5ª Primavera dos Museus
“Mulheres, Museus e
Memórias”
“O pioneirismo das mulheres
cientistas naturais do mundo e
sua contribuição para o Brasil
1880/1910"
PATROCÍNIO:
Emília Snethlage (1868-1929) Esteve entre as primeiras mulheres a se formar na Alemanha, no
início do século XX, enfrentando preconceitos sociais e acadêmicos.
Tendo estudado história natural, a cientista veio para o Brasil em
1905, para trabalhar como assistente de zoologia no Museu Emílio
Goeldi, em Belém do Pará.
Em 1914 publicou obra na qual inventariou 1.117
espécies de aves amazônicas e que serviu de referência
aos estudiosos da ornitologia brasileira durante os
setenta anos seguintes. Também em 1914
Snethlage assumiu a direção do
Museu Goeldi, cargo que ocupou até 1921.
AGRADECIMENTOS:
Museu Emílio Goeldi
Em 1922 transferiu-se para o Museu Nacional
do Rio de Janeiro, como naturalista-viajante.
A serviço dessa instituição percorreu todo o
território brasileiro. O trabalho de campo foi
apresentado, como um impedimento para a
efetiva participação das mulheres nas ciências
naturais. Para dar credibilidade ao seu
trabalho científico, Snethlage empregou uma
estratégia vista, de acordo com a historiadora
da ciência Naomi Oreskes, como exclusiva dos
homens: o heroísmo. A historiografia
das ciências no Brasil tem recuperado as
trajetórias de mulheres cientistas que
atuaram no país antes da fundação das
universidades na década de 1930.
Therese von Bayern
(1850-1925)
Teresa da Baviera
Princesa da Baviera, foi uma das mais relevantes
estudiosas da natureza e da etnografia do Brasil.
Infelizmente até hoje pouco considerada nos estudos
brasileiros, vem sendo cada vez mais reconhecida no seu
significado para os estudos interculturais e científicos.
Essa princesa, talvez a de maior erudição entre as
aristocratas alemãs do século XIX, é considerada hoje
por alguns estudiosos como sendo nada menos do que
uma personalidade feminina à altura de um
Alexandre de Humboldt.
Adquiriu instrução sobretudo auto-didaticamente. Chegou a
dominar vários idiomas, tendo conhecimento
de 12 línguas, entre elas o russo e o grego moderno.
De personalidade altiva, movida por um entusiasmo íntimo
pelo conhecimento, sua vida
foi dedicada desde cedo a viagens e a estudos. Percorreu toda
a Europa, da Escandinávia ao Mediterrâneo, das ilhas britânicas aos territórios
balcânicos e ao Oriente Próximo. Tinha 25 anos quando viajou pela primeira vez ao
Norte da África, entre outros países. No retorno, pela Espanha, Portugal e França, teve
contacto com o mundo ibérico e latino-ocidental. Dessa viagem originou-se o seu primeiro
relato de viagens, publicado em 1880.
AGRADECIMENTOS:
Academia Brasil-Europa
A América do Sul constituiu desde cedo o principal
centro de interesses da princesa. Realizou três expedições
à América do Sul, realizando observações em 23
diferentes grupos indígenas até então pouco ou não
conhecidos dos cientistas europeus. Percorreu os pampas
argentinos, atravessou os Andes e o deserto de Atacama.
Visitou regiões de difícil acesso no Amazonas e no Leste
do Brasil.
Os materiais que trazia das viagens expunha num museu
particular. Após a sua morte, a coleção passou a fazer
parte da Coleção Estatal Científico-Natural da Baviera.
A princesa Teresa levou para Munique em 1888, de sua
viagem ao Brasil, dois leques em forma de flor em botão.
Tendo como „pétalas' as primeiras penas do colhereiro-
rosa, o punho é de casco de tartaruga. (Figura 5).
No segundo leque com o punho de osso, utilizaram-se
penas cinza-escuro de papagaios do Amazonas. No meio,
a pele com penas não provém de um colibri, como se
considerou antigamente, mas de um tangará. Esses
pássaros, com as mais coloridas penugens, estão entre os
mais sortidos nos trópicos americanos (Figura 6).
AGRADECIMENTOS:
Academia Brasil-Europa
Marianne North, pintora inglesa que viajava com o objetivo de pintar a
flora de outros países, particularmente a exótica flora tropical.
Marianne tornou-se uma das mais famosas viajantes de sua época, ao
percorrer inúmeros países, como Canadá, Estados Unidos, África do
Sul, Brasil, entre outros. No total, ela deixou registrado
aproximadamente 727 gêneros (quase 1.000 espécies) de plantas,
algumas bem pouco conhecidas dos estudiosos. Marianne North
conhecida como pintora e como autora de relatos dos países visitados.
No Brasil, por exemplo, ela viveu entre 1872 e 1873. Seu profissionalismo
e objetividade a distinguem das demais viajantes do século XIX. O rigor
científico com que ela documentou a vida das plantas em todas as partes
do mundo, antes da fotografia se tornou uma opção prática, dá o seu
trabalho um valor permanente. Um número de espécies de plantas são
nomeadas em sua honra.