O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
0
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ
UENP/IES
HILDA MARIA DAS GRAÇAS SANTOS
INDISCIPLINA: uma problemática vivenciada no
cotidiano escolar
ASSAÍ, PARANÁ 2011
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HILDA MARIA DAS GRAÇAS SANTOS
INDISCIPLINA: uma problemática vivenciada no
cotidiano escolar
Artigo Científico, apresentado à Secretaria de Estado da Educação - SEED, realizado pela Professora Pedagoga Hilda Maria das Graças Santos, como quesito final de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, sob a orientação do professor Ms. Celso Davi Aoki.
ASSAÍ, PARANÁ 2011
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INDISCIPLINA: uma problemática vivenciada no cotidiano escolar
Autor: Hilda Maria das Graças Santos1
Orientador: Celso Davi Aoki2
Resumo
A escola em seu percurso de formação de cidadãos detentores do conhecimento e construtores da prática dos direitos humanos depara-se com comportamentos e situações que, de uma forma ou de outra, contribuem para a desestruturação de seu espaço social. O crescente número de manifestações de indisciplinas nas salas de aula tem gerado dificuldades no desempenho escolar público, de modo que a compreensão destes problemas é fundamental para que a comunidade escolar se organize no sentido de identificar, por meio de estudos teóricos e discussão coletiva, as causas encontradas no interior da própria escola, na estrutura da sociedade e na interação entre a escola e o entorno social global. Dentro deste contexto, é importante salientar que ao pedagogo é imposto o trabalho de identificar junto ao corpo docente, fatores estruturais, sociais e pessoais que motivam o aumento da indisciplina nas escolas públicas, com o intuito de buscar soluções para seu enfrentamento, na vivência, análise e acompanhamento de ações e reflexões do cotidiano escolar. Em vista do exposto e com base nos estudos realizados, tornou-se possível ampliar a visão que cada segmento da instituição traz em relação ao problema disciplinar, proporcionando um melhor entendimento e direcionando a equipe para um posicionamento diferenciado diante das diversas situações vivenciadas no âmbito escolar, com vistas ao cumprimento efetivo do papel da instituição escolar.
Palavras-chave: indisciplina; aluno; aprendizagem
1 Pós-graduada em didática e metodologia do ensino, graduada em pedagogia com habilitação em
orientação educacional, pedagoga atuante no Colégio Estadual Barão do Rio Branco-Ensino Fundamental, Médio e Profissional/Assaí-Paraná.
2 Doutorando em sociologia e mestre em antropologia, formado em ciências sociais, Universidade Estadual do Norte do Paraná/campus Cornélio Procópio, professor de sociologia.
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Abstract
During the process of developing its central role, namely the formation of individuals with knowledge and capacity to promote citizenship, school faces behaviours and situations which, in a way or another, contribute to disturb its social space. The growing number of indiscipline manifestations in classroom has generated dificulties in the performance of public state school, so that the understanding of such problems became fundamental to the organization of school community towards identifying, by means of theoretical studies and coletive discussion, the causes found in the school itself, in the social structure and in the interaction between school and its global surroundings. In such context, it is important to emphasize that it imposed to the pedagogic staff the work of identifying together with teachers, the structural, social and personal factors which motivate the increasing of indiscipline in state schools, with the objective of finding solutions to face the problem. Key-words: indiscipline; student; learning
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1 INTRODUÇÃO
Este artigo é parte integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional
– PDE, realizado pela Secretaria de Educação do estado do Paraná, e discorre
sobre o crescente número de manifestações de indisciplina nas salas de aula, que
tem gerado dificuldades no desempenho escolar, pelo desinteresse de alguns
alunos e despreparo de determinados professores para lidar com situações de
conflitos, os quais muitas vezes atribuem a culpa somente ao aluno e seus
familiares.
No âmbito escolar, a indisciplina tem sido uma das questões mais discutidas,
pois tem gerado polêmicas devido ao seu crescimento constante, produto de uma
sociedade em que os valores humanos como o amor, o respeito, a compreensão e a
valorização das famílias estão sendo ignorados.
Decorrente do problema, houve a necessidade de investigar suas origens,
visando à compreensão dos motivos que levam determinados alunos a agirem de
forma indisciplinar, prejudicando o andamento das atividades escolares ou de uma
forma geral, professores, colegas e a si mesmos.
Sendo que a indisciplina está vinculada a determinadas situações, de formas
elementares encontradas na rotina escolar, como: apatia do grupo, (alunos e
professores), troca de mensagens e uso de aparelhos tecnológicos durante as aulas,
perguntas não relacionadas à disciplina ou de forma a causar constrangimento ao
professor, discussões frequentes entre grupos de alunos provocando agitações,
comentários despropositados, entradas e saídas constantes das salas de aulas sem
justificativas, agressões e desrespeito para com os colegas, professores e demais
funcionários, sua compreensão é de suma importância no processo de relação
professor-aluno.
