DIREITO ECONÔMICO I
Prof. Giovani Clark
Bibliografia:
Primeiras linhas de direito economico. Washigton
o municipio em face do direito economico. Giovani clark
a ordem economica na constituição 1988. eros grau
ADIn 1950
1ª prova sobre algum livro 30 pts; 2ª, final, toda a matéria 40pts; resto trabalho
Atividades escolares:
02.04 – Constituição econômica – 1ª parte: arts. 170/175, CR
09.04 – Constituição econômica – 2ª parte: arts. 176/181, CR (MEU GRUPO)
23.04 – 1ª Prova: 30 pts. - Direito Econômico e Ação Estatal Pós-Modernidade. Giovani Clark e
Washington albino
30.04 – Constituição econômica – 3ª parte: arts. 182, 183 e 192, CR
07.05 – Constituição econômica – 4º grupo: arts. 184/191, CR
14.05 – Direito do planejamento – 5º grupo Conceitos e Tipos de planos
11.06 – 2ª Prova: 40 pts.
Incluir bibliografia. Parte escrita vale 5pts e apresentação 25pts.
Políticas econômicas. Art. 170 a 192, CR. Constituição econômica, que não está limitada a estes
artigos.
1. AUTONOMIA DO DIREITO ECONÔMICO
é autônomo pois tem regras, objeto próprios. O objeto do direito econômico é a política econômica:
o conjunto de medidas colocadas em prática para satisfazer determinados objetivos. Necessidade
de atuação do poder público na economia. Política é tomada de decisão. Economia é a ciência da
utilização de bens escassos. Satisfazer as necessidades com o menor sacrifício (não
necessariamente o menor dispêndio financeiro, pode ser menor tempo, e. g.). Ex.: redução de IPI
para automóveis; é a utilização do direito tributário para executar política econômica. Novas
necessidades aparecem de acordo com as condições sociais, econômicas e ambientais, que vão
sendo supridas pela politica econômica estatal. Política econômica deve ser variada, ainda que
custe mais. Política indutora: estado adquire bens para movimentar a economia (geralmente
beneficiam os grandes municípios). Não é direito da economia, que é a união da legislação sobre
matéria econômica, não tratando só de direito econômico.
2. SUJEITOS DO DIREITO ECONÔMICO
Pessoas físicas, pessoas jurídicas de direito privado (com ou sem fins lucrativos), Estado (União,
Estados e Municípios), entes internacionais (blocos, organizações).
3. FORMAS
a intervenção pode ser de adesão ou boicote a determinados produtos etc. Entidades sem fins
lucrativos realizam política econômica privada. ex.: cooperativa, que faz negociações em nome
dos cooperados para obter melhores vantagens. Empresas também realizam política econômica.
ex.: grupo de hotéis que se junta para promover o turismo no nordeste. Há também a política
econômica privada ilícita. ex.: cartéis; venda casada.
Políticas públicas de incentivo ao turismo estão ligadas à melhoria de saneamento básico,
transporte público, dentre outras.
União, Estados e Municípios podem e devem realizar política econômica, inclusive para efetivar o
texto constitucional. Na maior parte das vezes, a competência é exercida pela União, o que não
impede os demais entes. A constituição diz que é competência concorrente entre a Uniao e
Estados legislar sobre direito econômico. Mas os municípios também podem e devem, sobretudo
para produção e consumo locais, pois há competência concorrente (é o que sobra para os
municípios). STF: o município é competente para legislar sobre direito do consumidor.
4. OMC (sujeitos)
Cria normas de fins econômicos que não são respeitadas pelos países membros. Dumping
“social”: exportar mais barato do que a venda interna por meio de subsídios estatais, utilização de
mão-de-obra barata, incentivos ficais etc. Antes da atuação da OMC, os países aumentam
impostos de importação e criam barreiras para evitar o dumping social.
5. Blocos econômicos (sujeitos)
União Europeia. Os membros abdicaram de um pouco da soberania para haver uma legislação
econômica única. A Alemanha reduz os direitos sociais dos trabalhadores para vender mais
barato e dominar a economia europeia. Saída da Itália da UE (revista pensar, vol 16, as duas
últimas máscaras do estado capitalista, avelans nunes?). Política econômica creditícia, monetária,
moeda única não está mais na mão apenas dos países. Mercosul: medidas econômicas
dependem da chancela do bloco. É mais voltada à compra e venda de bens e serviços, não na
indústria, ciência e tecnologia etc
6. Campo do direito econômico
Planejamento. plano de desenvolvimento, 174, §1º, plano plurianual; etc. Ao injetar dinheiro nos
programas assistenciais, aumenta-se o consumo de alimentos, causando a inflação e a
necessidade de aumento da produção diante da demanda. Arroz: brasil produzia o suficiente e
mais um pouco; como a exportação estava mais interessante, o preço interno subiu; o governo
elevou o imposto de exportação. Estabilidade monetária; frear a inflação: impedir a margem de
lucro. Como? Diminuir os reajustes anuais. Pleno emprego: indução econômica, ampliar as
atividades de agricultura, indústria e comércio. Qual setor precisa mais? Agricultura familiar,
construção civil, turismo? Qual será a atividade motora? Para crescer, é necessário energia;
programar a expansão dos setores energéticos, tradicionais e alternativos.
