1. Apresentailo;2. Introduo semiterica;
3. Um caso prtico;4. coneuue.
Antonio Carlos M. Mattos *
* Professor do Departamentode Mtodos Quantitativos eInformtica da Escola de
AIlm1nistrao de Empresas deSo "Paulo, da Fundao Getulio
Vargas; engenheiro-eletricista(EPUSP), ps-graduado emadministrao de empresas(EAESP-FGV), analista de
sistemas (mIA-Frana).
R. Adro. Emp., RIo de Janeiro,
..
1. APRESENTAAO
"Quant~ pessoas voc precisa para fazer isso?"- uma pergunta que todo analista de orga-nizao e mtodos administrativos (O.M.) nor-malmente .enfrenta. .Um dimensionamento de recursos humanos
pode ter em vista o aspectoponeo da organi-zao - sua estrutura de poder -como o casoda elaborao dos organogramas, ou ento o as-pecto tcnico, onde o funcionamento corretodas rotnas burocrticas a principal preocupa-o. Est claro que o dimensionamento tcnicotem amplas implicaes 'na estrutura polticada organizao, estando ambos intimamente li-gados.Este artigo tem por finalidade apresentar, de
forma sistemtica, um mtodo para a determi-nao da quantidade de pessoas necessrias pa-raa execuo de rotinas administrativas, dan-do nfase s funes (tcnicas) e no aos car-gos (polticos).
2" INTRODUAOSEMITEORICA
o ponto de partida de qualquer dimensiona-mento de recursos humanos deve ser o conhe-cimento das rotinas administrativas que se pre-tende implantar ou reestruturar. Para tanto,comeamos por descrev-Ias segundo uma lin-guagem conveniente: o fluxograma.J amplamente utilizado em processamento
de dados e anlise de sistemas, o fluxograma a melhor forma de descrio de uma rotina, pe-lo menos para as linalidades que temos em vis-ta. Sua unidade bsica o mdulo de processe-mento, constitudo de uma entrada, um proces-samento e uma sada.Como exemplo de um mdulo temos a dati-
lografia de uma carta. Neste caso, a datilgra-fa recebe uma minuta, datilografa a carta e oenvelope com base nessa minuta, e emite final-mente ambos. Assim, identificamos a minutacomo sendo a entrada desse mdulo, a datilo-grafia como o processamento, e a carta e o en-velope como a sada.Para representar adequadamente tal mdulo,
lanamos mo de uma simbologia grfica, co-mo a indicada na figura 1, obtendo, ento, o es-quema da figura 2.Um outro mdulo bastante comum o da co-
locao da carta em um envelope para corres-pondncia. Na figura 3 indicamos esse mdulo,constitudo da carta e do envelope (entrada),do processamento (colocao da carta no en-velope e selagem) e da sada (envelope fecha-do e selado).
14(6) : 99-109, nov.zdes, 1974
Dimensionamento de pessoal um caso prtico
Figura I -Smbolos para fluxogramas
Nome Smbolo IJlilizo@Processamento c=:J Qualquer flllll10 principal de proce$S(IIIIOIo eIeIrmCortilo perfurado c:=:J Todos IIS IOriedodes de corlilo perfuradoDocumenlo ~ Documenlos e relalrios de lodos os voriedodesFilo m"'lnlico G..- Quando ulilizado em orqui.os em linhoMemria foro de Iilha 'V Arquivos foro de linho em fichos,cortaes,filos,discos,elc.
Teclodo em liIha c::::::J Informa~ recebido de,ou fornecidQ o um computador, viadisposilivo com lecIodoOpero~ manual cz: Qualquer processomenlo monual, sem inter ~ ded~posilivos .IromecllnicosEnlrodo/Soldo "CJ Qualquer lipo de documenlo OU dodOS de enlrado ou de SOdoAcesso oleatria CI Arquivos em Iilha e dW,Iombores,elc.Coroon~ dist6ncio -=. TronsmiSSOOde dodOS,li dislancioFluxo de infor~ - Senlido do percuno dos informoiOes,dodo pelo flechoDecisdo O A diredo o seguir depende do cril~ria de decisdo especificadono slmboloOper~ de leclado ~ Uma ~ realizado em um disposilivo foro de Iilha,comlecladoLixo J?' Arquivamento de documentos iooleis
Figura 2 - Um mduloIadatilografia de uma carta
~-----'.''-~D~at~il~~ra~fi~a~
100
Figura 3 - Um modulo de fechamento de um envelope
fechamentoeselagemdoenvelope
Revista de Administrao de Empresas
A interligao de varies mdulos d origema um fluxograma. Na figura 4 mostramos o flu-xograma da rotina: Preparao de uma cartapara a expedio.
