REVISTA DO PROFESSOR ATUALIDADES 63
ETAPA 1
CONSUMO SUPERA A PRODUÇÃO DE GRÃOSVariação da produção, consumo e estoque de grãos, em milhões de toneladas, por ano
6
Produção Consumo Estoque
PIB per capita 2003Em US$ mil
Menos que 55-1010-1515-20Maior que 20Sem dados
Segundo a FAO, 36 países precisam de ajuda externa para
dar de comer a sua população;21 deles estão na África
Subsaariana. Se o valor da ajuda alimentar ficar fixo ou crescer
apenas segundo o aumento da população, a elevação no preço
dos alimentos faz com que se compre menos comida. Assim, a escassez está se ampliando nos
países dependentes de ajuda.
INSEGURANÇA ALIMENTAR Países por PIB per capita (2003), com destaque para os que enfrentam crise alimentar, 2008
5
7
8
Nos últimos anos, desequilíbrios entre o consumo e a produção mundial de grãos são cada vez mais comuns, ameaçando o abastecimento mundial. Desde 1999, os estoques de grãos estão caindo. Os cereais – arroz, trigo, milho, soja, feijão – são a base da alimentação da população mundial.
Até 2005, o consumo mundial de grãos cresceu principalmente na Ásia, resultando em menos desnutridos na região, como mostra a tabela da página anterior. Apesar desse aumento, os preços não variaram além do que já ocorria nos 30 anos anteriores. De lá para cá, porém, um fato novo ocorreu: o crescimentoda demanda por etanol, especialmente o queé feito do milho, nosEstados Unidos.USO MUNDIAL DE GRÃOS
PARA PRODUÇÃO DE ETANOL, EM 2007Em milhões de toneladas
CONSUMO DE GRÃOS NOS EUA PARA A FABRICAÇÃO DE ETANOLEm milhões de toneladas
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2.500
200720001990198019701960
Nos anos 1980 e 1990, o abastecimento em períodos
de quebras de safra foi garantido por estoques
reguladores armazenados
O aquecimento global e as seguidas secas atingiram em cheio as lavouras, além dos baixos preços, que acabaram desestimulando agricultores pobres, sem condições de concorrer com as modernas plantações do agronegócio
Desde 2000, houve apenas um ano em que a produção de grãos superou o consumo. A falta de grãos para abastecer plenamente o mercado pressiona os preços para cima
Em 1999, os grãos estocados abasteceriam o mundo por 115 dias. Em 2007, as reservas garantiam apenas 54 dias de consumo
Lesoto
Somália
Iraque Afeganistão
Coréia do Norte
China
Nepal
Sri Lanka
Tadjiquistão
Timor-Leste
Bolívia
Equador
Nicarágua
Moldávia
Haiti
Mianmar
Bangladesh
Sudão
Gana
Países em crise de segurança alimentar
Guiné Guiné-Bissau
Etiópia
BurundiUganda Quênia
Chade
Rep. Dem. do Congo
Rep. Centro-Afric.
Congo
Mauritânia
Libéria Costa do Marfim
Serra Leoa
Suazilândia
Zimbábue
Eritréia
Fontes: FAO e Banco Mundial
824
815
203
2.075
81
41
16
1097
1
2.098
309
Fontes: FAO e Earth Policy Institute Fontes: Earth Policy Institute e International Grains Council
Entre 2005 e 2007, o consumo mundial de grãos cresceu em
79 milhões de toneladas. Desse total, 40 milhões foram usados pelos EUA para fabricar etanol
81,0Estados Unidos
13,9Outrospaíses
O termo África Subsaariana designa os países situados ao sul do deserto do Saara. É a região mais pobre do globo
o
q
k
GUIA DO ESTUDANTE26 ATUALIDADES VESTIBULAR 2009 27
POR QUE SOBE O PREÇO DOS CEREAIS
A
ETANOL E BIODIESEL
PIB per capita 2003Em US$ mil
Menos que 55-1010-1515-20Maior que 20Sem dados
Segundo a FAO, 36 países precisam de ajuda externa para
dar de comer a sua população;21 deles estão na África
Subsaariana. Se o valor da ajuda alimentar ficar fixo ou crescer
apenas segundo o aumento da população, a elevação no preço
dos alimentos faz com que se compre menos comida. Assim, a escassez está se ampliando nos
países dependentes de ajuda.
