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PRIMEIRA PAUTAJornal Laboratório do Curso de Comunicação Social do IELUSC - Ano 3 - No21 - Junho de 2002

Canonização da Madre Paulina é explorada pelos comerciantes de Nova Trento

Bom Jesus/Ielusc épalco de teatro

Santa brasileira fomenta a fé e o comércioA Canonização de Madre

Paulina marcou um novo tempo paraSanta Catarina. O Estado ficou maisfeminino com a inclusão deste nomemarcante na sua história. A começarpela denominação desse territóriocravado na região Sul do País até aheroína Anita Garibaldi. O dia 19 demaio de 2002 ficou marcado comoum novo acontecimento envolvendouma mulher. A religião católica, amaior do Brasil, com 73% dapopulação, ganha a sua primeirasanta. Agora, a madre passa a sechamar Santa Paulina do CoraçãoAgonizante de Jesus.

Os católicos se voltaram paraSanta Catarina por causa dessamulher. Mulher italiana, brasileira ecatarinense. No entanto o episódioda canonização também foi marca-do pelo oportunismo comercial. A féque arrasta multidões também moveo dinheiro e a ganância. A pacatacidade de Nova Trento, onde fica osantuário da santa, sofrerámudanças radicais. Fiéis e vendedo-res ambulantes terão que conviverem harmonia. Em nome da fé e dodinheiro.(Págs.08 e 09)

Durante a peça “Acordes, uma canção”, per-sonagens procuram seu par perfeito.(Pág.12)

EsporteEmbora seja esporte amador, o tênis demesa traz vários títulos a Joinville. (Pág.16)

GeralCongresso Nacional aprova lei permitindo adestruição de discos pirateados. (Pág.05)

PolíciaAndar a cavalo não é só lazer. Policiais deJoinville usam o animal para fazer rondas.(Pág. 06)

PolíticaCâmara de Vereadores realiza sessão noJardim Edilene. (Pág.10)

SaúdePequenos cuidados com a voz previnemdoenças. (Pág. 11)

Se você quer casar e aindanão escolheu o lugar, o Pri-meira Pauta dá algumas su-gestões de lugares exóticos.

No Taiti, a procura por casamentos àbeira-mar tem crescido nos últimos tem-pos. (Pág. 14)

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Primeira Pauta Junho de 2002

A partir de 20 de maio, a Prefeitura Municipal de

Joinville adotou um novo horário de atendimento aos

contribuintes. O prefeito Marco Tebaldi (PSDB) foi justo

ao atender os anseios de seus munícipes. Essa mudança,

para melhor, não aconteceu em Blumenau. Lá, onde o go-

verno é do Partido dos Trabalhadores (PT), o prefeito de-

terminou atendimento das 7h às 13h sob a desculpa de con-

tenção de gastos.

Aliás, essa desculpa jamais foi aceita pelos petistas

joinvilenses. O estranho é que o horário sempre foi polêmica

em Joinville. Já o de Blumenau, não sei porque motivo, só

é polêmica no Diário Catarinense e, ainda, resultado de

uma matéria bem pequenininha e bem escondidinha.

Aqui, petistas de plantão vivem agredindo o governo

municipal sobre os gastos com propaganda. Eu quero ver

os petistas falarem da cor-de-rosa Marta Suplicy. Ela, re-

centemente, aumentou os gastos com propaganda, numa

cidade que tem altos índices de criminalidade, falta de sa-

neamento e outros.

Também é o PT quem fica indignado com os partidos

pequenos por, supostamente, ferirem sua ideologia ao se

coligarem, em Joinville, com o PMDB (Partido do

Movimento Democrático Brasileiro) na eleição para

prefeito, em 2000. Mas por que os petistas não esclarecem

à nação a coligação ao governo de Curitiba, em 1998,

formada por PFL e PT? Ou a coligação entre PT e PSDB

no Acre?

As controvérsias entre falar e fazer continuam. A mais

recente, que eu classifico como polêmica, foi a eleição de

uma associação de moradores, também em Joinville. Ha-

via três chapas. Uma concorrendo à reeleição, a outra era,

na sua grande maioria, formada por militantes petistas e

foi a vencedora. Você quer saber como eles ganharam? Eu

conto. Os integrantes da chapa iam com seus carros nas

casas dos moradores e levavá-os ao local de votação. Tudo

muito gentilmente, é claro!

E eles se acham no direito de falar dos partidos alheios.

Não concordo com a compra de votos. De forma alguma.

Mas se o discurso é todo em prol da moral e dos costumes é

preciso, primeiro, verificar se a prática condiz com a

realidade. De políticos falantes, cheios de promessas a

cumprir, o país já está cheio. Certamente, o país não precisa

que o PT aplique, na prática, o dito popular: ‘faça o que

eu digo, mas não faça o que eu faço’.

Enfim, como diria meu pai, o PT é bom como

oposição. Mas eu ainda tenho esperança, em, daqui há uns

dois anos, talvez, escrever novamente, e quem sabe neste

mesmo espaço para dizer: ‘Feliz o Brasil, que tem um pre-

sidente como o Lula’. Isso se ele também não seguir a onda

daqueles que falam, falam, falam e nada fazem.

Democracia, honestidade egasto do dinheiro

público, só para os outros!

Editorial Carta ao LeitorExpediente

(Eunice Venturi)(Luciana Karine Soares)

Alunos do Curso de ComunicaçãoSocial - Jornalismo - 5º Semestre

Disciplina de Técnica em Periódico I

Adriana Caroliny SilvyPolícia

Adriano Borges de OliveiraVariedades

Cristiane Aparecida KamarowskiVariedades

Edelamar NegherbonSaúde

Elaine Cristina Dias da CostaCultura

Eunice VenturiEditora

Flavia Maria MoreiraPolítica

Francisco Carlos FariasGeral

Glaene VargasSaúde

Igor Ristow Wippel SchlenburgEsporte

Juliana BatistaCultura

Karla de Assis PereiraCidade

Keltryn WendlandCidade

Kleyton ClementePolítica

Luciana Karine SoaresEditora

Marco Aurélio Braga RodriguesEstadol

Maria Avelina Araújo SelbachPolícia

Marino Angelino Braga JúniorEsporte

Mauricio Rodrigo de OliveiraPolícia

Paulo Romão de MoraesGeral

Renni Alberto SchoenbergerTurismo

Roselete de OliveiraCidade

Simone Isabel KleinTurismo

Vanessa SchiochetDiagramadora

Mariangela TorrescasanaProfessora de Técnica em Periódico

Edelherto BehsCoordenador do Curso de Jornalismo

ColaboraçãoAdilson Luiz Girardi e Juciano Lacerda

A cidade de Nova Trento madrugou no domingo, 12de maio, dia da santificação de Madre Paulina. Os fiéischoraram, festejaram a mais nova santa da Igreja Católica eprimeira santa brasileira: Paulina. Mais de 2500 brasileirosestavam em Roma, na praça São Pedro, assistindo a missaem que papa João Paulo II tornou santa a madre brasileira.

Isso é motivo de honra ao país. Estavam presentes,em lugar de destaque, autoridades brasileiras, entre as quaisFernando Henrique Cardoso, acompanhado da primeira damaRuth Cardoso, e os governadores de Santa Catarina,Esperidião Amim e de São Paulo, Geraldo Alckmin. Os doisrepresentavam os Estados onde a madre viveu e trabalhoupara os pobres em seu postulado de amor e devoção.

A santa é um mito para os católicos. Muitos crêemque ela trará paz e desenvolvimento ao Brasil. Acreditam,agora, em um mundo melhor para os brasileiros, com umarepresentante junto a Deus, oficialmente designada pelo papa.Os fiéis fazem romaria até os santuários construídos emsua homenagem, compram santinhos e rezam fervorosos àsanta Paulina, pela realização de milagres.

Apesar da esperança revelada por esse povo, é preci-so ter presente que nenhum santo irá resolver problemasde desemprego, assaltos, assassinatos, e tantos outrosfreqüentes em nosso país. Para problemas desse tipo, énecessário o empenho de um governo. Não basta rezar,não basta ter um santo brasileiro ou fazer promessas. Épreciso trabalhar, pôr a mão na massa e agir com o intuitode diminuir todos os índices que maculam a imagem donosso país.

Não esqueçam, católicos, de unirem-se ao restanteda população na luta por um país melhor. Rendam graçaspela conquista, mas não esqueçam: a realidade não dependeda vontade de quem já foi, mas de quem está aqui. Então,lutem pelo mundo justo que querem!

Foi bela a missa celebrada no Vaticano pelo cansadopapa. Mas voltem, hoje, ao mundo real e lembrem-se que aoração não acalmará os maus, eliminará a fome, pacificaráos povos e terminará com as diferenças sociais. É precisoconsciência, atitudes de cidadão que paga seus tributos emerece respeito. Alguém que vota e é filho deste solo “ama-do, idolatrado, salve, salve”.

É preciso que o Excelentíssimo Senhor Presidente daRepública aja com firmeza “pelo povo e para o povo”. Su-pere todos os empecilhos em busca de um país maishumano. Santa Paulina viveu para os pobres e pelos pobres,levando uma vida dedicada a mantê-los protegidos eamparados em nome de Deus e de Jesus. Cobremos dogoverno e das autoridades amparo e proteção através dasleis e recursos que disponibilizamos pagando os impostos.

Que cada brasileiro seja declarado cidadão especialdo Brasil, merecendo ser respeitado e tratado com dignidade.

Salve santa Paulina! Salve o povo brasileiro!

Santa Paulinaabençoa o Brasil

2 Opinião

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Primeira Pauta Junho de 2002

O mau estado de conservação depasseios e vias impede o deslocamento se-guro de pedestres e ciclistas. Paracadeirantes ou dependentes de muletas,essa possibilidade torna-se praticamenteimpossível. Buracos, rachaduras, falta derampas com a metragem correta causamproblemas à vida dessas pessoas. Emmuitos lugares não há calçada e, quandoexistem, muitas não obedecem às nor masexigidas pela Fundação Instituto de Pes-quisa e Planejamento de Joinville.

Segundo o artigo 155 da lei relativaa passeios na cidade, compete ao proprie-tário, ou seu ocupante, a execução e con-servação de passeios. A Companhia de De-senvolvimento e Urbanização de Joinville(CONURB) é responsável pela fiscaliza-ção de vias e calçadas. Conforme GelindoFuchter, fiscal municipal do órgão, um pro-cesso de licitação está em andamento, en-volvendo comerciantes na construção derampas de acesso em troca de espaçoscomerciais. O interessado construiria umarampa de acesso às calçadas e teria espa-ço para divulgação no local.