7. Regras de direito econômico
comando jurídico advindo do legislador, abstraída da ideologia constitucionalmente adotada.
Norma proibitiva: proíbem uma série de comportamentos, como a venda casada e a divisão de
mercado. O CDC e a lei de uso e abuso do direito econômico (lei n. 12529) proíbem a venda
casada (entrada com consumação: o dono pode cobrar a entrada, mas não pode obrigar a
consumir). Cartel: combinação de preços, práticas, divisão de mercado etc, é prática proibida.
Norma impositiva: determinadas concentrações econômicas (fusão, incorporação) dependem de
autorização do CADE (antes as empresas se concentravam e o CADE se pronunciava depois;
hoje só se juntam depois de aprovado pelo CADE).
Norma programática: orientam para determinado fim. Só se efetiva com o tempo, pois depende do
legislador, sociedade, setor privado etc. Fim da desigualdade regional não será rápida, depende
de muitas políticas econômicas e tempo. Salário mínimo regional é maior no sudeste, o que
valoriza a região.
Norma premial: prevê prêmio para quem adota certa política econômica. ex.: redução da carga
tributária para determinadas atividades; empréstimo a fundo perdido. Deve haver contrapartida,
pois o dinheiro público serve para efetivar o texto constitucional. ex.: em contrapartida à redução
de IPI para automóveis, as empresas deveriam garantir empregos, produção nacional etc.
Redução de carga tributária não é garantia de redução de preços, pois as empresas tendem a
aumentar a margem de lucro.
Norma objetiva: estabelecem objetivos quantitativos e qualitativos a serem atingidos. Ex.:
melhorar a expectativa de vida; não ultrapassar tal meta de inflação; diminuir a desigualdade em
certo tempo. Muitas vezes se confunde com as normas programáticas.
As regras: não há antinomia entre comandos. Não existe a admissão de uma única ideologia
constitucionalmente adotada (há comandos capitalistas, socialistas etc). É vedado o fim completo
da propriedade completa; também não é permitido a ausência total de planejamento econômico e
a ausência de intervenção estatal na economia.
Regra do equilíbrio: encontrar um ponto de equilíbrio entre os interesses individuais e coletivos.
Se interesses individuais afetam exageradamente interesses coletivos, é caso de intervenção para
equilibrar. Preço é custo mais lucro.
Regra da indexação: presente em outros ramos do direito. Toda vez que há desvalorização da
moeda por causa da inflação há correção do valor nominal em face do valor real. Expurgos
inflacionários: como a inflação estava muito alta, o governo determinava os reajustes por índices
menores, não condizentes com a realidade.
Regra da liberdade de ação: um particular submisso ou que adere a uma política econômico e
sofre danos, pode pedir indenização. Responsabilidade objetiva do administrador (art. 37, §6º).
Regra da equivalência: o poder aquisitivo deve se manter. fundos de previdência privada
8. RELAÇÃO COM OUTROS RAMOS
direito constitucional: o foco do direito econômico é a política econômica, que deve obedecer a
Constituição. Constituição econômica é explícita (arts. 170 a 192). Mas a constituição econômica
não se limita aos artigos específicos da constituição. A constituição não adota uma ideologia só,
mistura capitalismo, socialismo e outras ideologias, que foram constitucionalmente adotadas. De
um lado propriedade privada, do outro função social. Livre iniciativa e monopólio. O que é vedado
é o Estado não planejado; a eliminação completa dos meios de produção privados; não intervir no
econômico social (é poder-dever). Existe antinomia entre comandos no texto constitucional?
Seguindo a ideologia constitucionalmente adotada, a cada caso deve ser escolhida a melhor
alternativa. às vezes é melhor intervir diretamente na economia, às vezes não. Ex.: reforma
agrária: mitiga a propriedade em razão da função social. A iniciativa privada, em certos casos
necessita da atuação do estado. ex.: fixar preços máximos para possibilitar o acesso. Alguns
autores dizem que pode haver antinomia entre o texto originário e derivado. ex.: abertura às
empresas estrangeiras, o que feriria a soberania nacional. É possível revogar a constituição
econômica? Não, pois mesmo que fossem revogados todos os arts. Da constituição economica,
continuaria a constituição implícita (competencia para legislar sobre d economico). Art. 60, § 4º.
Não protege expressamente a constituição econômica, mas de forma transversa esse dispositivo
protege outros (ex.: é proibido extinguir os municípios, mas também extinguir os tributos
municipais, fundamentais a sua existência). Quer conhecer o governo só olhar quais obras foram
executadas (e quem financiou a campanha). No inciso IV estão protegidos os direitos e garantias
individuais, que são limitados implicitamente pela constituição econômica (a constituição
econômica limita alguns direitos e possibilita o exercício de outros).
Direito administrativo: trata de muitos atos administrativos que realizam política econômica. As
agências reguladoras, entes da administração pública, têm fundamento da constituição econômica.