Figura 4 - Preparoc:Oode uma carta para a expedi~o
Uma vez especificadas as rotinas, passamospara a determinao do fluxo de dados. Esseconceito envolve as noes de volume de dadose de tempo de processamento dos dados.No exemplo anterior, se tivssemos um volu-
me de dados de 680 cartas e um tempo de pro-cessamento previsto de um ms, teriamos umfluxo de dados de 680 cartas por ms..Assim,de uma maneira geral, podemos expressar ofluxo de dados por
volume de dadosFluxo de dados
tempo de processamento
Um terceiro elemento importante a demora-padro. .No exemplo visto anteriormente poderiamos
mensurar, segundo os mtodos da medida detempos e movimentos, qual o nmero mdio decartas, incluindo os envelopes, que uma datil-grafa-padro conseguiria emitir. Suponhamosque essa mdia seja de cinco cartas por hora.Podemos, ento, afirmar que a rotina datilo-grafia admite um fluxo mdio de cinco cartaspor homem-hora (H-h), ou seja, uma pessoatrabalhando continuamente durante uma horaconsegue emitir cinco documentos.A demora-padro dada pelo inverso do va-
lor acima, isto , 0,2H-h/carta. Em outras pa-
lavras, a emisso de uma carta demora, em m-dia, 0,2 horas por datilgrafa. Por outro lado,admitindo-se que a operao "fechar envelope"demora trs minutos ou 0,05 horas, sua demora-padro ser de 0,05 H-h/envelope.Conclumos afirmando que a demora-padro
igual ao tempo que uma pessoa leva para pro-cessar cada elemento de uma rotina.Com esses valores, podemos completar o flu-
xograma, ficando ento este em condies deservir de base para o dimensionamento do pes-soal necessrio (ver figura 5).
Figur-a 5 - Um fluxograma completo
680/ms 680/ms
Q05 H-h/envelope
A carga de trabalho definida como sendo oproduto da demora-padro pelo fluxo de dadosde sada. Assim, no caso citado, a carga de tra-balho da datilografia igual a 680 (cartas +envelopes) /ms, que, multiplicado por 0,2 H-h/(carta + envelope), resulta em 136 H-h/ms.Para o fechamento dos envelopes, a carga
mensal de:
0,05 . 680 = H-h/ms
o fator de tempo t corresponde ao nmerode horas efetivamente trabalhadas por ms. As-sim, por exemplo, se o dia de trabalho for de 8horas, com 1,5 hora de almoo, teremos 6,5 ho-ras efetivamente trabalhadas por dia. Se o msem questo tiver 21 dias teis (descontados osferiados, pontos facultativos, frias, sbados do-mingos etc.) teremos 6,5 . 21 = 136,5 horas teismensais.Se, ainda, as estatsticas mostrarem que, para
esse tipo de atividade (datilografia, por exem-
pio), as faltas corresponderem a 6,5 horas porms, encontraremos, finalmente, um valor de(136,5 - 6,5) = 130 horas efetivas de trabalhopor ms.Assim, o fator de tempo til ser de 130 h/ms.
Uma forma alternativa de se computar o tem-po til ser visto no item 3.2.
