1
Destaque Setorial - BradescoD
epar
tam
ento
de
Pesq
uisa
s e
Estu
dos
Econ
ômic
os06 de agosto de 2013
Priscila Pacheco Trigo
Fonte: IBGE Elaboração: BRADESCO
PIB da construção civil – variação em relação ao mesmo período do ano anterior (%)
Atividade da construção civil deve acelerar no segundo semestre, mas crescimento seguirá moderado e concentrado em alguns segmentos
A atividade da construção civil deve acelerar na segunda metade deste ano, mas o ritmo de crescimento tende a seguir moderado. Isso significa que o PIB da construção civil deve crescer mais próximo ao da economia doméstica neste e no próximo ano, após registrar variação acima do PIB nos últimos três anos. O desempenho heterogêneo entre os principais segmentos da construção civil reforça esse cenário. Enquanto as obras para os eventos esportivos sustentam a demanda do setor, a demora na aprovação de projetos de infraestrutura e a paralisação das licitações de grandes obras públicas desde 2011 limitam a retomada mais forte. Somado a isso, em 2012, o setor imobiliário registrou retração no número de lançamentos residenciais, puxando para baixo esse segmento no início do ano. Embora esse resultado deva ser revertido nos próximos meses, o ritmo ainda será menor do que nos anos anteriores. Por fim, a construção de shoppings e de galpões industriais e para logística incrementa o segmento comercial, enquanto devemos observar diminuição
Construção civil
dos lançamentos de escritórios, especialmente em São Paulo.
O PIB da construção civil desacelerou nos últimos trimestres, passando a registrar ligeiro declínio no primeiro trimestre deste ano (queda de 1,5% em relação ao primeiro trimestre de 2012). Os dados de emprego na construção civil apontam para a mesma dinâmica. A geração líquida de emprego com carteira assinada ficou em 18 mil empregados nos últimos doze meses, número que chegou a atingir 280 mil em 2010 e 170 mil em 2011. Isso tem ocorrido principalmente na construção de edifícios, segmento que vinha sustentando a contratação de mão de obra formal. Nos primeiros meses deste ano, observamos alguma reação do setor de infraestrutura, mas os dados referentes a maio e junho já apontam reversão. Essa trajetória foi explicada pelas obras para a Copa das Confederações, que foram finalizadas entre maio e junho, com o início do evento.
2,8%
-5,3%-5,3%
0,0%
8,4%
12,5%
5,5%
4,1%3,2%
7,9%
5,5%
2,9%
6,1%4,9%
7,9%8,1%
11,6%
4,1%
-5,4%
-2,2%
8,3%
15,7%16,8%
9,4%
6,1%5,5%
2,2%
3,9%3,1%
1,3%
-0,1%-1,5%
-7,0%
-2,0%
3,0%
8,0%
13,0%
18,0%
2003
- I
2003
- II
2003
- III
2003
- IV
2004
- I
2004
- II
2004
- III
2004
- IV
2005
- I
2005
- II
2005
- III
2005
- IV
2006
- I
2006
- II
2006
-III
2006
- IV
2007
- I
2007
- II
2007
- III
2007
- IV
2008
- I
2008
- II
2008
- III
2008
- IV
2009
- I
2009
- II
2009
- III
2009
- IV
2010
- I
2010
- II
2010
- III
2010
- IV
2011
- I
2011
- II
2011
- III
2011
- IV
2012
- I
2012
- II
2012
- III
2012
- IV
2013
- I
Fonte: IBGE PIB DA CONSTRUÇÃO CIVIL - TRI SOBRE TRI DO ANO ANTERIOR
2DEPEC
Des
taqu
e Se
toria
l - B
rade
sco
Fonte: CAGED Elaboração: BRADESCO
Geração líquida de emprego na
construção civil por segmento –
média móvel três meses dos dados dessazonalizados
Assim, a dinâmica entre os segmentos tem ocorrido de forma desigual desde 2012, ainda que todos tenham mostrado algum arrefecimento. A aceleração esperada para os próximos trimestres ainda deve seguir de maneira não disseminada.
