QUEM FALA DE POLÍTICA?
Estudo
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Introdução.......................................................................03
O Estado de S. Paulo......................................................04
Folha de S. Paulo...........................................................07
Correio Braziliense..........................................................10
Revista Época.................................................................12
Revista Veja....................................................................15
Aplicabilidade..................................................................18
Ficha Técnica do Estudo.................................................19
Índice
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Os influenciadores
São inúmeros os meios de comunicação existentes no Brasil que disponibilizam conteúdos de editoria política. Alguns
destes veículos têm maior peso e influência na opinião pública e sociedade em geral, chegando a exercer
característica até mesmo investigativa e delatora.
Neste estudo serão avaliados os cinco principais veículos de comunicação com essas características atuantes no país.
Serão traçados paralelos para verificar como eles se comunicam e publicam conteúdo quando o assunto é política,
além de verificar qual a receptividade das pessoas, através das duas principais redes sociais do momento: Facebook e
Estadão, Folha de São Paulo, Revista Época, Correio Braziliense e Veja. Qual seria a linha editorial adotada por cada
veículo? Qual é o veículo mais influente quando o assunto em pauta é a política nacional? Quais as capas mais
polêmicas já apresentadas pela revista Veja quando o assunto é política?
QUEM FALA DE POLÍTICA?
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Confira a seguir como esses veículos movimentaram e vêm movimentando as discussões no Brasil.
O Estado de São Paulo
Com 135 anos de existência, o Estadão é, sem dúvidas, um dos veículos mais influentes do país. Surgiu com base em
ideais republicanos e foi o primeiro dos jornais a impulsionar a venda avulsa.
Em época de ditadura, o jornal sofreu muitas repressões e várias edições foram apreendidas. Mas não precisamos ir
muito longe para exemplificar um caso de censura: no ano passado o jornal foi impedido de noticiar qualquer fato sobre
a Operação Boi Barrica, na qual Fernando Sarney está envolvido e é investigado por suspeita de fazer caixa dois para
a campanha de Roseana Sarney, em 2006.
Abaixo, algumas capas do Estadão que causaram muita repercussão:
Capa – Fevereiro de 1985 Capa – Novembro de 2009
Estabelecendo um paralelo entre mídias online e mídias sociais, temos a seguir um gráfico que ilustra o volume de
notícias entre os dias 17 e 21 deste mês de Dezembro sobre os principais temas que envolvem a política nacional:
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Notícias sobre política no veículo O Estado de São Paulo – plataforma Clipping Express
Em um período de cinco dias, o jornal veiculou mais de 130 notícias sobre política.
Tivemos um pico de 76 notícias no dia 17 de dezembro, devido ao coquetel realizado no Itamaraty para comemorar a diplomação dos eleitos.
Agora vejamos nas mídias sociais de que forma os internautas citam o Estadão e o que costumam comentar:
Percebemos que a maioria das interações envolvendo o Estadão possui teor positivo ou neutro. Os internautas
elogiam o conteúdo apresentado ou falam de forma simplesmente informativa.
O gráfico a seguir nos mostra em qual das duas mídias sociais, Twitter ou Facebook, o Estadão é mais citado:
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Interações por palavra-chave Estadão – plataforma postX
Nas duas mídias, o que percebemos é a maior parte do conteúdo replicado diretamente da fonte, ou seja,
pessoas apenas dando RT ou compartilhando os twits do próprio veículo.
Nessa busca pela atenção dos leitores, no qual os concorrentes apresentam cada vez mais um conteúdo parecido,
com objetivo justamente de seguir os modelos que já são de sucesso, o Estadão e a Folha de S. Paulo têm trabalhado
de forma cada vez mais similar, apresentando inclusive as mesmas fotos de capa, como podemos conferir abaixo:
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Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo e – Janeiro de 2009
Folha de S. Paulo
A Folha de S. Paulo tem 89 anos de existência. Logo em seu início foi fechada por declarar apoio a Júlio Prestes e
reabriu um ano depois sob nova direção e com nova roupagem. Na época, o jornal mostrava-se a favor da ditadura
causando muita polêmica e gerando violência em várias ocasiões.