Agora, se dividirmos a carga de trabalho men-sal pelo fator de tempo til, chegaremos, final-mente, ao nmero de pessoas necessrias paraa execuo da rotina.No caso acima, para a datilografia, teremos
necessidade de
(136 H-h/ms) / (130 h/ms) = 1,05 H
ou seja, uma datilgrafa a ser admitida.Para a rotina de "fechamento dos envelopes":
(34 H-h/ms) / (130 h/ms) = 0,26 H
Neste caso, a soluo ser um funcionrioadmitido, pois com zero a rotina no poderiaser executada.Em resumo, podemos enunciar a "frmula
para o dimensionamento do pessoal em uma ro-tina", que :tNmero de funcionrios necessrios =
Demora-padro * Fluxo-de-dadosFa tor-de-tempo-til
Ao se utilizar essa expresso, importanteefetuar uma anlise dimensional das unidadesem jogo, para nos certificarmos de que os re-sultados esto corretos, pelo menos no que tan-ge s unidades. Assim, como j vimos:
136H-h ms---*---=105H
ms 130 u : ,que se obtm ao "cancelar" a unidade "ms" nonumerador e no denominador, o mesmo fazen-do com "h". Resta, ento, a unidade "H", indi-cada no segundo membro da igualdade.A carga de trabalho tambm pode ser expres-
sa por:
Carga-de-trabalho = demora-padrofluxo-de-dados
101
donde
Nmero de funcionrios necessrios =carga-de-trabalhofator-de-tempo-til
Um outro conceito importante neste estudo o de percentagem de tempo ocioso.Como vimos atrs, para a rotina de "fecha-
mento dos envelopes" era necessrio 1 funcio-nrio, j que o mnimo 1. Mas como o nme-ro encontrado foi de 0,26 H, isto significa que
Dimensionamento de pessoal
a diferena 1 -=-- 0,26 = 0,74 dever correspon- Figura f;)-A rotina 31. Fluxo de d?dos mensolder existncia de um tempo ocioso para essefuncionrio.
De uma maneira geral, a percentagem detempo ocioso pode ser dada por:1
tornpo ocioso (0/1) =
. = 1nmero de funcionrios neCei'\HrioHnmero de funcionrios admitidos
ou ento,tempo ocioso (0/1) == 1_ Carga-de-trabalho
Fator-tempo-til * n. o de funcionrios admitidosAplicando a primeira expresso acima aos
dois exemplos anteriores, obtemos:Tempo ocioso na datilografia:
1 - (1,05/1) ::::;::~ 0,05/1 = - 5%
ou seja, existir um tempo ocioso negativo de5%", significando que haver, eventualmente,necessidade de horas-extras para a datilgrafa,ou ento a rotina poder sofrer algum atraso.Se for aplicada a segunda expresso, o resul-
tado ser o mesmo.Para o caso do fechamento dos envelopes:
1 - (0,26/1) = 0,740/1 = 74%isto , esse funcionrio ter 74% do tempo tilem ociosidade (0,74. 130 h/ms = 96,2 h/ms),podendo ser usado, nessas 96,2 horas mensais,para a realizao de outras tarefas.
3. UM CASO PRATICO
102
Veremos, a seguir, como os conceitos emitidosno item 2 podem ser aplicados' a uma situaoprtica.Uma empresa, de porte mdio, possui, como
uma de suas atribuies, determinado tipo decontrole no Estado de So Paulo. Para tanto,uma equipe de 50 fiscais realiza, diariamente,uma srie de levantamentos, originando assima emisso de trs relatnos de campo, que deno-.minamos de formulrios 15, 16 e 17.
Esses formulrios so a seguir submetidos adois tipos de processamento, que chamamos derotina 31 e 32 (ver figuras 6 e 7).Na rotina 31 os dados do formulrio so lan-
ados em um outro e datilografado. Da, emi-tido um parecer (Concluses) que datilogra-fado e anexado (Montagem Final). O relatriotcnico assim gerado em seguida protocoladoe distribudo.A rotina 32 semelhante anterior. Sua di-
ferena bsica reside no fato de que, como re-latrio a ser aqui emitido, envolve muitos cl-culos, sendo parte dela realizada por compu-tador.
0,022 Hh/forlTllJlrio
0,33 Hh/folho
4(X)fls.(f33Hh/fl
A situao anteriormente descrita perdurouat h algum tempo atrs, quando ento resol-veu-se criar um banco de dados para armaze-nar e tratar as informaes geradas.Para tanto foi estabelecida uma outra rotina,
que seria responsvel pela alimentao dos ar-quivos do citado banco. Ess.a rotina, denomina-da 33 (ver figura 8) foi, por convenincia, repe-tida na figura 9, recebendo esta o nome de 34.Na rotina 33 seriam lanados todos os dados
at ento gerados, isto , "histricos", e na 34,os em gerao, ou seja, "atuais"." A partir da, a emisso dos relatrios e gr-ficos sera automtica (realizada por compu-tador), e no foi representada.Uma vez definido o cronograma de implanta-
o, tomava-se necessrio determinar a quanti-dade de funcionrios a serem contratados, paraque pudesse ser gerado um volume de dados decerca de 1 500 000 cartes perfurados em 36 me-ses.Para a passagem do estgio de processamen-
to ento existente para o novo foi adotada umaestratgia paralela. .Assim, nos seis primeiros meses, que foi cha-
mado de fase I, estariam em funcionamento asrotinas 31, 32,. 33 e 34.
