DIREITO SOCIETÁRIO E
TÍTULOS DE CRÉDITO
Disciplina:
Direito dos Transportes
FATEC - Carapicuíba
Direito Societário
Direito Societário Artigo 981 do CC: “Celebram contrato de sociedade as
pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.”
Sociedades não-personificadas: - Sociedade em comum:
Também denominada sociedade irregular, é aquela que não registrou seus atos constitutivos no órgão competente.
Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais.
2
Direito Societário
- Sociedade em Conta de Participação: É aquela constituída sem qualquer formalidade ou
registro. Possui duas categorias de sócios: ostensivo, é aquele que exerce a atividade objeto em
seu próprio nome perante terceiros, respondendo por todas as obrigações sociais direta e ilimitadamente;
participante ou oculto, não existe perante terceiros e não tem qualquer responsabilidade nesse sentido. Sua obrigação é exclusivamente com o sócio ostensivo.
O contrato pode ser registrado no Registro de Títulos e Documentos, mas não adquirirá personalidade jurídica.
3
Direito Societário Sociedades personificadas:
São aquelas devidamente inscritas no Registro Competente, adquirindo personalidade jurídica e, portanto, direitos e obrigações próprias. Podem ser:
Sociedade Empresária: É a pessoa jurídica de direito privado que exerce, de forma organizada, atividade empresarial, ou seja, conjuga os fatores de produção com o objetivo de auferir lucro. Deve ser inscrita na Junta Comercial.
Sociedade Simples: É a pessoa jurídica de direito privado que exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, mas sem a organização e a conjugação de fatores de produção, como ocorre com a sociedade empresária. Deve ser inscrita no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
4
Direito SocietárioClassificação _ Quanto à responsabilidade dos sócios:
Será sempre subsidiária, ou seja, os sócios só podem ser eventualmente responsabilizados pelas obrigações sociais depois de exauridos todos os bens da sociedade. Dessa forma, as sociedades podem ser:
- limitadas: a responsabilidade dos sócios é limitada ao montante do capital social subscrito e não integralizado. (S/A _ entre os sócios a responsabilidade não é solidária; e LTDA _ entre os sócios a responsabilidade é solidária.)
- ilimitadas: sócios assumem responsabilidade solidária, entre eles, e ilimitada pelas obrigações sociais. (N/C).
- mistas: parte dos sócios tem responsabilidade limitada, enquanto outros, ilimitada. (C/S _ apresenta os sócios comanditados e os sócios comanditários; C/A _ apresenta os diretores ou gerentes e acionistas).
5
Direito Societário Microempresário e Empresário de Pequeno Porte
A CF, em seu artigo 179, estabelece que o Poder Público dispensará tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequeno porte no sentido de simplificar o atendimento às obrigações administrativas, tributárias previdenciárias e creditícias, podendo a lei reduzir ou eliminar tais obrigações.Para tanto, editou-se a Lei Complementar nº 123/2006 que define:
Microempresa: pessoa jurídica ou empresário individual cuja receita bruta anual não ultrapasse R$ 240.000,00.
Empresa de pequeno porte: pessoa jurídica ou empresário individual cuja receita bruta anual entre R$ 240.000,00 e R$ 2.400.000,00.
A Lei Complementar nº 123/06 criou o SIMPLES NACIONAL (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições de ME e EPP). Trata-se de regime tributário simplificado ao qual podem aderir os ME e EPP. 6
Direito Societário
Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica:
A personalidade jurídica da sociedade, em regra, não se confunde com a dos sócios que a integram. Ocorre que, quando sua autonomia patrimonial servir para acobertar práticas fraudulentas dos sócios, tal personalidade poderá ser desconsiderada, atingindo-se pessoal, direta e ilimitadamente o autor da fraude.
7
Direito Societário
Modificação na Estrutura da Sociedade
Transformação: é a operação pela qual a sociedade passa de um tipo para o outro, independente de dissolução ou liquidação. Deve haver o consentimento de todos os sócios, salvo se houver estipulação contratual ou estatutária em contrário.
Incorporação: ocorre quando uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede nos direitos e obrigações. A incorporada é extinta pela transmissão total de seu patrimônio, permanecendo a incorporadora. Os sócios da incorporada passam a participar diretamente da incorporadora.
