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FACULDADE DOM PEDRO II
BACHARELADO EM ENFERMAGEM
LADJANE BARBOSA ARMEDE
WILSON DANTAS DA SILVA
ATENÇÃO À SAÚDE DO HOMEM: Uma reflexão sobre a práxis do enfermeiro
na Estratégia Saúde da Família
Salvador - Bahia 2011
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LADJANE BARBOSA ARMEDE WILSON DANTAS DA SILVA
ATENÇÃO À SAÚDE DO HOMEM: Uma reflexão sobre a práxis do enfermeiro
na Estratégia Saúde da Família
Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de Bacharelado em Enfermagem da Faculdade Dom Pedro II, pela turma AN 07 como requisito para avaliação da disciplina T C 2. Orientador: Prof. Dr. Álvaro Pereira
Salvador – Bahia 2011
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DEDICATÓRIA
Aos nossos pais e avós, por acreditarem que a educação rompe barreiras, e por serem razões de nossa existência.
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AGRADECIMENTO São muitos e especiais...
Agradecemos em primeiro lugar a Deus que, em sua infinita bondade, tem coberto nossas vidas de bênçãos e permitido um crescimento gradual e contínuo tanto na esfera pessoal quanto na profissional.
Aos amigos que encontramos nessa jornada e que foram importante para nossa formação como ser humano.
A realização deste trabalho só foi possível graças à colaboração e carinho de muitas pessoas especiais. Deste modo, gostaríamos de registrar a mais profunda gratidão por todos aqueles que, de algum modo, contribuíram para que este trabalho pudesse ser realizado.
Aos nossos familiares, por nos apoiarem e suportarem as ausências demandadas, dedicamos à elaboração deste trabalho.
Ao querido e inestimável orientador, Professor Álvaro Pereira, por ser atencioso, pela orientação, disponibilidade constante, pela inegável fonte de riqueza de conhecimentos e, acima de tudo, um mestre. Agradecimentos especiais por sua tranqüilidade em orientar e pela transmissão de confiança, tornando essa caminhada serena, sem sobressaltos, e por termos apreendido o poder da disciplina, vontade e dedicação.
Aos colegas do curso de graduação, com os quais tivemos oportunidades de convivermos, trocarmos experiências e adquirirmos conhecimentos, registramos o nosso carinho.
Concluir esse trabalho ocasiona em nós sentimentos até mesmo pouco conflitantes. Por um lado, à felicidade de ver concluído mais um projeto e de termos a oportunidade de agradecer às pessoas que foram importantes para nós nessa jornada e aquelas que são importantes por todas as nossas vidas. E, por outro, a tristeza que toda partida provoca pela perda do convívio com tantas pessoas queridas. A instituição que por “longos” quatro anos quase todas as noites foi a nossa casa, fica a saudade e o agradecimento pela acolhida.
E por fim, às nossas famílias, fonte de inspirações. Obrigado pela compreensão e apoio.
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EPÍGRAFE
“Se o processo de cuidados se inicia por um
levantamento das necessidades vitais e pela procura de
uma forma de lhes responder, há que fazer apelo a
conhecimentos diversos e de naturezas diferentes para
perceber os „sinais‟ do processo saúde-doença e
compreender a sua significação, isto é, decodificá-los,
procurando o seu sentido em relação à pessoa que os
vive em ligação com o seu contexto de vida e as suas
atividades”.
(COLLIÈRE, Marie-Françoise. Promover a vida: da
prática das mulheres de virtude aos cuidados de enfermagem. Lisboa: Lidel, 1999, p.245)
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RESUMO SILVA, Wilson Dantas da; ARMEDE, Ladjane Barbosa. Atenção à saúde do homem: uma reflexão sobre a práxis do enfermeiro na Estratégia Saúde da Família 2011. 49f. Trabalho de Conclusão (Graduação - Bacharelada em Enfermagem). Faculdade Dom Pedro II, Salvador, 2011.
Este trabalho tem como objetivo identificar a importância do enfermeiro no Programa Saúde do Homem. O enfermeiro (a) em sua prática contribui, de forma significativa, para a prevenção e melhoria dos agravos à saúde do individuo e comunidade masculina. Por questões relacionadas à conformação social e de gênero estes homens tem uma tendência a procurar menos os serviços de saúde. E, quando vão, é no papel de expectador, como acompanhantes de filhos e esposas. A procura pelos serviços de saúde para si, de modo geral acontece somente em ultimo caso, quando a doença já está instalada e precisam curar-se desses agravos. Com a intenção de identificar as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde que trabalham no Programa Saúde da Família frente à Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem e analisar os fatores que facilitam e/ou dificultam a prática do enfermeiro nesse contexto, realizou-se uma pesquisa qualitativa do tipo exploratória e descritiva, que buscou na literatura a elucidação de problemas de estudo através de uma revisão sistemática. Os resultados apontam que a falta de profissionais capacitados, treinados e a sensibilização destes para com o atendimento à população masculina contribui significativamente com a recusa e a falta de interesse para que homens busquem um atendimento de saúde. Quando existe a procura ao atendimento é de péssima qualidade, fazendo com que os homens evitem ao máximo aproximarem – se desses serviços. Os gestores algumas vezes também interferem e contribuem para que o profissional nem sempre preste um atendimento de qualidade, uma vez que a própria equipe não encontra condições, recursos, e isso compromete a qualidade do serviço prestado. Por outro lado, a qualificação e capacitação de profissionais de saúde, a melhoria nas formas de contrato de trabalho e aumento salarial são alguns dos importantes desafios para uma excelente qualidade no atendimento dos serviços de saúde.
Palavras-chave: Enfermeiro; Homem; Saúde.
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ABSTRACT
SILVA, of Wilson Dantas, ARMEDE, Ladjane Barbosa. Attention to human health: a reflection on the practice of nurses in the Family Health Strategy. 2011. 49f. Work Completion (Graduation - Bachelor of Nursing). Dom Pedro II School, Salvador, 2011.
This work aims to identify the importance of nurses in Men's Health Program. The nurse (a) in their practice contributes significantly to the prevention and improvement to the health of the individual and the male community. For issues related to gender and social conformation these men have a tendency to seek less health care. And when they go, is the role of spectator, as caretakers of wives and children to health services. The demand for health services for themselves generally occurs only in the latter case, when the disease is already installed and need to heal these injuries. In an attempt to identify the difficulties faced by health professionals working in Family Health Program front of the National Policy for Integral Attention to Men's Health and analyze the factors that facilitate and / or hinder the practice of nursing in this context, there was a qualitative study An exploratory and descriptive literature which sought to elucidate problems of study through a systematic review. The results show that the lack of trained professionals, trained and their awareness of service with the male population contribute significantly to the refusal and lack of interest so that men may seek a health care. For when there is demand for the service is of poor quality, thereby making the most of the men to avoid the demand for such services. Managers also sometimes interfere and contribute to the professional does not always provide a quality service, as the team itself does not find conditions and resources, and this compromises the quality of service provided. On the other hand, the qualification and training of health professionals, improving the forms of employment contract and salary increase are some of the major challenges for excellent service quality of health services. Keywords: Nurse; Man; Health.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BIREME – Biblioteca Regional de Medicina
BVS - Biblioteca Virtual em Saúde
DANT - Doenças e agravos não transmissíveis
DeCS - Descritores em Ciências da Saúde
DTS - Doenças transmissíveis sexualmente
ESF - Estratégia de Saúde da Família
PAISC - Políticas de Saúde na Atenção à Criança e ao Adolescente
PAISM - Programa Integral de Saúde da Mulher
SciELO - Scientific Electronic Library Online
SUS - Sistema Único de Saúde
USF - Unidades de Saúde da Família
PROSAD - Programa Saúde do Adolescente
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LISTA DE TABELAS Quadro 1 - Indicadores que evidenciam situações desfavoráveis para o
indivíduo usuário (Homem)
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Quadro 2 – Indicadores que atentam para um precário funcionamento do
Programa de Saúde do Homem nas USF
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Tabela 1: Quantidade de Vasectomias realizadas no Brasil (2000 -2009) 37
Tabela 2: Taxa de mortalidade por Câncer de Próstata no Brasil (2000 – 2006) 37
Tabela 3: Índice de Obesidade em mulher e homem no Brasil (2006- 2008) 38
Tabela 4: Tabagismo no Brasil 38
Tabela 5: Índice Sedentarismo no Brasil 38
Tabela 6: Índice de Hipertensão Arterial Sistêmica no Brasil (2006- 2008) 39
Tabela 7: Índice com causas básicas relacionadas ou associadas ao Álcool no
Brasil 2000-2006
39
Tabela 8: Incidência de Câncer no Brasil estimativa 2008-2009 39
Tabela 9: Esperança de Vida ao nascer 40
Tabela 10: Ranking das causas de internação no SUS, na faixa etária de 15 a
59, Brasil 2006.
