Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR
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CONSTRUINDO UM JORNAL PARA
AUXILIAR O PROCESSO DE ENSINO
E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA
Eliana Guimarães Szumski
Ana Cristina Schirlo
Sani de Carvalho Rutz da Silva
Resumo
O trabalho aqui relatado tem sua gênese em uma indagação muito comum entre a maioria dos alunos: “Para que serve a Matemática?”. Procurando tecer respostas para essa indagação, alunos da 5ª série do Ensino Fundamental de uma escola estadual da cidade de Ponta Grossa, Paraná, confeccionaram um material comunicativo, que utiliza textos e imagens sobre temas matemáticos. O caminho percorrido para a construção do jornal foi uma pesquisa realizada para definir quais caminhos seriam percorridos para identificar as divisões de um jornal e para decidir quais matérias comporiam o jornal. Espera-se que este estudo venha somar-se a outros já existentes em Educação Matemática. Pois, a partir desse tipo de experiência os alunos podem vir a apresentar mais facilidade para fazerem novas associações e descobertas conceituais.
Palavras-chave: Educação Matemática, jornal e matemática em notícias.
Abstract
BUILDING UP A NEWSPAPER TO HELP THE MATHEMATIC TEACHING
AND LEARNING PROCESS
This work explores such a very common question among the students: Why is mathematic useful to? Seeking for answers, students from a public school of the first year of the Fundamental School (5th.Grade) in Ponta Grossa City - Paraná State, developed a communicative material using texts and images with mathematic subjects. The research involved the students’ identification of the parts that could compound the newspaper and the decision about which subject could be in it. We hope with this study to add a tool to the others ones used in the Mathematic teaching. With this kind of experience, we can help the students to develop their abilities with associations and also to make possible the conceptions
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discoveries.
Key-Words: Mathematic Teaching, Newspaper and Math in news.
Introdução
Dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) mostram que o ensino da
Matemática nas escolas de Ensino Fundamental e/ou Ensino Médio, passa por situações difíceis,
pois os alunos brasileiros, em 2006, conquistaram a 53ª colocação em letramento de Matemática,
entre os 57 países que participaram dessa edição do PISA1.
Algumas dessas dificuldades do ensino de Matemática vêm sendo atribuídas pela
distinção entre dois princípios básicos de representação da realidade. Esses princípios básicos são
o alfabeto e os números. Ao associar letras, números e imagens espera-se estar estabelecendo
uma comunicação mista que junta à língua e a Matemática.
O jornal é um meio que proporciona um apoio fundamental para a ultrapassagem dos
obstáculos entre a associação das letras, números e imagens. Pois, ao se fazer o registro sobre
determinado assunto permite-se uma maior reflexão sobre a atividade. Com o jornal acontecerá
da mesma forma. Assim, a partir do momento em que o aluno pesquisar a respeito de um tema
para o jornal, este estará reproduzindo e reforçando conteúdos que não tinha conhecimento
suficiente para assimilar seus objetivos e significados.
Por esta razão, o desafio de criar um jornal, construído pelos alunos, com temas diversos
relacionados com a Matemática, vem a auxiliar os educandos a amenizarem algumas dificuldades
de aprendizagem. Assim, a confecção de um jornal poderá ajudar os alunos a compreenderem e
revisarem de uma maneira diferente e informativa certos assuntos e certos conteúdos
matemáticos. Pois, por meio dessa comunicação, espera-se que os discentes recebam
informações sobre as relações que a Matemática tem com outras disciplinas, o que é fundamental
para que eles construam seus saberes matemáticos.
1 Disponível em <http:www.inep.gov.br/internacional/pisa>.
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Smole e Diniz (2001), afirmam que aprender matemática exige comunicação, pois é por
meio dos recursos de comunicação que as informações, os conceitos e as representações são
transportados entre as pessoas. Nesse entender, o jornal pode criar um meio de comunicação e
informação capaz de instigar a curiosidade do aluno, e assim, conduzi-lo ao conhecimento
matemático. Logo, construir um jornal tornou-se interessante, pois ele abre um novo espaço para
o aluno escrever, ler, falar, criar e pesquisar em torno da Matemática.