Infraestrutura: falta de novos projetos limita crescimento do segmento
O segmento de infraestrutura, que responde por 44% do setor1, está sendo influenciado por dois fatores que devem seguir em sentidos opostos. Enquanto as obras para a Copa em 2014 sustentam a elevação da demanda na construção, a paralisação das licitações
de novos projetos em infraestrutura atua na direção contrária. Para a Copa, atualmente estão programados R$ 8,85 bilhões de investimentos em mobilidade urbana e somente R$ 1,4 bilhão foram executados até o momento. Contratados, restam outros R$ 4,7 bilhões, que devem entrar em construção nos próximos trimestres. Caso somente as obras já contratadas sejam efetivadas, teríamos um adicional de cerca de 1,5 pp para a evolução do PIB da construção um ano à frente, data de realização do evento. Ademais, os estádios que não sediaram a Copa das Confederações, mas que farão parte da Copa de 2014, permanecem em construção, impulsionando o setor no segundo semestre deste ano.
Mobilidade urbana Previsão Contratado ExecutadoBelo Horizonte - MG 1.404,0 1.107,0 389,0Brasília - DF 103,0 43,0 0,0Cuiabá - MT 1.669,0 1.587,0 66,0Curitiba - PR 388,0 262,0 23,0Fortaleza - CE 570,0 586,0 3,0Grande Recife - PE 0,0 0,0 0,0Manaus - AM 440,0 0,0 0,0Natal - RN 921,0 373,0 5,0Porto Alegre - RS 883,0 829,0 159,0Rio de Janeiro - RJ 2.155,0 1.341,0 773,0Salvador - BA 3,0 0,0 0,0São Paulo - SP 317,0 0,0 0,0TOTAL 8.853,0 6.128,0 1.418,0
Fonte: Portal da Transparência Elaboração: BRADESCO
Valor das obras de mobilidade urbana para a Copa de 2014 – junho de 2013 – em R$ milhões
Em sentido contrário, desde meados de 2011, não foram licitados novos projetos de grande porte. Além do atraso na licitação de grandes obras de infraestrutura,
a aprovação de novos projetos em transporte está em baixa velocidade. A estagnação do consumo aparente de asfalto desde 2011 reforça que as obras
46.914
-10.709
57.483
-11.438-5.110
34.010
-2.826
30.922
-112.498 4.263
118.481 119.560
66.01858.285
16.934
-1.195
-20.000
-
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
jun/
07ag
o/07
out/0
7de
z/07
fev/
08ab
r/08
jun/
08ag
o/08
out/0
8de
z/08
fev/
09ab
r/09
jun/
09ag
o/09
out/0
9de
z/09
fev/
10ab
r/10
jun/
10ag
o/10
out/1
0de
z/10
fev/
11ab
r/11
jun/
11ag
o/11
out/1
1de
z/11
fev/
12ab
r/12
jun/
12ag
o/12
out/1
2de
z/12
fev/
13ab
r/13
jun/
13
GERAÇÃO LÍQUIDA DE EMPREGO NA CONSTRUÇÃO CIVIL - DESSAZ MM 3M
Construção de EdifíciosObras de InfraestruturaServiços Especializados para ConstruçãoTotal
1Segundo dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) realizada pelo IBGE em 2011.
3DEPEC
Des
taqu
e Se
toria
l - B
rade
sco
em andamento têm sustentado o setor de construção pesada. No entanto, a ausência de novos projetos sugere perda de vigor nos trimestres seguintes.
Destacamos os projetos para a geração de energia hidrelétrica, especialmente Jirau e Santo Antônio, que sustentaram o segmento. No entanto, a proximidade de finalização desses projetos faz com que o ritmo das obras seja relativamente menor. De fato, a contratação de mão de obra na construção civil em Porto Velho, município onde estão as usinas de Jirau e Santo Antônio, perdeu vigor um ano antes da operação da
primeira turbina geradora (2012), ainda que o projeto não tenha sido concluído2. A usina hidrelétrica de Belo Monte está entre as maiores obras em andamento e deve acelerar o ritmo de construção. As obras tiveram início ao final de 2012 e a entrada da primeira turbina geradora está prevista para o primeiro semestre de 20153. Dessa forma, esperamos que as obras ganhem força até meados de 2014, gerando novos empregos e ampliando a demanda de insumos. De qualquer maneira, o maior ímpeto em Belo Monte não deve ser suficiente para reverter a desaceleração em curso dos demais projetos.
