UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PREGÃO ELETRÔNICO NAS
COMPRAS FEITAS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL
Por: Roseli da Silva Fontes Araujo
Orientadora
Profª. Mariana Monteiro
Rio de Janeiro
2014
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PREGÃO ELETRÔNICO NAS
COMPRAS FEITAS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Direito Público Tributário
Por: . Roseli da Silva Fontes Araujo
3
AGRADECIMENTOS
....A Deus, ao meu esposo, mãe, a
professora e orientadora Mariana
Monteiro, parentes, e amigos, etc......
5
RESUMO
O presente trabalho científico aborda o processo licitatório na
modalidade pregão eletrônico. A temática inicia-se pelas normas gerais de
licitação, lei n°8.666/93. Seguindo, de forma mais especifica pela lei
n°10.520/2002 e o decreto n° 5.450/2005.
Com o avanço tecnológico, o cenário das contratações públicas vem
se modernizando por meio do pregão eletrônico, que é o propulsor da
celeridade nos processos, pelo quais todas as etapas são feitas via sistema,
mantendo a inversão das fases de habilitação e análise das propostas trazidas
pelo pregão presencial, além disso conjuga eficiência e eficácia na aplicação
dos recursos públicos, de forma simplificada, aumentando a competitividade
com a ampla participação de diversas empresas localizadas em diferentes
territórios.
O objetivo desse estudo é apresentar ao leitor, o conceito do pregão
eletrônico, as fases internas e externas, suas características e peculiaridades,
a forma especial do registro de preços e suas especificidades. As orientações
do Tribunal de Contas da União, bem como o enfoque das vantagens e
desvantagens, identificando as incidências de práticas ilícitas.
A intenção principal é demonstrar com maior ênfase as dificuldades
que o gestor público encontra para realizar as aquisições e as contratações na
forma da lei, com qualidade e a menor custo, frente às implicações
conjunturais do sistema estatal.
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I – Pregão eletrônico, uma modalidade licitatória 12
1.1 – Licitação 12
CAPÍTULO II – Pregão eletrônico e suas fases 18
2.1 – O pregão Eletrônico 18
2.1.1 – Fase interna ou preparatória da contratação administrativa 23
2.1.2 – Fase externa ou preparatória da contratação administrativa 24
2.2 – O pregão eletrônico pelo sistema de registro de preço 31
3.2 – As vantagens e desvantagens no pregão eletrônico 39
3.2.1 – As vantagens 39
3.2.2 – As desvantagens 42
CONCLUSÃO 50
BIBLIOGRAFIA 52
ÍNDICE 54
FOLHA DE AVALIAÇÃO 55
7
INTRODUÇÃO
Toda organização tem necessidade de realizar contratações para
adquirir produtos e serviços a fim de garantir a efetivação das metas e
objetivos. Assim, também ocorre na Administração Pública, mas com algumas
peculiaridades por tem a função de gerir recursos públicos e promover a
prestação dos serviços com qualidade a toda coletividade.
O serviço público é essencial e necessidade à coletividade, deve,
portanto, ser prestado de forma ágil e eficaz, seguindo os princípios que regem
tal instituto, sendo eles: legalidade; impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência.
Com o fim de buscar o melhor resultado na atuação da Administração
Pública, a nossa Constituição Federal em seu artigo 37, inciso XXI, teve por
objetivo delimitar a discricionariedade da Administração Pública, definindo
como regra a obrigatória de realizar a licitação, antecedendo as contratações
administrativas, admitindo apenas as exceções legais descritas nos artigos 24
e 25 da Lei nº 8.666/93.
O administrado público não deve somente observa quando das
contratações públicas a legislação pertinente, mais também os princípios
constitucional, como a legalidade, a igualdade, publicidade, probidade,
impessoalidade, moralidade e eficiência.
A Lei nº 8.666/93 foi criada para regulamentar a obrigatoriedade em
licitar, seguindo o previsto no artigo 22, inciso XXVII, do texto constitucional.
Além disso, defini normas gerais sobre licitações.
A lei 8.666/93 trata de cinco modalidades de licitação: concorrência,
tomada de preço, convite, concurso e leilão. O presente estudo tem como
8
enfoque analisar o pregão eletrônico como uma modalidade de licitação que
surge em um contexto de mudanças, pelas quais o Estado enfrenta para
conseguir conferir maior agilidade e eficiência ao procedimento licitatório.
Portanto, como bem entendido, a regra é licitar, a fim de promover a
competitividade e consequentemente obter maior vantagem nas propostas
oferecidas pelas empresas obtendo menor emprego de recurso público.
Nessa linha, será abordada a forma que se instrumentaliza a licitação
conforme legislação e doutrina. Tal exposição argumentativa direcionará para a
modalidade licitatória pregão eletrônico, que atualmente é o meio mais
utilizado, principalmente nas compras Federais.
O Pregão eletrônico está definido na lei n°10.520/2002 e pelo decreto
n° 5.450/2005, sendo a modalidade meio eletrônico com maior simplificação na
sua aplicação, mantendo a mesma inovação da forma presencial em relação
as outras espécies de licitação, ou seja, a inversão das fases de habilitação e
análise das propostas. Dessa forma, apenas a documentação do participante
que tenha apresentado a melhor proposta é analisada, com isso, proporcionou-
se maior celeridade.
A simplificação favorecida pelo pregão eletrônico pode estimular o
aumento da competitividade e ampliar a participação de empresas de pequeno
e médio porte, que por sinal, sãos as mais beneficiadas pela redução dos
custos de transação, sem mencionar que poderão participar empresas de
qualquer localidade
Para um melhor estudo do pregão eletrônico, primeiramente faz-se
mister analisar um comparativo entre a forma presencial e a eletrônica. Na
prática dos pregões, além das vantagens decorrentes da adoção da nova
modalidade que, em geral, são: a inversão de fases, habilitando apenas o
proponente melhor classificado, a celeridade da fase externa da licitação, com
9
o estabelecimento de prazo de publicação de 08 (oito) dias, julgamento
instantâneo, apenas uma fase de recurso, economicidade e transparência.
No pregão presencial em relação ao eletrônico, há certa sobrecarga de
ações e responsabilidades do pregoeiro, pois todos os atos da sessão são
unicamente conduzidos por ele, seja realizando credenciamentos, efetuando
classificação de propostas, gerindo a fase de lances, conferindo documentos
habilitatórios, estabelecendo manifestação de interposição de recursos,
julgando-os admissíveis ou não e adjudicando o objeto. Todos estes atos
ressaltem-se, na presença física dos participantes a fim de assegura maior
transparência dos atos da Administração para toda a sociedade.
Quando realizado por meio eletrônico, o pregoeiro também é imbuído
da mesma responsabilidade, porém muitas das ações são realizadas pelo
próprio sistema, e a documentação para habilitação são remetidas on-line, e o
prévio credenciamento, ordenamento das propostas em ordem classificatória,
controle do tempo da fase de lances, desempate de propostas e demais
controles de etapas que são definidos automaticamente pelo sistema, inclusive
a confecção de ata da sessão pública.
Outra vantagem apresentada pela forma eletrônica é a vinculação das
propostas vencedoras, automaticamente, ao Sistema Integrado de
Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, módulo integrado do
Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais – SIASG onde ocorre
empenho das despesas.
Uma peculiaridade dessa modalidade, é que só pode ser empregada
para contratações de bens e serviços comuns com origem de recursos
públicos da União, decorrentes de convênios, instrumentos congêneres,
consórcios públicos, organizações sociais federais ou organizações da
sociedade civil de interesses públicos, cujos recursos são oriundos de
repasses pela União. De tal modo, se os recursos forem oriundos da União,
10
deverá utilizar do pregão eletrônico para a aquisição e contratação de bens ou
de serviços comuns.
No âmbito da União, o veículo utilizado para operacionalizar o pregão
eletrônico é o Comprasnet, que é um portal de compras eletrônica, implantado
e consolidado como uma ferramenta de trabalho para as áreas de contratação
e das comissões de licitação que imprime maior transparência e agilidade na
aquisição de bens de consumo e contratação de serviços.
A questão da transparência, também é um fator bem difundido e
favorável nessa forma de compra pois possibilita a qualquer cidadão
acompanhar as contratações, os recursos empenhados e as empresas
participantes.
Outra forma, bastante empregada com o pregão eletrônico é o sistema
de registro de preço, na forma do decreto 7.892/2013, que é uma espécie de
acordo por meio de cadastro de produtos e fornecedores, selecionados
mediante licitação, para contratações sucessivas de bens e serviços,
respeitados lotes mínimos e outras condições previstas no edital durante 12
meses.
Neste cenário, o objetivo geral deste estudo é apresentar ao leitor, o
conceito, as fases internas/externas e características do Pregão eletrônico. A
partir dessa linha descritiva, abordar o objetivo específico que é o enfoque das
vantagens e desvantagens do seu uso como modalidade de licitação.
Identificar as incidências das práticas ilícitas que podem proporcionar ação
fraudulenta, seja na obtenção de qualquer tipo de vantagem ou até mesmo
para a efetividade na aquisição de bens e de serviços comum.
Seguindo o estudo, será esquematizada as dificuldades que o gestor
público encontra para realizar as aquisições e as contratações na forma da lei,
11
visto o rigorismo predefinido e a falta de estrutura frente as implicações
conjunturais do sistema estatal.
