UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
ABORDAGEM DA GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL
Por: DAURO FERREIRA
Orientador(a): LUCIANA MADEIRA
Rio de Janeiro
2016
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2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
ABORDAGEM DA GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada
como requisito parcial para obtenção do grau de do grau
de especialista em auditoria e controladoria.
Por: DAURO FERREIRA
Rio de Janeiro
2016
3
Dedicatória
Dedico este trabalho à minha querida família.
4
A minha orientadora Professora LUCIANA, com muita consideração.
5
Epígrafe
“Adquire a sabedoria, adquire a inteligência e não te esqueças e nem te aparte das palavras de minha boca. Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; ama-a, e ela te conservará. A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo que possuis, adquire o conhecimento.” PROVÉRBIOS 4:5-7
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RESUMO
Este trabalho tem como principal objetivo analisar os possíveis impactos causados pela Governança Corporativa no Brasil. Face ao exposto, elaborou-se a questão da pesquisa: Quais os possíveis impactos causados pela Governança Corporativa no Brasil?Os objetivos específicos pretendem: Enfatizar a importância da Governança Corporativa no Brasil. Abordar a História da Governança Corporativa no Brasil. Explicar o arcabouço teórico sobre a governança corporativa. Demonstrar o panorama da governança corporativa do Brasil. A análise dos dados e a base teórica deste trabalho acadêmico apóiam-se em pesquisa bibliográfica conjugada com um estudo de caso, como objeto de estudo adota-se recentes artigos, revistas científicas, livros textos, redes sociais, blogs, artigos de Internet e folders especializados no assunto. O recorte bibliográfico preconiza obras editadas entre o período compreenndido de 2002 até o ano de 2016.
Palavras-chave: Marketing. Governança, Stakeholders, Teoria da Agência. Conselho e Participação
7
METODOLOGIA
A metodologia deste trabalho preconiza uma pesquisa bibliográfica conjugada com
um estudo de caso. A pesquisa bibliográfica foi o ponto de partida deste trabalho,
que buscou informações e levantamentos de materiais coletados em livros, em
resultados de eventos, diretrizes e normas públicas, nacionais e internacionais, bem
como em bancos de dados científicos retirados da internet. O estudo de caso foi
realizado no Banco Bradesco através de dados disponibilizados na internet pelo
próprio banco e também através de folders. Dado a relevância e extensão do
assunto, a exposição de alguns tópicos será sucinta, apenas com o intuito de dar
compreensão ao estudo proposto. O recorte bibliográfico preconiza obras editadas
entre o período compreenndido entre o ano de 2000 até 2016.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
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CAPÍTULO I 12
GOVERNANÇA CORPORATIVA CONCEITOS 12
1.1 GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL 14
1.2 OS “8PS” DA GOVERNANÇA CORPORATIVA
16
CAPÍTULO II 20
NÍVEIS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA DA BOVESPA 20
2.1 IMPLEMENTAÇÃO DA GOVERNANÇA CORPORATIVA. 26
2.2 SUSTENTABILIDADE PARA AS EMPRESAS
27
CAPITULO III 28
GOVERNANÇA CORPORATIVA EM UMA EMPRESA BRASILEIRA 28
3.1 A EMPRESA BRADESCO 28
3.2 GOVERNANÇA CORPORATIVA DO BRADESCO
29
CONCLUSÃO
39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
41
9
INTRODUÇÃO
Este trabalho analisa a importância da Governança Corporativa bem como
apresenta a suas práticas, tanto interna como externamente à organização
envolvidas no sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas,
monitoradas e incentivadas.
Para tanto, relata-se então como se insere as boas práticas de governança
corporativa, que se convertem em transparência e confiabilidade aos investidores,
mecanismos de governança corporativa são implementados visando o alinhamento
dos objetivos dos agentes envolvidos com a empresa tentando reduzir os conflitos
de agência.
Justifica-se a realização deste, pelo fato de este não ser um tema muito
abordado, e também por considerar que a Governança Corporativa no Brasil é um
fator relevante para empresa que opta pelas boas práticas de governança
corporativa prezando pela transparência, prestação de contas (accountability) e
eqüidade. Como bem se expressaram os autores Turnbull, A. P.; Turnbull, (2008) ao
afirmarem que a Governança Corporativa pode ser desenvolvida para solucionar os
conflitos sobre a divergência entre os interesses do principal (acionista) e do agente
(diretor executivo). Os autores definem uma relação de agência como sendo um
contrato no qual uma ou mais pessoas (o principal) engajam outra pessoa (o agente)
para desempenhar alguma tarefa a seu favor, envolvendo a delegação da
autoridade para a tomada de decisões pelo agente. Desta forma, este tema é
justificado, pois a empresa ao prezar pela transparência tem o poder de solucionar
diretamente as divergências das atividades empresarias.
Face ao exposto, elaborou-se a questão da pesquisa: Quais os possíveis
impactos causados pela Governança Corporativa no Brasil?
O objetivo geral deste trabalho é o de analisar possíveis impactos causados
pela Governança Corporativa no Brasil.
Os objetivos específicos pretendem:
Enfatizar a importância da Governança Corporativa no Brasil.
Abordar a História da Governança Corporativa no Brasil.
Explicar o arcabouço teórico sobre a governança corporativa. Demonstrar o
panorama da governança corporativa do Brasil.
Realizar um estudo de caso sobre Governança Corporativa no Bradesco.
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A Hipótese é baseada na discussão de alguns estudiosos especializados no
assunto, destacando a premissa de que a governança corporativa encontra-se
relacionada à gestão de uma organização e na sua relação com os acionistas
(shareholders) e demais partes interessadas (stakeholders).
Como demonstram os autores Cavalcante e Misumi (2002), ao informarem
que a Governança Corporativa é quando uma empresa que tem uma boa política de
divulgação de informações reduz o risco de investimento e valoriza suas ações no
mercado secundário.
O estudo fundamentou-se durante os meses de abril a julho de 2016, será
apresentado à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do do
grau de especialista em auditoria e controladoria. Na fundamentação teórica
encontra-se definidos e analisados os conceitos, objetivos e instrumentos da
governança corporativa.
