RELAES JUSTAS COM A CRIAO
O CARISMA DA COMPANHIA DE JESUS INCENTIVA A RENOVAO DAS RELAES COM O MEIO AMBIENTE
especial pg. 12
JESUTAS BRASIL
Em EDIO 15ANO 2JUNHO 2015INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
DOM OSCAR ROMERO BEATIFICADO
pg. 10
JESUTAS RELATAM SITUAO NO NEPAL
pg. 18
ENCONTRO DOS PROVINCIAISDA PAN-AMAZNIA
pg. 20
4 Em
SUMRIO EDIO 15 | ANO 2 | JUNHO 2015
EDITORIAL Mstica Inaciana e Ecologia
CALENDRIO LITRGICO
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO Construindo o Reino com os Jovens
O MINISTRIO DE UNIDADE NA IGREJA SANTA S Beatificao de dom Oscar Romero Santas rabe-palestinas
ESPECIAL Cuidado com o Meio Ambiente
MUNDO CRIA GERAL Grupo de imigrao na fronteira ganha prmio Documentrio sobre pintor jesuta Jesutas enfrentam os terremotos no Nepal
AMRICA LATINA CPAL Chamados ao risco e inovao Encontro com os Provinciais da Pan-Amaznia Aes conjuntas
GOVERNO Frum de Gesto Apostlica rene-se em Itaici
SERVIO DA F So Jos de Anchieta:
Apstolo e Padroeiro do Brasil
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5Em
EmJESUTAS BRASIL
INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
EXPEDIENTE
EM COMPANHIA uma publicao mensal dos
Jesutas do Brasil, produzida pelo Ncleo de Co-
municao Integrada (NCI)
CONTATO [email protected]
www.jesuitasbrasil.com
DIRETOR EDITORIALIr. Eudson Ramos
EDITORA E JORNALISTA RESPONSVELSilvia Lenzi (MTB: 16.021)
REDAOJuliana Dias
DIAGRAMAO E EDIO DE IMAGENSHanderson Silva
Dimas Oliveira
COLABORADORES DA 15 EDIOEvenice Neta, Pe. Jair Barbosa Carneiro, Ma-
theus Kiesling, Pedro Risaffi, Valria Machado,
Pe. Valrio Sartor, Vincius Soares Pinto e Ana
Ziccardi (reviso). Um agradecimento especial a
todos que colaboraram com a matria especial
dessa edio.
FOTOSBanco de imagens / Divulgao
Ollivier Girard para o Centro para Pesquisa Flo-
restal Internacional - cifor.org (capa)
TRADUO DAS NOTCIAS DA CRIAPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez
PROMOO DA JUSTIA E ECOLOGIA Colgio Loyola oferece cursos para alunos de baixa renda Crianas e jovens do Projeto Vida com Arte realizam
apresentaes
DILOGO CULTURAL E RELIGIOSO Padre Incio Spohr lana terceiro livro da srie Histria das Casas Jesutas sero tema de filme de Scorcese
EDUCAO Rede Jesuta de Educao promove encontros sobre a PEC Carta de Einstein ao Colgio Anchieta
ETE FMC realizar Feira Estadual de Cincias e Tecnologia Sistema de Qualidade na Gesto Escolar apresentado no
Medianeira
SERVIO S JUVENTUDES E VOCAES Casa Inaciana da Juventude promove atividades Novios iniciam retiro de 30 dias Jesuta ser ordenado presbtero em julho
CUIDADO DA AMAZNIA Via Sacra do Xingu
NA PAZ DO SENHOR
JUBILEUS E AGENDA
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6 Em
Todos os grandes msticos demonstram sensibilidade ecolgica em relao
natureza. Santo Incio no foge regra. Ribadeneira, seu contemporneo e bigra-
fo, afirma que ao ver uma planta, uma pequena erva, uma flor, uma fruta, um pe-
queno verme ou qualquer outro animal, Incio contemplava e levantava os olhos
aos cus, penetrando no mais interior e no mais remoto dos sentidos. Em outro
lugar, diz-se que Incio, um dia, parou ante uma flor e dando-lhe, com a ponta da
bengala, pancadinhas leves, com amor, com um sorriso e com lgrima lhe fala:
No diga mais, minha florzinha! Cale-se! Entendo, envergonhado, esta lio: na
corola florida de seu clice h mais vozes de Deus do que num sermo.
Como Geral, em Roma, a maior consolao para Incio era contemplar o cu
estrelado, porque isso o animava no amor e servio a Deus. A contemplao da
presena divina nas realidades da natureza est expressa na Contemplao para
Alcanar Amor, na qual apontado o critrio de maturidade espiritual: encon-
trar a Deus em todas as coisas e todas nEle. Nesse sentido, pode-se dizer que a
espiritualidade inaciana tem profunda senda ecolgica, no tanto como temti-
ca, mas como perspectiva, porque se trata de encontrar Deus agindo no seu am-
biente e entorno de vida.
Hoje, a questo ambiental e a ecologia, como cultura, so um profundo desafio
para o modo de vida dos jesutas e para a misso da Companhia. A sensibilidade
ecolgica demonstra-se no estilo de vida pessoal e comunitrio, expresso pelos
comportamentos do dia a dia, desde o comer at o viajar. A preocupao com o
meio ambiente torna-se uma dimenso transversal da misso da Companhia de
Jesus, concretizando-se nas diferentes obras e atividades apostlicas. Se a for-
mulao atual da misso da companhia o servio da f e a promoo da justia,
como a questo ambiental encontra nela a sua expresso?
A pedagogia da f, na trilha dos exerccios espirituais, so um caminho privi-
legiado para despertar sensibilidade ecolgica. A preocupao pela integridade da
criao precisa tornar-se compromisso para os cristos. A justia assume a forma
socioambiental, porque se trata de tomar conscincia e denunciar os danos am-
bientais que os processos econmicos, industriais e agrcolas provocam no meio
ambiente, desestruturando os ecossistemas e destruindo os meios de subsistncia
de populaes que habitavam esses territrios desde sempre. A luta pela justia
significa preservar as condies socioambientais que permitem a reproduo da
vida em todos seus sentidos.
Para essa preservao, importante resgatar a sabedoria ecolgica dessas po-
pulaes, em dilogo com as suas tradies culturais e religiosas, portadoras de
uma viso ecocntrica da natureza, entendida como casa (Oikos), onde todos os
seres vivos, o prprio ser humano, convivem harmonicamente com o restante da
criao. Aqui, a justia socioambiental enriquecida pela espiritualidade ecolgi-
ca e pelo ecocentrismo das tradies culturais e religiosas.
Boa leitura!
EDITORIAL
MSTICA INACIANA E ECOLOGIA
Pe. Jos Roque Junges, SJProfessor e pesquisador do Programa de Ps-Graduao em Sade Coletiva da UNISINOS e em Biotica, da UnB (Universidade de Braslia).
A PREOCUPAO COM O MEIO AMBIENTE TORNA-SE UMA DIMENSO TRANSVERSAL DA MISSO DA COMPANHIA DE JESUS, CONCRETIZANDO-SE NAS DIFERENTES OBRAS E ATIVIDADES APOSTLICAS.
7Em
CALENDRIO LITRGICO
calendrio litrgico Prprio da Companhia de Jesus
JUNHO
DIA 8 | So Tiago Berthieu
DIA 9 | So Jos de Anchieta
DIA 21 | So Lus Gonzaga
So Jos de Anchieta So Lus Gonzaga
So Tiago Berthieu
8 Em
mas sem esquecer a histria, o caminho j realizado. Tudo o que
foi construdo at o momento tem seu valor e pode nos ensinar
a avanar. Agora, com mais nfase e clareza, trabalhamos com
foco na Juventude, buscando formar homens e mulheres para os
demais, bons lderes cristos para a sociedade. Claro que, se com
o trabalho com jovens, alguns se sentirem inquietos vocacional-
mente e desejarem viver como ns, como Companheiros de Je-
sus, faremos o acompanhamento prprio da Companhia de Jesus,
como servio essencial do nosso Plano Apostlico.
Quais so os prximos passos do Programa MAGIS Brasil?
O passo seguinte dar continuao implementao do Pro-
grama MAGIS Brasil. Temos a equipe nacional - formada por mim,
Pe. Agnaldo Duarte, Pe. Edison Tom, Pe. Alexandre Raimundo de
Souza e Pe. Reginaldo Sarto - que vai marcando os passos e fazen-
do a conexo do MAGIS Brasil, nome da Rede Inaciana de Jovens.
No momento, estamos trabalhando para recompor e reforar as
equipes de jesutas nos Centros MAGIS (So Paulo, Goinia, For-
taleza e Belm). Cada Centro est responsvel por refletir e apre-
sentar propostas de misso para os quatro eixos do Programa:
Metodologia, Exerccios Espirituais, Voluntariado Jovem e Socio-
ambiental. Depois do I Frum MAGIS em abril, formamos sube-
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO
Quais foram os principais pontos abor-
dados no I Frum do Programa MAGIS
Brasil, realizado em abril?
Os principais pontos abordados no
encontro foram: apresentao do Pro-
grama MAGIS Brasil para os jesutas que
trabalham com Juventude e Vocaes e
o alinhamento da linguagem na misso
com os jovens. O Frum foi a oportunida-
de para esclarecer a misso, a viso e as es-
tratgias que englobam objetivos e metas
para servirmos melhor as juventudes.
Qual a importncia desse encontro
para a atuao da Companhia de Jesus
com os jovens?
Com a criao da Provncia dos Jesu-
tas do Brasil (BRA), criou-se tambm a
oportunidade de iniciarmos algo novo,
um modo novo de trabalhar com Juventu-
de e Vocaes. A proposta pensar o novo,
CONSTRUINDOO REINO COMOS JOVENS
Pe. Jonas Elias Caprini, SJ
Este ms, o informativo Em Companhia traz
uma entrevista especial com o padre Jonas
Caprini, secretrio de Juventudes e Vocaes
e coordenador nacional do Programa MAGIS
Brasil. O jesuta conta como esse trabalho est
sendo construdo em rede e quais os avanos
j obtidos. Lembra que h muitos desafios,
mas ressalta que o bonito da caminhada
perceber que no estamos sozinhos.
9Em
quipes de trabalho com jesutas e jovens para pensar e apresentar
tais propostas de misso que contemplem os eixos. Com a reali-
zao do I Frum MAGIS Brasil, demos passos significantes para
a elaborao do Estatuto do Programa, que ser apresentado para
avaliao na Reunio da Equipe Nacional, em agosto.
Quando e onde foi realizado o Encontro dos Delegados de Ju-
ventude e Vocaes da Amrica Latina Companhia de Jesus,
organizado anualmente pela Conferncia dos Provinciais da
Amrica Latina (CPAL)?
Este ano, o encontro foi acolhido pela ARU Provncia Argen-
tina-Uruguai. A reunio realizou-se de 18 a 22 de maio no Novi-
ciado Santo Incio, na cidade de Crdoba, na Argentina. E contou
com 32 jesutas, representando todas as Provncias da Companhia
de Jesus na Amrica Latina.
O que foi discutido durante o encontro?
