FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: Avaliação dos principais problemas causados pela produção agrícola moderna em Figueira D´O este - distrito de Engenheiro Beltrão - Pr.
Autor Angelina Maria Marioti Felício
Escola de Atuação Escola Estadual Getúlio Vargas
Município da escola Engenheiro Beltrão
Núcleo Regional de Educação
Campo Mourão
Orientador Cláudia Chies
Instituição de Ensino Superior
FECILCAM
Disciplina/Área Geografia
Produção Didático-pedagógica
Caderno Pedagógico
Relação Interdisciplinar
-
Público Alvo
Alunos de 7ª série A - matutino
Localização
Escola Estadual Getúlio Vargas - Avenida Brasília, distrito de Figueira D´Oeste – município de Engenheiro Beltrão - Paraná
Apresentação
Com a modernização da agricultura, as atividades produtivas deste setor se tornaram mais intensas, tendo como consequência direta, a alta produtividade, necessitando cada vez mais de áreas de plantio e de maior quantidade de insumos, o que alterou a vida no campo, o ecossistema, e causou enorme desajuste social, econômico e graves impactos ambientais. Neste
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sentido, o presente trabalho tem por objetivo conceituar os defensivos agrícolas, caracterizar o uso e aplicação dos mesmos, bem como enfocar os problemas da contaminação da água e do solo causados pelo uso de agrotóxicos, a partir da investigação do processo de modernização da agricultura, apontando problemas e alternativas quanto a este processo. Por meio de entrevistas com agricultores, estudos bibliográficos sobre o tema proposto, trabalhos de campo, que mostrem as consequências do uso abusivo que os agrotóxicos podem trazer à população e ao meio ambiente, pretende-se levar à reflexão sobre sustentabilidade, a fim de promover mais qualidade do ensino que impacte na melhoria da qualidade de vida da população local.
Palavras-chave modernização da agricultura; agrotóxicos; impactos ambientais; sustentabilidade.
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FACULDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS E LETRAS DE CAMPO MOURÃO -
FECILCAM
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
ANGELINA MARIA MARIOTI FELICIO
AVALIAÇÃO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS CAUSADOS PELA
PRODUÇÃO AGRÍCOLA MODERNA EM FIGUEIRA D´OESTE - DISTRITO
DE ENGENHEIRO BELTRÃO - PR.
CAMPO MOURÃO
AGOSTO DE 2011
ANGELINA MARIA MARIOTI FELICIO
AVALIAÇÃO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS CAUSADOS PELA
PRODUÇÃO AGRÍCOLA MODERNA EM FIGUEIRA D´OESTE - DISTRITO
DE ENGENHEIRO BELTRÃO - PR.
Material Ditático a ser utilizado na Escola Estadual Getúlio Vargas de Figueira D´Oeste – distrito de Engenheiro Beltrão – Paraná por meio do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE.
Orientadora: Prof. Me. Cláudia Chies
CAMPO MOURÃO
AGOSTO DE 2011
VOCÊ É MUITO ESPECIAL…
…por isso, preparei este material com muito carinho para você. Espero que cada página o leve a conhecer um pouco mais sobre o distrito de Figueira D´Oeste, sua geografia tanto natural quanto social, sua história, sua economia, seus
problemas, sem esquecer o ser humano que é parte integrante deste ambiente.
Aqui você encontrará muitas sugestões de atividades para avançar em sua exploração sobre a modernização da
agricultura e os impactos ambientais provocados pelo uso excessivo de agrotóxicos no distrito, e também refletir sobre a
importância da sustentabilidade na agricultura e assim construir novos conhecimentos para melhorar a qualidade de
vida de toda sociedade.
