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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SEMENTES
TESE
DESEMPENHO DE CULTIVARES DE ALGODÃO EM ALEGRETE RIO GRANDE DO SUL
AIRAM FERNANDES DA SILVA
Pelotas, 2012
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AIRAM FERNANDES DA SILVA
DESEMPENHO DE CULTIVARES DE ALGODÃO EM ALEGRETE RIO GRANDE DO SUL
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da Universidade Federal de Pelotas, sob orientação do Prof. Leopoldo Mario Baudet Labbé, Ph.D., como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Ciência e Tecnologia de Sementes.
Pelotas, 2012
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Dados de catalogação na fonte: ( Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744 )
S586d Silva, Airam Fernandes da Desempenho de cultivares de algodão em Alegrete Rio
Grande do Sul / Airam Fernandes da Silva; orientador Leopoldo Mario Baudet Labbé - Pelotas, 2012.-73f. : il..- Tese (Doutorado ) –Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2012.
1.Gossypium hirsutum L. 2.Qualidade de sementes
3.Qualidade de fibras 4.Produtividade de algodão I.Labbé, Leopoldo Mario Baudet (orientador) II.Título.
CDD 633.51
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“... Não te assustarás do terror noturno, nem da seta que voa de dia,
nem da peste que se propaga nas trevas, nem da mortandade que assola ao meio-dia.
Caiam mil ao teu lado e dez mil a tua direita tu não serás atingido...”
Salmo 91
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Dedico a minha família....
A meu filho Bruno;
A minha esposa Fernanda;
A meus irmãos Aline e Moacir Jr;
A meus pais Moacir e Dilma;
A minha avó Ondina.
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Agradecimentos
Às instituições Universidade Federal de Pelotas e Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus Alegrete, pelo apoio na logística,
financiamento, infraestrutura e na execução dos experimentos;
Ao Grupo Itaquerê (Sementes Itaquerê e UDESIL) pelo apoio no material
experimental e dicas, grande abraço à colega Engª. Agrª. Patricia Brunetta;
Ao colega Geri pela orientação na análise estatística dos dados;
Ao professor Antonio Carlos Souza Albuquerque Barros, pela amizade,
companheirismo, confiança, estímulo e exemplo profissional;
Ao professor e orientador Leopoldo Baudet pelo empenho, dedicação, atenção e
amizade;
Ao professor Silmar Peske pela orientação durante a realização da pesquisa;
Ao professor Luis Osmar Braga Schuch, pelo apoio, profissionalismo, amizade e
confiança;
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de
Sementes, Villela, Orlando, Dario, Ângela, entre outros, pelo apoio e confiança;
Ao Departamento de Fitotecnia e funcionários da Faculdade de Agronomia Eliseu
Maciel;
Ao setor de Agricultura II, composto por colegas professores, técnicos e
administrativos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha –
Campus Alegrete, agradeço pelo auxílio no manejo das máquinas agrícolas;
Aos Bolsistas de iniciação científica André Martini e Diego Bacin pelo entusiasmo,
dedicação, atenção e contribuição no desenvolvimento deste estudo;
Aos colegas de profissão e amigos, pela ajuda, parceria, companheirismo,
profissionalismo e ética durante nosso convívio profissional;
A minha querida avó Ondina Ness, que sempre me aconselhou e ajudou na hora
certa...;
Aos meus pais Moacir e Dilma, pela ajuda e apoio durante a Graduação, Mestrado e
agora...., Doutorado;
Aos meus irmãos Aline e Moacir Jr., pela amizade, compreensão e apoio nos
momentos difíceis;
Ao meu filho Bruno pela alegria, espontaneidade e compreensão durante esse
período, “papai te ama muito meu filho!!”;
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A minha esposa Rita Fernanda pela compreensão, amizade, carinho, auxílio,
parceria, coleguismo e confiança, incondicionais.
Peço desculpas a todos pelas eventuais ausências, nos momentos de
comemorações e de confraternização familiar, durante a realização deste
experimento.
Dessa forma desejo a todos que....
“Deus lhes dê em dobro tudo aquilo que me desejaram”.
Obrigado!!!
Eng°. Agr°. Airam Fernandes da Silva
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DESEMPENHO DE CULTIVARES DE ALGODÃO EM ALEGRETE, RIO GRANDE DO SUL
Autor: Engo. Agro. Airam Fernandes da Silva
Orientador: Professor Leopoldo Baudet, Ph.D. Resumo: O algodoeiro (Gossypium hirsutum L. raça latifolium Hutch.) é uma espécie cultivada em várias regiões do Brasil e do mundo, destacando-se no agronegócio mundial pela utilização dos seus produtos e subprodutos. Semelhante ao que ocorreu no Cerrado brasileiro, o cultivo de algodão pode ser uma alternativa de produção para rotação em áreas com cultivo de soja e milho, no Rio Grande do Sul, associando as condições climáticas com a utilização de alta tecnologia e práticas culturais que agreguem valor ao produto e ao manejo do algodoeiro. Com o intuito de prever novas necessidades e antecipar tecnologias, o objetivo deste estudo foi verificar a produtividade e a qualidade fisiológica de sementes e fibras de cultivares de algodão na região de Alegrete, oeste do Rio Grande do Sul. O experimento foi conduzido por dois anos, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus Alegrete, durante as safras 2010/11 e 2011/12. O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso, com cinco repetições. Os dados experimentais foram submetidos à análise de variância, sendo os efeitos dos tratamentos avaliados pelo teste F, enquanto que as médias foram comparadas pelo teste de Duncan a 5% de significância. Conclui-se que as cultivares de algodão em estudo produziram sementes de elevada qualidade fisiológica e fibras com características intrínsecas consideradas acima do padrão. Existem diferenças de desempenho na produção e na qualidade fisiológica das sementes entre as cultivares, influenciadas pelas características climáticas da região de cultivo. A região de Alegrete, Rio Grande do Sul, possui clima favorável à produção de sementes de algodão de elevada qualidade fisiológica.
Palavras-chave: Gossypium hirsutum L., qualidade de sementes, qualidade de fibras, produtividade de algodão.
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COTTON CULTIVARS PERFORMANCE IN ALEGRETE, RIO GRANDE DO SUL Author: Airam Fernandes da Silva Advisor: Professor Leopoldo Baudet, Ph.D. ABSTRACT – Cotton (Gossypium hirsutum L. race latifolium Hutch.) is a crop cultivated in several regions of Brazil and the world, detached in the global agribusiness because of the use of their products and sub-products. Similarly as it happened in the Brazilian Cerrado, cotton crop may be an alternative of production for rotation in areas with soybeans and corn in Rio Grande do Sul, associated to the climatic conditions and utilization of high technology and management that upgrade the product and crop handling. Objecting to prevent new necessities and to anticipate new technologies, it was verified the productivity and seed physiological quality and fiber quality of cotton cultivars in Alegrete, West of Rio Grande do Sul state. The experiment was conducted for two years, at the Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus Alegrete, during 2010/11 and 2011/12 crop seasons. The experimental design was casualized blocks with five replications. The experimental data were submitted to analysis of variance, being the treatment effects evaluated by the F test, while averages were compared by the Duncan test to 5% significance. It was concluded that cotton cultivars studied produced high physiological quality seeds and fiber quality with inert characteristics considered outstanding. There are differences of performance in production and seed physiological quality among cultivars, influenced by regional climatic characteristics of the crop. The region of Alegrete, Rio Grande do Sul, has favorable climate to produce cotton seeds of high physiological quality.
Key-words: Gossypium hirsutum L., seed quality, germination, vigor.
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Lista de Tabelas
Tabela 1 Número de plantas por metro linear, número de capulhos por planta, massa do capulho, massa de sementes por capulho, massa de 1000 sementes, percentagem de sementes por capulho e estimativa de produtividade de sementes por hectare das cultivares de algodão, Universidade Federal de Pelotas nas safras 2010/11 e 2011/12............................................................
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Tabela 2 Primeira contagem de germinação, germinação, teste de frio, comprimento da parte aérea e raiz, massa seca da parte aérea e raiz das sementes das cultivares de algodão, Universidade Federal de Pelotas nas safras 2010/11 e 2011/12.........................................................................................................
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Tabela 3 Intervalos médios de comprimento de fibra, índice de uniformidade do comprimento da fibra, índice de fibras curtas, resistência da fibra, micronaire, grau de reflexão das fibras e massa do capulho, para as cultivares de algodão em estudo, nas regiões recomendadas para cultivo, conforme obtentores........................................................................................
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Tabela 4 Comprimento de fibra, índice de uniformidade do comprimento da fibra, índice de fibras curtas, resistência da fibra, alongamento da fibra, micronaire, grau de reflexão das fibras, das cultivares de algodão, Universidade Federal de Pelotas na safra 2010/11........................................
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Tabela 5 Grau de amarelamento, cor das fibras, índice de fiabilidade, maturidade, porcentagem da fibra, estimativa de produtividade de fibra e categoria, das cultivares de algodão, Universidade Federal de Pelotas na safra 2010/11............................................................................................................
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Tabela 6 Categorias de referência para a classificação de algodão utilizada pela UNICOTTON, Primavera do Leste – Mato Grosso, safra 2011......................
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Lista de Figuras
Figura 1 Total mensal pluviométrico no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus Alegrete, Universidade Federal de Pelotas nas safras 2010/11 e 2011/12.............................................................
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Figura 2 Umidade relativa do ar máxima, média e mínima mensal no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus Alegrete, Universidade Federal de Pelotas nas safras 2010/11 e 2011/12.....
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Figura 3 Temperaturas máxima, média e mínima mensal no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus Alegrete, Universidade Federal de Pelotas nas safras 2010/11 e 2011/12....................
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Sumário
1 Introdução..............................................................................................................13
2 Revisão de literatura.............................................................................................15
3 Material e métodos................................................................................................33
4 Resultados e discussão........................................................................................40
4.1 Características climáticas.................................................................................40
4.2 Produtividade de semente e fibra.....................................................................45
4.3 Qualidade fisiológica da semente.....................................................................48
4.4 Qualidade tecnológica da fibra.........................................................................53
5 Considerações finais............................................................................................59
6 Conclusão..............................................................................................................61
Referências...............................................................................................................62
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1 Introdução
A cultura do algodoeiro destaca-se no cenário agrícola mundial pela
utilização dos seus produtos e subprodutos. No Brasil, o algodoeiro é uma planta
cultivada em pequenas e grandes propriedades e em regiões com condições
ecológicas distintas. O principal destino do produto, fibras de algodão, é a indústria
têxtil e como subprodutos, pode-se destacar o farelo e o óleo de algodão, ambos
extraídos da semente (FONTES et al., 2006 e AGOPA, 2009).
Até o início da década de 1990, a produção de algodão no Brasil
concentrava-se nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Após esse período, aumentou
significativamente a participação do algodão produzido nas áreas de cerrado,
basicamente da região Centro-Oeste. Este fato foi decorrente das condições
favoráveis para o desenvolvimento da cultura e, principalmente, devido a grandes
investimentos em pesquisa, no melhoramento genético, de modo a obter variedades
adaptadas, com arquitetura de planta adequada à colheita mecanizada, resistentes a
pragas e doenças, com alta adaptação às condições edafoclimáticas do cerrado, alta
produtividade tanto em sementes quanto em fibra, aliadas às modernas técnicas de
cultivo. Seu cultivo é também de grande importância social, pelo número de
empregos que gera direta ou indiretamente (RICHETTI et al., 2003).
Semelhante ao que ocorreu no cerrado, o cultivo de algodão (Malvaceae)
pode ser uma alternativa de produção para rotação em áreas com cultivo de soja
(Fabaceae) e milho (Poaceae), associando as condições climáticas com a utilização
de alta tecnologia e práticas culturais que agreguem valor tanto ao produto como ao
manejo do algodoeiro, na região oeste do Rio Grande do Sul. Nesta região
concentra-se grande área de cultivo de soja e milho, seja em monocultivo ou em
rotação, além dos campos nativos utilizados como pastagens.
O cultivo do algodoeiro pode ser uma alternativa para geração de emprego e
renda, visto que utiliza grande quantidade de mão de obra para os tratos culturais
em pequenas áreas de cultivo, assim como maximiza o uso de maquinários, nas
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grandes áreas de produção, proporcionando melhoria na qualidade biológica do solo
e uma oportunidade de diversificar os negócios na propriedade, promovendo a
sustentabilidade. Em função da busca por maior eficiência de produção, nos últimos
anos, a cultura do algodão vem tomando várias regiões de produção, em áreas cuja
topografia favorece a mecanização da cultura e com boa distribuição de chuvas,
facilitado pelo fato de a cultura não apresentar restrição quanto ao fotoperíodo,
sendo utilizada como alternativa de rotação de culturas com a soja e o milho.
(ANSELMO et al., 2011).
As mudanças climáticas podem provocar uma nova geografia da produção
no Rio Grande do Sul, dando lugar a culturas antes restritas a outras regiões de
cultivo no Brasil. Em um cenário futuro, plantações de cana-de-açúcar e de café
podem fazer parte da paisagem gaúcha (GUEDES et al., 2009). Essas mudanças no
clima poderiam trazer queda de produtividade em culturas como a soja e o milho e,
ao mesmo tempo, abrir espaço para outras que hoje não podem se desenvolver na
região por conta do frio, como o café, que segundo Guedes et al. (2009), poderá ser
cultivado no Estado a partir de 2020. Nesse sentido pesquisadores da Embrapa
destacam a importância de pesquisas em plantas mais resistentes aos estresses
climáticos. Devido às variações climáticas, tanto de temperatura quanto de regime
pluviométrico, além da frequência de eventos extremos, pode ocorrer à transferência
de cultivos para outras regiões, o que vai necessitar de uma adaptação por parte
dos produtores agrícolas (MORELLO, 2011 e IAMMOTO et al., 2011). Portanto há
necessidade de se pesquisar sobre os efeitos das mudanças climáticas na
agricultura, mas já se sabe que alguns fatores naturais, como aumento da
temperatura, mudança na frequência das chuvas, enchentes e secas, são eventos
extremos, e irão exigir que os produtores atualizem algumas práticas agrícolas.
Desta forma, com o intuito de prever novas necessidades e antecipar
tecnologias, o objetivo deste estudo foi verificar a produtividade e a qualidade
fisiológica de sementes e tecnológica das fibras de cultivares de algodão, em
Alegrete, Rio Grande do Sul.
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2 Revisão de Literatura
O algodoeiro herbáceo ou anual (Gossypium hirsutum L. raça latifolium
Hutch.) é uma das espécies vegetais domesticadas mais antigas do mundo, do qual
quase tudo é aproveitado, principalmente a semente que representa em média 65%
do peso da produção, e a fibra que representa 35% (ICAC, 2011). No sistema de
produção de algodão, a genética é um dos componentes que interfere
significativamente no sucesso do empreendimento. Assim, na escolha da cultivar,
vários fatores devem ser considerados, como: a época de semeadura, reação às
principais doenças, qualidade de sementes e fibra produzidas (LAMAS e
FERREIRA, 2006; IAMAMOTO et al., 2011 e PESKE et al., 2012). É uma planta de
elevada complexidade morfológica e fisiológica, tendo metabolismo fotossintético do
tipo C3, com elevada taxa de fotorrespiração, que pode ser superior a 40% da
fotossíntese bruta, dependendo de fatores ambientais, em especial luminosidade e
temperatura (RAVEN et al, 2001 e TAIZ et al, 2003). Quanto maiores esses fatores,
mais a planta do algodão fotorrespira, desassimilando o carbono e, assim, reduzindo
a fotossíntese líquida (BELTRÃO et al., 2007).