É possível o professor estender e dinamizar sua atividade em sala de aula, verificando que
a teoria está presente na realidade do aluno. Dessa forma, a atividade de construção de um jornal
permite formar cidadãos competentes, com uma visão ampliada do universo e, ainda ajuda a
tornar as aulas mais interessantes.
Assim, com o intuito de responder a questão “Para que serve a Matemática?”, este
trabalho relata a experiência de proporcionar a produção de conhecimentos envolvendo
conceitos matemáticos por meio da construção de um jornal. O jornal a ser construído
contemplará alguns dos temas curriculares mais importantes nas aulas de Matemática dos anos
finais do ensino fundamental e, pretende mostrar ao leitor que é possível romper com a rotina
em sala de aula ser criativo.
Inicialmente, a confecção do jornal intitulado “O Mundo da Matemática”, teve como
objetivo inicial incentivar os alunos de 5ª série do Ensino Fundamental a construírem um jornal
com temas voltados para o processo de ensino e aprendizagem em Matemática. Espera-se que
com a confecção de um novo material comunicativo que utiliza diversas linguagens trabalhadas
nas práticas sociais e cotidianas, os alunos passem a ter uma visão global da realidade em busca
do gosto pela matemática.
Logo, para atingir o objetivo, foi realizada uma pesquisa para definir quais caminhos
seriam utilizados para identificar as divisões de um jornal e para decidir quais matérias deveriam
compor o jornal. Nesse caminho, percebeu-se que as matérias que iriam compor o jornal
precisavam ser informativas e desafiadoras. Por isso, o jornal construído contém história, jogos e
curiosidades.
Espera-se que este trabalho venha somar-se a outros estudos sobre Educação
Matemática já existente. Pois, a partir desse tipo de experiências os alunos podem vir a
apresentar mais facilidade para fazerem novas associações e descobertas conceituais.
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Educação Matemática
Desde o início do século XX, professores se reúnem para refletir o ensino da
Matemática nas escolas. No entanto, somente a partir dos anos 50, a UNESCO (Organização das
Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura) passou a preparar e a realizar congressos que
versam sobre Educação Matemática. Como conseqüência desses congressos, a Educação
Matemática conquistou espaço como área interdisciplinar.
As discussões no campo da Educação Matemática no Brasil e no mundo, ao ver de
Onuchic e Allevato (2005, p. 215), mostram a necessidade de se adequar o trabalho escolar às
novas tendências que podem levar à melhores formas de se ensinar e de se aprender
Matemática. A partir da década de 70, surge na França a Educação Matemática, a qual – nos
países europeus - é chamada de Didática Matemática. Bicudo (2005, p.30) relata que
é necessário uma didática que inicie o aluno na produção do conhecimento matemático, permitindo-lhe ser sujeito de sua ação, já que no tempo de que dispõe a Escola, não seria mesmo possível responder a todas as suas perguntas e dúvidas.
No entender de Bicudo (2005), a Educação Matemática pretendia fornecer uma
introdução às formas de conhecimento que passam a atender as necessidades tecnológicas e
técnicas que o mundo moderno passa a exigir. Assim, a Educação Matemática pretende não
somente ajudar os estudantes a aprenderem certas formas de conhecimento e de técnicas, mas
também convidá-los a uma reflexão acerca de como essas formas de conhecimento e de técnicas
devem ser aprendidas.
Enquanto campo profissional e científico, o surgimento da Educação Matemática, é
atribuído as preocupações de matemáticos e de professores de Matemática a respeito da
qualidade da exposição e da socialização de idéias matemáticas.
Nesse sentido, a Educação Matemática discute o problema de se saber o alcance e as
formas que as práticas sociais de caráter educativo participam, de forma ativa e criativa, na
produção da cultura matemática de um modo geral.
Segundo Miguel, Garnica, Igliori e D’ Ambrósio (2004, p. 80-89)
Práticas sociais produtoras de cultura matemática seriam incomensuráveis com práticas sociais produtoras de cultura educativa relativa à cultura matemática? Já tivemos a oportunidade de considerar a questão mais ampla do projeto de disciplinarização das práticas educativas relativas à cultura matemática na referência.