Fonte: CAGED/ MTE Elaboração: BRADESCO
Criação líquida de emprego com carteira assinada em construção civil em Porto Velho (RO), onde estão em construção Jirau e Santo Antônio
(em vagas de trabalho por mês)
Fonte: CAGED/ MTE Elaboração: BRADESCO
Criação líquida de emprego com
carteira assinada em construção civil em Altamira (PA), onde está em construção
Belo Monte
(em vagas de trabalho por mês)
2O término das obras das usinas hidrelétricas Jirau e Santo Antônio está previsto para 2015.3As obras de Belo Monte devem ser finalizadas em 2019, mas o início das operações está marcado para o primeiro semestre de 2015.
-51
147 67
-564
366826 697
1.695
3.333
6.659
3.459
4.990
2.904
6.136
2.144
138
-475
1.575
4.291
-2.583
-1.131
1.287
-2.008
2.971
1.103
-100
-2.330
752330
-1.191
-2.555-3.000
-1.000
1.000
3.000
5.000
7.000
mar
/07
jun/
07
set/0
7
dez/
07
mar
/08
jun/
08
set/0
8
dez/
08
mar
/09
jun/
09
set/0
9
dez/
09
mar
/10
jun/
10
set/1
0
dez/
10
mar
/11
jun/
11
set/1
1
dez/
11
mar
/12
jun/
12
set/1
2
dez/
12
mar
/13
jun/
13
Ro-Porto Velho
Santo AntônioInício das obras: 2008Início das operações: 1º trim / 2012Término das obras: 1º trim / 2015
JirauInício das obras: 2º trim / 2010Início das operações: 2º trim / 2013Término das obras: 2015
-63 -44 -73 -61
20 43 155
691992
8211018
14801791
2489
3195
4430
5069
-500
500
1500
2500
3500
4500
5500
mar
/10
abr/1
0m
ai/1
0ju
n/10
jul/1
0ag
o/10
set/1
0ou
t/10
nov/
10de
z/10
jan/
11fe
v/11
mar
/11
abr/1
1m
ai/1
1ju
n/11
jul/1
1ag
o/11
set/1
1ou
t/11
nov/
11de
z/11
jan/
12fe
v/12
mar
/12
abr/1
2m
ai/1
2ju
n/12
jul/1
2ag
o/12
set/1
2ou
t/12
nov/
12de
z/12
jan/
13fe
v/13
mar
/13
abr/1
3m
ai/1
3ju
n/13
Pa-Altamira
Belo MonteInício das obras: 2011Início das operações: 1º trim / 2015Término das obras: 2019
Não podemos deixar de mencionar que o setor de infraestrutura deve ganhar força a partir de 2015, diante da expectativa de concretização das concessões
de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias. O Plano de Logística, anunciado em agosto de 2012, está em andamento. Diversos impedimentos e algumas
4DEPEC
Des
taqu
e Se
toria
l - B
rade
sco
indefinições, relacionados às regras e aos modelos dos editais, têm atrasado esse processo. A despeito do atraso nas concessões, nossa expectativa é de que a participação do setor privado nas obras de infraestrutura será fundamental para o desenvolvimento e a aceleração do setor. Isso deverá ocorrer a partir de 2014, com efeito mais relevante em 2015, dado que os leilões para concessão deverão ocorrer até meados de 2014, dependendo da modalidade.
Mercado residencial: esperamos aceleração daqui para frente, mas crescimento segue moderado
O mercado residencial, que responde por 23% do setor, vem se deparando com a desaceleração das
vendas desde 2011. Em grande medida, creditamos tal desempenho à elevação dos preços dos imóveis acima do rendimento das famílias. Enquanto os preços acumulam aumento de 33% nos últimos dois anos, segundo o índice FipeZap4, a renda média das famílias teve incremento nominal de 19%, de acordo com a Pesquisa Mensal do Emprego (PME/IBGE). Essa discrepância não foi compensada pelas melhores condições de financiamento, reduzindo o número de famílias elegíveis ao crédito imobiliário5. Com a menor demanda, as construtoras iniciaram um ajuste dos estoques, através da diminuição em 21% do número de lançamentos em 20126. Ademais, a demora nas aprovações em algumas prefeituras, especialmente em São Paulo, impactou negativamente os lançamentos no ano passado.