Os assuntos discutidos foram a implementao do PAC Pro-
jeto Comum para a Companhia de Jesus na Amrica Latina, a
criao do observatrio juvenil latino-americano e a articulao
da Rede Inaciana de Juventude. Destaco tambm a convivncia
de muitos jesutas que trabalham com jovens, a partilha dos de-
safios e fortalezas, assim como dos programas, dos projetos e das
atividades futuras de cada Provncia jesutica. Tambm gostaria
de ressaltar dois momentos importantes: primeiro, o momen-
to formativo sobre a Vida consagrada e os jovens chaves para
compreender a cultura juvenil; e segundo, a participao de trs
jovens da Rede Inaciana da ARU que partilharam os trabalhos
do Centro Manresa de Juventude, em Crdoba, e a experincia de
viver a espiritualidade inaciana como jovens. A Companhia de
Jesus um Corpo Apostlico em misso. Sempre motivador en-
contrar companheiros jesutas e jovens nas diversas regies en-
tregues na misso de Cristo. Encontrar-se, rezar juntos, partilhar,
aprofundar a reflexo, organizar-se e sonhar aquece o corao e
recupera as foras para lanar-se de novo na misso em Busca de
construir o Reino com os jovens.
Qual a importncia desse encontro?
Vejo que muito importante caminhar juntos. Ns, jesutas,
somos convidados ao MAGIS. Esse convite nos faz olhar a misso
de maneira ampla, que ultrapassa fronteiras de raas e lnguas. En-
contrar outros jesutas que esto envolvidos no mundo juvenil, par-
tilhar as dores e esperana de cada pas, de cada Provncia, muito
consolador e formativo. A caminhada como corpo em misso fa-
cilita a abertura dos olhos e do corao para que cada um compre-
enda como ser MAGIS, sendo MENOS. Menos
egostas, menos preconceituosos, menos arro-
gantes... Trabalhar em conjunto cria laos que
ajudam a ter conscincia de que necessitamos
uns dos outros.
O senhor atua em duas funes (Secre-
trio de Juventudes e Vocaes e coorde-
nador nacional do Programa MAGIS Bra-
sil). Como est sendo esse trabalho?
Ser destinado para coordenar o Programa
MAGIS Brasil, que nossa misso principal com
as Juventudes na BRA, e integrar o secretariado
de Articulao e Capacitao para a misso (Ju-
ventude e Vocaes) facilita-me a compreender
a misso com o mundo juvenil e a atuar com
os jovens diretamente (MAGIS Brasil) e, assim,
ajudar com mais propriedade a Provncia a ar-
ticular e capacitar os seus para a misso. Os de-
safios so muitos! Neste incio de caminhada
como BRA, vamos aos poucos compreendendo
o caminho e dando os passos necessrios para
que o novo da misso no Brasil desponte. A
BRA vai crescendo aos poucos e, como uma
criana, ganhando corpo na medida em que a
alimentamos de sonhos e esperanas. A organi-
zao necessria, mas, se ela no embalada
de sonhos e utopias, torna-se fria e sem vida.
Estar com os jovens rejuvenesce-nos a cada dia
e, diante dos desafios e erros, faz-nos capazes
de rir de si mesmo e continuar a caminhada
apostando no futuro. As distncias do Brasil
so imensas, cada vez somos menos jesutas e
a misso mais exigente. Mas a Graa de Deus
maior, a misso Dele e, se Ele nos chama, tam-
bm nos d a Graa, isso basta! O bonito da ca-
minhada perceber que no estamos sozinhos,
o trabalho em parceria, em rede, faz somar na
misso dos jesutas milhes de sonhadores
que, como Incio, desejam mudar o mundo. Os
jovens ajudam a Igreja a sonhar, a se reinventar
para continuar a misso de Jesus nos tempos
hodiernos. O Esprito de Deus sopra sempre e os
jovens so a expresso mais ntida desse sopro.
Onde os jovens esto, est tambm a movimen-
tao, a alegria, a esperana... Est a VIDA, dom
e sopro do Esprito de Deus!
10 Em
O MINISTRIO DE UNIDADE NA IGREJA SANTA S
BEATIFICAO DE DOM OSCAR ROMERO
Mais de 200 mil pessoas par-ticiparam em San Salvador (El Salvador), no dia 23 de maio, da cerimnia de beatificao de
dom Oscar Arnulfo Romero. O arcebis-
po salvadorenho foi assassinado por
um franco-atirador, em 24 de maro
de 1980, enquanto celebrava a missa
na capela do Hospital da Divina Provi-
dncia, na capital do pas.
Dom Oscar Romero foi um defen-
sor dos direitos humanos em meio
guerra civil que assolou El Salvador
por 12 anos, deixando mais de 70 mil
mortos. Um homem de f profunda
e esperana inquebrantvel, disse o
prefeito da Congregao das Causas
dos Santos, cardeal Angelo Amato, que
presidiu a missa de beatificao.
FOTO
: EPA
UM HOMEM DE F PROFUNDA E ESPERANA INQUEBRANTVELCardeal Angelo Amato
Durante a celebrao, o cardeal Ama-
to recordou que o martrio de Romero
no foi uma improvisao, mas o pice
de um caminho espiritual. Como regis-
trou, ainda seminarista, Romero em seu
dirio: Com o seu tudo e com o meu
nada, faremos muito.
A reviravolta na vida de pastor
manso e quase tmido de dom Oscar
Romero aconteceu com a morte de pa-
dre Rutilio Grande, em 12 de maro de
1977, jesuta salvadorenho, proco dos
campesinos oprimidos e marginaliza-
dos. A partir daquele momento, ele
recebeu do Esprito Santo o dom da
fortaleza que o tornou cada vez mais
explcito na defesa do povo oprimido
e dos sacerdotes perseguidos, disse
cardeal Amato.
Depois da beatificao, dom Oscar
Romero, o Mrtir da Paz, como est sen-
do chamado, dever ser canonizado ou
proclamado santo, em breve, com dis-
pensa de comprovao de um milagre,
atribudo sua intercesso, pelo fato de
ter sido martirizado pela f catlica.
Fonte: News.VA | jornal O Estado de S. Paulo |
Critas Brasileira
11Em
FOTO
: EPA
Santas rabe-palestinas
Uma delegao de mais de 2 mil pessoas da Terra Santa participou, no domingo 17 de maio, na Praa So Pedro (Vatica-
no), da missa de canonizao das be-
atas palestinas irm Maria Alfonsina
Danil Ghattas e irm Maria Baouardy.
O grupo foi guiado pelo Patriarca La-
tino de Jerusalm, Dom Fouad Twal.
O presidente do Estado da Palestina,
Mammoud Abbas, tambm esteve
presente na celebrao, assim como
uma delegao de Israel e represen-
tantes muulmanos.
As duas religiosas foram proclama-
das santas pelo Papa Francisco junto
com as beatas Joana Emilia De Ville-
neuve e Maria Cristina Brando. Fran-
cisco definiu as novas santas como
quatro mulheres que so modelos de
santidade e que a Igreja convida a imi-
tar. Segundo o diretor da Sala de Im-
prensa da Santa S, Pe. Federico Lom-
bardi, a cerimnia de canonizao foi
transmitida via satlite a vrias locali-
dades do Estado da Palestina, onde os
cristos representam 2% da sociedade.
Pela intercesso das novas santas
rabe-palestinas, foram curados mi-
lagrosamente um engenheiro na Ga-
lileia (Israel) e um menino da Siclia
(Itlia), que estiveram presentes na
Praa So Pedro. Irm Maria Alfonsina
Danil Ghattas, fundadora da Congre-
gao das Irms do Rosrio de Jeru-
salm, nasceu em 1843 e morreu 1927.
Irm Maria Baouardy, monja da Ordem
dos Carmelitas Descalos, nasceu em
1846 e faleceu em 1878.
O diretor do Centro Catlico de Es-
tudos e Mdia de Am, na Jordnia, Pe.
Rifat Bader, apresentou as duas novas
santas na coletiva de imprensa, em 15
de maio, no Vaticano. Ele disse: em
uma regio em que somos circun-
dados por guerra e morte, Deus nos
manda duas mulheres santas para nos
guiar e o Papa Francisco, no Ano da
Vida Consagrada e no ms de maio, de-
dicado a Maria, nos prope essas duas
figuras femininas que nos convidam a
rezar para que Deus torne as mentes, as
almas e os coraes mais mansos.
Fonte: Rdio Vaticano
PELA INTERCESSO DAS NOVAS SANTAS RABE-PALESTINAS, FORAM CURADOS MILAGROSAMENTE UM ENGENHEIRO NA GALILEIA (ISRAEL) E UM MENINO DA SICLIA (ITLIA), QUE ESTIVERAM PRESENTES NA PRAA SO PEDRO.
12 Em
ESPECIAL
O MEIO AMBIENTE O CUIDADO COM
A harmonia entre crescimento econmico e sustentabilidade ecolgica est entre os grandes desafios da humanidade no s-culo XXI. Repensar nossas aes um dos caminhos para mudar hbitos que impactam de forma negativa o mundo em que vivemos
13Em
na natureza, entupir o encanamento
da pia de dona Sandra e de muitos ou-
tros lares onde o descarte correto do
produto no observado.
Na correria do dia a dia, muitas ve-
zes, ns tambm nem percebemos o
impacto que pequenas atitudes como
essas podem representar para o meio
ambiente. Com o intuito de convidar a
sociedade para refletir sobre a questo
ambiental, o Papa Francisco publicou,
no dia 18 de junho, a primeira encclica
dedicada ao tema do meio ambiente.
Para o padre Jos Ivo Follmann, Secre-
trio para a Justia Social e Ecologia
da Provncia BRA, os problemas rela-
cionados ao meio ambiente so gra-
vssimos e fundamental que grandes
vozes, como a do Papa Francisco, se
levantem em um momento como esse,
de inutilizar o leo de cozinha, a dona
de casa no tem dvida, joga o lquido
no ralinho da pia.
Esses casos so fictcios, mas ilus-
tram alguns costumes de milhes de
pessoas que descartam seus resduos
de forma inadequada e despreocupada.
a embalagem de salgadinho, o papel
de bala, a lata de bebida... Pequenas
atitudes que tm grandes impactos no
meio ambiente. Segundo o Instituto
Akatu, so necessrios cerca de 540 li-
tros de gua para produzir um quilo de
papel. E, quando esse material no re-
ciclado e vai para o lixo, aumenta ainda
mais seu impacto ambiental ao lotar os
aterros sanitrios. J o leo de cozinha,
quando mal descartado, pode contami-
nar rios, crregos e o solo. Sem contar
que, alm de provocar todo esse estrago
A vida de Adriano agitada e sua agenda lotada de compromis-sos. O escritor acorda cedo, leva os filhos para a escola e, depois, inicia
seu trabalho. Ele passa o dia escreven-
do e reescrevendo textos. Adriano no
gosta de fazer a reviso do contedo no
computador, por isso sempre imprime
seus textos. Na sua mesa, h papel para
todos os lados e, aps concluir o traba-
lho de um dia inteiro, todo esse mate-
rial vai para o lixo, pois o escritor no
tem o hbito de reciclar ou reutilizar as
folhas de papel usadas.