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Essa preocupação é pertinente tanto à melhoria das aulas quanto à atualização e
modernização do currículo escolar da Matemática. De acordo com Schubring (1999) a Matemática
é a disciplina escolar que deu as mudanças curriculares visando uma melhora no processo de
ensino e aprendizagem, deflagrando um movimento internacional de reformulação curricular.
Machado (1997) afirma a importância de se repensar o ensino da Matemática em um
sentido globalizante, que transcenda o tecnicismo de todas as ordens, que possa inscrever tal
ensino numa perspectiva de ação transformadora. Esse componente curricular deve ser
compreendido pelos professores como objeto de cultura, como ferramenta de trabalho, que está
inserido no processo histórico-social onde ele é produzido, ou seja, no cotidiano escolar.
Segundo D’Ambrósio (2007, p. 8).
Cedo ou tarde a sociedade vai acordar para o fato que a origem dos maus resultados dos exames e nos “provões” não está no aluno nem professor, e sim no conteúdo, que é desinteressante, inútil e obsoleto.
Nesse entender, a Educação Matemática, quando vista como disciplina autônoma, é
considerada uma disciplina nova. Porém, a Educação Matemática vem desde a antiguidade
preocupando-se com a prática docente, recorrendo a caminhos que tornem os conteúdos mais
interessantes e úteis para o aluno.
Assim, o Movimento da Educação Matemática traz a valorização dos processos mentais
para a solução de situações-problema. A concepção desse movimento pregava que o aluno não
devia perder tempo resolvendo, mecanicamente, operações matemáticas, mas investir na
resolução criativa de situações problemas, usando o raciocínio e aprendendo a fazer relações
contextualizadas.
PISA e o Letramento em Matemática
O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) é uma avaliação patrocinada pela
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que visa traçar um
panorama mundial da educação com a aplicação de testes trienais nas diversas áreas do
conhecimento, com o objetivo de medir o rendimento escolar de jovens que se encontram na
faixa etária dos 15 (quinze) anos, próximos, portanto, do final da escolaridade obrigatória.
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Realizado pela primeira vez em 2000, ele não avalia somente os conhecimentos das áreas
específicas, mas também os processos e contextos em que esses conhecimentos são aplicados
para verificar se os jovens estão preparados para enfrentar os desafios impostos pela sociedade
atual. Pois, o PISA destaca situações-problema que vem ao encontro das situações da vida real.
Também contextua essas situações-problema de forma que haja autenticidade no processo de
sua interpretação, resolução e conclusão.
Em cada avaliação realizada pelo PISA, o foco da avaliação recai sobre uma das áreas de
conhecimento específico, sendo: leitura, matemática e ciências. Cabe esclarecer que letramento,
em sentido lingüístico, pressupõe um vocabulário rico e um conhecimento substancial de regras
gramaticais, fonética, ortografia, entre outras.
Segundo a definição do PISA (2004, p. 51) “letramento matemático é a capacidade de um
indivíduo para identificar e entender o papel que a matemática representa no mundo, fazer
julgamentos matemáticos bem fundamentados e empregar a matemática de formas que
satisfaçam as necessidades gerais do indivíduo e de sua vida futura como um cidadão construtivo,
preocupado e reflexivo”.
A definição de letramento matemático no PISA é consistente com a teoria sobre a
estrutura e o uso da língua, refletida em estudos socioculturais recentes sobre letramento. Assim,
o nível de letramento requerido para que um aluno consiga ocupar-se com êxito de cada item é
cuidadosamente considerado no desenvolvimento e seleção dos itens incluídos no PISA. No
entanto, para que essa utilização seja possível e viável, são necessários muitos conhecimentos e
habilidades básicas em Matemática, e essas habilidades são parte da definição de letramento.
A área de letramento em Matemática do PISA ocupa-se das capacidades dos estudantes
de analisar, raciocinar e comunicar efetivamente as idéias quando colocam, formulam, resolvem
e interpretam problemas matemáticos em uma variedade de situações.
Goulart (2001, p. 10) define letramento como:
o espectro de conhecimentos desenvolvidos pelos sujeitos nos seus grupos sociais, em relação com outros grupos e com instituições sociais diversas. Este espectro está relacionado à vida cotidiana e a outras esferas da vida social, atravessadas pelas formas como a linguagem escrita perpassa, de modo implícito ou explícito, de modo mais complexo ou menos complexo.