O trabalho é realizado por meio de um estudo bibliográfico conjugado com um
estudo de caso no Bradesco.
A pesquisa bibliográfica busca o referencial teórico em publicações, artigos
científicos, nas Legislações pertinentes, destacando-se nestas, principalmente suas
limitações e deficiências. Os levantamentos serão realizados de maneira sistemática
da literatura disponível, ou seja, fontes primárias de informação como livros, artigos,
teses, dissertações, monografias, jornais entre outros referentes ao assunto,
buscados em autores como: (ANDRADE, 2011), (BOVESPA, 2016), (BRADESCO,
2016), (IBGC, 2009), (LODI,2000), (ROSSETTI, 2011), (SILVEIRA, 2004), dentre
outros.
O recorte bibliográfico preconiza obras editadas entre o período
compreenndido entre o ano de 2000 até 2016.
Para tanto, o trabalho encontra-se organizado em três capítulos além desta
introdução, a saber: O primeiro capítulo é dedicado a uma abordagem sobre
Governança Corporativa e Conceitos, além de apresentar como surgiu a
Governança Corporativa no Brasil, e ainda apresenta os “8PS” da Governança
Corporativa.
O segundo capítulo explora o conceito dos níveis de Governança Corporativa
da BOVESPA e também da implementação da Governança Corporativa além de
apresentar o termo sustentabilidade para as empresas.
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O terceiro capítulo é dedicado à Governança Corporativa em uma empresa
brasileira, apresentando a Empresa BRADESCO, além de apresentar como
acontece a Governança Corporativa do BRADESCO fazendo uma análise e
interpretação dos dados obtidos com a pesquisa de campo.
Por fim, são demonstradas a Conclusão e a sugestão para futuras
pesquisas referente ao tema e também as Referências Bibliográficas.
12
CAPÍTULO I
GOVERNANÇA CORPORATIVA CONCEITOS
O termo Governança Corporativa aconteceu objetivando reduzir o chamado
problema de agência e seus respectivos custos.
Existem várias definições acerca da Governança Corporativa o (IBCG)
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, conceitua este termo como “o
sistema pelo qual as sociedades são dirigidas envolvendo os relacionamentos entre
acionistas/cotistas, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e
conselho fiscal” (IBCG, 2009,p,13).
A Governança Corporativa pode ser considerada como:
Um conjunto de mecanismos que visam a aumentar a probabilidade dos fornecedores de recursos garantirem para si o retorno sobre o seu investimento. O risco de os recursos dos investidores não serem bem empregados ou serem desviados decorre fundamentalmente da existência de uma situação de separação entre propriedade e controle, onde as pessoas que fornecem o capital não participam diretamente das decisões corporativas. Esta situação ocorre nas maiorias das grandes organizações, onde os gestores, executivos profissionais em companhia com estrutura de propriedade pulverizada ou acionistas controladores em companhias com estrutura de propriedade concentrada, não carregam todo o ônus financeiro das suas decisões. A minimização dos prejuízos causados pelos conflitos de interesse entre os tomadores de decisão e fornecedores de recursos depende de presença de um conjunto de mecanismos internos e externos que alinhem os interesses dos gestores aos de todos os acionistas. A este conjunto de mecanismos de incentivo e controle dá-se o nome de governança corporativa” (SILVEIRA, 2004, p.12- 13).
O professor e consultor Lodi, define Governança Corporativa como um
assunto bastante abrangente e estabelecendo seus principais objetivos:
Governança Corporativa é o sistema que assegura aos sócios proprietários o governo estratégico da empresa e a efetiva monitoração da diretoria executiva. A relação entre propriedade e gestão se dá através do conselho de administração, a auditoria independente e o conselho fiscal, instrumentos fundamentais para o exercício do controle. A boa Governança assegura aos sócios eqüidade, transparência, responsabilidade pelos resultados (accountability) e obediência às leis do país (compliance). No passado recente, nas empresas privadas e familiares, os acionistas eram gestores, confundindo em sua pessoa propriedade e gestão.
13
Com a profissionalização, a privatização, a globalização e o afastamento das famílias, a Governança Corporativa colocou o Conselho entre a Propriedade e a Gestão(LODI,2000,p.12).
Deste modo, "A preocupação da governança corporativa é criar um conjunto
eficiente de mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, com o
objetivo de assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado
com o interesse dos acionistas" (IBGC, 2009, p.12).
Neste conjunto eficiente de mecanismos o principal deles, são as decisões
do conselho administrativo, uma vez que este fato é o que norteia as decisões a
serem tomadas em relação ao futuro das organizações, através das práticas
corretas da governança corporativa.
Governança Corporativa se consiste ainda no sistema pelo qual as
sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre
Acionistas/Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e
Conselho Fiscal”.
De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM, 2009), pode ser
conceituada como “[...] um conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o
desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes interessadas, tais
como investidores, empregados e credores, facilitando o acesso ao capital”.
Segundo La Porta (2000), a CVM se consiste no conjunto de mecanismos por
meio dos quais investidores outsiders (acionistas ou credores) se protegem contra
expropriação por parte dos investidores insiders (executivos ou acionistas
controladores).
Silveira (2005) define que o estabelecimento das práticas de governança
corporativa no Brasil constitui-se em uma somatória de iniciativas institucionais e
governamentais, as quais devem ser creditadas:
Em itens o IBGC, criado em 1995 com o objetivo de fomentar a prática de
governança nas empresas e editou o primeiro Código das Melhores Práticas de
Governança Corporativa do país, cujo documento depois veio a ser revisado no ano
de 2002(SILVEIRA, 2005).
14
Junto à aprovação da Lei nº. 10.303 de 31 de outubro de 2001 (com vigência
a partir de março de 2002), conhecida como a nova lei das S.A.s(SILVEIRA, 2005).
Junto à criação dos níveis 1 e 2 de governança corporativa e do novo
mercado pela BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo(SILVEIRA, 2005).
Junto ao estabelecimento de novas regras pela SPC – Secretaria de
Previdência Complementar para a definição dos limites de aplicação dos recursos
dos fundos de pensão (SILVEIRA, 2005).
Junto à definição, pelo BNDES, da adoção de práticas de boa governança
corporativa como um dos requisitos preferenciais para a concessão de
financiamentos(SILVEIRA, 2005).