4O índice FipeZap considera os municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Salvador e Brasília.5Um imóvel de 60 m² localizado no centro de São Paulo poderia ser adquirido por 12% das famílias brasileiras em janeiro de 2011, percentual que passou para 8% desde o início de 2012, segundo nossos cálculos.6Consideramos os municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Maceió, Fortaleza, Recife e Goiânia.
Fonte: IBGE e Embraesp Elaboração: BRADESCO
PIB da construção e lançamentos
de imóveis residenciais
em São Paulo – variação
acumulada em quatro trimestres
Em termos de atividade, esse movimento foi sentido no primeiro semestre deste ano, lembrando que o início da construção se dá normalmente entre três e seis meses após o início do lançamento. Com efeito, no primeiro trimestre de 2013, os lançamentos e as vendas apresentam recuperação, mas a intensidade segue moderada, em torno de 10%. Dados preliminares do segundo trimestre mostram alguma aceleração, já que o mesmo período do ano passado foi o
mais fraco em termos de novos empreendimentos e grandes projetos lançados em São Paulo. Esse crescimento mais moderado deve reforçar a tendência de desaceleração dos preços dos imóveis, que devem registrar alta próxima de 10% neste ano, mais em linha com os rendimentos, que devem crescer 8% em termos nominais (de acordo com a PME, o rendimento nominal cresceu em média 8,1% nos primeiros seis meses deste ano).
2,7%
4,7%
4,3%
6,6%
7,9%
-1,9%
12,5%
2,9%
0,3%0,6%
-0,5% 0,4%
17,2%
51,8%
-11,6%
-38,4%
38,4%
6,2%
19,3%
0,9%
-26,2%
-18,7%
-50,0%
-30,0%
-10,0%
10,0%
30,0%
50,0%
70,0%
-5,0%
-3,0%
-1,0%
1,0%
3,0%
5,0%
7,0%
9,0%
11,0%
13,0%
jun/
06
dez/
06
jun/
07
dez/
07
jun/
08
dez/
08
jun/
09
dez/
09
jun/
10
dez/
10
jun/
11
dez/
11
jun/
12
dez/
12
jun/
13
EVOLUÇÃO DA VARIAÇÃO ANUAL DO PIB DA CONSTRUÇÃO CIVIL2003 - 2012 Fonte: IBGE Elaboração e Projeção: Bradesco
PIB da Construção
Lançamentos residenciais - defasados 1 trim.
39.048 37.974
42.798 43.147
41.145
43.984
55.16561.653
67.767
81.51687.994
67.840
59.948
62.699
70.245
78.515
81.968
89.136
85.846
90.952
95.025
92.892
84.609
73.316
75.790
35.000
44.000
53.000
62.000
71.000
80.000
89.000
98.000
jun/
05
set/0
5
dez/
05
mar
/06
jun/
06
set/0
6
dez/
06
mar
/07
jun/
07
set/0
7
dez/
07
mar
/08
jun/
08
set/0
8
dez/
08
mar
/09
jun/
09
set/0
9
dez/
09
mar
/10
jun/
10
set/1
0
dez/
10
mar
/11
jun/
11
set/1
1
dez/
11
mar
/12
jun/
12
set/1
2
dez/
12
mar
/13
NÚMERO DE UNIDADES LANÇADAS BRASIL
Fonte: CBIC Elaboração: BRADESCO
Número de imóveis residenciais lançados (*) – acumulado em 12 meses
(*) São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Maceió, Fortaleza, Recife e Goiânia
5DEPEC
Des
taqu
e Se
toria
l - B
rade
sco
Fonte: AbecipElaboração: BRADESCO
Número de unidades financiadas com recursos da poupança para aquisição e construção – média móvel três meses dos dados dessazonalizados
Mesmo que o cenário para novas construções seja de moderação, o financiamento para aquisição de imóveis, mais ligado à pessoa física, deve seguir trajetória positiva. Parte importante dos financiamentos será para o mercado de imóveis usados, que responde por cerca de 65% dos financiamentos. Tal segmento é dependente das condições do mercado de trabalho e de crédito, que continuam favoráveis. O restante está relacionado à entrega de imóveis novos, cuja construção teve início em anos anteriores. Como um empreendimento leva entre dois e três anos para ser concluído, o financiamento de imóveis novos neste ano deve refletir os lançamentos imobiliários entre 2010 e 2011, período de expansão do setor. Dessa forma, a queda dos lançamentos ocorrida em 2012 deve ter impacto no número de unidades financiadas para aquisição somente a partir do próximo ano.