Visando à construção do aprendizado nas escolas públicas, e a efetivação
do trabalho do pedagogo junto à equipe docente do Colégio Estadual Barão do Rio
Branco - Ensino Fundamental e Médio da cidade de Assaí, Estado do Paraná,
apresentam-se propostas, alternativas e sugestões, por meio de leituras de textos e
discussões, sobre a indisciplina, visando à melhoria das práticas pedagógicas na
escola, determinando estratégias para a superação das dificuldades, de forma a
levar o professor a repensar suas atitudes e sua função perante a turma, a
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organização de suas aulas, bem como a maneira de conduzi-las, criando um
ambiente de respeito mútuo, assumindo uma atitude de autoridade, sem
autoritarismo.
A partir dessas questões houve a necessidade de se estabelecer formas de
comunicação para que a aprendizagem significativa ocorresse realmente, uma vez
que a escola ou mesmo alguns professores não estão totalmente preparados para
enfrentar a complexidade dos problemas atuais de indisciplina, pois é correto afirmar
que há professores que enfrentam maiores dificuldades de interação com os alunos
em sala de aula, despersonalizando o enfrentamento dos dilemas disciplinares.
A pesquisa efetuada mostrou a necessidade de capacitação dos
profissionais, para que saibam lidar com a situação e demonstrou à comunidade
escolar que existem regras a serem seguidas conforme as Diretrizes Curriculares da
Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná, Projeto Político
Pedagógico e Regimento Escolar.
Desta forma, o caminho proposto foi o de transformar a escola em um
ambiente humanizado e democrático, constituído de valores, de afetividade e
diálogo, onde as equipes administrativas e pedagógicas da escola estejam sempre
presentes, ofertando apoio aos alunos, pais, professores e demais funcionários,
desenvolvendo e implementando políticas internas de caráter preventivo, estratégias
e inovações educacionais que dão suporte ao professor no desenvolvimento e
conquista de uma maior autonomia diante de um problema surgido em sala, onde o
aluno espera dinamismo do professor frente às tomadas de decisões, por meio de
regras previamente determinadas, adequando sua didática ao universo do público
ao qual leciona.
Diante dessa conjuntura, ao pedagogo em sua prática pedagógica junto à
equipe docente, pais e demais seguimentos da escola, na promoção do
desenvolvimento e aprimoramento do trabalho pedagógico escolar, como mediador
e apresentador de propostas, alternativas e sugestões, coloca-se um conjunto de
questões: O que o educador deve fazer? Como agir? Onde agir? Como ele pode
identificar a indisciplina no cotidiano escolar? Essas questões foram discutidas e
pensadas não somente dentro da escola, mas abrangendo todo um contexto social,
procurando identificar as causas e a partir de que ponto o comportamento dos
alunos passa a ser considerado como indisciplina.
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O método de pesquisa desenvolvido teve por base a coleta de dados e
observação do pesquisador, conforme fatos vivenciados no cotidiano da instituição
escolar onde interage.
2 INDISCIPLINA ESCOLAR
Este capítulo tem por objetivo retratar a indisciplina no âmbito escolar, seus
aspectos, formas, causas e o papel desempenhado pelo pedagogo como mediador
no processo ensino-aprendizagem.
2.1 Conceito
Observando o cotidiano de uma escola, é possível notar que a indisciplina
na educação brasileira cresce constantemente e, de um modo geral, passa por um
momento bastante delicado. Educadores, gestores, alunos, enfim, toda a
comunidade escolar, produto de uma sociedade na qual os valores humanos foram
ignorados, atenta que mudanças de comportamento vêm acontecendo no ambiente
escolar, tais como: a falta de respeito, de amor, de compreensão e de fraternidade,
vivenciadas de forma intensa e apontadas como um dos principais alvos de
discussões entre os profissionais da educação. Este problema escolar tem sido
também objeto de estudo de diversos pesquisadores.
De acordo com Iskandar (2008):
Novos valores afetaram a relação ético-pedagógica em sala de aula; há um
conflito de valores em nosso tempo advindo, talvez, pelo impacto da
globalização. Em nome da (falsa) liberdade, alguns alunos acham que podem
comportar-se de acordo com a sua conveniência: saem da sala sem
permissão e em momento inoportuno; se acham no direito de falar ao celular,
conversar durante a exposição do professor, e o mais grave, ignoram a
presença do mestre (ISKANDAR, 2008).
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Segundo Iskandar (2008), a indisciplina está vinculada a determinadas
situações, de formas elementares encontradas na rotina escolar, que se faz por
meio de troca de mensagens e uso de aparelhos tecnológicos durante as aulas,
entradas e saídas constantes das salas de aulas sem justificativas e principalmente
pela falta de atenção do aluno diante do conteúdo apresentado, promovendo
conflitos e atos indisciplinares.
De acordo com Iskandar (2005):
Valores alheios à educação e modismos efêmeros não podem ser vistos como normais pelo simples fato de podermos incorrer numa trágica inversão de valores que atenta contra a própria educação. Urge resgatar o silencio pedagógico durante a aula (ISKANDAR, 2005).
Para Iskandar (2005), o silêncio na sala de aula é fator preponderante para
uma boa assimilação do conteúdo, pois além de constar como conduta ética e
princípio de educação, é também definido como um recurso didático-pedagógico que
se faz necessário diante da exposição do trabalho docente.