40
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 11
1.1 Apresentação do Tema................................................................................... 11
1.2 Delimitação do Objeto..................................................................................... 11
1.3 Pressuposto .................................................................................................... 13
1.4 Justificativa ..................................................................................................... 13
2 OBJETIVO ..................................................................................................... 15
2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 15
2.1.1 Objetivo Específico ......................................................................................... 15
3 REVISÃO BIBLIOGRAFICA ........................................................................... 16
4 METODOLOGIA ............................................................................................. 23
4.1 Tipo de estudo ............................................................................................... 23
4.2 Fonte de dados .............................................................................................. 23
4.3 Descritores ...................................................................................................... 23
4.4 Critérios de inclusão ...................................................................................... 24
4.5 Critérios de exclusão ...................................................................................... 24
4.6 Seleção da amostra ....................................................................................... 24
5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTDOS .......................................................... 25
6 DISCURSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................. 28
7 CONCLUSÃO ................................................................................................. 32
8 REFERÊNCIA ................................................................................................. 35
9 ANEXOS ......................................................................................................... 37
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1. INTRODUÇÃO
1.1 Apresentando o tema
O presente trabalho situa-se no campo de estudos que abrange a atuação
do enfermeiro frente aos processos de atenção à saúde, e de forma mais específica,
procura refletir acerca da política de atenção integral à saúde do homem e sua
funcionalidade como parte da Estratégia de Saúde da Família (ESF).
A partir de meados do século XIX, a saúde se torna questão do Estado e as
diversas intervenções do corpo se tornam objeto de estudo, com a finalidade de ser
saneado ou até mesmo aperfeiçoado e modificado, fazendo com que determinados
sujeitos em função de sua vulnerabilidade fossem interpelados pelo Estado. Essa
minoria era composta por criminosos, loucos ou homossexuais, e mereceu atenção
de forma especial pelo suposto perigo que representavam para a sociedade. Outros,
em virtude de sua fragilidade, como por exemplo, velhos e crianças, foram
considerados frágeis tendo em vista sua suscetibilidade frente às doenças que
assolavam na época. Qualquer que tenha sido as justificativas para tal
singularização, a partir da medicalização dos corpos, alguns sujeitos ganham
visibilidade ao tempo que outros permaneciam no esquecimento. Notadamente,
essa é situação em que se encontravam os homens (CARRARA; RUSSO; FARO,
2009).
Mas, tudo isso tem como embasamento a Política de Atenção Integral à
Saúde da Mulher e da Criança que é incorporada às políticas nacionais, limitando-se
às demandas relativas à gravidez e ao parto (programas maternos infantis
elaborados nas décadas de 30, 50, 70).
1.2 Delimitação do Objeto
A criação do Programa Saúde do Homem tem como finalidade conscientizar
a Equipe de Saúde na atenção primária ao homem, demonstrando por sua vez uma
sensibilidade com as especificidades que permeiam as questões de gênero,
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direcionando maior envolvimento de homens nas questões de saúde relacionadas,
tanto às mulheres quanto a eles próprios. Nesse aspecto, essa mobilização merece
a atenção e valorização também por parte dos profissionais de saúde que
empreendem ações direcionadas, não somente na promoção da saúde como
também na prevenção de doenças e agravos à saúde a partir de uma perspectiva de
gênero (GOMES; REBELO; NASCIMENTO, 2010).
A preocupação com os homens estabelecem relações com a categoria
gênero face às construções masculinas, fazendo do homem um ser que ao dedicar-
se efetivamente ao trabalho e à vida fora de casa, estabelece laço, de adoecimento
com estes ambientes e não cuida da sua saúde ou procura serviços médicos em
tempo precoce. Assim, a doença se instala e estes adoecem. O homem manifesta
seus agravos de saúde relacionados às doenças do trabalho, às doenças de causas
externas, ou pela pouca preocupação e até o desconhecimento se expõe às
doenças sexuais, quando estabelece relações de conjugalidade dentro ou fora do
casamento, o que poderia ser evitado se ele frequentasse os serviços de saúde.
Desse modo, convém levar em consideração que as DST ultrapassam as
barreiras geográficas e sociais. Porém, sua dinamicidade se encontra atrelada de
forma intrínseca ao comportamento humano do sujeito ou da coletividade. Nesse
aspecto, a enfermagem tem o seu fazer no campo da prevenção, tanto na dimensão
coletiva quanto individual, junto aos indivíduos e sempre pontuando os aspectos
pessoais e as possíveis influências que emanam do contexto histórico cultural
(BRÊTAS; OLIVEIRA; AGUIAR JÚNIOR, 2006).
Frente a esse contexto, o presente trabalho propõe-se a analisar e a tecer
considerações acerca da seguinte problemática: Como se efetiva a atenção de
enfermagem à Saúde do Homem no Brasil? Como nesse programa se desenvolve a
práxis do enfermeiro na Estratégia Saúde da Família? Com essa questão norteadora
buscar-se-á investigação na literatura dos fatores que facilitam e dificultam a prática
desse profissional frente a mais essa perspectiva de atuação.
Junto a isso, é possível constatar a real necessidade de se refletir sobre
possíveis lacunas que ainda devem ser preenchidas no campo das políticas públicas
ou até mesmo no âmbito das estratégias que viabilizem tais políticas na Estratégia
de Saúde da Família. No estudo, buscam - se subsídios que possibilitem refletir
também as possíveis repercussões e influências dessa política, o que permitirá
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ampliar a discussão sobre as possíveis contribuições para o campo de
conhecimentos na área de Enfermagem.
1.3 Pressuposto
Para realizar o presente trabalho, partiu-se do pressuposto de que o
enfermeiro em sua práxis contribui, de forma significativa, para melhoria dos agravos
à saúde de indivíduos e comunidades. Todavia, para que ele alcance os objetivos
propostos, essa responsabilidade deve ser compartilhada não apenas pela
enfermagem, mas por todos os profissionais da saúde que precisam também buscar
recursos para o seu próprio desenvolvimento. Contudo, a importância deste trabalho
é de prevenção e detecção precoce de DTS e DANT, exigindo dos gestores uma
necessidade de investimento de informações e incentivos ao cliente homem,
incentivando-o a aderir ao programa e não ser resistente na busca dos serviços
fornecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) comportando-se de modo igual às
mulheres, que vão às Unidades de Saúde para uma promoção e prevenção das
doenças em suas vidas.
