manter os olhos abertos. Coloqueio na cama mais cedo.
— Não há problema, claro — informa Oficial Lei.
Já que o garotinho só tem dois anos, espaçamento quase perfeito entre irmãosnão é exigido que ele se apresente. Não
algo de que ele vá se lembrar mesmo. — Que nome vocês escolheram? —pergunta o Oficial Brewer, saproximando do terminal no vestíbulo.
— Ory — fala a mãe.O Oficial Brewer digita o nome n
erminal e a mãe troca o bebê ligeirament
de posição.
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— Ory — repete o Oficial Brewer. —E para o nome do meio?
— Burton — informa o pai. — Unome de família.
A Oficial Lei sorri. — É um nome adorável.
— Venham ver como ficou — convidao Oficial Brewer.
Os pais se aproximam do terminal par
ver o nome do bebê: ORY BURTONFARNSWORTH. Abaixo das palavraestá o código de barras que a Sociedaddesignou para ele. Se ele levar uma vid
deal, a Sociedade planeja usar o mesmcódigo de barras para marcar sua amostrde preservação de tecido em seu Banquet
Final.
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Mas a Sociedade não vai durar tantassim.
— Vou registrar agora — avisa oOficial Brewer —, se não houvenenhuma mudança ou alteração que vocêqueiram fazer.
A mãe e o pai se aproximam parverificar o nome uma última vez. A mãesorri e segura o bebê próximo à tela d
erminal, como se ele pudesse ler próprio nome.O Oficial Brewer olha para mim. — Oficial Carrow — diz —, é hora d
comprimido.Minha vez. — Nós temos que dar o comprimid
em frente ao terminal — relembro ao
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pais.A mãe segura Ory ainda mais alto, d
modo que a cabeça e o rosto do beb
estejam claramente visíveis para que ela do terminal possa gravar. Eu sempr
gostei da aparência dos pequeno
comprimidos à prova de doenças qudamos nas cerimônias de Boas-vindasEsses comprimidos são redondos, e feito
do que parecem três minúsculas fatias dpizza: um terço azul, um terço verde e uerço vermelho. Embora o conteúdo dess
comprimido seja completamente diferent
daqueles três comprimidos que o bebcarregará depois, o uso das mesmas corerepresenta a vida que ele vai ter n
Sociedade. O comprimido à prova d
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doenças parece infantil e colorido. Elesempre me lembram das paletas de pinturdos tempos da Primeira Escola.
A Sociedade dá o comprimido a todoos bebês, para mantê-los a salvo ddoenças e infecções. O comprimido
prova de doenças é fácil de ser tomadpelos bebês. Ele se dissolvnstantaneamente. É muito mai
humanitário do que as vacinas que asociedades anteriores costumavam darquando colocavam uma agulha direto npele dos bebês. Mesmo a Insurreiçã
planeja manter a administração docomprimidos à prova de doenças quandestiver no poder, mas com alguma
modificações.
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O bebê se agita quando desembrulho comprimido.
— Você se incomoda de abrir a bocadele para mim? — pergunto à mãe.
Quando ela tenta abrir sua boca, bebê vira a cabeça procurando po
comida e tentando sugar. Todos rimos, eenquanto sua boca está aberta, coloco comprimido lá dentro. Ele se dissolv
completamente na língua. Agora temoque esperar que engula, o que ele faz: bena hora.
— Ory Burton Farnsworth — anunci
o Oficial Brewer —, nós lhe damos aboas-vindas à Sociedade.
— Obrigado — agradecem os pais a
mesmo tempo.
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A substituição correu perfeitamentecomo de costume.
A Oficial Lei dá uma olhadela parmim e sorri. Seu cabelo preto longdesliza sobre o ombro. Às vezes mpergunto se ela faz parte da rebeliã
ambém, e se sabe o que estou fazendo —substituindo os comprimidos à prova ddoenças por aqueles que a Insurreição m
deu. Quase toda criança nascida naProvíncias, nos últimos dois anos, tomouma das imunizações da Insurreição, anvés de uma da Sociedade. Outro
rabalhadores da Insurreição como eu têfeito a troca.
Graças à Insurreição, esse bebê nã
será apenas imune à maioria das doenças
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Ele também será imune ao comprimidvermelho, assim a Sociedade não poderirar suas memórias. Alguém fez isso po
mim quando eu era um bebê. Fizeram mesmo por Ky. E provavelmente poCassia.
Anos atrás, a Insurreição se infiltronos laboratórios onde a Sociedade produos comprimidos à prova de doenças
Então, além dos comprimidos feitos dacordo com a fórmula da Sociedadeexistem outros feitos pela Insurreição
ossos comprimidos incluem tudo o que
Sociedade usa, além da imunidade acomprimido vermelho e mais algumacoisas.
Quando nós nascemos, a Insurreiçã
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não tinha recursos suficientes para fazenovos comprimidos para todo mundoEles tinham que escolher apenas alguns d
nós, baseado em quem achavam qupoderia lhes ser útil mais tarde. Agoreles finalmente têm o suficiente par
odos.A Insurreição é para todos.E eles — nós — não vão falhar.
***
Já que a calçada é estreita, ando atrás dOficial Brewer e da Oficial Lei em noss
caminho de volta ao carro aéreo. Outrfamília com uma filha usando vestimentado Banquete se apressa descendo a rua
Eles estão atrasados e a mãe não est
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feliz. — Eu avisei várias vezes — diz ela a
pai, e então nos avista e para de repente.
— Olá — cumprimento quando elepassam. — Parabéns.
— Quando você vai ver de novo o se
par ? — pergunta a Oficial Lei. — Não sei — respondo. — A
Sociedade ainda não agendou noss
próxima comunicação terminal-a-terminalA Oficial Lei é um pouco mais velhdo que eu: tem pelo menos 21, porqucelebrou seu Contrato Matrimonial. Desd
que eu a conheço seu marido está foracom o Exército, alocado em algum lugana borda das Fronteiras. Não poss
perguntar a ela quando ele deve retornar
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Esse tipo de informação é confidenciaAcho que nem a Oficial Lei sabe quando marido vai voltar.
A Sociedade não gosta que sejamomuito específicos quando falamos sobrdesignações de trabalho com os outros
Cassia sabe que sou um Oficial, mas nãsabe exatamente o que eu faço. ExisteOficiais em todos os diferente
departamentos na Sociedade.A Sociedade treina muitos tipos drabalhadores no centro médico. Todo
conhecem o pessoal médico, porqu
podem diagnosticar e auxiliar as pessoasHá também cirurgiões que operamfarmacêuticos que produzem remédios
enfermeiras que dão assistência,
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curadores como eu. Nosso trabalho é inspecionar aspecto
do campo médico — por exemplo
administrar centros médicos. Ou, se noornamos Oficiais, normalmente somo
convidados a servir em Comitivas, que
o que eu faço. Nós cuidamos ddistribuição de comprimidos parcrianças e damos assistência na coleta d
ecido, nos Banquetes Finais. De acordcom a Sociedade, essa designação é umdas mais importantes que um Oficial poder.
— Que cor ela escolheu? — indaga Oficial Lei, conforme nos aproximamodo carro aéreo.
Por um momento não sei o que ela que
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dizer, e então percebo que estperguntando sobre o vestido de Cassia.
— Ela escolheu o verde — conto. —
Estava linda.Alguém grita, e viramos os três a
mesmo tempo. É o pai do bebê, corrend
em nossa direção o mais rápido que pode — Não consigo acordar meu filho mai
velho — berra ele. — Fui ver se ele aind
estava dormindo e alguma coisa esterrada. — Chame o pessoal médico n
erminal — berra de volta o Oficia
Brewer, e nós três corremos o mairápido possível para a casa.
Entramos sem bater e nos dirigimo
para os fundos, onde sempre são o
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quartos. A Oficial Lei coloca a mão naparede para se equilibrar, antes de oOficial Brewer abrir a porta.
— Tudo bem? — pergunto a ela.Ela confirma com a cabeça. — Oi — diz o Oficial Brewer.
A mãe olha para nós, seu rosto pálidoEla ainda segura o bebê. A outra criançaestendida na cama não se move nem u
pouco.O menino está deitado de lado, acostas viradas para nós. Está respirandomas lentamente, e as roupas comuns cae
um pouco frouxas em volta do pescoço. Acor da pele parece saudável. Há umpequena marca vermelha entre a
escápulas, e eu sinto uma onda de pena
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exultação.É isso.A Insurreição disse que seria assim.
Tenho que me forçar a não espiar ooutros no quarto. Quem mais sabeAlguém aqui é parte da Insurreição? Ele
viram a informação que eu vi, sobre coma rebelião irá acontecer?
Embora o período de incubação poss
variar, uma vez que a doença semanifeste o paciente se deteriorrapidamente. Fala arrastada é seguidde um declínio até um estado quas
comatoso. O sinal mais evidente do víruvivo, Praga, é de uma ou mais pequenamarcas vermelhas nas costas do
aciente. Assim que a Praga tiver feit
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avanços significativos na populaçãeral, e não puder mais ser ocultadela Sociedade, a Insurreição começará
— O que é isso? — indaga a mãe. —Ele está doente?
De novo, nós três nos movemos a
mesmo tempo. A Oficial Lei alcança opulso do menino para medir a pulsação. OOficial Brewer se vira para a mulher
Tento bloquear a visão dela da criançestirada imóvel na cama. Até saber que nsurreição está em progresso, tenho qu
proceder normalmente.
— Ele está respirando — avisa Oficial Brewer.
— O pulso está bom — constata
Oficial Lei.
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— O pessoal médico vai estar aquogo — acalmo a mãe.
— Vocês não podem fazer nada poele? — pede a mulher. — Remédiosratamento...
— Sinto muito — lamenta o Oficia
Brewer. — Precisamos chegar ao centromédico antes de poder fazer mais.
— Mas ele está estável — informo
ela. Não se preocupe, quero acrescentar Insurreição tem uma cura.Espero que ela possa ouvir o som d
esperança em minha voz, já que não poss
dizer a ela em voz alta como eu sei quudo vai dar certo.
É isso. O começo da Insurreição.
Uma vez que a Insurreição assuma
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poder, nós seremos capazes de escolherQuem sabe o que pode acontecer entãoQuando eu beijei Cassia, no Bairro, el
prendeu a respiração e eu acho que fopela surpresa. Não pelo beijo: ela sabique estava vindo. Acho que ela fico
surpresa pelo modo como se sentiu.Logo que eu puder, quero dizer a el
pessoalmente: Cassia, estou apaixonad
or você e quero você. Então, o qurecisa para você sentir o mesmo? Ummundo completamente novo?
Porque isso é o que vamos ter.
A mãe se aproxima um pouquinho dnada da criança.
— É que — diz ela, e sua voz falha —
ele está tão imóvel .
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CAPÍTULO 2
Cassia
Ky disse que se encontraria comigo essnoite, no lago.
Da próxima vez que o vir, vou beijá-lo
primeiro.Ele vai me puxar tão para perto, que o
poemas que mantenho debaixo da blusa
próximos ao coração, vão se esfregafazendo um som tão suave que apenas nódois vamos ouvir. E a música do seubatimento cardíaco, sua respiração,
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cadência e o timbre de sua voz vão mfazer cantar.
Ele vai me dizer onde esteve.
Vou dizer a ele aonde quero ir.Estico os braços para garantir que nad
apareça por baixo dos punhos da blusa. A
seda vermelha do vestido que estousando escorrega impecavelmentdebaixo das linhas nada elegantes da
minhas roupas comuns. É um dos CeVestidos, possivelmente roubado, queveio de uma negociação. Valeu a pena opreço que paguei — um poema — para te
al pedaço de cor para segurar contra a lue puxar sobre minha cabeça, para msentir tão luminosa.
Eu classifico para a Sociedade aqui n
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capital da Central, mas tenho um trabalha executar para a Insurreição, e façnegócios com os Arquivistas. Por fora so
uma garota da Sociedade, vestindo roupacomuns. Mas por baixo, tenho seda papel contra a pele.
Descobri que essa é a maneira maifácil de carregar os poemas: enrolá-loem volta dos punhos, colocá-los contr
meu coração. Claro, não mantenho todaas páginas comigo. Encontrei um lugapara esconder a maioria delas. Maexistem algumas partes que não quer
nunca ficar sem.Abro meu recipiente de comprimidos
Todos os comprimidos estão lá: o azul, o
verde e o vermelho. E algo mais por trás
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Um pedacinho de papel onde escrevembre-se. Se a Sociedade alguma vez m
fizer tomar o comprimido vermelho, vo
enfiar isso na manga, e então vou sabeque eles me fizeram esquecer.
Não posso ser a primeira a ter feit
alguma coisa do tipo. Quantas pessoas lfora sabem de algo que não deveriasaber — não o quê elas perderam, ma
que elas perderam algo?E existe uma chance de que eu nãesqueça nada — que eu seja imune comndie, Xander e Ky.
A Sociedade pensa que o comprimidovermelho funciona comigo. Mas eles nãsabem de nada. De acordo com
Sociedade, eu nunca nem estive na
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Províncias Exteriores. Nunca atravessecânions ou desci um rio à noite, coestrelas espalhadas sobre a cabeça e u
prateado de água espalhado por toda volta. Até onde eles sabem, eu nuncparti.
— Essa é sua história — disse-me agente da Insurreição, antes de me envia
para a Central. — Isso é o que você vadizer quando as pessoas perguntarem ondvocê esteve.
O agente me entregou uma folha dpapel. Eu olhei para as palavrampressas:
Os Oficiais me encontraram n
loresta em Tana, perto do meu
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acampamento de trabalho. Não membro de nada da minha última tarde e
noite lá. Tudo o que sei é que de alguma
orma acabei no bosque.Olhei de volta para ele. — Nós temos uma Oficial que est
preparada para confirmar sua história afirmar que encontrou você na floresta —explica ele.
— E a ideia é que tenham me dado ucomprimido vermelho — falei. — Paresquecer que eu os vi levando as outragarotas embora, nos transportes aéreos.
Ele assentiu. — Aparentemente, uma das garota
provocou uma confusão. Eles tiveram qu
dar vários comprimidos vermelhos par
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diversas outras que acordaram e a viram. Indie, pensei. Ela foi a que gritou
correu. Ela sabia o que estav
acontecendo conosco. — Então vamos dizer que você s
perdeu depois disso — continuou ele. —
Eles te perderam de vista um momento você vagou para longe, enquanto comprimido vermelho fazia efeito. Aí ele
e encontraram dias depois. — Como eu sobrevivi? — indaguei.O homem tocou de leve o papel
minha frente.
Tive sorte. Minha mãe tinha mensinado como identificar plantavenenosas. Então eu me alimentei. Em
novembro, ainda há plantas no solo qu
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odem ser usadas como comida.De certa forma, aquela parte d
história era verdadeira. As palavras d
minha mãe realmente me ajudaram sobreviver, mas foi na Escultura, não nfloresta.
— Sua mãe trabalhou em um Arboret— lembrou ele. — E você esteve na matantes.
— Estive — concordei. Foi na florestda Colina, não aquela em Tana; mas cosorte seria parecido o suficiente.
— Então tudo se completa — falou ele
— A não ser que a Sociedade menterrogue muito minuciosamente — diss
eu.
— Eles não vão — afirmou o agente
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— Aqui tem uma caixa de prata e urecipiente de comprimidos para substituiaqueles que você perdeu.
Peguei-os da mão dele e abri recipiente dos comprimidos. Ucomprimido azul, um verde. E u
vermelho, para substituir aquele que esupostamente deveria ter tomado acomando de um Oficial em Tana. Pense
sobre aquelas outras garotas qurealmente tomaram o comprimido; maioria não se lembraria de Indie, dcomo ela tinha gritado. Ela teri
desaparecido. Como eu. — Lembre-se — avisou ele —, voc
pode se recordar de estar sozinha n
floresta e do tempo que você passo
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procurando comida. Mas você esqueceudo o que realmente aconteceu nas doz
horas antes de entrar no transporte aéreo.
— O que você quer que eu faça quandestiver na Central? — perguntei. — Poque eles me disseram que eu poderi
servir melhor à Insurreição de dentro dSociedade?
Pude vê-lo me medindo, decidindo s
eu realmente poderia fazer o que quer quele pretendia. — A Central é para onde a Sociedade
pretende enviar você para sua posição d
rabalho final — contou o agente. Econcordei. — Você é uma classificadoraUma das boas, de acordo com os dados d
Sociedade. Agora que eles pensam qu
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você foi reabilitada no trabalho de campovão ficar felizes em tê-la de volta, e nsurreição pode usar isso. — E então el
me contou que tipo de classificaçãprocurar, e o que eu deveria fazer quandoacontecesse. — Você tem que ser pacient
— avisou o Oficial —, pode levar alguempo.
O que me pareceu um sábio conselho
á que eu ainda não tinha classificadnada de extraordinário. Não que eu membrasse, de qualquer forma. Mas tud
bem. Não preciso da Insurreição para m
dizer como combater a Sociedade.Sempre que posso, escrevo letras. E
as tenho feito de diversas maneiras: um
de fiapos de grama; um X com doi
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gravetos cruzados, um sobre o outro, suacascas escuras e úmidas contra um bancde metal prateado, na área verde próxim
ao meu local de trabalho. Arrumei upequeno anel de pedras no formato de uO, como uma boca aberta, no chão. E
claro que eu escrevo do jeito que Ky mensinou também.
Onde quer que eu vá, olho para ver s
há novas letras. Até agora ninguém maiestá escrevendo, ou, se estão, não vi. Mavai acontecer. Talvez agora mesmoalguém esteja chamuscando gravetos, d
eito que Ky me disse que faziapreparando-se para escrever o nome dalguém que ama.
E u sei que não sou a única fazend
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essas coisas, cometendo pequenos atos drebelião. Há gente nadando contra corrente, e há sombras se movend
entamente nas profundezas. Tenho sidoaquela olhando para cima quando algescuro atravessa na frente do sol. E tenh
sido eu mesma a sombra, deslizando pelugar onde terra e água encontram o céu.
Dia após dia, empurro colina acima
rocha que a Sociedade me deu, sem pararDentro de mim estão as coisas reais qume dão força — meus pensamentos, apequenas pedras que eu mesma escolhi
Elas caem na minha mente; algumas lisade tanto rolar, outras novas e ásperasalgumas que cortam.
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Satisfeita com o fato de os poemas nãaparecerem, ando pelo corredor do meminúsculo apartamento até o vestíbulo
Estou prestes a abrir a porta quando umbatida soa do outro lado e eu hesito upouco. Por que alguém estaria aqui agora
Como muitos outros que possuem umdesignação de trabalho, mas que aindnão celebraram seu Contrato Matrimonia
eu moro sozinha. E exatamente como ernos Distritos, não somos encorajados visitar a residência uns dos outros.
Uma Oficial está parada à porta
sorrindo agradavelmente. Há somentuma, o que é estranho. Os Oficiais quassempre andam em grupos de três.
— Cassia Reyes? — pergunta ela.
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— Sim — respondo. — Preciso que você venha comigo —
nforma. — Você é solicitada no centro dclassificação, para horas extras drabalho.
Mas eu deveria ver Ky essa noite
Parecia que as coisas estavam enfim sacertando para nós — ele finalmente fordesignado para vir para a Central, e
mensagem que enviou me dizendo ondpoderíamos nos encontrar tinha chegadbem a tempo. Às vezes leva semanas, anvés de dias, para nossas carta
chegarem, mas essa veio rápido. Ampaciência me invade enquanto olh
para a Oficial, com seu uniforme branco
seu rosto indiferente e sua insígni
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arrumadinha. Não se incomode mais coma gente, penso. Use os computadores
eixe que eles façam todo o trabalho
Mas isso vai contra um dos princípiomais importantes da Sociedade, um doque eles nos ensinam desde que somo
pequenos: a tecnologia pode falhaconosco, como falhou com as sociedadeantes da nossa.
E então percebo que a solicitação dOficial pode esconder algo mais — seria hora de fazer o que a Insurreição pediuSeu rosto permanece suave e calmo. É
mpossível dizer o que ela sabe ou parquem realmente trabalha.
— Outros vão se encontrar conosco n
plataforma do trem aéreo — informa ela.
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— Vai demorar muito? — indago.Ela não responde.
Enquanto viajamos no trem aéreopassamos pelo lago, escuro agora distância.
Ninguém vai ao lago aqui. Ele aindsofre da poluição pré-Sociedade e não seguro entrar ou beber da água dele. A
Sociedade removeu a maioria das docas dos cais onde as pessoas antecostumavam manter barcos. Mas, quandestá claro, dá para ver que restaram trêpíeres em um lugar, projetando-se pardentro da água como três dedos, todos dgual comprimento e alcance. Meses atrás
quando vim para cá pela primeira vez
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falei a Ky desse lugar e que seria um boponto para nos encontrarmos, algo que elpoderia ver de cima e que eu tinhpercebido de baixo.
E agora, do outro lado do trem aéreo, cúpula da Prefeitura da Central aparece
como uma lua perto demais e que nunca svai. Involuntariamente, sinto uma pequenagitação de orgulho e escuto as notas d
Hino da Sociedade tocando na minhmente sempre que vejo o formato familiade um edifício público.
Ninguém vai à Prefeitura da Central.
Existe um muro alto e branco em voltda Prefeitura e de outros edifícios naproximidades. O muro está aqui desd
antes de eu vir. “Renovações”, todo
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dizem. “A Sociedade vai abrir a zonmóvel de novo em breve.”
Sou fascinada pela zona imóvel e po
seu nome, que ninguém parece ser capade explicar para mim. Também ficontrigada com o que há do outro lado d
barreira, e às vezes, depois do trabalhopego um pequeno desvio do meu caminhde casa para poder andar perto daquel
superfície branca e suave. Fico pensandquantas pinturas a mãe de Ky poderia tecolocado ao longo do comprimento dmuro, que se curva para trás no qu
magino que seja um círculo perfeitounca dei a volta toda, então não poss
er certeza.
Aqueles aos quais perguntei não estã
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certos sobre há quanto tempo a barreirestá aqui — tudo o que dizem é quapareceu em algum momento no últim
ano. Eles não parecem lembrar por questá realmente aqui, e, se lembram, nãdizem.
Quero saber o que há por trás dessemuros.
Quero tanto felicidade, liberdade
amor... E quero algumas outras coisaangíveis também.Como um poema e um microcartão
Ainda estou esperando que cheguem dua
negociações. Troquei dois dos meupoemas pelo final de outro, um qucomeça com “eu não alcanço a Ti” e fal
de uma jornada. Encontrei o começo del
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na Escultura e soube que tinha que ter final.
E a outra negociação é ainda mai
cara, ainda mais arriscada — troquei setpoemas para trazer o microcartão do meavô da casa dos meus pais, em Kenya
aqui para mim. Pedi ao negociante quabordasse Bram primeiro, com uma notcodificada. Eu sabia que Bram poderi
decifrá-la. Afinal, ele tinha adivinhadoodos os jogos que eu inventava para elno escrevinhador, quando ele era mainovo. E achei que era mais provável qu
ele enviasse o microcartão, ao invés dum dos meus pais.
Bram. Queria achar um relógio d
prata para ele substituir aquele que
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Sociedade tomou. Mas até agora o preçem sido muito alto. Rejeitei um
negociação por um relógio hoje mai
cedo, na parada do trem aéreo, a caminhdo trabalho. Vou pagar o que for justomas não demais. Talvez isso seja o que e
aprendi nos cânions: o que eu sou, o qunão sou, o que vou dar, o que não vou.
O centro de classificação está lotadoSomos algumas das últimas a chegar uma Oficial nos apressa para nossocubículos vazios.
— Por favor, comece imediatament— solicita ela, e assim que me sento ncadeira as palavras aparecem na tela:
Próxima classificação
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emparelhamento exponencial.Mantenho os olhos na tela e
expressão neutra. Por dentro, sinto um
pequena comichão de excitação, umminúscula falha nas batidas do mecoração.
Esse é o tipo de classificação que nsurreição me mandou procurar.
Os trabalhadores ao meu redor não dã
ndicações de que a classificaçãsignifique alguma coisa para eles. Maenho certeza de que há outros na sal
olhando para essas palavras e s
perguntando: finalmente chegou a hora? Espere pelos dados de verdade
embro a mim mesma. Não estou s
procurando uma classificação; també
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estou procurando um conjunto específicde informações, que devncompatibilizar.
Em emparelhamento exponencial, cadelemento é classificado designando-suma importância para cada uma de sua
propriedades, e em seguida combinandcom outro elemento cujas classificaçõede propriedades se encaixem de form
deal. É uma classificação intrincadacomplicada e tediosa, do tipo que exigcada pedacinho do seu foco e atenção.
A tela pisca e em seguida os dado
aparecem.É isso.A classificação certa. O conjunto certo
de dados.
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É esse o começo da Insurreição?Por um breve momento, hesito. Esto
confiante de que a Insurreição podcolocar um bug no algoritmo dverificação de erro? E se eles nãpuderem? Todos os meus erros serão
percebidos. O alarme vai soar, e uOficial virá checar o que eu estofazendo.
Meus dedos não tremem quandempurro um elemento através da telabrigando com o impulso natural dcolocá-lo onde meu treinamento diz qu
ele deveria ir. Eu o guio lentamente para novo local e lentamente levanto meu dedoprendendo a respiração.
Nenhum alarme soa.
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O bug da Insurreição funcionou.Acho que escuto um suspiro de alívio
uma pequena exalação em algum outrugar da sala. E então sinto alguma coisa
uma semente de choupo de memória, leve esvoaçando na brisa, flutuando.
Eu já fiz isso antes?Mas não há tempo de seguir o fiapo d
memória. Tenho que classificar.
É quase mais difícil classificancorretamente a essa altura; passemuitos meses e anos da minha videntando fazer as coisas corretamente. Iss
parece contraditório, mas é o que nsurreição quer.
Na maior parte do tempo, os dado
vêm rápida e implacavelmente. Ma
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existe uma pequena demora enquantesperamos que mais dados carreguemsso significa que alguns deles vêm d
fora.O fato de estarmos classificando e
empo real parece indicar que há pressa
Será que a Insurreição está acontecendagora?
Ky e eu estaremos juntos para isso?
Por um momento imagino a sombra danaves sobrevoando o branco da cúpula dPrefeitura, e sinto o ar frio através domeus cabelos quando me apresso par
encontrá-lo. Em seguida a morna pressãdos seus lábios nos meus, e dessa vez nãadeus, mas um novo começo.
***
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— Estamos Combinando — diz alguémem volume alto.
Ele quebra minha concentraçãoLevanto os olhos da tela, piscando.
Há quanto tempo estamoclassificando? Estive trabalhando dur
entando fazer o que a Insurreição pediuEm algum momento, me perdi nos dadosna tarefa à mão.
Pelo canto do olho, vejo um relance dverde — Oficiais do Exércituniformizados, movendo-se na direção dhomem que falou.
Vi os Oficiais quando eles entraraaqui pela primeira vez, mas há quantempo eles estão aqui?
— Para o Banquete — continua
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homem. Ele ri. — Alguma coisaconteceu. Nós estamos CombinandPares para o Banquete. A Sociedade não
pode mais se manter.Fico com a cabeça abaixada e continu
a classificar, mas no momento em que ele
passam por mim, arrastando-o, eu olhpara cima. Sua boca está amordaçada suas palavras são ininteligíveis, e acim
do pano seus olhos encontram os meus poum breve momento, à medida que o levaembora.
Minhas mãos tremem sobre a tela. El
está certo? Nós estamos Combinando pessoas?Hoje é dia 15. O Banquete é essa noite
O Oficial lá do Bairro me disse qu
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eles Combinam uma semana antes dBanquete. Aquilo mudou? O que teracontecido para deixar a Sociedade em ta
pressa? Dados selecionados tão próximoao Banquete estariam sujeitos a erroporque eles não teriam muito tempo d
verificar sua exatidão.E, além disso, o Departamento d
Pares possui seus próprio
selecionadores. Os Pares são dmportância fundamental para Sociedade. Deveria haver pessoas maiqualificadas do que nós para fazer isso.
Talvez a Sociedade não tenha maiempo. Talvez eles não tenham pessoa
suficiente. Alguma coisa está acontecendo
á fora. É quase como se eles tivesse
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feito a Combinação antes, e agorivessem que fazer tudo de novo em cim
da hora.
Talvez os dados tenham mudado.Se estivermos Combinando, então o
dados representam pessoas: cor do
olhos, do cabelo, temperamento, atividadde lazer favorita. O que teria mudadsobre tantas pessoas tão rapidamente?
Talvez elas não tenham mudadoTalvez elas tenham partido.O que teria provocado o sumiço do
dados da Sociedade? Eles terão tempo d
fazer os microcartões ou as caixaprateadas vão ficar vazias essa noite?
Alguns dados aparecem e então sã
retirados quase antes que eu consiga ve
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udo.Como o rosto de Ky no microcartão
naquele dia.
Por que tentar fazer o Banquete desseito? Quando a margem de erro é tão
elevada?
Porque o Banquete é a celebração maimportante na Sociedade. Os Pares são
que torna as outras cerimônias possíveis
é o coroamento da Sociedade. Se elepararem de fazê-lo, mesmo que só por umês, as pessoas saberão que há algumcoisa muito, muito errada.
Motivo pelo qual, percebo, nsurreição implantou o bug, de modo qu
alguns de nós pudessem combinar d
forma incorreta sem ser pegos. Estamo
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provocando estragos futuros com uconjunto de dados já comprometidos.
— Levantem-se, por favor — ordena
Oficial. — Retirem seu recipiente dcomprimidos.
Eu faço isso, assim como os outros
rostos aparecem detrás das divisóriasolhos aturdidos, expressões preocupadas.
Vocês são imunes? , quero perguntar
eles. Vão se lembrar disso?Eu vou? — Retirem o comprimido vermelho —
ndica o Oficial. — Por favor, espere
um Oficial estar perto de vocês parobservá-los tomar o comprimido. Não hnada com o que se preocupar.
Os Oficiais se movem pela sala. Ele
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estão preparados. Quando alguém engolo comprimido vermelho, os Oficiaireabastecem imediatamente o
recipientes.Eles sabiam que teriam de usar esse
em algum momento essa noite.
Mãos à boca, memórias ao nadavermelho para dentro.
A pequena semente de memória flutu
de novo. Tenho uma sensação incômodde que tem algo a ver com a classificaçãoSe eu apenas pudesse me lembrar...
Lembre-se. Ouço passos no chão
Estão se aproximando de mim. Não teriousado fazer isso antes, mas negociar coos Arquivistas me ensinou a ser furtiva
er destreza. Desatarraxo a tampa
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deslizo o papel — lembre-se — pardentro da manga.
— Por favor, tome o comprimido —
comanda o Oficial. Não é como a última vez, lá no Bairro
O Oficial à minha frente não vai olha
para o lado, e não há grama debaixo domeus pés para esmagar o comprimido.
Não quero tomar o comprimido. Nã
quero perder minhas memórias.Mas talvez eu seja imune acomprimido vermelho, como Ky, Xandee Indie. Devo me lembrar de tudo.
E aconteça o que acontecer, eu vou membrar de Ky. É muito tarde para tirá-lo
de mim.
— Agora — insiste o Oficial.
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Coloco o comprimido na boca.Tem gosto de sal. Uma gota de suo
descendo, ou uma lágrima, ou talvez ugole do mar.
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CAPÍTULO 3
Ky
O Piloto vive nas Fronteiras, aqui eCamas.
O Piloto não vive em lugar algum. El
ou ela está sempre em movimento.O Piloto está morto.O Piloto não pode ser morto.
Esses são os rumores que as pessoasussurram no acampamento. Não sabemoquem o Piloto é, ou mesmo se é homem omulher, jovem ou velho.
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Nossos comandantes nos dizem que Piloto precisa de nós, e não vai conseguisozinho. Somos nós que o Piloto vai usapara derrubar a Sociedade — e vai seogo.
Mas é claro que os aprendizes nã
conseguem evitar falar do Piloto em todchance que têm. Alguns especulam que oPiloto-chefe, aquele que supervision
nosso treinamento, é o Piloto — o líder dnsurreição.A maioria dos aprendizes quer tanto
agradar o Piloto-chefe que você pod
sentir isso no ar. Eu não ligo. Não estouna Insurreição por causa do Piloto. Estoaqui pela Cassia.
Quando vim a esse acampamento pel
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primeira vez, fiquei preocupado de que nsurreição pudesse nos usar como iscas
do jeito que a Sociedade fez, mas
rebelião investiu muito em nossreinamento. Não acho que eles noreinaram para morrer, mas também não
estou certo para que tipo de vida eles noreinaram. Se a Insurreição funcionar, o
que acontecerá em seguida? Essa é a part
da qual eles não costumam falar. Eledizem que todo mundo vai ter maiiberdade e que não haverá mai
Aberrações ou Anomalias. Mas isso
udo o que eles vão dizer.A Sociedade está certa sobre a
Aberrações. Nós somos perigosos. Eu so
o tipo de pessoa que um bom cidadã
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magina que o atacará por trás à noite —uma sombra negra, com olhos vazios. Maé claro que a Sociedade pensa que eu j
morri nas Províncias Exteriores, outrAberração fora do caminho.
Homem morto voando.
— Me dê um par de curvas acentuada— diz meu comandante através do altofalante do painel. — Quero uma curva
esquerda na direção sul e uma curva direita de volta à direção norte, 180 grauem cada.
— Sim, senhor — digo.
Eles estão testando minha coordenaçãe meu controle da nave. Uma curvcoordenada, com 60 graus de inclinação
exerce o dobro da força da gravidade n
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aeronave e em mim. Não posso fazequaisquer correções ou alteraçõeabruptas, ou a nave pode travar ou s
desmembrar.À medida que realizo as curvas, sint
minha cabeça, meus braços e o corp
nteiro afundando no banco embaixo dmim, e tenho que me esforçar para mmanter ereto. Quando acabo, meu coraçã
martela e meu corpo parecsurpreendentemente leve com a elevaçãda pressão extra.
— Excelente — elogia me
comandante.Eles dizem que o Piloto-chefe no
observa. Alguns dos alunos acham qu
estão voando com o Piloto-chefe — qu
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ele se disfarçou como treinador. Nãoacredito nisso. Mas é verdade que elpoderia estar observando.
Finjo que ela também está observandoViro a aeronave no céu. Na hora qu
subi, estava chovendo; mas agora tud
aquilo está abaixo de mim.Ela está longe agora. Mas sempre tiv
esperança que, através de algum tipo d
ruque de distância e desejo, ela pudessolhar para cima, pudesse ver algo escurcontra o céu, e soubesse que sou eu peleito que piloto. Coisas estranha
aconteceram.E logo vou terminar meu voo de treino
e eles vão me enviar para minh
designação real, à noite. Quando ele
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entregaram as designações, semanpassada, não pude acreditar na minhsorte. Central. Finalmente. Mais tard
nessa noite ela realmente vai poder mver voar, se olhar para cima na hora certa
Inclino de novo e começo a subir. Nó
só voamos sozinhos assim quandestamos em corrida de treinamento
ormalmente, a Insurreição nos coloc
rabalhando em grupos de três: um pilotoum copiloto e um mensageiro, que vai ncompartimento de carga e cuida damensagens — as incursões na Sociedade
que a Insurreição conduz o maifurtivamente possível. Eu gosto maiquando eles deixam os pilotos e copiloto
ajudarem os mensageiros, e nós no
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esgueiramos pelas ruas de uma Cidade euma missão para a Insurreição.
Essa noite estou designado para fica
com a nave, mas vou dar um jeito dcontornar isso. Não vou ficar tão perto dCassia e permanecer a bordo o temp
odo em que estivermos na Central. Vouarranjar alguma desculpa para sair correr para o lago. Talvez eu não volte
mesmo que de alguma forma eu realmentme encaixe melhor na Insurreição do quá me encaixei em qualquer outro lugar.
Eu tive a criação ideal para trabalha
com a rebelião. Gastei anoaperfeiçoando a arte de passadespercebido na Sociedade, e tive um pa
que não aceitava as coisas como ela
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eram. Eu o entendo melhor aqui em cimaonde ele nunca esteve, do que jamaientendi no solo. Às vezes uma frase d
poema de Thomas me vem à mente:
E a você, meu pai, aí nessa triste
altura, agora Imploro que me amaldiçoe e meabençoe com suas lágrimas ferozes.
Se eu pudesse fazer o que realmentqueria, reuniria todo mundo que gosto voaria com eles para longe. Desceri
rapidamente primeiro na Central, poCassia, e então pegaria todos os outrosonde quer que eles estivessemEncontraria meus tios, Patrick e Aida
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Encontraria os pais de Cassia e seu irmãoBram, e Xander e Em e todos os outros dBairro onde crescemos. Eu encontrari
Eli. Então eu subiria de volta. Nunca seria possível voar com tant
gente nessa nave. É muito pequena.
Mas, se eu pudesse, nos levaria paralgum lugar seguro. Ainda não sei ondemas eu saberia quando visse. Pode se
uma ilha em algum lugar lá fora na águaonde Indie uma vez acreditou que spudesse encontrar a Insurreição.
Não acho que a própria Escultur
ainda seja segura — mas acredito que lfora, no antigo território Inimigo, devhaver algum outro lugar secreto para ond
possamos fugir. Se você for a um museu
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agora, vai ver que a Sociedade mudou aProvíncias Exteriores — as fez menoreno mapa. Se a Insurreição falhar e
derrubar a Sociedade, talvez até próxima geração as Províncias Exterioresimplesmente não apareçam nos mapas
sso me faz imaginar o que há lá fora dqual nada sei a respeito, e como Sociedade pode ter alterado os mapas a
ongo dos anos. Deve haver um mundalém do território Inimigo. Quanto delfoi apagado e levado embora?
Não me importaria com quão pequen
o mundo se tornou, desde que tivessCassia no centro do meu mundo. Eu muntei à Insurreição para que pudéssemo
ficar juntos. Mas eles a mandaram d
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volta à Central, e agora eu fico voandoporque é a melhor maneira que possmaginar de chegar a ela, contanto que
Sociedade não me derrube.Sempre há esse risco. Mas eu so
cuidadoso. Não me arrisc
desnecessariamente, como alguns dooutros que querem impressionar o Pilotochefe. Se eu morrer, não vou servir d
nada à Cassia. E eu quero encontraPatrick e Aida. Não quero que elepensem que perderam outro filho. Um suficiente.
Eles pensam em mim como se fossdeles, mas sempre me viram como eu era
ão como Matthew, o filho que morre
antes que eu fosse morar com eles.
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Não sei muito sobre Matthew. Nónunca nos conhecemos. Mas sei que seupais o amavam muito, e que seu paachava que ele seria um classificadoalgum dia. Sei que ele estava visitandPatrick no trabalho quando uma Anomali
os atacou.Patrick sobreviveu, Matthew não. El
era só um garoto. Não crescido
suficiente para ter um Par. Não tinhdade suficiente para já ter sua designaçãde trabalho final. E, certamente, não tinhdade suficiente para morrer.
Não sei o que acontece quandmorremos. Não me parece que haja muitmais além disso. Mas acho que poss
conceber que o que fazemos e somos pod
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durar além de nós. Talvez em um lugadiferente, ou outro plano.
Enfim. Talvez eu quisesse nos leva
para algum lugar mais elevadonteiramente acima do mundo. Quant
mais alto você sobe, mais frio fica
Poderia ser isso, se eu voasse conoscalto o suficiente, todas as coisas quminha mãe pintou estariam em suspenso
congeladas. Homem morto respirando.Eu me lembro da última vez que v
Cassia, na margem de um rio. A chuva
inha virado neve e ela disse que mamava.
Homem morto vivendo.
Conduzo a nave de forma rápida
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suave. O chão se eleva para me encontrare o céu se encolhe passando de tudo o quposso ver para uma linha no horizonte
Está quase completamente escuro. Não estou morto de jeito nenhum
unca estive mais vivo.
O acampamento parece agitado essa noite — Ky — diz alguém quando passa po
mim.Aceno de volta, mas meus olhos estãnas montanhas. Não cometi o erro de ficamuito acostumado com as pessoas daquAprendi minha lição, de novo. Ambos oamigos que eu tinha no acampamento dscas se foram. Vick está morto e Eli est
em algum lugar naquelas montanhas. Nã
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sei o que aconteceu com ele.Só há uma pessoa aqui que eu chamari
de amiga, e eu a conhecia da Escultura.
Eu a vejo quando empurro a porta paro refeitório. Como sempre, mesmo que elesteja próxima a alguns dos outros, há u
pequeno círculo de isolamento em torndela, e as pessoas a olham coadmiração, expressões perplexas. Ela
considerada, por muitos, um dos melhorepilotos do nosso acampamento. Mas aindhá um espaço entre ela e todos os demais
unca fui capaz de dizer se ela perceb
ou se importa. — Indie — chamo, andando em su
direção.
Sempre fico aliviado em vê-la viva
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Embora ela seja um piloto de missõecomo eu, não um piloto de combatesempre acho que pode não voltar. A
Sociedade ainda está lá fora. E Indie é tãmprevisível quanto sempre foi.
— Ky — responde ela se
preâmbulos. — Estávamos aquconversando. Como você acha que Piloto vai aparecer? — Sua voz ressoa
as pessoas se viram para nos olhar. — Ecostumava acreditar que ele viria pelágua — continua Indie. — É o que minhmãe sempre me dizia. Mas não acho mai
sso. Tem que ser pelo céu. O que vocacha? A água não tá em todo lugar, o céuestá.
— Não sei — respondo.
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Estar com Indie é sempre desse jeit— uma mistura de diversão, admiração exasperação. Os poucos aprendizes evolta dela murmuram desculpas atravessam a sala, nos deixando sozinhos
— Você tem uma missão hoje à noite?
— questiono. — Essa noite, não — nega ela. —
Você também está de folga? Quer andar
até o rio? — Estou de serviço — falo. — Vai para onde? Não devemos contar uns aos outro
onde são nossas designações, mas maproximo mais de Indie, tão perto quposso ver pintas azul-escuras nas íri
claras dos olhos.
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— Central — conto.Esperei até agora para quebrar a
regras e contar, porque não queria que elentasse me fazer desistir de ir. Ela sab
que uma vez que esteja na Central, existuma chance de que eu ache um jeito d
ficar.Indie nem pisca. — Você está esperando há muito
empo por uma missão lá — constata. Elempurra a cadeira para longe da mesa e sevanta para ir embora. — Assegure-se d
voltar — avisa.
Não prometo nada a ela. Nunca fucapaz de mentir para Indie.
Eu mal começo a comer quando soa
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sirene. Não uma simulação. Não essa noite
sso não pode acontecer.Levanto com o resto dos aprendizes
me dirijo para fora. Figuras, rápidas escuras como eu, correm para as naves
Pelo jeito, é uma simulação completa. Apistas de decolagem e os campos estãotados de naves e aprendizes, todo
seguindo o procedimento para se preparapara o momento em que todos teremouma só missão de assumir o controle dSociedade. Eu ligo meu minitermina
eporte-se à Pista 13, diz a mensagemGrupo 3. Nave C-5. Copiloto.
Não acho que já tenha pilotado ess
nave antes, embora isso realmente nã
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mporte. Devo ter pilotado algo do tipoMas por que eu sou o copiloto
ormalmente sou o piloto, não import
com quem eu voe. — Para suas naves! — gritam o
comandantes.
As sirenes continuam estridentes.Quando me aproximo da nave, vej
que as luzes já estão ligadas e alguém est
se movendo dentro da cabine do piloto. Opiloto já deve estar a bordo.Subo as escadas e abro a porta.Indie se vira para me olhar e seu
olhos se arregalam de surpresa. — O que você está fazendo? —
pergunta ela.
— Sou o copiloto — respondo. —
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Você é o piloto? — Sou. — Você sabia que eles iam no
colocar juntos? — Não — diz Indie.Ela se vira de volta ao painel par
igar os motores da nave, um som familiae irritante ao mesmo tempo. Em seguidaolha para mim de relance sobre o ombro
sua longa trança girando ao redor. Elparece zangada. — Por que desperdiçar os dois n
mesma nave? Ambos somos bons.
A voz do comandante do grupo vem doalto-falante na cabine.
— Começar verificações finais d
preparação para partida.
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Praguejo baixinho. É uma simulaçãcompleta. Nós realmente vamos decolarPosso sentir minha viagem para a Centraescapando para longe.
A não ser que nos mandem para lá nsimulação. Ainda há uma chance.
Indie se inclina na direção dos altofalantes da cabine.
— Estamos sem nosso mensageiro —
alerta ela.A porta se abre e outra figura em trajnegro entra. Por um momento, nãpodemos ver quem é e eu penso: talve
seja Vick ou Eli . Por que não? Estou edupla com Indie, o que parece quase tãmprovável.
Mas Vick está morto e Eli est
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desaparecido. — Você é o mensageiro? — indaga
ndie.
— Sou — responde ele.Parece ter a nossa idade, talvez um an
ou dois a mais. Acho que não o vi antes
mas recebemos gente nova todo o tempono acampamento. Avisto algumas ranhuraem suas botas à medida que ele passa pel
escotilha. — Você estava nos vilarejos das isca— digo.
Existe um grande número de nós aqu
que foram iscas, uma vez ou outra.Sua voz está neutra. — Sim — confirma ele. — Meu nom
é Caleb.
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— Acho que não te conheci lá — falo. — Não conheceu — nega ele
desaparece no compartimento de carga.Indie levanta as sobrancelhas par
mim. — Talvez eles tenham colocado el
com a gente para equilibrar as coisas —roniza ela. — Dois espertos e um idiota.
— Temos carga para essa simulação
— questiono. — Suprimentos médicos — diz Indie. — Que tipo? — continuo. — É real? — Não sei — responde ela. — A
caixas estão todas lacradas.
Momentos depois de Indie nos levar par
o céu, o computador na cabine começa
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cuspir o código de voo.Puxo e começo a ler. — O que diz aí? — pergunta ela. — Cidade de Grandia — respondo. Não é a Central.Mas Grandia fica na mesma direçã
geral. Talvez pudéssemos passar por lá continuar até a Central.
Não digo nada a Indie. Ainda não.
Deixamos para trás os espaços escuropróximos às montanhas onde nossoacampamentos estão localizados planamos sobre os Bairros na periferia d
Cidade de Camas. Depois passamos sobra própria cidade. Ali está o rio que atravessa, e os prédios mais altos como
Prefeitura.
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Um círculo de voltas brancas em torndeles.
— Há quanto tempo aquilo está ali? —
ndago. Não voo diretamente sobre a cidade h
quase uma semana.
— Não sei — responde Indie. — Sabdizer o que é?
— Parece um muro — falo. — E
volta da Prefeitura e outros prédios.Minha inquietação se intensificaMantenho os olhos no painel de controleresistindo ao impulso de olhar para cima
para Indie. Por que existe um muro eorno do centro da Cidade de Camas? E
nós nunca fomos colocados para voar e
dupla antes. Por que agora?
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Será que foi assim que Cassia Xander se sentiram quando descobriraque eram um Par? Isso não pode estacerto. Todas as chances estão contrasso. Então como isso está acontecendo?
Os pensamentos de Indie devem esta
seguindo o mesmo caminho que os meus. — A Insurreição nos colocou juntos —
diz ela.
E então, à medida que a Cidade dCamas desaparece debaixo de nós, ela snclina mais para perto e sussurra.
— Isso não é uma simulação — fal
ela. — É o começo.Acho que ela está certa.
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CAPÍTULO 4
Xander
O médico termina de examinar garotinho e se levanta.
— Seu filho está estável — inform
aos pais. — Nós já vimos essa doençantes. As pessoas se tornam letárgicas são levadas a um estado d
adormecimento.Ele gesticula para os outros médicosque se adiantam com uma maca para criança.
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— Vamos levá-lo ao centro médicomediatamente, onde lhe daremos
melhor atendimento possível.A mãe concorda, o rosto pálido. O pa
se levanta para ajudar com a maca, mas omédicos se movem em volta dele.
— Vocês vão precisar vir conosco —o médico avisa aos pais. Ele gesticulpara nós Oficiais também. — Todos você
vão precisar ficar em quarentena, poprecaução.Olho de esguelha para a Oficial Le
Ela está olhando para fora da janel
agora, na direção das montanhas. Percebque as pessoas desta Província fazesso. Estão sempre olhando para a
montanhas. Talvez elas saibam de algo
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que não sei. Será que é onde o Pilotestá?
Queria poder dizer aos pais d
garotinho que tudo vai ficar bem. O medem seus rostos me diz que eles não sãparte da Insurreição. Não sabem qu
existe um Piloto ou uma cura.Mas existe. Tenho certeza disso. A
nsurreição tem tudo planejado:
A Praga tem feito incursões pelarovíncias há meses. A Sociedadconseguiu conter a doença, mas um divai se quebrar — e não vai ser mai
capaz de se manter com a propagação dadoença. Nesse ponto, os cidadãos vãsaber o que até então só suspeitavam: h
uma doença que a Sociedade não pod
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curar.Quando a Praga se espalhar, esse
será o nosso começo.
Sou parte da segunda fase dnsurreição, o que significa que dev
esperar ouvir a voz do Piloto antes d
entrar em ação. Quando o Piloto falardevo me reportar ao principal centrmédico o mais rápido possível. Não se
como o Piloto soa, mas meu contatdentro da Insurreição me garantiu que evou reconhecer a voz dele quando chegaa hora.
Isso vai ser ainda mais fácil do que epensava. A Sociedade está a ponto de mebotar em quarentena. Estarei pronto
esperando quando o Piloto finalment
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falar.O médico nos entrega máscaras e luva
antes de subirmos no carro aéreo. Eu pux
a máscara sobre o rosto, mesmo sabendque nenhuma dessas precauções necessária para mim. Não posso pegar
Praga.Essa é outra coisa que os comprimido
da Insurreição fazem. Não só o torna
mune ao comprimido vermelho, maambém o tornam imune à Praga.O bebê geme quando colocam su
máscara, e olho preocupado em su
direção. Talvez ele fique doente, já quprovavelmente foi exposto à doença anteque pudéssemos dar a ele o comprimido.
Mas se ele ficar doente, lembro,
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nsurreição tem uma cura.
Existe um rio que serpenteia pelo meio dCidade de Camas. Durante o dia, a água azul. Essa noite parece uma larga runegra. Por alguns momentos nós pairamo
sobre a superfície escura da água, ncaminho para o centro da Cidade.
Os prédios principais da Cidade
ncluindo o maior centro médico eCamas, estão todos circulados por umuro branco alto.
— Quando aquilo foi construído? —pergunta o pai, mas os médicos nãrespondem.
O muro é novo. A Sociedade o
construiu para manter a Praga contida. É
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um dos muitos muros que a Insurreiçãvai ter que pôr abaixo.
— Não me diga que vocês não sabe
— insiste o pai —, Oficiais sabem dudo.
Sua voz soa dura e zangada agora,
ele olha primeiro para o Oficial Brewerdepois para a Oficial Lei e então parmim. Sustento seu olhar.
— Nós dissemos pra você tudo o que gente podia — alerta o Oficial Brewer— Sua família está sofrendo estresssuficiente. Eu preferiria não acrescenta
uma citação às suas dificuldades. — Me desculpe — fala a Oficial Le
para o pai.
Escuto uma empatia quase perfeita e
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sua voz. Espero que o Piloto seja assim.O pai se vira e olha para fora de novo
seus ombros rígidos. Ele não diz mai
nada. Mal posso esperar para tirar essuniforme. Ele promete mais do qupodemos cumprir e representa algo e
que já não acredito há algum tempo. Até orosto de Cassia mudou ao me ver vestindsso pela primeira vez.
— O que você acha? — perguntei a ela.Fiquei parado em frente ao termina
evantei os braços para os lados e dei umvolta, sorrindo, agindo do jeito que Sociedade esperaria de mim, porqusabia que eles estavam assistindo.
— Achei que eu fosse estar lá quando
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acontecesse — disse ela, de olhoarregalados.
Eu podia constatar, pelo so
estrangulado de sua voz, que ela estavescondendo alguma coisa. SurpresaRaiva? Tristeza?
— Eu sei — apaziguei —, elemudaram a cerimônia. Também nãorouxeram meus pais.
— Oh, Xander — falou Cassia. —Sinto muito. — Não sinta — digo, provocando-a
— Vamos estar juntos quando assinarmo
nosso Contrato.Ela não negou: não com a Sociedad
assistindo. Então lá estávamos nós. Tudo
o que eu queria era alcançá-la e er
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mpossível, já que ela estava na Central eu estava em Camas e nós estávamos nofalando através dos terminais em nosso
apartamentos. — Seu turno deve ter acabado há hora
— lembrou ela. — Isso significa que voc
ficou de uniforme o dia todo para sexibir?
Ela estava me provocando de volta
eu relaxei. — Não — expliquei —, as regramudaram. Temos que usar nossouniformes o tempo todo agora, não só n
rabalho. — Mesmo dormindo? — perguntou.Eu ri.
— Não — respondi —, aí não.
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Ela concordou e corou um poucoFiquei me perguntando no que Cassiestava pensando. Queria que estivéssemountos, face a face no mesmo cômodo
Pessoalmente é muito mais fácil mostrar alguém o que você de fato está sentindo.
Todas as perguntas que eu tinha parela encheram minha cabeça.
Você está mesmo bem? O qu
aconteceu nas Províncias Exteriores?Os comprimidos azuis ajudaramvocê? Você leu minhas mensagens? Vocêdescobriu meu segredo? Você sabe
agora que sou parte da Insurreição? Kye disse? Você também é parte dansurreição agora?
Você amava Ky quando foi para os
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cânions. Foi a mesma coisa quando vocsaiu de lá?
Eu não odeio Ky. Eu o respeito. Ma
sso não significa que ache que ele devficar com Cassia. Acho que ela deve ficacom quem quer que ela queira, e aind
acredito que possa ser eu no final. — É legal, não é? — pergunta ela, se
rosto sério e comprometido. — Ser part
de alguma coisa maior do que vocmesmo. — É — respondo, e nossos olhos s
encontram. Mesmo com toda a distânci
entre nós, eu soube. Cassia não estavfalando da Sociedade. Ela estava falandda Insurreição. Ambos estamos n
nsurreição. Eu queria gritar e cantar
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udo ao mesmo tempo, mas não podifazer nada disso. — Você está certa —afirmo —, é mesmo.
— Gosto da insígnia vermelha — elmuda de assunto. — Sua cor favorita.
Eu sorri. Ela leu os recadinhos qu
coloquei nos comprimidos azuis. Ela nãinha me esquecido, enquanto estava co
Ky.
— Estava querendo te contar —continuou ela —, sei que sempre te dissque minha cor favorita era verde. É o qudiz no meu microcartão, mas eu mudei.
— Então qual é agora? — indago. — Azul — responde ela. — Como
seus olhos. — Ela se inclina um pouc
para a frente. — Tem alguma cois
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nteressante sobre o azul.Queria pensar que ela estava m
elogiando, mas não era isso. Cassi
queria me dizer algo mais. Eu sabia quhavia significado por trás do que elestava dizendo: mas o quê? Por que
adição da palavra sobre? Por que nãdizer “Tem alguma coisa interessante noazul”?
Acho que ela quer dizer ocomprimidos azuis que eu dei a ela lá nBairro. Ela estava tentando me dizer queles a tinham salvado, como sempr
acreditamos que fariam? Todos nósabíamos que os comprimidos eram parnos manter vivos no caso de um desastre
Eu quis que Cassia tivesse tantos quant
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possível quando ela partiu, só poprecaução.
Quando dei a Cassia os comprimidos
não contei a ela a verdade sobre como oconsegui. Tentei dar a explicação que lhcausasse a menor preocupação. O que e
inha feito para pegar os papéis comprimidos para ela, tinha valido pena. Eu fico me dizendo isso, e na maio
parte do tempo acredito.
ão vejo sinais de rebelião conformchegamos dentro da barricada branca. ASociedade parece estar em pleno controlda situação. Uma enorme tenda brancmarca a área de triagem, e eles colocara
uzes temporárias por todo o terren
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dentro dos muros. Oficiais usandequipamento protetor observam tudoOutros carros aéreos, cheios de médicos
pacientes, aterrissam perto de nós. Não estou preocupado, sei que
nsurreição está chegando. E, sem sabe
disso, a Sociedade me colocou quasexatamente onde preciso estar. Queria quCassia e eu pudéssemos estar juntos par
ver tudo acontecer, e para ouvir o Pilotopela primeira vez. Imagino o que elpensa disso tudo. Ela está na Insurreiçãoambém deve ser imune à Praga.
— Infectados à direita — um Oficiaem um traje de materiais perigosos avisaos nossos médicos. — Quarentena
esquerda.
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Dou uma espiada para a esquerda, fim de ver para onde ele aponta. APrefeitura da Cidade de Camas.
— Eles devem ter ficado sem espaçno centro médico — sussurra a OficiaLei.
Esse é um bom sinal, um sinal muitbom. A Praga está se movendorapidamente. É só uma questão de temp
antes de a Insurreição precisar intercederAté agora, a maior parte dos Oficiais dSociedade parece aflita enquantdireciona o tráfego de pessoas.
Nós subimos os degraus e entramos nPrefeitura. Por um segundo, imagino quCassia vai entrar em seguida e vamo
estar a caminho do Banquete.
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A Oficial Lei abre as portas. — Continuem andando — diz algué
á dentro, mas eu entendo por que apessoas podem estar parando no caminhoA Prefeitura mudou.
Dentro da enorme área aberta sob
cúpula estão fileiras e mais fileiras dpequenos cubículos claros. Sei o que elesão: centros de contenção temporária, qu
podem ser construídos em qualquer lugarem caso de uma epidemia ou pandemiaAprendi sobre eles no meu treinamentomas nunca os tinha visto pessoalmente.
Os cubículos podem ser separados ocolocados juntos em diferenteconfigurações, como as peças de u
quebra-cabeça. Eles possuem seu própri
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sistema de esgoto e encanamento dentrdos pisos, e os sistemas podem seacoplados aos de um edifício maior. Cad
cubículo possui um pequeno catre, umfenda para entrega de comida e umpequena divisória, na parte posterior
grande o suficiente para a latrina. Acaracterística mais distinta nos cubículosalém de seu tamanho, são as paredes. Ela
são, em sua maioria, transparentes.Transparência ao cuidar , é como Sociedade chama. Todo mundo pode veo que está acontecendo com todos o
outros, e os Oficiais Médicos podeobservar seus pacientes o tempo todo.
O rumor é que a Sociedad
aperfeiçoou esse sistema no tempo em qu
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os Oficiais estavam em campoprocurando por Anomalias. Às vezes, Sociedade tinha que montar centros par
conter todas as Anomalias quencontravam, a fim de avaliá-las, e foquando eles desenvolveram os cubículos
Quando os Oficiais do DepartamentSanitário acabaram de rastrear a maioridaqueles que eles determinara
perigosos, entregaram os cubículos nCentro Médico, para uso. A históriaoficial da Sociedade é que eles semprexistiram, apenas para quarentena
descontaminação médica.Antes de me unir à Insurreição, nã
inha ouvido sobre a forma como
Sociedade sistematicamente selecionav
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as Anomalias dentre a população geral —mas eu acredito. Por que não acreditariaEles fizeram algo parecido com isso d
novo, anos depois, com Ky e outraAberrações.
Faço um cálculo rápido, enquanto olh
para os cubículos. Mais da metade deleestá preenchida. Não vai demorar muitpara estarem com a capacidade máxima.
— Você vai ficar aqui — indica umOficial, apontando para o Oficial BrewerEle acena para nós e entra no cubículo
sentando obedientemente no catre.
Eles passam por uns poucos cubículovazios antes de parar de novo. Acho qunão querem colocar as pessoas pert
daquelas que elas conhecem, o que fa
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sentido. Já é perturbador o suficientassistir a um desconhecido sucumbir doença, mesmo quando você sabe qu
odos eles vão melhorar. — Aqui — o Oficial avisa à Oficia
Lei, e ela entra no cubículo.
Sorrio para ela quando a porta deslize se fecha, e ela sorri de volta. Ela sabeEla tem que ser parte da Insurreição.
Mais alguns cubículos à frente, e é minha vez. De dentro, os cubículoparecem ainda menores do que parecede fora. Quando estico os braços, consig
ocar ambas as paredes ao mesmo tempoUma melodia suave sai das paredes. Eleestão tocando as Cem Canções, par
evitar que fiquemos malucos de tédio.
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Sou um dos sortudos. Sei que o Pilotvai nos salvar e sei também que não vopegar a Praga. E quando você é sortudocomo minha família sempre foi, é suresponsabilidade fazer a coisa certaMeus pais me disseram isso.
— Nós estamos do lado certo dodados da Sociedade — teria dito meu pa—, mas poderia facilmente ter sido d
outra forma. As coisas não são justas. Énosso trabalho fazer o que pudermos parmudar isso.
Quando meus pais descobriram qu
meu irmão, Tannen, e eu éramos imuneao comprimido vermelho, se tornaramais protetores, pois perceberam que nó
ríamos nos lembrar de coisas que ne
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eles podiam lembrar. Mas também nodisseram que isso era uma coismportante, nossa imunidade. Significav
que nós saberíamos realmente o que tinhacontecido e que poderíamos usar essconhecimento para fazer a diferença.
Assim, quando a Insurreição mabordou, eu soube imediatamente ququeria ser parte dela.
Alguma coisa bate contra a parede, doutro lado do cubículo, e eu me viro. Éoutro paciente, um garoto que parece teuns 13 ou 14 anos. Ele perdeu
consciência e caiu contra a parede, secolocar as mãos na frente para amortecerEle bate com força no chão.
Em instantes os médicos estão na port
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e dentro do cubículo, de máscaras e luvasEles o levantam e o tiram do cubículo, em seguida da Prefeitura, e provavelment
o levam para o centro médico. Algum tipode líquido desce como uma camada pelaparedes, e um vapor químico fervilh
vindo do chão. Eles estão higienizando cubículo para deixá-lo pronto para outrpessoa.
Pobre garoto. Queria ter podido ajudáo.Eu estico os braços de novo
pressiono-os contra as paredes
empurrando, para sentir os músculos sestendendo por eles. Não devo me sentimpotente por muito mais tempo.
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CAPÍTULO 5
Cassia
Uma garota senta junto a mim no treaéreo, usando um lindo vestido longoMas ela não parece feliz. A confusão
expressa em seu rosto reflete a formcomo me sinto. Sei que estou voltando drabalho, mas por que tão tarde? Minh
mente está nublada e muito cansada. Estonervosa, inquieta. Alguma coisa parecgual ao Bairro, na manhã em que levara
Ky embora. Há algo cortante no ar, u
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eco de um grito ao vento. — Vai conhecer seu Par essa noite? —
pergunto, e no momento que as palavra
saem da minha boca eu penso: quergunta estúpida. Claro que ela vaão há nenhuma outra ocasião, além d
Banquete, em que alguém usaria uvestido desses. O traje dela é amarelo, dmesma cor da roupa que minha amiga E
vestiu para seu banquete, lá em casa.A garota olha para mim, a expressãoncerta, e então olha para baixo, para a
mãos, a fim de ver se a resposta está lá
Está na forma de uma pequena caixprateada.
— Vou — responde ela, os olhos se
luminando. — Claro.
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— Você não poderia ter ido aoBanquete na Prefeitura — digo a ela, membrando de outra coisa. — Porque el
foi reformada. — Isso mesmo — confirma ela, e se
pai se vira para me olhar com um
expressão de preocupação no rosto. — Então, onde vai ser? — insisto.Ela não responde. Abre e fecha a caix
prateada. — Tudo aconteceu muito rápido —explica ela. — Vou ter que olhar omicrocartão de novo quando chegar e
casa.Sorrio para ela. — Me lembro da sensação — admito
e é verdade.
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Lembre-se.Ah, não.Enfio a mão dentro da manga e sint
um pedacinho de papel ali, um que muito pequeno para ser um poema. Nãouso tirá-lo no trem aéreo, na frente d
antos olhos, mas acho que sei o quaconteceu.
Lá no Bairro, quando o resto da minh
família tomou o comprimido e eu nãoodos pareciam como pareço agoraConfusos, mas não totalmente perdidosEles sabiam quem eram e entendiam
maior parte do que estavam fazendo.O trem aéreo desliza suavemente par
uma parada. A garota e sua família saem
o último instante, levanto e me esgueir
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pelas portas. Essa não é minha estaçãomas não posso mais ficar sentada.
O ar na Central é úmido e frio. Aind
não está muito escuro, mas vejo umnesga de lua inclinada na água azul-escurdo céu noturno. Respirand
profundamente, ando até o final dodegraus de metal e me coloco de ladodeixando os outros passarem. Puxo
fragmento de papel da manga, escondendas mãos e os movimentos nas sombras sobas escadas o melhor que posso.
O papel diz lembre-se.
Tomei o comprimido vermelho. E elfuncionou.
Não sou imune.
Uma parte de mim, uma que te
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esperança e crença no que eu sou, sdissolve e desaparece.
— Não — murmuro.
Não pode ser verdade. Eu sou imuneTenho que ser.
Lá no fundo, acreditava na minh
munidade. Pensei que seria como Kycomo Xander e Indie. Afinal de contas, evenci os outros dois comprimidos
Sobrevivi ao comprimido azul nEscultura, mesmo que ele devesse mcongelar. E não tomei o verde nenhumvez.
A parte classificadora na minha mentme diz: você está errada. Você não émune. Agora você sabe.
Se eu não sou imune, então o que e
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esqueci? O que perdi para sempre?Minha boca tem gosto de lágrimas
Passo a língua sobre os dentes, tentand
sentir se restou algum traço dcomprimido. Acalme-se. Pense no que sembra.
Minha memória mais recente, antes drem aéreo, é de deixar o centro d
classificação. Mas por que eu estava l
ão tarde? Eu me viro e sinto alguma coissob minhas roupas comuns, algo além dopoemas . O vestido vermelho. Estousando ele. Por quê?
Porque Ky virá essa noite. Eu membro disso.
Coloco a mão sobre meu coraçã
acelerado e sinto o farfalhar do papel po
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baixo.E me lembro de que tenho poemas par
negociar e que os carrego junto à pele.
Sei quando esses poemas chegaram mim, quando cheguei aqui pela primeirvez. Eu me recordo perfeitamente.
Uns poucos dias depois da minha chegadà Central, caminhei ao longo da beirad
da barreira branca circulando a zonmóvel. Por um momento, fingi que estavde volta à Escultura, que a barreira eruma das paredes do cânion e que aanelas que se alinhavam nos edifício
residenciais até em cima eram as cavernanas Províncias Exteriores, fendas n
pedra do cânion onde as pessoas podia
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se esconder, viver e pintar.Mas, percebi enquanto andava, a
superfícies externas dos apartamento
são tão escorregadias e iguais que nemmesmo Indie poderia encontrar um apoinas paredes.
Os gramados das áreas verdes estavacobertos de neve. O ar parecia o de Orino inverno, denso e frio. A fonte, no meio
de uma das áreas verdes, tinha uma esferde mármore balançando em um pedestaUma fonte de Sísifo, pensei, e disse mim mesma: preciso ter partido quando
or primavera, quando a água correr dnovo.
Pensei em Eli. Essa é a cidade dele, d
onde ele veio. Será que ele se sente d
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eito que me sinto a respeito de Oriaá, apesar de tudo o que aconteceu
ainda é um lar. Eu me lembrei de ver El
r em direção às montanhas com Hunteros dois com esperanças de encontrar oagricultores que tinham evitado
Sociedade por tanto tempo.Fiquei imaginando se a barreira estav
de pé quando ele vivia aqui.
E senti quase tanta saudade dele quantsentia de Bram.Os galhos acima de mim estavam seco
e mortos, seus ramos, sem folhas e nus
Alcancei e quebrei um deles.Prestei atenção, procurando algum
coisa. Algum sinal de vida naquel
círculo silencioso. Mas realmente nã
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havia sons além daqueles que não podeser silenciados — como o vento naárvores.
Mas percebo que aquilo não me dizinada.
Na Sociedade, nós não gritamos alé
dos nossos próprios corpos, das paredede nossos próprios quartos. Quandberramos, é apenas no mundo dos nosso
sonhos, e nunca tive certeza de queouvia.Olhei para cima, para ter certeza d
que ninguém estava vendo, e então m
dobrei e escrevi um E na neve próxima parede , pelo nome de Eli.
Quando terminei, queria mais.
Esses galhos vão ser meus ossos
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pensei, e o papel será meu coração ele, os lugares que sentem tudo
Quebrei mais galhos em pedaços: um
íbia, um fêmur, ossos dos braços. Eleinham que estar em segmentos, assim s
moveriam quando eu me movesse. Eu o
escorreguei para dentro das pernas daminhas roupas comuns e até minhamangas.
Então me levantei para me mexer.É uma sensação estranha, pensei, comse meus ossos estivessem andando juntcomigo na parte de fora do meu corpo.
— Cassia Reys — chamou alguéatrás de mim.
Eu me virei, surpresa. Uma mulhe
olhava de volta para mim, suas feiçõe
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ndistintas. Ela vestia um casaco cinza decido padrão, como o meu, e seu cabelo olhos eram castanhos ou cinza; era difíci
dizer. Ela parecia estar com frio. Nãosaberia dizer por quanto tempo ela tinhficado me observando.
— Tenho algo que pertence a você —falou. — Foi enviado das ProvínciaExteriores.
Não respondi. Ky tinha me ensinadque algumas vezes o silêncio era melhor. — Não posso garantir sua seguranç
— continuou a mulher. — Só posso
garantir a autenticidade dos itens. Mas, svocê vier comigo, eu te levo até eles.
Ela levantou e começou a andar
Quando me ouviu indo, desacelerou e m
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deixou acompanhá-la. Andamos sem falapor ruas e edifícios, para além dos limitedo conjunto de luzes dos postes e e
seguida até uma cerca de arame farpadque envolvia um enorme campo gramadoentulhado de escombros. Coberturas d
plástico branco e fantasmagóricondulavam e suspiravam com a brisa qupassava.
Ela se abaixou por uma abertura ncerca e eu fiz o mesmo. — Fica perto — avisou ela. — Ess
campo é um antigo lugar de Restauração
Tem buracos por toda parte.Enquanto a seguia, percebi co
excitação aonde eu devia estar indo. Par
o verdadeiro esconderijo do
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Arquivistas, não o museu onde eles faziaos negócios superficiais. Eu estava indpara o lugar em que os Arquivista
deviam armazenar as coisas, aonde elemesmos iam para negociar papéispoemas, informações e sabe-se lá mais
quê. Enquanto eu contornava os buracono chão e ouvia o vento assobiar nacoberturas plásticas, sabia que devia te
medo, e em algum lugar lá no fundo einha. — Você vai ter que usar isso —
explicou a mulher, uma vez que estávamo
no meio do campo. Ela pegou um pedaçde tecido escuro. — Preciso amarrasobre os seus olhos.
Não posso garantir sua segurança.
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— Tudo bem — concordei e virei dcostas para ela.
Quando acabou de apertar o pano, elme segurou pelos ombros.
— Vou rodar você — avisou.Deixei escapar uma risadinha, nã
pude evitar. — Como um jogo da Primeira Escol
— falei, lembrando quando cobríamos o
olhos com as mãos e jogávamos jogonfantis nos gramados do Bairro, duranthoras de lazer.
— Um pouco como isso — assentiu el
e então me girou, e o mundo rodou evolta de mim, escuro, frio e sussurrante.
Pensei então na bússola de Ky, co
sua seta que sempre podia dizer ond
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estava o norte, sem importar com qufrequência você a virasse, e senti familiar dor aguda que sempre tinh
quando pensava na bússola, e como einha negociado seu presente.
— Você é muito confiante — afirmou
ela. Não respondi. Em Oria, Ky tinha m
dito que os Arquivistas não eram ne
melhores nem piores do que ninguémentão eu não estava certa se podia confianela, mas senti que tinha que assumir risco. A mulher segurou meu braço e
andei com ela, levantando meus pés dforma estranha, tentando não pisar enada. O chão estava frio e duro sob meu
pés, mas de vez em quando eu sentia u
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pouco da grama que restou, que npassado crescera por ali.
Ela parou e ouvi o barulho áspero del
puxando alguma coisa. Plástico, penseaquele revestimento branco cobrindo orestos das construções.
— É no subsolo — anunciou ela. —Vamos descer uns lances de escada, e avamos alcançar um longo corredor. V
bem devagar.Esperei, mas ela não se moveu. — Você primeiro — disse a mulher.Coloquei as mãos nas paredes, qu
eram estreitas e apertadas, e senti tijolovelhos cobertos de musgo. Arrastei o ppara a frente e desci o primeiro degrau.
— Como vou saber que cheguei a
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final? — perguntei, e as palavras e forma como as usei me fizeram pensar npoema da Escultura, aquele que eu amav
mais do que todos entre aqueles quencontrei na caverna da livraria doagricultores, aquele que sempre pareci
falar da minha jornada com Ky:
Não te alcancei
Mas meus pés escorregam mais pertoa cada diaTrês Rios e uma Colina a atravessar Um Deserto e um Mar
Nem levarei em consideração a jornadaQuando por fim Te avistar
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Quando alcancei o último degrau mepé escorregou, exatamente como npoema.
— Continue indo — incentivou elatrás de mim. — Use a parede para guiavocê.
Arrastei a mão direita pelos tijoloenquanto a sujeira caía por entre meudedos, e após um tempo senti as parede
se abrirem no espaço de um grandcômodo. Meus pés ecoaram pelo chão, eu ouvi sons diferentes: pés sdeslocando, pessoas respirando. Sabi
que não estávamos sozinhas. — Por aqui — chamou a mulher,
pegou meu braço para me guiar.
Movemo-nos para longe do som do
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outros. — Pare — avisou ela. — Quando e
irar a venda — acrescentou —, você va
ver os itens que alguém providenciou qufossem entregues a você. Você vaperceber que vários estão faltando. Ele
foram o pagamento pela entrega, com concordância do remetente.
— Tudo bem — falei.
— Leve o tempo que quiser olhando acoisas — explicou ela. — Alguém vavoltar para te acompanhar para fora.
Levou um momento — eu estav
desorientada e o lugar subterrâneo ersombrio — para eu entender o que viaApós um instante, entendi que eu estav
emparedada por duas fileiras de longa
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prateleiras de metal vazias. Elas pareciaisas e limpas, como se alguém cuidass
delas e espanasse a poeira, mas mesm
assim me lembraram da cripta de umumba que vimos uma vez em uma da
Cem Lições de História, onde havi
pequenas cavernas cheias de ossos pessoas entalhadas em pedra no topo dac a i x a s . Tanta morte, disse-nos
Sociedade , sem nenhuma chance de vidóstuma. Não havia então nenhumreservação de tecidos. No meio da prateleira à minha frente
vi um grande pacote embrulhado eplástico grosso. Quando puxei a bordsuperior do plástico, encontrei papel. A
áginas que trouxe da Escultura. O
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cheiro de água e poeira, arenito, parecisair do papel.
Ky. Ele deu um jeito de enviá-las para
mim.Coloquei as mãos espalmadas sobre o
papéis, inspirando e prendendo o ar. El
ocou nelas também. Na minha mente, um riacho corria
caía neve, e dissemos adeus na margem
eu entrei na água e ele correu ao longdela, dando a essas palavras comprimento do rio.
Virei os papéis, olhando para cad
página. E naquele corredor de metal friosozinha, eu o queria. Queria suas mãonas minhas costas e seus lábio
declamando poemas nos meus, e queri
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que nossa jornada um para o outrestivesse finalizada, as milhas entre nópercorridas e toda a distância, encerrada.
Uma figura apareceu no final daprateleiras. Segurei os papéis contra peito e retrocedi alguns passos.
— Está tudo bem? — perguntoalguém e percebi que era a mesma mulheque tinha me trazido.
Ela se aproximou, o círculo brancamarelado da luz da sua lanterndirecionado para baixo, para meus pés, não no meu rosto para me cegar.
— Você teve tempo suficiente paraolhar?
— Parece que está tudo aqui —
afirmei. — Exceto por três poemas, qu
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presumo que seja o preço pela negociaçãque você mencionou.
— Sim — concordou ela. — Se isso
udo o que você precisa, então pode irSaia do meio das prateleiras e atravesse sala. Há apenas uma porta. Suba a
escadas de volta para o lado de fora.Sem venda dessa vez? — Mas aí eu vou saber onde estamo
— lembro. — Vou saber como voltar.Ela sorriu. — Exatamente. — Seu olhar s
demorou nos papéis. — Você pode
negociar aqui, se preferir. Não precisa iaté o museu com coisas escondidas comessas.
— Então eu vou ser uma Arquivista
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— quis saber. — Não — discordou ela. — Você va
ser uma Negociadora.
Por um momento achei que ela tivessdito traidora, o que para a Sociedade claro que eu era. Mas então el
prosseguiu: — Arquivistas trabalham co
negociantes, mas são diferentes. Nó
emos treinamento específico, e podemoreconhecer falsificações que o negociantmédio nunca perceberia.
A mulher pausou e eu acenei par
mostrar que entendia a importância do quela estava dizendo.
— Se você barganha com u
negociante independente, você não te
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garantia de autenticidade. Os Arquivistasão os únicos com conhecimento recursos adequados para saber se a
nformações e artigos são genuínos onão. Alguns dizem que a facção doArquivistas é mais antiga do que
Sociedade.Ela baixou o olhar para as páginas e
minhas mãos e depois o levantou par
mim. — Algumas vezes uma negociação vecom itens que não valem nada —arrematou ela. — Seus papéis, po
exemplo. Você pode negociá-londividualmente a qualquer momento, s
quiser. Mas eles vão ter mais valor e
conjunto. Quanto maior a coleção, maior
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preço que você pode conseguir. E, svirmos potencial em você, você poderser autorizada a intermediar negociaçõe
dos outros em nosso nome e receber partda comissão.
— Obrigada — falei. Em seguida
pensando nas palavras do poema dThomas, que Ky sempre pensou que efosse capaz de negociar, perguntei: — E
poemas que são lembrados? — Você quer dizer, poemas semdocumento de papel para dar garantia eles? — disse ela.
— Sim. — Houve uma época em que o
aceitaríamos, embora seu valor foss
menor. Esse não é mais o caso.
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Eu deveria ter presumido isso, peleito como o Arquivista em Tana reagiu
quando tentei negociar o poema dTennyson. Mas achei que o poema dThomas, desconhecido de todos, excetde Ky e de mim, pudesse ser um
exceção. Ainda assim, eu tinha umriqueza de possibilidades, graças a Ky.
— Você pode guardar seus itens aqu
— sugeriu a Arquivista. — As taxas sãomínimas.Instintivamente, recuei. — Não — falei para ela. — Vou
encontrar algum outro lugar.Ela levantou as sobrancelhas par
mim.
— Tem certeza de que você tem u
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ugar seguro? — questionou ela, e epensei na caverna onde as páginas tinhaestado seguras por tanto tempo, e
compacto onde o Vovô tinha mantido oprimeiros poemas escondidos por anos. Eeu soube onde esconderia meus papéis.
Eu queimei palavras e as enterreipensei , mas ainda não tentei molhá-las.
De certa forma, acho que foi Indie qu
me deu a ideia de onde esconder opapéis. Ela sempre falava do oceano. Emais do que isso, pode ter sido sumaneira esquisita e oblíqua de pensar —
a forma como ela olhava as coisas dado, de cima para baixo, ao invés d
diretamente, vendo a verdade de ângulo
nesperados e estranhos.
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— Quero negociar logo outra coisessa noite — avisei à Arquivista, e elpareceu desapontada.
Como se eu fosse uma criança a pontde gastar todas aquelas frágeis e bonitapalavras em algo brilhante e falso.
— Do que você precisa? — questionoela.
— Uma caixa — falei. — Uma que
fogo não possa queimar, e que não deixentrar água, ar ou terra. Você podeencontrar algo assim?
Sua expressão mudou um pouco
ornando-se mais aprovadora. — Com certeza — concordou. —
Espere aqui. Não vou levar muito tempo.
Ela desapareceu de novo entre a
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prateleiras.Aquela foi nossa primeira negociação
Mais tarde, descobri a identidade d
mulher e soube que ela era a Arquivistachefe na Cidade Central, a pessoa qusupervisionava e conduzia a
negociações, mas não as realizava elmesma com frequência. No entanto, desdo começo ela tinha tido interesse especia
nas páginas que Ky me enviou. Erabalhei com ela desde então.Quando subi do subterrâneo aquel
noite, agarrando a caixa cheia de papéi
com as mãos geladas, parei um momentna beirada do campo. Ele era feito dgrama prateada, e entulho cinza e preto
Eu podia distinguir o formato do plástic
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branco que cobria as outras escavaçõesprotegendo-as de uma Restauraçãnterrompida e ainda não retomada. Eu m
pergunto o que o lugar costumava ser por que a Sociedade abandonou quaisqueentativas de trazê-lo de volta.
então, o que aconteceu em seguida?me pergunto. Onde coloquei as página
depois de tirá-las do esconderijo dorquivistas?Por um momento a memória tent
escapar, como um peixe prateado em uriacho, mas seguro-a firme.
Escondi os papéis no lago.Embora eles tenham nos dito que
ago está morto, eu ousei entrar nele, poi
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vi sinais de vida. A margem parecia comas dos córregos saudáveis da Esculturanão com as daquele onde Vick fo
envenenado. Eu podia ver onde tinhhavido grama; em um lugar onde haviuma nascente e a água era morna, eu at
mesmo vi peixes se movendo lentamentepassando o inverno submersos.
Rastejei pela moita que ia até
beirada do lago, e então enterrei a caixsob o píer do meio, debaixo da água e dapedras que decoravam a parte rasa onde ago tocava a margem.
E então uma memória mais nova volta.O lago. Lá é onde Ky disse que iri
me encontrar.
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Assim que alcanço o lago, ligo a lanternque mantenho escondida na moita, nimite da Cidade, onde acabam as ruas
começa o pântano.Acho que ele não chegou ainda.Há sempre momentos de pânic
quando volto — os papéis terãdesaparecido? Mas então eu respiro funde coloco as mãos na água, afasto as rocha
e levanto uma caixa gotejante cheia dpoesia.Quando negocio as páginas
normalmente é em pagamento pela troc
de mensagens entre mim e Ky. Não sei em quantas ou quais mãos o
recados passarão antes de chegar a Ky
Então, enviei minha primeira mensage
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em um código que eu criei, um qunventei durante as longas horas d
classificação que não exigiam minh
atenção total. Ky adivinhou o código mudou-o ligeiramente quando escreveu dvolta. A cada vez nós construímos um
pouco em cima do código originalmudando-o e evoluindo um pouco parorná-lo mais difícil de ler. Não é u
sistema perfeito — tenho certeza de que código pode ser quebrado —, mas é melhor que podemos fazer.