A influência do ambiente nas características técnicas da fibra do algodoeiro
é maior que a determinada pelos aspectos intrínsecos da cultivar (ANDRADE et al.,
2009). Dentre as condições ambientais que influenciam as características
tecnológicas da fibra do algodão se destaca a distribuição das chuvas. A ocorrência
de precipitações pluviais ou nebulosidade intensa na pré-colheita, quando os frutos
já estão abertos, afeta a qualidade da fibra, que é reduzida substancialmente, e os
frutos que ainda não estão abertos apodrecem, reduzindo também a quantidade e a
qualidade da semente (EMBRAPA, 2006).
O cultivo do algodoeiro é recomendado em regiões ou épocas em que as
temperaturas permaneçam entre 18 ºC e 30 ºC (DOORENBOS et al. 1979;
EMBRAPA, 2003 e EMBRAPA, 2009).
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O algodoeiro é produzido em regiões agroecológicas muito diferentes, nas
quais o clima influencia a produção, tanto no aspecto quantitativo como qualitativo e,
em condições naturais, quando esses fatores entram em equilíbrio ecológico, as
plantas externam seu potencial produtivo. Fatores climáticos como chuva,
temperatura, umidade relativa, duração do dia, velocidade do vento e intensidade de
luz interferem na cultura do algodoeiro, sendo que o cultivo deve ser realizado no
período mais propício do ano, quando os fatores climáticos forem mais favoráveis ao
início do desenvolvimento das plantas (OOSTERHUIS e FREIRE, 1999). A análise
desses fatores, associados ao conhecimento das características dos solos e sua
síntese são indicados no zoneamento agrícola para o algodão, sendo que para
atingir a produção máxima, o algodoeiro herbáceo deve ser cultivado sob as
seguintes condições climáticas: a temperatura média do ar deve variar entre 18 ºC a
40 ºC; a precipitação anual entre 700 mm e 1300 mm; a umidade relativa do ar
média deve ser em torno de 60%; nebulosidade inferior a 50%; inexistência de
inversão térmica (dias muito quentes e noites muito frias) e inexistência de alta
umidade relativa do ar associada a altas temperaturas (ARAUJO et al., 2006). LUZ
et al., (1999) estudando o efeito do estresse hídrico do solo sobre o desenvolvimento
do algodoeiro, verificou as limitações hídricas nesta espécie.
O clima da região oeste do Rio Grande do Sul é subtropical, temperado
quente, com chuvas bem distribuídas e estações bem definidas (Cfa na classificação
de Köppen-Geiger, (1884); citado por Kottek et al., (2006) e Rubel and Kottek,
(2010)). A média de precipitação pluviométrica é de 1525 mm anuais. A menor
média de precipitação acontece em agosto e a maior em outubro. As precipitações
intensas, dentro de um período de 24 horas, são de até 115 mm. A temperatura
média anual é de 18,6 °C, variando entre 13,1 °C em julho e 35,8 °C em janeiro. A
menor temperatura mínima observada desde 1931 foi de - 4,1 °C e a máxima, de
40,4 °C. A formação de geadas ocorre eventualmente entre maio e setembro. A
umidade relativa média do ar é de aproximadamente 75% em todos os meses do
ano.
Considerando que as condições climáticas da região de Alegrete sejam
promissoras para a produção de sementes, o passo seguinte é o da escolha do
campo onde será instalada a cultura. Essa escolha é fator decisivo, pois a área onde
se desenvolverá a produção de sementes e fibras de algodão pode estar sujeita a
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vários tipos de contaminações como: patogênica, genética, plantas concorrentes,
entre outras, além de limitações na química e física do solo que irão interferir
prejudicando ou inviabilizando o material obtido.
Os solos férteis devem ser preferidos para multiplicação de sementes, pois
neles se obtém não só as maiores produções, bem como sementes de maior
qualidade (PESKE et al., 2012). Os nutrientes NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio)
são necessários para formação e desenvolvimento de novos órgãos e de
substâncias de reserva a serem acumuladas. Dessa maneira, a disponibilidade de
nutrientes interfere na boa formação do embrião, do órgão de reserva e do tecido
protetor, assim como na sua composição química e, consequentemente, em sua
qualidade fisiológica e física (BARROS e PESKE, 2006). Um dos efeitos da
produção de sementes em solos pouco férteis é a produção de sementes de menor
tamanho, o que, necessariamente, não quer dizer menor qualidade. Entretanto,
sabe-se que uma planta bem nutrida produzirá uma semente normal, que
apresentará bom desempenho mesmo sob condições adversas (BARROS e PESKE,
2006). A marcha de absorção dos nutrientes pela planta segue o padrão de
crescimento, aumentando significativamente a partir do surgimento dos primeiros
botões florais, alcançando o máximo na fase de crescimento dos frutos (CARVALHO
et al., 2007).
Para o caso específico do nitrogênio, recomenda-se que 1/3 da dose seja
aplicada por ocasião da semeadura e 2/3 em cobertura. A primeira cobertura de
adubação nitrogenada deve ser realizada na fase B1 (primeiro botão floral) e a
segunda na fase F1 (primeira flor na primeira posição do primeiro ramo reprodutivo),
de acordo com a escala de desenvolvimento proposta por Marur e Ruano, (2001).
Barros e Peske (2006) afirmam que para a produção de sementes, a escolha
do campo onde será instalada a cultura é de extrema importância, visto que existem
vários tipos de contaminação, como genética, física, fisiológica e sanitária, devido
aos cultivos anteriores na área, problemas com pragas, doenças e nematóides,
condições de fertilidade, problemas de erosão, regime de chuvas e temperatura.
Neste caso é necessário conhecer o histórico do campo e da região de produção,
considerando informações sobre o regime de chuvas, espécies ou cultivares
produzidos anteriormente, plantas concorrentes existentes, problemas locais com
pragas, doenças e nematóides, condições de fertilidade, problemas de erosão, física
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do solo, etc. Para Peske et al., (2012) a semente é o veículo que leva ao agricultor
todo o potencial genético de uma cultivar com características superiores. A
agricultura contemporânea requer a multiplicação e disseminação rápida e eficaz
das variedades melhoradas, tão logo sejam criadas, e que se tornem insumos
agrícolas quando suas sementes, de alta qualidade, são disponibilizadas e
cultivadas pelos agricultores. A produção de sementes comerciais é um dos
componentes mais importantes do programa de sementes e envolve grandes
investimentos e aplicação de elevados recursos financeiros a cada ano, exigindo do
produtor a escolha de solos adequados, condições ecológicas favoráveis, genética e
o compromisso de seguir normas rigorosas de produção, sendo uma atividade
econômica e socialmente muito relevante (BARROS e PESKE, 2006). Sementes de
alta qualidade envolvem uma série de características, dentre as quais estão os
atributos fisiológicos, expressos pela germinação e vigor. Essas características são,
em maior ou menor grau, influenciadas pelo ambiente e identificadas em nível de
campo (MARCOS FILHO, 1999).
À medida que o setor sementeiro se profissionaliza, as áreas de produção
de sementes tornam-se mais tecnificadas e, além do percentual alto de sementes
viáveis, o mercado exige características fisiológicas associadas ao vigor, como
qualidade e desempenho desse insumo.
Segundo Delouche (2005), um dos preceitos fundamentais da ciência e
tecnologia de sementes é que sementes de alta qualidade apresentam melhor
desempenho do que as de menor qualidade. As funções biológicas básicas das
sementes devem servir de repositores da herança de uma população. Melhorar o
desempenho da semente significa, em termos percentuais, incrementar a velocidade
e uniformidade da germinação e o desenvolvimento inicial das plântulas.
Provavelmente, não é possível assegurar nem garantir o desempenho das
sementes, desconsiderando as adversidades e estresses encontrados. E certamente
não seria um bom negócio para as empresas de sementes oferecerem uma garantia
ilimitada ou incondicional sobre a germinação e a emergência das sementes que ela
comercializa. As condições microambientais no leito da semente podem ser tão
estressantes que excedem o potencial máximo inerente e a proteção acrescentada
às espécies (DELOUCHE, 2005).
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O uso de sementes de alta qualidade constitui um dos principais fatores
responsáveis pelo sucesso de uma lavoura. Popinigis (1985) afirma que sementes
de elevado nível de qualidade propiciam a maximização da ação dos demais
insumos e fatores de produção. Plantas de algodão originadas de sementes com
vigor e germinação elevados podem produzir de 10 a 20 % a mais do que aquelas
oriundas de sementes de baixa qualidade fisiológica, considerando a mesma cultivar
e população por área (DELOUCHE e POTTS, 1974), visto que o desempenho das
sementes no campo é proporcional ao seu vigor.
A semente constitui um dos insumos de menor custo no sistema de
produção do algodoeiro, correspondendo, em média a 2,3 a 3,0 % do custo total da
lavoura (FREIRE et al., 1999). As sementes são produzidas por produtores e/ou
empresas especializadas e o produtor que adquire uma semente de alta qualidade,
deve esperar que o seu cultivo resulte na reprodução das características
especificadas pela descrição da cultivar, com o máximo de uniformidade, onde a
semente engloba todos os genes que caracterizam a espécie e a cultivar.
Desde o início do cultivo de algodão sob o sistema mecanizado nos
cerrados, em 1997, a oferta varietal aumentou tremendamente (BELOT et al., 2005),
devido ao trabalho de numerosos programas de melhoramento genético do
algodoeiro, tanto de instituições públicas como privadas, multinacionais, fundações
ou cooperativas. Dentro dos objetivos do melhoramento, foi enfocado o aumento do
potencial produtivo dos materiais, como definido por Evans e Fisher, (1999).
Segundo estes autores, o potencial produtivo pode ser definido como a
produtividade que uma cultivar pode alcançar quando cultivado em ambiente no qual
é adaptado, sem limitações de alimentação em nutrientes, água e total proteção
fitossanitária. Porém, para avaliar este potencial produtivo, é necessário que a
cultivar seja testada no próprio local (CARVALHO, 2001).
O estabelecimento de um campo de produção de sementes requer uma
série de medidas, cujo objetivo principal é evitar que as sementes sofram
contaminação genética durante qualquer uma das fases do processo produtivo. Para
isso, as principais medidas a serem tomadas visando à produção de sementes
envolvem a definição da cultivar, o registro do produtor ou contrato firmado com o
obtentor da cultivar, a escolha da área, o isolamento dos campos de produção e a
purificação (EMBRAPA, 2003).
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De acordo com Barros e Peske (2001), a produção de sementes de alta
qualidade, algumas características são fundamentais, como a geração das
sementes que serão utilizadas para formação dos campos, a escolha das cultivares
e a quantidade de semente a ser produzida. A produção de qualquer uma das
categorias e classes de sementes inicia-se com a escolha das áreas para a
instalação dos campos de produção, que deverão ser verificados, após a
semeadura, durante o desenvolvimento da cultura, na floração e na pré-colheita,
com o objetivo de evitar a contaminação por outras espécies ou cultivares e para
diminuir ou eliminar os riscos de se obter uma semente com baixa qualidade e
identidade.
Afirmava-se que algumas regiões de nosso país eram inaptas até mesmo
para a produção de grãos, sendo consideradas mais críticas ainda para a produção
de sementes. Atualmente, as diversas localidades de clima ameno no Centro-Oeste,
Norte e Nordeste do Brasil, que produzem sementes de soja, milho e algodão, já são
reconhecidas como regiões habilitadas e apropriadas para a produção de sementes
de qualidade. A região Sul, mais especificamente o Rio Grande do Sul,
historicamente, produz sementes de alta qualidade, principalmente de soja, pois é
favorecida com temperaturas mais amenas na época de formação e maturação das
sementes.
Embora determinadas espécies sejam desenvolvidas para algumas regiões
de cultivo, observa-se que o produtor, com a perspectiva de obter maior uso de sua
área de produção e objetivando maior lucratividade, contribui com a introdução de
novas espécies nas diferentes localidades. Dessa forma, origina-se uma nova
perspectiva de cultivo e a necessidade de sementes de cultivares altamente
produtivos para os diversos ambientes, tecnologias de manejo, desenvolvimento de
mercado e cadeia produtiva.
Martus et al. (2003), avaliaram seis materiais em condições de campo em
três localidades, sendo: Ipameri (GO), Costa Rica (MS) e Chapadão do Sul (MS), na
safra 2002/03 e constataram comportamento diferencial entre os materiais genéticos
avaliados quanto à sua adaptabilidade ao ambiente e ao manejo cultural de cada
localidade. Iamamoto et al., (2011) avaliaram o desempenho produtivo de cultivares
de algodão em diferentes épocas de semeadura em Ipameri, no estado de Goiás, e
verificou que a produção de algodão em caroço, assim como em fibra, foi elevada
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para todas as cultivares analisadas em relação à média brasileira, caracterizando
que é possível ampliar e buscar altas produtividades, ultrapassando o teto produtivo,
que é de 566,[email protected] (8.500 Kg.ha-1).
Se uma determinada cultivar é eleita pela pesquisa e pelo consenso entre
produtores agrícolas é porque seu comportamento é o melhor possível para as
condições de clima, solo e de tecnologia agrícola da região, e as características de
seus produtos possuem valor de mercado. Consequentemente, o patrimônio
genético desta cultivar, que basicamente diferencia seu comportamento, tem que ser
protegido (CARVALHO e NAKAGAWA, 1980). Segundo Barros e Peske (2006), a
Lei de Proteção de Cultivares de 1997 confere proteção à propriedade intelectual
aos obtentores de novas cultivares, da mesma forma que a Lei de Sementes, de
2003. A inspeção de campos para a produção de sementes deve-se, principalmente,
às grandes inovações tecnológicas que ocorreram na produção de sementes das
principais culturas, e tem a importante finalidade de atender às necessidades e
adequação aos princípios da legislação de sementes e mudas, em vigência, nos
quais o manuseio de informações e procedimentos uniformes conduzirá à aplicação
de boas práticas agrícolas na produção de sementes, garantindo a qualidade destas
e a identidade das cultivares (IAMAMOTO et al., 2011).
A semente é o principal insumo no sistema de produção de grandes culturas
e sua qualidade está diretamente relacionada ao estande e vigor das plantas. Para
que a semente possa expressar todo seu potencial, é imprescindível que tenha
alcançado a maturidade fisiológica. Após a maturidade fisiológica, as sementes
permanecem “armazenadas no campo” até que as condições, intrínsecas da
semente e do ambiente, permitam a colheita. Obviamente, as condições nesse
período não são as mais favoráveis para o armazenamento, devendo ser retiradas
do campo tão logo seja possível. Trabalhos realizados por Carvalho (1974),
estudando a maturação de sementes de algodão, revelaram que, após o ponto no
qual elas atingem o máximo de qualidade fisiológica, não há razões para que elas
continuem no campo. Ressalta-se que, após atingir a maturidade fisiológica, as
sementes desligam-se fisiologicamente da planta, permanecendo no campo, sujeitas
às condições climáticas, que, se adversas como a ocorrência de chuvas poderão
acelerar o processo respiratório, provocando severa deterioração pela alternância de
22
absorção e perda de umidade, associada ao ataque de fungos patogênicos
(CARVALHO, 1974; CARVALHO e NAKAGAWA, 2000).