A dona de casa Sandra Regina uma
me exemplar, carinhosa e dedicada e
uma das coisas que lhe d mais prazer
cozinhar para os filhos. Ela prepara as
refeies com muito cuidado e presta
ateno em cada detalhe. Mas, na hora
14 Em
ESPECIAL
pois isso ajuda a sacudir as conscincias
adormecidas e desencantadas.
Para escrever o documento, traduzido
para vrios idiomas, o Pontfice consul-
tou telogos e especialistas no assunto.
Com o ttulo Laudato Si - em portugus,
Louvado Seja-, a encclica aborda temas
como Ecologia humana e O cuidado com
a criao. De acordo com o IHU Unisinos,
a expresso foi tirada de uma orao de
So Francisco de Assis que louva a Deus
pela criao das diferentes criaturas e dos
elementos da Terra.
A harmonia entre crescimento eco-
nmico e sustentabilidade ecolgica est
entre os grandes desafios da humanidade
no sculo XXI. Repensar nossas aes
um dos caminhos para mudar hbitos que
impactam de forma negativa o mundo em
que vivemos. Em 2015, o Dia Mundial do
Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho,
com o tema Consumo Sustentvel, teve
como slogan Sete bilhes de sonhos. Um
planeta. Consuma com moderao. A data,
estabelecida pela ONU (Organizao das
Naes Unidas), em 1972, tem como obje-
tivo divulgar mensagens sobre a questo
ambiental. Neste ano, o consumismo des-
freado foi o foco da campanha.
Nesse contexto, a Companhia de Jesus
tem a preocupao constante de estabele-
cer relaes justas com a criao. Segundo
a 35 CG (Congregao Geral), o cuidado
com o meio ambiente afeta a qualidade das
nossas relaes com Deus, com os outros
seres humanos e com a prpria Criao.
Ainda segundo o documento, Santo Incio
de Loyola nos ensina esse cuidado com o
meio ambiente no Princpio e Fundamen-
to, porta de entrada dos Exerccios Espiri-
tuais. Por isso, a misso da Ordem religio-
sa tem como eixo central o Servio da F e a
Promoo da Justia, que envolve tambm
as questes de justia ambiental.
ABRIR OS OLHOS E VER ASCOISAS NOVAS
A Ecologia a cincia responsvel
por estudar as relaes entre os seres vi-
vos e o meio em que habitam. Para que
esse relacionamento seja harmonioso,
fundamental conhecer as diferentes for-
mas em que a vida se manifesta. O meio
ambiente a casa de todos ns, fazemos
parte dele. Cuidar de ns e de nossa casa
fazer justia socioambiental. A Ecologia
no s uma cincia, mas um conhecer e
reconhecer profundo da casa comum. Ela
nos ajuda a entender melhor o conceito
de justia socioambiental e nos compro-
meter com ele, afirma padre Jos Ivo.
Nas ltimas dcadas, o interesse
pela ecologia cresceu na Companhia de
Jesus. Segundo o padre Jos Ivo, duran-
te a preparao da 34 CG, em 1995, apa-
receram vrias propostas (postulados)
para que os jesutas se manifestassem e
assumissem claramente um posiciona-
mento sobre a questo ecolgica. A te-
mtica no conseguiu ser atendida por
limitao de tempo e preparo, mas o
padre Peter Hans Kolvenbach, na poca
Superior Geral, fez redigir o documento
Vivemos em um mundo roto: reflexes
sobre ecologia (Revista: Promotio Iusti-
tiae, n. 70, abril de 1999).
Em 2008, na 35 Congregao Geral, a
questo ecolgica reapareceu com muita
fora. Com o intuito de ajudar os mem-
bros da CG a compreender as questes
ambientais, uma srie de fichas informa-
tivas sobre o tema foi preparada. Ento,
um grupo de trabalho ficou responsvel
por refletir sobre as questes ambien-
tais. Depois, essa equipe apresentou suas
consideraes para a Congregao, que
decidiu que o tema ambiental deveria
SANTO INCIO DE LOYOLA NOS ENSINA ESSE CUIDADO COM O MEIO AMBIENTE
NO PRINCPIO E FUNDAMENTO,
PORTA DE ENTRADA DOS EXERCCIOS
ESPIRITUAIS
Foto
: kri
s kr
g
15Em
ser tratado como parte do decreto sobre a
Misso da Companhia de Jesus.
Assim, dois anos depois, em 2010, o
atual Superior Geral da Companhia de
Jesus, padre Adolfo Nicols, nomeou
uma fora tarefa que seria responsvel
por refletir sobre o meio ambiente. Esse
trabalho contou com a colaborao de
especialistas jesutas e leigos dos cinco
continentes. Essa equipe, liderada pelo
Secretrio mundial para a Justia Social
e Ecologia, padre Patxi lvarez, con-
cluiu o seu trabalho com a publicao
do documento Curar um Mundo Ferido:
Relatrio Especial sobre Ecologia (Re-
vista Promotio Iustitiae, 2011). Trata-se
de um texto muito rico e bem documen-
tado, com conhecimentos de alcance
mundial e que serve como material de
reflexo para toda a Companhia de Je-
sus, explica padre Jos Ivo.
Na carta de apresentao do docu-
mento, o padre Adolfo Nicols afirma que
o instrumento resultado do trabalho de
pessoas que se dedicaram durante meses.
Segundo ele, na publicao, h propostas
que nos levam a examinar aspectos de
nossa vida pessoal, estilos comunitrios e
prticas institucionais. Esse documento
pode ser um instrumento til para con-
cretizar as palavras em nossa vida e mis-
so e, deste modo, todos os aspectos de
nossa vida contribuiro para a sustentabi-
lidade do planeta, ressalta.
AMAZNIA: DOM PARA O MUNDO
Nos ltimos dois anos, a regio su-
deste do Brasil est passando por grave
crise hdrica, causada pela falta de chuva.
Muitos especialistas acreditam que essa
estiagem est relacionada com o desma-
tamento e a explorao da Amaznia.
Segundo o relatrio de avaliao cient-
fica O Futuro Climtico da Amaznia, do
pesquisador Antonio Donato Nobre, at
2013 o desmatamento total acumulado
na Amaznia j chegava a 762.979 km,
o que equivale a cerca de trs estados de
So Paulo, ou duas Alemanhas.
Alm de afetar regies mais distantes,
o desmatamento gera impacto direto nas
populaes locais, como os indgenas e os
ribeirinhos. Segundo o padre Aloir Pacini,
que atua na UFMT (Universidade Federal
do Mato Grosso) e na Pastoral Indgena,
um nmero significativo de indgenas
est migrando para os centros urbanos.
Nas cidades, os ndios vivem um dra-
ma, pois so encarados como algum que
abandonou sua cultura e deixou de ser
ndio. Muitos usam internet, falam portu-
gus, mas nem por isso perdem a identi-
dade, afirma o jesuta.
No Brasil, de acordo com o Censo
Demogrfico 2010 do IBGE (Instituto Bra-
sileiro de Geografia e Estticas), a popu-
lao de indgenas de 817 mil pessoas,
sendo que mais de 315 mil vivem em cen-
tros urbanos. Essa aparente urbanizao
deve-se a maior autodeclarao nas regi-
es sudeste e nordeste, que tm menor
nmero de terras indgenas homologadas
e onde ocorreram, nas ltimas dcadas,
importantes movimentos de mapeamen-
to, explica padre Aloir.
O jesuta trabalha como antroplogo e
etnlogo e procura compreender as socie-
dades indgenas na sua realidade, atuando
junto s suas necessidades. Contudo, se-
gundo ele, atuar localmente a forma mais
efetiva de conseguir realizar trabalhos con-
cretos. No h porque esparramar-se por
todo o canto e no ter resultado em lugar
nenhum. Por isso, a atuao focada nos
Chiquitanos, grupo indgena localizado
entre Mato Grosso e a fronteira da Bolvia,
tem iniciativas concretas, como a criao
da escola local ou a obteno de gua pot-
vel, conclui padre Aloir.
Devido importncia da Amaznia
para o planeta Terra, a Companhia de Jesus
817 milPopulao
indgena no Brasil
315 milvivem em
centros urbanos
Fonte: Senso Demogrfico 2010
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16 Em
ESPECIAL
CONSCINCIA AMBIENTAL
As obras da Companhia de Jesus man-
tm iniciativas que promovem a cons-
cincia ambiental e que atuam na busca
por relaes mais sustentveis com o
meio ambiente. Conhea algumas delas:
SISTEMA DE GESTO AMBIENTAL
O Sistema de Gesto Ambiental da
Unisinos teve origem no projeto Verde
Campus, aprovado em 1997. A iniciativa
comeou quando um grupo de funcio-
nrios da universidade levantou ques-
tes ambientais como a da coleta de
lixo. A partir da, diversos projetos sur-
giram, sendo o primeiro deles a coleta
seletiva de papel. Em pouco tempo, as
atividades da equipe passaram a envol-
ver todas as rotinas de gesto ambiental
realizadas na universidade. Em 2004, a
universidade recebeu a certificao ISO
14001. Dessa forma, a Unisinos consa-
grou-se como a primeira universidade
da Amrica Latina a obter o certificado.
NCLEO INTERDISCIPLINAR DE
MEIO AMBIENTE
O Ncleo Interdisciplinar de Meio Am-
biente NIMA foi fundado, em 1999, com
o objetivo de ser o local de discusses in-
terdisciplinares sobre as questes socio-
ambientais dentro da PUC-Rio. O NIMA
realiza projetos em parceria com escolas,
empresas, municpios e instituies na-
cionais e internacionais. O compromisso
assumido desde a sua fundao com a
tica ambiental e com a formao da cons-
cientizao das pessoas. A iniciativa acre-
dita na possibilidade de criar novos cen-
rios a partir da comunho do ser humano
com o ambiente.
PROJETO PAN-AMAZNICO
A Pan-amaznia uma regio que englo-
ba noves pases: Brasil, Colmbia, Peru,
Venezuela, Equador, Bolvia, Suriname
e as Guianas Inglesa e Francesa. Inicia-
do em 2014, o Projeto Pan-amaznico da
CPAL (Conferncia dos Provinciais Jesu-
tas da Amrica Latina) tem por objetivo
defender e promover a vida e o meio
ambiente na regio. O trabalho rea-
lizado em parceria com outros atores
presentes na regio, permitindo, as-
sim, qualificar e articular a presena
e a misso da Igreja e da Companhia
de Jesus. Coordenador do Projeto, pa-
dre Alfredo Ferro Medina conta ainda
com a colaborao do padre Valrio
Paulo Sartor, ambos jesutas.
