O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
ELIZABETH MARQUES DE ANDRADE
CADERNO PEDAGÓGICO
ENSINO DE GEOGRAFIA E MÍDIA IMPRESSA
LONDRINA 2010
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
ELIZABETH MARQUES DE ANDRADE
CADERNO PEDAGÓGICO
ENSINO DE GEOGRAFIA E MÍDIA IMPRESSA
Produção Didático-pedagógica a ser apresentada à Secretaria de Educação do Estado do Paraná como requisito para o cumprimento das atividades previstas no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, sob orientação da Profª Drª Eliane Tomiasi Paulino.
LONDRINA 2010
IDENTIFICAÇÃO
NOME: Elizabeth Marques de Andrade ESCOLA: Col.Est.”Olavo Bilac” –Ensino Fundamental,Médio,Normal e Profissional CIDADE: Cambé
NRE: Londrina INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: Universidade Estadual de Londrina PROFESSOR ORIENTADOR : Profª DrªEliane Tomiasi Paulino ÁREA/DISCIPLINA: Geografia
Ano: 2009/2010 TÍTULO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: Ensino de Geografia e Mídia Impressa.
����������������Figura 1- Localização do aquífero Guarani................................................... ��Figura 2- Brasil Geológico............................................................................. ��Figura 3 - Divisão Política do Estado do Paraná........................................... ��Figura 4 - Bacias Hidrográficas do Estado do Paraná e recorte da bacia do rio Tibagi.........................................................................................................
���Figura 5 - Mapa de uso do solo do Paraná................................................... � �Figura 6 - Fotos dos Poços do Aqüífero Guarani.......................................... ���Figura 7- Mapa de uso do solo do Paraná.................................................... ���Figura 8 - Recorte do mapa da Bacia Hidrográfica do rio Tibagi.................. ���Figura 9 - Representação gráfica da Lei nº 4771/ 65.................................... ���Figura 10 - Foto de um trecho da margem do rio Paraná (MS).................... � �Figura 11 - Vegetação nativa no Estado do Paraná de 1890 a 1990............ ���Figura 12 - Localização da produção de cana-de-açúcar no Brasil.............. � �Figura 13 - Produção de grãos...................................................................... ���Figura 14 - Área ocupada por culturas selecionadas – Paraná, 1980-2006.
���
Figura 15 - Porcentagem de terras pertencentes a estrangeiros.................. ���
Figura 16 - Série temporal da taxa anual de desmatamento comparada com a taxa de crescimento anual do PIB agrícola – Mato Grosso - 1988-1989 / 2002-2003...........................................................................................
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Figura 17 - Bioma Cerrado............................................................................ ���Figura 18 - Brasil Agrário............................................................................... ���Figura 19 - Mapa da divisão política do Brasil............................................... ���
Figura 20 - Mapa do Brasil divisão em regiões............................................. ���
Figura 21 - Mapa mundi divisão em continentes........................................... ���
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Síntese da estrutura fundiária brasileira – 2003........................... 39
Tabela 2 - Estrutura fundiária brasileira – 2003............................................. 44
Tabela 3 - Produtividade................................................................................ 50
Tabela 4 - Produção agrícola- Mato Grosso e Paraná - 2004 a 2009 (em
mil toneladas).................................................................................................
51
Tabela 5 - Municípios no MT constantes da lista dos 20 maiores desmatadores do Cerrado..............................................................................
53
Tabela 6 - Classes Sociais............................................................................ 61
Tabela 7 - Classes sociais............................................................................. 61
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO DO CADERNO PEDAGÓGICO................................ 06
1.1 Ordenamento da Análise de Textos Jornalísticos.................................
12
2. EXEMPLOS DE NOTÍCIAS E CONTEÚDOS TRABALHADOS............
14
2.1 AMBIENTE..............................................................................................
14
2.1.1 Transcrevendo a notícia 1: “Aquífero Guarani pode estar contaminado” ..............................................................................................
14
2.1.2 Transcrevendo a notícia 2: “A vegetação ciliar é uma aliada do produtor na busca pelo desenvolvimento” - meio ambiente responsável - Matas ciliares ..............................................................................................
25
2.2 TERRA....................................................................................................
35
2.2.1 Transcrevendo a notícia 1: “MP quer explicações sobre venda de terras a estrangeiros”..................................................................................
35
2.2.2 Transcrevendo a notícia 2: “Desmatar é remédio para crise da comida, diz Maggi" ....................................................................................
47
2.3 MUNDO...................................................................................................
59
2.3.1 Transcrevendo a notícia 1: “Cresce distribuição de renda no Brasil”..........................................................................................................
59
2.3.2 “Compre já, pague depois” - O fator de longo prazo que mais vem ajudando a expansão do crédito é o razoável nível de arrumação das contas públicas............................................................................................
65
3. REFERÊNCIAS....................................................................................... 71
6
1 APRESENTAÇÃO DO CADERNO PEDAGÓGICO
Este material didático visa subsidiar o trabalho de aplicação do Projeto
de Intervenção Pedagógica, sendo também uma produção resultante dos
estudos desenvolvidos no Programa de Desenvolvimento Educacional,
oferecido pela Secretaria Estadual de Educação do Estado do Paraná.
Os temas Ambiente, Terra e Mundo comparecem como conteúdos
geográficos estruturantes nessa proposta, sendo que sua abordagem se fará
primordialmente por meio do recurso aos materiais produzidos pela mídia
impressa.
Muitos eventos geográficos podem ser percebidos a partir dos registros
feitos por meio da mídia. Além disso, é grande a relação entre estes meios e a
sociedade atual, pois grande parte da população é profundamente influenciada
pelos meios de comunicação de massa, com destaque para a mídia de caráter
jornalístico, inclusive no que diz respeito à concepção do “mundo” que se tem.
No entanto, as informações veiculadas por ela e por outras mídias, ao
serem tomadas como expressão de verdades, conduzem a um entendimento
fundamentado na ingenuidade e na manipulação, em que as pessoas tornam-
se consumidoras de certos modos de pensar a realidade.
De acordo com Paulino (2009, p. 23)
A mídia tem se constituído em importante agente de socialização, sensibilização e mobilização dos cidadãos, os quais têm um papel decisivo nas transformações territoriais, e que se manifesta seja em ações ou omissões. Ao influenciar a opinião dos cidadãos e, portanto, os gradientes de envolvimento sobre quaisquer temáticas ou problemas, a mídia acaba por tornar-se importante referência a nortear as ações dos próprios governos, que se orientam por parâmetros de popularidade imprescindíveis para sua legitimação e manutenção no poder. Simultaneamente, a mídia influencia a percepção que os atores políticos têm dos problemas e, não raro, interfere na definição de agendas políticas.
Isto ocorre, entre outros motivos, porque a produção de uma notícia se
dá no contexto de diversos interesses hegemônicos, ou seja, dos que possuem
a propriedade desses meios de comunicação, passando pelos patrocinadores
que buscam vincular seus produtos a determinados padrões de pensamento e
comportamento. Além disso, prevalece a estratégia de abordar um fato ou
assunto por meio do apelo às emoções das pessoas envolvidas, justamente
para capturar a atenção de quem consome a notícia.
7
Ao se recorrer à mídia como um instrumento de apoio à prática
pedagógica, é possível propiciar um ambiente de ensino - aprendizagem no
qual a ênfase ao cotidiano rompe com a tradição do saber escolar enfadonho,
conforme tematiza Lacoste (1998). Portanto, não se trata de reproduzir o
discurso jornalístico, tomando-o como verdade absoluta, mas sim de aplicar
metodologias que permitam aos educandos a construção de conceitos
geográficos capazes de promover a reflexão autônoma e, por isso,
potencialmente transformadora do mundo no qual estão inseridos.
A metodologia a ser utilizada neste trabalho visa proceder à análise de
textos jornalísticos, no que diz respeito à apreensão da realidade, à
estruturação do discurso e à reflexão sobre seu poder interpretativo ou de
perspectiva perante a cobertura noticiosa referente aos pilares Ambiente, Terra
e Mundo. Além disso, visa analisar as formas como o conhecimento científico é
representado, bem como examinar os valores envolvidos no discurso, sob a
ótica política, econômica, social e cultural.
Várias são as metodologias possíveis para a realização de um trabalho
dessa natureza: aqui optou-se pelas contribuições de Abramo (2003),
articuladas às contribuições de Carvalho (2002). Em linhas gerais, o primeiro
aponta como metodologia básica os padrões de manipulação predominantes
na mídia, a saber, padrão de ocultação, padrão de fragmentação, padrão de
inversão e padrão de indução. Por sua vez, Carvalho (2002) trabalha com a
perspectivação das notícias por meio das seguintes dimensões: dimensão
analítico-descritiva, dimensão normativo-avaliativa e dimensão prescritiva.
De acordo com Abramo (2003), uma das principais características do
jornalismo praticado pela grande imprensa no Brasil é a manipulação da
informação. Afirma que é possível distinguir e observar pelo menos quatro
padrões gerais para essa imprensa:
1-Padrão de Ocultação: Uma vez tomada a decisão de que um fato
“não é jornalístico”, não há a menor chance de que o leitor tome conhecimento
de sua existência por meio da imprensa. O fato real foi eliminado da realidade,
ele não existe, a exemplo do título e notícia correspondente, publicado no
Jornal Folha de Londrina (21 de março de 2010,) a seguir.
Título: “País tem programa nuclear avançado”
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Trecho da notícia: “Atualmente estão em funcionamento Angra I, Angra II
em Resende, no Rio de Janeiro, além de Iperó, em São Paulo. As usinas
enriquecem urânio a 4% e 5% para fabricação de vários produtos, em geral
medicamentos e produtos farmacêuticos. O objetivo do enriquecimento a 20%
no Brasil é a fabricação de combustíveis que alimentam os reatores
radiofármacos.”
O padrão de ocultação pode ser observado no destaque a tão somente
os aspectos positivos das usinas nucleares, não havendo qualquer referência
aos aspectos negativos, ou seja, aos perigos que essas usinas podem
ocasionar. Por sua vez, nessa mesma notícia identifica-se o padrão de
indução, pois é feita uma correlação entre energia nuclear e produção de
medicamentos, fato que induz a sociedade a relacionar usinas nucleares e
benefícios à saúde humana.
2. Padrão de Fragmentação: O todo é estilhaçado, despedaçado,
fragmentado em milhões de minúsculos fatos particularizados, na maior parte
dos casos desconectados entre si, despojados de seus vínculos com o geral,
desligados de seus antecedentes e de seus consequentes no processo em que
ocorrem, ou reconectados e revinculados de forma arbitrária e que não
corresponde aos vínculos reais, mas a outros ficcionais e artificialmente
inventados, a exemplo do título e notícia correspondente, publicado no Jornal
Folha de Londrina (07 de março de 2010) a seguir.
Título: “Haiti - Quando os sorrisos desdenham o caos”
Trecho da notícia: “A praça fica em frente ao Palácio Nacional, destruído pelo
terremoto, ocorrido em 12 de janeiro. O número de mortos pode chegar a 300
mil. Símbolo da tragédia tornou-se um campo com 50 mil desabrigados que
vivem em barracas, umas de material impermeável outras feitas apenas com
pedaços de tecido. Falta tudo: banheiros, cozinha, comida, água, energia,
numa lista infindável de gêneros de primeira necessidade. As pessoas tomam
banho entre as barracas, ou no meio da rua. A comida, quando há, é preparada
em qualquer canto.”