Entre feitos importantes, um dos mais recentes foi a denúncia dos pagamentos de 30 mil reais realizados pelo
tesoureiro do PT, Delúbio Soares, a deputados da base aliada. Finalmente foi desarmado o esquema do mensalão. A
jornalista responsável pela matéria foi contemplada com o prêmio Esso de Jornalismo de 2005.
Confira algumas capas da Folha relacionadas com o esquema e outros assuntos:
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Capa – Dezembro de 1968 Capa – Setembro de 2010
Referente ao volume de notícias online temos os seguintes números:
Notícias sobre política no veículo Folha de S. Paulo – plataforma Clipping Express
Em volume, a Folha possui mais matérias sobre política noticiadas que o Estadão.
O pico foi no dia 19 de Dezembro, quando a futura presidente Dilma Rousseff anunciou seu novo Ministro das
Cidades, o Deputado Mário Negromonte.
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Já nas mídias sociais, vejamos quais são os comentários voltados para a Folha:
Assim como acontecem com as interações relacionadas ao Estadão, as citações envolvendo a Folha de S.
Paulo são em sua maior parte de conteúdos replicados ou elogios aos conteúdos.
No gráfico a seguir podemos perceber se é no Twitter ou Facebook que o jornal mais aparece:
Interações por palavra-chave Folha de S. Paulo – Plataforma postX
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O número de interações envolvendo a Folha, se comparado ao Estadão, é muito menor.
O pico de interações nas mídias sociais coincide com o pico das mídias online, confirmando o interesse do
internauta em se informar sobre a política nacional.
Correio Braziliense
Jovem em relação aos concorrentes, o Correio tem apenas 50 anos de idade e foi fundado por Assis Chateaubriand,
depois de um desafio lançado por Juscelino Kubitschek que provocou o conglomerado de Diários Associados a criar
um jornal da nova capital federal.
Assim como a Folha, o Correio Braziliense também se mostrou a favor da ditadura, pois na ocasião do Golpe de
Estado em 1964, publicou a seguinte nota:
“Milhares de pessoas compareceram, ontem, às solenidades que marcaram a posse do Marechal Humberto Castelo
Branco na Presidência da República. O ato de posse do presidente Castelo Branco revestiu-se do mais alto sentido
democrático, tal o apoio que obteve.” Correio Braziliense, 16 de abril de 1964.
Acompanhe algumas capas do jornal:
Capa – abril de 1960 Capa – Maio de 2010
Em seu formato online, vejamos qual o volume de matérias noticiadas:
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Notícias sobre política no veículo Correio Braziliense – plataforma Clipping Express
Com um volume menor do que os anteriores, o Correio aparece com pouco mais de 90 notícias sobre
política no período estudado.
O pico de notícias foi no dia 17 de Dezembro, devido a uma declaração que o atual presidente Lula deu
dizendo que não concordava com o fato de ex-presidentes ocuparem a secretaria geral da ONU.
A seguir, os exemplos de citações do Correio nas mídias sociais:
Constatamos aqui comentários de tonalidade neutra sobre conteúdos publicados pelo Jornal, maioria entre as
interações dos internautas que apenas replicam as notícias veiculadas pelo Correio Braziliense.
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E em seguida temos o gráfico que nos mostra em qual mídia o veículo é mais citado, entre as duas principais redes:
Facebook e Twitter.
Interações por palavra-chave Correio Braziliense – plataforma postX
O veículo revela número menor de interações do que a Folha e o Estadão, porém a situação se repete: o
Twitter está à frente do Facebook nas citações.
Revista Época
Criada pela Editora Globo em 1998, a revista é hoje um dos veículos mais importantes do país e com forte poder de
influência no cenário nacional. Baseia seu estilo na revista alemã Focus, que valoriza muito o senso estético e padrões
de layout.
Um dos maiores escândalos que a revista publicou foi na quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos
Costa, que acabou culminando na queda de Antonio Palocci.