1.4 Justificativa
A motivação para realizar este trabalho emergiu em função de estudos por
parte dos estudantes de Enfermagem no decorrer do curso de graduação em sua
futura área de atuação. Observou-se que, na realidade, as tentativas de
implementação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem,
proposta pelo governo brasileiro, foi muito tardia e só ocorreu em meados de 2008,
enquanto que para as mulheres, medidas especiais de saúde começaram a surgir
no Brasil desde os anos 1930, centradas na chamada saúde materno-infantil
(CARRARA; RUSSO; FARO, 2009).
Esse estudo visa identificar as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de
saúde que trabalham neste Programa, tendo como interesse fornecer e esclarecer
as dúvidas sobre a sua atuação no ESF, frente às DANT (Doenças e agravos não
transmissíveis) e DTS (Doenças transmissíveis sexualmente) que, apesar de
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estarmos em pleno século XXI os seus índices nos homens ainda é muito elevado.
Busca, também, informar à sociedade, a descoberta através precoce e tardia das
DANT e DTS, através da promoção à saúde do homem, tudo interligado à situação
socioeconômica da população acometida.
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2. OBJETIVOS
Para a investigação das formas de enfrentamentos profissionais sobre sua
atuação na Estratégia de Saúde da Família cuidando de homens, delimitaram-se
como objetivos desse estudo:
2.1 Objetivo Geral
O presente trabalho traz como objetivo principal analisar os fatores que
facilitam e/ou dificultam a práxis do enfermeiro que atua no Programa da Saúde da
Família frente à Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem.
2.1.1 Objetivos Específicos
Determinar os fatores que interferem na práxis do enfermeiro que atua no
programa de atenção saúde do homem na Estratégia Saúde da Família.
Determinar os fatores socioeconômicos que influenciam nas formas de
abordagens aos pacientes atendidos neste programa.
Identificar os fatores determinantes de acessibilidades dos homens ao
Programa.
Identificar a importância da promoção e prevenção da saúde do homem frente
às políticas de Saúde Públicas.
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3 REVISÃO BIBLIOGRAFICA
3.1 O HOMEM X FAMÍLIA
O garoto passa por conflitos até chegar a sua fase adulta e, assim, acha que
é necessário viver perigosamente contribuindo para uma vida de doenças
oportunistas no futuro como: DANT e DTS (PROSAD, 2009).
Políticas de Saúde na Atenção à Criança e ao Adolescente (PAISC):
Assistência à criança através do acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento; Diagnóstico e tratamento precoce; Educação em saúde para
prevenção. O seu objetivo: prestar assistência tendo como diretrizes: promoção de
condições básicas de vida; aumento da capacidade resolutiva do sistema de
atenção básica; identificar grupos de riscos; detecção precoce dos agravos;
tratamento adequado e reabilitação; acompanhamento da criança no crescimento e
desenvolvimento buscando evitar agravos mais freqüentes à saúde da criança e do
adolescente (PAISC, 2006). “A questão de saúde do adolescente continua pouco
debatida pela sociedade, levando a situações de impasse, como gravidez precoce e
doenças sexualmente transmissíveis, notam que as buscas nas unidades de saúde
são frustrantes com queixas mal definidas, muitas das quais englobam uma
problemática psicossocial” (PROSAD, 2009).
Soma-se a este fato a falta de conhecimento sobre sexo e/ou o
constrangimento provocado pelo tema faz com que os pais, educadores sexuais por
excelência, não assumam esse papel. Vê-se frequentemente o adolescente
iniciando uma atividade sexual determinado pela nossa sociedade e sobre os quais
constrói a sexualidade masculina e a feminina, nos fazem acreditar erradamente,
que o homem é inexoravelmente um ser genial, naturalmente preparado para o
coito, e que a mulher, seu instinto maternal, priorizaria a reprodução (PROSAD,
2009).
A maioria dos adolescentes, dos jovens, entrará na puberdade livre das
doenças sexualmente transmissíveis e de graves problemas sexuais e será
responsabilidade da sociedade e dos profissionais zelarem para que esta condição
se mantenha. Torna-se essencial num programa de adolescente o treinamento de
profissionais para educação e aconselhamentos sexuais, além da detecção,
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encaminhamento e/ou tratamento dos problemas relacionados com sexualidade. No
entanto, é importante lembrar que esta formação implica numa séria revisão dos
valores individuais para que não se perpetuem os mitos e crendices sem
embasamento científico. Os conceitos de normal, natural, sadio e moral deverão ser
bem definidos para que a educação sexual formal não seja instrumento de
repressão mal conduzido e sim como contribuição positiva para o desenvolvimento
integral.
A dificuldade do entendimento da correlação da atividade sexual com risco
das DTS (Doenças Sexualmente Transmissíveis) é um dos fatores que no momento
em que inclui a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA ou AIDS) atinge
números significativos de infectados e doentes. É obrigatória a nossa participação
no processo de informação e divulgação de todos os meios e modos de prevenção
dessas doenças, em todas as faixas etárias.
Para tal, faz-se necessária a capacitação e a valorização dos profissionais da
Educação, a criação de grupos de interesses nas escolas (os professores terão que
desempenhar um importante papel como agente de saúde) a pesquisa de novas
metodologias, a adoção de novos recursos tecnológicos e o trabalho integrado com
a equipe de saúde, dentro dos critérios da municipalização (PROSAD, 1989).
Quanto ao adolescente do sexo masculino, as diretrizes do seu atendimento
pautam-se no Programa Saúde do Adolescente.
Em 1984 foi implantado o PAISM (Programa Integral de Saúde da Mulher)
incorporado como princípios norteadores: Integralidade e equidade da atenção;
inclusão de ações educativas e preventivas à assistência. As mulheres (promoção
uma boa saúde ou qualidade de vida durante e após o período reprodutivo)
assistidas apenas no ciclo gravídico puerperal revelando as desigualdades nas
condições de vida e nas relações entre homens e mulheres. Mulheres têm sua
Atenção em Saúde Sexual e Reprodutiva: Conjunto de métodos, técnicas e serviços
que contribuam para a saúde, para o bem estar reprodutivo, mediante a prevenção e
solução de problema de saúde reprodutiva. Inclui, também, a saúde sexual, cuja
atenção é referente à reprodução e às doenças sexualmente transmissíveis.
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3.2 A ORIGEM DO PROGRAMA SAÚDE DO HOMEM
O dia 02 de outubro de 2008 foi instituído pelo Congresso Nacional como o
“Dia Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem” através do decreto nº
117/2011, amparado pela portaria 1944, do Ministério da Saúde. E em 27 de agosto
de 2009, foi instituiu no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) a Política
Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. O Ministério da Saúde, por meio
da Secretaria de Atenção à Saúde, investiu mais R$ 4 milhões na Política Nacional
de Atenção Integral à Saúde do Homem. Agora, mais 54 municípios, cujos projetos
foram submetidos à análise, implantarão a política. A portaria que define os
incentivos foi pactuada na Comissão Intergestores Tripartite (reunião com
participação dos estados e municípios) em março de 2010. Cada município recebeu
cerca de R$ 75 mil para iniciar as ações de implementação da política. A Política de
Saúde do Homem está implantada em 27 municípios, dentre eles: Aracaju; Belém;
Belo Horizonte; Boa Vista; Campina Grande; Campinas; Campo Grande; Cuiabá;
Curitiba; Goiânia; Joinville; Juazeiro do Norte; Macapá, Maceió; Manaus; Natal;
Palmas; Petrolina; Porto Alegre; Porto Velho; Rio Branco; Rio de Janeiro; Salvador;
São Luiz; Teresina; Vitória. Ela envolve uma série de ações para a população
masculina, abordando o tema de maneira sistêmica e integrando ações em diversas
áreas, com o propósito de prover atenção integral em saúde ao homem brasileiro
(BRASIL, 2009a, 2009b).