Ainda no contexto, será exposta a dificuldade na prática para realizar
as aquisições somando melhor preço e qualidade tendo em vista a gama de
empresas que oferecem seus produtos e serviços sem qualidade tentando se
mascarar e se favorecer do rigor legal sobre a Administração Pública.
Esse estudo científico abordou-se a metodologia da pesquisa
bibliográfica usando materiais já elaborados, constituídos de livros e artigos
científicos, aprofundando as teses argumentativas com base nos
entendimentos e orientações jurisprudenciais do Tribunal de Contas da União
visto sua função essencial em realizar a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial dos entes federativos, da
Administração Pública direta e indireta, como também as diretrizes da
Advocacia Geral da União. Esses órgãos são auxiliadores e fiscalizadores dos
procedimentos licitatórios realizados pela máquina estatal, a fim de garantir o
fiel cumprimento legal, por meio de pareceres jurídicos, podendo inclusive
expedir medidas cautelares, no caso do TCU, para evitar futura lesão ao erário
e garantir o cumprimento de suas decisões.
12
CAPÍTULO I
PREGÃO ELETÔNICO, UMA MODALIDADE LICITATÓRIA
Para iniciar o estudo científico sobre pregão eletrônico, primeiramente,
deve-se entender o processo licitatório.
A licitação pública é o meio criado para restringir a liberdade da
máquina estatal, quando na contratação de serviços e compras de materiais, a
fim de garantir a igualdade e a competitividade do mercado, de forma a
preservar a moralidade e a legalidade, atendendo com eficiência e eficácia os
interesses da coletividade
1.1 – Licitação
É o procedimento administrativo preparatório e integrado por atos e
fatos da administração e dos licitantes, que gerará um futuro contrato.
Consequentemente, uma expectativa de direito, tendo em vista, que a
administração pública não é obrigada a celebrar contrato, contudo se assim o
fizer será com o proponente vencedor.
Conforme conceitua Hely Lopes Meirelles: “É o
procedimento administrativo mediante o qual a
administração pública seleciona a proposta mais
vantajosa para o contrato de seu interesse” (ALEXANDRE
MAZZA, 2011, p.306).1
Ao longo do tempo, a regulamentação legislativa da licitação no Brasil
sofreu modificações desde seu surgimento até a atual positivação.
1 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. Editora Saraiva, 2011, p.306.
13
A primeira norma utilizada foi o Código das Ciências Contábeis
Decreto-Legislativo. n° 4.536, de 28 de janeiro de 1922, Código de
Contabilidade Pública regulamentado pelo Decreto n°15.783, de 08 de
novembro de 1922. A falta de lei própria para a matéria deu ensejo a
divergências doutrinárias, principalmente quando do advento da Lei Federal n°
5.456, de 20 de junho de 1968, que definiu normas de contratação no Decreto-
Lei n° 200, de 25 de fevereiro de 1967, aos Estados e Município, e o Decreto-
Lei n° 2.300, de 21 de novembro de 1986, para a Administração Pública
Federal.
Como a Constituição da época não definia a competência para legislar
sobre licitação, a divergência ampliou-se ainda mais, originando duas
correntes, a primeira entendia que a licitação é matéria de direito financeiro,
cabendo assim à União estabelecer normas gerais, e aos Estados às normas
supletivas, a outra compreendeu que a licitação é matéria de direito
administrativo, de competência legislativa, ou seja, compete a cada um dos
entes da federação legislar.
Com o advento da Constituição de 1988, à controvérsia foi
solucionada, deu-se competência privativa à União para legislar sobre normas
gerais de licitação e contratação, nas diversas unidades federativas, art. 22, inc
XXVII; art. 37, XXI e art. 173, § 1°, III.
Ainda no art. 37, inciso XXI da Constituição de 1988, fundamentou-se
a obrigatoriedade da Administração licitar, assim na contratação pública,
ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras
e alienações serão contratados mediante processo licitatório de forma pública,
que garanta a igualdade de condições a todos os concorrentes.
Mas ainda, falta uma lei que regulamentasse essas contratações, e em
21 de junho de 1993 entra em vigor a Lei Federal n° 8.666, que revoga o
Decreto-Lei n° 2.300/86 e regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
14
Federal, instituindo normas para licitações e contratos da Administração
Pública, conforme texto do art. 1° da lei 8.666/93, que estabelece ser essa lei
regulamentadora de norma gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços e compras no âmbito da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.
E no mesmo diploma legal, art. 22, menciona cinco modalidades para
licitar: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão.
Assim, com a entrada em vigor da lei n° 10.520, de 17 de julho de
2002, surgiram duas modalidades de pregão, a forma convencional
(presencial) e a eletrônica cujo objetivo era promover a celeridade dos
procedimentos na aquisição de bens e serviços comuns em que a disputa pela
contratação se verifica publicamente através de lances operacionais, sendo
semelhante ao leilão e diferente no procedimento das ofertas, que são
crescentes, a partir de um valor mínimo aceitável definido pela Administração,
e nesse as ofertas são decrescentes, cujo parâmetro é determinado pelo
máximo pecuniário que se propõe a Administração a pagar.
Posteriormente, foi aprovado o Decreto n° 5.450 de 31 de maio de
2005, que trouxe normas para o pregão eletrônico, no que tange a aquisição
de bens e serviços comuns, no âmbito da União, registrando o seu caráter
obrigatório, e preferencial à forma presencial.
Para o Tribunal de Contas da União, órgão fiscalizador e orientador da
Administração Pública, bem ou serviço comum é aquele que pode ter seus
padrões de desempenho e qualidade objetivamente definidos pelo edital, por
meio de especificações usuais no mercado. O conceito de serviço comum não
está necessariamente ligado a sua complexidade. Acórdão 1287/2008
Plenário.
15
Quando a Administração Pública for contratar, deverá respeitar os
princípios constitucionais, da isonomia ou igualdade, da seleção da proposta
mais vantajosa e os previstos na Lei 8.666/93, art. 3°, a legalidade, a
impessoalidade, a moralidade, a probidade, da competitividade, a publicidade,
eficiência, a vinculação ao instrumento convocatório, a razoabilidade, o
julgamento objetivo e da economicidade. De todo modo, não há uma
uniformidade entre os doutrinadores, com relação aos princípios, cada um
elucida os quais entende correlacionar ao tema.
A isonomia ou igualdade é o princípio que garante o tratamento
igualitário a todos os concorrentes, proibindo preferências, distinções ou
qualquer outra circunstância que desvirtua o objeto especifico do contrato. art.
3°, § 1° da Lei 8.666/93.
A impessoalidade é o princípio que garante que todos os licitantes
devem ser tratados igualmente, em termos de direitos, obrigações, devendo a
Administração, em suas decisões, pautar-se por critérios objetivos, sem levar
em consideração as condições pessoais do licitante ou as vantagens por ele
oferecidas, salvo as expressamente previstas na lei ou no instrumento
convocatório.
A moralidade e a probidade são princípios que exigi da Administração
comportamento não apenas lícito, mas também que estejam em consoante
com a moral, os bons costume, a ideia de justiça, equidade e honestidade em
todos os procedimentos licitatórios
A legalidade é o princípio basilar da licitação, que defini que todos os
procedimentos sejam formais e vinculativos as normas constituídas nas leis.
Os participantes da licitação têm direito público subjetivo à fiel observância ao
estabelecido em lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o procedimento.
Assim, o licitante que se sentir lesado pela inobservância do que esteja
16
estabelecido em lei, poderá dependo da fase impugnar o procedimento ou
ingressar com recurso.
Esse direito público subjetivo vai corresponder ao direito difuso, por
isso que o cidadão por iniciativa própria pode manifestar-se contra a
ilegalidade utilizando os instrumentos definidos na Lei 8.666/93, arts. 4°, 41 §1,
101, e 113 §1.
A competitividade é a busca pela melhor proposta, por isso é
extremamente proibido o uso de exigências que limita o caráter competitivo.
A vinculação ao instrumento convocatório exige que tanto a
Administração Pública como as empresas proponentes, obedeçam às
condições estabelecidas no Edita, ou seja, o edital é lei na licitação. Art. 41 da
Lei 8.666/93.
O princípio do julgamento objetivo consistiu que o edital deve conter
normas claras no critério de julgamento das propostas para determinar o
licitante vencedor. A análise dos documentos deve ser predefinida e com
avaliação objetiva, nunca poderá o agente usar da subjetividade.
A publicidade é o princípio que se buscar dar ciência aos
administrados, sobre a atuação da administração. Portanto, atos irregulares
não serão convalidados pela publicação, diferentemente dos regulares que
necessitam ser publicados para serem exigidos.
A eficiência é o princípio que exigi a prática de atos não só legais, mas
que atenda os serviços públicos e sejam satisfatórios às necessidades da
sociedade, os resultados são em prol da coletividade.
A razoabilidade é o princípio muito empregado. A Administração
Pública deverá obedecer a critérios aceitáveis ao ponto de vista racional não
17
podendo ultrapassar os limites estabelecidos em lei. O agente público deverá
ponderar na sua decisão de forma a busca a melhor para o interesse público.
A economicidade é o princípio que visa a atuação do agente público
em busca da proposta mais vantajosa com menor desprendimento econômico
sem a perda da qualidade nas contratações públicas.