As estatais também realizam política econômica (modulação do preço do petróleo, injeção de
crédito no mercado, e.g.). estado sempre interveio no domínio econômico, desde sempre.
Absolutismo: política mercantilista; organizou o comércio, viabilizou o processo mercantilista-
capitalista; desenvolveram a indústria; revolução industrial. Liberalismo: o estado continua
intervindo no domínio econômico, mais moderadamente. Organizando a atividade agrícola;
reprimindo os anseios trabalhistas. O domínio econômico necessita de intervenção do estado.
Praticas de abuso de poder econômico. Regulamentação e regulação da economia: estado
empresário, intervenção direta. Intervenção ofensiva, o estado produzindo bens e serviços. Em
monopólio, concorrência ou privilégio. Empresas públicas e sociedades de economia mista. Numa
segunda fase do neoliberalismo, de regulação, que é a fase atual: diminuição da taxa de lucro,
diminuir o custo. Não é só o estado que é incompetente na prestação de serviços; a iniciativa
privada também é cheia de problemas e precisa de ser regulada. Publicidade enganosa,
problemas sanitários, má prestação de serviços etc. Com o fim da guerra fria, o capital perdeu
lucro com a indústria de guerra, mas ganhou maior mercado de consumo. O capital busca as
atividades lucrativas, gerando a privatização de empresas estatais promissoras. As agencias
regulam, normalmente, serviços públicos. Agência que regula atividade econômica: ANP.
Neoliberalismo de regulação: intervenção indireta, defensiva ou direito regulamentar economico:
atuação do estado através de normas. É a que mais acontece, mas nem sempre funciona como
desejado. Professor não utiliza a nomenclatura de Eros Grau pra intervenção, atuação estatal etc.
Regulação é uma técnica de intervenção, que não dá conta de implementar o texto constitucional.
Artigo: “As duas últimas máscaras do estado capitalista”, revista pensar.
9. FONTES DO DIREITO ECONÔMICO
1. Estatais
1. Constituição
atualmente a constituição econômica é explícita. Mas não se limita aos arts. 170 (e alguma coisa),
há outros dispositivos constitucionais que tratam de direito econômico. Apesar de não haver
permissão expressa para os municípios legislarem sobre direito econômico, é de competência
comum de todos os entes federados. Interesse local, de acordo com o art. 24 (principalmente
produção e consumo), são de competência comum, inclusive municípios.
2. Emenda
EC 6, 7, 9 etc. flexibilizaram monopólios, “criaram” agências reguladoras, acabaram com
exclusividades etc.
3. Lei complementar
as LC aparecem no texto constitucional de 46. a constituição define quais matérias devem ser
tratadas por LC. LC 101: lei de responsabilidade fiscal – trata de ação planejadora. Planos
plurianuais, participações populares, políticas de estado, e não apenas de governo. Importância
do planejamento estatal (LC 101); é fundamental; todo mundo faz planejamento.
4. Lei ordinária
maior parte do direito econômico é estabelecido por lei ordinária.
5. Medida Provisória
editada pelo presidente. demanda relevância e urgência. Não mais travam a pauta das EC e LC,
trancam a pauda de outras MP e leis ordinárias. Os planos collor 1, 2, verão, bresser etc. não
foram planos econômicos propriamente ditos. STJ admite MP estaduais e municipais, desde que
previstas nas constituições estaduais e leis orgânicas municipais.
6. Lei delegada
lei delegada 4 de 62. possibilita tabelamento e congelamento de preços pela união. Foi
recepcionada pela CF de 88. não pode versar sobre qualquer matéria, só aquelas tratáveis por
medidas provisórias.
7. Decreto legislativo
aprovam tratados internacionais, que podem versar sobre política econômica, de diversos modos.
8. Resolução
legislativos tratando de direito econômico.
9. Decretos
do chefe do executivo. ex.: redução de IPI, IOF etc
10. Portaria
chefe de cada ministério
11. Circulares
secretários etc.
12. Resoluções dos conselhos e agências
conselho monetário, anatel etc funcionam por meio de resoluções.
13. Parecer normativo
da AGU, e.g. CADE x BC: parecer da AGU disse que só o BC trata de questões envolvendo
bancos.
14. súmulas vinculantes
2. Privadas
1. convenções coletivas – consumo / trabalho
2. ajustes / acordos de empresas
esses podem ser lícitos ou ilícitos. Cartéis, publicidade enganosa etc. são política econômica ilícita.
Empresas poderiam acordar jornada de trabalho de 6 horas, o que criaria muitos empregos.
3. Mistas
Pactos entre o estado e o particular.
1. Contratos econômicos – planejamento
contratos de planejamento são muitos utilizados na Europa para executar planos participativos. O
estado planeja e o particular executa.
2. contratos de parceria público-privada
4. Supra estatais
acima do estado.
1. Tratados internacionais
pactos bi ou plurilaterais. Podem ter conteúdo de política econômica. Política econômica para o
turismo regional, criação de ente econômico, como o Mercosul, etc.
2. Diretivas e regulamentos - UE