Nesta reportagem sobressai o padrão de fragmentação. Destaca-se a situação
do Haiti, do horror após o terremoto. Mas o que não se menciona é a situação
de horror que os haitianos já viviam mesmo antes do terremoto. Toda essa
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situação caótica parece ter uma única causa natural, o terremoto. O trânsito é
tratado como caótico, relata a informalidade no comércio e a situação dos
desabrigados, apontando para um único responsável. Cabe indagar se antes
do terremoto o trânsito fluía tranquilamente, se o comércio era formal, se não
havia desabrigados e tampouco fome. Diante do exposto não se objetiva aqui
negar os impactos decorrentes de um terremoto dessa magnitude, mas sim de
evitar descontextualizações que ocultam as principais raízes do drama humano
vivido pelos haitianos. Observa-se, portanto, que a fragmentação da
informação também constitui uma estratégia de ocultação.
3. Padrão de Inversão: opera o reordenamento das partes, a troca de
lugares e de importância dessas partes, a substituição de umas por outras e
prossegue, assim, com a destruição da realidade original e a criação artificial
da outra realidade, ou seja, a opinião passa a ser mostrada como a própria
verdade. O texto jornalístico não coloca dúvidas, impõe certezas, a exemplo do
título e notícia correspondente, publicado no Jornal Folha de Londrina (19 de
fevereiro de 2010, ) a seguir.
Título: “Empresas fazem um Paraná forte.”
Trecho da noticia: “As empresas crescem (e distribuem a riqueza)
apesar das camisas de força impostas pelos governos, quer através da
abusada carga tributária, quer através das exigências às vezes descabidas.”
Neste trecho encontramos o padrão de inversão sobressai, dada a
afirmação categórica de que o crescimento das empresas supõe
automaticamente distribuição das riquezas. Perde-se a possibilidade de
distinguir o que é informação e o que é opinião. Nesse exemplo, o padrão de
inversão está associado aos padrões de fragmentação e ocultação.
4. Padrão da Indução: o leitor é levado a conceber uma realidade
artificialmente produzida, é induzido a ver o mundo não como ele é, mas sim
como se quer que ele o veja. A exemplo do título e notícia correspondente,
publicado no Jornal Folha de Londrina (25 de março de 2010) a seguir.
Título: “Financiamento rural está superado”.
Trecho da noticia: Diretor da Febraban afirma que atual modelo perdeu
competitividade e não consegue atender às atuais necessidades do
agronegócio São Paulo - O atual modelo de crédito rural no Brasil está
ultrapassado e precisa, urgentemente, de uma reformulação. A afirmação é do
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diretor-adjunto de produtos e financiamentos da Federação Brasileira de
Bancos (Febraban), Ademiro Vian. Segundo o especialista, o Sistema Nacional
de Crédito Rural, criado em 1965, perdeu competitividade e não consegue
atender às atuais necessidades de financiamento do agronegócio. ''Esse
modelo foi muito importante para o desenvolvimento do setor no País, mas o
mundo mudou, nossa agricultura ganhou escala e agora compete
mundialmente. Portanto, temos de aprimorar nossos instrumentos de
financiamento'', afirmou.
“Financiamento rural está superado... O atual modelo perdeu competitividade e
não consegue atender as atuais necessidades do agronegócio...” Pois bem,
aqui só é mostrado a lógica do capital, que se opõe ao pequeno proprietário. O
agronegócio reflete a concepção que tal modelo produtivo é o ideal para
sociedade brasileira. Então o texto deixa claro o padrão de indução. O leitor é
levado a ver somente o lado do agronegócio.
Reafirmando o caráter parcial da mídia, Carvalho (2002) considera que
as perspectivas que orientam a produção das notícias nunca são neutras,
sempre contém opções, posições, ideias e, não raro, apresentam três
dimensões, as quais serão evidenciadas a partir dos exemplos que seguem.
1- Dimensão analítico-descritiva: aponta de maneira formal para
temas, questões ou aspectos que estão envolvidos num problema,
descrevendo e analisando simultaneamente a realidade, a exemplo do título e
notícia correspondente, publicado no Jornal Folha de Londrina (10 de fevereiro
de 2010, p. 4), a seguir.
Título: “Paraná volta a ser celeiro do país”
Trecho da notícia: “A safra de grãos do Paraná deste ano deve ser 16%
maior em volume em relação à anterior e atingir 29,32 milhões de toneladas.
No ano passado, foram colhidas 25,28 milhões de toneladas. Com isso, o
estado deve recuperar a posição de maior produtor nacional de grãos, perdida
na safra passada para o Mato Grosso, em função das más condições do clima
com seca no início do ano, geadas no meio do ciclo das culturas e excesso de
chuvas nas colheitas.”
Esse trecho exemplifica a dimensão analítico-descritiva, uma vez que
comunica, de modo formal e a partir de dados concretos, o aumento do volume
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da safra de grãos do Paraná em 2010. A descrição da realidade é verificada
quando se compara os dados percentuais da safra de 2010 com a anterior.
2- Dimensão normativo-avaliativa: implícita ou explicitamente remete
para preferências e valores e, de maneira sutil, envolve opções ideológicas. A
exemplo do título e notícia correspondente, publicado no Jornal Folha de
Londrina (19 de fevereiro de 2010, p.2), a seguir.
Título: “Empresas fazem um Paraná forte”
Trecho da notícia: “O Paraná bateu o recorde na geração de postos de
trabalho [...] Em janeiro foram criadas 13.911 vagas, o que representou um
crescimento de 0,63%. Se percentualmente o valor não impressiona (menos de
1%), em números absolutos são quase 14 mil pessoas que entram na faixa dos
economicamente ativos. Este foi o melhor mês de janeiro desde 1992 e,
inclusive, superior ao mesmo mês de 2008, quando foram criadas 12.317
vagas. A abertura de vagas bateu recorde no País e registrou abertura de
181.419 vagas formais de trabalho.
Os números também expressam a extraordinária capacidade de
recuperação da economia paranaense. A boa performance das empresas
passa necessariamente por uma gestão competente. Os números, ao mesmo
tempo que mostram um Paraná vigoroso, também revelam a competência da
livre iniciativa.”
No trecho transcrito, a articulação entre a dimensão analítico-descritiva e
a normativo-avaliativa é evidente. A primeira é percebida quando são
enumerados os dados absolutos que apresentam a elevação do número de
vagas de emprego no Paraná em janeiro de 2010, fazendo um paralelo com o
mesmo mês em outros anos. A dimensão normativo-avaliativa pode ser
identificada no parágrafo seguinte, onde são expressos juízos de valor
referentes à capacidade de recuperação da economia paranaense e a
vinculação desta à gestão competente da livre iniciativa. Há ainda, no título,
uma comprovação deste viés ideológico, quando se projeta a ideia de que a
força econômica do estado do Paraná está vinculada à atuação forte das
empresas, a quem se atribui o papel de distribuir riquezas e gerar empregos.
3- Dimensão prescritiva: prescreve ações de acordo com um fim
pretendido. A exemplo do título e notícia correspondente, publicado no Jornal
Folha de Londrina (13 de fevereiro de 2010, p. 8), a seguir.
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Título: “Lavouras ameaçadas pelo mato.”
Trecho da notícia: “Os herbicidas estão perdendo a guerra contra as
ervas daninhas nas plantações do país; algumas espécies desenvolveram
resistência a produtos químicos. A diversificação de culturas para uma
produção agrícola sustentável não é uma receita nova, mas ganha mais força a
cada dia. Especialmente com o atual cenário em que o controle das plantas
daninhas começa a tirar o sono de produtores e pesquisadores. [...] A rotação
de culturas e consequentemente a possibilidade do uso de tipos diferentes de
herbicidas pode ajudar no controle. A recomendação vale também para
intercalar o cultivo de soja transgênica com a convencional.”
Este trecho apresenta uma série de prescrições acerca do controle de
ervas daninhas nas plantações. Em primeiro plano, sugere-se que a
diversificação de culturas, prática agrícola tradicional, deva ser retomada,
associada com o uso de diferentes herbicidas. A reportagem salienta ainda a
necessidade de intercalar o cultivo de soja transgênica e convencional. Um
subtítulo da reportagem é categórico: “Rotação é o caminho.”
Em suma, esse material enfocará a aplicação dessas metodologias
objetivando a apreensão do saber Geográfico, por meio dos temas Ambiente,
Terra e Mundo, que subsidiam a proposição de atividades pedagógicas aqui
propostas, ressaltando que tais atividades deverão ser flexibilizadas de acordo
com o conteúdo programado, a série e a realidade local de cada escola.
1.1 ORDENAMENTO DA ANÁLISE DE TEXTOS JORNALÍSTICOS:
A composição do Caderno Pedagógico será do seguinte modo:
l Seleção e transcrição da notícia de acordo, neste caso, com a temática
ambiente, terra, mundo;
l Análise da notícia a partir de padrões e perspectivas, segundo as
metodologias desenvolvidas pelos autores Anabela de Carvalho 2002 e
Perseu Abramo 2003;
l No texto da notícia, elencar e ressaltar os conteúdos geográficos
relevantes;
l Evidenciar as espacialidades presentes no texto;
13
l Conceituar os conteúdos geográficos relevantes;
l Proposição de atividades referentes ao texto jornalístico, onde será
possível introduzir aspectos relativos à escala local.
14
2 EXEMPLOS DE NOTÍCIAS E CONTEÚDOS TRABALHADOS:
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NRE - Londrina.
15
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�P�L���PQ` �� 5�7 ;7��@� ;�7����@� �� �>��:�@�� ;7��9 �� �� �@��m� 459�:�7 7�>��:�rNo primeiro caso, os resíduos do uso de agrotóxicos (comuns na agropecuária), que provêm de uma prática intensiva nos campos, enviando grandes quantidades de substâncias tóxicas para os rios por meio das chuvas, o mesmo ocorrendo com a eliminação do esterco de animais criados em pastagens. No segundo caso, há o uso de adubos, que acabam por ser carregados pelas chuvas aos rios locais, acarretando o aumento de nutrientes nestes pontos; isso propicia a ocorrência de uma explosão de bactérias decompositoras que consomem oxigênio, contribuindo ainda para diminuir a concentração do mesmo na água, produzindo sulfeto de hidrogênio, um gás de cheiro muito forte que, em grandes quantidades, é tóxico. Isso também afetaria as formas superiores de vida animal e vegetal, que utilizam o oxigênio na respiração, além das bactérias aeróbicas, que seriam impedidas de decompor a matéria orgânica sem deixar odores nocivos por meio do consumo de oxigênio.