Nesse entender, para se comunicar, os seres humanos combinam esses elementos de
maneiras criativas, em resposta a cada situação de vida real com que se defrontam, logo é vista
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como um conjunto crescente de conhecimentos, habilidades e estratégias que os indivíduos
constroem ao longo de toda a vida, em diversas situações e por meio da interação com seus pares
e com as comunidades mais amplas de que participam. De fato, cada linguagem tem uma
concepção intrincada que está ligada, de forma complexa, a uma variedade de funções e de
situações de uso. Para que uma pessoa seja letrada numa língua é necessário que ela conheça
muitos dos recursos da língua e que seja capaz de os utilizar em funções e situações sociais muito
diversas.
Da mesma forma, o letramento em Matemática não pode estar limitado ao conhecimento
de terminologias, fatos e procedimentos matemáticos, bem como a habilidades de realização de
certas operações e utilização de certos métodos, mas certamente os pressupõe. Letramento em
Matemática envolve a combinação criativa desses elementos em resposta às exigências impostas
pela situação externa.
O Jornal como Aporte Teórico
Ao buscar subsídios para facilitar o processo de ensino e aprendizagem, o professor
vislumbra que seus alunos obtenham uma aprendizagem significativa e, esta é obtida quando eles
se predispõem a aprender. Segundo Rui Barbosa, é a partir da curiosidade que nasce a atenção; e
da atenção, nasce a percepção e a memória inteligente.
Nesse entender, a contribuição das abordagens comunicativas para a resolução de
situações-problema em sala de aula, se dá por meio de explorações das relações entre discurso e
texto. Esses discursos e textos podem contribuir como agentes motivadores para o processo de
ensino e aprendizagem. Eles também atuam como facilitadores no desenvolvimento da
linguagem, da interpretação e da criatividade, exigidas na escolha de temas e na argumentação
necessária durante a troca de informações. A intenção do professor é buscar caminhos para que
levem os alunos a uma aprendizagem expressiva e também significativa.
Assim, trabalhar com jornal por meio do discurso de textos, desenvolve um diálogo e
torna possível a comunicação entre o aluno e o professor. Segundo Pinto (1999, p. 7) diálogos são
textos de "formas empíricas do uso da linguagem escrita, verbal e oral, e/ou de outros sistemas
semióticos no interior de técnicas sociais contextualizadas histórica e socialmente".
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No âmbito dessa discussão, Orlandi (1999) esclarece que os textos devem ser
articuladores por diferentes vozes, pois estas têm procedência em diferentes discursos,
especializados por seus próprios valores e significados. Desse modo, o discurso que se apresenta
articulado à atividade social de noticiar informações tecnológicas e científicas está vinculado a
uma variedade de textos que são apresentados por meios falados e magnéticos, como por
exemplo, em jornais impressos e em filmes.
Portanto, em sala de aula, o uso de diversos textos de caráter científico oferece aos
alunos a capacidade de se adequar e de se reformular no mundo atual de maneira a consentir
novos fins e também nos contextos. Assim, o papel do professor como mediador, estimula a
diversidade. Nesse entender, ao utilizar o jornal como método pedagógico como uma fonte de
diálogo entre aluno e professor, permitirá que o aluno entenda melhor os conteúdos que lhe está
sendo ensinado, ou seja, o jornal pode servir como uma ponte entre a realidade e o
conhecimento científico, por meio de suas pesquisas e principalmente de suas produções.
Sendo assim, o jornal é uma fonte de ensino e aprendizagem através da leitura e da
escrita, criando um novo sentido para a Matemática, permitindo que o ensino da sala de aula
deixe de ser algo abstrato, e traga contribuições para a formação de cidadãos críticos e
conscientes.
Procedimentos Metodológicos
CONTEXTUALIZAÇÃO
Nesta pesquisa optou-se por utilizar-se da abordagem da pesquisa-ação para colher os
dados necessários com o intuito de verificar as contribuições de um jornal com temas de
Matemática para o processo de ensino e aprendizagem.
A pesquisa-ação como o próprio nome já diz, procura unir a pesquisa à ação ou a prática,
e assim, desenvolver o conhecimento e a compreensão como parte da prática. Esse tipo de
pesquisa é, hoje, amplamente aplicada na área do ensino, por meio do desenvolvimento de
propostas de ensino-aprendizagem que podem levar o pesquisador a encontrar resposta às
necessidades presentes na prática da sala de aula.