A saúde reprodutiva e a sexual se constituem um primeiro eixo temático
privilegiado nos estudos sobre homens e saúde. A violência doméstica encontra-se
incluída em virtude de ser considerado um obstáculo, tanto à saúde sexual quanto a
reprodutiva. Já morbimortalidade dos indivíduos de sexo masculino, a partir do
momento em que se leva em consideração o câncer de pulmão e o de próstata,
convém ressaltar dois comportamentos culturalmente marcados pelas distinções de
gênero: o hábito de fumar, fator de risco bem estabelecido para o câncer de pulmão
(tabelas: ver anexo 1) e o padrão de uso dos serviços de saúde no caso do câncer
de próstata, denotando a forma de relacionar-se com ações preventivas para o
cuidado de si (SHCRAIBER; GOMES; COUTO, 2005).
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3.3 O PROGRAMA SAÚDE DO HOMEM
O cuidado com a “Saúde do Homem” é um assunto recente dentro de Saúde
Coletiva e alvo de interação entre as ciências humanas e a saúde: pelo caráter
social do adoecimento, a perspectiva do gênero como singular da relação
saúde/sociedade, e a promoção da saúde como conceituação positiva.
Essa temática gira em torno de três eixos que englobam as principais
perspectivas da masculinidade: saúde sexual e reprodutiva; violência e gênero e
morbimortalidade (COUTO, 2005).
Embora sabendo que há diferenças do que é ser homem e do que é ser
mulher no tempo, no espaço e, em específico, no interior das classes sociais
(GOMES, 2004). Podemos observar que ainda há homens que utilizam padrões
tradicionais: poder, agressividade, iniciativa e sexualidade incontrolada para
construir a sua identidade sexual.
Incluir a participação do homem nas ações de saúde é, no mínimo, um
desafio por diferentes razões, entre elas a que se refere de fato, em geral, o cuidar
de si e a valorização do corpo no sentido de saúde orgânica, bem como no que se
refere ao cuidar do outro, não serem questões discutidas na socialização e cultura
do homem. Em contrapartida, alguns quando promovem o cuidado de seu corpo,
apresentam um extremo exagero, transformando o cuidado em risco de
adoecimento, como por exemplo, Dismorfia Corporal, riscos cardíacos, entre outros
(GOMES, 2004).
Ainda segundo Gomes (2004), a partir da própria dimensão de gênero é que
se advoga uma abordagem também masculina, uma vez que tanto homens quanto
mulheres necessitam ser vistos em sua singularidade e em sua diversidade no
âmbito das relações que estabelecem e no campo mais amplo de sua cultura.
Nesses sentidos, enfocar a singularidade do homem não nos leva, necessariamente,
à perda da dimensão relacional que a expressão gênero indica.
O conhecimento das singularidades permite aproximação da forma relacional
da interação masculino/feminino, possibilitando uma maior riqueza de conhecimento
das especificidades de cada polo.
Tomando-se em particular as questões da prevenção e da promoção, pode-se
perceber que os efeitos do movimento de incluir o homem no debate saúde não se
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restringem à saúde masculina. Pesar sobre a relação não significa desconsiderar
demandas específicas de cada gênero (GOMES, 2004).
Por consequência, consegue ganhos para a saúde feminina em temas que só
avançam na medida em que se consegue a participação masculina no seu
enfrentamento.
A assistência integrada à Saúde do Homem inclui consultas, além de
acompanhamento, realizada mediante uma ficha de referência (ver anexo – Projeto
Saúde do Homem Salvador) preenchida pelo clínico ou enfermeiro da unidade de
origem, devendo esse indivíduo (homem) ser encaminhado e preencher os critérios
estabelecidos pelo programa a nível nacional, visando otimizar custos e as ações. O
agendamento deverá ser efetuado pelo Call Center das unidades de referência (ver
anexo 2: PROJETO SAUDE DO HOMEM EM SALVADOR (Secretaria Municipal de
Saúde - SMS (Salvador/BA, 2008)).
Assim, serão contemplados homens acima de 25 anos a 59 anos, priorizando
adultos e pessoas de meia idade, pelo fato dos idosos já terem o seu programa e
unidade de referências específicas. Deve-se incluir sempre que possível um terceiro
turno (17.00h às 21.00h). O objetivo do programa é prestar serviços especializados
(cardiologia, urologia, clínica geral, exames laboratoriais e exames clínicos)
referentes à saúde do homem. Estes indivíduos devem ter fatores de risco para as
doenças cardiovasculares, ter demanda ou necessite de planejamento familiar, ser
tabagista, ter disfunção erétil ou ausência de avaliação para prevenção do câncer de
próstata, há mais de um ano (incluindo dosagem de PSA e toque retal). Linha de
Ação: Toda rede (USF, UBS, CAPS PA´S, NASF, CETAD) deverá ter informações,
identificar a necessidade (caso haja) de consulta especializada ou exames e solicitar
macacão, via sistema, para a CMC. (ver anexo: PROJETO SAUDE DO HOMEM EM
SALVADOR (Secretaria Municipal de Saúde - SMS (Salvador/BA, 2008)).
O encaminhamento pela rede primária deverá ser feito pelo médico ou
enfermeiro. Caso o paciente necessite de procedimentos de maior complexidade
serão encaminhados por referência médica para outra unidade. Estes critérios estão
detalhados no projeto Saúde do Homem (BRASIL, 2008)
A falta de divulgação desta assistência para os profissionais que poderá estar
envolvido no atendimento desta clientela dificulta a prática do enfermeiro, pois
precisamos muitas vezes dos meios de comunicação escrita e falada para que haja
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uma adesão ao referido programa; Nem são em todas as Unidades de Saúde têm
este programa, apenas as que são referenciadas pelo Ministério da Saúde.
Para que o homem na idade adulta possa ter uma boa qualidade de vida, é
necessário que tivesse sido orientado pelos pais nas fases da infância e da
adolescência.
“A capacidade de desfrutar de uma vida sexual satisfatória e sem risco de
procriar, bem como implicar a liberdade para escolher entre fazê-lo ou não, no
período e na frequência desejada” (CIPD, 1994). É necessário que o homem se
conscientize que, assim como as mulheres procuram as unidades de saúde, ele
também precisa buscar ajuda e orientações para que tenha uma vida saudável pois,
para ele que pensa apenas na sua virilidade, para se ter vigor é necessário se ter
uma boa saúde.
Agrega a prevenção e o tratamento de mulheres vivendo com HIV/SIDA e as
portadoras de doenças do câncer ginecológico, ampliando suas ações para o grupo
historicamente aliados às políticas públicas nas suas especificidades e
necessidades (BRASIL, 2008). Um elevado número de maridos é que leva, na
maioria das vezes, as doenças para elas. Alguns pela sua própria ignorância acham
que usar camisinha ou até mesmo em se cuidar não e coisa de “macho” e, por isso,
eles se tornarão feminilizados para sociedade ou comunidade em que vive.
A sexualidade é uma manifestação psicoafetiva individual e social que
transcende sua base biológica (sexo) e cuja expressão é normalidade pelos valores
sociais. A tendência de fragmentação do ser humano em partes sexuadas e
assexuadas limita a sexualidade a um conceito abstrato da mente e reduz sua
expressão a uma manifestação genital ou reprodutiva (GOMES, 2004).
Os tabus existentes, somados às normas sociais que alguns homens não
aceitam manifestações sexuais, geram sentimentos de culpa e conceito que se
refletem num ajuste sexual acompanhado de preocupações, ansiedades e/ou
problemas. O desenvolvimento sexual dos homens sofre as influências deles
próprios, da família, de sua cultura e subcultura, e de seus companheiros, sendo que
a pressão do grupo seja, talvez, o fator mais poderoso para determinar seu
comportamento (BRASIL, 2008).