INSEGURANÇA ALIMENTAR Países por PIB per capita (2003), com destaque para os que enfrentam crise alimentar, 2008
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7 USO MUNDIAL DE GRÃOS PARA PRODUÇÃO DE ETANOL, EM 2007Em milhões de toneladas
Lesoto
Somália
Iraque Afeganistão
Coréia do Norte
China
Nepal
Sri Lanka
Tadjiquistão
Timor-Leste
Bolívia
Equador
Nicarágua
Moldávia
Haiti
Mianmar
Bangladesh
Sudão
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Países em crise de segurança alimentar
Guiné Guiné-Bissau
Etiópia
BurundiUganda Quênia
Chade
Rep. Dem. do Congo
Rep. Centro-Afric.
Congo
Mauritânia
Libéria Costa do Marfim
Serra Leoa
Suazilândia
Zimbábue
Eritréia
Fontes: FAO e Banco Mundial
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O termo África Subsaariana designa os países situados ao sul do deserto do Saara. É a região mais pobre do globo
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REVISTA DO PROFESSOR ATUALIDADES64
ETAPA 2
CONSUMO SUPERA A PRODUÇÃO DE GRÃOSVariação da produção, consumo e estoque de grãos, em milhões de toneladas, por ano
6
Produção Consumo Estoque
PIB per capita 2003Em US$ mil
Menos que 55-1010-1515-20Maior que 20Sem dados
Segundo a FAO, 36 países precisam de ajuda externa para
dar de comer a sua população;21 deles estão na África
Subsaariana. Se o valor da ajuda alimentar ficar fixo ou crescer
apenas segundo o aumento da população, a elevação no preço
dos alimentos faz com que se compre menos comida. Assim, a escassez está se ampliando nos
países dependentes de ajuda.
INSEGURANÇA ALIMENTAR Países por PIB per capita (2003), com destaque para os que enfrentam crise alimentar, 2008
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Nos últimos anos, desequilíbrios entre o consumo e a produção mundial de grãos são cada vez mais comuns, ameaçando o abastecimento mundial. Desde 1999, os estoques de grãos estão caindo. Os cereais – arroz, trigo, milho, soja, feijão – são a base da alimentação da população mundial.
Até 2005, o consumo mundial de grãos cresceu principalmente na Ásia, resultando em menos desnutridos na região, como mostra a tabela da página anterior. Apesar desse aumento, os preços não variaram além do que já ocorria nos 30 anos anteriores. De lá para cá, porém, um fato novo ocorreu: o crescimentoda demanda por etanol, especialmente o queé feito do milho, nosEstados Unidos.USO MUNDIAL DE GRÃOS
PARA PRODUÇÃO DE ETANOL, EM 2007Em milhões de toneladas
CONSUMO DE GRÃOS NOS EUA PARA A FABRICAÇÃO DE ETANOLEm milhões de toneladas
0
10
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20072005200019951990198519800
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1.500
2.000
2.500
200720001990198019701960
Nos anos 1980 e 1990, o abastecimento em períodos
de quebras de safra foi garantido por estoques
reguladores armazenados
O aquecimento global e as seguidas secas atingiram em cheio as lavouras, além dos baixos preços, que acabaram desestimulando agricultores pobres, sem condições de concorrer com as modernas plantações do agronegócio
Desde 2000, houve apenas um ano em que a produção de grãos superou o consumo. A falta de grãos para abastecer plenamente o mercado pressiona os preços para cima
Em 1999, os grãos estocados abasteceriam o mundo por 115 dias. Em 2007, as reservas garantiam apenas 54 dias de consumo
Lesoto
Somália
Iraque Afeganistão
Coréia do Norte
China
Nepal
Sri Lanka
Tadjiquistão
Timor-Leste
Bolívia
Equador
Nicarágua
Moldávia
Haiti
Mianmar
Bangladesh
Sudão
Gana
Países em crise de segurança alimentar
Guiné Guiné-Bissau
Etiópia
BurundiUganda Quênia
Chade
Rep. Dem. do Congo
Rep. Centro-Afric.