Os resíduos gerados pelas indústrias, cidades e atividades agrícolas são sólidos ou líquidos, tendo um potencial de poluição muito grande. Os resíduos gerados pelas cidades, como lixo, entulhos e produtos tóxicos são carreados para os rios com a ajuda das chuvas. Os resíduos líquidos carregam poluentes orgânicos. As indústrias produzem grande quantidade de resíduos em seus processos, sendo uma parte retida pelas instalações de tratamento da própria indústria, que retêm tanto resíduos sólidos quanto líquidos, e a outra parte despejada no ambiente. No processo de tratamento dos resíduos também é produzido outro resíduo chamado "chorume", líquido que precisa novamente de tratamento e controle. (Adaptado de: ZAMPERION, VIEIRA, 2010)
MANANCIAIS HÍDRICOS:
São as fontes de onde é retirada a água para o abastecimento e consumo. De acordo com o Art. 1º parágrafo único da Lei do estado de São Paulo 9866 de 28 de novembro de 1997:
... consideram-se mananciais de interesse regional as águas interiores subterrâneas, superficiais, fluentes, emergentes ou em depósito, efetiva ou potencialmente utilizáveis para o abastecimento público.
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Entre os anos de 2001 e 2002 foram perfurados mais cinco poços tubulares profundos para as sedes municipais de Marechal Candido Rondon, Bandeirantes e Ibiporã com especial destaque para este último município onde os poços resultaram surgentes e com vazões
extraordinárias (na ordem de 350 e 780 mil litros por hora). (SUDERu�3X
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Em 2001, o Serviço Autônomo Municipal de água e Esgoto (Samae) de Ibiporã PR realizou a perfuração de dois poços para a captação de água do Aquífero Guarani. O resultado foi tão promissor que motivou a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) a executar, também, com sucesso, dois poços no Guarani: um em meados de 2002, na região leste de Londrina, contínua a Ibiporã e outro no final de 2003, na região norte. (SAMAE - IBIPORÃ)
O geólogo uruguaio Danilo Anton propôs a substituição da denominação anterior Aquífero Botucatu por Aquífero Guarani, em homenagem à nação Guarani que habitava a região na época do descobrimento. Esta proposição foi facilmente assimilada graças à integração proporcionada pelo Mercosul e às dimensões continentais deste manancial. (AMANTHEA, 2004 apud ROSAFILHO; GUALDI, 2002)
DIMENSÃO: analítico-descritiva, pois há descrição do tema de maneira formal.
PADRÕES DE MANIPULAÇÃO:
INDUÇÃO, visto que em alguns trechos há o comentário sobre a substituição do uso do manancial de superfície, que é o ribeirão Jacutinga, cujas águas estão contaminadas pela região industrial de Londrina, induzindo o leitor a um conformismo em relatório ao esgotamento de reservas de água potável e, com isso, o entendimento de que não há outras alternativas possíveis, entre elas o consumo parcimonioso.
INVERSÃO, pois o título da noticia se refere é possível poluição do aquífero Guarani, porém este aspecto não comparece no corpo da notícia. No decorrer do texto o aquífero é apontado como solução para o abastecimento das cidades, tais como Ibiporã
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TRANSCREVENDO A NOTÍCIA 2: “A vegetação ciliar é uma aliada do produtor na busca pelo desenvolvimento” - MEIO AMBIENTE RESPONSÁVEL - Matas ciliares Folha de Londrina Edição de 27.03.2010 Fernando de Barros Se você tiver alguma dúvida sobre a importância das matas ciliares, recomendo um exercício interessante: vá à prefeitura e peça para ver os mapas de Londrina elaborados em papel vegetal e tinta nanquim pelo desenhista Joaquim Capelo nos anos 1960. Depois, confronte esses mapas, onde aparecem, com destaque, os rios da cidade, com imagens atuais do satélite Google Earth. Você ficará - como eu fiquei - impressionado: muitos cursos d'água que constam dos mapas antigos não existem mais. Diversas nascentes e pequenos córregos desapareceram diante da ampliação da área plantada, especialmente de soja e milho, até à beira de córregos e rios. A água que brotava nas centenas de nascentes e minas, e que, em geral, forma os rios, foi desaparecendo, com prejuízo para o consumo humano e para a própria agricultura. Nos dias atuais, é indispensável rever esse processo e considerar o sistema vegetal ciliar como um aliado do produtor na busca pelo desenvolvimento rural sustentável. A garantia desse objetivo, a longo prazo, depende da recomposição das matas e de técnicas adequadas de conservação e manejo do solo. Um olhar mais aprofundado nos mostra que são inúmeras as funções da mata ciliar: controle da erosão, prevenção do assoreamento, manutenção da quantidade e qualidade das águas, filtragem de possíveis resíduos de fertilizantes e agrotóxicos, proteção da fauna local, preservação da biodiversidade, manutenção do equilíbrio ecológico e do patrimônio genético da flora e da fauna. Existem hoje inúmeros programas de incentivo ao plantio e conservação de matas ciliares, com doação de mudas de espécies nativas para reflorestamento. Faz-se necessário, porém, o cercamento das áreas para impedir que animais prejudiquem o plantio e o crescimento das árvores. Um acompanhamento técnico de empresas especializadas em consultoria ambiental pode baratear e acelerar esse processo. Também vale notar que algumas possibilidades de exploração econômica da área são permitidas por lei. Para terminar, uma história real: o diretor de um grande banco brasileiro reuniu-se com um ministro chinês e ouviu dele que a única razão da China importar tantos alimentos do Brasil é a fartura de água. ''Nós importamos, na verdade,
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água. Se tivéssemos essa disponibilidade, produziríamos todos esses grãos e essa carne por aqui mesmo'', disse o ministro. E o executivo brasileiro, que considerava esse tipo de discussão um excesso dos ambientalistas, voltou com a convicção de que preservação da água é fonte indispensável para o sucesso do modelo econômico rural do País. Trata-se de uma boa reflexão para esta semana em que comemoramos o Dia da Água. Até a próxima! Fernando de Barros é engenheiro civil, especialista em Planejamento e Gestão Ambiental e responsável técnico da Master Engenharia Ambiental. Sugestões de temas: [email protected]. CONTEÚDOS GEOGRÁFICOS RELEVANTES:
Hidrografia Recursos Hídricos Desenvolvimento sustentável Vegetação Erosão Assoreamento Poluição das águas Mata Ciliar Vegetação nativa Cursos d’água, nascentes, minas, córregos, margens dos rios Recomposição de matas Biodiversidade Equilíbrio ecológico Patrimônio Genético
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ATIVIDADES PROPOSTAS/ CONCEITOS: 1 - Observe a figura 7:
Figura 7 - Mapa de uso do solo do Paraná Fonte: Atlas do Estado do Paraná (2008)
a) Localize o Rio Tibagi, que é o rio principal que recebe as águas do Ribeirão Jacutinga de onde é captada a água que abastece Ibiporã. b) Identifique no mapa da figura 7 o principal uso do solo da área que abrange o município de Ibiporã e comente sobre como é realizada esta atividade:
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c) Circule no mapa da figura 7 as áreas de Cobertura Florestal que margeiam o Rio Tibagi. As áreas circuladas estão próximas à Ibiporã? Explique por que nesta região não são encontradas grandes faixas de matas nas margens do Rio Tibagi. d) Estabeleça relação entre o uso do solo no município de Ibiporã com possíveis problemas de erosão e assoreamento: ASSOREAMENTO: Processo de acumulação de sedimentos não consolidados na superfície da terra ou em corpos d’água. Essa acumulação acontece quando grande quantidade de solo ou outros tipos de sedimentos são levados para dentro de um rio, canal ou lago. O acúmulo de sedimentos no fundo dos rios pode fazer com que eles fiquem rasos demais, processo que ocorre quando não há Mata Ciliar em suas margens. (PORTAL DO MEIO AMBIENTE, 2010) O termo assoreamento também se aplica aos processos geomorfológicos de deposição de sedimentos em ambientes tais como: fluvial, eóleo, marinho. (GUERRA, 1980, p.41) EROSÃO: Remoção física de rochas ou de partículas do solo por ação de elementos da natureza, como a água e o vento. Os processos erosivos podem ser acelerados por atividades antrópicas. (PORTAL DO MEIO AMBIENTE, 2010) Destruição das saliências ou reentrâncias do relevo, tendendo a um nivelamento ou colmagem, no caso de litorais, enseadas, baías e depressões. (GUERRA,1980, p.153)
2 – Você conhece o termo mata ciliar? Retire trechos da notícia em que o autor destaca as funções da mata ciliar e explique o que é mata ciliar. 3 – Explique por que a mata ciliar é uma aliada do produtor rural.
MATA CILIAR:
Formação vegetal que ocorre nas margens dos rios, córregos, lagos, represas e nascentes. Também é conhecida como mata de galeria, mata de várzea, vegetação ou floresta ripária (vegetação que margeia um ou os dois lados de um curso d’água, em uma região onde a vegetação característica não é florestal). Considerada pelo Código Florestal Federal como "área de preservação permanente", com diversas funções ambientais, devendo respeitar uma extensão específica de acordo com a largura dos rios, lagos, represas e nascentes.
A mata ciliar é uma proteção natural contra o assoreamento, pois ela é formada por espécies vegetais adaptadas aos solos mais úmidos que foram as margens dos rios. Sem ela, a água que escoa das margens leva terra para dentro dos cursos hídricos, tornando-os barrentos e dificultando a entrada da luz solar na água. Essa vegetação produz uma redução do assoreamento dos rios, deixa a água mais limpa e contribui para a vida aquática. (PROGRAMA MATA CILIAR, 2010)
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4 - O que pode ocorrer num curso d’água que não tenha a mata ciliar existente em suas margens? Quais as consequências para as pessoas que utilizam tais recursos hídricos? 5 - Observe a figura 8:
Figura 8 - Recorte do mapa da Bacia Hidrográfica do rio Tibagi
Fonte: Portal dia-a-dia Educação a) Localize no mapa da figura 8 o Rio Tibagi e o Ribeirão Jacutinga, com um lápis colorido identifique: nascente, margens e foz:
RECURSOS HÍDRICOS: Quantidade de águas superficiais e/ou subterrâneas, presentes em uma região ou bacia, disponíveis para qualquer tipo de uso. (PORTAL DO MEIO AMBIENTE, 2010) CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA: Processo que resulta do lançamento de diferentes elementos que prejudicam sua qualidade, modificando suas propriedades. Podem ser citados como exemplos de poluentes produtos tóxicos, venenos ou seres patogênicos que prejudicam e ofereçam riscos reais à vida, à saúde dos seres vivos que dependem dessa água. (adaptado de MORETTI; CALIXTO, 2003, p. 16) POLUIÇÃO DA ÁGUA: “Ocorre em situações onde as concentrações de contaminantes atinjam níveis perigosos, caracterizando-se mais por seus efeitos ecológicos, que produzem transformações no meio ambiente, de forma a este se tornar impróprio ao desenvolvimento normal das populações aquáticas”. (MORETTI; CALIXTO, 2003. p. 17)
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6 – Liste e explique quais os motivos que levam à derrubada dos diversos tipos de vegetação e, inclusive da mata ciliar. 7 - Observe a figura 9:
Figura 9 - Representação gráfica da Lei nº 4771/ 65
Fonte: Portal dia-dia Educação
a) Na Figura 9, a faixa azul representa um rio e a faixa verde é a mata ciliar. Verifique quais são as medidas correspondentes aos trechos dos rios e das matas ciliares. A partir dessa observação pode-se chegar a qual conclusão?