As ações de contracepção, concepção, ginecopatias, gestação, parto e
puerpério, devem seguir as diretrizes básicas do Programa de Assistência Integral à
Saúde da Mulher (BRASIL, 2008).
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A mortalidade masculina acontece cerca de oito anos antes da feminina,
sendo as causas mais prevalentes as DANT: acidentes em transportes terrestres;
doenças isquêmicas do coração; doenças cerebrovasculares; homicídios; doenças
crônicas das vias aéreas inferiores. Esta mortalidade precoce ainda não está
devidamente esclarecida, porém, o modo de vida, as demandas sociais e seus
aspectos psicoemocionais parecem ser fatores contribuintes importantes (BRASIL,
2008).
Dados do SUS revelam uma maior presença masculina nas emergências com
as patologias de maior gravidade e do tempo de internamento denuncia estas
necessidades às estratégias da educação para saúde dirigida para os idosos,
crianças e mulheres não parecem ter a mesma eficiência quando dirigidas para o
público masculino. Assim, fazem-se necessários novos modelos de informação,
educação e a comunicação, bem como sua assistência dirigida para especificidade
do gênero (BRASIL, 2008).
Devido a falta de manejo e capacitação de lidar adequadamente com essa
população alvo e os procedimentos específicos, se faz necessário um curso de
capacitação para profissionais da rede básica de saúde. Os cursos seriam
inicialmente de quatro horas havendo além dos médicos, vinte e um enfermeiros e
doze técnicos de enfermagem. É importante ainda, treinamento para 1.672 (um mil e
seiscentos e setenta e dois) agentes comunitários de saúde de cada município, de
cada estado. Cada treinamento ficaria com uma carga horária de cinco horas, onde
teria disponibilidade de almoço e vale transporte. A capacidade teria como
metodologia aula expositiva e treinamento em serviço e como resultado esperado a
melhoria da qualidade da assistência da população alvo. Suas metas seriam
melhorar a qualidade da assistência para a população masculina, bem como
diminuir o índice de internação e morbimortalidade dessa população alvo. (BRASIL,
2008)
Observa-se que a realidade da implementação da Política Nacional de
Atenção Integral à Saúde do Homem proposta pelo governo brasileiro, só ocorreu
em meados de 2008, enquanto que para as mulheres medidas especiais de saúde
começaram a surgir no Brasil nos anos 1930, centrado na chamada saúde materno-
infantil (CARRARA; RUSSO; FARO, 2009)
23
4 METODOLOGIA
4.1 Tipos de Estudo
Trata-se de uma pesquisa integrativa do tipo exploratória e descritiva que
busca na literatura a elucidação de problemas de estudo através de uma revisão
sistemática (busca um consenso sobre alguma temática específica e a síntese do
conhecimento em uma dada área por meio de etapas metodológicas que incluem a
formulação de uma pergunta de estudo, identificação, seleção e avaliação crítica de
estudos científicos contidos em bases de dados eletrônicos).
4.2 Fontes de dados
Será efetuado um estudo das publicações indexadas ou catalogadas na base
de dados online por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) no período 2000 a
2010.
O estudo buscou como fontes de pesquisa a Biblioteca Virtual de Saúde no
site da BIREME (BIBLIOTECA REGIONAL DA MEDICINA) utilizando-se das bases
de dados e da Scientific Electronic Library Online (SciELO) e foram encontrados 184
artigos.
4.3 Descritores:
Para a busca dos artigos, serão utilizadas palavras-chaves em português
selecionadas mediante consulta aos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS):
homem; enfermagem; DST. A partir da combinação desses descritores foram
localizadas preliminarmente 96 (noventa e seis) publicações.
24
4.4 Critérios de Inclusão:
Foram considerados para contagem desse universo os estudos encontrados
em apenas uma base de dados, tendo sido incluídos artigos originais resultantes de
pesquisas exploratórias, descritivos e experimentais de campo publicados no
período compreendido entre os anos de 2000 a 2011 em periódicos nacionais de
enfermagem. Os textos escolhidos tiveram relação direta com o estudo e seus
resultados apresentaram conclusões de pesquisas desenvolvidas em relação ao
objeto desse estudo sobre a ATENÇÃO À SAUDE DO HOMEM: Uma reflexão sobre
a práxis do enfermeiro na Estratégia Saúde da Família
4.5 Critérios de exclusão:
Foram excluídos desse levantamento preliminar resumos de teses, resumos
de dissertações, que não estivessem online, nos bancos de teses da capes e de
outras instituições de ensino público, pela indisponibilidade imediata desse texto na
íntegra para leitura. Os artigos de revisão de literatura/ reflexão, estudos que não
estejam publicados em periódicos que ainda não estão disponíveis online pelos
mesmos motivos alegados para o critério anterior.
4.6 Seleções da Amostra:
Para seleção dos artigos realizou-se, primeiramente, uma leitura extensiva
dos resumos das 31 publicações com o objetivo de refinar a amostra por meio de
critérios de inclusão e exclusão, buscando a relação direta com o objeto de nosso
estudo nos objetivos e conclusões de cada um dos artigos. Assim, a amostra final
desse estudo foi constituída a partir de 7 artigos.
25
5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Os investimentos na leitura dos textos renderam a classificação e
identificação das categorias: Indicadores evidenciam situações desfavoráveis para o
individuo usuário (HOMEM) e os Indicadores que atentam para um precário
funcionamento do Programa Saúde do Homem nas Unidades de Saúde (USF),
através de leituras exaustivas dos artigos e análise dos conteúdos temáticos
revelado nesses textos. O quadro a seguir apresenta as categorias de análises e as
unidades temáticas identificada nos respectivos textos citados.
Quadro 1. Distribuição de artigos por autores, Título, Fontes, Tipos de Estudo, Objetivos, Resultados e Discussões relevantes e Temas relevantes apresentados pelos autores em relação às categorias de análise Indicadores de situações desfavoráveis para o usuário homem no Programa de saúde do Homem.
QUADRO 1 – Indicadores evidencia situações desfavoráveis para o individuo
usuário (HOMEM)
Autor Titulo do Artigo
Fonte local e ano
Tipo de Estudo
Objetivo Resultado Discussões Relevantes
ALBANO. BRUNO RAMOS; BASILIO. MARCIO CHAVES; NEVES, JUSSARA BÔTTO,
Desafio para inclusão dos homens nos serviços de saúde
Revista de Enfermagem integrada-Ipatinga: UNILESTE, MG – v.3, n° 2- nov. - dez, 2010,
Qualitativo
Identificar necessidades de saúde dos homens, percepção deles sobre o que e saúde se há mitos que impedem a adesão ás intervenções de saúde e as justificativas apresentadas com relação á procura ou não pelos serviços de saúde.
Os homens participantes conceituam a saúde de forma diferente, têm medo de adoecer e seguem a terapêutica prescrita no tratamento ate o fim, no entretanto procuram pouco os serviços de saúde, limitando a procura .. Foi evidenciado que a entrada de homens nos serviços de saúde é difícil, pois muitas vezes se acham invulneráveis aos agravos, ou buscam formas mais rápidas para resolução dos problemas que os afligem.
Constata-se que a procura pelos serviços de saúde pelos homens é devido à presença de alguma doença, a busca de medicamentos e como acompanhante dos filhos ou esposa, ignorando as consultas de caráter preventivo.