As capas da Época sempre chamam a atenção e costumam ser irreverentes. Vejamos algumas:
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Capa – Maio de 2010 Capa – Novembro de 2010 Capa – Dezembro de 2010
O número de notícias no meio online surpreende, conforme mostra o gráfico abaixo:
Notícias sobre política no veículo Época – plataforma Clipping Express
Com periodicidade semanal, a revista Época apresentou no período estudado 24 notícias sobre política.
Bastante expressivo esse número revela o forte posicionamento do veículo com editoral de política se
apresentando como principal foco de abordagem da revista.
Nas mídias sociais as interações mostram o seguinte:
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Os usuários como acontece com os outros veículos, replicam as notícias veiculadas nas mídias online e
também elogiam e recomendam vários conteúdos a outros internautas.
No gráfico, mais uma vez o Twitter à frente em volume de citações:
Interações por palavra-chave Época – plataforma postX
O volume de interações trazido pelo Facebook é o segundo maior, se comparado a todos os outros veículos
anteriormente citados.
O pico do dia 19 refere-se a uma notícia que foi bastante comentada sobre a diplomação dos candidatos
eleitos em 2010.
Por fim, falaremos aqui da revista com maior circulação em território brasileiro.
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Revista Veja
Publicada semanalmente pela Editora Abril, é a revista com a maior tiragem do Brasil: são mais de um milhão de
exemplares vendidos semanalmente. Com 12 anos de existência, a Veja assume um papel investigativo e costuma
trazer vários escândalos à tona.
Ao longo de sua jornada, noticiou diversos fatos que marcaram a história nacional. Em 1992 a revista publicou uma
entrevista exclusiva com Pedro Collor de Mello, irmão de Fernando Collor, que na ocasião relatou vários casos de
desvio de dinheiro público. Essa entrevista foi a responsável por várias outras denúncias que acabaram por provocar o
Impeachment do ex-presidente Fernando Collor.
Em 2005 a revista também teve papel importantíssimo para a eclosão do caso Mensalão, quando divulgou uma
transcrição de um vídeo que mostrava o então funcionário dos Correios, Maurício Marinho, explicando a dois
empresários como funcionaria um esquema de pagamentos de propina para fraudar licitações.
Confira a seguir algumas capas famosas da revista na área política, que é seu forte:
Capa - Maio de 1992 Capa – Dezembro de 1992
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Capa – Janeiro 2003 Capa – Maio de 2005
Capa – Outubro de 2010
Pelas capas expostas acima se percebe o quão polêmica é a proposta da revista. Trata de assuntos políticos como
nenhuma outra e sempre coloca pressão, expondo fortemente sua opinião nas matérias, que sempre acaba causando
controvérsias.
Abaixo temos em números qual o volume de matérias publicadas sobre política no monitorado para o estudo.
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Notícias sobre política no veículo Veja – plataforma Clipping Express
Com 108 notícias, temos um volume muito maior se a compararmos com a revista Época. As publicações,
em sua maioria, têm cunho político, seguido de economia e comportamento.
O pico de notícias ocorreu no dia 17 de Dezembro devido à Diplomação da futura presidente, Dilma
Rousseff.
A Veja está no topo das revistas mais vendidas no país como podemos ver na lista abaixo:
1º Veja
2º Época
3º Isto É
4º Caras
5º Viva Mais
6º Ana Maria
7º Contigo
8º Tititi
9º Minha novela
10º Malu
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Por semana, a revista vende 1.098.000 exemplares, mais de 500.000 exemplares a mais do que a segunda colocada,
a Revista Época.
Apesar de sua popularidade, a Revista é alvo de muitas críticas, justamente por assumir uma postura declaradamente
partidarista e bastante ofensiva, gerando uma discussão sobre o papel da imprensa em informar o cidadão de maneira
isenta e imparcial.
Politicando no ciberespaço
Os cinco veículos apresentados neste estudo têm muita influência no cenário político brasileiro, cada qual com suas
características, linguagem e forma de interagir com o público.