Após apresentar o conceito de Governança Corporativa na seqüência aborda-
se como surgiu a Governança Corporativa no Brasil.
1.1 GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL
No Brasil, o termo governança corporativa teve início com a partir de 1999
com a criação do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), e vem
crescendo significativamente nos últimos anos. em 1995 e, á época, denominava-se
Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração (IBCA). Sua abrangência é
nacional e e não possui fins lucrativos.
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), lançou em 1999, o
Código Brasileiro das Melhores Práticas de Governança Corporativa, cujo principal
objetivo é “indicar caminhos para todos os tipos de sociedade comercial, visando a
aumentar seu valor, melhorar seu desempenho, facilitar o acesso ao capital a custos
mais baixos e contribuir para sua sustentabilidade de longo prazo”.
A Governança Corporativa é apresentada por meio de livros, cursos,
pesquisas, palestras e workshops por ele promovidos. O IBGE criou o “Código das
Melhores Práticas de Governança Corporativa” incentivando as empresas a
utilizarem.
De acordo com o IBGC, a governança corporativa é elaborada como uma
espécie de sistema apresentando a finalidade dirigir, monitorar e incentivar
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empresas e acaba por envolver os proprietários, os conselhos de administração a e
os órgãos de controle (IBGC, 2009).
O IBGC salienta que governança corporativa no Brasil define: “é o sistema
pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os
relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos
de controle. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios em
recomendações objetivas, alinhando interesses, com a finalidade de preservar e
otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para
a sua longevidade" (IBGC, 2009, p. 19).
No sentido de organizar este sistema, o código do IBGC é classificados em
quatro princípios, quais sejam:
Transparência – A transparência adequada resulta em um clima de
confiança e não deve restringir-se apenas ao desempenho econômico-financeiro,
contemplando também os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação
gerencial e que conduzem à criação de valor(IBGC, 2009).
Equidade - Caracteriza-se pelo tratamento justo de todos os sócios e demais
partes
interessadas (stakeholders). Atitudes ou políticas discriminatórias, sob qualquer
pretexto, são totalmente inaceitáveis(IBGC, 2009).
Prestação de Contas (accountability) - Os agentes de governança devem
prestar contas de sua atuação, assumindo integralmente as consequências de seus
atos e omissões(IBGC, 2009).
Responsabilidade Corporativa - Os agentes de governança devem zelar
pela sustentabilidade das organizações, visando à sua longevidade, incorporando
considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e
operações(IBGC, 2009).
A adoção das práticas de Governança Cooperativa, por parte das empresas é
algo bastante representativo, por isso assumem práticas que em consonância com
o IBGC, são: representatividade, participação, direção estratégica, gestão executiva
e fiscalização (controle interno e externo).
Uma das práticas adotadas pela Governança Cooperativa diz respeito
aos“8PS” que são explicitados a seguir.
16
1.2 OS “8PS” DA GOVERNANÇA CORPORATIVA
A criação de um ambiente de governança corporativa passa geralmente pelas
8 dimensões dos “Ps” que são assim apresentados: Propriedade, princípios,
propósitos, poder, processos, práticas, perenidade e pessoas.
Estas oito dimensões podem sintetizar o ambiente, o sistema, os pontos
fortes, as fragilidades e as situações críticas das empresas. enfim, todas as boas
práticas de governança corporativa, independentemente da tipologia das empresas,
privadas ou estatais; abertas ou fechadas; familiares ou de estrutura societária
consorciada não familiar; sociedades anônimas ou limitadas.
Deste modo;
O conteúdo das questões centrais de governança em cada um desses “8 Ps” não são iguais em cada uma destas categorias de empresas, e variam também em função do estágio de seu desenvolvimento e da dimensão de seus negócios. E, mesmo em empresas de um mesmo tipo – por exemplo, familiares de capital fechado – há diferenças em cada um dos “8 Ps”, decorrentes de outro fator de alta relevância para questões de governança: o “momento geracional”.
Com os fundadores ainda atuantes na administração, as questões fundamentais não são as mesmas, caso já tenha ocorrido a transmissão plena do controle para a segunda geração ou, mais ainda, se a empresa está na difícil transição da segunda para a terceira geração; e serão também distintas se a empresa já superou esta difícil transição.
Em quaisquer situações, porém, em empresas familiares ou de outra tipologia, é pertinente avaliar o ambiente e o sistema de governança a partir dos “8 Ps”: uma metodologia que já testamos para a produção de levantamentos situacionais e orientação de mudanças que superem “hiatos de governança” identificados. (ROSSETTI, e ANDRADE, 2011,p.15).
Os 8 Ps da Governança Corporativa, se apresentam como sendo uma
síntese conceitual Propriedade: Análise da estrutura da propriedade nas
companhias.sociedades anônimas;sociedades fechadas empresas estatais,
familiares, controles consorciados. Princípios:Os princípios são a base da ética na
17
governança. São aceitáveis e administráveis as diferenças na cultura, nas
instituições e nos marcos regulatórios.
De acordo com Andrade e Rossetti (2012). Ao utilizar uma síntese conceitual,
recomenda-se uma análise situacional das entidades, cujo propósito metodológico é
avaliar a aderência e identificar fragilidades extremas.
Na análise das questões centrais do modelo, a análise conceitual dos “Ps”
deverá ser observada em caráter minucioso:
.
• Propriedade representada pela tipologia da propriedade é um dos principais
elementos definidos na Governança. Um dos principais atributos que
diferenciam as razões de ser e as diretrizes da Governança é a estrutura da
propriedade na sociedade, bem como o regime legal de sua
constituição(IBGC, 2009).
• Princípios que se consistem nos derivados de códigos de conduta, devem
orientar as diretrizes e políticas cooperativistas. Os princípios são a base ética
da Governança, e têm como atributo essencial a universalidade, presente nos
códigos de boas práticas hoje editados em todas as partes do mundo. São
aceitáveis e administráveis as diferenças na cultura, nas instituições e nos
marcos regulatórios. Mas igualmente existem princípios éticos inegociáveis,
que estão presentes, explícita ou implicitamente, na definição dos propósitos,
nas formas de exercício de poder, no desenho e na operação dos processos,
e nas práticas do dia-a-dia, que se observam no mundo dos negócios(IBGC,
2009).