Quanto mais perto chego da água, mai
percebo que há algo errado.Um grupo numeroso de pássaro
negros se reuniu próximo à beirada d
primeira doca, e outro grupo deles s
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agrupou mais adiante na margem. Elepiam e chamam uns aos outros, bicandalguma coisa, algumas coisas, no chão
Jogo a luz da lanterna neles.Os pássaros negros se espalham e pia
para mim, e eu paro de repente.
Peixes mortos se amontoam ao longda margem, presos ao junco. Barrigapara cima, olhos vidrados. E eu m
embro do que Ky dizia sobre Vick e dforma como ele morreu; lembro-mdaquele riacho escuro envenenado, latrás nas Províncias Exteriores, e d
outros rios que a Sociedade envenenou medida que a água corria para o Inimigo.
Quem está envenenando a água d
Sociedade?
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Eu tremo um pouco e enrolo os braçomais firmemente em torno de mim mesmaOs papéis farfalham dentro da minhroupa. Por baixo de toda essa morte, ealgum lugar na água, outros papéis jazeenterrados. Ainda é começo de primavera
mas a água ainda está gélida. Se eu entraali para pegar as páginas agora, não serecapaz de esperar muito por Ky.
E se ele vier e eu tiver ido para casgelada?
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CAPÍTULO 6
Ky
Estamos nos aproximando cada vez maide Grandia. É hora de dizer a Indie o queu quero fazer.
Há alto-falantes na cabine do piloto á embaixo no compartimento de carga. O
comandante da nossa esquadrilha pod
ouvir tudo o que eu digo, assim comCaleb. Então vou ter que escrever parndie. Alcanço meu bolso e puxo u
pedaço de carvão e um guardanapo d
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refeitório do acampamento. Semprmantenho essas coisas comigo. Quem sabquando vai surgir a oportunidade d
enviar uma mensagem para Cassia?Indie olha de relance para mim
evanta as sobrancelhas. Silenciosamente
ela forma as palavras com a boca: “Parquem você está escrevendo?”
Aponto para ela e seu rosto se ilumina
Estou tentando pensar na melhor formde perguntar a ela. Na escultura, eu dissque nós devíamos tentar fugir de tudsso. Lembra? Vamos fazer isso agora.
Se Indie concordar em vir comigoalvez encontremos um jeito de pega
Cassia e escapar com a nave. Eu s
consigo escrever uma palavra — Na —
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antes de uma voz encher a cabine. — Aqui é seu Piloto-chefe falando.Sinto um pequeno sobressalto d
reconhecimento, mesmo que nunca o tenhouvido falar antes. Indie prende respiração, e eu enfio o carvão e o pape
de volta no bolso como se o Piloto-chefpudesse nos ver. Sua voz soa rica musical; agradável, porém forte. Est
vindo do painel de controle, mas qualidade da transmissão é muito melhodo que de costume. Soa como se elrealmente estivesse na nave.
— Eu também sou o Piloto dnsurreição.
Indie e eu nos viramos para no
olharmos. Ela estava certa, mas não h
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riunfo em sua expressão. Apenaconvicção.
— Logo, falarei para todos, em toda
as Províncias — diz o Piloto —, maaqueles de vocês tomando parte na levnicial da Insurreição têm o direito de m
ouvir primeiro. Vocês estão aqui pocausa de sua decisão de se juntar nsurreição e por seus méritos com
participantes nessa rebelião. E tambéestão aqui por causa de outrcaracterística, uma pela qual não podeevar o crédito.
Eu olho para Indie. Seu rosto estindo, resplandecente. Ela acredita n
Piloto. Eu acredito, agora que ouvi su
voz?
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— O comprimido vermelho nãfunciona em vocês — afirma ele. —Vocês se lembram do que a Sociedade ofaria esquecer. Como alguns de vocêsuspeitam há tempos, a Insurreição fesso: nós os tornamos imunes a
comprimido vermelho. E isso não é tudoVocês são imunes a uma doença que, nestexato momento, está tomando as Cidade
e os Bairros por todas as Províncias.Eles nunca disseram nada sobre umdoença. Meus músculos ficam tensos. Oque isso significa para Cassia?
— Alguns de vocês ouviram falar nPraga.
Indie se vira para mim e forma a
seguintes palavras com a boca, sem emiti
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som: — Você já?Eu quase digo não, mas então perceb
que talvez tenha. A doença misteriosa qumatou os pais de Eli.
— Eli. — Movo meus lábios també
silenciosamente, e Indie concorda. — A Sociedade destinava a Praga ao
nimigo — fala o Piloto. — Ele
envenenaram alguns dos rios do Inimigo soltaram a Praga em outros. Issocombinado com ataques aéreos contínuoseliminou completamente o Inimigo. Mas
Sociedade finge que o Inimigo aindexiste. A Sociedade precisa de alguémpara culpar pela perda frequente de vida
daqueles que vivem nas Província
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Exteriores.“Alguns de vocês estiveram lá
naqueles acampamentos. Vocês sabem qu
a Sociedade queria erradicacompletamente as Aberrações Anomalias. E eles usaram suas mortes,
as informações que reuniram delas, comuma grande coleção de dados.”
Silêncio. Todos nós sabemos que o qu
ele diz é verdade. — Nós queríamos vir e salvar vocêantes — continua o Piloto —, mas aindnão estávamos prontos. A gente tinha que
esperar um pouco mais. Mas nós não noesquecemos de vocês.
Não?, eu quis perguntar. Alguns do
meus rancores mais antigos contra
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nsurreição tomam conta de mim, e eagarro os controles da nave com firmezaolhando para fora, para a noite.
— Quando a Sociedade criou essPraga — prossegue o Piloto —, haviaqueles que se lembraram de que o que
água em um lugar se torna chuva em outroEles sabiam que liberar essa doença ia svoltar contra nós de alguma forma, nã
mportava quantas precauçõeomássemos. Isso criou uma divisão entros cientistas na Sociedade, e muitos delese uniram secretamente à Insurreição
Alguns de nossos cientistas descobriraum jeito de tornar as pessoas imunes acomprimido vermelho e também à Praga
o começo, nós não tínhamos recurso
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para fornecer essas imunidades a todmundo. Então, tivemos que escolher. Enós escolhemos vocês.
— Ele nos escolheu — sussurra Indie — Vocês não se esqueceram da
coisas que a Sociedade queria que você
perdessem. E vocês não podem pegar Praga. Nós os protegemos das duacoisas. — O piloto faz uma pausa. —
Vocês sempre souberam que estivemopreparando vocês para a missão maimportante de todas: dar início nsurreição. Mas vocês nunca soubera
exatamente o que sua carga seria. Vocêscarregam a cura — finaliza o Piloto. —Agora mesmo, as naves da missão, com
cobertura dos combatentes, estão levand
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a cura para as cidades mais impactadaspara Central, Grandia, Oria e Acadia.
Central é uma das cidades mai
mpactadas. Cassia está doente? Nónunca soubemos se ela era imune acomprimido vermelho. Eu não acho qu
seja.E por que a Praga está em tanto
ugares? As maiores cidades, toda
doentes ao mesmo tempo? Não deverievar mais tempo para se espalhar, aonvés de explodir em todo lugar ao mesmempo?
Essa é uma pergunta para XanderQueria poder fazê-la a ele.
Indie olha para mim.
— Não — alerta ela.
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Ela sabe o que eu quero fazer. Sabque quero tentar chegar a Cassia dqualquer jeito.
Indie está certa. Isso é o que eu querfazer. E, se fosse só eu, me arriscaria. Euentaria deixar a Insurreição.
Mas não sou só eu. — Muitos de vocês — retoma o Pilot
— foram colocados com alguém qu
vocês conhecem. Isso foi intencionaSabíamos que seria difícil para aqueleque ainda têm pessoas amadas dentro dSociedade resistir a levar a cura para sua
famílias e seus amigos. Não podemocomprometer a eficiência dessa missão, precisaremos abatê-los se tentarem s
desviar de seu curso designado.
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A Insurreição é esperta. Eles mcolocaram com a única pessoa nacampamento com a qual me importo. Oque mostra que se preocupar coqualquer um te torna vulnerável. Sedisso há anos, mas ainda não consig
parar. — Nós temos um suprimento suficient
da cura — alega o Piloto. — Não temo
um excedente. Por favor, não desperdiceos recursos que muitas pessoas ssacrificaram para fornecer.
É tão calculado — a forma como no
colocaram em pares, o jeito como fizerasó o suficiente da cura...
— Isso soa como a Sociedade — dig
alto.
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— Nós não somos a Sociedade —emenda o Piloto —, mas reconhecemoque temos que salvar as pessoas antes dibertá-las.
Indie e eu nos encaramos. O Piloto mrespondera? Indie cobre a boca com
mão, e eu me pego inexplicavelmententando não rir.
— A Sociedade construiu barricadas e
muros a fim de conter a doença —nforma o Piloto. — Eles isolaram apessoas em quarentena nos centromédicos, e em seguida, quando acabou
espaço, em prédios do governo.“Esses últimos dias foram um moment
decisivo. Confirmamos que o número d
doentes alcançou uma magnitude crítica
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Essa noite, Banquetes do Par por toda Sociedade desmoronaram, de Camas até Central e mais além. A Sociedade
continuou a tentar reconfigurar os dadoaté o último momento, mas eles nãconseguiram. Nós nos infiltramos no
centros de seleção para acelerar problema. Não foi difícil desorganizar oPares. Havia caixas prateadas se
microcartões e telas brancas sem Parepor todas as Províncias.“Muitas pessoas tomaram
comprimido vermelho essa noite, mas ne
odas elas esquecerão. O Banquete do Paé o evento que é marca registrada dSociedade, aquele no qual todos os outro
se baseiam. Sua queda representa
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ncapacidade da Sociedade em tomaconta do seu povo. Mesmo aqueles qurealmente esqueceram logo perceberã
que não têm Pares e que algo está erradoEles perceberão que pessoas que eleconhecem, muitas delas, desaparecera
por trás das barricadas e não estãvoltando. A Sociedade está morrendo, e éo nosso momento agora.
“A Insurreição é para todos.” A voz doPiloto baixa um pouco quando ele repeto lema da Insurreição, tornando-sprofunda com a emoção. “Mas vocês sã
aqueles que vão começar isso. Vocês sãos que vão salvar essas pessoas.”
Nós esperamos. Mas ele terminou se
discurso. A nave parece mais vazia sem
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sua voz. — Nós vamos salvá-los — vibra Indie
— Todo mundo. Acredita nisso?
— Tenho que acreditar — respondo.Porque, se eu não acreditar n
nsurreição e em sua cura, que exist
esperança para Cassia? — Ela vai ficar bem — consola Indie
— Ela é parte da Insurreição. Eles vã
cuidar ela.Espero que Indie esteja certa. Cassiqueria se juntar à Insurreição, e assim eu segui. Mas agora tudo com o que m
mporto é encontrá-la e deixar tudo isspara trás — Sociedade, InsurreiçãoPiloto, Praga — assim que pudermos.
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De cima, a rebelião contra a Sociedadparece preta e branca. Noite negra barricadas brancas em torno do centro d
Cidade de Grandia.Indie nos desce para preparar para
aterrissagem.
— Vão primeiro — instrui nosscomandante. — Mostrem aos outros comse faz.
Indie deve pousar a nave dentro dbarricada na rua em frente à PrefeituraVai ser difícil.
Mais perto do chão. Mais perto. Mai
perto. Mais perto. O mundo corrconosco. Em algum lugar, o Piloto estassistindo.
Naves negras, construções de mármor
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branco.Indie toca o solo sem problemas
suavizando a aterrissagem. Observo su
expressão. É de vitória quase velada até nave parar e ela olhar para mim. Então elsorri — puro contentamento — e apert
os controles que abrem a porta da nave. — Pilotos, fiquem com suas naves —
ordena o comandante. — Copiloto
Mensageiro, levem a cura para fora.Caleb iça caixas do compartimento dcarga e cada um de nós leva duas delanos ombros.
— Você primeiro — fala ele, e eumergulho pela porta e começo a correr nsegundo em que desço as escadas.
A Insurreição abriu caminho através d
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multidão e é uma corrida reta até o centrmédico. É quase silencioso, exceto pelsom dos combatentes nos dando cobertur
de cima. Mantenho minha cabeçabaixada, mas pelo canto dos olhos vejagentes da Insurreição vestidos de pret
segurando os Oficiais usando branco. Fique em movimento. Não é apenas
que a Insurreição nos pediu para fazer —
é minha regra pessoal. Então eu continundo, mesmo quando escuto o que estvindo detrás das portas no centro médico
Agora que conheço a voz do Piloto
posso dizer que é ele cantando. E econheço a música. O Hino da SociedadeDo jeito que o Piloto está cantando, d
para dizer que o Hino agora virou u
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canto fúnebre — uma música para omortos.
Estou de volta às Província
xteriores. Minhas mãos estão negras as rochas estão vermelhas. Vick e euentamos descobrir um jeito de fazer a
armas dispararem de volta. As outrascas juntam pólvora para nos ajudarles cantam o Hino da Sociedad
enquanto trabalham. É a única músicque conhecem. — Aqui — grita uma mulher usando o
negro da Insurreição, e Caleb e eu
seguimos, passando por fileiras e fileirade pessoas imóveis em macas, nvestíbulo do centro médico. Ela abre
porta para uma sala de armazenamento
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gesticula para que entremos. — Coloque-as na mesa — diz ela,
nós obedecemos.
A oficial da Insurreição escaneia acaixas que trouxemos com seminiterminal, e ele apita. Ela insere u
código para destrancar as caixas. O apressurizado dentro delas faz um chiado medida que escapa e a tampa se abre.
Dentro, há fileiras e fileiras de curaem tubos vermelhos. — Lindo — admira ela. Depois olh
para Caleb e para mim. — Vão buscar
resto — ordena —, vou mandar algundos meus agentes para ajudar vocês.
No caminho para fora, arrisco um
olhadela para o rosto de um paciente
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Olhos inexpressivos. Corpo imóvel.A face do homem parece vazia
perdida. Existe mesmo uma pessoa al
dentro? Quão fundo ele foi? E se elsouber o que está acontecendo, maestiver preso ali, esperando?
Minha pele se arrepia. Não poderifazer isso. Tenho que me mover .
Preferiria morrer a estar assim.
Pela primeira vez, sinto algo parecidcom lealdade pela Insurreição se agitadentro de mim. Se é disso que nsurreição me salvou, então talvez e
realmente deva algo a ela. Não o resto dminha vida, mas algumas corridas pelcura. E agora que vi a doença, não poss
comprometer seu acesso à única coisa qu
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pode ajudá-los.Minha mente dispara. A Insurreição
deveria ter controlado os trens e te
razido curas daquela forma também. Eledevem ter alguém bom trabalhando eogística para trazer a cura. Talvez ess
seja o trabalho de Cassia.E esse é o meu.Eu mudei desde que escapei d
Escultura e deixei as iscas para morrerMudei por causa de tudo o que vi desdentão, e por causa de Cassia. Não possdeixar gente para trás de novo. Tenho qu
continuar correndo com essa maldita curamesmo se isso significar que não posschegar a Cassia tão cedo quanto queria.
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De volta à nave, escorrego para o lugado copiloto e Caleb sobe a bordo depoide mim.
— Espera — interrompe Indie. — Oque é isso aí com você?
Caleb ainda está segurando uma da
caixas. — Eles precisam de todas as curas —
embra ela.
— Essa é a carga que nós devemorazer de volta conosco — explica Calebsegurando a caixa para nós vermos, o qunão prova nada. É exatamente igual
odas as outras que acabamos de ver. — Éparte da missão.
— Eu não sabia disso — desconfi
ndie.
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— Por que você deveria? — retrucCaleb. Alguma coisa em seu tom parecdesdenhoso. — Você é o piloto, não omensageiro.
— Indie — chama nosso comandante— Entre.
— Estamos todos aqui — responde el—, mas temos uma carga extra. Nossmensageiro trouxe uma caixa de volta.
— Isso está aprovado — confirma comandante. — Algo mais? — Não — diz Indie. — Tudo certo.Ela olha de relance para mim e eu m
encolho. Aparentemente, eles não vão nodizer nada mais sobre a segunda missãde Caleb.
Nós esperamos as outras naves s
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revezarem, para decolar da rua em frentàs construções. O computador nos envide novo o código para nosso destino
ndie o alcança antes. — Para onde agora? — pergunto
mesmo achando que sei o que ela va
dizer. — De volta a Camas — responde el
—, para pegar mais cura.
— E depois? — questiono. — Depois voltamos para cá. Essa é nossa rota, por enquanto. — Há uma notde compaixão em sua voz. — Outr
pessoa vai levar as curas até a Central. — É melhor mesmo — digo. Não lig
se o Piloto ouvir. Na verdade, espero qu
ouça. Por que não? Há muito tempo, a
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pessoas costumavam dizer alto o ququeriam e esperavam que alguém aatendesse. Elas chamavam isso de rezar.
Por outro lado, Cassia tem algangível — os papéis da Escultura. El
usou apenas alguns deles para envia
mensagens. Deve ter sobrado o suficientpara ela usar do jeito que precisar, talveaté o suficiente para barganhar pela cura
Cassia sabe como negociar.Começamos a deixar para trás a pistmprovisada, ganhando velocidade.
Os uniformes brancos e pretos no sol
ficam menores e menores. Decolamosão demora muito para os edifício
desaparecerem também, e então tudo s
foi.
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Ainda posso ouvir o Piloto cantando Hino da Sociedade.
Estou cavando uma cova para Vick. Odia todo ele fala comigo. Sei que isssignifica que estou maluco, mas nãosso evitar ouvi-lo.
Ele fala comigo enquanto Eli e euxamos esferas do riachoepetidamente, Vick me conta a sua
história sobre Laney, a garota que eleamava. Eu vejo tudo em minha mente —ele se apaixonando por uma AnomaliaContando a Laney como se sentia
Observando a truta arco-íris nadar ndo falar com os pais dela. De pé par
celebrar um Contrato. Sorrindo
enquanto ele pegava a mão dela par
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reivindicar a felicidade, apesar daSociedade. Voltando para descobrir queela se foi.
É o que vai acontecer comigo, quandfinalmente for procurar por Cassia?
Cassia me mudou. Sou uma pesso
melhor agora graças a ela, mas tambévai ser mais difícil do que nunca chegaaté ela.
Indie nos leva para mais alto.Algumas pessoas pensam que aestrelas parecem mais perto daqui dcima.
Elas não parecem.Quando você está aqui em cima, voc
percebe quão distante elas realment
estão — quão impossíveis de alcançar.
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CAPÍTULO 7
Xander
Alguma coisa está acontecendo. Mascomo os cubículos de quarentena são prova de som, não posso ouvir nada
exceto os ruídos monótonos das CeCanções.
Pelas paredes do meu cubículo, vej
Oficiais e Agentes encarando ominiterminais em suas mãos e os terminaimaiores dispostos por toda a PrefeituraPor uns poucos segundos, todo mund
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parece congelado, prestando atenção aque quer que esteja vindo de seuerminais, e então algumas pessoas s
movem. Uma anda até um cubículo dquarentena e insere um código. A pessoadentro da célula sai dela e vai em direçã
às portas principais da Prefeitura. OutrAgente entra em seu caminho, tentandnterceptá-la antes que ela escape, ma
nesse exato momento as portas para Prefeitura se escancaram. Figuras usando negro da Insurreição entram em enxame
A Insurreição começou. O Piloto est
falando, e eu não posso ouvir nada.O Agente libera mais alguém de u
cubículo. Aquela pessoa vai em direção
porta também, e os agentes da Insurreição
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vestidos de preto, seguram outros pardeixá-la passar. Alguns dos trabalhadoreparecem estupefatos. A maioria dele
evanta as mãos em rendição, quandveem a Insurreição.
Tem que ser logo a minha vez.
Vamos lá.Um agente da Insurreição aparece n
frente do meu cubículo.
— Xander Carrow — diz ele. Eassinto.Ele levanta o miniterminal comparand
meu rosto com minha foto da Insurreição
nsere um código no teclado do cubículoA porta desliza para abrir e eu estou fora
A voz do Piloto sai dos terminais.
— Essa rebelião — explica ele —
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diferente. Vai começar e terminasalvando, e não derramando o sangue dvocês.
Fecho meus olhos por um segundo.A voz do Piloto soa certa.Esse é o Piloto e essa é a Insurreição.
Queria que Cassia e eu estivéssemountos para o começo.
Vou em direção à porta. Tudo o que eu
enho que fazer é deixar a Prefeitura atravessar a área verde até o centrmédico. Mas então eu paro. A Oficial Leainda está presa dentro do cubículo
inguém a deixou sair.Ela olha para mim.É um erro ela ainda estar presa n
cubículo? Eu paro na porta por u
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segundo, mas ela balança a cabeça parmim. Não.
— Vamos — fala um dos agentes
apontando para a porta. — Eu tenho que ir. A Insurreição está
acontecendo agora.
Lá fora está um caos. A Insurreiçãoimpou o caminho entre a Prefeitura e
centro médico, mas eles estão expulsandOficiais, alguns dos quais resolverautar. Uma aeronave ressoa em cima, ma
não tenho muita certeza de que é uma danossas até vê-la disparar tiros de avisem um lugar vazio próximo à barricadaAs pessoas gritam e retrocedem.
A Insurreição se infiltro
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completamente no Exército ao longo doanos. É mais forte em Camas, onde maior parte do Exército está posicionada
As coisas deveriam correr tranquilamentpor aqui. É mais intensa na Sociedadeonde talvez tenhamos mais luta corpo
corpo. Mas, com o Piloto sendo o único falar através dos terminais, o resto dapessoas deve nos seguir em breve.
Outra nave de combate apareceprotegendo uma nave de aspecto maipesado, que desce para aterrissar. Quandochego à porta do centro médico, ela est
guardada por agentes da Insurreição. Eleá devem ter assegurado o interior.
— Xander Carrow, curador — aviso
um dos agentes.
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Ele dá uma olhada em seu miniterminapara verificar meus dados. Mensageirovestindo negro correm do campo de pousonde a nave aterrissa. Eles carregacaixas marcadas com a insígnia médica.
Isso é o que penso que é?
A cura.O agente acena para que eu entre. — Curadores se dirigem ao escritóri
no piso principal — avisa ele.Dentro do centro médico, escuto a vodo Piloto de novo, vindo de terminais poodo o edifício. Ele está cantando o Hin
da Sociedade. Como seria isso?, eu mpego imaginando. Ouvir a música em sucabeça, e depois tê-la saindo soand
certa?
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Dois agentes arrastam um Oficial pertde mim. Ele está chorando e segurando mão sobre o coração, seus lábios smovendo junto com o Hino. Sinto pendele: queria que ele soubesse que essnão é o fim do mundo. Posso ver qu
parecia ser.Quando chego ao escritório, alguém m
entrega um uniforme preto e eu me troc
bem ali no hall, como os outros estãfazendo. Enrolo minhas mangas, porque hora de trabalhar, e jogo meu uniformbranco de Oficial direto no tubo d
ncineração mais próximo. Nunca vovesti-lo de novo.
— Nós separamos os pacientes em grupo
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de cem — diz o curador-chefencarregado. Ele sorri. — Como disse Piloto, alguns dos sistemas antigos dSociedade permanecerão, por enquanto.
Ele aponta para a fileira de pacientesaos quais o pessoal da Insurreição estav
se referindo como imóveis. — Você vai ficar encarregado de
garantir que eles receberão os cuidado
adequados e supervisionar a cura. Assique eles se recuperarem e continuarem se curar, nós traremos mais pacientes para sua área.
Os terminais estão silenciosos. Nessmomento, eles estão tirando fotos domóveis na Central.
Central: onde Cassia está. Pel
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primeira vez sinto uma pontada dpreocupação. E se ela não se juntou rebelião e estiver assistindo a isso? E s
ficar assustada?Eu estava tão certo de que a Oficia
Lei era parte da Insurreição...
Poderia estar errado a respeito dCassia?
Não estou. Ela me disse naquele dia n
erminal. Ela não podia dizer as palavradiretamente, mas ouvi em sua voz. Secomo escutar, e posso dizer que ela sarriscou.
— Estamos esperando que maienfermeiras e médicos venham —continua o curador-chefe. — Você fica à
vontade em ministrar a cura, po
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enquanto?Isto não é como a Sociedade. O
imites já estão ficando indefinidos. A
Sociedade nunca me deixaria fazer serviço de um médico após minhpromoção para curador.
— Claro — respondo.Lavo as mãos e pego um dos tubos da
caixas. Perto de mim, uma enfermeira fa
o mesmo. — Elas são lindas — diz ela por cimdo ombro, e tenho que concordar.
Removo o lacre da seringa e deslizo
agulha no acesso venoso, de modo que cura flua na veia do paciente. A voz doPiloto sai dos terminais no centro médic
e tenho que sorrir, porque suas palavra
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são perfeitas: — A Sociedade está doente — diz ele
começando sua mensagem de novo. — E
nós temos a cura.
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CAPÍTULO 8
Cassia
Não posso mais esperar aqui. Meu corpodo treme com o frio.
Onde ele está?
Queria poder me lembrar do quaconteceu hoje mais cedo. A classificaçãoda Insurreição aconteceu? Eu fiz o qu
eles precisavam?Por um minuto, arrepios de raivcorrem por mim junto com o frio. Enunca quis estar aqui na Central. E
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queria que a Insurreição me mandasse Camas, como Ky e Indie. Mas nsurreição não achou que eu serviss
para voar e lutar, só para classificar.Tudo bem. Sou aliada da Insurreição
não definida por eles. Tenho meu
próprios poemas e sei como negociarTalvez seja hora de usar os papéis dEscultura para barganhar minha saíd
desse lugar. Já esperei o suficiente.Olho para baixo, para todos os corpodos peixinhos batendo ao longo dmargem, se chocando uns contra os outros
Estremeço com seus olhos mortosvidrados; seu fedor ensebado, escamosoEles roçam contra minhas mãos quand
alcanço a água para pegar a caixa. Se
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cheiro é tão forte que penso que posssentir o gosto na boca. Vai permanecer naminha pele, quando eu terminar.
Não olhe, faça.Apoio a lanterna no chão sob a doca
retiro os papéis dos meus punhos
ambém os coloco ali. Puxo as mãos sobas mangas, só o suficiente para cobri-lasassim tenho uma barreira entre minha pel
e a água. Enquanto avanço, tento nãsentir os peixes contra as pernas. Ocontínuo bate-bate dos pequenos corpomortos em um lago, que costumava ser u
ugar seguro. Espero que minhas roupasejam o suficiente para me proteger dque quer que tenha envenenado esse lago.
O cheiro é avassalador, e não consigo
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respirar quando coloco minhas mãos alTenho que tentar não vomitar enquantosinto escamas, nadadeiras, olhos e cauda
me tocando.A caixa ainda está ali; puxo-a pingand
para fora do lago o mais rápido qu
posso, com peixes pululando em minhacanelas, empurrados pelo movimento dágua. À medida que percorro o caminh
até a margem, pequenos corpos mrodeiam e me seguem.Carrego a caixa pela grama e par
onge do lago, e me agacho por u
momento, escondida no emaranhado dmato. Enquanto limpo minhas mãos em upedaço seco da camisa, me asseguro d
não pingar sobre os papéis que deixe
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aqui antes.Eu saberia o valor dessas frágei
páginas, se não tivesse visto o lugar ond
elas estavam escondidas? Se não pudessmaginar Hunter procurando nelas u
poema para escrever na lápide de su
filha? Talvez por isso eu as carregucontra a pele. Não só para escondê-lasmas para senti-las, para me lembrar d
que é que carrego.Estou pensando em fazer umvestimenta de palavras para mim; algadrilhado e em camadas, como a
escamas dos peixes atrás de mim. Cadpágina me protegendo; parágrafos sentenças se deslocando para me cobri
enquanto me mexo.
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Mas as escamas dos peixes não oprotegeram no fim, e enquanto abro caixa reconheço algo que deveria tepercebido antes, logo que a levantei. Maeu estava muito distraída por todos opequenos corpos.
A caixa está vazia.Alguém pegou meus poemas.Alguém pegou meus poemas, Ky nã
veio e está frio.Sei que é tarde demais, mas me pegdesejando não ter vindo aqui essa noiteAí eu não saberia que tudo está perdido.
Conforme me aproximo da Cidade e olhpara cima, para os edifícios residenciais
percebo que algo mais está errado, não s
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o lago.Estamos no meio da noite, mas
Cidade não foi dormir.A cor das luzes parece estranha —
azul, ao invés de dourada — e eu levo umomento para perceber o motivo. O
erminais em todos os apartamentos estãigados. Já vi transmissões em grand
escala da Sociedade como essa em noite
de inverno passadas, quando o sol spunha cedo e ficávamos acordadodurante parte da escuridão.
Mas nunca vi pessoas assistindo ao
erminais tão tarde.Pelo menos, não que me lembre.Passo por áreas verdes, agor
coloridas de azul pálido e cinza, encontr
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o bloco do meu apartamento e passatravés da pesada porta de metal apónserir o código. A Sociedade vai nota
meu atraso e alguém virá falar comigsobre isso. Uma hora não contabilizadaaqui e ali, é uma coisa; isso é metade d
noite, tempo que poderia ter sido gasto dnúmeras formas não aceitas pel
Sociedade.
O elevador desliza tão silenciosamentquanto um trem aéreo até o meu andar, o17º, e o corredor está vazio. As portasão bem-feitas, então nada da luz do
erminais escapa por elas, mas quandabro a porta do apartamento, o terminaaguarda no vestíbulo, como sempre.
Minhas mãos voam até a boca, o corp
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antecipando a necessidade de gritar antede minha mente registrar o que está diantde mim.
Mesmo depois do meu tempo nEscultura, eu nunca poderia ter imaginadsso.
A tela do terminal me mostra corpos.É até pior do que aqueles corpo
queimados, jogados de lado e marcado
de azul da Escultura. Pior do que afileiras de lápides, no assentamento eque Hunter colocou sua filha com cuidade um adeus. Os números absolutos torna
sso terrível, quase impossível para minha mente assimilar. A câmera sobe edesce as fileiras, para que se possa ve
quantos corpos há. Sobe e desce, sobe
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desce.Por que estamos assistindo?Porque eles estão mostrando rostos. A
câmera se demora em cada pessoa, tempsuficiente para que possamos registrareconhecimento ou alívio, e então segu
adiante e ficamos com medo novamente.E então outra memória me vem à ment
— os tubos dentro da Caverna n
Escultura, para onde Hunter nos levou. É isso que estão fazendo? Essa é umnova forma de eles nos armazenarem?
Mas vejo agora que as pessoas na tel
estão vivas, embora muito quietas e muitmóveis. Seus olhos estão abertos e cegos
mas seus peitos se movem para cima
para baixo. Suas peles parece
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estranhamente escuras e azuis.Isso não é morte, mas é quase tão rui
quanto. Elas estão aqui, mas não estão
Conosco e ausentes. Perto o suficientpara ver, mas fora de alcance.
Cada pessoa está conectada a um
bolsa clara, com um tubo transparententrando em seu braço. Os tubopercorrem todas as veias dos pacientes
Suas veias de verdade se foram e agoreles estão preenchidos com plástico? Essé um novo plano da Sociedade? Primeiroeles tiram nossas memórias; depois
drenam nosso sangue, até sermos apenapele frágil e olhos assombrados, cascade quem costumávamos ser?
Eu me lembro do ninho de vespas d
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ndie, aquele que ela carregou por toda escultura, os círculos finos como papeque costumavam conter criatura
zumbindo e que picavam, e suas breves ocupadas vidas.
Sem querer, meus olhos são atraído
para os olhares fixos e cegos dos rostodos pacientes. As pessoas não pareceestar sentindo dor. Mas elas não parece
sentir nada.O ponto de vista muda, e agora achque estamos observando a partir doerminais montados nos muros de qualque
edifício abrigando essas pessoas. Estamoolhando de outro ângulo, mas aindestamos olhando para todos os doentes.
Homem, mulher, criança, criança
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mulher, homem, homem, criança.Repetidamente.Há quanto tempo os terminais estã
ransmitindo isso? A noite toda? Quandocomeçou?
Eles mostram o rosto de um home
com cabelo castanho.Conheço ele, penso em choque. E
costumava classificar com ele, aqui n
Central. Estas pessoas estão na CentralAs imagens continuam vindmpiedosamente, imagens de pessoas qu
não podem fechar os olhos. Mas eu poss
fechar os meus, e fecho. Não quero maiver. Penso em correr e me viro cegamentem direção à porta.
E então escuto a voz de um homem
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profunda, melódica e clara. — A Sociedade está doente — diz ele
—, e nós temos a cura.
Viro lentamente de volta. Mas não hrosto onde colocar a voz, apenas o somOs terminais mostram apenas as pessoa
móveis. — Essa é a Insurreição — continu
ele. — Eu sou o Piloto.
No minúsculo vestíbulo, as palavraecoam nas paredes, voltando para mivindas de cada canto, cada superfície ncômodo.
Piloto. Piloto. Piloto.
Por meses eu imaginei como seri
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ouvir a voz do Piloto.Pensei que fosse sentir medo, surpresa
satisfação, excitação, apreensão.
Não pensei que seria isso. Desapontamento.Tão profundo que parece um ataqu
cardíaco. Esfrego as costas da mão contros olhos.
Não tinha percebido, até agora, que e
esperava reconhecer a voz do Piloto. Serque pensei que ele soaria como o Vovô?Será que pensei que o Piloto seriaVovô, de alguma forma?
— Chamamos essa doença de Praga —fala o Piloto. — A Sociedade a criou e aenviou ao Inimigo através da água.
As palavras do Piloto caem no silênci
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como sementes ou bulbos cuidadosamentselecionados, jogados em espaços abertono solo. A Insurreição criou esse
espaços, penso , e agora eles os estãreenchendo. Esse é o momento em qu
eles assumem o poder.
O terminal muda; agora estamos dado de fora, seguindo alguém que sobe o
degraus da Prefeitura da Central. A vista
clara, mesmo à noite, e mesmo o edifícinão estando aceso com as luzes daocasiões especiais, a aparência dodegraus de mármore e das portas d
espera me faz pensar no Banquete do Parão faz nem um ano, eu subia degrau
bem parecidos com esses lá em Oria. O
que aguarda por trás das portas da
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Prefeituras por toda a Sociedade agora?A câmera se move para dentro. — O Inimigo se foi — afirma o Piloto
— Mas a Praga que a Sociedade infligiao inimigo vive entre nós. Olhem o quaconteceu na própria capital d
Sociedade, na Central, onde a Praga feseus primeiros avanços. A Sociedade nãopode mais conter a Praga dentro do
centros médicos. Eles tiveram que encheoutros edifícios públicos e apartamentocom os doentes.
A Prefeitura está cheia, transbordando
com ainda mais pacientes.E agora estamos do lado de fora
olhando de cima da barricada branca qu
circula a Prefeitura da Central.
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— Agora há barricadas como essa ecada Província — conta-nos o Piloto. —A Sociedade tentou evitar que a Praga sespalhasse, mas eles falharam. Tantocaíram doentes que a Sociedade não pôdmanter mais nem suas ocasiões mai
especiais. Essa noite, o Banquete do Pafracassou. Alguns de vocês vão sembrar disso.
Quando vou até a janela, vejmovimento.A Insurreição está aqui, não se escond
mais. Eles voam sobre nós em naves
estão entre nós vestidos de preto. Quantodeles vêm do céu? Fico imaginandoQuantos simplesmente trocaram
conjunto de roupas? Quão profundament
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e bem a Insurreição se infiltrou nCentral? Por que sei tão pouco sobre que está acontecendo? É culpa d
Sociedade, por me fazer esquecer, ou dnsurreição, por não ter me contado
suficiente, para começo de conversa?
— Quando a Praga foi desenvolvid— continua o Piloto —, havia aqueles dnós que viram o que poderia acontecer
Fomos capazes de dar a alguns de vocês munidade. Para o resto, temos a cura.E agora a voz do Piloto assume mai
emoção, mais persuasão, mais. Torna-s
maior; mexe com nosso vazio, preenchnossos corações.
— Vamos manter todas as coisas boa
da Sociedade, todas as melhores partes d
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nosso estilo de vida. Não perderemoodas as coisas que vocês trabalharaanto para construir. Mas vamos nos livra
das doenças na Sociedade.“Essa rebelião”, clama o Piloto, “
diferente das outras ao longo da história
Vai começar e terminar salvando seusangue, não derramando-o”.
Começo a me deslocar em direção
porta. Preciso correr. Tentar encontraKy. Ele não veio essa noite ao lago, talveseja por isso. Ele não conseguiu escaparMas ainda pode estar aqui na Central ess
noite, em algum lugar. — Nosso único arrependimento — di
ele — é que fomos incapazes de agir ante
q u e qualquer vida fosse perdida. A
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Sociedade era mais forte do que nós, atagora. Agora, podemos salvar todovocês.
Na tela, alguém trajando um uniformnegro abre uma caixa. Está cheia dpequenos tubos vermelhos.
Como os tubos na caverna, pensnovamente, só que aqueles eram azubrilhante.
— Essa é a cura — anuncia o Piloto— E agora, finalmente fizemos suficiente para todos.
O homem na tela alcança o interior d
caixa e retira um tubo, puxando nvólucro e revelando uma agulha. Com
suave confiança de um médico, ele inser
a seringa na intravenosa. Eu prendo
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respiração. — A doença pode parecer pacífica —
alerta ele —, mas posso garantir qu
ainda assim é fatal. Sem cuidadomédicos, os corpos entram em colapsrapidamente. Os pacientes desidratam
morrem. Pode aparecer infecçãoPodemos trazê-los de volta, se oencontrarmos cedo o suficiente, mas, s
vocês tentarem fugir, não podemogarantir a cura.O terminal se apaga. Mas não fic
silencioso.
Existem provavelmente muitas razõepelas quais eles escolheram esse PilotoMas uma das razões tem que ter sido su
voz.
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Porque quando o Piloto começa cantar, eu paro para ouvir.
É o hino da Sociedade, uma músicque conheço durante a minha vida todauma que me seguiu pelos cânions adentrouma que nunca vou esquecer.
O Piloto o canta lenta e tristemente.A Sociedade está morrendo, est
morta.
Lágrimas escorrem pelas minhabochechas. Sem querer, percebo que estochorando pela Sociedade, por seu fimPela morte do que realmente mantev
alguns de nós a salvo por um longperíodo de tempo.
***
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A Insurreição me disse para esperar.Mas agora não sou boa nisso.Sinto o meu caminho por todo o long
corredor subterrâneo, farelos de musgverde saem em minhas mãos e eu pensem como as coisas podem crescer d
forma rápida e fértil aqui embaixo. Dalguma maneira, raramente esbarro coalguém, embora o medo de esticar a mã
para tocar uma rocha e, no lugar dissosentir a pele de alguém, sempre esteja lá. Não pude encontrar Ky, então vi
perguntar aos Arquivistas o que ele
sabem. Eles podem se inclinar para uado ou para o outro — Sociedade onsurreição —, mas me parece que sã
Arquivistas acima de tudo.
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Hoje, ninguém está escondido entrsuas próprias prateleiras, preso em suapróprias negociações. Os arquivistas negociantes se reuniram no salãprincipal e estão em pé em gruposfalando. Claro, o maior grupo se reuni
em volta da Arquivista-chefe. Talvez euenha que esperar um longo tempo ante
de falar com ela. Para minha surpresa
quando ela me vê, se afasta para vir falacomigo. — A Praga é real? — pergunto. — Essa informação é bem valiosa —
diz ela, sorrindo. — Eu deveria pedialgo em troca.
— Todos os meus papéis se foram —
respondo.
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Seu rosto muda, mostra arrependimentgenuíno.
— Não — fala a arquivista. — Como? — Foram roubados — informo.Sua expressão se suaviza. Ela m
entrega um pedaço de papel, uma espira
branca vinda de um dos terminais ilegaidos Arquivistas. À medida que olho evolta, no salão, percebo que muita
pessoas seguram pedaços de papel como meu. — Você não é a única que quis sabe
se a Praga era real — conta ela. — Ela é.
— Não — exalo. — Nós suspeitávamos de uma Prag
mesmo antes da barreira da zona imóve
ser erguida — afirma ela. — A Sociedade
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foi capaz de mantê-la contida por muitempo, mas agora está se espalhando
Rapidamente.
— Quem contou a vocês? — quersaber. — Foi a Insurreição?
A arquivista sorri.
— Ouvimos coisas da Insurreição e dSociedade. Mas os Arquivistaaprenderam a ser cautelosos com ambos
— Ela gesticula para o papel que tenho nmão. — Nós temos um código parmomentos como esse. Nós o usamos hmuito tempo para avisar uns aos outro
sobre doenças. As frases vêm de upoema muito antigo.
Olho para baixo e leio.
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O curador deve esvanecer.Todas as coisas são feitas para sedesfazer; A praga passa brutal e veloz. Estou doente, eis minha morte atroz.
Agarro o papel com força. — Quem é o curador? — pergunto
pensando em Xander. — Ninguém — afirma ela. — Nada. A
palavra importante aqui é praga. Ocurador não é ninguém importante. — Elnclina a cabeça para o lado. — Por quê
Quem você pensou que poderia ser? — O líder da Sociedade — digo, mesquivando.
Mesmo após toda a minha negociaçã
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com a Arquivista-chefe, estou hesitantem contar a ela sobre Xander ou Ky.
A mulher sorri.
— Não há líder da Sociedade —embra ela. — Eles a comandam po
comitês de Oficiais vindos de diverso
departamentos. A essa altura, com certezavocê já entendeu isso.
Ela está certa. Entendi. Mas é estranh
ouvir a confirmação do que eu suspeitava — E quanto à Praga, então? —pergunto. — Deve ter outras menções sso em seus arquivos.
— Ah, sim, há — concorda Arquivista. — As Pragas sãomencionadas em todo lugar, na literatura
nas histórias, mesmo na poesia, com
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você viu. Mas todas elas dizem a mesmcoisa: as pessoas morrem até alguéachar a cura.
— Você vai me dizer se meus papéireaparecerem, de alguma forma? —questiono. — Se alguém os trouxer par
negociar?Já sei a resposta, mas é duro ouvir. — Não — afirma ela. — Noss
rabalho é apenas certificar autenticidade dos itens e rastrear nossapróprias negociações. Não pedimos quninguém dê satisfação dos itens qu
razem aqui.Eu sabia disso, claro. Do contrário, e
primeiro lugar eu teria tido que explica
como consegui meus papéis. De cert
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forma, eu também os roubei. — Eu poderia escrever alguns poema
— falo. — Tinha pensado nisso antes...
A arquivista-chefe me interrompe. — Não há mercado para isso — insist
ela, com sua voz prática. — Nós lidamo
com coisas antigas, de valor estabelecidoE algumas coisas novas cujo valor sejóbvio.
— Espera — peço, minha ideiomando conta e me tornando ousada. Não posso evitar, eu imagino a cena
odos nós nos juntando para negociar. Po
algum motivo, visualizo o episódiacontecendo em uma Prefeitura, sob cúpula, só que, ao invés de usarmo
vestidos claros, estamos levand
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desenhos claros, segurando palavracoloridas, cantarolando trechos de novamelodias sob nossas respirações, se
medo de sermos pegos, prontos parouvir: que música é essa que você estcantando?
— E se — pergunto — nócomeçássemos uma nova linha dnegociações, usando coisas novas, qu
nós tivéssemos feito? Eu posso querer pintura de outra pessoa. Alguém podquerer meu poema. Ou...
A Arquivista balança a cabeça.
— Não há mercado para isso —repete. — Mas eu sinto muito sobre seupapéis. — Sua voz vibra com a perd
sentida apenas por um verdadeir
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conhecedor. Ela sabia o que aquelapáginas valiam. Ela viu as palavrassentiu o aroma suave das rochas e
poeira que se agarrou a elas. — Também sinto — digo.E minha perda é muito mais profunda
mais visceral e essencial. Perdi meu jeitde chegar até Ky, a garantia que semprive de que se eu parasse de acreditar n
nsurreição, ou se as coisas desseremendamente errado, eu poderinegociar meu caminho até ele, até minhfamília. Agora, muito pouco me restou,
mesmo o poema de Thomas que ninguéconhece não vai ser nem de perto suficiente para me levar lá sem
documento real.
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— Você tem, é claro, dois itens emrânsito — fala a Arquivista. — Quando
esses itens chegarem, você vai podeomar posse deles imediatamente, uma ve
que já pagou por tudo.Claro. O poema Não te alcancei. O
microcartão do Vovô. Eles ainda vãochegar?
— E você pode continuar fazend
negociações para nós — lembra ela —desde que se prove de confiança. — Obrigada — digo. Pelo menos, h
sso. A pequena quantia que recebo como
pagamento pelas negociações não sermuito, mas talvez eu possa começar guardar algo.
— Algumas coisas vão continua
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valiosas, não importa quem esteja ncomando — conta a Arquivista. — Outravão mudar. A moeda vai mudar.
Ela sorri. — É sempre tão interessante observa
— diz.
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PARTE DOIS
POETA
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CAPÍTULO 9
Xander
— Estou morrendo — queixa-se paciente. Ele abre os olhos. — Não muito difícil.
— Você não está morrendo — garantoa ele, pegando a cura da minha caixaTenho visto mais e mais disso, à medid
que passam as semanas. As pessoaconhecem os sintomas da Praga agora frequentemente vêm antes de sucumbirem— E esse vermelho? É a cor do tubo, nã
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da cura. Vai começar a funcionar logo.Ele é idoso, e quando me estico par
dar uma palmadinha em sua mão, sua pel
me parece muito frágil. Na Sociedade, elpoderia esperar morrer nos próximoanos. Agora, quem sabe? Talvez tenha
empo restante de sobra. Tudo o quemos a fazer é ajudá-lo a passar pel
Praga.
— Prometa — pede ele, olhanddireto para mim. — Me dê sua palavrcomo curador.
Eu prometo.
Conecto um monitor de sinais vitais ele, assim ficaremos avisados se secoração parar de bater ou se ele deixar d
respirar. Então avanço para o próximo
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paciente. Estamos dando conta, mas estcustando cada minuto de cada turno.
A epidemia da Praga aconteceu ante
do que a Insurreição planejava. De formgeral, a tomada da Sociedade correu bemmas não foi perfeita. As pessoa
aceitaram a Insurreição porque elaquerem a cura. Nós temos sua lealdadepor enquanto. Mas ainda há simpatizante
da Sociedade e aqueles que só estãbastante amedrontados com o que estacontecendo. Eles não confiam eninguém. É isso que estamos tentand
mudar. Quanto mais gente doente vier aque sair curada, melhor. Então todopoderão ver que estamos aqui para ajudar
— Carrow. — A voz do curador-chefe
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chega através do meu miniterminal. —Temos um novo grupo se reunindo nosalão de conferências, para seu discurs
de boas-vindas. — Claro — assinto. Essa é outra part
do meu trabalho. — Já estou indo.
Aceno para as enfermeiras em serviçono caminho até a porta. Assim querminar o discurso, meu turno muda
então não vou voltar aqui essa noite, a nãser que haja uma emergência. — Até amanhã — digo a elas.Eu acompanho os outros, andando até
salão de conferências. Não vou muitonge quando escuto alguém chamar me
nome:
— Carrow.
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Há uma multidão de preto sempurrando no salão e levo um segundpara descobrir quem me chamou, maentão a vejo.
— Oficial Lei — falo antes de membrar de que é só Lei agora.
A Insurreição se livrou dos títulos. Nósó usamos os sobrenomes. A última veque a vi foi há quase dois meses, na époc
em que a Praga apareceu e ela ficou presem quarentena. Ela não poderia ter ficadá muito tempo — a Insurreição deixoodos que estavam nos cubículos ire
para casa assim que os Bairros e Cidadeficaram seguros.
Mas, ainda assim, eu fui embora e
deixei lá.
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— Me desculpe... — começo, mas elbalança a cabeça.
— Você fez o que precisava fazer —afirma ela. — É bom te ver.
— Bom te ver também — comento. —Especialmente aqui. Isso significa qu
você se juntou à Insurreição? — Sim — responde ela —, mas ach
que preciso da sua ajuda para permanece
aqui. — Claro. O que posso fazer? — Eu tinha esperança que você s
responsabilizasse por mim — propõe ela
— Se você não fizer isso, não podereficar.
Só é permitido que cada membro d
nsurreição seja responsável por trê
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outras pessoas. claro que queremos quodos se afiliem, por fim, mas por oremos que ser cautelosos. Responder po
alguém não é algo para fazer de qualqueeito. Sempre presumi que minhas trê
pessoas seriam meus pais e Cassia, se el
precisasse, em caso de eu estar erradsobre ela estar na Insurreição.
Se alguém por quem você s
responsabiliza acabar sendo um traidorvocê será investigado junto com eleEntão: o quanto eu confio em Lei?
Estou a ponto de perguntar a Lei s
existe mais alguém a quem ela possrecorrer, mas algo na rigidez em volta dsua boca e na forma como ela está parad
— sua postura ainda mais perfeita do qu
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o usual — me faz perceber que não, nãhá ninguém. Ela não desvia o olhar. Euinha esquecido como nós somos quase d
mesma altura. — Com certeza — concordo. Aind
vou ter duas pessoas sobrando. Se alg
acontecer e eu estiver errado sobrCassia, meu irmão, Tannen, podresponder por ela ou por nossos pais. El
provavelmente está planejando fazer issode qualquer forma. Não pela primeira vezgostaria de ter tido uma chance de falacom ele sobre a Insurreição.
Lei coloca a mão sobre meu braçmuito ligeiramente.
— Obrigada — diz. Sua voz so
adorável, sincera e um pouco surpresa
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Ela não pensava que eu o faria. — De nada — retruco.
— Se você está aqui — aviso aos novorabalhadores —, isso significa que voc
atende às três principais característica
exigidas para trabalhar no centro médicoPrimeiro, você tem treinamento. Segundovocê está a salvo, porque ou contraiu
Praga imediatamente e desde então estcurado, ou então recebeu uma imunizaçãquando se apresentou para voltar arabalho. Terceiro, você se juntou nsurreição.
Eu faço uma pausa e deixo o silêncise instalar antes de recomeçar:
— Você agora é parte dessa rebelião
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Você pode não ter sabido que ansurreição existia até ter ouvido o Pilot
falar, ou você pode ter apenas começado
a acreditar na Insurreição agora que vinossa cura, ou quer nossa imunidade. Nãhá ressentimentos, claro. Nós estamo
gratos por sua ajuda. Nosso objetivmediato é salvar as pessoas da Praga.
Eu sorrio para eles, e quase todo
sorriem de volta. Eles estão felizes dvoltar ao trabalho e se sentir parte dsolução. Alguns deles parecefrancamente ansiosos.
Então uma mulher grita: — Se isso é verdade, então por qu
vocês, quer dizer, nós não imunizamo
odo mundo antes de as pessoas ficare
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doentes? Por que esperar até elaprecisarem da cura?
Um dos agentes da Insurreição n
fundo faz menção de se mover, mas eevanto minha mão. A Insurreição me
forneceu toda a informação de que precis
para responder a uma pergunta como essaE é uma boa pergunta.
— Por que nós não estocamos tanta
munizações quanto curas? — sugiro. — Ésso que você quer saber, não é? — Sim — confirma ela. — Seria mai
fácil e mais eficiente evitar que a
pessoas ficassem doentes em primeirugar.
— A Insurreição tem recurso
imitados — falo. — Nós decidimos qu
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focar na cura era um melhor uso parnossos recursos. Não havia jeito de avisao público sobre a possibilidade da Praga
antes de ela ter acontecido, sem causapânico. E a Insurreição não querimunizar você sem a sua permissão. Nó
não somos a Sociedade. — Mas vocês... nós imunizamos o
bebês — insiste ela. — Sem su
permissão. — É verdade — concordo. — Ansurreição sentiu que imunizar os bebê
era tão importante que nós desviamo
alguns dos recursos nessa direção. Comodos sabem, os bebês sofrem mais eempos de doenças, e mesmo uma cur
não pode garantir uma resposta positiv
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em todos os casos com crianças tãpequenas. Nesse caso, foi tomada decisão de imunizar sem permissão. E
resultado é que não vimos ninguém comenos de 2 anos ficar doente. — Deixo-pensar um pouco. — Agora que
nsurreição está totalmente no controlenós já somos capazes de mudar recursoadicionais para fazer imunizações. Nó
vamos salvar todo mundo em algumomento, de um jeito ou de outro.A mulher assente, aparentement
satisfeita.
Existe outra razão, claro, mas eu não digo em voz alta: se a Insurreição tivessmunizado as pessoas secretamente, ela
não saberiam a quem agradecer por tê-la
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salvado. Elas nem saberiam que tinhamque ser salvas. A Insurreição não tinhacomeçado essa Praga. Tinha dado
solução. E as pessoas precisam sabedisso. Elas não podem apreciar a soluçãa não ser que saibam que há um problema
Assim, a Insurreição tinha que deixaque as pessoas ficassem doentes. Mas egrande parte das revoluções muitos tê
que morrer.Assim é muito melhor. — É meu trabalho lembrar — aviso
olhando todo o grupo — que cada um d
vocês está aqui porque foi assegurado poum membro da Insurreição. Eleapostaram em vocês, acreditaram que er
seguro. Por favor, não os desapontem, ou
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a nós, tentando sabotar o que estamofazendo aqui. Estamos trabalhando parsalvar as pessoas.
Não tenho certeza da parte do salão eque Lei está e fico satisfeito com issoEstou falando para todos, não apenas par
ela. — Agora — acrescento —, deixem-m
descrever os procedimentos básicos par
cuidar dos doentes. Você receberão mainstruções específicas e suas designaçõede turnos quando deixarem o salãoAlguns de vocês vão direto ao trabalho,
outros serão designados para descanso assumir o turno depois.
Explico os passos básicos d
protocolo, lembrando os trabalhadores
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respeito das técnicas antissépticaadequadas e procedimentos como lavar amãos e desinfetar suprimentos
equipamentos. Essas práticas sãespecificamente importantes, já que vírus pode se espalhar através de contat
com fluidos corporais. Falo sobre sistema de admissão e os exames médiconiciais; que estamos com pouco
colchões pressurizados e por issprecisamos virar alguns pacientemanualmente. Descrevo os aspiradores dferimentos que usamos para fechar a
esões, para tentar retardar a infecção.Seria possível ouvir um alfinete cai
quando chego à parte que todos ele
acham mais interessante: a cura.
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— Administrar a cura é muito parecidocom o que vocês viram nas telas doerminais quando o Piloto falou pel
primeira vez a todos — explico. — Quasnão se tem notícia de reação negativa, mase ocorrer, eu assumirei na primeira mei
hora da administração da cura. — Qual é a reação adversa? —
pergunta um homem.
— Os pacientes param de respirar —nformo. — Eles têm que ser entubadosMas a cura funciona mesmo assim. Elesó precisam de ajuda para respirar por u
empo. Obviamente, só se permite que omédicos entubem.
— Você já viu uma reação negativa?
— ele quer saber.
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— Três vezes — falo. — E estorabalhando neste centro médico desd
que a Insurreição assumiu aqui.De certa forma, parece que não passo
empo algum, e de outra parece que tesido minha vida inteira.
— Quanto tempo demora para a curfazer efeito? — pergunta mais alguém.
— Frequentemente, os pacientes fica
completamente alertas dentro de três oquatro dias — pondero —, e sãremovidos para a área de recuperação dcentro médico por volta do sexto dia
Então ficam lá por mais um tempo, antede voltar para suas famílias e amigos. Acura é extremamente potente.
Alguns olhos se arregalam e as pessoa
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se olham surpresas. Elas viram outrapessoas saírem do centro médico, claromas só não sabiam quão rápido a cur
agia. — Isso é tudo — digo. Sorrio par
odos. — Bem-vindos à Insurreição.
Todos eles começam a aplaudir alguns começam a vibrar em voz alta. Apessoas no salão estão completament
empolgadas. Todos estão felizes destarem de volta fazendo algo qumporta, ao invés de sentar do lado d
fora dos muros da barricada. Eu entendo
Quando estou dando a cura às pessoas, seque estou fazendo a coisa certa.
Encaro o teto do dormitório e escut
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odos respirarem. Em algum lugar lá forano centro médico, Lei está trabalhandcom os pacientes. Estou feliz que ela sej
parte da Insurreição agora: ela vai cuidabem dos imóveis. Queria saber por quela não se juntou a nós antes. Talvez el
apenas não soubesse da Insurreição. Apessoas não falavam abertamente sobre rebelião, no fim das contas.
Tenho certeza de que Tannen é parte dnsurreição. Como eu, ele terireconhecido a rebelião como nossresponsabilidade no minuto em qu
ouvisse falar dela, e ele é imune acomprimido também. Ele se encaixperfeitamente.
Nunca pude entender por que Ky nã
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se juntou à Insurreição de cara, nprimeira vez em que eles nos abordaramA Insurreição poderia tê-lo ajudado. Ma
ele não quis e não me disse o porquê.Mesmo antes de Cassia ir à
Províncias Exteriores para encontrar Ky
podia-se dizer que ela faria alguma coisgrande. Como naquele dia na piscinaquando ela finalmente decidiu que estav
pronta para pular: ela foi até a água seolhar para trás. Então eu não deveria teficado surpreso pelo jeito como ela sapaixonou por Ky, porque era como eu
queria que ela se apaixonasse por mimcompletamente.
A única vez em que fiquei tentado
entar sair da Insurreição foi quand
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Cassia e eu éramos um Par. Por unpoucos meses joguei nos dois lados dogo, fazendo o que a Insurreição queria
atuando na Sociedade ao mesmo tempopara poder ser um Par com Cassia. Manão demorei muito para perceber —
queria que Cassia me escolhesse. Dcerta forma, nós sermos um Par foi maior ponto contra mim. Como el
poderia me amar quando a Sociedaddizia que era isso que ela devia fazer?Depois que Cassia me disse que estav
se apaixonando por Ky, percebi que, s
ele fosse embora, ela também iria. Elpularia. Não era difícil reconhecer que Sociedade não o deixaria viver no Bairr
de Mapletree para sempre, e onde que
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que ele fosse poderia ser perigoso.Tive que mandar algo para ela: algo
que poderia ajudá-la e que a fari
embrar-se de mim.Então imprimi a imagem pelo termina
e fui para o lado de fora, para pegar a
pétalas das rosas novas. Mas ambas eracoisas para lembrá-la do passado. Decidque não era o suficiente. Eu queria dar
ela alguma coisa que pudesse ajudá-la nfuturo e que a fizesse pensar em mim.Foi meio irônico ter sido Ky quem m
contou sobre os Arquivistas. Sem ele e
poderia não saber como negociar.Tudo o que tive que dar ao
Arquivistas foi a caixa prateada do me
Banquete. Em troca, eles me deram u
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pedaço de papel impresso de um dos seuerminais — toda a informação que e
passei para eles do meu microcartã
oficial do Par, mais algumas alterações adições por conta própria.
Cor favorita: vermelha.
Há um segredo a contar ao seu Paquando ele a vir de novo.
Essa foi a parte fácil. Conseguir o
comprimidos foi mais difícil. Eu nãentendi completamente o que oArquivistas estavam me pedindo quandconcordei com a negociação.
Mas valeu a pena. Os comprimidoazuis mantiveram Cassia viva. Ela até mcontou isso pelo terminal: há alguma cois
a respeito do azul .
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Eu rolo de lado e encaro a parede. Na noite do Banquete, quand
aguardava na parada do trem aéreo comeus pais e meu irmão, esperava quCassia e eu estivéssemos no mesmo tremDaquele jeito, poderíamos pelo menos i
até a Cidade juntos antes de tudo mudar. Eela subiu as escadas segurando a saia dseu vestido verde. Vi primeiro o topo d
sua cabeça, depois seus ombros e o verdda seda contra sua pele, e finalmente elolhou para cima e vi seus olhos.
Eu a conhecia naquela época e
conheço agora. Tenho quase certeza disso
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CAPÍTULO 10
Cassia
Corro junto à beirada da barricadbranca, que passa próximo ao MuseuAntes de a Insurreição tapar as janelas d
ocal, você podia ver as estrelas e oestilhaços de vidro quebrado. As pessoaentaram invadir na noite em que ouvimo
a voz do Piloto pela primeira vez. Não seo que eles esperavam roubar. A maioriade nós percebeu há muito tempo que Museu não contém nada de valor. Exceto
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para os Arquivistas, claro, mas elesempre sabem quando é tempo de sesconder.
Nas semanas que se seguiram, desdque a Insurreição assumiu o poder, nóivemos mais e tivemos menos do qu
ínhamos antes.Chego em casa tarde todo santo dia
porque sempre vou negociar depois d
rabalho. Embora um agente dnsurreição possa me dizer para mapressar, ele ou ela não vai me emitir umcitação ou me alertar sobre o que esto
fazendo, então tenho um pouco mais diberdade. E temos mais conheciment
sobre a Praga e a Insurreição agora. A
nsurreição explicou que tornou alguma
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pessoas imunes à Praga e ao comprimidvermelho desde o nascimento. O quexplica a capacidade de Ky e Xander d
se lembrarem de tudo, a despeito de tereomado o comprimido vermelho. També
significa que há muito tempo a Insurreiçã
não me escolheu.E nós temos menos certezas. O que va
acontecer a seguir?
O Piloto diz que a Insurreição vasalvar todos nós, mas que temos qucolaborar para isso acontecer. Seviagens — nós temos que tentar evitar qu
a Praga se espalhe e focar os recursos ecurar aqueles que estão doentes. Issoconforme o Piloto diz, é a coisa mai
mportante: parar a Praga, para qu
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possamos realmente começar tudo dnovo. Estou imunizada contra a Pragagora, como a maioria das pessoas n
nsurreição, e em breve, de um jeito ou doutro, todos estaremos a salvo. Aí, oPiloto promete que poderemo
verdadeiramente começar a mudar acoisas.
Quando o Piloto fala conosco, sua vo
é tão perfeita quanto era no primeiro diem que a ouvimos através dos terminais, agora que podemos vê-lo também, difícil desviar o olhar de seus olhos azui
e da convicção que ele sustenta. — A Insurreição — fala ele — é para
odos.
E posso dizer que ele acredita nisso.
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Sei que minha família está bem. Falecom eles algumas vezes através derminal. Bram caiu doente com a Prag
no começo, mas se recuperou como nsurreição prometeu. Meus pais ficara
de quarentena e foram imunizados. Ma
não posso falar com Bram sobre como foer a Praga — nós ainda falamos co
reservas; nós sorrimos e não falamo
muito mais do que falávamos quando Sociedade estava no poder. Não temomuita certeza sobre quem pode nos ouviagora.
A Insurreição só facilitou comunicação entre membros imediatos dfamília. De acordo com a Insurreição, o
Pares daqueles muito jovens para celebra
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o Contrato não existem mais, e nsurreição não tem tempo para rastrea
amigos individuais para cada pessoa.
— Você preferiria perder tempoestabelecendo comunicações — perguntanos o Piloto —, ou deveríamos usa
nossos recursos para salvar pessoas?Assim, não fui capaz de perguntar
Xander qual é seu segredo, aquele que el
mencionou em um pedaço de papel que ei na Escultura. Algumas vezes acho quadivinhei o segredo, que é simplesmente fato de ele estar na Insurreição. Outra
vezes não estou tão certa.É fácil imaginar como as pessoa
devem se sentir quando Xander ve
socorrê-las. Ele se inclina para ouvi-las
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Pega suas mãos nas dele. Fala naquelom gentil e honesto que usava nos meu
sonhos, lá nos cânions, quando me diss
que eu tinha que abrir os olhos. Opacientes devem se sentir curados só dolhar para ele.
Enviei uma mensagem a Ky e Xandedepois que a Praga estourou, para avisáos de que estou bem. Aquela negociação
me custou mais do que eu podia bancadepois do roubo no lago, mas tive qufazê-la. Não queria que eles spreocupassem.
Não recebi nenhuma mensagem dvolta. Nenhuma palavra escrita em papeou impressa em um recado. E minha
negociações do poema Não te alcancei
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do microcartão do Vovô ainda nãoerminaram. Faz tanto tempo...
Algumas vezes, acho que
microcartão deve estar preso nas mãos dum negociante que tenha ficado imóvel ealgum lugar distante; isso signific
perdido para sempre. Porque Bram o terienviado para mim. Acredito nisso.
Quando eu estava trabalhando n
Província de Tana, antes que eu fugisspara a Escultura, foi Bram quem menviou uma mensagem sobre microcartão, e me fez querer vê-lo d
novo. Em sua mensagem, Bram descreveum pouco do que ele tinha visto quandolhara o microcartão de novo:
Bem no final há uma lista da
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memórias favoritas do Vovô. Ele tinhauma para cada um de nós. Suembrança favorita de mim era d
quando eu falei a primeira palavra, quoi “mais”. Sua memória favorita d
você era o que ele chamou de “dia n
ardim vermelho”.Lá em Tana, me convenci de que o
Vovô tinha cometido um pequeno erro —
que ele quis dizer “dias de jardivermelho”, no plural, aqueles dias dprimavera, verão e outono, quando nosentávamos conversando do lado de for
do seu prédio.Porém mais tarde me convenci de qu
não é esse o caso. Vovô era esperto e
cuidadoso. Se ele tinha listado o dia n
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ardim vermelho, no singular, como sumemória favorita de mim, então ele queridizer um dia específico. E eu não consig
embrar qual é.Será que a Sociedade me fez tomar
comprimido vermelho no dia no jardi
vermelho?O Vovô sempre acreditou em mim. Ele
foi o primeiro a me dizer para não tomar
comprimido verde, que eu não precisavaFoi ele quem me deu os dois poemas — de Thomas sobre não ir gentilmente, e de Tennyson sobre cruzar a margem e ve
o Piloto. Eu ainda não sei qual dos dois Vovô pretendia que eu seguisse, mas eleme confiou ambos.
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Alguém espera do lado de fora do Muse— uma mulher de aparência desamparadem uma tarde de primavera cinzenta, qu
não se decidia se chovia ou não. — Eu queria saber mais sobre
Gloriosa História da Central — diz ela.
Seu rosto é interessante, um que ereconheceria se visse de novo. Algumcoisa nela me faz lembrar um pouco minh
mãe. Essa mulher parece esperançosa assustada, como as pessoas normalmentparecem quando vêm aqui pela primeirvez. A notícia sobre os Arquivistas se
espalhou. — Não sou uma arquivista —
esclareço. — Mas tenho autorização par
negociar com eles em seu nome. — Nó
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que fomos sancionados para negociar coos Arquivistas, agora usamos finobraceletes vermelhos sob as mangas, qu
podem ser mostrados às pessoas que noabordam. Os negociantes que não têm bracelete não duram muito, pelo meno
não nas adjacências do Museu. Apessoas que vêm aqui querem segurança autenticidade. Sorrio para a mulher
entando deixá-la confortável, e dou upasso em sua direção para que ela possver melhor o bracelete.
— Pare! — exclama ela e eu congelo.
— Desculpe — emenda—, mapercebi que você está quase pisandnisso. — Ela aponta para o chão.
É uma letra escrita na lama; eu nã
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deixei isso. Meu coração pula. — Você escreveu isso? — pergunto. — Não — responde a mulher. — Est
vendo também? — Estou — afirmo. — Parece um E . Na Escultura, eu ficava pensando qu
inha visto meu nome, o que não erverdade até eu encontrar a árvore na quaKy tinha esculpido meu nome. Mas iss
ambém é real, uma letra escrita fundo nama, com golpes fortes e bruscos, comse a pessoa que escreveu também quisesscomunicar um propósito, uma intenção.
Eli. Seu nome me vem à menteembora, até onde eu saiba, ele nunca tenhaprendido a escrever. E Eli não está aqui
mesmo aqui sendo o lugar em que el
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cresceu. Ele está fora, além daProvíncias Externas, a caminho damontanhas agora.
As pessoas estão vendo, penso. Talveelas também coloquem suas mãos nrocha.
— Alguém sabe escrever — diz mulher, parecendo admirada.
— É fácil — conto a ela. — Você tem
o formato das coisas bem na sua frente.Ela balança a cabeça, sem entender que digo.
— Eu não escrevi isso, mas sei com
fazer — insisto. — Você olha as letrasFaz a forma delas com as mãos. Tudo oque precisa é prática.
A mulher parece preocupada. Seu
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olhos estão sombrios, e há algo contido nmaneira como ela se segura, algo tenso riste.
— Você está bem? — pergunto a ela.A mulher sorri e dá a resposta qu
crescemos acostumados a dar, n
Sociedade: — Sim, claro que estou.Olho na direção da cúpula d
Prefeitura e aguardo. Se ela quiser dizealguma coisa, ela pode. Aprendi isso aoobservar primeiro Ky, depois oArquivistas — se você não se afasta d
silêncio de alguém, ele pode apenas falar — É o meu filho — diz el
calmamente. — Desde que a Praga veio
ele não tem conseguido dormir. Eu falo
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para ele sem parar que há uma cura, maele está com medo de ficar doente. Ficacordado a noite toda. Mesmo tendo sid
munizado, ainda está com medo. — Ah, não — lamento. — Estamos tão cansados... — continu
a mulher. — Preciso de comprimidoverdes, todos os que der para compracom isso.
Ela segura um anel com uma pedrvermelha. Como e onde ela o encontrouão devo perguntar. Mas, se for autêntico
vai valer alguma coisa.
— Ele está assustado. Não sabemomais o que fazer.
Eu pego o anel. Tenho visto mais
mais disso, desde que a Insurreição levo
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embora os comprimidos e os recipienteque a Sociedade nos deu. Embora eesteja feliz de ver que os comprimido
vermelhos e azuis tenham sumido, sei quexistem pessoas que precisam do verde que estão passando maus bocados se
ele. Até minha mãe precisou dele, umvez.
Penso nela dobrada sobre minha cam
quando eu não podia dormir, e isso enviuma dor através de mim e me lembra dcomo ela costumava me ninar codescrições de flores.
— Renda da Rainha Anne — dizia elem voz baixa e suave. — Cenourselvagem. Você pode comer a raiz
quando ela está bem novinha. A flor
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branca e rendada. Adorável. Comoestrelas.
Uma vez, a Sociedade a enviou par
onge, para ver flores em outraProvíncias. Eles queriam que elprocurasse lavouras clandestinas que a
pessoas pudessem estar usando comalimentação, como parte de uma rebeliãoMinha mãe me contou que havia u
campo inteiro de Renda da Rainha Annna Província de Grandia, e que em outrProvíncia ela tinha visto um campo duma flor branca diferente, ainda mai
bonita. Minha mãe falou com oagricultores que cultivavam o campo. Elviu o medo da descoberta em seus olhos
mas fez seu trabalho e os denunciou
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Sociedade porque queria manter minhfamília a salvo. A Sociedade a deixou seembrar do que tinha feito. Eles nã
iraram aquela memória.Minha mãe passou a vida cultivand
coisas. Será que a memória do dia n
ardim vermelho, sobre a qual meu Avôfalou, poderia ter alguma coisa a ver coela?
A brisa de primavera é cortante ao meredor, arrancando as últimas folhas velhados galhos dos arbustos. Ela puxa minharoupas e imagino que, se as tirar de mim
meus últimos papéis vão voar pelmundo, e sei que é hora de eu parar dmanter certas coisas tão próximas.
A mulher se vira para olhar em direção
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ao lago, aquela longa extensão de águcintilando ao sol.
Água, rio, rocha, sol.
Talvez tenha sido isso que a mãe de Kcantava para ele enquanto pintava narochas, nas Províncias Exteriores.
Pressiono o anel de volta dentro dmão da mulher.
— Não dê a ele os comprimidos —
aconselho. — Não ainda. Você podecantar para ele. Tenta isso primeiro. — O quê? — pergunta ela, me olhand
com genuína surpresa.
— Você podia cantar para ele —repito. — Pode funcionar.
E então seus olhos se arregalam u
pouco mais.
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— Eu poderia — concorda ela. —Tenho música em mim. Sempre tive. —Sua voz soa quase feroz. — Mas quaialavras eu cantaria?
O que Hunter, lá no assentamento dagricultores, teria cantado para sua filha
Sarah, que tinha morrido? Ela acreditavem coisas nas quais ele não acreditavaEntão, o que ele teria dito que poderi
ranspor o abismo entre crença descrença?O que Ky cantaria? Penso em todos o
ugares em que estivemos juntos, em toda
as coisas que vimos:
Vento sobre a colina, e sob a árvore
descer.
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Além da fronteira que ninguém podever.
Eu me pergunto, ali em pé com a mãdo filho insone, uma coisa que deveria teme perguntado antes — quando Sísifalcançou o topo da colina, havia alguépara ele ver? Houve um contato furtivoantes de ele se encontrar de novo no fundda colina com a pedra para empurrar? El
sorriu para si mesmo, quando começou dnovo a rolá-la?
Nunca escrevi uma música, ma
comecei um poema antes, um que nãpude terminar. Era para Ky e o início erassim:
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Eu escalo escuro adentro por ti Nas estrelas tu esperas por mim?
— Aqui — chamo e pego um gravetchamuscado da minha manga e um papedo meu punho.
Escrevo com cuidado. Nenhumpalavra nunca veio tão facilmente a mimmas não posso cometer nenhum erro aescrevê-las ou vou ter que voltar ao
Arquivistas para buscar mais papel. Eenho o poema todo em minha mente be
agora, então escrevo rápido, com medo d
perder alguma parte dele.Sempre pensei que meu primeirpoema finalizado seria para Ky. Mas issoparece certo. Esse poema é entre nós dois
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mas também para outros. sobre todos ougares em que você encontra alguém qu
ama.
Rosa nova, Antiga rosa, Rendada Rainha Anne.
Água, rio, rocha e sol.Vento sobre a colina e sob aárvore.
Além da fronteira que ninguém pode ver. Eu escalo escuro adentro por
vocêVocê vai esperar nas estrelas por mim?
Eu transformei um dos começos qu
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inha escrito para Ky em um final. Escrevuma coisa do começo ao fim. Após umomento de hesitação, escrevo meu nom
no final da página, como a autora. — Toma — ofereço. — Você pode
colocar música por trás disso, e vai ser
sua própria. — E me ocorre que é assique é escrever alguma coisa, realmenteUma colaboração entre você, que dá a
palavras, e os que as pegam e dão sentida elas, ou as deixam de lado por não ser que era necessário.
A mulher não pega, a princípio. El
acha que tem que me oferecer algo eroca.
Naquele momento, percebo que a idei
que tenho sobre negociar arte estava tod
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errada. — Estou dando isso para o seu filh
— esclareço. — Vem de mim, não do
Arquivistas. E não como uma negociante. — Obrigada — diz a mulher. — Isso
muito gentil.
Ela parece grata e surpresa, e enfia papel na manga me imitando.
— Mas se não funcionar... — começ
ela. — Aí você volta — retruco. — Eu vopegar os comprimidos verdes para você.
Depois de deixar a mulher, pego o rumodo esconderijo dos Arquivistas para vese eles têm mais trabalho para mim,
para verificar minhas coisas. Após o
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roubo das minhas coisas, pedi aoArquivistas para guardarem minha caixpara mim. Eles a mantêm em algum luga
em um cômodo escondido, um que enunca nem vi. Apenas uns poucoArquivistas têm as chaves.
Eles trazem minha caixa e eu olhdentro dela. Antes cheia de páginanestimáveis, minha caixa agora conté
um rolo de papel de um terminal, um pade sapatos fornecidos pela Sociedadeuma camisa branca que uma vez foi partdo uniforme de algum Oficial e o vestid
de seda vermelha que usei quando acheque fosse ver Ky no lago. Os poemas qurestaram eu mantenho sempre comigo
Juntos, não constituem uma coleçã
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mpressionante, mas é um começo. Só faalgumas semanas. Ou a Insurreição vai mevar àqueles que amo, ou vou achar u
eito de fazer isso eu mesma. — Está tudo aqui — falo ao Arquivist
que está me ajudando. — Obrigada. Te
mais alguma troca que vocês querem queu faça hoje?
— Não — responde ele. — Mas, com
sempre, você é bem-vinda para aguardado lado de fora do Museu para ver salguém a aborda.
Aceno concordando. Se eu não tivess
falado com a mulher fora da negociaçãhoje mais cedo, estaria a caminho doutro item para minha coleção.
Rasgo uma longa tira de papel do rol
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do terminal e enrolo em torno do punhopor baixo das roupas comuns.
— Isso é tudo — informo. —
Obrigada.A Arquivista-chefe atrai meu olha
quando saio das prateleiras. Ela balança
cabeça. Ainda não. Meu poema e microcartão ainda não chegaram.
Às vezes imagino se a Arquivista
chefe não é o verdadeiro Piloto noconduzindo para dentro das águas dnosso próprio desejo e necessidade, e noajudando a sair delas em segurança, e
pequenos botes cheios de coisadiferentes para cada pessoa, os itens dque precisamos para começar nossa
verdadeiras e corretas vidas.
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Não é impossível.Que lugar melhor para comandar um
rebelião do que daqui debaixo?
Quando subo os degraus e saio acima dsolo, sinto o cheiro de grama vindo e
noite caindo.De volta à Cidade, não sei se poss
fazer isso. Eu me agarrei ao poema po
muito tempo. Talvez eu esteja gastando dando demais agora.Mas meus maiores arrependimento
são de ter economizado e guardadoMantive meus poemas por tempo demaise eles foram roubados; nunca ensineXander ou Bram a escrever. Por que e
não pensei em fazer isso? Bram e Xande
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são espertos; eles poderiam aprender poconta própria, mas às vezes é bom tealguém para te ajudar no começo.
Eu me esgueiro para dentro da noite desenrolo o rolo de papel do meu punhoDobro o papel ao longo da fria e lis
superfície de metal de um dos bancos nárea verde e então escrevo, pressionandcuidadosamente com um gravet
carbonizado. Eles são muito fáceis dfazer, se você souber como: um mergulhode um galho no incinerador. Quandoermino, minhas mãos estão pretas e frias
e meu coração parece quente e vermelho.Os ramos das árvores estendem seu
braços, e eu dobro o papel sobre eles. O
vento se move gentilmente, e parece qu
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as árvores acalentam as palavras tãcuidadosamente quanto uma mãe faricom um filho pequeno. Tã
cuidadosamente quanto Hunter mantevSarah quando ele a carregou para seúmulo, na Escultura.
Sob a luz branca dos postes, parecque essa área verde poderia estar apenanum voo alto de imaginação ou n
profundidade de um sonho. Eu mpergunto se vou acordar e descobrir quudo se foi. Essas árvores de papel, ess
noite branca. Minhas palavras sombria
esperando que alguém as leia.Sei que Ky entenderia por que tenh
que escrever isso, por que não há nad
mais que seria suficiente.
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Não entre docemente naquela boanoite.
Revolte-se, revolte-se contra o apagada luz.
Mesmo se for um simpatizante dSociedade que os arrancar, ele vai ver apalavras quando puxar os papéis dárvore. Mesmo se ele os queimar, a
palavras vão ter escorregado entre seudedos a caminho do fogo. As palavraserão compartilhadas, de um jeito ou d
outro.
Os homens bons que, ao dar o últimoadeus, bradando
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Que seus frágeis feitos teriam bailadonuma verde baía, Revoltam-se, revoltam-se contra o
apagar da luz.
Existem muitos deles no mundo, eacho; bons homens e mulheres com seufeitos frágeis. Querendo saber o qupoderiam ter sido, como as coisapoderiam acontecer se nós apena
ousássemos ser brilhantes.Eu fui um deles.Desenrolo mais papel e vejo a frase:
Homens selvagens, que abraçaram ecantaram o sol na altura
Enrolo os papéis nos ramos. Um
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onga volta. Para cima e para baixo, ooelhos dobrando. Os braços acima d
cabeça, como as garotas que vi uma ve
em uma pintura, em uma caverna. Existum ritmo nisso, uma constância de tempo.
Me pergunto se estou dançando.
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CAPÍTULO 11
Ky
— Vai mergulhar hoje? — pergunta udos outros pilotos.
Nosso esquadrão caminha pela trilh
unto ao rio que dá voltas e mais voltapor toda a Cidade de Camas. Em uponto — perto da Prefeitura e d
barricada — o rio se torna uma série dquedas. Uma garça cinzenta corta as águarápidas, próximo a nós.
— Não — recuso, e não me preocup
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em esconder a irritação na minha voz. —ão vejo motivo para fazer isso. — É um sinal de união — insiste ele
Eu me viro para olhá-lo mais de perto. — Nós todos trabalhamos para
nsurreição, não trabalhamos? —
pergunto. — Essa não é toda a união dque precisamos?
O piloto, Luke, fica quieto e anda u
pouco mais rápido, e assim eu ficsozinho na retaguarda do nosso grupoDeram-nos umas horas livres e todmundo quis ir à Cidade. Para muitos d
nós ainda parece perigoso e excitantandar livremente pelas ruas da Cidadque costumava ser a Sociedade, mesm
que a Insurreição tenha poder complet
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em Camas já há algumas semanas, agoraConforme esperado, Camas foi a primeire mais fácil Província a ser tomada pel
nsurreição — muitos rebeldes moram rabalham aqui.
Indie fica para trás para andar comigo
— Você devia mergulhar — aconselhaela. — Todos eles querem que você façsso.
Alguns dos outros esquadrõecomeçaram a pular no rio. Embora sejoficialmente primavera agora, a água vedas montanhas e está gelada. Não tenh
ntenção nenhuma de entrar no rio. Nãsou covarde, mas também não soestúpido. Essa não é a piscina azul, morn
e segura do Bairro. Depois do Sísifo e d
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que aconteceu quando Vick morreu... Não confio mais na água.Muitas pessoas andam nas margens d
rio hoje. O sol esquenta nossas costas. Ansurreição pediu que todos mantenha
seus trabalhos designados pela Sociedad
por enquanto, até que a Praga estejotalmente contida, então a maioria da
pessoas está no trabalho. Mas mesm
assim, há recreadores trazendo criançapequenas para jogar pedras no rio, rabalhadores com marmitas, curtindo
nova liberdade de poder almoçar ond
bem quiserem. Todas essas pessoadevem estar imunes ou curadas, parandar tão livremente. Elas são como nós
elas sabem que estão a salvo.
