DEFINIÇÃO
• zoonose resultante do parasitismo de hospedeiros vertebrados;
•protozoários do gênero Leishmania;
•Caracterizada por plurarismo clínico;
•e representando até o momento, um dos maiores problemas de saúde
pública tanto pêlo elevado número de pessoas expostas e afetadas, bem
como pela sua ampla distribuição em vários países de diversos continentes.
FORMAS CLÍNICAS ENCONTRADAS NO BRASIL:
Leishmaniose Visceral Americana (LVA)
Enfermidade crônica generalizada causada pela L. chagasi que
apresenta acentuado tropismo ao sistema fagocitário mononuclear como
baço, fígado, medula óssea e tecidos linfoídes, afetando primariamente
animais como canídeos e incidindo de forma significativa em crianças
apresentando uma letalidade de 05 a 10% nos pacientes tratados.
HISTÓRICO DA LVA
1835 - Grécia
1882 - Índia - Febre Negra, Kala-jwar ou Kalazar
1903 - William Leishman(Primeira descrição)
1904 - Roger isola o parasito em cultivo - forma flagelada
1908 - Charles Nicolle - cão como hospedeiro intermediário da L.
donovani
1913 - Brasil (MT - Paraguai)
1934 - Pará e Estados do Nordeste - formas amastigotas - (fígados de
paciente suspeitos de febre amarela) , posteriormente cepas
de infecções em cães.
1937 - Cunha e Chagas estabelecem o seu agente etiológico no
Brasil, pela denominação de L.(Donovani) chagasi.
1956 - Deane estabelece definitivamente a zoonose no Brasil.
AGENTE ETIOLÓGICO
Leishmaniose Visceral Americana
No Brasil, é causada por um protozoário da família Tripanosomatidae,
gênero Leishmania, espécie Leishmania chagasi, que se desenvolve no
tubo digestivo do inseto vetor. Apresenta duas formas: amastigota
(intracelular em vertebrados) e promastigota (tubo digestivo dos vetores
invertebrados).
Agente Etiológico
Ordem : Kinetoplastidae
Família : Trypanosomatidae
Gênero : Leishmania
Sub-gêneros
Viannia Leishmania
Complexo Leishmania braziliensis Compl. L. mexicana Compl. L. donovani
L. (V.) braziliensis
L. (V.) guyanensis
L. (V.) panamensis
L. (V.) peruviana
.
.
L. (L.) pifanoi
L. (L.) garnhami
L. (L.) mexicana
L. (L.) amazonensis
L. (L.) venezuelensis
L. (L.) chagasi
L. (L.) donovani
L. (L.) infantum
Formas amastigotas de
Leishmania sp em medula
óssea
(Desjeux, P.)
Formas promastigotas de
Leishmania sp desenvolvidas
em meio de cultura.
Estas formas estão presentes,
também, no intestino do vetor.
AGENTE ETIOLÓGICO - LVA
VETORES:
-Dípteros da família Psychodidae denominados flebotomíneos, também
conhecidos como: Cangalha, Cangalhinha, mosquito-palha.
-Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi
•Mamíferos silvestres = ratos selvagens,
bicho preguiça, tamanduá, tatu, raposa,
marsupiais (gambá), e outros roedores
silvestres.
•Animais domésticos = cães, ratos
domésticos.
•Obs: As aves atuam como ótima fonte
alimentar para os flebotomíneos, porém,
não atuam como reservatório. Bergson
RESERVATÓRIOS
Bergson
EPIDEMIOLOGIA
Segundo a OMS 350 milhões de pessoas estão expostas ao risco e 12
milhões é o número atual de infectados.
PROGRAMA DE CONTROLE DAS LEISHMANIOSES
MEDIDAS DE CONTROLE
• dirigidas ao paciente;
• dirigidas ao reservatório;
• dirigidas ao vetor;
• educação em saúde (manejo ambiental).
OBJETIVOS
• diagnóstico e tratamento precoces dos casos;
• redução da população de flebotomíneos;
• eliminação dos reservatórios;
• atividades de educação em saúde.