Visto os principais princípios norteadores da licitação na Administração
Pública e como já dito, cada doutrinador trata de forma diferenciada e
enumerativa a diversos outros princípios. Passa-se a estudar o pregão
eletrônico propriamente dito.
18
CAPÍTULO II
PREGÃO ELETÔNICO E SUAS FASES.
2.1 – O pregão eletrônico
É definido como a modalidade licitatória mais difundida na
Administração Pública Federal, nas contratações de serviços e aquisições de
bens. O fornecimento é feito por meio de lances em sessão pública com
recursos tecnológicos, na forma da Lei n°10.520/2002 e pelo Decreto n° 5.450,
de 31 de maior de 2005.
Essa modalidade atualmente é a mais utilizada em todos os entes
federados, e demais entidades públicas, tanto da administração direta como na
indireta. O Decreto n° 5.450/2005 estabelece a exigência de preferencialmente
utilizar a forma eletrônica nas contratações de bens e serviços comuns,
realizados com origem de recursos públicos da União, decorrentes de
convênios, instrumentos congêneres, consórcios públicos, organizações
sociais federais ou organizações da sociedade civil de interesses públicos,
cujos recursos são oriundos de repasses pela União. De tal modo, se os
recursos forem oriundos da União, deverá utilizar do pregão eletrônico para a
aquisição e contratação de bens ou de serviços comuns.
Diferentemente das outras espécies de licitação o pregão se dá pela
inversão das fases de habilitação e análise das propostas. Dessa forma,
apenas a documentação do participante que tenha apresentado a melhor
proposta é analisada, com isso, proporcionou-se maior celeridade. A criação
por meio eletrônico, foi a grande virada, promovendo maior disputa,
competitividade, promovendo a economia em escala, alcançando o menor
preço.
19
No âmbito da União, o veículo utilizado, inclusive para operacionalizar
o pregão eletrônico e o Comprasnet, que é um portal de compras eletrônica,
implantado e consolidado como uma ferramenta de trabalho para as áreas de
contratação e das comissões de licitação que imprime maior transparência e
agilidade na aquisição de bens de consumo e contratação de serviços
O que é entendido como bens e serviços comuns?
De acordo com o art. 1º, § 1º, da Medida Provisória nº 2.026/2000, são
considerados bens e serviços comuns aqueles cujos padrões de desempenho
e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais no mercado. Mas esse conceito legal é insuficiente,
tendo em vista que, em regra, todos os bens licitados devem ser objetivamente
definidos, em descrição sucinta e clara, de acordo com o que preceitua o art.
40, I, da Lei 8.666/93.
O Decreto 3.555/2000, com redação dada pelo Decreto n° 3.784/2001,
estabeleceu para o âmbito da União um rol taxativo dos bens e serviços que
podem ser contratados mediante pregão. Com isso, se for interpretar
sistematicamente o conjunto de leis sobre licitação, concluir-se que é proibido
o uso do pregão, para todas as esferas federais, quando se tratar de
contratação de obras e serviços de engenharia, locações imobiliárias ou de
bens e serviços de informática e automação.
Contudo, verifica-se que são inúmeros os objetos passíveis de serem
licitados pelo pregão, o que torna inviável qualquer tentativa de se estipular,
num rol taxativo, ou seja, uma enumeração das quais bens e serviços podem
ser contratados por essa nova modalidade. Portanto, o rol trazido pelo Decreto
3.555/2000, é apenas exemplificativo, servindo para orientar o administrador
na caracterização do bem ou do serviço comum.
20
Outra interpretação para a contratação de obra e serviço de
engenharia por meio do pregão, segundo o professor Sidnei Pacheco de Melo
(Licitações e Contratos Administrativos, Fiscalização, Gestão e Controle, p.5)2.
O decreto regulamentador do pregão, não detém força suficiente para criar ou
proibição, sem que esteja predisposta em lei, o que inclui a realização de obras
na modalidade de pregão, pois somente à lei, compete inovar o ordenamento
jurídico, jamais um decreto, conforme dispõe o art. 84 da Constituição de 1988.
Portanto, desde de que a natureza se disponha comum, cujos padrões de
desempenho e principalmente, de qualidade possam ser especificados por
objetivas descrições conhecidas no mercado, e naturalmente, o tipo da
licitação corresponda de menor preço, não se verifica óbice que obras sejam
contratadas em decorrência de procedimentos licitatórios sob a modalidade de
pregão sendo assim, os serviços de engenharia, desde que dotados de
especificações lidas comuns, estariam adstritas às regras da Lei do Pregão.
E para melhor entender esse controvertido tema, é fundamental
estudar as orientações e jurisprudência aduzidas pelo Tribunal de Contas da
União.
O Egrégio Tribunal em seu Compendio de Licitações e Contratos, ano
2010, p.673, traduz a temática da contratação de obras e serviços de
engenharia, locações imobiliárias ou de bens e serviços de informática e
automação da seguinte forma: “o fato de estarem os serviços vinculados a
diversas normas técnicas não é suficiente para caracterizá-los como comuns,
pois mesmo os serviços de engenharia evidentemente complexos como
projetos de alta tecnologia (v.g. desenvolvimento de semicondutores) estão
sujeitos a diferentes normas técnicas. Nesses casos as normas estabelecem
padrões mínimos a serem seguidos, mas de forma alguma modulam os
2 MELO, Sidinei Pacheco de. Licitações e Contratos Administrativos, Gestão e Controle, 2013, p.5. 3 Revista, atualizada e ampliada. Orientações e Jurisprudências do TCU. Licitações e Contratos. 4ª ed., Brasília-DF,
2010.p.67.
21
serviços em sua totalidade de forma a ser possível considerá-los padronizados
ou usuais de mercado. Acórdão 1615/2008 Plenário (Voto do Ministro Relator).
O art. 1º, caput da Lei nº 10.520/2002, e art. 1º, caput, e 2º, § 1º do
Decreto nº 5.450/2005, providenciando a realização de pregão eletrônico para
a contratação de serviços comuns de engenharia, ou seja, aqueles serviços
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. Acórdãos
817/2005 e 1329/2006, ambos do Plenário, e Acórdão 286/2007 Primeira
Câmara, entre outros). Acórdão 2664/2007 Plenário.
Necessário verificar quando da realização de pregão para a
contratação de serviços de engenharia, se possuem caráter comum, tal como
exigido no art. 1º da Lei nº 10.520/2002. Acórdão 709/2007 Plenário.
No mesmo sentido, a Egrégia Corte de Contas da união
através do Ministro Valmir Campelo manifestou-se: “[
Como se vê, a Lei nº 10.520, de 2002, não excluiu
previamente a utilização do Pregão para a contratação de
obras e serviços de engenharia. O que exclui essas
contratações é o art. 5º do Decreto 3.555, de 2000.
Todavia, o item 20 do Anexo II desse mesmo Decreto
autoriza a utilização do Pregão para a contratação de
serviços de manutenção de imóveis, que pode ser
considerado serviço de engenharia. Examinada a
aplicabilidade dos citados dispositivos legais, recordo que
somente à lei compete inovar o ordenamento jurídico,
criando e extinguindo direitos e obrigações para as
pessoas, como pressuposto do princípio da legalidade4.
4 CAMPELO, Ministro Valmir. Tribunal de Contas da União. O uso do pregão nas contratações de serviços comuns de engenharia encontra amparo na Lei nº 10.520/2002. Acórdão 709/2007 Plenário. Interessada: Secretaria das Sessões do Tribunal de Contas da União (Seses). Relator Ministro José Múcio Monteiro. 28, abril 2010. p.1- 6.
22
Segundo argumentação proferida no Acordão 817/2005, da 1ª Câmara
em 03 de maio de 2005, pelo então Ministro Valmir Campelo, que atuou como
relator, defende que o decreto, por si só, não reúne força para criar proibição
que não esteja prevista em lei, com o propósito de regrar a execução e a
concretização, tendo em vista o que dispõe o inciso IV do art. 84 da Carta
Política de 1988. Desse modo, as normas regulamentadoras que proíbem a
contratação de obras e serviços e engenharia pelo Pregão carecem de
fundamento de validade, visto que não possuem embasamento na Lei nº
10.520, de 2002. O único condicionamento que a Lei do Pregão estabelece é a
configuração do objeto da licitação com bem ou serviço comum.5
O Tribunal de Contas da União defende que a lei 10.520/2002 e o
decreto 5.450/2005 amparam a realização de pregão eletrônico para a
contratação de serviços comuns de engenharia, ou seja, aqueles serviços
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado.
Por fim, esse assunto foi tão difundido nessa Corte, que chegou a ser
sumulada.
Súmula 257/2010 – TCU: O uso do pregão nas
contratações de serviços comuns de engenharia encontra
amparo na Lei nº 10.520/2002.
Pode-se concluir que está pacificado na doutrina e na jurisprudência
que a contratação de obras e serviços de engenharia, locações imobiliárias ou
de bens e serviços de informática e automação podem ser realização a
contratação por intermédio da modalidade Pregão, desde seja caracterizado
como serviço comum.
5 CAMPELO, Ministro Valmir. Tribunal de Contas da União. Possíveis irregularidades praticadas pelo Serpro na realização de pregão. Constatada a natureza de bens e serviços comuns daqueles constantes do objeto do referido pregão. Acórdão 817/2005 - Primeira Câmara. Interessada: Soclima Engenharia LtdaUnião (Seses). Relator Ministro Valmir Campel.09, maio 2010. p.1- 7.