Para Aline Schaidt Bellane, assistente

O deslocamento de portadores de deficiência física é dificultadopela má conservação de passeios públicos e ruas. Em vários

locais do centro da cidade e dos bairros não há acesso para eles

Falta de estrutura traz problemas a deficientes

Karla de Assis Pereira

KARLA DE ASSIS PEREIRA

social da Associação de Deficientes Físi-cos de Joinville (Adeji), é necessárioconscientizar a população. Em muitos ca-sos, as entradas de estabelecimentoscomerciais não propiciam o acesso apessoas portadoras de deficiência física.Não há rampas ou portas com largura sufi-ciente para a passagem de um cadeiranteou as rampas de acesso são muito inclina-das, exigindo a ajuda de outra pessoa.

Os portadores de deficiência físicaenfrentam muitas barreiras para sair decasa, afirma Bellane. Alguns cinemas, nor-malmente em shoppings, obrigam essaspessoas a entrarem pela parte de trás, citaa assistente social. Se um cadeirante querir ao shopping, ele precisa de um acompa-nhante, pois não tem força para empurrarsua cadeira em rampas muito inclinadas,presentes na maioria deles. Os banheirospúblicos não são equipados com barras deadaptação para apoio. Aline comenta aindaa impossibilidade de um cadeirante passe-ar em bairros da cidade, por causa da infra-estrutura.

Boates e restaurantes também nãopossuem adaptações para portadores de de-ficiência. O transporte coletivo já tem umaestrutura razoável, segundo Bellane, coma criação do serviço eficiente. Ônibus têm

adaptações especiais para deficientes físi-cos e os buscam em casa, porém, somentepessoas impossibilitadas de ir até um pontode ônibus desfrutam dessa condição. Dasfrotas de ônibus convencionais 20% de-veriam ter adaptação para deficientes. Po-rém, após a criação do Tranporte Eficien-te, linha que busca o portador de deficiên-cia na porta de casa e é adaptada às neces-sidades dessas pessoas, os demais coletivoscom adaptação diminuíram em número.

O professor de squash, Sérgio Dias,concorda com as dificuldades apontadaspor Bellane. Ele é professor de uma menina

chamada Paola, de 10 anos. Ela écadeirante e pratica o esporte há novemeses. Na opinião do professor, opreconceito é notado quando os portadoresde deficiência física não têm acesso adeterminados locais. A conscientização dosjoinvilenses é importante para que eles nãosejam excluídos do convívio por proble-mas de locomoção.

Denúncias de irregularidades empasseios ou vias devem ser feitas àCONURB, localizada na rua XV deNovembro, nº 1.383, anexo ao CentroCultural Antarctica. O telefone é 423-1060.

3 Cidade

Estudantes do Ensi-no Médio e Superior deJoinville voltam à luta pelopasse livre no transportecoletivo. A reivindicação éantiga e no último dia 14de maio, estudantes se reu-niram com o prefeito Mar-co Tebaldi (PSDB) paraexpor suas dificuldades.Estiveram presentes emfrente a prefeitura deJoinville aproximadamente100 estudantes, enquantouma comissão negociavacom o prefeito.

O coordenador daJuventude Revolução,Evandro Luis Pinto, entre-gou a Tebaldi uma cópia doprojeto de lei que isenta osestudantes da tarifa. Se-

Estudantes lutam pelo passe livre em Joinvillegundo ele, o projeto já foi protocolado naCâmara de Vereadores, mas não existe pre-visão de que seja votado.

A reivindicação apresenta pesquisarealizada no ano passado, que revela que60% dos jovens param de estudar por cau-sa do custo dos transportes, que chega aR$ 1,20 antecipada e R$1,30 embarcada.O prefeito prometeu analisar a proposta,mas lembrou que a implantação do siste-ma integrado diminui em 50% os gastosna maioria dos casos.

Outro ponto que merece análise, se-gundo o prefeito refere-se à liberação dopasse para estudantes pode gerar uma des-pesa para o município sem estabelecer umafonte de receita destinada a custeá-la.

A gratuidade já atinge idosos, cartei-ros, bombeiros, bombeiros-mirins, polici-ais militares, guardas municipais, fiscaisda Prefeitura, portadores de deficiência eacompanhantes de portadores de deficiên- (Roselete de Oliveira)

cia. Professores das redes municipal e es-tadual têm 50% de desconto e estudantesde 1ª a 8ª série, 20%. A dificuldade da libe-ração está vinculada ao cálculo do custorealizado com base no custo em quilôme-tros rodados. Mesmo assim, o prefeito pro-meteu estudar a reivindicação e programounova reunião com os líderes para o finaldo mês.

Segundo Carlos Castro, estudante deJornalismo do Bom Jeusus/Ielusc, algumascidades já adotaram o passe livre para es-tudantes, motivo pelo qual o grupo Juven-tude Revolução luta para implantar tam-bém em Joinville. Castro ressalta ainda, queo fato de as duas empresas joinvilenses pa-trocinarem muitos programas na mídia,contribui para que não haja divulgação daluta do movimento estudantil pelo passelivre nos programas jornalísticos da região.

PENA FILHO

Carlos Castro, um dosorganizadores do movimento

Calçadas na rua Blumenau,próximo à Benjamin

Constant. As más condiçõestambém se apresentam em

bairros nobres como oAmérica

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Primeira Pauta Junho de 2002

Domício Torres, gerente regional do Ibope, ministra palestra sobre Pesquisas de Opinião envolvendo as áreas de mídia, mercado,consumo e política. O evento, realizado pelo Bom Jesus/Ielusc, atraiu mais de 300 pessoas.

Você já foi entrevistado pelo Ibope?

Keltryn Wendland

Em certos períodos, como os queantecedem as eleições, as pesquisas deopinião ganham maior evidência. Políti-cos, federações e outras instituições re-correm a este instrumento para medir apreferência do eleitorado. Outro setor quetambém faz grandes investimentos empesquisas para medir a audiência são asempresas de comunicação, como o rádioe a televisão. Para falar sobre asmetodologias aplicadas, o que são, e paraque servem as pesquisas de opinião,Domício Torres, gerente do Ibope emSanta Catarina e no Rio Grande do Sul,ministrou palestra, no dia 15 de maio, aestudantes, publicitários e empresários.

Torres conta que a história do Ibopecoincide com o surgimento das pesqui-sas no país, quando em 1942, AuricélioPenteado, dono da Rádio Kosmos, de SãoPaulo, decidiu aplicar no Brasil técnicasde pesquisa aprendidas nos Estados Uni-dos, com George Gallup. A intenção erasaber qual a audiência de sua emissora.Auricélio descobriu que a Kosmos era aúltima no ranking de audiência do rádio.Ele largou a rádio e investiu na pesquisa,fundando o Ibope.

Para garantir a legitimidade das in-formações e fazer com que a amostra sejauma cópia fiel do todo, a metodologia apli-cada pelo Ibope prevê uma margem deerro de até 4,2 pontos percentuais.

De acordo com Torres, para me-dir a audiência da televisão, o Ibope fazpesquisas regulares nas dez principaiscapitais brasileiras. Nas outras capitaise no interior são feitas pesquisas espe-ciais, de acordo com o interesse dosmeios de comunicações ou agências depublicidade.

Um dos instrumentos utilizados peloIbope para medir a audiência é o“peoplemeter”. O aparelho é instalado emcada televisor da casa do telespectador,coletando informações sobre que canal(aberto ou a cabo) está sendo assistido.Conforme Torres, devido ao alto custo doaparelho (cerca de 500 dólares), em San-ta Catarina somente na capital existe estetipo de tecnologia. Ao todo, são 11“peoplemeters” em casas catarinenses.

Outro sistema utilizado em São Pau-lo e no Rio de Janeiro é o “Real Time”,com transmissão de dados via rádio-frequência, que permite medir a audiênciadomiciliar minuto a minuto. Esse sistemapossibilita visualizar a proporção de apa-

MÁRIO ESPINOSA

4 Cidade

relhos ligados, ou como está a au-diência em cada uma das emis-soras e compará-la com as ou-tras.

Já nas pesquisas eleitoraissão utilizadas diversas técnicas deapuração num mesmo levanta-mento. Através de um questioná-rio, o entrevistado responde a per-guntas espontâneas, como “emque candidato você pretende vo-tar?”, ou a perguntas estimuladas,através de uma cartela circularcom opções de resposta para oentrevistado. Nesses mesmos le-vantamentos pode-se simular oato da votação através de urnas ecédulas semelhantes às oficiais.

Para garantir a legitimida-de das pesquisas nas eleiçõesdeste ano, o palestrante destacaa determinação do Tribunal Su-perior Eleitoral (TSE), de queessas pesquisas tenham o pré-vio registro de 10 a 15 dias naJustiça Eleitoral antes de seremdivulgadas. O desrespeito a esta lei cons-titui crime eleitoral, sendo punidos os re-presentantes legais do instituto de pes-quisa e os do veículo de comunicação

ESPAÇO PARA ANÚNCIO

Vem aí...

Dia 18 de outubro, no Bom Jesus/Ielusc

Domício: pesquisaseleitorais em diversas

técnicas

que divulgarem tais informações. Con-forme Torres, para os demais tipos depesquisa, não existe uma legislação queproteja o consumidor.

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Primeira Pauta Junho de 2002

Congresso Nacional aprovou em abril lei que proíbe a venda de produtos fonográficos pirateados

Legislação permite destruição de discos piratas

Paulo Marttini

Em abril deste ano, o CongressoNacional aprovou uma lei permitindo apre-ensão e destruição de meios fonográficospirateados. A venda, que aumenta a cadadia, deixa de arrecadar impostos aos cofrespúblicos. Esses recursos poderiam serutilizados para saúde e educação, porexemplo.

Em Joinville, no centro da cidade,são mais de 20 vendedores de discoscompactos entre os quais estão lojas decosméticos, lingeries e até mesmo cabe-leireiros. Essa prática ilegal gera uma re-ceita considerável ao proprietário do esta-belecimento, pois não há agregação deimpostos. É dinheiro limpo tanto para ofabricante de discos piratas quanto para odistribuidor, e mais ainda para o vendedora granel.

Uma pesquisa feita no centro dacidade revela que 30% optam pela com-pra de discos originais, 50% pelos piratase 20% não fazem diferença em suas op-ções. Segundo o estudante Adriano de Oli-veira, “a pirataria de discos é o reflexo doabuso praticado pelas gravadoras e as

lojas. Não há necessidade de faturaremtanto”.

O Diário Oficial de 22 de abrilpublicou a lei aprovada pelo CongressoNacional proibindo a venda de qualquerproduto fonográfico sem autorização daempresa mantenedora dos direitos auto-rais. O não cumprimento dessa lei é tidocomo crime federal. Apenas cópiascaseiras de discos, fitas e cartuchos es-tão liberados. Contudo, essas não podemser comercializadas de forma alguma,sendo os proprietários enquadrados nanova lei.