Vale ressaltar que a dinâmica também é distinta entre as regiões. Por exemplo, o mercado em São Paulo já realizou os ajustes de estoques em 2012 e, por isso, deve se recuperar de forma mais rápida. O mesmo ocorre no Rio de Janeiro. Por outro lado, os mercados de Belo Horizonte e Goiânia devem seguir em ritmo mais lento.
Empreendimentos comerciais: demanda é sustentada pela construção de shoppings
O segmento comercial responde por 16% do setor e compreende tanto escritórios como shoppings e galpões industriais e voltados à logística, que possuem dinâmicas também distintas. Para shoppings, este será o ano com maior número de inaugurações, com 41 novos centros comerciais sendo entregues, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Para 2014, são esperados outros 39 empreendimentos, o que deve garantir desempenho favorável para o setor em termos de atividade nesse período. A inauguração desses shoppings deve elevar em torno de 1,2 milhão m² por ano a área bruta locável (ABL). Esses projetos que serão entregues até 2014 foram anunciados anos atrás, quando o consumo das famílias crescia a taxas mais elevadas e diante de um cenário de intensa mobilidade social6. Ademais, parte relevante dos shoppings está sendo construída fora das grandes metrópoles, sendo que mais da metade desses centros de compras estão localizados em cidades de médio porte. Em um horizonte mais dilatado, esperamos que a acomodação do comércio varejista e a saturação do mercado em alguns municípios se reflitam em menor crescimento desse segmento.
8.34820.315
40.064
54.807
33.098 26.672
51.045 52.054
52.177
34.570
38.87740.651
23.72139.791
53.713
66.111 72.44877.847
96.369
25.67039.520
59.443
90.162
66.616
90.090
108.966
104.434
128.657
118.635
123.343
106.058
116.539
137.763
-
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
160.000
jun/
05
set/0
5
dez/
05
mar
/06
jun/
06
set/0
6
dez/
06
mar
/07
jun/
07
set/0
7
dez/
07
mar
/08
jun/
08
set/0
8
dez/
08
mar
/09
jun/
09
set/0
9
dez/
09
mar
/10
jun/
10
set/1
0
dez/
10
mar
/11
jun/
11
set/1
1
dez/
11
mar
/12
jun/
12
set/1
2
dez/
12
mar
/13
jun/
13
UNIDADES FINANCIADAS COM RECURSOS DA POUPANÇA - FONTE: ABECIP
ConstruçãoAquisiçãoTotal
Fonte: ABRASCEElaboração: BRADESCO
Número de inaugurações de shopping centers – em unidades
13
9
14
9 9
1614
1215 16
22
28
4139
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013* 2014*
Evolução do número de inauguraçõesEm unidades Fonte: ABRASCE
6Cerca de 40 milhões de pessoas foram inseridas na classe C entre 2000 e 2010. Outras 10 milhões devem entrar na classe C até 2020.
A desaceleração para o setor é corroborada pelo número de unidades financiadas para a construção, que, de fato, tem sido mais moderado, sugerindo novo ritmo para a retomada dos lançamentos. Assim, mesmo
esperando aumento do número de unidades lançadas e vendidas em torno de 10% para 2013, a contribuição desse segmento para o PIB da construção será menor do que no passado recente.
6DEPEC
Des
taqu
e Se
toria
l - B
rade
sco
Para galpões industriais, as perspectivas também são positivas. Apesar dos dados escassos, o avanço desse setor é beneficiado pela retomada gradual da indústria doméstica e pela busca das empresas por ganhos de eficiência produtiva e logística. O desempenho é potencializado especialmente fora do eixo Rio de Janeiro - São Paulo, mercado que será impulsionado por investimentos privados, como novas fábricas de automóveis, celulose e fertilizantes, que devem sair do papel nos próximos anos.