23
2.1.1 – Fase interna ou preparatória da contratação administrativa
A fase interna do pregão conforme art. 3° da Lei n° 10.520/2002, é a
que se constitui do conjunto de atos e atividades de caráter preparatório a
cargo do órgão administrativo. Sendo providências que antecedem o certame.
A autoridade competente justificará a necessidade de contratação e
definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de
aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do
contrato, inclusive com a fixação dos prazos para fornecimento;
A definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas
especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a
competição.
Nos autos do procedimento constarão a justificativa das definições
referidas ao objeto, a justificativa e necessidade de contratação, os critérios de
habilitação, aceitação e sanções, como também os elementos técnicos
indispensáveis sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento,
elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços
a serem licitados.
A autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou
entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja
atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a
análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a
adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.
A autoridade competente designará o pregoeiro, a quem incumbe
dirigir todos os trabalhos, inclusive receber as propostas e lances, analisar sua
aceitabilidade e classificação e, ainda, decidir sobre a habilitação e proceder à
24
adjudicação do objeto do pregão ao licitante vencedor, que deverá contar com
a equipe de apoio.
Não deixando de lado, o julgamento deverá conter critérios em
conformidade com a modalidade e o tipo de licitação adotada, observando os
prazos, as especificações técnicas e os parâmetros mínimos de desempenho e
qualidade definidos no instrumento convocatório.
A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores
ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, preferencialmente
pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do
evento.
2.1.2 – A Fase externa ou preparatória da contratação administrativa
A Fase externa é constituída dos atos e atividades que contam com a
participação da Administração e de terceiros. É nela que se consuma
realmente o processo de escolha da melhor proposta e do futuro contratado,
art. 4° da Lei n° 10.520/2002.
Inicia-se com a convocação dos interessados, por meio da publicação
do aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não e existindo, em
jornal de circulação local, e facultativamente, por meios eletrônicos e conforme
o vulto de licitação, em jornal de grande circulação.
O aviso constará a definição do objeto da licitação, a indicação do
local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital.
O Edital contará o objeto do certame, as normas que disciplinarem os
procedimentos e a minuta do contrato, quando for o caso. Sendo este
divulgado e disponibilizado para consulta de qualquer pessoa.
25
Depois da elaboração do instrumento convocatório, será este
submetido à apreciação da assessoria jurídica, que é um órgão consultivo,
para o qual emitirá o parecer jurídico após análise. Havendo apontamentos,
restrições ou orientações, a Administração Pública fica recomendada a
acolher, pois se não o fizer deverá apresentar motivação fundamentada.
Impugnação ou esclarecimentos, de acordo com o art. 12, §1º e §2º do
Decreto 3.555/2000, e arts 18 e 19 do Decreto 5.450/2005, na modalidade
pregão eletrônico, é faculta a qualquer pessoa, cidadão ou licitante, impugnar,
solicitar esclarecimentos ou providências, protocolando o pedido ou
encaminhá-lo por meio eletrônico, até dois dias úteis antes da data fixada para
recebimento das propostas no caso de impugnação e até três dias úteis antes
da data fixada para recebimento das propostas, para esclarecimentos ou
providências.
Sendo acolhida a petição contra o ato convocatório do pregão, será
designada nova data para a realização do certame.
Será designada com dia, hora e local a sessão pública para
reconhecimento das propostas, devendo o interessado representante,
identificar-se, comprovando poderes para práticas dos atos no certame.
O prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da
publicação do aviso, não sendo inferior a 8 (oito) dias uteis.
Aberta a sessão do pregão presencial, os interessados ou seus
representantes, apresentarão declaração dando ciência de que cumprem
plenamente os requisitos de habilitação e entregarão os envelopes contendo a
indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua imediata
abertura e à verificação da conformidade das propostas com os requisitos
estabelecidos no instrumento convocatório. Na forma eletrônica, essa fase é
feita no próprio sistema, mantendo a mesma ideia, sendo que posteriormente a
26
fase de lances, deverá apresentar documentação comprobatória via sistema
(comprasnet).
Em seguida as propostas são abertas via sistema, cabendo ao
pregoeiro verificar, se estas estão em conformidade com as normas e os
princípios estabelecidos no ato convocatório. As propostas que não atenderem
às exigências contidas na licitação ou apresentarem preços excessivos ou
manifestamente inexequíveis deverão ser desclassificadas.
Mas, o que seria preço inexequível?
O Tribunal de Contas, na 4ª Edição - Revista, atualizada e ampliada
sobre Licitações e Contratos aponta certas observações quando do momento
da desclassificação, dentre elas está o preço inexequível. p. 503 a 5316:
a) Com relação a preços manifestadamente inexequíveis, é vedada a
desclassificação dos licitantes, conforme disposições do art. 48,
inciso II, da Lei n° 8.666/1993, sem que haja informações
suficientes sobre os custos dos itens questionados,
comparativamente com seus respectivos quantitativos previstos no
edital. Acórdão 1055/2009 Plenário (Sumário)7. Deve-se conceder a
oportunidade do promitente apresentar justificativa de valor do
preço ofertado;
Ademais, o procedimento adotado no certame em tela de
desclassificação direta das propostas com custos unitários julgados
inexequíveis deve ser analisada sob a ótica do que prevê o art. 48,
6 Revista, atualizada e ampliada. Orientações e Jurisprudências do TCU. Licitações e Contratos. 4ª ed., Brasília-DF,
2010.p.503 - 531. 7 AGUIAR. Ministro Ubiratan. Tribunal de Contas da União. Irregularidade no uso do pregão eletrônico na contratação de empresa especializada na prestação de serviços de transporte aéreo. O uso do pregão nas contratações de serviços comuns de engenharia encontra amparo na Lei nº 10.520/2002. Acórdão 1055/2009 Plenário. Interessada: TB Encomendas e Distribuições Ltda Entidade: Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT. Relator Ministro Raimundo Carreiro. 28, abril 2010. p.31.
27
§ 1º da Lei nº 8.666/1993, que devem está estabelecido no edital e
definidos como parâmetros do que seria considerado preço
manifestamente inexequível, o que apresentasse valores inferiores
a 70% do orçamento da Administração ou inferior a 70% da média
aritmética dos valores das propostas superiores a 50% do valor
orçado pela Administração.
“A desclassificação da proposta por irrisoriedade de
preços depende da evidenciação da inviabilidade de sua
execução, tendo em vista a compatibilidade entre os
custos reconhecidos pelo licitante e aqueles praticados no
mercado. Também deverá ser examinado se o coeficiente
de produtividade previsto na proposta (ainda que
implicitamente) é adequado aos termos previstos para a
execução do contrato. Se o licitante não dispuser de
condições econômicas de executar a proposta, deverá
haver a desclassificação dela. (JUSTEN FILHO, Marçal,
Comentários à Lei de Licitações e Contratos
Administrativos, 10ª Edição, São Paulo. Editora Dialética.
2004, pág. 447)8
Há, porém como dito, a obrigatoriedade do edital veicular as condições
de execução mínimas de executoriedade da prestação. É obvio que não cabe
ao edital estabelecer coeficientes mínimos de produtividade, margens de lucro
ou preços máximos de insumos e custos. O edital deverá prever a
obrigatoriedade de o licitante declinar informação acerca da elaboração de sua
proposta, do molde a permitir um exame objetivo da exequibilidade da
proposta.
Todavia, considera-se inexequível a proposta que apresente preço
global ou unitário simbólico, irrisório ou de valor zero, incompatíveis com os
8 JUSTEN FILHO, Marçal, Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 10ª Edição, São Paulo. Editora Dialética. 2004, pág. 447
28
preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos
encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido
limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de
propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à
totalidade da remuneração.
O tema comporta uma ressalva prévia sobre a impossibilidade de
eliminação de propostas vantajosas para o interesse público. A
desclassificação por inexequibilidades apenas pode ser admitida como
exceção, em hipóteses muito restritas, para não aferir a competitividade, a
proposta mais vantajosa e a isonomia.
Outros apontamentos trazidos pelo Tribunal de contas da União,
quanto a desclassificação da proposta antes da face de lances:
b) Desclassificação de elevado número de licitantes em razão de
critério pouco relevante é medida de excessivo rigor formal, que
fere o princípio da razoabilidade e restringe o caráter competitivo da
licitação. Acórdão 604/2009 Plenário (Sumário)9;
c) A desclassificação de propostas por defeito plenamente sanável
relativa a um dos prazos intermediários de execução pode
configurar decisão arbitrária da administração e direcionamento do
certame a licitante certo, principalmente quando o valor da proposta
desclassificada estava bem abaixo da empresa que permaneceu na
tomada de preços.
9 AGUIAR. Ministro Ubiratan. Tribunal de Contas da União. Indícios de restrição à competitividade. Concessão de cautelar suspendendo o andamento do certame. O Acórdão Acórdão 604/2009 - Plenário. Interessada: Santa Helena Urbanização e Obras Ltda. Entidade Coordenação-Geral de Recursos Logísticos do Ministério do Esporte. Relator Ministro Augusto Sherman Cavalcanti. 04, março 2009. p.1-24.