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Dou uma olhadela para o muro dbarricada, que também passa perto do rioMesmo a Insurreição estando firmementsob controle, ainda há algumas restriçõepor enquanto em relação aos lugares a qupodemos ir. Os médicos e trabalhadore
por trás dos muros não podem sair. Elecomem, dormem e respiram a Praga.
Cassia me contou que Xander fo
designado para Camas. É estranho que elalvez possa estar do outro lado dessbarricada, trabalhando no centro médico
ossos caminhos não se cruzaram e
Camas, embora ambos estejamos aqui hmeses. Queria ter visto Xander. Gostaride falar com ele. Estaria interessado e
ouvir o que ele acha da Insurreição — s
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acha que é tudo o que pensou que seria. Não me pergunto se ele ainda am
Cassia. Tenho certeza de que ama.
Eu não soube dela desde que a Pragestourou, mas eles imunizaram todos nnsurreição que ainda não eram imunes
Então, acho que ela está a salvo, de ueito ou de outro. Mas eu não sei.
Enviei a ela uma mensagem o mai
cedo que pude, dizendo quanto sentia ponão ter podido chegar até ela naquelnoite, no lago. Perguntei se ela estava bee disse que a amava.
Troquei quatro das minhas marmitas dpiloto por aquilo, e valeu a pena, emboreu não possa fazer isso com frequência o
vou arrumar problemas.
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O silêncio de Cassia está me deixandmaluco. Sempre que voo, tenho que msegurar para não decolar e arriscar tudpara tentar chegar até ela. Mesmo se econseguisse roubar uma nave, nsurreição me abateria. Você não va
ajudá-la se estiver morto, fico membrando.
Mas eu também não estou ajudand
muito ficando vivo. Não sei quanto tempmais posso esperar antes que tenha quarriscar fazer isso.
— Por que não mergulhar? —
questiona Indie, ainda me alfinetando. —Você sabe nadar.
— E você? Você vai? — pergunto a
ela.
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— Talvez — responde a garota. Todoainda estão um pouco perplexos condie, mas cada vez mais eles a respeitam
É difícil não fazer isso depois de vê-lvoar.
Estou a ponto de dizer mais algum
coisa a ela, mas então reconheço um rostna multidão. Uma das negociantes qucostumava me trazer mensagens d
Cassia. Não vejo essa negociante eespecial há muito tempo. Ela tem algumcoisa para mim hoje?
A forma como os Arquivista
negociam é diferente agora. A Insurreiçãofechou os Museus da Sociedade, dizendque eles estavam cheios com nada mai
do que propaganda. Então nós temos qu
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esperar do lado de fora dos Museus parfazer contato, ou achar uns aos outros nmultidão.
A entrega é rápida, como sempre. Elpassa por mim, sustentando o olhar ranquila, e nós nos trombamos de leve,
esbarrão normal em um percurso lotadoDe fora, tenho certeza de que tudo parecperfeitamente natural, mas ela me entreg
uma coisa — uma mensagem. — Desculpe — diz, olhando-me noolhos brevemente. — Estou atrasada.
Ela age como se tivesse esbarrado e
mim porque está com pressa para chegar empo a algum lugar, mas sei o que el
quer dizer. A mensagem está atrasada
provavelmente porque ela teve a Praga
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Como ela conseguiu manter o papel? Maialguém leu enquanto ela estava imóvel?
Meu coração corre como um coelho e
busca de um esconderijo no descampadoEssa mensagem tem que ser de Cassia
inguém mais nunca enviou nada a mim
Queria poder ler agora. Mas vou ter quesperar até ser seguro.
— Se você pudesse voar para qualque
ugar, aonde iria? — pergunta Indie. — Acho que você sabe essa respost— digo a ela. Enfio o papel no bolso.
— Seria a Central, então — afirm
ndie. — Você voaria até a Central. — Para onde quer que Cassia esteja.Caleb olha para trás, para nós, e m
pergunto se ele viu a troca. Duvido. A
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negociante foi rápida. Não consigentender Caleb. Ele é o único que traz dvolta caixas, quando estamos entregando
cura. Nenhuma das outras naves estrazendo carga. O comandante sempre no
diz que é aprovado, mas acho que te
muito mais coisa acontecendo, além dque a gente sabe. E acho que Caleb fodesignado para trabalhar com Indie
comigo para ficar de olho em um de nó— mas não consigo descobrir em qual dodois. Talvez em ambos.
— E você? — questiono Indie
mantendo meu tom leve. — Se pudessvoar para qualquer lugar, para onde iriaDe volta a Sonoma?
— Não — diz ela, como se estivess
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sugerindo que isso seria ridículo. — Nãvoltaria para o lugar de onde vim. Eu iripara algum lugar onde nunca estive.
Meus dedos se fecham em torno dpapel no meu bolso. Cassia me disse umvez que usa algumas das páginas contra
pele. Isso é o mais próximo que posschegar de tocá-la ou vê-la, agora.
Indie me observa. E então, como el
sempre faz, diz algo desconcertantenesperado. Ela se aproxima e sussurrapara que os outros não ouçam:
— Estava querendo te perguntar um
coisa. Por que você não roubou nenhudos tubos quando a gente estava ncaverna? Eu vi Cassia e Eli pegando u
cada um. Mas você não pegou.
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Indie está certa. Eu não peguei uubo. Mas Cassia e Eli pegaram. Cassi
pegou o tubo do seu avô. Eli rouboaquele que pertencia a Vick. Mais tardeanto Cassia quanto Eli me deram seuubos, por segurança. Eu os escondi e
uma árvore perto do riacho que descia ato acampamento da Insurreição.
— Eu não precisava de um —
expliquei.Indie e eu paramos. O resto do grupgrita e exulta. Eles encontraram o lugar donde querem pular, um lugar fundo rio
abaixo a partir de uma das quedas. É ondos outros esquadrões têm ido e é próximo suficiente do caminho para que a
pessoas possam parar e observar.
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— Vamos lá — grita Connor, um dooutros pilotos. Ele olha direto para mim para Indie. — Estão com medo? —provoca.
Nem me dou ao trabalho de responderConnor é competente, arrogante
medíocre. Ele acha que é um líder. Eu seque ele não é.
— Não — discorda Indie, e então el
ira o uniforme até chegar à camisa e aoshorts de baixo que todos usamos, e dá usalto na água. Todo mundo vibra quandoela bate na superfície. Prendo
respiração, pensando em quão fria a águdeve estar.
E então estou pensando em Cassia
naquele dia distante em Oria, quando el
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pulou na piscina azul aquecida.Indie emerge molhada, rindo
remendo.
Embora ela seja bonita, com certmpetuosidade nos olhos, não consig
evitar pensar: queria que Cassi
estivesse aqui.Indie percebe isso. Um pouco d
brilho em seus olhos desaparece e el
olha para longe de mim, e sai do riobuscando seu uniforme cumprimentandos outros. Mais alguépula e o grupo exulta novamente.
Indie se arrepia, torcendo seu longcabelo.
E eu penso, tenho que parar isso. Nã
enho que amar Indie do jeito que am
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Cassia, mas tenho que parar de pensaem Cassia quando olho para ela. Secomo é quando as pessoas olham atravé
de você, ou pior, quando veem você comooutra coisa ou alguém que não você.
Uma formação de aeronaves pass
sobrevoando e todos nós olhamos para céu; um reflexo, agora que passamos tantempo lá.
Indie sobe em uma das rochas junto ario e olha os outros mergulharem. Elnclina a cabeça para trás e fecha o
olhos. Indie lembra um daqueles pequeno
agartos das Províncias Exteriores. Elepodem parecer preguiçosos, mas se vocentar pegá-los, eles fogem rápido com
os raios que cortam o céu do deserto ante
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das tempestades de verão.Subo próximo a ela e olho para o rio
odas as coisas que flutuam e nadam nel
— pássaros e detritos das montanhasVocê poderia construir uma dúzia debarcos a partir das coisas que correm po
ali em uma hora ou duas, especialmente nprimavera.
— Me pergunto se eles alguma vez vã
deixar um de vocês dois voar sozinho —diz Connor. Sua voz é alta, é claro, assiodo mundo pode ouvir, e ele s
aproxima, tentando nos intimidar. Ele
enorme e corpulento, com pelo meno1,90m. Eu tenho apenas 1,80m, mas somuito mais rápido, então não me preocup
com uma luta. Ele não pegará Indie e eu s
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a gente decidir correr. — Parece que o Piloto sempre coloc
vocês dois como um par. Como se el
pensasse que nenhum de vocês pudessvoar sem o outro.
Indie ri alto.
— Isso é ridículo — zomba ela. — OPiloto sabe que posso voar sozinha.
— Talvez — continua Connor, e ele é
ão fácil de ler que a coisa suja que elestá a ponto de dizer fica óbvia antes dele botar para fora. — O motivo de elcolocar os dois para voar juntos sej
porque vocês são... — Os melhores — corta Indie. — Co
certeza. Nós somos.
Connor ri. Pinga água dele, do se
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mergulho no rio. Ele parece ensopado estúpido, não legal e brilhante comndie.
— Vocês se acham muito — diz ele— Acha que você vai ser o Piloto algudia? — Ele olha por cima do ombro par
ver se alguém está rindo também de quãridículo isso é. Mas todos permanecequietos.
— Claro — afirma Indie, como se elnão pudesse acreditar que ele sequeperguntasse.
— É o que todo mundo espera —
nterrompe uma garota chamada Rae. —Por que não? Agora a gente pode sonhar.
— Mas não você — diz Indie par
Connor. — Você precisa de outro sonho
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ão é bom o bastante para ser o Piloto. Eacho que nunca vai ser.
— Sério? — pergunta ele, inclinando
se, escárnio no rosto. — E como vocsabe disso?
— Porque eu voei com você — retruc
ela —, e você nunca se deixa levar pelcéu. — Connor ri e começa a dizealguma coisa, mas Indie continua faland
unto com ele: — Você só olha para opróprio umbigo. Como está, o que vocestá fazendo. Quem vai notar você.
Connor dá as costas a ela. Por cima d
ombro, ele diz algo rude sobre Indie — que faria para ela e com ela, se não fossouca. Eu começo a ir em direção a ele.
— Não tem problema — diz Indie, se
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om perfeitamente despreocupado. Querdizer a ela que é perigoso ser tão relaxadcom pessoas como Connor. Mas isso fari
algum bem?A diversão acabou. As pessoa
começam a voltar ao acampamento par
vestir roupas secas. Alguns dos pilotos mensageiros tremem enquanto andamQuase todo mundo entrou no rio.
Enquanto andamos, Indie começa rançar seu longo cabelo, ainda molhado. — E se você pudesse trazer de volt
qualquer um que se foi? — pergunta
mantendo sua linha de questionamento dantes. — E não diga Cassia — acrescentela, com um pequeno bufo de impaciência
— Ela não conta. Ela não está morta.
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É bom ouvir Indie dizer isso, mesmque ela obviamente não tenha certeza. Sbem que, se Cassia me enviou ummensagem, é uma coisa boa. Fecho meudedos em volta do papel de novo e sorrio
— Quem eu traria de volta dos mortos
— repito. — Por que você está mperguntando algo assim?
Indie aperta os lábios. Por u
momento acho que ela não vai respondermas então ela diz: — Tudo é possível agora. — Você acha que a Insurreição seria
capaz de fazer o que a Sociedade nuncpôde? — insisto. — Você acha que ansurreição descobriu como traze
pessoas de volta à vida?
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— Ainda não — sugere ela —, mavocê não acha que eles vão conseguir udia? Não acha que esse é o objetivprincipal do Piloto? Todas as histórias canções antigas falam dele salvando gente. Talvez não signifique apenas d
Sociedade ou da Praga, mas da próprimorte...
— Não — falo baixo. — Você viu
aquelas amostras na Escultura. Comvocê poderia trazer alguém de volta pa r t i r daquilo? E mesmo que vocpudesse usar a amostra para criar algué
bem parecido com a pessoa originalnunca seria a própria pessoa. Não spode trazer a pessoa de volta, nunca
Entende o que eu digo?
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Indie balança a cabeça, teimosa. Nesse momento eu sinto um empurrã
nas costas, me tirando o equilíbrio e mogando na direção do rio próximo. Maenho tempo para enfiar a mão no bolso
fechar os dedos em volta do papel ante
de bater na água. Levanto a mão no alto omo impulso do fundo do rio o mais fort
que posso, com meus pés.
Mas sei que o papel já está molhado.Os outros acham que meu punho estevantado em alguma forma de saudação
então eles começam a vibrar e gritar,
evantar os punhos também. Tenho quentrar na onda, então grito:
— Viva a Insurreição! — E todos ele
repetem o brado.
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Tenho certeza de que foi Connor qume empurrou. Ele observa da margemcom os braços cruzados.
O Rio Camas passa próximo ao nossacampamento também, e logo que todo
estão fora de vista, trocando de roupa nquartel, corro até as pedras planas damargens do rio, desdobrando o papel n
caminho. Se ele tiver estragado mensagem dela para mim...A parte da escrita, no final, est
arruinada. Meu coração fica apertadoMas a maior parte está legível, e estescrita na caligrafia de Cassia. Eu reconheceria em qualquer lugar. El
mudou nosso código um pouco, com
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sempre fazemos, mas não demoro muitpara decodificá-lo.
Estou bem, mas a maioria dosmeus papéis foi roubada. Então não se preocupe se você
não tiver notícias de mim tão frequentemente. Vou dar um jeito de chegar até você quantoantes. Eu tenho um plano. Ky,
sei que você vai querer vir meencontrar, que você vai querer me salvar. Mas preciso que você
confie em mim para me salvar sozinha. A Primavera está chegando. Posso sentir. Eu ainda classifico
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e espero, mas tenho escritoletras em todo lugar que posso.
Eu estava certo. A mensagem é velhaA Praga acelerou algumas coisas atrasou outras. Negociar não é tãconfiável quanto costumava ser. Hquantas semanas ela escreveu isso? Umsemana depois que a Praga teve inícioDuas? Será que ela chegou a recebe
minha mensagem, ou o papel está preso nbolso de alguém imóvel em algum centrmédico?
Algumas vezes, quando acho que nãé justo que estejamos contando nossahistórias um para o outro em pedaços
aos poucos de novo, me lembro de qu
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somos mais sortudos do que a maioriaorque podemos nos escrever. Aqueleresente, o primeiro de muitos que você
me deu, significa mais para mim a caddia. Nós temos uma forma de ter contataté podermos estar juntos de novo.
Te amo, Ky.
É assim que sempre terminamos a
mensagens entre nós. Mas há mais, dessvez:
Não pude arcar com o envio de dua
mensagens separadas até Camas. Enunca pedi isso a você antes; tentei falacom ele de várias maneiras, de formque vocês dois não precisassem dividir
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Mas você pode dar um jeito de Xandever isso também? A próxima parte é parele, e é importante.
E é então que vejo o código mudaparcialmente para números até o final dpágina. Parece um código numéricbásico e, perto do final da folha, ele ficborrado em ondas de tinta sobre o papelde quando caí no rio.
Estou tentado a decifrá-lo. Cassia sabque eu poderia, mas acha que podconfiar em mim.
Ela pode. Nunca vou me esquecer deito que Cassia me olhou naquela casinhna Escultura, quando percebeu que einha escondido dela o mapa d
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nsurreição. Eu prometi a mim mesmentão que nunca deixaria o medo mornar uma pessoa que não queria ser
Agora eu sou alguém que pode confiar ser confiável.
Tenho que achar um jeito de fazer ess
mensagem chegar até Xander, mesmo questeja incompleta. E mesmo que entregasso a ele faça parecer que eu não so
confiável, porque parte dela estdestruída.Prendo os papéis em uma pedra lis
com outra rocha pequena, de modo que
vento possa retirar a água das páginasão vai demorar muito para a mensage
secar. Com sorte, os outros não vão senti
minha falta.
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Quando me viro, vejo Indie andandpelas rochas. Ela colocou um uniformseco e se senta perto de mim. Mantenhuma mão no canto do papel, com medo dargar, caso o vento o pegue e envie
mensagem pelos ares. Pelo menos um
vez, Indie não diz nada. Não faz nenhumpergunta.
Então eu faço:
— Qual é o segredo?Indie olha para mim e levanta asobrancelhas. O que você quer dizer?
— Qual é o segredo para voar com
você? — pergunto. — Como naquela vezquando o trem de pouso teve uma avaria você mesmo assim pousou a nave. — Nó
raspamos todo o asfalto da pista de pouso
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a barriga de metal da nave espirrandfaíscas, e Indie não pareceu nem upouco perturbada.
— Eu sei como os espaços sencaixam — responde ela. — Quandolho para as coisas, elas fazem sentid
para mim.Indie está certa. Sempre teve um bo
senso de proporção e posição no que s
refere a objetos concretos. Indie carregaquele ninho de vespa porque gosta de suforma. Quando ela escalou as paredes dcânion, fez parecer fácil. Mas, mesm
assim, só um raciocínio espaciaexcelente — mesmo que seja praticamentntuição, do jeito que é para ela — nã
explica quão boa ela é voando e quã
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rápido ela aprende. Eu não sou nada ruimmas não sou nada perto dela.
— E eu sei como as coisas se move
— completa Indie. — Como aquela.Ela aponta para outra garça sobre
água. A ave desliza sobre o rio, asa
esticadas, seguindo a corrente de ar pelempo que ela dura. Olho para Indie
sinto uma dor aguda pela solidão dela
como se ela fosse o pássaro. Indie sabcomo as coisas funcionam e se movemmas tão poucas pessoas a entendem... Elé a pessoa mais solitária que já conheci.
Sempre foi assim? — Indie — questiono —, você pego
um tubo da caverna?
— Claro — concorda ela.
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— Quantos? — indago. — Apenas um. — Quem? — Só alguém — desconversa Indie. — Onde você o escondeu? — Não fiquei com ele por muit
empo. Ele se perdeu na água, quanddescemos o riacho até a Insurreição.
Indie não está dizendo toda a verdade
ão sei dizer onde está a mentira, manão tem jeito de fazê-la falar de algumcoisa quando está firme em manter suprópria decisão.
— Você e Hunter foram os únicos quenão fizeram isso — conclui Indie. —Quero dizer, pegar um dos tubos.
Claro. Porque eu e Hunter aceitamos
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verdade sobre a morte. — Já vi pessoas mortas — lembro
ela. — Você também. Quando elas estão
mortas, elas se foram. Não se pode trazêas de volta.
Somos nós que estamos vivos. Aqui
Com tudo a perder. — E se você precisasse levar algum
coisa sobre os muros da barricada? —
sugiro, mudando de assunto. — Você dirique é impossível? — Claro que não — retruca ela
Exatamente como eu sabia que faria. —
Tem várias formas de se fazer isso. — Como o quê? — insisto. Esto
sorrindo. Não posso evitar.
— Escalada — responde Indie.
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— Eles veriam a gente. — Não se formos rápidos — diz ela
— Ou podemos voar. — Eles nos pegariam com certeza
desse jeito. — Não se for o Piloto que nos manda
á para dentro — fala Indie.
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CAPÍTULO 12
Xander
Sempre há um sentimento de excitação ncentro médico quando a cura chega. É udos poucos momentos em que vemo
pessoas que realmente são de fora dbarricada. Nós temos médicos e pacienteentrando aqui o tempo todo, mas o
pilotos e mensageiros que trazem a cursão diferentes. Eles não estão presos acentro médico ou mesmo a Camas.
Há uma chance de vermos o Piloto
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Corre o rumor de que ele mesmo traalgumas das curas de CamasAparentemente, a aterrissagem dentro d
nossa barricada é uma das que apenas omelhores pilotos conseguem realizar.
A primeira nave desce do céu sobre
rua que eles usam como pista de pouso. Opiloto para a nave só a alguns metros daescadas de mármore da Prefeitura.
— Não sei como eles fazem isso —diz um dos curadores espantadobalançando a cabeça.
— Nem eu — concordo. A nave vira e
vem em nossa direção. Ela segue bemais devagar no solo do que no arEnquanto a observo vir, me pergunto s
algum dia terei a chance de voar em um
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dessas. Há tantas coisas a se esperar pardepois que curarmos todo mundo...
ós, curadores, abrimos as caixas ncentro de armazenamento médico escaneamos os tubos com os miniportais
ip. Bip. Bip. Os agentes da Insurreiçãdas naves trazem as caixas, uma após outra.
Termino de escanear os tubos dprimeira caixa. Tão logo isso aconteceaparece outra na minha frente.
— Obrigado — digo, me esticandpara pegá-la do agente.
Olho para cima.É Ky.
— Carrow — cumprimenta ele.
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— Markham — retruco. É esquisitusar seu sobrenome. — Você está nansurreição.
— Claro — retruca ele. — Sempre.Ele sorri para mim, porque ambo
sabemos que é uma mentira. Há milhare
de coisas que quero perguntar a ele, manão temos tempo. Temos que manter osuprimentos em movimento.
De repente, aquilo não parece mais coisa mais importante do mundo. Querperguntar a ele como e onde ela está, e sele teve notícias dela.
— É bom te ver — continua ele. — Você também — digo. E é verdade
Ky estende a mão para apertar a minha
nos cumprimentamos com firmeza, e eu
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sinto pressionar um pedaço de papel nminha palma.
— É dela — Ky avisa em voz baixa
para que os outros não possam ouvirAntes que alguém possa nos dizer parvoltarmos ao trabalho, ele vai em direçã
à porta. Depois que desaparece, dou umespiada no resto do pessoal entregando cura e vejo uma garota ruiva m
observando. — Você não me conhece — afirma ela — Não — digo.Ela inclina a cabeça, me examinando.
— Meu nome é Indie — conta elandie sorri e isso a torna bonita. Sorrio d
volta e então ela se vai também.
Enfio o papel no bolso. Ky não volta
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pelo menos não que eu veja. Não possevitar me sentir como quando estávamoogando nas mesas lá do Bairro, quand
ele estava entregando o jogo e eu era único que sabia. Nós temos outro segredoO que diz o papel? Queria poder le
agora, mas meu turno ainda não acabouQuando você está trabalhando, não hempo para mais nada.
Ky e eu fomos amigos quase desde começo do seu tempo no Bairro. Nnício, eu tinha inveja dele. Eu o desafie
a roubar os comprimidos vermelhos, e elaceitou. Depois disso, nós passamos a norespeitar.
Eu me lembro de outro momento d
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quando Ky e eu éramos mais jovens. Agente devia ter uns 13 anos, e estávamoapaixonados por Cassia. Nós ficamo
conversando próximo à casa delafingindo ligar para o que o outro estavdizendo, mas realmente esperando vê-l
quando ela chegasse em casa.Em algum momento, paramos de fingir — Ela não está vindo — percebi.
— Talvez ela tenha ido visitar seu avô— sugeriu Ky.Concordei. — Ela vem para casa em algu
momento — afirmou ele. — Então não sepor que importa tanto ela não estar aquagora.
Bem naquele momento eu soube qu
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sentíamos a mesma coisa. Sabia quamávamos Cassia, se não do mesmo jeitopelo menos com a mesma intensidade. E
ntensidade era: total. Cem por cento.A Sociedade dizia que números como
aquele não existiam, mas nem eu nem K
nos importávamos. Eu respeitava issnele também. E sempre admirei a formcomo ele nunca se queixava ou ficav
aborrecido sobre nada, muito embora vida não pudesse ter sido fácil para ele nBairro. A maioria das pessoas de lá o viacomo uma substituição para outra pessoa.
Tem uma coisa sobre a qual sempre mquestionei: o que realmente acontececom Matthew Markham? A Sociedade
disse que ele morreu, mas eu não acredit
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nisso. Na noite em que Patrick Markha
ficou andando para cima e para baixo n
rua com suas roupas de dormir, foi meupai que saiu e falou com ele para ir parcasa antes que alguém chamasse o
Oficiais. — Ele estava fora de si — sussurro
meu pai para minha mãe, nos degraus d
frente, depois de ele ter levado Patricpara casa. Eu ouvi por trás da porta. — Ele estava dizendo coisas que nã
poderiam ser verdade.
— O que ele disse? — minha mãe quisaber.
Meu pai não falou por uns momentos
Bem quando achei que ele não iria conta
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a ela, ele abriu a boca: — Patrick não parava de me perguntar
or que eu fiz isso?
Minha mãe prendeu a respiração. Eambém. Ambos se viraram e me vira
através da tela.
— Volta para a cama, Xander — pediuminha mãe. — Não tem nada com o que spreocupar. Patrick está em casa agora.
Meu pai nunca contou aos Oficiais que Patrick disse. E a vizinhança soubque Patrick vagou na rua naquela noitporque estava de luto pela morte de se
filho — dessa forma, não havinecessidade de dar um comprimidvermelho a nenhum de nós para explicar
Além disso, sua angústia nos lembrava d
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necessidade de manter as Anomaliadistantes de todo mundo.
Mas eu me lembro do que meu pa
sussurrou para minha mãe mais tardenaquela noite, quando eles foram até vestíbulo juntos:
— Acho que vi alguma outra coisa noolhos de Patrick, além do pesar.
— O quê? — perguntou minha mãe.
— Culpa — sugeriu ele. — Porque foi no trabalho dele quudo aconteceu? — perguntou ela. — El
não devia se culpar. Ele não tinha como
saber. — Não — insistiu meu pai. — Er
culpa. Culpa consciente e real.
Os dois foram para o quarto e não pud
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ouvir mais nada. Não acho que Patrick tenha matado se
filho. Mas aconteceu alguma coisa lá qu
não fui capaz de descobrir.
Quando o turno finalmente acaba, vou e
direção ao pequeno pátio. Cada almédica tem um, e é o único lugar ondpodemos ter acesso ao ar livre. Estou co
sorte: as únicas outras pessoas aqui sãum homem e uma mulher imersos em umconversa. Ando até o outro lado do pátiopara dar privacidade a eles e viro dcostas, assim eles não podem me ver abrio papel.
No começo, tudo o que faço é olha
fixamente a caligrafia de Cassia.
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É linda. Eu queria saber escreverQueria que ela tivesse me ensinado. Umpequena onda de amargura me atravessa
como se alguém a tivesse injetado diretnas minhas veias com uma seringa. Maeu sei como superar o sentimento
embrar-me disso não adianta nada. Efiquei desgostoso antes por perdê-la, nunca me levou a lugar nenhum. O mai
mportante é que esse não é o tipo dpessoa que eu passei a vida tentando mornar.
Leva só alguns instantes para que e
decifre o código — uma substituiçãbásica de cifra, como aprendemos quandéramos crianças e a Sociedade nos testav
para ver quem podia classificar melhor
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Será que alguém decodificou antes de mensagem chegar a mim? Ky leu?
Xander, Cassia escreveu , eu queria tdizer que estou bem, e queria te dizeoutras coisas também. Primeiro de tudonunca tome um dos comprimidos azuisSei que a Insurreição levou ocomprimidos embora, mas se você cruzacom qualquer um dos azuis de algum
orma, livre-se deles. Eles podem matar.
Espera. Eu leio de novo. Isso não pod
estar certo. Pode? Os comprimidos azuideveriam nos salvar. A Insurreição teriame dito se isso não fosse verdade. Nãeria? Eles sabem? Sua próxima frase m
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diz que eles sabem.
Parece ser de conhecimento comum
dentro da Insurreição que oscomprimidos azuis são tóxicos, mas enão queria que houvesse a chance de quvocê descobrisse por conta própriaTentei te contar no terminal, e acho quevocê entendeu, mas depois me preocupede que talvez não. A Sociedade nos diss
que os comprimidos iriam nos salvarmas eles mentiram. Os azuis taralisam e te deixam imóvel. S
ninguém o salvar, você morre. Eu vacontecer nos cânions.
Cassia viu acontecer. Então ela te
certeza.
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Há algo a respeito do azul. Ela tentome dizer. Eu me sinto mal. Por que nsurreição não me avisou? O
comprimidos poderiam tê-la matado. Eeria sido minha culpa. Como pud
cometer esse tipo de erro?
O casal no pátio está falando mais altagora. Eu viro as costas para elesContinuo lendo, minha mente disparada
Sua próxima frase me dá certo alíviopelo menos eu não estava errado sobre elestar na Insurreição.
Eu estou na Insurreição.Tentei te contar isso também. Eu deveria ter escrito antes, mas voc
era um Oficial. Não quis arriscar t
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criar problemas. E você nunca tinhavisto minha caligrafia. Como você isaber que a mensagem era minha, mesm
que os Arquivistas dissessem que era? Eentão eu descobri um jeito de fazer mensagem chegar até você — através d
y. Ele já viu minha caligrafia. Ele pode dizer que isso realmente veio de mim.
Sei que você está na Insurreição. Eu
entendi o que você estava tentando mdizer através do terminal. Eu deveria teercebido — você sempre foi o primeiro
de nós a fazer a coisa certa.
Tem mais uma coisa que eu queria tedizer pessoalmente, que eu não queriescrever em uma carta. Queria falar com
você cara a cara. Mas agora acho qu
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deveria escrever para você afinal dcontas, no caso de ainda demorar algumempo até nos encontrarmos.
Sei que você me ama. Eu te amo sempre vou amar, mas —
Acaba aqui. Danos causados por águornaram o resto da mensagem enrugada legível. Por um momento vejo tud
vermelho. Como ela poderia ter sid
convenientemente estragada bem nessponto crucial? O que ela ia dizer? Eldisse que sempre me amaria, mas —
Parte de mim queria que a mensageacabasse bem ali, antes daquela últimpalavra.
O que aconteceu? O papel estragou po
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acidente? Ou Ky poderia ter feito isso dpropósito? Ky jogava limpo nabrincadeiras. Era melhor que estivess
ogando limpo agora.Dobro o papel de volta e coloco n
bolso. Nos minutos em que fiquei lendo
mensagem, a luz se foi. O sol deve temergulhado abaixo do horizonte, além domuros da barricada. A porta para o pátio
se abre e Lei entra, bem na hora que casal sai. — Carrow — chama ela. — Estav
esperando achar você.
— Alguma coisa errada? — questionoão vejo Lei há muitos dias. Uma vez qu
ela não era parte da Insurreição desde
começo, então está trabalhando com
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curadora, e sim como assistente médicgeral, designada a qualquer equipe e turnque precise mais dela.
— Não — responde Lei. — Tudo bemÉ bom trabalhar com os pacientes. Evocê?
— Tudo bem também — afirmo.Lei olha para mim e vejo em seu
olhos a mesma dúvida que eu sei qu
havia nos meus quando tive que decidir sresponderia por ela ou não. Ela está sperguntando se pode confiar em mim e srealmente me conhece.
— Eu queria te perguntar — diz Lefinalmente — sobre a marca vermelha quos pacientes têm nas costas. O que ela é?
— É uma pequena infecção nos nervo
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— esclareço. — Acontece junto com adermatoses nas costas ou no pescoçoquando o vírus está ativo. — Faço um
pausa, mas ela é parte da Insurreiçãagora, então posso contar tudo a ela. — Ansurreição disse para alguns de nós qu
procurássemos por ela por ser um sinaevidente da Praga.
— E só acomete as pessoas qu
realmente ficaram doentes. — Isso mesmo — confirmo. — Aforma morta do vírus que eles dão namunizações não leva de forma alguma
nenhum dos sintomas significativos. Maquando a pessoa é infectada com o víruvivo da Praga, ele ataca os nervos
provocando aquela marquinha vermelha.
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— Você tem visto alguma coisaanormal? — indaga Lei. — Quaisquevariações do vírus básico? — Ela estentando entender a Praga por cont
própria, e não aceitando o que nsurreição afirma como certo. O qu
deveria me deixar desconfortável sobrer me responsabilizado por ela, mas nã
deixa.
— Na verdade, não — nego. — De veem quando nós realmente temos pessoaque chegam antes de estarecompletamente imóveis. Tive um pacient
que estava falando comigo enquanto ehe dava a cura.
— O que ele disse? — pergunta ela.
— Ele queria que eu prometesse que i
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ficar bem — respondo. — Então eprometi.
Lei assente e então percebo quã
exausta ela parece estar. — Você tem um turno de descanso
agora? — indago.
— Não pelas próximas horas — diela. — Não importa muito, de qualqueforma. Não tenho dormido bem desde qu
ele se foi e nem consigo sonhar. De certforma, essa é a pior parte de ele ter ido.Eu entendo. — Porque, se você não pode sonhar
não pode fingir que ele está aqui —sugiro. Isso é o que eu faço quanddurmo: volto ao Bairro, com Cassia.
— Não — conclui Lei. — Não posso.
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Ela olha para mim e escuto o que elnão diz. Seu Par se foi e nada mais é mesmo.
Então ela se inclina mais para perto epara minha surpresa, coloca uma mão emeu rosto, muito rapidamente. É
primeira vez que alguém faz isso desdCassia, e tenho que resistir a ceder aoque de Lei.
— Seus olhos são azuis — comentela. Em seguida, puxa a mão de volta. —Assim como os dele. — Sua voz solitária e cheia de anseio: por ele.
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CAPÍTULO 13
Cassia
No começo, a área próxima ao Museparece vazia, e eu cerro os dentes efrustração. Como poderei sair da Centra
se ninguém está negociando? Eu precisdas comissões.
Seja paciente, lembro a mim mesma
unca se sabe quando alguém pode estaolhando, esperando para decidir se elequerem ou não falar. Sou a únicnegociante aqui nesse momento, o que nã
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vai durar muito. Outros virão.Vejo movimento pelo canto do olho, e
uma garota de cabelos loiros e curtos
olhos bonitos aparece na esquina dMuseu. Suas mãos estão em concha à sufrente, segurando alguma coisa. Por u
momento penso em Indie e em seu ninhde vespas e em quão cuidadosamente elsempre o carregava nos cânions.
A garota se aproxima. — Posso falar com você?— perguntela.
— Claro — afirmo. Nos último
empos, nós praticamente nos livramodas senhas de perguntar sobre a histórida Sociedade. Não há mais muit
necessidade disso.
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A menina estica as mãos, e ali, sentadonelas, está um passarinho marrom e verde
É tão estranho que por um minuto eencaro o passarinho, que não se mexe deito nenhum, exceto por suas penas qu
são balançadas levemente pelo vento.
Elas são de um tom de verde que ereconheço.
— Eu fiz isso — conta a garota —
para agradecer pelas palavras que vocescreveu para o meu irmão. Aqui.Ela me dá o pássaro. É minúsculo
esculpido em lama, e em seguida seco
Ele parece pesado e terroso na minhpalma, e as penas, pequenos pedaçorasgados de seda verde, apenas cobrem a
asas.
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— É lindo — afirmo. — As penaselas são...
— Do quadrado de seda que Sociedade me enviou após meu Banquetehá alguns meses — explica ela. — Eachei que não precisava mais dele.
Ela também veste verde. — Não aperta muito o pássaro —
avisa a menina —, pode te cortar. — E
então ela me puxa para fora da sombra dárvore, e as partes do pássaro que nãestão com penas tornam-se cintilantesElas reluzem ao sol.
— Tive que quebrar o vidro para tiraa seda — conta ela —, então eu penseque podia usá-lo também. Eu o esmaguei
em seguida, quando fiz o pássaro, rolei-
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nos fragmentos. Eles são quase tãpequenos quanto areia.
Eu fecho os olhos. Fiz uma cois
parecida no Bairro, quando dei a Ky pedaço do meu vestido. Lembro-mclaramente do estalo, quando quebrei
vidro do retalho.O passarinho brilha e parece se mover
Brilho de vidro, penas de seda.
Parece tanto estar vivo que sinto umpulso momentâneo de arremessá-lo acéu, para ver se ele voa. Mas sei que voapenas ouvir o baque da argila e ver
dispersão do verde quando ele bater nchão; o formato que faz dele um pássarouma coisa voadora, destruído. Assim, e
o seguro cuidadosamente e deixo ess
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conhecimento crescer dentro de micomo uma canção.
Não sou a única escrevendo.
Não sou a única criando.A Sociedade tirou tanto de nós, ma
ainda ouvimos rumores de música
ndícios de poesia; ainda vemonsinuações de arte no mundo ao noss
redor. Eles nunca realmente no
mpediram de tudo isso. Nónternalizamos, às vezes sem saber, muitos ainda desejam uma forma de botapara fora.
Compreendo de novo que nãprecisamos negociar nossa arte — nópodemos dar ou compartilhar. Alguém
poderia trazer um poema, outro um
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pintura. Mesmo que não levássemos nadconosco, nós todos teríamos mais por teolhado para algo bonito ou ter ouvid
algo verdadeiro.A brisa faz as penas verdes do pássaro
dançarem.
— É bonito demais — digo — parmanter só para mim.
— É como me sinto sobre seu poem
— concorda ela avidamente. — Eu querimostrá-lo para todo mundo. — E se a gente tivesse um jeito d
fazer isso? — sugiro. — E se pudéssemo
nos reunir e todo mundo pudesse trazer que cada um fez?
Onde?
O Museu é o primeiro lugar que m
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vem à mente, e eu viro e olho para suaportas tapadas. Se pudéssemos achar ueito de entrar, o Museu tem caixas-vitrin
e luzes douradas incandescentes. Elaestão quebradas, mas talvez desse parconsertar. Eu me imagino abrindo uma da
caixas-vitrine e prendendo meus poemadentro, e então chegando para trás parolhar.
Um pequeno calafrio passa por mimão. Esse não é o lugar.Eu me volto e a garota me observa, se
olhar direto e avaliador.
— Meu nome é Dalton Fuller — diz.Como negociantes, nós não devemo
fornecer nossos nomes, mas eu não esto
negociando.
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— Meu nome é Cassia Reys. — Eu sei — retruca ela. — Você
assinou no poema que escreveu. — Elfaz uma pausa. — Acho que tenho uugar que vai funcionar.
— Ninguém vem aqui — explica ela —por causa do cheiro. Mas está começanda melhorar.
Nós estamos de pé na beirada dpântano que dá no lago. Estamos longe suficiente para só podermos ver margem, não o que poderia ser banhadpor ela.
Eu me perguntei sobre aqueles peixemortos se chocando contra a doca, minha
canelas e minhas mãos — será que ess
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foi um último esforço da parte dSociedade para envenenar ainda maiágua, da mesma forma que eles fizeranas Províncias Exteriores e no territórinimigo? Mas por que a Sociedade fari
uma coisa dessas em seu próprio lago?
À medida que a Insurreição curou Praga, eles tornaram a zona imóvel menorEu vi as aeronaves içando pedaços d
barricada ao céu, juntando mais os outropedaços. Alguns dos edifícios que umvez estiveram dentro da barricada agorestão de volta fora dela.
A Insurreição trouxe os pedaços dbarricada não utilizados para fora, atesse terreno vazio próximo ao lago
Separados, os pedaços brancos do mur
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parecem eles mesmos arte — sinuosos enormes, como plumas largadas na Terrpor seres gigantes e depois transformada
em mármore, como ossos saindo do chãe então transformados em pedra. São ucânion despedaçado, com espaços par
andar entre eles. — Eu vi isso de cima, nas plataforma
de trem aéreo — lembro —, mas nã
sabia como eram assim de pertinho.Em um lugar, eles deixaram cair doipedaços mais próximos do que os outrosOs pedaços formam o que parece u
ongo corredor, se curvando um edireção ao outro, mas sem se tocar nopo. Eu ando por entre eles, e o espaç
embaixo é frio e um pouquinho escuro
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com uma linha definida de céu azufluindo de luz por cima. Coloco a mãcontra o pedaço da barricada e olho par
cima. — Ainda vai entrar água aqui — avis
Dalton. — Mas é coberto o suficiente e e
acho que vai funcionar. — A gente podia colocar os desenho
e poemas nos muros — digo e el
concorda. — E construir algum tipo dplataforma para sustentar coisas como sepassarinho.
E se alguém soubesse como cantar
podia vir aqui e nós escutaríamos. Ficparada ali imaginando música ecoandpelas paredes e do lado de fora, sobre
arruinado e solitário lago.
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Sei que preciso continuar negociandpara chegar até minha família, classificando para manter meu lugar nnsurreição, mas isso também parece alg
que tenho que fazer. Acho que o Vovôentenderia.
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PARTE TRÊS
CURADOR
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CAPÍTULO 14
Xander
— Estou mandando um novo grupo dpacientes para você — avisa o curadorchefe pelo miniterminal.
— Que bom — respondo. — Estamoprontos para eles. Agora temos leitovazios. Depois de três meses de Praga, a
coisas finalmente estão desacelerando, muito disso tem a ver com o aumento dmunizações fornecido pela Insurreição
Os médicos, pilotos e trabalhadore
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deram seu melhor e salvamos centenas dmilhares de pessoas. É uma honra fazeparte da Insurreição.
Vou até as portas, para deixar osmédicos de transferência entrarem.
— Parece que temos um pequeno surt
em um dos subúrbios — comenta um domédicos, abrindo caminho e se segurandna borda de uma maca. O suor escorre d
seu rosto, e ele parece exausto. Eu admiros médicos de transferência mais do ququalquer outra pessoa na Insurreição.
— Acho que de alguma forma ele
perderam as imunizações. — Pode colocar ele aqui — digo
apontando. Eles transferem o paciente d
maca para o leito. Uma das enfermeira
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começa a colocar um avental no paciente escuto sua exclamação de surpresa.
— O que foi? — pergunto.
— A mancha — diz ela. Aponta para opaciente, e vejo faixas vermelhaatravessando seu peito. — Está grav
nesse aqui.Embora a marquinha vermelha sej
mais comum, de vez em quando vemos
mancha se estender ao longo do dorso. — Vamos virá-lo e verificar as costa— ordeno.
Nós fazemos isso. A mancha continua
nas costas do paciente. Olho para baixopara o miniterminal, para inserir nformação.
— Os outros também estão assim? —
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questiono. — Não que a gente tenha percebido —
fala o médico.
Os médicos e eu examinamos os outronovos pacientes. Nenhum deles apresentuma mancha tão grande, ou nem mesm
possui as marquinhas vermelhas. — Provavelmente não é nada —
ranquilizo —, mas vou chamar um do
virologistas.
ão demora muito para o virologistaparecer.
— O que temos aí? — pergunta com om confiante. Não tive muita interaçã
com ele, mas o conheço de vista e pel
reputação como um dos melhores médico
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pesquisadores da Insurreição. — É umvariação?
— Parece que sim — afirmo. — A
erupção viral aguda, que antes erpequena e localizada, agora está smanifestando em dermatoses por todo
dorso.O virologista me olha surpreso, com
se não esperasse que eu utilizasse
inguagem correta. Mas já estou aqui hrês meses. Sei quais palavras usar emais importante do que isso, sei o quelas significam.
Nós já estamos de máscaras e luvapor padrão. O virologista alcança umcaixa e retira uma cura.
— Me consiga um monitor de sinai
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vitais — diz ele a um dos outros médicos— E você — continua, virando-se parmim —, retire uma amostra de sangue
coloque nele um acesso venoso. Não nada inesperado — explica ele enquanteu insiro a agulha na veia do homem. O
curador-chefe nos observa do terminaprincipal na parede. — Viroses mudam oempo todo. Dá para ver mutaçõe
diferentes de um único vírus aparecendem diversos tecidos, até no mesmo corpoEu penduro a bolsa de fluidos
nutrientes e começo o gotejamento.
— Para que tenha se desenvolvido ummutação — prossegue ele —, tem que tesido aplicado algum tipo de pressã
seletiva. Algo que tenha tornado
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mutação mais viável do que o víruoriginal.
Percebo que ele está me ensinando,
que não precisa fazer. E acho que entendoo que ele está dizendo.
— Como uma cura? — pergunto. —
Será que poderia ser essa a pressãseletiva? Será que nós poderíamos tedado a esse vírus a oportunidade de s
desenvolver? — Não se preocupe — retruca ele. —É mais provável que a gente tenha usistema imune respondendo de form
única ao vírus.Ele olha para o paciente e faz um
notificação no miniterminal. Uma vez qu
estou atendendo, ela também aparece n
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meu terminal. Virar o paciente a cadaduas horas, para prevenir dano à pele
impar e fechar as áreas afetadas para
evitar que a infecção se espalhe. Anstruções são as mesmas para todos o
outros pacientes.
— Pobre camarada — comenta ele. —Talvez seja melhor que ele permaneçapagado por um tempo. Ele vai sofrer
antes de se curar. — A gente devia colocar os pacientedessa transferência em quarentena em umparte separada do centro? — pergunto a
curador-chefe pelo terminal. — Só se você preferir não tê-los n
sua ala — responde ele.
— Não — concluo. — Podemo
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colocá-los de quarentena depois, snecessário.
O virologista concorda.
— Eu te aviso assim que tivermos oresultados das amostras — diz ele. —Talvez dentro de uma ou duas horas.
— Nesse meio-tempo, comece com cura em todos eles — ordena o curadorchefe.
— Tudo bem. — Bom trabalho retirando o sangue —elogia o virologista enquanto sai da sala— A gente pensaria que você ainda é
médico. — Obrigado — digo. — Carrow — chama o curador-chef
—, você já está há muito tempo sem faze
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uma pausa. Faça uma agora, enquanto eleestão processando a amostra.
— Eu estou bem.
— Você já esticou seu turno uma vez— insiste o curador-chefe, do terminal. —As enfermeiras e os médicos podem lida
com isso.
Comecei a tirar todos os meus intervalo
no pátio. Eu até trago minha comida ataqui para comer. É um pequeno recorte dárvores e flores que estão começando morrer, porque ninguém tem tempo dcuidar delas, mas pelo menos, quandestou aqui fora, sei se é dia ou noite.
Além disso, acho que se eu ficar n
mesmo lugar a maior parte do tempo, h
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mais chance de eu ver Lei e nópoderemos falar sobre nosso trabalho sobre o que percebemos.
No começo penso que estou sem sorteporque ela não está no pátio. Mas aí, bequando estou terminando minha refeição
a porta se abre e Lei sai. — Carrow — diz ela, soand
satisfeita. Lei também deve ter andado m
procurando, o que faz eu me sentir bemEla sorri e cumprimenta outras pessoas npátio.
— Todo mundo descobriu esse lugar.
Lei tem razão. Posso contar pelmenos 14 outras pessoas sentadas ao sol.
— Estava querendo falar com você —
digo. — Aconteceu uma coisa interessant
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na nossa última transferência. — O que foi? — pergunta ela. — Chegou um paciente com um
mancha mais forte. — Como era?Conto a ela sobre as lesões e o que
virologista disse. Tento explicar pressão seletiva, mas não consigo direitoMesmo assim ela entendeu.
— Então é possível que a cura tenhprovocado a mutação. — Se é que é uma mutação — lembro
— Nenhum dos outros pacientes tem um
mancha igual. Claro, pode ser que eleainda não tenham tido tempo ddesenvolver.
— Queria poder ver — diz ela. N
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começo, acho que ela está falando dopacientes, mas depois vejo que ela estgesticulando na direção onde a
montanhas estariam à vista se os muronão as estivessem bloqueando. — Semprquis saber como as pessoas viviam se
er as montanhas para indicar onde elaestavam.
— Nunca senti falta delas — admito.
Tudo que a gente tinha em Oria era Colina, e eu nunca realmente dei muitmportância a ela. Sempre gostei dougares pequenos — o gramado n
Primeira Escola, o azul brilhante dpiscina. E eu gostava dos bordos nBairro, antes que eles os derrubassem
Quero construir todas essas coisas d
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novo, mas dessa vez sem a Sociedade. — Meu outro nome é Xander — dig
repentinamente a Lei, surpreendendo a nó
dois. — Acho que eu nunca te disse. — O meu é Nea — fala ela. — Bom saber — afirmo. E é mesmo
ainda que a gente não vá quebrar protocolo e usar nossos primeiros nomeenquanto estivermos trabalhando.
— O que eu mais gosto nele —comenta ela, seu tom e a mudança dassunto quase abruptos — é que ele nuncem medo. Exceto quando se apaixono
por mim. Mas, mesmo então, ele nuncretrocedeu.
Levo um tempo maior do que o norma
para pensar na coisa certa a dizer, e ante
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que diga alguma coisa, Lei fala de novo: — Então, o que você gosta nela? —
ndaga. — Seu Par?
— Todas as coisas — respondo. —Tudo. — Levanto as mãos do lado do mecorpo. De novo, estou sem palavras. É u
sentimento nada familiar e não tenhcerteza de por que é tão difícil falar sobrCassia.
Acho que Lei vai ficar frustradcomigo, mas ela não fica. Ela concorda. — Eu entendo isso também — afirma.Meu tempo se esgota e meu interval
acaba. — Tenho que voltar — aviso. — Hor
de ver como eles todos estão.
— Isso tudo vem muito naturalment
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para você — diz Lei. — Não é? — O que você quer dizer? — pergunto — Cuidar das pessoas. — Ela est
olhando na direção das montanhas dnovo. — Onde você estava morando nverão passado? — quer saber ela. —
Você já tinha sido designado para Camas — Não — respondo. Nessa época, e
estava em casa, em Oria, tentando faze
Cassia se apaixonar por mim. Parece qufoi há muito tempo. — Por quê? — Você me lembra um tipo de peixe
que vai ao rio durante o verão — explic
ela.Eu rio. — Isso é uma coisa boa?
Lei está sorrindo, mas parece triste.
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— Eles fazem o caminho todo, desde mar.
— Isso parece impossível — comento — É impossível — afirma ela. — Ma
eles fazem assim mesmo. E eles mudacompletamente durante a jornada. Quand
eles vivem no oceano, são azuis cocostas prateadas. Mas no momento em quchegam aqui, estão descontroladament
coloridos, vermelho brilhante cocabeças verdes. Não tenho certeza sobre o que ela ach
que isso tem a ver comigo.
Lei tenta explicar: — O que estou tentando dizer é qu
você encontrou seu caminho para casa
Você nasceu para ajudar as pessoas, e
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você vai encontrar uma forma de fazesso, não importa onde esteja. Do mesm
modo que os peixes vermelhos nascera
para achar seu caminho de volta aoceano.
— Obrigado — digo.
Por um segundo, cogito contar tudo ela, incluindo o que eu realmente fiz parconseguir os comprimidos azuis. Mas nã
conto. — Hora de voltar para o trabalho —nformo a Lei, despejo o resto da água d
meu cantil sobre as rosas novas próxima
ao nosso banco e vou em direção à porta.
Ando por trás das casas do Bairro dMapletree, próximo aos trilhos d
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entrega de comida. Mesmo sendo tarde enão havendo entrega de refeições, possoouvir o suave raspar dos carrinhos em
minha mente. Quando passo pela casa dCassia, quero me esticar e tocar uma daersianas ou bater em uma janela, mas
claro que não faço isso.Vou até a área comum do Bairro
onde as áreas de recreação são
agregadas, e antes mesmo que eu tenhaempo de me perguntar onde o Arquivistaestá, ele aparece do meu lado.
— Nós estamos bem atrás da piscin
diz ele. — Eu sei — retruco. Essa é minha
vizinhança e sei exatamente onde estou
borda branca e aguda do trampolim
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alto paira em frente a nós. Nossas vozesussurrando na noite úmida, soandcomo asas de gafanhotos chiando.
Ele escala sobre a cerca rapidamentee eu o sigo. Quase digo “a piscina estechada. Nós não podemos ficar aqui”
mas, obviamente, nós estamos.Um grupo de pessoas aguarda sob um
rampolim alto.
— Tudo o que você tem que fazer retirar o sangue deles — informa orquivista. — Por quê? — pergunto, gelando.
— Nós estamos pegando amostras dreservação de tecido — conta orquivista. — Nós todos queremos o
controle de nós mesmos. Você sabe
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disso. — Pensei que estávamos retirando a
amostras do jeito comum — digo. —
Com cotonetes, não agulhas. Você sórecisa de um pouco de tecido. — Dessa forma é melhor — fala
rquivista. — Vocês não estão roubando de nós
do jeito que a Sociedade faz — uma da
mulheres me diz, sua voz baixa e calma Vocês estão retirando nosso sangue edevolvendo. — Ela levanta o braço. — stou pronta.
O Arquivista me entrega uma caixaQuando a abro, vejo tubos estéreis eseringas lacradas em plástico.
— Vá em frente — ele incentiva. —
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stá tudo arranjado. Eu tenho ocomprimidos para lhe dar quanderminar. Você não precisa saber nada
mais do que isso.O homem está certo. Eu não quero
entar entender o complicado sistema d
rocas e equilíbrio. E eu certamente nãoquero saber o que essas pessoaagaram para estarem aqui. Será qu
uma negociação como essa é sancionadelos outros Arquivistas, ou esse homemestá conduzindo transações à parte? Nque foi que eu tropecei? Não tinha
ercebido que o mercado negro desangue seria o preço pelos comprimidoazuis.
— Você vai ser pego — aviso.
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— Não — diz ele. — Não vou. — Por favor — pede a mulher. — Eu
quero ir para casa.Coloco um par de luvas e preparo
uma seringa. A mulher mantém os olhoechados o tempo todo. Deslizo a agulh
da seringa em sua veia próxima à curvdo cotovelo. Ela faz um som assustado.
— Quase terminado — aviso. —
guenta firme. — Retiro a seringa e aevanto. Seu sangue é negro. — Obrigada — diz ela, e o Arquivista
he entrega um pedaço de algodão qu
ela pressiona na parte interna do braço.Quando termino, o Arquivista me dá
os comprimidos azuis. E então ele avis
aos outros:
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— Nós estaremos aqui de novo naróxima semana. Tragam suas crianças
Vocês não querem ter certeza de teramostras para elas também?
— Eu não vou estar aqui na próximsemana — informo ao Arquivista.
— Por que não? — estranha ele. —Você está prestando um serviço a eles.
— Não — discordo. — Não estou. Nã
existe ciência ainda para trazer aessoas de volta.Se existisse, penso, tenho certeza d
que as pessoas a usariam. Como Patric
e Aida Markham. Se houvesse um jeito drazer seu filho de volta, eles o fariam.
De volta em casa, usando um pequen
bisturi roubado do centro médico
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realizo a única cirurgia querovavelmente farei na vida, talhando
muito cuidadosamente ao longo da
costas dos comprimidos, cortando apel do terminal dos Arquivistas emiras, inserindo-os e em seguid
segurando as embalagens sobre oncinerador para derreter novamente o
adesivo junto.
Levou quase a noite toda e pelmanhã acordei com o som de gritos noairro, enquanto eles levavam Ky
embora. Não muito depois disso, Cassi
artiu também e me agradeceu; ela tinhcomprimidos azuis para levar com ela.
Ando de volta até minha ala para verifica
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os pacientes. — Alguma reação adversa à cura? —
ndago.
A enfermeira balança a cabeça. — Não. Cinco deles estã
respondendo bem. Mas o resto, incluind
o paciente com a mancha no corpo, nãestá. Mas ainda é cedo, óbvio.
Ela não precisa articular o que nó
dois sabemos: normalmente já teríamovisto algum tipo de resposta até agorasso não é bom.
— Mais alguém manifestou a mancha?
— Nós não verificamos desde que elederam a entrada — confessa ela. — Temenos de uma hora.
— Vamos fazer isso agora — sugiro.
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Nós viramos um dos pacientecuidadosamente. Nada. Viramos outro
ada.Mas a mancha da terceira pacient
marca seu corpo inteiro. Suas lesõeainda não estão tão vermelhas quant
aquelas do primeiro paciente, mas reação é certamente atípica.
— Chame o virologista — ordeno a u
dos médicos. Cuidadosamente, viramos mulher de volta e eu prendo a respiraçãoSangue vaza de sua boca e seu nariz.
— Temos um paciente com sintoma
diferentes — informo ao curador-chefpelo terminal. Antes que ele possresponder, outra voz sai pelo
miniterminal. É o virologista.
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— Carrow? — Sim? — Eu analisei o genoma viral retirad
do paciente com a erupção circunferencia— diz ele. — Ele revela uma cópiadicional do invólucro de inserção neura
do gene de proteína. Você entende o queestou dizendo?
Eu entendo.
Nós temos uma mutação nas mãos.
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CAPÍTULO 15
Cassia
Ao anoitecer, a luz do final da tarde torno branco da barricada cor de ouro, e o céestá limpo e azul, exceto pelo ponto ond
o sol se põe além do horizonte. É quandnós nos reunimos, mais de nós a cada diaUma pessoa avisa duas pessoas, qu
avisam quatro, e isso aumentexponencialmente, e dentro de poucasemanas depois que começamos, temos que eu acho que seja uma viralização d
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nós mesmos. Não sei quem começou a se referir
esse lugar como a Galeria, mas o nom
pegou. Estou feliz de que as pessoas smportem o suficiente para nomeá-la
Gosto especificamente quando escuto o
sussurros daqueles que estão aqui pelprimeira vez, que ficam parados em frentà parede com as mãos sobre a boca
ágrimas em seus olhos. Embora eu possestar errada, acho que muitos deles ssentem como eu, toda vez que venho aqui
Eu não estou sozinha.
Se eu tenho um pouco de tempo posso ficar um pouco, mostro a quem queque queira aprender como escrever. Um
vez que tenham me visto fazer isso, ele
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fazem suas próprias marcas; desajeitadono começo, e em seguida precisosconfiantes.
Ensino para eles a letra de imprensanão a letra cursiva enfeitada que Ky mensinou. A letra de imprensa é mais fáci
por causa das linhas separadas, distintasÉ escrever junto — a escrita sem cessar o movimento contínuo — que é mai
difícil aprender, que parece tão estranhoem nossas mãos. De vez em quando eescrevo em cursiva, assim não perco sensação de conexão com o que esto
escrevendo, e mais importante, com KyQuando escrevo sem levantar o gravetdo chão ou o lápis do papel, me lembr
de Hunter e seu povo, como ele
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desenhavam as linhas azuis em suas pelee depois sobre a pessoa seguinte.
— Assim é mais difícil — diz u
homem me observando escrever ecursiva. — Mas do jeito normal, não ruim.
— Não — digo. — Então por que nós não fazemos iss
sempre? — pergunta ele.
— Acho que algumas pessoas fazem —respondo, e ele concorda.Temos que ser cuidadosos. Ainda há
focos de simpatizantes à Sociedade qu
querem brigar e destruir, e eles podem seperigosos. A Insurreição em si nãoproibiu de nos reunirmos desse jeito, ma
o Piloto pediu que todo mundo focasse
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atenção em completar nosso trabalho exterminar a Praga. Ele nos diz que salvaas pessoas é o que mais importa, e e
acredito que isso seja verdade, mas achque aqui na Galeria também estamosalvando a nós mesmos. Muitas pessoa
esperaram muito tempo para criar oiveram que esconder o que fazem.
Nós trazemos o que quer que tenhamo
feito para a Galeria. Existem muitodesenhos e poemas pregados à paredcom seiva das árvores. Parecebandeiras esfarrapadas — papel do
erminais, guardanapos e até pedaçorasgados de pano.
Há uma mulher que esculpe padrõe
em pedaços de madeira e em seguida o
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escurece com cinzas carbonizadas, pressiona os pedaços contra o papelmprimindo seu mundo nos nossos.
Há um homem que deve ter sido uOficial uma vez, que pega todos os seuuniformes brancos e encontra um jeito d
colocar diversas cores neles. Ele corta ecido em peças e faz vestimentas em u
estilo diferente de qualquer um que eu j
enha visto, com ângulos e floreios inhas que são inesperadas e retas. Elpendura suas criações no topo da Galeriae elas parecem as promessas de quem
gente pode ser no futuro.Há Dalton, que sempre traz artesanat
que é bonito e curioso, decorado co
peças de outras coisas. Hoje ela troux
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uma pessoa criada de pedacinhos decido e papel rasgados e entã
reconstruídos em alguma coisa maior co
pedras para os olhos e sementes comdentes, e é bonito e terrível.
— Oh, Dalton! — exclamo.
A mulher sorri e eu me aproximo parolhar melhor. Sinto o cheiro penetrante dseiva de árvore que ela usa para juntar o
pedaços de suas criações. — Existe um rumor — diz Daltosuavemente — de que quando escurecealguém vai cantar.
— Nós temos certeza dessa vez? —pergunto. Já ouvimos esse rumor antesMas nunca parece acontecer. Poemas
artesanato são mais fáceis de deixar; nó
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não temos que ficar de pé diante dooutros e ver seus rostos enquantoferecemos o que temos para dar.
Antes que Dalton possa responder, halguém junto ao meu cotovelo. Eu mviro, e lá está um Arquivista que conheço
O pânico se instala por um momento —como ele encontrou a Galeria? Então eme lembro de que os Arquivistas não são
a Sociedade, e que também nós nãestamos competindo com os Arquivistapor negociações. Esse é um lugar parcompartilhar.
Ele retira algo branco de dentro dcasaco e me entrega. Um pedaço de papelPoderia ser uma mensagem de Ky? Ou d
Xander? O que Xander achou da minh
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mensagem? Aquelas foram as palavramais difíceis que tive que escreverComeço a abrir o papel.
— Não leia — pede o Arquivistasoando embaraçado. — Não enquantestou aqui. Eu estava pensando, voc
pode esperar um pouco? Depois que efor embora? É uma história que eescrevi.
— Claro — prometo a ele. — Vou lehoje à noite. Não deveria ter presumido que ele er
apenas um Arquivista. É claro que el
ambém poderia ter algo a adicionar Galeria.
— As pessoas nos procura
perguntando se há algum valor no que ela
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fazem — diz ele. — Eu tenho que dizer elas que não há. Não para nós. Eu aenvio para você. Mas não sei como voc
chama esse lugar.Por um momento, eu hesito, e entã
embro a mim mesma que a Galeria não
um segredo, não pode ser escondido. — Nós o chamamos de Galeria —
conto.
O Arquivista concorda. — Vocês deveriam ser cuidadosos aose reunirem em grupos — avisa ele. —Há rumores de que a Praga sofre
mutação. — Nós temos ouvido esses rumores h
semanas — afirmo.
— Eu sei — concorda ele —, ma
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algum dia eles podem ser verdadeirosPor isso eu vim essa noite. Eu tinha quescrever isso no caso de a gente não te
mais.Eu entendo. Aprendi que, mesmo sem
Praga ou uma mutação, o tempo é sempr
curto. Por isso eu tinha que escreveaquelas coisas para Xander, muito emborfosse quase impossível de fazer. Eu tinh
que dizer a ele a verdade, porque já que empo é curto, não deveria sedesperdiçado esperando:
Sei que você me ama. Eu te amo sempre vou amar, mas as coisas nãoodem continuar desse jeito. Elas têm
que parar. Você diz que não se importa
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que vai esperar por mim, mas eu achque você realmente se importa, e quvocê deveria. Porque nós esperamo
muito em nossas vidas, Xander. Nãoespere mais por mim.
Eu desejo amor para você.
Eu espero isso mais do que qualqueoutra coisa, talvez ainda mais do quminha própria felicidade.
E de certa forma, talvez isso signifiquque eu amo Xander mais do que qualqueum.
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CAPÍTULO 16
Ky
— Pra onde a gente vai? — perguntndie, subindo na nave.
É minha vez de pilotar, então me sento
no lugar do piloto. — Não faço ideia — resmungo. —
Como sempre.
Desde que a Insurreição começou parvaler, nós paramos de receber nossamissões antecipadamente. Começo verificar meu equipamento. Indie m
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ajuda. — Uma nave mais antiga hoje —
percebe ela. — Bom.
Eu aceno concordando. Indie e epreferimos as naves mais antigas, qupodem ser mais temperamentais do que a
novas, mas também nos dão uma sensaçãdiferente. Quando você está pilotando anaves novas, às vezes parece que ela
estão te pilotando, e não o contrário.Tudo está em ordem, então esperamopelas instruções. Está chovendo de novo ndie cantarola, parecendo feliz. Ela m
faz sorrir. — É uma coisa boa eles terem no
colocado para voar juntos — admito. —
Eu nunca mais te vi no quartel ou n
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refeitório. — Tenho estado ocupada — desculpa
se Indie. Ela se aproxima de mim. —
Depois que a Praga acabar, você vapedir para ser treinado como combatente?
É por isso que não tenho visto tant
ndie? Ela está planejando mudar demprego algum dia? Os combatentesaqueles que dão cobertura às nossas nave
de missões enquanto voamos, têm qureinar por anos. E, é claro, eles têm quaprender a lutar e matar.
— Não — respondo. — E você?
Antes que ela possa responder, nossoplano de voo começa a sair. Indie famenção de pegá-lo, mas eu o arranc
primeiro e ela me mostra a língua, com
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se fôssemos crianças. Eu olho para oplanos e meu coração acelera.
— O que é? — questiona Indie
esticando o pescoço para conseguir ver. — Vamos para Oria — aviso aturdido — Isso é estranho — pondera ela.
E é. A Insurreição não gosta quevoemos para Províncias onde já vivemosEles acham que vamos querer tentar dar
carga às pessoas que conhecemos, anvés de deixar a Insurreição distribuiconforme a necessidade. “A tentação muito grande”, nos diz o comandante.
— Bom, isso pode ser interessante —afirma Indie. — Eles dizem que Oria e Central são os lugares que mais tê
simpatizantes.
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Eu me pergunto quem ainda vive lá queu conheceria. A família de Cassia foenviada a Keya, e meus pais foraevados embora. A família de Em ainda
vive lá? E os Carrow? Não vejo Xander desde que entreguei
ele a mensagem de Cassia. Uns diadepois que falei com Indie sobre invadir barricada da Cidade de Camas,
nsurreição nos enviou para entregaalgumas curas. Acho que Indie tevalguma coisa a ver com a designação, masempre que pergunto a ela sobre isso, el
dá de ombros. — Provavelmente eles só queriam ve
se a gente consegue aterrissar — diz el
—, já que é uma das mais difíceis dentr
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de uma Cidade.Mas ela tem aquele brilho no olho qu
significa que não está contando a históri
oda. Eu me preocupo, mas se Indie nãquer te dizer alguma coisa é inútil ficaperguntando.
Mas nós fomos para dentro dos muroe ajudamos Caleb com a carga, e eentreguei a mensagem de Cassia. Foi bo
ver Xander de novo. Ele ficou feliz de mver também. Imagino quanto tempo issdurou, depois que ele viu que aquela partda carta estava estragada.
A maior parte do voo, como sempre, udo céu.
Depois nós baixamos de altitude
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Aponto a nave na direção da barricadaEmbora tenha sido a Sociedade qucolocou as barreiras brancas,
nsurreição as deixou no lugar para manteuma linha entre os doentes e os saudáveis
— Oria está igual a qualquer outr
ugar — fala Indie, parecenddesapontada.
Nunca pensei nisso assim. Mas ela te
razão. Essa sempre foi a característicmais importante de Oria — ela era tãperfeitamente da Sociedade que erpraticamente anônima. Não como Camas
que tem as montanhas para destacá-la, oAcadia, que tem uma costa rochosa até Mar Leste, ou a Central, com seus lagos
As Províncias medianas — Oria
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Grandia, Bria e Keya — parecebasicamente as mesmas.
Exceto por uma coisa.
— Nós temos uma Colina — conto ndie. — Você vai ver quando no
aproximarmos.
Estou faminto pela visão daquelsurgimento de floresta, com suas árvoreverdes. Sinto que se não posso ve
Cassia, ver a Colina é a segunda melhocoisa. Nós ficamos juntos lá. Nós noescondemos nas árvores e pela primeirvez nossos lábios se tocaram. Quas
posso sentir o vento na pele, e sua mão nminha. Engasgo.
Mas quando pairamos em círculo sobr
Oria, nos preparando para aterrissar, não
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consigo encontrar a Colina na luz sombrida tarde.
É Indie quem a vê.
— Aquela coisa marrom? — apontela.
Ela tem razão.
Aquele lugar marrom e descoberto é Colina.
Começo a baixar a nave. Nós no
aproximamos cada vez mais do solo. Aárvores ao longo das ruas se tornamaiores. O chão vem em nossa direçãoOs edifícios tornam-se familiares, a
nvés de genéricos. No último segundo, eu arremeto.Sinto Indie me olhando. Nunca fiz iss
antes, nos meses em que estivemo
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entregando suprimentos. — A aterrissagem não parecia certa —
nformo nos alto-falantes. Acontece. Va
entrar no meu registro como um erro. Maeu tenho que ver a Colina de novo, maide perto.
Nós subimos na direção oposta e nodirigimos à Colina, indo mais baixo dque deveríamos, para que eu possa da
uma boa olhada. — Alguma coisa errada? — perguntum dos combatentes pelo alto-falante.
— Não — respondo. — Estou trazend
a nave.Já vi o que precisava ver. O solo est
nu. Foi completamente demolido
Queimado. Massacrado. É como se
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Colina nunca tivesse conhecido árvoresPartes da Colina deslizaram para baixonão mais escoradas pelas raízes do
organismos vivos.O pequeno pedaço de seda verde d
vestido de Cassia não está mais preso
uma árvore, no topo da Colinadesbotando com o vento, a chuva e o so
ossos pedaços de poemas enterrado
foram exumados e reenterrados empurrados para mais longe.Eles mataram a Colina.
***
Eu pouso a nave. Atrás de mim, escutoCaleb abrir o compartimento de carga
começar a arrastar as caixas. Sento e olh
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direto para a frente.Quero estar de volta lá, na Colina, co
Cassia. Quero tanto isso que acho qu
pode me destruir. Todos esses meses sepassaram, e continuamos afastadosColoco a cabeça nas mãos.
— Ky — chama Indie. — Você estábem? — Ela coloca a mão em meu ombrpor um segundo. Então ela solta e, sem m
olhar, desce para ajudar Caleb.Estou grato a ela, tanto pelo toququanto pelo isolamento, mas nenhum dodois dura muito.
— Ky? — grita Indie. — Vem vesso!
— O quê? — pergunto, descendo até
compartimento de carga. Indie aponta par
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um ponto próximo ao chão, anteescondido pelas caixas. Alguém arranhoo metal da nave e esculpiu imagens na
paredes. Isso me lembra das figuras lá nEscultura.
— Eles estão bebendo o céu — afirm
ndie.Indie está certa. Não é chuva que
figura mostra, não como uma que e
desenhei lá no Bairro. É diferente —pedaços quebrados do céu caindo no chãe pessoas pegando-os e extraindo águdeles.
— Me faz ficar com sede. — Olha — digo, apontando para
figura vinda do céu. — Quem você ach
que é?
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— O Piloto, claro — afirma ela. — Você desenhou isso? — questiono
Caleb, que apareceu no alto dcompartimento de carga, pronto para maicarga.
— Desenhou o quê? — ele quer saber
— As figuras esculpidas na lateral dnave.
— Não — responde ele. — Deve te
sido um dos outros mensageiros. Eamais vandalizaria a propriedade dnsurreição.
Eu entrego outra caixa.
Nós terminamos nossa entrega e vamoem direção à nave. À medida quandamos, Indie fica para trás. Eu me vir
e a vejo falando com Caleb. Ele balança
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cabeça. Indie se aproxima mais dele. Elevantou o queixo e sei exatamente com
devem estar seus olhos.
Ela o está desafiando com algumcoisa.
Caleb balança a cabeça novamente
Sua postura está tensa. — Me diz — escuto ela dizer. —
A gora. Nós deveríamos saber.
— Não — esquiva-se ele. — Vocênem é o piloto desse voo. Me deixa epaz.
— Ky está pilotando — fala ela. —
Ele teve que vir até aqui, até suProvíncia natal. Você sabe como deve serdifícil? E se você tivesse que voltar
Keya, ou seja lá de onde você for? El
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pelo menos deveria saber o que estamofazendo.
— Estamos trazendo suprimentos —
diz ele. — Isso não é tudo o que estamo
fazendo — insiste ela.
Ele desvia dela. — Se o Piloto quisesse que você
soubessem — fala por cima do ombro —
vocês iam saber. — Você sabe que não passa de ummensageiro, mesmo para o Piloto —embra Indie. — Ele não pensa em voc
como sendo dele.Caleb dá um passo atrás e vejo em se
rosto ódio por Indie.
Porque ela está certa. Ela sabe o qu
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Caleb espera. o sonho de cadrabalhador órfão, sem pais da Insurreiçã
— deixar o Piloto tão orgulhoso que el
os proclame como seu familiar. É o sonhode Indie também.
ndie me encontra mais tarde no camppróximo ao acampamento. Ela se senta respira fundo. No começo acho que va
entar me fazer sentir melhor falandsobre coisas que não importam, mas Indinunca foi muito boa nisso.
— Podemos tentar — sugere ela. —Podemos fazer uma viagem até a Centrase você quiser.
— Não é uma opção — digo. — O
combatentes iriam nos abater.
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— Você tentaria, se não fosse por mim— afirma ela.
— É — concordo. — E por causa d
Caleb. — Parei com o egoísmo que mfez deixar todo mundo para trás noplanos e levar apenas Vick e Eli
Escultura. Caleb é parte do nosso grupoQuando piloto, ele é minhresponsabilidade. Também não posso
arriscá-lo. Cassia não iria querer quoutras pessoas morressem só para que epudesse encontrá-la.
E se o Piloto está dizendo a verdade
sso não importa. A Praga está sobcontrole. Tudo vai ficar bem logo, e vouencontrar Cassia e ficaremos juntos. E
quero acreditar no Piloto. Algumas veze
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eu acredito. — Lá no acampamento, quand
estávamos treinando — lembro —, voc
voou com ele alguma vez? — Voei — afirma ela simplesmente
— Foi assim que eu soube que ele era
Piloto, mesmo antes de nos dizerem. Oeito como ele voa... — Ela para, se
palavras, e então seu rosto se ilumina. —
Era como a figura que vimos hojeesculpida na nave — diz ela. — Parecique eu estava bebendo o céu.
— Então você confia nele? —
pergunto.Indie assente. — Mas você ainda correria o risco d
r até a Central comigo.
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— Correria — afirma ela —, se isso o que você quer. — Ela me olha como squisesse ver dentro de mim. Queria quela sorrisse. Aquele lindo, largo, sábionocente e tortuoso sorriso dela.
— No que você está pensando? — el
quer saber. — Quero ver seu sorriso — digo.E então ela sorri — de repente
satisfeita — e eu abro o sorriso de volta.A grama farfalha com a brisa. Indie snclina um pouco mais para perto. Se
rosto está radiante, esperançoso e natura
Parece que foi aberto um novo buraco nmeu coração.
— O que está nos impedindo de voa
untos? — sussurra Indie. — Eu e você?
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Mal posso ouvi-la sobre o ventassobiando na grama, mas sei o jeitcomo essa pergunta soa para elaPerguntaram algo como isso a ela antes.
— Cassia — aviso. — Estoapaixonado por ela. Você sabe disso. —
ão há incerteza na minha voz. — Eu sei. — E não há uma desculpa n
voz dela.
Quando Indie quer muito uma coisaseu instinto é se jogar.Como Cassia.Indie inspira e então se move.
Ela se move para mim.Sua mão se emaranha em meu cabelo
seus lábios pressionam os meus.
Nada parecido com Cassia.
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Eu recuo, sem fôlego. — Indie — digo. — Eu tinha que fazer isso — retruc
ela. — Não me arrependo.
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CAPÍTULO 17
Cassia
Alguém está entrando no esconderijo doArquivistas; escuto seus passos na escadaJá que estou esperando na área principa
com os outros, jogo o facho da minhanterna para cima, como todos. A figura
para, esperando por nós.
Uma vez que vejo quem é — umnegociante com quem já cruzei por aquantes —, eu afasto a luz. Mas muitos dooutros não fazem isso. Ela está presa al
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como uma mariposa. Um Arquivistpróximo sinaliza para que eu coloque uz de volta, e eu faço isso, piscando
embora a garota parada na soleira seja única pega na claridade.
— Samara Rourke — chama
Arquivista-chefe. — Você não deveriaestar aqui.
A garota ri, nervosa. Ela está com u
pacote volumoso e o abaixa um pouco. — Não se mova — ordena Arquivista-chefe. — Vamos acompanhavocê para fora.
— Eu tenho permissão para negociaaqui — afirma ela. — Foi você que mmostrou onde era esse lugar.
— Você não é mais bem-vinda —
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avisa a Arquivista-chefe. Ela está ealgum lugar nas sombras e então ela sadianta apontando o facho de luz da su
anterna direto nos olhos da garota. Essugar é dos Arquivistas. Eles decide
quem fica nas sombras e oculta, e que
em que enfrentar a luz. — Por quê? — pergunta Samara, e su
voz finalmente vacila um pouco.
— Você sabe o porquê — acusa aArquivista-chefe. — Você quer que todosaibam também?
A garota umedece os lábios.
— Você devia ver o que eu achei —fala ela. — Prometo que você vai queresaber... — ela faz menção de pegar o
pacote ao seu lado.
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— Samara trapaceou — anuncia Arquivista, cada pedacinho de sua voz tãpoderoso quanto a voz do Piloto. Ressopelo lugar. Nenhuma das luzes oscila, quando fecho os olhos ainda posso veseus pontos luminosos e a garota nervosa
a expressão ofuscada. — Alguém deu um item a Samara, par
que ela negociasse em seu nome. El
rouxe aqui. Nós avaliamos o item, aceitamos e demos um item em troca, cooutro item menor, à parte, como taxa pelnegociação. E então Samara ficou com o
dois.Há negociantes desonestos no mundo
muitos deles. Mas normalmente eles nã
ousam tentar trabalhar com o
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Arquivistas. — Vocês não se prejudicaram — alega
Samara à Arquivista. — Vocês tiveram
seu pagamento. — Sua tentativa ddesafio me faz sofrer de pena. O que evou a fazer isso? Com certeza ela sabi
que seria pega. — Se alguém devia mpunir, seria a pessoa de quem eu roubei.
— Não — discorda a Arquivista. —
Você nos comprometeu quando roubou.Três dos arquivistas baixam as luzes se adiantam.
Meu coração se aperta e eu recuo u
pouco para dentro das sombras. Emboreu venha aqui com frequência, não souma Arquivista. A qualquer momento
meus privilégios — que são maiores d
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que aqueles permitidos à maioria donegociantes — podem ser revogados.
Escuto o clique da tesoura, e
Arquivista-chefe volta segurando bracelete vermelho de Samara no arSamara parece pálida, mas ilesa, e com a
uzes ainda direcionadas a ela posso vesua manga levantada e seu punho nu ondo bracelete costumava ficar.
— As pessoas devem saber — anuncia Arquivista para o grande salão — qupodem confiar, quando negociam conoscoO que aconteceu aqui compromete tudo
Agora nós teremos que pagar o preço droca. — Os outros baixaram as luze
agora, assim a voz dela é sua parte mai
dentificável; seu rosto está nas sombras
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— Pagar o preço por outros não é algque gostamos de fazer — então seu tomuda e o incidente acaba, está terminado
— Vocês podem voltar para suanegociações.
Não me mexo. Quem sabe se eu nã
faria o que Samara fez, se passasse algpelas minhas mãos que eu precisasse paralguma outra pessoa? Porque eu acho qu
é isso que aconteceu. Não acho quSamara arriscou isso por ela mesma.Sinto uma mão em meu cotovelo e m
viro para ver quem é.
É a própria Arquivista-chefe. — Vem comigo — chama ela. — Tem
uma coisa que preciso que você veja.
***
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Ela me leva através de fileiras dprateleiras e através de um longo e escurcorredor, apertando firme meu braço. Eagora estamos em outro vasto cômodadeado de prateleiras de metal, ma
essas estão todas cheias. Elas estã
enfileiradas com tudo o que qualquer uamais poderia desejar, cada peça perdid
de um passado, cada fragmento de u
futuro.Outros Arquivistas se movem entre aprateleiras, enquanto outros montaguarda. Esse cômodo tem outras luzes
amarradas pelo teto e brilhanddebilmente. Capto um vislumbre dcaixas, caixotes e contêineres de tamanho
desiguais. Seria necessário um mapa par
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encontrar o caminho através de um lugacomo esse.
Sei onde estamos antes de ela m
dizer, embora eu nunca tenha estado aquiOs Arquivos. É um pouco como ver oPiloto pela primeira vez; eu sempre soub
da existência desse lugar, mas mdefrontar cara a cara com ele me faquerer cantar ou chorar ou fugir. Não
estou certa do quê. — Os Arquivos estão cheios desouros — diz a Arquivista. — E eu
conheço cada um deles.
Seu cabelo reluz dourado nessa luzcomo se ela fosse um dos tesouros quguarda. Então ela se vira para olhar par
mim.
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— Poucas pessoas estiveram aqui —conta.
Então, por que eu?, me pergunto. — Há muitas histórias que passara
pelas minhas mãos — lembra Arquivista. — Sempre gostei de um
sobre uma garota que tinha a tarefa dransformar palha em ouro. Uma coismpossível, mas ela conseguiu mais d
uma vez. É assim que esse trabalho é.A Arquivista caminha até um canto eevanta uma caixa da prateleira. Ela
abre e dentro vejo fileiras e fileiras d
barras embrulhadas em papel. Ela peguma delas e levanta.
— Se eu pudesse — divaga ela —
ficaria aqui o dia todo. Aqui é ond
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comecei meu trabalho como ArquivistaEu classifiquei os itens e os cataloguei. —Ela fecha os olhos e inspir
profundamente, e me pego fazendo mesmo.
O aroma vindo da caixa é familiar
uma memória, mas não consigo localizáa, no começo. Meu coração se acelera u
pouquinho e evoco uma súbita onda d
raiva; inesperada, deslocada. E então esei. — É chocolate — afirmo. — É — concorda ela. — Quando foi
última vez que você comeu? — No meu Banquete do Par — lembro — Claro — afirma ela.
Ela fecha a caixa, pega outra e abre
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Vejo cintilações de prata que no começoacho que são caixas do Banquete, mas anvés disso são garfos, facas e colheres
Em seguida outra caixa, essa manuseadmais gentilmente do que as outras, dentro vejo peças de porcelana, branca
como a neve e frágeis como gelo. Entãvamos para outro canto e ela me mostranéis com pedras vermelhas, verdes, azui
e brancas, e de novo até outra fileira, donde ela retira livros com figuras tãricas e lindas que tenho que apertar amãos para não tocar as páginas.
Há tanta riqueza aqui... Mesmo que enão negociasse por prata ou chocolateentendo por que outra pessoa negociaria.
— Antes da Sociedade — conta
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Arquivista-chefe — as pessoacostumavam usar dinheiro. Havia moedasalgumas de ouro, e papéis-cédula verdes
Elas os trocavam entre si e elerepresentavam coisas diferentes.
— Como funcionava? — quero saber.