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8 – Observe a figura 10:
Figura 10 - Foto de um trecho da margem do rio Paraná (MS) Fonte: Acervo da autora
a) Liste elementos que observou neste trecho de uma das margens do rio Paraná:
ARTIGO SEGUNDO DA LEI Nº 4771/ 65: Art. 2º Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: a) ao longo dos rios ou de outro qualquer curso d'água, em faixa marginal cuja largura mínima será: 1 - de 5 (cinco) metros para os rios de menos de 10 (dez) metros de largura: 2 - igual à metade da largura dos cursos que meçam de 10 (dez) a 200 (duzentos) metros de distância entre as margens; 3 - de 100 (cem) metros para todos os cursos cuja largura seja superior a 200 (duzentos) metros. b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; c) nas nascentes, mesmo nos chamados "olhos d'água", seja qual for a sua situação topográfica; d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive; f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas; h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, nos campos naturais ou artificiais, as florestas nativas e as vegetações campestres. Fonte: Portal da Câmara dos Deputados.
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b) Faça uma comparação entre o que consta na Lei nº 4771/ 65 e o que você observou na figura 10. Neste caso, a referida Lei está sendo cumprida? Por que isso acontece? 9 - Observe a figura11:
Figura 11 - Vegetação nativa no Estado do Paraná de 1890 a 1990
Fonte: Programa Mata Ciliar a) Com um lápis de cor vermelha, localize Ibiporã nos mapas da figura 11: b) Compare os mapas da figura 7 com o mapa da figura 11. De acordo com os mapas, descreva o que aconteceu com a vegetação nativa de Ibiporã: c) Em qual década a vegetação nativa da região de Ibiporã foi desmatada? Pesquise a história de Ibiporã e cite quais foram os motivos que levaram ao desmatamento: 10 – A derrubada das matas nativas para a implementação de áreas agrícolas causa que tipos de prejuízos? 11- Você conhece espécies nativas da nossa região? Pesquise e cite alguns exemplos:
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12 – A vegetação que originalmente recobria a área onde Ibiporã está localizada é a Floresta Tropical (Mata Atlântica). Pesquise e escreva quais são as suas principais características e, se possível, traga figuras ou imagens dessa vegetação.
13 - Escreva sobre como é possível conciliar áreas que conservam o patrimônio genético de uma região e as áreas de cultivo.
PATRIMÔNIO GENÉTICO:
É definido pela MP nº2186-16 como "informação de origem genética contida em amostras do todo ou de parte de espécime vegetal, fúngica, microbiana ou animal, na forma de moléculas e substâncias provenientes do metabolismo desses seres vivos e de extratos obtidos a partir deles, vivos ou mortos, encontrados em condições in situ, inclusive domesticados, ou mantidos em condições ex situ , desde que coletados in situ no território nacional, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva".(EMBRAPA, 2010)
BIODIVERSIDADE: “É a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo a totalidade de genes, espécies, variedades, ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e complexos ecológicos de que fazem parte, compreendendo, ainda, a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.” (DIAS, 2007, p.35) EQUILÍBRIO ECOLÓGICO: Estado em que as populações das diferentes espécies permanecem constantes (apesar de fazerem parte de uma cadeia alimentar) e, portanto, não sofrem risco de extinção. (PORTAL DO MEIO AMBIENTE, 2010) VEGETAÇÃO PRIMÁRIA: Toda comunidade vegetal, de máxima expressão local, com grande diversidade biológica, sendo os efeitos antrópicos mínimos, a ponto de não afetar significativamente suas características originais de estrutura e espécie. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 1994, p. 171) REFLORESTAMENTO “É a conversão direta, induzida por atividades humanas, de terras não florestadas em terras florestadas por meio de plantio, semeadura e/ou promoção de fontes naturais de sementes.” (KORN, 2007, p. 91)
ESPÉCIES NATIVAS: As espécies nativas são aquelas naturais de uma determinada região, sendo apropriadas para recompor a mata ciliar. A flora nativa, durante milhares de anos, vêm interagindo com o ambiente e, assim, passou por um rigoroso processo de seleção natural que gerou espécies geneticamente resistentes e adaptadas ao local onde ocorrem. Elas possuem um papel fundamental, pois controlam o excesso de água das chuvas no solo, evitam a perda de água dos rios e oceanos, gerenciam a filtração e a absorção de resíduos presentes na água, evita o escoamento e a erosão do solo, além de fornecerem alimentação e abrigo para agentes polinizadores. (PROGRAMA MATA CILIAR, 2010)
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14 – Você considera ser possível conciliar o desenvolvimento econômico e desenvolvimento ambiental? Comente. 15 - Ao ler a notícia é possível compreender o que são matas ciliares? Comente: 16 - De acordo com a notícia, é possível perceber a importância das matas ciliares? Comente: 17 - A notícia traz a informação de que “A vegetação ciliar é uma aliada do produtor na busca pelo desenvolvimento”. Comente esta afirmação: 18 - Por que a China é citada nesta notícia, cujo tema é mata ciliar? Explique: ESPACIALIDADES:
DESVENDANDO A NOTÍCIA:
Escalas: Local: município de Londrina Nacional: Brasil, China.
DIMENSÃO: prescritiva, pois a notícia sugere a recomposição das matas ciliares, a doação e plantio de mudas, a necessidade de contratação de empresas de consultoria (o especialista consultado para a produção da notícia tem uma empresa de consultoria ambiental) e a dimensão normativo-avaliativa, pois a notícia alerta que preservar é sucesso do modelo econômico rural do país. PADRÃO DE MANIPULAÇÃO: INDUÇÃO, pois ela indica que a água brotava de nascentes e minas e induz o leitor a entender que agora a água não brota mais e que diminuiu em quantidade.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: Modelo de desenvolvimento do mundo que leva em consideração os fatores sociais e ecológicos, além do fator econômico. Procura enfatizar a melhoria da qualidade de vida das pessoas e o respeito ao meio ambiente. Tem como princípio a concepção de que os recursos da natureza têm uma oferta limitada, defendendo a ideia de sua utilização sem o esgotamento ou a degradação. Também considera indispensável uma política social compatível com a finalidade de evitar a degradação humana. (PORTAL DO MEIO AMBIENTE, 2010) SUSTENTABILIDADE: Termo originado no contexto da Globalização, na tentativa de reorientar o processo civilizatório da humanidade, levando a buscar um crescimento econômico sustentável, através dos mecanismos de mercado. Esse termo preconiza que não há contradição entre ambiente e crescimento econômico e que os problemas ecológicos não surgem com resultado da acumulação de capital. Nesta abordagem a biodiversidade é tida como patrimônio da humanidade. (LEFF, 2001)
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TERRA
Elizabeth Marques de Andrade 2 TRANSCREVENDO A NOTÍCIA 1: “MP quer explicações sobre venda de terras a estrangeiros”.
Folha de Londrina
Edição de 29.03.2010
Roldão Arruda
A compra de terras por estrangeiros no Brasil está ocorrendo sem
controle das autoridades. A constatação é do Ministério Público Federal, que
decidiu cobrar de órgãos da administração do governo o cumprimento de
normas legais que determinam a fiscalização dessas transações.
No final do ano passado, ao tentar fazer um levantamento dos
negócios de terras com estrangeiros, os procuradores ficaram surpresos com a
falta de informações sobre o assunto. Os precários dados obtidos por eles,
porém, já foram suficientes para mostrar que o capital estrangeiro está sendo
despejado em regiões onde o agronegócio é mais vigoroso e dedicado à
produção de grãos e cana-de-açúcar. O Estado que mais recebe compradores
internacionais é Mato Grosso, seguido por São Paulo, e, em terceiro lugar Mato
Grosso do Sul.
Para melhorar o sistema de informações os procuradores solicitaram à
Corregedoria Nacional de Justiça que faça um alerta aos cartórios de imóveis
sobre a necessidade de registro especial para negócios de terras com
estrangeiros. Embora seja estabelecido por lei, nem todos os tabeliães e
registradores realizam esse procedimento. Parte deles também ignora a
determinação de se enviar relatórios trimestrais ao Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA) sobre o montante de terras que
passam para as mãos de controladores estrangeiros.
Em documentos que encaminhou à Advocacia Geral da União, à
Corregedoria e outros órgãos da administração federal, a procuradoria defende
o controle da venda de terras a estrangeiros com argumentos em defesa da
soberania e dos interesses nacionais. Em um desses documentos, o Ministério 2 Professora no Colégio Estadual Olavo Bilac, município de Cambé, NRE - Londrina.
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Público chega a manifestar preocupação com a formação de enclaves
territoriais controlados do exterior. A expressão textual é: ''Entidades políticas
independentes no seio do território nacional, como ocorre em outros países,
criando dificuldades políticas.''
O levantamento obtido pelo MPF no ano passado foi encomendado
pela procuradora Márcia Neves Pinto, coordenadora da 5ª Câmara de
Coordenação e Revisão - Patrimônio Público e Social. Ela pediu a um
especialista uma perícia sobre a quantidade de pessoas físicas e jurídicas
estrangeiras que detêm terras no Brasil, juntamente com um mapa sobre a
localização dessas áreas, Estado por Estado.
O resultado foi incipiente. O perito não encontrou dados acurados no
INCRA nem nos cartórios. Para piorar, quando tentou cruzar as informações
das duas fontes, verificou que uma não batia com a outra. Seu relatório não
satisfez, portanto, a curiosidade da procuradora.
Foi por causa disso que, em dezembro, ela começou a oficiar as
autoridades federais sobre a necessidade de controle dos negócios. Como
ainda não obteve resposta, ela devia iniciar nos próximos dias uma nova
investida.
O mérito do relatório do perito, na avaliação da procuradora, foi
desnudar a precariedade dos dados sobre estrangeiros contidos no Serviço
Nacional de Cadastro de Terras, do INCRA. Ele é baseado em declarações
espontâneas de proprietários e só atinge pessoas físicas.
Quem acompanha o noticiário de economia sabe o quanto isso está
longe de refletir a realidade. Os negócios envolvendo estrangeiros hoje são
feitos sobretudo por pessoas jurídicas: empresas baseadas no Brasil, mas com
capital majoritário proveniente do exterior.
Do total de 572 milhões de hectares de terras oficialmente cadastradas
no INCRA, cerca de 4 milhões aparecem nas mãos de pessoas físicas
estrangeiras - o que representa 0,71% do total. Ninguém sabe ao certo para
quanto subiria o número se a ele fossem acrescidas as áreas compradas por
empresas de capital estrangeiro. Extraoficialmente, técnicos do INCRA
comentam que seria três vezes maior.
Mesmo precário e reunindo apenas informações de pessoas físicas, o
relatório obtido pelo MPF e ao qual a reportagem teve acesso, contêm dados
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interessantes. Além de mostrar que não é a Amazônia que os estrangeiros
miram, como se costuma dizer, dá pistas sobre a nacionalidade dos
compradores. Quem aparece no topo da lista são os portugueses, seguidos por
japoneses e italianos.
CONTEÚDOS GEOGRÁFICOS RELEVANTES
ATIVIDADES PROPOSTAS/ CONCEITOS:
1-Pesquise gráficos, mapas e dados sobre as formas de apropriação da terra
no Brasil (terras públicas, terras indígenas, áreas de reservas legais e
propriedades privadas).
2- Com base no levantamento dos dados e de notícias pesquisadas avalie se a
apropriação da terra no Brasil encontra-se em sintonia com o disposto no
Estatuto da Terra e nos artigos 186, 187 e 188 da Constituição Federal.
propriedade privada de terra
agrocombustível
Reforma Agrária
estrutura fundiária
fronteira agrícola
agronegócio
soberania nacional
internacionalização do território brasileiro
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3-Analise a tabela 1 e discorra sobre a estrutura fundiária e o problema da
concentração da terra no Brasil.
