FARMACOGNOSIA
Matéria-Prima Vegetal
2011.1
O que é farmacognosia ?
A palavra Farmacognosia vem de dois vocábulos gregos e quer
dizer Pharmakon “droga e fármaco” gnosis “conhecimento”.
“Farmacognosia é uma ciência que estuda todas as drogas de origem
natural (vegetal, animal, mineral e microbiana), deste o plantio, coleta,
armazenamento até os mecanismos de ações, dosagem e efeitos
colaterais.
Conceitos Gerais
Plantas Medicinais: Todo e qualquer vegetal que possui, em um ou mais órgãos,
substâncias que podem ser utilizadas com fins terapêuticos ou que sejam
precursores de fármacos semi-sintéticos.
Droga Vegetal: planta medicinal, ou suas partes, que contenham as substâncias,
ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de
coleta, estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo estar na forma
íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada.
(RDC nº 14, 2010)
Conceitos Gerais
Plantas Medicinais: Todo e qualquer vegetal que possui, em um ou mais órgãos,
substâncias que podem ser utilizadas com fins terapêuticos ou que sejam
precursores de fármacos semi-sintéticos.
Fitocomplexo: substâncias originadas no metabolismo primário e/ou secundário
responsáveis, em conjunto, pelos efeitos biológicos de uma planta medicinal ou de
seus derivados.
(RDC nº 14, 2010)
Conceitos Gerais
Marcador: composto ou classe de compostos químicos (ex: alcalóides,
flavonóides, ácidos graxos, etc.) presentes na matéria prima vegetal,
preferencialmente tendo correlação com o efeito terapêutico, que é utilizado como
referência no controle da qualidade da matéria-prima vegetal e do medicamento
fitoterápico.
Matéria-prima vegetal: compreende a planta medicinal, a droga vegetal ou o
derivado vegetal.
(RDC nº 14, 2010)
Fatores que afetam a qualidade da
matéria-prima vegetal (MPV)
Variação da
composição química
Contaminação Partes estranhas
MPV
Identidade
Identidade Botânica
É importante saber qual é a planta está sendo utilizada!
Problemas de identidade
- Adulteração
- Falsificação
- Ignorância
- Substituição
Partes estranhas
Presença de partes não interessantes do vegetal
Insetos, terra, etc.
A – Peumus boldo
(boldo do chile)
B – Coleus barbatus
(boldo brasileiro)
C – Vernonia condensata
(boldo japonês) A
B C
A – Passiflora alata (maracujá doce)
B – Passiflora edulis (maracujá suco)
A B
Identidade Botânica
Identidade Botânica
Melissa officinalis
(erva cidreira verdadeira)
Cymbopogon citratus
(capim limão)
Lippia alba
(erva cidreira brasileira)
Obtenção de matérias-primas vegetais
Cultivo x Extrativismo
Fatores que afetam a qualidade da matéria-prima
vegetal (MPV)
Variação da composição química
Extrativismo - condições diferenciadas de crescimento
(temperatura, luminosidade, latitude/altitude)
estágio de desenvolvimento do vegetal
Coleta inadequada (partes não interessantes)
Pré-secagem (Ex. ao sol p/ óleos voláteis)
Armazenamento inadequado - Umidade elevada
Secagem inadequada - Substâncias termolábeis
- Umidade residual elevada (MO)
Fatores que afetam a qualidade da matéria-prima
vegetal (MPV)
Variação da composição química
Vantagens do Cultivo:
- Evita coleta predatória
- Cultura abundante e de qualidade
- Coleta no mesmo estágio de maturidade
- Possibilidade de melhoramento genético
Cultivo de Plantas Medicinais
Cortes transversais de folhas.
A= folha crescida ao sol;
B= exposta à meia luz;
C= folha de sombra
Plântulas de fava de 3 semanas de idade.