Com carinho
Professora Angelina Maria Marioti Felicio
“O rio atinge seus objetivos porque aprendeu a contornar obstáculos”. Lao-tesé (séc. V a.C.), filósofo chinês
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 7
2. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 8
3. SERÁ QUE SABEMOS O QUE COMEMOS? ................................................ 9
4. BREVE HISTÓRICO DA AGRICULTURA .................................................... 10
4.1. HISTÓRICO DA ATIVIDADE AGRÁRIA NO MUNDO ............................... 11
5. A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA NO BRASIL ................................ 13
6. CAFÉ: OS GRÃOS QUE JÁ FORAM O ORGULHO PARANAENSE ........... 15
7. PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DA
MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA ........................................................... 19
8. O USO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS NO BRASIL E NO PARANÁ ........ 21
8.1. CLASSIFICAÇÃO TOXICOLÓGICA DOS AGROTÓXICOS ..................... 23
9. SUSTENTABILIDADE NA AGRICULTURA ................................................. 25
10. APRESENTANDO O MUNICÍPIO DE ENGENHEIRO BELTRÃO – “CIDADE
ALEGRIA”......................................................................................................... 27
11. FIGUEIRA D´OESTE DISTRITO DE ENGENHEIRO BELTRÃO PARANÁ:
ÁREA DE ESTUDO .......................................................................................... 28
12. HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO DO DISTRITO DE FIGUEIRA D’OESTE .... 30
13. MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA DO DISTRITO DE FIGUEIRA D’OESTE .. 33
14. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 41
15. REFERÊNCIAS .......................................................................................... 42
16. APÊNDICE ................................................................................................. 44
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1. APRESENTAÇÃO
Com a modernização da agricultura, as atividades produtivas deste setor se tornaram mais intensas, tendo como consequência direta, a alta produtividade, necessitando cada vez mais de áreas de plantio e de maior quantidade de insumos, o que alterou a vida no campo, o ecossistema, e causou enorme desajuste social, econômicos e graves impactos ambientais. Neste sentido, o presente trabalho tem por objetivo conceituar os defensivos agrícolas, caracterizar o uso e aplicação dos mesmos, bem como enfocar os problemas da contaminação da água e do solo causados pelo uso de agrotóxicos, a partir da investigação do processo de modernização da agricultura, apontando problemas e alternativas quanto a este processo. Por meio de entrevistas com agricultores, estudos bibliográficos sobre o tema proposto, trabalhos de campo, que mostrem as consequências do uso abusivo que os agrotóxicos podem trazer à população e ao meio ambiente, pretende-se levar à reflexão sobre sustentabilidade, a fim de promover mais qualidade do ensino que impacte na melhoria da qualidade de vida da população local. Palavras - chave: modernização da agricultura; agrotóxicos; impactos ambientais; sustentabilidade.
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2. INTRODUÇÃO
A agricultura paranaense passou por profundas transformações nos últimos anos, assim como no restante do país. Houve a incorporação de novas áreas à agricultura e a intensificação da mecanização, desmatamento em excesso, inclusive em áreas de preservação, uso de sementes melhoradas, fertilizantes químicos e o crescente uso de agrotóxicos. As inovações da modernização da agricultura paranaense tiveram início por volta de 1970/75, e consolidaram-se a passos largos. Várias medidas foram estabelecidas pelo Banco Central para facilitar a compra de insumos pelos agricultores. Com referência aos agrotóxicos, constata-se que passaram a ser utilizados em larga escala a partir da Segunda Guerra Mundial, o seu uso, juntamente com outras tecnologias integraram a segunda revolução agrícola da história. Vale ressaltar que o uso indiscriminado produz reflexos indesejados, representados por contaminação do ar, das águas, do solo, de alimentos, intoxicação humana, resistência de pragas entre outros. O surgimento de novas pragas fez aumentar o uso de agrotóxicos nas lavouras, fez crescer também o número de novos produtos, e aumentou a ocorrência de efeitos adversos. Inimigos naturais das pragas eram eliminados e as pragas sem importância passavam a principais, por não terem mais seus predadores naturais. Nesse sentido, há a necessidade de implementação de políticas de educação para o uso correto de agrotóxicos, alertar e conscientizar toda a população para os diversos problemas ligados ao uso de tais produtos e também instruir práticas alternativas de produção.
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3. SERÁ QUE SABEMOS O QUE COMEMOS? QUESTIONÁRIO A SER APLICADO PARA AVALIAÇÃO INICIAL A RESPEITO DA OPINIÃO DOS ALUNOS SOBRE AGROTÓXICOS.