29
d) As alegações em que se fundam a comissão de licitação para
desclassificar empresa participante do certame devem estar
cabalmente comprovadas no processo, não sendo aceitável que a
comissão, ao declarar que o valor do orçamento básico do certame
encontrava-se defasado, atribua tal fato genericamente a aumento
extraordinário de preços de um dos insumos. Acórdão 3040/2008
Plenário (Sumário). Portanto, as desconformidades sanáveis na
proposta de preços afiguram-se insuficientes para a
desclassificação de concorrente. Acórdão 2836/2008 Plenário
(Sumário).
e) Será desclassificada a proposta que não apresente os elementos
mínimos necessários para a verificação do atendimento às
especificações técnicas previstas em edital. Acórdão 2241/2007
Plenário (Sumário);
Para o julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério
do menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as
especificações técnicas, e o padrão mínimo de desempenho e qualidade
definidos no edital.
Examinada proposta classificada em primeiro lugar, passa-se para a
fase da aceitabilidade, quanto ao objeto e valor, cabendo o pregoeiro decidi
motivadamente.
Encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro
procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do
licitante que apresentou a melhor proposta, para verificação do atendimento
das condições fixadas no edital.
A etapa de habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está
em situação regular perante a Fazenda Nacional, Estadual e Municipal, a
30
Seguridade Social, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS,
comprovação que atende as exigências quanto à habilitação jurídica, a
qualificação técnica e econômico-financeira.
Os entes federados possuem sistema de cadastramento de
fornecedores, a exemplo, o SICAF para os órgãos e entidades da União, nele
resguarda algumas informações de fornecedores que muitas das vezes são
exigidas na fase de habilitação, assim desde que esteja atualizada, pode-se
fazer uso desse sistema, desobrigando o fornecedor de apresentar
correspondentes documentos que vão comprovar a mesma informação.
Após, a fase de habilitação e comprovado o atendimento as exigências
do edital, o licitante será declarado vencedor. Contudo, se não for aceita, ou o
licitante desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as
ofertas subsequentes e suas respectivas qualificações, na ordem de
classificação, até a apuração de um que atenda o edital e seja o licitante
vencedor.
O pregoeiro está livre para realizar negociação de preço, buscando
sempre o menor lance para o produto ou serviço que deseja contratar.
Por fim, declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar
imediatamente e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será
concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso,
ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar
contrarrazões em igual prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista
imediata dos autos.
Acolhido o recurso, importará na invalidação apenas dos atos
insuscetíveis de aproveitamento.
A falta de manifestação imediata e motivada do licitante importará a
decadência do direito de recorrer.
31
Sem mais nenhuma providência, será adjudicado. Decidindo quem será
o vencedor do certame. Em seguida, o Ordenador de Despesa, ou agente
público semelhante a autoridade competente, homologará a licitação. O
adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo definido em
edital. Caso o vencedor não compareça, será retornada a fase e convocado o
licitante subsequente na ordem de classificação até que o feito se encerre.
2.2 – O pregão eletrônico pelo sistema de registro de preço
O procedimento Sistema de Registro de Preço foi instituído pelos Decretos
n° 3.931/2001 3 n° 4342/2002, que posteriormente foi alterado pelos Decretos
nº 7.892/2013, Decreto nº 8.250/2014.
O SRP, sistema de registro de preço, foi definido no art. 2º, I do Decreto nº
7.892/2013 como um conjunto de procedimentos para registro formal de
preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para
contratações futuras.
A leitura fria da letra da lei, não é tão clara quanto ao conceito, por
isso, importantes doutrinadores, contribuíram para melhor compreender esse
instituto, como destaca-se.
Sistema de Registro de Preços é um procedimento
especial de licitação que se efetiva por meio de uma
concorrência ou pregão sui generis, selecionando a
proposta mais vantajosa, com observância do princípio da
isonomia, para eventual e futura contratação pela
Administração. É um contrato normativo, constituído
como um cadastro de produtos e fornecedores,
selecionados mediante licitação, para contratações
sucessivas de bens e serviços, respeitados lotes mínimos
32
e outras condições previstas no edital. (FERNANDES,
Jorge Ulisses Jacoby, 2013, p. 31)10
O registro de preços é um contrato normativo, expressão
que indica uma relação jurídica de cunho preliminar e
abrangente, que estabelece vínculo jurídico disciplinando
o modo de aperfeiçoamento de futuras contratações entre
as partes. (JUSTEN FILHO, Marçal, 2013. p. 144.)11
Da síntese acima, conceitua o sistema de registro de preços como um
conjunto de procedimentos para registro formal de preços relativos à prestação
de serviços e aquisição de bens, para contratações futuras. O SRP não é uma
nova modalidade de licitação. Após efetuar os procedimentos do SRP, é
assinada uma Ata de Registro de Preços – ARP, documento de compromisso
para contratação futura, em que se registram os preços, fornecedores, órgãos
participantes e condições a serem praticadas.
A implementação do SRP está contida na Lei nº 8.666/1993, em seu art.
15, inciso II, para o qual estabelece que as compras, sempre que possível,
deverão ser processadas por meio de SRP. Considerando que a Lei de
Licitações configura normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, cabe a cada ente federativo estabelecer por decreto a respectiva
regulamentação, conforme estabelece o § 3º, do art. 15. Na esfera federal, o
assunto está positivado no Decreto nº 7.892/2013, que sofreu recente
alteração conforme já foi dito.
Nessa mesma linha, foi criado o Decreto 7.581/2011, que regulamentam
o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), no que se refere a
10 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de Registro de Preços e Pregão Presencial e Eletrônico, 7°Volume, 5ª edição, Brasília -DF. Editora Forum. 2013, pág.31 11 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à legislação do pregão comum e eletrônico, 6ª edição, São Paulo. Editora Dialética. 2013, p.144
33
licitações para implantação do SRP, para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos
e 2016, Copa das Confederações da Federação Internacional de Futebol
Associação - FIFA 2013 e da Copa do Mundo FIFA 2014, obras de
infraestrutura e de contratação de serviços para os aeroportos das capitais dos
Estados da Federação distantes até 350 km das cidades sedes dos mundiais,
ações integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e obras
e serviços de engenharia no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS.
O art. 3º do Decreto nº 7.892/2013 estabelece as hipóteses em que a
Administração Pública Federal pode utilizar o SRP. Mesmo assim, é
necessário que os órgãos e entidades, quando da utilização de licitação para
registro de preços, fundamente sua decisão, formalmente, nos autos do
processo, indicando quais das hipóteses estabelecidas neste artigo, está
amparada a licitação para o qual deseja ser feita por meio do sistema de
registro de preços – SRP.
I - quando, pelas características do bem ou serviço,
houver necessidade de contratações frequentes;
II - quando for conveniente a aquisição de bens com
previsão de entregas parceladas ou contratação de
serviços remunerados por unidade de medida ou em
regime de tarefa;
III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a
contratação de serviços para atendimento a mais de um
órgão ou entidade, ou a programas de governo; e
IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível
definir previamente o quantitativo a ser demandado pela
Administração. É importante ressaltar que os órgãos e
entidades, quando da utilização de licitação para registro
de preços, devem fundamentar, formalmente, nos autos
do processo em qual das hipóteses estabelecidas pelo
art. 3º do Decreto nº 7.892/2013 está amparada a
licitação para Sistema de Registro de Preços - SRP.
34
A SRP é muito utilizada por órgão e entidades Federais na modalidade
pregão eletrônico, por meio do procedimento Intenção de Registro de Preços –
IRP, que é um processo sistematizado e operacionalizado dentro do módulo do
Sistema de Administração e Serviços Gerais – SIASG, podendo ser acessado
no Portal de Compras do Governo Federal (www.comprasnet.gov.br), que
possibilita aos órgãos e entidades interessados, efetuar licitação para registro
de preços de um determinado bem ou serviço divulgar a intenção dessa
compra para o restante da Administração Pública Federal, possibilitando,
assim, a realização de certame licitatório em conjunto para contratação do
objeto pretendido. Ou seja, o IRP é um procedimento que permite a realização
de licitação única com a junção das demandas dos diversos órgãos e
entidades federais para a contratação de objetos comuns.
O objetivo principal da IRP é que os órgãos e entidades informem,
previamente, as quantidades individuais a serem contratadas, estimulando-os
a participar da fase de planejamento da compra compartilhada, potencializando
maior economia face ao aumento da escala, comprando menor preço em
razão do montante previsto, além disso, manter o preço durante 12 meses.
Dessa forma, é possível tornar os potenciais futuros “órgãos caronas”
(órgãos ou entidades não participantes que, atendidos os requisitos, fazem
adesão à ARP posteriormente) em participantes dos procedimentos iniciais do
processo licitatório para SRP, reduzindo-se, portanto, o número de adesões às
atas de registro de preço por órgãos que não participaram da licitação.
Outro benefício, é a diminuição dos custos administrativos pela redução
do número de licitações. Como também, a promoção da padronização de bens
e serviços contratados, e a redução de custos com logística e estoque, tanto
no armazenamento como na distribuição das compras.
35
Esse sistema proporciona a contratação do preço de item ou itens (dos
bens ou serviços) que a Administração Pública pretende futuramente adquirir
ou contratar, diferentemente dos demais.
