JT - SP - 1 - 07/05/12 1B -
Oturistaquejáplanejaasfériasdomeiooufimdeanoepretendecomprardólarvaiencontrarumasituaçãomuitodiferentedoqueviuháumano.Em12meses,amoedaamericanasubiumaisde18%,oquerepresentaaproximadamenteR$0,30.Nasemanapassada,adivisaultrapassouopatamardeR$1,90.Aperspectivaédeestabilizaçãonessafaixadecâmbioouatédeligeiraalta.Ouseja,paraquemprecisadamoedanocurtoprazoomelhorégarantiracompraagora.Comoinvestimento,especialistasdizemqueodólarsóvaleape-naparaprotegerpartedacarteiradeumaeventualpioradocenário.
Pagaroconvêniomédicotodososmeses tem se tornado uma enor-me dor de cabeça para os consu-midores que se aproximam dos60 anos de idade. Na tentativa deaproveitar brechas na legislação –o Estatuto do Idoso proíbe o rea-juste de mensalidades para pes-soascommaisde60anos–,opera-dorasdeplanosdesaúdeestãoau-mentando em até 130% o valordos planos dos clientes com 59anos. Sem ter como pagar e indig-nadoscomoprocedimento,essaspessoasacabam perdidas nahorade protestar e reverter o reajuste.
Foi o que aconteceu com a pro-fessora Marilene Alves de Mattos,
de59anos,clientedaSulAmé-rica por quase 20 anos.
No mês de janeiro, elarecebeu o boleto doseu plano de saúdenormalmente. Po-rém, um detalhelhechamouaaten-ção: a fatura deve-
ria ser de R$ 432,11,mas apresentava no-
vo valor, R$ 1.001,71 –um aumento de 131,59%.
Ao entrar em contato com a em-presa, a cliente foi informada queporser omês do seuaniversário,oseu plano sofrera um reajuste.“Tentei argumentar de todas asformas e expliquei que não tinhacondições de pagar aquela quan-tia, mas eles disseram que a mu-dança estava prevista em contra-to e por isso eu não poderia fazernada”, conta a professora.
Marilene mudou de operadora,para a qual paga R$ 570 por mês.“Estou super insatisfeita. Tive dedeixar os meus médicos que meacompanharam durante anos,pois eles não aceitam o meu novoconvênio.”
Em2004,entrouemvigoroEsta-tutodoIdosoque,entreoutrascoi-sas, veta a discriminação do idosonos planos de saúde pela cobran-çadevaloresdiferenciadosemra-zão da idade. A Agência Nacional
de Saúde Complementar(ANS)atéliberaoreajus-
te por idade, mas de-termina que o valorda mensalidade fi-xado para pessoascom 59 anos oumais não pode sersuperior a seis ve-
zes o valor da faturacobrada para quem
tem até 18 anos.As operadoras incluem
nos contratos a possibilidade dereajuste por idade, como permitea ANS, mas não informam o por-centual, o que provoca o protestode órgãos de defesa do consumi-dor. O agência reguladora aindaautoriza anualmente um reajustedos planos médico-hospitalares.Em2011,foiestabelecidoumlimi-te de 7,69% para as operadoras.
Para a advogada do InstitutoBrasileiro de Defesa do Consumi-dor (Idec), Joana Cruz, qualquervariação de preço no contrato desaúdeque se dê em um valor mui-to alto de uma vez só é abusivo.
“Nesses casos, as pessoas têm deprocurar a Justiça”, orientou.
O economista José Renato deAndrade, recebeu um boleto daSulAméricacom 102% deaumen-to no mês em que completou 59anos. O consumidor, que pagavanormalmente R$ 635,23 todos osmeses, procurou um advogadopara não ter de arcar com a novamensalidadede R$1.200,51. Apósentrar com uma ação na Justiça, ojuiz cancelou o reajuste logo naprimeira audiência.
O advogado de Andrade, Péris-sondeAndrade,explicaqueasem-presas calculam o valor baseadonospossíveisproblemasdesaúdemais frequentes dos idosos. “Oconvênio esquece que o idosocontribuiu por anos. Ignora quenessa fase da vida a pessoa estáencerrando a atividade profissio-nal e tende a ter menos dinheiro.”
O aposentado Eugênio Alves de
Oliveira,de59anos,aindanãopa-gouafaturadomêsdeabrildoseuconvêniodaAmil.Nãotemdinhei-roparaquitarodébito.Amensali-dadedoplanopuloudeR$400pa-ra R$ 711, 70% a mais. “Procureium órgão de defesa do consumi-dor que me ajudou a entender oque estava acontecendo. EntreicomaçãocontraaempresanaDe-fensoria Pública.” Nesses casos,especialistas orientam a pessoa apagar o boleto até ter o caso resol-vido–sehouveratrasodetrêsme-ses, o plano pode ser cancelado.