8
Direito Societário
Fusão: união de duas ou mais sociedades que se extinguem, gerando uma nova.
Cisão: caracteriza-se pelo desdobramento de sociedade em, pelo menos, duas novas que a sucedem ou pela transferência de parcela do patrimônio de uma sociedade a outro, ou outras já existentes.
9
10
Títulos de crédito São documentos representativos de obrigações
pecuniárias. Não se confundem com a própria obrigação, mas a representam.
Existem diferentes instrumentos jurídicos que a podem representar! Ex.: declaração, sentença judicial, contrato.
Atributos dos títulos de crédito: Há duas especificidades que beneficiam aquele que é credor por um título de crédito: Negociabilidade e executividade.
11
Atributos dos títulos de créditoNegociabilidade:
Facilidade de circulação do crédito; Informalidade; Ajuda financeira; Capital de giro. Aquele que emite um título de crédito não está fazendo
promessa de pagamento dirigida exclusivamente ao beneficiário original, mas a pessoa indeterminada! Para quem, na data do vencimento, esteja com a posse do título!
Executividade: Maior eficiência na cobrança (célere). Representam maior liquidez e certeza.
Exemplo: Credor de valor relativo a indenização, representado por título de crédito:
1. Poderá, antes do vencimento, valer-se dele para o seu giro econômico;
2. Na hipótese de inadimplemento, possibilita a execução imediata.
12
Atributos dos títulos de crédito São instrumentos de circulação de riqueza na
sociedade! O conjunto das normas que regem os títulos de crédito
recebe o nome de direito cambiário ou cambial.
Artigo 887, do Código Civil:“O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.”
Deste conceito são extraídos os princípios basilares dos títulos de crédito:
1. Princípio da cartularidade; 2. Princípio da literalidade; 3. Princípio da autonomia.
13
Princípios basilares dos títulos de crédito1. Princípio da Cartularidade:
É necessária a existência da cártula. Não basta ser credor, é necessário ter posse; Presume-se quitada a obrigação se o devedor estiver na
posse do título! Ex.: Impossibilidade de execução judicial com cópia
xerográfica do título. 2. Princípio da Literalidade:
O título de crédito é um documento escrito e em sua análise somente se levará em consideração aquilo que estiver nele expressamente consignado.
O que não se encontra expressamente consignado no título de crédito, não produz conseqüências na disciplina das relações jurídico-cambiais. *Exemplo.
14
Princípios basilares dos títulos de crédito3. Princípio da autonomia:
Independência das relações cambiárias. É relevante para a circulação do título. As obrigações representadas por um mesmo título de crédito
são autônomas entre si. Exemplo.
Conclusão:
O terceiro de boa-fé não pode ser surpreendido por oposição concernente a relação jurídica de que não foi parte.
O título chega as suas mãos purificado de qualquer exceção pessoal entre devedor e credor originário.
15
Princípios basilares dos títulos de crédito Estes princípios não são produtos do engenho do
legislador e dos juristas, mas decorrem de um longo processo histórico, que os comerciantes vêm desenvolvendo e aprimorando.
Neste sentido, entende-se como um determinado empresário credor pode receber, com segurança, em pagamento por parte de seu devedor, um título de crédito de que este seja o titular, de responsabilidade de um terceiro desconhecido.
16
Endosso É a transferência do crédito representado no
título, bem como de sua posse.
O alienante do crédito é o endossante ou endossador e o adquirente, o endossatário.
São efeitos do endosso: i) a transferência da titularidade do crédito do
endossante para o endossatário; ii) a garantia do pagamento pontual, na
medida em que o endossante responde pelo pagamento do título, na qualidade de coobrigado.
17
EndossoEspécies:
Em preto: aquele em que o endossante identifica quem é o endossatário.
Em branco: aquele em que o endossante não identifica o endossatário, ficando o título ao portador, cabendo a este o novo endosso em preto ou em branco.Poderá ainda o endossatário transferir o título por mera tradição, hipótese em que, não estará coobrigado ao seu pagamento.
18
Aval
É a garantia, total ou parcial, do pagamento do título.
O avalista responde da mesma forma que o avalizado. Não há benefício de ordem!
O aval pode ser firmado com a simples assinatura no verso ou anverso do título, identificando ou não o avalizado (em preto ou em branco).