Os veículos impressos, embora pareçam representar maior credibilidade frente à população, estão cada vez mais
expandindo suas ações e se rendendo ao meio online. O jornalismo eletrônico, justamente por adaptar-se a linguagem
utilizada no ambiente web, promete democratizar a informação, tornando o conteúdo disponibilizado anteriormente
apenas para assinantes pagantes, acessível para um público cada vez maior e diversificado.
No campo da política, já conseguimos observar essa mudança de paradigma. Conforme observado neste estudo,
muitos usuários já replicam as informações dos twitters dos grandes veículos.
Nesse processo, o veículo que mais contribui para o debate sobre política no ambiente web é a Folha de S. Paulo, que
já difunde o conteúdo com informações cada vez mais curtas e em volume bastante expressivo. De qualquer forma, os
outros veículos já apresentam uma postura atenta a esse novo perfil e devem exercer um papel importante nesse
processo de democratização da informação.
Aplicabilidade do estudo
Identificar quais os concorrentes e quais as formas de atuação de cada um, bem como avaliar sua repercussão junto
aos veículos de comunicação deve ser um diferencial de atuação na luta constante de sobrevivência no mercado. Visto
que a opinião pública é formada a partir da relevância de cada uma dessas notícias publicadas principalmente pelos
grandes veículos, estar atento a sua repercussão pode redefinir quem são ou não as marcas de sucesso.
Através da qualificação e quantificação das informações obtidas a partir das redes sociais é possível traçar ações de
maneira efetiva e alcançar resultados mais rapidamente. Ter acesso ao que o consumidor diz de maneira espontânea e
não através de pesquisas que muitas vezes acabam induzindo posicionamentos aproxima a empresa de seu público e
permite uma abordagem cada vez mais personalizada, atendendo o consumidor exatamente como ele espera ser
atendido: como se fosse único.
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Comentários sobre a plataforma postX
Através do monitoramento das mídias sociais foi possível verificar neste estudo o quanto os internautas replicam os
conteúdos postados por qualquer um dos veículos analisados. Também foi possível qualificar e quantificar estas
interações, identificando se o resultado era favorável ou prejudicial ao veículo.
Comentários sobre a plataforma Clipping Express
A plataforma Clipping Express permitiu a avaliação com relação ao volume de notícias publicadas na versão online dos
veículos analisados. Para tal, foram cadastradas as palavras-chave Estadão, Folha de S. Paulo, Época, Veja, Correio
Braziliense dentro de um perfil de política, trazendo apenas as interações relacionadas ao tema em questão.
Método de pesquisa
As mídias sociais representam uma área movimentada para qualquer debate, principalmente na área política. Para
analisar o buzz gerado pelo internauta, realizamos um monitoramento de 5 dias nas mídias sociais envolvendo as
palavras-chave de referência. Utilizando a plataforma postX como ferramenta de rastreamento, conseguimos uma
cobertura do Twitter e Facebook.
As mídias online foram utilizadas para mensurar a representatividade do tema estudado perante mais de 4000 veículos
de comunicação monitorados, através da plataforma Clipping Express. A plataforma permitiu embasar o conteúdo
apresentado como cenário atual sobre o tema e mensurar seu reflexo quantitativo nas mídias online por palavra-chave
e por região.
Os dados coletados para este estudo de apresentação são quantitativos e qualitativos, revelando em números o quanto
a palavra-chave teve repercussão nas mídias sociais e mídias online.
Ficha Técnica do Estudo:
postX
Período monitorado: 17/12/2010 a 21/12/2010
Total de interações: 2128
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Palavras-chave:
Estadão:910
Folha de S. Paulo: 923
Época:242
Correio Braziliense:53
Clipping Express
Período monitorado: 17/12/2010 a 21/12/2010
Total de notícias sobre política: 544
Palavras-chave:
Estadão: 139
Folha de S. Paulo: 180
Época: 24
Veja: 108
Correio Braziliense:93
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Esse estudo foi desenvolvido pela MITI Inteligência.
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