Figura 7-A rotina 32, Fluxo de dados mensal Figura 8-A rotina 33. Fluxo de dados anual
o,JJHh/fI o,am Hhle.
Sdias
o,rXJ41M/fl
3dias
24~302 formulrios
Figuro 9-A rotina 34, Fluxo de dados mensal
18430 corttJes formatadosporo o Banco de DadosL...-__ ...J
0,0042 Hhle.
2500 corftJes
0,33Hh/fl
103
l60fls.A4
2horas
3.1 Especificao das rott1Ul8
Nas figuras 6, 7, 8 e"9 esmo mostrados os fluxo-gramas, com os valores numricos j associa-dos.
Na segunda fase de implantao (prximosseis meses), seriam suprimidas as rotinas 31 e32, ficando ento as rotinas 33 e 34.Na terceira fase, com os dados histricos t0-
dos lanados, restaria apenas a rotina 34, quepermaneceria indefinidamente. Para fins com-parativos, esta terceira foi fixada em seis meses.A mudana duraria, assim, um ano e melo.
3.2 Dimensionamento do pessoal por rotma
Com base nos fluxogramas anteriores, calcula-mos' as. cargas de trabalho para as quatro roti-nas (ver tabelas 1, 2, 3 e 4). Como se pode no-tar, estamos usando uma forma alternativa declculo, talvez mais simples. Ao invs de utilizaro "fator de tempo til", que requer o conheci-mento de dados estatisticos nem sempre facll-
Dimen8)name,nto de pessoal
mente disponveis, lanamos mo do seguinteexpediente: mantemos constantes o nmero dehoras trabalhadas por ms (160horas), que cha-mamos de prazo para o processamento dos da-dos, e adicionamos uma margem de seguranade 10% nas cargas de trabalho calculadas apartir do fluxograma.Os resultados obtidos em um e outro caso, de
certa forma, se equivalem.
3.3 Dimensionamento do pessoal por fase
Como as quatro rotinas no sero executadasem perodos e locais diferentes, necessrioagrup-las de algum modo, com evdente redu-o dos custos com o pessoal. Assiih, como vi-mos, a quantidade de pessoal neeessro nasquatro rotinas, tomadas isoladamente, :
Servios burocrticosDatilografiaPerfuradoras e conferidoras
10410
24Total
As mesmas rotinas, desenvolvendo-se conjun-tamente, como acontece na fase I (tabela 5),requerem:
Servios burocrticosDatilografiaPerfurao e conferncia
925
16Total
104
A reduo dos funcionrios deve-se ao fatode que os tempos ociosos se reduzem medidaque as cargas de trabalho aumentam, como re-sultado da "fuso" das rotinas.
Para o caso da rotina 33, cujos dados origi-nais so anuais (ver tabela 3), foi admitida umadistribuio uniforme das cargas durante os 12meses, resultando os valores da tabela 5. Destemodo, por exemplo, 'a carga total para perfura-o e conferncia, que era de 7814,40 H-h/ano,resultou em 7 814,40/12 = 651,20 H-h/ms.
3.4 Consumo de material
A partr dos dados dos quatro fluxogramas, po-demos fazer uma previso de consumo de for-mulros e cartes para as trs fases. Tal pre-viso encontra-se na tabela 8.
3.5 Custos associados
Fazemos em seguida uma previso dos custosdiretos associados execuo dessas quatro ro-tinas.
Notamos, na tabela 9, fases I e lI, onde sorealizadas as mudanas e implantaes, umcusto semestral cerca de quatro vezes superiorao da fase IlI, quando ento entraremos emuma nova fase "estvel".Esses valores permitem, tambm, estimar os
custos mdios de perfurao e conferncia decartes e de preenchimento de formulrios.Para o caso dos cartes, os custos mensais
so (em cruzeiros, fase I):
PessoalEncargosEquipamentoMaterialSubtotalCustos indiretos (50%)Total
650022758000209718872943628308
Como o total de cartes 104856, temos umcusto total de Cr$ 0,27 por carto perfurado.Quanto ao preenchimento dos formulrios
(fase lI, em cruzeiros):
PessoalEncargosMaterialSubtotalCustos indiretos (50%)Total
84002940272614066703321099
Dividindo esse valor pelos 13630 formulriospreenchidos, obtemos um custo mdio de preen-chimento de Cr$ 1,55 por formulrio.