Se não houver identificação do avalizado presume-se ser o devedor principal.
19
Aval
O avalista, pagando o título, fica sub-rogado nos direitos ali contidos, podendo cobrá-lo tanto do avalizado como dos demais coobrigados.
O aval deve ser dado antes do vencimento do título, se feito depois tem caráter de fiança.
A fiança se difere do aval, na seguinte medida:* Não é garantia cambial;* A obrigação do fiador é acessória;* Há benefício de ordem.
20
Nota promissória
É uma promessa de pagamento feita pelo sacador (emitente) ao sacado (beneficiário) comprometendo-se a pagar determinado valor em certa data.
O subscritor (sacador) da nota é o seu devedor principal, sendo o protesto, no caso de cobrança, facultativo.
O vencimento do título será à vista ou a dia certo.
21
22
Duplicata A duplicata é ordem de pagamento emitida em
razão de causa prevista em Lei, qual seja: a compra e venda de mercadorias ou ainda, a prestação de serviços.
Assim, são duas as espécies de duplicata: i) duplicata mercantil; ii) duplicata de serviços.
É regulada pela Lei nº 5.474/68.
23
Duplicata mercantil É título de crédito representativo de contrato de compra
e venda mercantil.
Firmado o contrato de compra e venda mercantil entre vendedor e comprador, àquele cabe a obrigação de emitir fatura ou nota fiscal-fatura, discriminando as mercadorias vendidas, em natureza, preço e quantidade.
Sendo a venda a prazo, ou seja, pagamento em prazo não inferior a 30 dias da data da entrega ou despacho da mercadoria, o vendedor poderá emitir título de crédito representativo do contrato firmado, é a duplicata.
O protesto deve ser efetuado na praça de pagamento constante da duplicata ou no domicílio do sacado, no prazo de 30 dias a contar de seu vencimento, para conservação do direito contra os coobrigados.
24
25
Duplicata de prestação de serviço Além da duplicata mercantil, a lei das Duplicatas
prevê ainda a possibilidade de emissão de duplicata de prestação de serviços, que pode ser sacada por empresário individual, sociedade, fundações, sociedade simples, profissionais liberais e prestadores de serviço de natureza eventual.
Obedece às mesmas normas relativas à duplicata mercantil.
A fatura discriminará a natureza dos serviços prestados e o seu valor.
26
Cheque É uma ordem de pagamento à vista, emitida pelo
sacador contra o banco, determinando o pagamento de certa quantia, com base em provisão de fundos depositados pelo emitente ou crédito concedido pelo banco.
O banco não tem qualquer obrigação cambial, não respondendo pela satisfação do crédito.
É regulado pela Lei nº 7.357/85.
27
Cheque
28
Cheque
O cheque deve ser apresentado a pagamento:
em 30 dias da emissão, se for da mesma praça; em 60 dias da emissão, se for de praça distinta.
Obs.: O credor que não observar o prazo perde o direito de execução contra os coobrigados;
29
ChequeModalidades:
Cheque visado: é aquele em que o banco emite declaração de suficiência de fundos a pedido do emitente. Este cheque será sempre nominativo, e terá essa garantia durante o prazo de sua apresentação;
Cheque administrativo: é o cheque nominativo emitido pelo banco contra um de seus estabelecimentos. Há garantia na satisfação do crédito, já que o devedor é o próprio banco.
30
Cheque Cheque cruzado: é aquele em que se permite
identificar a pessoa em favor de quem o título foi liquidado. Somente pode ser pago a um banco. Deve ser cruzado com dois traços transversais, com indicação ou não do beneficiário (em preto ou em branco);
Cheque para se levar em conta: têm a mesma função do cheque cruzado, ou seja, identificar o beneficiário. Dessa forma, o banco somente poderá pagar o referido cheque mediante depósito na conta corrente do favorecido. Não é permitida a transferência e a liquidação em dinheiro.
31
ChequeDevolvido o cheque pelo banco, o credor poderá executar o emitente ou seu avalista, independente de protesto, e os coobrigados, mediante lavratura do instrumento de protesto, dentro do prazo de apresentação acima estudado.
A execução prescreve: em 6 meses, a partir do término do prazo de
apresentação para pagamento.
Direito Societário e Títulos de Crédito
Disciplina:
Direito dos Transportes
Fim