Congo
Mauritânia
Libéria Costa do Marfim
Serra Leoa
Suazilândia
Zimbábue
Eritréia
Fontes: FAO e Banco Mundial
824
815
203
2.075
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1
2.098
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Fontes: FAO e Earth Policy Institute Fontes: Earth Policy Institute e International Grains Council
Entre 2005 e 2007, o consumo mundial de grãos cresceu em
79 milhões de toneladas. Desse total, 40 milhões foram usados pelos EUA para fabricar etanol
81,0Estados Unidos
13,9Outrospaíses
O termo África Subsaariana designa os países situados ao sul do deserto do Saara. É a região mais pobre do globo
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POR QUE SOBE O PREÇO DOS CEREAIS
A
o
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CRESCE A PRODUÇÃO DE ETANOLMilhares de toneladas equivalentes de petróleo
Brasil e EUA concentram a produção de etanol. Os especialistas consideram que o
etanol de cana, feito no Brasil, não ameaça a produção de alimentos. Já o
etanol de milho exige que se desvie parte do cereal que iria para a mesa de milhões
de pessoas,nos EUA e no México, onde o milho é a base da alimentação popular.
OS GIGANTES DO ETANOLDistribuição da produção mundial de etanol – 20079
A EUROPA DOMINA O BIODIESELDistribuição da produção mundial de biodiesel, em 2006
10
A INFLUÊNCIA DO PETRÓLEO12
11
Para a ONG Oxfam, a política de biocombustíveis dos países ricos pouco tem a ver com questões ambientais ou de segurança alimentar, como alegam seus governos, mas, sim, com sua disputa por mercados. Como prova, a entidade cita as tarifas sobre o etanol do Brasil, cujo objetivo real é proteger as próprias produções.
A partir de 2005, os biocombustíveis feitos com grãos tornaram-se importantes para os países ricos. Lester Brown, fundador do Worldwatch Institute, prevê que daqui para a frente o preço da comida e o do petróleo estarão amarrados. Para ele, sempre que a cotação da comida for menor que a do combustível, os grãos e os recursos naturais seguirão para o setor energético.
50
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Variação nominal da cotação do petróleo, em média, em dólar, e dos preços dos alimentos
Cotaç
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petró
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BrasilEstados Unidos Outros países
Europa
China
Estados Unidos
Brasil
Fonte: BP Statistical Review
O milho é o ingrediente de 9,5 em cada 10 litros de etanol nos EUA
Dos 430 milhões de toneladas de cana moídas no Brasil em 2007, a metade virou álcool
França e Alemanha são os maiores produtores, usando basicamente beterraba e trigo
13%
12%75%União Européia
Estados Unidos
Outros países
Fonte: Banco Mundial
Fontes: Administração de Informações Energéticas dos EUA, BP Statistical Review, FAO e Earth Policy Institute
COMPARE OS ETANÓIS13
* Apenas em relação aos combustíveis fósseis, sem contar os efeitos pelas alterações no uso da terra
Etanol dos EUA Etanol do BrasilRedução nas emissões de gases do efeito estufa* 20% 90%Balanço energético médio 1,5 8Rendimento (litros por hectare) 3.100 6.500Custo (US$/litro) 0,56 0,42
Isso quer dizer que cada caloria gasta na produção rende 1,5 caloria de etanol de grãos e 8 calorias de etanol de cana
Preço nominal dos alimentos Cotação do petróleo em dólares
4%
3%
43%
Canadá2%
Outrospaíses
2%
Milho e trigo são as principais fontes do etanol chinês
46%
0
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200520001995199019851980197519701965 2008 (até jul.)