No pensar de Thiollent (1985, p.14) a teoria e a prática não eram percebidas como partes
integrantes da vida profissional de um professor, e a pesquisa-ação começou a ser implementada
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com a intenção de ajudar os professores na solução de seus problemas em sala de aula,
envolvendo-os na pesquisa. Nesse sentido, este tipo de pesquisa é, sem dúvida, atrativa pelo fato
de poder levar a um resultado específico imediato, no processo de ensino e aprendizagem.
Nacarato (2000) comenta que quando praticada em particular no ambiente escolar, a
pesquisa-ação pode oferecer informações e conhecimentos que permitirão um repensar dos
objetivos da ação pedagógica.
As atividades pedagógicas são entendidas dentro de uma dimensão conscientizadora e
não apenas de obtenção de informações. Nesse caso, o referido autor considera que o
pesquisador dispõe de um conhecimento prévio que funcionará como ponto de partida, como
gerador de idéias ou diretrizes para nortear a pesquisa e as interpretações. Ao longo do processo,
emergirão questões que exigirão novos conhecimentos, novas reflexões e novas tomadas de
consciência.
A CONSTRUÇÃO DO JORNAL
Esse trabalho é fruto de uma indagação comum entre a maioria dos alunos “Para que
serve a Matemática?”. Em procura de respostas para essa indagação, seguiu-se o caminho da
pesquisa-ação. Esse trabalho visa incentivar os alunos de 5ª série do Ensino Fundamental a
criarem e organizarem um jornal com notícias matemáticas. Espera-se que com a confecção de
um novo material comunicativo, que utiliza diversas linguagens trabalhadas nas práticas sociais
cotidianas, os alunos passem a ter uma visão global da realidade em busca do gosto pela
matemática.
Para tanto, inicialmente, um grupo de alunos da 5ª série da Escola Estadual Pascoalino
Provisieiro, localizada na cidade de Ponta Grossa, Paraná, precisavam entender como se constrói
um jornal. Sabe-se que ao longo do desenvolvimento do trabalho muitas dúvidas e inquietações
vão surgindo, o pesquisador se vê envolto num grande mar de informações, de possibilidades e
também de dúvidas e limitações, a cada questão respondida muitas outras emergem, surgindo
assim os conflitos epistemológicos.
Para obter as informações necessárias, a professora de matemática – idealizadora do
projeto para a construção do jornal – foi em busca de ajuda na acessória de imprensa da
Universidade Estadual de Ponta Grossa. Um diagramador, se mostrou interessado em auxiliar o
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processo de construção e foi visitar a escola com a finalidade de explicar aos alunos como
elaborar um jornal. Com os esclarecimentos dados pelo profissional, seguiu-se para a segunda
etapa do projeto, decidir o nome do jornal.
Tendo ciência que o primeiro incentivo ao pesquisador-repórter é a curiosidade, foi
promovido um concurso artístico para criar o nome do jornal. Nesse concurso os alunos deveriam
fazer, em uma folha de papel sulfite, um desenho consoante com o nome que estavam criando
para o jornal, seria de acordo com o nome do jornal. Sendo que o desenho vencedor seria uma
parte gráfica da capa do jornal. O nome vencedor foi “O Mundo da Matemática”, como se
observa no desenho exposto na figura 1:
FIGURA 1: Desenho vencedor do concurso e capa da primeira edição do jornal “O Mundo
da Matemática
Com o nome escolhido, partiu-se para a escolha dos temas que seriam abordados.
Durante o processo, procuraram-se informações em diversos campos do conhecimento,
buscaram-se pontos convergentes e divergentes a fim de obter um maior embasamento teórico e
dar sustentação para a temática em questão. Após a realização da pesquisa sobre os supostos
temas, os alunos iniciaram discussões em pequenos grupos para chegarem a um consenso dos
temas a serem escolhidos. Em seguida, houve uma discussão no grande grupo para a decisão final
acerca dos temas a serem abordados. Os temas escolhidos foram: a Matemática no dia-a-dia, a
história da Matemática, a Matemática-lúdica e o meio ambiente.