— Digamos que eu estivesse com fom— explica a Arquivista. — Eu daria alguém cinco dos papéis e eles me daria
comida. — Mas aí o que eles fariam com opapéis?
— Usariam para conseguir outra cois
— fala ela. — Eles tinham coisas escritas neles? — Não — diz a mulher. — Nada como
os seus poemas.
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Eu balanço a cabeça. — Por que alguém faria isso? —
egociar do jeito que os Arquivistafazem parece muito mais lógico.
— Eles confiavam uns nos outros —responde ela. — Até não confiarem mais.
Ela aguarda. Não sei exatamente o quela espera que eu diga.
— O que eu estou mostrando pra voc
— continua a Arquivista — são as coisaque a maioria das pessoas acha que sãvaliosas. E nós também temos caixas mais caixas cheias de itens muit
específicos, para gostos mais excêntricosós fazemos isso por um bom tempo.
Ela me conduz de volta pelo caminh
que viemos, até as fileiras onde as joia
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estão armazenadas. Para um momentpara pegar uma caixa. Não a abre, mas carrega com ela enquanto anda.
— Todo mundo tem uma moeda — diela. — Uma das mais interessantes é conhecimento, quando as pessoas quere
saber coisas e não possuí-las. Claro, que as pessoas querem saber é unegócio similarmente variado
ntrincado. — Ela para perto do final daprateleiras. — O que você quer saberCassia?
Quero saber se minha família, Ky
ander estão bem. O que o Vovô quisdizer com dia no jardim vermelho. Quaimemórias eu perdi.
Uma pausa, naquele cômodo decadent
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e circunspecto.A luz da sua lanterna passeia pela
prateleiras, mandando vislumbres
relances de luz a lugares estranhos. Serosto, quando consigo vê-lo, parecpensativo.
— Sabe o que é extremamente valiosno momento? — pergunta ela. — Aqueleubos que a Sociedade tinha, aquele
secretos. Ouviu falar deles? As amostraque eles tiraram muito antes do BanquetFinal?
— Ouvi falar deles — admito. Eu os v
ambém. Todos enfileirados armazenados em uma caverna no meio dum cânion. Enquanto estávamos lá
naquela caverna, Hunter quebrou algun
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dos tubos e Eli e eu roubamos outros, ucada um.
— Você não é a única que tem —
sugere a Arquivista-chefe. — Algumapessoas fariam tudo o que pudessem parcolocar as mãos naquelas amostras.
— Os tubos não importam — retruco— Eles não são pessoas de verdade.
Estou citando Ky, e espero que
Arquivista não possa ouvir a mentira nminha voz. Porque eu roubei o tubo dVovô da Escultura e dei a Ky paraesconder, e fiz aquilo porque não
conseguia me livrar da ideia de quaqueles tubos poderiam ser importantes.
— Pode ser — admite a mulher. —
Mas outros não concordam com você
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Eles querem suas próprias amostras, aquelas que pertencem a sua família seus amigos. Se eles perderem alguém qu
amam na Praga, vão querer ainda mais oubos.
Se eles perderem alguém na Praga.
— Isso é possível? — pergunto, mano minuto em que falo, sei que é. A morteé sempre possível. Aprendi isso n
Escultura.Quase como se ela estivesse lendminha mente, a Arquivista pergunta:
— Você viu os tubos, não viu? Quando
você estava fora da Sociedade?Por algum motivo, quero rir. A
Caverna que você está perguntando, sim
eu a vi, com fileiras e fileiras de tubo
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armazenados arrumadinhos na terra. Eambém vi uma caverna cheia de papéis
e maçãs douradas e árvores sombria
retorcidas por terem crescido em umugar com muito vento e pouca chuva,
meu nome entalhado em uma árvore,
inturas na pedra. E na Escultura eu vi corpo
queimados sob o céu e um homem
cantando para sua filha em seu túmulomarcando seus braços e os dela em azulu senti vida naquele lugar e vi morte. — Você não trouxe nenhum daquele
ubos para negociar, trouxe? — questionela.
Quanto ela sabe?
— Não — respondo.
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— Que pena — lamenta. — O que as pessoas trocariam pelo
ubos? — indago. — Cada um tem uma coisa — diz
mulher. — Claro, nós não garantimonada, a não ser que a amostra pertença
pessoa certa. Nós não prometemos quhaja um jeito de trazer ninguém de volta.
— Mas está implícito — sugiro.
— Só seriam necessários alguns tubopara te levar para onde quer que vocquisesse ir — fala a Arquivista. — Comoa Província de Keya. — Ela espera par
ver se eu mordo a isca. A mulher sabeonde minha família está. — Ou de voltpara casa, para Oria.
— E que tal — digo, pensando e
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Camas — um lugar completamentdiferente?
Nós nos olhamos, esperando.
Para minha surpresa, a Arquivista falprimeiro e é então que sei quãdesesperadamente ela quer aquela
amostras. — Se você está pedindo uma passage
para as Outras Terras — sugere muito
suavemente —, isso não é mais possível.Eu nunca ouvi falar das Outras Terrassó dos Outros Países, marcados em umapa lá em Oria, lugares sinônimos d
erritório Inimigo. Do jeito que Arquivista fala das Outras Terras , nentanto, posso deduzir que ela quer dize
algum lugar inteiramente diferente
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distante, e uma pequena excitação passpor mim. Mesmo Ky, que viveu naProvíncias Exteriores, nunca menciono
as Outras Terras. Onde elas são? Por umomento, fico tentada a dizer sim Arquivista, para tentar descobrir sobr
ugares tão remotos que não apareçam enenhum mapa que eu já tenha vistomesmo aqueles pertencentes aos aldeõe
que viveram certa vez na Escultura. — Não — digo. — Não tenho nenhuubo.
Por um instante, ambas ficamos e
silêncio. E então a Arquivista fala: — Percebi que ultimamente seu foco s
desviou da negociação. Eu vi a Galeria. É
uma realização e tanto.
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— É mesmo — concordo. — Todomundo tem algo digno de secompartilhado.
A Arquivista me olha com pena eperplexidade nos olhos.
— Não — retruca ela. — Tudo feito n
Galeria já foi feito antes e melhor. Mas, seu modo, ainda é uma conquista notável.
Ela não é o Piloto. Sei disso agora. El
me lembra minha Oficial, lá de OriaAmbas têm em comum a convicção de quainda estão aprendendo, ainda sdesenvolvendo, quando na verdade j
perderam essa capacidade há muitempo.
É um alívio deixar os Arquivos e volta
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para a Galeria, que está viva e acima dsolo. À medida que me aproximo dGaleria, escuto algo.
Canto. Não conheço a canção; não é uma da
Cem. Não consigo realmente entender a
palavras, estou muito distante, mas escuta melodia. A voz de uma mulher sobe edesce, fere e cura, e em seguida, em coro
um homem se junta a ela.Eu me pergunto se ela sabia que elambém cantaria, se é uma coisa que ele
planejaram, ou se ela ficou surpresa e
descobrir de repente que ela não estavsozinha com sua música.
Quando eles param há silêncio, n
começo. Então o aplauso de alguém n
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frente, e logo todos nos juntamos a ele. Eme aproximo empurrando a multidãoentando ver os rostos daqueles que são
música. — Mais uma? — pergunta a mulher,
nós gritamos a resposta. Sim.
Dessa vez ela canta outra coisa, algcurto e claro. A melodia é cheia demovimento, mas fácil de seguir:
Eu, uma rocha, estou rolando No alto da colina mais alta
Você, meu amor, está chamando Embora o inverno esfrie
Nós devemos continuar
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Agora, sempre e ainda
Será que essa canção poderia ser um
das Províncias Exteriores? Ela me lembrda história de Sísifo, e Ky me disse qunas Províncias Exteriores eles mantinhasuas canções por mais tempo. Mas todaessas pessoas se foram, agora. Isso facom que as palavras devessem pareceristes, mas com a música por trás delas
elas não soam assim.Eu me pego murmurando junto e, ante
que perceba, estou cantando, assim com
as pessoas à minha volta. Cantamos canção sem parar, até conseguirmoentoar as palavras e a melodia de formcorreta. No começo, fico envergonhada
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quando percebo que estou me movendo, então eu não me importo mais, não ligoudo o que eu queria era que Ky estivess
aqui e que ele pudesse me ver agoracantando também e dançando na frente dmundo.
Ou Xander. Queria que ele estivessaqui. Ky já sabe como cantar. Será quXander sabe?
Nossos pés batem no chão, e nós nãconseguimos mais sentir nem um traço dcheiro dos corpos dos peixes que uma vebateram contra as margens, porque eles s
deterioraram agora, só sobraram os ossoso fedor deles se perdeu na fragrância dnossa vida, nossa carne, no sal de nossa
ágrimas e suor, na nitidez do verde d
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grama e plantas pisoteadas sob os pésEstamos respirando o mesmo ar, cantandoa mesma canção.
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CAPÍTULO 18
Xander
Durante a noite, 53 novos pacientes dãentrada. Nem todos eles têm a erupção e sangramento, mas alguns sim. O curador
chefe ordena colocar todos eles equarentena na nossa ala, e me designa curador responsável pela mutação. Estare
encarregado de administrar o cuidado aopacientes no local, enquanto ele observdo terminal.
— Não quer arriscar a própria pele —
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resmunga uma das enfermeiras para mim. — Tudo bem — digo a ela. — Quero
ver de perto. Mas isso não significa qu
você tenha que se arriscar. Posso pedipara ele te realocar em algum outro lugar
Ela balança a cabeça.
— Vou ficar bem. — Ela sorri paramim. — Além disso, você pediu a elpara incluir o pátio como parte da área d
quarentena. Isso faz diferença. — Temos a cafeteria também —embro, e ela gargalha. Nenhum de nó
passa mais muito tempo lá, exceto par
pegar nossas refeições.O virologista entra e examina o
pacientes. Ele também está intrigado.
— O sangramento ocorre porque
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vírus está destruindo plaquetas — diz ele— O que significa que provavelmente baço está se tornando maior nos paciente
afetados.Uma médica próxima a nós concorda
Ela está conduzindo um exame médico d
rotina em um dos primeiros pacientes. — O baço dele está aumentado — di
ela. — Está se projetando sob o rebord
costal. — E os pacientes estão perdendo capacidade de limpar as secreções dopulmões e do trato respiratório —
constata outro médico. — Vamos teproblemas com pneumonia e infecções snão conseguirmos fazê-los melhorare
ogo.
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Mais à frente, na fileira de pacientesouvimos um grito.
— Temos uma ruptura! — alerta umédico. — Acho que ele está cosangramento interno.
Peço um cirurgião através d
miniterminal. Todos nos reunimos eorno do paciente, que ficou pálido. O
monitor de sinais vitais apita enquanto
pressão sanguínea do paciente cai e sufrequência cardíaca sobe. Os médicos cirurgiões berram instruções.
Esse paciente, e todos os outros
permanecem completamente imóveis.
ão podemos salvá-lo. Não temos temp
nem de levá-lo a uma sala de operaçõe
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antes que morra. Dou uma olhada nopacientes em volta. Espero que eles nãenham visto muito. O que eles poderiamer visto? O peso da morte do paciente m
esmaga enquanto pego o miniterminal, quapita insistentemente com uma mensage
privada do curador-chefe. Ele viu a coisoda pelo terminal principal.
Enviando agora os dados do paciente
evisar imediatamente.Ele quer que eu olhe os dados agoraQuando acabamos de ter uma morte? Aequipe toda parece abalada. O objetiv
do centro médico e da Insurreição salvar as pessoas. Nós não as perdemoassim.
Vou até a lateral do quarto para
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verificar os dados. No começo, nãentendo a urgência. São os dados dopacientes que chegaram doentes, e a
nformações parecem hemogramamédicos básicos. Não tenho certeza sobro que deveriam me dizer.
Então eu entendo. Os hemogramas sãodos recentes, de quando os paciente
foram imunizados. Os pacientes foram
munizados e mesmo assim tiveram mutação, o que significa um enormsegmento da população em risco.
— Vou ter que isolar sua ala
completamente — avisa o curador-chefpelo miniterminal.
— Eu entendo — digo. Não há mai
nada que eles possam fazer. — Nó
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estamos sendo isolados — aviso à equipeEles concordam, exaustos. Ele
entendem. Nós passamos por isso milhõe
de vezes nas simulações. Estamos aqupara salvar as pessoas.
Então escuto passos correndo atrás d
mim. Eu me viro.O virologista está correndo para a
portas principais da ala. Eles já tivera
empo de trancá-las? Ou ele vai expor ugrupo inteiro de pessoas à mutação dPraga?
Eu disparo, correndo por entre fileira
de pacientes o mais rápido que posso. Elé mais velho do que eu. É moleza alcançáo e derrubá-lo, jogando nós dois no chão
— Você não corre — aviso, sem m
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preocupar em esconder a repulsa na voz— Você fica para ajudar as pessoas queestão doentes. Faz parte do serviço.
— Escuta — pede ele, lutando para ssentar. Eu deixo, mas prendo seu braço— Talvez a gente não esteja a salvo dess
mutação. Nossas imunizações podem nãsignificar nada.
— É exatamente por isso que você nã
pode arriscar expor mais ninguém —nformo. — Você sabe disso melhor doque ninguém. — Eu o arrasto pelas costado uniforme e o escolto de volta, e
direção aos armários de armazenamentda ala. Não quero trancar o homem, manão estou certo sobre como lidar com el
de outra forma agora.
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— A não ser — sugere o virologistasoando tanto louco quanto inspirado —que as pessoas com manchas estejam salvo. As manchas pequenas.
Sei o que ele quer dizer. — As pessoas que tiveram a primeir
eva da Praga — confirmo. A Insurreiçãonos disse para procurar pelas marcas, Lei e eu falamos sobre elas: essa
pequenas manchas vermelhas entre suaescápulas. — Isso — afirma ele, ansioso. — Ela
poderiam ter tido uma versão ligeirament
mutada do primeiro vírus, e sua variante próxima o suficiente da forma mutantpara que eles não a peguem. Mas
munização que deram para mim e par
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você eram só pedaços cortados do víruoriginal. Não será parecida o suficientcom essa nova forma mutante para no
proteger.Continuo segurando-o, mas aceno co
a cabeça para mostrar que estou ouvindo.
— Nós não pegamos a versão anterioda Praga — lembra ele. — Mas aindestamos expostos. Nossa imunidad
nicial nos protegeu dos piores sintomasmas a gente ainda podia contrair aquelversão inicial da Praga. É assim qufunciona uma imunização. Ensina noss
corpo a reagir a um vírus, de modo qunosso sistema reconheça o vírus quandele aparecer de novo. Não é que você nã
fique doente de forma nenhuma. Mas se
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corpo sabe como lidar com isso. — Eu sei — digo. Já tinha descobert
até aí.
— Presta atenção no que estou talando — alerta o virologista. — Se iss
aconteceu e nós realmente contraímos
primeira versão da Praga, aquela questava por aí quando o Piloto falou pelprimeira vez, então nós temos a marc
vermelha também, e estamos a salvo. Agente não sucumbiu, mas ainda tinha vírus. Nossos corpos apenas lidaram coele. Mas se nós não pegamos o víru
anterior, durante aquele intervalo — elestende as mãos —, nós ainda podemopegar a mutação. E nós podemos não te
uma cura que funcione para essa versão.
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Por um minuto ele soa louco, como sestivesse tagarelando bobagens, e entãudo se encaixa e acho que ele pode te
razão.O virologista libera o braço do me
apertão e começa a desabotoar sua
roupas comuns. Em seguida ele abaixa gola do seu uniforme negro.
— Olha — pede ele. — Eu não tenho
marquinha. Tenho?Ele não tem. — Não — digo. Eu resisto ao impuls
de abaixar minha própria gola e tentar ve
se a marca está ali. Nunca pensei eprocurar por isso em mim mesmo. —Você é necessário aqui. E se for lá fora
poderia infectar outras pessoas. Você já
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foi exposto à mutação, como o resto dnós.
— Eu vou para o meio da mata. A
pessoas nas Fronteiras sempre souberacomo sobreviver. Há lugares para ondposso ir.
— Como onde? — pergunto. — Como os vilarejos de pedra — fal
ele.
Levanto as sobrancelhas. Ele estconfuso? Não sei o que são esses lugaresunca ouvi falar deles antes. — E eles têm bolsas de fluidos
nutrientes lá? — indago. — Eles têm que você precisa para ficar vivo até quexista uma cura? E você não se importa d
expor o vilarejo à doença?
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O virologista olha para cima, parmim, com pânico nos olhos.
— Você não viu? — pergunta. —Aquele paciente? Ele morreu. Não possficar aqui.
— Essa foi a primeira vez que voc
viu alguém morrer na vida real? —ndago.
— As pessoas não morriam n
Sociedade — afirma ele. — Elas morriam — informo. — Elesó eram melhores em esconder isso.
E eu entendo o porquê de o virologist
estar com medo. Eu também penso efugir, mas apenas por um segundo.
O curador-chefe decide relaxar
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solamento tempo suficiente para noenviar mais pacientes e mais pessoal. Elouviu tudo o que o virologista me disspelo miniterminal, então ele vai decidicomo relatar tudo isso ao Piloto. Estofeliz por esse não ser meu trabalho.
Mas eu tenho mesmo um pedido para curador-chefe.
— Quando você enviar para cá pessoa
novo — peço —, certifique-se de que elesaibam que essa nova forma de víruainda não respondeu à cura. Nãprecisamos de mais ninguém tentand
fugir. Queremos que eles saibam ondestão se metendo.
Não demora muito antes de diverso
agentes da Insurreição, armados e usand
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rajes de contaminação, escoltarem o novpessoal até a nossa ala. Os agentes levao virologista com eles. Não sei ao cert
onde vão colocá-lo em quarentena — eum quarto vazio sozinho, talvez —, maele se tornou um risco, e não podemo
mantê-lo aqui quando ele é tão volátiEstou tão concentrado em garantir questão cuidando dele que levo um temp
para perceber que uma das pessoas dnovo pessoal é Lei.Logo que posso, encontro-a no pátio. — Você não devia estar aqui — digo a
ela, calmamente. — Não podemogarantir que seja seguro.
— Eu sei — retruca ela. — M
disseram isso. Eles não têm certeza d
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que a cura funcione na mutação. — É mais do que isso — alerto. —
Lembra quando a gente estava faland
sobre a marquinha vermelha nas pessoaque tiveram o vírus inicial?
— Lembro.
— O virologista que eles levaraembora tinha uma teoria sobre ela.
— Qual era?
— Ele achava que se alguém tivesse marca vermelha, significava que tinha tido vírus, como pensávamos... e tambéachava que significava que eles estava
protegidos dessa nova mutação. — Como isso pode ser possível? —
pergunta Lei.
— O vírus muda — esclareço. —
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Como aqueles peixes dos quais a gentfalava. Era uma coisa, agora estdiferente.
Lei balança a cabeça.Eu tento novamente: — As pessoas imunizadas fora
expostas a uma forma do vírus, a mortaEntão a primeira leva da Praga surgiuTalvez alguns de nós tenhamos contraído
o vírus, mas não ficamos realmentdoentes porque já tínhamos sido expostoa ele em sua forma enfraquecida. Amunização fez seu papel e nosso corp
combateu a doença. Ainda assim, nófomos expostos ao próprio vírus vivo, que significa que podemos estar a salv
dessa mutação. O vírus morto não er
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parecido o suficiente com a mutação parnos proteger, mas nossa exposição versão viva original da Praga pode se
capaz, desde que nós realmente enhamos contraído.
— Ainda não entendo — afirma Lei.
Tento mais uma vez. — De acordo com a teoria dele, que
em a marca vermelha está com sorte —
explico. — Eles foram expostos àversões certas do vírus, nos momentocertos. E significa que estão a salvo dessmutação.
— Como as pedras no rio — diz ela, entendimento cruzando seu rosto. —Atravessando. Você tem que pisar nela
na ordem certa para chegar com seguranç
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do outro lado. — Acho que é — concordo. — O
como os peixes de que você estav
falando. Eles mudam. — Não — retruca ela. — Os peixe
permanecem os mesmos. Eles se adaptam
parecem completamente diferentes, manão se alteram de forma fundamental ou svão.
— Certo — concordo, embora agorseja eu quem está confuso.Lei percebe. — Acho que você tem que ver o
peixes — sugere ela. — Você tem a marca? — pergunto. — Não sei — fala ela. — Você tem?
Balanço a cabeça.
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— Também não tenho certeza —admito. — Não está exatamente em uugar fácil de ver.
— Eu vejo para você — oferece ela, antes que eu possa dizer mais algumcoisa, Lei dá a volta por trás de mim
enfia o dedo na minha gola e puxa parbaixo. Sinto seu hálito no meu pescoço.
— Se o virologista estiver certo, voc
está a salvo — avisa ela, e posso ouvir sorriso em sua voz. — Você tem a marca. — Tem certeza? — pergunto. — Sim — confirma ela. — Tenho sim
Está bem aí. — Depois que Lei tira a mãainda posso sentir o ponto onde seu dedpressionou a pele.
Lei sabe o que estou a ponto d
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perguntar. — Não — diz. — Não olha. Não quer
que mude o que eu faço.
Mais tarde, enquanto deixamos o pátioLei para e me olha. À medida que ela fa
sso, percebo que não há muitas pessoaque tenham olhos da cor dos dela: pretos.
— Mudei de ideia — conta ela.
No começo não entendo o que ela quedizer, mas então Lei desliza o longocabelo para o lado e diz:
— Acho que quero saber. — Há umdébil tremor em sua voz.
A marca. Ela quer saber se tem. — Tudo bem — concordo, e d
repente me sinto desajeitado. O que
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ridículo, porque já olhei muitos corpoque eram apenas corpos. Sei que eles sãpessoas, e quero ajudá-los, mas até cert
ponto eles são anônimos, todos omesmos.
Mas o corpo dela — vai ser dela.
Lei vira de costas para mim desabotoa o uniforme. Por um momento ehesito, meus dedos suspensos. Entã
respiro fundo e desço sua gola. Socuidadoso em não roçar sua pele.A marca não está lá.E então, sem pensar, eu toco nela
Coloco a mão nela, com minha palmespalmada sobre o osso da base do sepescoço, e meus dedos se curvando dentr
do seu cabelo. Como se eu pudess
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esconder isso dela.Então prendo a respiração e retir
minha mão. Estúpido. Só porque eu so
completamente imune, não significa queu ainda não possa carregar alguma formde mutação da Praga.
— Sinto muito... — começo. — Eu sei — diz ela. Ela se estica
segura minha mão sem me olhar, e por u
breve momento nossos dedos sentrelaçam e se seguram.Então ela solta e empurra a porta
andando para dentro do edifício sem olha
para trás. E do nada eu penso: então assim que uma pessoa se sente ao estade pé na beirada de um cânion.
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PARTE QUATRO
PRAGA
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CAPÍTULO 19
Ky
Parece que a Cidade de Oria tomou uchute nos dentes. A barricada aqui não émais um círculo arrumado. Ao invé
disso, está crivada de falhas. Ansurreição deve ter ficado sem parede
brancas para encerrar a zona imóvel
então eles tiveram que usar uma cerca dmetal. Eu vejo o lampejo quente dela soo sol de primavera, enquanto sobrevoamos. Tento não olhar em direção
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à Colina.Outras pessoas, agentes da Insurreiçã
vestidos de preto, acenam para nós
Estamos voando baixo agora e posso vepessoas pilhando e empurrando pontofracos na cerca. A barricada está a ponto
de ser violada. Mesmo daqui de cimaposso sentir o pânico.
— A situação se deteriorou muito para
pousar — alerta nosso comandante. —ós vamos fazer um lançamento dsuprimentos.
Tenho que admitir que houv
momentos em que desejei que algo druim acontecesse ao povo dos Bairros dOria. Como na época em que a Sociedad
me levou embora e ninguém correu atrá
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de mim, além de Cassia. Ou quando apessoas riram durante as apresentaçõesporque elas não entenderam a morte
unca quis vê-las morrer, mas eu terigostado que elas soubessem como é sentimedo. Quis que elas soubessem que sua
vidas fáceis tinham um custo. Mas isso errível de ver. Em poucas semanas, nsurreição perdeu o controle das pessoa
e da Praga. Eles não vão dizer o quaconteceu, mas aconteceu algo. Mesmo oArquivistas e negociantes parecem tedesaparecido completamente. Não tenh
nenhum jeito de enviar uma mensagem Cassia.
Um dia desses, não vou consegui
resistir a voar até a Central.
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— A área mais segura está situada emfrente à Prefeitura — instrui comandante. — Vamos fazer o lançamentoaqui.
— Vamos lançar todos os suprimentona Prefeitura? — pergunto ao comandante
— E os Bairros? — Tudo em frente à Prefeitura —
confirma ele. — É o jeito mais seguro.
Não concordo. Precisamos dispersaos suprimentos, ou será um banho dsangue. As pessoas já estão tentandopassar pela barricada. Quando nos vire
ançar, vão querer entrar ainda mais, não sei por quanto tempo a Insurreiçãpoderá evitar usar de violência em um
situação como essa. Eles vão envia
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combatentes para dentro, como eleiveram que fazer em Acadia?
Indie e eu somos os últimos n
formação, então circulamos de novenquanto os outros fazem o lançamentoEstamos fora da Cidade em si agora
recuando para os Bairros. À medida qufazemos isso, vejo pessoas saindo dacasas para nos ver sobrevoar. Ela
obedeceram aos comandos da Insurreiçãde se recolher e esperar, ao invés de viaté a barricada.
E isso significa que provavelmente vã
passar fome, enquanto as outras, nomuros, brigam pelos suprimentos qurouxemos.
Sinto um surto feroz, inesperado, d
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pesar e lealdade pelo povo dos BairrosEles tentam seguir ordens e fazer a coiscerta. É tudo culpa deles, nessa confusão?
Não.Sim. — Preparar para lançar — avisa
comandante. Nunca fizemos isso antesdeixar suprimentos sem pousar, mareinamos para isso. Há um alçapão n
barriga da nave por onde podemodespachar a carga. — Caleb — chamo, ligando o alto
falante que dá no compartimento de carga
— Está pronto? Não há resposta. — Caleb?
— Estou pronto — responde ele, ma
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sua voz soa desligada.Sou o piloto dessa vez, então estou n
comando.
— Vai lá ver o que tem de errado comele — peço a Indie.
Ela concorda e anda até
compartimento de carga; seu equilíbrio perfeito, mesmo com o movimento dnave. Escuto-a abrir a escotilha para
compartimento de carga e descer aescadas. — Algum problema? — questiona o
comandante.
— Acho que não — digo a ele. — Caleb não parece bem — avis
ndie um momento depois, reaparecend
vinda do compartimento de carga. —
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Acho que está doente. — Eu estou bem — insiste Caleb, ma
sua voz ainda tem um toque de tensão. —
Acho que estou tendo uma reação alguma coisa.
— Não lance sua carga — avisa
comandante. — Retornem imediatamentà base.
Indie me olha e levanta a
sobrancelhas. Ele está falando sério? — Repito — insiste —, não lancem carga. Reportem-se imediatamente à basem Camas.
Olho para Indie e ela dá de ombrosManobro a nave, e sobrevoamos apessoas. Eu estava voando baixo para
ançamento, então consigo ver seus rosto
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virando para cima, para nos olhar. Elaparecem filhotes de passarinhoesperando por comida.
— Pega — digo a Indie, gesticulando parque ela assuma os controles. Desço par
verificar Caleb.Ele não está mais com o cinto d
segurança. Está de pé no fundo d
compartimento de carga, as mãopressionadas contra a lateral da nave, cabeça caída, cada músculo contraído eagonia. Quando ele olha para mim, vejmedo em seus olhos.
— Caleb — chamo. — O que estacontecendo?
— Nada — diz ele. — Tudo bem
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Volta lá para cima. — Você está doente — constato. Ma
com o quê? Nós não podemos pegar
Praga.A não ser que alguma coisa tenha dado
errado.
— Caleb — insisto. — O que estacontecendo?
Ele balança a cabeça. Não vai m
dizer. A nave se mexe um pouco e eleropeça. — Você sabe o que está acontecendo
— digo —, mas não vai me dizer. Então
como vou ajudar você? — Não há nada que você possa faze
— fala Caleb. — Você não deveria esta
aqui, de qualquer forma, se estou doente.
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Caleb está certo. Eu me viro para sairQuando me sento, Indie levanta asobrancelhas para mim.
— Tranque o compartimento de carg— ordeno. — Não volte lá embaixo.
Estamos quase de volta a Camas antes quCaleb fale de novo. Estamos sobrevoandas longas planícies de Tana, e é claro qu
estou pensando em Cassia e em sufamília quando a voz de Caleb soa pelalto-falante.
— Mudei de ideia — diz ele. — Teuma coisa que você pode fazer. Precisoque você escreva uma coisa por mim.
— Não tenho nenhum papel — aviso
— Estou pilotando a nave.
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— Não precisa escrever agora — pedele. — Depois.
— Tudo bem — concordo. — Masantes, você me conta o que estacontecendo.
O comandante está em silêncio. El
está ouvindo? — Eu não sei — alega ele. — Então, não posso escrever — digo.
Silêncio. — Me conta o seguinte — sugiro —, que estava naquelas caixas que vocficava trazendo de volta, quando a gent
entregava a cura? — Tubos — Caleb respond
mediatamente, me surpreendendo. — Nó
rouxemos tubos.
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— Que tubos? — pergunto, mas achque sei a resposta. Eles caberiam nacaixas perfeitamente. Eles sã
praticamente do mesmo tamanho dacuras. Eu deveria ter adivinhado há muitempo.
— Os tubos com as amostras dpreservação de tecido — conta ele.
Estou certo. Mas não entendo a razão.
— Por quê? — pergunto. — A Insurreição tomou as instalaçõede armazenamento onde a Sociedadmantinha os tubos — explica ele —, ma
alguns membros da Insurreição queriam aamostras de seus familiares sob sepróprio controle. O Piloto providencio
esse serviço para eles.
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— Isso não é justo — digo. — Se nsurreição realmente é para todos, ele
deveriam ter devolvido todas aamostras.
— Piloto Markham — alerta nosscomandante —, você está se envolvend
em especulação sobre os agentes dcomando, o que constitui insubordinaçãoOrdeno que você encerre essa linha d
conversação.Caleb não diz nada. — Então a Insurreição acha que pod
razer as pessoas de volta? — pergunto. O
comandante começa a falar de novo, madessa vez eu falo junto com ele, assicomo Caleb.
— Não — responde ele. — Ele
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sabem que não podem. Eles sabem que Sociedade também não podia. Eles apenaquerem as amostras. Por segurança.
— Não entendo — replico. — Alguécomo o Piloto deveria ter visto mortsuficiente para saber que os tubos nã
valem a pena. Por que ele gastarirecursos fazendo uma coisa tão idiota?
— O Piloto sabe que não se pod
razer pessoas de volta com as amostra— confirma Caleb. — Nem todo mundsabe. Ele usa isso como vantagem. — Elexpira. — O motivo pelo qual estou t
contando isso — continua ele — é quvocê precisa acreditar no Piloto. Se vocnão acreditar, vamos perder tudo.
— Não sabia que eu era tão important
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— especulo. — Você não é — esclarece ele. —
Mas você e Indie são dois dos melhore
pilotos. Ele vai precisar de todo mundque puder, antes que tudo isso termine.
— O que é isso? — pergunto. — A
Praga? A Insurreição? Você está certo. OPiloto precisa de toda a ajuda que elpuder conseguir. Ele não conseguiu te
nada sob controle até agora. — Você nem conhece ele — lembraCaleb. Ele parece com raiva. Isso é bomHá um pouco mais de vida em sua voz.
— Eu não o conheço — insisto. —Mas você conhece, não conhece? Você oconhecia antes de a Insurreição assumir
poder.
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— Nós dois viemos de Camas — diele. — Eu cresci na base do Exércitonde ele estava alocado. Ele foi um doPilotos que voou até as Outras TerrasTirou mais pessoas dos vilarejos de pedrdo que qualquer outro piloto. E nunca fo
pego. Foi a escolha óbvia para liderar nsurreição, quando foi a hora de ter u
novo Piloto.
— Eu vivi nas Províncias Exteriore— conto —, e nunca ouvi falar dovilarejos de pedra ou das Outras Terras.
— Eles são reais — fala Caleb. — A
Outras Terras são os lugares bem além derritório Inimigo. E os vilarejos de pedr
foram construídos por Anomalias ao
ongo da fronteira das Província
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Exteriores, quando a Sociedade assumiu poder. Os vilarejos são como caminhode pedras em um rio. Foi assim que ele
conseguiram seu nome. Eles vão de norta sul, e estão construídos a um dia ddistância uns dos outros. Quando voc
alcança o último, tem que atravessar pelerritório Inimigo se quiser continuar at
as Outras Terras. Você realmente não
ouviu falar dos vilarejos? — Não de nome — admito, mas minhmente corre longe. Os agricultores nEscultura estavam muito distantes d
quaisquer outras Anomalias, mas eleinham um mapa com outro vilarej
marcado nas montanhas. Aquele vilarej
poderia ter sido o vilarejo de pedra mai
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ao sul, o último. possível. — Então, o que o Piloto fez? —
ndago.
— O Piloto salvou pessoas —responde Caleb. — Ele e alguns outropilotos levaram as pessoas para fora d
Sociedade, tão longe quanto o últimvilarejo de pedra. Ele fez os cidadãopagarem para sair, e ajudou Aberrações e
Anomalias também. — Foram eles que entalharam nanaves, não foram? — digo, entendendo— As pessoas que estavam escondidas al
quando o Piloto voou com elas paronge.
— Foi estupidez delas — fala Caleb
um toque de raiva em sua voz. — Ela
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poderiam ter colocado os pilotos em msituação.
— Acho que elas fizeram isso como
ributo. — Eu me lembro da figurentalhada em uma de nossas naveanteriores, do Piloto dando água à
pessoas. — Foi isso que pareceu parmim.
— Ainda assim foi estúpido — insist
Caleb. — As pessoas ainda vivem novilarejos? — pergunto.
— Não sei — responde ele. — Toda
elas podem ter fugido para as OutraTerras a essa altura. O Piloto tentou fazecom que elas se juntassem à Insurreição
mas elas não fariam isso.
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Isso parecia com as Anomalias quviviam na Escultura. Elas também não suntariam à Insurreição. Isso me famaginar o que aconteceu ao povo d
Anna quando eles alcançaram o vilarejque nós vimos marcado no mapa. Será qu
encontraram os aldeões de pedra lá? Ogrupos tinham o suficiente em comum parse juntarem? As pessoas vivendo no
vilarejos de pedra ajudaram as pessoas dEscultura ou as expulsaram — ou pior? Oque aconteceu com Hunter e Eli?
— Outras crianças cresceram contand
histórias sobre o Piloto — lembra Caleb— Mas eu cresci vendo-o voar. Eu seque ele é o único que pode nos lidera
para fora disso.
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Caleb parece mal. A dor estáganhando. Posso ouvi-la pesada em suvoz. E sei o que está acontecendo.
Ele está ficando imóvel.Caleb deveria ser imune. Alguma cois
está acontecendo com a Praga. Essa é um
nova versão dela? Da qual nossmunidade não pode nos proteger?
— Quero que você escreva tudo o qu
eu contei sobre o Piloto — pede Cale—, incluindo que eu acreditei nele até fim.
— Esse é o fim? — pergunto.
Silêncio. — Caleb? Nada.
— Ele parou de se mexer? —
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questiona Indie. — Ou decidiu que nãquer mais falar?
— Não sei — respondo.
Ela se levanta como se estivesse ponto de descer para o compartimento dcarga.
— Não — proíbo. — Indie, você nãpode arriscar se expor ao que quer quseja isso.
— Ele não te disse muito — fala Indiese sentando de novo. — Aposto que havium monte de gente que sabia aquilo sobros tubos e o Piloto.
— A gente não sabia — lembro a ela. — Você acredita no Caleb porque ele
inha aqueles entalhes em suas botas —
diz ela —, mas isso não significa que el
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esteve nos acampamentos. Qualquer upoderia ter cortado as botas daquele jeito
— Acho que ele esteve lá — falo.
— Mas você não sabe se ele esteve. — Não. — Apesar disso, ele está certo sobre o
Piloto — admite Indie. — Então você acredita no Caleb —
sugiro. — Pelo menos sobre o Piloto.
— Eu acredito em mim sobre o Pilot— retruca Indie. — Sei que ele é real. —Ela se aproxima de mim e por um minutacho que ela pode me beijar de novo
como fez semanas atrás. — Os vilarejoambém são reais — continua ela —, e a
Outras Terras. Tudo isso.
Cada pedaço da sua voz está tã
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comovido quanto a de Caleb estava. E ea entendo. Indie me ama, mas ela é umsobrevivente. Quando eu disse que nã
ria fugir com ela, ela se virou para outrcoisa para continuar seguindo. Eu acreditem Cassia. Indie acredita na Insurreição
no Piloto. Nós dois achamos alguma coispara nos manter.
— Poderia ter sido diferente — digo
quase sussurrando. Se eu tivesse beijadndie de volta, depois de ela ter mbeijado. Se eu não tivesse conhecidCassia, antes de encontrar Indie.
— Mas não é — lembra ela, e estcerta.
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CAPÍTULO 20
Cassia
O mundo não está bem.Olho pela janela do meu apartamento
coloco a mão contra o vidro. Está escuro
Multidões se reúnem na barricada, e ebreve os agentes da Insurreição virão dpreto e dispersarão todos eles; pétalas a
vento, folhas na água.A Insurreição não nos contoexatamente o que aconteceu, mas pelapróximas semanas todos nós vamo
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confinados em nossos apartamentosAqueles dentre nós que podem enviaseus trabalhos através dos terminais. Tod
a comunicação com outras Províncias foencerrada. A Insurreição diz que éemporário. O próprio Piloto promete qu
ogo tudo ficará bem.Começou a chover.Eu me pergunto como teria sido ve
uma inundação na Escultura, de uma alturcomo essa. Eu gostaria de ter ficado de pna beirada do cânion e ter sentido estrondo; ter fechado meus olhos par
ouvir melhor a água; tê-los aberto de novpara ver o mundo jogado fora, as rochas árvores despedaçadas e desabando. Seri
algo digno de se ver, o fim do mundo.
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Talvez eu esteja testemunhando issoagora.
Um alarme soa na cozinha. O jantachegou, mas não estou com fome. Sei quavai ser a comida — rações demergência. Nós só recebemos dua
refeições por dia, agora. Algum dia elevão ficar sem suprimentos também. Eentão não sei o que vão fazer.
Se começarmos a nos sentir doentes cansados, devemos enviar uma mensagepelo terminal. Então eles virão nos ajudarMas e se você ficar imóvel enquant
dorme?, eu me pergunto. O pensamentme mantém acordada à noite. Está cadvez mais difícil descansar.
Retiro a refeição da fenda de entrega
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Aqui está ela, fria, sem graça nexpressiva; os armazenamentos d
Sociedade servidos a nós pel
nsurreição.Eu aprendi algumas coisas com o
Arquivistas. A comida está acabando; po
sso, é valiosa. Então eu a usei parnegociar minha saída do confinamento nmeu apartamento. Eu levo a refeição par
fora, para o guarda da Insurreição nentrada do nosso edifício. Ele é jovem faminto, então entende.
— Cuidado — avisa ele, e segura
porta para mim enquanto eu avanço nnoite.
Sinto o caminho, descendo pelas rochas
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degraus, minhas mãos raspando contra aaterais e voltando com o familiar cheir
verde e o toque do musgo. A chuva
recente tornou as coisas escorregadias, enho que me concentrar, mantendo o
facho de luz da lanterna firme.
Quando chego ao final do corredornão sou cegada do jeito que costumo ser
enhuma lanterna pisca em cima de mim
nenhum facho de luz oscila em minhdireção à medida que as pessoapercebem que estou chegando.
Os Arquivistas se foram.
Um arrepio percorre minha colunenquanto me lembro como esse lugar mrecordava a cripta das Cem Lições d
História. Fecho os olhos, imaginando o
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Arquivistas deitando nas prateleirascruzando as mãos sobre o peito e ficandperfeitamente imóveis enquanto esperam
morte chegar.Lentamente, jogo luz nas prateleiras.Elas estão vazias. É claro. Nã
mporta o que aconteça, os Arquivistavão sobreviver. Mas eles não mdisseram que estavam indo embora, e nã
enho a menor ideia de para onde foramSerá que eles deixaram alguma coisa parrás, nos Arquivos?
Estou a ponto de ir olhar quando escut
passos nas escadas e me viro, jogandminha lanterna para cegar quem quer questeja entrando.
— Cassia? — chama uma voz. É ela. A
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Arquivista-chefe. Ela voltou. Eu abaixo uz para que ela possa ver.
— Estava esperando encontrar você —
diz ela. — A Central não é mais segura. — O que aconteceu? — indago. — Rumores sobre uma mutação d
Praga — explica ela — se provaraverdade. E nós confirmamos que mutação se espalhou daqui até a Central.
— Então vocês todos fugiram — digo. — Todos nós decidimos ficar vivos —explica ela. — Tenho uma coisa parvocê. — Ela pega o pacote que está co
ela e puxa uma tira de papel. — Issfinalmente chegou.
O papel é verdadeiro e antigo
mpresso com letras escuras prensadas
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fundo na página, não a impressãsuperficial de um terminal. Há duaestrofes; aquelas que eu não tenho. Mesm
que o tempo seja curto e o mundo estejerrado, não posso evitar olhar para baixoávida para ler um pedaço, uma parte d
poema:
O sol que entorta — a noite aqui está
Antes que ele no horizonte se váCerto que passamos do mar Central Quase desejamos que nosso final Distante estivesse — tão grande que é
Tão perto do Todo que fica de pé.
Quero ler o resto, mas sinto o olhar dArquivista-chefe em mim. Alguma cois
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está fora de lugar aqui; a noite está vindoEstou chegando perto do fim? Parecquase isso — que haja tanto a vir, já tend
vindo tanto — e, ainda assim, nada parecerminado.
— Obrigada — digo.
— Estou feliz que tenha chegado empo — comenta ela. — Eu nunca deixe
uma negociação inacabada.
Eu dobro o poema de volta e coloco nmanga. Mantenho minha expressão neutramas sei que ela vai ouvir o tom de desafino que estou a ponto de dizer.
— Estou grata pelo poema, mas vocainda deixou uma negociação inacabadaMeu microcartão nunca chegou.
Ela ri um pouco, o som ecoand
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através dos Arquivos vazios. — Aquele chegou também — cont
ela. — Você vai receber o microcartão
em Camas. — Não tenho o suficiente para paga
uma passagem para Camas — lamento
Como ela descobriu que é para lá ququero ir? Ela realmente tem um jeito dme levar a Camas ou está fazendo u
oguinho cruel? Meu batimento cardíacacelera. — Não há taxa pela sua viagem —
avisa ela. — Se você for à sua Galeria
esperar, alguém da Insurreição vai chegapara te levar.
A Galeria. Eu nunca a mantive e
segredo, mas alguma coisa sobre ela se
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usada assim parece errada. — Não entendo — admito.A Arquivista faz uma pausa.
— O que você negociou — esclarecela, muito cuidadosamente — tem sidnteressante para alguns de nós.
É como minha Oficial de novo. Eu nãera interessante para ela, mas meus dadoeram.
Quando minha Oficial disse que Sociedade tinha colocado Ky na seleçãde Pares, eu vi o pestanejar de ummentira em seus olhos. Ela não tinh
certeza sobre quem o tinha colocado lá.Acho que a Arquivista-chefe est
escondendo alguma coisa de mim também
Tenho muitas perguntas.
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Quem colocou Ky na seleção?Quem pagou minha passagem par
Camas?Quem roubou meus poemas?Isso, eu acho que sei. Todo mundo tem
sua moeda. A própria Arquivista me
disse isso. Algumas vezes, nós podemonem saber qual é o nosso preço, atsermos confrontados com ele, cara a cara
A Arquivista poderia resistir a qualqueoutra coisa naquela arca dos tesouros doArquivos, mas meus papéis, cheirando arenito e água, e simplesmente fora d
alcance, eram irresistíveis para ela. — Já paguei minha passagem —
sugiro. — Não paguei? Com minha
páginas do lago.
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Está muito quieto aqui, debaixo dsolo.
Será que ela vai admitir? Tenhocerteza de que estou certa. A pedrampassível do rosto da Arquivista parecnteiramente diferente do pestanejar qu
vi no rosto da Oficial quando ela mentipara mim. Mas em ambas as vezes esinto a verdade. A Oficial não sabia. A
Arquivista pegou minhas páginas. — Minha obrigação com você terminaqui — diz ela, virando-se para sair. —Você está ciente da chance de passagem
para Camas. É com você aceitar orecusar. — Ela vai para longe do facho dminha lanterna e entra na escuridão.
— Adeus, Cassia — despede-se.
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E então, ela se foi.Quem vai estar me esperando n
Galeria? A passagem para Camas é realou é uma traição final? Ela arrumou isspara mim, talvez por culpa de pegar meupapéis? Eu não sei. Não posso mai
confiar nela. Retiro o bracelete vermelhque me marcava como uma danegociantes dos Arquivistas e coloco n
prateleira. Não preciso disso, porque nãsignifica o que achei que significasse.Encontro minha caixa sozinha n
prateleira. Quando a abro e olho
conteúdo dentro, descubro que não quernada. Eles são parte das vidas de outrapessoas, e parece que elas não têm mai
ugar na minha.
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Mas vou guardar o poema que Arquivista me deu. Porque isso, penso, real. A Arquivista pode ter roubado demim, mas não acredito que ela falsificarialguma coisa. Esse poema é verdadeiroPosso dizer isso.
Pisamos com veludo na neve —
Eu paro nessa linha e me lembro d
quando fiquei na beirada da Escultura, nneve, procurando por Ky. E me lembro dquando dissemos adeus, na beirada d
riacho...
Ouvimos da água murmúrio breve, Passaram três rios e a colina,
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Dois desertos e o mar! A morte rouba-me o prêmio, minha sina
E lança-te um olhar.
Não.Isso não pode estar certo. Eu leio a
duas últimas linhas de novo.
A morte rouba-me o prêmio, minha
sina E lança-te um olhar.
Desligo minha luz e digo a mim mesm
que o poema não importa, no final dacontas. As palavras significam o que vocquiser que elas signifiquem. Eu não se
disso, a essa altura?
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Por um momento, sinto-me tentada ficar aqui, escondida dentre os labirintode prateleiras e salas. Eu poderia ir lá ecima agora e então reunir comida e papesso não é o suficiente para se viver? E
poderia escrever histórias; poderia m
esconder do mundo e construir o mepróprio, ao invés de tentar mudá-lo oviver nele. Eu poderia escrever pessoa
de papel, e eu as amaria também; possfazê-las quase reais.Em uma história, você pode voltar a
começo e começar de novo, e todo mund
vive mais uma vez.Isso não funciona na vida real. E e
amo minhas pessoas reais mais do qu
udo. Bram. Minha mãe. Meu pai. Ky
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Xander.Posso confiar em alguém?Sim. Na minha família, claro.
Ky.Xander. Nenhum de nós nunca iria trair o outro
Antes de vir aqui, Indie e eu descemoum rio, e nós não sabíamos se ele iria noenvenenar ou nos deixar onde queríamo
r. Nós assumimos um perigoso risco nágua negra; mesmo agora, acho que posssentir os borrifos enquanto descemos, crescente enquanto éramos varridas par
baixo.Valeu a pena, naquele momento.Eu me lembro de novo da Caverna, n
Escultura. Ela e os Arquivos se funde
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em minha mente — aqueles ossoenlameados e fossilizados, e os pequenoubos transparentes, essas prateleira
vazias e os cômodos vagos. E percebque nunca posso ficar nesses lugares ocona terra por muito tempo, antes de ter qu
buscar ar. Essa passagem para Camas, digo
mim mesma, é um risco que esto
disposta a correr. Você não pode mudasua jornada, se não estiver disposto a smexer de forma alguma.
Eu me escondo em becos, por trás daárvores. Quando enrolo a mão em tornda casca de um pequeno salgueiro em um
área verde, sinto letras frescas entalhada
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nele, e elas não soletram meu nome. Aárvore está pegajosa com seu próprisangue. Isso me deixa triste. Ky nunc
cortou fundo desse jeito quando esculpiem coisas vivas. Limpo a mão em minharoupas comuns pretas e desejo qu
houvesse um jeito de deixar uma marcsem machucar.
Não estou nem na metade do caminh
até o lago quando escuto e vejo aaeronaves.Elas ressoam sobrevoando, levand
pedaços da barricada de volta à Cidade.
Não, penso, não a Galeria.Corro pelas ruas, desviando das luze
e das pessoas, tentando não contar quanta
vezes as naves sobrevoam. Alguém m
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chama, mas não reconheço a voz, entãcontinuo em frente. É muito perigosparar. Há um motivo pelo qual devemo
ficar em casa — as pessoas estão bravae com medo, e a Insurreição está achandprogressivamente difícil curar e manter
paz.Eu corro para dentro do escuro d
pântano. Agentes da Insurreição, vestido
de preto, escalam em cabos de seguranços muros da barricada, enquanto as navepairam sobre eles, suas hélices cortando ar. Posso apenas entender o que est
acontecendo a partir das naves acima das balizas sinalizadoras daqueles qupousaram no pântano.
A Galeria ainda está ali, à minh
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frente, se ao menos eu conseguissalcançá-la a tempo.
Eu me recosto contra uma parede
respirando com dificuldade. Estochegando perto. O cheiro da água do lagme atinge.
Uma das paredes da Galeria é içadpara o céu e eu abafo um grito. Tanto vase perder se a Galeria se for... Todo
aqueles papéis, tudo o que nós fizemos; como vou achar a pessoa que deveria mevar a Camas, se o lugar de encontro nã
existir mais?
Eu corro e corro, tanto quanto corrpara dentro da Escultura para encontraKy.
Eles içam do chão o segundo pedaç
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da Galeria. Não. Não. Não.Em instantes estou parada lá
encarando os sulcos profundos na terraonde papéis flutuam em poças, comvelas sem barcos. Pinturas, poemas
histórias; tudo afogado. As pessoas qucostumavam se encontrar aqui — o quvai acontecer com elas? E como vo
chegar a Camas agora? — Cassia — chama alguém. — Vocêquase chegou tarde demais.
Eu a reconheço imediatamente, mesm
sem tê-la ouvido falar por meses; jamaipoderia esquecer a voz da pessoa que mguiou rio abaixo.
— Indie — digo, e ali está ela
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vestindo negro e se levantando do seugar escondido entre as plantas d
pântano e samambaias.
— Eles enviaram você para me levar Camas — constato e rio, porque agora esei que vou chegar lá, não importa o qu
acontecer. Indie e eu fugimos para Escultura, descemos o rio, e agora...
— Vamos voar — diz ela. — Ma
emos que ir .Eu a sigo, correndo até sua nave nsolo.
— Você não precisa se preocupar de
er nenhum outro agente da Insurreição nnave — avisa ela, por cima do ombro. —Sou a única que voa sozinha. Mas nã
podemos falar a bordo. As outras nave
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podem estar escutando. E você vai ter quviajar no compartimento de carga.
— Tudo bem — concordo, sem fôlego
Estou feliz de não ter bagagem para matrapalhar; já é o suficiente ter quacompanhar Indie desse jeito, carregand
nada a não ser a leveza do papel.Alcançamos a nave e Indie sobe nela
Eu a sigo e paro um momento, surpres
com todas as luzes na cabine do pilotque Indie deve administrar. Nossos olhose encontram e ambas sorrimos. Então eme apresso e entro no compartimento d
carga. Indie fecha a porta e fico sozinha.A nave é menor e mais leve do qu
aquelas em que a gente voa no
acampamentos. Algumas luzinhas s
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alinham no chão, mas o compartimento dcarga é amplamente escuro e não hanelas. Estou tão cansada de voar à
cegas...Passo as mãos pelas paredes da nave
entando me distrair descobrindo tudo
que puder sobre o meu arredor.Aqui. Acho que encontrei algum
coisa. Uma pequena linha arranhada n
parede próxima ao chão:l Um L, em letra minúscula?Sorrio um pouco para mim mesma, e
como eu quero encontrar letras em tudoPoderia ser um arranhão, ranhuraaleatórias e raspagem que surgem com
carregamento e deslocamento da carga
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Mas quanto mais tempo eu gasto passando dedo sobre ela, mais eu me convenço dque foi entalhada de propósito. Tento
sentir mais, mas não consigo ir aléenquanto estou afivelada.
Olhando para a porta d
compartimento de carga, solto o cinto me movo silenciosamente para tentasentir mais adiante.
Há muitas delas, entalhadas em fileirallllll Essa letra deve significar algum
coisa, penso , para estar escrita tanta
vezes, e então eu percebo; não são letrasRanhuras. Como aquelas que Ky mcontou que as iscas cortavam em sua
botas para marcar o tempo qu
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sobreviveram nos campos de trabalho.Eu me lembro do que Ky me diss
sobre seu amigo Vick, como cada dia qu
ele marcava era um dia sem a garota quele amava.
Ky e eu andamos marcando também
com bandeiras na Colina. Com a poeside outros e com nossas próprias palavrasQuem quer que tenha entalhado aqu
estava matando o tempo e aguentandfirme.Eu faço o mesmo, passando os dedo
sobre cada pequeno sulco no metal, se
parar, pensando nas peças da Galeriçadas ao céu. Eu me pergunto se quand
a Insurreição as baixar de novo par
construir um muro, alguns dos papéis vã
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er sobrevivido ao voo.
A porta para o compartimento de carga sabre e Indie acena para que eu suba.
A nave está voando sozinha, de algumforma. Indie senta atrás dos controles. El
gesticula para que eu sente no lugar aado dela e eu obedeço, com o coraçã
apertado. Até agora, nunca fui capaz d
ver enquanto voo, e sinto uma levezvertiginosa enquanto olho para fora, paro solo abaixo de nós.
É isso que eu perdi?As estrelas desceram à terra, e
oceano se virou sobre o chão; ondaescuras encostam no céu. Elas estã
móveis, pouco visíveis além da luz d
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sol nascendo atrás delas.Montanhas, percebo. É isso que é
oceano. Aquelas ondas são picos. A
estrelas são luzes nas casas e nas ruas. Aerra reflete o céu e o céu se encontra co
a terra e, de vez em quando, se temo
sorte, nós temos um momento para vermoquão pequenos somos.
Obrigada, quero dizer a Indie
Obrigada por me deixar ver enquantvoo. Eu quis isso por tanto tempo...
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CAPÍTULO 21
Xander
O paciente número 73 exibe de pouca anenhuma melhora.
A paciente número 74 exibe de pouca
a nenhuma melhora.Espere, isso é um erro. Eu ainda nã
examinei a paciente 74. Apago a anotação
e ligo o monitor de sinais vitais a ela. Ovisor se ilumina com números. Seu baçestá aumentado, então eu a viro muitcuidadosamente quando realizo o exame
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Quando jogo luz em seus olhos, ela nãreage.
A paciente número 74 exibe de pouca
a nenhuma melhora.Eu sigo para o próximo paciente. — Estou verificando seus sinais vitai
de novo — tranquilizo-o. — Nada para spreocupar.
Já faz semanas e nenhum dos paciente
apresentou melhoras. As erupções pelonervos infectados viraram furúnculos, que seria extremamente doloroso se omóveis pudessem sentir alguma coisa
ós achamos que eles não podem. Manão temos certeza.
Só alguns de nós sobramos sem fica
doentes. Ainda sou curador, mas como
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estamos tão sem pessoal, gasto a maioparte do meu tempo trocando as bolsas dnutrientes e os cateteres dos pacientes
monitorando seus sinais vitais, e fazendexames físicos. Aí eu durmo por poucahoras e faço tudo de novo.
Eles não trazem mais novos pacientemuito frequentemente, exceto por aqueleque já estão por aqui trabalhando quand
adoecem. Não temos lugar para maininguém, porque os imóveis não vão parcasa. Eu costumava me orgulhar de quãrápido nós recuperávamos os pacientes
Agora, minha satisfação vem de manter máximo deles aqui o maior temppossível, porque atualmente, quando u
paciente vai embora, significa que el
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morreu.Assim que terminar esse turno, vo
descansar. Acho que vou ser capaz de
pegar no sono rapidamente. Estou exaustoSe eu já não soubesse, acharia que emesmo estou sucumbindo à mutação d
Praga. Mas essa é a mesma velha exaustãque tenho sentido há dias.
A maioria dos trabalhadores no centro
médico já descobriu, a essa altura, quaqueles que têm a marquinha vermelhsão aqueles dentre nós que a Insurreiçãnicialmente tornou imunes. Parece que
eoria do virologista está certa. Se alguéfoi sortudo o suficiente para ser exposto Praga inicial — o vírus vivo —, agora
mune e carrega a marca vermelha na
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costas. A Insurreição não contou aopúblico em geral sobre a marca vermelhaporque nossos líderes estava
preocupados com o que iria acontecerEles têm tentando descobrir uma cura para mutação.
É muito para um Piloto administrar.De novo, tenho tido sorte. O mínim
que posso fazer é aguentar as pontas. Sã
as pessoas como Lei que eu realmentadmiro. Elas sabem que não são imunesmas ficam assim mesmo, para podeajudar os pacientes.
Vou em direção ao resto dos pacientesaté o final até o último leito, onde paciente cem aspira de forma molhada
rregular. Tento não pensar muito em
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como a cura pode ter provocado mutação, ou sobre onde minha família oCassia estão. Eu já falhei com eles. Ma
não posso falhar com esses cem.
ão vejo Lei no pátio quando termino
então quebro o protocolo e procuro ndormitório. Ela também não está ali.
Ela não teria fugido. Então, onde el
está?À medida que passo pela cafeteriapagada, vejo um tremeluzir de luz. Oerminal está ligado. Quem poderia estaá dentro? O Piloto está falando conoscoormalmente, quando ele fala, eles no
fazem assistir em uma das telas maiores
Abro a porta da cafeteria e vejo a silhuet
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de Lei contra o terminal. Quando maproximo um pouco mais, vejo que elestá passando as Cem Pinturas.
Estou a ponto de dizer algo, mas entãme refreio e a observo por um segundo
unca vi ninguém olhar as pinturas d
eito que ela faz. Ela se aproxima. Dá unpassos para trás.
Ela se detém em uma pintura, e
escuto puxar o ar enquanto coloca a mãdireita sobre a tela. Permanece alolhando por tanto tempo que chamo suatenção tossindo. Lei se vira. Mal poss
ver seu rosto na luz refletida pelerminal.
— Ainda com dificuldade par
dormir? — pergunto.
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— Sim — responde ela. — Esse é melhor remédio que achei. Eu tentvisualizar as cenas outra vez na minhmente, quando estou deitada.
— Você está gastando um tempo comelas — digo, tentando brincar com Lei. —
Parece até que você nunca viu as pinturaantes.
Por um momento, sinto como se el
estivesse a ponto de me contar algumcoisa. E então: — Essa não — admite, chegando par
o lado para que eu possa ver a tela.
— É a número 97 — reconheço. Apintura mostra uma garota em um vestidbranco e muita luz e água.
— Acho que não prestei atenção nel
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até agora — diz Lei, e sua voz sodecisiva, como uma porta batendo. Nãsei o que eu disse de errado. Por algu
motivo, fico desesperado para abrir porta de novo. Eu falo com todo mundaqui, todo o tempo, pacientes, médicos
enfermeiras, mas Lei é diferente. Eu e elrabalhávamos juntos antes de chega
aqui.
— O que você gosta nela? — perguntoentando mantê-la falando. — Eu gostque a gente não consiga dizer se ela estna água ou na margem. Mas o que ela est
fazendo? Nunca fui capaz de adivinhar. — Ela está pescando — afirma Lei. —
sso que ela está segurando é uma rede.
— Ela pegou alguma coisa? — tent
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descobrir, me aproximando. — É difícil dizer — pondera Lei. — Então é por isso que você gosta —
sugiro, me lembrando da história delsobre os peixes que sobem o rio eCamas. — Por causa dos peixes.
— É — admite ela. — E por causdisso. — Ela toca uma pequena manchde branco no alto da pintura. — Isso é u
barco? O reflexo do sol? E aqui. — Leaponta para pontos escuros na obra. —ão sabemos o que está lançando essa
sombras. Há coisas acontecendo fora da
bordas. Te deixa com uma sensação dalguma coisa que você não pode ver.
Acho que entendo.
— Como o Piloto — concluo.
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— Não — fala.Ao longe, ouvimos gritaria e berros
Uma nave de combate zune no alto. — O que está acontecendo lá fora? —
ndaga Lei. — Acho que é o mesmo de sempre —
digo a ela. — As pessoas fora dbarricada querendo entrar. — A luzalaranjada das fogueiras no lado de for
dos muros parece estranha, mas não nova. — Não sei mais quanto tempo oagentes vão conseguir segurá-las.
— Elas não iriam querer entrar s
soubessem como é — afirma ela.Agora que meus olhos se ajustaram
escuridão, posso ver que a fadiga de Le
na verdade é dor. Seu rosto tem u
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aspecto retorcido, e suas palavras, semprão claras, parecem pesadas.
Ela está ficando doente.
— Lei — chamo. Eu quase me estico pego-a pelo cotovelo para guiá-la parfora da cafeteria, mas não sei como ela s
sentiria com o gesto. Ela sustenta meolhar por um instante. Então, lentamentela gira para longe de mim e levanta
camisa. Linhas vermelhas atravessam suacostas. — Não precisa dizer — ela m
consola. Ela enfia a camisa de volta e s
vira. — Eu já sei. — A gente devia te colocar com uma
daquelas bolsas de nutrientes — comento
— Agora. — Pensamentos cruzam minh
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mente. Você não devia ter ficado, deviaer partido como os outros fizeram, at
que a gente soubesse que tinha algum
coisa que funcionasse... — Não quero me deitar — avisa Lei. — Vem comigo — ordeno e dessa ve
eu realmente pego seu braço. Sinto o caloda sua pele através da manga.
— Onde a gente está indo? — ela que
saber. — Para o pátio — informo. — Vocêpode se sentar em um banco enquanto epego uma intravenosa e uma bolsa d
nutrientes. — Desse jeito, ela não vaprecisar estar lá dentro quando sucumbirPoderá ficar do lado de fora o máxim
possível.
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Ela me encara com seus lindos exaustos olhos.
— Rápido — apressa ela. — Nãquero estar sozinha quando acontecer.
Quando retorno com o equipamento, Le
espera no pátio com os ombros caídos dexaustão. É estranho vê-la com umpostura menos do que perfeita. Ela levant
o braço e eu insiro a agulha nele.Os fluidos começam a pingar. Eu sentoperto dela, segurando a bolsa mais alto dque seu braço, de modo que a intravenoscontinue fluindo.
— Me conta uma história — pede ela— Preciso ouvir alguma coisa.
— Qual das Cem você gostaria? —
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pergunto. — Eu me lembro da maioridelas.
Escuto um fraco traço de surpresa esua voz, sob a fadiga:
— Você não conhece mais nenhuma?Faço uma pausa. Não sei, na verdade
A Insurreição não teve tempo de nos danovas histórias, e eu não sei criá-las. Esó uso o que tenho.
— Conheço — afirmo, tentando pensaem algo. Então eu pego emprestado dminha própria vida. — Há cerca de uano, na Sociedade, havia um garoto que s
apaixonou por uma garota. Ele vinhobservando-a há um longo tempo. Elinha esperanças de que ela fosse seu Par
E então ela foi. Ele estava feliz.
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— Só isso? —pergunta ela. — Só isso — confesso. — Muit
curta?
Lei começa a rir e por um momento elsoa como ela mesma.
— É você — fala ela. — É óbvio. Iss
não é história.Eu também rio. — Desculpa — digo. — Não so
muito bom nisso. — Mas você ama seu Par — lembrLei, sem rir. — Sei isso sobre você. Vocêsabe isso sobre mim.
— É — concordo.Ela me olha. O líquido pinga n
ntravenosa.
— Sei uma história antiga sobr
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pessoas que não poderiam ser um Par —conta Lei. — Ele era uma Aberração. Elera uma Cidadã e uma piloto. Foi
primeiro dos desaparecimentos. — Dos desaparecimentos? — fic
curioso.
— Algumas pessoas dentro dSociedade queriam sair — retruca Lei. —Ou queriam que seus filhos saíssem
Havia pilotos que levariam as pessoapara longe, em troca de outras coisas. — Nunca ouvi falar de nada assim —
admito.
— Aconteceu — afirma ela. — Eu viAlguns desses pais trocariam tudoarriscariam tudo, porque eles achava
que enviar seus filhos para longe era
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melhor jeito de mantê-los em segurança. — Mas para onde eles os levariam? —
questiono. — Para dentro do territóri
nimigo? Isso não faz nenhum sentido. — Eles os levariam para a fronteira d
erritório Inimigo, sim — confirma Lei. —
Para lugares chamados vilarejos de pedraDepois disso, era com as pessoas decidise ficariam nos vilarejos ou se tentaria
cruzar o território Inimigo para encontraum lugar conhecido como Outras Terrasinguém que foi para as Outras Terra
amais voltou.
— Não entendo isso — retruco. —Como é que mandar seus filhos emborapara o meio do nada, para perto d
nimigo, pode ser mais seguro do qu
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ficar na Sociedade? — Talvez eles soubessem da Praga —
sugere Lei. — Mas obviamente seus pai
não se sentiam assim. Nem os meus. —Ela me olha. — Você fala quase como seestivesse defendendo a Sociedade.
— Não estou — retruco. — Eu sei — emenda ela. — M
desculpa. Eu não quis falar para você d
História. Eu quis te contar uma história. — Estou pronto — falo. — Estoouvindo.
— A história, então. — Ela levanta o
braço e observa o líquido entrando nele— Essa piloto amava o homem, mas tinhobrigações em casa, aquelas de que el
não poderia se esquivar, e obrigaçõe
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com seus líderes também. Se ela partissemuitas pessoas sofreriam. Ela levou homem que amava até as Outras Terras, o
que ninguém tinha feito antes. — O que aconteceu depois disso? —
ndago.
— Ela foi abatida pelo Inimigo ncaminho de volta — conta Lei. — Elnunca disse às pessoas o que tinha vist
nas Outras Terras. Mas ela salvou aquelque amava. Ela sabia daquilo, nãmporta o que acontecesse.
No silêncio que se segue à história, el
se recosta em mim. Acho que ela nepercebe que está fazendo isso. Lei estsucumbindo.
— Você acha que poderia fazer isso?
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— pergunta ela. — Voar? Talvez. — Não — diz ela. — Você acha que
poderia deixar alguém ir, se você achassque seria o melhor para ele?
— Não — retruco. — Eu teria qu
saber que era o melhor para ele.Lei concorda, como se esperass
minha resposta.
— Quase qualquer um poderia fazesso — alega ela. — Mas e se você nãsoubesse e apenas acreditasse?
Lei não sabe se isso é verdade. Ma
ela quer que seja. — Essa história nunca seria uma da
Cem — diz ela. — É uma história d
Fronteira. O tipo de coisa que só pod
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acontecer por lá.Alguma vez ela foi um piloto? É ond
o seu marido está? Ela o levou para long
e agora está sucumbindo? Essa é umhistória verdadeira? Qualquer parte dela?
— Eu nunca ouvi falar nas Outra
Terras — falo. — Você ouviu — diz ela, e eu balanço
a cabeça. — Ouviu — insiste ela m
desafiando. — Mesmo que você nuncenha ouvido o nome, você tem que sabeque elas existiam. O mundo não pode seapenas as Províncias. E ele não é plan
como nos mapas da Sociedade. Comfuncionaria o sol? E a lua? E as estrelasVocê não olhou para cima? Você não
percebeu que eles mudaram?
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— Percebi — concordo. — E você não pensou por quê?Meu rosto esquenta. — É claro — constata Lei, sua vo
baixa. — Por que eles iam ensinar vocêVocê deveria ser um Oficial desde o
começo. E isso não está nas Cem Liçõede Ciência.
— Como você sabe? — pergunto.
— Meu pai me ensinou — explica ela.Há muitas coisas que eu gostaria dperguntar a Lei. Como era o pai delaQual a cor que ela usou quando foi u
Par? Por que eu não descobri tudo issantes? Agora não há tempo suficiente paras pequenas coisas.
— Você não é uma simpatizante da
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Sociedade — retruco. — Eu semprsoube disso. Mas você não era dnsurreição no começo.
— Eu não sou da Insurreição ou dSociedade — esclarece ela. O fluidpinga em seu braço lentamente. Ele nã
consegue acompanhar o que estacontecendo com ela.
— Por que você não acredita n
nsurreição? — pergunto. — Ou nPiloto? — Eu não sei — admite ela. — E
queria poder.
— No que você acredita? —questiono.
— Meu pai sempre me ensinou que
Terra era uma pedra gigante — conta ela
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— Rolando e girando através do céu. Eque nós todos estamos ali juntos. Eacredito nisso.
— Por que nós não caímos? —pergunto.
— A gente não poderia, nem se
entasse — fala ela. — Existe algumcoisa que nos prende aqui.
— Então o mundo está se movendo sob
meus pés agora mesmo — sugiro. — Está. — Mas eu não sinto. — Você vai sentir — diz Lei. —
Algum dia. Se você deitar e ficar muitmóvel.
Lei olha para mim. Nós doi
percebemos o que ela disse: imóvel .
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— Eu esperava vê-lo de novo anteque isso acontecesse — lamenta.
Quase digo, estou aqui. Mas olhandpara ela sei que isso não vai sesuficiente, porque eu não sou aquele quela deseja. Eu vi alguém me olhar dess
eito antes. Não através de miexatamente, mas além de outra pessoa.
— Eu tinha esperança — diz ela —
que ele me encontrasse.
Depois que Lei fica imóvel, eu encontruma maca abandonada pelos médicos. Ea deito nela e penduro a bolsa. Um domédicos-chefe passa por nós.
— Nós não temos espaço nessa ala —
avisa o médico.
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— Ela é uma de nós — informo. —ós vamos arrumar espaço.
Ele também tem a marca vermelhaentão não hesita em se abaixar e olhapara Lei mais de perto. O reconhecimentatravessa seu rosto.
— Lei — fala ele. — Uma damelhores. Vocês dois trabalharam juntosmesmo antes da Praga, não trabalharam?
— Sim — concordo.O rosto do médico é compreensivo. — Parece que foi em outro mund
completamente diferente, não parece? —
pergunta ele. — Sim — afirmo. Parece. Eu me sint
estranhamente distante, como se estivess
me olhando cuidar de Lei. É apenas
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exaustão, mas eu me pergunto se isso é que você sente quando se está imóveSeus corpos ficam num lugar, mas sua
mentes podem ir para outro?Talvez parte de Lei esteja flutuando e
volta do centro médico, e indo a todos o
ugares que ela conheceu. Ela está noquartos dos pacientes, supervisionandseus tratamentos. Ela está no pátio
respirando o ar noturno. Ela está nerminal, olhando para a pintura dmenina pescando. Ou talvez tenha deixado centro médico para trás, e tenha id
encontrá-lo. Eles poderiam estar juntoagora mesmo.
Eu trago Lei para dentro do quarto co
os outros. Há 101 deles agora, todo
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encarando o teto ou os lados. — Você deve dormir agora — ordena
o curador-chefe do terminal.
— Eu vou em um minuto — afirmo. —Me deixa arrumar a Lei. — Eu chamo umdas médicas para vir me ajudar a realiza
o exame médico. — Ela está bem até agora — diz
médica. — Nada está aumentado, e su
pressão sanguínea está decente. — Ela sestica e toca minha mão antes de partir. —Sinto muito — lamenta a mulher.
Estou olhando dentro dos olhos fixo
de Lei. Eu falei com muitos outropacientes, mas não tenho certeza do qudizer a ela.
— Sinto muito — digo, ecoando a
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palavras da médica. Não é o suficiente: enão posso fazer nada por Lei.
Então eu tenho uma ideia e, antes qu
possa me dissuadir disso, disparo pelcorredor até a cafeteria e o terminal ondLei estava olhando as pinturas.
— Por favor, tenha papel, por favorenha papel — imploro ao terminal. Se e
falo com pacientes que não pode
responder, por que não falar com oerminal também?O terminal escuta. A máquina imprime
odas as Cem Pinturas quando digito
comando. Eu reúno aqueles papéis cheiode cor e luz e os levo comigo. Isso é o qufiz por Cassia quando ela me deixou
entei dar algo que eu sabia que el
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amaria ter consigo.
A maioria dos outros trabalhadores pensque estou louco, mas uma das enfermeiraconcorda que minha ideia pode ajudar.
— Pelo menos vai me dar algum
coisa diferente para olhar — diz ela, encontra fita adesiva e fio cirúrgico narmário de suprimentos, e me ajuda
pendurar as pinturas no teto, acima dopacientes. — O papel do terminal se deterior
muito rápido — aviso —, então nóvamos ter que imprimi-los de novo dentrde poucos dias. E nós devemos variá-los
ão queremos que os pacientes enjoem d
nenhuma pintura. — Eu dou um pass
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atrás para inspecionar o que fizemos. —Seria melhor se tivéssemos novapinturas. Não quero que os paciente
pensem que estão de volta à Sociedade. — A gente poderia fazer algumas —
diz outra enfermeira, ávida. — Eu sempr
senti falta de desenhar, do jeito que gente fazia na Primeira Escola.
— O que vocês usariam? — pergunto
— Nós não temos nenhuma tinta. — Vou pensar em alguma coisa —promete ela. — Não é a chance que vocêsempre quiseram?
— Não — responde. Acho que isso surpreende, então sorrio para suavizar resposta. Imagino se eu seria uma pesso
diferente, do tipo por quem Lei e Cassi
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poderiam se apaixonar, se eu precisasse. — O curador-chefe vai te tirar do se
próximo turno, se você não for para
dormitório agora — avisa a enfermeira. — Eu sei — concordo. — Eu o ouv
no terminal.
Mas tem alguém com quem eu tenhque falar antes de ir.
— Sinto muito — digo a Lei. A
palavras são tão inadequadas quanto erada primeira vez, então eu tento de novo— Eles vão encontrar a cura, você nãacha? — Aponto para a pintura pendurad
acima dela. — Tem que ter alguma luz eum canto, em algum lugar. — Eu não terivisto a luz, se ela não tivesse apontado
mas uma vez que Lei o fez, tornou-s
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mpossível ignorar.
o caminho para o dormitório, a porta dpátio se abre e alguém de preto entra ncorredor, bloqueando minha passagem. Edou uma brecada. É uma garota que já v
antes, mas minha mente exausta não mdeixa localizar exatamente onde. Apesadisso, sei que ela não pertence à nossa al
solada. O curador-chefe não me avisoque ninguém novo estava vindo, e mesmse estivesse, eles precisam entrar pelporta principal.
— Meu Deus — exclama a garota. —Aí está você. Eu estava te procurando.
— Como você entrou aqui? —
pergunto.
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— Eu voei — responde ela. Então elsorri e eu sei exatamente quem é: Indie, garota que uma vez trouxe as curas co
Ky. — Eu também posso ter alguncódigos-chave para as portas — avisndie.
— Você não deveria estar aqui —alerto. — Esse lugar está cheio dpessoas doentes.
— Eu sei — confirma ela —, mas vocnão está, está? — Não — afirmo. — Não esto
doente.
— Preciso que você venha comigo —apressa-me ela. — Agora.
— Não — digo. Isso não faz nenhu
sentido. — Sou um curador aqui. — Nã
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posso deixar todos os imóveis, e cocerteza não posso deixar Lei. Eu pego miniterminal.
— Mas eu estou aqui para te levar atCassia — esclarece Indie, e eu deixo mão cair. Ela está falando a verdade
Será que Cassia realmente poderia estaem algum lugar aqui perto? Então o medme inunda.
— Ela está no centro médico? —pergunto. — Está doente? — Ah, não — retruca Indie. — El
está bem. Está lá fora, na minha nave.
Durante todos esses meses eu quis veCassia de novo, e agora talvez eu tenha chance. Mas não posso fazer isso. H
muitos imóveis, e um deles é Lei.
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— Desculpa — digo. — Eu tenho quomar conta dos pacientes aqui. E você fo
exposta à mutação agora. Não deveria iembora. Você precisa ficar de quarentena
Indie suspira. — Ele achou que você poderia se
difícil de convencer. Então eu devo tdizer que, se você vier comigo, você vaser capaz de ajudá-lo a trabalhar com
cura. — De quem você está falando? —questiono.
— Do Piloto, claro. — Ela fala isso d
um jeito tão prosaico que eu acredito nelaO Piloto quer que eu ajude na cura. — Ele sabe que você te
conhecimento da mutação da Praga e
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primeira mão — afirma Indie. — Elprecisa de você.
Eu olho para trás, para o corredor.
— A gora — insiste Indie. — Elprecisa de você agora. Não há tempo pardizer adeus. — Sua voz está honesta
nabalável. — Algum deles pode te ouvirde qualquer forma?
— Não sei — confesso.
— Você confia no Piloto — diz Indie. — Confio. — Mas você já o conheceu? — Não — respondo. — Mas você já.
— Já — fala ela. Ela insere um códige abre a porta. É quase de manhã, agora— E você está certo de acreditar nele.
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CAPÍTULO 22
Ky
— K y — sussurra uma voz feminina parmim. — Ky.
Sua mão é suave sobre minh
bochecha. Não pareço poder acordarTalvez porque eu não queira. Faz muitoempo desde que sonhei com Cassia.
— Ky — chama ela de novo. Eu abros olhos.É Indie.Ela vê no meu rosto que esto
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decepcionado. Sua expressão vacila upouco, mas mesmo na luz muito pálida dcomeço da manhã, posso ver triunfo e
seus olhos. — O que você está fazendo? —
pergunto a Indie. — Você deveria esta
em quarentena. — Depois que trouxemoCaleb de volta, eles o levaram e mrancaram com Indie em cubículos d
quarentena aqui na base. Pelo menos nãnos puseram na Prefeitura. — Como vocentrou aqui? — insisto, olhando em voltaA porta do meu cubículo está aberta
Todas as outras pessoas que eu consigover estão dormindo.
— Eu consegui — diz ela. — Eu tenh
uma nave. E tenho ela. — Indie abre u
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sorriso. — Enquanto você estavdormindo, eu voei até a Central.
— Você foi até a Central ? —
pergunto, levantando. — E você encontrou?
— Sim — confirma Indie. — Cassi
não está doente. Ela está bem. E agorvocês podem fugir.
Agora vocês podem fugir. Podemo
dar o fora daqui. Sei que é perigoso, masinto como se fosse capaz de tudo sCassia realmente estiver em CamasQuando me levanto, fico tonto por u
segundo e coloco a mão na parede parme apoiar. Indie para.
— Você está bem? — indaga.
— Claro — respondo. Cassia não est
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mais na Central. Ela está aqui e está salvo.
Juntos, Indie e eu deslizamos a port
do cubículo e vamos em direção aocampos. As gramas sussurram entre si noescuro pálido e eu começo a correr. Indi
permanece perto de mim, mantendo ritmo.
— Você devia ter visto a
aterrissagens que eu fiz — conta Indie. —Elas foram perfeitas. Mais do quperfeitas. As pessoas vão contar históriasobre elas, algum dia. — Indie parec
quase vaidosa. Eu nunca a ouvi assiantes, e é contagiante.
— Como ela está? — pergunto.
— A mesma de sempre — diz ela, e eu
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começo a gargalhar e paro de correr, e mestico para pegar Indie e girá-la, e beijasua bochecha e agradecer-lhe po
conseguir o impossível, mas então eu membro.
Eu poderia estar doente. Assim como
ela. — Obrigado — digo. — Queria que
gente não estivesse em quarentena.
— Isso realmente importa? — perguntela, se aproximando um pouquinho.Seu rosto está cheio de pura alegria
eu sinto aquele beijo de novo em meu
ábios. — Sim — lamento —, importa. —
Então sou atingido pelo medo. — Você
garantiu que Cassia não fosse exposta a
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novo vírus, não é? — Ela viajou no compartimento d
carga quase o tempo todo — respond
ela. — A nave foi esterilizada, eurealmente nem falei com ela.
Vou ter que ser cuidadoso. Usar uma
máscara, ficar fora do compartimento dcarga, manter distância de Cassia... Mapelo menos eu posso vê-la. Muito bom
ara ser verdade, algum instinto internme avisa. Você e Cassia juntos, voandoara longe, do jeito que você imaginous coisas não acontecem desse jeito.
Se você deixa a esperança entrar, eloma conta de você. Ela se alimenta d
suas entranhas e usa seus ossos par
escalar e crescer. Finalmente, ela se torn
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a coisa que são seus ossos, que te mantéfirme. Que te segura até você não sabemais como viver sem ela. Arrancá-la d
você ia te matar por completo. — Indie Holt — digo —, você é bo
demais para ser verdade.
Indie ri. — Ninguém nunca me chamou de bo
antes.
— Claro que chamou — retruco. —Quando você está voando. — Não — discorda ela. — Aí ele
dizem que eu sou ótima.
— Isso mesmo — afirmo —, você é.Estamos correndo de novo para a
naves. Elas se amontoam contra a manhã
como uma revoada de pássaros de metal.
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— Essa aqui — aponta Indie, e eu sigo. — Você primeiro — diz ela.
Subo na cabine, me virando parperguntar:
— Quem vai pilotar? — Eu vou — avisa uma voz familiar.
O Piloto emerge das sombras draseira da cabine.
— Está tudo bem — tranquiliza Indie
— É ele que vai ajudar você a fugir até amontanhas. Nem o Piloto nem eu dizemos nada. É
estranho não ouvir sua voz de novo. Esto
acostumado que ele fale conosco pelerminal.
— Ela realmente está aqui? —
pergunto a Indie baixinho, esperando qu
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ela tenha mentido para mim sobre Cassiestar a bordo. Alguma coisa nisso tudoparece errada. Indie não pode sentir?
— Vai lá ver — sugere ele, apontandoo compartimento de carga. Ela sorrEntão eu sei. Ela não acha que isso sej
uma armadilha, e Cassia está aqui. Issestá claro, embora nada mais esteja. Tealguma coisa errada comigo. Não consig
pensar direito, e quando desço para compartimento de carga, quase tropeço.Ali está ela. Após todos esses meses
estamos na mesma nave. Tudo o que eu
queria, bem aqui. Vamos fazer o Pilotodescer, vamos fugir, vamos juntos até asOutras Terras. Cassia olha para mim, su
expressão forte, sábia e linda.
