Diabetes MellitusUm problema de sáude
pública
Lenita Zajdenverg
Sociedade Brasileira de Diabetes/RJUniversidade Federal do Rio de Janeiro
2007, a Assembléia-Geral da ONU aprovou a Resolução nº 61/225, considerando o diabetes um problema de saúde pública e conclamando os países a divulgarem esse dia como forma de alerta e os governos a definirem políticas e suporte adequados para os portadores da doença.
Número de pessoas com diabetes(20-79 anos) 2010 e 2030
Custo Direto Anual EUA, 1992Custo Direto Anual EUA, 1992
$0$1.000$2.000$3.000$4.000$5.000$6.000$7.000$8.000$9.000
$10.000
US$/nãodiabético
US$/diabético
Emergência
Atend. domic.
Odonto
Droga/equip.
Ambulatório
Médico
Internação
Rubin R, et al. J Clin Endocrinol Metab 1994
$ 2604
$ 9493
Estudo Epidemiológico de Diabetes no Brasil
Pesquisa sobre o controle do diabetes no Brasil 6,7 mil pacientes Amostra de pacientes atendidos em centros especializados e
não especializados 10 cidades 8 estados e Distrito Federal
Realização Laboratórios Pfizer – Brasil UNIFESP - Escola Paulista de Medicina Laboratório de Epidemiologia e Bioestatística - FIOCRUZ - BA Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)
Objetivos Avaliar o controle glicêmico dos pacientes diabéticos no Brasil, Identificar fatores associados ao melhor/pior controle e Determinar a freqüência das principais complicações
Tipo do Diabetes:
Tipo 1 (início <20a, insulino-dependente): 979 (15%)
Tipo 2 (início >40a, histórico na família): 5.692 (85%)
Local de Assistência: Centro Especializado: 3.693 (55%)
Centro Não-Especializado: 2.978 (45%)
Estudo Epidemiológico no Brasil: Características dos Pacientes
Controle Glicêmico no Brasil Estudo Epidemiológico de Diabetes
Controle ideal (A1c <7) Controle Inadequado (A1c>7)
Tipo 2(n= 5.692)
73,2%
26,8%
Tipo 1(n= 979)
89,6%
10,4%
Controle Glicêmico no BrasilControle Glicêmico no BrasilEstudo Epidemiológico de DiabetesEstudo Epidemiológico de Diabetes
A maioria dos diabéticos no Brasil (75%) está com controle inadequado
Os centros especializados conseguem um melhor controle glicêmico do que os centros não-especializados
Maior escolaridade e cor branca foram associados a melhor controle
Boa adesão à dieta/insulina/medicação oral resulta em melhor controle
Pacientes satisfeitos com o tratamento têm melhor controle glicêmico
Prevenção do diabetes e suas complicações• As evidências da eficácia são
robustas• Existem intervenções com excelente
custo/benefício.
Redução de riscoRedução de riscoRetinopatia (76%)
Melhora do controle glicêmico reduz o risco de complicações do diabetes
Nefropatia(34%)
Neuropatia(69%)
Diabetes Control and Complications Trial Research Group.(DCCT) N Engl J Med; 329:977-986, 1993.
Redução de 1,8% na A1c
Como chegar lá?
• Cuidados básicos á saúde• Investimentos do Banco Mundial e
OMS– Controle da hiperglicemia– Controle da HAS– Cuidados com os pés
Abordagem Integrada
MACRO: política, financiamento, planejamento
MESO: comunidade; organizações sociais e profissionais
MICRO: pessoa com diabetes; família
Redução do risco: investimento ambulatorial
Acessibilidade ao sistema de saúde
Consultas com equipe multiprofissional com endocrinologista/diabetólogo e oftalmologistaFornecimento de insulina e de insumos como
tiras reagentesEducação em diabetes
No Brasil
• Lei nº 11.347/2006 de autoria do ex-senador José Eduardo Dutra
• Dispõe sobre a distribuição gratuita de medicamentos, e materiais necessários à sua aplicação, para o tratamento de portadores de diabetes
• Garantia constitucional do Sistema Único de Saúde (SUS) de atendimento universal e equânime.
Carta Aberta à SES do Rio de Janeiro e ás SMS dos municípios
do estado do Rio de Janeiro
A SBD- Regional Rio de Janeiro alerta sobre a necessidade de se instituir Programas de Diabetes em todos municípios do Estado do
Rio de Janeiro que forneçam: 1) Consultas médicas regulares com profissionais capacitados 2) Distribuição de forma efetiva de medicamentos padronizados para diabetes e insumos necessários ao tratamento incluindo: seringas de insulina para usuários desta medicação, glicosímetros , lancetadores e fitas reagentes compatíveis de marcas testadas e reconhecidas no mercado para usuários de insulina e gestantes (estas independentemente do tratamento). 3) Exames laboratoriais necessários ao bom acompanhamento do pacientes, incluindo determinação da hemoglobina glicada (A1c) pelo método de cromatografia líquida de alta performance (HPLC).4) Atendimento multidisciplinar associado a programas educativos contando com profissionais de nutrição, enfermagem e psicologia.5) Adequado rastreamento de complicações crônicas, definido pelas diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Outras sugestões1. Quantidade de fitas reagentes : 2 ao dia para pacientes
com diabetes tipo 2 em uso de insulina, 4 ao dia para pacientes com diabetes tipo 1 e 6 ao dia para gestantes.
2. Distribuição de seringas de insulina não apenas de 100 unidades (1 ml), mas de 50 unidades (0,5 ml) quando solicitado.
3. Padronização para o uso de análogos de insulina de curta e longa duração para todos pacientes com diabetes tipo 1 conforme protocolo. Caso isto não seja possível com a verba atual, padronizar a distribuição como medicamento de uso excepcional. Atualmente estes medicamentos são distribuídos com mandatos e processos judiciais, o que possivelmente os torna ainda mais caros ao Estado do que a distribuição de forma normatizada .
4. Padronização da prescrição de bomba infusora de insulina subcutânea a ser distribuída no Estado, respeitando critérios estabelecidos previamente pela Sociedade Brasileira de Diabetes, que se propõe a avaliar clinicamente cada indicação em centros especializados.
Obrigada!!!