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Ressalta-se que a indicação dos mesmos partiu dos próprios alunos. Pois, pesquisar vem
do interesse em elucidar os problemas existentes no meio em que se está inserido. Iniciou-se,
então, a transposição didática entre a prática realizada e a teoria apresentada. Após este trabalho
de ação e reflexão, os alunos passaram para o registro da experiência vivenciada em uma folha de
papel a qual foi entregue à professora. Esses registros foram utilizados para a realização do
trabalho de confecção do jornal, dentro da regras de digitação e diagramação.
Para a parte do jornal que expõem o tema Matemática no dia-a-dia foram escolhidos
textos que ressaltam a importância da Matemática na vida das pessoas. O aluno P. S. escreveu
que:
A Matemática é usada de várias maneiras: no trabalho, nas lojas, empresas, serrarias,
mercados, bancos, etc. A Matemática é também usada na contagem dos números,
velocidade dos carros, foguetes e até mesmo de um chute a gol.
Para ilustrar o exposto, foi escolhida a imagem que segue:
FIGURA 2: Mestre de obras
A aluna C. S. com a ajuda da aluna J. A., corroboraram com o tema, relatando que:
A importância da Matemática no dia-a-dia. Para tudo nós precisamos dela. A
Matemática é usada na compra de roupas, calçados, em geral ela está na nossa vida. Ao
levantar, ao sairmos, muitas pessoas nem percebem a presença da Matemática. A
Matemática pode ser divertida ou também chata, dependendo da maneira que se
aprende e compreende. A partir do momento que as pessoas observarem, entenderem
sua importância, verificarão que a Matemática gira em torno do mundo.
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E, completando o quadro reservado a esse tema, foi apresentado que a Matemática se
faz presente na natureza por meio das formas geométricas. Abaixo segue imagem e texto,
produzidos pelo aluno T. A.:
Figura 3: Formas geométricas compondo mosaicos naturais
Cabe salientar que, nem todos os alunos gostam de Matemática. Logo, há a necessidade
relacionar os conteúdos matemáticos com outras áreas de saber. A interdisciplinaridade ajuda o
aluno a ter uma visão global dos conteúdos aprendidos em sala de aula. Espera-se que
oportunizando para o aluno a importância da Matemática por meio de situações presente em
suas vidas, seja no momento de calcular um simples troco, ou na programação de computadores,
ele venha a apresentar um maior interesse pela matéria.
No que coube ao tema História da Matemática, apresentou-se uma pequena viagem pela
história da Matemática relatando como os povos antigos contavam, esse texto foi produzido pela
aluna P. R.
Você certamente não se lembra mais como aprendeu contar objetos. Seus pais ajudaram
você quando era pequeno. Você se arrependeu de ter aprendido tudo isso? Lógico que
não! Não ache você que os homens da caverna já nasceram sabendo os números! Era
complicado para os caçadores saberem quantos animais morriam. Para resolverem os
seus problemas, desenhavam nas pedras os animais que tinham morrido. Os povos
antigos usavam para contar um objeto chamado ábaco, que era considerado por muitos
a primeira calculadora.
Também, no tema História da Matemática, foram expostas curiosidades sobre as
Pirâmides e muitos mais. O aluno R. T. escreveu o que descobriu sobre as pirâmides e escolheu o
desenho a seguir para iluatrar sua redação:
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Existem, ainda hoje, no Egito, construções feitas há mais ou menos 4000 anos. São as
pirâmides. Elas são em número de 80. A maior delas tem 148 m de altura e nela foram
empregados 2 milhões de blocos de pedras calcárias. Segundo seus historiadores, a
Grande Pirâmide, como é chamada a de Quéops, foi construída num espaço de vinte
anos. Cem mil homens trabalhavam nessa obra durante a época das cheias do rio Nilo,
quando a agricultura ficava paralizada.
“O tempo resiste a tudo, mas as pirâmides resistem ao tempo”, diz um provérbio árabe.