FONTES. WILMA
Por que os homens
Cad. Saúde
Exploratório
Pesquisa sobre Atenção à
Pode-se afirmar que esta clientela
Déficit de conhecimento
26
DIAS; et al buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres, As explicações de homens com baixa escolaridade e homem com ensino superior
Pública, RJ; 23(3) p.565-574, 2007.
saúde do homem realizada no centro de ciências da saúde na instituição supracitada com intuito de contribuir para a implementação da política nacional de atenção integral a saúde do homem.
apresenta importante deficiente de auto cuidado, que tem resultado na ocorrência de alto índice de morbidade e mortalidade, exigindo, pois, ações concretas e eficazes com vista à sua inclusão nos serviços UBS.
da população masculina em relação à promoção da saúde e a prevenção de agravos e, por outro lado o grande desafio para implementar ações de educação que vise á romper déficit de auto cuidado desse individuo, bem como os exerce dentes da área de saúde.
Quadro 2 Distribuição de artigos por autores, Título, Fontes, Tipos de estudo, Objetivos, Resultados e Discussões relevantes e Temas relevantes apresentados pelos autores em relação à categoria Indicadores que atentam para um precário funcionamento do Programa Saúde do Homem nas USF.
QUADRO 2 – Indicadores que atentam para um precário funcionamento do
Programa Saúde do Homem nas UBS
Autor Titulo do Artigo
Fonte local e
ano
Tipo de Estudo
Objetivo Resultado Algumas Discussões
ARAUJO. MARIA ALIX LEITE; LEITÃO. GLORIA DA CONCEIÇÃO MESQUITA
Acesso á consulta aos portadores de DST’s: Experiência de Homens em um Centro de Saúde de Fortaleza, Ceará-Brasil.
Caderno. Saúde publica Rio de Janeiro, 21(2): 396-403 março – abril: 2005.
Qualitativo
Conscientizar-se das dificuldades enfrentadas por homens com DST’s para conseguir consultas em unidades de saúde em Fortaleza.
Foi constatada dificuldade para conseguir marcação de consultas para os homens com DST’s devido à quantidade insuficiente de profissionais; falta de estrutura e treinamento e sensibilização é imprescindível no que diz respeito às questões éticas sigilo das informações.
Quantidade insuficiente de profissionais; falta de estrutura e treinamento e sensibilização dos profissionais é imprescindível no que diz respeito às questões éticas e de sigilo das informações. Tudo isso leva a um atendimento de péssima qualidade
BARROS. ROSINEIDE SANTAN
O olhar masculino acerca do atendime
Ver. Rene. Fortaleza, v 11, nº 4, p.135-142, out-dez
Exploratório e descritivo de abordage
Identificar relatos de homens sobre as visões
Diante do descontentamento dos homens, sugere uma
A predominação de opiniões negativas perante os seguintes
27
A DE SANTOS, DANYELLE LEONETTE ARAUJO; MANCHER, PATRICIA SUERDA DE OLIVEIRA
nto na Estratégia Saúde da Família
2010 m qualitativo
negativas dos mesmos em relação aos serviços prestados na ESF em virtude do tempo que perdem para conseguir atendimentos.
reorganização nas instituições básicas de saúde, no intuito de tornar mais ágil o encaminhamento dos usuários, estendendo o seu horário de atendimento para o período noturno.
fatos: a dificuldade de conseguir consultas médicas e exames, a insatisfação quanto ao numero de profissionais atuantes na ESF, o descontentamento com o sistema de referencia e contra referencia nas UBS.
GOMES. ROMEU; NASCIMENTO, ELIANE FERREIRA DO; ARAUJO, FABIO CARVALHO DE,
Por que os homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres, As explicações de homens com baixa escolaridade e homem com ensino superior.
Cad. Saúde Pública, RJ; 23(3) p.565-574, 2007,
Qualitativo
Analisar as explicações presentes em discurso masculino para poucas procura aos serviços de saúde
As dificuldades de acesso aos serviços de saúde e a falta de unidade especificamente voltada para saúde do homem
Os serviços de saúde são considerados pouco aptos em observar a demanda apresentada pelos homens, pois sua organização não estimula o acesso e as próprias campanhas de saúde públicas não se voltam para este seguimento.
COSTA. ROSANGELA MINARD MITRE COSTA; et al
Organização do trabalho e perfil dos profissionais do Programa Saúde da família: um desafio na reestruturação da atenção básica em saúde
Epidemiologia e serviço de saúde. V.15, nº 3, p. 7-18, jul-set, Viscosa- MG 2006.
Qualitativo
Delinear os perfil dos profissionais e a organização do trabalho no cotidiano do Programa saúde da família
Valorização da qualificação do profissional, autonomia intelectual dos trabalhadores, capacidade de planejamento, gerenciamento de seu tempo e espaço de ação.
A qualificação- capacitação é um dos importantes desafios a afronta no alcance maior qualidades nos serviços de saúde, outras medidas como aumento salarial; novas formas de contratos de trabalho que garantam estabilidade e fortaleçam o vinculo empregatício ainda melhoria das condições de trabalho e da infra-estrutura
28
6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Verificou–se que os artigos que falam sobre a saúde do homem os fazem a
partir dessas categorias numa análise de revisão integrativa e podem criar os
seguintes grupos: indicadores que evidencia situações desfavoráveis para o
indivíduo usuário (homem) e indicadores que atentam para o precário
funcionamento do programa saúde do homem ESF. Abordaremos os conjuntos
dessas categorias.
O desafio para inclusão do homem nos serviços de saúde.
Na categoria 1 encontra-se como tema mais incidente: O desafio para
inclusão do homem nos serviços de saúde. Apenas na categoria 2 existe o tema
mais significativo e mais relevante encontrado. Logo, os temas: atendimento de
péssima qualidade; reorganização das instituições básicas de saúde; extensão
do horário de atendimento para o período noturno 3º (terceiro) turno; aumento
salarial; novas formas de contratos de trabalho que garantam estabilidade e
fortalecimento empregatício se apresentaram como os temas mais frequentes.
Ambas as categorias revelam a forte evidência por que eles têm baixa adesão
nos atendimentos à saúde. Estes ficam, muitas vezes, se sentido impotentes como
vimos através desses artigos. Muitos procuram os serviços de saúde, mas não
encontram atendimento por parte das unidades de saúde, uma falha de
determinados gestores que não incentivam o referido programa.
Em Salvador, foi identificada na pratica uma única unidade de saúde onde
este programa funciona. O Centro de Referência de Doenças Cardiovasculares
Adriano Pondé, situado no bairro de Amaralina, cujo desempenho é notório pelos
profissionais da área e que acham que programas como este deveriam estar
implantados em todos os postos de saúde. Acontece que, muitas vezes, esses
homens não têm dinheiro nem para pagarem o transporte e terminam abandonando
o tratamento ou tendo uma baixa adesão o programa.
Como recomendação, acreditamos que o governo deveria disponibilizar
recursos financeiros patrocinando o vale transporte destes homens às unidades de
referencia. Facilitando assim o tratamento da sua patologia, porque em geral, essas
29
unidades ficam longe das suas casas ou de seus endereços de trabalhos, o que
justifica tal medida. A legislação refere-se aos direitos à saúde como um direito de
todos e uma obrigação do estado, portanto uma obrigação a um direito conferido a
esses homens.
A falta de informação nos meios de comunicação também influencia o
crescimento das morbidades específicas do grupo masculino, dificultando a sua
divulgação entre as classes menos privilegiadas e, provavelmente, determinando o
baixo conhecimento e sua baixa popularidade nesses últimos 3 (três) anos,
conforme informa a literatura específica.
Isso também diz respeito à identificação dos problemas relacionados à sua
implantação, viabilização e cultura, pois há um desconforto geral porque muitos
homens vêem a sua masculinidade ameaçada, devido à forma como se construiu os
padrões masculinos de gênero na sociedade. Nessa condição a busca pelo serviço
pode indicar que haja certa fragilidade daquele que vai ao médico, mas alguns
homens ainda vêem este programa com certo receio. Descaracterizam sua
sexualidade, em face de essa fragilidade, “coração mole”, sensibilidade apurada.