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Mas Cassia não está sozinha.Xander está com ela.Onde o Piloto está levando todos nós
ndie confia nele, mas eu não. Indie, o que você fez? — Você não fugiria comigo — explica
ndie —, então eu a trouxe para vocêAgora você pode ir para as montanhas.
— Você não vem com a gente — digo
entendendo. — Se as coisas fossem diferentes, eria — fala Indie, e, quando ela me olha,
difícil sustentar seu olhar honesto
desejoso. — Mas elas não são. E eu aindenho voos a fazer. — E então, rápid
como um peixe ou uma ave, el
desaparece da entrada do compartiment
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de carga. Ninguém consegue pegar Indiquando é hora de ela partir.
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CAPÍTULO 23
Cassia
Nós deveríamos ter nos encontrado meseatrás, em uma noite escura de começo dprimavera, no lago, onde poderíamo
estar sozinhos.O rosto de Ky está retorcido de fadiga
e eu capto o aroma de sálvia, areia
grama do mundo exterior. Eu conheçoaquela aparência de pedra em seu rostoaquela linha em sua mandíbula. Sua pele áspera. Seus olhos são profundos.
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Começamos com sua mão em torno dminha, me mostrando os formatos.
Os olhos de Ky estão tão repletos damor e desejo, que me atravessam como canto alto e agudo de um pássaro ncânion, ecoando por todo o meu corpo. E
sou vista e conhecida, embora ainda nãocada.
O momento entoa entre nós e entã
udo entra em movimento. — Não — diz Ky, retrocedendo dvolta à escada. — Eu esqueci. Não possficar aqui embaixo com você.
É muito tarde; o Piloto fechou escotilha acima de nós. Ky esmurra porta enquanto os motores se acionam e
voz do Piloto vem pelos alto-falantes:
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— Preparar para decolagem.Eu me agarro em um dos cinto
pendendo do teto. Xander faz a mesmcoisa. Ky ainda bate na porta dcompartimento de carga.
— Não posso ficar aqui — alerta Ky
— Tem uma doença lá fora, pior do que Praga, e eu fui exposto a ela.
Seus olhos estão ferozes.
— Está tudo bem — Xander tenta dizea Ky, mas Ky não pode ouvir por causa dbarulho dos motores e do martelar de suamãos.
— Ky — grito o mais alto que consigoentre as batidas de seus punhos no meta— Está. Tudo. Bem! Eu. Não. Posso
Ficar. Doente.
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Então ele se vira. — Nem Xander — continuo. — Como vocês sabem? — pergunt
Ky. — Nós dois temos a marca — explic
Xander.
— Que marca?Xander se vira e abaixa seu colarinho
para que Ky possa ver.
— Se você tem isso, significa que nãpode pegar a mutação da Praga. — Eu também tenho — confirmo. —
Xander procurou para mim, quando
gente estava voando para cá. — Eu tenho trabalhado com ess
mutação há semanas — afirma Xander.
— E eu? — pergunta Ky.
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Ele se vira e, em um movimentrápido, puxa a camisa pela cabeça. Ali, npenumbra da aeronave, eu vejo superfície plana e musculosa de suacostas, macia e bronzeada.
E nada mais.
Minha garganta se aperta. — Ky — falo. — Você não tem — avisa Xander
Suas palavras são neutras, macompreensivas. — Você deveria ficaonge de nós, no caso de a sua exposiçã
não ter realmente infectado você. Aind
podemos ser portadores.Ky concorda e coloca a camisa d
volta. Quando ele se vira para nós, h
medo e alívio em seus olhos. Ky nã
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esperava ser imune; ele nunca teve sorteMas está feliz que eu seja. Meus olhoqueimam com lágrimas de raiva. Por qu
em que ser sempre assim com Ky? Comele aguenta?
Ele segue em frente.
A voz do Piloto entra por um altofalante na parede.
— O voo não vai ser longo — avis
ele. — Aonde nós vamos? — pergunta Ky.O Piloto não responde. — Para as montanhas — digo, a
mesmo tempo em que Xander completa— Para ajudar o Piloto a achar uma cura.
— Isso é o que Indie disse para você
— fala Ky, e eu e Xander concordamos
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Ky levanta as sobrancelhas como sdissesse, mas o que o Piloto tem emmente?
— Há uma coisa no compartimento dcarga para Cassia — informa o Piloto. —Está em uma caixa na traseira.
Xander encontra a caixa primeiro empurra-a para mim. Ele e Ky observaenquanto eu a abro. Dentro há dua
coisas: um leitor de dados e um pedaço dpapel branco dobrado.Eu tiro o leitor de dados primeiro
entrego-o para Xander segurar. K
permanece do outro lado da nave. Entãeu levanto o papel. É lustroso, uma folhbranca de um terminal, e mais pesado d
que deveria ser, dobrado em u
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ntrincado padrão para guardar algumcoisa dentro. Quando abro as camadasvejo o microcartão do Vovô no centro.
Bram o enviou, afinal de contas.Meu irmão mandou mais alguma cois
ambém. Chamando a atenção no meio d
papel estão linhas de escrita escura. Ucódigo.
Reconheço o padrão na escrita —
Bram fez parecer como um jogo que umvez eu fiz para ele no escrevinhador. Essé a letra do meu irmão. Bram aprendesozinho a escrever, e ao invés de só
decifrar minha mensagem, bolou ucódigo simples por conta própria. Nóachamos que ele não podia presta
atenção em detalhes, mas ele pode
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quando o interessa o suficiente. Bradaria um maravilhoso classificadorapesar de tudo.
Meus olhos se enchem de lágrimaenquanto imagino minha família exiladem sua casa em Keya. Eu só pedi
microcartão, mas eles enviaram mais. Ocódigo de Bram, o papel da minha mãe —penso que a vejo fazer cuidadosamente
dobradura. O único que não me envionada foi meu pai. — Por favor — pede o Piloto —, v
em frente e veja o microcartão. — Se
om permanece gentil, mas ouço a ordeem suas palavras.
Eu insiro o microcartão no leitor d
dados. É um modelo mais antigo, mas s
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eva alguns segundos para a primeirmagem carregar. E ali está Vovô. Seu
rosto bondoso, esperto e maravilhoso. E
não o vejo há quase um ano, exceto emeus sonhos.
— O leitor de dados está funcionando
— pergunta o Piloto. — Está — digo, minha gargant
doendo. — Está, obrigada.
Por um momento, esqueço que estoprocurando por algo específico — memória favorita do Vovô comigo. Aonvés disso, estou distraída com a
magens da sua vida.O Vovô jovem, uma criança em pé com
seus pais. Um pouco mais velho, vestind
roupas comuns, e então com o braço e
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volta de uma jovem. Minha avó. Vovóaparece segurando um bebê, meu pai, comeu avô rindo perto dele, e então iss
ambém se vai.Bram e eu aparecemos na tela com
Vovô.
E desaparecemos.A tela para em uma imagem do Vovô
no final da vida, seu rosto bonito e olho
escuros olhando para fora do leitor ddados com humor e força. — Ao se despedir, como é de costume
Samuel Reyes fez uma lista de sua
memórias favoritas de cada um dos seufamiliares vivos — conta a historiadora— A que ele escolheu sobre sua nora
Molly, foi do dia em que ele a conheceu.
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Meu pai se lembrava daquele diambém. No Bairro, ele me contou com
foi com seus pais para conhecer minhmãe no trem. Meu pai disse que todos sapaixonaram por ela naquele dia; que elnunca tinha visto uma pessoa tão caloros
e cheia de vida. — Sua memória favorita do seu filho
Abran, foi do dia em que eles tiveram su
primeira discussão de verdade.Deve ter havido uma história por trádessa memória. Vou ter que perguntar aomeu pai sobre ela quando o vir de novo
Meu pai raramente discute com alguémEu sinto uma pequena pontada de dor. Poque Papai não me enviou nada? Mas el
deve ter aprovado que eles enviassem
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microcartão. Minha mãe nunca faria nadescondido dele.
— Sua memória favorita do seu neto
Bram, foi sua primeira palavra —continua a historiadora. — A palavra fo“mais”.
Agora, minha vez. Eu me inclino para frente, do jeito que eu fazia quando erpequena e o Vovô me contava as coisas.
— Sua memória favorita de sua netaCassia — diz a historiadora —, foi o dino jardim vermelho.
Bram estava certo. Ele ouviu
historiadora corretamente. A mulherealmente disse dia. Não dias. Então historiadora cometeu um erro? Eu queri
que eles deixassem o Vovô falar por s
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mesmo. Gostaria de ouvir sua vodizendo essas palavras. Mas esse não é eito que a Sociedade faz as coisas.
Isso não me disse nada, a não ser que Vovô me amava — nada pouco, mas queeu já sabia. E um dia no jardim vermelh
poderia ser qualquer momento do anoFolhas vermelhas no outono, florevermelhas no verão, e mesmo alguma
vezes, quando sentávamos do lado dfora, no inverno, nossos narizes bochechas se tornavam vermelhos do frioe o sol se punha avermelhado no oeste
Dias no jardim vermelho. Há tantodeles...
E por isso, sou grata.
— O que aconteceu no dia no jardi
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vermelho? — pergunta o Piloto, e eu olhpara cima. Por um momento, esqueci quele estava ouvindo.
— Não sei — admito. — Eu não membro.
— O que diz o papel? — pergunt
Xander. — Eu ainda não o decodifiquei —
respondo.
— Posso te poupar tempo — fala Piloto. — Ele diz: Cassia, quero quvocê saiba que estou orgulhoso de vocêor ver as coisas claramente e por se
mais corajosa do que eu fui. É do sepai.
Meu pai me mandou uma mensagem. E
Bram a codificou para ele, e minha mãe
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embrulhou.Dou uma olhada para baixo, para
código de Bram, para ter certeza de que
Piloto traduziu a mensagem corretamentemas então o Piloto me interrompe.
— Essa negociação não chegou a
final até recentemente — explica o Piloto— Parece que depois que deixou as mãoda sua família, o negociante envolvid
ficou doente. Quando realmente chegouachamos o microcartão intrigante, e mensagem também.
— Quem deu isso a você? — pergunto
— Tenho pessoas que procuram coisaque sabem que me interessam — informo Piloto. — A Arquivista-chefe, na
Central, é uma delas.
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Ela me traiu de novo. — As trocas deveriam ser secretas —
digo. — Em tempos de guerra, regra
diferentes se aplicam — rebate o Piloto. — Nós não estamos em guerra —
discordo. — Nós estamos perdendo uma guerr
— afirma o Piloto —, contra a mutação
ós não temos cura.Olho para Ky, que não tem a marcaque não está a salvo, e entendo a urgêncidas palavras do Piloto. Nós não podemo
perder. — Ou você está nos ajudando
encontrar e administrar a cura — ameaç
o Piloto —, ou está dificultando nosso
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esforços. — Nós queremos ajudar você —
afirma Xander. — É por isso que voc
está nos levando para as montanhas, nãé?
— Eu estou levando vocês para a
montanhas — confirma o Piloto. — O quacontece com vocês quando chegarem lá que ainda não decidi.
Ky ri. — Se você está gastando todo essempo decidindo o que fazer com nós trê
quando há um vírus incurável enfurecid
pelas províncias, ou você é estúpido oestá desesperado.
— A situação — esclarece o Piloto —
passou muito do desespero.
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— Então, o que você possivelmentpoderia esperar que nós fizéssemos?
— Vocês vão ajudar — diz ele —, deum jeito ou de outro. — A nave vira umpouco, e eu me pergunto onde estamos ncéu. — Não há muitas pessoas em que
eu possa confiar — explica o Piloto. —Então, quando duas delas me dizem coisacontraditórias, isso me preocupa. Um do
meus aliados acha que vocês três sãraidores, que deveriam ser aprisionadoe interrogados longe das Províncias, ondenho a certeza da lealdade das pessoas
O outro acha que vocês podem me ajudaa encontrar uma cura.
A Arquivista-chefe é a primeira
essoa, penso. Mas quem é a outra?
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— Quando a Arquivista chamou minhatenção para essa negociação — continuo Piloto —, fiquei interessado, como elsabia que eu ficaria, tanto pelo nome nmicrocartão quanto pela mensagencluída no papel. Seu pai não se aliou
nsurreição. Exatamente o que você fezque ele não ousou fazer? Você levou ascoisas mais além e combateu
nsurreição? E então, quando olhei maide perto, encontrei outras coisas que achedignas de prestar atenção.
Ele começa a recitar nomes de flore
para mim. No começo, acho que ele ficomaluco, mas depois percebo o que elestá dizendo:
Rosa nova, rosa antiga, Renda da
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ainha Anne. — Você escreveu isso e distribuiu —
acusa ele. — O que o código representa?
Não é um código. São apenas apalavras da minha mãe, transformadas eum poema. Onde ele as encontrou
Alguém deu a ele? Eu quis que isso fosscompartilhado, mas não assim.
— Onde é o lugar sobre a colina
embaixo da árvore, e passando a fronteirque ninguém pode ver?Quando ele faz a pergunta assim, so
complicado, como uma charada. E era s
para ser simples, uma canção. — Quem estava se encontrando lá? —
pergunta ele, e sua voz está clara
estável. Mas Ky tem razão. O Piloto est
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desesperado. Não há vestígio de medo eseu tom quando ele fala, mas a perguntque ele está fazendo, o jeito como ele est
apostando seu tempo precioso conosco —udo isso me deixa gelada de medo. Se
Piloto não sabe como nos salvar da nov
Praga, quem sabe? — Ninguém — digo. — É um poema
ão é para ter sentido literal.
— Mas os poemas normalmente têm —rebate ele. — Você sabe disso.Ele tem razão. Pensei no poema com
nome do Piloto e se aquele era o que
Vovô realmente queria que euencontrasse. Meu avô me deu o compactome contou as histórias de escalada d
Colina de sua mãe, que cantava poema
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proibidos para ele. O que o Vovô queriaque eu fizesse? Eu sempre me perguntei.
— Por que você reuniu pessoas n
Galeria? — indaga o Piloto. — Para que elas pudessem trazer o qu
elas fizeram.
— Sobre o que vocês falavam lá? — Poesia — respondo. — Canções. — E isso é tudo — sugere o Piloto.
Sua voz pode ser fria ou quente comuma pedra, percebo. Às vezes sogenerosa e acolhedora, como arenito sobo sol, e outras vezes é implacável como
mármore da escadaria da Prefeitura.Eu tenho uma pergunta para o Piloto. — Por que meu nome te interesso
agora? — questiono. — As pessoas n
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nsurreição devem tê-lo visto antes. Nãsignificava nada para elas.
— Aconteceram coisas desde que voc
se juntou à Insurreição, meses atrás —esclarece o Piloto. — Lagos envenenadosCódigos misteriosos. Uma Galeri
construída onde as pessoas podiam sreunir e trocar coisas que elaescreveram. Parecia que seu nom
merecia uma segunda olhada. E quandolhamos de novo, havia uma grandnegociação a ser encontrada. — E agorsua voz é muito fria.
— Cassia não está combatendo nsurreição — retruca Xander. — Ela
parte da Insurreição. Posso responder po
ela.
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— Eu também — completa Ky. — Isso poderia significar alguma cois
para mim — diz o Piloto —, se não fosspela confluência de dados em torno dvocês três. Há o suficiente para tornaodos vocês suspeitos.
— Como assim? — pergunto. — Nófizemos tudo o que a Insurreição nopediu para fazer. Eu voltei a viver n
Central. Ky pilotou naves para vocêsXander salvou pacientes. — Suas pequenas obediência
serviram para camuflar suas outras açõe
para aqueles na Insurreição com menoautoridade e informações — diz o Piloto— Inicialmente eles não tinham motiv
para relatá-los a mim. Mas depois qu
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vocês foram trazidos à minha atenção, evi coisas e fiz conexões que estavandisponíveis para os outros. Com
Piloto, eu tenho acesso a mainformações. Quando olhei com mai
atenção, descobri a verdade. Pessoa
morreram onde quer que vocêestivessem. As iscas no seu acampamentopor exemplo, muitas das quais era
Aberrações. — Nós não matamos aquelas iscas —explica Ky. — Vocês mataram. Quando aSociedade enviou as pessoas para lá par
morrer, vocês se recostaram observaram.
O Piloto continua implacável.
— Um rio perto da Escultura fo
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envenenado enquanto vocês estavam nárea. Vocês detonaram cabos naEscultura, destruindo parte de um vilarej
que pertencia a Anomalias. Destruíraubos em uma instalação d
armazenamento nos cânions, um
nstalação onde a Insurreição tinha snfiltrado. Vocês conspiraram para obter ransportar comprimidos azuis. E at
mesmo mataram um menino com eles. Nóencontramos seu corpo. — Isso não é verdade — retruco, ma
de certa forma é. Eu não queria mata
aquele garoto dando a ele comprimidoazuis, mas matei. E então eu percebo poque a Arquivista me perguntou sobre a
ocalizações onde as amostras d
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preservação de tecidos poderiam estaarmazenadas. — Era você que querisaber quanto eu sabia sobre os tubos —
afirmo. — Você realmente negociou comeles?
— Você negociou com eles? —
espanta-se Ky. — Claro — afirma o Piloto. — E
faria o que fosse preciso para garanti
ealdade e recursos para encontrar a curaAs amostras são uma moeda que funcionquando quase nada mais funciona.
Ky balança a cabeça, enojado. Nã
consigo não ficar grata por termos sidcapazes de retirar o tubo do Vovô daCaverna. Quem sabe para que o Piloto
eria usado?
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— Tem mais coisas — continua oPiloto. — As Cidades onde vocêmoraram estavam dentre aquelas qusofreram contaminação dos reservatórioda água.
O lago. Eu me lembro daqueles peixe
mortos. Mas não entendo o que ele quedizer. Nós três nos olhamos. Nós temoque entender isso.
— A Praga se espalhou muito rápido— diz Xander, seus olhos se iluminando— Ficou contida na Central por muitempo, e então de repente se generalizou
Até o vírus entrar na água, nós tínhamouma epidemia, pessoas ficando doentes dpegarem umas das outras. Depois do
reservatórios de água sere
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contaminados, nós tivemos uma pandemiaE agora Ky e eu estamos bem ali co
Xander, juntando as peças.
— É uma Praga transmissível pelágua — percebe Ky. — Como aquela queles enviaram ao Inimigo.
Os números da Praga fazem sentidpara mim agora.
— O surto súbito que nós vimos n
começo da Praga, contaminação difundidem várias Cidades e Provínciadiferentes, significa que alguém adicionoo vírus aos recursos de água para acelera
o processo. — Eu balanço a cabeça. —Eu devia ter percebido. É por isso que doença estava em todo lugar, de uma vez.
— E é por isso que nós ficamos sob
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ensão máxima no centro médico —conclui Xander. — A Insurreição nãoantecipou a sabotagem. Mas nós lidamo
com ela mesmo assim. Tudo teria ficadobem, exceto pela mutação.
— Você não pode achar que nós trê
poderíamos coordenar tudo isso — diKy.
— Não — admite o Piloto. — Ma
vocês três foram parte disso. E está nhora de confessar o que vocês sabem. —Ele faz uma pausa. — Tem mais umcoisa para Cassia no leitor de dados.
Eu torno a olhar para a tela, e vejo usegundo arquivo adicionado. Dentro eencontro uma foto da minha mãe e uma d
meu pai. A tela indo e voltando das dua
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fotos. — Não — digo. — Não. — Meus pai
me olham da tela, os olhos vidrados
Ambos estão imóveis. — Eles têm a mutação — avisa
Piloto. — Não há cura. Ambos estão e
um centro médico em Keya. — Elantecipa minha próxima pergunta, anteque eu possa fazê-la. — Não fomo
capazes de localizar seu irmão. Bram. Ele está caído em algum lugaronde ninguém pode encontrá-lo? Ele estmorto como o menino na Escultura? Não
Bram não está. Não acredito nisso. Nãconsigo imaginar Bram imóvel.
— Agora — fala o Piloto —, você te
um incentivo para nos contar tudo o qu
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puder. Para quem você trabalha? Vocêssão simpatizantes da Sociedade? Maialguém é? Seu grupo introduziu
mutação? Vocês têm a cura?Pela primeira vez, eu o escuto perder
controle enquanto fala. É apenas na últim
pal avra , cura, e posso dizer quãrealmente desesperado e determinado elestá. O Piloto quer a cura. Ele vai faze
qualquer coisa que puder para achá-la.Mas nós não temos a cura. Ele estperdendo tempo conosco. O qudeveríamos fazer? Como convencê-lo?
— Sei que vocês podem fazer a coiscerta — fala o Piloto. A quebra em suavoz se foi, e agora ele soa persuasivo
gentil. — Seu pai pode ter se aliado
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Sociedade e ter se recusado a se juntar nsurreição, mas seu avô trabalhou par
nós. Você é bisneta da grande Piloto
Reyes, claro. E você já nos ajudou antesembora não se lembre disso.
Eu mal escuto a última coisa que el
diz, porque...Minha bisavó. Ela foi o Piloto.Era ela que cantava poemas para me
avô, mesmo quando a Sociedade lhe dissque ela só podia escolher cem. Foi elque salvou a página que eu queimei.
— Nunca conheci a Piloto Reye
pessoalmente — continua o Piloto. — Elveio antes do meu antecessor. Mas, comoPiloto, sou umas das poucas pessoas qu
sabem os nomes dos Pilotos que viera
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antes. E eu a conheço por seus escritosEla foi o Piloto certo no momento certoReyes preservou registros e reuniu o qu
precisávamos saber para entrar em açãdepois. Mas uma coisa é a mesma parodos os Pilotos: temos que entender
que significa ser Piloto. Sua bisaventendia que, se você não salva, vocfalha. E ela sabia que o pequeno rebeld
que faz seu trabalho é tão grande quanto Piloto que lidera. Ela não apenaacreditava nisso. Ela sabia disso.
— Nós não fizemos nada... — começo
mas subitamente a nave perde altitude continua caindo.
Ky perde o equilíbrio e se choca co
as caixas contra a parede. Tanto eu quanto
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Xander corremos para ajudá-lo. — Estou bem — avisa Ky.Mal posso ouvi-lo por causa do
barulhos da nave, e então nós batemoforte contra o chão. Meu corpo todo estalcom o impacto.
— Quando ele abrir o compartimentde carga — avisa Ky —, nós vamos fugir
ós vamos embora.
— Ky — chamo —, espera. — Nós podemos passar por ele —continua Ky. — Nós somos três e ele é sóum.
— Há dois de vocês — avisa Xander— Eu não vou.
Ky encara Xander, perplexo.
— Você não escutou nada?
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— Escutei — afirma Xander. — OPiloto quer uma cura. Eu também. Vouajudá-lo do jeito que eu puder. — Xandeolha para mim, e vejo que ele aindacredita no Piloto. Ele está escolhendo Piloto acima de qualquer um, aqui pel
menos.Por que ele não faria isso? Ky e eu
deixamos para trás; eu nunca o ensinei
escrever. E eu nunca perguntei a Xandesobre a sua história, porque pensei que jsabia. Olhando para ele agora, percebque eu não sabia tudo antes, e certament
não sei tudo agora. Ele atravessou seupróprios cânions e saiu deles mudado.
E Xander está certo. Tudo o qu
mporta é a cura. É por isso que temos qu
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utar agora.Eu sou o voto de Minerva. Ambo
esperam por mim. E dessa vez escolh
Xander, ou pelo menos escolho seu lado. — Vamos falar com o Piloto — peço a
Ky. — Só mais um pouquinho.
— Tem certeza? — questiona Ky. — Tenho — afirmo, e o Piloto abre
porta para o compartimento de carga. E
sigo Ky escada acima, Xander vindatrás, e entrego ao Piloto o leitor de dadocom as fotos dos meus pais.
— A Galeria era um lugar para
encontros e poesia — explico ao Piloto— Os comprimidos azuis foram uacidente. Nós não sabíamos que ele
matavam. Nós usamos cabos na Escultur
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para vedar a caverna de modo que Sociedade não pegasse as coisas doaldeões. Os rios e a água envenenada
essa é a assinatura da Sociedade, e nónão somos a Sociedade, nesimpatizamos com ela.
Por um momento tudo fica tão quietquanto pode ficar, dentro de uma nave namontanhas. O vento se move nas árvore
do lado de fora, e por baixo disso está respiração daqueles de nós que não estãmóveis, ainda não.
— Não estamos tentando derrubar
nsurreição — afirmo. — Nóacreditamos nela. Tudo o que nóqueremos é uma cura. — E então, perceb
quem deve ser a outra pessoa em quem
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Piloto confia. O piloto que ele pediu qunos reunisse quando não podia assumir empo e o risco. — Você deveria ouvi
ndie — falo. — Nós podemos te ajudar.O Piloto não parece surpreso que e
enha adivinhado.
— Indie — diz Ky. — Ela tem marca?
— Não — responde o Piloto —, ma
faremos o possível para que ela continuvoando. — Você mentiu para ela — acusa Ky
— Você a usou para trazer todos nós aqui
— Não há pedra que eu não mova —reafirma o Piloto — para encontrar cura.
— Nós podemos te ajudar — repito
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— Eu posso classificar dados. Xandeem trabalhado com os doentes e viu
mutação em primeira mão. Ky...
— Pode ser o mais útil de todos —completa o Piloto.
— Eu serei um corpo — oferece Ky
— Como nas Províncias Exteriores. —Ky se afasta de mim em direção à portaEle se move mais lentamente do que
normal, mas com a mesma fluidez qusempre associei a ele; seu corpo pertenca ele mais do que o corpo da maioria dapessoas, e eu sofro com o pensamento d
que Ky possa parar, ficar imóvel. — Você ainda não sabe disso — digo
com o coração apertado. — Você pode
não estar doente. — Mas a expressão d
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Ky é resignada. Ele sabe mais do que estdizendo? Ele pode sentir a mutação dentrdele, correndo em suas veias, deixando-
doente? — De qualquer forma, Ky foi expost
ao vírus — lembra Xander. — Você não
quer arriscar que ele exponha pessoas questão trabalhando para você na cura dmutação.
— Não há risco — alega o Piloto. —Os aldeões são imunes. — Então é por isso que você est
procurando a cura aqui — diz Xander,
sorri. Sua voz se enche de esperança. — xiste uma chance de que a gent
descubra.
— Mas se você sabia sobre a marc
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vermelha, por que não trouxe algundaqueles que a tinham para cá antes? —pergunto ao Piloto. — Talvez nosso
dados fossem úteis. — Se eu sou imuneeles poderiam correlacionar meus dadocom aqueles dos aldeões das montanhas.
No momento em que as palavradeixam minha boca, eu balanço a cabeça.
— Não vai funcionar — digo
respondendo a minha própria pergunta —porque nossos dados estãcomprometidos. Todas as imunizações, aexposições que tivemos... você precisa d
um grupo de amostras puras para achar cura.
— Sim — concorda o Piloto, m
olhando com uma expressão de avaliação
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— Nós só podemos usar aqueles quviveram fora da Sociedade desde nascimento. Outros podem nos ajudar
rabalhar na cura, mas não podemos usaseus dados.
— E você deve dar mais peso àquele
que viveram mais tempo fora dSociedade — confirmo. — Para aldeõede segunda ou terceira geração. Sua
nformações vão ter uma importâncimaior. — Nós nos deparamos com algun
dados adicionais recentemente —
continua o Piloto. — Um segundo grupde aldeões também se mostrou imuneembora só tenham chegado às montanha
há pouco tempo.
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Os agricultores da Escultura. Deveser. Eu me lembro da casinha escura, osímbolo para assentamento, que vimomarcada nas montanhas do mapa doagricultores. Eles não sabiam o nome dvilarejo ou se alguém ainda morava al
mas foi para lá que os agricultores foraquando a Escultura não era mais segura.
Ky está olhando para mim. Ele teve
mesmo pensamento. E se pudermos ver li de novo? Ou Hunter? — Quando as pessoas da Escultur
chegaram, os aldeões da Pedra Fina
deixaram que eles construíssem uassentamento em sua própria vizinhanç— informa o Piloto. — No começo,
gente não tinha certeza se as pessoas d
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Escultura também seriam imunes mutação. Elas viveram em um clima muitdiferente e não tinham tido nenhum contat
com aqueles vivendo na Pedra Final pomuitos anos. Mas elas eram imunes. O qufoi uma grande bênção para nós, porque..
— ...então vocês poderiacorrelacionar os dados delas —completo, entendendo imediatamente. —
Vocês poderiam procurar posemelhanças entre os dois gruposEconomizaria tempo.
— Quão perto vocês estão? — indag
Xander. — Não tão perto quanto a gent
gostaria — admite o Piloto. — Havi
muitas semelhanças nas dietas e no
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hábitos dos dois grupos. Estamoexcluindo cada possibilidade o mairápido que podemos, mas precisamos d
empo e pessoas nas quais testar a cura.O Piloto está olhando para nós três
ós o convencemos?
Xander me observa também. Quandnossos olhos se encontram, ele sorri e evejo o velho Xander outra vez, aquele qu
costumava sorrir para mim exatamentdesse jeito para me fazer pular na piscinapara me juntar aos jogos. Quando me virpara Ky, vejo que suas mãos estão
remendo um pouco, suas mãos finas qume ensinaram a escrever, que me tocaraquando atravessamos os cânions.
Há muito tempo, na Colina, Ky m
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alertou sobre uma situação como essaonde pudéssemos ser pegos. Ele mcontou sobre o dilema do prisioneiro,
como teríamos que manter um ao outro salvo. Ele alguma vez pensou qupoderíamos ser três e não dois?
Aqui, entre o sorriso de Xander e amãos de Ky, eu chego à minha própriconclusão de que manter um ao outro, e
segurança, é achar a cura. — Nós podemos te ajudar — digo dnovo ao Piloto, esperando que dessa veele acredite em mim.
O Vovô acreditava em mim. Na palmada mão, seguro o microcartão. Foembrulhado em um papel da minha mãe
que estava coberto pelas palavras do me
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pai, escrito pelas mãos do meu irmão.
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PARTE CINCO
O DILEMA DO PRISIONEIRO
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CAPÍTULO 24
Xander
Fora da nave, Ky anda pela clareirenquanto esperamos que os aldeõevenham nos conhecer.
— Você devia descansar — aconselho— Não há provas de que o movimentcontínuo atrasa o surgimento da doença.
— Você parece um Oficial falando —diz Ky. — Eu costumava ser um — admito. — O motivo de você não ter nenhum
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prova de que funciona — continua ele —é que você nunca teve ninguém quentasse.
Eu e Ky estamos conversando brincando, usando o mesmo tom quusávamos quando jogávamos os jogos d
mesa. Mais uma vez, Ky vai perder e nãé justo. Ele não deveria ter que ficamóvel.
Mas ele não perdeu Cassia. O jeitcomo os dois se olham é como o toqueEstou preso no meio disso.
Não há tempo para pensar nisso agora
Um grupo de pessoas sai de trás daárvores. Há nove delas. Cinco carregaarmas e o resto tem macas.
— Não tenho nenhum paciente par
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vocês hoje — avisa o Piloto. — Nesuprimentos, eu sinto muito. Só esses três
— Meu nome é Xander — digo
entando deixar os aldeões à vontade. — Leyna — diz uma das mulheres. Se
cabelo está preso em uma longa tranç
oira e ela parece jovem, como nósenhum dos outros se mexe para s
apresentar, mas todos eles parecem fortes
ão vejo sinais de doença entre eles. — Eu sou Cassia — apresenta-se ela. — Ky — diz ele. — Nós somos Anomalias — avis
Leyna. — Provavelmente as primeiras quá viram. — Ela espera nossa reação.
— Conhecemos outras Anomalias n
Escultura — explica Cassia.
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— Mesmo? — pergunta Leyna, a vocheia de interesse. — Quando foi isso?
— Bem antes que elas viessem pra c— responde Cassia.
— Então vocês conhecem Anna — dium dos homens. — A líder deles.
— Não — responde Cassia. — Nóviemos depois que ela partiu. Sconhecemos Hunter.
— Ficamos surpresos quando oagricultores vieram para a Última Pedr— diz Leyna. — Pensamos que todmundo na Escultura tinha morrido h
muito tempo. Achamos que nós, novilarejos de pedra, éramos tudo o qurestava entre a Sociedade e o resto d
mundo.
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Leyna é muito boa nisso. Sua voz calorosa, mas forte, e ela nos avalienquanto nos olha. Ela daria uma bocuradora.
— O que eles podem fazer por nós? —pergunta Leyna ao Piloto, se dirigindo
ele não como seu líder, mas como segual.
— Eu sou um corpo — explica Ky. —
Eu tenho a mutação. Só não sucumbainda.Leyna levanta as sobrancelhas. — Não tínhamos visto ninguém de p
— diz ela ao Piloto. — Todos os outropacientes já estavam imóveis.
— Ky é um piloto — acrescent
Cassia. Posso dizer que ela não gosta d
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eito como Leyna está se referindo a Ky— Um dos melhores.
Leyna concorda, mas continua olhand
Ky. Seus olhos são sagazes. — Xander é um médico — continu
ela —, e eu posso classificar.
— Um médico e um classificador —diz Leyna. — Excelente.
— Na verdade, não sou mais u
médico — corrijo. — Tenho trabalhadona administração. Mas tenho visto umonte de doentes e tenho dado assistênciem seu cuidado.
— Isso será útil — confirma Leyna. —É sempre bom falar com alguém que tenhvisto o vírus e como ele funciona na
Cidades e nos Bairros.
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— Vou voltar o mais rápido que eupuder — promete o Piloto. — Há algumnovidade para relatar?
— Não — diz Leyna —, mas haverem breve. — Ela gesticula para uma damacas. — Nós podemos te carregar, s
você precisar. — Ela está falando coKy.
— Não — retruca ele. — Vou
continuar até cair.
— Você confia muito no Piloto — digo aLeyna, enquanto subimos o caminho paro vilarejo. Cassia e Ky andam na nossfrente, mantendo um passo lento, mafirme. Sei que Leyna e eu estamo
observando eles. Outros no grupo també
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continuam olhando para Ky. Todo mundoesperando o momento em que ele ficarmóvel.
— O Piloto não é nosso líder —explica ela —, mas confiamos o suficientpara negociar com ele, e ele acha
mesma coisa de nós. — E vocês são realmente imunes? —
pergunto. — Mesmo à mutação?
— Somos — confirma ela. — Mas nónão temos a marca. O Piloto falou qualguns de vocês têm.
Concordo.
— Queria saber por que há umdiscrepância — digo. Apesar do que vfazer às pessoas, o funcionamento d
Praga e sua mutação me fascinam.
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— Não temos certeza — fala Leyna. —osso especialista no vilarejo diz qu
viroses e imunidade são incrivelment
complexas. Sua melhor explicação é queo que quer que crie nossa imunidadesimplesmente previne que a infecçã
sequer se instale, o que significa que nãficamos com a marca.
— E também significa que é melho
não mudarem muito sua dieta ou seambiente antes de descobrirem o que oorna imunes, ou vocês poderiam fica
doentes — alerto.
Ela concorda. — Deve ter precisado de muit
coragem para se voluntariar a se expor
mutação — admito.
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— Precisou. — Quantas pessoas vivem no vilarejo
— questiono. — Mais do que você pensaria —
nforma Leyna. — As pedras estãorolando.
O que ela quer dizer? — Quando a Sociedade começou
arrebanhar Aberrações e Anomalias para
enviar aos acampamentos de iscas —explica Leyna —, mais e mais delacomeçaram a escapar para esses lugaresos vilarejos de pedra. Já ouviu fala
neles? — Já — digo, lembrando-me de Lei. — Agora estamos todos reunidos e
um vilarejo, o último — continua Leyna
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— chamado ltima Pedra. Nós estamountando nossos recursos para tentaransformar nossa imunidade na sua cura.
— Por quê? — indago. — O quaqueles que vivem nas Províncias jfizeram por vocês?
Leyna ri. — Não muito — afirma ela. — Mas
Piloto nos prometeu uma coisa em troca
se tivermos sucesso. — O quê? — pergunto. — Se a gente achar a cura — diz Leyn
—, ele vai usar suas naves para nos leva
para as Outras Terras. Isso é o que a gentmais quer, e a cura é o que ele mais querentão a troca é justa. E se acontecer de
nossa imunidade mudar quando a gente fo
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embora, com certeza vamos querer levacuras conosco para as Outras Terras, poprecaução.
— Então as Outras Terras realmentexistem — digo.
— Claro — afirma ela.
— Se vocês deixassem todo mundo naProvíncias morrer, poderiam pegar anaves do Piloto vocês mesmos — lembro
— Ou poderiam esperar até todo munder ido, e então entrar e tomar suaCidades e casas para vocês.
Pela primeira vez, sua máscar
agradável e charmosa cai um pouco e evejo o desprezo por baixo.
— Vocês são como ratos — constata
Leyna, sua voz ainda simpática. —
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Mesmo se a maioria morrer, ainda havermuitos de vocês para derrotarmos. Nóestamos prontos para deixar todos você
para trás e ir para algum lugar que nuncocaram.
— Por que você está me contando tud
sso? — pergunto a ela. Nós acabamos dnos conhecer, então não pode ser por jconfiar em mim.
— É bom para você entender quantnós temos a perder — avisa ela.E eu entendo. Com tanto em jogo
Leyna não pode e não vai tolerar nada qu
comprometa seu objetivo. Vamos ter queer cuidado por aqui.
— Nós temos o mesmo objetivo —
alego. — Encontrar a cura.
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— Bom — concorda ela. Ela abaixa voz e olha para Ky. — Então, me digaquando é que ele vai sucumbir?
Ky desacelerou um pouco ritmo. — Não vai demorar muito agora —
atesto. Cassia está elétrica, iluminad
simplesmente porque Ky está por pertomesmo que ela esteja preocupada com possibilidade de ele ficar doente. Valeri
a pena ter a mutação, se eu soubesse quCassia me ama?, eu me pergunto. Sudesse trocar de lugar com ele agora
eu faria isso?
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CAPÍTULO 25
Cassia
Quando acontece, tudo parece súbito ento ao mesmo tempo.
Estamos andando ao longo do estreit
caminho quando Ky cai de joelhos.Eu me agacho ao seu lado, coloco a
mãos em seus ombros.
Seus olhos, desfocados no começo, mencontram. — Não — diz Ky. — Não quero qu
você veja isso.
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Mas eu não desvio o olhar. Eu mmantenho firme e o ajudo a abaixar, atKy estar deitado na grama da primavera, mantenho as mãos embaixo de sua cabeçaSeu cabelo é macio e morno; a grama estfria e fresca.
— Indie — conta Ky. — Ela mbeijou. — Vejo dor em seus olhos.
Eu deveria estar chocada, eu sei. Ma
não importa. O que importa é aqui, agoraseus olhos me olhando, meus dedosegurando-o e tocando a terra. Quase digsso a Ky, que não importa, mas então
percebo que importa para ele ou não terime dito.
— Está tudo bem — consolo-o.
Ky suspira de alívio e exaustão.
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— Como nos cânions — lembra ele. — É — concordo. — Nós vamo
atravessá-los.Xander se ajoelha também. Nós trê
nos olhamos; meus olhos encontram os dXander rapidamente, depois os de Ky.
Podemos confiar uns nos outrosPodemos manter uns aos outros a salvo?
Próximo à beirada do caminho,
grama cede lugar às flores silvestresalgumas cor-de-rosa, algumas azuisalgumas vermelhas. O vento agita a gramem volta dos nossos pés, enviando u
cheiro limpo de flores desabrochando poeira no ar.
Ky segue meu olhar. Eu me estico
arranco um dos botões e o giro na mão
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Está tão maduro em tonalidade e texturque eu quase espero olhar para baixo ver minha palma ficar vermelha, mas el
não está. O botão mantém sua cor. — Você me falou uma vez — digo a
Ky, segurando o botão para ele ver e e
seguida pressionando-o em sua mão —que vermelho era a cor do começo.
Ky sorri.
A cor do começo. Por um momentouma memória aparece e desaparece. É umomento raro na primavera em que tantos botões nas árvores quanto as flores n
chão estão vermelhos. O ar está fresco ao mesmo tempo morno. O Vovô meobserva, seus olhos claros
determinados.
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Primavera, então. O dia no jardivermelho que o Vovô mencionou nomicrocartão foi durante a primavera, quem botões vermelhos nas árvores e flore
vermelhas ao mesmo tempo, que tinhessa sensação. Estou certa disso. Mas
que eu e o Vovô falamos a respeito?Ainda não sei. Mas enquanto sinto o
dedos de Ky se endurecerem em torno do
meus, penso em como ele sempre fodesse jeito: dando-me algo mesmo quanda maioria pensaria que não resta nada fazer a não ser partir.
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CAPÍTULO 26
Ky
— Ky — chama Cassia. Imagino se essvai ser uma das últimas vezes em que som da sua voz vai me alcançar. O
móveis podem ouvir alguma coisa quseja?
Soube que eu estava doente quando nã
conseguia manter o equilíbrio na naveMeu corpo não se movia quando o instintdizia que deveria se mover. Meumúsculos parecem frouxos e meus osso
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parecem tensos.Xander se ajoelha perto de mim. E
enho um vislumbre de seu rosto. El
pensa que vai achar a cura. Xander não cego, só crédulo. É tão malditamentdoloroso de ver...
Olho de volta para Cassia. Seus olhosão frescos e verdes. Quando olho dentrdeles, me sinto melhor. Por apenas u
segundo, a dor é silenciada.Então ela volta.Agora eu sei por que as pessoas pode
não tentar lutar por muito tempo.
Se eu parasse de lutar contra a dor, ocansaço ganharia, e isso parecpreferível. Eu prefiro estar dormindo
sentir isso. Percebo que a Praga era muit
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mais gentil do que a mutação é. A Praganão tinha as feridas que eu sinto sformando em torno do meu dorso,
através das minhas costas.Pequenos pontos de luz, vermelhos
brancos, aparecem em frente à minha vist
à medida que os aldeões me colocam euma maca. Eu tenho outro pensamento. Ese você se render à exaustão, se deixa
icar imóvel, e então a dor voltar?Cassia toca meu braço. Nós fomos livres nos cânions. Não po
muito tempo, mas fomos. Ela tinha arei
sobre a pele, e o cheiro de água e pedraem seu cabelo. Acho que sinto o cheiro dchuva chegando. Quando ela chegar, eu
vou estar longe demais para me lembrar?
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É bom saber que Xander está aquAssim, quando eu sucumbir, Cassia nãoficará sozinha.
— Você atravessou a Escultura parame encontrar — digo suavemente Cassia. — Vou atravessar isso para te
alcançar.Cassia segura uma das minhas mãos
a outra, posso sentir a flor que ela m
deu. O ar nas montanhas é fresco. Possdizer quando passamos por baixo daárvores. Luz. Escuro. Luz. É quasagradável ter alguém carregando me
corpo. Essa maldita coisa está tãpesada...
E então a dor piora. Ela se torn
vermelha por todo o meu corpo e essa é
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única coisa que consigo ver — vermelhovivo em frente às minhas pálpebras.
A mão de Cassia desaparece da minha
Não, quero gritar. Não vai!Ao invés disso, a voz de Xander est
aqui.
— O importante — avisa ele — é sembrar de respirar. Se você não limpa
seus pulmões, é aí que a pneumonia s
nstala. — Uma pausa. Então Xander diz— Sinto muito, Ky. Eu vou encontrar cura. Eu prometo.
Então ele se vai e Cassia volta, su
mão fazendo uma pressão mais suave nminha.
— O que o Piloto estava falando n
nave — diz ela — era um poema que e
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escrevi para você. Eu finalmente erminei.
Cassia fala comigo gentilmente, quas
cantando. Eu respiro.
Rosa nova, Rosa antiga, Renda da
Rainha Anne. Água, rio, rocha e sol.
Vento sobre a colina, e sob a árvore.
Além da fronteira que ninguém podever.
Eu escalo escuro adentro por vocêVocê vai esperar nas estrelas por mim?
Eu vou.
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E não importa o que acontecer, Cassivai se lembrar de mim. Ninguém, nem Sociedade ou a Insurreição ou outrpessoa, pode tirar isso dela. Muita coisaconteceu. E passou muito tempo.
Ela vai saber que estive aqui. E que e
a amo.Cassia vai sempre saber disso, a nã
ser que ela escolha esquecer.
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CAPÍTULO 27
Xander
O vilarejo não está todo imóvel. Apessoas estão em toda parte. Criançacorrem pelos caminhos e brincam em um
enorme pedra no centro do vilarejoDiferentemente das esculturas nas áreaverdes da Sociedade, essa pedra não apidada. É bruta e distinta onde s
quebrou da lateral da montanha, anoatrás. Dá para dizer que as pessoaconstruíram o vilarejo em torno dela. A
crianças se viram para nos olhar enquant
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passamos, e seus olhos são curiosos, nãmedrosos, o que é bom de ver.
A enfermaria é um longo prédio d
madeira que atravessa o vilarejo a partida pedra. Uma vez que estamos dentroransferimos Ky cuidadosamente de su
maca para um catre. — Precisamos levar vocês dois d
volta para o laboratório de pesquisas
nterrogá-los — Leyna diz para mim Cassia. Em volta de nós, as versões domédicos e enfermeiras dos aldeõecuidam dos imóveis. Eu faço uma rápid
contagem e vejo que Ky é o 52º paciente. — Precisamos das informações d
Xander sobre a Praga e sua mutação,
precisamos que Cassia dê uma olhada no
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dados que reunimos. Vocês serão maiúteis lá. — Leyna sorri para amenizar que ela está dizendo. — Sinto muito. Se
que ele é seu amigo, mas realmente melhor jeito de ajudá-lo...
— É trabalhar na cura — complet
Cassia. — Eu entendo. Mas com certeznós teremos folgas, às vezes. Eu poderivir visitá-lo.
— Isso é com a Sylvie — avisa Leynagesticulando para uma mulher mais velhde pé perto de nós. — Estou encarregadde supervisionar a cura como um todo
mas ela supervisiona a enfermaria. — Eu não ligo, desde que vocês s
desinfetem e usem máscara e luvas —
explica Sylvie. — Pode ser interessant
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observar. Nenhum dos outros aqui teninguém para visitá-los. Talvez ele srecupere mais rápido.
— Obrigada — diz Cassia, seu rostluminado de esperança. Eu não quero lh
dizer: na verdade, falar e ficar com ele
arece não fazer diferença nenhuma. Econtinuei falando com meus pacientes. Énstinto. E talvez a pessoa certa pudess
fazer a diferença. Quem sabe? Eu esperque alguém lá no centro médico estejfalando com Lei. Não teria sido melhor eer ficado lá?
A porta se escancara. Cassia e eu noviramos surpresos, e um homem atravessa entrada. Ele é alto e magérrimo, e no
encara com olhos escuros astutos qu
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espreitam por baixo de sobrancelhagrisalhas peludas. Sua cabeça bronzeada, lisa e careca.
— Onde ele está? — o homem exigsaber. — Colin me disse que tem alguéaqui que sucumbiu na última hora.
— Aqui — diz Leyna apontando parKy.
— Já não era sem tempo — resmung
ele, correndo para nós. — O que eu venhdizendo para o Piloto todo esse tempoTraga-os para mim enquanto eles aindestão frescos e talvez eu tenha uma chanc
de trazê-los de volta.Cassia não se afasta de Ky. El
permanece ali, parecendo protetora.
— Eu sou Oker — o homem s
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apresenta, mas não se oferece para apertanossas mãos. Ele carrega uma bolsplástica cheia de líquido e suas mão
nodosas a agarram tão firmemente que elncha e parece que vai estourar. —nferno — fala ele quando percebe e entã
a entrega para Sylvie. — Tira isso dperto de mim — diz Oker. — Estoapertando. Não quebre os meus dedos.
Sylvie arranca a bolsa do seu aperto. — Pendure agora — ordena Okerndicando Ky. — Acabei de fazer isso
Está fresco. Tão fresco quanto ele. —
Então ele ri. — Espera — pede Cassia. — O que
sso?
— Uma coisa melhor do que o que
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nsurreição dá a eles — fala Oker. — Va— fala apressando Sylvie. — Rapidinho.
— Mas o que é isso? — insiste Cassia
Oker bufa e olha de forma penetrantpara Sylvie.
— Cuida disso. Não tenho tempo d
repassar todos os ingredientes. — Elabre a porta com o ombro e deixa enfermaria. Escuto seus sapatos n
caminho externo enquanto a porta guinchao abrir. Oker se move rápido. Suas mãopodem ser retorcidas, mas não tem nadde errado com suas pernas.
— Ele está certo — concorda Sylvie— Primeiro, nós usamos as bolsas dnutrientes que o Piloto trouxe da
Províncias, mas então nós ficamos sem
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antes que o Piloto pudesse entregar maisOker fez sua própria mistura para manteos pacientes vivos e pareceu funciona
melhor, assim estamos usando-a desdentão.
— Mas isso não vai comprometer
cura? — pergunto. — Isso não é o que opacientes lá nas Províncias estãomando.
— Isso pode mudar — explica ela. —Oker recentemente deu ao Piloto fórmula para a solução nas bolsas. Se Piloto puder, ele vai tentar mudar o qu
eles usam nas Províncias. — O que você acha? — pergunta-m
Cassia em voz baixa.
— Eles realmente parecem melhore
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— digo. — A cor deles é boa. Espera aí— Ausculto um dos pacientes. Seupulmões parecem livres de líquido
Apalpo próximo às costelas. — O baçparece ter tamanho normal. Acho quOker está dizendo a verdade — confirmo
Quisera que nós tivéssemos essa fórmulantes. Talvez tivesse feito diferença parnossos pacientes.
Cassia se ajoelha perto de Ky. Elparece mais acinzentado do que os outrosembora seja o imóvel mais recente. Elpercebe isso.
— Tudo bem — fala ela.Sylvie concorda e pendura a bolsa qu
Oker trouxe. Cassia e eu observamos
rosto de Ky para ver se há algum
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alteração, o que é estúpido. Poucas coisafuncionam assim tão rápido.
Mas a coisa do Oker funciona. Depoi
de apenas alguns minutos, Ky realmentparece um pouco melhor. Isso me lembrdo jeito como a cura funcionava n
primeira Praga. — Parece bom demais para se
verdade. — Cassia suspira. Ela parec
preocupada. — E se for? — Nós não temos muito a perder —embro. — O que a Insurreição est
fazendo nas Províncias não est
funcionando. — Você nunca viu ninguém voltar? —
pergunta a garota.
— Não — digo. — Não da mutação.
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Nós dois ficamos lá mais um momentoobservando o líquido pingar nntravenosa de Ky. Nós evitamos no
olhar nos olhos.Cassia inspira profundamente e m
pergunto se vai chorar. Mas então el
sorri. — Xander — chama ela.Eu nem tento me impedir. Me estico
puxo-a para perto, e ela deixa. É bom, por um momento eu não digo nada. Seubraços me envolvem e eu posso sentir surespiração.
— Você está bem? — pergunta ela. — Estou legal — respondo. — Xander — questiona Cassia —
onde você esteve? Enquanto eu estava no
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cânions e na Central, o que aconteceu covocê?
Não tenho certeza de como contar
e l a . Bom, eu não atravessei nenhumcânion, mas eu dei comprimidos a bebênos seus Dias de Boas-vindas. E retire
amostras de tecidos de pessoas idosanos seus Banquetes Finais. Eu fiz umamiga de verdade, mas não consegu
evitar que ela ficasse imóvel. Ninguémde quem eu cuidei voltou. — Precisamos ir — avisa Leyna. —
Colin está reunindo pessoas par
questionarem vocês. Não quero fazer eleesperarem.
— Eu te conto depois — falo, e sorri
para Cassia. — Agora, temos que achar
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cura.Cassia concorda. Não quero faze
parecer que estou tentando ficar quite co
ela por todas as vezes em que ela mdeixou no escuro sobre o que estavacontecendo. Mas é estranho perceber qu
ela sabe tão pouco sobre mim no momentquanto eu sabia sobre ela por todos essemeses. Ela é que tem que se perguntar.
Não quero que tenhamos mais que noperguntar sobre o outro. Eu gostaria que gente soubesse o que está acontecendoporque estivemos juntos. Espero qu
achar essa cura possa ser o começo disso
— Você pode nos dar algum número
específico em relação ao jeito com
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vocês estavam tratando os imóveis? —pergunta-me um dos aldeões.
A sala está cheia de gente. Eu não
poderia dizer de cara, só de olhar pareles, quais poderiam ser pessoas comnós, trazidas aqui pelo Piloto para ajuda
com a cura, e quais poderiam ser aAnomalias do vilarejo. Após uns poucominutos, acho que posso dizer quem vive
na Sociedade, em algum momento ooutro.Oker se senta em uma cadeira perto d
anela, os braços dobrados, me ouvindo
Alguns dos classificadores do vilarejestão aqui para pegar informações. Oker a única pessoa presente, além de mim
sem um leitor de dados. Leyna me v
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observando os leitores de dados. — O Piloto trouxe para a gente —
explica ela. — Eles são muito úteis, ma
não tão perigosos quanto miniterminaisós não permitimos nenhum minitermina
no vilarejo. — Eu concordo. Leitores d
dados podem registrar informações, manão transmitem a localização do jeito quos miniterminais podem fazer.
— Eu tenho dados de tratamento pacientes para a Praga normal e para mutação — conto ao grupo. — Tenhorabalhado dentro do centro médico desd
a noite que o Piloto veio aos terminaipara anunciar a Praga.
— E quando você foi embora? —
pergunta alguém.
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— Cedo, essa manhã — respondo.Todos eles se inclinam para a frente ao
mesmo tempo. — Sério? — indaga outra pessoa. —
Você tem trabalhado com a mutação tãorecentemente?
Eu aceno que sim. — Perfeito — diz outra, e Leyna sorriOs médicos querem saber tudo o qu
eu consigo me lembrar sobre cadpaciente — a aparência que eles tinhamsuas idades, a taxa de infecção, quantempo demorou até eles ficarem imóveis
quais doenças humanas progrediam mairapidamente que as outras.
Sou cuidadoso em avisar a eles quand
não tenho certeza.
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Mas, para a maior parte, eu me lembroEntão eu falo e eles ouvem, mas eu querique fosse Lei aqui, trabalhando comigo ncura. Ela sempre sabia quais perguntafazer.
Eu falo por horas. Todos eles fazeanotações, exceto Oker, e eu percebo quele não consegue manusear o leitor d
dados pelo modo como suas mãos são. Eespero que ele me interrompa, como fequando entrou na enfermaria, mas Okepermanece perfeitamente quieto. Em dadmomento, ele inclina a cabeça para tráscontra a parede, e parece adormecerMinha voz começa a se exaurir be
quando estou explicando sobre a mutaçã
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e a marquinha vermelha. — Quanto a isso — fala Leyna —,
gente já sabia. O Piloto nos contou. — Else levanta. — Vamos dar um descanso aXander por alguns minutos.
A sala se esvazia. Algumas da
pessoas olham por cima dos ombroscomo se estivessem preocupadas que efosse desaparecer.
— Não se preocupem — tranquiliza-aLeyna. — Ele não vai a lugar nenhumAlgum de vocês pode trazer alguma coispara ele comer? E mais água. — Eu beb
a jarra que eles trouxeram para mim hmuito tempo.
Oker ainda está cochilando no fundo d
sala.
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— difícil para ele descansar —conta Leyna. — Ele tira uma soneca ondder. Então vamos deixá-lo em paz.
— Você é médica? — pergunto Leyna.
— Ah, não — diz ela. — Não posso
cuidar de pessoas doentes. Mas sou boidando com os vivos. É por isso qu
estou encarregada de achar a cura. — El
empurra sua cadeira um pouco para trás, então se inclina para mim. Eu me lembrde novo de um oponente em uma damesas de jogos lá na Sociedade. Ela est
me envolvendo, se preparando para fazealgum tipo de movimento. — Tenho quadmitir — começa ela, sorrindo — qu
sso tudo é bastante engraçado.
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— O que é engraçado? — pergunto mnclinando para a frente, de modo que nã
haja muito espaço entre nós.Seu sorriso se alarga. — Toda essa situação. A Praga. Sua
mutação. Você estar aqui agora.
— Me conta — digo. — Querentender a piada. — Mantenho minha voagradável, coloquial, mas vi imóvei
demais para achar que qualquer coisa quaconteça a eles seja engraçada. — Todos vocês nos chamavam d
Anomalias — explica Leyna. — Não bon
o suficiente para viver entre vocês. Nãbons o suficiente para casar com vocês. Eagora vocês precisam de nós para salva
vocês.
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Sorrio de volta. — Verdade — concordo. Eu baixo
minha voz. Não estou completamentcerto de que Oker esteja dormindo. —Então — digo a Leyna —, você me fez umonte de perguntas. Deixa eu te fazer um
ou duas. — Claro — responde ela, piscando
Ela está curtindo isso.
— Existe alguma chance de vocêacharem a cura? — Claro — diz ela de novo
perfeitamente confiante. — É só um
questão de tempo. Vocês vão ser úteipara nós. Não vou mentir. Mas nóeríamos encontrado a cura sem vocês
Vocês só vão nos ajudar a acelerar o
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processo, o que é valioso, claro. O Pilotnão vai nos levar para as Outras Terras spessoas demais morrerem antes qu
possamos salvá-las. — E se sua imunidade não fornece
nenhuma pista? — indago. — E se acaba
sendo uma questão de genética? — Não é — afirma ela. — Sabemo
disso. As pessoas no vilarejo vieram d
muitos lugares diferentes. Algumas vierahá muitas gerações, outras mairecentemente. O Piloto não quer que gente inclua as chegadas recentes no
dados, então não incluímos, mas somoodos imunes. Deve ser ambiental.
— Mesmo assim — continuo —, um
munidade e uma cura não são a mesm
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coisa. Vocês podem não descobrir comorazer as pessoas de volta. Talvez você
só descubram como evitar que ela
peguem o vírus, em primeiro lugar. — Se for assim — informa Leyna —
essa ainda é uma descobert
extremamente valiosa. — Mas só se vocês a tiverem a temp
— avalio. — Vocês não podem imuniza
as pessoas se elas já tiverem o vírusEntão nós somos muito valiosos parvocês, na verdade.
Escuto um bufar vindo do canto. Oke
se levanta e anda em nossa direção. — Parabéns — fala Oker. — No fina
das contas, você não é só um garoto d
Sociedade. Eu estava me perguntando.
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— Obrigado — digo. — Você era um curador na Sociedade
não era? — indaga Oker. — Era — confirmo.Oker acena uma mão retorcida n
minha direção.
— Mande ele para o meu laboratórioquando você terminar — pede ele Leyna.
A mulher não gosta, eu percebo, maassente. — Está bem — concorda ela. É o sina
de um grande líder quando se conhece
ogador mais importante do jogo; e se elé Oker, ela deveria se assegurar de quele tivesse o que precisa para tenta
vencer.
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Eles levam quase a noite toda parerminar de me interrogar.
— Você devia descansar um pouco —fala Leyna. — Vou te mostrar onde vocêvai dormir.
Ela anda comigo pelo vilarejo e e
escuto o cantar dos grilos. Sua música sodiferente, aqui em cima, do que soava nBairro, como se importasse mais. Não h
muitos outros sons para cobri-lo, entãvocê tem que ouvir. — Você cresceu nesse vilarejo? —
pergunto a ela. — É lindo.
— Não — diz Leyna. — Eu costumavmorar em Camas. Nós, nas Províncias dFronteira, fomos os últimos a partir. Ele
costumavam nos deixar trabalhar na bas
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do Exército, algumas vezes. Nós partimopara as montanhas quando a Sociedadentou reunir as últimas Anomalias
Aberrações.Leyna olha para longe. — Foi o Piloto que nos alertou qu
devíamos partir — lembra ela. — ASociedade queria todos nós mortosAqueles que não vieram junto fora
retirados pela Sociedade e enviados paras Províncias Exteriores para morrer. — Então é por isso que você confia n
Piloto — concluo. — Ele avisou vocês.
— É — responde a mulher. — E tevparte nos desaparecimentos. Não sei svocê ouviu falar deles.
— Ouvi — confirmo. — Pessoas qu
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escaparam da Sociedade e acabaram aquou nas Outras Terras.
Leyna concorda.
— E ninguém nunca voltou das OutraTerras?
— Ainda não — diz ela. Leyna par
em um prédio com barras nas janelas. Uguarda está parado na porta e acena.
— Temo que essa seja a prisão —
explica ela. — Nós não te conhecemobem o suficiente para confiar em vocsozinho, sem supervisão, então vão existimomentos em que precisaremos te mante
aqui, especialmente à noite. Algumas dapessoas que o Piloto trouxe aqui foramenos cooperativas do que você é. Ela
estão aqui em tempo integral.
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Faz sentido. Eu faria a mesma coisa sestivesse no comando dessa situação.
— E Cassia? — indago. — Onde elvai ficar?
— A Cassia vai ter que dormir aquambém — completa Leyna. — Ma
viremos te buscar logo. — Ela gesticulpara que o guarda me leve para dentro.
— Espera — peço a Leyna. — Esto
entando entender. — Pensei que estivesse claro —retruca ela. — Nós não te conhecemos
ão confiamos em você sozinho.
— Não é isso — explico. — É sobras Outras Terras, e por que vocês querer para lá. Vocês nem têm certeza de que
elas existem.
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— Elas existem — afirma a mulher.Leyna sabe de algo que eu não sei? É
possível que ela não esteja me contandudo. Por que deveria? Como ela mesm
disse, ela não me conhece e não podconfiar em mim ainda.
— Mas ninguém nunca voltou —nsisto.
— Pessoas como você veem isso com
evidência de que as Outras Terras não sãoreais — rebate ela. — Pessoas como eveem isso como evidência de que é uugar tão maravilhoso que ninguém nunc
a querer voltar.
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CAPÍTULO 28
Cassia
O nde você está, Ky?É isso, meu maior medo. O que eu tem
desde a Escultura, quando vi aquela
pessoas mortas, ao relento. Alguém que eamo está me deixando.
A classificadora-chefe, Rebecca, tem
mesma idade da minha mãe. Ela me fecompletar alguns testes de classificaçãoDepois de ver meu trabalho, ela sorri diz que eu posso começar imediatamente.
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— Você vai descobrir que o jeito querabalhamos aqui é diferente do que voc
está acostumada — avisa Rebecca. — NSociedade, você classifica sozinha. Aquivocê vai precisar falar com Oker e omédicos sobre tudo. — Ela coloca
eitor de dados sobre a mesa. — Se gente cometer um erro e deixar algumcoisa de fora, esquecer algum padrão, a
poderia ser crítico.I s so vai ser diferente de qualqueclassificação que eu já tenha feito antes
a Sociedade, nós não devemos saber
que os dados estão ligados, comrealmente é; tudo permanece codificado.
— Eu fiz um conjunto de dados com a
pessoas do nosso vilarejo e aquelas d
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Escultura que viveram fora da Sociedadsua vida toda.
Eu quero dizer a ela que conheç
alguns daqueles que viveram na Escultur— quero descobrir como Hunter e Eli vãndo. Mas nesse momento eu tenho qu
focar na cura, em Ky e na minha família. — Nós temos informações sobre dieta
dade, hábitos de recreação, ocupações
históricos familiares — enumerRebecca. — Alguns dos dados sãocorroborados por outras fontes, mas maior parte são relatos pessoais.
— Então, não é o conjunto de dadomais confiável — observo.
— Não — admite ela. — Mas é tudo
que a gente tem. Há similaridades em tod
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ugar, nos dados, é claro. Mas fomocapazes de reduzir certas coisasextrapolando a partir do que tínhamos
Por exemplo, nossos dados indicam umexposição ambiental ou alimentar.
— Você quer que eu classifique o
elementos para a cura agora? — perguntesperançosamente.
— Eu vou querer — avisa Rebecca —
mas primeiro tenho outro projeto parvocê. Preciso que você resolva uproblema de otimização de limitação.
Acho que já sei o que ela quer dizer. É
o problema que está na minha cabeçdesde que percebi que não havia curpara a mutação.
— Você quer que eu descubra quanto
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empo vai demorar antes de a Insurreiçãcomeçar a tirar as pessoas da intravenos— digo. — Precisamos saber quant
empo nós temos. — Sim — concorda Rebecca. — O
Piloto não vai nos levar embora se nã
restar ninguém para salvar. Quero quvocê trabalhe nisso enquanto eu continuclassificando para a cura. Em seguid
você pode me ajudar. — Ela empurra ueitor de dados através da mesa. — Aquestão as anotações da entrevista dXander. Elas incluem informaçõe
relacionadas à taxa de infecção, taxa nqual os recursos têm sido gastos, atributos de pacientes. Temos dado
adicionais do Piloto sobre as mesma
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coisas. — Ainda está faltando algum
nformação — lembro. — Não sei
quantidade inicial dos recursos ou dpopulação da Sociedade como um todo.
— Você vai ter que extrapolar a
quantidade inicial de recursos a partir daxa de consumo — avisa
classificadora. — Quanto à população da
Províncias como um todo, o Piloto focapaz de nos dar uma estimativa de 20,milhões.
— Só isso? — pergunto, surpresa
Sempre pensei que a Sociedade fossmuito maior do que isso.
— Só — confirma ela.
A Insurreição vai tentar descobri
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como alocar melhor os recursos e pessoal. As pessoas têm que cuidar domóveis, obviamente. Outras têm qu
rabalhar para manter a comida chegandopara garantir que os edifícios nas Cidadee nos Bairros tenham eletricidade e água
E mesmo que uma pequena parcela dpopulação esteja a salvo, por tecontraído a Praga inicial, há apena
alguns deles, e serão eles que vão ter qucuidar do resto do pessoal.Preciso saber quantos deles há lá for
— quantas pessoas provavelmente estã
munes. Vou ter que adivinhar quantapessoas provavelmente vão ficar imóveisqual a percentagem de doentes que o
munes podem manter razoavelment
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vivos e quão rapidamente esspercentagem vai diminuir.
— Oker estimou que de cinco a 10%
da população está genericamente imune qualquer Praga — informa Rebecca. —Então vai ter esse grupo, bem como
pequeno grupo como seu amigo Xanderque era inicialmente imune e entãcontraiu o vírus vivo precisamente n
momento certo. Você vai ter que levaambos os grupos em consideração. — Tudo bem — concordo. E, do
mesmo jeito que tive que fazer com tant
frequência antes: quando eu classificdados, devo colocar Ky fora da minhmente. Por um frágil e vacilante momento
quero deixar essa tarefa impossível d
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ado, deixar os números caírem onde forcaminhar até o quartinho onde Ky está segurá-lo, nós dois juntos nas montanha
agora, depois de ter atravessado ocânions.
Isso pode acontecer, digo a mi
mesma. Só um pouco mais adianteagora. Como a jornada do poema Não talcancei:
Caminhamos no macio, paramos coma neve — As águas murmuram agora,
Três Rios e uma Colina passaram, Dois desertos e um mar! Agora a morte usurpa meu prêmio
E pega o Teu olhar.
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Mas eu vou reescrever as duas últimainhas. A morte não vai levar as pessoa
que amo. Nossa jornada vai terminar dforma diferente.
Eu levo um longo tempo, porque quer
que fique certo. — Terminou? — pergunta Rebecca e
voz baixa.
Por um momento, não consigo tirar oolhos do resultado. Na Escultura, edesejei um momento assim, umcolaboração com pessoas que tivessevivido nos limites. Ao invés dissoencontramos um vilarejo vazio em uugar bonito, povoado somente por papéi
e páginas deixados em uma caverna
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coisas guardadas e deixadas para trás. Nós sempre estamos lutando contr
sermos silenciados, contra ir gentilmente. — Sim — respondo. — E? — indaga ela. — Quanto temp
antes de eles começarem a deixar a
pessoas irem? — Eles já começaram — afirmo.
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CAPÍTULO 29
Ky
Alguém entra. Eu escuto a porta se abrir então passos atravessando o chão.
Poderia ser Cassia?
Não dessa vez. Quem quer que sejanão cheira à essência de flores e papel dCassia. Essa pessoa cheira a suor e fumo
E respira diferente dela. Mais alto. Maiforte, como se estivesse correndo entasse prender a respiração.
Escuto a pessoa pegar a bolsa.
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Mas eu não preciso de fluido novoAlguém apenas a muda. Onde eles estãagora? Eles sabem o que estacontecendo?
Sinto um puxão no braço. A pessoadesprendeu a bolsa da minha intravenos
e começou a drená-la. O líquido pinga ealgum tipo de balde, ao invés de pardentro de mim.
Sou virado na direção da janela, então vento chocalhando as vidraças é aindmais alto agora.
Isso está acontecendo com tod
mundo? Ou apenas comigo? Alguém estse certificando de que eu não volte?
Posso ouvir meu próprio coraçã
desacelerar.
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Estou indo mais fundo.A dor é menor.É difícil me lembrar de respirar. Eu
repito o poema de Cassia para mimesmo, respirando com as pausas.
Nova. Rosa. Velha. Rosa. Renda. Da
Rainha. Anne.Para dentro. Para fora. Para dentro
Para fora. Para dentro. Para fora. Par
dentro.Para fora.
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CAPÍTULO 30
Xander
Eu devo ter adormecido, porque pulquando a porta da cadeia abre.
— Tira ele daqui — alguém diz ao
guarda, e então Oker aparece em frente minha cela, observando o guarda abrir porta.
— Você — chama Oker. — Hora devoltar ao trabalho.Espio a cela do outro lado da minha
Cassia não veio. Ela passou a noite tod
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velando o sono de Ky? Ou eles a fizerarabalhar todo esse tempo? Todos o
outros prisioneiros estão em silêncio
Posso ouvi-los respirar, mas ninguémais parece estar acordado.
Quando saímos, vejo que está escuro
nem perto da manhã ainda. — Você está trabalhando para mim —
explica Oker —, então mantém os mesmo
horários que eu. — Ele aponta para aboratório de pesquisa além do caminho— É meu — avisa ele. — Faça o que edisser, e você pode passar a maior part
do seu dia lá, ao invés de preso.Se Leyna é a curadora desse vilarejo
então acho que Oker é o piloto.
— Siga minhas instruções co
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precisão — continua ele. — Tudo o qupreciso são suas mãos, já que as minhanão funcionam direito.
— Oker não é muito de dar instruçõe— diz um dos assistentes depois que Okevai embora. — Meu nome é Noah
Trabalho com Oker desde que ele chegouaqui. — Noah parece estar na casa dos 3anos. — Essa é Tess.
Tess me cumprimenta. Ela parece seum pouco mais nova do que Noah, e teum sorriso amável.
— Eu sou Xander — retruco. — O qu
é isso tudo? — Uma das paredes daboratório está coberta de figuras d
pessoas que não conheço. Algumas são
fotos antigas e páginas arrancadas d
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ivros, mas a maioria delas parece que fodesenhada à mão. Oker fez isso, antes qusuas mãos parassem de funcionar direito
Estou impressionado, e o lugar me fapensar naquela enfermeira lá do centrmédico. Talvez eu seja o único que nã
consegue fazer coisas, figuras, poemassem nenhum treinamento.
— Oker os chama de heróis d
passado — explica Noah. — Ele acreditque deveríamos conhecer o trabalhdaqueles que vieram antes de nós.
— Ele foi treinado na Sociedade, nã
foi? — pergunto. — Foi — confirma Tess. — Ele veio
para cá há dez anos, exatamente antes d
seu Banquete Final.
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— Ele tem 90 anos? — surpreendome. Nunca conheci ninguém tão velho.
— Tem — responde Noah. — Apessoa mais velha do mundo, até ondsabemos.
A porta do escritório se escancara
odos voltamos ao trabalho.
Horas depois, Oker autoriza os assistente
a fazerem uma pausa. — Você não — diz a mim. — Precisofazer uma coisa, e você pode ficar e majudar com ela.
Noah e Tess me enviam olhares dcompaixão.
Oker coloca um monte de caixas
frascos ordenadamente etiquetados
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minha frente, e me entrega uma lista. — Junte esses compostos — orden
ele, e eu começo a medir. Oker volta aoarmário para esquadrinhar maingredientes. Eu ouço os recipientes s
chocando.
Então, para minha surpresa, elcomeça a falar comigo.
— Você disse que viu
aproximadamente 2 mil pacienteenquanto trabalhou no centro médico eCamas — começa ele. — Durante quatrmeses.
— Sim — confirmo. — Havia muitmais pacientes que eu não tratei, lógicoem outras partes do centro e em outro
edifícios em Camas.
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— Dentre todos os que você realmentviu, quantos deles pareciam melhorequando estavam imóveis do que os meu
pacientes aqui? — indaga. — Nenhum — confesso. — Você respondeu muito rápido —
comenta Oker. — Não tenha pressa pense melhor.
Eu relembro todos os meus pacientes
ão consigo me lembrar do rosto dodos, mas me recordo dos últimos cem. Ede Lei, claro.
— Nenhum — repito.
Oker cruza os braços e se recostasatisfeito. Ele me observa medir maialguns ingredientes.
— Tudo bem — diz ele. — Agora
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você pode fazer uma pergunta.Eu não esperava essa oportunidade
mas vou aproveitá-la.
— Qual a diferença entre as bolsas quvocê faz e as que a Insurreição usa? —ndago.
Oker empurra um recipiente em minhdireção.
— Você já ouviu falar na doença de
Alzheimer?Essa é uma pergunta, não uma respostaMas eu digo:
— Não.
— Claro que não — rebate Oker. —Porque eu a curei antes de você nascer.
— Você curou — repito. — Só você
inguém mais?
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Oker toca em um par de fotos nparede atrás dele.
— Não sozinho. Fui parte de umequipe de pesquisas na Sociedade. Essdoença obstruía o cérebro com proteínaextras. Outros antes da gente tinha
rabalhado no projeto, mas a gentdescobriu um jeito de controlar o nível dexpressão dessas proteínas. Nós a
desligamos. — Ele se inclina um poucmais para olhar o composto que eu fiz. —Então, para responder sua primeirpergunta, a diferença é que eu sei o qu
estou fazendo quando misturo medicação. Diferente da Insurreição. Secomo ajudar a evitar que alguma
proteínas da mutação se acumulem
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porque elas agem de uma forma similar doença que curamos. E sei como evitaque as plaquetas dos pacientes s
acumulem no baço de modo que eles nãsofram ruptura e tenham sangramentnterno. A outra diferença é que eu não
ncluo tantos narcóticos em minhasoluções. Meus pacientes sentem algumdor. Não agonia, é mais um desconforto
sso os faz se lembrarem de respirar. Émais provável trazê-los de volta desseito.
— Mas isso é uma coisa boa? —
pergunto. — E se eles puderem sentir toda dor dos furúnculos?
Oker bufa.
— Se eles sentem alguma coisa, ele
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utam — afirma. — Se você estivesse eum lugar sem dor, por que iria querevoltar?
Oker desliza uma bandeja de pó nminha direção.
— Meça isso e destile na solução.
Olho para as instruções e misturo gramas de pó ao líquido.
— Às vezes eu não acredito nisso —
murmura Oker. Não sei se ele está falandoconsigo mesmo ou não, mas então ele olhem minha direção. — Aqui estou eurabalhando em uma cura para aquel
maldita Praga de novo. — Espera — interrompo. — Você
rabalhou na primeira cura?
Ele concorda.
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— A Sociedade sabia sobre o trabalhoque nós fizemos com a expressão dproteína. Eles pegaram minha equipe parrabalhar na cura da Praga. Antes de
Sociedade enviá-la ao Inimigo, elequeriam garantir que tivéssemos um
cura... para o caso de a Praga voltar. — Então a Insurreição mentiu — digo
— A Sociedade tinha uma cura.
— Claro que tinha — afirma Oker. —ão o suficiente para uma pandemiaentão a Insurreição leva crédito por tefeito mais. Mas a Sociedade aparece
com a primeira cura. Aposto que seuPiloto não mencionou isso.
— Ele não mencionou — admito.
— Eu paguei uma quantia consideráve
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para escapar pra cá — conta Oker. — Foo Piloto atual quem me trouxe. — Okevai procurar mais alguma coisa n
armário. — Isso foi antes de ele ser Piloto da Insurreição... — continua elesua voz abafada. — Quando a Insurreiçã
pediu a ele que liderasse, eu disse a elque não acreditasse neles. Eles não sãnenhuma rebelião. São a Sociedade co
um nome diferente, e só querem você seus seguidores, eu disse. Mas o Pilotinha tanta certeza de que ia funcionar.
— Oker volta à mesa. — Talvez não
ivesse tanta certeza assim — ponderele. — Ele manteve o registro de onde eestava, aqui na Pedra Final.
Então Oker foi parte do
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desaparecimentos que Lei me contou. — Isso te incomodou? — pergunto. —
Ele te rastreando assim?
— Não — responde Oker. — Equeria estar fora da Sociedade, e eestava. Não me incomodo de me senti
útil de vez em quando. Aqui. — Ele mentrega o leitor de dados. — Navega poessa lista para mim.
Conforme eu faço isso, ele resmunga. — Eles não podem restringi-la maisTodos nós presumimos que seja algoambiental. Bom, nós comemos tudo o qu
podemos encontrar e cultivar. É umonga lista. A gente vai encontrar algo
para ajudar essas pessoas. Mas pode nã
ser a tempo.
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— Por que o Piloto não levou vocpara Camas ou para a Central? — indago— Seria um lugar melhor para trabalhana cura. Eles poderiam trazer suprimentoe plantas das montanhas pra você. NaProvíncias, você teria acesso a todos o
dados, todo o equipamento...O rosto de Oker fica rígido. — Porque eu concordei em trabalha
com ele apenas sob uma condição —nforma ele. — Que eu ficasse aqui.Eu assinto. — Uma vez que você sai daqui —
explica Oker —, você não volta.Suas mãos parecem tão velhas, com
papel cobrindo os ossos, mas as veia
saltam, cheias de vida e sangue.
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— Percebo que você tem outrpergunta — diz ele, sua voz irritada nteressada ao mesmo tempo. — Faça.
— O Piloto nos disse que alguécontaminou o fornecimento de água. —explico. — Você acha que eles também
criaram a mutação? As duas aconteceraão rápido... Parece que a mutaçã
poderia ter sido manipulada, do jeito qu
o surto foi. — Essa é uma boa pergunta — elogiOker —, mas aposto que a mutaçãaconteceu naturalmente. Pequena
mudanças genéticas ocorrem regularmentna natureza, mas, a não ser que haja umvantagem adquirida por uma mutação, el
simplesmente se perde, porque outra
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versões sem mutação predominam. — Elaponta para outro frasco, e eu o pego parele e abro a tampa. — Mas se algum tip
de pressão seletiva está presente confere uma vantagem para uma mutaçãoessa mutação acaba crescendo
sobrevivendo às formas sem mutação. — Isso é o que um virologista lá e
Camas disse pra mim — comento.
— Ele está certo — afirma Oker. —Pelo menos eu acho. — Ele também me contou qu
provavelmente foi a própria cura qu
aplicou a pressão seletiva e provocou mutação.
— É provável — analisa Oker —
mas, mesmo assim, acho que ningué
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planejou essa parte. Como nós quvivemos fora da Sociedade dizemos àvezes, foi azar. Uma das mutações er
mune à cura, então ela prosperou pegou.
Oker confirmou isso. A cura provocou
a verdadeira pandemia. — Eu me adiantei — lembra Oker. —
Ainda não te disse o jeito como um víru
funciona. Você adivinhou uma partesozinho. Mas a melhor forma de explica— diz e seu tom fica ríspido — é contauma história. Uma das Cem, na verdade
A número três. Você se lembra? — Lembro — falo, e realmente m
embro. Sempre me lembrei, porque
nome da garota, Xanthe, lembra o meu.
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— Me conta — pede Oker.A última vez que tentei contar um
história foi para Lei, e não foi nada bomQueria ter feito mais por ela. Mas voentar de novo agora, porque Oker m
pediu para fazê-lo e acho que vai ser el
que vai descobrir a cura. Tenho que tentanão rir. Vai acontecer. Vamos fazer isso.
— A história é sobre uma garota
chamada Xanthe — começo. — Um diela decidiu que não queria comer própria comida. Quando a entrega dcomida chegou, ela pegou o mingau d
aveia de seu pai e comeu ao invés da sucomida. Mas estava muito quente, durante o dia inteiro Xanthe se senti
doente e febril. No dia seguinte, el
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roubou o mingau de aveia de sua mãe, maestava muito frio, e Xanthe se sacudicom calafrios. No terceiro dia, ela come
sua própria refeição e estava perfeita. Else sentiu bem. — Eu paro. É uma históribem estúpida, destinada a lembrar à
crianças da Sociedade a fazerem o quhes for mandado. — Ela continua assi
sem parar — digo a Oker. — Xanth
ermina com três advertências por macomportamento, antes de perceber que Sociedade sabe o que é certo para ela.
Para minha surpresa, ele concorda.
— É o suficiente — afirma ele. — Aúnica parte que você esqueceu foi a partsobre o cabelo dela.
— É verdade — lembro. — Ele era d
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ouro. isso que o nome Xanthe significa. — Não importa, de qualquer forma —
retruca Oker. — A coisa importante é a
deia de que alguma coisa pode ser muitquente, muito fria ou certa. É isso quvocê precisa se lembrar sobre a form
como um vírus funciona. Ele usa umcoisa que vejo como sendo a estratégia dXanthe. Um vírus não quer ficar sem alvo
muito rapidamente. Ele mata o organismque infecta, mas não pode matar muitrápido. O vírus precisa ser capaz de sransferir para outro organismo a tempo.
— Então, se o vírus mata tudo muitrápido — pondero —, está muito quente.
— E se não se muda para outr
organismo rápido o suficiente, ele morr
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— completa Oker. — Muito frio. — Mas em algum lugar no meio —
digo —, está certo na medida.
Oker concorda. — Essa mutação — explica — estav
na medida certa. E não era só por caus
da Sociedade e da Insurreição e pelo quas duas fizeram. Elas contribuíram paralgumas das condições, sim. O víru
sofreu mutação por si só, como as virosefazem há anos. Tem havido Pragas pooda a história e isso não acaba nest
aqui.
— Então, nunca estamos realmentseguros — falo.
— Ah, não, meu rapaz — retruca Oker
quase gentil. — Esse pode ter sido
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maior triunfo da Sociedade: que tantos dnós acreditassem que estávamos.
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CAPÍTULO 31
Cassia
Eu deveria ir ver Ky.Eu deveria focar aqui e trabalhar n
cura.