Segundo Arroyo (1995):
A educação moderna vai se configurando nos confrontos sociais e políticos, ora como um dos instrumentos de conquista da liberdade, da participação e da cidadania, ora como um dos mecanismos para controlar e dosar os graus de liberdade, de civilização, de racionalidade e de submissão suportáveis pelas novas relações sociais entre os homens (ARROYO,1995 p.36).
Para o autor, diante do novo cenário de contradições e confrontos entre a
formação social do indivíduo e o exercício de cidadania, a educação promove
também o controle sobre o uso desta liberdade, uma vez que desenvolve o aspecto
positivo da interdição de falar, em que calar e ouvir exercem um papel decisivo no
ato de aprender.
Segundo Vygotsky (2003), os primeiros conhecimentos da criança é uma
internalização dos conceitos, significados, do meio cultural como a família, a igreja, a
comunicação, a economia e a política, ou seja, da constituição social do convívio
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cotidiano desde o seu nascimento. Por isso, a questão da indisciplina escolar, de
certa forma, tem ligação com as demais instituições.
2.2 Causas da indisciplina
Para Vasconcelos (2006), com a nova era do capitalismo, várias mudanças
ocorreram no mundo contemporâneo, redimensionando a postura da sociedade e
também modificando a rotina da família moderna em que a mulher está cada vez
mais inserida no mercado e o homem com uma carga maior de trabalho; face à
preocupação com o desemprego, ambos têm menos tempo para a família,
prejudicando a qualidade da relação familiar.
Ainda para Vasconcellos (2006), nesta sociedade consumista, em que o
convívio familiar se torna extremamente restrito, a luta constante pela sobrevivência
transfere toda a responsabilidade dos pais para a escola, muitas vezes por não ter
tempo ou porque expressam dificuldades em educar seus filhos.
A realidade hoje é que os alunos que ocupavam as salas de aulas no
passado já não são mais os mesmos, e o mito de que através da escola se
alcançaria o milagre social foi desfeito, pois no passado as escolas atendiam um
número reduzido de alunos, sendo em sua maioria indivíduos da elite, limitando
assim o acesso das classes menos favorecidas. Segundo Vasconcellos “Atualmente,
com a queda deste mito fica mais difícil para o professor conseguir um
comportamento „adequado‟ do aluno” (2006, p 28).
Ainda na visão de Vasconcellos (1997):
Sem autoridade não se faz educação; o aluno precisa dela, seja para se orientar, seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade é normal, especialmente no adolescente), no processo de constituição de sua personalidade. O que se critica é o autoritarismo, que é a negação da verdadeira autoridade, pois se baseia na coisificação, na domesticação do outro (VASCONCELLOS, 1997 p.248).
A autoridade se define em contextos históricos concretos, de forma que o
grande desafio para resgatar a autoridade do professor é dar um novo significado ao
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espaço escolar, diagnosticando o verdadeiro papel da escola nos dias atuais,
espaço onde o professor exerce sua autoridade de fato.
Segundo Vygotsky (1987), a educação tem um papel crucial sobre o
comportamento e o desenvolvimento de funções psicológicas, revelando que o
comportamento ou disciplina é, pode e deve ser aprendido. Portanto, com base
nestes princípios, podemos deduzir que o problema da indisciplina não deve ser
encarado como fato alheio à família e à escola, mas, sim, admitir que na nossa
sociedade ambas exercem o papel de entidades educativas.
Para Rego (1996), atualmente as práticas pedagógicas desenvolvidas são
ineficientes e acabam contribuindo para gerar a indisciplina.
Segundo La Taille (1996), a escola tem a função de preparar o indivíduo
para o exercício da cidadania. Para ser cidadão, no entanto, é necessário que haja
respeito pelo espaço público, conhecimento e obediência às normas de relações
interpessoais, uma vez que o descumprimento destas normas e demais legislações
impostas pela escola caracteriza a indisciplina.
2.3 Atribuições do pedagogo
No âmbito educacional, o trabalho em conjunto entre pedagogos,
professores, bem como entre todos os envolvidos no processo ensino aprendizagem
torna-se necessário, uma vez que, diante do problema de indisciplina escolar, tal
união possibilita a criação de ferramentas necessárias para amenizar o problema
existente e ainda desenvolver meios preventivos para outros, que porventura
surgem no dia a dia escolar.
Na visão de Franco (1986), a referência que o professor faz em relação aos
alunos está relacionada aos problemas da indisciplina em sala de aula ou no
ambiente escolar, mas a disciplina está envolvida em um processo de
desenvolvimento contínuo interligando pais, alunos, professores, funcionários,
pedagogos e direção da escola. Identifica ainda a necessidade de “observância de
certas ordens, de certa sistematização, de certas normas de conduta, de certa
organização. Isto porque o trabalho pedagógico não é um processo natural,
espontâneo e tampouco ocasional” ( p.62-63).