Marli Avancini, proprietária de umadas lojas mais conceituadas de Joinville,reclama que essa velha modalidade de ven-da clandestina está ficando mais intensa acada dia que passa. “Começaram com umafitinha aqui, outra ali, e com o baratea-mento do material virgem. As vendas pu-laram para o digital e ninguém maissegurou. Eles não querem saber se estãoou não dentro da lei. Apenas vendem evendem muito”, diz ela.

Outro ponto discutido entre técni-cos responsáveis pelas gravadoras epolíticos diz respeito à qualidade da

fonografia utilizada nos discos piratas. Sãoprodutos gravados em prensas caseiras,gravadores de cds de micro computado-res interligados em rede, causando umadistorção de sinais de áudio, gerando umdescontrole do nível de gravação dos dis-cos, prejudicando o funcionamento do apa-relho do consumidor.

Mas o que está preocupando mais os

5 Geral

A venda de veículos usados caiuconsideralmente nos dois últimos mesesdeste ano. De acordo com a associaçãodos Revendedores de VeículosAutomotores do Brasil, o número de ne-gócios fechados nos meses de abril e maioteve uma queda de 25,8%, comparandocom janeiro e fevereiro.

Os reflexos nas vendas atingem di-retamente as pequenas revendedoras deautomóveis, que necessitam dos negóci-os do primeiro semestre para capitaliza-ção. Segundo Geovani Moretti, proprie-tário de duas revendas de veículos emJaraguá do Sul, com aproximadamente 20automóveis cada, comparando com o mêsde março, abril ficou bem abaixo da ex-pectativa, quando apenas dois negóciosforam fechados. “Em maio, as vendascresceram, foram fechados quatro negó-

O pagamento à vista é o preferido pelos compradores de veículos populares

Carro usado ganha preferência do consumidor

Francisco Carlos Farias

cios, mas ainda está abaixo do espera-do”, disse Geovani.

Dirceu Hausis, proprietário de duasrevendas em Guaramirim, acentuou queo volume de negócios caiu somente nomês de maio, mas a margem de lucros jávem sendo reduzida desde janeiro. “O per-fil do comprador mudou muito nos últi-mos meses”, disse Hausis, afirmando queos carros mais procurados são os da li-nha mil e modelos: Gol, Corsa, Fiesta comvariação de ano entre 95 e 97. “São car-ros de até dez mil reais, que o compradorpode pagar à vista”, disse atribuindo arazão para redução na margem de lucro.“Antes, em cada negócio faturávamos nomínimo dois mil reais. Hoje, esse valorfica em torno de quinhentos reais”, disseDirceu.

Outro aspecto apontado pelos pro-

prietários de revenda de automóveis naregião é a maneira como os compradoresestão adquirindo os veículos.”Antes ven-díamos muito automóvel financiado, hoje,poucos são os negócios fechados nestesentido”, explica Geovani.

MUDANÇA DE PERFIL

Segundo Jurandir Machado, geren-te da revendedora Volkswagen emJaraguá do Sul, houve uma mudança noperfil dos compradores de carros zerokm. “O Gol básico é o mais procurado,mas os compradores querem pagar àvista”, disse ele, acrescentando que ocomprador está atento para as altas ta-xas de juros impostas pelos bancos nofinanciamento de automóveis. “Se ocomprador financiar em 60 parcelas, ele

paga quase dois veículos e leva um”,calculou.

Para se ter uma idéia, o Banco Realcobra 2,55% ao mês para financiar o carrousado. Jurandir cita um exemplo: “Umautomóvel com valor de mercado em tor-no de onze mil reais, o consumidor paga-rá, através do leasing em 36 parcelas,dezesseis mil reais”, arrolou.

A esperança de melhoria nas ven-das de carros usados está nos novosdesigners, apresentados pelas montadorasnos últimos meses. A Fiat lançou o PálioFire; a Chevrolet, Novo Corsa; a Ford oNovo Fiesta. “A procura por carrosseminovos, como Palio Fire, é muita, masveículos como este nós ainda não temos”,disse Hausis.

donos de gravadoras e os artistas é a evolu-ção na distribuição de documentos falsos, queautorizam a prensagem em empresas ofici-ais. Segundo reportagem do Jornal Nacio-nal, estão sendo falsificadas até assinaturasde artistas para que o processo de prensagemilegal possa andar “sem problemas”. A Polí-cia Federal já começou a investigar quadrilhascom atuação no Brasil e no exterior.

PENA FILHO

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Primeira Pauta Junho de 2002

Adriana Caroliny Silvy

Paquetá...paquetá...paquetá...paquetá...Esse é o som emitido por mais um dosajudantes da Polícia Militar. Antes eramapenas carros, motos e bicicletas. Agorao policiamento é feito também com o usodos cavalos. O pelotão de policiamentomontado de Joinville é mais uma opçãode segurança para a cidade, trazendomaior tranqüilidade e sossego para os mo-radores.

Os maiores beneficiados são osjoinvilenses que moram próximos à sededa cavalaria montada. A ronda a cavalo émais efetiva nessas áreas, onde estãoagregados os bairros Itaum, Petrópolis eFloresta. A região central também recebeatenção. Ela é bastante vistoriada pelospoliciais que fazem a ronda a galope.

Na opinião do policial Marcondes,

Policiais a cavalo impõem respeito e aumentam a segurançao policiamento a cavalo é notado com maisfacilidade. O campo de visão do policialaumenta e ele percebe rapidamente a mo-vimentação das pessoas ao seu redor.“Com o cavalo, o policial pode transporos mais diversos tipos de terrenos, ocu-pando espaços onde a pé ou em veículotalvez não conseguisse chegar”, explica.Já o policial Abreu acentua que o policia-mento a cavalo destina-se preferencial-mente às áreas urbanas, no período no-turno, oferecendo grande capacidadeoperacional. Abreu acrescenta que “algu-mas pessoas têm medo do animal. Achoque impõe respeito”.

Para a vendedora de cachorro-quen-te, Doralice Salgado Santana, a ronda fei-ta pela polícia trouxe vantagens para o seupequeno negócio. Ela disse que antes osfregueses não paravam para comer os lan-

ches. “Simplesmente compravam e leva-vam para comer em casa. Agora, com apolícia sempre por perto, as pessoas pa-ram, compram e sentam-se na barracapara degustar os quitutes”, acentua avendedora

O metalúrgico aposentado, Cás-sio de Freitas Albuquerque, morador dobairro Petrópolis, disse que a políciaganhou mais força com a ajuda dos ca-valos. Para ele, “a violência ainda é in-tensa em todo o país, mas a polícia deJoinville possui uma ajuda extra e fun-damental”. Cássio Albuquerque contaque espera a noite chegar para ver apolícia passar montada nos cavalos.“Sou privilegiado, pois sempre que temronda, a PM passa na frente da minhacasa. É um orgulho para mim e paraminha família”, acrescenta o aposen-

tado.O motorista de coletivo urbano,

Jairo Jamil Pacheco Telles, conta quetoda vez que faz o percurso pela Aveni-da Paulo Schroeder encontra dois outrês policiais militares em seus respecti-vos cavalos. “Na minha opinião, a polí-cia acertou em cheio utilizando os ani-mais para fazer as rondas. Eu não tenhomedo dos cavalos, mas sei que muitagente tem. Se eu fosse um ladrão, ja-mais roubaria aqui nesse bairro”, finali-za o motorista.

O policial Marcondes revela que ocavalo faz com que os bandidos sintam-se constrangidos. “O cavalo, pelo gran-de porte que tem, inibe a ação dos delin-qüentes”. Abreu acrescenta que o poli-ciamento a cavalo gera um efeito psico-lógico imenso nas pessoas, diminuindoos delitos.

6 Polícia

Os roubos de automóveis têmaumentado muito nestes últimos tem-pos. Nos três primeiros meses desteano foram roubados 357 veículos,entre motos e carros, número superi-or ao ano passado, quando foram fur-tados 240 veículos. As marcas de au-tomóveis mais visadas são oVolkswagen Gol, o Fiat Uno e quasetodos os tipos de motos.

A área central é a região mais vi-sada. A rua dos Ginásticos e a ruaFelipe Schmidt, próximo ao Supermer-cado Angeloni, são as vias onde acon-tece a maioria dos roubos. As aveni-das Getúlio Vargas e JuscelinoKubistcheck, as ruas São Paulo, JoãoColin, Blumenau e Dona Franciscatambém atingem altos índices de rou-bos, principalmente próximo a esco-las, igrejas, supermercados e hospitais.

Numa reunião entre as polícias Ci-vil, Militar e a Guarda Municipal ficoudecidido o aumento do policiamento nasruas centrais, com o objetivo de coibiros furtos de veículos. O comissário depolícia da Delegacia de Investigação Cri-minal (DIC), Vilmar Orts, informou queno início desse ano foi desmantelada aquadrilha dos “Irmãos Metralhas”, es-pecializada em roubos de camionetes.Dois integrantes já estão soltos.

Furto de veículos cresce em Joinville

(Maurício Rodrigo de Oliveira)

Além das quadrilhas, as oficinasde desmanches de veículos vêm cres-cendo de forma alarmante e muitas jáforam descobertas em vários bairrosda cidade. Segundo Marco AurélioMarcucci, delegado da DIC, algunscuidados podem ser tomados para evi-tar o roubo do veículo, como:• Não esquecer de travar as portas efechar os vidros do veículo.• Não deixar objetos de valor visíveisdentro do carro.• Não estacionar o carro em lugaresdesertos ou longe do seu destino.• Usar dispositivos de segurança, comoalarmes e travas.• Optar por um estacionamento pago,ao invés de estacionar na rua.

Dispositivos de segurança são

alternativas contra furtos

Para inibir os roubos de automó-veis, a procura por dispositivos de se-gurança, como alarmes e travas elétri-cas, tem aumentado muito. Cada vezmais são introduzidos no mercado no-vos acessórios de segurança ainda maissofisticados, que acabam se mostran-do frágeis diante da ousadia dos ladrõesde carros.

O crescimento da populaçãojoinvilense, nos últimos anos, tem impli-cado no incremento da criminalidade. Aafirmação é do delegado da 14° Delegaciade Polícia, Wilson Maçon. Ele aponta doisfatores importantes para o aumento docrime: o tráfico de drogas e odesemprego. Na periferia o problema émaior, tendo em vista a falta de instruçãodos moradores e o alto nível dedesemprego.

Os delitos mais comuns na área cen-tral da cidade são os furtos à residência ede automóveis. Os menores são bastanteutilizados nesses casos e, na maioria dasvezes, eles roubam para comprar drogas.