• Propósitos – O propósito fundamental da Governança é aquilo contribui para
o máximo de retorno total de longo prazo dos investimentos das
cooperativas(IBGC, 2009)..
• Papéis ou seja a segregação de papéis resulta das diferentes atribuições dos
proprietários, conselheiros e gestores – os três principais agentes da
Governança. (IBGC, 2009).
18
• Poder, sendo definido pelos proprietários, será exercido pelos
administradores escolhidos e responsáveis pelo direcionamento da
cooperativa e pela geração de resultados. As formas como se articulam as
negociações e se estabelecem as relações entre os órgãos de Governança
definem a estrutura de poder no interior das cooperativas. O poder
efetivamente assumido pela estrutura organizacional e pelos gestores,
resultante da dispersão e da passividade dos proprietários é, em princípio,
fonte de conflito e de disfunções. No exercício do poder assim constituído,
decisões de alto impacto das cooperativas são necessariamente
compartilhadas. Entre elas, o próprio planejamento sucessório das
cooperativas de trabalho médico(IBGC, 2009)..
• Práticas, as práticas visam ao estabelecimento de canais fluidos de
informação e de bom e consensual sistema para tomada de decisões e
acompanhamento das ações decorrentes, com o monitoramento sistêmico
dos riscos da operação (IBGC, 2009).
• Pessoas, sendo representadas por qualquer que sejam as dimensões da
prestação de serviços e dos negócios das cooperativas médicas, na
sustentação de todo esse sistema, estão às pessoas. São, em síntese,
condutoras de conjunto dos legados e dos objetivos que dão vida e
continuidade às operações cooperativistas (IBGC, 2009).
• Perpetuidade, muito embora possa ser objeto de mudanças, decorrentes de
novas composições da propriedade – seja por processos sucessórios, por
mudanças em seu regime legal, ou ainda por fusões e aquisições negociadas
ou por operações de mercado – o objetivo último das organizações, salvo em
casos específicos ou excepcionais, é se manterem vivas, atuantes e com
participação crescente em seus setores de atividade. A perpetuidade,
fortemente dependente dos sete Ps precedentes, define-se como objetivo-
síntese das cooperativas, sustentada por bons resultados econômico-
financeiros, sociais e ambientais(IBGC, 2009).
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É importante ressaltar que, os ‘8 Ps’ da Governança Corporativa precisam
ser aplicados em todas entidades independente do ramo que a mesma atua. Além
destes ‘8 Ps’, se faz necessário demonstrar os níveis de Governança Corporativa no
Brasil que serão abordados no capítulo dois.
20
CAPÍTULO II
NÍVEIS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL
No Brasil, a Governança Corporativa é regida pela a Comissão de Valores
Mobiliários é o “conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o desempenho
de uma companhia ao proteger todas as partes interessadas, tais como investidores,
empregados e credores, facilitando o acesso ao capital”.
No ano de 1998, iniciou-se a questão da governança corporativa no Brasil,
fato que vem sendo fortalecido através de iniciativas institucionais relevantes no
Brasil, especificamente, as reformas implantadas pela nova Lei das S/A (Lei
10.303/01).
Deste modo, como já informado anteriormente programa de listagem para
empresas que adotam princípios diferenciados de governança corporativa da Bolsa
de Valores de São Paulo - BOVESPA, dividindo em três níveis (Nível I, Nível II e
Novo Mercado),
De acordo com a Bovespa (2006), governança corporativa é um esforço para
alinhar os objetivos dos administradores com os interesses dos acionistas. Mediante
a este pressuposto, a Bovespa implantou, em dezembro de 2000, níveis
diferenciados de governança corporativa que foram desenvolvidos para proporcionar
um ambiente de negociação que estimulasse simultaneamente o interesse dos
investidores e a valorização das companhias.
As companhias listadas nesses níveis assumem o compromisso de realizar
melhorias nas práticas de governança corporativa, aumentando os direitos dos
acionistas minoritários e demonstrando de forma clara e aumentada a transparência
das informações que serão divulgadas ao mercado.
A governança corporativa fornece ao mercado de capitais informações
relevantes para a tomada de decisões. De acordo com Ariff, Ibrahim e Othman
(2007), além das informações sobre a saúde financeira e o desempenho das
companhias, os investidores também precisam saber como essas companhias estão
sendo administradas. Segundo eles, a qualidade das práticas de governança
corporativa é vista como fonte de informação que fornece critério adicional à tomada
de decisão.
21
O Novo Mercado teve início em dezembro de 2000 para constituir-se no
segmento da BOVESPA destinado às empresas que se comprometem com práticas
e regras societárias mais rígidas do que as exigidas pela legislação brasileira(IBGC,
2009).
O Novo Mercado objetiva atrair companhias abertas dispostas a fornecer
maiores informações ao mercado e aos seus acionistas a respeito de seus negócios
e que se comprometam a adotar práticas de governança corporativa, tais como
práticas diferenciadas de administração, transparência e proteção aos acionistas
minoritários.
Ao optar por fazer parte do Novo Mercado as empresas devem ampliar os
direitos dos acionistas e divulgar suas informações de maneira sistemática e mais
transparente à sociedade como um todo. As principais conseqüências almejadas são
a valorização e a liquidez das ações(IBGC, 2009).
Assim estas companhias submetem-se a determinadas regras mais rígidas,
obrigando-se, desta forma, a:
� Emitir apenas ações ordinárias.
� Manter, no mínimo, 25% de ações em circulação do capital da Companhia,
� Detalhar e incluir informações adicionais nas informações trimestrais e
� Disponibilizar as demonstrações financeiras anuais no idioma inglês e com
base em princípios de contabilidade internacionalmente aceitos(IBGC, 2009).