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Segundo Franco (2003), o corpo docente, juntamente com os pedagogos
podem desenvolver momentos de reflexão, planejamentos e ações, adequar o
conteúdo ministrado e sua metodologia, fazer uma autoanálise da relação aluno-
professor, para que, dessa forma, seja possível buscar uma melhor administração e
gerenciamento de suas atitudes e tarefas, com intuito de interromper o ato
indisciplinar que pode surgir a partir de suas ações, ou ainda a falta delas, em sala
de aula. Para que esse processo tenha efeito, é de extrema importância a utilização
de algumas atividades como: estudos de textos, nos quais os autores discutam a
problemática da indisciplina na escola, práticas pedagógicas, adolescência, etc.,
pois as reflexões sempre devem ter embasamento teórico, pautadas em estudos,
levando os envolvidos a buscar a superação do senso comum, passando para um
nível mais elevado, em que se consideram as situações vivenciadas e as trocas de
experiências que obtiveram sucesso na postura de relacionamento interpessoal,
bem como a inserção e aproveitamento das propostas didáticas que melhor se
enquadram dentro da faixa etária do educando e dos conteúdos ministrados.
Para Gadotti (2004), ao pedagogo é atribuído como função o papel de
articulador e mediador do trabalho, transformando a prática escolar pela sua atuação
em todos os ambientes onde se identificam as contradições, promovendo assim a
garantia de um ensino de qualidade.
Segundo Libâneo (1996):
Pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação ativa de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação histórica. Em outras palavras, pedagogo é um profissional que lida com fatos, estruturas, contextos, situações, referentes à prática educativa em suas várias modalidades e manifestações
(www.pedagogia.seed.pr.gov.br).
O autor identifica o pedagogo como elemento articulador do processo
pedagógico dentro de um estabelecimento de ensino. A ele são atribuídas diversas
responsabilidades dentro do ambiente escolar, e da sua atuação depende em
grande parte o alcance dos objetivos educacionais estabelecidos. Pois, sendo ele
um dos responsáveis pela qualidade do processo ensino-aprendizagem, deve
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conduzir as atividades de forma que a educação venha a contribuir para a formação
humana.
Ainda para Libâneo (1996):
A atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos professores no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula (conteúdos, métodos, técnicas,formas de organização da classe), na análise e compreensão das situações de ensino com base nos conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas do conhecimento pedagógico e o trabalho de sala
de aula (www.pedagogia.seed.pr.gov.br).
Para Libâneo (1996), o pedagogo é aquele que organiza o trabalho
pedagógico de acordo com a proposta curricular da escola e seu regimento,
coordena reuniões pedagógicas e de estudos teóricos de formação profissional,
auxilia no planejamento de aulas e acompanha o processo de avaliação de
aprendizagem, bem como a organização dos conselhos de classe.
Para Aquino (1996):
O que se almeja na atualidade não é mais que a criança aprenda aquilo que ela não sabe e o adulto sim (cavalgar, dançar, fazer pão ou decorar o Organon de Aristóteles), porém fazer dela esse ao menos um adulto que, no futuro, não padeça das nossas impotências atuais (Aquino, 1996, p.32).
Portanto, dentro desta perspectiva, não encontramos um trabalho pronto,
mas que deve ser construído a partir de situações e determinantes que, a cada
passo do trabalho, apresenta alternativas e ações que podem interferir e amenizar o
ato indisciplinado, bem como promover novos caminhos norteados pela
determinação pessoal de cada participante do processo educacional.
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3 DESENVOLVIMENTO DO MATERIAL TEMÁTICO E APRESENTAÇÃO DO
PROJETO DE INTERVENÇÃO NA ESCOLA
O Projeto de Intervenção pedagógica na Escola desempenha um papel
muito importante, pois seu principal objetivo é o desenvolvimento de estratégias e
ações que visam atingir as dificuldades encontradas pelos professores após serem
diagnosticadas.
Apresentado sob forma de propostas, alternativas e sugestões, por meio de
leituras de textos de bases teórico-metodológicas e discussões sobre a indisciplina,
este projeto interagiu para a melhoria das práticas pedagógicas na escola, buscou
estratégias para a superação das dificuldades e levou o professor a repensar sobre
suas atitudes e sobre sua função perante a turma, sobre a organização de suas
aulas, bem como a maneira de conduzi-las, criando um ambiente de respeito mútuo.
O material temático desenvolvido e instaurado pelo processo de
socialização na escola, demonstrou a necessidade da construção de espaços
dotados de democracia e participação entre todos os envolvidos na prática
pedagógica, desde a direção aos pais dos alunos, de modo que todo indivíduo seja
capaz de construir pensamentos e se sinta no dever de respeitar as regras entre
todos acordadas, levando-se em consideração a concepção de justiça
conjuntamente construída, a partir da autonomia conquistada pelos sujeitos no
contexto, professores e alunos.
É válido salientar que, através do Grupo de Trabalho em Rede (GTR)
realizado via ambiente Virtual Moodle, criou-se a oportunidade de realização de
debates com professores e pedagogos integrantes de vários núcleos do estado do
Paraná. Debates estes, que contribuíram para a constatação da realidade que
assola não apenas algumas escolas, mas que de um modo geral vem preocupando
as instituições, pois a indisciplina tem perpassado os muros escolares
independentemente de questões sociais, econômicas e psicológicas. E diante das
discussões pelos participantes do Grupo em torno do tema, promoveu-se o
desenvolvimento de estratégias e ações que oportunizam diferentes maneiras para
se trabalhar de forma mais conscientes o problema.