Repare nos vários períodos, entre 1974 e 2000, em que os preços do petróleo e da comida seguiram tendências diferentes. A partir de 2005, porém, a escalada nas cotações segue no mesmo ritmoPela primeira vez, a
indústria do etanol consumiu mais milho que a indústria alimentícia do amido nos EUA
A maior parte desse etanol, em diversos
países do mundo,é feita de grãos
Em 2000, o preço do petróleo dá um salto (veja gráfico na pág. ao lado) e a produção de álcool ganha um impulso. Em 2003 chegam os carros flex
11.95711.264
Biocombustível dominante na Europa, sua produção é o triplo da do etanol, e, como matéria-prima, usa-se óleo de canola
Óleo de soja é a principal fonte do biodiesel nos Estados Unidos
k
Compare este gráfico com o dos preços dos grupos de alimentos, na página 24. Repare como são diferentes as dinâmicas dos preços do açúcar e dos grãos (cereais). Enquanto os grãos subiram com os combustíveis, o açúcar se comporta de maneira mais livre.
o
Fonte: Administração de Informações Energéticas dos EUA
GUIA DO ESTUDANTE28 ATUALIDADES VESTIBULAR 2009 29
ETANOL E BIODIESEL: HERÓISOU VILÕES?
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CONSUMO SUPERA A PRODUÇÃO DE GRÃOSVariação da produção, consumo e estoque de grãos, em milhões de toneladas, por ano
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Produção Consumo Estoque
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1.500
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200720001990198019701960
Nos anos 1980 e 1990, o abastecimento em períodos
de quebras de safra foi garantido por estoques
reguladores armazenados
O aquecimento global e as seguidas secas atingiram em cheio as lavouras, além dos baixos preços, que acabaram desestimulando agricultores pobres, sem condições de concorrer com as modernas plantações do agronegócio
Desde 2000, houve apenas um ano em que a produção de grãos superou o consumo. A falta de grãos para abastecer plenamente o mercado pressiona os preços para cima
Em 1999, os grãos estocados abasteceriam o mundo por 115 dias. Em 2007, as reservas garantiam apenas 54 dias de consumo
824
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2.0752.098
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Fontes: FAO e Earth Policy Institute
20072000199019801970
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especialmente o queé feito do milho, nosEstados Unidos.USO MUNDIAL DE GRÃOS
PARA PRODUÇÃO DE ETANOL, EM 2007Em milhões de toneladas
CONSUMO DE GRÃOS NOS EUA PARA A FABRICAÇÃO DE ETANOLEm milhões de toneladas
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2007200520001995199019851980
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Fontes: Earth Policy Institute e International Grains Council
Entre 2005 e 2007, o consumo mundial de grãos cresceu em
79 milhões de toneladas. Desse total, 40 milhões foram usados pelos EUA para fabricar etanol
81,0Estados Unidos
13,9Outrospaíses
Brasil e EUA concentram a produção de nol. Os especialistas consideram que o
etanol de cana, feito no Brasil, não ameaça a produção de alimentos. Já o nol de milho exige que se desvie parte
OS GIGANTES DO ETANOLDistribuição da produção mundial de etanol – 20079
Europa
China
Estados Unidos
Brasil
Fonte: BP Statistical Review
O milho é o ingrediente de 9,5 em cada 10 litros de etanol nos EUA
Dos 430 milhões de toneladas de cana moídas no
França e Alemanha são os maiores produtores, usando basicamente beterraba e trigo
4%
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Outrospaíses
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oPara a ONG OPara a ONG Oxfam a políxfam, a política detica de biocombustívbiocombustíveis dos paíseis dos países ricoses ricos pouco tem a ver com questõesambientais ou de segurançaalimentar, como alegam seus governos, mas, sim, com sua disputa por mercados. Como prova, a entidade cita as tarifas sobre o etanol do Brasil, cujo objetivo real é proteger as próprias produções.