1- VOCÊ SABE O QUE SÃO AGROTÓXICOS ? 2- QUE OUTROS NOMES SÃO DADOS AOS AGROTÓXICOS? 3- ONDE SÃO USADOS OS AGROTÓXICOS? 4- QUEM ESTÁ EXPOSTO AOS AGROTÓXICOS? 5- COMO OS AGROTÓXICOS AFETAM O MEIO AMBIENTE? 6- VOCÊ CONHECE ALGUM TIPO DE AGROTÓXICO? QUAL OU QUAIS? 7- COMO OS AGROTÓXICOS PODEM AFETAR A SUA SAÚDE? 8- EXISTE AGROTÓXICO QUE MATA SÓ UM TIPO DE PRAGA DA LAVOURA? 9- OS AGROTÓXICOS SÃO TÓXICOS SÓ PARA AS PRAGAS DA LAVOURA OU TAMBÉM PARA O
HOMEM? 10- VOCÊ SABE O QUE É AGRICULTURA SUSTENTÁVEL? 11- VOCÊ ACHA QUE É POSSÍVEL PRODUZIR SEM O USO DE AGROTÓXICOS?
Leia com atenção, os trechos da letra da música de Milton Nascimento e Chico Buarque, “Cio da Terra” e realize as seguintes atividades. O Cio da Terra Milton Nascimento e Chico Buarque
Debulhar o trigo Recolher cada bago de trigo (...)
Decepar a cana Recolher a garapa da cana
(...) Afagar a terra Conhecer os desejos da terra Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão. Discutir com os alunos as seguintes perguntas:
� O que essa música exemplifica?
REFLEXÃO ORAL Quais alimentos você consome no seu dia a dia? Você sabe a origem desses alimentos? Como você acha que ocorre a produção agrícola desses alimentos? Você conhece alguma área de cultivo desses alimentos?
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� O que é agricultura?
Em dupla
1- Fazer uma lista de 10 produtos agrícolas e elaborar uma tabela que mostre a origem dos produtos, o tipo de tecnologia usado na sua produção e quem os comercializa.
2- Dos produtos listados quais são produzidos no próprio município? 3- Quais são produzidos fora do município e qual o trajeto que esses
produtos fazem para chegar até a sua cidade? 4- Discutir alguns problemas causados pela agricultura mesmo com todo o
avanço tecnológico.
A agricultura é uma das mais antigas
atividades humanas. O homem transforma
o espaço em que vive de várias maneiras.
Uma delas consiste na atividade agrária.
A agricultura é uma atividade
produtiva de grande importância para o
homem, pois é a partir dela que temos o
nosso sustento. Existem três fatores
ligados à produção agrícola: o físico, como
o solo e o clima; o fator humano, que corresponde à mão de obra em seu
desenvolvimento; e o fator econômico, que se refere ao valor da terra e o nível
de tecnologias aplicadas na produção.
Dentre os fatores naturais, o clima é o que exerce maior influência no
desenvolvimento da agricultura. Caso a chuva atrase, a lavoura fica
comprometida; se chover excessivamente, a mesma também será prejudicada.
Outro elemento natural indispensável para a agricultura é o solo. Esse é
um recurso mineral renovável essencial para os vegetais, uma vez que é nele
que a planta se desenvolve e retira nutriente e água para a germinação,
crescimento e produção de frutos.
O fator humano está ligado diretamente com a força de trabalho
empregada no plantio, nos cuidados e na colheita. Desta forma, é possível
verificar o tipo de mão de obra aplicada, a quantidade, a qualificação e também
Conceito de Agricultura
Agro em latin significa “terra
cultivada ou cultivável”. É o
conjunto de técnicas utilizadas para
cultivar plantas com o objetivo de
obter alimentos, fibras, energia,
matéria-prima para roupas,
construções, medicamentos,
ferramentas, ou apenas para
contemplação estética.
4. BREVE HISTÓRICO DA AGRICULTURA
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as relações de trabalho estabelecidas entre o empregado e o empregador, as
quais são determinadas pelo nível tecnológico inserido na produção. Assim,
quanto mais mecanizada e desenvolvida for a propriedade, menor será a
necessidade de mão de obra. (http://www.ambientebrasil.com.br).