A socialização do projeto de Intervenção na Escola e da Produção Didático
Pedagógica “Unidade 2” do Caderno Temático “Diferentes Questões em Busca de
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uma Educação de Qualidade” intitulado INDISCIPLINA: Uma problemática
Vivenciada no Cotidiano Escolar, foi de suma importância, sendo esta a primeira
fase, que se realizou junto à direção, equipe pedagógica, professores e demais
segmentos da escola. Foi proporcionado espaço para explanar todos os aspectos
inerentes ao título do trabalho proposto e para efetivar o trabalho do pedagogo junto
à equipe docente do Colégio Estadual Barão do Rio Branco-Ensino Fundamental e
Médio da cidade de Assaí-Paraná, onde houve a formação de um Grupo de Estudos
/ Curso de Extensão do Projeto de Intervenção Pedagógica – PDE na Escola como
”Formação Continuada de Profissionais da Educação”.
Foram realizados 8 (oito) encontros presenciais com carga horária de 4
(quatro) horas semanais totalizando 32 (trinta e duas) horas, com início em 03/09/10
e com término em 29/10/10, conforme cronograma em anexo, com certificação
expedida pela Universidade Estadual do Norte do Paraná UENP, aos participantes
do Grupo de Estudo, totalizando 17 (dezessete) Integrantes entre diretores, equipe
pedagógica professores de 5ª e 8ª séries, Ensino Médio, Educação Especial,
Educação para Jovens e Adultos, Ensino Profissional e comunidade.
Para tentar responder à problemática levantada neste trabalho e identificar a
necessidade de criar um sistema de atualização de professores, com o intuito de
minimizar as barreiras que dificultam o trabalho desses profissionais da educação,
foi realizada uma pesquisa, através da aplicação dos instrumentos de coleta de
dados, em forma de questionários abertos para os professores no início do Grupo de
estudo e fechados para pais e alunos de 8ªs séries e Ensino Médio, como
ferramenta auxiliar para o desenvolvimento do estudo de questões relacionadas à
indisciplina.
O questionário atua como ferramenta de suporte para a organização das
discussões em grupo, que tiveram por objetivo promover uma análise da visão que
os professores têm em relação aos alunos, bem como a visão que os pais e os
alunos têm em relação à escola e ao processo de ensino e aprendizagem. A
aplicação desse instrumento de pesquisa para os pais e alunos foi realizada em
etapas no decorrer do processo de implementação deste projeto, quando foi
possível observar a grande diversidade de opiniões, tanto por parte dos professores
quanto dos pais, e também pelos alunos, conforme demonstrado a seguir.
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3.1 Fatores que contribuem para aumento da indisciplina, apontados pelos
professores
Dos dezessete integrantes do Grupo de Estudo, 29% atribuíram como
indisciplina em sala de aula a bagunça, brincadeira e conversas paralelas. Outros
29% consideram indisciplina falta de respeito entre colegas e professores; 14% a
falta de compromisso e de atenção dos alunos; 14% as transgressões de regras; 7%
a agressão física e verbal e 7% a problemas familiares.
Em relação à pergunta sobre o que leva o aluno ou um grupo de alunos a
ignorar o professor e o conteúdo da matéria que está sendo ministrada, 50%
responderam que é pela falta de motivação e pela metodologia e recursos utilizados
pelo professor; 14% pela falta de elo entre família e escola; 22% pela falta de
respeito e de limite; 7% pela falta de pré-requisito dos conteúdos e pela dificuldade
de aprendizagem e relacionamento entre professor e aluno e 7% aos alunos que
dormem durante as aulas.
Quando perguntados se existem formas para trabalhar a indisciplina, 64%
responderam que sim, através de aulas dinâmicas, levando os alunos a terem maior
participação nas aulas, materiais diversificados, atendimento individualizado,
conversa com a família, retomada de conteúdos quando perceber que não houve
entendimento por parte dos alunos e a importância de trabalhar o respeito às regras,
7% disseram que existem formas, porém a longo prazo, 7% atribuíram à mídia e
22% consideram que o caminho é trabalhar o respeito, a ética, o companheirismo,
procurando levar o aluno a repensar os atos cometidos.
Quando questionados quanto aos atos de indisciplina e qual seria a sua
atitude na tentativa de amenizar a situação, 50% responderam que deveria se
identificar a causa e falar com autoridade, sem agressão; 22% manter diálogo com o
aluno e com a família e, por último, pedir intervenção da equipe pedagógica e até
mesmo acionar o Conselho Tutelar se necessário; 7% defendem utilizar vídeos de
autoestima; 7% acham que devem ser responsabilizados todos os segmentos da
escola; 7% acham que a indisciplina não é de responsabilidade do professor, pois o
seu papel é o de preparar aulas e transmitir conhecimentos, enquanto 7% acham
que o contato físico como um simples toque no ombro pode acalmar o aluno.
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Em relação à pergunta “se a organização escolar tem contribuído para o
aumento ou diminuição da indisciplina?”, 57% acham que contribui para a
diminuição da indisciplina o papel desempenhado por cada componente que faz
parte do trabalho educacional; 14% responderam que o objetivo da organização
escolar é o de visar a uma sociedade melhor, porém nem sempre se consegue e
7%, por seu turno, acham que às vezes contribui para o aumento da indisciplina a
falta de direcionamento, discussão e reflexão na busca de solução.