ARE OS ETANÓIS
relação aos combustíveis fósseis, sem contar os efeitos pelas alterações no uso da terra
Etanol dos EUA Etanol do Brasilnas emissões do efeito estufa* 20% 90%
ennerergégétticco médio 1,5 8nto (litros por hectare) 3.100 6.500
S$/litro) 0,56 0,42
Isso quer dizer que cada caloria gasta na produção rende 1,5 caloria deetanol de grãos e8 calorias deetanol de cana
ATUALIDADES VESTIBULAR 2009 29
rasil e EUA concentram a produção deol. Os especialistas consideram que o
etanol de cana, feito no Brasil, nãoameaça a produção de alimentos. Já onol de milho exige que se desvie parte
O milho é oingrediente de 9,5em cada 10 litros de etanol nos EUA
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CRESCE A PRODUÇÃO DE ETANOLMilhares de toneladas equivalentes de petróleo
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BrasilEstados Unidos Outros países
A maior parte desse etanol, em diversos
países do mundo,é feita de grãos
Em 2000, o preço do petróleo dá um salto (veja gráfico na pág. ao lado) e a produção de álcool ganha um impulso. Em 2003 chegam os carros flex
11.95711.264
Fonte: Administração de Informações Energéticas dos EUA
China
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A EUROPA DOMINA O BIODIESELDistribuição da produção mundial de biodiesel, em 2006
10
13%
12%75%União Européia
Estados Unidos
Outros países
Fonte: Banco Mundial
Biocombustível dominante na Europa, sua produção é o triplo da do etanol, e, como matéria-prima, usa-se óleo de canola
Óleo de soja é a principal fonte do biodiesel nos Estados Unidos
REVISTA DO PROFESSOR ATUALIDADES 65
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CRESCE A PRODUÇÃO DE ETANOLMilhares de toneladas equivalentes de petróleo
Brasil e EUA concentram a produção de etanol. Os especialistas consideram que o
etanol de cana, feito no Brasil, não ameaça a produção de alimentos. Já o
etanol de milho exige que se desvie parte do cereal que iria para a mesa de milhões
de pessoas,nos EUA e no México, onde o milho é a base da alimentação popular.
OS GIGANTES DO ETANOLDistribuição da produção mundial de etanol – 20079
A EUROPA DOMINA O BIODIESELDistribuição da produção mundial de biodiesel, em 2006
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A INFLUÊNCIA DO PETRÓLEO12
11
Para a ONG Oxfam, a política de biocombustíveis dos países ricos pouco tem a ver com questões ambientais ou de segurança alimentar, como alegam seus governos, mas, sim, com sua disputa por mercados. Como prova, a entidade cita as tarifas sobre o etanol do Brasil, cujo objetivo real é proteger as próprias produções.
A partir de 2005, os biocombustíveis feitos com grãos tornaram-se importantes para os países ricos. Lester Brown, fundador do Worldwatch Institute, prevê que daqui para a frente o preço da comida e o do petróleo estarão amarrados. Para ele, sempre que a cotação da comida for menor que a do combustível, os grãos e os recursos naturais seguirão para o setor energético.
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Variação nominal da cotação do petróleo, em média, em dólar, e dos preços dos alimentos
Cotaç
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leo, e
m dó
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= 10
0)
2.750
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BrasilEstados Unidos Outros países
Europa
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Fonte: BP Statistical Review
O milho é o ingrediente de 9,5 em cada 10 litros de etanol nos EUA
Dos 430 milhões de toneladas de cana moídas no Brasil em 2007, a metade virou álcool
França e Alemanha são os maiores produtores, usando basicamente beterraba e trigo
13%
12%75%União Européia
Estados Unidos
Outros países
Fonte: Banco Mundial
Fontes: Administração de Informações Energéticas dos EUA, BP Statistical Review, FAO e Earth Policy Institute
COMPARE OS ETANÓIS13
* Apenas em relação aos combustíveis fósseis, sem contar os efeitos pelas alterações no uso da terra
Etanol dos EUA Etanol do BrasilRedução nas emissões de gases do efeito estufa* 20% 90%Balanço energético médio 1,5 8Rendimento (litros por hectare) 3.100 6.500Custo (US$/litro) 0,56 0,42
Isso quer dizer que cada caloria gasta na produção rende 1,5 caloria de etanol de grãos e 8 calorias de etanol de cana
Preço nominal dos alimentos Cotação do petróleo em dólares
4%
3%
43%
Canadá2%
Outrospaíses
2%
Milho e trigo são as principais fontes do etanol chinês
46%
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200520001995199019851980197519701965 2008 (até jul.)