Da maturidade fisiológica até a colheita, a semente fica armazenada no
campo, sujeita a fatores climáticos adversos e ao ataque de patógenos. Neste
período, chuvas, orvalho e a alta umidade relativa do ar fazem com que as sementes
sofram sorções, essas alterações no seu grau de umidade e tamanho promovem a
deterioração. Delouche (2005) considera o intervalo entre a maturidade fisiológica e
a colheita como muito crítico e Dias (2001) afirma que a partir deste momento, a
semente permanece ligada à planta apenas fisicamente, com umidade ainda muito
alta. Nesta fase, o teor de água decresce rapidamente e começa a oscilar de acordo
com a umidade relativa do ar. A ocorrência de chuvas prolongadas e alta umidade
relativa do ar nessa ocasião retardarão o processo de secagem natural,
comprometendo a qualidade das sementes, que estarão sujeitas à deterioração no
campo. Para Vieira et al. (2001), até atingirem a umidade para colheita, as sementes
ficam submetidas a uma série de condições adversas no campo, tais como ataque
de fungos, insetos e, principalmente, contrações e expansões dos tecidos de reserva
e embrião, devido à absorção e perda de umidade. Essa oscilação na umidade
ocorre devido à variação da umidade relativa do ar do dia para a noite, ao orvalho e,
notadamente, à ocorrência de chuvas no período compreendido entre a maturidade
fisiológica e a colheita, agravando-se ainda mais no caso do algodoeiro devido à
higroscopicidade das fibras. Dessa forma a colheita realizada por ocasião da
maturidade fisiológica seria ideal, mas encontra uma série de problemas a serem
contornados. Em virtude dessas dificuldades, as sementes permanecem no campo
até atingirem um nível de umidade adequado para a colheita, sujeitas a condições
climáticas nem sempre favoráveis para a preservação da sua qualidade (BARROS e
PESKE, 2006). Em sementes de soja, a da variação na umidade influencia na
germinação e no vigor, onde normalmente, pela manhã se colhe com umidades mais
elevadas e à tarde com umidades mais baixas (PESKE e HAMER, 1997). Da mesma
forma, Reuzeau e Cavalié (1997) constataram que o grau de umidade presente na
semente de girassol por ocasião da colheita pode influenciar o teor de RNA e,
consequentemente, a capacidade de síntese de proteínas, afetando processos
fisiológicos da semente. Essas alterações causam aumento da respiração e
produção de CO2, influenciando negativamente na eficiência germinativa (BEWLEY
23
et al, 1994 e NEDEL, 1995). Dos fatores ambientais que mais interferem na
germinação das sementes se destacam a temperatura e, principalmente, a umidade
relativa do ar. Elevadas umidades e temperatura podem causar deterioração das
sementes, reduzindo sua capacidade de germinar, dependendo do tempo de
exposição a estes fatores (DUTRA e CASTRO, 1997). A colheita do algodão é viável
desde que a umidade nas fibras esteja entre 12% e 15% (IAMAMOTO et al., 2011).
Araújo et. al., (2006) afirma que o teor de umidade máximo tolerável para a amostra
de sementes de algodão é 12%, pois favorece a germinação na época seguinte e
possibilitando a conservação das sementes em ambiente aberto, durante 6 a 8
meses, embora nesta faixa ainda possa ocorrer ataque de insetos.
No ponto de maturidade fisiológica, o conteúdo de fitomassa seca da
semente é máximo e, a partir dai, inicia-se o processo de deterioração, provocando
redução gradativa da qualidade fisiológica da semente (CARVALHO e NAKAGAWA,
2000). Assim, um aspecto importante da produção de sementes é a determinação
da maturidade fisiológica e do momento ideal de colheita, visando obter sementes
de alta qualidade, minimizando a deterioração no campo. A umidade ideal da fibra
de algodão para se proceder à colheita é de 12%, quando 95% dos capulhos estão
abertos. Esse padrão de 12% de umidade é recomendado pela CESM-PB (1989).
Graus de umidade das sementes de algodão próximos de 15% podem provocar
deterioração, comprometendo a qualidade fisiológica (QUEIROGA et al., 1994). Por
outro lado, sementes de algodão com 10% de umidade respiram normalmente,
conservando seu potencial germinativo e vigor (PASSOS, 1977). Atualmente, os
testes de vigor trazem benefícios a todos os segmentos da produção de sementes
de grandes culturas (MARCOS FILHO, 1999).
Para Peske et al. (2012), a soma de todos os atributos, tais como massa
(matéria seca), tamanho, germinação, vigor e mais as variações ocorridas em
termos de proteínas, lipídios e carboidratos, além de mecanismos de autoproteção,
como o aparecimento de inibidores no momento da maturação fisiológica, são fatos
marcantes da formação completa da semente. Quando a semente alcança teores de
água em torno de 20%, seguindo um padrão de embebição adequado, são
reiniciadas todas as atividades celulares. Temperaturas baixas e potenciais hídricos
reduzidos retardam essa fase (ZIMMER, 2006).
24
As fibras do algodão são, botanicamente, conhecidas por “tricomas”, que
são apêndices da epiderme, presentes em diversos órgãos das plantas, podendo ser
estruturas unicelulares, ou formadas por células em série, ou estruturas complexas
com células especializadas, simples ou ramificadas. Podem ter origem no mesofilo
ou nas epidermes. De maneira geral são vistos como "pêlos" ou pequenas
"escamas" na superfície de folhas e caules, e no caso do algodão, auxiliam na
dispersão de sementes. Morfologicamente, cada fibra é uma célula epidérmica da
semente que sofre expansão esférica e protrusão sobre a superfície ovular (RUAN e
CHOUREY, 1998). As fibras do algodão são células únicas de tricoma que se
desenvolvem a partir da diferenciação da epiderme celular do tegumento do óvulo,
que originará o fruto (SONG e ALLEN, 1997). Durante a diferenciação celular da
fibra, é possível verificar diferentes estágios. A fase de iniciação ocorre de menos de
3 a 3 dias após a antese, na qual 30% da epiderme celular do óvulo começam a
aumentar e alongar-se rapidamente, verificando-se no período de elongação, que
ocorre de 5 a 25 dias após a antese, as células apresentam vigorosa expansão, com
picos de crescimento maiores que 2 mm.dia-1 (LI et al., 2002).
A terceira fase compreende a formação da parede celular secundária, que
ocorre dos 20 aos 45 dias após a antese, no qual ocorre principalmente a
biossíntese e deposição de celulose. O estágio final de maturação, que ocorre dos
45 aos 50 dias após a antese, está associado ao acúmulo de minerais e decréscimo
no teor de água, resultando na fibra madura (JI et al., 2003).
Considerando a fibra, principal produto do algodão, que é originada de uma
única célula, constituída por mais de 95% de celulose, ela apresenta, quando
totalmente madura, 25 camadas de celulose, cristalina, fibrilar e amorfa, situadas na
parede secundária da fibra.
Da sua superfície à parte mais interna, a fibra pode conter ceras, gomas,
óleos, cutícula, celulose, proteínas, glicose, ácidos málico, cítrico, entre outros,
sendo que, para produzir o fio de algodão, a fibra deve apresentar comprimento
adequado, uniformidade, resistência, finura e pureza. O comprimento das fibras
classificadas como inferiores é abaixo de 22 mm, o das fibras curtas varia entre 22 e
28 mm, o das fibras médias varia entre 28 e 34 mm e, nas fibras longas, o
comprimento é superior a 34 mm (EMBRAPA, 2003 e IAMAMOTO et al., 2011).
25
Como parte viva da planta, a fibra recebe influência constante do ambiente e
apresenta diversas respostas aos estresses climáticos como: temperatura,
luminosidade, nutrição da planta, umidade relativa do ar, entre outros fatores
(EMBRAPA, 2003). O material genético utilizado influencia muito na produção e na
qualidade da fibra do algodão (IAMAMOTO et al, 2011).
A metodologia de classificação do algodão em pluma é constantemente
atualizada, com o objetivo de incluir métodos de tecnologia de ponta e equipamentos
que forneçam ao setor algodoeiro as melhores informações sobre a qualidade da
fibra, para fins de comercialização e processamento. A avaliação dos fatores de
qualidade e as características intrínsecas e extrínsecas da fibra são determinadas
através de instrumentos de precisão e de alta capacidade analítica, com o
equipamento denominado HVI (High Volume Instruments), que analisa as
características físicas da fibra como: comprimento, índice de uniformidade do
comprimento, conteúdo de fibras curtas, resistência, alongamento, índice micronaire,
grau de folha, quantidade de partículas de impurezas, área ocupada pelas
impurezas em relação à área total, grau de reflectância, grau de amarelamento,
diagrama de cor, inclusive a sua classificação comercial. Atualmente, a classificação
é exigida quando da internacionalização dos produtos (algodão importado), e da
compra e venda do produto, pelo Poder Público, segundo Brasil (2002) e Embrapa
Algodão (2006).
Dentre as fibras têxteis, naturais ou químicas, o algodão é a mais importante
visto que, considerando-se o volume, tem-se o valor monetário da produção, a
multiplicidade dos produtos que dele se originam e a popularidade de que usufruem
seus derivados. O algodão é produzido em mais de 60 países, em área superior a
34 milhões de hectares. Sua cadeia produtiva gera, anualmente, cerca de U$ 300
bilhões e apenas a fibra produzida por ano, cerca de 20 milhões de toneladas, gera
o equivalente a U$ 35 bilhões, o que comprova a importância mundial dessa fibrosa-
oleaginosa. A maioria da fibra comercializada é de comprimento comercial médio,
variando de 30/32mm a 32/34mm (BELTRÃO, 1999; FUNDAÇÃO BLUMENAUENSE
DE ESTUDOS TÊXTEIS, 1996; COTTON, 1999).
A espécie de algodoeiro Gossypium hirsutum produz fibras com
comprimento médio e curto, enquanto que a espécie Gossypium barbadense produz
fibras médias e longas. Cada semente de algodão pode conter de 7.000 a 15.000
26
fibras individuais, sendo que o crescimento pode variar de 50 a 75 dias, entre a
fertilização e a abertura das maçãs. A fibra do algodão é, entre as fibras naturais, a
mais consumida pela indústria têxtil nacional e mundial, em razão dos méritos
indiscutíveis de suas características físicas: comprimento, uniformidade de
comprimento, finura, maturidade, resistência, alongamento, cor, brilho e sedosidade,
as quais se transferem para o fio, tecido e confecção, ressaltando a diversidade de
aplicação e beleza, além de sensação de bem estar a quem as usa (SANTANA et
al., 1999).
O termo “classificação do algodão” refere-se à aplicação de procedimentos
padronizados e desenvolvidos pelo Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos da América do Norte – USDA, para avaliar as qualidades físicas do algodão
que afetam a qualidade do produto acabado e/ou a eficiência do setor industrial
(BOLSA DE MERCADORIAS & FUTURO, 2002 e BRASIL, 2002).
Mesmo com um bom material genético, o algodão pode ser contaminado no
momento da colheita, apresentar manchas e o fio pode não crescer como o
esperado por questões climáticas e deficiências nutricionais (EMBRAPA, 2003).
No entanto, não basta escolher uma boa cultivar adequada para a região, o
manejo da produção deve ter o objetivo de obter uma fibra de ótima qualidade, é
selecionando as áreas de produção, verificando e realizando a adubação correta e
priorizando a colheita manual. A colheita manual é mais indicada porque seleciona
melhor o que está sendo colhido e o risco de contaminação e manchas é menor.
No caso de o produtor optar pela colheita mecanizada, torna-se necessário
aplicar um produto químico que age como maturador e outro como desfolhante, só
iniciando a colheita depois que a lavoura estiver sem impurezas e não houver mais
riscos de resíduos na fibra (EMBRAPA, 2003).
Com a globalização da economia, os cotonicultores brasileiros concorrem
diretamente com os melhores cotonicultores do mundo. Neste contexto haverá
espaço apenas para a cotonicultura moderna, que aplique a tecnologia para a
redução dos custos de produção e com incremento na qualidade de sementes e
fibras, no rendimento e, consequentemente, exigindo a incorporação de novas áreas
de cultivo no país. As oportunidades do mercado cotonicultor estão relacionadas ao
sucesso da agricultura e da pecuária que tem impulsionado a economia do país
(ICAC, 2011).
27
Na era imperial, o algodão teve sua importância econômica. Durante a
década de 1820, as exportações de algodão só eram inferiores às de açúcar, mas
superiores às de café. Devido à tolerância à seca, o cultivo de algodão foi
implantado no nordeste a partir da segunda metade do século XVIII, sendo cultivado,
principalmente, por pequenos e médios produtores em conjunto com a produção de
alimentos voltados ao consumo próprio (FAUSTO, 1995; BUAINAIN e BATALHA,
2005). Na década de 1960, o algodão se desenvolveu na região sul, no estado do
Paraná. Na safra 1978/79, a produção de algodão em caroço do Brasil apresentava-
se distribuída nas seguintes regiões: sul (30%), sudeste (34%), nordeste (29%) e
centro-oeste (7%), sendo que, atualmente, a região centro-oeste produz 65% do
algodão brasileiro (CONAB, 2011). A atual distribuição da produção brasileira de
algodão definiu-se em meados da década de 1990, visto que dez anos antes, as
áreas de produção na região nordeste sofreram fortemente com a praga do bicudo
(Anthonomus grandis), o que resultou em redução de 60% da área cultivada na
região entre as safras de 1985/86 e 1989/90. Além do bicudo, um conjunto de
fatores econômicos como a queda dos preços internacionais da fibra, a elevação
dos custos de produção, o fraco desempenho da economia brasileira e a abertura às
importações tanto de algodão quanto de produtos têxteis, contribuíram para que a
cotonicultura em todo o Brasil entrasse em forte crise. Apenas na segunda metade
da década de 1990, quando as medidas macroeconômicas adotadas pelo governo
brasileiro começaram a ter efeito, estabilizando a economia nacional, e os
produtores rurais do centro-oeste, principalmente no estado do Mato Grosso,
vislumbraram no algodão uma alternativa de diversificação dos negócios na
propriedade. Atualmente este estado produz 50% do algodão produzido no país
(CONAB, 2011). Outro fator que permitiu o crescimento da cotonicultura nas atuais
regiões produtoras, principalmente no centro-oeste, foi o desenvolvimento de
cultivares adaptadas ao ambiente de Cerrado, iniciado pela Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no início da década de 1990, seguido pela
Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), pelo
Instituto Matogrossense do Algodão (IMA), pela Cooperativa Central de Pesquisa
Agrícola (Coodetec), pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), pela Empresa de
Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), entre outras instituições públicas
e privadas. Devido ao desenvolvimento destas cultivares, a cotonicultura de alta
28
tecnologia pôde se difundir nas diferentes regiões dos estados de Mato Grosso,
Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Piauí, Tocantins e Maranhão. Nas
regiões de cerrado, o cultivo do algodão passou a ser realizado por grandes
produtores de grãos, altamente tecnificados.