4-Considerando que o percentual de 91,9% dos imóveis rurais no Brasil são
constituídos por pequenas propriedades, elabore um pequeno texto sobre a
pertinência da reforma agrária no Brasil.
PROPRIEDADE PRIVADA DA TERRA Embora a terra seja um bem natural, que não contém trabalho em sua produção, no
modo de produção capitalista está apropriada por particulares que, mediante um título de propriedade, invocam para si o controle privado sobre a mesma. ESTATUTO DA TERRA – (LEI Nº 4.504, DE 30/11/1964)
Primeiro instrumento que regulamenta sobre o direito de propriedade da terra associado ao cumprimento de sua função social.
Art. 2° É assegurado a todos a oportunidade de acesso à propriedade da terra, condicionada pela sua função social, na forma prevista nesta Lei.
§ 1° A propriedade da terra desempenha integralmente a sua função social quando, simultaneamente:
a) favorece o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela labutam, assim como de suas famílias;
b) mantém níveis satisfatórios de produtividade;
c) assegura a conservação dos recursos naturais;
d) observa as disposições legais que regulam as justas relações de trabalho entre os que a possuem e a cultivem.
§ 2° É dever do Poder Público:
a) promover e criar as condições de acesso do trabalhador rural à propriedade da terra economicamente útil, de preferência nas regiões onde habita, ou, quando as circunstâncias regionais o aconselhem, em zonas previamente ajustadas na forma do disposto na regulamentação desta Lei;
b) zelar para que a propriedade da terra desempenhe sua função social, estimulando planos para a sua racional utilização, promovendo a justa remuneração e o acesso do trabalhador aos benefícios do aumento da produtividade e ao bem-estar coletivo.
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Tabela 1 - Síntese da estrutura fundiária brasileira – 2003. Grupos de área
total Nº de
imóveis % Área em ha % Área
média ( ha)
Pequena Menos de 200 há
3.895.968 91,9 122.948.252 29,2 31,6
Média De 200 a menos de 2000 há
310.158 7,3 164.765.509 39,2 531,2
Grande 2000 ha e mais
32.264 0,8 132.631.509 31,6 4.110,8
TOTAL 4.238.421 100,0 20.345.382 100,0 99,2
Fonte: INCRA (apud OLIVEIRA, 2003, p.128)
5-Correlacione o problema da concentração fundiária com os conflitos
gerados em lutas por terra e na tentativa de concretização da reforma
agrária no Brasil.
ESTRUTURA FUNDIÁRIA O Brasil possui uma área territorial de 850,2 milhões de hectares. Desta área total, as unidades de conservação ambiental ocupavam, no final de 2003, aproximadamente 102,1 milhões de hectares, as terras indígenas 128,5 milhões de hectares e área total dos imóveis cadastrados no INCRA, aproximadamente, 430,4 milhões de hectares. Portanto, a soma total destas áreas dá um total de 651,0 milhões de hectares, o que quer dizer que ainda há no Brasil aproximadamente 199,2 milhões de hectares de terras públicas, passíveis de serem utilizados em projetos de reforma agrária. (OLIVEIRA, 2003, p. 126 e127)
40
6-Esquematize um mapa do Brasil e delimite a área de abrangência da
Amazônia Legal.
7-Correlacione os domínios da floresta Amazônica com o avanço da
fronteira agrícola e do desmatamento.
8-Com base nas discussões e na figura 12,é possível correlacionar a
expansão da fronteira agrícola com o agronegócio? Comente.
REFORMA AGRÁRIA A reforma agrária é uma política pública de desconcentração fundiária por
meio da desapropriação de terras. É amparada pela Lei nº 8629, de 25 de fevereiro de 1993, a qual regulamentou os dispositivos constitucionais à reforma agrária prevista na Constituição de 1988.
INCRA
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - é uma autarquia federal criada pelo Decreto nº 1.110, de 9 de julho de 1970 com a missão prioritária de realizar a reforma agrária, manter o cadastro nacional de imóveis rurais e administrar as terras públicas da União. (INCRA, 2010)
O cadastro do INCRA apresenta os dados sobre o uso da terra e sua função social (art. 184 da Constituição Federal). Os dados sobre a função social da propriedade, em agosto de 2003, indicavam que apenas 30% das áreas das grandes propriedades foram classificadas como produtivas enquanto que 70% foram classificadas como não-produtivas.
FRONTEIRA AGRÍCOLA A fronteira agrícola é uma faixa que determina o avanço da agropecuária, principalmente as pastagens, soja e cana-de-açúcar. Atualmente ela se encontra na Amazônia Legal. O solo da Amazônia possui uma fina e única camada de nutrientes, portanto se esta for retirada, os minérios e sais presentes na terra acabam deixando o solo improdutivo de modo irreversível (boletimvaca, 2010).
41
Figura 12 - Localização da produção de cana-de-açúcar no Brasil
Fonte: NIPE-Unicamp,IBGE e CTC
9-Compare as figuras 12, 13 e 14 e reflita se há conflitos de usos entre
agrocombustíveis e alimentos no Brasil.
10-Localize em um mapa do Brasil as principais áreas produtoras de alimentos
e faça uma comparação com o avanço do cultivo da cana-de-açúcar no país.
AGRONEGÓCIO Segundo Paulino (2010, p. 75) o agronegócio consiste em:
1) Negócios agropecuários propriamente ditos. Envolvem a atividade dos produtores rurais, sejam eles agricultores ou pecuaristas, pequenos, médios ou grandes, constituídos na forma de pessoas físicas ou jurídicas;
2) Negócios pré-produção. Envolvem os setores industriais e comerciais que constituem o conjunto de fornecedores do chamado consumo produtivo, como equipamentos para infraestrutura produtiva, máquinas, fertilizantes, agrotóxicos, sementes insumos etc.;
3) Negócios agropecuários pós-produção. Envolvem a compra, transporte, beneficiamento e venda dos produtos agropecuários desde os primeiros intermediários até os consumidores finais. Entre eles destacam-se transportadoras, supermercados e distribuidores de alimentos, indústrias calçadistas, têxteis, frigoríficos, abatedouros etc.
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Figura 13 - Produção de grãos
Fonte: IBGE
11- Observe a figura 14 e faça a análise da área ocupada pelas culturas de
arroz e feijão em relação à produção de cana-de-açúcar no Paraná.
Figura 14 - Área ocupada por culturas selecionadas – Paraná, 1980-2006
Fonte: IPARDES, 2008, apud SOUZA, 2008, p. 62
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12- Observe a Figura 15 e a tabela 2 e correlacione sobre a área ocupada por
estrangeiros e a área total das pequenas propriedades no Brasil.
Figura 15 - Porcentagem de terras pertencentes a estrangeiros Fonte: navegadormt
AGROCOMBUSTÍVEL: Durante a realização do Fórum Mundial de Soberania Alimentar em Mali, África
(março de 2007), entendeu-se que o termo "biodiesel ou biocombustível" tem sido utilizado indevidamente, pois os combustíveis de origem vegetal não podem ser identificados com o prefixo bio, senão todos os seres vivos também teriam que usá-lo. Assim foi acordado que a expressão mais correta para combustíveis produzidos na agricultura é agrocombustível. (STÉDILE, 2010)
Os agrocombustíveis se dividem em três grupos fundamentais: A - Os combustíveis originários da sacarose/açúcares vegetais, do qual resultam diversos tipos de álcool e, em especial, o etanol que é o tipo específico para gerar combustão num motor. Pode-se produzir etanol da cana de açúcar, mandioca, milho, batata doce etc. B - O segundo grupo são os combustíveis originários dos óleos vegetais, que podem mover motores. É o caso dos óleos vegetais originários dos grãos da soja, amendoim, girassol, ou de das sementes de plantas como a mamona, tungue, pinhão-manso e a palma africana. C - E há um terceiro grupo, que seria o metanol, uma espécie de álcool combustível que pode ser retirado da madeira, de resíduos de lenha e dos resíduos da celulose.
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Tabela 2 - Estrutura fundiária brasileira – 2003.
Grupos de área total (ha)
Imóveis % dos imóveis
Área total
(ha)
% de área
Área média
(ha)
Menos de 10 1.338.711 31,6 7.616.113 1,8 5,7
De 10 a -25 1.112.999 26,0 18.985.869 4,5 17,2
De 25 a -50 684.237 16,1 24.141.638 5.7 35,3
De 50 a -100 485.482 11,5 33.630.240 8,0 69,3
De 100 a -200 284.536 6,7 38.574.392 9,1 135,6
De 200 a -500 198.141 4,7 61.742.808 14,7 311,6
De 500 a -1.000 75.158 1,8 52.191.003 12,4 694,4
De 1.000 a -2.000 36.859 0,9 50.932.790 12,1 1.381,8
De 2.000 a -5,000 25.417 0,6 76.466.668 18,2 3.008,5
5.000 e mais 6.847 0,1 56.164.841 13,5 8.202,8
TOTAL 4.238.421 100,0 420.345.382 100,0
Fonte: INCRA, apud OLIVEIRA, 2003, p. 127.
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ESPACIALIDADES
SAIBA MAIS
Escalas:
Estadual: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Regional: Amazônia
Nacional: Brasil, Portugal e Japão.
SOBERANIA NACIONAL - Compreende os conceitos sociais, jurídicos e políticos do poder, e pode ser conceituada como: “o poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões nas limites e fins éticos de convivência” (REALE apud DALLARI, 2000, p.80).
PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA Pessoa jurídica é a entidade abstrata com existência e responsabilidade jurídicas
como, por exemplo, uma associação, empresa, companhia, legalmente autorizadas. Podem ser de direito público (União, Unidades Federativas, Autarquias etc.), ou de direito privado (empresas, sociedades simples, associações etc.). (MICHAELIS, 2002).
Pessoa física é a pessoa natural, isto é, todo indivíduo, desde o nascimento até a morte. Para efeito de exercer atividade econômica, a pessoa física pode atuar como autônomo ou como sócio de empresa ou sociedade simples, conforme o caso. (MICHAELIS, 2002).
AMAZÔNIA LEGAL - Para fins de planejamento econômico, viabilização de políticas públicas e proteção de seu vasto potencial dos recursos naturais, até então desconhecido, da Região Amazônica, foi instituída a Amazônia Legal, através do dispositivo de lei nº 1806, em 06/01/53, sendo revista pela Lei 5.173, de 27/10/66. Ela engloba os estados da macrorregião Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e mais o estado do Mato Grosso (macrorregião centro-oeste) e parte do Maranhão ( região Nordeste). Pertencem à Amazônia Leal mais de dois terços das fronteiras geográficas do país (DANTAS e FONTELES, 2010).
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13- De acordo com a matéria jornalística, o que levou o Ministério Público
Federal a se manifestar sobre a estrangeirização das terras no Brasil?
14- Identifique na figura 15 os estados citados pela matéria em que ocorre a
estrangeirização das terras.
15- Pesquise o motivo pelo qual os estrangeiros se interessam por terras em
tais estados.