Quando eu me deixo realmente pensarestou dividida entre dois lugares e ficperdida, à deriva em preocupações
realizando nada e sem ajudar ninguémEntão eu não penso. Não daquele jeito. Epenso em plantas, números e curas, classifico através dos dados, tentand
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achar alguma coisa que traga de volta omóveis.
Comparar as listas não é tão fáci
quanto parece. Elas não só incluem onomes das coisas que os aldeões agricultores comem, mas também
frequência na qual as comidas foraconsumidas; o tipo do solo em que foracultivadas, se eram produtos animais o
vegetais, e uma miríade de outranformações que precisam ser levadas econsideração. Só porque uma coisa foconsumida frequentemente não quer dize
que forneceu imunidade; ou o contrário: mprovável que alguma coisa consumid
só uma vez produza imunidade.
As pessoas vêm e vão — médico
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examinando pacientes e voltando parrelatar, Oker e Xander fazendo serabalho, os classificadores fazendo um
pausa, Leyna verificando nosso trabalhoEu me acostumo às idas e vindas, finalmente nem levanto mais o olha
quando escuto a porta de madeira abrir ofechar; mal noto quando a brisa dmontanha se esgueira e sussurra em me
cabelo.
Uma voz de mulher interrompe minhconcentração.
— Nós pensamos em mais algumacoisas — diz ela. — Quero ter certeza dque incluímos todas na nossa lista.
— Claro — concorda Rebecca.
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Algo na voz da mulher parece familiarEu olho para cima.
Ela parece mais velha do que sua voz
o cabelo completamente grisalho e torcidem complicadas tranças e nós para cimde sua cabeça. Tem a pele curtida e um
forma gentil de mover as mãosevantando uma lista em um pedaço d
papel. Mesmo daqui, consigo dizer que
escrita à mão e não impressa. — Anna! — exclamo.Ela se vira para me olhar. — A gente se conhece? — indaga.
— Não — respondo. — Me desculpeMas eu vi seu vilarejo, e conheço Huntee Eli. — Quero ver Eli. Mas, como ande
visitando Ky e trabalhando na cura, nã
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ive tempo de procurar o novassentamento dos agricultores, mesmsabendo que não é longe do vilarej
principal. A culpa toma conta de mimembora eu não saiba se Leyna e os outrome permitiriam ir, mesmo se eu pedisse
Eu estou aqui para trabalhar na cura. — Você deve ser Cassia — fala Anna
— Eli sempre falou de você.
— Sou eu — afirmo. — Diga a Eli quKy está aqui também. — Eli contou Anna sobre Ky? Pelo lampejo dreconhecimento nos olhos de Anna, acho
que sim. — Mas Ky é um dos pacientes. — Sinto muito — lamenta Anna.Eu agarro as beiradas da mesa tosca
me lembrando de não pensar muit
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profundamente em Ky, ou eu vou surtar não servir de nada para ele.
— Hunter e Eli, eles estão bem? —
questiono. — Estão — confirma Anna. — Eu quis ir vê-los... — começo.
— Tudo bem — consola-me Anna. —Eu entendo.
Rebecca se move ligeiramente e Ann
aproveita a deixa. Ela sorri para mim. — Depois que eu terminar, vou dizer Eli que vocês estão aqui. Ele vai querever vocês. Assim como Hunter.
— Obrigada — digo, sem acreditamuito que eu a conheci. Essa é Anna, mulher de quem ouvi falar por Hunter
cujos escritos vi na caverna. Quando el
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começa a ler sua lista, não consigo mdesligar do som da sua voz.
— Lírio mariposa — Anna diz
Rebecca. — Flores-pincel, mas só epequenas quantidades. De outra formelas podem ser tóxicas. Nós usamo
sálvia para temperar, e éfedra para ochá...
Palavras tão bonitas quanto canções. E
eu percebo por que reconheço a voz dAnna. Ela soa um pouquinho como a dminha mãe. Eu puxo um pedaço de papel escrevo os nomes que Anna diz. Minh
mãe pode já conhecer alguns deles, e vaamar conhecer os outros. Vou cantá-lospara ela, quando for levar a cura.
***
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— É hora de você descansar um pouco— Rebecca pressiona na minha mão upedaço de pão chato, enrolado em tecidoO pão está morno, e o cheiro dele faz meestômago roncar. Eles fazem sua própricomida aqui. Como seria isso? E se e
ivesse tempo de aprender isso também— E aqui — diz ela, me entregando ucantil. — Você deveria comer enquanto o
visita.Rebecca sabe para onde vou, claro.Enquanto desço o caminho até
enfermaria, eu respiro a floresta. Flore
silvestres crescem por todos os lugareonde as pessoas não caminham, roxasvermelhas, azuis e amarelas. As nuvens
de um surpreendente rosa em movimento
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planam no céu acima das árvores e dopicos das montanhas. E uma convicçãchega até mim nesse momento: podemo
achar uma cura. Nunca senti isso tãfortemente.
Quando chego, sento junto a Ky e olh
para ele, toco sua mão.As vítimas da Praga não fecham o
olhos. Queria que fechassem. O olhar d
Ky parece vazio e cinza; não as cores questou acostumada a ver, azul e verdeColoco a mão em sua testa, sentindo extensão macia de sua pele, a estrutur
dos ossos. Ky parece quente. Ele poderiestar infectado?
— Ele não parece bem — aviso a u
dos médicos de plantão. — A bolsa de
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nutrientes já está vazia. Vocês colocaramo gotejar muito rápido?
A médica verifica suas anotações.
— Esse paciente deveria ter uma bolsainda funcionando.
Eu não me mexo. Não é culpa de K
que algo esteja errado. Após um momentoa médica se levanta e vai pegar uma novbolsa para colocar em sua intravenosa
Ela parece apressada. Só há dois médicode plantão. — Você precisa de mais ajuda aqui?
— ofereço.
— Não — responde ela rispidamente— Leyna e Oker só querem que nós, coreinamento médico, trabalhemos com o
móveis.
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Quando ela termina, sento ao lado dKy e pouso a mão nele, pensando ecomo ele estava vivo na Colina, nocânions, e por um momento, namontanhas. E então ele se foi. Penso ecomo gastei todo aquele tempo tentand
adivinhar a cor de seus olhos quandcomecei a me apaixonar por ele. Eu achava inconstante e difícil de categoriza
em um grupo limitado, em uma descriçãclara.A porta se abre e eu me viro
esperando que alguém venha me dizer qu
meu tempo acabou, que eu preciso voltaao trabalho. E não quero ir. É estranhoQuando estava classificando, tinha certez
de que era a coisa mais importante que e
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podia estar fazendo. Quando estou aquisei que estar com os imóveis é maimportante.
Mas não é alguém do laboratório dpesquisas. É Anna.
— Posso entrar? — indaga ela. Apó
er lavado as mãos e ter colocado máscara, ela vem em minha direção. Eevanto, pronta a oferecer minha cadeira
mas ela balança a cabeça e se senta nchão, junto à cama. É estranho a olhar dcima.
— Então esse é o Ky — diz ela. El
está virado de lado, e ela olha em seuolhos e toca sua mão. — Eli quer vir vêo. Você acha que é uma boa ideia?
— Não sei — admito. Pode ser um
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boa ideia Eli vir, porque então Kpoderia ouvir mais do que apenas umvoz falando com ele, chamando-o d
volta. Mas seria uma boa para Eli? —Você saberia melhor do que eu. — É durodizer, mas é claro que é verdade. Eu só
conheci Eli por alguns dias. Ela o conhechá meses.
— Eli me contou que o pai de Ky fo
um negociante — comenta Anna. — Elnão sabia seu nome, mas lembrou que Kdisse a ele que seu pai tinha aprendido escrever em nosso vilarejo.
— Sim — confirmo. — Você seembra dele?
— Lembro — assente ela. — Eu nã
me esqueceria dele. Seu nome era Sion
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Finnow. Eu o ajudei a aprender escrever. Claro, ele quis aprender o nomda esposa antes. — Ela sorri. — El
negociava por ela sempre que podia. Opai dele trouxe para ela aqueles pincéismesmo quando não tinha recursos par
bancar a tinta.Eu me pergunto se Ky pode ouvir isso. — Sione negociava por Ky também —
conta Anna. — O que você quer dizer? — indago. — Alguns dos negociantes costumava
rabalhar com os pilotos desgarrados —
explica Anna. — Aqueles que levavam apessoas para fora da Sociedade. Sione fesso uma vez.
— Ele tentou negociar para levar K
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embora? — surpreendo-me. — Não — diz Anna. — Sione realizo
uma negociação em nome de outra pesso
para trazer alguém, seu sobrinho, para ovilarejos de pedra. Nós, agricultoresnunca ajudamos em nada disso, claro
Mas Sione me contou sobre isso.Minha mente está rodopiando
Matthew Markham. O filho de Patrick
ida. Ele não está morto? — Sione realizou aquela negociaçãsem cobrar, porque era um membro dfamília que queria. Era a irmã de su
esposa. Seu marido sabia que havia algde podre na Sociedade. Ele queria sefilho fora de lá. Foi uma negociaçã
extremamente delicada e perigosa.
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Ela olha através de mim, lembrando-sdo pai de Ky, um homem que nuncconheci. Como ele era? Queria saber. Émpossível não imaginá-lo como um
versão mais velha e mais imprudente dKy: brilhante, ousado.
— Mas — continua Anna — Sione deum jeito. Ele achou que a sociedade ipreferir boatos de uma morte circuland
do que notícias de uma escapada, e elestava certo. A Sociedade inventou umahistória para explicar o desaparecimentdo garoto. Eles não queriam que s
espalhassem rumores sobre odesaparecimentos, como eles chamavam
ão queriam que as pessoas pensasse
que podiam escapar.
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— Ele se arriscou muito por sesobrinho — reconheço.
— Não — nega Anna. — Ele o fez poseu filho.
— Por Ky? — Sione não podia mudar quem el
era. Ele não podia se Reclassificar. Maqueria para o filho uma vida melhor dque a que ele podia dar.
— Mas o pai de Ky foi um rebelde —alego. — Ele acreditava na Insurreição. — E no fim eu acho que ele foi també
realista — retruca ela. — Ele sabia qu
as chances de uma rebelião ser bemsucedida eram muito pequenas. O que elfez por Ky foi uma apólice de seguro. S
alguma coisa desse errado e Sion
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morresse, então Ky teria um lugar nSociedade. Ele poderia voltar a vivecom seus tios.
— E ele foi — afirmo. — Foi — concorda Anna. — K
estava seguro.
— Não — discordo. — No final eles mandaram para os acampamentos drabalho. — Eu o enviei para o
acampamentos de trabalho. — Mas muito mais tarde do que eleria ido — insiste Anna. — El
provavelmente viveu mais onde estava n
Sociedade do que teria vivido se tivessficado preso nas Províncias Exteriores.
— Onde está aquele garoto agora? —
pergunto. — Matthew Markham?
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— Não faço ideia — diz Anna. —Entenda, eu nunca conheci o Matthew. Sósoube dele por Sione.
— Eu conheci o tio de Ky — conto. —Patrick. Não posso acreditar que ele ienviar o filho para cá, para viver onde el
não conhecia nada nem ninguém. — Os pais fazem coisas estranha
quando veem um perigo claro para seu
filhos — explica Anna. — Mas Patrick não fez o mesmo poKy — digo com raiva.
— Eu suspeito — sugere ela — qu
eles quiseram honrar a escolha dos paide Ky para seu filho, que era ele ter umchance de viver fora das Província
Exteriores. E, no final, tenho certeza d
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que seus tios não quiseram desistir deleEnviar um filho embora deve quase tê-lomatado. E então, quando nada de terríve
aconteceu por anos, eles devem ter sperguntado se fizeram a coisa certa amandar o filho para longe. — Ann
respira fundo. — Hunter deve ter te ditque eu o deixei para trás, junto com sufilha. Minha neta. Sarah.
— Disse — confirmo. Eu vi Hunteenterrar Sarah. Vi a citação em seuúmulo: Subitamente através de junho
um vento com dedos se vai.
— Hunter nunca me culpou — falAnna. — Ele sabia que eu tinha quatravessar as pessoas. O tempo era curto
As pessoas que ficaram realment
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morreram. Eu estava certa sobre isso.Anna olha para cima, para mim. Seu
olhos estão muito escuros.
— Mas eu me culpo — confessa elaEntão Anna segura uma das mãosflexionando os dedos, e acho que vej
raços de azul marcados em sua pele, oalvez sejam suas veias por baixo. N
penumbra da enfermaria, é difícil dizer.
Anna se levanta. — Quando é sua próxima folga? —pergunta.
— Não sei — respondo.
— Vou tentar descobrir e trazer Eli eHunter para te ver. — Anna se dobra eoca o ombro de Ky. — E você —
completa ela.
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Depois que ela se vai, me inclinsobre Ky.
— Você ouviu tudo aquilo? —pergunto a ele. — Você ouviu quanto seupais te amavam?
Ky não responde.
— E eu te amo — digo a ele. — Nóainda estamos procurando a sua cura.
Ky não se mexe. Declamo poemas par
ele e repito que o amo. Sem pararEnquanto eu observo, acho que o líquidpingando em suas veias está ajudando; huma calidez em seu rosto, como o sol e
uma pedra, quando surge a luz.
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CAPÍTULO 32
Ky
Sua voz chega primeiro. Bonita e gentiEla ainda está me falando poesia.
Então a dor volta, mas agora est
diferente. Meus músculos e ossocostumavam doer. Mas agora estou muitomais profundamente dolorido que antes. A
nfecção se espalhou?Cassia quer que eu saiba que ela mama.
A dor quer me devorar.
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Eu queria poder ter uma sem a outramas esse é o problema de se estar vivo.
Você normalmente não escolhe amedida de sofrimento ou o grau dfelicidade que tem.
Não mereço nem seu amor, nem ess
doença.Esse é um pensamento estúpido. A
coisas acontecem, quer você as mereça o
não.Por enquanto, vou cavalgar para longda dor na melodia da sua voz. Não vopensar sobre o que vai acontecer quand
ela tiver que partir. Nesse momento, Cassia está aqui e m
ama. Ela diz isso sem parar.
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CAPÍTULO 33
Cassia
Xander me encontra ali, junto a Ky. — Leyna me enviou para te levar d
volta — avisa ele. — É hora de retorna
ao trabalho. — O gotejamento de Ky tinha acabad
— digo. — Queria ficar até ele parece
melhor. — Isso não deveria ter acontecido —estranha Xander. — Vou avisar a Oker.
— Que bom — comento. A raiva de
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Oker vai ter muito mais peso com oíderes do vilarejo do que a minha.
— Eu vou voltar — prometo a Ky
para o caso de ele poder ouvir. — O mairápido que puder.
Do lado de fora da enfermaria, as árvorecrescem direto até o limite daconstruções do vilarejo. Galhos s
esfregam e cantam juntos quando o ventpassa por eles. Há tanta vida aqui.Grama, flores, folhas, e pessoas andandofalando, vivendo.
— Me desculpe pelos comprimidoazuis — pede Xander. — Eu... vocpoderia ter morrido. Teria sido minh
culpa.
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— Não — discordo. — Você nãosabia.
— Você nunca tomou um, tomou?
— Tomei — digo. — Mas eu estobem. Eu segui em frente.
— Como? — pergunta ele.
Eu segui em frente pensando em KyMas como posso dizer isso a Xander?
— Eu simplesmente fiz isso — afirmo
— E os arranhões nos comprimidoajudaram.Xander sorri. — O segredo que você mencionou e
um dos arranhões — lembro. — Qual era — Eu sou parte da Insurreição — di
Xander.
— Achei que pudesse ser o que voc
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queria dizer — falo. — Você me disse noerminal. Não disse? Não com palavras
eu sei, mas achei que era o que voc
estava tentando dizer... — Você está certa — confirma
Xander. — Eu realmente te disse. Não er
muito segredo. — Ele abre um sorriso, então sua expressão fica séria. — Eu tinha intenção de te perguntar sobre
comprimido vermelho. — Não sou imune — esclareço. — Elfunciona em mim.
— Tem certeza?
— Eles me deram na Central —confirmo. — Tenho certeza disso.
— A Insurreição me prometeu que
você era imune ao comprimido vermelh
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e à Praga — diz Xander. — Então ou eles mentiram para voc
ou cometeram um erro — sugiro.
— Isso significa que você deve tesido vulnerável à versão original da Prag— analisa Xander. — Você sucumbiu a
ela? Eles te deram a cura? — Não. — Eu entendo o que o est
confundindo. — Se o comprimid
vermelho funciona em mim, então nuncme deram a imunização inicial quando eera bebê. Então eu deveria ter caíddoente com a Praga original. Mas eu nã
caí. Eu só tenho a marca.Xander balança a cabeça, tentand
entender. Eu também estou classificando.
— O comprimido vermelho funcion
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em mim — repito. — Eu nunca tomei verde. E sobrevivi ao azul.
— Mais alguém alguma vez sobrevive
ao azul? — indaga Xander. — Não que eu saiba — afirmo. — E
inha Indie comigo, e ela me ajudou
continuar. Isso talvez tenha feitodiferença.
— O que mais aconteceu nos cânions
— Xander quer saber. — Por um longo tempo, eu nem estavcom Ky — conto. — Nós começamos eum vilarejo cheio de outras Aberrações
Então três de nós fugiram para Escultura; eu, o menino que morreu ndie.
— Indie está apaixonada por Ky —
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afirma Xander. — Está — confirmo. — Acho qu
agora está. Mas no começo era por você
Ela costumava roubar coisas. Ela pegomeu microcartão e o miniterminal dalguma outra pessoa, e usava para olha
para seu rosto sempre que podia. — E no final, foi Ky que ela quis —
diz Xander. Percebo uma nota d
amargura em sua voz; não é algo que eenha ouvido frequentemente antes. — Eles voaram no mesm
acampamento da Insurreição — explico
— Ela o via o tempo todo. — Você não parece brava com ela —
percebe ele.
E eu não estou. Houve o momento d
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choque e dor quando Ky me disse que elo tinha beijado, mas sumiu quando Kficou imóvel.
— Ela escolhe o próprio caminho —retruco. — Ela faz o que quer. — Balançoa cabeça. — É difícil ficar aborrecid
com ela. — Não entendi — diz Xander.E não acho que ele possa. Ele nã
conhece realmente Indie; nunca a vimentir ou trapacear para ter o que quer, opercebeu que dentre isso tudo está umnexplicável honestidade que é só dela
Ele não a viu lutar contra a água prateade nos trazer em segurança, contra todas achances. Ele nunca soube como ela s
sentia sobre o mar e quã
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desesperadamente ela queria um vestidfeito de seda azul.
Algumas coisas não podem se
compartilhadas. Eu poderia dizer a eludo o que aconteceu na Escultura e el
ainda não teria estado lá comigo.
E é o mesmo para ele. Ele poderia mcontar tudo sobre a Praga, e a mutaçãque se seguiu e o que ele viu, mas, aind
assim, eu não estaria lá.Observando o rosto de Xander, vejoque ele percebe isso. Ele engole. Ele esta ponto de me perguntar algo. Quand
pergunta, não é o que eu esperava. — Alguma vez você escreveu algum
coisa para mim? Além daquela mensagem
quero dizer.
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— Você recebeu — percebo. — Tudo, menos o final — explica ele
— Ficou destruído.Meu coração se aperta. Então ele nã
sabe o que eu disse, que eu pedi a elpara não pensar mais em mim daquel
eito. — Queria saber — continua ele — s
você alguma vez escreveu um poema par
mim. — Espera — peço. Não há papel aquimas há um graveto e terra escura no chãoe, afinal de contas, é como eu aprendi
escrever. Hesito por um momentoolhando para trás, para a enfermaria, maentão eu percebo: a época de esconde
sso para nós mesmos passou há muit
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empo. E, se eu tentei dividir isso comodo mundo na Central, por qu
esconderia de Xander?
Ao mesmo tempo, parece íntimescrever para Xander. Significa mais.
Fecho meus olhos por um momento
entando pensar em alguma coisa, e entãvem a mim uma extensão do poema qume fez pensar em Xander. Eu começo
escrever. — Xander — digo pausadamente. — Quê? — pergunta ele. Xander nã
evanta os olhos das minhas mãos, com
se elas fossem capazes de um milagre ele finalmente pudesse testemunhar o qué.
— Eu pensei em você na Escultur
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ambém — confesso. — Eu sonhei covocê.
Agora ele realmente olha para mim
descubro que não posso sustentar seolhar; algo profundo que sinto me faolhar para baixo e eu escrevo:
Escuro, escuro, escuro estavaMas a mão do curador era leve.
Ele conhecia a cura, ele mantinha obálsamo Para curar nossas asas para voar.
Xander lê. Ele move os lábios. — Curador — diz suavemente. Suexpressão é dolorosa. — Você acha queposso curar pessoas — conclui.
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— Acho — confirmo. Nesse momento, algumas das criança
do vilarejo descem pelo caminho passam por nós. Como se fôssemos umsó pessoa, Xander e eu nos levantamos amesmo tempo para vê-las passar.
As crianças estão fazendo umbrincadeira que nunca vi antes, em quelas fingem que são outras pessoas. Cad
criança está vestida como um animaAlgumas usaram grama para fazer o pelooutras usaram folhas para fazer penas, há ainda mais delas com asas amarrada
untas, feitas de galhos e de cobertoreque serão usados de novo para aquecer noite. O reaproveitamento da natureza
de retalhos para criação me lembra d
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Galeria, e me pergunto se as pessoas lá nCentral encontraram outro lugar para sreunir e compartilhar, ou se elas não tê
mais tempo nenhum para isso, com mutação à solta e nenhuma cura à vista.
— Como teria sido se a gente pudess
er feito isso? — indaga Xander. — Isso o quê? — pergunto. — Ser o que quer que quiséssemos
— completa ele. — E se eles tivessedeixado a gente fazer isso quando éramocrianças?
Eu pensei nisso, especialmente quand
estava na Escultura. Quem eu sou? Quemeu queria ter sido? Penso em como sosortuda, apesar da Sociedade, por te
sonhado tanto, coisas tão selvagens. Part
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disso é graças ao Vovô, claro, que sempreme desafiou.
— Lembra de Oria? — continu
Xander.Sim. Sim. Eu me lembro. De tudo. Est
udo claro e próximo de novo; nós dois
um Par, de mãos dadas no trem aéreovoltando para casa do Banquete. Minhmão em sua nuca enquanto eu jogava
bússola para dentro de sua camisa, parque ele pudesse salvar o artefato de Kdos Oficiais. Mesmo naquele momentonós três estávamos dando nosso melho
para manter a fé uns nos outros. — Lembra daquele dia, plantand
rosas novas? — pergunta ele.
— Lembro — respondo, pensand
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naquele beijo, o único que tivemos, e mecoração dói por nós dois. O ar aqui namontanhas é cortante, mesmo no verão
Ele nos açoita, bagunça nosso cabelocoloca lágrimas em nossos olhos. Estaaqui com Xander no meio das montanhas
gual e diferente de estar com Ky nfronteira da Escultura.
Estico a mão para pegar a de Xander
Minha palma está riscada com terra de teescrito com o graveto, e enquanto olhpara ela e penso em Xander e em raízede rosa nova penduradas, o vento se mov
e as crianças dançam em direção avilarejo de pedra, e, clara como o aroutra semente de choupo de memóri
chega até mim:
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As mãos de minha mãe estãencardidas de terra, mas posso ver ainhas brancas atravessando suaalmas quando ela levanta as mudas stamos paradas no viveiro do Arboreto
o teto de vidro acima de nós e a bruma
úmida aqui dentro enganam o frio damanhã de primavera lá fora.
— Bram chegou à escola a tempo —
digo. — Obrigada por me avisar — retrucaela, sorrindo para mim. Nos raros diaem que tanto ela quanto meu pai têm qu
r trabalhar cedo, é minhresponsabilidade levar Bram para pegaseu trem pela manhã, para a Primeira
scola.
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— Aonde você vai agora? Você temalguns minutos antes do trabalho.
— Talvez eu passe para ver o Vovô —respondo. Está tudo bem desviar darotina usual desse jeito, porque o
anquete do Vovô está chegando. Assim
como o meu. Temos tantas coisas paraconversar...
— Claro — concorda minha mãe. Ela
está transferindo as mudas dos tuboonde as plantas começaram, enfileiradaem uma bandeja, para suas novas casasvasinhos cheios de solo. Ela levanta um
das mudinhas. — Não tem muitas raízes — percebo. — Ainda não — confirma ela. — Ela
virão.
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Dou um beijo rápido em Mamãe arto outra vez. Não devo me demora
no seu local de trabalho e tenho um tremaéreo para pegar. Acordar cedo com
ram me deu um pouco de tempo extramas não muito.
O vento da primavera estbrincalhão, me empurrando para umado, me puxando para outro. Ele fa
irar no ar algumas das últimas folhade outono, e imagino como seria se esubisse na plataforma do trem aéreo eulasse, se a espiral de vento me pegari
e me levaria para cima rodopiando. Não consigo pensar em cair sem
ensar em voar.
Eu poderia fazer isso, eu acho, se e
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encontrasse um jeito de criar asas. Alguém se aproxima de mim enquanto
asso pelo confuso mundo da Colina
caminho da parada do trem aéreo. — Cassia Reyes? — pergunta a
rabalhadora. Os joelhos de suas roupa
comuns estão escurecidos de sujeiracomo os da minha mãe quando ela estrabalhando. A mulher é jovem, algun
anos mais velha do que eu, e ela temalgo na mão, mais raízes pendendo parbaixo. Arrancando ou plantando?, eu mergunto.
— Sim? — digo. — Preciso falar com você — avisa
ela. Um homem emerge da Colina atrá
dela. Ele tem a mesma idade dela, e alg
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a respeito deles me faz pensar, Elesdariam um bom Par. Nunca tiveermissão para ir à Colina, e olho d
volta para o tumulto de plantas loresta atrás dos trabalhadores. Como é
estar em um lugar tão selvagem?
— Precisamos de você paraclassificar uma coisa para a gente —ede o homem.
— Sinto muito — digo, me movendnovamente. — Eu só classifico nrabalho. — Eles não são Oficiais, nem
meus superiores ou supervisores. Esse
não é o protocolo, e eu não burlo aregras por estranhos.
— É para ajudar seu avô — explica
mulher.
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Eu paro.
— Cassia? — chama Xander. — Você
está bem? — Estou — respondo. Ainda esto
encarando minha mão, desejando podefechá-la apertado em volta do resto dmemória. Sei que pertence ao perdido dino jardim vermelho. Estou certa dissoembora não possa dizer o motivo.
Xander parece estar a ponto de dizemais alguma coisa, mas as criançavoltam ao seu jogo, tendo circulado tod
o caminho em torno do vilarejo de pedraElas são barulhentas e estão rindo, comas crianças deveriam fazer. Uma garotinhsorri para Xander e ele sorri de volta, s
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esticando para tocar sua asa enquanto elpassa, mas a garotinha se vira na horerrada e Xander não pega em nada.
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CAPÍTULO 34
Xander
Oker está tão motivado que é quasdesumano. Eu me sinto da mesma form— nós temos que achar a cura —, mas se
foco é outra coisa. Não leva muitos diapara eu me acostumar à rotina naboratório de pesquisas, que é: nó
rabalhamos quando Oker nos diz parrabalharmos e descansamos quando Okenos diz para tirar uma folga. Às vezepego um relance de Cassia nas salas d
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classificação, mas na maioria das vezegasto meu tempo compondo fórmulas dacordo com as instruções de Oker.
Oker faz suas refeições aqui mesmo naboratório. Ele nem mesmo senta. Entã
é isso que o resto de nós faz também: nó
ficamos por aqui e nos observamomastigar nossas comidas. Provavelmenté o estresse da situação e as horas tardias
mas alguma coisa a respeito disso semprme dá vontade de rir. As conversas dahora das refeições são uma medida dquão bem as coisas estão indo com o
estes da cura. Oker é diferente da maioridas pessoas, porque quando as coisas vãbem, ele não fala. Quando as coisas vã
mal, ele fala mais.
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— O que é essa coisa com as OutraTerras. Que faz com que todos vocêqueiram tanto ir para lá? — pergunto Oker hoje.
Oker bufa. — Nada — diz ele. — Estou velh
demais para começar de novo. Eu voficar bem aqui. E não sou o único.
— Então por que trabalhar na cura, s
vocês não vão dividir a recompensa? —ndago. — Por causa do meu altruísmo inerent
— esclarece
Não posso evitar rir disso e Oker mdá uma olhadela.
— Quero derrotar a Sociedade —
explica ele. — Quero encontrar a cur
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antes. — Não é mais a Sociedade — lembr
a ele.
— Claro que é — retruca, inclinandpara trás seu cantil para beber. Ele limpa boca com as costas da mão e me dá um
olhada. — Só os tolos pensam que algumcoisa mudou. A Insurreição e a Sociedadese infiltraram uma na outra tã
completamente que elas nem sabem maiqual é qual. É como uma cobra comendsua maldita cauda. Isso, aqui fora, é única rebelião verdadeira.
— O Piloto acredita na Insurreição —digo. — Ele não é uma fraude.
Oker olha para mim.
— Talvez não — rebate ele. — Ma
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sso não significa que você deveria seguio. — Então seu olhar se aguça. — Ou
mim.
Não digo nada, pois ambos sabemoque já estou seguindo os dois. Acho que oPiloto é o caminho para a revolução e qu
Oker é o caminho para a cura.Os pacientes aqui ainda parecem muit
melhores do que aqueles lá na
Províncias. Oker curou todos os sintomasecundários da mutação da Praga, como acumulação de plaquetas, as secreçõepulmonares. Mas ele continu
resmungando sobre proteínas e o cérebroe sei que ainda não descobriu comprevenir ou reverter os efeitos da mutaçã
no sistema nervoso. Mas vai chegar lá.
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Oker xinga. Ele derramou um pouco dágua do cantil na blusa.
— A Sociedade estava certa sobre umcoisa — diz. — As malditas mãopararam de funcionar um ano ou doidepois dos 80. Claro, minha mente aind
funciona melhor do que a da maioria dapessoas.
Cassia já está em sua cela quando chegá, mas ela está esperando por mim. Nãposso vê-la bem porque é de noite, maposso ouvi-la quando fala comigoAlguém no final do corredor grita parficarmos quietos, mas o resto das pessoaparece ter dormido.
— Rebecca me disse que todos o
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médicos pesquisadores gostam de você —conta Cassia. — Ela também falou quvocê é o único que contesta Oker.
— Talvez eu devesse parar — reflitoão quero alienar nenhum do
rabalhadores. Tenho que ficar dentro do
aboratório de pesquisas trabalhandnaquela cura.
— Rebecca diz que isso é bom —
esclarece Cassia. — Ela acha que Okegosta de você porque você o lembra delmesmo.
Isso é verdade? Não acho que eu sej
ão orgulhoso quanto Oker, ou tão espertoClaro, sempre me perguntei se eu poderiser o Piloto algum dia. Eu gosto d
pessoas. Gosto de ficar perto delas
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ornar as coisas melhores para elas. — Estamos chegando perto — afirm
Cassia. — Temos que estar.
Sua voz parece um pouco distante. Eldeve ter se mexido para se sentar ncama, ao invés de ficar de pé bem n
frente da cela. — Boa noite, Xander — diz Cassia. — Boa noite — respondo.
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CAPÍTULO 35
Cassia
Às vezes, quando estou cansada, parecque nunca morei em nenhum outro lugar
unca fiz nada além disso. Ky sempr
esteve imóvel, e Xander e eu semprestivemos trabalhando na cura. Meus paie Bram estão perdidos para mim, e e
enho que encontrá-los, e a tarefa à mãparece muito grande, grande demais parqualquer pessoa ou grupo de pessoas.
— O que você está fazendo? —
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pergunta uma das outras classificadorasEla gesticula para o leitor de dados, para os pedacinhos de papel e o gravet
chamuscado que tenho usado para tomanotas. Descobri que às vezes tenho quescrever as coisas à mão para entender o
dados que vejo na tela do leitor de dadosEscrever clareia minha mente. Eultimamente, tenho tentado desenhar
partir das descrições gravadas no leitode dados, porque não consigo imaginar acoisas que eles descreveram como sendcomponentes possíveis para a cura. O
olhos da classificadora se enrugam driso à medida que ela vê minha tentativde desenhar uma flor, e eu puxo o pape
para mais perto de mim.
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— Não há nenhuma figura no leitor ddados — explico. — Só descriçõeescritas.
— Isso é porque todos nós sabemocomo é a coisa da aparência — retrucoutra classificadora, soando irritada.
— Sim — alego suavemente —, maeu não sei. E isso está afetando aclassificações que fazemos. Elas estã
erradas. — Você está dizendo que não estamofazendo nosso trabalho direito? —pergunta a primeira classificadora, su
voz fria. — A gente sabe que os dadopodem ter erros. Mas a gente estclassificando do jeito mais eficient
possível.
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— Não — respondo, balançando cabeça. — Não é isso que eu quero dizer
ão é o começo ou o fim da classificaçãonão são os dados ou a forma comclassificamos. Algo não está sencaixando no meio, na correlação da
istas. É como se houvesse um fenômensubjacente que não estamos observandoalguma variável latente que não estamo
medindo nos dados. — Tenho certeza dque o nosso entendimento da relação entrestes dois conjuntos de dados não estcorreto. Tão certa quanto me sinto de qu
estou esquecendo o meio da minhmemória do dia no jardim vermelho.
— O importante — diz outr
classificadora — é que a gente continu
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dando as listas a Oker. — Todos os diasa gente envia pra ele sugestões do qupoderia contribuir para a cura, medida
de acordo com as melhores informaçõeque temos dos pacientes e levando econsideração o que não funcionou.
— Não sei quanto Oker nos escuta, dqualquer forma — falo. — Acho que sóhá uma pessoa em quem Oker confia, e
nele mesmo. Mas se a gente puder chegaa algum tipo de consenso, em quais seriaos ingredientes mais importantes, entregássemos a ele, poderia ser mai
provável que ouvisse o que dizemos, snossas análises se alinhassem.
Leyna está me observando.
— Mas isso é o que estamos fazend
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— protesta um dos classificadores. — Não sinto que estou fazendo iss
direito — reclamo. Frustrada, empurr
minha cadeira para trás e me levantosegurando o leitor de dados. — Acho quvou fazer meu intervalo agora.
Rebecca concorda. — Vou com você até a enfermaria —
avisa Leyna, me surpreendendo. El
rabalha muito, muito duro, e sei que aOutras Terras são para ela o que Ky para mim: o melhor e mais bonito lugarnão completamente realizado, mas chei
de promessas. Nós atravessamos o círculo do vilarej
e passamos pela enorme pedra colocad
ali. Em frente a ela há duas calha
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estreitas. — Para que vocês usam isso? —
pergunto a Leyna.
— Para votar — explica. — É comnós escolhemos. Os agricultores tambémCada pessoa no vilarejo tem uma pedr
com seu nome escrito. Essas calhas sãonde as pessoas colocam suas pedras. Aescolha, ou calha, com mais votos, ganha.
— Sempre só tem duas escolhas? —questiono. — Geralmente — responde Leyna
Então ela acena para que a siga até
outro lado da pedra. — Olha aqui.Há minúsculos nomes na pedra
arrumados em colunas. Alguém lascou
entalhou-os ali. Eles começam no alto
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vão até embaixo, onde só há um lugasobrando.
— Essa coluna — conta Leyna —
uma lista de todos aqueles que morreranesse vilarejo, na Pedra Final. E essa —acrescenta ela, apontando para outra part
da pedra — é uma lista de pessoas que sforam para as Outras Terras. Este é ougar de partida, digamos assim, entã
qualquer um que passou por aqui caminho das Outras Terras, não importde onde tenha vindo, tem seu nomesculpido aqui.
Fico ali um momento, olhando onomes na pedra na coluna das OutraTerras, esperando encontrar alguém. No
começo, meus olhos passam direto po
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seu nome, não ousando acreditar que elestá ali, mas então eu volto e ele nãdesapareceu.
Matthew Markham. — Você o conhecia? — pergunto ávid
a Leyna, tocando o nome.
— Não muito bem — diz ela. — Elera de outro vilarejo. — Ela me olha conteresse. — Você o conhece?
— Conheço — respondo, e mecoração se aperta. — Ele morava nBairro. Seus pais o enviaram para fora dSociedade. — Eu deveria ter pensado e
perguntar sobre isso antes; mal possesperar para contar a Ky que seu primesteve aqui uma vez, que ele pode esta
vivo em algum lugar, mesmo se for u
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ugar do qual as pessoas não voltam. — Muitos dos que desaparecem fora
para as Outras Terras — comenta ela. —
Alguns deles, e não consigo lembrar sMatthew foi desse jeito, sentiram que sseus pais não os queriam na Sociedade
eles tinham que ir ainda mais longe do qusuas famílias pretendiam. Para alguns, foquase como vingança. — Então ela coloc
a mão sobre o nome dele também. — Mavocê diz que ele usava esse nome nBairro?
— Isso — confirmo. — É seu nom
real. — Isso é alguma coisa, então — aleg
ela. — Muitos deles mudaram seu
sobrenomes. Matthew não mudou. Iss
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significa que ele não queria apagacompletamente o rastro, se alguéquisesse procurar por ele, eventualmente.
— Eles não tinham naves — digo. —Então eles teriam que andar todo caminho até as Outras Terras.
Ela concorda. — É por isso que eles não voltam —
explica ela. — A viagem é muito longa
Sem naves, levaria anos. — Então elaponta para o final da pedra. — Hapenas espaço suficiente para o resto donossos nomes — completa. — É um sina
de que devemos ir. — Eu entendo — digo. As apostas são
altas, quase impossíveis para cada um d
nós.
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***
Quando chego à enfermaria, conto a Kudo sobre a pedra.
— É a prova de que Anna está certade que ele não morreu em Oria — dig
—, a não ser que haja outro MatthewMarkham, mas a probabilidade disso é.— paro de calcular e exalo. — Acho qu
é ele. Eu sinto.Tento me lembrar de Matthew. Cabeloescuro, mais velho do que eu, bonito. Else parecia o suficiente com Ky para quvocê pudesse dizer que eram primos, madiferentes. Matthew não era tão quietquanto Ky; ele tinha uma gargalhada mai
alta, uma presença maior no Bairro. Ma
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era amável, como Ky. — Ky — chamo —, quand
encontrarmos a cura, vou te levar para ve
a pedra. E então podemos voltar e contaa Patrick e Aida.
Estou a ponto de dizer mais quando
porta se abre. Finalmente Anna trouxe Elpara me ver.
Eli cresceu, mas ainda me deixa segurá-ldo jeito que espero que Bram deixquando eu o vir de novo: puxando parperto e apertado.
— Você conseguiu — constato. Elecheira como ao ar livre, uma essência dpinheiro e terra, e estou tão satisfeita d
que ele esteja bem que lágrimas desce
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por minhas bochechas, muito embora esorria.
— Consegui — concorda Eli. — Eu vivi na sua cidade — conto. —
a Central. Pensei em você o tempo tode imaginei se estava andando nas ruas e
que você tinha morado, e eu vi o lago. — Sinto falta, às vezes — admite Eli
Ele engole. — Mas é melhor aqui.
— Sim — concordo. — É, sim.Quando Eli se afasta, olho para HunterEle ainda usa as marcas azuis de cima baixo em seus braços, e seus olhos estã
muito cansados. — Quero ver Ky — pede Eli. — Você tem certeza de que Eli é
mune? — pergunto a Anna.
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Ela concorda. — Ele não tem a marca — explica —
mas nenhum de nós tem.Eu me afasto do catre, para que El
possa dar a volta até o outro lado. Ele sagacha perto de Ky e olha direto em seu
olhos. — Eu vivo nas montanhas agora —
conta Eli a Ky, e eu tenho que me virar.
Anna aponta para o meu leitor ddados. — Você está um pouco mais perto de
uma cura? — indaga.
Balanço a cabeça. — Não estou ajudando — admito. —
ão sei o suficiente sobre as coisas na
istas. Posso ler as descrições, mas nã
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sei como são fisicamente as plantas e oanimais que vocês comem.
— E você acha que importa? —
pergunta Anna. — Acho — afirmo. — Posso fazer alguns desenhos par
você — oferece-se ela. — Me mostra otens na lista que você nunca viu antes.
Puxo uma tira de papel e escrevo todo
eles para Anna. É uma longa lista e msinto embaraçada. — Vou trabalhar nela agora mesmo —
promete. — Por onde devo começar?
— Primeiro as flores — respondoParece o certo. — Obrigada, Anna.
— Estou feliz por fazer isso — diz ela
— E obrigada por vir ver Ky — digo
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Hunter. Ele balança a cabeça como sdissesse, Não é nada. Quero perguntacomo ele vai, descobrir mais como te
sido sua vida aqui nas montanhas, mas elacena para mim e parte. Eu deveria iambém. Tenho sempre mais classificação
para fazer, até nós acharmos uma cura.
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CAPÍTULO 36
Ky
Toda vez que vai embora, Cassia prometque vai voltar.
Parece que faz muito tempo desde qu
ela esteve aqui, mas não posso dizer cocerteza. Agora que Cassia se foi, escutooutras vozes, como ouvi a de Vick depoi
que ele morreu na margem.Dessa vez é Indie falando comigo, masso não pode estar certo, porque ela nã
está aqui.
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— Ky — chama ela. — Eu trouxCassia para Camas por você.
— Eu sei — retruco. — Eu sei, Indie. Não posso vê-la. Mas sua voz é tã
clara que é difícil acreditar que nverdade sou eu, inventando isso. Porqu
ndie não pode estar aqui falando comigoPode?
— Estou doente — conta ela. — Entã
eu tive que fugir. Ainda não há cura. — Para onde você está fugindo? —pergunto.
— O mais longe que eu conseguir
antes de sucumbir — explica ela. — Não — peço. — Não, Indie. Volte
Eles vão encontrar a cura. E você pode te
a versão antiga da doença. Talvez ele
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possam te ajudar. — Não acredito questou dizendo a ela para fazer isso, maque outra escolha existe?
Indie não vai me ouvir. — Não — discorda ela. — É
mutação.
— Você não pode ter certeza — digo aela.
— Posso — insiste Indie. — Tenho a
marcas vermelhas em torno das costasDói, Ky. Então, estou fugindo. — Ela ri— Ou voando, você poderia dizer. Epeguei uma nave do Piloto.
Estou repetindo seu nome sem pararentando impedi-la. Indie, Indie, Indie.
— Mesmo quando te odiei, eu gostav
da sua voz — conta ela.
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— Indie... — imploro mais uma vezmas ela não me deixa continuar.
— Eu sou o melhor piloto que você jviu? — indaga.
Ela é. — Eu sou — afirma ela, e posso dize
pela sua voz que ela está sorrindo. Ela sempre tão linda quando sorri...
— Lembra que eu costumava achar qu
o Piloto viria pela água? — perguntndie. — Porque minha mãe cantavaquela canção para mim. — Então Indie canta para mim, sua voz forte e simples
— Qualquer dia seu barco pode voar través das ondas e até a costa. — Um
pausa. — Pensei que ela pudesse esta
entando me dizer que eu poderia ser
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Piloto algum dia. Então eu construí ubarco e tentei escapar.
— Dê a volta — peço a Indie. —
Volte. Deixe que eles te coloquem umantravenosa, para te manter viva.
— Eu não quero morrer — explic
ndie. — Ou eles vão me abater ou vochegar a algum lugar onde eu posspousar, e então eu vou correr até nã
poder mais. Você entende? Não estoudesistindo. Só estou fugindo até o finaão posso voltar de novo.
E agora eu não sei o que dizer.
— Ele não é o Piloto — fala Indie. —Sei disso agora. — Ela expira trêmula. —Lembra que pensei que você fosse
Piloto?
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— Lembro — afirmo. — Você sabe quem o Piloto realment
é? — indaga Indie. — Claro — respondo. — Você
ambém sabe.Ela prende a respiração, e por u
momento penso que ela pode chorarQuando Indie fala, escuto as lágrimas esua voz, mas também posso dizer que el
está sorrindo de novo. — Sou eu — constata ela. — É — concordo. — Claro que é.Durante um tempo há silêncio.
— Achei que você tivesse me beijadode volta — sugere Indie.
— Eu beijei — confirmo.
Não me arrependo mais.
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Quando Indie me beijou, senti toda sua dor e a ânsia e o desejo. E mdilacera como ela se sentia, e sabequanto eu a amava também, mas não duma forma que pudesse dar certo. O jeitcomo me sinto sobre Indie é um
compreensão tão dolorosa e elementaque me partiria ao meio.
O estranho é que o que ela sentiu po
mim a manteve inteira.Eu poderia fazer por ela o que Cassifaz por mim. Eu sabia disso e foi por issque beijei Indie de volta.
Parece como se estivesse fugindo coela — vejo momentos da sua vida. Águenchendo um barco em Sonoma enquant
os Oficiais o afundam em frente dela. Su
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riunfante descida no rio até a Insurreiçãoque não a salvou. Nosso beijo. Um vooum pouso, uma fuga, passo após passo
após passo, fugindo quando qualqueoutra pessoa ficaria imóvel...
Então nada além do escuro.
Ou talvez fosse vermelho.
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CAPÍTULO 37
Xander
— Oker — avisa Leyna —, oclassificadores fizeram outra lista parvocê.
— Outra? — pergunta Oker. — Colocali. — Ele gesticula para a ponta de umonga mesa.
Teoricamente, Oker precisa das listados classificadores porque sua inserção valiosa. Os classificadores tentadescobrir quais fatores são mai
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prováveis de contribuir para a imunidadeOker tem que entender o que aquilsignifica no mundo real. Se comer algu
ipo de planta parece ser um fator, qucomponente da planta é importante? Comvocê coloca isso em uma cura? Em qu
concentração? A colaboração deveriaeconomizar o tempo de todo mundo aumentar as chances de que encontremo
uma cura eficaz rapidamente.Mas Oker nunca parece inclinado deixar o que está fazendo e ler logo ista. Sei quão duro Cassia tem trabalhad
peneirando a informação. Ela é valiosaLimpo a garganta para dizer algo, maLeyna fala antes.
— Você tem que dar uma olhada nela
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— pede Leyna a ele. — Oclassificadores repassaram todos aqueledados de novo com as última
nformações da enfermaria, e a partir dsuas próprias observações. Elemodelaram a probabilidade de cada u
desses ingredientes efetivamente tratar doença.
— Certo — fala Oker. — Você já
disse tudo isso antes. — Ele começa a ipara seu escritório, segurando seu leitode dados.
— Oker — chama Leyna. — Como
administradora da cura, preciso insistique você olhe a lista. Ou vou removevocê das suas funções.
— Ah, tá — ironiza Oker. — Não há
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outro farmacêutico completamentreinado nesse lugar.
— Seus assistentes são perfeitament
competentes — afirma Leyna.Oker resmunga alguma coisa e volta
Ele pega o leitor de dados.
— Eles estão sempre enviando lista— queixa-se Oker. — O que há de tãourgente a respeito dessa?
— Nós temos uma nova classificadoragora — lembra ela. — E você pode tecerteza de que aqueles lá nas Provínciaestão usando classificadores para ajudar
decidir na próxima cura. — Claro que é isso que eles estã
fazendo — concorda Oker. — Ele
costumavam ser a Sociedade. Não sã
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capazes de ter nenhuma ideia originaão conseguem agir sem números.
Leyna tenta de novo.
— A nova classificadora, Cassia...Oker acena com a mão. — Não preciso saber sobre o
classificadores. Vou olhar isso agora. —Ele anda de volta até seu escritórioevando o leitor de dados e a lista, e bat
a porta forte atrás dele.
Apenas alguns instantes depois, escuto porta do escritório de Oker se abrirEspero ouvi-lo dizer alguma coiscáustica sobre ser hora de Leyna iembora, mas ao invés disso ele fic
parado ali como se estivesse congelado
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seus olhos se estreitando na lista. — Camassia — fala ele. — É Cassia — corrijo, achando qu
ele está tentando se lembrar dos nomedos classificadores por alguma razão, maentão Oker me corta.
— Não — emenda. — Camassia. Éuma planta. Não fizemos muito com essainda. — Agora ele está resmungando
como se não se lembrasse de qupodemos ouvi-lo. — É comestívelutritiva, até. Tem gosto de batata, ma
mais doce. A flor é roxa. É de onde a
Província de Camas tirou seu nome. —Seus olhos entram em foco de novo e elolha direto para mim. — Vou desenterra
algumas.
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— A camassia não está classificadamuito no alto da lista dos classificadore— lembra Leyna.
— Isso não é a Sociedade — rosnOker. — A gente não tem que se guiarpelos números. Nós temos espaço par
ntuição e inteligência nesse vilarejo, nãemos? A gente pode encontrar a cura
mais rápido do que as pessoas na
Províncias, mas só se a gente parar dpensar do jeito que eles pensariam.Leyna balança a cabeça. Sei que el
deve estar tentando decidir a melho
forma de lidar com isso, e está se fazendas mesmas perguntas que já se fez antesOker é um bem valioso o suficiente par
que Leyna possa deixá-lo fazer o qu
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quer, mesmo quando ele está em oposiçãodireta ao que ela acha que é melhor?
— Que tal isso — propõe Oker. —
Você reúne os outros ingredientes, e eufaço as curas que você quiser também. —Ele olha para Noah e Tess. — Vocês
ficam e continuam produzindo as bolsas. — Nós temos sobrando — alega Noah — Vamos precisar de muito mais —
retruca Oker, impacientemente. — Nãdeixe nenhum dos pacientes ficar semespecialmente aquele novo. — Então else vira para mim. — Vamos. Você pode
me ajudar a cavar. — Nós só temos sete paciente
disponíveis para teste agora — avis
Leyna, enquanto Oker aponta coisas qu
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ele quer que eu coloque em uma bolsairas de estopa limpas, cantis e dua
pequenas pás. — Os outros paciente
ainda precisam de tempo para retirar mais recente teste de cura dos seusistemas.
— Então nós só vamos usar setpacientes — retruca Oker, maconseguindo controlar sua frustração.
— O Piloto vai precisar de maievidência do que uns poucos pacientecurados... — começa Leyna.
— Então dê a todos eles a minha cur
— rebate Oker. Ele abre a porta. — Nóestamos andando em círculos. Eu vofazer as curas. Você decide quem recebe
Só se assegure de que alguém receba
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minha. E eu quero o imóvel mais recentpara receber minha cura. — Então elolha de relance por cima do ombro par
Leyna. — Você deveria pedir aosclassificadores para calcularem achances de nós descobrirmos isso ante
das pessoas lá nas Províncias. Nós nãsomos a melhor chance do Piloto. Ele estogando tudo o que ele pode no ar, n
esperança de que algo voe. E nós somos menor e mais fraco dos passarinhos. — Suas medicações fazem diferenç
— diz firmemente Leyna. — O Pilot
sabe disso. — Eu não disse que não podemos se
aqueles que vão descobrir — explic
Oker. — Mas só se você me deixar faze
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o que preciso fazer. — Nós temos camassia em nosso
armazéns — lembra Leyna, como protest
final. — Vocês não precisam andar até oscampos de camassia.
— Eu a quero fresquinha — diz Oker
ela. — Então eu vou mandar alguém lá for
para colher no campo — sugere Leyna. —
Vai ser mais rápido do que você ipessoalmente. — Não — insiste Oker. — Não. —
Ele respira fundo. — Não quero que nad
comprometa essa cura. Vou ver tudo, docomeço até o final.
Agora isso soa como algo que u
Piloto de verdade diria. Eu sigo Oke
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porta afora.***
Eu não me engano de que Oker mescolheu para vir com ele porque elconfia mais em mim. Ele pode contar co
oah e Tess para preparar as bolsas dnutrientes medicadas para os pacientesmas não pode confiar em mim ainda par
administrá-las, sem supervisão. Ele sprecisa de alguém para cavar para ele.E ele gosta de falar comigo sobre
mutação, porque sou a pessoa mai
recente a ter trabalhado em primeira mãcom os imóveis. Eu vi a mutação de pertoClaro que isso tudo seria intrigante par
ele. Foi Oker que inventou a primeir
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cura. Ele sabia da Praga antes de quasodo mundo.
— Quão longe a gente vai? —
pergunto. — Poucas milhas — responde ele. —
O campo que eu quero não é perto daqu
É mais perto dos outros vilarejos dpedra, em direção a Camas.
Eu o sigo. Parece tudo grama e roch
para mim. Nada se destaca como ucaminho. — As pessoas não devem mais i
frequentemente até os outros vilarejos —
suponho. — Não depois dessa última reunião n
Pedra Final — explica Oker. — Nó
enviamos pessoas para colher diferente
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plantações selvagens desde então, manão demorou muito para a montanhretomar o caminho.
De vez em quando, passamos por umpedra redonda aplainada no solo. Okediz que as pedras indicam que estamos n
rilha certa. — Eu andei por toda parte por aqui —
conta Oker. Sua voz soa serena
contemplativa, mas ele se move o mairápido que pode. — Naquela época, mais longe que os pilotos frequentemente levavam era o primeiro vilarejo d
pedra e então cabia a você para onde idepois disso. Eu decidi pela ÚltimPedra, já que era o caminho mais longe
Pensei que eu pudesse não conseguir, um
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vez que de acordo com a Sociedade eera velho o suficiente para estar mortomas eu continuei indo. — Ele ri. — E
andei por todo o dia do meu própriBanquete Final.
— Foi isso que meu amigo tentou faze
— digo a Oker. — Ele tentou continuaandando através da mutação. Ele estavconvencido de que, se continuasse e
movimento, não ficaria imóvel. — De onde ele tirou uma ideia dessas— indaga Oker.
— Acho que é porque Cassia ando
depois de um comprimido azul, uma vezEla tomou um e continuou andando.
Espero que Oker diga que
mpossível, mas ao invés disso, diz:
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— Talvez seus amigos estejam certosCoisas estranhas aconteceram. — Entãele sorri. — Cassia é um nome incomumÉ botânico. A casca é usada comoempero.
— Tem alguma relação com a plant
que estamos procurando agora? —ndago. — Os nomes soam parecidos.
— Não — nega Oker. — Não que e
saiba. — Ela ajudou com aquela lista —nformo. — Você devia olhá-la de novo
depois que a gente terminar com
camassia. — Não trago à tona, ainda, fato de que deveria ser ela a decidir quacura dar a Ky, e não ele.
Oker para a fim de se orientar. E
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poderia ir mais rápido do que isso, maele está em excelente forma para alguéão idoso.
— A camassia deve estar perto daqu— informa ele. — Aqui é aonde oaldeões vêm para colher. Mas eles não
vão ter tirado tudo. Sempre tem qudeixar algo para crescer para o próximano, mesmo se você espera não estar aqu
— Ele sai do caminho e começa a desceatravés de um grupo de árvores.Eu o sigo. As árvores na encosta são
pinheiros e algumas outras que nã
conheço. Elas têm casca branca e finafolhas verdes. Gosto do som quandandamos sob elas.
Oker aponta para baixo.
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— Está vendo isso?Eu levo um momento, mas vejo. A
flores estão um pouco mortas e secas, maelas são roxas como ele disse.
— Você pode cavar aqui — indica ele— Não tire todas elas. Cave uma sim
outra não. Não precisamos das flores, sdas raízes. Embrulhe as raízes em estope molhe-as no rio. — Ele aponta para u
minúsculo arroio de água se esgueirandatravés da grama, deixando-a alagadiça— Seja o mais rápido que puder cosso.
Eu me ajoelho e começo a cavar evolta da planta. Quando puxo o bulbo, elé escuro e sujo, com emaranhados de rai
saindo. Ela me faz lembrar de Cassia,
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como nós dois plantamos aquelas floreno dia em que nos beijamos no BairroAquele beijo me manteve por meses.
No riacho, molho as tiras de estopa enrolo os bulbos, um após o outro. Econtinuo cavando, o sol brilha sobre mim
e decido que gosto do cheiro da terraMinhas costas doem um pouco, então mevanto para alongar. Estou com a bols
quase sem espaço.Oker está impaciente para que eermine. Ele se agacha perto de mim
começa a cortar uma planta, seu
movimentos desajeitados. As flores batepara a frente e para trás, para a frente para trás. Ele puxa as raízes, tateando co
suas mãos retorcidas, e então entrega a
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plantas para mim. — Não consigo embrulhar — avisa. —
Você vai ter que fazer para mim.
Eu embrulho a colheita de Oker ermino de encher nossas bolsas. Quand
começo a pendurar sua bolsa no ombro
unto com a minha — eu deveria carregáa para ele, agora que está cheia —, Oke
balança a cabeça.
— Posso carregar a minha.Concordo e a entrego a ele. — Você acha que essa camassia é
realmente a cura?
— Acho que há uma boa chance —fala Oker. — Vamos embora.
Oker tem que parar e descansar n
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caminho de volta para o vilarejo. — Esqueci de comer, essa manhã —
explica ele. É a primeira vez que o vej
desgastado. Ele se inclina contra umrocha, seu rosto torcido em uma carrancde impaciência enquanto ele espera se
coração desacelerar. — Tenho pensado em uma coisa —
comento. Oker grunhe, mas não me diz qu
não posso perguntar, então eu prossigo. —Como os aldeões descobriram que eramunes à Praga antes da mutação, e
primeiro lugar?
— Eles sabiam da sua imunidade Praga original há anos — explica Oker— Quando a Sociedade enviou a Praga a
nimigo, um dos pilotos que entregou
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vírus fugiu da sua base do Exército e veiaté o primeiro vilarejo de pedra, aquelmais perto de Camas.
Oker espera um momento parrecuperar o fôlego.
— O que o idiota não percebeu
quando veio — continua ele —, foi quele mesmo tinha pegado a Praga. Elachava que só se podia pegar através d
água, porque era assim que ele tinhdistribuído nos rios e riachos do InimigoMas também pode ser transmitida dpessoa a pessoa, e ele tinha tido contat
com alguns dos Inimigos. Aparentementeo piloto tinha tentado ajudá-los antes dvir ao vilarejo de pedra.
— Por que ele fugiu para o vilarejo
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— pergunto. — Ele era um dos pilotos qu
participaram dos desaparecimentos —
conta Oker —, então conhecia as pessoano vilarejo e elas o conheciam. Umsemana depois que ele se refugiou lá
ficou doente. — Oker se força para longda rocha. — Vamos continuar.
Pássaros gorjeiam nas árvores a
redor de nós, e o mato cresce tanto sobro caminho que açoita contra as pernas danossas calças.
— Claro que a Sociedade tinha cura
para qualquer um de seus trabalhadoreque por algum motivo contraíssem doença — retoma Oker. — Mas, como o
piloto não voltou à Sociedade, ele nã
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pegou a cura. Ele veio para os vilarejode pedra e morreu.
— Porque os aldeões não tinham um
cura, ou porque mataram ele? — perguntoOker olha para mim, seu olhar cortante — Eles os deixaram lá na floresta co
comida e água, mas sabiam que ele imorrer.
— Eles tinham que fazer isso — digo
— Todo mundo achou que o piloto podinfectar todo o vilarejo.Oker concorda. — Quando o piloto ficou doente
contou a eles sobre a Praga, o Inimigo e que tinha acontecido. Ele implorou aoaldeões que voltassem para a Sociedade
rouxessem uma cura para ele. Àquel
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altura, ele já tinha exposto a maioria dvilarejo. A comunidade inteira achou quefosse morrer, e eles sabiam que nunc
colocariam as mãos na cura a tempoTiveram que tentar fazer o que podiam. —Oker ri. — Claro que naquela época ele
não tinham ideia de que acabariam sendmunes.
— Eles exilaram mais alguém? — e
quero saber. — Não — nega Oker. — Elecolocaram em quarentena aqueles quinham sido expostos, mas ninguém nunc
ficou doente.Eu exalo um suspiro de alívio. — Sua imunidade não teria importad
para a Sociedade, claro — continua Oke
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—, uma vez que eles já tinham a curaMas significava alguma coisa para oaldeões. Eles sabiam que se a Sociedad
entasse colocar a Praga nas águas dovilarejos, eles não iriam morrer. Eleguardaram a imunidade em segredo d
maioria. Alguém contou ao Piloto, mas elnão fez nada com o que sabia até que mutação ocorreu.
— E então ele imaginou se os aldeõepoderiam ser imunes à mutação també— concluo.
— Certo — confirma Oker. — El
veio até aqui para perguntar se alguéestava disposto a testar sua imunidade, descobrir se a gente poderia ajudar n
descoberta da cura.
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— Sei que as pessoas se voluntariarapara ser expostas à mutação do vírus —embro. — Por quê?
— Refeições prontas — diz Okersoando enojado. — Ele nos trouxe ucompartimento de carga cheio delas
disse que poderia trazer mais. — Por que alguém iria querer aquilo
— estranho. — A comida aqui é muito
melhor. — Para a viagem para as OutraTerras — explica ele. — Aquelarefeições duram anos. Elas seria
perfeitas para a jornada. O Pilotprometeu que poderia arrumar o suficientp a r a todos os viajantes levarem, s
apenas alguns se voluntariassem para s
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expor ao vírus. Eles injetaram as pessoacom a mutação e a fizeram ficar em outrovilarejos, só por precaução. Mas ningué
ficou doente. — Agora Oker está rindo dorelha a orelha. — Você deveria ter vistoa cara do Piloto. Ele não podia acredita
que houvesse uma chance. Foi quando elnos ofereceu as naves, se pudéssemoencontrar a cura.
Oker caminha sobre um charco coflores azuis crescendo bem no meio dcaminho.
— Seus amigos que tentaram passa
por cima da doença estão mais perto dverdade sobre o vírus e os comprimidoazuis do que você poderia pensar
Aqueles comprimidos não são veneno
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São um acionador. — Um acionador? — indago. — Quando a Sociedade fez a Prag
para usar no Inimigo — explica Oker —eles arquitetaram diversas outras virosecomo experimentos. Uma delas tinha u
efeito similar ao que a Praga tem, faz apessoas pararem e ficarem imóveis, manão podia ser transmitida de pessoa
pessoa. Só afetava a pessoa que tinha tidcontato direto com o comprimido. ASociedade decidiu não usar aquele víruespecífico com o Inimigo. Ao invés disso
eles usaram em sua própria gente.Oker espia por cima do ombro para m
olhar.
— A Sociedade nomeou as viroses —
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diz ele. — Aquela foi chamada de víruCerúleo.
— Por quê? — pergunto.
— É outra palavra para azul — afirmele. — E eles usaram rótulos azuis paraquele vírus no laboratório, assim podia
facilmente diferenciá-lo dos outros. Eu mpergunto às vezes se foi isso que deu aoOficiais a ideia de usá-lo no comprimid
azul. A Sociedade modificou o víruCelúreo e o colocou nas imunizações dobebês. Então, se eles precisassempoderiam acionar o vírus mais tarde co
o comprimido azul. — É a perfeita lógica da Sociedade —
afirmo. — Enquanto eles te protegem
ambém implantam um vírus de modo qu
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ainda possam te controlar se precisaremMas por que não teve mais gente ficandmóvel antes?
— Porque ele está latente — elucidOker. — Ele se infiltra no seu DNA, maentão permanece inativo. O vírus não s
orna ativo até você tomar o acionadorque é o comprimido azul. Se você tomaum, vai ficar imóvel até alguém d
Sociedade te ajudar, se eles tencontrarem a tempo. Se não encontraremvocê morre. Eles têm a cura para o víruCerúleo, assim como têm para a Praga
Mas esse é o limite de sua ciência. Elenão encontraram uma cura para a mutação
— Por que você está me contando tud
sso? — indago.
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— Porque eu poderia cair morto qualquer minuto — alega Oker. —Alguém precisa saber o que estacontecendo.
— E por que você ia me escolher? —estranho. — Você nem mesmo me
conhece. — Você conhece pessoas que têm a
mutação — explica Oker. — Você tem
família ou amigos do lado de dentro, aquele seu amigo aqui, agora. Você queque as pessoas melhorem por razõepessoais. E você sabe que se não cura
seu amigo, vai sempre se perguntar queela teria escolhido dentre vocês dois.
Oker está certo, claro. Ele percebe
mais do que achei que perceberia, embor
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eu não devesse estar surpreso. Uverdadeiro piloto teria que ser daqueleito.
Nós não falamos durante o resto dcaminho de volta.
Quando chegamos ao laboratórioançamos os bulbos na mesa.
— Deem uma lavada neles — Oke
nstrui Tess e Noah. — Mas não oesfreguem. Só os queremos livres dsujeira.
Eles concordam. — Vou selecionar os melhores bulbo
— conta ele, empurrando o sortimentcom as juntas. — Você reúne
equipamento. Precisamos de facas, um
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ábua de corte, um almofariz e um pilãoGaranta que esteja tudo esterilizado.
Eu me apresso em deixar
equipamento preparado. Oker já terminode selecionar quando estou pronto. Eloca em uma pequena pilha de bulbos.
— Estes são os melhores — diz. —Vamos começar com eles. — Ele empurraum em minha direção. — Abra ao meio
Você vai ter que fazer essa parte. Eu nãoconsigo.Então eu faço a incisão bem no mei
do bulbo. Quando o deixamos aberto, e
nspiro fundo. Ele tem camadas podentro, como uma cebola, e a cor é lindaum branco perolado, quase brilhante.
Oker me entrega o almofariz e o pilão.
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— Pulveriza ele — comanda. —Vamos precisar do suficiente para todos.
A porta do laboratório de Oker sescancara.
— Aí estão vocês — diz Leyna, seurosto pálido. — Eu mandei alguém par
fora do vilarejo para procurar vocês. — Acabamos de voltar — explico. —
Devemos ter nos desencontrado.
— O que foi? — indaga Oker. — São os imóveis — conta Leyna. —Eles começaram a morrer.
A sala fica completamente silenciosa.
— É um dos pacientes daquelprimeiro grupo que o Piloto trouxe? —pergunta Oker.
— É — confirma Leyna. Eu exalo d
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alívio. Isso significa que não é Ky. — Isso tinha que acontecer, de um jeit
ou de outro — fala Oker. — Aquele
primeiro grupo tem aguentado posemanas, agora. Vamos lá ver o quepodemos fazer.
Leyna concorda. Antes de irmos, Okeme faz embrulhar de novo os bulbos rancá-los.
— Voltem para as bolsas — diz ele aoah e Tess. — Mas não quero ninguérabalhando na cura de verdade, a não se
que eu esteja aqui.
Eles acatam. Oker tira a chave de mimSó então seguimos Leyna até a enfermariaonde as pessoas se reuniram do lado d
fora. A multidão se afasta para deixa
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Oker e Leyna passar. Eu sigo atrás delesagindo como se eu pertencesse àquelugar, e sou sortudo como sempre, porqu
ninguém me para ou me pergunta o questou fazendo. Se eles fizessem isso, eu odiria a verdade e contaria que encontre
meu verdadeiro Piloto, e que não vodeixá-lo fora da minha vista até termos cura.
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CAPÍTULO 38
Cassia
Eu estava na enfermaria quando primeira pessoa morreu.
Não foi uma boa forma de partir. E não
foi imóvel.Eu escutei uma comoção na outra pont
da enfermaria.
— Pneumonia — avisou um domédicos do vilarejo para outro. — Seupulmões estão cheios de infecção.
Alguém puxou uma cortina, e todos s
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apressaram em volta para tentar salvar paciente, que estava respirando eerríveis arquejos úmidos e sufocantes
que soavam como se ele tivesse engolido mar inteiro. Então ele tossiu, e urespingo de sangue saiu de sua boca. E
vi, mesmo de bem longe. Era vermelhovivo em seu limpo lençol branco.
Todos estavam ocupados demais par
me mandar ir embora. Eu quis fugir, manão podia deixar Ky. E não queria que elouvisse os sons das pessoas tentandsalvar o homem, ou como a própri
respiração de Ky soava trabalhosa.Então me agachei em frente a Ky, cobr
uma de suas orelhas com minha mã
rêmula, e então me inclinei bem perto d
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sua outra orelha e cantei para ele. Eu neinha conhecimento que sabia como fazesso.
Ainda estou cantando quando Leyna traOker e Xander para dentro. Tenho qu
continuar cantando, porque mais alguécomeça a engasgar.
Um dos médicos do vilarejo caminh
até Oker e diz bem na sua cara: — É sua culpa, por mantê-los lúcidosVem ver o que você fez. Ele sabe o queestá acontecendo. Não há paz em seuolhos.
— Ele voltou? — pergunta Oker, escuto excitação em sua voz. Isso m
deixa doente.
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— Apenas o suficiente para saber questá morrendo — continua o médico. —Ele não está curado.
Xander para e se agacha perto de mim — Você está bem? — indaga ele.Eu aceno que sim. Continuo cantando
Ele pode ver em meus olhos que não estoouca. Ele toca meu braço muit
rapidamente, e vai ficar com Oker e o
outros perto dos pacientes.Entendo que Xander precise ver o questá acontecendo. E ele encontrou uPiloto em Oker. Se eu tivesse qu
escolher um Piloto, escolheria Anna.Mas também sei que não podemo
planejar que ninguém nos resgate. Temo
que fazer isso sozinhos. Pode não have
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nenhum Piloto. Temos que ser fortes osuficiente para prosseguir sem a crença dque alguém pode chegar e nos salvar. Eu
penso no Vovô.
— Você se lembra do que eu disseuma vez sobe o comprimido verde? —ergunta ele. — Lembro — respondo. — Você disse
que eu era forte o suficiente para passa
sem ele. — Área verde, comprimido verde —
diz ele, citando a si mesmo naquele di
distante. — Olhos verdes em uma meninaverde. — Sempre vou me lembrar daquel
dia — conto a ele.
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— Mas você está tendo dificuldadem se lembrar desse aqui — afirma eleSeus olhos são sábios, solidários.
— Estou — admito. — Por quê?O Vovô não me responde, pelo menos
não diretamente.
— Eles costumavam ter uma frasara um dia realmente memorável — di
ele, ao invés disso. — Um dia de letr
vermelha. Você consegue se lembradisso? — Não tenho certeza — falo
ressiono as mãos na minha cabeça. Eu
me sinto confusa, não muito certa. Orosto do Vovô está triste, porémdeterminado. Isso me faz fica
determinada também.
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Olho em volta de novo, para os brotovermelhos, as flores.
— Ou — continuo, sentindo algumcoisa me perfurando — você poderichamar de dia no jardim vermelho.
— Sim — confirma o Vovô. — Um dia
no jardim vermelho. Um dia para sembrar.
Ele se aproxima.
— Vai ser difícil de lembrar — avisa Mesmo isso, agora, não vai ser clarodepois. Mas você é forte. Sei que podrecuperar tudo.
Eu me lembrei de outra parte do dia nardim vermelho. E posso recuperar tudo
O Vovô disse. Eu aperto os dedos em
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volta dos de Ky e continuo cantando.
Vento sobre a colina, e sob a árvore.
Além da fronteira que ninguém podever.
Vou cantar para ele até as pessoaspararem de morrer e então vou descobria cura.
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CAPÍTULO 39
Ky
Além da fronteiraQue ninguém pode ver.
Estou no mar. Sobre e abaixo. Eabaixo. E abaixo.Indie está lá no mar. — Você não deveria estar aqui —
avisa ela, aborrecida. Exatamente comeu me lembro. — Esse é o meu lugar. Fueu que o encontrei.
— Toda a água do mundo não pode se
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sua — alego. — É — diz ela. — E o céu. Tudo o
que é azul é meu, agora.
— As montanhas são azuis — digo ela.
— Então elas são minhas.
Nós vamos para cima e para baixo, naondas próximas umas às outras. Ecomeço a rir. Indie também. Meu corpo
parou de doer. Eu me sinto leve. Possonem ter mais um corpo. — Gosto do oceano — conto a Indie. — Sempre soube que você gostaria —
afirma Indie. — Mas você não pode mseguir. — Então ela sorri. Indie deslizabaixo das ondas e se vai.
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CAPÍTULO 40
Cassia
— Cassia — chama Anna, parada nporta da enfermaria —, vem com a gente.
— Não posso — aviso, folheand
minhas anotações, levantando a vista paras flores que Anna mencionou.
Lírio mariposa. Éfedra. Pincel . Ann
disse que me traria ilustrações das floresEla esqueceu? Estou a ponto de perguntarquando ela fala de novo:
— Nem mesmo para ver a votação? —
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As pessoas do vilarejo e os agricultorese reuniram do lado de fora para decidir que fazer com as curas que Oker, Xande
e os outros assistentes fizeram. Há algumdiscordância sobre o que testar antes como proceder.
— Não — lamento. — Preciscontinuar pensando. Há alguma coisa quesqueci. E tenho que fazer isso aqu
Alguém está tirando o remédio de Kyão vou partir. — Isso é verdade? — pergunta Anna
um dos médicos.
O médico dá de ombros, infeliz. — Poderia ser — admite ele. — Ma
não vejo como. Nós sempre temo
médicos atendendo. E quem no vilarej
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ria querer fazer mal aos pacientesTodos nós queremos encontrar a cura.
Nem Anna nem eu falamos o óbvio
Talvez nem todos no vilarejo se sintam dmesma forma.
— Eu mesma fiz sua pedra — di
Anna. — Ela me entrega uma minúsculpedra com meu nome escrito nela. Cassi
eyes. Levanto os olhos para ela pel
primeira vez e vejo que Anna tem ainhas azuis pintadas por todo seu rosto braços. Ela percebe meu olhar.
— Em um dia de votação, me vist
com as marcas cerimoniais — conta ela— É uma tradição da Escultura.
Eu pego a pedra dela.
— Eu tenho um voto? — pergunto.
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— Tem — afirma Anna. — Fodecidido pelo conselho do vilarejo quvocê e Xander poderiam ter, cada umuma pedra, igual a todo mundo.
O gesto me toca. As pessoas daqucomeçaram a confiar em nós.
— Não gosto de deixar Ky — digo. —Alguém pode colocar minha pedra parmim?
— Poderia — diz Anna —, mas achoque você deveria ver a votação. É algque todo líder deveria presenciar.
O que Anna quer dizer? Não sou um
íder. — Você confiaria em Hunter para fica
aqui de olho? — pergunta Anna. — Só
por uns momentos, para que você poss
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votar?Olho para Hunter. Eu me lembro d
primeira vez que o vi. Ele estav
enterrando sua filha, e colocou aquelbonito poema para marcar seu lugar.
— Sim — respondo. Não vai demora
muito, e dessa forma eu posso perguntar Anna sobre as flores outra vez.
Hunter entrega sua pedra a Anna.
— Eu voto com Leyna — informa ele.Anna concorda. — Vou colocar lá para você.
Anna estava certa.O que eu vejo é tão extraordinário qu
quase me esqueço de respirar.
Todos vêm com uma escolha na mão
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Alguns, como Anna, carregam duapedras, porque lhes pediram para votapor eles. Deve existir muita confianç
para que isso funcione.Oker e Leyna ficam próximos à
calhas, e outros, incluindo Colin
observam para ter certeza de que ninguéroque as pedras de um lugar para outro
Há duas escolhas hoje: votar em Oker o
votar em Leyna. Alguns param, indecisosmas a maioria caminha direto e colocsuas pedras na calha próxima a Oker. Eleacham que a gente deveria dar a cura d
camassia de Oker para todos os pacientequalificados. Os mais cautelosos dão suapedras para Leyna, que quer tenta
diversas curas diferentes.
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A calha de Oker está quase cheia.A decisão é tomada à sombra d
grande rocha do vilarejo, e à medida quodos agarram suas pedrinhas nomeadas
eu penso em Sísifo e na história do pilotoaquela que eu troquei pela bússola mese
atrás. Crenças e mitos estão amarradoão firmemente que você nunca te
certeza sobre o que é lenda e o que
verdade.Mas talvez isso não importe. Ky dissaquela vez, depois que me contou história de Sísifo na Colina. Mesmo s
Sísifo não tiver vivido sua históriamuitos de nós viveram vidas comaquela. Então é verdade de qualque
orma.
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Xander atravessa a multidão para mencontrar. Ele parece tão exausto quantoluminado, e quando eu estico minha mãivre para segurar a dele, Xander agarr
meus dedos bem apertado. — Você já votou? — pergunto.
— Ainda não — responde ele. — Equeria te perguntar quão certa você estsobre a última lista que enviou para
gente. Nós estamos próximos o suficiente dOker para que ele possa ouvir o qudizemos, mas eu respondo a Xande
honestamente, de qualquer forma. — Não absolutamente certa — aviso
— Eu esqueci alguma coisa.
Vejo um pequeno raio de alívio
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cruzando o rosto de Xander; ouvir issornou sua escolha mais fácil. Agora não
como se ele tivesse que escolher entr
mim e Oker. — O que você acha que esqueceu? —
ndaga Xander.
— Ainda não tenho certeza — explico—, mas acho que tem alguma coisa a vecom as flores.
Xander joga sua pedra dentro da calhpróxima a Oker. — O que você vai fazer? — pergunt
ele.
Ainda não estou preparada para votarEu não sei o suficiente sobre a escolhque estou fazendo. Talvez para a próxim
votação eu esteja pronta, se eu aind
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estiver aqui. Então eu coloco a mão nmeu bolso e retiro o papel que minha mãme deu e coloco a pedra dentro, próxim
ao microcartão. — Vou guardar a minha. — Sou
cuidadosa em preservar o formato, a
dobras ao longo das linhas que minha mãfez. Quando olho para trás, meu olhar sencontra com o de Oker. Sua expressão
sagaz e pensativa, um poucdesconcertante. Eu desvio o olhar parXander.
— De que forma você acha que K
eria votado? — questiona Xander. — Não sei — admito. — O plano é dar a cura que vencer
Ky — explica ele gentilmente. — Porqu
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ele é o imóvel mais recente. — Não — nego. — Eles podem testá
a nos outros pacientes primeiro.
Mas como eu vou impedi-los? — Acho que essa cura vai funcionar —
comenta Xander. — Oker tinha tant
certeza... Acho que... — Xander — chama Oker, sua vo
cortando entre nós. — Vamos.
— Você não vai ficar para anundação? — Leyna pergunta a Okersoando surpresa.
— Não — responde ele.
— Os agricultores vão ver isso comuma desfeita — avisa ela. — Essa é parte deles na cerimônia de votação.
Oker acena uma mão no ar, já s
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movendo. — Sem tempo — fala ele. — Eles vã
entender.
— Você vai estar na enfermaria? —Xander me pergunta.
— Vou — respondo. Vou estar com
Ky, protegendo-o até que eu saiba que nóemos uma cura que funciona. Mas nã
pareço poder partir. Tenho que ver o jeito
como a coisa se desenrola.Colin se adianta e levanta a mão parsilenciar a multidão.
— A última pedra foi colocada —
nforma ele.Está claro que Oker ganhou. Há muit
mais pedras em sua calha do que na d
Leyna. Mas Colin não anuncia isso ainda
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Ao invés disso, ele recua enquanto algunagricultores se adiantam, segurandbaldes de água. Seus braços estã
marcados de azul. Anna os segue. — Os agricultores votam com pedra
— Eli sussurra para mim —, mas ele
ambém usam a água. Os aldeõeadicionaram isso como parte de sucerimônia de votação, agora.
Anna fica em frente à multidão e falpara nós. — Como as inundações que viera
através de nosso cânion natal — começ
ela —, nós reconhecemos o poder dnossa escolha e seguimos a água.
Os agricultores despejam a água dentr
das duas calhas ao mesmo tempo.
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A água escorre, inundando tudo. Upouco dela escapa pelas rochas no fundoMesmo a calha de Oker deixa algumcoisa vazar. Mas ela tem a maioria dapedras; segura a maior parte da água.
— Os votos foram colocados — avis
Colin. — Vamos tentar a cura de Okeprimeiro.
Eu me esgueiro pela multidão tã
rápido quanto a água pelas rochascorrendo para a enfermaria a fim dproteger Ky da cura.
Quando abro a porta do edifício, nã
entendo o que está acontecendo. Estchovendo aqui dentro. Escuto um socomo de água batendo no assoalho.
As bolsas estão todas desenganchada
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e pingam no chão.Todas elas, não apenas a de Ky. E
vou direto em direção a Ky. Ele inspir
de forma superficial e afogada.A intravenosa foi retirada e então
enrolada cuidadosamente sobre o apoi
unto a sua cama. Ela pinga sobre o chãoinga. Pinga. Pinga.
E está acontecendo com todo mundo
Por um momento, não sei o que fazerOnde estão todos os médicos? Eles foravotar? Eu não sei como prender ntravenosa de Ky de volta.
Escuto um movimento na outra pontdo cômodo e me viro. É Hunter, abaixadoperto dos pacientes que o Piloto troux
primeiro para o vilarejo. Ele fica lá, um
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sombra escura de costas, e não se mexe. — Hunter — chamo, andand
entamente em sua direção —, o qu
aconteceu?Escuto alguém na porta atrás de mim,
me viro para ver quem é.
Anna.Seu rosto está arrasado. Ela para
alguns passos de mim e encara Hunter
Ele não desvia o olhar, e seus olhos estãocheios de dor.Então eu percebo os corpos do
médicos jogados junto a ele. Eles estã
mortos? — Você tentou matar todo mundo —
acuso Hunter, mas logo que as palavra
saem da minha boca, sei que estou errada
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Se ele quisesse matar todo mundo, terisido mais fácil enquanto todoestivéssemos fora.
— Não — explica Hunter. — Queriornar justo.
Não entendo o que ele quer dizer
Pensei que pudesse confiar nele, e estaverrada. Hunter se senta e coloca a cabeçnas mãos, e escuto os sons de Ann
chorando e as bolsas pingando no chão. — Mantenha ele longe de Ky — avisa Anna, minha voz áspera. Ela concordaHunter é mais forte do que ela, mas el
parece enfraquecido agora. No entantonão sei quanto tempo isso vai durar, preciso achar gente para ajudar o
móveis. Preciso de Xander.
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Ele e Ky são as únicas pessoas aquem quem posso confiar. Como pude mesquecer?
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CAPÍTULO 41
Xander
Oker tranca a porta atrás de nós, naboratório.
— Preciso que você faça uma cois
para mim — pede ele, pegando a bolsque usou quando cavamos bulbos dcamassia e pendurando-a no ombro.
— Aonde nós vamos? — pergunto.Oker espia pela janela. — Tenho que partir agora. Eles aind
estão distraídos.
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— Espera — digo. — Você não vaprecisar de mim para te ajudar? — Okenão pode cavar sozinho. É isso que elem em mente?