AaposentadaÂngelaMariaBar-bosa Riguette, de 59 anos, clienteda Dix, está sem cobertura. Seuplano sofreu um reajuste de 70%deumahoraparaaoutra.Oconvê-nio médico que era de R$ 402,82foi para R$ 686,41. “O meu planoera pago pelos meus filhos. Semdinheiro, eles cancelaram o meuconvênio”, explica ela. ::
Acriseglobalestáafetandoasexporta-ções. No mês passado, o Brasil expor-tou8%amenosqueemabrilde2011.www.jt.com.br/seu-bolso/
AComissãodeAssuntosSociais(CAS)doSenado
devevotardepoisdeamanhãoprojetodeleiqueobrigaopagamentodeseguro-desempregoàempregadadomésticaporatétrêsmeses.Pelotexto,terádireitoaobenefícioadomésticaquetivertrabalhadoporpelomenos15mesesnosúltimosdoisanoscontadosdademissãosemjustacausa.Apropostapermiteoacessoaoseguro-desempregomesmosematrabalhadoraestarnoFGTS.OtextoseguirádepoisparaanálisenaCâmara.
Governoquerdiscutiraregulamentaçãoeo
acessodapopulaçãoamaisprodutosfinanceiroscomomicrocrédito,microssegurosepoupançaporprevidênciacomplementar.Paraissocriouumgrupoquevaielaborarpropostaspararegularotema.
foiquantosubiuodólarnoperíodode12meses
Sobreoscasoscitados,aSulAméricainformouque
segueasnormasestabelecidaspelaAgênciaNacionaldeSaúdeSuplementar(ANS),“inclusivenoqueserefereaosreajustesporfaixaetária.Asinformaçõesreferentesaosreajustesanuaiseporfaixaetáriaestãoexplíci-tasnocontratofirmadocomoclientenomomentodacontrata-çãodoplano”.
AAmileaDixesclareceramemnotaqueosíndicesdereajus-tepormudançadefaixaetáriaencontram-se“claramentepre-vistosemambososcontratos.
Portanto,osbeneficiáriosti-nham,desdeadatadacontrata-ção,totalconhecimentodaprevi-sãofuturadereajusteaos59anos”.
ProcuradaaAgênciaNacionaldeSaúdeSuplementar(ANS),nãosemanifestousobreosabu-soscometidospelasoperado-ras.
OInstitutodeDefesadoCon-sumidor(Idec)informouquere-clamaçõescontraoperadorasdeplanosdesaúdeocuparamopri-meiroeosegundolugaresnorankingdereclamaçõesdaenti-dadedurante11anos.Aindase-gundooIdec,asprincipaisquei-xassãocontranegativadeco-bertura,reajusteabusivonosvaloresdosplanosedificuldadenahoradacontratação.
18%
Reajustessãoregulados
TURBULÊNCIA
Jornal da Tardewww.jt.com.br
Seu Bolso
Épermanenteatensão, emma-téria de custo, entre plano de saú-de e consumidor. Antes de 2000,quando o setor passou a ser regu-lamentadopelaAgênciaNacionalde Saúde Suplementar (ANS),eram constantes as crises sobre oíndice do reajuste anual dos con-tratos. Motivo: os convênios sem-pre praticavam reajustes abusi-vos, aproveitando-se de critériosvagos para essa prática, como au-mento dos “custos médicos” ou“aumento de sinistralidade”.Com isso, eram comuns reajustesmuito acima da inflação, o queprovocava a indignação dos con-sumidores.
Depois de 2000, a ANS passou acontrolar o reajuste, e a partir daías empresas encontraram novasformas de cobranças abusivas. Euma delas é não respeitar o limiteimposto pela lei para o aumentopor mudança de idade do consu-midor, tanto não respeitando ocritérioparaadistribuiçãodosau-mentosentreasfaixasetárias(últi-mafaixaetárianão podeser supe-rior a seis vezes a primeira faixa),comoconcentrandoeexacerban-doosaumentosnasúltimasfaixasetárias,emespecialquandoocon-veniadocompleta59anos,queéaidade limite para o acréscimo depreço por mudança de idade.
E mesmo sabendo que a Justiçapõe freio aos abusos (aumentossuperiores a 40% costumam sercancelados), as empresas vão pa-ra o “se colar, colou”, contandoque muitas vítimas do aumentoexcessivo não baterão às portasdostribunais,restandooganhofá-cil à operadora esperta. ::
Líderesdequeixasjustificamoabusonoaumento
JT.COM.BR
ConsultordoJT,advogadoespecializadoemdireitosdoconsumidor
Oidosoparadetrabalharenãotemdinheiroparapagar”
PÉRISSONDEANDRADEADVOGADO
ProcuraraJustiçaéomelhorcaminhoparaocliente”
JOANACRUZADVOGADADOIDEC
Opinião
Legislaçãoproíbereajusteemmensalidadesdeclientescommaisde60anos,masasempresasaproveitambrechanasregrasparaaumentarvalordequemfaz59anosematé131%.Justiçatemanuladomudançasabusivas
Senadovotabenefícioparadomésticas
Maisacessoamicrocréditoeprevidência
DANIEL TEIXEIRA/AE
JosuéRios
Convêniosdriblamaleiedobramfaturadeidosos
MarileneAlves deMattoscancelou oplano daSulAméricadepois dereceber umreajuste de131%
ESCALAPB ESCALACOR
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SãoPaulo,Segunda-feira,7demaiode2012