O Novo Mercado apresenta como principal inovação a exigência de que o
capital social da companhia seja composto somente por ações com direito a voto. A
companhia aberta participante do Novo Mercado tem como obrigações adicionais,
conforme o Regulamento de Listagem, entre outras(IBGC, 2009).:
a) Extensão para todos os acionistas das mesmas condições obtidas pelos
controladores quando da venda do controle da companhia (tag along de 100%);
b) Realização de oferta pública de aquisição de todas as ações em circulação, no
mínimo pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou
cancelamento do registro de negociação no NM;
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c) Conselho de Administração com o mínimo de cinco membros e mandato unificado
de até dois anos, permitida a reeleição. No mínimo, 20% dos membros deverão ser
conselheiros independentes;
d) Divulgação de demonstrações financeiras de acordo com padrões internacionais
IFRS ou US GAAP;
e) Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Anuais (IANs),
entre outras, a quantidade e características dos valores mobiliários de emissão da
companhia detidos pelos grupos de acionistas controladores, membros do Conselho
de Administração, diretores e membros do Conselho Fiscal, bem como a evolução
dessas posições;
f) Manutenção em circulação de parcela mínima de ações, representando 25% do
capital social da companhia (free float); g) Adesão à Câmara de Arbitragem do
Mercado para resolução de conflitos societários (IBGC, 2009).
Desta forma, cabe afirmar que o Novo Mercado é destinado à negociação de
ações emitidas por empresas que se comprometem, de modo voluntário, com a
adoção de boas práticas de Governança Corporativa adicionais às previstas na
legislação.
De acordo com dados da Bovespa, a adesão das companhias, ao Nível 1 ou
ao Nível 2, depende do grau do compromisso assumido e é formalizado por meio de
um contrato entre a companhia e a Bovespa.
As companhias, que estão classificadas no Nível 1, devem apresentar
melhorias na prestação de informações ao mercado e promoverem dispersão do
controle acionário.
A figura abaixo apresenta uma explanação de como estão classificados os
níveis de Governança Corporativa da BOVESPA.
23
Figura 1-Níveis de Governança Corporativa da BOVESPA
Fonte: (BOVESPA, 2015).
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Através da visualização da figura 1 percebe-se que, conforme os Níveis de
Governança Corporativa vão subindo os degraus, vão surgindo outras obrigações
adicionais à legislação devem ser atendidas pelas empresas, tais obrigações visam
em especial a:
• “Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Trimestrais
(ITRs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA,
disponibilizado ao público e que contém demonstrações financeiras trimestrais –
entre outras: demonstrações financeiras consolidadas e a demonstração dos fluxos
de caixa.
• Melhoria nas informações relativas a cada exercício social, adicionando às
Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs) – documento que é enviado pelas
companhias listadas à CVM e à BOVESPA, disponibilizado ao público e que contém
demonstrações financeiras anuais – entre outras, a demonstração dos fluxos de
caixa.
• Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Anuais (IANs) –
documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA,
disponibilizado ao público e que contém informações corporativas – entre outras: a
quantidade e características dos valores mobiliários de emissão da companhia
detidos pelos grupos de acionistas controladores, membros do Conselho de
Administração, diretores e membros do Conselho Fiscal, bem como a evolução
dessas posições.
• Realização de reuniões públicas com analistas e investidores, ao menos uma vez
por ano.
• Apresentação de um calendário anual, do qual conste a programação dos eventos
corporativos, tais como assembléias, divulgação de resultados etc.
• Divulgação dos termos dos contratos firmados entre a companhia e partes
relacionadas.
• Divulgação, em bases mensais, das negociações de valores mobiliários e
derivativos de emissão da companhia por parte dos acionistas controladores.
• Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25%
(vinte e cinco por cento) do capital social da companhia.
25
• Quando da realização de distribuições públicas de ações, adoção de mecanismos
que favoreçam a dispersão do capital.”
Já as companhias listadas no Nível 2 comprometem-se a cumprir as
exigências estabelecidas para o Nível 1 e, adicionalmente, adotam um conjunto de
regras mais amplo de práticas de governança, priorizando e ampliando os direitos
dos acionistas minoritários.
Na seqüência destacam-se algumas obrigações adicionais para participação
neste nível:
• “Divulgação de demonstrações financeiras de acordo com padrões internacionais
IFRS (International Financial Reporting Standards) ou US GAAP (United States
Generally Accepted Accounting Principles).
• Conselho de Administração com mínimo de 5 (cinco) membros e mandato
unificado de até 2 (dois) anos, permitida a reeleição. No mínimo, 20% (vinte por
cento) dos membros deverão ser conselheiros independentes.
• Direito de voto às ações preferenciais em algumas matérias, tais como,
transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia e aprovação de
contratos entre a companhia e empresas do mesmo grupo sempre que, por força de
disposição legal ou estatutária, sejam deliberados em assembléia geral.
• Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas
condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia e
de, no mínimo, 80% (oitenta por cento) deste valor para os detentores de ações
preferenciais (tag along).
• Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações em circulação,
no mínimo, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou
cancelamento do registro de negociação neste Nível;
• Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para resolução de conflitos
societários.
26
Nota-se que se houver uma precificação mais adequada, acaba por estimular
a abertura de capital além de novas emissões. Este episódio irá fortalecer o
mercado acionário, que se apresenta como alternativa de financiamento para as
companhias e contribuindo para aproximar os interesses de empreendedores e
investidores. No sentido de dar mais entendimento ao assunto, na seqüência
aborda-se a implementação da Governança Corporativa.
2.1 IMPLEMENTAÇÃO DA GOVERNANÇA CORPORATIVA. O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa - IBGC é uma organização
exclusivamente dedicada à promoção da governança corporativa no Brasil e o
principal fomentador das práticas e discussões sobre o tema no país, tendo
alcançado o reconhecimento nacional e internacional(IBGC, 2009).
Tendo sido fundado em 27 de novembro de 1995, o IBGC – uma sociedade
civil de âmbito nacional, sem fins lucrativos – tem o propósito de "ser a principal
referência nacional em governança corporativa; desenvolver e difundir os melhores
conceitos e práticas no Brasil, contribuindo para o melhor desempenho das
organizações e, conseqüentemente, para uma sociedade mais justa, responsável e
transparente”.
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, em 2005, lançou a
série de publicações denominada Cadernos de Governança.
Estes os Cadernos de Governança dividem-se em três séries:
- Documentos Legais de Governança;
- Documentos sobre Estruturas e Processos de Governança;
- Temas Especiais de Governança.