PRINCIPAIS PROBLEMAS
• diagnóstico precoce não obtido ;
• recurso humano insuficiente;
• demora dos resultados laboratoriais;
• número insuficiente de veículos.
DESAFIOS
• capacitação dos médicos;
• obter maior número de agentes de endemias nas CRES;
• descentralizar ainda mais a rede de laboratórios;
• obtenção de veículos exclusivos para o programa.
SINAIS E SINTOMAS NO CÃO
•emagrecimento;
•apatia;
•queda de pêlos;
•vômito;
•febre irregular;
•lacrimejamento
(conjuntivite);
•fezes sanguinolentas;
•crescimento exagerado das
unhas;
•descamação e feridas na pele
(comuns no focinho, orelha,
caudas e patas).
SINAIS E SINTOMAS NO HOMEM
•anemia;
•palidez;
•Aumento do abdômen;
•emagrecimento;
•em casos mais graves, sangramento na
boca e intestino.
•febre irregular por muito tempo;
•problemas respiratórias (ex:
tosse seca);
•diarréia;
•fraqueza;
A interpretação dos resultados sorodiagnósticos deve ser
cuidadosa porque:
Podem falhar na detecção de
infecções pré-patentes.
Infecções pré-patentes = infecções
cujo o espaço de tempo ocorre entre
o momento em que se deu a infecção
ou infestação do hospedeiro e a
detecção do agente em seus tecidos,
secreções ou excreções (infecções
pré-existentes).
Podem falhar na identificação de
animais incapazes de realizar a
soroconversão.
Soroconversão = aparecimento de
anticorpos em consequência à um
contato com um antígeno, que
ocorre em prazo variável, de acordo
com o agente infeccioso.
Podem falhar na
identificação daqueles
animais que voltam a
soronegatividade.
Animal soronegativo =
aquele que não possui
anticorpos para determinado
antígeno no soro sanguíneo.
Há interferência da presença
de anticorpos maternos,
observada nos filhotes até o
quarto mês de vida (faixa
etária recomendada pelos
fabricantes de vacinas contra
LVC para início da
imunização)
Diagnóstico Leishmaniose Visceral Canina
Não mais utilizado
Coleta de sangue utilizada para ELISA (confirmatório)
Tratamento da LVC
Cães em geral apresentam cura clínica, mas não parasitológica.
Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância em Saúde
Nota Técnica
Vacina Leishimune®
Não é indicada para o controle da doença humana
Eutanásia para cães sororreagentes, mesmo vacinados que por ventura
sejam incluídos em áreas de transmissão
Jarbas Barbosa da Silva Júnior
Secretário da SVS
Uso do Antimoniato de Meglumina em cães
• O uso rotineiro de drogas em cães induz à REMISSÃO TEMPORÁRIA dos
sinais clínicos, NÃO PREVINE a ocorrência de recidivas, tem EFEITO
LIMITADO na infectividade de fletomíneos e levam ao risco de selecionar
parasitos resistentes às drogas utilizadas.
• O tratamento canino NÃO tem apresentado eficácia e nem diminuído a
importância do cão como reservatório do parasito.
Com base nas Leis Federais:
•Lei nº 6.437, de 20 de Agosto de 1977, artigo 10, Parágrafo IV que trata do uso
de “....medicamentos, drogas, .... Que interessem à saúde pública ou individual,
sem ... Autorização do órgão sanitário competente...”, sujeito a pena de
“advertência, apreensão e inutilização, interdição, cancelamento do registro e
multa”.......
•Lei nº 8.429/92 de 02 de Junho de 1992, que dispõe sobre a improbidade
administrativa, o desvio de um medicamento do Sistema Único de Saúde - SUS,
é equivalente ao desvio de material público.
•Parecer nº 0299/2004 da Advocacia Geral da União, fica proibido o uso do
Antimoniato de N-metil Glucamina p/ o tratamento da LV canina ........
LVA. – INTERVENÇÕES PARA O CONTROLE
NO RESERVATÓRIO CANINO
Inquéritos sorológicos
Eutanásia
Coleiras com piretróides
Vacinas (?)