Esses componentes são características feminilidades, não dizem respeito à
condição do verdadeiro homem que não aceita a condição do “sexo frágil” em geral
atribuída à mulher. É por isso que eles não procuram a unidade de saúde,
constituindo-se um grande problema de saúde pública em face ao aumento dos
índices de morbimortalidade.
No dia 02 de Outubro comemora-se o “Dia do Programa Saúde do Homem”,
ou seja, o ano da sua fundação, que nem sempre está sendo lembrado. O governo
divulgou através de meios de comunicação neste mês referido o “TOCANDO
SALVADOR DE ROSA” (OUTUBRO ROSA), onde dar maior ênfase ao câncer de
mama em mulher, quanto, ao nosso ponto de vista, este deveria ter tido um
destaque especial voltado para o homem, devido a existência de campanhas
voltadas para o câncer de mama em mulher.
Indicadores que atentam para precário funcionamento do Programa
Saúde Homem na ESF
Revela o aumento de portadores de DTS, que são crescentes ainda em pleno
século XXI, devido á falta de informação, ou muitas vezes aos preconceitos.
30
Algumas pessoas ainda continuam achando que através de um aperto de mão, um
abraço pode se contrair ou se contaminar por uma doença incurável. Sabemos que
a maioria dessas doenças só se transmite através de relações sexuais e
compartilhamento de perfuro cortante, entre outros. Isso dificulta, muitas vezes, o
atendimento e a prevenção, porque algumas pessoas podem achar que o homem é
o causador e /ou portador de males incuráveis. Trata – se de um conjunto de mitos
que ficaram “impregnados“ até hoje na mente das pessoas da comunidade e mesmo
no meio familiar dos pacientes, mesmo numa sociedade moderna, em plena
expansão tecnológica.
O governo quando instituiu o Programa de Prevenção da Saúde do Homem,
estabeleceu algumas medidas que poderiam estar ajudando bastante na educação
desses homens. Parte dessas medidas, entretanto, não foi implantada e não saíram
do papel. Nesse sentido, palestra para a população masculina em sala de espera
nas unidades de saúde, treinamentos que poderiam ser realizados com as equipes
de atendimento para melhorar a mão de obra e torná-la qualificada, a educação
continuada e as equipes já treinadas não foram adiante, pelo menos é o que revela
os profissionais que atuam nas unidades de saúde que atendem homens na capital
de Salvador. Deveria haver uma reestruturação na equipe multiprofissional, de modo
a hierarquizar adequadamente a triagem, o encaminhamento e o atendimento,
mesmo em unidades de referências. Então, o que se vê é uma desorganização que
parte provavelmente do nível central e que deve estar relacionada à questão de
recursos para a gestão deste programa. Uma falha que pode estar na estrutura ou
no processo de desenvolvimento dessas ações integradas, sem dúvida, repercutindo
nos resultados na ponta do sistema.
Funcionários desqualificados atendem a estes homens nas unidades de
saúde, que não sabem o que fazer diante, das doenças. É por isso que estes
homens evitam procurar o atendimento médico gratuito, assim só procuram as
unidades de saúde apenas por causa da entrega de preservativos.
Os enfermeiros enfrentam, muitas vezes, dificuldades para aproximar-se
dessa classe social, pois as questões de gênero podem influenciar o sexo (homem)
que deveria ser atendido num 3° (terceiro) turno, com uma equipe de profissionais
exclusivamente designados para este fim. Por muitas vezes sobrecarregam-se ao
atender vários programas ao mesmo tempo, não permitindo, desse modo, um
31
atendimento humanizado. A clientela diante dessas dificuldades deixa de procurar
ou passa a desacreditar no serviço prestado a essa parcela da população.
32
7. CONCLUSÃO
De acordo com a leitura dos artigos referentes à saúde do homem, podemos
identificar que eles têm uma tendência a procurar os serviços de saúde no papel de
acompanhante de filhos e esposa ou em último caso, quando a doença já está
instalada e eles precisam curar-se desses agravos.
Com essa atitude, os homens deixam de prevenir-se de doenças e na maioria
dos casos, quando procuram um atendimento de saúde para tratar a patologia
diagnosticada já não há mais o que fazer devido aos fatores culturais que impedem
de se expor e dizer que possui uma doença. Fica caracterizada como demonstração
de fraqueza, não sabendo eles a importância da promoção e prevenção frente às
políticas de Saúde Públicas.
Constatamos também no discurso dos autores que, como o homem é visto
pela sociedade como ser invulnerável, ele acaba buscando menos cuidado e, assim,
ficando mais susceptível pondo em risco sua saúde.
Os gestores, algumas vezes, também, impedem o profissional de exercer um
atendimento de qualidade, visto que, alguns desses membros da equipe de saúde
não possuem uma estrutura física adequada para prestação de serviço, realizando
assim uma assistência menos humanizada.
Observou-se, que não há melhorias nas formas de: contrato de trabalho;
aumentos salariais. E que a falta de profissionais capacitados, qualificados,
treinados e sensibilizados para com o atendimento à população masculina, contribui
significativamente com a recusa e a falta de interesse dos homens em buscar um
atendimento de saúde, pois quando existe a procura ao atendimento, este é de
péssima qualidade, fazendo assim com que os homens evitem ao máximo essa
busca.
São alguns dos importantes desafios para uma excelente qualidade no
atendimento diferenciado dos serviços de saúde, até que os governantes e os
gestores se mobilizem nesse sentido.
Sem dúvida, a melhoria da condição e do exercício profissional refletirá em
excelentes atendimentos de saúde à população e em especial a masculina, de forma
que esse público alvo encontre um maior apoio com serviços qualificados, para que
33
os homens possam prevenir doenças antes que as mesmas se instalem
comprometendo sua saúde de forma irreparável.
O enfermeiro terá que fazer parcerias com demais programas de saúde
existentes, como HIPERDIA, DST´s / AIDS. Falar com as mães, esposas/
companheiras e filhas que vão às unidades de saúde para serem atendidas pelo seu
Programa Saúde da Mulher (pré-natal, planejamento familiar, entre outros) e quando
levar os filhos para essas unidades, irem sempre acompanhadas pelos homens. No
PROSAD (Programa Saúde do Adolescente) abordar separadamente os
adolescentes–homens e preparando-os para serem adultos saudáveis, unindo
forças e estratégias no controle da saúde deles. Aproveitando a sala de espera e
fazerem palestras para estimular os homens, explicando a importância que um
simples ato de higiene íntima evita doenças do pênis, entre outros.
A equipe de enfermagem deve conscientizar com demonstração expositiva
para ele, que a falta de promoção da saúde (Atenção Primaria) propicia um índice
elevado de morbimortalidade nos indivíduos do sexo masculino que continua sendo
acometidos por doenças oportunistas maiores que as mulheres.
Sensibilizar população masculina quanto à necessidade de ter uma boa
saúde e, assim, não irá prejudicar suas rotinas trabalhistas e familiares já que eles
são mantenedores do lar.
Assim eles devem procurar os serviços de saúde, semelhante às mulheres
desmistificando as heranças culturais e padrões tradicionais, de forma que comecem
a cuidar de si.
Sabemos que é um desafio na práxis do enfermeiro, o desenvolvimento
dessas ações, mas que eles devem continuar apesar das dificuldades e, quando os
homens não forem às unidades, a equipe de enfermagem deve ir até eles.
Cabe á equipe que trabalha nas USF junto com os ACS (Agentes de
Comunitário de Saúde) fazer atividade “extra muro” para estimular a adesão desses
homens junto aos serviços de saúde. Ela deve ir á comunidade, na tentativa de
desenvolver ações, quais sejam: palestras sócias educativas; visitar as escolas e
associações; tentar parcerias com empresas. Só assim conseguiremos chegar a
essa classe aqui exposta.