A agricultura é uma das mais antigas atividades humana, rudimentar até
o século XVII. A origem da agricultura remonta ao início do período neolítico
(10. 000 – 6. 000 a.c.). A prática do plantio inicia-se numa região do Médio
Oriente conhecida por “Crescente Fértil”, as margens dos rios Nilo (Egito) e
Ganges (Índia), Tigre e Eufrates (Mesopotâmia - hoje Iraque) Rios Amarelo e
Azul (China), para depois espalhar-se por todo o planeta. Inicia-se aí, mais
intensa transformação do espaço geográfico. Este acontecimento teve
importância crucial para a mudança do estilo de vida das populações,
passando de nômade a sedentário. O Homem desenvolve a agricultura, a
criação de animais e surgem as primeiras aldeias primitivas.
As primeiras culturas a serem domesticadas nesta zona foram os
cereais: trigo, ervilhas, aveia, lentilhas e o linho, e os primeiros animais foram:
o cão, o porco, as cabras, as ovelhas e as vacas.
Houve um grande avanço da agricultura, através da Revolução Industrial
no século XVIII, provocando grandes mudanças com a introdução de técnicas e
métodos científicos. Esta fase, no que se refere à produção na agricultura ficou
conhecida como Revolução Agrícola.
No final do século XIX e início do século XX, os problemas de escassez
crônica de alimentos em solos europeus intensificam-se, levando a uma série
de descobertas científicas e tecnológicas: fertilizantes químicos, melhoramento
genético, máquinas e motores à combustão. Estas descobertas possibilitaram o
progressivo abandono das antigas práticas, levando a uma especialização dos
agricultores tanto nas culturas quanto nas criações.
Após a Segunda Guerra Mundial, e com o processo de descolonização
em marcha, os países desenvolvidos criaram uma estratégia de elevação da
produção agrícola mundial: a Revolução Verde. Concebida nos Estados
4.1 HISTÓRICO DA ATIVIDADE AGRÁRIA NO MUNDO
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Unidos, objetivava combater a fome e a miséria dos países mais pobres, por
meio da introdução de técnicas mais apropriadas de cultivo, mecanização, uso
de fertilizantes, defensivos agrícolas e sementes selecionadas.
No entanto, as sementes selecionadas, produzidas nos laboratórios dos
países desenvolvidos não eram geneticamente capazes de enfrentar
determinadas condições climáticas (como o clima muito quente dos trópicos),
pragas e determinados tipos de insetos. A solução consistia na utilização de
adubos, defensivos e fertilizantes também importados das nações que
subvencionaram, num primeiro momento, essas novas formas de cultivo,
aumentando assim a dependência dos países mais pobres em relação aos
países mais ricos (LUCCI. 1998).
A expansão da Revolução Verde deu-se rapidamente, quase sempre
apoiada por órgãos governamentais, pela maioria dos engenheiros agrônomos
e pelas empresas, produtoras de insumos (sementes híbridas, fertilizantes
sintéticos e agrotóxicos), além do incentivo de organizações mundiais
(EHLERS,1996).
1- Pesquise sobre os três estágios da atividade agrícola. 2- Pesquise quais foram as primeiras culturas desenvolvidas no seu
município e quais são as atuais. 3- O que é a Revolução Verde? Quando ela ocorreu? 4- Quais as relações entre a Revolução Verde e a diminuição da fome no
mundo? Essa diminuição de fato ocorreu? O problema da fome está na produção de alimentos?
PROPOSTA DE ATIVIDADES
O QUE DIFERENCIA A AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA DA AGRICULTURA
COMERCIAL?
A agricultura de subsistência é um tipo de agricultura praticada em pequenas propriedades. Esse tipo de agricultura depende da natureza, pois o agricultor utiliza poucas máquinas e não costuma adubar a terra. Os trabalhos de plantar, cuidar e colher são feitos pelo agricultor e seus familiares, com o objetivo de produzir alimentos para o consumo da própria família. A agricultura comercial é praticada em grandes propriedades com uso de muitas máquinas, adubos, inseticidas e pode ser irrigada. Utilizam mão de obra especializada e tem uma tecnologia de ponta, acarretando em alto índices de produtividade.( WIKIPEDIA.ORG).