Em sentido contrário, temos observado redução dos lançamentos de salas de escritório, o que contrata alguma diminuição do ritmo de expansão para os próximos trimestres. Segundo o relatório da Colliers International, em 2012 foram adicionados 283 mil m² de escritórios comerciais em São Paulo, ao mesmo
tempo em que foram absorvidos 180 mil m² no período. Com isso, a taxa de vacância (disponibilidade) nessa região passou de 1,6% para 14,4% entre 2011 e 2012, desestimulando o lançamento de novos empreendimentos. Em 2013, a Colliers International espera que outros 70 mil m² de área sejam entregues, elevando a taxa de vacância para 15,2% ao final deste ano. Assim, enquanto a área disponível não é absorvida, esperamos declínio da atividade desse segmento no principal mercado brasileiro. Já no Rio de Janeiro, segundo maior do País, o aumento do estoque tem sido absorvido pelo mercado, de maneira que a taxa de vacância permanece estável em torno de 10%. O mercado no Rio de Janeiro mantém sua atratividade nos próximos anos em razão da revitalização de algumas áreas da cidade e pela realização dos Jogos Olímpicos em 2016.
Fonte e (*) Projeção: Colliers InternationalElaboração: BRADESCO
Estoque de escritórios (m²) e taxa de vacância (%) em São Paulo
Tendência de aceleração da atividade de construção civil está concentrada em alguns segmentos, o que garante moderação no ritmo de crescimento
A atividade da construção civil deve apresentar desempenho mais alinhado com a economia brasileira neste e no próximo ano, diferentemente dos anteriores, quando o segmento mostrou dinâmica mais forte. O desempenho heterogêneo entre os segmentos, por sua vez, limita a recuperação mais rápida e forte do setor. Assim, enquanto as obras de mobilidade urbana para a Copa de 2014, a retomada gradual dos lançamentos residenciais e as inaugurações de centros comerciais impulsionam o setor, os demais segmentos mostram certa acomodação. Entre eles destacamos o atraso dos projetos de infraestrutura e a retração dos lançamentos de salas comerciais. As pesquisas da
FGV e CNI realizadas recentemente com as empresas de construção apontam nessa direção. A sondagem da FGV revela que o setor está, de fato, com menor ímpeto. Observamos piora na avaliação da situação atual das empresas e estabilidade das perspectivas para os próximos meses, que seguem em baixo patamar. O desempenho negativo dos últimos meses se deve especialmente à desaceleração das obras de infraestrutura e aluguel de equipamentos de construção e demolição. Em sentido contrário, nota-se aumento do índice de confiança na preparação de terrenos. Por ser a primeira etapa da construção, a melhora da perspectiva no segmento de preparação de terrenos deve ser lida como uma retomada para as obras nos meses à frente, mesmo que tal recuperação ocorra de forma gradual e concentrada em alguns segmentos, como a pesquisa sugere.
1.383.000
1.491.210
1.841.000
2.091.000
2.397.000
2.549.000
2,30
1,60
11,00
-
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
700.000
1.200.000
1.700.000
2.200.000
2.700.000
2010 2011 2012* 2013* 2014* 2015*
ESTOQUE DE ESCRITORIOS NA CIDADE (m²) E TAXA DE VACÂNCIA (%) DE SAO PAULO - FONTE: Colliers International
Estoque
Vacância14,4 15,2
7DEPEC
Des
taqu
e Se
toria
l - B
rade
sco
145,1142,6
139,3 138,8139,1140,6
139,0137,2 136,8 137,5 137,4
135,3
131,7
127,7
125,1 125,0126,9
128,9 129,9127,9
126,2124,5 123,8
121,9 121,4 121,2 121,2 120,9119,7 120,8 120,0
118,8
110
115
120
125
130
135
140
145
150
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
2010 2011 2012 2013
ÍNDICE DE CONFIANÇA DA CONSTRUÇÃO - MM 3 MESES (DADOS NÃO DESSAZONALIZADOS)
Fonte: FGVElaboração: Bradesco
VALOR NEUTRO=100Fonte: FGVElaboração: BRADESCO
Índice de confiança da construção – média móvel três meses – dados não dessazonalizados
Na mesma direção, a sondagem da CNI aponta piora generalizada entre os segmentos na avaliação da situação atual das construtoras. Por sua vez, as expectativas seis meses à frente são melhores, inclusive para a contratação de empregados e compra de matérias-primas. Nessa pesquisa, destacamos as melhores perspectivas para a
construção de edifícios, que espera ampliar o quadro de funcionários no segundo semestre de 2013. Diante do desempenho heterogêneo entre os segmentos, esperamos que o PIB da construção civil cresça 2,1% neste ano e 2,3% em 2014, mais próximo, portanto, do avanço de 2,3% e 2,5% do PIB no mesmo período.