Para Maçon, o principal problema noBrasil é o Sistema Penitenciário, conside-rado arcaico, necessitando de profundasmudanças. A Lei de Execução Penal pre-vê a reeducação dos criminosos, e issona realidade não acontece. Segundo o de-legado, a Penitenciária de Joinvillecomporta 260, mas abriga, hoje, 600presos.

Quanto aos menores infratores, eleacha que deveria diminuir a idade para se-rem punidos. Pergunta onde colocá-los,se hoje já não existem mais locais dispo-níveis para isso. As penitenciárias estãocom superpopulação. O ideal, na opiniãodo delegado, seria a criação de um Siste-

Tráfico e desemprego aceleramcriminalidade em Joinville

ma Penal de Reeducação. Admite, noentanto, tratar-se de uma propostautópica no Brasil. Também atribui àfamília parte da responsabilidade do au-mento da criminalidade entre os jovens,pois é grande a desestruturação dos lares.

Outro grande problema na cidadeé a falta de policiais civis. Maçon desta-ca que não adianta ter várias delegaciasespalhadas pelos bairros sem pessoaspara trabalhar. Em Joinville existem 150policiais, dos quais 50 estão atuando. Paraele, uma solução a médio prazo seria im-plantar uma única delegacia na cidade,com serviços especializados.

Maçou não acredita em solução in-dividual para a violência como a pena demorte. “Cada um hoje só pensa em si,só no seu patrimônio, se tranca em casa,enquanto os bandidos ficam na rua”, con-cluiu. Ele teme a possibilidade do erro eter como conseqüência a morte de ino-centes. Também argumenta que nos pa-íses onde foi instituida a pena de mortenão diminuíram os índices decriminalidade.

Wilson entende que a situação dospresídios só vai mudar quando houverprofundas mudanças não só no CódigoPenal, mas em toda a sociedade.

(Maria Avelina)

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Primeira Pauta Junho de 2002

Art. 41. Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção de seismeses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mes-mo período, e multa no valor de R$5.320,50 (cinco mil trezentos e vinte reais e cinqüentacentavos) a R$15.961,50 (quinze mil novecentos e sessenta e um reais e cinqüentacentavos)

I – o uso de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de comício oucarreata;

II – a distribuição de material de propaganda política, inclusive volantes e outrosimpressos, ou a prática de aliciamento, coação ou manifestação tendentes a influir navontade do/a eleitor/a.

Art. 43. Constitui crime, punível com detenção de dois meses a um ano ou paga-mento de cento e vinte a cento e cinqüenta dias-multa, divulgar propaganda, fatos quesabe inverídicos, em relação a partidos ou a candidatos, capazes de exercerem influ-ência perante o eleitorado (Código Eleitoral, art. 323).

No dia 6 de outubro, das 8h às 17 h, o eleitor vai até o local de votação com o seu título

de eleitor ou um documento de identificação. Deverá votar em seis candidatos, na

seguinte ordem:

1º DEPUTADO FEDERAL

2º DEPUTADO ESTADUAL/DISTRITAL

3º SENADOR1

4º SENADOR2

5º GOVERNADOR

6º PRESIDENTE

“Crimes Eleitorais”

Flávia Maria Moreira

Nas eleições deste ano, Joinville terámais de 300 mil eleitores, registrando umaumento superior a 16% em relação à elei-ção de 1998. Essa eleição poderá ser divi-dida em dois turnos – o primeiro turnoestá marcado para o dia 6 de outubro, e,se houver segundo turno ocorrerá no 27de outubro.

Serão disputados os cargos de pre-sidente e vice-presidente da República, go-vernador e vice-governador do Estado, de-putado federal e deputado estadual, sena-dor. No site do Tribunal Regional Eleitoralde Santa Catarina (TRE-SC) consta a se-guinte observação: “Em razão de haver arenovação do Senado Federal na propor-ção de 2/3, o eleitor deverá votar em 2(dois) candidatos para senador. O man-dato de um senador é de 8 (oito) anos.Para os demais cargos o mandato é de 4anos”.

A partir dos 16 anos de idade, estãoaptos a votar os brasileiros natos enaturalizados. O eleitor que deixar de vo-tar e não o justificar até 60 dias após arealização da eleição incorrerá em multa.Ele deverá justificar a sua falta medianterequerimento dirigido ao Juiz da Zona

Eleitoral de sua inscrição, ou pagar a res-pectiva multa, como consta no site doTRE-SC. Marisa Ferrazza, chefe de car-tório, informou que o valor da multa é deR$ 5,00 por cada eleição. Para os eleitoresque se encontrarem no exterior na data daeleição, o prazo de justificativa é de 30 dias,contados a partir de sua entrada no país.

O site do TRE-SC (www.tre-sc.gov.br) traz informações sobre a pro-paganda eleitoral, permitida a partir de 06de julho. “É vedada, desde quarenta e oitohoras antes, até vinte e quatro horas de-pois da eleição, qualquer propaganda po-lítica mediante rádio, televisão, comíciosou reuniões públicas, inclusive a relizaçãode debates, ainda que pela Internet”, es-clarece o site do TRE-SC.

A partir de 30 de setembro até o diada eleição, os cartórios eleitorais estarãofornecendo gratuitamente aos eleitores quesolicitarem o formulário “Requerimento deJustificativa Eleitoral”. Caso alguma pes-soa não saiba onde fica localizada a suaseção, ou, tenha alguma dúvida sobre a elei-ção, poderá pedir informações ao CartórioEleitoral, informou Marisa.

O expediente do Cartório Eleitoralé das 13h às 19h e o telefone é (47) 433-0299.

Mais de 300 mil pessoas estão cadastradas, registrando um aumento de 16% em relação ao pleito de 1998

Cresce número de eleitores em Joinvil le

7 Política

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Primeira Pauta Junho de 2002

Santa italiana, brasileira, catarinense e mulherMadre Paulina torna-se Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, um nome marcante num Estado já considerado feminino

Marco Aurélio Braga

Um acontecimento no mês demaio deixou Santa Catarina ainda maisfeminino. Começando pelo nome doEstado, até a grande heroína desse ter-ritório cravado na região Sul do País éuma mulher, chamada Anita Garibaldi.Também é conhecida por ser a terra deVera Fischer ou de Ana Moser, a ex-jogadora de vôlei.

Mas em 19 de maio o Estado fi-cou marcado por mais um acontecimen-to que envolve mulheres. A Igreja Ca-tólica, a maior do Brasil, com 73% deadeptos da população brasileira, ganhao seu primeiro santo, ou melhor, san-ta. Na madrugada chuvosa daquele do-mingo, na localidade de Vígolo, no mu-nicípio de Nova Trento, Madre Paulina,a fundadora da Congregação dasIrmãzinhas da Imaculada Conceição,tornou-se santa pelo papa João PauloII, num fato inédito no catolicismo bra-sileiro, celebrado no Vaticano, em Roma(Itália). Agora, a madre passa a se cha-mar Santa Paulina do Coração Agoni-zante de Jesus.

Os católicos se voltaram paraSanta Catarina justamente por causa deuma mulher. Milhares de fiéis foram aosantuário da primeira santa brasileira,em Vígolo, bairro de Nova Trento, parafazer promessas. Mas também para co-memorar o fato histórico. Na madru-gada de domingo, três telões foram es-palhados no lugar onde Madre Paulinaviveu.

Cerca de 15 mil fiéis, segundo a

Polícia Militar, estavam ànoite em Nova Trento. Osprojetores transmitiam omomento exato dacanonização pelo papa dire-tamente do Vaticano. Lá nasede, eram 9 horas da ma-nhã, no Brasil, 5 horas. Es-tavam presentes pessoas detodas as regiões do país. Fi-éis ardorosos da santa.

A dona-de-casaLurdinha Evangelista, de 46anos, acompanhou toda acerimônia, que começouainda à noite, de joelhos,abraçada à sua filha de 8anos. Chegou ao local emuma excursão. Ficou namesma posição durante qua-se duas horas, quando o soljá começava a aparecer. A chuva nãolhe fez desistir de acompanhar o mo-mento marcante. “Sou devota de Ma-dre Paulina. Ela curou minha filha”, di-zia emocionada.

Pelo santuário da cidade de qua-se 10 mil habitantes passaram 40 milfiéis durante a festa de canonização.Estacionaram 400 ônibus de excursãoe 5 mil veículos. Teve gente que veio apé. O argentino Ernesto Dominguez saiude Balneário Camboriú às 6 horas damanhã e chegou por volta das 19 ho-ras de sábado. Ainda passaria à noiteno lugar. Caminhou a distância de 60quilômetro para pedir uma solução parao seu país, que vive uma grave criseeconômica. “É preciso rezar muito para

8 Estado

tirar a Argentina da crise”, desabafou,cansado do percurso.

Camelódromo

Essa fé que move as pessoas tam-bém move negócios lucrativos. O co-mércio nunca tinha sido tão movimen-tado em Nova Trento. Centenas de co-merciantes chegavam ao santuáriocom o único propósito de faturar.

Cerca de 200 deles invadiram olocal. Vendia-se de tudo. Desde cha-veiros e cortador de frutas até singe-las medalinhas com a foto da milagreirae camisetas. Produtos pirateados tam-bém ganharam espaço. A movimenta-ção espantou a cidade pacata e causou

mal estar entre as autoridades. O pre-feito, Godofredo Tonini, achou des-respeito e prometeu agir com rigor. Ogoverno estadual, representado pelopresidente da Santa Catarina Turismo(Santur), Flávio Coelho, taxou a situ-ação como “um camelódromo”. As re-ligiosas da congregação, obviamente,não aprovaram.

A canonização de Madre Paulinamexerá com o pequeno municípiocatarinense. Projetam-se várias mu-danças de infra-estrutura na cidade. Hásomente dois restaurantes e a rede dehotéis é inexpressiva para o númerode turistas, que devem visitar o lugaronde a primeira santa brasileira viveue construiu parte de sua obra.

Revi Revista Eletrônica do Ielusc

MARCO AURÉLIO BRAGA

Em Nova Trento, os comerciantesestão satisfeitos com o aumento

das vendas

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Primeira Pauta Junho de 2002

É muito fácil chegar a Nova Trento. Veja abaixo qualo melhor trajeto.

Vindo pelo sul do país?

Rodando pela BR 101, aproximadamente 40Km apósFlorianópolis, fique atento para entrar à esquerda na cida-de de Tijucas. Você terá que seguir caminho passandopelas cidades de Canelinha e São João Batista, até che-gar à Nova Trento. Esse percurso de Tijucas até Nova Trentotem aproximadamente 40 Km.

Vindo do oeste do Estado?

Basta descer no sentido litoral pela BR 470 até che-gar a Blumenau. Você terá que passar pelos municípiosde Gaspar e de Brusque, e em Brusque pegar a Av. 1º deMaio, que vai o conduzi-lo até Nova Trento. O percurso deBlumenau a Nova Trento tem aproximadamente 60Km.