— Quero que você fique aqui — falOker. Ele coloca a mão nos bolsos
retira o aro de metal com as chaves doarmários onde trancou as curas dcamassia. — Destrua todas as curas. Vou
voltar com outra coisa que podemos usar. — Mas você ganhou a votação —alego.
— Essa cura não vai funcionar —
explica Oker. — Mas agora eu sei o quvai.
— Nós não temos que destruir nada —
digo.
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— Temos, sim — insiste Oker. — Apessoas votaram nessa cura. Não vãaceitar um substituto. Faça isso. Despejudo na pia. Livre-se das curas que Leyn
me fez fazer também. Elas são todanúteis.
Não me mexo, pois não acredito no quele está dizendo.
— Você tinha tanta certeza com a
camassia... Nós ainda podemos tentar ealguns deles. — Não vai funcionar — cospe Oker
— Nós vamos perder tempo. Vamo
desperdiçar vidas. Eles já estãmorrendo. Faça o que eu te digo.
Não sei se eu posso. Nós trabalhamo
ão duro na cura, e ele tinha tanta certeza.
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— Você acha que eu sou o Piloto, nãoacha? — diz Oker, me observando. —Você quer saber o que o verdadeirPiloto é?
Não sei mais se quero. — A gente costumava rir das história
do Piloto quando trabalhávamos nSociedade — conta Oker. — Como apessoas podiam pensar que alguém ia vi
do céu para salvá-las? Ou da águaHistórias estúpidas. Malucas. Só os dmente fraca acreditariam em algo comaquilo. — Ele deixa as chaves do
armários caírem na minha mão. — Eu tcontei que a Sociedade nomeava aviroses.
Eu concordo.
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— Quando nós descobrimos questávamos jogando-a do céu e enviandpela água, nós achamos que seriengraçado nomear a Praga por causa dahistórias das pessoas. Então nóchamamos a Praga de “Piloto”.
A Praga é o Piloto.Oker não só ajudou a projetar a cura
Antes, ele ajudou a criar a Praga. A Praga
que agora sofreu mutação e está deixandodo mundo imóvel. — Entenda — diz Oker. — Eu tenh
que achar a cura.
Eu entendo. É a única coisa que podredimi-lo.
— Eu vou destruir a cura de camassi
— prometo. — Mas antes de você ir, m
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diz: que planta você vai procurar?Oker não responde. Ele anda até
porta e olha para mim. Eu percebo que el
não pode abrir mão de ser o único pilotpara a cura.
— Eu vou voltar — promete ele. —
Tranque a porta atrás de mim.E então ele parte.Oker acredita que eu vou fazer o qu
me mandou fazer. Ele confia em mim. Econfio nele? Essa é a cura errada? Serque nos atrasaria tanto tentar?
Ele está certo quanto a estarmos se
empo.Eu destranco o armário. A Insurreição
sabe que a Praga uma vez foi chamada d
Piloto? Como alguma vez teríamo
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sucesso contra essas chances?A Insurreição nunca teria funcionado. Não sei se posso fazer isso, penso.
O que você não pode fazer, Xander?me pergunto.
Não posso continuar.
Você nem está imóvel. Você tem quecontinuar.
Eu faço a coisa certa. Não desisto
Faço tudo com um sorriso no rosto. Esempre acreditei que era uma boa pessoaE se eu não for? Não há tempo para pensar assim agora
Eu confiei em Oker e no que se refere sso, e confio em mim mesmo para fazer
escolha certa.
Eu abro o armário e puxo uma bandej
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de curas. Quando destampo a primeira despejo na pia, eu me pego mordendo tãforte o lado de dentro do meu lábio qu
sinto o gosto de sangue.
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CAPÍTULO 42
Ky
Está chovendo. Então eu deveria membrar.
De alguma coisa.
De alguém.A água está se juntando dentro de mimDe quem eu me lembro?
Não sei.Estou me afogando.Eu me lembro de respirar.Eu me lembro de respirar.
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Eu me lembro.Eu.
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CAPÍTULO 43
Cassia
As pessoas ainda vagueiam no círculo dvilarejo, conversando sobre o resultadda votação, então eu corro em torno do
fundos dos edifícios nos limites dvilarejo para tentar chegar até XanderEstá escuro, frio e úmido aqui, cercad
pelas árvores e pela montanha, eenquanto saio atrás do laboratório dpesquisas, quase piso em algo retorcidna lama. Não algo, alguém...
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Oker está aqui.Ele está deitado no chão, seu rost
congelado em uma careta ou sorriso; difícil dizer, com sua pele repuxada sobrseus velhos ossos salientes.
— Não, não — imploro, paro e m
dobro para tocá-lo. Não sai ar algum de sua boca e quand
coloco a orelha em seu peito, não escut
batimento cardíaco, mesmo que ele aindesteja morno. — Oker — sussurro, olho dentro d
seus olhos abertos e vejo que uma de sua
mãos está enlameada. Por quê?, mpergunto irracionalmente, e então vejo quele fez algo ali na lama, um formato qu
parece familiar.
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Parece que ele pressionou suas juntana terra três vezes, fazendo um tipo destrela.
Eu sento em meus calcanhares, ooelhos sujos e as mãos tremendo. Não h
nada que eu possa fazer por ele. Mas s
alguém pode ajudar Oker, é Xander.Eu me levanto e cambaleio os último
passos até o laboratório de pesquisas
mplorando, Xander, Xander, por favor,esteja aí.A porta está trancada. Eu bato e bato
grito seu nome. Quando paro para toma
fôlego, escuto os aldeões vindo pelcaminho do outro lado do prédio. Eles mouviram?
— Xander — grito de novo, e ele abr
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a porta dos fundos. — Preciso de você — digo. — Oke
está morto. E Hunter desconectou todos o
móveis. — Estou a ponto de dizer maismas então Leyna e os outros chegam porás do prédio e estacam.
— O que aconteceu? — perguntLeyna, olhando para Oker. Seu rosto nãomuda de forma alguma e eu entendo
porquê, já que isso está além dcompreensão. Oker não pode estar morto — Parece um ataque cardíaco — di
um dos médicos, seu rosto pálido. Ele s
ajoelha na lama junto a Oker. Eles tentarazê-lo de volta com respiração boca
boca e massageando seu peito para faze
seu coração bater de novo.
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Nada funciona. Leyna senta sobre ocalcanhares, enxugando o rosto com mão. Ela está enlameada agora. Ela tira bolsa do ombro de Oker e procura dentrdela. A bolsa está vazia, exceto por umapá suja e traços de solo.
— O que ele estava fazendo? — elpergunta a Xander.
— Oker queria encontrar uma coisa —
explica Xander. — Ele não me disse oque era. Ele não ia me deixar vir com elePor um momento, fica completament
silencioso. Todos olham para Oker.
— Os imóveis na enfermaria —embro. — Eles foram todo
desconectados.
O médico levanta o olhar.
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— Algum deles está morto? —pergunta ele.
— Não — respondo. — Mas não secomo colocar suas intravenosas de volta
or favor . E você não deveria ir sozinhoOs médicos lá foram atacados.
Colin sinaliza para diversos outros eles vão com o médico. Leyna permanecatrás, olhando para Xander com a mesm
expressão fixa que ela tem desde que viOker.Quero correr para estar com Ky. Ma
de repente tenho uma terrível sensação d
que Xander é quem corre mais perigagora, e não posso deixá-lo sozinho.
— Nem tudo está perdido — di
Leyna. — Oker nos deixou a cura. — Iss
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me parece engraçado, embora naddevesse parecer, em um momento assimMinutos atrás estávamos votando entre
plano de Leyna e o de Oker, e agorLeyna passou a acreditar que deveríamofazer o que Oker sugeriu. A morte dele
mudou sua mente.Eu tenho que classificar o qu
aconteceu com Xander, e tenho qu
descobrir o que pode curar Ky, e por quHunter estava deixando os pacientemorrerem, e o que Oker estava tentandnos dizer com a estrela que ele fez n
ama que os aldeões agora pisotearam eesquecimento e ninguém além de mim viu
— Vamos pegar a cura — Leyna diz a
Xander, e eu pego uma de suas mãos
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seguro firme enquanto ele caminha dvolta ao laboratório de pesquisa. Ele mdeixa tocá-lo, mas algo está errado. El
não está se segurando em mim comcostumava fazer, e seus músculos estãoensos.
— O que você fez? — indaga Leyna. Pelprimeira vez desde que a conheci, sua vo
soa baixa. E chocada. — Oker me pediu para me livrar dela— explica Xander.
A pia está cheia de tubos vazios. — Oker me disse que estava errad
sobre a cura de camassia — continuXander. — Ele estava planejando faze
algo novo, e não queria que a gent
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desperdiçasse tempo tentando mais nadantes que ele tivesse sua nova cura pronta
— Então o que ele iria colocar ness
nova cura? — pergunta Colin. Ele quesaber. Pelo menos parece estar ouvindoao invés de assumir automaticamente qu
Xander destruiu as curas por motivopróprios. Anna ouviria também, sestivesse aqui. O que ela está fazend
agora? O que vai acontecer a HunterComo está Ky? — Eu perguntei — conta ele. — Ma
ele não me disse.
Mas então, ao falar isso, ele perdColin.
— Você está afirmando que Oke
confiou em você o suficiente para pedi
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que você arruinasse todas as curas, manão confiou o suficiente para te dizer que ele iria procurar? Ou como el
planejava fazer a nova cura? — Isso — admite Xander. — É isso
que eu estou dizendo.
Por um longo momento, Leyna e Coliolham para Xander. Na pia, um dos tubovazios dá um tinido e se acomoda.
— Vocês não acreditam em mim —constata Xander. — Vocês acham que eumatei Oker e arruinei a cura por minhconta. Por que eu faria isso?
— Eu não tenho que saber por quvocê fez isso — rebate Colin. — Tudo oque sei é que você nos custou o temp
desse vilarejo, que nós não temos.
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Leyna se vira para os outros doiassistentes.
— Vocês podem fazer mais da cura decamassia?
— Podemos — afirma Noah. — Mavai levar um tempo.
— Comecem — comanda Leyna. —Agora.
Os aldeões levam tanto Xander quantHunter para a prisão. Os médicos nenfermaria não estavam mortos, apenanconscientes. Nenhum dos outros imóvei
morreu, mas os aldeões vão prendeHunter, levando em consideração as duamortes anteriores, e por desconectar o
outros pacientes e por comprometer su
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saúde.E Xander, claro, destruiu a cura d
camassia, a última e melhor chance doaldeões nas Outras Terras. Alguns achamque ele machucou Oker, mas, já que nãohá evidência para provar isso, Xande
está detido somente por conta das curasAs pessoas o olham como se ele tivessmatado alguma coisa, o que para ele
acho que ele fez, mesmo que seja só cura e não seu criador. É verdade que omóveis e a chance de salvá-los parece
muito mais distantes sem Oker.
— O que vocês vão fazer com Xandee Hunter? — pergunto a Leyna.
— Vamos ter outra votação depois que
ivermos tempo de reunir evidências —
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diz Leyna. — As pessoas vão decidir.Lá fora, no círculo do vilarejo, vejo o
aldeões e agricultores pegando sua
pedras de volta. A água nas calhas sederrama.
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CAPÍTULO 44
Ky
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CAPÍTULO 45
Cassia
A suspeita se espalha pelo vilarejo, frie rastejante como chuva de inverno. Oagricultores e os aldeões sussurram un
com os outros: Alguém ajudou Hunter desconectar os imóveis? Quanto Cassisabe sobre Xander destruindo a cura?
Os líderes do vilarejo decidiramanter Xander e Hunter trancadoenquanto reúnem evidências. A próximavotação decidirá o que vai acontecer co
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eles.Estou dividida entre três segmentos
como a estrela de lama de Oker. Eu
deveria estar com Ky na enfermaria. Edeveria estar com Xander na prisão. Edeveria estar classificando para a cura
Só posso tentar fazer as três coisas esperar que esses pedaços de mim sejasuficientes para encontrar algo que faç
um todo.
— Estou aqui para visitar Xander — digpara o guarda da prisão.
Hunter levanta o olhar enquanto passe eu paro. Parece errado só passar poele. Além disso, eu gostaria de falar co
Hunter. Então o encaro pelas barras. Seu
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ombros são fortes e suas mãos estãmarcadas de azul, como sempre. Eu membro de como ele arrebentou aquele
ubos na Caverna. Ele parece ser forte osuficiente para atravessar essas barraaqui, penso. Então percebo que Hunte
está longe de atravessar — ele parecenfraquecido, de uma forma que não vnem na Escultura, quando Sarah tinh
acabado de morrer. — Hunter — chamo, muitgentilmente. — Eu só quero saber. Fovocê que desconectou Ky todas aquela
vezes?Hunter concorda. — Ele foi o único? — indago.
— Não — diz Hunter. — E
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desconectei os outros também. Só Ky tevvisitas com frequência para perceber.
— Como você passou pelos médicos
— pergunto. — Era mais fácil à noite — explic
Hunter. Eu me lembro de como el
costumava rastrear, matar e ficaescondido em um cânion para sobrevivere imagino que a enfermaria e o vilarej
enham sido brincadeira de criança parele. E então, quando o deixaram sozinho uz do dia, algo aconteceu.
— Por que o Ky? — pergunto. —
Vocês saíram do cânion juntos. Eu acheque vocês dois se entendiam.
— Eu tinha que ser justo — responde
ele. — Eu não podia desconectar tod
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mundo e deixar Ky sozinho.A porta se abre por trás de mim
deixando entrar a luz. Eu me viro u
pouco. Anna entra, mas fica fora da linhde visão de Hunter. Ela quer ouvir.
— Hunter — insisto. — Alguns dele
morreram. — Queria poder fazê-lo mresponder, me dizer o porquê.
Hunter espreguiça os braços. Eu m
pergunto com que frequência ele faz amarcas, para mantê-las tão brilhantes. — Pessoas morrendo é o que acontec
se você não tem os remédios certos par
salvá-las — alega Hunter.E agora eu realmente entendo. — Sarah — concluo. — Você não
conseguiu remédio para ela.
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As mãos de Hunter se apertam epunhos.
— Todo mundo... Sociedadensurreição, mesmo as pessoas aqui n
vilarejo... todos nós estamos fazendo dudo para ajudar esses pacientes d
Sociedade. Ninguém fez nada por Sarah.Hunter está certo. Ninguém fez, alé
dele próprio, e não foi o suficiente par
salvá-la. — E mesmo se a gente achar a cura, que vai acontecer depois? — perguntHunter. — Todo mundo foge para a
Outras Terras. Tem havido muito disso, apessoas indo embora.
Anna se aproxima um pouco, de mod
que Hunter possa vê-la.
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— Tem mesmo — concorda ela.Então Hunter fica com lágrimas no
olhos, abaixa a cabeça e chora. — Sinto muito — lamenta ele. — Eu sei — Anna diz a ele. Não há nada que eu possa fazer. Eu o
deixo e vou até Xander.
— Você deixou Ky sozinho na enfermaria
— fala Xander. — Tem certeza de que éseguro? — Há médicos e guardas de olho —
digo. — E Eli não vai sair do lado de Ky — Então você confia em Eli? —
pergunta Xander. — Do jeito que confiavem Hunter? — Há um tom cortante atípic
na voz de Xander.
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— Vou voltar logo — justifico. —Mas eu tinha que te ver. Vou tentardescobrir qual poderia ser a cura. Vocêem alguma ideia do que Oker estav
procurando? — Não — responde Xander. — El
não me disse. Mas acho que era umplanta. Ele pegou o mesmo equipamentque usamos quando recolhemos os bulbos
— Quando foi que ele mudou de ideisobre a cura? — questiono. — Quandele decidiu que a camassia era errada?
— Durante a votação — lembr
Xander. — Alguma coisa aconteceuenquanto estávamos lá fora que o femudar de ideia.
— E você não sabe o que é.
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— Acho que foi alguma coisa que vocdisse — sugere Xander. — Você faloucomo sentia que estava esquecendo algo
e que isso tinha a ver com as flores.Balanço a cabeça. Como aquil
poderia ter ajudado Oker? Enfio a mão n
bolso para garantir que ainda tenho papel da minha mãe. Está lá, assim como microcartão e a pedrinha. Imagino se o
aldeões ainda vão me deixar votar. — É solitário — diz Xander. — O que é solitário? — pergunto. El
quer dizer que é solitário no laboratóri
de pesquisas, agora que Oker se foi? — A morte — explica ele. — Mesmo
se alguém está com você, você ainda te
que morrer de verdade sozinho.
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— É solitário — admito. — Tudo é — continua Xander. —
Estou solitário com você, às vezes. Nuncpensei que poderia ser desse jeito.
Não sei o que dizer. Nós ficamos lnos olhando, de forma pesarosa, carente.
— Sinto muito — digo por fim, maele balança a cabeça. Eu perdi o sentidda coisa, de alguma forma; o que quer qu
Xander tenha querido dizer, eu não ouvdo jeito que ele pretendia.
A luz entrando pelas janelas denfermaria é diáfana, cinza. O rosto de Kparece muito imóvel. Muito ausente. Abolsa pinga diretamente em suas veias
Tanto ele quanto Xander estão presos
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Tenho que achar um jeito de libertar odois.
E não sei como.Eu olho para as listas de novo. J
passei por elas tantas vezes... Todos estãorabalhando para recriar a cura d
camassia de Oker. Mas acho que Okeestava certo, e que todos nós estamoerrados. Os classificadores, o
farmacêuticos — nós todos esquecemoalguma coisa.Estou tão cansada...Uma vez, eu quis observar a
nundações invadirem um cânion, ficar nbeirada e ver acontecer, no chão seguroporém trepidante. Eu gostaria de ouvir a
árvores estalarem e a água subir, pensei
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mas só de um lugar de onde ela nãudesse me alcançar.
Agora, acho que seria um alívi
aterrorizante e favorável ficar no chão dcânion e ver a parede de água vindo, saber é isso, acabou para mim, e ante
que você sequer pudesse completar pensamento, você seria engolido, e estaricompleto.
À medida que cai a noite, Anna vem ssentar ao meu lado na enfermaria.
— Sinto muito — diz ela, olhando parKy. — Nunca pensei que Hunter...
— Eu sei — interrompo. — Nem eu. — A votação será amanhã — avisa
ela. Pela primeira vez, Anna soa velha.
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— O que eles vão fazer? — indago. — Xander provavelmente vai se
exilado — diz ela. — Ele poderia també
ser considerado inocente, mas não achque isso vá acontecer. As pessoas estãocom raiva. Elas não acreditam que Oke
disse a Xander para destruir a cura. — Xander é das Províncias — retruco
— Como ele vai sobreviver em exílio? —
Xander é esperto, mas ele nunca viveu nnatureza antes, e não vai ter nada quando enviarem embora. Eu tinha Indie.
— Não acho que seja para el
sobreviver. — fala Anna.Se Xander for exilado, o que eu vo
fazer? Eu iria com ele, mas não poss
deixar Ky. E precisamos de Xander para
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cura. Mesmo se a gente encontrar a plantcerta, não sei como fazer a cura, ou melhor forma de dá-la a Ky. Se for par
sso funcionar, vai precisar de nós trêsKy, Xander e eu.
— E Hunter? — pergunto a Anna muito
suavemente. — O melhor que podemos esperar par
Hunter — responde ela — é o exílio. —
Embora eu saiba que ela tem outros filhoque vieram com ela da Escultura, sua vosoa tão triste quanto se Hunter fosse seúnico filho, o último de seu sangue.
E então ela me entrega algo, um pedaçde papel, papel de verdade, do tipo quela deve ter carregado consigo por todo
caminho vindo da caverna na Escultura
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Tem o cheiro dos cânions, aqui namontanhas, e me faz sofrer um pouco maginar como Anna poderia aguenta
deixar seu lar. — Essas são pinturas das flores qu
você queria — informa ela. — Desculp
er demorado tanto. Eu tive que fazer ecores. Acabei de pintar nesse instanteentão você vai ter que ter cuidado par
não borrá-las.Estou aturdida que ela tenha feito issocom tudo o mais que deve ter passado esua mente essa noite, e estou tocada d
que ela ainda acredite que sou capaz dclassificar para a cura.
— Obrigada — digo.
Embaixo das flores, ela escreveu seu
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nomes. Éfedra, pincel , Lírio mariposa.E outros, claro. Plantas e flores.
Estou chorando, e queria não estarEscrevi aquela canção para tantapessoas... E agora podemos perder quas
odos elas. Hunter. Sarah. Ky. Minha mãeXander. Bram. Meu pai.
Éfedra, escreveu Anna. Por baixo el
desenhou um arbusto espinhento, copequenas flores em formato de cone. Elas pintou de amarelo e verde.
Pincel . Vermelha. Essa aqui eu vi no
cânions. Lírio mariposa. É uma bonita flo
branca com uma coloração vermelha
amarela profunda dentro de suas trê
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pétalas.Minhas mãos sabem o que eu vi ante
que minha mente perceba; estou enfiand
a mão no bolso e retirando o papel quminha mãe enviou, reconhecendo significado em seu formato. Eu me lembr
do ninho de vespas de Indie, como tinhespaço dentro, e puxo as bordas do papee então eu sei.
Eu seguro uma flor de papel em minhmão. Minha mãe fez isso. Ela cortou rasgou o papel cuidadosamente de modque um leque de três pedaços saísse d
meio, como pétalas.É igual à flor na figura: branca, de trê
pétalas, as bordas frisadas e pontuda
como uma estrela. Eu percebo qu
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ambém a vi impressa na terra.Isso é o que Oker estava tentand
achar.
Ele me viu retirar a flor de papequando coloquei a pedra de votaçãdentro dela.
A figura de Anna me diz que o nomedessa flor é Lírio mariposa. Mas eu nuncouvi minha mãe falar esse nome. E não
uma rosa nova ou rosa antiga ou um ramde Renda da Rainha Anne. De quaioutras flores ela me falou?
Estou de volta à sala da nossa cas
em Oria, onde ela me mostrou oquadrado de cetim azul do vestido quela usou em seu Banquete. Ela acabou d
voltar da viagem para diferente
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rovíncias para investigar plantaçõerogue para a Sociedade.
— O segundo agricultor tinha um
lantação que eu nunca tinha vistantes, de flores brancas ainda maibonitas do que as primeiras — diz ela. —
les a chamavam de Lírios de SegoVocê pode comer os bulbos.
— Anna — digo, meu coração
disparado —, o Lírio mariposa tem outrnome? — Se tiver, pode ser esse oproblema nos dados. Nós temoconsiderado essa flor como dois ponto
de dados separados, mas é na verdaduma simples variação.
— Tem — responde Anna. — Alguma
pessoas o chamam de Lírio de Sego.
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Eu pego o leitor de dados e procurpelo nome. Ali está. As propriedades sãoodas as mesmas. Uma flor registrada co
dois nomes diferentes. Agora, com seunomes combinados, ela sobe para o topdos ingredientes potenciais. Foi um err
crítico e elementar feito por aqueles qureuniram os dados, mas nós deveríamoer percebido antes. Como não perceb
sso antes? Como pude falhar ereconhecer o nome, quando minha mãe mdisse? Você só ouviu uma vez, lembro mim mesma, e isso foi há muito tempo.
— Onde ela cresce? — indago. — Devemos poder encontrar um pouc
não muito longe daqui — pondera Anna
— É o começo da temporada, mas pod
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estar florescendo. — Ela olha para a flode papel na minha mão. — Você fez isso?
— Não — digo. — Minha mãe fez.
Está quase escuro quando finalmente aencontramos, em um pequeno campo long
do vilarejo e do caminho.Eu me ajoelho para olhar mais d
perto. Nunca vi uma flor tão bonita. É um
simples floração branca, três pétalacurvadas saindo de um caule pouco vivoÉ uma pequena bandeira branca, comminha escrita, não de rendição, mas dsobrevivência. Eu puxo a flor de papeamarrotada.
Embora minhas mãos tremam, poss
dizer que elas combinam. Essa flo
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crescendo no solo é a que minha mãe feantes de ficar imóvel.
A flor real é muito mais bonita. Ma
sso não importa. Penso na mãe de Kyque pintava com água sobre pedra, quacreditava que o importante era criar, não
capturar. Embora o lírio de papel não sejuma apresentação perfeita, ainda é uributo que minha mãe tentou fazer à su
beleza. Não sei se ela pretendia que a flofosse arte ou uma mensagem, mas eescolho entender como ambos.
— Acho — digo — que essa pode sea cura.
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CAPÍTULO 46
Xander
Não consigo ver Cassia em si, mas aâmpadas solares projetam sua sombra n
parede da prisão. Sua voz vem da entrad
da minha cela. — Nós achamos que encontramos um
possível cura — avisa ela aos guardas. —
Precisamos de Xander para fazer upouco para nós.O guarda ri. — Nem pensar.
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— Não estou te pedindo que liberXander — explica Cassia. — Sprecisamos dar o equipamento e que elprepare a cura.
— E então o que vamos fazer com cura? — pergunta outro guarda.
— Vamos dar a um paciente — afirmaCassia. — Nosso paciente. Ky.
— Não podemos ir contra Colin —
fala um dos guardas. — Ele é nosso líderE nós perderíamos nossa chance para aOutras Terras.
— Essa é sua chance para as Outra
Terras — insiste Cassia. Sua voz é baixacalma e cheia de convicção. — Isso é que Oker estava procurando. — Ela retir
algo da bolsa. — Lírio mariposa. —
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Posso ver pela sombra que ela estsegurando uma flor. — Vocês comem obulbo, não comem? Vocês comem quando
floresce no verão, e o armazenam para nverno.
— Eles já estão florescendo? —
pergunta um deles. — Quantos vocêpegaram?
— Só alguns — diz Cassia.
Outra sombra fica visível e escuto voz de Anna. — Nós também tínhamos essas flore
na Escultura — afirma Anna. — A gente
ambém usava como comida. Sei comcolhê-las de forma que elas voltem no anseguinte.
— O que importa se elas tirarem toda
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as plantas, de qualquer forma? — uguarda diz para o outro. — Se nós formopara as Outras Terras, não vamos precisa
colher. — Não — discorda Anna. — Mesmo
se todo mundo for embora, a flor dev
voltar. Não podemos tirar tudo e nãodeixar nada.
— Os bulbos são tão pequenos... —
duvida outro guarda. — Não entendcomo poderia ser uma cura.Cassia entra no meu campo de visão,
vejo que ela está segurando a flor d
verdade e a de papel que sua mãe envioa ela. Elas combinam perfeitamente.
— Oker me viu pegar essa flor, a d
papel, durante a votação. Acredito qu
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essa seja a flor que ele estava indprocurar. — Cassia soa confiante de quclassificou tudo. Ela poderia estar certa
Oker realmente mudou de ideia depois dvê-la pegar o papel.
— Por favor — Cassia implora ao
guardas. — Deixem a gente tentar. — Suvoz é gentil, persuasiva. — Vocês podemsentir, não podem? — pergunta ela
agora soa desejosa. — As Outras Terraestão ficando mais e mais distantes.Tudo fica silencioso enquanto nó
percebemos que Cassia está certa. Eu d
fato sinto as Outras Terras se afastandocomo o mundo real provavelmente safastou para Lei e Ky quando eles ficara
móveis. Sinto tudo saindo do me
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alcance. Eu segui o Piloto, Oker e Cassiamas as coisas não saíram como eesperava. Pensei que veria uma rebelião
encontraria uma cura e teria alguém parretribuir meu amor.
E se todos eles forem embora? E s
odo mundo fugir para as Outras Terras oficar imóvel e eu ficar aqui sozinho? Eseguiria em frente? Seguiria. Não me vej
ratando essa vida que tenho como nadmais do que a única coisa. — Tudo bem — concorda um do
guardas. — Mas vai rápido.
Anna pensou em tudo. Ela trouxequipamento do laboratório: uma seringa
um almofariz e pilão, água limpa que fo
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fervida e tratada, e algumas das misturasbase de Oker, com a lista de ingredienteem cada uma.
— Como você sabia do que a gente iprecisar? — pergunto a Anna.
— Eu não sabia — explica ela. —
Tess e Noah sabiam. Eles acham que possível que Oker tenha mudado de ideiaEles não têm certeza se acreditam e
você, mas também não têm certeza de qunão acreditam. — Eles te deram tudo isso? — indagoAnna concorda.
— Mas se alguém perguntar, nóroubamos. Não queremos colocar vocêem problemas.
Cassia segura a lanterna para mi
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enquanto esfrego minhas mãos com solução esterilizante. Eu uso extremidade do pilão para dividir o bulb
ao meio. — É lindo — admira Cassia.O interior do bulbo parece branco
uminescente como os bulbos dcamassia. Eu o movo, pulverizando bulbo até virar uma pasta. Em seguid
Anna me entrega um tubo. Cassia observe me pego hesitante. Talvez seja memória daquela noite em Oria quandnegociei pelos comprimidos azuis. E
retirei sangue quando não devia, equando fiz isso, deixei implícitapromessas que ninguém estava em posiçã
de manter. Eu fiz exatamente o que
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Sociedade e a Insurreição tinham feito —irei vantagem dos medos das pessoa
para ter algo que eu queria.
Estou fazendo aquilo de novopreparando essa cura? Eu olho parCassia. Ela confia em mim. E não deveria
Eu matei aquele menino na Escultura, coos comprimidos azuis. Não fiz dpropósito, mas, se não fosse por mim, el
nunca teria tomado os comprimidos, eprimeiro lugar.Eu não me permiti pensar nisso, mesm
que eu saiba a respeito desde qu
chegamos à nave. Pânico e bile sobeuntos na minha garganta e eu quero fugi
do que me pediram para fazer. Não posso
fazer a cura: eu fiz a escolha errad
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muitas vezes. — Vocês sabem que eu não posso
garantir que isso vá funcionar — alert
Cassia. — Não sou farmacêutico. Possnão colocar na quantidade certa, ou podhaver um reagente na base sobre o qual e
não saiba... — Isso poderia dar errado de muita
formas — concorda ela. — Eu poderi
não ter encontrado o ingrediente certoMas eu acho que encontrei. E eu sei quvocê pode fazer a cura.
— Por quê? — questiono.
— Você sempre está lá para apessoas que precisam de você — explicela, e sua voz soa triste. Como se el
soubesse que isso vai me custar, mas el
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estivesse me pedindo para fazer dqualquer jeito, e partisse seu coração. —Por favor — pede ela. — Mais uma vez.
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CAPÍTULO 47
Cassia
Dentro da enfermaria, Anna distrai omédicos enquanto eu injeto a cura nntravenosa de Ky. Não demora muito
Xander me explicou como fazer isso. Epoderia ter ficado com medo de tentarmas depois de ver Xander montar um
cura em uma cela de prisão e Ky brigapara respirar através da imobilidade, nãhá espaço para meus próprios medos.
Eu cubro outra vez a agulha e a enfi
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dentro da minha manga, junto com frasco vazio que continha a cura, próximaos poemas que sempre carrego. Enquant
me sento ao lado de Ky, pego o leitor ddados. Eu pretendo continuaclassificando, embora meus olho
realmente estejam em Ky, observandoesperando. Ele está assumindo o maiorisco; é em suas veias que a cura est
correndo. Mas nós todos temos tanto perder...Eu às vezes vejo nós três como ponto
discretos, separados, e é claro que somos
cada um de nós um indivíduo. Mas KyXander e eu temos que acreditar uns nooutros para manter-nos a salvo. No fina
ive que confiar em Xander para fazer
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cura para Ky, que confiou em nós parrazê-lo de volta, e Xander confiou e
mim classificando, e assim vamos nós
dando voltas como num círculo, os trêconectados sempre, com o passar dos diae mantendo as promessas sem parar.
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CAPÍTULO 48
Ky
não estou mais na água por que nãoonde está Indie
luzinhas entram e saem da escuridão.Escuto a voz de Cassia.Ela tem esperado nas estrelas por mim
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CAPÍTULO 49
Cassia
K y — chamo.Eu já vi uma luz como essa em se
rosto antes, mas dessa vez continua vindo
ficando mais brilhante, à medida que elvolta para nós.
Não Te alcancei,Mas meus pés escorregam mais pertoa cada dia;Três Rios e uma Colina a atravessar,
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Um deserto e o mar — Não levarei em consideração a jornada
Quando por fim te avistar
Ky e eu fizemos a jornada do nosspróprio jeito. Começamos na Colinauntos. Atravessamos o deserto par
chegar à Escultura e riachos e rios dentrdos cânions, e novamente quando saímo
de lá. Não houve mar, oceano, mas houvum grande custo para nós dois, anavegarmos um sem o outro. Acho qu
sso conta.E eu acho, olhando para ele, que poema está errado. Ele vai contar essornada e eu também vou.
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Anna entra depois e me entrega muitaoutras curas de Xander.
— Xander disse que vai precisar dmais de uma dose — sussurra ela. — Issé tudo o que ele conseguiu, no momentoEle diz para dar a próxima dose quant
antes.Eu concordo. — Obrigada — digo, e ela escapa pel
porta, acenando para os médicos enquantvai.Eles estão passando as visitas d
manhã. Um dos médicos do vilarejo vir
Ky de sua posição de lado para de costaspara mudar as áreas de pressão em secorpo.
— Ele parece melhor — diz o médico
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soando surpreso. — Eu também acho — concordo,
bem nesse instante ouvimos algo do lad
de fora.Eu me viro para a janela e através del
vejo os guardas trazendo Hunter e Xande
até o círculo do vilarejo.Hunter. Xander .
Ambos andam sozinhos para ficar efrente às calhas de votação, mas suamãos estão amarradas e eles estãflanqueados por guardas. Queria pode
ver os olhos de Xander daqui, mas tudo que posso ver é o jeito como ele se move quão cansado parece estar. Xander ficou
acordado a noite toda fazendo curas.
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— É hora da votação — avisa um domédicos.
— Abre a janela — pede outro. —Para a gente poder ouvir.
Por uma fração de segundo, amboestão empenhados em abrir a janela e
então que eu esvazio a seringa nntravenosa de Ky. Quando acabo d
esconder a evidência na manga, olho par
cima para descobrir que um dos médicoestá me observando. Não sei dizer o quele viu, mas não me abalo nem um poucoXander ficaria orgulhoso.
— Por que eles estão fazendo ulgamento tão rápido? — pergunto.
— Colin e Leyna devem achar qu
reuniram provas suficientes — diz
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médico. Ele olha para mim por mais usegundo e, enquanto o cheiro da manhã e ar de fresco entram pela janela, Ky aspir
profundamente o ar. Seus pulmõeparecem melhores. Ele ainda não voltode vez, mas está a caminho, tenho certeza
Eu o sinto, mais do que senti antes; seque ele escuta, mesmo que ainda nãpossa falar.
As pessoas enchem o círculo dvilarejo. Não estou perto o suficiente parver as pedras em suas mãos, mas escutColin gritar:
— Há alguém aqui que vai apoiaHunter?
— Eu vou — diz Anna.
— As regras são que você só pod
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apoiar uma pessoa — o médico mexplica. E eu entendo o que ele estdizendo: se Anna apoia Hunter, ela não
pode apoiar Xander.Anna concorda. Ela anda até a frente
encara a multidão. Enquanto ela fala
percebo que eles se aproximam dela. — O que Hunter fez foi errado —
começa Anna —, mas ele não queri
matar. Se essa fosse sua intenção, elpoderia ter feito isso com facilidade escapado. O que Hunter queria era deixaas coisas justas. Ele sentiu que, já que a
Províncias negaram às Anomalias acessoa qualquer das suas medicações por anosnós deveríamos fazer o mesmo por seu
pacientes.
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Anna não manipula a multidão. Elexpõe os fatos e deixa que eles ponderemClaro, nós todos sabemos que o mundnão é justo. Mas todos nós entendemocomo é desejar que fosse. Muitas dessapessoas sabem bem demais o que é se
deixado de lado — ou pior, ser enviadopara morrer — pela Sociedade. Anna nãodiz nada sobre todas as perdas que Hunte
sofreu, que poderiam tê-lo levado a essponto. Ela não precisa. Elas estão escritaem seus braços e seus olhos.
— Sei que vocês podem exigir mais —
apela Anna —, mas peço o exílio parHunter.
A menor de duas sentenças. Será que
multidão dará?
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Eles dão.Os moradores colocam as pedras n
calha perto dos pés de Anna, ao invédaquela perto de Colin. Os agricultorerazem os baldes e despejam a água. A
decisão permanece.
— Hunter — avisa Colin —, vocdeve partir agora.
Hunter concorda. Não sei dizer se el
sente alguma coisa. Alguém entrega a elum pacote e há uma confusão quando Elvem correndo para Hunter, envolvendo-ocom os braços para se despedir. Anna
abraça os dois, e por um momento elesão uma pequena família, três geraçõesigados não pelo sangue, mas por sua
ornadas e despedidas.
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Então Eli se afasta. Ele vai ficar coAnna, que deve permanecer com o restde sua gente. Hunter anda direto até floresta, sem pegar o caminho e sem olhapara trás. Aonde ele vai? Para Escultura?
E agora a multidão murmura e Xandese adianta. Naquele momento, percebque as pessoas gastaram sua misericórdi
com Hunter. Elas viveram e trabalharacom ele pelos últimos meses. Elas sabesua história.
Mas elas não conhecem Xander.
Ele para em frente à pedra do vilarejosozinho.
Xander fará qualquer coisa por aquele
que ama, qualquer que seja o preço. Mas
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olhando para ele agora, acho que o preçficou alto demais. Ele parece com
unter, percebo. Como alguém que fo
evado longe demais e viu demais. Huntese segurou por tempo suficiente parrazer Eli em segurança para a
montanhas. Por um longo tempo, ele fez que tinha que fazer para ajudar os outrosmas então ele se fragilizou.
Não posso deixar isso acontecer coXander.
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CAPÍTULO 50
Xander
— Quem vai apoiar Xander? — perguntColin.
Ninguém responde.
Anna olha para mim. Dá para ver quela sente muito, mas eu entendo. Claro quela tinha que usar tudo o que tivesse par
Hunter. Ele é como um filho para ela, foi certo ela ter usado tudo com ele.Mas não há mais ninguém. Cassia te
que ficar na enfermaria com Ky, para da
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a ele a cura e garantir que ele acorde. Kme apoiaria, mas ele está imóvel.
As pessoas vagam e olham em direçã
a Colin. Elas estão impacientes com elpor prolongar tanto o momento. Eu fechos olhos e escuto meu coração, minh
respiração, e os ventos no alto daárvores.
Alguém grita:
— Eu vou.Abro os olhos para ver Cassipassando por entre a multidão. Ela veiono final das contas. Seu rosto está tod
aceso. A cura deve estar funcionando.Algo está errado comigo. Eu deveri
estar feliz por Cassia aqui e de a cur
poder ser viável. Mas tudo em que poss
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pensar é nos pacientes nas Províncias, Lei, quando sucumbiu, e me preocupo dque seja tarde demais. Seremos capaze
de trazer pessoas suficientes de volta? Acura vai funcionar de novo? Como vamoencontrar bulbos o bastante? Quem va
decidir quais pessoas vão receber a curprimeiro? Há muitas perguntas e não tenhcerteza de que poderemos encontrar a
respostas rápido o suficiente. Nunca me senti tão cansado antes.
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CAPÍTULO 51
Cassia
As pessoas vêm recolher as pedras quelas colocaram para a votação de HunterAs pedras ainda estão úmidas e pinga
um pouco nas roupas dos aldeõesdeixando pequenas manchas escurasAlgumas pessoas rolam as pedras na
mãos enquanto esperam. — Essa calha — diz Colin, apontandpara a que está junto a ele — é para pena máxima. A outra — que está perto
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dos pés de Xander — é para a penmenor.
Ele não especifica quais são as penas
Todo mundo já sabe? Anna supôs que apior pena que Xander receberia seria exílio, porque seu crime não tinha sido tã
grande quanto o de Hunter. Ninguémorreu.
Mas para Xander, exílio significaria
morte. Ele não tem nenhum lugar para irXander não pode viver lá fora sozinho, é uma longa jornada através de terrenhostil de volta a Camas. Talvez pudess
encontrar Hunter.Mas então, o quê?Eu olho para Xander. O sol penetrou
pelas árvores e brilha dourado em se
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cabelo. Nunca tive que adivinhar qual era cor de seus olhos, do jeito que fazia coKy; sempre soube que os de Xander era
azuis, que ele olharia para você de uugar de gentileza e clareza. Mas agora
embora a cor não tenha mudado, sei qu
Xander mudou. Fico solitário com você, às vezes, el
me disse na enfermaria, mais cedo. Nunc
ensei que poderia ser desse jeito.Você está solitário agora, Xander? Não preciso nem perguntar.Há pássaros nas árvores, há agitaçõe
na multidão, e vento na grama e descendo caminho, e ainda assim, tudo o que sintnele é seu silêncio — e sua força.
Xander se vira para a multidão
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endireitando os ombros e limpando garganta. Ele pode fazer isso, eu acho. Elvai sorrir aquele sorriso e sua voz va
ressoar sobre a multidão, como o Pilotque ele poderia ser um dia, e não vãquerer mais destruí-lo — eles vão quere
circulá-lo e sorrir para ele. É assim qusempre foi com Xander. As garotas noBairro o amavam; os Oficiais o queria
para seus departamentos; pessoas quficavam doentes queriam-no para tratáas.
— Eu juro — começa Xander — qu
só fiz o que Oker me pediu para fazer. Elqueria as curas destruídas porqupercebeu que tinha cometido um erro.
Por favor , penso. Por favor
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acreditem nele. Ele está falando averdade.
Mas eu escuto quão oca sua voz soa,
quando ele olha em minha direção, vejcomo seu sorriso não é mais o mesmo
ão é porque ele esteja mentindo. É
porque não lhe restou nada no momentoXander tomou conta dos imóveis pomeses, sem descanso. Ele viu sua amig
Lei sucumbir. Ele acreditou no Pilotoentão acreditou em Oker, e os doipediram que Xander fizesse coisampossíveis. Encontre a cura, disse
Piloto. Destrua a cura, ordenou Oker.E eu não sou menos culpada. Faça um
nova cura, eu disse a ele. Tente de novo
Eu quis uma cura tanto quanto tod
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mundo, qualquer que fosse o custo. Nóodos pedimos e Xander deu. No
cânions, eu vi Ky se curar. Aqui na
montanhas, vejo Xander destruído.Uma pedra faz barulho na calh
próxima aos pés de Colin.
— Esperem — diz Colin, se curvandpara pegá-la. — Ele não teve a chance derminar seu discurso ainda.
— Não importa — rebate alguém. —Oker está morto.Eles amavam Oker e agora ele se fo
Eles querem alguém para culpar. Quando
as pedras decidirem, pode ser que nãseja o exílio que Xander receba. Pode sealgo pior. Eu dou uma olhada nos guarda
que trouxeram Xander aqui, e que
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deixaram fazer as curas. Eles nãenfrentam meu olhar.
De repente, eu vejo o outro lado d
escolha. De todos nós termos escolha. Algumas vezes, vamos escolhe
errado.
— Não — digo. Enfio a mão na mangpara retirar uma das curas que Xander fezSe eu mostrar isso a eles, e a flor qu
minha mãe enviou e que Oker viu, eleêm que entender. Nós deveríamos tefeito isso primeiro, antes de o julgamentsequer começar.
— Por favor — começo —, escutem...Outra pedra cai na calha, e ao mesm
empo algo enorme passa contra o sol.
É uma nave.
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— O Piloto — grita alguém.Mas, ao invés de se mover ao longo d
montanha até a campina de pouso, a navpaira sobre nós, as hélices girando dmodo que possa ficar suspensa no ar. Else encolhe, e alguém na multidão se jog
no chão instintivamente. Eles estão sembrando dos disparos nas Província
Exteriores. Mais alguém geme, no fund
da multidão.A nave desce ligeiramente e depoisobe de novo. A intenção é clara, até paramim. Ele quer que nos afastemos para qu
ele possa pousar no círculo do vilarejo. — O Piloto disse que nunca tentari
pousar aqui — fala Colin, seu rost
pálido. — Ele prometeu.
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— O círculo é grande o suficiente? —pergunto.
— Não sei — admite ele.E então todo mundo se afasta. Xander
eu nos voltamos um para o outro, e elagarra minha mão. Nós corremos par
onge do círculo, nossos pés voando sobra grama e o solo, o ar chicoteando sobrnós. O Piloto está descendo. Ele pode nã
sobreviver à aterrissagem, e nós também.O que levaria o Piloto a fazer isso? Ésó uma caminhada curta da campina douso até o vilarejo. Por que ele não
ode gastar esse tempo? O quaconteceu lá nas Províncias?
A nave mergulha e se inclina; o ar est
sempre se movendo nas montanhas. A
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hélices da nave giram e o vento açoita evolta de nós, assim não ouvimos nadalém de um uivo e um grito enquanto
Piloto desce, desce, desce, se chocandcontra as árvores, a nave virando de lado
Ele não vai ser capaz de pousar
penso e me viro para olhar XanderEstamos imprensados contra a parede dum prédio, para nos abrigarmos, e o
olhos de Xander estão fechados, como sele não suportasse ver o que vem a seguir — Xander — chamo, mas ele não pod
me ouvir.
Novamente a nave tomba, se vira estremece mais e mais perto de nós, pertdemais da extremidade do círculo. Não h
mais lugar nenhum para onde correr. Não
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há espaço ou tempo suficiente para dar volta no prédio. Esses pensamentoatravessam rápido minha mente.
Eu também fecho meus olhos e maperto contra ele, como se um de nófosse capaz de manter o outro a salvo. El
me envolve com os braços e seu corpestá cálido e sólido, um bom lugar para sestar no final. Eu espero pelo raspar d
metal, pelo quebrar de pedras e o rachada madeira, por fogo e calor, e um finaão súbito quanto uma inundação.
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CAPÍTULO 52
Ky
— C assia não está mais aqui — digoMinha voz é um suspiro. Fraco e seco.
Eu não me sinto como quando estav
adormecido. Sei que passou tempo. Seque tenho estado aqui e que houve uempo em que estive fora do ar. Eu tento
mover a mão. Eu consegui? — Cassia — chamo. — Alguém podachar Cassia?
Ninguém me responde.
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Talvez Indie ache, penso e então eu membro.
Indie se foi.Mas eu voltei.
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CAPÍTULO 53
Xander
Quando abro os olhos, a aeronave ocupodo o círculo do vilarejo. Cassia está e
meus braços, segurando firme. Nenhum d
nós se move enquanto o Piloto desce dsua nave e para quase exatamente ondestive momentos atrás, perto das calhas.
Colin avança para dentro do círculo. — O que você acha que está fazendo— pergunta, furioso. — Você quasedestruiu parte do vilarejo. Por que voc
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não foi até a campina de pouso? — Não há tempo suficiente para iss
— alega o Piloto. — As Províncias estão
se desmantelando e preciso de cadsegundo que conseguir. Vocês têm umacura?
Colin não responde. O olhar do Pilotultrapassa Colin, na direção daboratório de pesquisas.
— Achem Oker — pede ele. — Mdeixem falar com ele. — Não é possível — diz Leyna. —
Oker morreu.
O Piloto xinga. — Como? — Nós achamos que foi um infarto —
fala Colin.
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Todos olham para mim. Eles aindpensam que sou responsável pelo quaconteceu com Oker.
— Então não há uma cura — afirma Piloto, sua voz taxativa. — E nenhumchance de que haja uma. — Ele começa
voltar à nave. — Oker nos deixou uma cura — avis
Leyna. — A gente estava a ponto de testa
nos pacientes... — Preciso de uma cura que funcionagora — corta o Piloto, se voltando. —
ão sei se vou ser capaz de voltar aqui d
novo. Esse é o fim. Vocês entendem? — Você quer dizer... — começa
Leyna.
— Há uma facção na Insurreição qu
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quer me tirar da posição em que estou —explica o Piloto. — Eles já tomaram contdas desconexões dos pacientes e da
proporções. Se eles forem bem-sucedidona remoção, e vão ser, eu não vou tenenhum acesso às naves ou a uma form
de levar vocês para as Outras Terras. Nóemos que ter uma cura. Agora. — O
Piloto faz uma pausa. — A Insurreição
ordenou desconexões de certo percentuados imóveis. — Qual é a taxa? — pergunta Cassia
Ela entra no círculo do vilarejo como s
ivesse todo o direito de estar ali. Leynestreita os olhos para Cassia, mas deixa-falar. — Nós projetamos que ele
começariam a liberar em torno de doi
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por cento dos imóveis para preservar quantidade máxima de vida ao mesmempo em que estivessem liberando outro
para trabalhar. — Foi como eles começaram —
concorda o Piloto. — Mas ele
aumentaram. Estão recomendando 20%com um aumento maior a seguir.
Um em cinco. Quem eles iria
escolher para cortar primeiro? Aqueleque ficaram imóveis antes? Ou depois? Oque está acontecendo com Lei?
— Isso é muito — retruca Cassia. —
ão é necessário. — O algoritmo presume que a
pessoas estariam dispostas a ajudar — di
o Piloto. — Que não deixariam o
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móveis para trás. E a Insurreição liberoo armazenamento de amostras. Eles estãfornecendo às pessoas amostras de tecid
se elas concordarem em deixar seus entequeridos serem desconectados parganhar espaço.
— As pessoas não estão realmentconcordando com isso, estão? — indagCassia.
— Algumas estão — conta o Piloto. — Mas eles não podem trazer ninguéde volta — argumenta Cassia. —
inguém tem essa tecnologia. Nem
Sociedade, nem a Insurreição. — Os tubos nunca tiveram a função d
razer as pessoas de volta — retruca
Piloto. — Eles sempre foram usados par
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controlar as pessoas que estão aqui. Entãeu vou perguntar de novo: vocês têm umcura?
— Precisamos de mais tempo — pedLeyna. — Não muito.
— Não há mais tempo — diz o Piloto
— Estamos ficando sem comida. Apessoas estão fugindo das Cidades e pardentro dos Bairros, onde elas ataca
aqueles que restaram, ou fogem para campo, onde morrem da mutação, porqunão conseguimos chegar a elas a tempoEstamos ficando sem os ingredientes qu
Oker recomendou para inclusão nabolsas de fluidos e medicação, e nenhudos médicos nas Províncias encontrou
cura.
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— Existe uma cura — alega Cassia. —Xander pode mostrar a seus farmacêuticocomo fazê-la. — Ela segura um tubo paro Piloto. Ela está na mesa de jogo e estogando com todas as suas cartas.
Por um segundo eu acho que Leyna
Colin não vão deixar Cassia se safar coessa, mas nenhum deles diz nada. Todoobservam para ver o que Cassia vai faze
em seguida. — Em quantas pessoas vocêestaram? — indaga o Piloto, pegando ubo de Cassia.
— Apenas uma — conta ela. — KyMas podemos fazer mais.
Isso faz o Piloto rir.
— Uma pessoa — repete ele. — E
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como eu vou saber se Ky ficou realmentcurado? Da última vez que eu o vi, elnão estava nem imóvel.
— Ele estava doente — teima Cassia— Você mesmo viu. Todo mundo aqui vaatestar sua doença.
— Claro que vão — diz o Piloto. —Eles querem passagem para as OutraTerras. Vão concordar com qualque
coisa que você disser. — Se essa é a sua última chance de viaté o vilarejo — continua Cassia —então você deveria pelo menos ver o qu
emos. Não vai demorar muito.Leyna se aproxima sorrindo, como s
ela estivesse nisso o tempo todo. Ma
quando ela chega perto de Cassia
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suficiente para que o Piloto não escuteela sibila:
— Quem? Quem te ajudou?
Cassia não responde àquela perguntaEla está protegendo as pessoas quajudaram com a cura: eu, os guardas
Anna, Noah e Tess. — É a base de Oker — ela diz em vo
alta. Ela olha para o Piloto, mas fala par
odos, tentando fazê-los trabalhar com elnisso. — E é o ingrediente que ele queriaEssa é a verdadeira cura de Oker, e estfuncionando. — Ela começa a descer e
direção à enfermaria. — Seria uma pen— ela grita na direção do Piloto — svocê tivesse vindo até aqui e não tivess
o que precisa.
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O Piloto a segue através do círculo dvilarejo, assim como o resto de nósCassia abre a porta da enfermaria comse estivesse perfeitamente confiante dque tudo lá dentro está bem. Mas vejcomo seus lábios tremem quando Ky olh
para ela, seus olhos límpidos e lúcidosEla não sabia que estava funcionandopelo menos não assim tão bem. E então
por um segundo, é como se nenhum dresto de nós estivesse aqui. Eles são oúnicos no mundo.
— Ky — chama Cassia.
— Já podemos fugir? — ele pergunta ela. Sua voz mal é um sussurro. Todosncluindo Leyna e Colin, se inclinam par
ouvir Ky, muito embora o que ele est
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dizendo não seja para o resto de nós. — Não — responde ela. — Ainda não — Eu sei — fala ele, e há um mei
sorriso em seu rosto. Ela se abaixa parbeijá-lo e suas mãos trêmulas se esticapara as dela, mas ele ainda não consegu
se mover muito. Então eu levanto sua mãe a coloco sobre a dela. Eu o ajudo alcançá-la. Por um momento, eu sou part
do todo. Então, sou posto de lado.O Piloto olha para baixo, para Ky, então levanta a vista para mim. Elacredita em nós? Sua expressão nã
entrega nada. — Oker disse que isso era o que voc
deveria usar? — Ele está me perguntand
diretamente. É minha vez de convencê-lo
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Cassia e Ky fizeram o que podiam. — Oker me contou sobre seu trabalh
na Sociedade — começo. — Sei que el
foi parte da equipe que criou as virosesSei quanto Oker queria encontrar a cura. Eacho que ele encontrou.
— Se o que você está dizendo verdade — diz o Piloto —, vamoprecisar fazer um teste completo da cur
em algum outro lugar. — Quão seguro está o centro médicem Camas, onde Indie me encontrou? —pergunto.
— Ainda temos controle sobre ele —responde o Piloto.
É uma sensação estranha ter alguém e
quem uma vez acreditei decidindo s
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acredita ou não em mim. Eu sustento seolhar, nós dois ficando cara a cara.
O Piloto sabe que não estou lh
contando tudo, mas ele decide que é suficiente.
— Posso levar vocês três embor
agora — afirma o Piloto. — Ver Kyalvez convença alguns dos farmacêutico
e médicos a começar um teste. Ond
podemos encontrar mais da planta quvocês usaram? Vocês têm um estoque àmão?
— Temos — responde Anna. — Fique
fora, desenterrando as plantas, a noitoda.
— E eu talvez saiba onde podemo
conseguir mais — fala Cassia. — Minh
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mãe viu um campo com essa flor, umvez. A Sociedade destruiu aquele campo eReclassificou o agricultor, mas deve te
sobrado alguma coisa. Se pudermos trazeminha mãe de volta, ela vai se lembrar donde viu as flores.
— Então vamos — comanda o Piloto— Coloquem Ky na nave. — Ele gira eseus calcanhares e anda até a porta se
olhar para trás, para nós. — Obrigado — diz Ky para mienquanto o colocamos na nave, Cassiogo atrás.
— Você teria feito o mesmo — afirmoCassia olha em volta, como s
esperasse ver mais alguém, mas o Pilot
voa sozinho.
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— Onde está Indie? — ela pergunta aPiloto enquanto tomamos nossos assentos— Ela está bem?
— Não — responde ele. — Ela tinha mutação e fugiu até ficar sem combustíveSua nave caiu no antigo território Inimigo
ão pudemos dispor de ninguém parrecolher seu corpo.
Indie está morta. Olho para K
primeiro, para ver como ele estaceitando a coisa, e seu rosto está cheide dor, mas ele não está surpreso. Dalguma forma, ele já sabia. Cassia parec
chocada, como se ela não acreditasse qusso seja verdade. Mas é claro que é. Se
que um vírus não pensa ou sente, ma
ainda assim parece que esse gosta d
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evar aqueles que estão mais vivos.
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CAPÍTULO 54
Cassia
Duas coisas impossíveis aconteceram. Kestá curado.
E Indie está morta?
Tenho tantas imagens de Indie eminha mente... Escalando as paredes dEscultura, pilotando o barco rio abaixo
segurando o ninho de vespacuidadosamente com as mãos. Como Indipode ter partido? Ela não pode. Émpossível.
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Mas Ky acredita nisso. Ky voltou. Não há tempo a perder pensando n
milagre, para observá-lo voltar, parsentar e segurar sua mão e falar com ele.
Ao invés disso, há essa corrida
pressa de nos colocar a bordo, e minutodepois de o Piloto ter pousado nvilarejo, nós decolamos. Não tenho um
chance de agradecer a Anna pelos bulbosde dizer adeus a Eli, de olhar de voltpara Leyna e Colin e para os outroaldeões enquanto eles nos observa
partir, esperando que voltemos algum diadessa vez com naves que possam levá-loembora, para as Outras Terras.
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Xander senta no assento do copiloto afivelamos a maca de Ky ncompartimento de carga, onde vai semais seguro. Xander contou a Tess e Noao que ele adicionou à cura, e eles noderam a fórmula para a base de Oker qu
usamos. Desse jeito, podemos dizer àpessoas nas Províncias o que usamos, e oaldeões podem começar a curar o
móveis que ficaram para trás. Umcolaboração novamente, todos nófazendo juntos uma coisa que nos tomarimuito mais tempo sozinhos.
— Vai ser como um teste extra da cura— diz Leyna ao Piloto. — Quando vocvoltar para nos levar embora, vamos te
curado todos esses pacientes, e voc
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poderá levá-los de volta para suafamílias. — Ela soa como se nuncivesse duvidado de Xander; como se ele
não tivessem planejado sentenciá-lo aexílio, ou pior, por destruir a cura dcamassia. Mas é verdade que a cur
pertence ao vilarejo. Anna e Oker, Colin Leyna, Tess e Noah, os guardas — eleambém são pilotos da cura.
Eu me sento no assento do mensageirpara a decolagem, mas assim que ficamoestáveis eu desafivelo o cinto e majoelho perto de Ky, segurando fortement
sua mão. Ele olha para cima, para ateral da nave, e vejo algo desenhado ali
uma verdadeira figura, nada de ranhura
ou marcas. Há pessoas de pé e olhand
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para o céu, que parece estar caindo sobrelas. Mas algumas pessoas — não toda— pegaram pedaços do céu e estã
virando-os em suas bocas. — Bebendo o céu — explica Ky. — É
o que Indie disse que eles estão fazendo
ós tínhamos um desenho como esse euma das nossas naves também. — Elrespira fundo. Sua voz já soa mais forte
— É um desenho de você trazendo águpara o Inimigo para ajudá-los sobreviver, não é? — pergunta ao Piloto.
Por uns minutos o Piloto não responde
Então eu ouço sua voz vir pelo altofalante do compartimento de carga. Estbaixa e triste, e eu penso que pel
primeira vez estamos ouvindo su
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verdadeira voz. — A Sociedade nos disse que a Praga
deixaria o Inimigo doente e fácil d
combater — conta o Piloto. — Eledisseram que iríamos trazer os Inimigocomo prisioneiros. Mas quando a Prag
começou a funcionar, nossas ordens foradeixar os Inimigos onde eles estavam.
— E você os viu morrer — adivinh
Xander. — Vi — confirma o Piloto. — Emboralguns de nós assumíssemos o risco dvoar sobre a água, a maioria do Inimig
não beberia mesmo se houvesse uma secaEles não confiavam em nós. Por qudeveriam? Nós temos nos matado po
anos.
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Penso naquelas pessoas morrendo sedentas, incapazes de beber alguma coisalém da chuva que não veio.
— Então realmente havia um Inimig— diz Ky. — Mas depois que eles sforam, a Insurreição se intrometeu par
fazer sua parte. Você matou osagricultores no alto da Escultura, parmanter seu disfarce?
— Não — afirma o Piloto. — Aquilofoi a Sociedade. Por anos eles usaram apessoas das Províncias Exteriores comum amortecedor entre as Província
principais e o Inimigo. — Ele limpa garganta. — Então eu deveria tepercebido que nós não éramos um
verdadeira rebelião quando deixamos o
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agricultores e tantas outras Anomalias Aberrações morrerem. Nós dissemos nós mesmos que o momento não era
deal para nos revelarmos, mas nódeveríamos ter tentado mesmo assim.
A mão de Ky, cálida no escuro, aperta
a minha. Se a Insurreição tivesse sposicionado, muitos poderiam ter sidsalvos. A família de Ky, Vick, o menino
que tomou o comprimido azul. — Vocês devem saber que ansurreição era real — afirma o Piloto. —
Os médicos que criaram a imunidade a
comprimido vermelho eram verdadeirorebeldes. Assim como sua bisavó. Eassim como muitos outros, especialment
aqueles no Exército. Mas então,
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Sociedade percebeu que seu poder estavescapando e descobriu que eles tinhauma rebelião em seu meio. No começo
entaram retomar o controle se livranddas Aberrações e Anomalias. Depois aSociedade começou a se infiltrar e
nosso meio do jeito que tínhamos feitcom eles. Agora já não sei mais quem quem.
— Então quem foi que botou a Pragnos reservatórios de água das Cidades— pergunta. — Quem tentou sabotar nsurreição, se não foram as pessoa
rabalhando para a Sociedade? — Parece — especula o Piloto — qu
os reservatórios de água fora
contaminados por entusiastas d
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nsurreição bem-intencionados, qusentiram que a rebelião não estavocorrendo rápido o suficiente e decidira
nterceder.Por longos momentos, nenhum de nó
fala. Quando coisas assim acontecem —
quando o que deveria ajudar resulta edano, quando um bálsamo traz dor anvés de cura —, fica claro quão errada
podem se tornar até as escolhas qupretendem ser certas. — Mas por que a Sociedade nã
destruiu direto a Insurreição, se ele
sabiam que vocês existiam? — perguntXander, quebrando o silêncio. — ASociedade poderia ter curado todo mund
sozinha; Oker me disse que eles sempr
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iveram a cura. Por que a Sociedade nãfez curas suficientes de modo que elepudessem deixar a Praga entrar
administrar a cura eles mesmos? — A Sociedade decidiu que seria mai
fácil se tornar a Insurreição — suger
Ky. — Não foi? No momento em que ele diz isso, se
que ele está certo. Por isso a transição d
poder foi tão suave, com tão pouca luta. — Porque, se eles se tornassem nsurreição — digo —, eles poderia
prever o resultado.
O resultado final previsto. É o quminha Oficial disse em Oria, no MuseuEra o que ela queria ver no meu caso, e
que a Sociedade sempre levou e
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consideração. — A Sociedade descobriu que
estávamos tornando as pessoas imunes a
comprimido vermelho — continua Piloto.
— Então mais e mais pessoas nã
podiam esquecer — digo, entendendo. —As pessoas estavam mostrando sinais dquerer uma mudança, uma rebelião. Dess
eito elas teriam uma, e a Sociedadficaria no poder sem que as pessoasncluindo muitas daquelas qu
participaram na Insurreição, soubessem
que realmente tinha acontecido. Elefariam umas poucas mudanças, mas de umodo geral as coisas continuariam a
mesmas. — A Sociedade deve ter sabido
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que as pessoas eventualmente se tornanquietas. Eles devem ter até previstsso. Por que não ter uma rebelião, se ele
podiam calcular o resultado e garantir sepoder de novo, sob um novo nome? Poque não usar a Insurreição, uma rebeliã
verdadeira no começo, para fazer acoisas parecem autênticas? A Sociedadesabia que as pessoas acreditavam n
Piloto, e eles se aproveitaram disso.Mas não saiu como a Sociedadpretendia. A Praga sofreu mutação. E apessoas sabem mais e querem mais do qu
a Sociedade imaginou, mesmo as pessoaque não foram escolhidas para munidade ao comprimido vermelho
Pessoas como eu.
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A Sociedade está morta, mesmo queles não saibam ainda.
Eu acredito em um novo começoAssim como muitos outros lá fora —aqueles escrevendo em pedaços de papepara pendurar na Galeria, aqueles qu
continuam a trabalhar duro para cuidados doentes, aqueles que ousam acreditaque podemos todos ser pilotos de alg
novo e melhor.
Pisamos como veludo na neve — Ouvimos da água um murmúrio breve
Passaram três rios e a colina, Dois desertos e o mar!
Eu olho para Ky e reescrevo o final d
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poema em minha mente.
Mas vou contar com esta jornada
infinda Pois ela me veio te entregar.
A porta do compartimento de carga sabre e Xander desce, a luz da cabine dpiloto se espalhando por trás dele.
— Achei que deveria dar um
verificada em Ky — diz ele. Eu sorripara Xander e ele sorri de volta, e por umomento tudo é como era, do mesm
eito. Xander me olha com desejo e doem seus olhos; nós estamos voando serumo por um mundo que poderia pertencea qualquer um, e eu sei por que K
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retribuiu o beijo de Indie.E então o momento passa, e eu sei co
certeza que é muito tarde para nós, par
Xander e para mim, daquele jeito. Nãporque eu não possa mais amá-lo, maporque não posso mais alcançá-lo.
— Obrigada — digo a Xander, e tenhoa mesma intenção nessas palavras do queu te amo, tanto quanto tudo o que já tenh
dito. E eu sinto uma nota pesada, baixa ansiosa de arrependimento. Porque nfinal eu não falhei com ele porque nãcorrespondia a seu amor, porque e
realmente o amo também. Eu falhei coele porque não posso fazer por ele o quKy faz por mim. Não posso ajudar Xande
a cantar.
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Quando aterrissamos em Camas, descubrque vou voar de novo em breve. Spousamos por tempo suficiente para quXander faça mais da cura, para que epossa levar comigo a Keya. E emboressa seja uma viagem que eu anseio fazer
me custa deixar Ky e Xander para trás. — Eu volto logo — prometo a ambos
e vou mesmo, em uma questão de horas
ao invés de dias ou semanas. Mas eu vejnos olhos de Ky a mesma preocupaçãque sei que está nos meus. Nós somoassombrados por outras despedidas
antas delas...Assim como Xander. Hunter estav
certo sobre uma coisa. Tem havido muita
partidas.
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ós pousamos em um longo campo, qunão chega a ser uma pista de pousopróximo à cidadezinha em que meus paiviveram em Keya. Enquanto o Piloto, médico e eu deixamos a nave, vejdiversas pessoas no chão andando par
nos encontrar. Uma delas, menor do quas outras, começa a correr e eu começo correr também.
Ele joga os braços ao meu redor. Estcrescido, mas eu ainda sou maior, e maivelha, e eu não estive aqui para protegêo.
— Bram — digo, e então minhgarganta dói tanto que não posso maifalar.
Um agente da Insurreição vem por trá
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dele. — Nós o encontramos bem antes d
vocês aterrissarem.
— Obrigada — consigo dizer, e entãochego para trás para olhar Bram. Ele mencara de volta. Está muito sujo, muit
magro, e seus olhos mudaram escureceram. Mas eu ainda o conheço. Eo viro e exalo um suspiro de alívi
quando descubro a marca vermelha eseu pescoço. — Os dois ficaram doentes — di
Bram. — Mesmo com as imunizações.
— Achamos que encontramos uma cur— digo. Respiro fundo. — É tarddemais? Você sabe onde eles estão?
— Sim — responde Bram, e então el
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balança a cabeça. Seus olhos se enchede lágrimas, e não sei dizer se ele está mmplorado para não falar mais, não quere
saber qual pergunta ele está respondendo — Me segue — pede ele, e começa d
novo a correr, bem como ele sempre qui
fazer, em campo aberto, descendo as ruada cidade. Nenhum Oficial para ele oresto de nós, enquanto nos apressamo
pelas ruas vazias sob o sol brilhante negligente.
Para minha surpresa, Bram me leva aminúsculo Museu da cidade, não ao centrmédico. Dentro do Museu, todas avitrines de exibição foram quebradas, e
vidro se espalhou. Quaisquer artefato
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que tenham sido guardados aqui agora sforam; o mapa da Sociedade forabiscado, alterado. Eu gostaria de olha
mais atentamente para ver o que estmarcado ali agora, mas não temos tempo.
Há muitos imóveis, estirados no chã
por todo o salão. Umas poucas pessoaevantam o olhar quando entramos, e seu
rostos relaxam ligeiramente à vista d
Bram. Ele pertence a esse lugar. — Eles ficaram sem espaço no centrmédico — explica Bram —, então eu tivque trazer ela para cá. Eu tive sorte
porque tinha coisas para negociar. Outrapessoas tiveram que fazer o melhor qupuderam em suas casas. Aqui pelo meno
eles têm as bolsas de nutrientes, alguma
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vezes. Ela. Minha mãe. E quanto a ele? E me
pai?
Bram se ajoelha.Ela parece muito ausente. Eu tento nã
entrar em pânico. Seu rosto está tã
pálido contra as sardas espalhadas; hmais grisalho em seu cabelo do que membro, mas ela parece jovem com seu
olhos abertos assim; jovem e perdida parnós. — Eu a viro a cada duas horas, com
eles me disseram para fazer — cont
Bram —, e suas feridas cicatrizaram. Maelas estavam ruins. — Ele fala muitrápido. — Mas olha: ela tem uma da
bolsas agora. Isso é bom, não é? Elas sã
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caras. — É — respondo. — É muito bom. —
Eu o puxo para perto novamente. — Com
você conseguiu? — pergunto. — Eu negociei com os Arquivistas —
responde Bram.
— Pensei que os Arquivistas tivessedo embora — digo.
— Alguns voltaram — fala Bram. —
Os que tinham a marca vermelhcomeçaram a negociar de novo. — Eu nãdeveria estar surpresa. Claro que algunArquivistas não seriam capazes de resisti
a voltar, vendo o vácuo para o qual elepoderiam trazer suas negociações e suabugigangas.
Eu me inclino na direção de Bram,
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fim de que possa sussurrar para ele. — Nós vamos levá-la conosco —
digo.
— É seguro? — Bram sussurra dvolta.
— É — confirma o médico d
nsurreição. — Ela pode ser transportadaEstá estável e não apresenta sinais dnfecção.
— Bram — digo suavemente —, nóainda não temos muito da cura. Ansurreição acha que a Mamãe pode se
capaz de ajudá-los, então ele
concordaram que ela fosse uma daprimeiras a tomá-la. — Olho de relancpara minha mãe, com seus olhos fixos. —
E eu barganhei por ele também, já qu
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estávamos vindo para cá. Mas onde elestá? Onde está o Papai?
Bram não responde a minha pergunta
Ele olha para longe. — Bram — insisto —, onde está
Papai? Você sabe? Ele pode vir com a
gente para tomar a cura... eleprometeram... mas não temos muito tempoTemos que encontrar ele agora.
E então Bram começa a soluçarsuspiros grandes e pesados. — Eles trazem os mortos para o camp
— diz ele. — Só nós que somos imune
podemos sair para verificá-los. — Elolha para cima, para mim, com olhocheios de lágrimas. — É isso que eu tenh
feito pelos Arquivistas — explica ele. —
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Eu posso sair e procurar por rostos. — Não — digo com horror. — É melhor do que vender os tubos —
retruca ele. — Esse é o outro trabalho qupaga bem. — Seus olhos estãdiferentes... muito mais velhos tendo vist
anto... e ainda são os mesmos, coaquele brilho obstinado que eu conheção bem. — Eu não faria isso. Vender o
ubos é uma mentira. Dizer às pessoas sseus amigos e familiares estão ou nãmortos é que é a verdade.
Bram dá de ombros.
— Os Arquivistas me deixaraescolher — conta ele. — Eles têpessoas vindo o tempo todo atrás d
nformações ou tubos, ou para saber ond
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as pessoa que eles amam estão. Então eos ajudei. Eu poderia encontrar a pessoase eles me dessem uma foto. E então ele
me pagavam com o que eu precisava parmim. E para ela.
Bram fez tudo o que pôde para toma
conta de nossa mãe, e estou feliz que ele enha salvado, mas o preço foi muito alto
O que meu irmão viu?
— Eu não cheguei a tempo para ele —fala Bram.Quase pergunto a Bram se tem certeza
quase lhe digo que pode estar enganado
mas ele sabe. Ele viu.Meu pai se foi. A cura chegou muito
arde para ele.
— Nós precisamos ir — avisa
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médico, enquanto ajuda o agente dnsurreição a levantar minha mãe na maca
— Agora.
— Para onde vocês estão levando ela— pergunta alguém, do outro lado dsalão, mas não respondemos.
— Ela morreu? — grita outra pessoaEscuto seu desespero.
Nós passamos pelos imóveis e aquele
que cuidam deles, deixando-os para tráse meu coração dói. Nós vamos voltarquero dizer. Com curas suficientes parodo mundo da próxima vez.
— O que vocês têm? — mais alguépergunta, abrindo caminho. UArquivista. — Vocês têm um tipo
diferente de remédio? Quanto vale?
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O agente cuida dele, enquanto noapressamos passando pelas portas dMuseu.
Na nave, Bram sobe no compartimentde carga comigo e com o médico, qucoloca um acesso venoso em minha mãe
Puxo Bram para perto e ele chora, chora chora; meu coração se parte e acho qusuas lágrimas nunca vão acabar. E então
elas acabam e é pior, um calafrio estremecimento que sacodem seu corpnteiro, e não sei como posso sentir tant
dor e sobreviver, e ao mesmo tempo se
quanto tenho que viver. Por favor , pensoque Bram possa sentir aquela segundarte, em algum lugar dentro de seu
desespero, porque ainda estamos juntos
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ainda temos um ao outro.
Quando Bram adormece, pego a mão dminha mãe. Ao invés de cantar para ela onomes das flores, como eu tinhplanejado, digo seu nome, porque é iss
que meu pai teria feito. — Molly — digo. — Estamos aqui. —
Pressiono a flor de papel em sua palma
seus dedos se curvam um pouco. Ela sabique esse lírio iria nos curar? Que ermportante, de alguma forma? Ela estav
simplesmente encontrando um jeito de menviar algo bonito?
Qualquer que seja o caso, funcionou.Mas não cedo o suficiente para me
pai.
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CAPÍTULO 55
Xander
I sso tudo é muito natural para você, Leme disse uma vez. Não é? Eu me perguntse os médicos me observando injetar
cura na intravenosa pensam a mesmcoisa. O paciente recebendo a cura ficomóvel no mesmo espaço de tempo e
que Ky ficou — essa é uma exigência paresse primeiro teste da cura. — Isso é tudo o que vocês têm qu
fazer — digo aos médicos. — Injetar
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solução e esperar que ela aja.Os médicos concordam. Eles j
fizeram isso antes. Eu já fiz isso antes
durante a Praga original, quando eprimeiro dei curas e discursos no centrmédico. Restaram poucos de nós agora.
— Esses cem pacientes são os únicoque temos nesse teste — aviso aomédicos. — Estamos tentando encontra
mais da planta, mas não vai florescer pomuito mais tempo. Nós sabemos estrutura do composto principal, entãemos pessoas correndo contra o temp
para encontrar o caminho sintético, parque possamos fazê-lo no laboratório. Maudo com que vocês têm que se preocupa
é cuidar dos pacientes. “Vocês vão
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precisar dar novas doses a cada duahoras.” Eu gesticulo para onde osuprimentos estão armazenados, em u
armário trancado guardado por diversoagentes armados. — Vocês devemobservar alguma melhora lá pela segund
dose. Se a taxa de recuperação deles foão rápida quanto a da nossa cobainicial, eles vão começar a falar
conversar de novo depois de umas poucahoras, e andar dentro de dois dias. Manão espero essa taxa de recuperação aquTenham certeza de não desperdiçar nad
da cura.”Como se eles precisassem do aviso. O
que nós precisamos é de mais flores,
que a mãe de Cassia volte. Ela fico
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móvel por semanas, muito mais do quKy ficou, e vai demorar mais para elvoltar do que ele. A Insurreição ainda não
foi capaz de encontrar seu relatório daplantações ilegais no banco de dados dSociedade, então precisamos de sua ajud
desesperadamente. Nesse meio-tempo, o Piloto te
equipes vasculhando os campos
campinas próximos à cidade de Camascom instruções de não colher nada, parque as flores possam crescer de novo, ncaso de precisarmos delas novamente.
Imagino se eles vão ser capazes dresistir. Não é exatamente fácil guardacoisas para o futuro quando o presente
ão incerto.
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— Você parece certo de que isso vafuncionar — diz um dos médicos. Seuuniformes estão sujos e todos eleparecem exaustos. Eu me lembro dalguns deles, de quando estive aqui antesParece que se passaram anos e nã
semanas. — Eu não sei por quanto tempo mai
eu conseguiria fazer isso — admite u
dos médicos. — Agora há uma razão parcontinuar.Eu queria poder ficar e ajudar, ma
devo voltar ao laboratório par
supervisionar os farmacêuticos dnsurreição que estão fazendo mais d
cura.
— Vou voltar para verificar o
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pacientes mais tarde — digo.Os médicos começam a descer a
fileiras com a cura. Eu terminei aqui po
enquanto e acho que tenho tempsuficiente para visitar minha antiga ala.
Os olhos de Lei estão muito vidrados ela cheira a infecção. Mas a virararecentemente, e seus longos cabelo
negros foram trançados para não caíreem seu rosto. E as pinturas ainda estãpenduradas em cima de cada paciente. Omédicos aqui têm feito seu melhor.
Nem sempre vem fácil para mimquero dizer a ela, enquanto injeto a curem sua via intravenosa. Não nesse exat
momento. Por favor, volte. Se você
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estivesse aqui, ajudaria.Essa é uma das curas que fiz n
vilarejo. Eu não entreguei todas elas par
a equipe de pesquisas tentando sintetizaos ingredientes no laboratório. Guardeuma para Lei. Ela não sucumbiu muit
antes de Ky, então há uma chance. ClaroLei não tinha os remédios de Oker nabolsas.
Escuto passos atrás de mim e me virpara olhar. É um dos médicos qurabalhava aqui na mesma época que eu.
— Eu não sabia que a gente ia recebe
algumas novas curas aqui em cima — diele.
— E não vão — replico. — O grup
que eles estão usando precisava te
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sucumbido dentro de certo espaço dempo. Ela estava fora dele. — Eermino de esvaziar a seringa e me vir
para olhá-lo. — Mas eu tinha algumaextras. — Eu seguro vários frascos. —Pode ser que eu não seja capaz de vir aqu
por algum tempo. Devo voltar a trabalhapara fazer mais disso.
O médico coloca os frascos no bols
do uniforme. — Eu vou dar a ela — afirma ele. — A cada duas horas — aviso. Parece
que não vou poder deixá-la sozinha assim
Sei como Cassia se sentiu na enfermariaEu posso confiar no médico? Tenhocerteza de que há mais alguém que el
curaria, se pudesse.
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— Não vou tentar desviar isso paroutra pessoa — explica ele. — Quero vese funciona primeiro.
— Obrigado — digo. — Realmente funciona? — Funcionou em 100% do primeir
grupo de testes — respondo. Eu só omito fato de que o primeiro grupo de testesó incluía uma pessoa.
— Eu tenho que perguntar —prossegue ele. — Você é o Piloto? — Não — respondo.Paro na porta um segundo e olho d
volta para Lei. Não se deve fazer o qufizemos com essa cura e Ky, e deixar sóum paciente ter tanta significância. É s
uma pessoa. Mas, é claro, uma pesso
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pode ser o mundo.
Recebemos o primeiro conjunto de dadoseles estão voltando. Eles parecemmelhores.
De acordo com os números, 57 do
100 agora conseguem seguir movimentocom os olhos. Três falaram. O total de 83pacientes apresenta algum tipo d
melhoria: se não na fala e na visão, entãna cor, ou ritmo cardíaco aumentado, ona respiração, que chega perto dos níveinormais. Eles levam o dobro do tempque Ky levou para exibir essas melhorianiciais, mas pelo menos a cura est
funcionando.
— Dezessete deles não estã
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respondendo de jeito nenhum — avisa curador-chefe. — Achamos que elepodem estar imóveis há mais tempo d
que pensávamos anteriormente. Deve tehavido um erro no registro de dados.
— Continue tentando trazê-los de volt
— digo. — Dê a eles os dois dias inteirode medicação.
O médico concorda. Eu pego
miniterminal e passo a informação para Piloto. — O que você acha? — pergunta ele. — Acho que a gente não devia espera
mais — afirmo. — Eu treinei os outroaqui para fazer a cura. Eles podesupervisionar seus próprios laboratório
nas outras Cidades se os enviarmos par
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á. Mas ainda não descobrimos comsintetizá-la. Você tem bulbos suficientes?
— Achamos o bastante para começa
— responde ele. — Precisamos de mais. — Você viu os dados que a gente
recebeu — aponto. — Tempo conta.
— O que você acha que devemos fazeprimeiro? — pergunta ele. — Enviar paras outras Cidades agora ou começar aqu
e depois enviar para fora? — Não sei — admito. — Pergunte Cassia. Ela pode classificar melhor. Vouvoltar ao centro médico para ver o
pacientes eu mesmo. — Bom — diz o Piloto.Eu ando até o centro médico. Há outr
paciente que preciso ver, cujos dados não
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estavam incluídos no relatório inicial. Omédicos não têm mantido seu registroporque não sabem dela. Os outro
médicos acenam para mim quando entromas me deixam sozinho, e eu ficsatisfeito.
A pintura acima dela é aquela mesmaa pintura da menina pescando. Lei encara água, e eu sorrio, por via das dúvidas.
— Lei — chamo. É tudo o que consigdizer antes que seus olhos se movaigeiramente e me enfoquem.
Ela está aqui.
Ela me vê.
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CAPÍTULO 56
Cassia
— Não pergunte logo para sua mãsobre seu pai ou sobre as flores — avisXander. — Dê a ela um pouco de tempo
Sei que todos dizem que não temos tempalgum, mas ela esteve ausente muito maiempo do que Ky. Temos que se
cuidadosos.Então eu sigo seu conselho. Não façperguntas a ela, só fico ali, com Bramsegurando suas mãos e dizendo a ela que
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amo. E a cura funciona em minha mãe. Elparece feliz que eu esteja aqui, e em veBram, mas fica consciente e inconsciente
um retorno diferente do de Ky. Ela ficoausente muito tempo.
Mas Mamãe é forte. Após alguns dia
ela fala, sua voz um sussurro, umsementinha.
— Vocês dois estão bem — constata,
Bram abaixa a cabeça perto dela, ncama, e fecha os olhos. — Estamos — confirmo. — Nós enviamos uma coisa para voc
— lembra ela. — Você recebeu? —Mamãe olha para o médico que verocar seu acesso venoso e percebo qu
ela não quer falar muito claramente n
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frente dele. E não menciona meu pai. Elestá com medo de perguntar porque nãquer saber?