A Administração também tem outra vantagem, ela não se obriga,
necessariamente, a adquirir ou contratar o objeto licitado. Por isso, não se ver
obrigada a firmar o contrato, mas tão somente a contratar junto ao licitante
vencedor o objeto pretendido – e registrado na ata respectiva – se, porventura,
vier a realmente dele necessitar. De sua parte, o licitante vencedor obriga-se a
disponibilizar o objeto licitado no preço registrado, assim o garantindo até a
quantidade configurada no certame, dentro do prazo fixado, que não pode
exceder o período de um ano, conforme art, 15, § 3º, inc. III, da Lei nº
8.666/93.
A fundamental vantagem do sistema de registro de preço é assegurar o
pronto atendimento à demanda estimada pela Administração, beneficiando as
aquisições em escala, como já apontado, sem a necessária de uma previsão
de recursos orçamentários para assinatura da Ata de Registro de Preços, os
quais deverão existir apenas no momento da contratação, que só se
consumará com a manifestação de necessidade pela Administração Pública,
obrigando o licitante a manter durante o prazo definido a disponibilidade do
produto nos quantitativos máximos pretendidos.
Ata de Registro de Preços, para melhor entender, é uma espécie de
acordo documentado e está regulamentada no parágrafo único, II, do art. 1º do
Decreto 3.931/2001, que conceitua como um instrumento ou um documento
vinculativo, obrigacional, com característica de compromisso para futura
contratação, onde se registram os preços, fornecedores, órgãos participantes e
condições a serem praticadas, conforme as disposições contidas no
instrumento convocatório e propostas apresentadas.
36
O Sistema de Registro de Preços vem favorecendo a gestão nas situações
em que as demandas são incertas, frequentes ou de difícil mensuração,
porque muitas das vezes para a compra ou contratação, depende da liberação
de recursos que são disponibilizados diversas vezes ao ano, com prazos
restritos e limitados por destinar-se a despesas específicas, que ora é
transferida. Cabendo ao órgão utilizar essa verba em compras ou contratações
voltadas para o fim estatal, sem desperdícios das verbas, e com menor preço.
Por isso, se já estiver onde comprar e o objeto definido com suas quantidades
provisionadas, basta realizar o empenho e assim, consumar a compra ou
contratação.
Portanto, como exposto, são inúmeras as vantagens, trazidas pelo sistema
de registro de preço, na modalidade pregão eletrônico, pois possibilita a
contratação com diversas empresas, de forma rápida, eficiente e eficaz, tendo
em vista a ausência de previsão orçamentária, e o favorecimento da
contratação futura, ou seja, quando houver a efetiva necessidade. Contribui
com a redução do custo com estoque e logística, desburocratização e
ampliação do uso do poder de compra, possibilitando agilidade e obter preços
menores nas contratações. Facilita o parcelando das contratações,
padronização de materiais e a redução de inúmeras licitações pela
possibilidade de outros órgãos públicos se beneficiarem com a ata de registro
de preço concretizada, por um determinado órgão, por meio da “carona”, ou
seja, cada órgão pode utilizar a ata de outo órgão observando as
determinações legais.
A carona é mais bem definida pelo doutrinador Marçal Justen Filho:
[...] a pratica conhecida como ‘carona’ consiste na
utilização por um órgão administrativo do sistema de
registro de preço alheio. Como se sabe, o registro de
preços é implantado mediante uma licitação, promovida
no âmbito de um ou mais órgãos administrativos. Essa
37
licitação é modelada de acordo com as necessidades dos
órgãos que participam do sistema. A “carona” ocorre
quando outro órgão, não participante originariamente do
registro de preços, realiza contratações com base no dito
registro. (JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à
legislação do pregão comum e eletrônico, 6ª edição, São
Paulo. Editora Dialética. 2013.)12
Para uso da carona, faz-se necessário o atendimento dos seguintes
requisitos legais estabelecidos no art. 22 do Decreto n° 7.892/2013:
a) como a demonstração justificada da vantagem, a ata de registro de
preços, durante sua vigência, poderá ser utilizada por qualquer órgão
ou entidade da administração pública federal que não tenha
participado do certame licitatório, mediante anuência do órgão
gerenciador, que deverá ser consultado para que manifeste-se sobre
a possibilidade da adesão a ata;
b) o fornecedor beneficiário da ata de registro de preços, deverá
observar as condições nela estabelecidas e optar pela aceitação ou
não do fornecimento decorrente de adesão, desde que não prejudique
as obrigações presentes e futuras decorrentes da ata, assumidas com
o órgão gerenciador e órgãos participantes;
c) as aquisições ou contratações não poderão exceder, por órgão ou
entidade, a cem por cento dos quantitativos dos itens do instrumento
convocatório e registrados na ata de registro de preços para o órgão
gerenciador e órgãos participantes. Para o qual deverá está previsto
no instrumento convocatório que além disso, o quantitativo decorrente
12 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à legislação do pregão comum e eletrônico, 6ª edição, São Paulo. Editora
Dialética. 2013, p.
38
das adesões à ata de registro de preços não poderá exceder, na
totalidade, ao quíntuplo do quantitativo de cada item registrado na ata
de registro de preços para o órgão gerenciador e órgãos participantes,
independentemente do número de órgãos não participantes que
aderirem;
d) Após a autorização do órgão gerenciador, o órgão não participante
deverá efetivar a aquisição ou contratação solicitada na adesão em
até noventa dias, observado o prazo de vigência da ata, caso não se
concretize, há necessidade de nova autorização.
Outro importante ponto trazido nesse mesmo artigo é a regulamentação
da competência do órgão não participante, em exigir que os atos relativos ao
cumprimento do estabelecido na ata de registro de preço sejam cumpridos
pelo fornecedor, de acordo com as obrigações contratualmente assumidas, e a
aplicação, observada a ampla defesa e o contraditório, de eventuais
penalidades decorrentes do descumprimento de cláusulas contratuais, em
relação às suas próprias contratações, informando as ocorrências ao órgão
gerenciador, uma vez que fica inviável delegar tal gestão a esse órgão.
Antes da alteração trazida pelo Decreto nº 8.250/2.014, o órgão
gerenciador só poderia autorizar a adesão à ata após a primeira aquisição ou
contratação pelo órgão integrante a ata, exceto se for devidamente justificada,
e não houver previsão no edital que deverá ser primeiramente contratada ou
adquirida pelo órgão gerenciador, o que trazia um enorme desconforto na
gerencia dessas atas, ocasionando práticas ilegais nos órgão públicos quando
um órgão precisasse usar a ata, tendo em vista que se tivesse ainda que
realizar um processo licitatório, mesmo que fosse um pregão eletrônico,
dispenderia tempo e custo desnecessário. Assim, muitos órgãos davam
adesão mediante justificativa, mas outros que tinham a ressalva da primeira
aquisição ou contratação ser pelo gerenciador, promovia empenhos fictícios
para poder conceder a adesão e depois os anulavam. Com a nova redação,
tais práticas ilegais ficam sem razão de existir.
39
3.2 – As vantagens e desvantagens no pregão eletrônico
3.2.1 – As vantagens
A grande vantagem trazida pelo pregão eletrônico é a possibilidade em
realizar a sessão pública, utilizando tecnologia da informação pelo portal de
compras do governo, o Comprasnet (www.comprasnet.gov.br), que promove a
comunicação pela internet acarretando uma enorme economia para as
empresas licitantes como para a administração pública. Pelo qual licitantes de
todas as partes do país possam disputar igualmente e com custos menores.
Assim como a divulgação instantânea do menor preço do pregão vigente,
garantindo transparência, legalidade, isonomia, impessoalidade e celeridade
na seleção da proposta mais vantajosa para a administração.
Assim como na forma presencial, o pregão eletrônico manteve a
vantagem em destina-se à aquisição de bens e serviços comuns, para tanto
estes devem ser padronizadamente mensurados quanto a qualidade e
desempenho segundo as adequações de mercado e as necessidades da
Administração Pública.
A sua forma eletrônica, além de indiscutível economia e agilidade,
possibilita o acesso de todos os cidadãos dando maior transparência e
redução de fraudes nas contratações públicas, uma vez que o acesso ao portal
é constituído por ferramentas simplificadas.
Não deixando de desmerecer, a forma eletrônica manteve as mesmas
vantagens do pregão presencial, com apenas algumas pequenas diferenças,
que serão indicadas ao longo do trabalho.
40
A inversão das fases, como bem beneficiou a forma presencial, também
contribuí positivamente na forma eletrônica, em razão da agilidade eficiência e
rapidez no certame, quando da análise dos documentos de habilitação para
apenas o proponente classificado em primeiro lugar, gerando economia de
tempo e processo, que significar dizer que só será realizada a fase habilitatória
após o término da fase de lances e aceitação da proposta com preço mais
vantajoso, sem o prejuízo de retornar a fase se assim for preciso em razão da
legalidade e isonomia.
Nessas duas fases, estão o foco das razões recursais, assim, a melhor
mudança, que também foi mantida, é o momento para propor recursos, sendo
no entanto definida para o final da sessão após passadas todas as fases,
antes da adjudicação. Pois, é por meio do recurso que a licitante que julgar
necessário, inclui em ata a intenção de recurso, sendo concedido o prazo legal
para motivação do recurso. Nas demais modalidades, há dois momentos para
propor o recurso, na fase da aceitação da proposta e na habilitação, onde, em
cada uma delas, se concede um prazo específico e maior para apresentação
dos motivos, o que acaba retardando o processo. Essa mudança não impediu
o exercício do contraditório e da ampla defesa, pois se o pregoeiro estiver
errado em alguma decisão, é possível retornar a fase e segui com o processo,
desde que fundamentado.