Vindo do norte do país?

Pela BR-101, após passar a ponte do Rio Itajaí,aproximadamente 10 Km do sul você terá que entrar àdireita em direção ao município de Brusque. Após, pegar aestrada que leva direto a Nova Trento. Esse percurso temaproximadamente 60Km.

Perfil de Nova Trento

* 80 quilômetros de Florianópolis.* 9,5 mil habitantes.* Três hotéis.* Dois restaurantes.* Santuário fica a 4km da cidade.

Como chegar...Quem foi MadrePaulina

Batizada com o nome de AmábileVisintainer, Madre Paulina nasceu na ci-dade de Vígolo Vattaro, na regiãoTrentina, na Itália, em 16 de dezembrode 1865. Dez anos depois emigrou parao Brasil e se estabeleceu na então dis-tante localidade de Vígolo, em NovaTrento (SC). Em 1890 deixou a casapaterna para instalar-se, junto com aamiga Virgínia Nicolodi, em um case-bre para cuidar de Ângela Lúcia Viviani,doente de câncer, que morreria três me-ses depois.

Esse gesto foi o nascimento daCongregação das Irmãzinhas daImaculada Conceição, hoje presente em15 Estados do Brasil e em 11 países,como Argentina, Bolívia, Colômbia, Chi-le, Itália e Camarões. Após os votos reli-giosos tornou-se Irmã Paulina. Morreuem julho de 1942, aos 77 anos, cega, so-frendo de diabetes e já tendo amputadoum braço. Seus restos mortais estão nacapela da Sagrada Família, em São Pau-lo (SP).

9 Estado

Os dois milagres

Madre Paulina foi responsável por dois milagres destacados para os processos até chegar à Canonização.Quem organizou todos os passos foi a irmã Célia Cadorin. O primeiro milagre foi em Eluíza Rosa de Souza,em 1966, no sétimo mês de gravidez. Ela teve morte intra-uterina do feto. Na operação para a retirada dobebê morto sofreu violenta hemorragia e um choque irreversível. Foi desenganada pelos médicos. Umareligiosa colocou sobre o peito de Eluíza um pedaço de roupa de Madre Paulina e juntou outras irmãs pararezar. No dia seguinte, a paciente estava curada. Esse feito fez o Papa João Paulo II conceder a beatificaçãoem 1991.

O passo decisivo para declarar a canonização de Madre Paulina foi a cura de Iza Bruna Vieira de Souza,que mora em Rio Branco (AC). Ele nasceu em 1992 com um grave tumor na cabeça. Submetida a umadelicada cirurgia no quinto dia de vida, apesar de fraca e anêmica, para a retirada do tumor, a menina sofreuconvulsões cerebrais e parada cardiorespiratória. Os médicos afirmaram que se vivesse teria sérias seqüelas.O padre chegou a ministrar o batismo às pressas. Uma avó, devota da futura santa, deixou uma foto damilagrosa com a criança, que no dia posterior começou a apresentar melhoras. A menina, hoje com 10 anos,não tem quaisquer seqüelas da doença e prestigiou a canonização da santa que salvou a sua vida.

www.ielusc.br/revi

MARCO AURÉLIO BRAGA

Fiéis de todo o paísvisitam o santuário

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Primeira Pauta Junho de 2002

No último dia 19 de junho a bancadada Câmara de Vereadores de Joinville des-locou-se da sua sede para o loteamentoJardim Edilene, no bairro Paranaguamirim,mais exatamente na Escola Municipal Pre-feito Joaquim Félix Moreira. A ação foi ini-ciativa do vereador Adilson Mariano, dabancada do PT, para tratar de assuntos degrande importância para aquela região.

A Câmara de Vereadores de Joinvilleé desconhecida de muitos cidadãos, o quetraz à tona várias opiniões sobre osassunto. A aproximação com a populaçãoé de fundamental importância para asocialização e a democratização dasdecisões tomadas dentro de um municí-pio. Infelizmente a realidade na maiorcidade do Estado de Santa Catarina não édas melhores. As sessões que são realizadasdurante a semana contam com a presençade pouquíssimas pessoas da comunidade.De quatro em quatro anos são eleitos 21novos vereadores para atuar em prol dapopulação da cidade, mas pouco se vêfazer nas comunidades menos favorecidasde Joinville.

Muitas vezes os vereadoresesquecem de assuntos relativamenteimportantes, como a saúde e educação,para tratarem de outras questões deimportância nula para o meio social. A

Diante das dificuldades enfrentadas pelas comunidades menos favorecidas de Joinville, o vereador Adilson Mariano tomainiciativa de realizar a sessão da Câmara no bairro

Vereadores realizam sessão em colégio municipal

Kleyton Clemente aproximação dos vereadores com acomunidade é de fundamentalimportância para o exercício dehumanização da política e seus fins. Sóassim vereadores saberão de fato quaissão os verdadeiros problemas enfrentadosno dia-a-dia pela comunidade, e a mesmasaberá de fato quem é quem na políticamunicipal.

Na sessão realizada no loteamentoJardim Edilene muitas pessoas dacomunidade compareceram para ouvir ediscutir assuntos pertinentes àquelaregião. A desempregada Maria de Fátimaestá revoltada com o descaso dosgovernantes de Joinville, principalmentecom os vereadores. Contesta que emépoca de eleições todos são excelentespessoas e tudo é motivo de aperto de mão.“Agora é isso aí, estão aqui para mostraro que não fazem”, completa Fátima.

As dificuldades vivenciadas pelapopulação do loteamento Jardim Edilenesão inúmeras: falta de pavimentação, po-liciamento, posto de saúde e,principalmente, falta de saneamentobásico. As reclamações foram unânimes.Saneamento básico é prioridade para aregião.

O esgoto corre a céu aberto e pre-ocupa moradores. O desempregadoFrancisco Garcia de Freitas convive como medo de seus filhos contraírem algumadoença nas valas. “Tenho medo que meus

filhos se contaminem com algumadoença nessas valetas, deixo eles àvontade, pois não temos muitosrecursos. Então eles brincam ondequerem, mas seria muito bom se asautoridades resolvessem esseproblema para nós”, complementaFrancisco.

À população cabe a fiscalização,acompanhamento e cobrança dosvereadores de Joinville. O povo sótem voz quando a utiliza, só ganharáespaço no meio quando se filtrar ecomparecer nas discussões que di-zem respeito à cidade. Atividadescomo esta que aconteceu no bairroParanaguamirim devem ser rotina navida dos vereadores. Assim,comunidade e ações políticas saemganhando.

10 Política

Responsabilidades do vereador

“Os vereadores têm uma responsabilidade ética específica, por serem

aqueles que determinam muito do que o prefeito pode ou deve fazer e por

serem aqueles que fiscalizam a atuação do prefeito. Devido a seus vínculos

político-partidários, os vereadores devem, legitimamente, representar e fazer

valer os interesses particulares emergentes daqueles que eles representam.

Sua maior responsabilidade ética, entretanto, reside em não reduzir sua ação

política legislativa a interesses corporativos, muito menos a interesses pesso-

ais escusos. A responsabilidade ética dos vereadores permite a legítima disputa

pela prevalência dos interesses que representam. Mas exige que eles sejam

capazes de compatibilizar e submeter, em última instância, esses interesses

aos interesses coletivos de toda a municipalidade. Cada lei deve ser a expressão

da vontade majoritária dos munícipes ou o resultado de um pacto social entre

todos eles. A corrupção é uma prática inaceitável, mais ainda no exercício de

um mandato político. Os vereadores devem ser um referencial ético para os

cidadãos.”

Fonte: http: //www. epam. sp.gov.br/etica/6.htm

Plenário improvisado para realizar a sessão

DIVULGAÇAO

DIVULGAÇAO

Vereador Adilson Mariano

teve a iniciativa de realizar

sessão nos bairros

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Primeira Pauta Junho de 2002

O Hemocentro de Joinville passa por boa fase e as coletas de sangue satisfazem a demanda da população

Hemosc cumpre meta do Ministério da Saúde

Edelamar Negherbon

O Centro de Hematologia eHemoterapia (Hemosc) de Santa Catarinacomeçou o ano em Joinville com aproxi-madamente 700 doadores voluntários aomês. Com esse número, atingiu a metanecessária para o consumo exigida peloMinistério da Saúde. Nem mesmo o san-gue com tipagens negativas – somente 5%da população brasileira têm esses fatores– está em defasagem.

O Hemocentro de Joinville faz partede uma “hemorrede” criada pelo Hemosc.Há sedes em Florianópolis, Chapecó,Criciúma, Joaçaba, Lages e Joinville. “To-das as sedes são integradas, fazendo comque de acordo com a necessidade de cadahemocentro, um possa ajudar o outro”, dizMarilene Castro Royer, gerente técnica. “OHemocentro de Joinville ainda tem novasmetas e a principal delas é manter-se noatual nível de coleta de sangue”,complementa.

Tânia Mara Weiler, auxiliar de assis-tente social, afirma que a principal dificul-dade para os doadores retornarem depoisde seis meses é o atestado médico, que sóé aceito pelas empresas uma vez ao ano.“Quem trabalha em horário normal ficaprejudicado”, diz Tânia. É o que ocorrecom o operário Manoel José, 24 anos. Elefaltou ao trabalho para doar sangue a umparente. “Perdi o dia, porque é a segundavez que dôo num período de um ano”, re-lata.

A queda nas doações acontecemprincipalmente no verão, quando regis-tram-se mais acidentes de trânsito e cres-cem de 20% a 30% as necessidades detransfusões. Segundo Tânia, é justamentenesse período que as doações diárias caem

de 70 para 50 pessoas. Esses 20 doado-res a menos geralmente estão em férias.“Quando o índice de sangue no estoqueestá baixo, realizamos campanhas atravésdos veículos de comunicação, chamandoas pessoas a doarem sangue. Tambémconvocamos os cadastrados através decartas e ligações, o que dá mais retorno”,diz ela.

Tânia explica que o sangue coleta-do no Hemosc é enviado, após teste, aoshospitais, estando pronto para a transfu-são. Para tornar esse procedimento maisseguro, um pouco do sangue do pacienteé colocado junto ao do doador para de-tectar se não existe nenhum anticorpo quecause reação ao organismo do receptor.