Dentro destes das series e temática, o Instituto publicou cadernos específicos
de orientação sobre os temas: (IBGC, 2009).
- Conselho Fiscal;
- Estatutos;
- Gerenciamento de Riscos;
27
- Sustentabilidade para as Empresas;
- Conselho de Administração;
O objetivo desta iniciativa é fornecer ao mercado informações práticas que
contribuam para o processo da governança e auxiliem conselheiros e
administradores a desempenhar melhor as suas funções, contribuindo para
aprimorar o funcionamento do mercado, gerar maior confiança dos investidores e,
conseqüentemente, propiciar maior fluidez de recursos para as empresas (IBGC,
2009).
O exame das demonstrações financeiras que são elaboradas periodicamente
pela empresa inclui quaisquer outros documentos ou informações necessárias à
análise crítica das demonstrações financeiras pelo conselheiro fiscal. Na recusa da
apresentação dos documentos, o conselho fiscal ou o conselheiro, individualmente,
poderá exigir judicialmente a exibição de tais documentos, no entanto, furtar-se a
denunciar tal procedimento ao conselho de administração e, no caso de omissão
deste, à assembléia de acionistas. (IBGC A ,2007).
Outro assunto bastante utilizado pela Governança Corporativa como não
poderia deixar de ser é o termo Sustentabilidade que é um assunto de grande
relevância no momento e que será abordado na seqüência.
2.2 SUSTENTABILIDADE PARA AS EMPRESAS. De acordo com o IBGC D. (2007), a sustentabilidade significa viver da
“renda” proporcionada pelo planeta e não do seu “capital”, o chamado capital
natural. Toda atividade econômica depende desse capital (IBGC , 2007).
O capital natural é responsável pela provisão dos serviços ambientais, isto é,
os benefícios que os seres humanos obtêm da natureza produzidos por interações
nos ecossistemas, tais como: produção de oxigênio, seqüestro de carbono,
formação dos solos, provisão de água, madeira e fibras, regulação do clima, valores
estéticos, espirituais e de lazer. Muitos desses serviços são essenciais aos seres
humanos (IBGC , 2007).
28
CAPÍTULO III
GOVERNANÇA CORPORATIVA EM UMA EMPRESA
BRASILEIRA
No sentido de analisar a Governança Corporativa no Brasil cabe aqui abordar
o modelo de uma empresa brasileira, para tanto, tomou-se por base o caso do
Bradesco.
Escolheu-se o Bradesco como lócus para o estudo de caso, pelo fato de o
mesmo apresentar, uma história guiada pela determinação em oferecer serviços e
produtos bancários a todos os cidadãos, em todo o território brasileiro.
3.1 A EMPRESA BRADESCO
O Bradesco doravante denominado Banco Brasileiro de Descontos S.A, SE
apresenta como sendo uma das maiores instituições financeiras do Brasil, possui
uma sólida atuação voltada aos interesses de seus clientes desde 1943 época em
que foi fundado por Amador Aguiar, e sua primeira Agência foi implantada em
Marília, São Paulo.
A figura 2 apresenta a fachada da primeira Agência Bradesco, que conforme
já mencionado foi implantada em Marília, São Paulo.
Figura- 2. Agência de Marília, SP - 1943
Fonte: (BRADESCO,2016).
29
Percebe-se pela figura acima que a fachada da primeira agência Bradesco já
deixava transparecer uma imagem acolhedora. Isto é fato porque o Bradesco ao ser
fundado apresentou uma visão inovadora por ser um banco democrático, presente
em todo o País, a serviço de seu desenvolvimento econômico e social. Para isso,
atendia naquela época aos imigrantes, lavradores e pequenos comerciantes, além
do público tradicional das casas bancárias, formado por empresários e grandes
proprietários de terras. Os gerentes ensinavam os clientes a preencher cheques e o
banco passa a ser o primeiro do País a receber o pagamento de contas de energia
elétrica da empresa Light.
Com o crescimento das operações, a Matriz é transferida para o centro da
capital paulista.
Na atualidade, Bradesco é o segundo maior banco privado do Brasil e líder no
setor financeiro privado e oferece a excelência em serviços, destacando-se por ser
um dos melhores gestores de recursos do mercado, com resultados construídos
sobre bases sustentáveis.
3.2 GOVERNANÇA CORPORATIVA DO BRADESCO
Em relação a Governança Corporativa do Bradesco a mesma encontra-se
abaixo representada:
O IGC (Índice de Governança Corporativa) do Bradesco reúne empresas com ações negociadas na BM&FBovespa com as mais elevadas práticas de gestão e transparência no relacionamento com o investidor. Esse fundo busca superar o desempenho do IGC oferecendo retorno ao investidor que busca, além da rentabilidade, qualidades de gestão nas empresas em que aplica (BANCO BRADESCO, 2016).
Conforme o Banco Bradesco (2016), a Governança Corporativa é a forma
como as sociedades são geridas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas,
conselho de administração, diretoria, auditoria independente, conselho fiscal e
demais partes interessadas.
O Bradesco ao Direcionar suas ações para o relacionamento, o processo de
segmentação no Bradesco alinha-se à tendência de mercado que consiste em reunir
grupos de clientes de um mesmo perfil, permitindo, assim, um atendimento
30
diferenciado e crescentes ganhos de produtividade e rapidez. Tal processo
proporciona ao Banco maior flexibilidade e competitividade na execução de sua
estratégia de negócios, dando dimensão às operações, tanto para pessoas físicas
ou jurídicas, em termos de qualidade e especialização, quanto nas demandas
específicas das mais diversas faixas de clientes.
A Figura 3 demonstra de forma detalhada como o chegou ao nível 2 de
governança da Bolsa.
Figura 3- Bradesco vai ao nível 2 de governança da Bolsa.
Tipo de material: Clipping
Título: Bradesco vai ao nível 2 de governança da Bolsa
IN: Gazeta Mercantil, São Paulo, out.2006
ISBN: PT
Classificação: mercado de capitais, governança corporativa - Bradesco
Formato: Bradesco
Resumo: Banco está finalizando processo de adequação às regras do nível 2 da Bovespa. Último ponto a ser discutido é a adesão à Câmara de Arbitragem.