— Está tudo bem — tranquilizo-a. —ós podemos falar aqui. E eu receb
Obrigada por enviar o microcartão. E
flor... — paro por um momento, sequerer apressá-la, mas o momento pareccerto. Ela puxou o assunto do presente. —
É um Lírio de Sego, não é?Mamãe sorri. — É — concorda ela. — Você se
embrou.
— Eu os vi crescer na natureza —conto. — São tão lindos quanto vocdisse que seriam.
Ela está se agarrando firme a ess
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conversa de flores, como eu fiz antesquando estava com medo e sozinha. Svocê canta e fala de florescimentos
pétalas que voltam depois de estarem uongo tempo hibernando, você não precis
pensar em coisas que não voltam.
— Você esteve em Sonoma? —pergunta ela. — Onde?
— Eu não estive lá — respondo. — E
as vi crescendo em outro lugar. Foi eSonoma que você viu as flores? — Foi — responde Mamãe, se
hesitação ou incerteza. — Nas Fazenda
de Sonoma, do lado de fora de umcidadezinha chamada Vale.
Eu olho na direção de um médico e el
me acena de volta antes de sair do quart
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para relatar a informação. A plantação eraem Sonoma. Minha mãe se lembrou.
Há tanta coisa que quero perguntar
ela, mas isso é o suficiente por enquanto. — Estou feliz que você voltou — digo
Coloco minha cabeça em seu ombro, e nó
rês estamos juntos, sem ele.
— Você ainda tem o microcartão? —
pergunta minha mãe. — Eu posso vê-lo dnovo? — Pode — respondo. Aproximo minh
cadeira da cama e seguro o leitor ddados de modo que ela possa ver a tela.
Ali estão as fotos outra vez: Vovô comseus pais, com minha avó, meu pai.
“Ao se despedir, como é de costume
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Samuel Reys fez uma lista com sumemória favorita de cada um dos seumembros familiares sobreviventes”, diz
historiadora.“Aquele que ele escolheu com su
nora, Molly, foi o dia em que eles s
conheceram.” A voz da historiadora soacheia e orgulhosa, como se isso fosse umconfirmação da validade dos Pares, o qu
eu suponho que de certa forma seja. Mas ambém uma confirmação do amor. Domeu avô deixando meu pai ir permitindo-o escolher o que ele queria.
Lágrimas escorrem pelas bochechas dminha mãe. Todos eles se foram agora, ooutros daquele encontro. Minha avó, qu
disse que minha mãe ainda tinha o sol e
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seu rosto. Meu avô. Meu pai. — Sua memória favorita de seu filho
Abran, foi do dia em que eles tiveram su
primeira discussão de verdade.Dessa vez, eu encontro o botão par
pausar o microcartão. Por que o Vovô
escolheria uma memória como essa? Eenho tantas memórias do meu pai — su
risada, seus olhos se iluminando quand
ele falava sobre seu trabalho, o jeitcomo papai amava minha mãe, os jogoque nos ensinou. Meu pai foi, em primeirugar e acima de tudo, um homem gentil, e
a despeito do poema aconselhando doutra forma, espero que essa tenha sido forma como ele foi para a noite.
— Por quê? — pergunto suavemente
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— Por que o Vovô diria aquilo sobre oPapai?
— Parece estranho, não parece? — di
minha mãe, e eu a olho me observandocom lágrimas descendo pelo rosto. Elsabe que meu pai se foi, mesmo que nã
enha perguntado e eu não tenha contado. — Parece — respondo. — Aquela memória aconteceu antes d
eu conhecer seu pai — diz minha mãe. —Mas ele me contou. — Mamãe faz umpausa e coloca a mão espalmada sobre peito. Ela acha difícil respirar sem ele, e
acho; algo nela ainda está se afogando upouco com a perda. — Seu pai me contoque seu avô te deu os poemas, Cassia —
continua ela. — Ele tentou dá-los a se
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pai também.Agora eu não consigo respirar. — Ele deu? — sussurro. — O Papa
os leu? — Só uma vez — conta minha mãe. —
Então ele os devolveu. Ele não os queria.
— Por quê?Minha mãe balança a cabeça. — Seu pai sempre me disse que er
porque era feliz na Sociedade. Ele querique tudo fosse seguro. Queria o que Sociedade podia oferecer. Essa foi escolha dele.
— O que o Vovô fez? — pergunto. Eumagino dar a alguém tal presente e entã
receber de volta. Pais sempre dão coisa
que não são solicitadas. Vovô tentou dar
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ao meu pai os poemas e contar a ele sobra rebelião. Minha mãe e meu pai tentarame dar segurança.
— Foi aí que eles discutiram —explica minha mãe. — Sua bisavó tinhguardado os poemas. E havia certo legad
da rebelião associado a eles. Mas Abraachou que era muito perigoso, que seu avcorria muitos riscos. Com o tempo, Vovô
aceitou a decisão do seu pai. — Ela desca mão do peito e inspira ainda maiprofundamente.
— Vocês sabiam que o Vovô daria os
poemas para mim? — pergunto. — Achamos que ele poderia dar —
responde minha mãe.
— Por que vocês não o impediram?
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— Não queríamos tirar suas escolha— explica ela.
— Mas o Vovô nunca me falou dansurreição — lembro.
— Acho que seu avô queria que vocencontrasse seu próprio caminho —
sugere minha mãe. Ela sorri. — De certforma, ele foi um verdadeiro rebeldeAcho que foi por isso que escolheu aquel
discussão com seu pai como sua memórifavorita. Embora tenha ficado chateadquando a briga aconteceu, mais tarde elviu que seu pai era forte ao escolher su
própria trajetória, e o admirou por isso.Entendo por que meu pai tinha qu
honrar o último pedido do Vovô —
destruir sua amostra —, mesmo que nã
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concordasse com a escolha. Foi sua vede retribuir; ser aquele que respeita honra uma decisão tomada. E meu pa
ambém estendeu aquele presente a mimEu me lembro do que disse em sebilhete: Cassia, quero que você saiba qu
estou orgulhoso de você por ver atravédas coisas e por ser mais corajosa dque eu fui.
— Foi por isso que a Insurreição nãnos tornou imunes ao comprimidvermelho — diz Bram para mim. —Porque eles pensavam que nosso pai er
fraco. Eles achavam que Papai era uraidor.
— Bram — repreendo.
— Eu não disse que acreditava nele
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— explica Bram. — A Insurreição estavaerrada.
Eu olho para minha mãe. Seus olho
estão fechados. — Por favor — pede ela. — Coloqu
o resto.
Eu aperto o botão do leitor de dados a historiadora fala de novo.
“Sua memória favorita de seu neto
Bram, foi sua primeira palavra”, diz historiadora. “A palavra foi ‘mais’.”Bram sorri um pouco.“Sua memória favorita de sua neta
Cassia”, prossegue a historiadora, e eu mnclino para ouvir, “foi o dia no jardi
vermelho.”
Isso é tudo. O leitor de dados se apaga
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Minha mãe abre os olhos. — Seu pai se foi — diz ela, os lábio
remendo. — Sim — confirmo. — Ele morreu enquanto vocês estava
móveis — conta Bram à minha mãe. Se
sorriso se foi, e sua voz soa pesada riste, exausta por ter que contar essa
notícias terríveis.
— Eu sei — diz minha mãe, sorrindpor entre as lágrimas. — Ele veio sdespedir.
— Como? — pergunta Bram.
— Não sei — diz ela. — Mas ele veioQuando eu estava imóvel, eu o vi. Elestava lá, e então ele foi embora.
— Eu o vi morto, mas não do jeito qu
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você viu — explica Bram. — Eu vi secorpo.
— Ah, Bram, não — exclama minh
mãe, sua voz um sussurro de agonia. —ão, não — repete, e puxa meu irmã
para mais perto. — Eu sinto muito — el
diz a ele. — Eu sinto muito.Minha mãe segura meu irmão apertado
Eu respiro de modo irregular, do jeito qu
você respira quando a dor é muito fortpara chorar, quando você não conseguchorar porque tudo que você é é dor, e svocê deixar algo sair pode deixar d
existir. Quero fazer alguma coisa parmelhorar isso, muito embora eu saiba qunada pode mudar o fato do meu pai esta
morto e enterrado.
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Minha mãe me olha e seu olhar suplicante.
— Você pode me trazer uma coisa —pede ela —, qualquer coisa, que estejcrescendo?
— Claro — concordo.
Eu não conheço plantas como minha mãconhece, então eu nem tenho certeza d
que é isso que eu desenterro no pequenpátio do centro médico. Poderia ser umerva-daninha, poderia ser uma flor. Maacho que ela ficaria feliz com ambas —ela só quer e precisa de algo parcombater a esterilidade de seu quarto e vazio de um mundo sem meu pai.
Dobro a embalagem de alumínio qu
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rouxe comigo em um tipo de xícaracoloco um bocado do solo dentro e retira planta.
As raízes ficam penduradas; algumagrossas, outras tão finas que a brisa passpor elas com tanta facilidade quanto pass
pelas folhas.Quando me levanto, meus joelhos estã
empoeirados, minhas mãos estão escura
de terra. Estou levando uma planta parminha mãe porque não há jeito de trazemeu pai de volta para ela. Eu entendporque as pessoas queriam os tubos
ambém estou desesperada por algo eque possa me segurar.
E então, parada ali com raíze
pingando terra em meus pés, o meio d
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memória do dia no jardim vermelho mvem à cabeça. Meu pai, minha mãe, Vovôsua amostra de tecido, sementes d
choupo, flores crescendo selvagens feitas de papel, bulbos vermelhoamarrados firmes, o comprimido verde
os olhos azuis de Ky, e subitamentconsigo seguir a pista do dia no jardivermelho do Vovô, eu consigo pegá-la e
segui-la até as folhas e galhos e todo caminho até as raízes.E eu prendo a respiração ao m
embrar...
De tudo.***
As mãos da Mamãe estão encardida
de terra, mas posso ver as linha
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brancas atravessando suas palmaquando ela levanta as mudas. Estamoaradas no viveiro do Arboreto; o teto
de vidro acima de nós e a bruma úmidaaqui dentro enganam o frio da manhã drimavera lá fora.
— Bram chegou na escola a tempo —digo.
— Obrigada por me avisar — retruca
ela, sorrindo para mim. Nos raros dias em que tanto elaquanto meu pai têm que ir trabalhacedo, é minha responsabilidade leva
ram para pegar seu trem cedo, para arimeira Escola. — Aonde você vai agora? Você tem
alguns minutos antes do trabalho.
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— Talvez eu passe para ver o Vovô —respondo. Está tudo bem desviar darotina habitual desse jeito, porque o
anquete do Vovô está chegando. Assimcomo o meu. Temos tantas coisas paraconversar...
— Claro — concorda ela. Mamãe estransferindo as mudas dos tubos ond
elas começaram, enfileiradas em um
bandeja, para suas novas casasvasinhos cheios de solo. Ela levanta umdas mudinhas.
— Não tem muitas raízes — percebo.
— Ainda não — explica minha mãe Elas virão. Dou-lhe um beijo rápido e parto d
novo. Não posso demorar muito em se
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ocal de trabalho e tenho um trem aéreoara pegar. Acordar cedo com Bram me
deu um pouco de tempo extra, mas nã
muito.O vento da primavera está forte, m
empurrando para um lado, me puxand
ara outro. Ele faz girar no ar algumadas últimas folhas de outono, e imaginse eu subisse na plataforma do trem
aéreo e pulasse, se a espiral de vento megaria e me levaria para cimrodopiando.
Não consigo pensar em cair sem
ensar em voar. Eu poderia fazer isso, acho, s
encontrasse um jeito de criar asas.
Alguém se aproxima de mim enquanto
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asso pelo complicado mundo da Colinaa caminho da parada do trem aéreo.
— Cassia Reyes? — pergunta a
rabalhadora. Os joelhos de suas roupade trabalho estão escurecidos de sujeiracomo os da minha mãe quando est
rabalhando. A mulher é jovem, algunanos mais velha do que eu, e ela temalgo na mão, mais raízes pendendo par
baixo. Arrancando ou plantando?, eu mergunto. — Sim? — digo. — Preciso falar com você — avisa a
mulher. Um homem emerge da Colinaatrás dela. Ele tem a mesma idade drabalhadora, e algo a respeito deles m
az pensar, Eles dariam um bom Par
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unca tive permissão para ir à Colina, olho de volta para o tumulto de plantas loresta atrás dos trabalhadores. Como é
estar em um lugar tão selvagem? — Precisamos de você para
classificar uma coisa para a gente —
ede o homem. — Sinto muito — digo, movendo-m
novamente. — Eu só classifico n
rabalho. — Eles não são Oficiais, nemmeus superiores ou supervisores. Essenão é o protocolo, e eu não burlo aregras por estranhos.
— É para ajudar seu avô — explica mulher.
Eu paro.
— Houve um problema — diz ela. —
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Talvez ele não seja um candidato àreservação de tecido, no final da
contas.
— Isso não pode ser verdade —retruco.
— Infelizmente, é — insiste o homem
Há provas de que ele roubou daSociedade.
Eu rio.
— Roubou o quê? — pergunto. Vovônão tem quase nada em seu apartamento — Os roubos aconteceram há muito
empo — explica a mulher —, quando el
rabalhou nos locais de Restauração.O homem segura um leitor de dados
le é antigo, mas as imagens na tela sã
claras. Vovô, mais jovem, segurando
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artefatos. Vovô enterrando os artefatosem uma área florestal.
— Onde é isso? — indago.
— Aqui — ambos dizem. — NColina.
As imagens cobrem um espaço d
muitos anos. Vovô envelhece enquantoasso por elas. Ele fez isso durant
muito, muito tempo.
— E a Sociedade só encontrou essamagens agora? — pergunto. — A Sociedade não sabe — explica
mulher. — Gostaríamos de manter desse
eito, para que ele ainda possa ter seanquete e ter sua amostra recolhidaós precisamos que você nos ajude, em
roca disso. Se você não ajudar, nós
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vamos entregá-lo. Eu balanço a cabeça. — Não acredito em vocês — digo. —
ssas imagens... Elas poderiam ter sidalteradas. Vocês podem ter inventadosso tudo. — Mas meu coração s
acelera mais. Não quero que o Vovô semeta em problemas. E o pensamento dsua amostra é a única coisa que torna
dor do Banquete, que está chegandosuportável. — Pergunte ao seu Avô — sugere o
homem. — Ele vai te contar a verdade
Mas você não tem muito tempo. Aclassificação para a qual precisamos dajuda acontece hoje.
— Vocês pegaram a pessoa errada —
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alo. — Eu só estou em treinamento. Nemenho minha designação final drabalho ainda.
Eu deveria ignorá-los completamenteou denunciá-los à Sociedade. Mas eleme deixaram inquieta. E se eles levaram
essa história — seja ela verdadeira ounão — até a Sociedade? Então umesperança desvairada me vem à mente
se eles levarem, será que a Sociedadatrasaria o Banquete do Vovô enquantonvestigasse? Poderíamos ter um pouc
mais de tempo? Mas então percebo qu
sso não vai acontecer. A Sociedade vadar o Banquete final e recolher aamostra conforme o planejado, e então
se houver provas suficientes, eles podem
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decidir destruí-la. — Nós precisamos que você adicion
dados à classificação — informa
homem. — Isso é impossível de fazer — aviso Quando eu trabalho, só classific
dados já existentes. Não insiro nadanovo.
— Você não precisa inserir nada —
diz a mulher. — Tudo o que você precisaazer é acessar um conjunto de dadoadicionais e transferir alguns dessedados.
— Isso também é impossível —afirmo. — Eu não tenho as senhas dacesso. A única informação que eu vejo
a que eles me dão.
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— Nós temos um código que vai termitir puxar mais dados — fala
homem. — Vai te ajudar a acessar omainframe da Sociedadsimultaneamente, enquanto você estclassificando a informação.
Eu fico ali, ouvindo, enquanto mdizem o que querem que eu faça. Quandoeles terminam, eu me sinto estranha
onta, como se o vento afinal tivesse megado e levado embora. Isso estmesmo acontecendo? Eu vou fazer o questão me pedindo?
— Por que vocês me escolheram? —quero saber.
— Você se encaixa em todos o
critérios — declara o homem. — Você
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oi designada para a classificação hoje. — Além disso, você é uma das mai
rápidas — acrescenta a mulher. — E das
melhores. — E então ela diz mais algumcoisa, algo que soa como “E você vaesquecer”.
epois que eles terminam de me explicao que querem que eu faça, me sobra
muito pouco tempo. Mas eu ainda assimdesço na estação próxima aapartamento do Vovô. Eu tenho que falacom ele antes de decidir o que fazer. Eas pessoas no Arboreto estão certas. OVovô vai me dizer a verdade.
Vovô está do lado de fora, na área
verde, e, quando me vê, surpresa e
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elicidade cruzam seu rosto. Eu sorrio dvolta, mas não tenho tempo a perder.
— Tenho que ir trabalhar — aviso. —
Mas tem uma coisa que preciso saber. — Claro — concorda ele. — O que é Seus olhos estão penetrantes
aguçados. — Alguma vez — começo — voc
egou alguma coisa que não pertencia
você?Meu avô não me responde. Vejo umestanejar de surpresa em seus olhosão sei dizer se ele está surpreso com a
ergunta ou com o fato de eu saber erguntar isso. Então concorda. — Da Sociedade? — sussurro tão
baixo que mal posso me ouvir.
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Mas ele entende. Ele lê as palavraem meus lábios.
— Sim — responde. E olhando para meu avô, percebo qu
ele tem mais a me dizer. Mas eu nãoquero ouvir. Já ouvi o bastante. Se ele
admite isso, então o que o casal dissoderia ser verdade. Sua amostra pod
estar em risco.
— Eu volto mais tarde — prometo, mviro e desço correndo o caminho sob asárvores de brotos vermelhos.
O trabalho está diferente hoje. Norahminha supervisora de sempre, não podser encontrada em lugar nenhum, e e
não reconheço muitas das pessoas no
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centro de classificação.Um Oficial assume a sala tão log
odos nós estamos em nossos lugares. — A classificação de hoje será um
ouco diferente — avisa ele. — Vai seruma classificação de pares exponencial
usando dados pessoais de um elementda Sociedade.
As pessoas no Arboreto estavam
certas. Elas falaram que esse seria o tipde classificação que eu faria hoje. E mdisseram mais do que a Sociedade diagora. A mulher no Arboreto afirmou qu
os dados eram do próximo Banquete dar. Meu Banquete. A Sociedade não
deveria estar classificando tão perto d
anquete. E as pessoas do Arboreto
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disseram que alguns daqueles qudeveriam ser incluídos na seleção d
anquete tinham sido deixados de for
de propósito pela Sociedade. Os dadodessas pessoas existem no banco ddados, mas não estariam na seleção. S
eu fizer o que o homem e a mulher drboreto me pedem, vou mudar isso.
O homem e a mulher dizem que essa
outras pessoas pertencem à seleção, qué injusto deixá-las de fora. Do mesmeito que é injusto impedir o Vovô de te
sua amostra preservada.
Estou fazendo isso pelo Vovô, maambém estou fazendo por mim. Eu queroer meu Par de verdade, com todas a
ossibilidades incluídas.
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Quando eu acesso os dadoadicionais e nada acontece, nenhumalarme soa, dou um pequeno suspiro dalívio. Por mim, que ainda não fui pegae por quem quer que eu tenha qucolocar de volta na seleção.
Os dados estão em números, então eunão sei seus nomes ou mesmo a que odados correspondem; só sei o que
deal, quais deveriam combinar comquais, porque o Oficial nos disse peloque procurar. Não estou mudando orocedimento da classificação em si, só
adicionando dados à seleção. A Sociedade deveria te
classificadores especiais para fazer isso
na Central. Mas eles não estão usando
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os, estão nos usando. Eu me perguntoor quê. Acho que os critérios que orabalhadores do Arboreto disseram me
azem perfeita para o que eles queriamque eu fizesse. Será que a Sociedadusou os mesmos critérios? Eu so
rápida, eu sou boa e... eu vou esquecerO que significa isso?
— Eles não vão rastrear a
classificação de volta até mim? —ergunto às pessoas no Arboreto. — Não — tranquiliza-me a mulher. —
ós nos infiltramos nos acessos do
ares e podemos redirecionar suasseleções, de modo a substituir um falsnúmero de identificação pelo seu. S
alguém decidir investigar mais tarde, va
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ser como se você nunca tivesse estado láde jeito nenhum.
— Mas meu supervisor vai saber qu
sou eu — protesto. — Seu supervisor não vai s
apresentar para essa classificação —
explica o homem. — E os Oficiais... A mulher me interrompe.
— Os Oficiais não vão se lembrar dnomes nem de rostos — alega ela. —Vocês são máquinas para eles. Se nósubstituirmos um código de identificaçã
also e uma foto falsa, eles não vão sembrar de quem realmente estava lá.
E percebo que esse é o motivo pelo
qual a Sociedade não confia em
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ecnologia. Ela pode ser sobescrita manipulada. Como as pessoas, em quema Sociedade também não confia.
— Mas os outros classificadores... —começo.
— Confie em nós — insiste o homem
Eles não vão se lembrar. Nós terminamos, por fim. Finalmente eu levanto o rosto da tela
ela primeira vez, meus olhos sencontram com os das outras pessoaque trabalharam nessa classificação. Eeu fico nervosa. O homem e a mulher d
rboreto estavam errados. Hoje fodiferente, fora do normal para todos oclassificadores nessa sala. Não importa
o que aconteça, eu vou me lembrar do
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outros trabalhadores aqui — as sardasdaquela garota, os olhos cansadodaquele homem. E eles vão se lembrar d
mim. Eu vou ser pega. — Por favor — diz um dos Oficiais n
rente da sala —, removam seuscomprimidos vermelhos de dentro dorecipiente. Não tomem o comprimido at
que cheguemos perto para observavocês. A sala toda prende a respiração. Ma
odos nós fazemos como ele manda. E
oco o comprimido na palma da minhmão. Há anos ouço rumores sobre ocomprimido vermelho. Mas eu nunc
achei realmente que iria tomá-lo. O qu
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vai acontecer quando eu tomar?O Oficial para na minha frente. Eu
hesito, à beira do pânico.
— Agora — ordena ele. Eu jogo ocomprimido dentro da boca e ele mobserva engolir.
á um fraco gosto de lágrimas na minhboca, e estou sentada no trem aéreo a
caminho de casa sem me lembrar direitode como eu cheguei aqui, e o quaconteceu no dia de hoje.
Alguma coisa não parece certa. Maeu sei que tenho que ir até o Vovô. Tenhoque encontrá-lo. É tudo no que consigensar. No Vovô. Ele está bem?
— Onde você esteve? — pergunta
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Vovô quando eu chego. — No trabalho — respondo, porque
sei que vim de lá. Mas me sinto fora d
oco; não tenho plena certeza do quaconteceu. No entanto, estar aqui é bom
bonito lá fora.
É um raro momento na primaveraquando tanto os brotos nas árvorequanto as flores no chão estão
vermelhos. O ar está fresco e ao mesmoempo morno. O Vovô me observa, seusolhos luminosos e determinados.
— Você se lembra do que eu te disse
uma vez sobre o comprimido verde? —ergunta ele. — Lembro — respondo. — Você disse
que eu era forte o suficiente para passa
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sem ele. — Área verde, comprimido verde —
ala meu avô, citando a si mesm
naquele dia distante. — Olhos verdes emuma menina verde.
— Sempre vou me lembrar daquel
dia — conto a ele. — Mas você está tendo dificuldad
em se lembrar desse aqui — observ
Vovô. Seus olhos são sábios, solidários. — Estou — admito. — Por quê?O Vovô não me responde, pelo menos
não diretamente.
— Eles costumavam ter uma frasara um dia realmente memorável — diz
ao invés disso. — Um dia de letr
vermelha. Você consegue se lembra
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disso? — Não tenho certeza — falo
ressiono as mãos na cabeça. Eu m
sinto confusa, não muito certa. O rostodo Vovô está triste, porém determinadosso me faz ficar determinada também.
Olho em volta de novo, para os brotovermelhos, as flores.
— Ou — percebo, alguma coisa m
erfurando — você poderia chamar ddia no jardim vermelho. — Sim — confirma o Vovô. — Um dia
no jardim vermelho. Um dia para s
embrar. Ele se aproxima. — Vai ser difícil de lembrar — avisa
ele. — Mesmo isso, agora, não vai se
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claro depois. Mas você é forte. Sei quvocê pode recuperar tudo.
E eu recuperei. Por causa do Vovô. Elefincou o dia no jardim vermelho comuma bandeira em minha memória, do jeit
que Ky e eu costumávamos prender tirade tecido vermelho para marcar oobstáculos na Colina.
O Vovô não poderia me devolver todaa minha memória, porque eu nunca lhdisse o que tinha feito, mas ele podia mdar uma parte dela, podia me ajudar saber o que eu tinha perdido. Uma pistaO dia no jardim vermelho. Eu consigreconstruir o resto como um caminho d
pedras para me levar ao outro lado d
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esquecimento, para encontrar a memórina outra margem.
O Vovô acreditava em mim e achava
que eu podia ser uma rebelde. E eu erasempre fazendo pequenas coisas, emboracreditasse na Sociedade também. Pens
em como criei um jogo para Bram em seescrevinhador, quando ele era pequenoQuanta raiva senti quando engoli aquel
pedaço de bolo no Banquete... Como eu Xander não contamos aos Oficiais sobrseu recipiente de comprimidos naqueldia em que ele o perdeu na piscina. Com
nós quebramos as regras por Em, quanddemos a ela o comprimido verde.
Pelo que eu sei agora, acho que dev
er sido a Insurreição que me abordou. E
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fiz o que eles pediram porque eleameaçaram o Vovô. Eu adicionei pessoaà seleção de Pares. Naquela época eu nã
sabia quem eram aquelas pessoas. Nãsabia que elas eram Aberrações.
Tanto a Sociedade quanto a Insurreiçã
me usaram, porque sabiam que eu iriesquecer. A Sociedade sabia que euesqueceria a classificação e su
proximidade com o Banquete do Par, e nsurreição sabia que eu não podia traíos se eu não lembrasse o que tinha feito
O Piloto até mencionou isso quand
estava nos levando para a Última Pedra. — Você já nos ajudou antes — disse
ele —, embora você não se lembre.
Mas eu me lembro agora.
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Por que a Insurreição me fez adicionaAberrações à seleção? A Insurreição tinhesperanças de que isso funcionasse comum tipo de Reclassificação para aqueleque conseguissem? Ou eles simplesmentestavam tentando abalar a Sociedade?
E por que a Sociedade me usou e aooutros classificadores, naquele dia? Oclassificadores na Central já tinha
começado a ficar doentes com a Praga?Outra memória vem à mente, puxadpor essa.
Eu já classifiquei Pares na Central outra vez.
Foi isso que aconteceu naquele dia
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quando encontrei na minha manga o papeonde eu tinha escrito uma única palavr— lembre-se. A Sociedade estava tendo
problemas por causa da Praga; eles nãpodiam continuar, com as pessoas ficandomóveis. Por quanto tempo a Sociedad
usou pessoas como eu para classificapara os Banquetes e então nos deu comprimido vermelho, de modo
esquecermos da pressa, do aspecto ecima da hora de tudo?Minha Oficial não sabia quem tinh
colocado Ky na seleção do Par.
Mas eu sei essa parte. Pelo menoposso classificar através dos dados adivinhar.
Fui eu.
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Eu o coloquei sem saber o que estavfazendo. E então alguém — eu mesma, oum dos outros na sala — me colococomo Par dele, e Xander comigo.
Será que minha Oficial chegou descobrir? Ela poderia ter previsto iss
como o resultado final? A Oficial chegoua sobreviver à Praga e à mutação?
De todas as pessoas na Sociedade
será que Xander e Ky eram mesmo os qumais combinavam comigo? A Sociedadenão teria percebido que eu tinha doiPares, ou teria havido uma falha n
segurança em registrar tal ocorrência? Oa Sociedade nem tinha um procedimentpronto para algo assim, acreditando qu
nunca aconteceria, confiando em seu
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próprios dados e em sua crença de que spoderia haver um Par perfeito para cadpessoa?
Tantas questões, e eu posso nunca teas respostas.
Eu não quero perguntar muito à minha mãagora que ela acabou de voltar, mas ela forte. Assim como meu pai era. E
percebo agora quanta coragem necessária para escolher a vida que vocquer, qualquer que seja ela.
— O Vovô — começo. — Ele era ummembro da Insurreição. Roubou dSociedade.
Minha mãe pega a planta da minha mã
e concorda.
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— Sim. Ele pegou os artefatos doocais de Restauração da Sociedade ond
ele trabalhava. Mas ele não roubou d
Sociedade em nome da Insurreição. Essera sua missão pessoal.
— Ele era um Arquivista? — pergunto
com o coração apertado. — Não — responde minha mãe —
mas ele negociava com eles.
— Por quê? — pergunto. — O que elqueria? — Nada para si mesmo — explic
minha mãe. — Ele trocava para arranja
passagem para Anomalias e Aberraçõepara fora das Províncias.
Não me admira que o Vovô tenha
parecido tão surpreso quando contei a el
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sobre o microcartão e como eu tinhformado Par com uma Aberração. Elesperava que tivessem todos sido salvos.
A ironia é impossível de ignorar. OVovô estava tentando ajudar aquelapessoas tirando-as da Sociedade; eu a
classifiquei dentro da seleção do ParAmbos pensávamos que estávamofazendo a coisa certa.
A Sociedade e a Insurreição musaram quando precisaram de mim, e sivraram de mim quando não precisaram
Mas o Vovô sempre soube que eu er
forte, sempre acreditou em mim. Elacreditava que eu poderia passar sem comprimido verde, que eu poderi
recuperar minhas memórias d
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comprimido vermelho. Eu me pergunto que ele acharia se soubesse que sobrevivao azul.
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CAPÍTULO 57
Ky
— Nós temos uma pista — afirma Piloto.
Não preciso perguntar do quê. A pista
é sempre para a mesma coisa — umocalização potencial para a flor qu
fornece a cura.
— Onde? — pergunto. — Estou te enviando as coordenadaagora — informa o Piloto. A impressorado meu painel de controle começa
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mprimir a informação. — umcidadezinha em Sonoma.
Essa é a Província de onde era Indie.
— É próxima ao mar? — indago. — Não — responde o Piloto —, d
deserto. Mas nossa fonte estava certa
respeito da localização. Ela se lembravdo nome da cidade.
— E a fonte da informação... —
começo, embora ache que já saiba. — É a mãe de Cassia — confirma Piloto. — Ela voltou.
Enquanto eu voo em direção ao leste, vejuma grande extensão de campos fora dcidade, onde a terra está toda revirada. É
de manhã. Há sereno na terra dos campos
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então eles brilham um pouco como o maquando o sol bate nele na posição certa.
Não tenha muitas esperanças, digo
mim mesmo. Nós pensamos que tínhamocampos de cura antes, e então eram salgumas flores.
Os versos do poema de Thomas mvêm à mente:
Os homens bons que, ao dar o últimoadeus, bradandoQue seus frágeis feitos teriam bailadonuma verde baía
Revoltam-se, revoltam-se contra oapagar da luz.
Essa pode ser nossa última cartada,
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última chance que temos de curar umquantidade significativa de gente antes deles se perderem de vez. Essas ações —
nosso voo, a classificação de Cassia, cura de Xander — ou vão ser frágeis obrilhantes.
Duas naves estão paradas junto acampo.
Por fora, não hesito — começo
descer a nave. Mas, por dentro, semprenho um sobressalto ao ver outras naveesperando. Quem as está pilotando? Nmomento, a Insurreição parece inativa, e
Piloto e sua rebelião, seguros ncomando, graças à cura que ele trouxe damontanhas. Seus seguidores mantêm
ordem; sob sua supervisão, o
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rabalhadores distribuem as últimas pilhade comida. As pessoas que não estãodoentes permanecem em suas casas, o
munes ajudam a cuidar dos imóveis, existe uma tênue e inconstante ordem. Poenquanto, o Piloto tem respeito suficient
de todos os pilotos e dos agentes parmanter o controle, e a Sociedade recuoda Insurreição, permitindo-os continuar
procurar mais flores para a cura. Maalgum dia eles vão voltar. E algum dia apessoas vão ter que decidir o que é quelas querem.
Nós só temos que curar o suficientdelas antes.
Eu desço minha nave na longa estrad
deserta onde os outros pousaram.
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O Piloto vem me encontrar, e ao longeu vejo um carro aéreo sobrevoando ndireção da cidade.
— Os agentes acham que descobriraalguém para nos ajudar — informa Piloto. — Um homem que conhecia
pessoa que plantou esses campos e estdisposto a falar sobre isso.
Nós dois atravessamos a vala gramad
entre o campo e a estrada poeirentaEspirais de arame farpado cercam a áreaMas eu já posso ver os lírios.
Eles pendem em ângulos estranhos do
montinhos e vales de terra revirada, maali estão elas — flores brancas acenanda bandeira da cura. Eu enfio a mão pel
arame e viro uma em nossa direção; se
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formato é perfeito. Três pétalas curvadaformam a floração, com um traço dvermelho dentro.
— A Sociedade as arou durante oúltimo ano — diz o homem da cidadevindo por trás de nós. — Mas ness
primavera todas elas voltaram. — Elbalança a cabeça. — Mas eu não sequantos de nós sequer percebemos o
pensamos em vir aqui, com a Praga. — Vocês podem usar o bulbo paracomer — conta o Piloto. — Vocês sabiamdisso?
— Não — admite o homem. — Quem plantou os campos, antes de
Sociedade passar o trator neles? —
pergunta o Piloto.
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— Um homem chamado Jacob Child— diz. — Eu não deveria me lembrar dque esses campos foram aradoescondidos, mas eu me lembro. Eu nãdeveria me lembrar de que eles levaraJacob embora. Mas eles levaram.
— Nós precisamos providenciar umcuidadosa colheita desses bulbos — diz Piloto. — Você pode nos ajudar com
sso? Você conhece pessoas que estariamdispostas a trabalhar? — Conheço — confirma o homem. —
ão muitas. A maioria está doente ou se
escondendo. — Nós vamos trazer nossa própri
gente também — acrescenta o Piloto. —
Mas precisamos começar imediatamente.
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Um vento passageiro farfalha as floresElas são pequenas ondas dançando em suverde baía de grama.
Dias mais tarde, estou no caminho dvolta, após levar outra rodada de cura
até a Central, quando a voz do Pilotenche o alto-falante de novo. Sua voz msurpreende, assim como o momento de su
comunicação — ele sabe o que eplanejei? Meu voo não deveria ter dado ele nenhuma indicação disso. O trajetpara o qual ele me designou era perfeitoperto o suficiente de onde preciso estarpara que eu possa fazer o que precisfazer.
— Não há registro de ningué
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chamado Jacob Childs — fala o Piloto. —Ele sumiu.
— Isso não é surpresa — retruco. —Tenho certeza de que a Sociedade nãodesperdiçou tempo em Reclassificá-lo enviá-lo para a morte.
— Também tenho gente procurandopor Patrick e Aida Markham — conta oPiloto. — Eles não estão em lugar nenhu
dos bancos de dados, nem da Sociedadenem da Insurreição. — Obrigado por isso — agradeço. H
muitos de nós que queriam saber d
família, mas temos recursos de buscimitados, mesmo através dos dados.
— Não posso ter você procurando po
eles agora — explica o Piloto. — Aind
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precisamos de você e da sua nave para cura.
— Eu entendo — concordo. — Vou
procurar por eles no meu tempo livre. — Você não tem nenhum tempo livre
nesse momento — lembra o Piloto. —
Suas horas de descanso destinam-sexatamente a isso. Não podemos deixavocê voar exausto.
— Eu tenho que encontrá-los —nsisto. Eu devo tudo a eles. Através dAnna, eu soube o que Patrick e Aidnegociaram e sacrificaram — ainda mai
do que eu originalmente pensei. Perguntao Piloto algo que eu nunca poderia teperguntado antes:
— Não há alguém que você ainda tenh
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que achar?Fui longe demais. O Piloto nã
responde.
Eu olho para baixo, para a terra escure para as luzes brilhantes aparecendobem onde elas deveriam estar.
Nas semanas em que estive voandoevando a cura, eu parei em cad
Província da Sociedade diversas vezes.
Exceto em Oria.O Piloto não deixaria que nenhum dnós pousasse nas Províncias de ondviemos, porque todos nós conhecemo
muitas pessoas lá e ficaríamos tentados alterar o padrão da cura.
— Havia pessoas que eu tinha qu
encontrar — finalmente diz o Piloto —
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mas eu sabia onde tinha que procurar. Issoé como tentar encontrar uma pedra no riSísifo. Você nem sabe por onde começar
Levaria muito tempo. Agora. Mas depoivocê pode.
Eu não respondo. Ambos sabemos qu
mais tarde significa tarde demais.A cura funciona, assim como
classificação de Cassia, nos dizend
aonde ir em seguida. Nós estamosalvando a quantidade ideal de pessoasEla nos diz o que acha que devemos fazere os computadores e os outro
classificadores corroboram — sua menté tão boa e clara quanto tudo nessmundo.
Mas não estamos salvando tod
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mundo. Dos imóveis que sucumbem, cercde 11% não voltam. E outros pacientesucumbem a infecções.
Eu desço mais a nave. — Pensei que tinha deixado claro qu
você não podia procurar por eles agor
— alerta o Piloto. — Você deixou claro — digo. — Não
vou fazer as pessoas morrerem enquant
eu procuro uma coisa que posso nãencontrar. — Então o que você está fazendo? —
ndaga o Piloto.
— Eu preciso pousar aqui — explico. — Eles não estão em Oria — avis
ele. — Cassia achou extremament
mprovável que eles ficassem e
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qualquer lugar naquela Província. — Ela colocou a maior probabilidad
no fato de que eles tenham morrido na
Províncias Exteriores — afirmo. — Nãcolocou?
O Piloto faz uma pausa por u
momento. — Colocou — confirma.Circulo até ver um bom lugar para
aterrissagem. Vou sobre a colina e mepergunto onde está a seda verde dvestido de Cassia agora — uma pequenbandeira esfarrapada sob o céu, enterrad
no solo. Ou desbotando ao soDesvanecendo na chuva. Sacudindo avento.
— Oria ainda é volátil e você é u
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recurso — avisa o Piloto. — Vocêprecisa voltar.
— Não vai demorar muito — repito,
então eu dou a volta na nave e desço. Essnave não é como a que o Piloto voa. Aminha não pode comutar os propulsores
não consegue um pouso tão preciso coma dele.
A rua não é grande o suficiente, mas eu
conheço cada pedacinho dela. Eu andenela por todos esses anos. Com Patrick Aida, e normalmente eles davam as mãos
As rodas batem no chão e o metal trav
o deslocamento da nave, criandresistência e me desacelerando. Casapassam rápido por mim, e no final da ru
eu paro a nave bem a tempo. Pela janela
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eu poderia ver aqueles da casa à minhfrente, se as pessoas lá dentro nãivessem fechado as persiana
completamente.Eu desço da nave e me movo o mai
rápido que posso. Só tenho que ir
algumas casas. As flores nos jardins aindnão estão com ervas-daninhas. Elacrescem fortes e descuidadamente. E
paro na porta da casa onde Em costumavviver. As janelas estão quebradas. Olhopara dentro, e faz tanto tempo que é suficiente para ter folhas no chão. Ela
devem ter vindo de outro Bairro, já que nosso não tem mais árvores.
Eu continuo.
Quando eu estava imóvel, ouvi Ann
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contar sobre meus pais e sobre Patrick Aida e Matthew. Minha mãe e meu panão poderiam me enviar para fora. Então
quando eles morreram, me enviaram pardentro o mais perto que podiam, esperaram que funcionasse. Patrick e Aid
me deram as boas-vindas e me amaracomo se eu fosse seu filho.
Nunca vou esquecer os gritos de Aid
e o rosto de Patrick quando os Oficiais mevaram embora, ou como eles ficaraentando me alcançar e um ao outro.
A Sociedade sabia o que estav
fazendo quando tornaram Patrick e Aidum Par.
Se eu fosse o Par de Cassia, se e
soubesse que poderia ter 80 anos de bo
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vida e passar a maior parte com elamagino se teria força para tentar derruba
a Sociedade.
Xander teve.Eu ando pelo caminho e bato na port
da casa onde ele costumava viver.
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CAPÍTULO 58
Xander
Nas últimas semanas nós tivemos várioavanços na administração da curaPrimeiro foram os campos que a mãe d
Cassia nos indicou, que nos permitirafazer mais curas e dar às pessoarapidamente. Depois nós descobrimo
como sintetizar as proteínas do Lírio dSego no laboratório. As melhores menterestantes na Sociedade e na Insurreição suntaram para tentar fazer isso funcionar.
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Até agora, tem funcionado. As pessoaestão melhorando. E, se a mutação voltarnós temos uma cura. A não ser, claro, queo vírus mude de novo. Mas, por enquantoos dados indicam que o pior passou. Esó confio nos dados porque foi Cassi
quem os classificou.Agora estamos indo em direção a u
empo diferente: uma vez que as pessoa
estejam bem, elas vão precisar escolheem que tipo de mundo querem viver. Eunão sei se vamos atravessar isso tão bequanto atravessamos a Praga.
— Você salvou o mundo — meu pagosta de dizer.
— Foi sorte — rebato. — Nós sempr
ivemos sorte.
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E tivemos mesmo. Dê uma olhada nminha família. Meu irmão voltou aBairro, vindo da Cidade de Oria quando Praga surgiu, e todos eles deram um jeitde não ficarem doentes até próximo afim. E, mesmo quando ficaram doentes
Ky chegou bem na hora de trazê-los parcá, para que pudéssemos curá-los.
— Nós tentamos manter o Bairro unid
— diz meu pai.Para dar crédito a Papai, elerealmente mantiveram. Racionaram partilharam a comida, e cuidaram uns do
outros o máximo que conseguiram. Não é como se tivessem feito tud
errado. Minha família sempre achou qu
se você trabalhou duro e fez a coisa certa
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provavelmente teria tudo dando certo. Eeles não são estúpidos. Sabem que nãacontece sempre desse jeito. Viram coisa
erríveis acontecerem e isso os dilacerouMas isso é o mais perto que chegaram dverdadeiro sofrimento.
Além disso, eu sou um hipócritaporque nada de ruim realmente acontececomigo também. A família do Ky
desapareceu por completo. A família daCassia perdeu seu pai. Mas não nós, nãos Carrow. Nós estamos todos bem. Atémeu irmão, que nunca se juntou
nsurreição. Eu estava errado sobre eleEu estive errado sobre um monte dcoisas.
Mas a cura que nós fizemos realment
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funciona.
Quando chega a hora do meu descanso, edeixo o centro médico e ando até o rique passa pelo centro da cidade dCamas. Agora que a barricada caiu e
mutação está sob controle, as pessoavoltaram a andar ao longo do rio. Há uconjunto de degraus de cimento cortado
na represa, não muito longe do centrmédico.Ky e Cassia vão lá às vezes, quand
ele volta de uma missão, e uma vez encontrei sozinho, observando a água.
Eu sentei ao seu lado. — Obrigado — falei. Era a primeir
vez que o via desde que ele tinha trazid
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minha família para a cura.Ky acenou com a cabeça. — Eu não poderia trazer minha própri
família de volta — disse ele. — Tinhesperanças de que encontraria a sua.
— E você encontrou — disse eu
entando manter a amargura fora da minhvoz. — Exatamente onde a Sociedade odeixou.
Ky levantou as sobrancelhas. — Estou feliz que eles estejam dvolta — afirmei. — Vou te dever umapara o resto da vida, por trazê-los par
cá. Quem sabe quanto tempo ia levar pareles conseguirem a cura de outra forma.
— Era o mínimo que eu podia fazer —
afirmou Ky. — Você e Cassia são os que
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me curaram. — Como você soube que a amava? —
perguntei. — Quando você se apaixono
por Cassia, ela não te conhecia realmenteEla não sabia nada sobre onde você tinhestado.
Ky não respondeu imediatamente. Seolhar vagou até a água.
— Eu tive que jogar um corpo no rio
uma vez — disse ele finalmente —, antedisso tudo. Uma aberração morreu nacampamento, antes do que a Sociedadplanejava, e os Agentes fizeram a gente s
ivrar da evidência. Foi quando econheci meu amigo Vick.
Assenti. Já os tinha escutado falar d
Vick.
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— Vick tinha se apaixonado poalguém por quem ele não deveria sapaixonar — disse Ky. — Ele acaboumorrendo por isso. — Então Ky olhopara mim. — Eu quis ficar vivo depoique minha família morreu — falou. —
Mas não senti como se estivesse vivendde novo até conhecer Cassia.
— Mas você não sentiu como se el
realmente conhecesse você, sentiu? —perguntei de novo. — Não — respondeu Ky. — Mas sent
como se ela pudesse.
Começo a descer os grandes degraus até água. Ky não está ali dessa vez, mas e
vejo outra pessoa que conheço. É Le
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com seu longo cabelo preto.Faz dias desde a última vez que a vi
mesmo de passagem. Depois que srecuperou, Lei voltou ao trabalho, nossos caminhos raramente se cruzaradesde então. Quando aconteceu, ambo
acenamos, sorrimos e dissemos “olá”. Leprovavelmente sabe que estou trabalhandna cura, mas eu não tive uma chance d
falar com ela.Hesito, mas ela olha para cima e sorrigesticulando para eu me aproximarSento-me perto dela e me sinto um bobo
ão sei por onde começar.Mas ela sabe. — Aonde você foi? — pergunta.
— Até as montanhas — respondo. —
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O Piloto levou alguns de nós para lá. Foá que a gente encontrou a cura.
— E você foi aquele que fez isso —
constata ela. — Não — digo. — Cassia descobri
como.
— Seu Par — diz Lei. — Isso — confirmo. — Ela está viva
bem. Está aqui.
— Eu acho que a vi — conta Lei —falando com você. — Seus olhos buscaos meus, tentando saber o que eu nãdisse.
— Ela está apaixonada por outrpessoa — desabafo.
Por um momento, Lei coloca a mã
sobre a minha com muita gentileza.
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— Sinto muito — lamenta. — E o seu Par? — indago. — Você fo
capaz de achá-lo?Então Lei vira o rosto, e enquanto se
cabelo desliza por suas costas e sepescoço, me lembro de quand
verificamos um ao outro procurando marca, durante aqueles dias no centrmédico.
— Ele morreu — conta Lei. — Antede a Praga vir. — Sinto muito — digo. — Acho que eu soube antes de eles m
contarem — prossegue Lei. — Acho qupude senti-lo partir. — Sou golpeado dnovo pelo som de sua voz. É muito bonita
Gostaria de ouvi-la cantar. — Isso dev
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soar ridículo para você — comenta ela. — Não — retruco —, não soa.Alguma coisa pula no rio e eu m
sobressalto um pouco. — Um peixe — atesta Lei, olhando d
novo para mim.
— Um daqueles que você me contou— pergunto.
— Não — responde ela. — Esse er
prateado, não vermelho. — Para onde você foi? — disparo.Lei sabe o que eu quero dizer: par
onde você foi quando estava imóvel?
— Eu estava nadando, na maior partdo tempo — confessa. — Como aquelepeixes, um dos que eu te falei, e eu tinh
um corpo diferente. Eu sabia que não er
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um peixe de verdade, mas era mais fácido que pensar sobre o que estavacontecendo.
— Eu me pergunto por que todo mundpensa na água — digo. Ky fez o mesmoEle nos disse que estava em um ocean
com aquela garota que morreu. Indie. — Acho que é porque o céu parec
muito longe — sugere ela.
— Não dá a impressão que vai tsustentar do jeito que a água faria.Ou é porque seus pulmões estão tã
cheios de líquido que você não consegu
sempre limpá-los. Mas nenhum de nós da explicação médica, embora nós doisaibamos.
Não sei o que dizer. Quando olho par
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Lei, acho que ela poderia ser o tipo dpessoa capaz de fazer o que ela disse qua água podia: sustentar uma pessoa. E
magino puxando-a para junto de mim beijando-a, e eu posso me imaginar msoltando, indo mais fundo com ela.
Seu rosto muda. Ela deve ser capaz dver no que estou pensando.
Eu me levanto, enojado comig
mesmo. Não estou em condição nenhumde amar alguém, e ela acabou de perdeseu Par e voltar da mutação. Amboestamos sozinhos.
— Tenho que ir — digo.
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CAPÍTULO 59
Cassia
Eu hesito um momento no alto daescadas, escondida atrás das árvores aongo da represa, esperando Xande
passar. Ele não me nota.Antes que eu possa perder a coragem
desço em direção à água e à garota. Sent
perto da mulher e ela se vira para me ver — Eu sou a Cassia — apresento-me— Acho que nós duas conhecemoXander.
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— Sim — concorda. — Eu sou Leiea Lei.
Eu estudo seu rosto enquanto tento nãdeixar transparecer. Ela não é muito maivelha do que nós, mas alguma coisa nelparece sábia. Lei fala muito calmamente
mas suas palavras são comedidas, nãdispersas. Ela é adorável, de um jeitúnico; cabelo muito escuro, olhos muit
profundos. — Nós duas conhecemos Xander —repete ela —, mas você ama outra pessoa
— Amo — confirmo.
— Xander me contou um pouco sobrvocê — confidencia Lei. — Quandrabalhamos juntos. Ele sempre falav
sobre seu Par, e eu falava sobre o meu.
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— O seu par está... — não ouserminar.
— Meu Par se foi — completa elaLágrimas descem pelo seu rosto, e ela aafasta com as costas das mãos.
— Me desculpe — diz ela. — E
suspeitei por meses. Mas agora que esei, parece que não consigo parar dchorar sempre que falo nele
Especialmente aqui. Ele amava a água. — Existe alguém que eu possa tajudar a encontrar? — pergunto. —Alguma família...
— Não — responde Lei. — Não tenhnenhuma família. Eles se foram. Eu souma Anomalia.
— Você é? — pergunto, surpresa. —
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Como você escondeu da Sociedade? — Bem na frente dos olhos deles —
conta ela. — Dados podem ser forjados
se você conhece a pessoa certa, e meupais conheciam. Minha família costumavacreditar no Piloto, mas depois que ele
viram quantas Anomalias ele deixoumorrer, decidiram que seria mais segurona Sociedade, no fim das contas. Meu
pais deram tudo o que tinham parcomprar para mim um conjunto perfeito ddados falsificados. Eu vim para Sociedade e me tornei uma Oficial log
depois disso. — Ela sorri um pouco. — ASociedade poderia ficar surpresa de sabeque eles transformaram uma Anomalia e
uma Oficial tão rapidamente. — Lei s
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evanta. — Se você vir Xander, dá adeua ele por mim?
— Você deveria dizer a ele
pessoalmente — respondo, mas elcontinua indo embora.
— Espera — peço. Ela para. Tem algo
que não entendo. — Se você não era umcidadã até pouco tempo, você não teriido um Banquete do Par. Então, como
você... — Eu nunca precisei da Sociedade —explica ela — para me arrumar um Par.
Lei olha para baixo, para a água. E
naquele momento, acho que seexatamente quem ela é.
— Seu nome — digo. — Era o mesmo
ou você mudou quando veio para
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Sociedade? — Eu não o mudei inteiramente —
conta ela. — Apenas o inverti.
Eu corro de volta ao centro médico parachar Xander. Ele está trabalhando no
aboratório, e eu bato na janela parchamar sua atenção.
O pai de Xander, que também trabalh
no laboratório, me vê primeiro. Ele sorrpara mim, mas em seu rosto eu tambévejo cautela. Ele não quer que emachuque seu filho.
E o Sr. Carrow sabe que Xander estmachucado.
Não foi tudo minha culpa, quero dize
ao sr. Carrow. Mas Xander mudou. El
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assou por tanta coisa — a perda de suaé na Insurreição, aqueles dias sombriorabalhando no centro médico, o tempo
nas montanhas. — Sua amiga — aviso Xander tão log
ele abre a porta. — Lei. Ela está ind
para algum lugar. Ela me disse para te daadeus.
E você tem que encontrá-la, porqu
ela já perdeu demais, assim como vocêTudo fez sentido quando ela ficou paradali no rio, quando ela falou sobre nãprecisar da Sociedade para lhe arranja
um Par. Lei me disse que ela nem tinhprecisado mudar seu nome, só invertê-lo
ea Lei. Lei Nea. Quando você diz e
voz alta, soa como Laney. Ky nunca o
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inha visto escrito, quando ele esculpiu nome da garota que Vick amou. Talvenem Vick tenha.
Xander dá um passo à frente. — Lei disse para onde estava indo? —
A expressão em seu rosto me diz tudo o
que preciso saber.E o que eu vou dizer não importa d
eito que achei que importaria. Porque su
história, com Vick, não é minha parcontar. É dela — de Lei. E pode se tornaparte da história dela com Xander ou nãomas isso não cabe a mim decidir.
— Não — digo. — Mas, Xander, vocpode alcançá-la. Você pode descobrir.
Por um segundo, acho que ele va
Então Xander se senta em sua estação d
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rabalho. Ele se inclina para a frente, suacostas perfeitamente retas, sua expressãuma máscara de confiança
determinação.Como é que pode Xander ser tão bo
endo as pessoas, mas não prestar atençã
em si mesmo?Porque ele não quer se machucar d
novo.
— Tem mais — digo a ele, maproximando de modo que os outros nãouçam. — O Piloto decidiu que é hora devar os aldeões para as Outras Terras.
— Por que agora? — pergunta ele. — Está chegando a hora de as pessoa
votarem — explico. — Ele não vai se
capaz de dispor das naves, então. Ele va
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precisar delas para manter a ordem. Hrumores de que as pessoas da Sociedadvão tentar tomar o poder.
— Ele não pode dispor das naveagora — afirma Xander. — Nóprecisamos delas para transportar a cura.
— Ele não vai mandar muitas —afirmo. — Umas poucas do transporte dcargas, não as combatentes. Elas vão par
a Pedra Final e vão levar os aldeões mais longe que puderem. Ky e eu vamopara o vilarejo, para falar com Anna razê-la para Camas conosco, se ela vier
Eu quis te contar. — Por quê? — Não quis que você se preocupass
— digo. Eu não queria que você sentiss
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que estávamos deixando você para tráde novo.
— O Piloto vai deixar outras pessoa
rem para as Outras Terras com oaldeões? — indaga ele.
— Se houver espaço, acho que vai —
falo. — Os aldeões podem me deixar ir co
eles — analisa ele, e então sorri e vej
um pouco do velho Xander, e sinto tantfalta... — Eles podem confiar em mimagora que sabem que eu estava certsobre a cura.
— Não — digo, aturdida. — Xandervocê não pode ir para as Outras Terras
ós precisamos de você.
— Me desculpe — diz Xander —, ma
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eu não posso mais deixar isso me manteaqui.
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CAPÍTULO 60
Ky
Cassia e eu esperamos o comando dPiloto.
Somos só nós dois na nave. Dessa ve
nós estamos voando sozinhosransportando suprimentos para dentro e
com sorte, alguns aldeões para fora
Cassia decidiu que precisamos de Annpara enfrentar a votação. “Ela podiderar as pessoas”, dizia Cassia. “El
provou isso por anos.”
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— Quantas naves têm que decolaantes de nós irmos? — Cassia perguntagora.
— Dez — respondo. — Somos umdas últimas.
— Então temos um pouco de tempo —
fala ela.Tempo. É o que sempre quisemos,
raramente temos.
Ela está sentada na cadeira do copilote a vira de forma a ficar de frente parmim. Seus brilhantes olhos verdes estãravessos e eu prendo a respiração.
Cassia desliza as mãos atrás do mepescoço e eu me inclino para a frente.
Fecho os olhos e me lembro dela d
pé, tão linda quanto a neve, quando sai
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dos cânions. Eu me lembro de segurar seda verde contra sua bochecha na ColinaEu me lembro da sua pele e areia no
cânions, seu rosto olhando para baixopara mim, nas montanhas, me trazendo dvolta.
— Eu te amo — sussurra ela. — Eu te amo — declaro de volta.Eu a escolho de novo, e de novo, e d
novo. Até o Piloto nos interromper e sehora de voar.
Para o céu, nós vamos. Nós dois juntos. Àmedida que os punhados de nuvenpassam, eu finjo que são as pinturas dminha mãe, evaporadas da pedra
Vagando ainda mais alto, a caminho de
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algo novo.
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CAPÍTULO 61
Cassia
Ele nos leva mais para o alto e a aeronavestremece e geme; meu coração batrápido e eu não tenho medo.
Há as montanhas enormes, azuis verdes, contra o céu, e então menores menores abaixo de nós, e então está azu
por toda parte. No azul há branco e dourado, tufobrancos de nuvem se arrastando atravédo céu como a semente de choupo qu
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uma vez eu dei ao Vovô. “ Nuvens dlória”, eu sussurro me lembrando, e m
pergunto de onde ele a tirou, e se essa
uma jornada que ele fez depois de temorrido, vindo ser aquecido pelo solseus dedos segurando esses pedaços d
céu, se deixando ir. E então, o quê?, me pergunto. Poderi
haver algum lugar tão glorioso quant
esse?Talvez esse seja o lugar para onde oanjos vão quando voam alto. Talvez sejonde meu pai está agora, vagando ao so
Talvez fosse uma coisa cruel, trazê-lo dvolta e puxá-lo para baixo. Ou talvezquando eles são luz, eles esteja
sozinhos.
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Eu olho para Ky. Seu rosto está comoeu raramente vi antes, perfeitamentsereno.
— Ky — digo. — Você é o Piloto.Ele sorri. — Você é — insisto. — Olha só como
você voa. É como Indie.Seu sorriso fica triste. — Você deve pensar nela quando voa
— percebo, uma dorzinha aguda mcortando, mesmo que eu entenda. Hugares, momentos, em que eu sempr
pensarei em Xander. Sempre que vir um
piscina azul, uma nova rosa vermelha, araízes de uma planta arrancada do solo.
— Sim — afirma Ky. — Mas todo
empo eu penso em você.
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Eu me inclino e pressiono a mão esua bochecha, sem querer distraí-lo muitdo que ele está fazendo.
O voo, com o homem que eu amo, deslumbrante, glorioso. Mas há pessoademais presas abaixo de nós.
ós descemos, saímos das nuvens, e amontanhas esperam por nós. A lu
vespertina em seus rostos transforma neve branca em pepitas cor-de-rosa cinza. Árvores escuras e água, lisa ncomeço e então cintilando e ganhanddimensão à medida que nos aproximamosse ligando aos lados da montanha; ravinade pedra cortada caída em verdes sopés.
De mãos dadas, subimos o caminho d
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campina de pouso até o vilarejo, parencontrar e falar com Anna e Eli. Esperque eles venham conosco, penso
recisamos deles nas Províncias. Maeles podem querer ir para as OutraTerras, ou ficar nas montanhas, ou sai
para procurar Hunter, ou voltar Escultura. Agora há muitas opções.
Ky para no caminho.
— Escuta — diz ele. — Música. No começo eu escuto só o murmúrido vento através daqueles altos pinheirosE então eu ouço canto vindo do vilarejo.
Nós dois aceleramos o passo. Quandchegamos ao vilarejo, Ky aponta paralguém.
— Xander — diz Ky.
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Ele está certo. Xander está à nossfrente... vejo seu cabelo louro, seu perfiEle deve ter voado até aqui em uma da
outras naves.Xander vai tentar ir para as Outra
Terras.
Ele deve saber que estamos por aquem algum lugar, mas não está noprocurando. Tudo o que ele está fazendo
nesse momento é ouvir.Os aldeões não estão só cantando, maambém estão dançando em volta d
pedra, em despedida. O fogo danç
ambém, e de alguma forma, com coisade madeira entalhadas e amarradas cocordas, os aldeões estão fazendo música.
Um dos agentes se move par
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nterromper, mas Ky o impede. — Eles nos salvaram — lembra ele a
agente. — Dê um tempo a eles.
O agente concorda.Ky se vira para mim. Eu esfrego o
dedos em seus lábios. Ele está tão vivo.
— O que foi? — Dança comigo — pede Ky. — E
disse que iria te ensinar.
— Eu já aprendi — digo, pensandnaquela época na Galeria. — Não estou surpreso — sussurra ele
Suas mãos envolvem minha cintura
Alguma coisa canta dentro de mim e nócomeçamos a nos mover. Eu não perguntose estou fazendo certo. Sei que estou.
— Cassia. — Ele diz a palavra com
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uma canção. Sua voz sempre teve essmúsica nela.
Ky repete meu nome sem parar
enquanto nos movemos juntos, até eu estapresa em um estranho lugar entre fraqueze força, entre vertigem e lucidez,
necessidade e saciedade, e dar e tomar... — Ky — digo.Por tanto tempo, nos importamos co
quem nos via. Quem poderia estaolhando, quem poderia se ferir. Maagora, estamos só dançando.
Eu volto a mim quando a música acabaquando as cordas fazem um som como dcorações se partindo. E então não consig
evitar procurar por Xander. Quando eu o
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encontro, vejo que ele nos observa, manão há inveja em seu olhar. Não há nadalém de desejo, mas não é mais por mim.
Você vai encontrar o amor, Xanderquero dizer a ele. A luz do fogo cintilapelo rosto de Laney. Ela é muito bonita
muito forte. Xander poderia amar LaneyAlgum dia? Se eles forem para as OutraTerras juntos?
— Nós poderíamos ficar aqui — Kdiz baixinho em meu ouvido. — Nãemos que voltar.
É uma conversa que tivemos antes
Sabemos a resposta. Nós nos amamosmas há outras pessoas em quem pensaambém. Ky tem que procurar por Patric
e Aida, no caso de eles ainda estare
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vivos. Eu tenho que ficar com minhfamília.
— Quando eu estava voando — fal
Ky —, costumava imaginar que desceriareuniria todo mundo e levaria para voacom a gente para longe.
— Talvez a gente possa fazer isso udia — sugiro.
— Pode ser — diz Ky — que a gent
não tenha que ir tão longe para procuraum mundo novo. Talvez a votaçãorealmente seja um começo.
É o mais esperançoso que eu jamais
ouvi soar.Anna anda até Xander e lhe diz algo,
ele a segue na nossa direção. A luz do
fogo sombreia e ilumina, tremeluz
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prende, e quando faz isso, vejo que Annsegura um pedaço de giz azul na mão.
— Vocês conseguiram — diz ela a nó
rês. — Encontraram a cura e cada ueve sua parte. — Anna pega a mão de Ky
e desenha uma linha azul nela, traçand
uma de suas veias. — O piloto — diAnna. Ela levanta minha mão e desenha inha de Ky até mim. — O poeta. — Entã
Anna pega a mão de Xander e desenha inha de mim até ele. — O curador — falela.
A noite na montanha, com seus cheiro
de pinho fresco e madeira queimandosuas luzes e música, se reúne em torno dnós enquanto Anna se afasta. Eu seguro
Xander e Ky ao mesmo tempo, nós três e
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pé, como um pequeno círculo na fronteirdo mundo conhecido, e mesmo enquanto momento dura, eu me pego lamentando
passar dele.A garotinha, que Xander e eu vimos no
vilarejo, dança, usando as asas que vimo
nela antes. Ela levanta o olhar para nórês. Está claro que a menina quer dança
com um dos rapazes, e Ky a deixa guiá-lo
me deixando sozinha com Xander para mdespedir.A música, dessa vez vibrante, pass
por nós, sobre nós, para dentro de nós,
Xander está aqui comigo. — Você sabe dançar — admira ele. —
E sabe cantar.
— Sei — concordo.
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— Eu não sei — diz Xander. — Você vai aprender — retruco e
pego suas mãos.Xander se move lentamente. A
despeito do que ele pensa, a música estnele. Nunca o ensinaram a dançar,
mesmo assim ele está me guiando. Ele nãpercebe, porque está se concentrandmuito no que não tem — no que ele ach
que não pode fazer. — Posso te perguntar uma coisa? — Claro — responde Xander. — Eu me lembro de algo que nã
deveria — começo. — Do dia em quomei o comprimido vermelho. — Conto
ele sobre a forma como recuperei
memória do dia no jardim vermelho. —
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Como eu consegui recuperar parte dminha memória? — indago a ele.
— Pode ter alguma coisa a ver com
comprimido verde — sugere Xander. Suvoz soa muito bondosa e cansada. —Talvez o fato de você nunca tê-lo tomado
significa que você poderia recuperar suamemórias, de alguma forma. E vocsobreviveu ao azul. Oker me disse que
comprimido azul e a Praga estãrelacionados. Talvez você tenha sajudado a se tornar imune. — Ele balança cabeça. — A Sociedade criou o
comprimidos como um quebra-cabeçaCada coisa é uma peça. Estou aprendendcom os farmacêuticos e médicos quã
complicado é isso tudo. O jeito como a
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medicações funcionam juntas, e as formacomo elas agem de maneira diferente epessoas diferentes... é algo que voc
poderia passar a vida toda tentandentender.
— Então, o que você está dizendo —
analiso — é que eu talvez nunca saiba. — Sim — concorda ele. — Você
alvez sempre tenha que se questionar.
— Você tem o direito de questionar— digo. Além das palavras nomicrocartão, essa foi a última coisa que Vovô me disse antes de morrer. Ele me
deu os poemas. E me disse que estavudo bem em questionar. Então está be
que eu não saiba qual poema ele queri
que eu seguisse. Talvez isso seja até o qu
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ele pretendia. Está tudo bem que eu nãpossa adivinhar tudo, aqui e agora.
— Pode ser só você também — di
Xander. Acho que ele está sorrindo. —Você sempre foi uma das pessoas maifortes que conheci.
Eli se junta a Ky e à garotinha em sudança. Eles deram as mãos e estão rindoa luz do fogo tremeluzindo nas asas d
garota. Ela me lembra de Indie — o jeitentregue como se move, o modo como fogo deixa seu cabelo vermelho. Querique Indie estivesse aqui, penso , e me
ai e todo mundo que a gente perdeu.Xander e eu paramos de dançar. Nó
estamos muitos próximos e parados n
meio das pessoas se mexendo.
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— Lá no Bairro — lembra ele —, eu tperguntei: se você pudesse escolher, terime escolhido?
— Eu me lembro — digo. — Eu dissque teria.
— É — fala ele. — Mas nós nã
podemos voltar. — Não — concordo.A jornada de Xander acontece
naqueles salões cercados e longocorredores dos doentes, quando elrabalhava com Lei. Quando eu o vi d
novo, na aeronave do Piloto, Xander j
inha ido a lugares a que eu nunca iria e sornara outra pessoa. Mas eu não vi. E
acreditava que ele estava inalterado, um
rocha, em todos os bons sentidos d
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palavra: sólido, confiável, algo e alguéem que você poderia se apoiar. Mas elestá como o resto de nós: leve como o ar
efêmero como tufos de nuvem em frentao sol, bonitos e fugidios, e se alguma veeu realmente o tivesse possuído, isso teri
acabado agora. — Xander — chamo, e ele me pux
para perto uma última vez.
A nave decola para dentro do céu, escurocom estrelas. A fogueira queima; algundos aldeões, a maioria da Esculturadecidiram ficar nas montanhas.
Xander está indo para um lugar que Outro, um lugar tão distante que não poss
nem ter certeza de que existe volta.
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CAPÍTULO 62
Xander
O barulho parece com o de milhões dpássaros batendo suas asas contra o céumas são só as naves voando acima de nós
o último momento, eu percebi que nãpoderia ir com eles para as Outras TerrasMas também não poderia me obrigar
voltar para Camas. Estou preso aqui nmeio, como sempre.A manhã chega. Eu subo o rio perto do
campo onde Oker e eu cavamos
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camassia, contornando o vilarejo, dmodo que eu não tenha que falar coninguém. Mais tarde eu vou voltar
perguntar a eles se há algo que eu possfazer: talvez trabalhar no antigaboratório de Oker.
Raízes das árvores na beirada do ripendulam para baixo, na água. Elas sãpequeninas e vermelhas. Nunca soube qu
raízes poderiam ser dessa cor.E então eu vejo um relance maior dvermelho. Outro. Outro. Eles são quasmedonhos — mandíbulas estranhas, olho
arredondados —, mas a cor é muitbrilhante.
Eles são os peixes vermelhos sobre o
quais Lei me contou. Finalmente esto
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vendo-os.Minha garganta se aperta e meus olho
queimam. Eu me aproximo da água.
Então escuto alguma coisa atrás dmim. Eu me viro, mudando minhexpressão para um sorriso, pronto par
falar com qualquer aldeão que tenhencontrado o caminho até aqui.
— Xander — chama ela.
É Lei. — Eles voltaram? — pergunta. — Opeixes vermelhos?
— Voltaram — respondo.
— Eu não sabia que você estava aqu— conta ela. — Eu não te vi nas navevindas de Camas.
— Nós não devíamos estar na mesm
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nave — digo. — Eu tinha a intenção de ipara as Outras Terras.
— Eu também tinha — admite Lei. —
Mas não podia partir. — Por que não? — pergunto, e não se
qual resposta espero que seja, mas me
coração se aperta no peito, e em meuouvidos há um som como de água correntou aquelas naves indo para o céu.
Lei não responde, mas seu olhar vagaté o rio. Claro. Os peixes. — Por que eles fazem todo o caminh
de volta? — pergunto a ela.
— Para se encontrarem. — Seus olhoencontram os meus. — Costumávamos viao rio juntos — conta ela. — Ele s
parecia um pouco com você. Tinha olho
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muito azuis.O som em meus ouvidos se vai. Tudo
parece muito quieto. Ela voltou porqu
não poderia deixar a terra em que conheceu. Não tem nada a ver comigo.
Eu limpo a garganta.
— Você disse que esses peixes sãoazuis no oceano — lembro. — Como uanimal completamente diferente.
— Sim e não — analisa ela. — Elemudaram. É permitido mudar. — Ela muito suave comigo. Sua voz é gentil.
E então Lei é aquela que diminui
distância. Ela se move direto para mim.Quero dizer alguma coisa que nunc
enha dito antes, e que não tenha sido par
Cassia, do jeito que sempre achei qu
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seria. — Eu te amo — desabafo. — Sei qu
você ainda ama outra pessoa, mas...
— Eu te amo — declara ela. Nem tudo se foi. Lei amou algué
antes e eu também. A Sociedade, a
nsurreição e o mundo ainda estão todoá fora, nos pressionando. Mas Lei o
mantém afastados. Ela criou espaç
suficiente para que duas pessoas fiqueuntas, independentemente de qualqueSociedade ou Insurreição dizer que elapodem ou não. Ela já fez isso antes
Quando nos apaixonamos pela primeirvez, não sabemos de nada. Nóarriscamos muito menos do que quand
escolhemos amar de novo.
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Há algo de extraordinário sobre primeira vez apaixonado.
Mas a sensação é ainda melhor adescobrir-se em solo firme, com alguéque se segure em mim, me puxando dvolta, e saber que estou fazendo o mesm
com ela. — Lembra da história que te contei
— pergunta Lei. — Aquela sobre a Piloto
e o homem que ela amava? — Lembro — digo. — Quem você acha que teve que se
mais corajoso? — indaga ela. — A
Piloto, que o deixou partir, ou o homeque teve que começar tudo de novo em unovo mundo?
— Ambos foram corajosos — opino.
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Seus olhos são no mesmo nível que omeus. Então vejo quando ela os fecha e sdeixa apaixonar por mim: bem quandmeus lábios tocam os dela.
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CAPÍTULO 63
Cassia
Ky e eu ficamos juntos no alto daescadas da Prefeitura, de mãos dadas piscando ante a claridade de um dia d
final de verão em Camas. Ninguém nonota. Eles têm outras coisas no que pensaao subir as escadas. Alguns parece
ncertos, outros excitados.Uma senhora para no topo das escadae me dá uma olhada.
— Quando nós escrevemos nosso
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nomes? — pergunta ela. — Quando você estiver lá dentro par
votar — digo-lhe.
A mulher concorda e desaparecdentro do edifício.
Olho para Ky e sorrio. Nós acabamo
de colocar nossos nomes no papefazendo uma escolha sobre quequeremos que lidere.
— Quando as pessoas escolheram Sociedade, quase foi o nosso fim —analiso. — Pode ser o nosso fim de novodessa vez para sempre.
— Pode ser — concorda Ky. — Opodemos fazer uma escolha diferente.
Há três candidatos oferecendo-se par
iderar o povo. O Piloto representa
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nsurreição. Uma Oficial representa Sociedade.
E Anna representa o resto das pessoas
Ela e Eli voltaram a Camas conosco. — E Hunter? — perguntou Ky a Anna. — Sei para onde ele foi — responde
ela, e sorriu, tristeza e esperançmisturadas juntas em sua expressão, usentimento que conheço muito bem.
Essa votação é uma tarefa tão grande mpossível, um experimento tão bonito errível, e pode dar errado de tanta
formas... Penso em todos esse
papeizinhos brancos lá dentro, todaaquelas pessoas que aprenderam escrever, pelo menos, seus nomes. O qu
elas vão escolher? O que vai ser de nós
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de nossas terras de céu azul, rochvermelha e grama verde?
Mas, eu me lembro, a Sociedade nã
ode tomar tudo de novo, a não ser qunós deixemos. Podemos recuperar nossamemórias, mas vamos ter que falar entr
nós e confiar uns nos outros. Sivéssemos feito isso antes, talveivéssemos achado a cura mais cedo
Quem sabe por que aquele homemlantou aqueles campos? Talvez eleachasse que iríamos precisar das floresara a cura. Talvez ele só pensasse que
elas eram bonitas, como minha mãachava. Mas nós realmente achamorespostas na beleza com mais frequência
do que não encontramos.
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Isso vai ser muito difícil. Mas nósuperamos a Praga e sua mutação juntosodos nós. Aqueles que acreditavam nnsurreição, os que acreditavam n
Sociedade, e aqueles que acreditavam equalquer outra coisa, todos trabalhamo
ado a lado para ajudar os imóveisAlguns não fizeram isso. Alguns fugiram outros mataram. Mas muitas pessoa
entaram salvar. — Em quem você votou? — sussurrpara Ky, enquanto descemos as escadas.
— Anna — conta ele. Ele sorri par
mim. — E você? — Anna — digo.Espero que ela vença.
É a vez das Anomalias e Aberraçõe
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de terem sua chance.Mas nós vamos deixar? Nos debates, nos terminais, a Oficia
foi clara e concisa, estatística. — Vocês não acham que nós já vimo
sso antes? — pergunta ela. — Tudo o qu
vocês fazem já foi feito antes. Vocêdeveriam deixar a Sociedade ajudá-los dnovo. Dessa vez, é claro, nó
permitiremos um aumento de expressãoDaremos a vocês mais escolhas. Mas, sdeixássemos muito para seus próprioméritos, o que aconteceria?
Eu penso, nós escreveríamos algumacoisa. Cantaríamos alguma coisa.
— Sim — diz a Oficial como s
soubesse o que todo mundo na Sociedad
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estava pensando. — Exatamente. Vocêescreveriam os mesmos livros que outrapessoas escreveram. Vocês escreveriam
os mesmos poemas: eles seriam sobre amor.
A Oficial está certa. Nós comporíamo
poemas sobre o amor e contaríamohistórias que teriam sido ouvidas dalguma forma antes. Mas seria noss
primeira vez de sentir e contar.Eu me lembro do que Anna nochamou.
O Piloto. O Poeta. O Curador.
Eles estão em todos nós. Eu acreditnisso. Que cada pessoa pode ter umforma de voar, uma linha de poesia par
dar para os outros verem, uma mão par
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curar.Xander enviou uma mensagem para qu
saibamos onde ele está agora. El
escreveu à mão. Foi a primeira vez que vsua caligrafia, e as fileiras de letraarrumadinhas trouxeram lágrimas ao
meus olhos. Estou nas montanhas. Lei está aqu
ambém. Por favor, digam à minha
amília que estou bem. Estou feliz. E quvou voltar algum dia.Espero que seja verdade.Minha mãe e Bram nos esperam n
escadaria próxima ao rio. — Vocês acabaram de votar — diz
Bram. — Como foi?
— Calmo — respondo, pensando n
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grande Salão cheio de gente e os sons dápis no papel, os nomes sendo escrito
devagar e cuidadosamente.
— Eu deveria poder votar — reclamBram.
— Deveria — concordo. — Mas ele
decidiram que seria aos 17. — Na idade do Banquete — lembr
Bram. — Você acha que eu vou ter um
Banquete? — Pode ser — respondo. — Maespero que não.
— Eu tenho algo para você — diz Ky
Ele levanta a mão e lá está o tubo dVovô, aquele que encontramos nacaverna, o que Ky escondeu para mim e
uma árvore.
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— Quando você pegou isso? —pergunto.
— Ontem — conta Ky. — Nóestávamos nas Províncias Exteriores dnovo, procurando por sobreviventes. —Depois que a mutação da Praga ficou sob
controle, o Piloto deixou Ky e alguns dooutros tentarem encontrar aqueles quainda estavam perdidos, como Patrick
Aida. A esperança era de que alguns delepudessem ter achado o caminho para antigo acampamento da Insurreiçãoaquele no mapa perto do lago.
Até agora, estamos procurando. — Eu trouxe isso de volta também —
continua ele. — É o que Eli guardou. —
Ele levanta a mão e eu vejo a etiqueta n
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ubo. Roberts, Vick . — Pensei que você não acreditasse no
ubos — diz Bram.
— Não acredito — confirma Ky. —Mas acho que esse deveria ser dado alguém que o amava, para que a pesso
decida o que fazer. — Você acha que ela vai aceitar? —
pergunto. Ele está falando de Lei, claro.
— Acho que ela vai aceitar — fala K—, e depois vai seguir adiante.Porque ela ama Xander agora. El
escolheu amar de novo.
Algumas vezes, senti raiva do Vovôpor não me contar qual poema exatamentqueria que eu encontrasse. Mas agora vej
o que ele me deu. Ele me deu um
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escolha. isso que sempre foi. — É difícil fazer isso — digo
segurando o tubo do Vovô. — Eu queria
er guardado os poemas. Isso tornaria tudmais fácil. Eu teria algo deixado por ele.
— Às vezes, papel é só papel —
afirma minha mãe. — Palavras são spalavras. Formas de se capturar o real
ão tenha medo de se lembrar disso.
Sei o que ela quer dizer. Escrevercantar, pintar — isso não interrompe tudoão pode interromper a morte em seu
caminhos. Mas talvez possa criar a paus
entre o som dos passos da morte, parecer e sentir-se lindo; pode criar espaço para desejar um lugar onde voc
possa se demorar sem tanto medo. Porqu
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estamos todos andando para nossamortes, e a jornada nesse meio-tempcompensa nossas vidas.
— Adeus — digo ao Vovô e ao meupai, e seguro o tubo no rio e paro por umomento. Nós sustentamos as escolhas d
nossos pais e mães em nossas mãos, quando nós nos agarramos a elas ou adeixamos escorregar entre os dedos
aquelas escolhas se tornam as nossas.Então eu destampo o tubo e o solto nágua, deixando-a levar o últimpedacinho do Vovô para longe, do jeito
que ele queria e pediu ao meu pai parfazer.
Eu queria que eles dois pudessem ve
udo isso: campos verdes plantados co
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curas para o futuro; o céu azul; umbandeira vermelha no alto da Prefeiturasinalizando que é tempo de escolher.
— É como escalar a Colina — diz Kypercebendo meu olhar e apontando bandeira.
— Sim — concordo, me lembrando dsensação de sua mão na minha enquantamarrávamos as tiras nas árvores, par
marcarmos onde tínhamos estado.Além da cidade de Camas, amontanhas se elevam azuis, roxas brancas, a distância.
Ky e eu escalamos a Colina juntosXander está nas montanhas.
Embora Xander tenha partido, embor
nem tudo possa ser como todos gostariam
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há satisfação em saber que algo bomcerto e verdadeiro foi parte de você. Quvocê teve a benção, o presente,
felicidade, e a sorte perfeita de conhecealguém assim, para passar pelo fogo, água, a pedra e o céu juntos e emergir
odos vocês, fortes o suficiente paraguentar, fortes o suficiente para abrimão.
Eu já posso sentir algumas coisaescapando por entre meus dedos comareia e água, como artefatos e poemascomo tudo o que você quer manter e nã
pode.Mas nós conseguimos. O que quer qu
aconteça a seguir, nós demos um jeito d
ajudar a encontrar uma cura e começa
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uma votação.O rio se alterna entre o azul e o verde
enquanto reflete o céu e a grama, e e
pego um relance de algo vermelhnadando nele.
Ky se inclina para me beijar e eu fech
os olhos, para sentir o momento de espere desejo antes de nossos lábios sencontrarem.
Há fluxo e refluxo. Partida e chegadaVoo e queda.Canto e silêncio.Conquista e conquistado.
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OTA DO AUTOR
Ao longo da trilogia Destino, mencione
e/ou citei diversos trabalhos de arteEmbora a maioria dos trabalhos sejreferida no texto, eu quis incluir uma listcompleta aqui para aqueles que estivere
nteressados em ler ou ver mais do belrabalho artístico desses artistas.
PINTURASChasm of the Colorado, por Thoma
Moranreferida como a Pintura 19 nas Ce
Pinturas)Girl Fishing at San Vigilio, por Joh
Singer Sargent
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referida como a Pintura 97 nas CePinturas)
POESIA“Não Entre Docemente Naquela Bo
oite”, por Dylan Thomas
“Poema de Outubro”, por DylaThomas
“Cruzar a Margem”, por Alfred Lord
Tennyson“Caíram Como Flocos”, por EmilDickinson
“Não Te Alcancei”, por Emily
Dickinson“Em Tempos de Peste, 1593”, po
Thomas Nashe
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E m Travessia, eu também mencioneRay Bradbury e Rita Dove, cujorabalhos, junto com o de Wallace Stegne
e Leslie Norris, me inspiraram durante escrita dessa série.
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AGRADECIMENTOS
Eu gostaria de agradecer:
A meu marido, que vê beleza tanto npoesia quanto nas equações, e que nuncfalha em acreditar e construir;
A nossos quatro filhos, que são o
“como” e o “porquê” de tudo o quescrevo;
A meus pais, e meu irmão e irmãs;
Ao Dr. Gregory F. Burton (quegenerosamente me deixou usar suanalogia Cachinhos Dourados/Xanthe nexto, e que me ajudou com a imunologi
envolvida na história) e ao Dr. Mathew OLeavitt (que emprestou sua experiêncicomo patologista). Qualquer ciênci