Como resultado dessa mudança, transformações importantes na economia
algodoeira passaram a ocorrer, principalmente no campo, relacionadas à geração de
emprego. O uso de alta tecnologia para produção, sobretudo a mecanização da
colheita, resultou na necessidade do uso de mão de obra qualificada. Em 1996, em
plena crise do setor algodoeiro do Brasil, o Censo Agropecuário apontou o número
de 150.375 pessoas empregadas no cultivo do algodão. Dez anos mais tarde, em
2006, a mesma pesquisa divulgou o número de 40.553 empregados (FERREIRA
FILHO et al., 2011). Em compensação, a qualidade do emprego subiu
consideravelmente. Com a mecanização, o cultivo do algodão passou a exigir a
utilização de mão de obra qualificada, necessária para a operação das máquinas de
semeadura, aplicação de insumos e colheita.
Dados do Ministério do Trabalho mostram que o salário mensal médio no
cultivo do algodão está acima daqueles praticados nas demais culturas no Brasil,
como cana-de-açúcar e soja. Em relação à laranja e ao café, que ainda utilizam
grande contingente de trabalhadores braçais na colheita, a diferença é ainda maior.
No cultivo do algodão, o ganho mensal médio do trabalhador, em 2010, foi de R$
1.260,78, enquanto que no café foi de apenas R$ 698,63. Além de melhores
condições de trabalho no campo, o emprego de tecnologia fomenta a criação de
uma rede de negócios de apoio à cotonicultura que envolve profissionais dedicados
à pesquisa, desenvolvimento de novas cultivares, agroquímicos, máquinas e
equipamentos, além de prestadores de serviços de consultoria, tecnologia para a
aplicação de agroquímicos, entre outras atividades.
Outro impacto de ordem econômica igualmente importante tem ocorrido nas
contas externas do setor. Atualmente, o cultivo praticado no cerrado responde por
97% de toda a produção nacional de algodão e por 100% das exportações de fibras
de algodão do país, contribuindo para o superávit da balança comercial do
agronegócio brasileiro, que entre 1994 e 2010 saltou de US$ 10 bilhões para mais
de US$ 60 bilhões. No mesmo período, o valor financeiro das exportações do
agronegócio cresceu de aproximadamente US$ 20 bilhões para quase US$ 90
29
bilhões em 2011. O saldo do comércio brasileiro de algodão saiu de um déficit de
US$ 74 milhões para, em uma década, acumular um superávit de US$ 3,2 milhões,
tornando o país o quarto maior exportador de algodão do mundo em 2011. O Brasil
já foi um dos maiores exportadores de fibra de algodão, chegando a ter 10% do
mercado mundial, em 1980. Entretanto, a forte redução das alíquotas de importação
em 1990, juntamente com os problemas na produção interna, contribuíram para que
o país deixasse de ser exportador para se tornar um dos maiores importadores. Em
1993, o Brasil importou mais de 500 mil toneladas de pluma, montante que
representava 60% do algodão consumido no mercado interno. A retomada da
importância no mercado internacional ocorreu com a implantação da cotonicultura
empresarial no cerrado. A partir de 1999, ocorreu aumento das quantidades de fibra
de algodão exportada, retomando, gradativamente, seu papel de destaque no
mercado internacional. O último déficit no fluxo externo de algodão em pluma do
Brasil ocorreu na safra 2002/03, quando as importações superaram as exportações
em pouco mais de US$ 32 milhões. Desde então, entre as safras 2003/04 e
2010/11, o país tem logrado seguidos superávits, com média anual de US$ 403,89
milhões de saldo. O valor exportado em 2010/11 foi de US$ 745,94 milhões, quase
atingindo a marca histórica de 2008/09, quando as exportações acumularam US$
782,89 milhões. Em contrapartida, as importações também foram grandes,
acumulando alta de 675% até 2009/10. Nos últimos anos, segundo dados do Comitê
Internacional Consultivo do Algodão (ICAC, 2011), o Brasil tem se mantido entre os
seis maiores exportadores do mundo, considerando as vendas externas dos países
africanos da “zona do Franco Cfa” somadas. Com exceção dos EUA, que nas
últimas cinco safras têm respondido por cerca de 40% das exportações mundiais, as
posições da Índia, Uzbequistão, Austrália, a Zona do Franco (Cfa), que é composta
pelos países como Camarões, Costa do Marfim, Burkina Fasso, Gabão, Guiné -
Bissau, Guiné Equatorial, Benin, Congo, Mali, República Centro Africana, Togo,
Níger e Senegal, e do Brasil têm apresentado grandes variações. Contudo, é
possível notar que, entre todos esses países, Brasil e Austrália são os que vêm
demonstrando padrões mais sólidos de crescimento das exportações. Caso as
projeções do ICAC (2011) para a safra 2011/12 se confirmem, as exportações
brasileiras irão contabilizar um crescimento anual médio de 25,5%, contra 23,0% das
exportações australianas entre 2007 e 2012. No cômputo geral, os dados da Índia
30
também mostram crescimento de 33,1% ao ano, porém com grandes oscilações
entre um ano e outro. Tal instabilidade se justifica pela estrutura produtiva indiana,
formado por grande número de pequenos agricultores familiares, pouco tecnificados
e pelos constantes problemas de disfunção climática enfrentados no país. A China
consome 35% de todo o mercado internacional, mas apenas 3% de suas
importações têm origem no Brasil, o que pode significar uma grande oportunidade
de mercado. Em 2010/11, o Brasil exportou algodão para 35 países, sendo que três
destes concentraram quase 60% do volume comercializado, como: Indonésia, com
22,4%, Coreia do Sul, com 19,0%, e China, com 18,2%. A Indonésia tem sido o
principal comprador externo de pluma de algodão do Brasil, desde a safra 2007/08,
embora sua participação nas importações mundiais seja de apenas 5,5%. A China,
por outro lado, tem uma participação de peso no mercado internacional de fibras de
algodão, participação essa que tem aumentado nas últimas três safras. Em 2008/09,
foi importado 1,52 milhão de toneladas pelo país, volume correspondente a 23,4%
das importações mundiais. Em 2010/11, o mercado chinês foi destino de 2,61
milhões de toneladas (34,3%) das 7,61 milhões de toneladas importadas em todo o
mundo. De acordo com o crescimento, as exportações brasileiras para a China têm
evoluído positivamente desde 2006/07, safra em que a representatividade do país
asiático nas vendas externas do Brasil foi de apenas 3,4%. O mercado chinês tem
exercido grande influência não apenas nas exportações brasileiras, mas também no
fluxo mundial de algodão, embora o país seja também o maior produtor da fibra. Na
safra 2010/11, a produção brasileira ultrapassou a do Paquistão, colocando o país
como o quarto maior produtor de fibra de algodão do mundo. O volume total da
produção de algodão no mundo tem apresentado flutuações históricas entre
crescimento e declínio, destacando-se o aumento consecutivo nas últimas duas
safras (2009/10 e 2010/11). Segundo dados do Comitê Internacional Consultivo do
Algodão (ICAC, 2011) e CONAB (2011), na última década, o setor acumulou taxa de
crescimento médio de 2% ao ano, embora tenham aferidos, nos últimos cinco anos,
taxa de crescimento negativa de - 0,4% ao ano. Na safra 2009/10, a produção
mundial foi de aproximadamente 25 milhões de toneladas de algodão em pluma. O
ICAC (2011) classifica as principais regiões produtoras no mundo, colocando a
China como líder na produção de algodão em pluma, com 6,4 milhões de toneladas
em 2010, seguida pela Índia, com 5,3 milhões de toneladas, Estados Unidos, com
31
3,9 milhões de toneladas, e Brasil, com 2 milhões de toneladas. Essa produção
brasileira inclusive possibilitou que, pela primeira vez, o país ultrapassasse o
Paquistão, com 1,9 milhão de toneladas de pluma. O Brasil foi um dos países que
mais se beneficiaram com os grandes investimentos realizados em tecnologia para a
cotonicultura, que ocorreram notadamente a partir da segunda metade da década de
1990. Desde então, o país passou a ostentar os maiores níveis de produtividade
entre os principais países produtores de algodão no mundo. Na safra 2009/10, o
Brasil alcançou valores impressionantes de produtividade com uma média de 1.419
Kg.ha-1, um rendimento por área que foi quase o dobro da média mundial, de 733
Kg.ha-1. Na safra 2010/11, apesar de leve declínio em função de condições
climáticas, a produtividade média brasileira foi de 1.322 Kg.ha-1 e manteve-se
superior, em relação aos demais países, inclusive da chinesa que foi de 1.289
Kg.ha-1. Segundo as projeções da United States Department of Agriculture (USDA),
para a safra 2011/12, a produtividade média brasileira deverá ser ainda maior que
em 2009/10, passando para 1.457 Kg.ha-1, quando a média mundial deverá
permanecer em 751,5 Kg.ha-1.
Neste contexto, o Brasil pode aumentar as áreas de produção de algodão,
visto que, tanto o mercado interno como externo, são bastante receptivos ao
algodão brasileiro. Na Tabela 1, observa-se a estimativa de produtividade dos
cultivares de algodão no município de Alegrete, Rio Grande do Sul, tanto para
sementes como fibras, nas safras 2010/11 e 2011/12. Segundo a estimativa da
CONAB (2011), a área a ser cultivada com as principais culturas é 4,8% maior do
que a cultivada na safra 2010/11, passando de 49,89 para 52,29 milhões de
hectares, representando um aumento de 2,40 milhões hectares. As principais
culturas de verão são de milho primeira e segunda safras e soja, e apresentam
crescimento, com destaque para o milho segunda safra, com acréscimo de 20,1%
ou 1.181,5 mil hectares, seguido da soja, com ganho de 3,4% (817,1 mil hectares) e
do milho primeira safra, com ganho de 8,4% (664,0 mil toneladas). As culturas de
arroz e feijão apresentam redução na área. No levantamento da safra 2011/12, a
área cultivada com algodão no país será de 1.398,1 mil hectares, número 0,2%
inferior aos 1.400,3 mil hectares cultivados na safra 2010/11, contrariando as
estimativas iniciais de incremento de área de produção de algodão. As causas
podem ser atribuídas às alterações no cenário internacional com o aumento da
32
produção mundial na safra 2011/12, a redução do consumo mundial no mesmo
período e ao aumento nos estoques de passagem, fato que contribuiu para forte
queda nos preços internos e externo da fibra de algodão.
No Brasil, estima-se que a produtividade do algodão em caroço seja de
3.793 Kg.ha-1, comparados com os 3.705 Kg.ha-1 obtidos na safra 2010/11,
representando um incremento médio de 2,4%. Além do clima, contribui para o
incremento de produtividade o pacote tecnológico aplicado pelos agricultores das
diversas regiões do país, notadamente na região centro-oeste, onde as estimativas
de produtividade ultrapassam 3.800 Kg.ha-1. Na produção de algodão em pluma, o
crescimento pode ser de 2,1% em relação à safra anterior, passando de 1.959,8
para 2.001,8 mil toneladas. O estado de Mato Grosso deverá colher 985,4 mil
toneladas, correspondendo a 49,22% da produção nacional atualmente estimada,
seguido pelos estados da Bahia, com 633,3 e Goiás, com 139,2 mil toneladas,
correspondendo em termos percentuais a 31,63% e 6,95%, respectivamente.
33
3 Material e Métodos
O experimento foi conduzido no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Farroupilha – Campus Alegrete (IFF – Campus Alegrete), localizado no
município de Alegrete/RS, rodovia RS-377 Km 27 - Passo Novo, na latitude de
29º47'01,63" sul e longitude de 55º47'27,54" oeste, estando a uma altitude média de
102 m.
O experimento foi conduzido por dois anos, em parcelas manejadas da
mesma forma que uma lavoura comercial, de tal maneira que os materiais genéticos
testados encontrassem as mesmas condições de campo, e refletissem seu potencial
de produção, nas safras 2010/11 e 2011/12.
O clima da região oeste do Rio Grande do Sul é classificado como
subtropical temperado quente, com chuvas bem distribuídas e estações bem
definidas (Cfa na classificação de Köppen-Geiger), com a média de precipitação
pluviométrica de 1.525 milímetros anuais, sendo que a menor média de precipitação
acontece em agosto e a maior em outubro. A temperatura média anual é de 18,6 °C,
variando entre 13,1 °C em julho e 35,8 °C em janeiro. A umidade relativa (UR%)
média do ar é de aproximadamente 75% em todos os meses do ano.
As cultivares em estudo foram desenvolvidas para produzirem sementes e
fibras de qualidade para um ambiente semelhante ao do Centro-Oeste do país, onde
o clima é considerado como tropical, com temperaturas médias variando de 18 ºC a
24 ºC, com temperaturas mínimas oscilando entre 10 ºC e 19 ºC e temperaturas
máximas variando entre 29ºC e 34ºC. A precipitação pluviométrica é em torno de
1.560 milímetros por ano, variando entre 5 mm a 300 mm como média mensal,
sendo abundante no verão entre os meses de outubro a abril, com inverno seco de
maio a agosto. A umidade relativa do ar (UR%) tem a média variando entre 65% e
87% (Aw na classificação de Köppen-Geiger).
Foram registradas as médias mensais de umidade relativa, temperatura e
precipitação pluvial, na estação meteorológica do Instituto Federal de Educação,
34
Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus Alegrete, no período que antecede a
semeadura até após a amostragem das parcelas experimentais, durante os dois
anos de cultivo de algodão.
O preparo de solo, semeadura, manejo e tratos culturais foram realizados
com as máquinas e equipamentos existentes na Unidade de Ensino, Pesquisa e
Produção (UEPP) do IFF – Campus Alegrete.
O solo da área de cultivo possui textura franco-argilosa, livre de
compactação, com boa drenagem e manejado no sistema de plantio direto há mais
de quatro anos. A vegetação de cobertura foi formada por aveia (Avena sp. L.) e
azevém (Lolium multiflorum L.), semeadas no final do mês de março de 2010, e
dessecada previamente com produto de ação sistêmica, de princípio ativo
Glifosato®, na dose de 2L.ha-1 mais 20mL.ha-1 de Fipronil®, com volume de calda de
120L.ha-1. Foram realizadas duas aplicações de dessecante, sendo a primeira aos
trinta e cinco e a segunda a cinco dias antes da semeadura. Essa prática
proporcionou a eliminação das plantas concorrentes na fase inicial de
desenvolvimento do algodoeiro e o controle de insetos, como a formiga (Atta sp. L.)
e o coró-das-pastagens (Diloboderus abderus L.), comuns nesta região de produção
agropecuária.
As aplicações de produtos fitossanitários foram realizadas nas horas mais
adequadas do dia, quando as condições climáticas favorecessem a proteção das
plantas. O controle fitossanitário foi realizado de acordo com as recomendações
para o cultivo do algodoeiro.
As parcelas receberam adubação de base com NPK, na formulação de 10-
30-20 e duas suplementações de nitrogênio (ureia 45% de N), sendo que a primeira
ocorreu na emissão do primeiro botão floral, estágio B1, e a segunda, na fase de
desenvolvimento F1, caracterizado pela abertura da primeira flor (ROSOLEM, 2004).