Tabela 1Cargas de trabalho mensais da rotina 31
Atividades I Servio blll'OCl"ticoI DatilografiaAgrupar e lanarDatilografiaMontagemDatilografiaMontagem final
0,022 29000,33 400
0,01 4000,33 30
0,15 430
Subtotais 132,30
Margem de segurana 13,23
Cargas-de-trab.-(H-hfms) 145,53
Prazos (horas/ms) 160
Num. pessoas a admitir 1
Tempo ocioso (%) 9,0
141,90
14,19
156,09
160
1
2,4
Tabela 2Cargas de trabalho mensaJs da rotina 32
Atividades I Serv. Burocr. Perf. e Conf.Datilografia0,022 5000,022 2 500
Agrupar e lanarCodif. e lanaDatilografiaPerfuraoConferioMontagemDatilografiaMontagem final
0,0041 160
2
68,66
6,86
75,52
160
1
52,8
0,33 40
0,33 10
16,50
1,65
18,15
160
1
88,7
0,0033 * 2 0000,0042 2 500
Subtotais 18,75
Margem de segurana 1,88
20,63Cargas de trabalho (H-h/ms)
160Prazos (horas/ms)
1N um. pessoas a adm.
Tempo ocioso (%) 87,1
3.6 Resumo final
Apresentamos, neste item, um resumo final detodos os valores relevantes para a implantaoe execuo das rotinas. O resumo acha-se re-produzido na tabela 10.Como observamos, o total do pessoal, que
de 16na fase I, diminui para 13 na fase 11,per-manecendo em 4 da fase IH em diante. Deve-r, assim, haver uma poltica de reaproveita-mento desses funcionrios nos 12 ltimos me-ses. Tambm, por motivos bvios, tal estudo nodeve ser-lhes divulgado, pelo menos de imediato.Uma grande reduo d-se tambm no equi-
pamento de perfurao e conferncia de car-tes, favorecendo a opo de aluguel.
4. CONCLUSOES
A metodologia at aqui exposta, embora de ca-rter geral, apia-se num modelo terico con-tendo uma srie de hipteses que no devemser esquecdas ao se utiliz-la.Uma delas baseia-se na determinabilidade do
fluxograma. Ou seja, pressupe um conhecimen-to detalhado e amplo da rotina em estudo. Quan-to maior for o nmero de sub-rotinas no con-sideradas (como por exemplo a sub-rotina cal-cular o INPS na rotina Folha de Pagamento)mais pobre ser a capacidade de previso domodelo. Assim, rotinas com alta imprevisibili-dadeno se prestam a uma anlise desse tipo.Outra hiptese refere-se invariabilidade da
rotina. Como o nome j diz, deve ser "rotina".Se os procedimentos variarem com o tempo, co-mo ocorre em geral nas atividades altamente
criativas ou inventivas, ou que se encontramem fase de mudana, os mtodos de clculo utl-lizados devero ser mais sofisticados para nose desviarem em demasia da realidade. De qual-quer forma, o modelo, tal como foi apresenta-do, no imediatamente aplicvel a. situaescomo essa.Uma terceira hiptese bastante importante
a da uniformidade dos fluxos de dados. No
Tabela 3Cargas de trabalho anuais da rotina 33
Atividades I Servio burocrtico I Perf. e conf.Codif. locaisLanamentosLanamentosLanamentos.PerfuraoConferioDatilografia
0,12 24 6300,0033 246 3020,042 47 0460,017 199 256
105
Subtotais
0,0033 947 2000,0042 947 200
10 363,19 7 104,00
1 036,32 710,40
11 399,51 7814,40
1920 1 920
6 4 5
1,0 - 1,8 18,6
Margem de segurana
Cargas de trabalho.(H-hJano)
Prazos (horas/ano)
Num. pe8II088a admitir
Tempo ocioao (%)
DnenBionamento de pe880al
Cargas de trabalho mensais da rotina 34
Atividades r Serv. Burocr. Datilografia Perf. e Conf.