Recolhimento de cães Irrestritos
Telamento de canís
Controle químico
Posse responsável
Controle da natalidade
Pesquisa de drogas
Ministério da Saúde -Secretaria de Vigilância em
Saúde
Nota Técnica
Vacinas
• Não são indicadas para o controle da doença humana.
• Eutanásia para cães sororreagentes, mesmo vacinados que
por ventura sejam incluídos em áreas de transmissão.
Jarbas Barbosa da Silva Júnior
Secretário da SVS
Vacinas para prevenção da LVC
Vacinar ou não vacinar ?
• Eficácia vacinal é de 76 %;
• Evidências científicas até o momento disponíveis não
fazem referências claras ao efeito da vacina na
prevenção da infecção;
• Há modificação do estado imunológico dos cães
vacinados;
• Impossibilidade de diferenciar a infecção natural da
vacinação, por meio dos testes imunológicos
disponíveis no mercado.
Ainda não existe um tratamento eficaz e nem profilático para o cão.
A imunoprofilaxia parece ser uma nova estratégia de controle da LVC, restando conhecer mais sobre a resposta imunológica dos animais
susceptíveis e resistentes à infecção.
Diagnosticar clinicamente a LVC é um problema para as autoridades de saúde, pois existe um amplo espectro de sinais e sintomas.
Os animais podem se apresentar aparentemente sadios, com poucos sintomas ou até com sintomatologia grave da doença, com aspecto
sistêmico crônico podendo levar o animal à morte.
Conclusões
A doença pode estar clinicamente inaparente por anos, dependendo da fase da doença e do estado imunológico do animal.
O cão pode se constituir fonte de infecção para os insetos vetores, pois mesmo aparentemente sadios podem conter formas do parasita
sobretudo na pele, além do baço, fígado e linfonodos superficiais.
O encontro de formas amastigotas de Leishmania na pele de animais assintomáticos mostra a importância destes animais na epidemiologia
da doença.
Conclusões - Continuação
Os estudos acerca dos aspectos clínicos e patológicos da LVC conduzem à inclusão desta enfermidade no diagnóstico diferencial de
outras doenças infecciosas sistêmicas e de caráter crônico em cães.
O conhecimento sobre a sintomatologia da doença admite inegável importância de se obter um diagnóstico seguro quanto à positividade efetiva de cães em áreas endêmicas e não
endêmicas de Calazar.
Conclusões - Continuação
Inexistência de tratamento efetivo para a cura total da doença canina
Polêmica sobre a eliminação indiscriminada dos cães infectados
Tornam urgente a adoção de nova estratégia, centrada em vacina eficaz.
Uma vacina eficaz bloqueia a transmissão, e protege os cães de contágio e da infecção de reservatórios
+
Bloqueando, assim, a transmissão para os flebotomíneos
Conclusões - Continuação
Vacinas eficazes
+
Medidas de Controle realizadas de forma
integrada
Resultará na profilaxia e no controle da
doença
Conclusões - Continuação
Definição
•Doença infecciosa, não contagiosa, causada por diferentes espécies de
protozoários do gênero Leishmania, que acomete pele e mucosa;
•Primariamente, é uma infecção zoonótica, afetando outros animais que
não o ser humano, o qual pode ser envolvido secundariamente.
FORMAS CLÍNICAS ENCONTRADAS NO BRASIL:
Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA)
Enfermidade polimorfa da pele e de membranas mucosas, causada por
vários protozoários do gênero Leishmania envolvendo como reservatório
várias espécies de mamíferos silvestres e caracterizada por ulcerações na pele
e em alguns casos por destruição de mucosas.
HISTÓRICO DA LTA:
1885 - Primeiras ocorrências da doença nas Américas , época em que já se
registravam casos no Brasil.
1911 - Splendore, diagnosticou forma mucosa da doença .
-Gaspar Vianna propôs o nome de Leishmania(Vianna)brasiliense.
1922 - Aragão, demonstrou pela primeira vez o papel do
flebotomíneo na transmissão da LTA.