A semeadura das parcelas foi realizada no dia 11 de outubro de 2010
(segunda-feira), na primeira safra, e no dia 11 de outubro de 2011 (terça-feira), na
segunda safra, com semeadora/adubadora de precisão tratorizada, na área
experimental do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha -
Campus Alegrete. Cada parcela foi composta por quatro linhas, com espaçamento
de 0,50 metros entre linhas e 8,0 metros de comprimento, totalizando 25 (vinte e
cinco) parcelas de 16,0m2. A densidade de semeadura na área experimental foi de
35
quinze sementes por metro linear. Aos 30 dias após emergência (DAE), realizou-se
o raleio, estabelecendo-se a densidade de cultivo de oito plantas por metro linear,
para todos os tratamentos, totalizando a densidade de 160.000 plantas por hectare.
O espaçamento entre as parcelas, nos blocos, foi de 10 metros. Neste
espaço foi cultivado milho com o objetivo de fazer uma barreira vegetal, evitando a
poeira na fibra, assim como possíveis contaminantes.
As cultivares de algodão (Gossypium hirsutum variedade latifolium)
utilizadas foram cedidas pelo Grupo Itaquerê, empresa produtora de sementes e
fibra de algodão em Primavera do Leste, Mato Grosso, possuem as seguintes
características agronômicas e tecnológicas:
IMACD6001LL: De acordo com o Institto Matogrossence do Algodão, é uma
cultivar transgênica com tecnologia Liberty Link® conferindo resistência ao princípio
ativo glufosinato de amônio, sendo recomendada para áreas com infestação com
plantas concorrentes resistentes, de ciclo variando entre 150 e 160 dias, a retenção
de pluma é considerada média, o rendimento de fibra varia de 40 a 42%, a massa de
1000 sementes média é de 95 gramas (dependendo da peneira), a massa do
capulho varia entre 6,0 a 6,2 gramas, a densidade de cultivo recomendada para o
espaçamento de 0,45 m é de 220.000 a 240.000 plantas por hectare, é exigente em
fertilidade do solo.
FMT707: De acordo com a Fundação Mato Grosso, é uma cultivar
convencional ou não transgênica, com ciclo médio de 150 dias, a massa de 1000
sementes média é 90 a 110 gramas, a massa do capulho é de 6,0 gramas em média
o que depende da peneira, o rendimento de fibra varia de 39 a 42%, a densidade de
cultivo é de 60.000 a 90.000 sementes por hectare para o espaçamento de 0,90
metros.
FMT701: De acordo com a Fundação Mato Grosso, é uma cultivar
convencional ou não transgênica, com ciclo tardio, a massa de 1000 sementes
média é 90 a 110 gramas, a massa do capulho é de 6,5 gramas em média o que
depende da peneira, o rendimento de fibra varia de 39 a 42%, a densidade de cultivo
é de 60.000 a 90.000 sementes por hectare para o espaçamento de 0,90 metros.
FM910: Conforme a Bayer Cropscience é uma cultivar convencional ou não
transgênico, com ciclo de 160 a 180 dias, a massa de 1000 sementes varia entre 80
e 95 gramas o que depende da peneira, a massa do capulho varia entre 4,5 a 6,5
36
gramas, o rendimento de fibra varia de 41 a 43%, a densidade de cultivo é de 90.000
a 110.000 sementes por hectare para o espaçamento entre 0,76 e 0,90 metros entre
linhas.
FM993: Conforme a Bayer Cropscience é uma cultivar convencional ou não
transgênico, com ciclo de 160 a 190 dias, a massa de 1000 sementes varia entre 85
e 105 gramas o que depende da peneira, a massa do capulho varia entre 5,0 a 6,0
gramas, o rendimento de fibra varia de 41 a 43%, a densidade de cultivo é de 90.000
a 110.000 sementes por hectare para o espaçamento entre 0,76 e 0,96 metros entre
linhas.
A amostragem dos capulhos para as análises das sementes e fibra, na safra
2010/11, foi realizada no dia 18 de abril de 2011, enquanto que, para safra 2011/12,
a amostragem ocorreu no dia 16 de abril de 2012, ambas numa segunda-feira, de
modo que as parcelas totalizaram 188 dias no campo, entre semeadura e colheita.
Nos dois anos, as amostragens foram realizadas manualmente, por parcela,
onde quinze capulhos, do terço médio, de cem plantas das duas linhas centrais de
cada parcela foram colhidos e identificados por cultivar e repetição estatística.
Logo após, as amostras foram limpas manualmente, havendo a separação
entre sementes e fibras. O grau de umidade das sementes dos cultivares de algodão
IMACD6001LL, FMT707, FMT701, FM910 e FM993 na ocasião das amostragens foi
na safra 2010/11 de 14,2%, 13,6%, 13,8%, 15,3% e 14,5% de umidade nas
sementes, enquanto que na safra 2011/12 a umidade das sementes foi de 13,8%,
13,2%, 14,6%, 15,1% e 13,4%, respectivamente. Ahrens et al, (1994) verificaram
flutuações de umidade em sementes de soja após a maturidade fisiolígica. A
determinação do grau de umidade foi realizada em estufa a 105 ± 3ºC, durante 24
horas (BRASIL, 2009), utilizando-se duas repetições de 30g para cada subamostra,
por tratamento. O resultado final foi expresso em percentagem, com uma casa
decimal. As sementes foram submetidas à secagem em estufa com circulação
forçada de ar, uniformizando a umidade em 12%, para todos os cultivares. Todas as
avaliações foram realizadas em sementes com linter.
A estimativa de produtividade foi determinada através dos seguintes
componentes do rendimento como: número de plantas por metro linear, número de
capulhos por planta, e número de sementes por capulho, obtidos por processo de
contagem, não foi contabilizado as perdas decorrentes do beneficiamento,
37
deslintamento e padronização no tamanho das sementes. A massa de 1000
sementes e a massa de fibra por capulho foi obtida por pesagem em balança
analítica com precisão de (0,0001g), e os resultados expressos em gramas.
Para a verificação da qualidade fisiológica das sementes, foram realizadas
as seguintes avaliações no Laboratório Didático de Análises de Sementes (LDAS)
do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha - Campus
Alegrete.
Germinação: realizado em rolo de papel (germitest) umedecido com água destilada
na proporção de 2,5 vezes a sua massa, em germinador regulado a temperatura de
25 ºC constante. Foram utilizadas 16 subamostras de 50 sementes, para cada
parcela, com avaliações aos quatro e doze dias, e os resultados foram expressos
em percentagem de plântulas normais; conforme as Regras para Análise de
Sementes (BRASIL, 2009).
Primeira contagem de germinação: conduzido conjuntamente com o teste de
germinação, sendo a avaliação realizada após quatro dias do início do teste e os
resultados expressos em percentagem de plântulas normais (KRZYZANOWSKI et
al., 1999).
Teste de Frio: Foram distribuídas quatro repetições de 50 sementes de cada
cultivar, sobre duas folhas de papel toalha cobertas com uma terceira folha e
enroladas. As folhas de papel Germitest, foram previamente umedecidas com
quantidade de água equivalente a 2,5 vezes a sua massa. Os rolos foram colocados
em sacos plásticos e, em seguida, mantidos durante cinco dias a 10 °C. Decorrido
esse período, os rolos foram transferidos para germinador, a 25 °C, e as avaliações
efetuadas de acordo com o teste de germinação. Os resultados foram expressos em
porcentagem média de germinação por cultivar, (MIGUEL et al., 2001).
Comprimento da parte aérea e do sistema radicular das plântulas: realizado
segundo metodologia do teste de germinação, sendo as variáveis observadas no
sétimo dia após o início do teste, em plântulas normais. As variáveis foram obtidas
por processo de mensuração da parte aérea e do sistema radicular, através de
38
régua graduada em milímetros (mm). O teste foi realizado com quatro repetições de
30 plântulas normais por parcela. Foi considerada a média de 30 plântulas por
parcela, seguindo a metodologia descrita por Nakagawa, (1994).
Fitomassa seca das plântulas: após a mensuração das plântulas, separou-se a
parte aérea do sistema radicular. Em seguida, o material foi submetido à
temperatura de 65 ºC, em estufa, por 96 horas. Posteriormente determinou-se a
massa seca das duas frações das plântulas normais. Os resultados foram expressos
em miligramas por plântula (mg.plântula-1), conforme recomendações de Nakagawa
(1994). Utilizaram-se 30 plântulas normais de cada tratamento, assumindo-se o valor
médio das 30 plântulas por parcela.
Massa de mil sementes: determinado por meio de contagem de oito repetições de
100 subamostras de sementes, pesadas em balança analítica de precisão de
(0,0001g) e os resultados expressos em gramas, de acordo com as Regras para
Análise de Sementes (BRASIL, 2009).
Para determinação da qualidade e das propriedades essenciais da fibra,
pelo laboratório de análises da Cooperativa dos Produtores de Algodão (Unicotton),
foram realizadas as análises de High Volume Instruments (HVI), determinando-se as
seguintes características:
Porcentagem da Fibra (PF): Quantidade de fibra em relação à massa total do
capulho, expresso em percentual de fibras por capulho;
Comprimento Médio de Fibra (UHM): Determinado eletronicamente, considerando-
se o comprimento médio da metade mais longa do feixe de fibras em 32 subdivisões
de polegada, e os resultados expressos em milímetros de fibra (mm);
Índice de Uniformidade do Comprimento da Fibra (UI): Relação entre o
comprimento médio e o comprimento médio da metade mais longa do feixe de
fibras, expresso em porcentagem;
39
Índice ou Conteúdo de Fibras Curtas (SFI): Frequência expressa em função da
massa ou da quantidade de fibras com comprimento inferior a 12,7 mm;
Resistência (STR): Capacidade que a fibra possui de suportar uma carga até
romper-se, expressa em gf.tex-1, representando a força máxima para romper um
feixe de fibras;
Índice Micronaire (MIC) ou Finura de fibra: Indicador de resistência de uma
determinada massa de fibras a um fluxo de ar, à pressão constante, em câmara de
volume definido, expresso em microgramas por polegada;
Maturidade (MAT): Grau de desenvolvimento da fibra, no qual duas fibras de
mesma diâmetro, a mais madura será aquela que possuir a parede mais espessa
em sua seção transversal, expresso em percentagem;
Índice de Fiabilidade (SCI): Propriedade que a fibra possui de se transformar em
fio, característica importante para o mercado cotonicultor e para as empresas têxteis.
Os resultados dos testes da qualidade de fibra foram comparados com as
médias apresentadas pelas cultivares, nas regiões para as quais são recomendadas
para cultivo.
O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso, com cinco
repetições. Os dados experimentais foram submetidos à análise de variância, sendo
os efeitos dos tratamentos avaliados pelo teste F, enquanto que as médias dos
tratamentos foram comparadas pelo teste de Duncan, a 5% de significância. A
análise estatística foi realizada através do programa para microcomputadores
SASM-AGR (CANTERI et al., 2001).
40
4 Resultados e Discussão
4.1 Características Climáticas
Analisando os componentes de produção do algodão, nos dois anos de
cultivo, constatou-se diferença estatística entre os cultivares para, praticamente,
todos os componentes de rendimento, sendo maiores no ano agrícola de 2010/11
(Tabela 1 e 2). A distribuição das chuvas, nas mesmas épocas de cultivo, não
seguiram as mesmas características. No primeiro ano de cultivo houve, durante o
ciclo do algodoeiro, um total acumulado de 603,2 mm, enquanto que, no segundo
ano de cultivo, o total acumulado de chuvas foi de 520,4 mm (Figura 1).
Na primeira safra, mesmo com poucas chuvas nos meses de outubro e
novembro de 2010, ocorreu maior volume de chuvas durante o ciclo do algodoeiro,
havendo um estabelecimento inicial de plantas mais uniforme e de acordo com a
densidade esperada de 160.000 plantas por hectare, para todas as cultivares, no
momento da colheita, obtida mediante raleio, quando as plantas atingiram o estádio
de desenvolvimento V5. Na segunda safra, a densidade estabelecida, na área de
cultivo, variou entre 74.000 plantas para a cultivar FM993 e 100.000 plantas para a
cultivar FMT701, no momento da colheita, conforme Tabela 1.
A semeadura do algodoeiro no solo coberto por uma cobertura vegetal
formada previamente, na estação fria do ano, composta por aveia, semeada em
linha, e azevém, semeado a lanço, previamente dessecado, próximo ao momento
em que a aveia iniciou a antese, que ocorreu aos 35 dias antes da semeadura das
parcelas de algodão, pode ter contribuído para evitar a perda de água excessiva do
solo. Este manejo para a dessecação e formação de abundante palhada na
superfície do solo contribuiu para o armazenamento de umidade, evitando
oscilações bruscas de temperatura, principalmente na fase de germinação e
estabelecimento das plântulas no campo, que ocorreu no mês de outubro, quando
41
as temperaturas do ambiente começaram a aumentar gradativamente, conforme
Figura 3.
De acordo com Souza e Beltrão, (1999) a faixa de temperatura ideal para a
germinação do algodoeiro situa-se entre 25 ºC e 30 ºC, enquanto que na fase do
crescimento vegetativo, a faixa ideal situa-se entre 27 ºC e 32 ºC. Semelhante às
temperaturas observadas no ambiente de cultivo (Figura 3).
Figura 1: Total mensal pluviométrico no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus Alegrete, Universidade Federal de Pelotas nas safras 2010/11 e 2011/12. Fonte: Estação climatológica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus Alegrete, 2012.
A amplitude da temperatura e da umidade relativa do ar durante o ciclo da
cultura (Figura 2 e 3) demonstram os estresses aos qual o algodoeiro está exposto.
A distribuição e o volume de chuvas não foram semelhantes entre as safras, o que
parece ter influenciado a umidade relativa do ar, que não permaneceu uniforme
durante os ciclos de cultivo do algodoeiro, sendo que, na primeira safra, a umidade
relativa do ar permaneceu, em média, em 70,3%, enquanto que, na segunda safra, a
umidade relativa do ar média foi de 63,2%.
A umidade relativa do ar permaneceu 70% em média, e parece não ter
afetado o desenvolvimento das plântulas, no campo (Figura 2), no primeiro ano de
0
50
100
150
200
250
set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai
pre
cip
itaç
ão (
mm
)
meses
42
cultivo, estando próxima da umidade relativa adequada para o cultivo do algodoeiro,
conforme descrito por Araújo et al. (2006), que afirmam que 60% é a umidade
relativa do ar ideal para a produção de algodão de alta qualidade.
— Umidade relativa máxima (%) — Umidade relativa média (%) — Umidade relativa mínima (%)
Figura 2: Umidade relativa do ar máxima, média e mínima mensal no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus Alegrete, Universidade Federal de Pelotas nas safras 2010/11 e 2011/12. Fonte: Estação climatológica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus Alegrete, 2012.