FIGURA 4: Pirâmides do Egito
A aluna E. S. enriqueceu o texto de seu colega R. T., com o texto e imagem abaixo
exposto:
Os antigos egípcios foram provavelmente o primeiro povo a tentar medir a extensão de
terras com precisão? Sabe como foi descoberto? Foram achados dentro de um de seus
túmulos, desenhos representando dois homens medindo um campo de milho com uma
corrente. Se precisarmos medir pequenos comprimentos e não tivermos na hora os
instrumentos necessários, podemos usar a nossa mão.
FIGURA 5: O corpo humano e as relações métricas
Completando o texto com curiosidades acerca das relações, os alunos no grande grupo
construíram as seguintes frases:
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FIGURA 6: Coletâneas sobre as relações métricas
Essa coletânea pretendia trazer informações para o aluno-leitor, para auxiliá-lo no
desenvolvimento de futuras atividades. Pois, sabe-se que cada vez mais, a atividades
apresentadas aos educando continham traços de natureza cultural. Logo, se faz necessário que o
aluno tenha o conhecimento da História da Matemática para poder fazer as relações no
desenvolvimento de situações-problemas que lhes serão apresentadas no decorrer de sua vida.
Caso contrário, a situação-problema pode se tornar mais uma atividade acrítica para o aluno, pois
ele estará apenas incorporando e retransmitindo os interesses e valores orientadores pelo
professor.
Segundo Chateau (1989) crianças e adultos se realizam plenamente, entregando-se por
inteiro ao jogo. Com esse entendimento, deu-se início ao tema a Matemática e o lúdico.
As atividades lúdicas proporcionam um encantamento, seja em crianças, em adolescentes
ou em adultos, sendo o brincar uma atividade inerente ao ser humano. Diante desse pensar, os
alunos A. C. B., U. T., E. F. e O. N. escolheram as atividades que fariam parte de seção lúdica
desta edição do jornal “O Mundo da Matemática”.
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FIGURA 7: Brincando também se aprende
Pode-se dizer que a curiosidade move as pessoas a participarem de brincadeiras. Dessa
forma é interessante buscar conciliar a alegria da brincadeira com a aprendizagem escolar. Nessa
linha de raciocínio, a alegria da brincadeira é uma possibilidade para que a afetividade, o prazer, o
autoconhecimento, a cooperação, a autonomia, a imaginação e a criatividade cresçam,
permitindo que o aluno construa a aprendizagem por meio da alegria e do prazer de querer fazer
e construir.
Por esse caminho, a aluno A. V. completou essa parte da edição, com a atividade ilustrada
abaixo:
FIGURA 8: Em busca do caminho mais curto
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Por meio dessas atividades, esperava-se que os alunos desenvolvessem um papel ativo na
construção de seu conhecimento. Ainda, esperava-se que eles tenham mais um aporte que os
auxiliem a desenvolver a autonomia, o raciocínio, além de verificar que a Matemática pode ser
divertida.
Finalizando a primeira edição do jornal, no tema meio ambiente, foram relatadas as
atividades desenvolvidas na escola relacionadas à educação ambiental. Em uma dessas atividades,
os alunos queriam relatar a importância de preservar o meio ambiente. O texto a seguir é de
autoria do aluno A. S. L.:
Natureza é uma palavra curta, perto da imensidão das vidas que representa. Vida de
animais, plantas, árvores e tantas outras maravilhas que nos cercam. Quem não se
sensibiliza ao ver e contemplar a beleza de uma flor que dança quando o vento à toca,
ou então, uma árvore quando está carregada com belas frutas, a beleza de um rio, uma
cachoeira que desliza, como se fosse tão leve, sobre pedras lisas e de formas variadas?
Quem não desfruta da alegria de animais correndo, de pássaros coloridos cantando
todas as manhãs?
Devemos gritar por socorro pela natureza, porque o homem não tem o direito de destruí-
la.
A extinção é para sempre com cada espécie eliminada o mundo se empobrece
irreversivelmente.
Corroborando com o texto acima, os alunos envolvidos na construção do jornal,
solicitaram para outros alunos, de outras séries frases sobre o meio ambiente. Entre tantas frases
que receberam, foram escolhidas as frases que constam na coletânea abaixo:
FIGURA 9: Coletânea de frases sobre o meio ambiente
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I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009 ISBN: 978-85-7014-048-7
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Para completar a edição do jornal, os alunos produziram um texto para convocar todos os
alunos do colégio a participarem de uma gincana ecológica. Essa gincana envolveria a escola e a
comunidade local. A seguir o relato que foi impresso no jornal:
FIGURA 10: Convocação para a gincana ecológica
Os educandos após coleta das informações acima citadas para a confecção do jornal,
foram em busca de conhecimentos sobre o layout de um jornal de verdade. Para tanto, foi
solicitado a um dos jornais escritos da cidade de ponta Grossa informações a respeito do layout.