Quanto aos lances, manteve-se a mesma ideia, da forma presencial, em
que possibilita dar novos e sucessivos lances, e na forma eletrônica, esse
fenômeno ocorre em tempo real por todos os licitantes interessados no país,
contribuindo ainda mais para uma contratação a preços menores, e uma
grande economia para a administração pública.
41
Outro diferencial do pregão tanto na forma eletrônica como na
presencial com relação às demais modalidades é que não são considerados
limites de valores para a realização de contratações. A exigência para
realização do pregão é que os produtos ou serviços a serem licitados sejam
bens e serviços comuns, portanto uma empresa no acre pode celebrar
contrato, de qualquer valor, com um órgão público no rio de janeiro, sem
desprender qualquer gasto antes da realização do contrato, o que favorece
consideravelmente os seus lucros.
Na mesma linha do favoritismo na competitividade e na economia de
mercado, tanto a forma eletrônica como a presencial, beneficia às ME e EPP a
oportunidade de concorrer com empresas maiores com um pouco mais de
condição, já que pode dar lance menor, caso sua proposta seja até 5% acima
da menor proposta. Isto permite ganhos para a Administração e fomento à
economia local, pelo benefício proporcionado às micro e pequenas empresas,
conforme previsto na Lei 123/2006.
Outro fato é a celeridade na publicação do instrumento convocatório ser
em prazo menor que as demais modalidades, atendendo a oito dias úteis
anteriores a abertura das propostas.
Por fim, a possibilidade do uso do sistema de registro de preços na
modalidade pregão eletrônico, favorece a contratação futura, possibilitando
assim, a redução de estoque e de custos na logística, com entregas
parceladas de forma frequente e em menores quantidades, de produtos, mas
frescos no caso de perecíveis, evitando a perda da qualidade, permitindo maior
planejamento nas compras e consequentemente maior agilidade nas
aquisições, quando não se tem o prévio bloquei orçamentário, com isso a
administração pode programar suas compras e prestações de serviços
42
apropriadas ao longo de um ano, efetivando a contratação daquilo que
realmente tem necessidade.
3.2.2 – As desvantagens
Depois de apontado o benefício com à inversão das fases, alguns
autores visualizaram certa desvantagem:
(...) a perda na transparência do procedimento, uma vez
que o condutor da licitação tenderia a ser mais flexível na
análise dos documentos habilitatórios do proponente que
sabidamente apresenta oferta favorável à Administração
Pública. Ou de outra parte, mais rígido no caso de a
proposta classificada em primeiro lugar consignar preço
consideravelmente reduzido, tornando a proposta
inexequível. (Scarpinella, 2002, p. 12113).
Para a referida autora, essa inversão, proporciona que o pregoeiro
beneficie empresas fazendo jus a seus critérios, em favor da vantagem
econômica. Em justificativa, (2008. P.35-36)14 o autor afirma que o valor
orçado pela administração é excessivamente gorduroso e irreal. A redução
obtida não refletirá a economia, pois os valores iniciais estarão acima dos
preços praticados pelo mercado.
Uma argumentação, trazida pelos defensores da economia, está ligada
ao sistema de registro de preço, em que o arrematante (empresa vencedora)
detentor da ata, deve manter o produto ofertado em qualidade, quantidade e
principalmente no preço proposto, durante 12 meses de vigência da ata. Se o
13 SCARPINELLA, Vera. Licitação na modalidade de pregão. 1. São Paulo, Editora Malheiros, 2002.p.121. 14 Idem, p.35-36.
43
preço inicial estimado não estiver engordurado, ficará difícil manter o ofertado,
tendo em vista os desequilíbrios econômicos de mercado.
Outra desvantagem, é a definição do que seria bens e serviços, tendo
em vista que a lei deixa entendimento amplo, dessa forma da margem e
diferentes conceitos, é o que principalmente vem ocorrendo com o serviços de
manutenção predial, onde o detalhamento de cada possibilidade de
manutenção como serviço comum é difícil mensurar, por isso, muitos
doutrinadores para sair dessa celeuma defende a realização de concorrência,
mas outros favorece ao pregão em razão da agilidade processual, mas como é
um serviço sensível a linha tênue do entendimento unificado ainda está longe
de existir.
Quanto a descrição dos serviços ou produtos que por muitas vezes deve
ser detalhada, verifica-se a exigência legal de não restringi a competição, por
isso que quando um órgão público especifica em detalhes, tem o risco de
direcionar a contratação para um determinado grupo ou a um só fornecedor,
desfavorecendo os demais. De todo modo, essa também é uma preocupação,
pois deixando ampla a especificação, ocasiona a aquisição ou contratação de
serviços com qualidades bem inferiores, podendo até provocar gastos
desnecessários com produtos ou serviços dos quais é impossível que se faça
uso, diante das condições qualitativas apresentadas.
Por isso que em muitos casos, principalmente na compra de produtos
de informática, há indicação de marca ou fabricante, como forma de buscar
parâmetros de especificação técnica e qualidade. Sendo que a princípio a lei
veda a preferência por marca, art. 15, §7°, II da Lei 8.666/93 por representar
restrição à ampla competitividade. Todavia, não se pode olvidar que a própria
lei, em seu art. 7°, §5° admite a indicação de marca, características ou
44
especificações exclusivas, desde que tecnicamente justificável, o que também
é sustentado pela doutrina, em casos de padronização.
Portanto, a justificativa correspondente deve-se pautar em critérios
técnicos e objetivos que demonstrem a sua imprescindibilidade, podendo
utilizar-se de expressões “equivalente, similar, ou melhor, qualidade” em
relação a marca ou fabricante que representa a especificação técnica para a
qual deseja contratar.
O pregão presencial e o eletrônico estabelecem para maior
competitividade a forma mais simplificada, exigindo na habilitação
apresentação de documentação básica, isso afeta incondicionalmente a
contratação pública, por atrair fornecedores que não primam pela qualidade,
porque para oferecer produtos de qualidade há um custo, seja direto ou
indireto e certamente será transferido ao preço. Daí, mais um fato, que nem
tudo que é barato é de boa qualidade.
É comum na administração pública, encontrar computadores com pouco
tempo de uso e já impróprios para uso; cartuchos que derramam tinta na
impressora; canetas que não escrevem; café com sabor distinto do próprio
café.... Tudo em favor do menor preço e da isonomia na competitividade, já
que se for exigir a apresentação de certificação ou outra documentação que
comprova uma boa qualidade no que será contratado, vai ofender a
competitividade e consequentemente o direcionamento da contratação.
A questão da qualitativa tem diversas minúcias de forma a evitar a
restrição na contratação. Conforme, entendimento do Tribunal de Contas da
União, é lícito exigi nas licitações a apresentação de certificado de
45
conformidade de marca emitido por entidade certificadora, sempre que o
simples exame das descrições do objeto contidas na proposta da licitante não
for suficiente para constar o atendimento às exigências do edital.
Mas, para tanto, é necessário que a Administração apresente adequada
motivação técnica, justificada em previsão legal, não levando em consideração
as hipóteses infralegais, que são, por exemplo, as resoluções. Além disso, fixe
as condições e critérios a serem atendidos de forma objetiva no edital e
estabeleça prazo suficiente para apresentação, o que em muitos casos fica
inviável de se exercer.
Uma das constantes discussões nos Tribunal de Contas era a
exigências em editais, principalmente de gêneros alimentícios de certificados
de qualidade e laudos de análises. A exemplo, parecer n°
2324/2014/CFOC/CJU-RJ/CGU/AGU de 10 de junho de 201415, com relação a
especificação da compra de café, que foi exigida a certificação de autorização
ao uso de selo de pureza da Associação Brasileira da Indústria do Café
(ABIC), tendo em vista que somente empresas associadas àquela entidade
possuem essa certificação. Dessa maneira, estaria direcionando o certame ao
um grupo de fornecedor, devendo deixa mais competitivo, colocando à análise
a qualquer laboratório credenciado e habilitado pela Rede de Vigilância
Sanitária.
Para tanto, somente as empresas certificadas pela ABIC, possuem o
sabor na qualidade do café, e por muitas dessas extremidades na competição,
fica o órgão público ao dessabor de contratar produtos sem qualidade.
15 ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO. Pregão para registro de preços, aquisição de gêneros alimentícios, 2324/2014/CFOC/CJU-RJ/CGU/AGU, 09 junho, 2014. Interessado Comando da Primeira Região Militar. Publicado, 10 junho, 2014.
46
Para tanto, qualquer certificação, laudo ou amostra devam-se indicados
no instrumento convocatório com fixação de critérios e métodos aceitáveis,
sendo estes analisados na fase de aceitação da proposta, eis que tais
exigências afetam ao objeto contratado e não a pessoa jurídica a ser
contratada, que para esse último, os critérios estão definidos na fase de
habilitação.
Outra desvantagem é a falta de habilidade dos órgãos públicos em
especificar o que desejam e necessitam contratar de forma técnica e precisa,
resultando em especificações restritivas de mercado, ou até mesmo
contratações sem qualidade, prejudicando a eficiência e eficácia das atividades
na administração pública, sendo este um problema estruturam de gestão, não
vinculado ao processo licitatório, mas como é um grande problema enfrentado,
que na maioria das vezes invalida uma licitação. Por isso, entendeu-se por
apontá-lo nesse estudo.