NCLEO DE PESQUISAS EM CIN-
CIAS AMBIENTAIS
O Ncleo de Pesquisas em Cincias
Ambientais da Unicap foi inaugurado
em 1998. A iniciativa atua como parte
da estrutura de pesquisa experimental
da Pr-reitoria de Pesquisa e Ps-gra-
duao da instituio. O Ncleo integra
grupos de pesquisa e desenvolve pes-
quisas multidisciplinares em Cincias
Ambientais. A misso viabilizar so-
lues cientficas e tecnolgicas para a
gerao de conhecimento e para o uso
sustentvel dos recursos naturais.
elegeu a regio como uma de suas prioridades apostlicas. Alm
de dar a nossa contribuio com aes em prol da Amaznia, pre-
cisamos sempre ter presente que o cuidado com a Amaznia deve
acontecer, tambm, no nosso dia a dia, pois a Amaznia est em
ns e est em nosso entorno. Todos os pequenos e grandes cuida-
dos que eu tenho com a natureza e com os meus irmos so, tam-
bm, cuidados com a Amaznia, afirma padre Jos Ivo, Secretrio
para a Justia Social e Ecologia da Provncia BRA.
Como ressaltou padre Jos Ivo, cada um tem seu papel e suas
responsabilidades no cuidado com a Amaznia, com o meio onde
vive e com a natureza. Por isso, importante repensar atitudes e
comportamentos que prejudiquem o meio ambiente e nosso se-
melhante. A questo ecolgica ou do compromisso com o meio
ambiente, a justia socioambiental e o cuidado com a vida em
todas as suas expresses devem comear, em primeiro lugar, na
nossa maneira de viver, no nosso pequeno dia a dia. So os nossos
O CUIDADO COM A AMAZNIA DEVE ACONTECER, TAMBM, NO NOSSO DIA A DIA, POIS A AMAZNIA EST EM NS E EST EM NOSSO ENTORNOPadre Jos Ivo, Secretrio para a Justia Social e Ecologia da Provncia BRA
pequenos gestos de cuidado que, somados, faro a diferena para
o futuro da humanidade e do ecossistema que ns integramos.
Somos chamados em nosso Servio da F a sermos agentes da
Promoo da Justia Socioambiental, diz o jesuta.
O documento Curar um Mundo Ferido faz apontamentos
pertinentes sobre as questes ecolgicas e apresenta o pano-
rama atual do impacto da ao humana no meio ambiente
e como isso afeta a vida de milhes de pessoas ao redor do
mundo. Alm disso, oferece recomendaes para que as pro-
vncias, obras e instituies ligadas Companhia de Jesus
possam repensar atitudes com relao ao meio ambiente. O
documento alerta que, se as pessoas fecharem-se na pequenez
de suas vidas e recusarem-se a agir com convico, o mundo
correr real perigo de destruio. Por isso, todos so convida-
dos a repensar suas atitudes para que, assim, possamos esta-
belecer relaes justas com a criao.
17Em
A COMPANHIA DE JESUS NO MUNDO CRIA GERAL
GRUPO DE IMIGRAO NA FRONTEIRA GANHA PRMIO
O Kino Border Iniciativa, um mi-nistrio jesuta no limite de Arizona-Sonora, na divisa dos Estados Unidos e do Mxico, recebeu re-
centemente da Rede Inaciana de Solida-
riedade o prmio El Legado de los Mrti-
res. Segundo comunicado da imprensa,
a organizao recebeu o reconhecimen-
to pela sua contnua dedicao em
defesa da dignidade dos imigrantes
atravs do acompanhamento, da ajuda
e da educao. Alm de solucionar as
necessidades imediatas dos imigrantes,
a iniciativa pretende encontrar o modo
de gerar uma mudana sistmica to
importante em nosso pas que enfrenta
a necessidade de uma reforma integral
da imigrao, disse Christopher Kerr,
diretor-executivo da Rede Inaciana de
Solidariedade. Esse reconhecimento
aumenta a motivao para seguir mar-
cando presena na fronteira dos Estados
Unidos e Mxico e na promoo da du-
pla solidariedade nacional no problema
da imigrao, atravs do apoio humani-
trio, da educao e da pesquisa, disse
o padre Sean Carrol, diretor-executivo
da Kino Border Iniciativa.
Documentrio sobre pintor jesutaNo final de semana de 10 de abril, mais de 360 milhes de especta-dores acessaram a primeira parte do documentrio sobre a vida do jesuta e
pintor italiano Giuseppe Castiglione (1688-
1766), que chegou a ser um dos maiores e
mais admirados artistas na histria da pin-
tura chinesa. Dividido em trs partes, o do-
cumentrio uma coproduo de Kuangchi
Program Service, em Taipei, e Jiangsu TV,
tendo sido transmitido pelo canal 10 da gi-
gante Rede TV Network da China Nacional.
Por causa do protagonista do tema, sab-
amos que o documentrio teria xito. Mas
no contvamos com nmero to expres-
sivo de espectadores, dizem os produtores
da obra, os padres jesutas Jerry Martinson
e Emlio Zaetti. O documentrio ter sua es-
treia na Europa na segunda metade de 2015,
comeando pela Itlia, em 30 de setembro.
18 Em
COMPANHIA DE JESUS CRIA GERAL
Dezesseis dias se passaram do de-vastador terremoto que afetou Tipling e muitas outras partes do Nepal. A situao est, at certo ponto, sob
controle. As pessoas aceitam estoicamente
a sua situao e j comearam a recons-
truir suas casas e suas vidas. As primeiras
notcias recebidas afirmam que h nove
distritos na vizinhana, com um total de
547 casas e mais de 3.229 habitantes, sendo
que 1.179 esto fora do povoado por motivo
de trabalho ou estudo. Morreram nove pes-
soas e 11 esto feridas. O terremoto causou
tambm a morte de muitos animais.
Todos os habitantes esto em tendas
de campanha porque as casas foram seria-
mente afetadas. E no h as condies ne-
cessrias para morar nelas. A destruio
afeta no apenas as casas, mas tambm o
acesso aldeia. O nico modo de chegar
ao local de helicptero, ou expondo-se
aos perigos de deslizamentos de terra,
alm de dois ou trs dias de caminhar ar-
riscado. Levar material til por mais leve
que seja quase impossvel.
Nove dias depois do terremoto, aps
vrias tentativas e com a ajuda de vo-
luntrios, eu consegui chegar at a Mis-
so. At esse momento, o Pe. Norberto
DSouza, com a ajuda de alguns amigos,
recolheu dados e foi capaz de salvar mui-
tas coisas teis da comunidade e das pes-
soas. Alm disso, o religioso inspecionou
os nove distritos para ajudar as vtimas e
recolher informao. Somente no dia 10
de maio, foi possvel levar uma tenda de
campanha para os jesutas de Tipling.
totalmente impossvel habitar a velha
residncia. Os padres encontravam-se
muito ocupados tratando de ajudar a po-
pulao de vrios modos.
O tempo ainda est frio e chuvoso.
Chove quase todas as tardes. As tendas
de campanha podero servir apenas al-
guns meses... Essa a nossa esperana...
A estao das chuvas se aproxima. Nesta
Jesutas enfrentam os terremotos no Nepal
regio, ela dura at outubro. Em conse-
quncia, precisamos de qualquer tipo
de refgio que possa resistir s copiosas
chuvas e granitos. Reconstruir as casas
no ser possvel quando as chuvas ini-
ciarem. Em comparao com outros lu-
gares, aqui tudo anda muito devagar. No
temos engenheiros, pedreiros, operrios,
nem acesso material de construo. Os
recursos alimentcios esgotam-se rapi-
damente. As vendas, que antes tinham
reservas abundantes, esto vazias: as
trilhas por onde as mulas traziam os ali-
mentos no existem. A gente tenta re-
colher qualquer coisa que possa servir.
A ajuda que recebem insuficiente de
qualquer jeito. A vinda de um helicpte-
ro particular pode custar at 1.500.000
Rupees (US$785). Algumas organizaes
tentaram enviar-nos alimentos, porm
s podem traz-los at o ponto a partir do
qual os veculos no conseguem passar.
Habitantes de certos vilarejos foram at
esses pontos, mas s conseguem carregar
pequenas quantidades. Alm disso, esto
ocupados com o conserto de suas casas,
cuidando dos animais, trabalhando no
campo... Precisamos de toda a assistncia
possvel, com urgncia.
Seu em Cristo,
Samuel Simick, SJ
Outro tremor de magnitude 7,3 fez-se
sentir na tarde de 12 de maio, por volta
das 12h25. Segundo informao rece-
bida, 30 pessoas morreram e os feridos
passam de 1.000. Pelo menos 4 pessoas
morreram em Chautara, no distrito de
Sindhupalchok, ao norte de capital Kat-
mandu (Nepal), onde vrios edifcios
desabaram. O Servio Geolgico dos Es-
tados Unidos declarou que o epicentro
do terremoto estava a 68 km a oeste da
cidade de Namche Bazar, perto do Monte
Everest. O terremoto foi sentido at em
Nova Dlhi (ndia) e Dhaka (Bangladesh).
Habitantes de Katmandu, ainda assus-
tados com o terremoto de 25 de abril,
apressaram-se em sair de suas casas.
Podiam ser vistos pais e mes corren-
do abraados fortemente a seus filhos e
centenas de pessoas que, por telefones
celulares, tentavam se conectar com pa-
rentes. O comrcio fechou e as ruas en-
traram em colapso por causa das pessoas
que procuravam seus parentes.
O novo terremoto semeou mais
uma vez a intranquilidade entre a po-
pulao. A vida comeava a se reorgani-
zar aps o terremoto no qual morreram
mais de 8.000 e ficaram feridos mais
de 18.000. As instituies educativas
esperavam abrir as suas portas esta se-
mana. As pessoas comeavam a voltar
para suas casas. Porm, depois do novo
terremoto, foram levadas novamente
para albergues provisrios.
No momento, todos ns estamos bem.
Jomon Jos Kanniattukunnel, SJ
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19Em
A Companhia de Jesus prepara-se para nova Congregao Geral. Ser a 36 de nossa histria. A convoca-o nasce da necessidade de escolher um
novo Superior Geral; a prtica generali-
zada na Igreja de uma substituio na li-
derana ao chegar a certa idade. A Compa-
nhia apresenta-nos hoje a pergunta sobre
que tipo de liderana queremos para este
momento da histria e da Igreja. A busca
por um novo Geral exige-nos definir qual
queremos que seja sua tarefa principal, es-
colhendo a pessoa adequada para a misso
que queremos entregar-lhe.
O Pe. Adolfo Nicols encaminhou-nos
nesse discernimento ao pedir-nos para
refletir sobre quais so os trs desafios
fundamentais que enfrenta a Companhia
neste momento. Em uma ordem apost-
lica como somos, os desafios nascem do
contexto de nossa misso. Contudo, esses
desafios sempre exigem renovao, ade-
quao, converso do corpo apostlico
para poder cumprir a misso.
No Conclio Vaticano II, a Igreja deixou
questionar-se por um mundo que, em um
sculo, mudou mais do que em todo o mi-
lnio anterior. Isso exigiu a converso da
prpria Igreja. Foi um processo difcil, que
despertou resistncias empedernidas, en-
tusiasmo s vezes pouco prudente, confu-
so por momentos Um processo doloro-
so de poda que somente agora, cinquenta
anos depois, comea a sentir a satisfao
dos novos brotos que florescem com fres-
cor e vitalidade renovados.