Quanto aos fatores extraclasse geradores do processo de indisciplina dos
alunos, 64% atribuíram à família, drogas e meios de comunicação; 22% à sociedade
em geral; 7% às brigas no pátio, pois os alunos chegam agitados na sala de aula e
7% à falta de autoestima.
Quanto à importância da construção de um relacionamento democrático
entre professor e aluno, sem dar espaço ao autoritarismo, 86% concordam que não
deve haver autoritarismo, mas sim, respeito mútuo; 14% se negaram a responder.
Na questão de como o professor pode exercer autoridade sem impor autoritarismo,
100% responderam que é exercendo a sua função, se posicionando como professor,
respeitando o aluno, colocando regras, aceitando, porém, críticas e opiniões.
Quando questionados sobre as principais causas que levam os alunos a se
comportarem de forma indisciplinada, 86% atribuíram a problemas sociais e
familiares, falta de atenção por parte dos professores para com alunos, falta de
motivação, falta de domínio de conteúdos por parte dos alunos e pela baixa
autoestima dos mesmos e 14% pela falta de limite do estudante dentro e fora da
escola, desinteresse pelos estudos e pelo fato de que alguns frequentam a escola
apenas para não perderem o direito de receberam a Bolsa Família.
3.2 A visão dos alunos diante da relação professor-aluno
Dos 62 (sessenta e dois) alunos entrevistados, sendo 41(quarenta e um) de
8ª série e 21 (vinte e um) de Ensino Médio, obtiveram-se os seguintes resultados:
50% dos alunos responderam que o que mais deveria haver na relação entre
professor e aluno é o respeito; 32%, paciência; 10%, flexibilidade; 6%, compreensão
e de outros 2% não foi possível identificar o pensamento.
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Em relação à pergunta sobre o que acham de seus professores em geral,
52% dos alunos os consideram como amigos; 11% acham que são indiferentes;
19% acham os professores rigorosos e 18% não manifestaram seu pensamento.
Quando solicitados a opinar sobre a forma como seus professores se
relacionam com a turma, 16% acham ser uma boa forma; 74% disseram que poderia
ser melhor e 10% consideram aceitável.
Em relação à pergunta sobre o que acham sobre o seu desempenho como
aluno, 31% consideram bom; 38% acham regular e 31% aceitável.
Quanto à pergunta sobre até que ponto a relação professor / aluno ajuda no
desempenho e na disciplina da turma, 44% responderam que totalmente; 40%
acham que ajuda muito, enquanto que 16% consideram que ajuda pouco.
Quando submetidos a comparar o seu professor com alguém, com quem
seria?, 10% responderam que com o seu pai; 35% com o seu patrão; 37% como seu
amigo; 2% como seu inimigo e 16% responderam outros, sem identificar.
Quanto à pergunta se concordam que desrespeitar as regras impostas pela
escola e pelos professores em sala de aula significa um ato de indisciplina, 66%
concordam que sim; 31% não consideram como ato indisciplinado e 3% se negaram
a responder.
Em relação a se responder mal aos professores, sair da sala sem
permissão, usar mp3-player ou celular durante a aula representa uma forma de
demonstrar indisciplina, 74% responderam que sim; 24% não e 2% se negaram a
responder.
Diante da questão se na sua sala de aula os professores são autoritários
para conseguir disciplina com a turma, 69% responderam que sim; 29%
responderam que não, 2% se negaram a responder.
Quanto à pergunta sobre quando um aluno é indisciplinado, você atribui a
responsabilidade a que, 45% ao desinteresse dos alunos em estudar; 19%
atribuíram aos pais que não souberam educar com limites; 18% aos professores que
não dominam a turma; 11% ao método utilizado pelos professores e 7% aos
professores que não dominam o conteúdo da aula.
3.3 Compreensão da indisciplina no olhar da família
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Dos 09 (nove) pais entrevistados, os resultados obtidos foram os seguintes:
Em relação à pergunta se como pai, você estabelece claramente uma figura de
autoridade respeitada pelo seu filho(a), 88% responderam que sim e 12% que não.
Quanto à pergunta: Você encoraja seu filho a desenvolver ao máximo as
suas capacidades para obter os resultados esperados na escola?, 100%
responderam que sim.
Na pergunta, Você como pai, tem uma idéia clara dos objetivos que a escola
pretende atingir na educação do seu filho? 77% assumiram que sim, enquanto que
23% se negaram a reconhecer a clareza dos objetivos que a escola pretende atingir
em relação à educação de seus filhos.
Referente à pergunta: Você acompanha a formação escolar do seu filho,
participando ativamente nas reuniões, eventos e atividades extracurriculares,
auxiliando-o ainda nas tarefas de casa e tomando conhecimento de como está o seu
desempenho na escola, 66% responderam que sim e 34% assumiram que não.
Ao ser perguntado se na opinião deles são úteis as reuniões ou encontros
de pais realizados na escola, 88% acham úteis as reuniões e 12% discordam dessa
utilidade.
Diante da pergunta: Você se sente à vontade para falar com os professores
sobre o andamento do seu filho na escola? 77% disseram que sim e 23% disseram
que não.
Diante da pergunta: Os professores explicam para você quais são os pontos
fortes e os pontos fracos do seu filho? 66% concordaram que sim e 34% não.