-3,2%
6,5%
1,8%
4,7% 4,8%
7,9%
-0,8%
11,8%
3,7%
1,4%2,1% 2,3%
1,1%
5,7%
3,2%4,0%
6,1%5,2%
-0,3%
7,5%
2,7%
0,9%
2,3% 2,5%
-5,0%
-1,0%
3,0%
7,0%
11,0%
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013* 2014*
EVOLUÇÃO DA VARIAÇÃO ANUAL DO PIB DA CONSTRUÇÃO CIVIL2003 - 2012 Fonte: IBGE Elaboração e Projeção: Bradesco
PIB Construção civil
PIB Brasil
Fonte: IBGEElaboração e (*) projeções: BRADESCO
PIB da construção civil e PIB brasileiro – variação anual
8DEPEC
Des
taqu
e Se
toria
l - B
rade
sco
• A cadeia da construção civil considera a indústria de materiais, as construtoras e incorporadoras, empresas de serviços e varejo.
• O setor responde por 5,8% do PIB brasileiro (2010) e 9,1% do estoque de empregados com carteira assinada (2011).
• A construção civil é segmentada por obras de infraestrutura (44%), residenciais (23%), comerciais (16%) e serviços especializados (17%).
• Em 2011, o setor era composto de 92,7 mil empresas, que produziram R$ 286,6 bilhões em incorporações, obras e serviços. Desse valor, R$ 12,4 bilhões foram de incorporações e o restante, R$ 274,2 bilhões, para obras e serviços.
• As entidades públicas responderam por 38,3% da demanda por obras e serviços em 2011.
• A aquisição de materiais de construção representa 22% das despesas e os gastos com pessoal, outros 18%.
• O Sudeste é a região mais importante para o setor, pois concentra 49% das empresas, 54,9% dos empregados e 62,9% do valor das incorporações, obras e serviços.
• A região Nordeste é segunda mais importante, com 13,8% das empresas, 20% do pessoal empregado e 13,7% do valor das incorporações, obras e serviços.
• O Sul responde por 25% das empresas, 13,3% do pessoal ocupado e 12,6% do valor das incorporações, obras e serviços.
• O Programa de Investimento em Logística anunciado em 2012 contempla aporte de R$ 42 bilhões em rodovias, R$ 56 bilhões em ferrovias e R$ 54,2 bilhões em portos nos próximos cinco anos.
• O programa Minha Casa Minha Vida atingiu 1,18 milhões de residências entregues até abril deste ano. As moradias contratadas, que somam 2,58 milhões, respondem por 76% da meta para 2014, que deve alcançar 3,4 milhões.
Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos EconômicosMarcelo Cirne de Toledo - Superintendente executivoEconomia Internacional: Fabiana D’Atri / Leandro de Oliveira Almeida/ Felipe Wajskop França/ Andrea Marcos Angelo Economia Doméstica: Robson Rodrigues Pereira / Andréa Bastos Damico / Igor Velecico / Ellen Regina Steter / Priscila Pereira DeliberalliAnálise Setorial: Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo Pesquisa Proprietária: Fernando Freitas / Ana Maria Bonomi Barufi / Leandro Câmara NegrãoEstagiários: Ana Beatriz Ract Pousada / Andre Kengi Alves Hirata / Klaus Heinz Troetschel / Alex Panoni Furtado / Laura Marsiaj Ribeiro / Guilherme Dalla Villa / Guilherme Marinho Lima
Equipe Técnica
O DEPEC – BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações e projeções. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados e elaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base, balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. Desse modo, ressaltamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo o BRADESCO de todas as ações decorrentes do uso deste material. Lembramos ainda que o acesso a essas informações implica a total aceitação deste termo de responsabilidade e uso. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização do Banco BRADESCO ou a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e do Banco BRADESCO).
Retrato do setor