A= mantida no escuro;
B= na luz
Efeito da luminosidade
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 5 10 15 20 25 27 30 33 35 40 45 50
temperatura (°C)
ótimo
máximomínimo
Efeito da Temperatura
Influência na composição química
Efeito do solo - Principais nutrientes
Macronutrientes
Nitrogênio
Fósforo
Potássio
Cálcio
Magnésio
Enxofre
Função na planta
Crescimento da parte aérea
Floração e frutificação
Crescimento das raízes e resistência a doenças
Crescimento das raízes e fecundação
Composição da clorofila e ativador das enzimas
Síntese de clorofila e absorção de gás carbônico
Composição do óleo essencial da camomila (Chamomilla recutita (L.) Rauschert
(Correa Júnior, 1994)
0
10
20
30
40
1 2 3 4 5 6
Colheitas
Te
or
(%)
Bisabolool
Chamzuleno
SAZONALIDADE
COLETA
COLETA
• É essencial que se prepare uma exsicata para a
identificação botânica e que a seleção do material
coletado seja feito com cuidado.
COLETA
• Evitar coletar partes do vegetal afetados por doenças,
parasitas, materiais estranhos ou partes da planta que não
sejam de interesse para a investigação.
• Registrar local, hora, data de coleta na ficha de dados.
Planta Fresca
Matéria-prima
vegetal
Seleção
Limpeza
Bioeliminação
Estabilização/Secagem
Redução
Coleta
Armazenamento
Ações de Transformação da Matéria-Prima Vegetal
Seleção e Limpeza
Estabilização
Manutenção da composição química de drogas vegetais, evitando transformações
enzimáticas que poderão provocar inativação.
Métodos de Estabilização
1) Destruição de enzimas pelo álcool à ebulição
2) Destruição das enzimas pelo calor úmido
-Vapor de álcool
-Vapor de água
3) Calor seco
Aspectos relevantes
Teor de umidade Frutos > Flores > Folhas > Raízes > Cascas > Caules > Sementes
Estabilidade dos princípios ativos
Termolábil (temp < 40 0C)
Degradação enzimática (temp. 55-60 0C)
Termolábil e degradação enzimática (vapores de EtOH e T < 40 0C)
Secagem
Operação de Secagem
Material
vegetal
Secagem
tipo de órgão
vegetal
dimensão
estabilidade
dos constituintes
teor de
umidade
temperatura
de secagem
duração da
operaçãocapacidade de
produção
equipamento
teor de
umidade final
Influência das Condições de Secagem(Alecrim pimenta)
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
Ar ambiente 40 oC 50 oC 60 oC 70 oC
Te
mp
o d
e s
ec
ag
em
(m
in)
83,2
83,6
84
84,4
84,8
85,2
planta
fresca
ar
ambiente
40 oC 50 oC 60 oC 70 oC
Te
or
de
tim
ol (%
)
Influência das Condições de Secagem(Alecrim pimenta)
UMIDADE RESIDUAL
Teor de umidade em órgãos vegetais
Órgão vegetal Umidade no órgão
fresco (%)
Umidade permitida na
droga (%)
Casca
Folha
Flor
Fruto
Raiz
Rizoma
Semente
50 a 55
60 a 98
60 a 95
15 a 95
50 a 85
50 a 85
10 a 15
8 a 14
8 a 14
8 a 15
8 a 15
8 a 14
12 a 16
12 a 13
Divisão(moagem)
Redução do tamanho de partícula através da aplicação de um força mecânica
Objetivos:
- facilitar manipulação
- transporte
- embalagem e armazenamento
- mistura e extração
Mecanismos:
- concussão (impacto)
- atrito
- corte
- combinação das anteriores
Fatores que influenciam a operação:
- tipo de moinho
- duração da operação
- tipo da droga
- granulometria do material de entrada
Tipo de
moinhoAção
Granulometria(N. tamis mesh*)
Uso Uso
desaconselhado
Facas
Martelos
Rolos
Atrito
Energia
fluida
Corte
Impacto
Pressão
Atrito
Atrito e
impacto
20 a 80
4 a 325
20 a 200
20 a 200
1 a 30
* mesh= n. aberturas/polegada (2,56 cm) linear do tamis
mat. fibrososm.p. anim./ veg.