1939/1940 - Pessôa descreve a LTA como doença profissional da
margem de mata.
1958 - Forattini, encontrou roedores silvestres parasitados, em áreas
florestais do Estado de São Paulo.
1993 - Organização Mundial de Saúde, considera as Leishmanioses
como a 2ª doença causada por protozoários de importância em
saúde pública.
AGENTE ETIOLÓGICO
Leishmaniose Tegumentar Americana
Leishmania (Vianna) guyanensis
Leishmania (Leishmania) amazonensis
Leishmania (Vianna) braziliensis. A forma clínica mucosa é
detectada em apenas 3 a 5% dos casos de LTA.
Agente Etiológico
Ordem : Kinetoplastidae
Família : Trypanosomatidae
Gênero : Leishmania
Sub-gêneros
Viannia Leishmania
Complexo Leishmania braziliensis Compl. L. mexicana Compl. L. donovani
L. (V.) braziliensis
L. (V.) guyanensis
L. (V.) panamensis
L. (V.) peruviana
.
.
L. (L.) pifanoi
L. (L.) garnhami
L. (L.) mexicana
L. (L.) amazonensis
L. (L.) venezuelensis
L. (L.) chagasi
L. (L.) donovani
L. (L.) infantum
Hospedeiros e Reservatórios
São considerados reservatórios as espécies de animais que garantam a
circulação de leishmânias na natureza dentro de um recorte de tempo e espaço;
Várias espécies de animais silvestres sinantrópicos e domésticos (canídeos,
felídeos e equídeos). Com relação a este último, seu papel na manutenção do
parasito no meio ambiente ainda não foi definitivamente esclarecido.
Reservatórios Silvestres
Espécies de roedores, marsupiais, edentados e canídeos silvestres.
Animais Domésticos
São considerados hospedeiros acidentais e neles a doença pode apresentar-se
como crônica com manifestações semelhantes as da doença humana, ou seja, o
parasitismo ocorre preferencialmente em mucosas das vias aerodigestivas
superiores.
Edentados
Leishmania (Viannia) braziliensis
•A mais importante no Brasil e na América Latina;
•Hospedeiros e reservatórios: roedores silvestres (Bolomys lasiurus, Nectomys
squamipes), sinantrópicos (Rattus rattus) em Pernambuco, felídeos (Felis catus) no Rio
de Janeiro, canídeos (Canis familiaris) no Ceará, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e
São Paulo e equídeos (Equis caballus) no Ceará, Bahia, e Rio de Janeiro;
•Nas áreas de ambiente modificado, a transmissão ocorre no ambiente domiciliar,
atingindo indivíduos de ambos sexos e de todos os grupos etários, com tendência à
concentração dos casos em um mesmo foco;
•Caracterizada por úlcera cutânea, única ou múltipla, cuja principal complicação é a
metástase por via hematogênica, para as mucosas da nasofaringe, com destruição desses
tecidos.
500 milhões de individuos nas
áreas endêmicas;
500.000 novos casos por ano;
Brasil, Afeganistão, Sudão e
Nigeria concentram 90% dos
casos.
Distribuição da LTA mundial
•Notificação do caso suspeito de autoctonia:
Complementação da ficha de investigação epidemiológica;
•Delimitação da área de foco: definido como espaço de transmissão que poderá
ser a residência, local de trabalho ou área para onde o paciente tenha se
deslocado; aonde existam fatores de risco necessários para a transmissão de
LTA, isto é, o relacionamento da população humana local com flebotomíneos
transmissores em áreas onde houve modificação do ambiente natural e onde
tenha sido detectado um ou mais casos autóctones;
•Busca ativa;
•Atividades de educação/divulgação.
Medidas de controle - Leishmaniose Tegumentar
As atividades ambientais são induzidas
pelo homem e as atividades humanas
alteram e modificam os hábitos dos
vetores, de tal modo, que as doenças que
transmitem esses vetores, se intensificam
em grande escala (OMS,1980).
Controle/Ordenamento do Meio