16- Com base na matéria, a Amazônia não é a região brasileira em que ocorre
estrangeirização. Compare essa afirmativa com os dados da figura 15 e
pesquise mais a esse respeito.
DESVENDANDO A NOTÍCIA:
A notícia em análise insere-se na dimensão descritiva, uma vez que é composta
de dados que visem comprovar a amplitude da compra de terras por estrangeiros no Brasil.
Existe ainda um padrão de fragmentação, posto que apresenta apenas a visão do
Ministério Público Federal sobre a questão da venda de terras para estrangeiros.
O título da notícia contém um padrão de ocultação, pois ao inserir o termo
explicações, o autor deixa de apresentar o destinatário de suas indagações.
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TRANSCREVENDO A NOTÍCIA 2:
“Desmatar é remédio para crise da comida, diz Maggi”
Folha de São Paulo
Edição de 25.04.2008
Rodrigo Vargas
Para governador de Mato Grosso, derrubada legal é mecanismo “inevitável”.
“Não há como produzir mais comida sem fazer ocupação de novas áreas e a retirada de árvores”, declara o político e produtor de soja.
O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), defendeu ontem o direito ao desmatamento - desde que não o ilegal - como um mecanismo “inevitável” para enfrentar a crise global de alimentos.
A afirmação foi feita logo após a entrega à Assembléia Legislativa da proposta do Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico do Estado.
O documento, que define novos critérios para o uso e a ocupação do território mato-grossense, vem recebendo críticas de lideranças ruralistas por ser considerado restritivo em excesso. Em entrevista à Folha, Maggi avaliou que será preciso encontrar uma “posição intermediária” que assegure o aumento da produção agrícola.
“Com o agravamento da crise de alimentos, chegará a hora em que será inevitável discutir se vamos preservar o ambiente do jeito que está ou se vamos produzir mais comida. E não há como produzir mais comida sem fazer a ocupação de novas áreas e a retirada de árvores.”
Segundo o governador, a crise já mostra seus primeiros sinais e deverá se agravar. “As mudanças climáticas, que são reais, estão afetando negativamente muitas áreas de produção. Ao mesmo tempo, o consumo está crescendo.”
Paliativo Os investimentos em biotecnologia e aumento da produtividade, na
opinião de Maggi, poderiam amenizar a tendência, mas apenas em curto prazo. “Está próximo o momento em que o volume de produção não será mais suficiente para a demanda. O mundo, então, terá de fazer um enfrentamento e discutir como ocupar mais espaço para fazer agricultura.”
O impacto do uso de áreas já abertas - como pastagens degradadas - também foi minimizado por Maggi. Segundo ele, a maioria dessas áreas não é propícia à agricultura em larga escala, devido ao clima e ao risco de quebra na produção.
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“Para que utilizem essas áreas marginais, será preciso que os agricultores tenham políticas de seguro agrícola, para que haja garantia de renda.”
Rebatendo os críticos do atual modelo econômico do Estado, Maggi ironizou: “Algumas pessoas acreditam” que a produção agrícola de Mato Grosso “é para alimentar Ets”.
“Nos últimos 30 anos, o Brasil forneceu comida barata para o mundo. Fez a sua parte. Neste momento de crise, o mundo precisa entender que o país tem espaço para fazer crescer sua produção, mas precisa de garantias para se lançar em uma aventura maior na questão da produção de alimento, quer seja na abertura de novas áreas, quer seja nas áreas mais antigas, abertas e que ofereçam algum risco de rentabilidade.”
O zoneamento entregue ontem, disse Maggi, é uma tentativa de vencer o “preconceito” em relação a Mato Grosso. “Nenhum Estado com essa potencialidade econômica tem tantos cuidados ambientais.”
Sobre o grande passivo ambiental acumulado desde o início dos projetos de colonização das décadas 1970 e 1980, Maggi diz que a questão é analisada sob um ponto de vista “equivocado”.
Segundo ele, o processo se deu “de forma correta”, de acordo com a legislação vigente à época. “Se há 30 anos houvesse as restrições ambientais que há hoje, com certeza Mato Grosso não seria o maior produtor de soja, de algodão e da pecuária. O que é ilegal hoje, nós somos contra.”
CONTEÚDOS GEOGRÁFICOS RELEVANTES:
crise de alimentos
mudanças climáticas
produção agrícola
produtividade agrícola
agricultura em larga escala
commodity
pastagens degradadas
políticas de seguro agrícola
zoneamento sócio-econômico ecológico
desmatamento
passivo ambiental
Código Florestal: derrubada legal
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ATIVIDADES PROPOSTAS/CONTEÚDOS:
1-Estabeleça paralelos entre a crise de alimentos e:
a) O aumento populacional;
b) O petróleo;
c) O etanol;
d) As condições climáticas.
2- Pesquise e comente sobre a diferença entre soberania e segurança
alimentar.
3- Comente sobre a importância de os países garantirem a manutenção de
estoques reguladores de alimentos.
4- Investigue se as quebras de safras na atualidade expressam uma ruptura
SOBERANIA ALIMENTAR- Consiste na capacidade interna de abastecer a demanda por alimentos de um país (PAULINO, 2010, p. 95).
SEGURANÇA ALIMENTAR- Pressupõe a capacidade de se manter os estoques de alimentos de acordo com a demanda da população em escala planetária. Situa a resolução dos problemas de abastecimento alimentar por meio do mercado global. (PAULINO, 2010, p. 95).
CRISE DE ALIMENTOS O flagelo contemporâneo da fome é determinado, em grande medida, pela
política de exportação de alimentos pelos países pobres, e que tem culminado na privação destes mesmos alimentos para os pobres que ali vivem (PAULINO, 2007, p. 183).
FATORES PRINCIPAIS QUE DESENCADEARAM UMA ALTA MÉDIA DE 57% NOS PREÇOS DOS ALIMENTOS ENTRE 2007 E 2008
I- Descampesinização II- Aumento do preço internacional do petróleo III- Ação dos especuladores internacionais IV- Aumento da área agrícola destinada aos agrocombustíveis V- Fatores naturais
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com as recorrentes e esperadas perdas agrícolas em virtude de
irregularidades no clima.
5- Existe atualmente uma discussão no Brasil sobre a necessidade de se
atualizar os índices de produtividade agrícola, em obediência à Lei nº 8.629,
de 25 de fevereiro de 1993. . Reflita sobre essa problemática com base na
tabela a seguir.
Tabela 3 – Produtividade.
PRODUTO Ìndices vigentes (Ton./ha.) Produtividade atual (Ton./ha.) Região Sul Brasil Região Sul Brasil
Arroz 1,3 0,9 7,5 3,6 Café 1,5 1,0 4,9 2,4 Feijão 0,6 0,3 * 1,9 Milho 1,9 0,95 6,9 5,8 Soja 1,9 1,3 3,8 2,8 Trigo 1,0 0,9 2,9 2,3 Bovinos** 0,6 0,6 1,6 1,0
Fonte: MDA/ INCRA (apud PAULINO, 2010, p. 91).
*dados não divulgados **cabeças
6- Elabore um gráfico da produção agrícola nacional com base nas
informações do texto abaixo: “Produção Agrícola”.
7- Pesquise dados da produção agrícola em seu município nos últimos
quatro anos e elabore os gráficos correspondentes.
8- Analise a produção agrícola no Mato Grosso e no Paraná e correlacione
com as dimensões territoriais dos dois estados, consultando o mapa político
do Brasil. Para isso consulte a Tabela 4.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS As mudanças climáticas referem-se à variação do clima em escala global ou dos climas regionais da Terra ao longo do tempo. Estas variações dizem respeito a mudanças de temperatura, precipitação, nebulosidade e outros fenômenos climáticos em relação à médias históricas e provocam especulações acerca de desdobramentos catastróficos em virtude disso (blogspot).
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Tabela 4 - Produção agrícola- Mato Grosso e Paraná - 2004 a 2009 (em mil
toneladas).
Produto UF 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09
Arroz MT 2.043,2 738,8 734,4 683,5 803,90
PR 150,2 180,7 179,3 173,0 171,7
Feijão MT 67,8 45,8 67,1 144,7 151,20
PR 533,2 743,5 795,3 763,8 723,2
Milho MT 3.384,4 4.028,3 5.864,9 7.806,8 8.081,70
PR 8.414,3 11.173,0 13.851,3 15.368,3 11.100,8
Soja MT 17.937,1 16.700,4 15.359,0 17.847,9 17.962,50
PR 9.707,3 9.645,6 11.915,6 11.896,1 9.509,7
Fonte: CONAB
9- Pesquise dados do Censo Agropecuário de 2006 sobre a produção de
alimentos no país identificando qual é a participação da agricultura familiar e
da agricultura empresarial.
10- Analise a figura 16 e faça uma comparação entre as taxas do PIB
agrícola e o desmatamento no estado do Mato Grosso.
PRODUÇÃO AGRÍCOLA A quinta estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas, indica uma produção da ordem de 145,8 milhões de toneladas, superior em 8,8% à obtida em 2009 (134,0 milhões de toneladas), 0,5% inferior à estimativa de abril e 0,1% menor que a safra recorde de 2008 (145,9 milhões de toneladas). Comparativamente à área plantada em 2009, a atual estimativa apresenta decréscimo de 0,9%, situando-se em 46,8 milhões de hectares. As três principais culturas, que somadas representam 90,9% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, o arroz, o milho e a soja, respondem por 83,1% da área plantada e apresentam, em relação ao ano anterior, variações de –6,1%, -6,7% e +7,2%, respectivamente. No que se refere à produção, o milho e a soja registram, nessa ordem, acréscimos de 3,7% e 19,6%, enquanto que o arroz apresenta retração de 10,8%. PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA
A produtividade agrícola corresponde a quantidade colhida por unidade de área. É influenciada por padrões geográficos de localização, fertilidade, declividade do solo, incorporação de tecnologias, entre outros (PAULINO, 2007).
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Figura 16 - Série temporal da taxa anual de desmatamento comparada com a taxa de crescimento anual do PIB agrícola – Mato Grosso - 1988-1989 / 2002-2003
Fonte: INPE, 2004.
11- Pesquise notícias de jornais que avaliem o mercado de commodities.
12- Avalie a importância da Bolsa de Chicago para as commodities
agropecuárias.
13- Estabeleça um paralelo entre o mercado de commodities e a redução
da área destinada ao cultivo de arroz e feijão no país.
AGRICULTURA EMPRESARIAL Geralmente caracterizada pela monocultura de produtos considerados commodities, a exemplo da soja, milho, algodão, carne bovina etc. Existem ainda monoculturas de cana-de-açúcar, silvicultura e outras que apesar de se caracterizarem pela produção de larga escala, não são consideradas commodities.
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14- Pesquise e represente em um mapa do Brasil a espacialização das
pastagens degradadas.
15- Com base na tabela 5, comente sobre o desmatamento e a produção de
soja em Mato Grosso, indicando benefícios e prejuízos à sociedade brasileira.
16- Ainda com base na tabela 5, localize em um mapa do Brasil, os municípios
com maior índice de desmatamento.