De posse dessa informação, ficou estabelecido que cada página impressa do jornal teria 22,8 cm
de largura por 32,7 cm de altura.
Finalmente, os textos e imagens selecionadas para comporem a primeira edição do jornal
“O Mundo da Matemática”, foram enviados a assessoria de imprensa da Universidade Estadual de
Ponta Grossa que fez, graciosamente, a arte final e a impressão do jornal, sendo o papel usado
para imprimir as quatro páginas do jornal, uma doação do Jornal da Manhã1.
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Algumas Considerações
A vida é complexa e mesmo o mais modesto ou o mais sutil ato reflete, de uma forma ou
outra, uma infinidade de aspectos do mundo real. Segundo Struik (1998, p. 29) “ o homem é um
ser social, mesmo quando se preocupa com linhas retas e hipercones num espaço de dimensão
sete”. Assim, há de se descobrir caminhos que contribuam para o processo de ensino e
aprendizagem neste momento de situações difíceis, com os alunos brasileiros na 53ª colocação
em letramento de Matemática no PISA de 2006.
É necessário que cada vez mais, professores e alunos, tomem ciência de que as atividades
de cunho matemático, não fiquem apenas no contexto acrítico. Assim, com o intuito de contribuir
para o processo de ensino aprendizagem em Matemática, este trabalho apontou a produção de
conhecimentos matemáticos por meio da construção de um jornal que abordou temas
informativos e desafiadores por meio de história, jogos e curiosidades.
As reflexões aqui apresentadas aqui têm raízes no exposto por Miguel e por Miorim
(2004, p. 165) a respeito de uma prática escolar como um conjunto de atividades ou ações físico-
afetivo-intelectuais que se caracterizam por ser:
1. conscientemente orientadas por certas finalidades; 2. espaço-temporalmente configuradas; 3. realizadas sobre o mundo natural e/ou cultural por comunidades de prática cujos membros estabelecem entre si relações interpessoais institucionalizadas; 4. produtoras de conhecimentos, saberes, ações, tecnologias, discursos, artefatos, obras de arte, etc. ou, em uma palavra, produtoras de cultura, isto é, de um conjunto de formas simbólicas.
Sendo assim, a Educação Matemática, prega que o aluno não deve perder tempo
resolvendo mecanicamente operações matemáticas, mas, deve investir no raciocínio e aprender a
fazer relações contextualizadas. Nesse sentido, a confecção do jornal junto aos alunos da 5ª série
do Ensino Fundamental visa contribuir para que eles passem a ter uma visão global da realidade
e, a adquirir um melhor e maior interesse pela Matemática.
Acredita-se que o objetivo inicialmente proposto foi atingido, pois mesmo os alunos que
não participaram da confecção do jornal da escola ficaram motivados com a construção do
mesmo. E, os que participaram diretamente da construção do jornal apontaram ser interessante
perceber a confecção de uma notícia pelo “ lado de dentro” do processo.
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Na parte prática do jornal, houve grande envolvimento dos alunos, pois estes se
responsabilizaram pela coleta das informações e pela elaboração dos textos. Ao final, a professora
– criadora da idéia de construir o jornal – acabou sendo a “editora” do jornal, tornando o
trabalho, uma atividade em equipe.
A primeira edição do jornal “O Mundo da Matemática” foi recebido pela escola como
muito entusiasmo, alegria e satisfação. Cada aluno levou para sua casa um jornal para que seus
familiares pudessem apreciar que a Matemática não se restringe apenas em cálculos, mas
também se faz presente nos valores sociais do mundo moderno.
Espera-se que este trabalho venha somar-se a outros estudos já existentes sobre
Educação Matemática. Pois, a partir desse tipo de experiências os alunos podem vir a apresentar
mais facilidade para fazerem novas associações e descobertas conceituais.
Referências
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