Neste ambiente o algodoeiro encontrou, no primeiro ano de cultivo, a maior
parte dos dias do ciclo de desenvolvimento com clima favorável, embora nos
primeiros 45 dias após emergência das plântulas as chuvas tenham ficado abaixo do
esperado e a umidade relativa baixa pode ter favorecido o aparecimento de algumas
pragas desfolhadoras e sugadoras. No segundo ano de cultivo, o período de baixa
umidade e alta temperatura ocorreu nos meses de janeiro e fevereiro. Neste período
do ciclo, o algodoeiro, já estava em estágio reprodutivo e crescimento intenso,
momento em que a ocorrência de insetos sugadores foi maior (EMBRAPA, 2003),
como: Bemisia tabaci (Hemiptera: Aleyrodidae), Frankliniella schultzei
(Thysanoptera: thripidae), Dysdercus spp (Hemiptera: Pyrrhocoridae), Nezara
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai
um
idad
e r
ela
tiva
do
ar
(%)
meses
43
viridula (Hemipera: Pentatomidae), Piezodorus guildinii (Hemipera: Pentatomidae),
Euschistus sp (Hemipera: Pentatomidae), e também desfolhadores, como:
Spodoptera sp (Lepidoptera: Noctuidae), Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera:
Noctuidae), Pseudoplusia includens (Lepidoptera: Noctuidae), Diabrotica sp
(Coleoptera), predominantemente, que foram controlados quando necessário, de
forma química e de acordo com as recomendações para o manejo integrado de
pragas do algodoeiro. Observou-se que as pragas que atacaram as parcelas com as
plantas, nos diferentes estádios de desenvolvimento, foram às mesmas comumente
encontradas nos cultivos de milho, soja e arroz irrigado, predominantes na região de
Alegrete.
Nesta região de cultivo o algodoeiro se desenvolveu na ausência das pragas
específicas desta malvácea, como o Anthonomus grandis (bicudo), Pectinophora
gossypiella (lagarta rosada), Heliothis virensens (lagarta das maçãs) e doenças
viróticas, de relativa importância econômica nas atuais regiões de cultivo e que não
interferiram na produtividade e qualidade tanto de sementes como de fibras,
conforme Tabelas 1, 2 e 3.
Esta condição climática de baixa umidade relativa do ar e altas temperaturas
dificultaram as aplicações de agroquímicos visto que, de acordo com Santos, (2005)
e Vargas e Gleber (2005), as condições de clima devem ser favoráveis à absorção e
a translocação dos produtos nas plantas, preferencialmente entre 20 ºC e 30 ºC e
umidade relativa do ar entre 70% e 90%.
As chuvas foram regulares e supriram a necessidade hídrica ao longo do
ciclo da cultura, entretanto, sendo o algodoeiro uma espécie de hábito de
crescimento indeterminado, e considerando a escassez de chuvas que se prolongou
por 58 dias consecutivos nos meses de janeiro e fevereiro de 2012, essa condição
climática proporcionou queda na produtividade e menor qualidade de sementes,
visto que coincidiram com o período de maior formação, desenvolvimento e
enchimento de muitos capulhos (Figura 1 e Tabelas 1 e 2).
Araújo et. al. (2006), ressaltam que a fibra é constituída de celulose, que é o
carboidrato mais importante e que compõe mais de 94% da fibra madura. Com a
escassez de chuvas, outro efeito do clima são as altas temperaturas (Figura 03) que,
no mês de dezembro de 2011, contribuíram para a morte de muitas plantas e,
44
consequentemente, redução na densidade de plantas na área de cultivo, no
momento da colheita (Tabela 1), portanto, menor produção potencial de frutos.
— Temperatura máxima (ºC) — Temperatura média (ºC) — Temperatura mínima (ºC)
Figura 3: Temperaturas máxima, média e mínima mensal no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus Alegrete, Universidade Federal de Pelotas nas safras 2010/11 e 2011/12. Fonte: Estação climatológica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus Alegrete, 2012.
As médias de temperatura durante as duas safras foram de 22,9 ºC e 23,3
ºC, respectivamente, observando-se a emergência e o estabelecimento das
plântulas de algodão ocorreram adequadamente no primeiro ano de cultivo.
Entretanto, no segundo ano de cultivo, houve diminuição no estande de plantas,
devido, possivelmente, às condições climáticas que ocorreram durante o ciclo da
cultura. De forma geral, no primeiro ano de cultivo, ocorreu desuniformidade no
estande de plantas, nas parcelas em observação, sendo que a prática do raleio
uniformizou o número de plantas na área de cultivo. No segundo ano de cultivo, o
número de plantas foi inferior ao desejado, possivelmente devido à escassez de
chuvas e altas temperaturas registradas na região, principalmente no mês de janeiro
de 2012, quando choveu apenas 6,2 mm e a média de temperatura foi de 25,9ºC
0
5
10
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35
set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai
tem
pe
ratu
ra (
ºC)
meses
45
embora tenham ocorrido vários dias com temperatura acima de 31 ºC, conforme
Figuras 1 e 3.
4.2 Produtividade de Semente e Fibra
O número de capulhos por planta não variou entre as cultivares, na mesma
safra, embora diferente entre as safras, demonstrando a interação positiva entre
ambiente e cultivares, sendo inferior na segunda safra, com reduções de 19,35;
41,77; 34,37; 26,66 e 39,19% do número de capulhos por planta, para as cultivares
IMACD6001, FMT707, FMT701, FM910 e FM993 (Tabela 1). A cultivar
IMACD6001LL obteve a menor redução, entre as safras, produzindo o maior número
de capulhos por planta, seguida pela cultivar FMT701. O número de capulhos por
planta, mesmo inferior ao primeiro ano, manteve-se estável no segundo ano, entre
as cultivares. Na segunda safra, as condições climáticas não foram tão favoráveis,
principalmente devido à baixa pluviosidade, na fase de formação e desenvolvimento
dos frutos, fato observado na massa dos capulhos das cultivares, onde as cultivares
IMACD6001LL e FM993 mantiveram a maior massa de capulhos nas duas safras,
embora tenha ocorrido diminuição na produtividade de sementes por área, com
redução de 67,9; 77,7; 75,4; 74,9 e 76,6%, respectivamente, para as cultivares
IMACD6001, FMT707, FMT701, FM910 e FM993 (Tabela 2). A cultivar
IMACD6001LL obteve a maior produtividade de sementes nos dois anos de cultivo e
a menor redução na produção no segundo ano, demonstrando maior estabilidade e
adaptabilidade ao ambiente de cultivo, entre as cultivares em estudo.
Carvalho et al. (2007), relatam ao caracterizarem o algodoeiro como planta
de crescimento inicial lento, que cresce rapidamente a partir do surgimento dos
primeiros botões florais, localizados entre o quarto e sexto nós, acima do nó
cotiledonar. A marcha de absorção dos nutrientes pelas plantas de algodoeiro segue
o padrão de crescimento, aumentando significativamente a partir do surgimento dos
primeiros botões florais e alcançando o máximo na fase de crescimento dos frutos
(EMBRAPA, 2009). Entretanto, o algodoeiro é muito sensível à temperatura, um dos
46
fatores ambientais que mais interferem no crescimento e desenvolvimento da cultura
e que afeta significativamente a fenologia, a expansão foliar, a elongação dos
entrenós, a produção de biomassa e a partição dos fotoassimilados pelas diferentes
partes da planta, entre outros aspectos (IAMAMOTO et al., 2011).
As cultivares FMT701, FM910 e FM993 analisadas por Iamamoto et. al.
(2011), em Ipameri e Goiás, atingiram massa de capulhos de 6,9, 6,5 e 6,8 gramas,
respectivamente, enquanto que em Alegrete, na safra 2010/11, as mesmas
cultivares obtiveram massas de capulhos de 4,0; 3,6 e 4,6 gramas, entretanto, na
safra 2011/12, devido aos estresses climáticos, a massa de capulhos foi de 1,88,
1,77 e 2,60 gramas, respectivamente.
Tabela 1: Número de plantas por metro linear (nºptas.m-1
), número de capulhos por planta (nºcap.pta-
1), massa do capulho (mcap (g)), massa de sementes por capulho (msem.cap
-1 (g)), massa de 1000
sementes (m1000 (g)), percentagem de sementes por capulho (perse.cap-1
(%)) e estimativa de produtividade de sementes por hectare (prod.sem (Kg.ha
-1)) das cultivares de algodão, Universidade
Federal de Pelotas nas safras 2010/11 e 2011/12. CULTIVRES
Safra 2010/11
nºptas.m-1 nºcap.pta
-1 mcap
(g)
msem.cap-1
(g)
m1000
(g)
perse.cap-1
(%)
prod.sem
(Kg.ha-1)
IMACD6001LL 8,3 a 15,5 a 4,52 a 2,89 a 97,13 b 64,07 a 7.167,20 a
FMT707 8,5 a 15,8 a 4,38 a 2,66 ab 116,77 a 60,92 bc 6.724,48 a
FMT701 8,5 a 16,0 a 4,00 ab 2,54 ab 115,80 a 63,69 ab 6.502,40 a
FM910 8,5 a 15,0 a 3,63 b 2,25 b 107,32 ab 62,22 ab 5.400,00 b
FM993 8,3 a 14,8 a 4,62 a 2,69 ab 104,98 ab 58,44 c 6.369,92ab
CV (%) 6,96 9,83 7,61 8,86 7,00 2,97 13,2
CULTIVARES
Safra 2011/12
IMACD6001LL 5,5 a 12,5 a 2,56 a 1,67 a 82,88 b 65,40 a 2.296,25 a
FMT707 5,0 a 9,2 a 2,37 ab 1,63 a 99,96 a 68,89 a 1.499,60 b
FMT701 6,0 a 10,5 a 1,88 b 1,27 a 91,31 ab 67,77 a 1.600,20 b
FM910 5,0 a 11,0 a 1,77 b 1,23 a 87,32 ab 69,66 a 1.353,00 b
FM993 4,7 a 9,0 a 2,60 a 1,76 a 90,43 ab 68,06 a 1.488,96 b
CV (%) 15,49 17,95 8,88 11,3 6,84 6,47 25,03
* Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Duncan, ao nível de 5% de significância. ** Produtividade bruta não sendo contabilizadas as perdas decorrentes do beneficiamento, deslintamento e da padronização das sementes.
Houve redução de 14,7; 14,4; 21,1; 18,6 e 13,9%, respectivamente, na
massa de 1000 sementes das diferentes cultivares, entre as safras. A cultivar
IMACD6001LL foi a que apresentou a menor massa de 1000 sementes e menor
redução de produtividade, entre as cultivares nas diferentes safras, demonstrando a
47
maior estabilidade de produção e de produtividade de sementes, neste ambiente,
entre as cultivares analisadas (Tabela 1).
A cultivares FMT707 e FMT701 apresentaram comportamento semelhante
quanto à massa de 1000 sementes, obtendo as maiores massas, entretanto
reduziram a produtividade em 77,7% e 75,4%, respectivamente, entre as safras
(Tabela 1). A cultivar FMT707 obteve a maior massa de 1000 sementes, nos dois
anos de cultivo, sendo a cultivar com maior massa de sementes de algodão por
capulho, no ambiente em estudo.
No segundo ano de cultivo, mesmo com os estresses climáticos em
determinados momentos do ciclo de desenvolvimento, a cultivar FMT707 apresentou
alto percentual de sementes por capulho, sendo 13% maior em relação ao primeiro
ano de cultivo, quando a umidade relativa do ar e a temperatura foram mais
favoráveis ao desenvolvimento do algodoeiro. Supõe-se que o estresse climático
possa ter estimulado a planta a produzir maior número de sementes por
inflorescência, para proporcionar a perpetuação da espécie. Comportamento
semelhante parece ter ocorrido com a cultivar FM993, na qual o aumento no
percentual de sementes por capulho foi de 16,5%, no segundo ano de cultivo,
embora a produtividade por área cultivada tenha reduzido 84,1%, sendo uma das
cultivares com menor produtividade de sementes por área. Todas as cultivares
aumentaram o percentual de sementes por capulho no segundo ano,
comparativamente ao primeiro ano de cultivo (Tabela 1).
No primeiro ano de cultivo houve diferença estatística entre as cultivares
para a de produção de sementes por hectare, sendo que as cultivares
IMACD6001LL, FMT707, FMT701, FM910 e FM993 obtiveram as produtividades de
7.167,20 Kg.ha-1, 6.724,48 Kg.ha-1, 6.502,40 Kg.ha-1, 5.400,00 Kg.ha-1 e 6.369,92
Kg.ha-1, ficando acima das estimativas da CONAB para a safra 2010/11. No segundo
ano de cultivo, a cultivar IMACD6001LL obteve a maior produtividade de 2.296,25
Kg.ha-1, superando entre 30 e 40% as demais cultivares em estudo. Não houve
diferença estatística entre as cultivares FMT707, FMT701, FM910 e FM993 para a
estimativa de produtividade.
As cultivares analisadas no presente estudo apresentaram alto potencial de
produtividade de sementes nas condições edafoclimáticas do município de Alegrete,
conforme os resultados apresentados na Tabela 1, demonstrando que é possível
48
produzir de sementes de algodão no Rio Grande do Sul e que o ambiente contempla
as necessidades fisiológicas para estas cultivares, sendo determinante na expressão
do potencial produtivo do algodoeiro.
Em Campo Verde (MT), na safra 2005/06, Vilela et al. (2007) verificaram que
a produtividade média das cultivares FMT701 e FM993 foi de 239,9 @.ha-1 (3599
Kg.ha-1) e 198,7 @.ha-1 (2980 Kg.ha-1), respectivamente, enquanto que em
Primavera do Leste (MT) estas mesmas cultivares obtiveram as produtividades de
219,1 @.ha-1 (3.287 Kg.ha-1) e 208,5 @.ha-1 (3.128 Kg.ha-1), respectivamente, após
o descaroçamento em máquina de rolo.
Todas as cultivares em estudo foram colhidas manualmente, em separado,
quando as condições ambientais favoreceram a atividade e obtiveram classificação
da fibra entre excelente e padrão, o que se pode verificar nas Tabelas 4, 5 e 6, de
acordo com laudo da UNICOTTON (Cooperativa de Produtores de Algodão).
Observou-se que as cultivares IMACD6001LL, FMT707, FMT701, FM910 e
FM993 produziram sementes e fibras de algodão em Alegrete, Rio Grande do Sul. A
média estimada de dois anos de produção de sementes foi de 4.731,72 Kg.ha-1;
4.112,04 Kg.ha-1; 4.051,30 Kg.ha-1; 3.376,50 Kg.ha-1 e 3.929,44 Kg.ha-1,
respectivamente, para as cultivares, IMACD6001LL, FMT707, FMT701, FM910 e
FM993, superior à média de muitos países. As cultivares FMT707 e FMT701
obtiveram a maior massa de 1000 sementes entre as cultivares em estudo,
enquanto que a cultivar IMACD6001LL obteve a menor massa de 1000 sementes,
nos dois anos de cultivo.
4.3 Qualidade Fisiológica da Semente
A avaliação da qualidade fisiológica das sementes das cultivares de algodão,
em cada ano de produção, foi determinada pelos testes de primeira contagem de
germinação, germinação, frio, massa de mil sementes, comprimento e fitomassa
seca da parte aérea e sistema radicular.