E, para essa primavera eclesial, que
Geral e que estilo e rumo ns, jesutas,
necessitamos?
importante levar a srio a pergunta
CHAMADOS AO RISCO E INOVAO
A COMPANHIA DE JESUS NA AMRICA LATINA CPAL
Pe. Jorge Cela, SJPresidente da CPAL
que nos faz o Pe. Nicols. Necessitamos
sensibilidade para a escuta atenta dos si-
nais dos tempos. Deus nos fala, nos marca
o caminho desde esses sinais. Por isso, te-
mos de aproximar-nos at que a pele entre
em contato com a realidade e as vozes mais
apagadas deixem-se escutar e sentir com
nitidez. Ser desde a proximidade com o
pobre e com sua dor que poderemos escu-
tar a voz de Deus. Mais do que nunca, neste
tempo, temos de buscar essa proximidade
como composio de lugar de nossa orao.
E escutar atentamente.
Deixemos, pois, que ressoe esse mur-
mrio nascido da realidade no profundo
de nossa f. Que invada nosso interior
como pergunta e desafio at remover
nossas razes. Deixemos que essas vozes
percorram os campos de nosso conheci-
mento para que se vistam de informao
abundante, da reflexo e da pesquisa que
buscam compreender, at que encontrem
os caminhos de sada por onde devemos
andar. Que nosso olhar ilumine-se pela
penetrante profundidade intelectual e es-
piritual que constitui nossa f.
E se nossa espiritualidade nasce da re-
alidade que nos interpela, ela orienta-se
transformao dessa realidade. uma
espiritualidade para a misso no mundo.
Por isso, pea-chave o discernimento da
vontade de Deus sobre o mundo que nos
toca transformar com nossa ao. Nossa
espiritualidade leva-nos ao compromisso
de nossa vida. A misso nasce do olhar so-
bre o mundo com a inteno de salvar, com
o olhar trinitrio que nos prope Incio na
contemplao da encarnao.
Mas, na Companhia, o compromisso
da comunidade, que partilha uma misso
comum. O discernimento sobre a misso e
a ao apostlica so tarefas do corpo que se
reuniu sob a bandeira de Cristo para colabo-
rar com Ele na misso. Se o que nos une a
misso, o chamado de Cristo, o Rei Eterno,
o que nos manter unidos ser o aprender
a partilhar a misso, coloc-la em comum,
rez-la, discerni-la juntos, assumi-la como
equipe, sentir que ela nos une. uma mis-
so de corpo que nos d identidade e nos
leva ao sentido de pertena a um corpo para
uma misso. A comunidade apostlica que
formamos com nossos irmos jesutas e
com todas as demais pessoas, companhei-
ros e companheiras nesta misso, com
quem a discernimos e vivemos.
nossa vocao Companhia a que
nos leva a colaborar nessa misso comum,
superando gostos e interesses pessoais ou
grupais. Uma misso que ultrapassa fron-
teiras nacionais, religiosas, ideolgicas ou
de qualquer ndole. Que nos faz um ns
para a misso, rompendo as barreiras que
nos definem como estranhos.
Tal como Nicodemos, temos de nascer
de novo, percorrer novas aprendizagens,
desconstruir estruturas mentais e fsicas
que nos impeam de responder s novas
realidades, desandar muitos caminhos
para saber comear de novo com o mpeto
da juventude. Necessitamos formar-nos
constantemente para uma tarefa que muda
sem cessar, surpreendendo-nos com novas
oportunidades e tecnologias para a misso.
Necessitamos reinventar nossas for-
mas de governo para, mantendo a fide-
lidade ao nosso chamado fundamental,
agilizar nossas respostas, nascidas do
discernimento comunitrio, mas cons-
trudas desde a criatividade que nos per-
mitem as novas tecnologias e culturas.
Necessitamos da liberdade que nos ca-
pacita para assumir riscos, para ter a co-
ragem de comear de novo quando seja
necessrio, para no nos deixar afundar
pelo lastro das instituies pesadas, sem
sermos capazes de permitir-lhes voar
para novas fronteiras.
Teremos de renovar nossas formas
de governo, nossas alianas para a cola-
borao na misso, nossas maneiras de
fortalecer a comunidade, nossos estilos
de trabalho, nossa maneira de aprender
ao longo da vida.
E devemos comear por juntos atrever-
-nos a propor, prxima Congregao, ca-
minhos para entrar na novidade do Evange-
lho nos novos tempos e contextos.
20 Em
AES CONJUNTAS
Encontro com os Provinciaisda Pan-Amaznia A convite do Pe. Jorge Cela, presi-dente da CPAL (Conferncia dos Provinciais Jesutas da Amrica
Aps a participao na Assembleia da CPAL, em Bogot (Colmbia), o Pe. Alfredo Ferro encontrou-se com o Pe. Hugo Alexis Moreno, presiden-
te da FLACSI (Federao Latino-americana
de Colgios da Companhia de Jesus) e rei-
tor do Colgio de San Bartolom Mayor, e
com Lus Felipe Carrillo, secretrio execu-
tivo da FLACSI, com o intuito de estudar
possveis aes conjuntas com os Col-
gios da Companhia na Amrica Latina,
para sensibilizar sobre as questes da
Amaznia (elaborao de materiais pe-
daggicos, campanhas e experincia de
campo na realidade amaznica).
O Pe. Ferro conversou ainda com o
Pe. Ignacio Suol, coordenador da F e
Alegria Internacional, sobre alguns pas-
sos necessrios para viabilizar, a partir
do Projeto PAM SJ, a construo de uma
Rede de Centros de FyA na Amaznia,
voltada para a educao inculturada. Por
ltimo, o jesuta teve um dilogo mui-
to proveitoso com alguns vice-reitores
e decanos da Universidade Javeriana de
Bogot, com o objetivo de socializar a
misso do Projeto PAM SJ e consult-los
sobre as possibilidades de convnios que
A COMPANHIA DE JESUS NA AMRICA LATINA CPAL
Latina), o coordenador do Projeto PAM SJ
(Projeto Pan-Amaznico da CPAL), Pe. Al-
fredo Ferro, reuniu-se com os Provinciais
da Pan-Amaznia e, depois, teve um mo-
mento com todos os Superiores maiores
que participam da Assembleia da CPAL,
realizada em maio, em Bogot (Colmbia).
Em seu dilogo com os Provinciais,
Pe. Alfredo Ferro centrou-se na avalia-
o global do andamento do Projeto
PAM SJ, que busca responder prio-
ridade do PAC Plano Apostlico Co-
mum; nos avanos alcanados com a
reformulao do Projeto; e no incio
da construo da Comunidade Jesu-
ta interprovincial em Leticia (trplice
fronteira). Os Provinciais manifestaram
suas opinies sobre o desenvolvimento
do Projeto PAM SJ, fazendo observaes
a respeito e ratificando seu apoio.
Fonte: Pan-Amaznia SJ Carta Mensal n 15 Maio 2015
Acesse o link (http://bit.ly/1M4NRjo) do Portal Jesutas Brasil e faa o download da edio completa
da Pan-Amaznia SJ Carta Mensal
permitam a realizao de aes conjun-
tas da Universidade e do Projeto, princi-
palmente nos campos da investigao,
da educao/formao e da extenso.
Esse dilogo visa a uma possvel aliana
de carter global do Projeto PAM SJ com
a AUSJAL (Associao de Universida-
des Confiadas Companhia de Jesus na
Amrica Latina).
21Em
FRUM DE GESTO APOSTLICA RENE-SE EM ITAICI
COMPANHIA DE JESUS GOVERNO
o que deve permanecer, o que precisa ser
mudado e o que precisa ser descontinu-
ado?, ressalta Pe. Joo Renato Eidt. So
perguntas que nos ajudaro a encon-
trar as opes para que cada Plataforma
Apostlica e toda a Provncia possam re-
alizar os seus Planos de Ao Apostlica.
O Provincial lembra, porm, que
todo esse trabalho est no incio. Es-
tamos estudando e comeando as dis-
cusses para encontrar as primeiras
diretrizes, que, depois, devem ser dis-
cernidas, refletidas, estudadas e apro-
fundadas, para ver se, de fato, devem
ou no entrar nos Planos de Ao Apos-
tlica das Plataformas e da Provncia,
observa. Por isso, nesse momento, no
temos decises tomadas.
Outros dois pontos importantes dis-
cutidos durante o Frum foram os tra-
balhos em rede e articulados. Devemos
comear a aprender a trabalhar em rede
e, para isso, a misso e as opes apos-
tlicas devem estar articuladas. Hoje, al-
gumas aes acontecem apenas em uma
Plataforma Apostlica, enquanto outras
acontecem de forma transversal e pre-
cisam ser articuladas nacionalmente ou
entre as demais Plataformas, logicamen-
te, dependendo do contexto apostlico
de misso em cada regio, observa Pe.
Joo Renato Eidt.
Entre os dias 11 e 13 de junho, rea-lizou-se a 2 reunio do Frum de Gesto Apostlica na Casa de Re-tiro Vila Kostka, em Itaici (Indaiatuba/
SP), com a presena de 22 jesutas que
tm funes de liderana na estrutura da
Provncia do Brasil. A importncia desse
encontro foi a reflexo e o incio de uma
discusso sobre a vida e a misso que
queremos para a Provncia do Brasil, des-
taca o Provincial do Brasil, Pe. Joo Renato
Eidt. Para isso, durante o Frum, nosso
objetivo foi, luz do Plano Apostlico e de
suas Preferncias e Fronteiras Apostli-
cas, discernir sobre as opes que devem
entrar nos Planos de Ao Apostlica das
Plataformas Apostlicas e da Provncia.
De acordo com o Estatuto da Provncia
do Brasil, o Frum de Gesto Apostlica
tem por finalidade ajudar o Governo Pro-
vincial em sua funo de acompanhar, ar-
ticular e discernir os diversos aspectos da
Misso nas Plataformas Apostlicas e na
Provncia como um todo, como o processo
de planejamento, a formao dos jesutas
em vista da Misso e a execuo do Plano
Apostlico em todo territrio nacional.
Desse modo, os temas discutidos
durante o Frum giraram em torno dos
trabalhos do Secretariado de Articulao
e Capacitao para a Misso da Provncia
do Brasil, composto pelas seguintes op-
es preferenciais:
Com base nisso, fizemos um apa-
nhado do que j funciona em cada uma
das Plataformas, como atividades apos-
tlicas e pastorais, para, comearmos, a
partir desse contedo, o discernimento
olhando para as Preferncias Apostlicas
da Provncia do Brasil. O passo seguinte
foi nos perguntar: o que devemos fazer,
Servio da f e espiritualidade;
Justia social e ecologia;
Colaborao com outros
Juventudes e vocaes.
22 Em
SO JOS DE ANCHIETA:APSTOLO E PADROEIRO DO BRASIL No dia 9 de junho, a Companhia de Jesus e a Igreja Catlica celebra-ram o dia de So Jos de Anchie-ta, apstolo e padroeiro do Brasil. H um
ano, mais precisamente no dia 3 de abril
de 2014, o jesuta foi proclamado santo
pelo Papa Francisco. Um momento hist-
rico e importante para todos os fiis.
No dia 24 de abril deste ano, outro
momento histrico, a CNBB (Confern-
cia Nacional dos Bispos do Brasil), por
decreto, outorgou a So Jos de Anchieta
o ttulo de padroeiro secundrio do Bra-
sil, junto de Nossa Senhora Aparecida.