Codif. locaisLanamentosLanamentosLanamentos
DatilografiaPerfuraoConfrio
0,12 4640,0083 4 638
. 0,017 1 140
0,017 3 498160.
0,0033 18 4300,0042 18 430
173,03 160,00 138,23
17,30 16,00 13,82
190,33 176,00 U2,05
160 160 160
1 2 1 2 1
19,0 40,5 10,0 45,0 5,0
Subtotais
Margem de segurana
Cargas de trabalho (H-h/ms)
Prazos (horas/ms)
Num. pessoas a: adm,
Tempo ocioso (%)
Tabela 5Cargas de trabalho mensais durante a fase I
Rotina Serv. Burocr. Perf. e Conf. Datilografia
31 - 145,53 156,09
32- 75,52 20,63 18,15
33 - D. histr. 949,96 651,20
34 - D. atuais 190,33 152,05 176,00
Cargas de trabalho (H-h/ms) 1 361,34 823,88 350,24
Prazos (horas/ms) 160 160 160
Num. pessoas a adm. 9 5 2 3106
Tempo ocioso (%) 27,05,5 3,0 9,5
Tabela 6Cargas de trabalho mensais durante a fase 11
Rotina Serv. Burocr. Perf. e Conf. Datilografia
33 - Dados histr.34 - Dados atuais
.949,96190,33
651,20152,05 176,00
Cargas de trabalho (H-h/ms) 1 140,29 803,26 176,00
Prazos (horas/ms) 160 160 160
Tempo ocioso (%) 1,8
8 5 1Num. pessoas 7
10,9 0,4 10,0
.Revista de Admini8tTa40 de Empresas
Tabela '1Cargas de trabalho mensais durante a fase mRotina I Serv. Burocr.
Num. pessoas 1 2
Perf. e Conf. Datilografia
152,05 176,00
152,05 176,00
160 160
1 1
5,0 - 10,0
34 - Dados atuais 190,33
Cargas de trabalho (H-h/ms) 190,33
Prazos (hcrasrms) 160
Tempo ocioso (%) - 19,0 40,5
Tabela 8Formulrios e cartes consumidos nas trs fases
Fase I - Dados mensais
Rotina Cartes Form.Ol Form.04 Form. 05-1 Form.05-M
31 -32 -33 - D. histr.54 - Atuais
250078 93318430
2053464
761172
39201 140
4 152875
Subtotais 99863 2 517 933 5060 5027
Marg. sego 4 993 50 43
Totais 104 85-.. 2 517 933 5 110 5 070
Fase 11 - Dados mensais
Rotina Cartes Form. 01 Form.04 Form. 05-1 Form.05-M
33 - D. histr. 78933 2053 761 3920 4 15234 - D. atuais 18430 464 172 1 140 875
107Subtotais 97363 2 517 933 5060 5027
Marg. sego 4868 50 43
Totais 102 231 2 517 933 5 110 5 070
Fase 111 - Dados mensais
Cartes Form.Ol Form.04 Form. 05-1 Form. 05-M
18430 464 172 1 140 875
18430 464 172 1 140 875
922 11 9
19 352 464 172 1 151 884
mmenftonilmento de pessoal
Rotina
34 ~ D. atuais
Subtotais
Marg. sego
Totais
Tabela 9Custos diretos associados s trs fases, em cruzeiros
Quantidade Custo unitrio Custo total Custo totalFase Item
mensal mensal mensal semestral
I Serv. Bur. 9 1200 10800 4800Datil. 2 1 200 2400 14400Perf./Conf. 5 1 300 6 500 39000Enc. Soc. 35% 6 895 41 370Maq. P/C 5 1 600 8000 48 000Formulrios 13630 0,20 2 726 16356Cartes 104 856 0,02 2 097 12 582
Total 39 418 236 508
11 Serv. Bur. 7 1 200 8400 50 400Datil. 1 1 200 1 200 7200Perf./Conf. 5 1 300 6500 39000Enc. Soc. 35% 5 635 33 810Maq. P/C 5 1 600 8000 48 000Formulrios 13630 0,20 2726 16356Cartes 102 231 0,02 2045 12 270
Total 34 506 207036
111 Serv. Bur, 2 1 200 2400 14400Datil. 1 1 200 1200 7200Perf./Conf. 1 1 300 1 300 7800Enc. Soc. .- 35% 1 715 10290Maq. P/C 1 1 600 1600 9600Formulrios 2671 0,20 534 3204Cartes 19352 0,02 387 2322
Total 9 136 54 816
Tabela 10Resumo do dimensionamento para as trs fases
Dados mensais
108Pe880al Material Equipamento Custos
Fase
Serv. Buroc. I Perf. e Conf. I Dtilografia Formulrios I Cartes Perf./Conf. Dir. Tot.I 9 5 2 13 630 104 856 5 39 418
11 7 5 1 13630 102 231 34 506
III 2 1 1 2671 19352 1 9 136
exemplo apresentado no item 2, quando fol de-finido um fluxo de 680 cartas/ms, estava im-plcito que seriam emitidas 68 cartas a cada 3dias ou 22,7 cartas por dia. Em outras palavras,o fluxo era constante. E essa linearidade como tempo foi o que deu origem s frmulas apre-sentadas, que nada mais so que "regras detrs" compostas.