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O processo de modernização da agricultura no Brasil tem origem na
década de 1950 com as importações de meios de produção mais avançados.
No entanto, é só na década de 1960 que esse processo vai se dar
concretamente, com a implantação no país de um setor industrial voltado para
a produção de equipamentos e insumos para a agricultura. Assim, pretendia-se
passar de uma agricultura tradicional, totalmente dependente da natureza e
praticada por meio de técnicas rudimentares, para uma agricultura mecanizada.
A década de 1960 marcou o início de um novo modelo econômico
brasileiro, substituindo o chamado modelo de substituição de importações pela
modernização do setor agrário e formação do Complexo Agroindustrial. O novo
modelo apoiava-se na oligarquia rural preocupada com as tensões no campo
geradas pelos movimentos sociais e nos setores mais modernos do capital
urbano, interessados na ampliação do seu raio de atuação (MARTINE,1987).
A agricultura brasileira teve início na região nordeste do Brasil, no século
XVI, com a criação das chamadas “Capitanias Hereditárias” e o cultivo da
cana-de-açúcar. Baseada na monocultura, na mão-de-obra escrava e em
grandes latifúndios, a agricultura se restringia à cana-de-açúcar, com alguns
cultivos diferentes para subsistência da população da região.
O caso do Paraná é bastante específico, pois sua colonização se fez
através, primeiramente, da imigração alemã, italiana, eslava, no litoral e
campos da região central do Estado, com o cultivo da erva-mate e a extração
da madeira. A ocupação da região Norte paranaense deveu-se à colonização
dirigida pela Companhia de Terras Norte do Paraná (CTPN), depois
denominada Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP), em
pequenos lotes; e a ocupação da região Oeste, deveu-se a gaúchos e
catarinenses, pequenos proprietários, expulsos de suas regiões, que vieram
para o Paraná, especialmente como
posseiros. Desta forma,
implantaram-se grande número de
pequenas propriedades, contribuindo
para uma estrutura fundiária menos
PESQUISE OS CONCEITOS DESTACADOS NO TEXTO:
5. A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA NO BRASIL
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concentrada. (GRAZIANO DA SILVA, 1982).
A partir do século XVIII com a mineração e o início das plantações de
café, é que o cultivo de outros vegetais começa a se destacar. Muitos
engenhos são abandonados e a atividade canavieira pára, devido à
transferência da mão-de-obra para a mineração e o cultivo do café. Mas o
cultivo do café, que durante todo o século XIX fez fortunas e influenciou
fortemente a política do país, começou a declinar por volta de 1902 quando a
crise atinge seu ponto alto, o Brasil produzira mais de 16 milhões de sacas de
café enquanto que o consumo mundial pouco ultrapassava os 15 milhões
fazendo com que o preço do café caísse.
Essa crise do café fez com que outros tipos de culturas fossem
valorizadas. Além do que, o aumento da urbanização do país exigia também, o
aumento de matérias-primas. Mas, só a partir da década de 1940, essa
mudança acontece de fato.
Segundo dados do último levantamento realizado pelo IBGE em
novembro de 2007, no Brasil são cultivados 58.033,075 ha de terra. Sendo que
a cana-de-açúcar ainda predomina: são produzidos 514.079,729t contra
58.197,297t da soja em grão. Quanto ao café em grão, este responde por cerca
de 2.178,246 t. (IBGE,1996).
O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social
(IPARDES) define a modernização agrícola como: “O conjunto de mudanças na
base técnica da produção e maior controle das condições do solo e dos
produtos, cujos indicadores mais comuns são o uso de tratores, adubos
químicos, defensivos e sementes selecionadas, entre outros [...].”
Os aspectos utilizados para analisar a modernização agrícola são:
mecanização, eletrificação, irrigação e conservação do solo, uso de fertilizantes
e agrotóxicos, além de outros, peculiares a certas culturas (tabela 1).