Alm disso, conferiu ao Santurio de
So Jos de Anchieta, em Anchieta (ES),
o ttulo de Santurio Nacional.
Personagem importante na constru-
o da histria do Brasil,Anchieta nasceu
em So Cristovo de Laguna, nas Ilhas
Canrias, arquiplago pertencente Es-
panha, em 19 de maro de 1534. Com o
objetivo de estudar, foi enviado, aos 14
anos, a Coimbra, Portugal, onde, aos 17
anos, ingressou na Companhia de Jesus.
Mesmo com sade frgil, inspirando
cuidados, o ento novio Anchieta solici-
tou partir em misso para o Novo Mundo,
para dedicar-se catequese dos indgenas
locais. Aos 19 anos, desembarcou com a
comitiva do segundo governador-geral,
Duarte da Costa, e outros seis jesutas em
Salvador, na Bahia, em 13 de julho de 1553.
Em terras brasileiras, Anchieta no
s trabalhou como catequista, mas tam-
bm se tornou dramaturgo, poeta, gra-
mtico e linguista. Vale ressaltar que o
jesuta foi o autor da primeira gramtica
brasileira, A Arte da Gramtica da Lngua
Mais Usada na Costa do Brasil. Nessa
obra, o religioso descreveu e sistemati-
zou o tupi, lngua que passou a dominar
em menos de um ano vivendo no pas.
A p ou de barco, o jesuta viajou pelo
Brasil, inaugurando misses, com aulas de
catequese, gramtica e conhecimentos ge-
COMPANHIA DE JESUS SERVIO DA F
rais. Em janeiro de 1554, participou da mis-
sa de inaugurao do Colgio de So Paulo
de Piratininga, hoje o Pateo do Collegio, lo-
cal que deu origem cidade de So Paulo.
Entre as caractersticas marcantes da
atuao de Anchieta, esto a dissemina-
o dos preceitos cristos utilizando par-
ticularidades locais como missas ao ritmo
de tambores e aulas ao ar livre e, como os
demais jesutas, a oposio ferrenha aos
abusos cometidos pelos colonizadores
portugueses contra os indgenas.
Em 1566, aos 32 anos , Anchieta foi
ordenado sacerdote. Trs anos depois,
fundou o povoado de Reritiba, atual
Anchieta, no Esprito Santo. E, em 1577,
foi nomeado Provincial da Companhia
de Jesus no Brasil, funo que exerceu
at 1585, sendo substitudo a seu pedi-
do. Em 1595, Anchieta retirou-se para
Reritiba, onde permaneceu at seu fale-
cimento, aos 63 anos de idade, em 9 de
junho de 1597.
Saiba mais sobre So Jos de
Anchieta no portal:
www.jesuitasbrasil.com/anchieta
23Em
Colgio Loyola oferece cursos para alunos de baixa renda O Colgio Loyola, por meio da ASIA (Associao de Antigos Alunos do Loyola), promove dois cursos para alunos de baixa ren-
da: o Free Idiomas, que oferece aulas
de ingls e espanhol, e o Cursinho ASIA
Loyola, destinado ao preparo de candi-
datos ao ENEM (Exame Nacional do En-
sino Mdio) e aos demais vestibulares.
O Free Idiomas oferece as modali-
dades de ensino para o ENEM e o cur-
so de Sobrevivncia, esse ltimo com
durao de trs anos, com dois profes-
sores por sala e foco na conversao. O
valor do curso simblico e varia en-
tre R$ 10 e 30. O candidato dever estar
cursando o Ensino Mdio em qualquer
instituio pblica ou particular e pre-
cisa comprovar baixa renda.
O curso conta com professores vo-
luntrios, sendo seis antigos alunos, duas
alunas e uma me de aluna. Alm disso, o
Free Idiomas conta tambm com uma co-
ordenadora e com o consultor pedaggico.
COMPANHIA DE JESUS PROMOO DA JUSTIA E ECOLOGIA
Crianas e jovens do Projeto Vida com Arte realizam apresentaes
Cada turma assistida por dois professo-
res em sala, possibilitando a diviso dos
alunos em grupos menores, o que aumen-
ta a possibilidade dos estudantes se solta-
rem e falarem mais, explica o professor
Carlos Andr Gomes, integrante da ASIA.
O Cursinho ASIA Loyola foi criado
por iniciativa de uma ex-aluna, em 2008.
Depois disso, outros ex-alunos interessa-
ram-se pela iniciativa. Assim como o Free
Idiomas, os professores, coordenadores
e monitores que trabalham no cursinho
so voluntrios. Embora no seja necess-
rio ter nenhum vnculo com o Loyola para
participar do projeto, alguns voluntrios
so ex-alunos, pais de alunos e professores
do Loyola. Alguns tm muita experincia
como professor, j outros tm no cursinho
sua primeira oportunidade de contato com
a sala de aula, afirma Carlos.
Histria, Qumica, Fsica e lgebra
so algumas das disciplinas oferecidas
na iniciativa. Ao longo do ano, volunt-
rios de outras reas tambm colaboram
com palestras, aulas especiais, orienta-
o vocacional, etc. H tambm algu-
mas atividades extraclasse. Em 2014, re-
alizamos uma visita ao Museu das Minas
e do Metal e uma trilha ecolgica em Ita-
birito (MG), acrescenta Carlos.
O cursinho destinado a pessoas que
queiram preparar-se para o ENEM e vesti-
bulares, mas que no tenham condies de
frequentar um cursinho particular. A cada
ano, cerca de 70 pessoas participam do
curso e os alunos contribuem mensalmen-
te com uma taxa de R$20, que utilizada
para ressarcir os gastos dos voluntrios
com preparao de material para as aulas.
Em 2014, o Cursinho ASIA Loyo-
la iniciou uma parceria com o Centro
Zanmi, que encaminha alguns imi-
grantes para participarem do curso.
No ano passado, um haitiano conse-
guiu aprovao para cursar Medicina
em uma instituio federal. Nesse ano,
temos uma famlia de alunos do Lba-
no, conclui Carlos.
A Orquestra Vida com Arte reali-zou um concerto didtico para alunos das Escolas Municipais de Ensino Fundamental de So Leo-
poldo (RS), nos dias 28 de abril e 15 de
maio. Alm de tocar os clssicos, se-
guimos um roteiro, semelhante a uma
pea de teatro, para explicar como fun-
cionam os instrumentos, comentou a
regente, Daiana Flber.
A apresentao uniu msicas clssi-
cas, como Beethoven, e msicas contem-
porneas, como o do grupo O Rappa, para
mostrar a versatilidade da msica de or-
questra e corresponder s expectativas
da faixa etria do pblico presente.
Para Anita Coronel, professora da
Trupe Teatro Escola, de So Leopoldo,
que participou pela primeira vez de
uma apresentao do Vida com Arte,
a surpresa foi grande: O trabalho que
se faz aqui lindo e merece ganhar o
mundo. Da mesma forma, pensa Tiar-
les Fontes, membro da Orquestra desde
2012. De acordo com ele, que hoje toca
contrabaixo, concertos assim so im-
portantes para introduzir uma nova
cultura musical na vida das crianas.
O projeto Vida com Arte uma ini-
ciativa da Unisinos e do Colgio An-
chieta de Porto Alegre (RS), em parceria
com a Prefeitura Municipal de So Leo-
poldo, atravs da Secretaria de Educa-
o. O projeto atende crianas e jovens,
entre 6 e 15 anos de idade, da rede p-
blica de ensino.
24 Em
Padre Incio Spohr lana terceiro livro da srie Histria das Casas
Jesutas sero tema de filme de Scorcese
COMPANHIA DE JESUS DILOGO CULTURAL E RELIGIOSO
O padre Incio Spohr lanou o ter-ceiro livro da coleo Histria das Casas, no dia 3 de maio. A obra conta, em detalhes, as memrias de
dois dos mais importantes locais da cida-
de de Cerro Largo (RS): a Parquia Sagrada
Famlia e o Seminrio So Jos.
O lanamento do livro aconteceu
na Parquia Sagrada Famlia, logo aps
a missa, presidida pelo bispo de San-
to ngelo, dom Liro Meurer. Entre as
autoridades presentes, estavam o pre-
feito de Cerro Largo, Ren Nedel, e a
secretria da Educao do municpio,
Neiva Fogolari.
No evento, padre Incio Spohr ci-
tou as diversas etapas da histria da
Parquia, desde a chegada do fundador,
padre Max Von Lassberg, bem como
dos primeiros colonizadores. O jesuta
salientou as dificuldades enfrentadas
para se chegar regio no incio do s-
culo XX. Dom Joo Pimenta, primeiro
bispo a visitar Serro Azul (antigo nome
de Cerro Largo), em 1909, teve de en-
frentar um temporal no lombo do cava-
SERVIO
LivrariaPadreReus
Endereo Rua Duque de Caxias,
805 - Porto Alegre (RS)
Telefone (51) 3224-0250
lo e na charrete, disse padre Incio.
O pblico presente adquiriu todos
os exemplares disponveis e as obras
acabaram antes mesmo da sesso de
autgrafos terminar. Aps a distribui-
o das dedicatrias, o professor Egon
Roque Frhlich citou a importncia
dos livros Salvador do Sul e So Pedro
da Serra, que pertencem coleo His-
tria das Casas.
Ambientado no sculo 17, o filme Silence retratar a histria de dois padres jesutas portugueses que viajam para o Japo para procurar seu con-
selheiro e difundir os ensinamentos do
Cristianismo, ao mesmo tempo em que so
perseguidos. O longa ser dirigido pelo di-
retor americano Martin Scorcese.
Baseado no livro homnimo, do
japons Shusaku End, publicado em
1966, o filme protagonizado por An-
drew Garfield, no papel do padre Se-
bastio Rodrigues, Adam Driver como
padre Francisco Garrpe, e Liam Nee-
son, que atuar como padre Ferreira.
Durante uma coletiva de imprensa,
Scorcese revelou que conheceu o livro
em 1988 e que, em 1991, fez um esbo-
o malsucedido de um roteiro para um
filme, acrescentando que esse teve de
se desenvolver ou evoluir dentro de
si antes que pudesse tentar adapt-
-lo para as grandes telas. Sem data de
estreia definida, a produo, da Para-
mount Pictures, tem o lanamento nos
cinemas previsto para 2016.
Andrew Garfield e Martin Scorcese(da esq. p/ dir.)
25Em
COMPANHIA DE JESUS EDUCAO
Rede Jesuta de Educao promove encontros sobre a PEC
A RJE (Rede Jesuta de Educa-o) promoveu dois semin-rios sobre o desenvolvimen-to do PEC (Plano Educativo Comum).
Nos dias 16 e 17 de abril, o seminrio
discutiu a dimenso acadmica, e,
nos dias 11 e 12 de maio, as dimen-
ses administrativa e pastoral do
PEC. No total, os encontros reuniram
cerca de 180 educadores e profissio-
nais das unidades da Rede Jesuta de
Educao. importante destacar que
os seminrios foram divididos ape-
nas por uma questo de logstica, j
que o PEC contemplar as sugestes
e discusses apresentadas nas di-
menses acadmica, administrativa
e pastoral.