Exigências

Para que a pessoa seja consideradauma doadora, ela se submete a nove exa-mes, entre eles os de hepatite B e C, HIV,sífilis, doença de Chagas e leucemia. Trêsexames de tipagem sangüínea também sãorealizados. Mas não basta a pessoa que-rer ser doadora. Entre as exigências doMinistério da Saúde estão o de peso aci-ma de 50 quilos, não estar gripada nosúltimos sete dias, não estar tomando ne-nhum tipo de medicamento, não estar emjejum, não estar grávida ou amamentan-do, não ser, nem ter sido, usuário de dro-gas injetáveis, não ser homossexual oubissexual, não ter relações com muitos par-ceiros e ainda, não haver ingerido bebidaalcoólica num período de 24 horas. O pro-cesso de doação dura aproximadamenteuma hora, sendo que a coleta dura entrecinco a sete minutos. O Hemocentro deJoinville fica na entrada do Hospital SãoJosé, na avenida Getúlio Vargas.

A voz é um instrumento funda-mental do corpo humano, mas nemsempre recebe uma atenção especialdas pessoas. Os profissionais da áreade comunicação, em especial oslocutores, utilizam a fala comoprincipal ferramenta de trabalho.Muitos especialistas afirmam que, paraser um bom profissional, éfundamental cuidar bem da voz,mantendo sempre a saúde estética evocal.

A exposição aos fatoresnocivos, como falar alto eprolongadamente em ambientesruidosos, sem tratamento acústicoapropriado, ou mesmo o hábito de pi-garrear bruscamente, sempre antes doato da fala, deixam a pessoa maisvulnerável. Um dos problemas quemais afeta o profissional da voz é adisfonia, mais conhecida por rouqui-dão. É caracterizada pela alteração detodas as qualidades da voz e no modode produzi-la. O tom torna-se maisgrave (voz grossa), com quebrasfreqüentes marcadas pelo aparecimen-to de emissões sussurradas.

Segundo o médico otorrino-laringologista, Álvaro MachadoPacheco, o esforço para a fonaçãocausa vários outros problemas paraquem sofre de rouquidão crônica. “Apessoa que tem uma voz rouca tendesempre a falar mais alto. Esse esforçocausa sensação de cansaço,principalmente na região do pescoço,às vezes com surgimento de dor”,afirma. Segundo Pacheco, a rouqui-dão constante pode ser um sinal deque as cordas vocais estão sendousadas de forma incorreta, com muitatensão. Tudo isso pode determinar oaparecimento de nódulos, e só podemser tratados com o auxílio de umprofissional da área de fonoaudiologia.

Para a fonoaudióloga MônikaSchulzen, nesses casos, o ideal mesmoé poupar a voz, ou seja, fazer repousovocal até desaparecem os sinais derouquidão. O hábito de beber líquidosdiariamente – até dois litros por dia –também é um meio de amenizar o pro- (Glaene Vargas)

Cuidados com a voz podemprevenir problemas vocais

blema, além de alguns exercíciosvocais.

Segundo Schulzen, a respiraçãoinadequada, que começa logo nainfância, também pode ser a causadorade vários distúrbios da voz. Cabe aospais observarem os hábitos alimentarese de respiração de seus filhos, bemcomo a fala e o desenvolvimento dalinguagem para poderem recorrer a umaajuda profissional a tempo de prevenirdificuldades futuras. “Muitas pessoaspoderiam ter um desempenho aindamelhor, se o seu desenvolvimentolingüístico tivesse sido corrigido ou es-timulado já no período de aprendizagemda fala”, ressalta a fonoaudióloga.

Segundo Schulzen, o estado psi-cológico de cada pessoa também é res-ponsável por alterações na voz. Emo-ções muito fortes, como raiva e ansie-dade, podem ocasionar problemas, tipoa disfonia. “A rouquidão nunca deverápersistir por mais de 15 dias. Caso issoocorra, a pessoa deverá procurar umfonoaudiólogo ou um médicootorrinolaringologista”, alerta a profis-sional.

Algumas dicas

• Procure não fumar; a fumaça irrita amucosa da laringe, acumulando secre-ções nas cordas vocais. Além disso, ocigarro aumenta o risco de câncer.• Evite a exposição por muitas horasao ar condicionado; ele resseca amucosa nasal e toda a extensão dalaringe.• Nunca aumente o tom da voz em lu-gares com muito barulho.• Procure não respirar pela boca emdias muito frios; o nariz filtra e aqueceo ar, evitando assim que as cordasvocais recebam o ar gelado.• Evite bebidas alcoólicas; o álcoolagride diretamente as cordas vocais.• Procure consumir alimentos fibrosos,como a maçã; ela age, limpando a bocae a faringe.

EDELAMAR NEGHERBON

11 Saúde

Doador voluntário colaborando com o Hemosc

Page 12: Edição nº 21_do_primeira_pauta,_o_jornal_laboratório_do_ielusc,_joinville

Primeira Pauta Junho de 2002

Joinville lança sua primeira banda

de músicas internacionais. Esse era um

antigo sonho do grupo Moquiatti. Com-

posto por joinvilenses, ele agora têm

como vocalista o californiano Rex

Johnson. O grupo chama-se “Green

Belly”, e já têm quatro músicas grava-

das, e está trabalhando no seu primeiro

disco, que deve ter em torno de 12 mú-

sicas inéditas, de autoria de Rex Johnson.

Prova do sucesso certo do Green Belly

foi o blues Easy Rider, gravado pelo gru-

po após a parceria e que já esteve entre

as dez mais tocadas nas rádios de

Joinville e região.

Rex Jonhson iniciou sua carreira

em 1965, no norte da Califórnia, na ci-

dade de Eureka, aos 15 anos. Seu pri-

meiro instrumento musical foi uma gai-

ta de boca, que ele ganhou aos 20 anos.

Ele possui, em média, 200 composições

próprias, variando entre os mais pito-

rescos ritmos, desde o jazz e o blues,

passando por ritmos caribenhos, cuba-

nos, franceses, angolanos, pop e reggae.

Na cidade de Porto de Mazarron,

Rex Johnson conheceu o artista plástico

catarinense Antonio Mir, que lhe apre-

sentou Julian Olsen. Este último fez o

convite para vir ao Brasil. Uma amiga

lhe presenteou a passagem e Rex

Johnson aceitou a oferta. Seu primeiro

trabalho no Brasil, onde reside desde

1999, foi em uma casa noturna chama-

da Bali Hai, na praia de Piçarras, em SC.

Desde então, Rex Johnson adotou o Bra-

sil como sua terra. Para evitar proble-

mas com a Polícia Federal e livrar-se da

deportação, ele vai a Argentina de vez

em quando e carimba o seu passaporte.

Joinville tem suaprimeira bandainternacional

(Adriano Borges)

De cidade dos príncipes a reduto dos gaúchosJuventude busca outro

tipo de diversão, recorrendoà cultura gauchesca

Cristiane Aparecida Kamarowski

Joinville, cidade colonizada poralemães, hoje serve de palco de tradiçõesoriundas do Rio Grande do Sul. O interes-se do público revela o crescimento deapreciadores da música gauchesca.

Ritmos como o dance, o pop, o pa-gode, dentre outros, deixaram de ser asúnicas opções da noite joinvilense. Écomum, nos dias de hoje, encontrar embailes, pessoas vestidas “a caráter”, ouseja “pilchadas” (usando a vestimenta tra-dicional dos gaúchos).

A indústria cultural mostrou, no de-correr dos anos, como os gêneros musi-cais adotados pelo público continuam sen-do alvo de metamorfose. É possível vol-tar um pouco no tempo e analisar ritmosque entraram no mundo da mídia, mas queatualmente vivem em descrédito.Lambada, axé e recentemente o Funk sãoalguns exemplos de ritmos e gêneros mu-sicais que acabaram por cair no esqueci-mento.

A música gaúcha traz a seu favortoda uma história da cultura de um povo.O termo gaúcho surgiu em documentos apartir de 1790, como sinônimo de ladrõesde gado que atuavam na fronteira doBrasil com o Uruguai. Até a metade doséculo passado, era utilizado de forma de-preciativa.

Esse momento positivo da culturatradicionalista gaúcha chama a atenção dosproprietários de boates e danceterias deJoinville. Para João Martins, proprietárioda casa noturna Big Bowling, o interessedo público pela música gaúcha cresce acada dia. “Já existe até um evento voltadoespecificamente para os amantes desse tipode música”, ressalta. Todos os domingos,a casa oferece a seus freqüentadores umabanda de música gaúcha. Tal evento levao sugestivo nome de “Domingueira Gaú-cha”. Para o empresário, o movimentotradicionalista ganha cada vez maisadeptos, principalmente entre o públicojovem. “Antes, grande parte dos jovensnão costumava freqüentar esse tipo deevento. Hoje eles são a maioria”.

As lojas especializadas em artigosgauchescos (chapéu, bombacha, botas decouro, guaiacas, lenços, vestidos deprenda) comemoram esse momento de as-censão da tradição gaúcha em Joinville.Lourdes Tomazini, proprietária da loja“Rompendo Fronteiras”, comercializa es-ses artigos. E diz estar muito satisfeitacom suas vendas. A grande procura pelaindumentária gaúcha, de um ano para cá,originou seu interesse em abrir uma lojano ramo.

Outra mania que está virando modana cidade são os cursos de dança gaúcha.Hoje, já são cinco instituições que ofereçamessa possibilidade. Marcos RobertoTomazini é coordenador e coreógrafo dogrupo Rompendo Fronteiras. Ele foi o pri-meiro a lançar um curso de dança gaúchaem Joinville. “O jovem está cansado dessas

boates, e está à procura de coisas novas.Na dança gaúcha eles encontram ocompanheirismo dos amigos”, justifica.

Para o professor do CTG Sítio Novo,Paulo Santos, os jovens estãoredescobrindo os costumes tradicio-nalistas. Um dos principais fatoresresponsáveis pelo aumento do número deadeptos a esse tipo de cultura é o climafamiliar, além da mudança havida entre asbandas gaúchas. “Antes, eles tocavammúsicas mais marchadas e simplesmenteanimavam um baile. Hoje, fazem um baile-show. Muitas pessoas, que vêm pelaprimeira vez, acabam por criar gosto pelacoisa”, relata.

Para Lílian Lisane Antunes, de 25anos, primeira prenda do CTG, primeiraprenda da Região, primeira prenda doParaná e primeira prenda do Brasil, pormeio da Confederação Brasileira deTradição Gaúcha, “o que está fazendo osjovens buscarem os costumes gaúchos éa música, com sua nova ‘roupagem’, eforma de dança mais estilizada”, comenta.Outro fato que também contribuiu para talprocura, são os rodeios. As pessoasadoram fazer acampamentos e lá acabamdespertando, através dos bailes, o gostopela tradição gaúcha.

Algumas pessoas escolhem a tradi-ção gaúcha por influência da própriafamília, como no caso de Lílian. Seus avóseram adeptos das tradições gauchescas.Seu pai foi o coordenador da inver-nada, um movimento tradicio-nalista. A tradição é passada de geraçãoem geração.