Em relação à pergunta: Você recebe orientação da escola de como pode
apoiar o estudo e a aprendizagem do seu filho em casa? 34% responderam que sim
e 66% disseram que não.
Quanto à pergunta: Para você a escola valoriza o trabalho do seu filho?77%
responderam sim, 12% não e 11% se negaram a responder.
E por fim, diante da pergunta: Você concorda que os professores, pais e
alunos, têm a responsabilidade de juntos trabalharem para tornar a escola um
ambiente cada vez melhor? 100% dos pais concordaram que sim.
Conforme a metodologia proposta no início deste trabalho, as discussões em
grupo foram utilizadas como estratégias para discutir e compartilhar idéias de forma
a promover o aprendizado cooperativo, com a finalidade de descontrair, motivar e
dar ânimo ao professor na continuidade de seu trabalho, realizando-se um estudo
18
com maior profundidade sobre o assunto, dando espaços para que os professores
pudessem ter momentos para seus desabafos e, com isso, oportunidades para a
formação de novas opiniões e de novos conceitos sobre a questão da indisciplina.
Foram utilizadas técnicas de dinâmica em grupo, relacionadas aos assuntos
abordados, objetivando um melhor entendimento tanto pessoal como coletivo da
problemática vivenciada nas escolas, por conta da indisciplina escolar. Durante os
encontros procurou-se instrumentalizar o professor participante do grupo de estudos,
da teoria acerca de seu trabalho, com vista aos objetivos e caminhos bem
orientados, com o intuito de envolver o aluno e transformar a aula em uma atividade
atrativa e interessante, utilizando-se do hábito de leitura e fontes de pesquisa, sejam
elas por meio de documentos físicos ou digitais, que auxiliam o professor a
disseminar e ampliar conhecimentos, gerando elementos que transformam a
informação em estratégias para a formação e conscientização do aprendizado,
evitando situações de “plágio”, uma falha diagnosticada dentro dos diversos canais
ou veículos de informações.
Dentro dos tópicos abordados, destacou-se a sexualidade na adolescência,
fase que a mesma em caráter precoce, revela um certo incômodo dentro do
ambiente escolar, pois altera os comportamentos considerados normais da
identidade do ser humano, situação esta que estamos enfrentando com os nossos
adolescentes e que tem gerado indisciplina. Foi trabalhado, portanto, através de
leitura e discussão de textos a importância da família na construção da sexualidade
de Crianças e Adolescentes.
Quando se discutiu a respeito do que deve ser considerado como Ato
Indisciplinado e sobre como trabalhar o aluno crítico, o estudo demonstrou que
diante da realidade no cotidiano escolar, vem-se atribuindo ao professor a função de
diagnosticar e de diferenciar um ato inquieto de um ato indisciplinado. Assim,
revelou-se a importância de valorizar o aluno diante da sua forma de expressão,
diferenciando-o daquele que se manifesta quando quer obter vantagem em relação
a determinado momento ou situação.
Outras ferramentas foram exploradas no decorrer da Implementação,
paralelamente ao Grupo de Estudo, consideradas as mais importantes dentro do
projeto, por se tratarem de trabalhos executados diretamente com os alunos, ou
seja, a prática realmente aplicada, que possibilitaram avaliar na íntegra que
alternativas inovadoras podem surtir efeitos desejados. Como exemplos, a utilização
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de músicas, em forma de paródia sobre o meio ambiente, com letra de autoria dos
alunos do 3º ano do Ensino Médio Profissional, baseada na versão da Música de
Zeca Pagodinho “Ratatuia”; a peça de teatro com adaptação da história do Mágico
de OZ também sobre a Conservação do meio ambiente, intitulado a Fada, o Duende
e o mundo de OZ, cujo texto foi elaborado pelos alunos do 1º ano do Ensino
Médio, considerados por todos na escola, como alunos indisciplinados e alheios às
atividades propostas pelos professores. Tais atividades tiveram a finalidade de
promover a construção do conhecimento, por se tratar de poderosos veículos de
aprendizagem, que permitem o desenvolvimento e melhora a capacidade de
memorização e posterior reflexão dos temas abordados.
Uma professora de Ensino Médio e Profissional, integrante do quadro
profissional da educação, participante do Grupo de Estudo, que se propôs a
colaborar na realização das atividades, a princípio deparou-se com a rejeição por
parte dos alunos. Porém, após um diálogo da turma com a professora participante
do PDE e a professora da sala, este trabalho foi aceito e realizado em comum
acordo com os alunos, que apresentavam um comportamento inadequado, sendo
uma turma desunida, dividida em pequenos grupos.
O relacionamento da turma em sala demonstrava total desinteresse pelas
disciplinas, não havendo afinidade e nem respeito tanto para com os professores,
quanto para os colegas de sala. Após o início dos trabalhos, percebeu-se uma
interação entre os alunos por um objetivo em comum e um crescente respeito pela
figura do professor como um transmissor de conhecimento, sendo notória a
mudança de comportamento da turma em outros aspectos também, incluindo
interesse por todos os temas que fossem transmitidos a eles dentro e fora do
contexto da disciplina.