49
As características fisiológicas das sementes foram apresentadas na Tabela
2, verificando-se que todas as cultivares de algodão em estudo produziram
sementes com alta qualidade fisiológica neste ambiente. As cultivares
IMACD6001LL, FMT707 e FMT701, provavelmente, se adaptaram melhor às
condições edafoclimáticas na região de cultivo no primeiro ano, visto que,
produziram sementes com alta germinação (Tabela 2). Não foram observadas
diferenças estatísticas entre a germinação das sementes produzidas pelas
diferentes cultivares, entretanto, observou-se variações entre 96% e 98% nessa
variável, embora todas as cultivares tenham produzido sementes com germinação
acima de 90% (Tabela 2). No segundo ano de cultivo o percentual de germinação
nas sementes produzidas foi inferior ao observado no primeiro ano de cultivo e
variou entre 81% e 83%. Todavia, ressalta-se que, nos dois anos de cultivo, o
percentual de germinação das sementes de algodão produzidas nas condições
edafoclimáticas de Alegrete/RS, foi acima de 81%, sendo o percentual de 80% de
germinação aceito para a comercialização de sementes de algodão, embora o
mínimo admissível seja de 75% (ARAÚJO et. al., 2006). O padrão recomendado
pela CESM-PB (1989) para germinação de sementes do algodoeiro é de 60%, no
mínimo. A germinação mínima ideal para uso de sementes de algodoeiro para
cultivo é de 60% (EMBRAPA apud QUEIROGA e BELTRÃO, 1999).
A primeira contagem de germinação não variou entre as cultivares, nos dois
anos de cultivo, embora tenha sido inferior no segundo ano (Tabela 2). Nas
parcelas, as plântulas das diferentes cultivares obtiveram estabelecimento adequado
e se pode afirmar que se adaptaram as condições edafoclimáticas para o seu
desenvolvimento inicial, aparentemente estando supridas, visto que o algodoeiro é
uma planta considerada com desenvolvimento inicial lento, aumentando
significativamente a partir do crescimento dos frutos (CARVALHO et. al., 2007). Na
Tabela 2, verificou-se que as sementes produzidas no primeiro ano de cultivo
obtiveram o maior percentual na primeira contagem de germinação, variando entre
85 e 92%, comparativamente ao segundo ano, que variou entre 58 e 63%, sendo
considerado satisfatório, considerando as condições climáticas registradas no
período (Figuras 1, 2 e 3).
A tendência de possuir certa tolerância às baixas temperaturas, nas
sementes produzidas pelas cultivares avaliadas, nos dois anos de cultivo, conforme
50
apresentado na Tabela 2. As sementes da cultivar FM993 foram as que menos
toleraram as baixas temperaturas no momento da germinação. Em contrapartida, as
sementes da cultivar FMT701 demonstraram o melhor desempenho sob baixas
temperaturas. No segundo ano de cultivo, as sementes de todos os materiais
genéticos em estudo apresentaram qualidade fisiológica inferior, supostamente pela
escassez hídrica durante grande parte do ciclo de desenvolvimento da cultura,
principalmente, durante a formação e o enchimento das sementes, o que pode ter
influenciado no acúmulo de reservas nutritivas e, consequentemente, contribuído
para o menor vigor das sementes, conforme observado nos testes de primeira
contagem de germinação, de frio, comprimento e fitomassa seca da parte aérea e
sistema radicular das plântulas de algodão. Os resultados observados no teste de
frio das sementes produzidas no primeiro ao de cultivo corroboram com os dados de
Cardoso Sobrinho et. al. (1999), que salientam que lotes de sementes de sorgo de
alta qualidade devem alcançar, no teste de frio, percentuais de 70 a 85%. O teste de
frio avalia o desempenho intrínseco que a cultivar apresenta quanto à qualidade das
sementes, nas condições adversas de cada microrregião de produção. Segundo
Pizzinato et al. (1999), as diferenças observadas na qualidade das sementes, podem
ser atribuídas ao manejo do campo e às condições climáticas de cada local. Desta
forma o ambiente é determinante no suprimento dos fatores de produção para
contemplar as necessidades de cada material genético, para que possa atingir ou
superar o seu potencial produtivo, nas regiões para onde são recomendados para o
cultivo.
As cultivares IMACD6001LL, FMT707 e FMT701 produziram sementes que
resultaram em plântulas com maior comprimento da parte aérea e do sistema
radicular, consequentemente, com maior massa de matéria seca da parte aérea e
sistema radicular (Tabela 2), sugerindo maior acúmulo de matéria seca nos tecidos
de reserva das sementes, durante a fase reprodutiva do ciclo de desenvolvimento
das plantas, resultados semelhantes foram encontrados por Lazarini et al, (2000) em
cultivares de soja. Isso demonstra o potencial de produção de cada genótipo,
influenciado pelas condições edafoclimáticas, que se refletiram na produção de
sementes de algodão com alta qualidade fisiológica. De acordo com Lopes et al.
(2005), a fitomassa seca da planta é um importante parâmetro para avaliação do
51
crescimento, pois sua determinação adequada possibilita estimar o crescimento e
desenvolvimento das plantas durante o ciclo.
Sementes mais vigorosas são mais resistentes às condições de estresse
hídrico, de acordo com Tekrony e Egli, (1977) e Tekrony et al., (1991). Sabendo-se
que os tecidos vegetais são formados por C, H, O, N, P, K, Ca, Mg, S, Fe, Co, Mn,
B, entre outros, e que quase 90% da constituição dos tecidos são compostos por
produtos da fotossíntese, percebe-se que o ambiente, principalmente os fatores
climáticos como pluviosidade, umidade relativa e temperatura (Figuras 1, 2 e 3)
foram favoráveis ao cultivo desta espécie, em Alegrete/RS, conforme se observou
na alta produtividade e qualidade das sementes obtidas nos cultivos (Tabelas 1 e 2).
A colheita foi realizada aos 178 DAE, quando o clima favorável no final do
ciclo reprodutivo (Figuras 1, 2 e 3) beneficiou as cultivares com a falta de chuva. No
primeiro ano de cultivo, a última chuva antes da colheita foi de 28,9 mm, em março,
e ocorreu 23 dias antes da colheita, realizada em abril de 2011. Na segunda safra, a
última chuva foi de 26,4 mm, 19 dias antes da colheita.
Tabela 2: Primeira Contagem de Germinação (PCG (%)), Germinação (GERM(%)), Teste de Frio (FRIO (%)), Comprimento da Parte Aérea (COMP. PA. (mm)) e Raiz (COMP RZ (cm)) e Massa Seco da Parte Aérea (MASSA SECA PA (g)) e Raiz (MASSA SECA RZ (g)) das sementes das cultivares de algodão, Universidade Federal de Pelotas nas safras 2010/11 e 2011/12.
CULTIVARES
Safra 2010/11
PCG
(%)
GERM
(%)
FRIO
(%)
COMP PA
(mm)
COMP RZ
(mm)
MASSA SECA
PA (g)
MASSA SECA
RZ (g)
IMACD6001LL 85 a 98 a 78 a 54,00 a 57,75 ab 0,5723 ab 0,0388 ab
FMT707 92 a 97 a 80 a 47,85 bc 63,65 a 0,5455 b 0,0244 b
FMT701 91 a 96 a 81 a 48,50 ab 64,00 a 0,5433 b 0,0588 a
FM910 88 a 92 a 74 a 42,65 cd 57,23 ab 0,5350 b 0,0316 ab
FM993 85 a 90 a 65 b 37,63 d 48,00 b 0,5970 a 0,0326 ab CV (%) 5,87 2,77 7,23 7,78 10,40 5,19 14,19
CULTIVARES
Safra 2011/12
IMACD6001LL 63 a 81 a 71 a 41,70 a 48,22 ab 0,4582 ab 0,0325 a
FMT707 62 a 82 a 71 a 39,17 b 52,85 a 0,4525 ab 0,0322 a
FMT701 60 a 83 a 68 ab 37,60 b 53,05 a 0,4290 b 0,0410 a
FM910 58 a 81 a 61 ab 37,15 b 46,95 ab 0,4407 b 0,0400 a
FM993 59 a 81 a 54 b 32,70 c 38,25 b 0,4955 a 0,0287 a CV (%) 5,88 3,71 9,91 2,43 10,75 4,27 18,02
* Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Duncan, ao nível de 5% de significância.
52
Essas condições climáticas favoreceram o não apodrecimento de maçãs,
resultando em poucas perdas dos frutos do terço inferior da planta, provavelmente
devido à ausência de dias nublados durante a maior parte do ciclo da cultura,
característica desta época do ano na região oeste do Rio Grande do Sul. Essas
condições climáticas não ocorrem, nesta fase do ciclo de desenvolvimento do
algodoeiro, nas regiões tradicionais de cultivo, havendo predominância de chuvas na
época da colheita. A alta pluviosidade e nebulosidade aumentam a susceptibilidade
ao apodrecimento de maçãs do terço inferior da planta, às viroses e à ramulária
(Ramularia areola), causando baixa capacidade de retenção de maçãs e das plumas
no capulho, conforme Aguillera et al. (2005).
As condições climáticas predominantes na área experimental onde foi
conduzido o presente estudo e apresentadas nas Figuras 1, 2 e 3, demonstram que
as temperaturas médias foram inferiores a 21 ºC e a umidade relativa média do ar foi
de 70% na colheita do primeiro ano de cultivo. No segundo ano de cultivo, as
temperaturas médias foram de 22 ºC e a umidade relativa do ar, na colheita, foi de
60%. Pressupõe-se que a alta qualidade fisiológica obtida nas sementes de algodão
produzidas pelas cultivares IMA6001LL, FMT707, FMT701, FM910 e FM993, nos
dois anos de cultivo, em Alegrete, possa ter sido preservada no campo de produção
de sementes, devido às condições climáticas de baixa umidade relativa do ar e
baixas temperaturas, favoráveis para a produção e conservação das sementes nesta
fase do ciclo. A ocorrência de chuvas no final do ciclo da cultura e pode afetar o
potencial germinativo, se coincidir com a colheita, o que pode justificar a redução da
qualidade fisiológica das sementes do algodoeiro colhidas netas condições
climáticas (TANAKA e PAOLINELLI, 1984; MEDEIROS FILHO et al., 1993 e
GOULART, 1995). De acordo com Bolonhezi et al. (1999), o atraso na colheita do
algodoeiro influencia a germinação e o vigor das sementes, variando em função do
local de cultivo e do material genético. Da mesma forma, Silva (2007), avaliando
diferentes umidades para colheita de sementes de cevada, em diferentes cultivares,
no município de Piratini, no Rio Grande do Sul, verificou que há tendência ao
decréscimo na germinação, na viabilidade, na velocidade de germinação e no
envelhecimento acelerado, conforme se atrasa a colheita.
53
4.4 Qualidade Tecnológica da Fibra
Atualmente, outras características da fibra do algodão, além do comprimento
e do tipo, passaram a ter importância na determinação do valor final da fibra. A fibra
do algodão, que era classificada por técnicos treinados e experientes, passou a ser
classificada por diversos aparelhos através da determinação das características
físicas da fibra. Entre esses equipamentos, destaca-se o fibrógrafo, que determina o
comprimento e a uniformidade de comprimento, o micronaire, que determina a finura
e a maturidade, e o estelômetro que, além de analisar a resistência da fibra,
determina o alongamento. Através das análises da fibra realizadas por
equipamentos conhecidos como HVI, as fiações de algodão passaram a receber
maior volume de informações sobre cada fardo consumido.
A indústria têxtil nacional exige fibras de comprimento médio, longo e
extralongo com as características consideradas ideais para o mercado, cada vez
mais finas e resistentes, que possam ser fiadas em rotores de alta velocidade. Para
as fiações modernas, estas fibras devem apresentar, na análise de HVI, o índice de
micronaire no intervalo entre 3,5 a 4,2 µg.pol-1 e resistência da fibra superior a 24
gf.tex-1 (SANTANA et al., 1999).
Na Tabela 3, são apresentados, pelos obtentores das respectivas
tecnologias, os parâmetros relativos à qualidade das fibras produzidas pelas
diferentes cultivares de algodão utilizadas no presente estudo.
Tabela 3: Intervalos médios1 de comprimento de fibra (UHM (mm)), índice de uniformidade do
comprimento da fibra (UI (%)), índice de fibras curtas (SFC (%)), resistência da fibra (STR (gf.tex-1
)), micronaire (MIC (µg.pol
-1)), grau de reflexão das fibras (Rd (%)) e massa do capulho (mcap (g)), para
as cultivares de algodão em estudo, nas regiões recomendadas para cultivo, conforme obtentores, 2012.
TRATAMENTOS UHM (mm)
UI (%)
SFC (%)
STR (gf.tex
-1)
MIC (µg pol
-1)
Rd (%)
mcap (g)
IMACD6001LL* 28 - 30 83 - 85 29 - 31 3,8 – 4,5 40 - 42 6,0 – 6,2
FMT707** 28 - 30 83 - 86 7,0 27 - 31 3,8 – 4,8 39 - 42 5,5 – 6,5
FMT701** 28 - 30 83 - 86 27 - 31 3,8 – 4,8 39 - 42 5,5 – 6,5
FM910*** 28 - 32 83 - 85 28 - 32 3,8 – 4,4 41 - 43 4,5 – 5,5
FM993*** 28 - 31 83 - 85 28 - 32 3,8 – 4,5 40 - 42 5,0 – 6,0
Fonte*: Instituto Matogrossence do Algodão (http://www.imamt.com.br) Fonte**: Fundação Mato Grosso (http://www.fundacaomt.com.br) Fonte***: Bayer Cropscience (http://www.bayer.com.br) 1
Intervalos médios de referência para comparação das características tecnológicas das fibras entre as diferentes cultivares, estando sujeitos a efeitos ambientais.
54
Para a característica micronaire, o local e a época de cultivo afetam
significativamente os valores obtidos. Esta influência do ambiente é válida para as
cultivares em estudo, visto que a indicação de cada genótipo, para cultivo, é
realizada por região e época de semeadura e está sujeita a alterações devido à
influência de fatores edafoclimáticos, disponibilidade de nutrientes no solo, qualidade
das sementes, controle de pragas, doenças e plantas concorrentes, manejo da
cultura durante o ciclo, entre outras características fitotécnicas.
Conforme observado por Aguillera et al. (2005), distâncias de até 100 Km,
entre áreas de cultivo, produzem resultados diferentes na qualidade da fibra,
havendo variações significativas em uma mesma cultivar, sendo que muitos
materiais genéticos não têm apresentado a estabilidade que se espera, mostrando
resultados de produtividade e de características de fibra bastante instáveis. Esta
instabilidade na qualidade da fibra, muito influenciada pelo ambiente, é baixa nos
materiais em estudo. Na Tabela 3 foram apresentados os intervalos médios relativos
à qualidade tecnológica das fibras produzidas pelas cultivares em estudo e que as
empresas obtentoras descrevem como potencial de qualidade esperada, para os
locais aos quais são recomendadas, atualmente, para cultivo. Pelos resultados
apresentados na Tabela 4, verificou-se que o comprimento das fibras foi superior
aos valores de referência, não havendo diferença entre os cultivares em estudo. A
uniformidade no comprimento da fibra variou entre 86,9 e 88,9%, sem diferenças
significativas entre as cultivares analisadas. Temperaturas inferiores a 20°C
reduzem o comprimento e outras características tecnológicas da fibra porque
reduzem o metabolismo celular, envolvendo as organelas comprometidas na síntese
dos componentes da fibra, dos quais a celulose, que representa mais de 94% da
fibra madura, é o mais importante (ARAÚJO et al., 2006). Neste caso, as
características do ambiente (Figuras 1, 2 e 3) favoreceram tanto a produtividade
como a qualidade, principalmente o comprimento e a uniformidade do comprimento
das fibras.