Uma parceria entrejoinvilenses e um californianoforma a banda “Green Belly”

12 Variedades

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Primeira Pauta Junho de 2002

O grupo Compasso Cia de Dança-Teatro trouxe ao anfiteatro do Colégio Bom Jesus/Ielusc trabalho único no Brasil

Peça reproduz conflitos humanos

Elaine Cristina Dias da Costa

13 Cultura

“Acordes, uma canção”, esse é onome da peça dirigida por SabrinaLermen. Ela problematiza o tema e osatores concebem a peça a cadaapresentação. “O espetáculo surgiu danecessidade de contribuir para quetemas como dependência do outro, re-lações de poder, ânsia por pertencer aalgum grupo, procura por si mesmo,solidão, silêncio e vazio fossem discuti-dos, percebidos, questionados ou tãosomente sentidos”, comenta a diretorado espetáculo.

São três personagens, um velho,seu Hary, e duas mulheres que lutampelo seu amor, Aurélia e Alverita. Asonoplastia, de Oswaldo Montenegroa Zelwer, ajuda o público a refletir sobrea sensação de vazio e dependência doamor. Por ser uma peça de criaçãocoletiva, os atores criam movimentos apartir de visões do cotidiano, buscam

os ritmos naturais docorpo, que expressamos estados mentais eemocionais das pesso-as. O espetáculo co-meça com uma guerrade sapatos. Como setrata de temas muitosubjetivos, é precisoque o público se liber-te de qualquer pré-conceito ao assistir oespetáculo.

Os atores criamuma linguagem própria.Cada personagem temo seu idioma. E os per-sonagens tentam secomunicar, e só con-seguem através damimesis, teatralização e transposição deações físicas e vocais encontradas nocotidiano. Mas isso tudo é baseado noslaboratórios e oficinas realizados pelo

grupo durante os ensaios. Portanto, acada apresentação o grupo mostra umtrabalho concebido de uma forma di-ferente.

Ao trabalhar com a análise doMovimento de Laban - permite conhe-cer os quatro fatores componentes domovimento corpóreo: peso, tempo,

espaço e fluência -, Sabrina Lermeninova. O objetivo do trabalho dogrupo é comunicar como a arte, emespecial o movimento e a dança, éuma excelente ferramenta para o de-senvolvimento do indivíduo. “O in-teressante na peça é que o especta-dor é livre para entender uma peçatão subjetiva”, afirma Jurandy deArruda, ator que incorpora o perso-nagem seu Hary, que divide o amordas duas mulheres.

O espetáculo atrai um públicoávido por ver e experienciar aquiloque não faz parte de seu dia a dia.Porém, a peça fala do cotidiano. Arotina, seja ela em casa, no trabalho,na rua, não é suficiente para que aspessoas sintam-se plenas. Assistir aum bom espetáculo impulsiona aimaginação do espectador, retira-ode seu cotidiano, transporta-o paraoutras esferas, para outros universosonde os corpos não parecem ser co-muns. São apenas corposaculturados, recriados pelos atores,o que acontece em “Acordes, umacanção”.

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Encontro casual? Não! Amor àvista

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A personagem fica felizao encontar seu parperfeito, mas, de sapato

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Primeira Pauta Junho de 2002

Arrume as malas e não esqueça do véu e grinaldaCasamento em lugares exóticos deixa de ser extravagância e acaba sendo um novo atrativo turístico

Simone Isabel Klein

Há tempos o teatro joinvilense vinhachoramingando a “falta de espaço”, a “faltade apoio”, a “falta de público” e a “falta deinteresse do poder público”, parecendo ig-norar que soluções não caem do céu e queseu maior problema é, na realidade, ainexistência de uma ação autônoma, orgâ-nica e representativa dos própriosteatreiros. É prova dessa desarticulação otom consensual com que as pessoas quefazem teatro em Joinville se referem à faltade união e de debate no meio artístico. Paraque houvesse a explosão da dança aqui nacidade, por exemplo, existiu muita orga-nização. Profissionais e governo se unirame lutaram para fazer acontecer o “Festivalde Dança”. Antes da dança já existia teatro,mas a diferença é que não houve persis-tência no movimento, ou seja, sucumbiuno meio do caminho.

Atualmente, em Joinville faz-semuito teatro. Com a criação de espaços

Superada a falta de espaço, renasce o teatro joinvilense

(Juliana Batista)

alternativos como o Complexo CulturalAntártica e o Teatro Juarez Machado, a co-munidade está tendo mais oportunidadesde conhecer essa cultura. Os grupos inde-pendentes que lutam para sobreviver atra-vés dessa arte também foram beneficia-dos. Agora eles têm um espaço gratuito eapropriado para ensaios e apresentações depeças. De acordo com o coordenador deteatro da Fundação Cultural de Joinville,Valmir Nisch, a população tem dado muitoapoio e incentivo aos grupos criados embairros. “Hoje, a demanda por cultura nosbairros é tão grande quanto a que pede pa-vimentação”, afirma.

No mês de maio, mais uma ediçãodo projeto “Caravana da Cultura” foi pre-parado. O projeto dá oportunidade para aspessoas de bairros distantes do centro, par-ticiparem de oficinas de desenho, artesa-nato, tapeçaria, dança, coral, nutrição, ce-râmica e teatro. Entre os dias 20 e 25 de

maio, a caravana esteve no bairro Espi-nheiros para chegar mais uma vez ao seuobjetivo principal: descobrir novostalentos. Como incentivo maior aos parti-cipantes, a Fundação Cultural oferece umabolsa a quem mais se destacar para entrarna escola de teatro da Casa da Cultura.

Esse tipo de trabalho está fazendocom que a cultura teatral não se limite so-mente a grupos independentes eespetáculos com preços altos no TeatroJuarez Machado. As pessoas de classemédia e baixa também podem assistir eaprender. Capim, como é conhecido ValmirNisch, conta que no mês dezembro de2001 a escola de balé Bolshoi montou o“Quebra Nozes”, um balé clássico doséculo passado, formado por quase du-zentos bailarinos. O prólogo (a aberturado espetáculo) foi formado por 12 atores,dando oportunidade a pessoas do bairroItinga, e fez com que a apresentação fosse

um sucesso. “Atores e público oriundosdos bairros. É um avanço para a culturajoinvilense”, afirma o coordenador.

Os grupos independentes tambémestão trabalhando para as pessoas dos bair-ros. Para isso foi criada a Associação deTeatro na cidade. Assim, todos os teatreiroslutam pelo mesmo objetivo: Conseguirapoio da Fundação Cultural, para cada vezmais trabalhar para a comunidade. Sendoassim não será preciso pagar ingresso paraassistir uma peça de teatro. A prova de queisso já esta acontecendo foi a ação da pre-feitura, que transformou o grande galpãoda Antártica num espaço só para o teatro.Hoje, a média de freqüência nos finais desemana é de 50 a 59 pessoas por espetá-culo. Resultado que Capim considera umavitória, pois Joinville não tem a tradição detemporada de teatro. “Renasce o teatro emJoinville”, afirma.

14 Turismo/Cultura

Vai casar? Então arrume ovéu, a grinalda e as malas. Trocaras alianças em lugares mais exóti-cos possíveis deixou de ser uma ex-travagância. A idéia é realizar a ceri-mônia de casamento em locais e des-tinos geralmente procurados apenaspara a lua-de-mel. Já pensou em di-zer “sim” na Polinésia Francesa ouna Disney? Os mais glamourosos eendinheirados têm como opção asfamosíssimas capelas de Las Vegas,denominada a capital mundial doscasamentos.

Atualmente, o matrimônio éum dos atrativos mais pitorescos doTaiti. Ainda que possuam muitasvezes um valor simbólico, essascerimônias se popularizam principal-mente pelo seu charme, e, claro,pelo grande romantismo, seja den-tro do hotel ou, mais comum, àsmargens do mar. Parte da festa de casa-mento é realizada no mar, dentro de umacanoa chamada piragua. Os casais be-bem champanhe enquanto o sol se põe.E podem ser levados para dar um passeioao “redor” da aldeia em cadeirascarregadas pelos nativos da ilha.

A Polinésia Francesa é um territó-

rio ultramarino francês. São 118 ilhas eatóis repartidos em cinco arquipélagos,situados no sul do Oceano Pacifico, bemisolados do resto do mundo. Seu mar éincomparável, super transparente, comanéis de corais e águas tranqüilas, umacordilheira submersa de origem vulcâni-ca, da qual só se vêem os picos. Esse

E aí? Decidiu casar? Arrume ovéu, a grinalda e não esqueça a

escolha: “aquele lugar”

fenômeno proporciona vários tons de azule verde, consti-tuindo-se em umespetacular aquário a céu aberto.

O padre realiza a cerimônia emduas línguas, tahitiano e francês ou in-glês. Todo o ritual difere do que tradicio-nalmente tem por aqui. Na cerimônia dasalianças os cônjuges buscam água do mar

para a purificação da união. Colares ecoroas de flores são postas um no ou-tro, e, no fim, é assinado o certificado.

Lembre-se: As línguas oficiais daPolinésia Francesa são tahitiano(nativo) e francês, embora muitaspessoas falem o inglês. Não é permiti-do dar gorjetas. Estas não são admiti-das. Pela cultura local, são contra asregras de hospitalidade.

Agora já pensou em casar naDisney, e ter seus padrinhos de casa-mento o Mickey e a Minnie? Um pavi-lhão de vidro foi feito em uma pequenailha cercada pelaSeven Seas Lagoon, e lembra uma casade veraneio vitoriana. Ao fundo, vê-seo castelo azul da Cinderela. Existe algomais cor de rosa do que chegar nacapelinha a bordo da carruagem da

Cinderela, com direito a cacheiro de pe-ruca loira? Cada casa-mento é pensadode forma perso-nalizada, dando uma cara de set defilmagem a todas as cerimônias. Para arecepção são oferecidas opçõesestranhamenteinfantis em se tratando deuma festa nupcial.

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Primeira Pauta Junho de 2002

A região do Quiriri, na Serra DonaFrancisca, possui uma das maiores áreasde preservação ambiental de Joinville. Alipode-se observar a riqueza da Mata Atlân-tica em sua exuberância natural. Morado-res consideram possível a alternativa deexploração turística, que agrega valor à ati-vidade agrícola de forma sustentável e eco-logicamente correta.

O governo do Estado repavimentou,recentemente, a rodovia SC-301, na Ser-ra Dona Francisca, investindo em ilumi-nação, mirante e cuidados na manutenção.A obra, aliada à beleza da mata intocadaque cobre as montanhas, brindada por ri-achos e cascatas, transformou-se numdos mais belos cartões postais do Esta-do, comparado apenas à Serra do Rio doRastro, no Sul.