Como resultado do processo, observou-se um comportamento de
companheirismo e união do grupo em busca do objetivo final; todos se traduziam em
um só, ensaiando, ajudando os colegas em suas dificuldades, falas, improvisos,
criatividade, em um clima de amabilidade, incentivo mútuo, divisão consciente do
trabalho sem necessidade de intervenção do professor, consciência corporal e da
capacidade individual e coletiva. O grupo adquiriu ainda um senso crítico em que
buscavam uma melhora constante a cada apresentação, resultando em uma
elevação da autoestima da turma. Outro aspecto positivo foi a questão de aprender
a ouvir, falar entre si e para os outros, uma enorme disciplina que se demonstrou
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impecável durante as apresentações e posterior transposição destes
comportamentos para a sala de aula, pelo que se considera que se conseguiu o
efeito educativo desejado, pois conforme o esperado, houve a participação unânime
da classe.
Observou-se com a realização dessas atividades que os alunos passaram a
demonstrar confiança no professor, interesse na realização das atividades e pela
sua formação cultural.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com as pesquisas realizadas, os conteúdos estudados e com a
interação entre o grupo de estudo, é possível dizer que, diante da atual conjuntura
do ensino no país, os objetivos propostos no início deste trabalho foram
parcialmente alcançados, pois o tema abordado abre espaço para o aprofundamento
em diversos aspectos, por ser um assunto de grande amplitude. O trabalho objetivou
a busca do melhoramento da relação professor-aluno, para o que foi imprescindível
identificar e conceituar os atos indisciplinados, bem como despertar o corpo docente
para uma autoanálise de sua prática profissional, para o êxito da aplicação de
alternativas inovadoras e conceitos modernos como forma de enfrentamento das
barreiras impostas pelo próprio meio social que nos envolve.
Os resultados alcançados demonstraram que a visão dos professores em
relação ao contexto se exprime pela falta de motivação e de metodologias eficientes
na prática docente.
Por sua vez, os estudantes atribuem a indisciplina à relação distante entre
professor-aluno, colocando que o autoritarismo deve dar espaço ao respeito mútuo,
transformando a sala de aula em um ambiente mais harmônico.
Por fim, os pais acreditam que a responsabilidade pelo alcance da educação
plena é tanto da família quanto da instituição escolar.
Dessa forma, acreditamos que o estudo realizado possa ter trazido
resultados significativos, pois, demonstrou que os princípios devem ser construídos
juntamente com os alunos, através de um conceito de regras e normas claras e
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justas, deixando de lado a imposição, pois o aluno que desperta para o mundo não
tem tempo para ser indisciplinado.
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CRONOGRAMA
Etapa Data Atividade
1ª Etapa
03/09/2010
Socialização do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola e da Produção Didático Pedagógica (Caderno Temático). SANTOS, Hilda Maria das Graças. 2009/2010.
2ª Etapa
09/09/2010
Discussão em Grupo e Aplicação de Instrumento de Pesquisa. Texto:
Indisciplina na sala de aula. FRANÇA, Cláudia. 2005.
3ª Etapa
17/09/2010
Uma Aula bem Preparada.
Textos:
O papel do professor. CHALITA, Gabriel - Autor do livro “Educação- a solução está no afeto”. 2001.
A concretização dos objetivos se dá mediante um bom planejamento.
DUARTE, Vânia. 2010.
4ª Etapa
24/09/2010
Gestão da Informação.
Discussão com embasamento teórico tendo como principais autores: Elementos de comportamento Organizacional. 1ª Ed. BOWDITCH, J. L. 2004. Linguagem e construção da realidade organizacional. 1ª Ed. FLORY, Alexandre Villibor. 2007. Os repositórios digitais no âmbito da sociedade informacional. Disponível em: http://prisma.cetac.up.pt/105_Repositorios_digitais_no_ambito_da_Sociedade_Informacional_Silvia_Masson.pdf. 2008.
5ª Etapa
30/09/2010
Hiperfoco em Sexualidade. Texto:
A importância da família na construção da sexualidade de crianças e adolescentes. LIMA, Zoelma. 2008.
6ª Etapa
08/10/2010
Respeito, Autoridade e Domínio em Sala de Aula. Textos:
A Indisciplina como aliada. GENTILE, Paola. 2002. A violência escolar e a crise da autoridade docente. AQUINO, Julio Groppa. 2008.
24
7ª
Etapa 21/10/2010
O que Considerar como Ato Indisciplinado. Textos:
Refletindo sobre os desafios e perspectivas de ação no cotidiano escolar. VAGULA, Edilaine. 2007. A Instituição escolar e a violência. SPOSITO, Marília Pontes. 1998.
8ª
Etapa 29/10/2010
Trabalhar o Aluno Crítico.
Textos:
O contestador em causa própria. De Eucisbaldo Mattos, publicado na obra
de GUEDES, Paulo Coimbra. 2008.
Indisciplina escolar: um dos desafios à gestão democrática.
BELLIA,Rogéria Aparecida Camargo Lima; SANTOS, Silvia Alves dos. 2009.
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REFERÊNCIAS
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1986.
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São Paulo: Paz e Terra, 1999.
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Indisciplina na Escola: uma reflexão sobre a dimensão preventiva http://www.ipardes.gov.br/pdf/revista_PR/95/joe.pdf Acesso em: 13/04/2010.
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