quase todos mat.
mat. moles
mat. moles/ fibrosos
mat. moderadamenteduros e friáveis
mat. friável
mat. abrasivo
mat. abrasivo
mat. abrasivo
mat. moles e aderentes
Divisão(moinhos)
Tipos de Moinho
Moinho de facas
Moinho de martelos
Moinho de rolos
Classificação MAIORIA 40 %
Granulometria de Pós
Expressa pela referência à abertura de malha do tamis utilizado
Pó fino 180 m
Pó finíssimo 125 m
Pó grosso 1,70 mm 355 m
Pó moderadamente grosso 710 m 250 m
Pó semi-fino 355 m 180 m
Análise Granulométrica
Amostras de droga vegetal
Passagem por vibração através de tamises tarados
Abertura de malha nomimal:
0,800; 0,635; 0,315; 0,200; 0,071 e 0,063mm
Condições operacionais:
60 vibrações/minutos durante 15 minutos
Pesar
Massa das frações retidas nos tamises e no coletor
25 - 100 g (pó grosso a semi-fino)
< 25 g ( pó fino a muito fino)
Classe
granul.
(mm)
Intervalo
de malha
(mm)
Dim. média
de malha
(mm)
Fração retida
acumulada
(%)
Fração
retida
(%)
Fração
Passagem
(%)
> de 0,800
0,800-0,635
0,635-0,315
0,315-0,200
0,200-0,071
0,071-0,063
0,063-0,000
-
0,165
0,320
0,115
0,129
0,08
0,063
-
0,7175
0,4750
0,2575
0,1355
0,0670
0,0315
0,57
4,50
35,07
25,27
19,53
4,46
10,6
0,57
5,07
40,14
65,41
84,94
89,40
100,0
99,47
94,97
59,90
34,63
15,10
10,60
0
Análise Granulométrica
Análise Granulométrica
0
5
10
15
20
25
30
35
40
>0,800 0,7175 0,475 0,2575 0,1355 0,067 0,0315
Fre
qu
en
cia
(%
)
Marca da Classe/Abertura de massa (mm)
Curva cumulativa de retenção e passagem
Marca
Classe
> 0,800
0,7175
0,4150
0,2575
0,1355
0,0670
0,0315
99,47
94,97
59,90
34,63
15,10
10,60
0
FR(%)
0,57
5,07
40,14
65,41
84,94
89,40
100,0
FP(%)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00
Abertura de malha (um)
Fre
qu
ên
cia
(%
)
Fração retida
Fração passagem
Estocagem da matéria-prima vegetal
Prazo de validade
Embalagem • manutenção das características• identificação
Local • área especial• umidade, temperatura e luz• limpeza
ARMAZENAMENTO
Estocagem da matéria-prima vegetal
Tempo de de armazenamento de drogas vegetais
Droga vegetal Tempo (anos)
Arnica montana (flores)
Calendula officinalis (flores)
Cascara sagrada (cascas)
Matricaria recutita (flores)
Mentha piperita (folhas)
até 3 anos
até 3 anos
até 3 anos
máximo 2 anos
máximo 2 anos
(HANKE, 1990)
Ficha de Informações Agronômicas
1- Nome do fornecedor
2- Endereço:
3- Espécie: nome científico: nomes populares:
identificado por:
4- Data da coleta: Hora: Condições do tempo:
5- Parte colhida:( )Raízes ( )Ramos/hastes ( )Folhas ( )Frutos ( ) sementes
6- Fase de desenvolvimento :( )vegetativo ( )floração ( )maturação ( )frutif.
7- Método de secagem:( ) Sombra ( ) sol ( ) outros
8- Tempo de secagem: Temperatura:
9- Ocorrência: ( ) cultivada ( ) espontânea
10- Tipo de solo: ( )argiloso ( ) médio ( ) arenoso ( ) orgânico
11- Área irrigada: ( )sim ( ) não 12 - Origem da água
12 - Ocorrência de pragas e doenças:
12 - Observações complementares:
data Assinatura do informante