Na expectativa de que turistas se-jam atraídos para o local, moradores dacomunidade de Rio da Prata, ao pé da Ser-ra, pensam em investir no setor turístico.No local já existem dois restaurantes mui-to concorridos, além de dois pequenos ho-téis, posto de combustível e vários barese lanchonetes famosos pelo pastel e pelacachaça de alambique produzida na região.

Além das casas em estilo enxaimelmuito bem conservadas, existe o atrativoecológico na região do Quiriri, local de pre-

Moradores consideram possível a alternativa de exploração turística, que agrega valor à atividade agrícola

Quiriri quer entrar na rota do turismo

Renni A. Schoenberger servação permanente. Ocomplexo natural é vitalpara a formação do ma-nancial que abastece a ci-dade e tem sua populaçãofixa controlada pelamunicipa-lidade. Algunsproprietários rurais pen-sam em investir no turis-mo, aproveitando as rique-zas naturais de suas ter-ras. É o caso de PauloSchulze, cuja propriedadefoi visitada pela reporta-gem do jornal PrimeiraPauta.

À direita da SC-301,no sentido Joinville-Cam-po Alegre, o pórtico anun-cia: Estrada Quiriri (o pór-tico, além de atrativo tu-rístico, foi instalado paracontrolar a ocupação dosolo – uma questão de saúde pública emfunção das nascentes). Seguindo pela es-trada, o visitante é surpreendido por umaponte coberta. Logo em seguida, outraponte, esta sobre o Rio Cubatão. Deixa-sea estrada Quiriri logo após o Rio Cubatão,rumando à esqueda, no sentido contrárioao das águas, pela Estrada Covanca, quemargeia o rio. Mais quinhentos metros echega-se ao sítio arborizado e gramadode Paulo Schulze.

brancas até formarem uma piscina natu-ral de água cristalina e fria. Em volta, amata fechada esconde os raios do sol, queconseguem se infiltrar apenas por sobreo paredão rochoso. Por instantes, pareceque o paraíso não pode ser muito diferen-te daquele local.

A volta deu-se por picada, para seter contato com mais uma vedete da pro-priedade. Trata-se de uma figueira majes-tosa, com 13 metros de diâmetro, si-tuada bem próxima do local onde ficou acamionete. A descida tranqüila até a sedereserva uma última surpresa. “Frau”Schroeder, em farto café, apresen-tou um pão diferente. “É pão cozido. Sova-se a massa da mesma forma do pão ca-seiro. A diferença é que, ao invés de irpara o forno, é cozido. Para nãodesmanchar, coloca-se dentro de umsaco de linho branco. É uma receitaque veio da Alemanha através denossos antepassados”, disse a orgu-lhosa dona-de-casa. A iguaria é sabo-reada embebida no molho de frango ou marreco, ou em açúcar e ca-nela.

Na despedida, Paulo revelou queplaneja construir cabanas,com um amplo salão comunitário central,para que os turistas tenham,além do passeio, conforto e lazer.Foi a primeira vez que umaequipe de reportagem visitou esseslocais.

O imóvel, de 500 mil metros qua-drados, conta com uma pequena casaenxaimel que requer reparos, e a casa prin-cipal, onde mora a sogra de Schulze. “De-vido a subida longa e íngreme, vamos deToyota”, recomendou Paulo, referindo-seà camionete de carroceria de madeira. Asubida, por entre um bananal de 4 mil pés,ocorre sem sobressaltos. A poucosmetros da chegada, uma parada

para apreciar a pai-sagem do verdevale a milhares demetros de distân-cia.

No início dacaminhada, quenão é longa, maisuma surpresa: umimenso machu-cheiro (pé demachucho, ouchuchu silvestre)cobre toda a pai-sagem. A mata vir-gem, o caminhoaberto a facão, orio Canhada. Pou-cos metros acima,a grande atração:uma cachoeiracom mais de 50metros de altura,cujas águas des-cem espumantes e

15 Turismo

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Figueira com 13 metros de diâmetrochama a atenção pela imponência

Paulo Schulze em sua propriedade,junto ao machucheiro

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Um esporte amador pouco popularvem atingindo ótimos resultados nas com-petições estaduais, até mesmo com des-taque nacional. Nos Jogos Abertos deSanta Catarina (JASC) o tênis-de-mesaé a modalidade que mais títulos trouxepara Joinville. “De 41 disputas, a equipemasculina trouxe 17 troféus para omunicípio. O atletismo e o bolão são asmodalidades que mais se aproximam”,explica Celso Toshimi Nakashima, 37anos, professor e atleta da equipe adulta.

A equipe de tênis de mesa, genui-namente joinvilense, é a campeã em re-gularidade. Apoiada pela FundaçãoMunicipal de Esportes, aparecepositivamente no ranking do Estado. Nosjoguinhos abertos, a categoria, queenvolve atletas de até 17 anos do sexomasculino, tem uma participação signifi-

Resultados conquistados recentemente credenciam a modalidade como uma das melhores do Estado

Tênis-de-mesa é destaque em Joinville

Igor Schulenburg

A Associação Joinvilensede Tênis de Mesa (AJTM) émantida pela Fundação Munici-pal de Espor tes e coloca àdisposição dois treinadores:Alice H. S. Nakashima, respon-sável pela escolinha e iniciação,e Celso Toshimi Nakashima,responsável pelos treinamentosdas equipes até 17 anos e oJogos Aber tos de SantaCatarina.

O tênis de mesa emJoinville está diretamente ligadoao Projeto Jovem Cidadão, daFundação Municipal deEsportes. O projeto, iniciado hámais de um ano, tem por objetivomassificar a atividade esportivanas crianças de 9 a 14 anos, queestá espalhado por todos osbairros de Joinville. “Nós temoscinco núcleos nas escolas daper i fer ia . Nos bair ros Vi laNova, Itinga, Bom Retiro, Cos-ta e Silva e Iririú as crianças jápodem praticar tênis de mesa.Estamos atingindo todos oscantos da cidade. Nosso esporteestá crescendo”, comemora oprofessor Toshimi.

cativa. Das 14 edições, Joinville chegoua todas às finais. No circuito catarinense,organizado pela Associação Catarinensede Tênis de Mesa, a equipe ganhou otroféu eficiência - somatório de todos ospontos de todas as categorias - dasegunda etapa, em Porto União. “Paraa terceira etapa, em Criciúma, vamoscom representantes em todas as cate-gorias”, afirmou Toshimi.

Quem pode jogar ?

Uma das grandes vantagens dotênis-de-mesa em relação a grandeparte dos esportes é que para praticaressa modalidade, não existe um biotipoexato. Segundo o atleta sênior, NiltonSchulenburg, de 49 anos, “todos podemjogar, adequando-se perfeitamente”.Para ele, o maior exemplo disso é quemuitos atletas de 8 a 80 anos partici-pam anualmente de uma competição

AJTM e o projetoJovem Cidadão

Como qualquer outro esporte,o tênis de mesa tem suasparticularidades. Algumas destas ca-racterísticas são encontradas nostópicos abaixo:• A bola fica em contato com aborracha durante um milésimo desegundo.• A bolinha de tênis de mesa pesa de2,4 a 2,53 gramas.• A raquete pode ser de qualquertamanho, forma ou peso. As raquetespequenas não são obrigatórias.• Existem 21 tipos de borrachas paraas raquetes.• Quando se bate com força nabolinha, mas de 10 kg de força sãoexercidos sobre a borracha.

Curiosidades dotênis-de-mesa

Muita gente quer emagrecer.Afinal , quem não gosta de seresbelto, possuir um corpo bemproporcionado, definido, sarado? Noentanto, quando o assunto diz respei-to a malhar, prat icar qualquerat ividade f ís ica para obter asatisfação daquele corpinho perfei-to, problemas do tipo desgaste -resultado do esforço excessivo, es-tafa, distensão nos músculos e nas ar-ticulações, acabam desanimando, e,por fim, levando o indivíduo a desistirde tudo.

Uma novidade vinda dosEstados Unidos, direto para Joinville,coloca um ponto final neste martírio.O “Sky Walker”, um aparelho deúltima geração, desenvolvido pelaNASA, possibilita queimar maior nú-mero de calorias em menos tempo,eliminando as gorduras de maneirasimples e muito mais confortável. O

Equipamento garante emagrecimento sem esforço

“Sky Walker” causa menos impac-to nos movimentos do usuário, que,apoiado sobre ele, tem a sensaçãode estar deslizando suas pernas su-avemente para frente e para trás.Ele proporciona a sensação de ca-minhar sem o atrito dos pés com ochão, além de melhorar a resistênciafísica.

CALORIAS

Outra vantagem desseequipamento é de ser apropriadopara pessoas com problemas no jo-elho, enfermidade bastante comumnos indivíduos com excesso de peso.Trinta minutos de “Sky Walker” auma velocidade média/normal de 4,5a 5,0 km/hora correspondem a 300calorias eliminadas. Para obter essemesmo efeito numa caminhada ouesteira serão necessários 60 minu-tos.

Sendo o único existente no

16 Esporte

voltada à colônia japonesa em todo oBrasil.

Os treinamentos são iniciadospelos fundamentos básicos. Somenteapós a fase de aperfeiçoamento o atletacomeça a ser preparado para as com-petições. Toda a caminhada éacompanhada por professores. Apesardisso, algumas lesões comuns acabamatrapalhando os atletas. O professorToshimi relata que uma das principais éa epicontidilite: “Uma inflamação no co-tovelo, vulgarmente chamada decotovelo de tenista”. É comum, ainda,o aparecimento de lesões no joelho eno tornozelo, por exigir movimentos rá-pidos e bruscos.

A concentração, segundo Toshimi,é 50% do jogo. Para ele a pessoa temde estar muito concentrada paraconseguir utilizar a sua arma contraqualquer oponente. “O reflexo e aagilidade são fundamentais”, explica.

Estado de SC, o equipamentoencontra-se na Academia PodiumGinást ica e Musculação Ltda. ,localizada no centro de Joinville. AAcademia Podium iniciou suasatividades, em 15 de maio de 1987. Acidade possuía apenas duasacademias, a Marathon e a Califórnia.Como na época já existiam faculda-des de Educação Física e Fisiotera-pia na região, não foi difícil encontrarmão-de-obra qualif icada paratrabalhar, e a Podium ainda patroci-nou cursos de especialização, em SãoPaulo, para os professores contrata-dos.

Além do Sky Walker, a Podiumoferece também outrosequipamentos , como bic ic le tas ,esteiras eletrônicas, “steppers”, todospara musculação.O cliente encontraainda jazz, dança de salão, ginástica,e um novo estilo de dança praticadapelos adolescentes conhecida comolambaeróbica.

Marino Braga

Confira nas próximas edições do Primeira Pauta: Economia Solidária e Trabalho Informal


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