O Delegado para a Educao, padre
Mrio Sndermann, acolheu os partici-
pantes e apontou os rumos desenhados
para a Educao Bsica da Companhia
de Jesus no Brasil. A diretora do Colgio
So Lus, Snia Magalhes, apresentou o
histrico da misso educativa da Com-
panhia de Jesus no mundo e problema-
tizou os principais desafios que os col-
gios jesutas enfrentam no pas hoje e as
possibilidades que surgem com o con-
texto da BRA (Provncia do Brasil).
Ao final dos encontros, o GT (Gru-
po de Trabalho) responsvel pela
organizao dos seminrios apre-
sentou o resultado das plenrias
fazendo uma sntese do que esteve
mais presente. Para a coordenado-
ra do GT e professora Colgio Cata-
rinense, Louisa Schrter, o legado
de educao deve ser garantido de
forma criativa. Segundo ela, ne-
cessrio olhar para o futuro, para
os novos contextos, para os alunos,
dessa forma ser possvel nos orga-
nizarmos de uma maneira diferente.
O PEC est sendo essa oportunidade
de traar algumas referncias e dese-
jos comuns, pensados de forma cole-
tiva pela RJE, tendo como horizonte
a aprendizagem integral em todos os
mbitos de crescimento de um cida-
do, afirmou.
Os profissionais presentes foram
desafiados a disseminar, em suas
instituies, as reflexes apresenta-
das nos encontros. O intuito que se
possa ampliar o debate realizado nos
seminrios, que representam o pas-
so inicial para construo do PEC. A
estimativa que, at o final de 2015,
seja apresentada uma proposta prvia
do documento definitivo. Os semi-
nrios marcaram um momento im-
portante do PEC, pois foi o primeiro
trabalho integrado entre os profissio-
nais das unidades educativas da Rede
Jesuta de Educao.
OS SEMINRIOS MARCARAM UM MOMENTO IMPORTANTE DO PEC, POIS FOI O PRIMEIRO TRABALHO INTEGRADO ENTRE OS PROFISSIONAIS DAS UNIDADES EDUCATIVAS DA REDE JESUTA DE EDUCAO.
26 Em
Carta de Einstein aoColgio Anchieta N
o dia 22 de maio, o Colgio
Anchieta de Porto Alegre (RS)
tornou pblica uma carta es-
crita pelo cientista Albert Einstein, em
1951. A mensagem, que estava guarda-
da em um cofre h 64 anos, direcio-
nada aos alunos da instituio.
H muitos anos, ouviam-se rumo-
res de que o cientista tinha mandado
uma carta para o Colgio Anchieta, mas
ningum sabia onde estava essa rarida-
de. Ento, um professor decidiu inves-
tigar o paradeiro da carta e a encontrou
no arquivo da escola, em um cofre.
A carta veio acompanhada de uma
foto exclusiva, feita pelo fotgrafo Mar-
cel Sternberger. A origem dos documen-
tos est ligada ao padre Gaspar Dutra,
que, em um encontro com Einstein, em
Nova York, teria pedido um recado espe-
cial aos alunos do Colgio Anchieta.
Para atestar sua veracidade, a men-
sagem e a foto passaram pela anlise
da perita judicial Liane Pereira, que
realizou o estudo comparando assina-
turas de Einstein em diferentes docu-
mentos pesquisados. Passar por essa
experincia foi muito significativo,
j que geralmente no trato com not-
cias muito boas. Essa foi uma surpresa
para mim, conta Liane.
O diretor geral do colgio, padre
Joo Claudio Rhoden, diz que a men-
sagem e a foto so muito significativas
para a instituio. Alm de qualquer
valor histrico ou comercial, na men-
sagem que est ali, h a lembrana que
ele deixou para os alunos, diz.
O coordenador da unidade de ensi-
no, Dario Schneider, explica que o ma-
terial tem significado muito impor-
tante para a instituio, que completa
125 anos em 2015. uma mensagem
que motiva no s nossos alunos, mas
os pais, os professores e a comunidade
educativa, pois incentiva a promoo
do conhecimento como um passo im-
portante na mudana de realidades,
diz ele. A notcia da descoberta da car-
ta foi destaque nos principais veculos
de comunicao do pas.
Leia a mensagem do cientista que desenvolveu a Teoria
da Relatividade Geral, um dos pilares da fsica moderna:
QUEM CONHECEU A ALEGRIA DA
COMPREENSO CONQUISTOU UM AMIGO
INFALVEL PARA A VIDA. O PENSAR , PARA
O HOMEM, O QUE VOAR PARA OS PSSAROS.
NO TOMA COMO EXEMPLO A GALINHA
QUANDO PODES SER UMA COTOVIA
Para os estudantes do Colgio Anchieta, Brasil.A. Einstein
COMPANHIA DE JESUS EDUCAO
27Em
Sistema de Qualidade na Gesto Escolar apresentado no Medianeira
A ETE FMC (Escola Tcnica de Eletrnica Francisco Moreira da Costa) realizar a primeira edio da FECETE (Feira Estadual de
Cincias e Tecnologia), entre os dias 7
e 9 de outubro. O objetivo do evento
promover o intercmbio de conheci-
Em maio, o Colgio Medianeira apresentou o Sistema de Quali-dade na Gesto Escolar para sua comunidade educativa. A ferramenta
de autoavaliao foi desenvolvida pe-
las instituies jesutas Universidad
Catlica (Uruguai) e Universidad Al-
berto Hurtado (Chile). O objetivo do
sistema desenvolver novas compe-
tncias e nova cultura de gesto esco-
lar, promovendo, assim, profunda re-
flexo sobre a identidade e misso dos
colgios da Companhia de Jesus.
ETE FMC realizar Feira Estadual de Cincias e Tecnologia
mento, incentivar a pesquisa cientfica
e divulgar novas tecnologias.
A FECETE voltada para alunos do
8 e 9 ano do Ensino Fundamental,
do Ensino Mdio e do Ensino Tcnico
do Estado de Minas Gerais. O evento
acontecer simultaneamente a Projete,
tradicional Feira de Projetos Futuristas,
que, em 2015, chega 35 edio.
Os projetos inscritos devero ser
submetidos anlise de uma comisso
julgadora e os vencedores recebero
prmios e certificados. Os interessados
em participar da FECETE devem aces-
sar o site etefmc.com.br at o dia 20 de
junho e realizar a inscrio de seus tra-
balhos. A divulgao dos selecionados,
em primeira prvia, acontecer no dia
5 de agosto.
A FECETE oferecer hospedagem
e transporte (trajeto entre sua cidade
e Santa Rita do Sapuca/MG) gratuitos
para parte dos estudantes. Os interes-
sados devem realizar a solicitao, no
momento da inscrio. A comisso
organizadora da FECETE analisar os
pedidos e os contemplados sero co-
municados, juntamente com a lista de
trabalhos selecionados para partici-
pao na feira.
O sistema uma estratgia em
rede, desenvolvida pela Federao
Latino-Americana de Colgios Jesutas
(FLACSI). Em 2014, a ferramenta co-
meou a ser implantada no Brasil. Os
colgios Catarinense, em Florianpo-
lis (SC), So Lus, em So Paulo (SP), e
Diocesano, em Teresina (PI), foram os
primeiros a utilizar a ferramenta. Nes-
te ano, alm do Colgio Medianeira, o
sistema ser implantado nos colgios
Antnio Vieira, Salvador (BA), e Santo
Incio, no Rio de Janeiro (RJ).
O Sistema de Qualidade ajudar o
Medianeira a avaliar seus processos.
Depois, possibilitar repensar proce-
dimentos, projetos e aes no sentido
de melhorar a aprendizagem. Forma-
remos novas competncias de lideran-
a e teremos elementos para revitali-
zar nossa cultura institucional. Para
um colgio jesuta, esse olhar comum
em todas as unidades vai fortalecer a
Rede Jesuta de Educao, afirma pa-
dre Carlos Jahn, diretor geral do Col-
gio Medianeira.
28 Em
Casa Inaciana da Juventude promove atividades
A CIJ (Casa Inaciana da Juventude) promoveu dois even-tos no ms de maio: o Momento Mariano, que acon-tece anualmente, e o Caf com Cultura, realizado mensalmente. As atividades reuniram os jovens da regio de
Fortaleza (CE), entre os dias 16 e 17.
No primeiro dia, a CIJ realizou o Momento Mariano, ati-
vidade que prope aos jovens um perodo de silncio para
COMPANHIA DE JESUS SERVIO S JUVENTUDES E VOCAES
contemplao do exemplo de Nossa Senhora, modelo de amor
ao Cristo amigo e ao seu projeto para a humanidade. O Caf
com Cultura, organizado pelo Grupo de Universitrios da CIJ,
foi realizado no dia 17 e teve como objetivo a promoo do
dilogo inter-religioso, acerca do ecumenismo e da tolern-
cia religiosa. Representantes da Igreja Evanglica Pentecostal
Betesda, da Igreja Catlica, do Budismo, do Espiritismo e do
Candombl participaram do encontro.
Os jovens ouviram atentamente as falas e participaram do
debate por meio de perguntas que indicaram o desejo de quebrar
fronteiras atravs do conhecimento e do respeito diversidade.
Enquanto todos apresentavam sua vivncia espiritual, percebi
que o dilogo desenvolvido pelos convidados sobre a manifestao
do sagrado, em seu cotidiano, superava as diferenas entre esses
movimentos religiosos. A monja budista completava a fala do pas-
tor, este, por sua vez, completava a fala do esprita, a leiga catlica
utilizou-se dos seus estudos bblicos para explicar o movimento
ecumnico e o sacerdote da Umbanda manifestou seu desejo por
mais respeito entre as religies, afirmou a jovem Beatriz Perote.
Encontros do Momento Mariano e do Caf com Cultura reuniram jovens em Fortaleza
Jesuta ser ordenadopresbtero em julho
Novios iniciamretiro de 30 dias
Os novios do 1 ano da Companhia de Jesus iniciaram os Exerccios Espirituais de 30 dias, no dia 20 de ju-nho, em Vila Kostka Itaici, em Indaiatuba (SP). Os novios Alan Cavalcante, Diego Carriel, Klebson Dantas, Lu-
cas Pedro, Mrcio Danilo e Thiago Augusto produziram um
vdeo pedindo a orao de todos durante o perodo do retiro.
Na foto (esq. p/ dir.), os novios Alan, Diego, Klebson, Lucas, Mrcio e Thiago
O dicono Antnio Ronilson Braga de Sousa ser ordenado presbtero no dia 25 de julho, em ce-rimnia presidida por dom Alessio Saccardo, SJ, bispo da Diocese de Ponta de Pedras (Maraj/PA). A ceri-
mnia acontecer s 16h, na Catedral de Santa Maria de
Belm (Igreja da S).
Confira no link
https://youtu.be/F1OR2SAZafU.