Repare nos vários períodos, entre 1974 e 2000, em que os preços do petróleo e da comida seguiram tendências diferentes. A partir de 2005, porém, a escalada nas cotações segue no mesmo ritmoPela primeira vez, a
indústria do etanol consumiu mais milho que a indústria alimentícia do amido nos EUA
A maior parte desse etanol, em diversos
países do mundo,é feita de grãos
Em 2000, o preço do petróleo dá um salto (veja gráfico na pág. ao lado) e a produção de álcool ganha um impulso. Em 2003 chegam os carros flex
11.95711.264
Biocombustível dominante na Europa, sua produção é o triplo da do etanol, e, como matéria-prima, usa-se óleo de canola
Óleo de soja é a principal fonte do biodiesel nos Estados Unidos
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Compare este gráfico com o dos preços dos grupos de alimentos, na página 24. Repare como são diferentes as dinâmicas dos preços do açúcar e dos grãos (cereais). Enquanto os grãos subiram com os combustíveis, o açúcar se comporta de maneira mais livre.
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Fonte: Administração de Informações Energéticas dos EUA
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ETANOL E BIODIESEL: HERÓISOU VILÕES?
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ETAPA 4
CRESCE A PRODUÇÃO DE ETANOLMilhares de toneladas equivalentes de petróleo
Brasil e EUA concentram a produção deetanol. Os especialistas consideram que o
etanol de cana, feito no Brasil, nãoameaça a produção de alimentos. Já o
etanol de milho exige que se desvie partedo cereal que iria para a mesa de milhões
de pessoas,nos EUA e no México, onde omilho é a base da alimentação popular.
11
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BrasilEstados Unidos Outros países
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Fonte: BP Statistical Review
O milho é oingrediente de 9,5 em cada 10 litros deetanol nos EUA
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Em 2000, o preço dom epetróleo dá um salto (t mp (veja aj(((gráfico na pág. ao ladoá ) e a produção de álcool ganhao á aum impulso. Em 2003 m Empchegam os carros flexe r
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Compare este gráficocom o dos preços dosgrupos de alimentos,na página 24. Reparecomo são diferentes as dinâmicas dos preços do açúcar e dos grãos (cereais). Enquanto osgrãos subiram com os combustíveis, o açúcar se comporta demaneira mais livre.
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Fonte: Administração de Informações Energéticas dos EUA
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A INFLUÊNCIA DO PET12
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Variação nominal da cotação d
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Fontes: Administração de Informações Energéticas
COMPARE OS ETANÓ13
* Apenas em relação aos combustíveis f
Redução nas emissões de gases do efeito estufa*Balanço energéétiticoco mmmédédio Rendimento (litros por heCusto (US$/litro)
Preço nominal dos alimen
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A INFLUÊNCIA DO PETRÓLEO12
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Variação nominal da cotação do petróleo, em média, em dólar, e dos preços dos alimentos
Cotaç
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Fontes: Administração de Informações Energéticas dos EUA, BP Statistical Review, FAO e Earth Policy Institute
COMPARE OS ETANÓIS13
* Apenas em relação aos combustíveis fósseis, sem contar os efeitos pelas alterações no uso da terra
Etanol dos EUA Etanol do BrasilRedução nas emissões de gases do efeito estufa* 20% 90%Balanço energético médio 1,5 8Rendimento (litros por hectare) 3.100 6.500Custo (US$/litro) 0,56 0,42
Isso quer dizer que cada caloria gasta na produção rende 1,5 caloria de etanol de grãos e 8 calorias de etanol de cana
Preço nominal dos alimentos Cotação do petróleo em dólares
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200520001995199019851980197519701965 2008 (até jul.)
Repare nos vários períodos, entre 1974 e 2000, em que os preços do petróleo e da comida seguiram tendências diferentes. A partir de 2005, porém, a escalada nas cotações segue no mesmo ritmo