Fonte: (BANCO BRADESCO, 2016).
Sob essa perspectiva, pode-se visualizar na figura 3 que o Bradesco vem
aperfeiçoando, a cada dia, seu sistema de gestão, com o objetivo de estar sempre
em linha com as Melhores Práticas de Governança Corporativa, agindo com
transparência e respeito para com seus acionistas e levando o efeito a prestação de
contas e a responsabilidade corporativa, procurando integrar os aspectos econômico
financeiros, sociais e ambientais.
Na Figura 4 é possível visualizar de modo detalhado o Nível de governança
do Bradesco.
31
Figura 4- Nível de governança do Bradesco.
Fonte: (BANCO BRADESCO, 2016).
Perante a visualização da figura acima, é possível destacar que a adoção
dessas práticas, ainda, proporciona o aprimoramento da relação com os
Investidores, sendo ao mesmo tempo incentivo aos Administradores para que suas
decisões visem ao melhor interesse da Sociedade e seus acionistas, consolidando a
percepção positiva da empresa no mercado, culminando na sua perenidade e na
criação de valor aos seus acionistas e investidores em geral.
O Bradesco sempre procurou estar presente nas ações que objetivam o
fortalecimento do Mercado de Capitais. Em uma visão retrospectiva, vamos
encontrá-lo com ações listadas em Bolsa de Valores no Brasil, em 1946, apenas três
32
anos após a sua fundação, quando ainda era um Banco com atuação restrita ao
Estado de São Paulo.
Os Principais Modelos de Responsabilidade socioambiental do Bradesco são
destacados na sequencia:
1)Fundação Amazonas Sustentável (FAS)
O Bradesco é um dos cofundadores da Fundação Amazonas Sustentável
(FAS), criada em dezembro de 2007, em parceria com o governo do Estado do
Amazonas. A FAS foi constituída para enfrentar o desafio de valorizar os serviços
ambientais providos pela Floresta Amazônica, visando à melhoria da qualidade de
vida das comunidades ribeirinhas e à conservação da floresta.
O aporte inicial foi de R$ 20 milhões, para constituir um fundo permanente,
no qual apenas os rendimentos são investidos, o que faz os programas da FAS
financeiramente sustentáveis em longo prazo.
A gestão dos recursos encontra-se a cargo da BRAM (Bradesco Asset
Management). O governo do Estado do Amazonas também contribuiu com R$ 20
milhões para o fundo permanente.
Como mantenedor, o Bradesco assumiu o compromisso de entregar, além do
aporte inicial, outros R$ 50 milhões em cinco anos (R$ 10 milhões por ano, de 2008
até 2012). Outras organizações privadas também aportam recursos financeiros e
técnicos.
Os valores que são repassados à entidade são obtidos com a venda de
produtos voltados à iniciativa (cartões de crédito e títulos de capitalização).
Através dos Fundos ISE - (Índice de Sustentabilidade Empresaria).
A BRAM faz a gestão de Fundos ISE distribuídos pela rede de agências do
Banco Bradesco. Esses Fundos investem em ações de companhias que evidenciem
preocupação com a sustentabilidade empresarial, abrangendo aspectos econômico-
financeiro, social e ambiental e/ou que adotem boas práticas de governança
corporativa.
2)Fundos Governança Corporativa do Bradesco:
33
Além dos Fundos ISE, a BRAM também faz a gestão de Fundos que aplicam
em ações que compõem o IGC - Índice de Governança Corporativa Diferenciada,
calculado pela Bolsa de Valores de São Paulo. Essas ações são de companhias que
adotam elevados padrões de Governança Corporativa segundo o estabelecido pelo
Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo.
SA 8000. O prédio onde se encontram as instalações da BRAM é certificado
pela SA 8000 - SISTEMA DE GESTÃO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL, assim
como outras dependências do Banco Bradesco.
A SA8000 determina a adoção de práticas de saúde e segurança no ambiente
de trabalho, a liberdade de associação (direito de ouvir e ser ouvido), a disciplina, as
horas de trabalho e a remuneração, além do gerenciamento de políticas e
treinamentos para a gestão estratégica da empresa. (www.bancodoplaneta.com.br).
3) PRI - Princípios para o Investimento Responsável
A BRAM assinou o PRI e implementa os seus Princípios. Isso significa
comprometer-se em incorporar as questões ESG (Environmental, Social and
Corporate Governance) em seu processo de investimento.
Lançados em 2006, os Princípios de Governança Corporativista do Bradesco
apresentam-se em essência, como um conjunto de melhores práticas globais para o
investimento responsável. No sentido de disponibilizar informações ao público é
fornecido um endereço eletrônico1, para dirimir dúvidas que porventura possa
aparecer.
Com a finalidade de manter uma estratégia eficaz, equilibrada e de geração
de valor para os acionistas, clientes e demais públicos com os quais nos
relacionamos, atuamos principalmente em duas frentes de negócios: na área
bancária e na de seguros, previdência complementar e capitalização, que
representam, respectivamente, 70,8% e 29,2% do resultado da Organização.
Desde o início de as atividades do Bradesco, possuem como filosofia ser um
banco de portas abertas, receptivo a todos os que nos procuram, democratizando o
acesso aos produtos e serviços bancários. O respeito ao consumidor, a
1 Disponível em : www.unpri.org. Acesso em 14/05/2016.
34
responsabilidade socioambiental, a segurança e a credibilidade estão inseridos na
cultura empresarial da Organização.
Apresentando um modelo de segmentação bem estruturado e uma ampla
Rede de Atendimento composta e constituída por Agências, postos bancários,
correspondentes Bradesco Expresso, equipamentos de auto-atendimento e canais
de conveniência.
Deste modo, a Organização Bradesco apresenta vantagens e diferenciais
competitivos por meio da busca da eficiência e da produtividade.