29Em
COMPANHIA DE JESUS CUIDADO DA AMAZNIA
Via Sacra do Xingu
Dia 3 de abril, Sexta-feira Santa, o rio Xingu, localizado entre os estados de Mato Grosso e Par, foi senten-ciado morte, est sendo cortado e agoni-
za... Sua indmita e fecunda liberdade mi-
lenria acorrentada pela Hidroeltrica de
Belo Monte, feio monstro apelido dado
pelo povo... Com ele, morrem culturas mi-
lenrias, locais e simbologias sagradas, fon-
tes espirituais de vida, ilhas e vrzeas, iga-
raps e florestas, plantas e animais. Todas
essas formas de vida esto sendo violadas e
feridas. Os habitantes da regio tambm so-
frem: indgenas e ribeirinhos, populaes
urbanas e vilas, todos os povos banhados
e alimentados pelas guas do Xingu e seus
afluentes desde tempos imemoriais. Toda a
vida da regio se empobrece.
A Via Sacra em Altamira comeou cedo.
Na manh, ao raiar do sol, um rio de gente
firme e de cabea erguida avana pelas ruas
da cidade. o povo simples, povo de Deus,
que caminha valente rezando e denuncian-
do a injustia, o abuso e a morte imposta pe-
los poderosos. O bispo da Prelazia do Xingu,
dom Erwin Krutler, encabea a Via Sacra.
Vai frente, como pastor ao servio da Ama-
znia e seus povos, defendendo sua gente,
rios e florestas, cuidando de toda a vida da
Criao, da Me Terra que a todos amamen-
ta e sustenta. Juntos, como membros de
um mesmo corpo que tem Cristo por cabe-
a (1 Cor 12), bispo e povo sofrem e choram,
amam e lutam, denunciam e anunciam,
rezam e cantam com teimosia e profecia a
vitria da Cruz e da Justia, da Ressurreio
e da Vida sobre todo tipo de morte.
Muitas pessoas j tombaram e foram
crucificadas na Via Sacra do Xingu. A Ir.
Dorothy Stang (12/02/2005), missionria
norte-americana, que atuava junto aos cam-
poneses do Projeto de Desenvolvimento
Sustentvel Esperana (PDS Esperana), no
municpio de Anapu, no Par. Segundo o Jor-
Por Pe. Juan FernandoLpez Prez*
nal Correio Braziliense (12/02/2015), nos 10
anos que se seguiram morte de Irm Doro-
thy a situao permanece praticamente inal-
terada. De 2005 a 2014, o nmero total de as-
sassinatos no campo diminuiu. Foram 334.
O Par, porm, concentrou 118 das mortes,
35,3%. Das 548 tentativas de assassinato, 165
aconteceram no Par. Das 2.118 das pessoas
ameaadas de morte, 617 viviam no Par.
Vrias lideranas ribeirinhas, camponesas
e indgenas continuam hoje ameaadas e
marcadas para morrer na regio do Xingu.
SINAIS DE ESPERANAMuitos so os sinais de morte na Ama-
znia. Mas muito mais fortes so as semen-
tes de vida que continuam germinando no
meio das ruas, florestas e rios da Amaznia.
No nvel local, os povos continuam em p,
com a cabea erguida, pintados e enfeita-
dos, bailando ao som dos maracs a dana
da vida. No nvel global, a conscincia eco-
lgica vai crescendo e tambm o enfrenta-
mento ao sistema econmico capitalista
imposto, que semeia a destruio e a morte
por toda a redondeza da terra.
No nvel eclesial, tambm h fortes si-
nais de esperana. A Encclica sobre Ecolo-
gia, lanada pelo Papa Francisco, denuncia e
anuncia profeticamente a responsabilidade
humana com a defesa da vida e o cuidado
de toda a Criao. Tambm, em setembro
de 2009, foi oficializada a Rede Eclesial Pan
Amaznica (REPAM), com o firme apoio do
Papa: A misso da Igreja deve ser incentiva-
da e relanada na Amaznia.
Um sinal forte dessa capacidade de ser-
vio e incidncia da REPAM a audincia
que recentemente teve na Corte Interame-
ricana de Direitos Humanos (CIDH), em
Washington-DC (19/03/2015). Ali, foi de-
nunciada a violao dos direitos humanos
e ambientais que sofrem as comunidades
indgenas e camponesas afetadas pelas in-
dstrias extrativas. O bispo Pedro Barreto,
presidente do Departamento de Justia e
Solidariedade do Conselho Episcopal La-
tino-Americano (CELAM), ameaado tam-
bm de morte por denunciar a violncia
da minerao no Peru, afirmou no CIDH:
Queremos testemunhar a angstia e o
sofrimento de muitos irmos e irms que
vivem as consequncias da devastadora e
cada vez mais ameaante atividade extrati-
vista sem rosto humano e sem tica.
Os povos indgenas, com seus projetos
de Bom Viver, so caminhos de ressurrei-
o e vida para a humanidade e o planeta.
Essa nossa fora e esperana: O Bom Vi-
ver, a Ressurreio e a Vida vencem a mor-
te! Dando um toque amaznico s palavras
profticas de So Romero da Amrica: Se
me matam, ressuscitarei na vida do meu
povo, se nos plantam, germinaremos e
nos multiplicaremos na vida das florestas,
rios e povos da Amaznia!.
*Pe. Juan Fernando Lpez Prez atua na
Pastoral Indgena em colaborao com o CIMI
(Conselho Indigenista Missionrio)
Bispo da Prelazia do Xingu, dom Erwin Krutler, com a comunidade local
30 Em
NA PAZ DO SENHORIR. LUIGI CREMONESEPor Ir. Eudson Ramos
Ir. Luigi Cremonese nasceu em Lo-nigo, regio de Vicenza na Itlia, em 7 de novembro de 1928, em uma famlia de gente simples: o pai
era pedreiro e a me, costureira. Os ir-
mos eram quatro: um homem e trs
mulheres. At a idade de 19 anos, vi-
veu com a famlia, em sua terra natal.
Perto de sua casa, ficava o Noviciado
dos Jesutas e isso favoreceu o surgi-
mento de sua vocao missionria, a
partir do contato, sobretudo, com os
juniores e novios.
Depois de vrios encontros e reu-
nies, ingressou no Noviciado, como
Irmo, a 21 de abril de 1947. Dois anos
depois, fez os votos do binio e re-
cebeu o ofcio de cozinheiro, funo
que exerceu por longos anos, tanto a
como, mais tarde, na Residncia San
Fedele, em Milo. Fez os ltimos vo-
tos a 2 de fevereiro de 1959.
Sua vida continuava aparentemen-
te sem novidades, mas, em seu cora-
o, crescia o desejo missionrio que
o tinha movido a entrar na Companhia
de Jesus. Em 1968, os Superiores apro-
varam seu pedido, vrias vezes formu-
lado, e, no ano seguinte, partia para o
Brasil, desembarcando em Salvador
(BA), no dia 27 de maio de 1969.
De 1970 a 1972, vamos encontr-lo
no Centro de Estudos e Ao Social
I
(CEAS), ainda em sua antiga sede no
Largo da Graa. Da passa ao Colgio
Antonio Vieira, onde permanecer
pelo perodo de 17 anos, auxiliando
na administrao. Na casa, por vrias
vezes, foi ministro e consultor da co-
munidade, sendo tambm respons-
vel pelo Stio Loyola e integrante da
equipe de Administrao do Colgio.
Em seguida, na dcada de 1980, foi
transferido para Manaus (AM), onde
comps a Comunidade da Compensa II,
morando numa casa e bairro muito po-
bres. Exerceu a funo de administra-
dor da casa e tambm realizava traba-
lhos pastorais na parquia. No ano de
1995, retornou a Salvador e, desta vez,
colaborou na formao dos vocaciona-
dos Companhia de Jesus na Comuni-
dade Vocacional, no bairro de Vale dos
Lagos, alm de regressar ao trabalho no
CEAS e tornar-se o diretor da obra Se-
mentes do Amanh, que acolhia crian-
as em risco social ou que eram aban-
donadas por suas famlias.
De 1997 at 2001, Ir. Cremonese co-
laborou na funo de administrador na
Organizao de Auxlio Fraterno (OAF),
uma obra de apoio ao menor e ao ado-
lescente em situao de risco, na poca
sob a direo do Pe. Piazza. Acompa-
nhava as atividades do setor contbil
no Economato da Provncia. A partir de
2002, foi transferido para Teresina (PI),
assumindo a funo de Diretor do Cen-
tro Social Pedro Arrupe e ministro da
residncia do Colgio Diocesano. De l,
veio para a Residncia de Santo Antnio
da Barra, no ano de 2010, onde era res-
ponsvel pelos funcionrios da comu-
nidade, alm de colaborar nos trabalhos
sociais da Igreja de Santo Antnio.
Com o passar dos anos, suas for-
as foram naturalmente diminuindo
e, por isso, foi transferido Casa de
Sade So Lus Gonzaga, em Fortaleza
(CE). No final de 2013, tinha planeja-
do uma visita aos parentes na Itlia
e, l estando, sofreu um acidente que
o levou Casa de Sade em Gallara-
te, no retornando mais ao pas que
escolhera para ser missionrio e que
tanto amava.
Ir. Cremonese deixou marcas pro-
fundas no trato atencioso com os
funcionrios, o que, at hoje, recor-
dado com saudades. Era uma pessoa
muito comunicativa e alegre e sabia
cultivar as amizades. Tinha especial
ateno aos colaboradores e, sempre
que podia, visitava a casa e participa-
va das festas familiares (aniversrios,
batizados, casamentos, entre outros).
Quando chegava, a todos contagiava
com sua simpatia e generosidade, in-
teressando-se pelos seus problemas
e participando de suas alegrias. Fa-
leceu em Gallarate, Itlia, no dia 4 de
maio de 2015. Tinha 86 anos de idade
e 68 anos de Companhia de Jesus.
QUANDO CHEGAVA,A TODOS CONTAGIAVA COM SUA SIMPATIA E GENEROSIDADE, INTERESSANDO-SE PELOS SEUS PROBLEMAS E PARTICIPANDO DE SUAS ALEGRIAS.
31Em
JUBILEUS
AGENDA
70 ANOS DE COMPANHIA Em 7 de junho
Pe. Pedro Biondan Maione
60 ANOS DE COMPANHIA Em 14 de junho
Ir. Bruno Kuntzler
Ir. Affonso Wobeto
50 ANOS DE COMPANHIA Em 31 de julho
Ir. Hlio Birck
Ir. Valdir Jac Vanzella
60 ANOS DE SACERDCIO Em 10 de julho
Pe. Gino Raisa
Pe. Angelo Luigi Imperiali
50 ANOS DE SACERDCIO Em 3 de julho
Pe. Johan M. Herman Jozef Konings
25 ANOS DE SACERDCIO Em 30 de junho
Pe. Jos Maria Fernandes Machado
Tema | Pe. Alfredo Sampaio, SJLocal | CARPA (Casa de Retiros Padre Anchieta) Rio de Janeiro (RJ)Inscries | www.clfc.puc-rio.br/inscricao-de-retiros
JULHO
Orientador | Pe. Mieczyslaw Smyda, SJLocal | Casa de Retiros Itaici - Vila KostkaInscries | www.itaici.org.br
1 A 9EXERCCIOS ESPIRITUAIS COM COLOCAES - EECC
13 A 21
EXERCCIOS ESPIRITUAIS