Outro ponto, nessa linha de gestão, é o planejamento, as unidades dos
órgãos públicos desejam contratar, mas não conseguem se planejar. A falta do
bom planejamento inflama a máquina estatal, pois independente da
modalidade e o instrumento de contratação, se não tiver planejamento a
contratação feita fica sem utilidade e desmobiliza gastos com processos e
homens horas desnecessários. Isso é uma realidade latente, muitas empresas,
a exemplo do sistema de registro de preços, possuem ata e passam o limite
temporal de 12 meses e nenhum órgão adquiriu àquele bem ou serviço fruto
de uma péssima provisão.
Quanto ao preço, uma grande desvantagem que se enfrenta é a
formulação da pesquisa de mercado, uma vez que as empresas não
costumam cooperar no fornecimento de seus preços. Mediante a esse fato,
47
que é constante, a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do
Ministério do Planejamento, a fim de propor uma diretriz, editou recente
Instrução Normativa n. 5, de 27/06/2014, informando que pode utiliza-se de um
seguimento de parâmetros, observados a ordem de preferência, quando da
estimativa: 1) Portal de Compras Governamentais; 2) Pesquisas publicadas em
mídias especializadas, sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo,
desde que contenha a data e hora de acesso; 3) Contratações similares ou de
outros entes públicos, em execução ou concluídos em 180 dias anteriores à
data da pesquisa de preços; ou 4) pesquisa com os fornecedores.
No que tange a aceitabilidade das propostas, uma questão que ainda
gera dúvidas é definir inexequibilidade dos preços. A legislação pertinente, Lei
8.666/93, dispõe que serão desclassificadas: “...as propostas com valor maior
que o limite estabelecido ou com preços inexequíveis, assim considerados
aqueles que não demonstrem sua viabilidade através de documentação que
comprove que os custos dos insumos são coerentes com o mercado e que os
coeficientes de produtividade são compatíveis com o objeto do contrato...”
As propostas com valores muito altos serão desclassificadas por estar
acima do valor máximo estipulado pela administração.
Já em relação às propostas com valores muito baixos, na grande
maioria dos casos a administração não solicita a comprovação da formação do
preço em planilha de composição dos custos, para que a empresa possa
provar se consegue vender o produto com o preço ofertado e nem chegam a
fazer diligências, assim, provavelmente terão problemas futuros para a entrega
do item ou prestação do serviço, refletindo no desequilíbrio dos contratos.
48
Ainda nessa seara de preço, pode-se observar uma reiterada prática
utilizada pelas empresas, em que é proibida no mercado econômico, quanto a
ofertar preços relativamente baixos, que mesmo solicitando a empresa
proponente a demonstração de sua formação de preço, percebe-se que estará
atuando na margem do prejuízo. Muitas atuam dessa maneira em
determinados ramos de contratação para consegui a Ata de Registro de
Preços, e a oferece para outros órgãos, a fim de que eles comprem e assim,
possam, se manter no topo das contratações e desvencilhar outras empresas,
ocasionando uma espécie de monopólio nas contratações públicas.
Outra ilegalidade praticada por empresas e órgãos públicos condiz
nessa linha econômica. Diversas empresas mantenedoras do ranking de
fornecimento e prestação de serviço combinam com os órgãos públicos a
fornecer produtos diferentes dos que constam na requisição de compras, a
qual foi à origem dos itens empenhados, para entregar produtos da sua ata ou
até mesmo diferentes do que constam na ata, mas que atendam a
necessidade atual da administração pública. Essa prática busca coibir a
realizar de outra licitação e facilitar as contratações, mesmo que para isso, o
almoxarifado dos órgãos públicos ateste e receba produtos diferentes dos que
estão descritos na nota fiscal ou na ata de registro de preço.
Como visto a ideia nesse caso, seria um grupo de empresas que se
mantem nas contratações, até mesmo com preços a margem dos lucros, mas
que conseguem recuperar o suposto desequilíbrio, por fornecerem outros
produtos com valor condizente de mercado, em troca de empenhos com
produtos e quantidades correspondentes a ata, mas que não refletirá a
realidade, assim a administração agiliza suas contratações, ou seja, “todos
saem ganhando”.
49
Como exposto, a maior preocupação do legislador é garantir o rigor na
aplicação das leis que conduzem os processos de contratações públicas, de
forma a evitar que os recursos públicos sejam empregados em destinos
distintos ao coletivo. Sendo que essa saída só proporciona maior
engessamento da máquina estatal ocasionando maior morosidade na
prestação dos serviços públicos.
A sugestão seria uma maior rigidez na lei de reponsabilidade fiscal (LC
101/2000), procurando estreitar a conduta do agente público, garantir maior
fiscalização e atuar com severidade sobre as empresas que coadunam com
práticas ilícitas no mercado. Como também, propiciar maior especialização dos
agentes. Públicos, de forma que a Administração Pública mude sua visão,
demonstre resultados positivos e apresente serviços de qualidade garantindo a
satisfação de um povo.
50
CONCLUSÃO
Ao analisar todo o desenvolvimento do estudo, é possível observar uma
transformação na gestão de compras governamentais. Com o advento do
pregão eletrônico pode-se afirmar que os processos e tapas de contratação
nessa modalidade licitatória, tornou-se mais célere, pois todo o processamento
e envio de documentos são feitos via sistema. Além disso, promove a
eficiências na aplicação dos recursos públicos, por obter a preços mais baixos,
a aquisição de produtos ou de serviços, uma vez que nesse modelo é possível
alcançar maior competitividade e ampla participação até mesmo das
microempresas e empresários individuais, dependendo do valor e o objeto a
ser contratado.
Outro aspecto conclusivo é a possibilidade em proporcionar maior
transparência nas ações governamentais. Minimizar a enfadonha burocracia,
resultando em uma maior economicidade não só pelo fato de obter preços com
melhor vantagem econômica, mais também, atingir com menos custos nos
processos, no desprendimento de tempo e na aplicação de pessoal. Diante
desses benefícios, essa é uma modalidade de maior crescimento, sendo a
mais usada principalmente no âmbito Federal. Devido a esse sucesso, pode-se
dizer que em pouco tempo será a maior, a mais eficiente e eficaz das
modalidades de contratação empregada em toda gestão estatal.
Por outro lado, foi observada a dificuldade que o gestor público tem em
se programar e contratar produtos e serviços com qualidade, de forma que
efetivamente se aplique as necessidades da máquina Estatal, sendo esse o
maior problema enfrentado. Sendo que, tal fato não é uma questão negativa
para a modalidade do pregão eletrônico, e sim uma problemática conjuntural
na estrutura e gestão pública.
51
Nesse diapasão, os apontamentos trazidos ao longo do trabalho,
demonstrou que as práticas ilegais aplicadas nas contratações
governamentais, não se eliminam por criação de leis mais rígidas, tais
legislações já existem. Isso só acarretaria o engessamento do Estado,
dificultando ainda mais a atividade da contratação, que por sua vez, deveria
ser dinâmica para atender as diversas necessidades da coletividade. Assim, o
ponto de ataque seria em dificultar as ações, tanto do Estado, revestido dos
seus agentes e gestores públicos, como também nas Empresas, fazendo-se
valer da fiscalização e da efetiva aplicação das punições.
52
BIBLIOGRAFIA
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 23ª
edição. Rio de Janeiro, Editora Lumen Juris, 2010.
Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno. Sistema
de Registro de Preços. Brasília-DF.2014.
Vade Mecum Compacto. Serie Legislação Brasileira,11ª Edição, Editora
Saraiva, 2014.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo. Editora
Atlas, 2007.
FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de Registro de Preços e Pregão
Presencial e Eletrônico, 7°Volume, 5ª edição, Brasília -DF. Editora Forum.
2013.
JUSTEN FILHO, Marçal, Comentários à Lei de Licitações e Contratos
Administrativos, 10ª Edição, São Paulo. Editora Dialética. 2004.
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à legislação do pregão comum e
eletrônico, 6ª edição, São Paulo. Editora Dialética. 2013.
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo, Editora
Saraiva, 2011.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo, Editora
Malheiros, 2007.
MELO, Sidinei Pacheco de. Licitações e Contratos Administrativos, Gestão e
Controle, 2013.
53
BANDEIRA DE MELLO, Oswaldo Aranha. Princípios Gerais de Direito
Administrativo, 3° Edição. São Paulo , Editora Malheiros, 2007.
Revista, atualizada e ampliada. Orientações e Jurisprudências do TCU.
Licitações e Contratos. 4ª ed., Brasília-DF, 2010.
SCARPINELLA, Vera. Licitação na modalidade de pregão. 1. São Paulo,
Editora Malheiros, 2002.
54
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I – Pregão eletrônico, uma modalidade licitatória 12
1.1 – Licitação 12
CAPÍTULO II – Pregão eletrônico e suas fases 18
2.1 – O pregão Eletrônico 18
2.1.1 – Fase interna ou preparatória da contratação administrativa 23
2.1.2 – Fase externa ou preparatória da contratação administrativa 24
2.2 – O pregão eletrônico pelo sistema de registro de preço 31
3.2 – As vantagens e desvantagens no pregão eletrônico 39
3.2.1 – As vantagens 39
3.2.2 – As desvantagens 42
CONCLUSÃO 50
BIBLIOGRAFIA 52
ÍNDICE 54
FOLHA DE AVALIAÇÃO 55