A característica para resistência da fibra variou entre 31,6 e 33,7 gf.tex-1,
entre as cultivares, permanecendo acima dos intervalos descritos pelos obtentores
para as cultivares em estudo. Embora não tenham ocorrido diferenças estatísticas,
entre as cultivares, para o micronaire, todas as cultivares obtiveram valores entre os
intervalos esperados, entretanto o grau de reflexão da fibras ficou acima de 78%,
55
sendo acima dos valores descritos nos intervalos, demonstrando uniformidade na
coloração das fibras, conforme a Tabela 4.
A massa dos capulhos descrita nos intervalos médios de referência (Tabela
4) não foi atingida por nenhuma das cultivares em estudo, sendo que as cultivares
IMACD6001LL, FMT707 e FMT993, obtiveram as maiores massas de sementes e
fibras por capulho, nos dois anos de cultivo (Tabela 1).
Quanto ao comprimento da fibra, de acordo com a classificação do Código
Universal para a Determinação do Comprimento de Fibra (BRASIL, 2002), a cultivar
IMACD6001LL obteve classificação de “algodão em pluma de comprimento curto e
médio”, enquanto que as cultivares FMT707, FMT701, FM910 e FM993, a
classificação de “algodão em pluma de comprimento longo e extralongo” o que
demonstra a aptidão, das cultivares de algodão em estudo, para produzir fibra de
boa qualidade, expressando seu potencial genético e adaptando-se às condições
edafoclimáticas da área de cultivo.
Tabela 4: Comprimento de fibra (UHM (mm)), índice de uniformidade do comprimento da fibra (UI (%)), índice de fibras curtas (SFC (%)), resistência da fibra (STR (gf.tex
-1)), alongamento da fibra
(ELONG), micronaire (MIC (µg.pol-1
)), grau de reflexão das fibras (Rd (%)), das cultivares de algodão, Universidade Federal de Pelotas na safra 2010/11.
TRATAMENTOS UHM (mm)
UI (%)
SFC (%)
STR (gf.tex
-1)
ELONG (%)
MIC (µg pol
-1)
Rd (%)
IMACD6001LL 30,937 a 88,90 a 4,10 b 33,60 a 6,25 a 4,20 a 78,43 a
FMT707 31,826 a 87,88 a 4,35 ab 31,58 a 5,88 a 4,20 a 79,43 a
FMT701 31,623 a 86,93 a 5,25 a 32,30 a 5,93 a 4,40 a 78,13 a
FM910 31,623 a 88,30 a 4,45 ab 33,65 a 5,68 a 4,15 a 79,35 a
FM993 31,623 a 88,48 a 4,35 ab 33,70 a 5,88 a 4,18 a 79,85 a
CV (%) 3,25 1,49 14,78 4,10 6,07 10,00 2,32
* Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Duncan, ao nível de 5% de significância. ** Fonte: MAPA nº 63, de 05/12/2002 – Publicada no DOU do dia 06/12/2002 (Págs. 6 a 8). *** Fonte: Laboratório UNICOTTON, categorias para classificação de algodão, conforme romaneio nº 07 de 29 de agosto de 2011.
O índice de uniformidade do comprimento da fibra é a relação entre o
comprimento médio e o comprimento médio da metade das fibras mais longas
(UHM), expresso em porcentagem (UI%= ML ÷ UHM x 100). Todas as cultivares em
estudo obtiveram uniformidade de fibra acima de 85%, considerada “muito alta”
pelos padrões da classificação de algodão para a indústria têxtil. O índice de fibras
curtas, que é a frequência expressa em função da massa ou da quantidade de fibras
56
com comprimento inferior a 12,7 mm, ficou entre 4 e 5% para as cultivares avaliadas,
sendo considerado baixo (Tabela 4). Entretanto, ocorreram diferenças entre as
cultivares, sendo que a cultivar FMT701 apresentou o maior percentual de fibras
curtas. A cultivar IMACD6001LL aparentemente apresentou o menor percentual de
fibras curtas, quando se observa os valores absolutos desta variável (Tabela 4).
A resistência da fibra é a força, em gramas, requerida para romper um feixe
de fibras de um tex, que equivale à massa em gramas de 1000 (mil) metros de fibra.
No caso das cultivares em estudo, as fibras produzidas foram consideradas “muito
resistentes”, com valores superiores a 31,0 gf.tex-1, (BRASIL, 2002 e SANTANA et
al., 1999).
O micronaire da fibra é determinado pelo complexo de finura e maturidade
das fibras, sendo a medida do diâmetro da fibra, também conhecido como “finura da
fibra”. É um indicador de resistência de uma determinada massa de fibra a um fluxo
de ar, à pressão constante, em câmara de volume definido. O micronaire é
fortemente influenciado pelo conteúdo de celulose presente na parede secundária
da fibra, permitindo estimar a quantidade de fibras que irão compor a seção
transversal do fio e, portanto, sua resistência e regularidade em função do
comprimento (MCALISTER III e ROGERS, 2005). Exerce grande influência na
eficiência de limpeza e de remoção de “neps”, que são minúsculos emaranhados
fibrosos que se formam a partir da ruptura da fibra quando submetida aos esforços
mecânicos característicos do beneficiamento e do processo de colheita pela ação
dos fusos ou de fibras imaturas, que não se desfazem durante o processamento
têxtil (MCALISTER III e ROGERS, 2005), na resistência à ruptura e na uniformidade
da massa dos fios, bem como no tingimento das fibras, fios e tecidos. Usualmente,
comercializa-se algodão com micronaire entre os limites de 3,9 e 4,5 µg.tex-1, sendo
considerado adequado entre os valores de 3,8 a 4,2. Estes valores considerados
adequados são semelhantes aos obtidos pelas cultivares IMACD6001LL, FMT707,
FM910 e FM993, enquanto que o cultivar FMT701 obteve índice um pouco acima,
mas dentro do limite utilizado para comercialização, demonstrando que as cultivares
em estudo obtiveram valores de micronaire compatíveis com os padrões de
comercialização, de acordo com Ramos et al., (2008) e Brasil, (2002).
A reflectância das fibras é medida em uma escala que varia do branco ao
cinza, indicando quanto brilhante ou fosca é uma fibra. Quanto maior a reflectância
57
da fibra, menor será seu acinzentamento e maior o interesse pela indústria têxtil. No
presente trabalho não houve diferença para reflectância, entre as cultivares,
variando entre 78,13 e 79,85% (Tabela 4).
De acordo com a classificação HVI, a cor do algodão é medida pelo grau de
reflectância e de amarelecimento, que indicam o grau de pigmentação da cor. Este
padrão de classe é universal e está na custódia do United States Department of
Agriculture (USDA, 2011). A maturidade da fibra indica o grau de desenvolvimento
da parede da fibra, sendo que, para duas fibras de mesmo diâmetro, a mais madura
será aquela que possuir parede mais espessa em sua seção transversal. As fibras
produzidas pelas cultivares em estudo apresentaram maturidade elevada, acima de
87%, sem diferença estatística entre os materiais em estudo (Tabela 5).
Tabela 5: Grau de amarelamento (+B), cor das fibras (COR), índice de fiabilidade (SCI), maturidade (MAT), porcentagem da fibra (PF (%)), estimativa de produtividade de fibra (PROD.FIB (Kg.ha
-1)) e
categoria, das cultivares de algodão, Universidade Federal de Pelotas na safra 2010/11. CULTIVARES +B COR SCI MAT (%) PROD.F(Kg.ha
-1) CATEG.
IMACD6001LL 8,28 a 286,5 a 183,0 a 87,5 a 4.042,40 ab B,B,A,A,C
FMT707 7,75 a 261,5 a 174,5 a 87,5 a 4.348,16 a A,C,D,C,B
FMT701 7,88 a 312,0 a 169,0 a 88,3 a 3.737,60 b A,A,B,A,B
FM910 7,88 a 286,8 a 182,3 a 87,8 a 3.312,00 c B,C,A,A,A
FM993 7,90 a 261,3 a 183,0 a 87,8 a 4.570,24 a B,A,A,C,B
CV (%) 11,47 23,47 6,42 1,22 14,68
* Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Duncan ao nível de 5% de significância. **Fonte: Laboratório UNICOTTON, categorias para classificação de algodão, conforme romaneio nº 07 de 29 de agosto de 2011.
A porcentagem de fibra por capulho foi variável entre as cultivares, sendo
que a cultivar FM993 obteve percentagem acima de 41,5% de fibras por capulho de
algodão, enquanto que para a cultivar IMACD6001LL, o percentual de fibra por
capulho foi de 35,9%, no primeiro ano de cultivo. Entretanto, no segundo ano de
cultivo, a cultivar FM993 atingiu 31,94% de fibras por capulho e a cultivar
IMACD6001LL, 34,60%. Embora o potencial estimado de produtividade de fibras por
hectare, das cultivares IMACD6001LL, FMT707, FMT701, FM910 e FM993, tenha
sido de 4.042,40 Kg.ha-1; 4.348,16 Kg.ha-1; 3.737,60 Kg.ha-1; 3.312,00 Kg.ha-1 e
4.570,24 Kg.ha-1, considerados altos (Tabela 1). No segundo ano a produção de
fibra foi de 1.223,75; 680,80; 768,60; 594,00 e 710,64 Kg.ha-1. Não foram estimadas
58
perdas na pré-colheita, na colheita, no beneficiamento, sendo o potencial produtivo
bruto estimado através dos componentes do rendimento.
A estimativa de produtividade média geral bruta de fibras, nos dois anos de
cultivo, foi de 2.633,07; 2.514,48; 2.253,10; 1.953,00 e 2.640,44 Kg.ha-1
ultrapassando a média nacional e a dos maiores países produtores de algodão do
mundo.
Tabela 6: Categorias de referência para a classificação de algodão utilizada pela UNICOTTON, Primavera do Leste – Mato Grosso, safra 2011.
CATEGORIA sigla
A - Excelente B - Ótimo C - Padrão D - Abaixo do
Padrão
MICRONAIRE MIC 3,80 a 4,20 3,70 a 4,40 3,50 a 4,90 0,10 a 999,90
CONTEÚDO SFI 0,10 a 9,00 0,10 a 10,00 0,10 a 10,90
UNIFORMIDADE UNF 82,00 a 999,90 81,00 a 999,90 80,00 a 999,90
COMPRIMENTO LEN 1,15 a 999,99 1,12 a 999,99 1,08 a 999,99
RESISTÊNCIA STR 29,00 a 999,90 28,00 a 999,90 27,00 a 999,90
Fonte: Laboratório UNICOTTON, categorias para classificação de algodão, conforme romaneio nº 07 de 29 de agosto de 2011.
Resultados encontrados por Vilela et al. (2007), em experimento conduzido
no Mato Grosso, nos municípios de Primavera do Leste e Campo Verde, avaliando
as mesmas cultivares não demonstraram diferenças significativas entre as variáveis
tecnológicas das fibras, exceto para refletância, não se destacando nenhuma cultivar
em estudo, sendo que todas ficaram entre os níveis exigidos pelas indústrias têxteis.
Os componentes da qualidade da fibra apresentaram valores muito bons para índice
de uniformidade, resistência, alongamento, índice de fibras curtas e fiabilidade,
concordando com resultados encontrados por Setren e Lima (2007). Com relação às
características tecnológicas de fibras, todas as cultivares apresentaram
propriedades físicas consideradas dentro dos padrões aceitáveis pelas indústrias
têxteis e pelo mercado internacional de algodão.
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5 Considerações Finais
Este estudo relacionou as características edafoclimáticas do ambiente de
produção com as necessidades fisiológicas das cultivares de algodão, permitindo
analisar o desempenho, a estabilidade, o vigor e a aptidão dos materiais genéticos
em manter ou ultrapassar seu potencial produtivo. Os resultados deste estudo
relatam o desempenho de cultivares, estimativa de produtividade e qualidade, que
são informações básicas para se determinar a viabilidade de cultivo e direcionar
investimentos para a produção de algodão no Rio Grande do Sul. A racionalização
dos custos de produção, a possibilidade de rotação em áreas de cultivo com soja e
milho, a sucessão de cultivos com trigo, aveia, cevada, girassol, entre outras
espécies, a rotação de princípios ativos de agroquímicos, o auxílio na extração e
inversão de nutrientes no solo, a não existência das principais pragas e doenças que
afetam diretamente o algodoeiro, são outras características agronômicas
importantes para a sustentabilidade do ambiente de produção. Em algum “momento
econômico” da agricultura brasileira pode haver a possibilidade ou a necessidade de
se desenvolver um mercado cotonicultor gaúcho, neste caso este estudo pode
fornecer informações que podem viabilizar a produção de sementes e de cultivares
adaptadas e/ou selecionadas para esta região. O Estado não é produtor de algodão,
entretanto, os resultados obtidos neste estudo demonstram que existe a
possibilidade de produzir algodão no município de Alegrete, embora sejam
necessários outros estudos e condução de novos ensaios de campo para obter mais
estimativas dos potenciais produtivos destes e de outros materiais genéticos de
algodão, em diferentes locais e por mais safras, além do levantamento de outras
características fitotécnicas. A possibilidade de adaptação de cultivares de algodão
ao ambiente do pampa gaúcho, assim como a identificação de novas regiões para a
produção de sementes e fibra poderiam ser utilizadas, estrategicamente, para suprir
com sementes de alta qualidade, as atuais e futuras áreas de produção de algodão
no país, evitando os principais problemas existentes nas regiões tradicionais de
60
produção, principalmente com relação às pragas, doenças e deterioração de
sementes no campo devido às chuvas no período de colheita. Observando os
resultados verifica-se um comportamento diferencial entre os materiais genéticos de
algodão avaliados, quanto à sua adaptabilidade ao ambiente e às condições
edafoclimáticas, onde todas as cultivares produziram sementes e fibras de alta
qualidade, sendo que as cultivares IMACD6001LL, FMT707 e FM993 apresentaram
as maiores produtividades de sementes, alto percentual de germinação e vigor das
sementes, no primeiro ano de cultivo. No segundo ano de cultivo, apesar da redução
da qualidade fisiológica das sementes, esta foi considerada muito boa, tendo em
vista às condições climáticas encontradas pelas cultivares. As cultivares
IMACD6001LL, FMT707, FM910 e FM993 obtiveram as maiores estimativas de
produtividade de fibra por área cultivada, onde a cultivar FM993 apresentou 41,56%
de fibras por capulho, considerado alto, enquanto que a cultivar IMACD6001LL
apresentou 35,93%, sendo o menor percentual de fibras por capulho. Na tecnologia
de fibras, todas as cultivares apresentaram fibras cuja qualidade foi considerada
entre excelente e padrão, demonstrando que o algodoeiro pode ser cultivado nesta
região.
61
6 Conclusão
Nas condições em que este experimento foi realizado, conclui-se que:
Todos as cultivares de algodão produziram sementes de alta qualidade
fisiológica e fibras com características intrínsecas consideradas acima dos padrões
de classificação.
As diferenças de desempenho na produção e na qualidade fisiológica das
sementes, entre as cultivares, foram influenciadas pelas características climáticas da
região de cultivo.
A região de Alegrete, Rio Grande do Sul, possui clima favorável à produção
de sementes de algodão de alta qualidade fisiológica.
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