Tabela 5 - Municípios no MT constantes da lista dos 20 maiores desmatadores do Cerrado. MUNICÍPIO DESMATAMENTOS
EM HECTARES CERRADO E FLORESTA DESMATADA
SOJA EM HECTARES SAFRA 2010
Paranatinga
105.407 6,4% 65.000
Brasnorte
79.169 11,8% 149.000
Nova Ubiratã 76.603 15,1% 250.000
Sapezal
69.747 5,1% 375.000
Nova Mutum 62.147 7,1% 335.000
São José do Rio Claro 61.626 14,7% 90.000
Santa Rita do Trivelato
51.450 11% 145.000
Fonte: Adaptado: IBAMA, 2009
PASTAGENS DEGRADADAS De acordo com Macedo (1993), a degradação consiste em processo evolutivo da
perda de vigor, de produtividade, de capacidade de recuperação natural das pastagens para sustentar os níveis de produção e qualidade exigida pelos animais, assim como o de superar os efeitos nocivos de pragas, doenças e invasoras, culminando na degradação avançada dos recursos naturais.
É provocada por falta de investimentos para contenção de erosão e correção da fertilidade, manejo inadequado, pragas e doenças, uso excessivo do fogo, entre outros.
COMMODITY Envolve todos os alimentos e matérias-primas em estado bruto, incluindo-se bens oriundos do extrativismo mineral ou vegetal, cujos preços e aquisições são definidos internacionalmente em mercados de ascendência planetária, a exemplo da Bolsa de Chicago (PAULINO, 2009, p. 70). Para ser considerada uma commodity, um produto precisa seguir algum tipo de padronização, ou seja, precisa ser similar em todas as partes onde é negociado. Em geral, uma commodity tem um grau pequeno de industrialização, como a soja, a carne, o minério de ferro etc.
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17- Faça a análise dos mapas a seguir e localize, em um novo mapa, a
ocorrência dos diferentes produtos agrícolas cultivados no bioma cerrado.
Figura 17 - Bioma Cerrado Fonte: cerradoagora
18- Pesquise sobre a adequação da atividade agrícola no cerrado brasileiro
(Mato Grosso) em relação à legislação ambiental em vigor.
DESMATAMENTO
O desmatamento, também chamado de desflorestamento, nas florestas brasileiras, começou no instante da chegada dos portugueses no nosso país, no ano de 1500. Desde então, tem sido uma constante. Do cerrado, 80% já foi devastado e as monoculturas não param de avançar. A última fronteira é a Floresta Amazônica, a qual 17% já foi consumida para dar lugar às pastagens, ao cultivo de oleaginosas, cereais e cana-de-açúcar, ou simplesmente para demarcar a apropriação privada da terra (PAULINO, 2009, p. 28).
55
19- Colete e comente informações sobre as discussões e tentativas de
mudança do Código Florestal brasileiro.
20- Com base na leitura da notícia e nos conceitos trabalhados, justifique a
frase de Blairo Maggi: “Desmatar é remédio para crise da comida”.
21- Observe o mapa da questão agrária no Brasil e elabore um texto sobre
a ocupação da terra e a agricultura no país.
CÓDIGO FLORESTAL
O Código Florestal brasileiro (Lei 4771/65) em seu art. 1º, afirma que:
Artigo 1° - As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem.
§ 1º As ações ou omissões contrárias às disposições deste Código na utilização e exploração das florestas e demais formas de vegetação são consideradas uso nocivo da propriedade, aplicando-se, para o caso, o procedimento sumário previsto no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil.
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Figura 18 - Brasil Agrário
Fonte: GIRARDI, 2008.
57
SAIBA MAIS
POLÍTICAS DE SEGURO AGRÍCOLA O Seguro Rural é um dos mais importantes instrumentos de política agrícola, por
permitir ao produtor proteger-se contra perdas decorrentes principalmente de fenômenos climáticos adversos. Contudo, é mais abrangente, cobrindo não só a atividade agrícola, mas também a atividade pecuária, o patrimônio do produtor rural, seus produtos, o crédito para comercialização desses produtos, além do seguro de vida dos produtores.
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) financia projetos individuais ou coletivos, que gerem renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária. O programa possui as mais baixas taxas de juros dos financiamentos rurais, além das menores taxas de inadimplência entre os sistemas de crédito do País. (SEPLAN, 2010)
ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO ECOLÓGICO
O Zoneamento Sócio-Econômico Ecológico (ZSEE) é um instrumento de Planejamento e Gestão Territorial para ordenar o processo de ocupação humana, o uso sustentável dos recursos naturais, além de orientar os investimentos governamentais e as ações intervenientes voltadas à promoção do desenvolvimento sustentável de Estado com ampla participação da sociedade (VASCONCELOS e MOREIRA, 2010).
PASSIVO AMBIENTAL
Pode-se definir passivos ambientais como obrigações adquiridas em decorrência de transações anteriores ou presentes, que provocou ou provoca danos ao meio ambiente ou a terceiros de forma voluntária ou involuntária, os quais deverão ser indenizados através da entrega de benefícios econômicos ou prestação de serviços em um momento futuro, ou reparados pelo poder público, valendo-se de recursos socialmente arrecadados. (ABEPRO, 2010)
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ESPACIALIDADES:
DESVENDANDO A NOTÍCIA:
Escalas:
Estadual: Mato Grosso
Global: Mundo
A notícia expressa claramente a opinião do governador de Mato Grosso, Blairo
Maggi, sendo, portanto, de cunho normativo-avaliativo, a exemplo dos juízos de valor acerca
da adequação pretérita dos produtores à legislação, o que é uma inverdade, pois o Código
Florestal Brasileiro é de 1965, portanto anterior ao desmatamento no Estado.
Por outro lado, é também prescritiva, quando prescreve o remédio para a crise de
alimentos: o desmatamento.
Por fim, apresenta padrões de indução, pois quer levar o leitor a acreditar que o título
de maior desmatador do país atribuído ao Mato Grosso é indevido, por supostamente terem
sido tomadas todas as medidas ambientais necessárias.
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2.3 MUNDO Neire Bonadia3
TRANSCREVENDO A NOTÍCIA 1:
“Cresce distribuição de renda no Brasil” Folha de Londrina Edição de 11.02.2010 Adriana Chiarini Pesquisa da FGV revela que o conjunto das classes A e B foi o que mais aumentou em 2009, enquanto a C terminou o ano com retração
Rio de Janeiro - O conjunto das classes A e B foi o mais atingido pela crise econômica inicialmente, mas também foi o que mais cresceu no ano passado, terminando o ano 2% superior a dezembro de 2008, de acordo com o economista-chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPS-FGV), Marcelo Neri. A classe C terminou o ano com redução de 0,4% ante dezembro de 2008. A classe D aumentou 1,4% e a classe E caiu 1,5% no período.
Neri vê tendência ao crescimento e melhor distribuição de renda este ano. ''Existe uma certa tendência à expansão porque acho que os empresários superestimaram a crise antes'', afirmou. Ele também argumentou que a base do ano passado é baixa, o que ajuda a ter resultados estatísticos melhores este ano. Além disso, lembrou tem eleições e existe um ciclo político que em anos eleitorais faz a renda aumentar e a distribuição de renda melhorar. Por outro lado, Neri considerou preocupante a perda de 415 mil empregos no Brasil em dezembro registrados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e entende que isso deve ter tido efeitos negativos na renda em janeiro deste ano, assim como, comparou, a queda de emprego em dezembro de 2008 fez a crise atingir em cheio os bolsos dos brasileiros em janeiro de 2009. ''O começo do ano é mais delicado por causa da perda de emprego em dezembro'', disse. Em 2009, segundo o economista, a crise se deu em janeiro e a partir daí o ano mostrou recuperação. Em janeiro do ano passado, todas as classes de renda pioraram significativamente em relação a dezembro nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil. O conjunto das classes A e B caiu 2,7%. A classe C diminuiu 2,2%. E as classes mais baixas aumentaram: a classe D
3 Professora do Colégio Estadual Souza Naves, município de Rolândia, NRE – Londrina.
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subiu 3,0% e a classe E, 6,7%. Os dados foram elaborados pela FGV com base na pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Depois de janeiro, porém, o ano foi de recuperação e terminou relativamente bem em relação a outros países.
''A crise no Brasil não foi tsunami nem marolinha, foi uma ressaca pesada em janeiro com recomposição depois''. Ele avalia que a crise econômica no Brasil já acabou, a não ser que haja um movimento de ''W'', de volta a uma nova crise, mas que considera que não é a tendência.
De acordo com Neri, a crise representou uma parada súbita em um movimento muito positivo de redução da pobreza e aumento da classe média verificado entre 2003 e 2008. Se o ritmo daquele período se repetir entre 2010 e 2014, a classe E, a mais pobre, cairia pela metade e a classe AB teria um aumento de 50%. ''Este é um cenário muito auspicioso, otimista'', disse ele, observando que a questão é saber se o ritmo de 2003 a 2008 será mantido. O cenário para 2014 foi feito com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE.
CONTEÚDOS GEOGRÁFICOS RELEVANTES
Distribuição de renda
Classe Social
Renda
Pobreza
Riqueza
Crise econômica
Emprego formal
Emprego informal
Desemprego
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SAIBA MAIS
Tabela 6 - Classes Sociais
Fonte: IBGE/2008
Tabela 7 - Classes Sociais
Classe Renda Média (por pessoa) Renda Família (4 pessoas) % da população
Classe A1 R$ 9.733,47 R$ 38.933,88 1% Classe A2 R$ 6.563,73 R$ 9.733,47 R$ 26.254,92 R$ 38.933,88 4% Classe B1 R$ 3.479,36 R$ 6.563,73 R$ 13.917,44 R$ 26.254,92 9% Classe B2 R$ 2.012,67 R$ 3.479,36 R$ 8.050,68 R$ 13.917,44 15% Classe C1 R$ 1.194,53 R$ 2.012,67 R$ 4.778,12 R$ 8.050,68 21% Classe C2 R$ 726,26 R$ 1.194,53 R$ 2.905,04 R$ 4.778,12 22% Classe D R$ 484,97 R$ 726,26 R$ 1.939,88 R$ 2.905,04 25% Classe E R$ 276,70 R$ 484,97 R$ 1.106,80 R$ 1.939,88 3%
Média R$ 1.500,00 R$ 2.500,00 R$ 6.000,00 R$ 10.000,00 Média
Fonte: ABEP – Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa – 2008
ATIVIDADES PROPOSTAS/CONCEITOS:
1- Considere o titulo da reportagem: “Cresce distribuição de renda no Brasil. Analise essa afirmação observando a tabela 7 e a real situação da população brasileira e comente concordando ou discordando da afirmação.
2- Considere a seguinte afirmação: ”Neri vê tendência ao crescimento e melhor distribuição de renda este ano”. Com base no texto, nas tabelas 6 e 7 e nas nossas discussões em sala de aula dê um exemplo do que seria distribuição de renda.
A visão do IBGE, baseada no número de salários mínimos, é simples e divide em apenas cinco faixas de renda ou classes sociais, conforme a tabela abaixo válida para o ano de 2010 (salário mínimo em R$ 510).
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3- Observe as tabela 6 e 7 (classes sociais) e diga em que classe social a sua família se enquadra em relação a cada tabela. Depois construa uma tabela com as seguintes informações. Família A: Renda mensal de R$ 2090,00. Família B: R$ 710,00. Família C: R$ 5.780,00. Família D: R$ 9.947,00. Família E: 310,00. Lembrando que a renda aqui é a renda média mensal por pessoa.