Podemos tambm expressar o mesmo fato pormeio do exemplo j citado. Aquela datilgrafaconseguia emitir 680 cartas por ms, uniforme-mente. Mas se, ao contrrio, essas cartas apa-recessem somente ao fim do ms, digamos, nos10 ltimos dias, uma funcionria j no seriasuficiente, sendo necessrias trs datilgrafaspara a realizao da mesma tarefa mensal. O
Revista de AdmtniBtra40 de Empresas
BIBLIOGRAFIA
Ametodologia empregada neste trabalho foi de-senvolvida pelo autor e tem apresentado resul-tados prticos satisfatrios.A bibliografia aqui apresentada pretende re-
meter o leitor a uma srie de publicaes deboa qualidade, que possuem uma relao dire-ta com o assunto aqui tratado.A obra de Charoux uma das melhores, se-
no a melhor, sobre simplificao do trabalhoadministrativo e burocrtico.Barnes um clssico no estudo de tempos e
movimentos, mostrando, de forma sistemtica,como possvel determinar, estatisticamente, ademora-padro' de uma dada atividade.MilIward enfoca o problema da organizao
e mtodos administrativos de uma maneira ge-ral, enquanto que Bngham est mais dirigidopara a rea de processamento de dados.
Taylor possui o mrito de ter sido o primeiroa se preocupar com a racionalizao do traba-Iha. Embora datando de 1919, suas teses soat hoje aceitas, tendo servido de base para to-dos os estudos posteriores.Simon mais filosfico. Em um de seus pri-
meiros captulos, analisa os mtodos da simpli-ficao racional do trabalho, dando-lhes a curio-sa classificao de Estudo fisiolgico da orga-nizao.
Charoux, Gaury et alii. Pratique des tuesd'o:ganization administrative dans le secteur pu-blic. Paris, SCOM - Ministre de l'Economie etdes Finances - Direction du Budget, 1970.
Barnes, R.M. Motion an time study. NewYork, 1949.
Mil1ward, E. Organization and methos. Lon-don, The Macmillan Press, 1967.
Bingham, J. & Davies, G. A handbook oi systemanalysis. London, The Macmillan Press, 1972.
Taylor, F. W. Princpios de administrao cien-tfica. So Paulo, Editora Atlas, 1970.
March, J. G. & Simon, H. A. Teoria das organi-zaes.Rio de Janeiro, Fundao Getulio Var-gas, 1970.
1 Notemos que essa frmula nada mais que uma"regra de trs" composta.
2 O smbolo "0/1" significa "valor em por unidade"e equivale a um centsimo do valor em percenta-gem (%).
o Pblicopediu
a Editora daFGV reeditou
Comportamento humano na empresade Yolanda Ferreira Balco e LaerteLeite Cordeiro. Coletnea de textosclssicos sobre o tema Homem/em-presa, sem equivalente em portugus,.quer pela seleo criteriosa, quer pelapossibilidade de consulta a trabalhosde grande valor,publicados em livros
e peridicos estrangeiros. 2.a edio.
Anlise contbil - Anlise de balan-os de AmricoM.Florentino.O Prof.Florentinoanalisa em seu livroos se-guintes tpicos: depreciaes, posi-cionamento da empresa no mercadocongnere, anlise de setores e degrupos econmicos, goodwill, an-lise de viabilidades,efeitos da infla-
o nos balanos, alm da to discutida negociabili-dade de aes em bolsas de valores. 2.a tiragem.
169
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Dimensionamento de pessoal