34
Diante do exposto e, levando em consideração a escassez de recursos, ficam
evidentes as ações que o enfermeiro poderia realizar para minimizar os problemas já
elencados.
35
8. REFERÊNCIAS
BARROS, Aidil de Jesus Paes de; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. 15.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.
BRASIL. Ministério da Saúde – PROSAD (Programa de Saúde do Adolescente), Bases Programáticas, Brasília, Novembro, 1989, P.9-20
BRASIL. Ministério da Saúde – Programa de Saúde do Homem, PROJETO SAÚDE DO HOMEM, Brasília, 2008 BRASIL. Ministério da Saúde – Programa de Saúde da Mulher, Brasília, 2010
BRASIL. SENADO FEDERAL. Institui o dia 2 de outubro como Dia Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Decreto nº 117 de 25 de março de 2011. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/atividade/materia/getPDF.asp?t=87988&tp=1>. Acessado em: 31 mai. 2011. BRÊTAS, Roberto da Silva; OLIVEIRA, José de Rodrigo; AGUIAR JÚNIOR, Wagner. Doenças sexualmente transmissíveis. In: BRÊTAS, Ana Cristina Passarela; GAMBA, Mônica Antar. (Orgs.) Enfermagem e saúde do adulto. Barueri, SP: Manole, 2006. p.249-263. CARRARA, Sérgio; RUSSO, Jane A.; FARO, Livi. A política de atenção à saúde do homem no Brasil: os paradoxos da medicalização do corpo masculino. Physis, Rio
de Janeiro, v.19, n.3, 2009, p.659-678. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/physis/v19n3/a06v19n3.pdf>. Acesso em: 10 mar.2011. CASTRO, Aldemar Araújo. Revisão sistemática e meta-análise. [on line]. Disponível em:
<http://metodologia.org/wp-content/uploads/2010/08/meta1.PDF>. Acessado em: 31 mai. 2010 GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo:
Atlas, 2008. GOMES, R. Levantamento sobre a produção bibliográfica da saúde coletiva acerca da masculinidade. Atividade da pesquisa do CNPq. A construção da masculinidade como fator impeditivo do cuidar de Si, 2003-2006, Fio Cruz, Rio
de Janeiro GOMES, Romeu; REBELLO, Lúcia Emília F. de Sousa; NASCIMENTO, Elaine Ferreira do. Medos sexuais masculinos e política de saúde do homem: lacunas e desafios. In: MEDRADO, Benedito; LYRA, Jorge; AZEVEDO, Mariana; BRASILINO, Jullyane. Homens e masculinidades: práticas de intimidade e políticas públicas.
Recife: Instituto Papai, 2010. p.95-108.
36
SAMPAIO, Rosana F.; MANCINI, M.C. Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica. Rev. bras. fisioter, São Carlos, v. 11, n.
1, fev. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php>. Acessado em: 31 mai. 2011. SCHRAIBER, Lília Blima; GOMES, Romeu; COUTO, Márcia Thereza. Homens e saúde na pauta da Saúde Coletiva. Ciência & Saúde Coletiva, n.10, v.1, 2005. p. 7- 17. Disponível
37
9. ANEXOS
ANEXO 1.
Tabela 1: Quantidade de Vasectomias realizadas no Brasil (2000 - 2009): Obs.: é importante ressaltar que o homem vasectomizado pode ter uma vida sexual normal:
2001 7.798
2002 12.960
2003 19.103
2004 26.466
2005 25.647
2006 34.111
2007 37.245
2008 35.015
2009 34.144
Fonte: VIGITEL (http:// portal.saúde. gov.br) –Saúde do Homem
Tabela 2: Taxa de mortalidade por Câncer de Próstata no Brasil (2000 – 2006):
2000 10,18
2001 10,08
2002 11,16
2003 11,83
2004 12,52
2005 13,06
2006 13,93
Fonte: VIGITEL (http:// portal.saúde. gov.br) –Saúde do Homem
38
Tabela 3: Índice de Obesidade em mulher e homem no Brasil (2006- 2008):
VARIÁVEIS 2006 2007 2008
% % %
OBESIDADE (MULHER) 11,5 12 13,6
OBESIDADE (HOMEM) 11.3 13,2 12,4
Fonte: VIGITEL (http:// portal.saúde.gov.br) –Saúde do Homem
Tabela 4: Tabagismo no Brasil de 2000-2008:
POPULAÇÃO MASCULINA 47%
Fonte: VIGITEL (http:// portal.saúde. gov.br) –Saúde do Homem
Tabela 5: Índice Sedentarismo no Brasil de 2000-2008: Percentual de indivíduos fisicamente inativos por sexo segundo idade
Variáveis Total Masculino Feminino
Idade(anos) % % %
18 a 24 26,2 26,0 26,3
25 a 34 21,4 26,7 16,6
35 a 44 21,7 28,1 16,2
45 a 54 24,3 29,8 19,5
55 a 64 31,8 34,1 30,00
65 e mais 53,6 51,7 53,2
Fonte: VIGITEL (http:// portal.saúde.gov.br) –Saúde do Homem
39
Tabela 6: Índice de Hipertensão Arterial Sistêmica no Brasil (2006- 2008) Percentual de pessoas com HAS diagnosticada por médicos:
ANO 2006 2007 2008
MASCULINO 18,4 20,3 20,3
FEMININO 24,4 25,1 25,5
BRASIL 21,6 22,9 23,1
Fonte: VIGITEL (http:// portal.saúde. gov.br) –Saúde do Homem
Tabela 7: Índice com causas básicas relacionadas ou associadas ao Álcool no Brasil 2000-2006
SEXO MASCULINO
Ano TOTAL DE ÓBITOS
2000 552.127
2001 561.166
2002 571.402
2003 582.810
2004 593.750
2005 582.311
2006 576.380
TOTAL 4.019.946
Fonte: VIGITEL (http:// portal.saúde. gov.br) –Saúde do Homem
Tabela 8: Incidência de Câncer no Brasil estimativa 2008-2009
LOCALIZAÇÃO PRIMARIAS DE
NEOPLASIAS MALIGNA
N° DE CASOS
Pele não Melanoma 55.890
Próstata 49.530
Traqueia, brônquio, pulmão. 17.810
40
Estômago 14.080
Colon e Reto 12.490
Cavidade Oral 10.380
Esôfago 7.900
Leucemia 5.220
Pele Melanoma 2.950
TOTAL 176.250
Fonte: INCA / 2011
Tabela 9: Índice de nascidos vivos entre 2007-2008
Esperança de Vida ao
nascer
SEXO 2007-2008
Ambos os sexo 72,57
Homens 38,82
Mulheres 76,44
Fonte: IBGE / 2011
Tabela 10: Ranking das causas de internação no SUS, na faixa etária de 15 a 59, Brasil 2006.
Internação de 15 a 59 anos Sexo Masculino
Causa externa de morbidade e
mortalidade
408.411
Lesões – causas externas 398.638
Transtornos mentais e comportamentais 369.901
Doença do aparelho digestivo 301.663
Doença do aparelho circulatório 246.157
Doença do aparelho respiratório 199.924
41
Algumas doenças parasitárias e
infecciosas
183.772
Doença do aparelho geniturinário 114.142
Doença do sistema osteomuscular e
tecido conjuntivo
103.244
Doença do sistema nervoso 66.370
Doença da pele e do tecido subcutâneo 49.874
Doença endócrina, nutricionais e
metabólicas.
49.421
Doença do olho e anexo 15.837
Doença do sangue 13.334
Doença do ouvido e da apófise mastoide 3.272
TOTAL
Fonte: INCA / VIGITEL (http:// portal.saúde. gov.br) –Saúde do Homem