4- Faça um texto com a seguinte idéia: As condições de vida da população do seu município.
5- Faça duas colunas. Na primeira cite exemplos de emprego informal e na segunda coluna exemplos de emprego formal.
6- Com base nos nossos estudos explique o que seria uma situação de crise econômica.
7- Pesquise: Quais as causas do desemprego.
8-Observe o mapa mudo do Brasil logo abaixo: a)Pinte de vermelho o Estado do Paraná. b) coloque um pingo verde onde localiza-se Rolândia. c) Trace as linhas imaginárias que “cortam” o Brasi.l d) Coloque o nome do oceano que banha o Brasil.
Figura 19 - Mapa da divisão política do Brasil Fonte: Portal dia a dia Educação.
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ESPACIALIDADES
DISTRIBUIÇÃO DE RENDA: é a forma como a renda é distribuída pelos habitantes de um país ou região. A questão da renda deve ser relacionada também à forma como os lucros e os bens produzidos são distribuídos pelos diversos grupos sociais e entre os países. (LUCCI; BRANCO e MENDONÇA, 2005, p. 198).
POBREZA: Pode ser entendida como a carência de bens e serviços essenciais. A situação de pobreza envolve questões relacionadas à renda, saúde, educação e, sobretudo fome. (ALMEIDA e RIGOLIN, 2008, p. 225).
CLASSE SOCIAL: é um grupo de pessoas que têm status social similar segundo alguns critérios, especialmente o econômico. O pertencimento a uma classe e o que vai determinar o acesso desde bens essenciais, como moradia, alimentação, saúde, educação ate os bens mais supérfluos como jóias, bebidas, perfumes, viagens etc. A divisão de indivíduos a partir das classes sociais pode evidenciar a desigualdade existente em um mesmo território, seja ela econômica, profissional e, até mesmo, de oportunidades. (WIKIPEDIA) EMPREGO INFORMAL: é o trabalho sem vínculos ou benefícios fornecidos por uma empresa, sem carteira assinada, renda fixa e férias pagas. (WIKIPEDIA) EMPREGO FORMAL: trabalho com benefícios e carteira profissional assinada. Consiste em trabalho fornecido por uma empresa, com todos os direitos trabalhistas garantidos. (WIKIPEDIA) CRISE ECONÔMICA é a fase depressiva da evolução de um processo de desaceleração econômica. Com uma recessão cíclica, o movimento descende da economia, que inclui, pelo menos três trimestres contínuos no PNB real. DESEMPREGO: Suspensão forçada ao não de trabalho dos operários ou assalariados, quer por não encontrarem ocupação, quer por terem sido despedidos da empresa em que trabalhavam. (WIKIPEDIA) RENDA: Importância recebida como resultado de atividade econômica; rendimento, receita. Remuneração dos fatores de produção, como o salário, os juros e o lucro. (GARRIDO E COSTA, 2006. p. 155.) RIQUEZA: Situação em que a pessoa possui muitos bens ou coisas de valor. (FERREIRA, 2001, p. 647).
Escalas: Nacional: Brasil Continental: América do Sul
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DESVENDANDO A NOTÍCIA:
PADRÕES DE MANIPULAÇÃO:
INDUÇÃO: o leitor é levado a acreditar que realmente houve distribuição de renda no Brasil.
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TRANSCREVENDO A NOTÍCIA 2:
“Compre já, pague depois” - O fator de longo prazo que mais vem ajudando a expansão do crédito é o razoável nível de arrumação das contas públicas
Folha de Londrina
Edição de 24.03.2010
CELSO MING.
O crédito continua tirando o atraso no Brasil. Há apenas dez anos, não era mais do que o equivalente a 28% do PIB. Hoje está bem próximo dos 50%. Ainda tem muito para crescer quando se compara com o que acontece em outros países: números de dezembro de 2008 indicam que era de 187%, nos Estados Unidos; de 155%, na Inglaterra; de 123%, na China; de 88%, na África do Sul; e de 78%, na Índia.
Em fevereiro, o crédito do setor financeiro se expandiu a 16,8% em 12 meses. Num mercado global em recessão, que ainda sofre de trombose no fluxo do crédito, é um dado a comemorar.
Acima ficou dito que se trata apenas do crédito proporcionado pelo setor financeiro porque há outras formas de crédito na economia sobre as quais o Banco Central não tem controle. Há o crédito entre amigos, empréstimos de pai para filho, prazo concedido pelo vendedor para liquidação da nota de compra, crédito entre fornecedor e cliente, cheque pré-datado e até o velho fiado, sobre o qual alguns armazéns do interior deixavam um aviso bem visível: ''Fiado, nem pra cunhado.”
O fator de longo prazo que mais vem ajudando a expansão do crédito no Brasil é o razoável nível de arrumação das contas públicas. No tempo em que o Tesouro se lançava às escassas cisternas de água doce para fechar suas contas deficitárias, sobrava pouco para financiar a produção e o consumo. Foi também o que causou o atrofiamento dos bancos brasileiros nas operações de crédito. Se tinham um grande tomador no atacado (por meio da colocação de títulos do Tesouro Nacional), que pagava juros altos sem custos de administração das garantias, por que os bancos teriam de se esfalfar em milhares de operações miúdas, sujeitas a inadimplência?
Esse é um exemplo convincente de como as finanças públicas ajustadas contribuem para o crescimento econômico. Quanto mais seiva o governo deixa para a economia, mais a produção se expande, mais empregos são criados e tudo o mais.
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Dá para ter uma boa ideia da forte expansão do crédito habitacional. Em grande parte, isso é consequência da maior previsibilidade da economia brasileira, pela peculiaridade do crédito hipotecário. Em geral, o banco é obrigado a tomar dinheiro no curto prazo para re-emprestar ao comprador da casa própria. É um dinheiro que retorna apenas em 10, 15 ou 20 anos, em suaves prestações mensais.
Contribuíram decisivamente para a expansão do crédito habitacional dois fatores: a adoção do sistema de alienação fiduciária, que facilitou a retomada pelo banco do imóvel cujo comprador deixou de pagar; e o instituto do patrimônio de afetação, que separou finanças da construtora e finanças da obra, de modo que, em caso de falência da construtora, a construção do imóvel pode ser retomada por outra empresa.
A expansão do crédito habitacional é um dos fatores que estão provocando escassez de mão de obra especializada para a área. E isso vem levando muita gente a se perguntar se teremos no Brasil a mesma bolha imobiliária que provocou a crise global a partir dos Estados Unidos. Não há o que temer. O crédito habitacional ainda está começando por aqui e está muito longe de criar bolhas no País.
CONTEÚDOS GEOGRÁFICOS RELEVANTES:
PIB
PNB
Mercado Global
Globalização
Crédito Habitacional
Déficit
Superávit
Juros
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SAIBA MAIS
ATIVIDADES PROPOSTAS/CONCEITOS:
Observe os mapas a seguir:
Segundo Fábio C. A da Cunha (2009) o termo globalização disseminou-se ao longo da década de 1980 em escolas estadunidenses de Administração de empresas, como Harvard. Foi considerado naquele momento como aprofundamento da internacionalização capitalista, sob o comando das multinacionais que começaram a assumir estratégias de atuação global para essas corporações.
Para Theodore Levit, teórico pioneiro da globalização visando aumentar seus lucros, as empresas passaram a assumir uma estratégia única de produção e marketing em escala mundial, homogeneizando as demandas e os hábitos de consumo, fortalecendo chamado “Paradigma Coca-Cola”, isto é, mercados e corporações globais, vendendo os mesmos produtos padronizados, desde automóveis, aço, petróleo, cimento, produtos farmacêuticos, telecomunicações, entre outros.
Para Lygia Terra e Marcos de Amorim Coelho (2005) a globalização é, portanto, um conjunto de mudanças que estão ocorrendo na esfera econômica, financeira, comercial, social e cultural, intensificando a relação entre os países, os povos e os sistemas produtivos. É uma tentativa de uniformização global de padrões econômicos e culturais.
No dicionário Aurélio encontra-se a seguinte definição: Processo de interação entre as economias e sociedades dos vários países, especialmente no que se refere à produção de mercadorias e serviços, aos mercados financeiros, e a difusão de informações.
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Figura 20 - Mapa do Brasil divisão em regiões
Fonte: Portal dia-a-dia Educação
Figura 21 - Mapa mundi divisão em continentes
Fonte: Portal dia-a-dia Educação
1 - Com base no mapa-múndi:
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a) Cite os seis grandes continentes e as cores a que eles correspondem.
b) Dê a localização do Brasil.
c) Trace as linhas imaginárias que “cortam” o globo terrestre.
2 - Cite produtos que fazem parte do mercado global.
3 - Relate uma situação que você já viveu ou ouviu sobre a cobrança de juros.
4 - Transcreva da noticia uma parte que fala do crédito que o Banco central não tem controle.
5- Crie uma estória envolvendo duas famílias, onde a familia Z possui conta superavit e a familia G com deficit.
6- Observe o mapa do Brasil dividido em regiões. Cite as cinco regiões brasileiras e seus respectivos estados, contruindo uma legenda com as cores indicadas no próprio mapa. Diga em qual estado e região você mora e cite os estados vizinhos ao seu.
7- Com base no que você leu, aprendeu e compreendeu dê um conceito(pessoal) para globalização.
8-Faça uma pesquisa sobre:
a) Valor do PIB brasileiro;
b) Valor do PNB brasileiro;
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ESPACIALIDADES:
DESVENDANDO A NOTÍCIA:
PIB(Produto Interno Bruto): corresponde à soma do valor de toda a produção econômica (ou de toda a renda) gerada no interior de um país em determinado período(um ano por exemplo).(TERRA e COELHO, 2005, p.62).
PNB(Produto Nacional Bruto): Corressponde ao PIB acrescido do capital nacional que se encontra no exterior e diminuido do capital externo presente no país).(TERRA e COELHO, 2005, p.62).
MERCADO GLOBAL: O produto(seja ele qual for) está em muitos países e é consumido pelos mais diferentes povos. Ex: Coca-Cola, produto de origem norte-americana mais que se faz presente em um numero grande de paises, ou seja, a Coca-Cola é um produto que faz parte do mercado global.
GLOBALIZAÇÃO:Conjunto de mudanças que estão ocorrendo na esfera economica, financeira, comercial, social e cultural, intensificando a relação entre os países, povos e os sistemas produtivos. É uma tentativa de uniformização global de padrões econômicos e culturais.(TERRA e COELHO, 2005, p. 45).
CRÉDITO HABITACIONAL: Empréstimo concedido pelas instituições financeiras para comprar, construir, reformar ou financiar casa própria.(GOOGLE)
JURO: Importância cobrada pelo empréstimo de dinheiro. (FERREIRA, 2005, p.441).
DÉFICIT: O que falta para completar uma conta, orçamento, etc., ou as receitas igualarem as despesas. (FERREIRA, 2005, p. 223).
SUPERÁVIT: A diferença, a mais, entre receita e despesa. (FERREIRA, 2005. p.692).
PADRÕES DE MANIPULAÇÃO:
OCULTAÇÃO: o leitor é levado a acreditar que é vantajoso o compre já, pague depois. A reportagem se ausenta de fatos reais como os juros que serão cobrados neste pague depois.
Escalas: Nacional: Brasil Continental: América do Sul
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REFERÊNCIAS:
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