O Banco Bradesco continuará buscando, na área financeira, o crescimento da
carteira de crédito com qualidade, com ênfase em crédito imobiliário, crédito ao
consumo e empréstimos consignados em folha de salário, além de forte atuação em
previdência complementar aberta e expansão dos serviços oferecidos à crescente
população economicamente ativa. Sob esse aspecto, continuará adotando critérios
eficazes de segurança para manter o equilíbrio entre ampliação do crédito e
diminuição da inadimplência, realizados com rigorosa avaliação dos processos de
concessão e eficiente cobrança diária de valores vencidos, por meio do Programa de
Recuperação de Créditos Vencidos (PRCV).
E m 2014, a carteira de crédito do Bradesco foi expandida e registrou uma
variação positiva de 6,5%. A Organização continuará, também, com o foco
estratégico na difusão segura e nos resultados dos negócios, de que são exemplos
banco de investimento, corporate, private banking e gestão de recursos de terceiros,
além dos investimentos no mercado de cartões, consórcios, seguros, previdência e
capitalização, igualmente relevantes.
No exterior, o Bradesco oferece suporte a clientes que residem fora do País e
a investidores interessados no Brasil. As unidades da Bradesco Securities de Nova
York, Londres e Hong Kong exercem papel fundamental na captação de recursos e
distribuição de títulos nesses centros financeiros, assim como o Bradesco Europa,
que presta serviços de administração de recursos, private banking e financiamento
ao comércio.
No Brasil o Bradesco além de investir em sustentabilidades adota algumas
políticas sociais, conforme a Figura 5 demonstra, o Planejamento Estratégico de
Sustentabilidade do Bradesco.
35
Figura 5 - Planejamento Estratégico de Sustentabilidade do Bradesco
Fonte: (BANCO BRADESCO, 2016).
Conforme pode ser percebido através da figura acima o Bradesco atua em
todos municípios do Brasil atendendo a todas as camadas sociais.
De acordo com fontes do Bradesco, o ano de 2014 foi marcado por
acontecimentos importantes, que promoveram desdobramentos para a Organização
Bradesco no campo da sustentabilidade, reforçando o tratamento transversal do
tema em nossos negócios.
Mudanças climáticas, instabilidades econômicas e escassez de recursos
naturais exigem cada vez mais habilidade para enfrentar desafios tanto no curto
quanto no longo prazos, reforçando a importância de incluirmos a sustentabilidade
como parte da nossa estratégia de negócios.
36
Em 2014, o Bradesco deu continuidade ao Planejamento Estratégico de
Sustentabilidade, com a revisão das diretrizes da Organização para o tema e a
definição de objetivos estratégicos e projetos que serão instituídos para alcançá-los.
Esse exercício foi realizado com base em 17 temas que integram a visão de
sustentabilidade aos negócios do Bradesco, sendo as mudanças climáticas um
aspecto transversal aos temas eleitos.
Temas do planejamento estratégico:
• Risco socioambiental
• Risco integrado
• Gestão de fornecedores
• Questões controversas*
• Engajamento das partes interessadas
• Produtos e serviços
• Relacionamento com clientes
• Inclusão financeira
• Desenvolvimento de capital humano/atração e retenção de talentos
• Educação para a sustentabilidade
• Direitos humanos
• Prestação de contas/indicadores
• Políticas anticrimes e códigos de conduta ética
• Eficiência, ecoeficiência e sistema de gestão ambiental
• Governança corporativa
• Gestão da marca
• Investimento social privado
• Aspectos e setores da economia que podem nos expor a riscos reputacionais.
No sentido de exemplificar os principais pressupostos disseminados pelo
Bradesco, a Figura 6 demonstra o Planejamento estratégico e matriz de relevância.
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Figura- 6 Planejamento estratégico e matriz de relevância.
Fonte: (BRADESCO, 2016).
Conforme explicitado na figura acima no Bradesco o planejamento estratégico
encontra-se alinhado com as exigências estabelecidas pela Resolução nº 4.327 do
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Banco Central, de abril de 2014, que regulamenta as práticas socioambientais das
instituições financeiras. A Organização Bradesco revisou sua Política de
Sustentabilidade e constituiu um plano de ação para aprimorar as práticas e atender
aos novos requisitos de mercado.
39
CONCLUSÃO
Retomando ao questionamento inicial da pesquisa: Quais os possíveis
impactos causados pela Governança Corporativa no Brasil?
Respondendo a este questionamento a pesquisa bibliográfica comprovou que
a Governança Corporativa, se apresenta como o sistema pelo qual as sociedades
são dirigidas envolvendo os relacionamentos entre acionistas/cotistas, conselho de
administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal.
Evidenciou-se que entre os mecanismos de Governança Corporativista o
principal deles, é representado em primeiro lugar pelas decisões do conselho
administrativo, uma vez que este conselho acaba sendo responsável por nortear as
decisões a serem tomadas em relação ao futuro das organizações, em relação a
boas práticas da governança corporativa.
Percebeu-se que no Brasil, o termo governança corporativa teve início partir
de 1999 com a criação do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), e
vem crescendo significativamente nos últimos anos.
Destaca-se que os programa de listagem para empresas, adotam princípios
diferenciados de governança corporativa da Bolsa de Valores de São Paulo -
BOVESPA, encontram-se divididos em três níveis (Nível I, Nível II e Novo Mercado),
e trouxe grandes impactos positivos para a economia brasileira.
O estudo de caso comprovou que o Bradesco ao direcionar suas ações para
o relacionamento, o processo de segmentação no Bradesco alinha-se à tendência
de mercado que consiste em reunir grupos de clientes de um mesmo perfil,
permitindo, assim, atendimento diferenciado, que acarreta em crescentes ganhos de
produtividade e rapidez. E assim o Bradesco pratica a sua Governança
Coorporativa.
Cabe ressaltar que este processo proporciona à esta organização financeira
uma maior flexibilidade e competitividade na execução de sua estratégia de
negócios, dando dimensão às operações, tanto para pessoas físicas ou jurídicas, em
termos de qualidade e especialização, quanto nas demandas específicas das mais
diversas faixas de clientes.
Por fim, salienta-se que esta pesquisa não se esgota neste trabalho
monográfico, espera-se no futuro realizar mais estudos que evidenciem, que a
40
adoção das boas práticas de Governança Corporativa pelas empresas brasileiras
estejam cada vez mais em evidência no mercado brasileiro, para que o mesmo se
torne o prelúdio de um mercado desenvolvido.
41
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