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Tabela 01 – Indicadores da modernização agrícola no Paraná
INDICADORES 1970 1980 % 1985 % 1996 %
Arados-Tração
animal
283.215 289.122 2.0 306.617 6.0 200.195 -34.7
Arados-Tração
mecânica
18.883 90.526 379.4 97.570 7.8 99.032 1.5
Máq. De plantio
e colheita
19.719 87.838 345.4 96.607 9.9 106.482 10.2
Tratores 18.619 81.727 338.9 100.919 23.4 130.828 29.6
Fertilizantes 56.424 207.011 266.9 229.143 10.7 221.754 -7.4
Defensivos - 336.664 - 340.245 1.0 326.284 -13.9
Fonte: IBGE. Org: Felicio, A.M.M. 2011
Para se ter consciência do grau tecnológico no estado do Paraná, na
década de 1970, houve um aumento substancial no número de máquinas
agrícolas e insumos modernos. As lavouras permanentes foram reduzidas em
contraposição às lavouras temporárias, sobretudo pela cultura associada da
soja e trigo. Essas questões refletiram profundamente na estrutura agrária no
Paraná (MORO, 2001).
REFLEXÃO ORAL
Você já ouviu falar no grande surto da produção cafeeira paranaense no século passado? Você sabe da representatividade do café para a economia do nosso estado? De acordo com Cancian (1981), os grãos de café um dia já foram
chamados de “ouro negro”, já se apresentaram como símbolo de riqueza e
prosperidade em grande parte do Paraná. A cafeicultura paranaense teve
grande destaque a partir das décadas de 1950 e 1960, chegando a atingir
índices de produtividade recorde em alguns anos (cerca de 20 milhões de
6. CAFÉ: OS GRÃOS QUE JÁ FORAM O ORGULHO PARANAENSE
16
sacas em 1962). O café trouxe modernização e crescimento para muitas
cidades do estado.
O Paraná assistiu ao início, ao auge e ao declínio da produção cafeeira
em suas terras. Muitos paranaenses acreditaram, sonharam, investiram, riram
e choraram por causa desses grãos.
O café representou um forte estímulo à modernização e ao povoamento
das regiões por onde passou. Com o café, o Brasil conseguiu aumentar
significativamente as suas exportações, superando inclusive o índice de
importações. O café trouxe ainda melhorias em vários setores, principalmente
nas áreas de transportes e comunicações, além de possibilitar a acumulação
de capitais que, posteriormente, seriam fundamentais para os primeiros
empreendimentos industriais.
A partir de 1906, muitos mineiros e paulistas partiram através do Estado
de São Paulo em direção às terras paranaenses. De acordo com Cancian
(1981), tratava-se da continuidade da “marcha para o Oeste”. Depois de
“deixar” o Vale do Paraíba em direção ao Oeste paulista a opção lógica seria a
entrada do café em terras paranaenses.
Foi a partir de meados da década de 20, com a atuação da CTNP –
Companhia de Terras do Norte do Paraná – que cada vez mais pessoas
passaram a chegar à região, intensificando o povoamento e o cultivo da terra.
A produção cafeeira na região norte do Paraná teve uma expansão pouco
significativa até meados do século XX, como reflexo da delicada situação
econômica mundial. No entanto, nas décadas de 1950 e 1960 podemos dizer
que a produção cafeeira paranaense viveu momentos de glória. Segundo
dados disponibilizados pela Revista Cafeicultura (2005), as áreas cultivadas
cresceram muito rapidamente “[...] passando dos quase 300 mil hectares, em
1951, para 1,6 milhão de hectares em 1962”.
Segundo dados da mesma revista, entre os anos de 1961 e 1962, a
produção cafeeira no Paraná chegou a 21,3 milhões de sacas, chegando a
quase um terço da produção mundial. A grande produção se concentrava na
região norte do Estado, que apresentava faixas territoriais de alto padrão
qualitativo e clima propício ao bom desenvolvimento das plantas.
Durante o auge da cafeicultura paranaense, muitas pessoas, de dentro e
de fora do país, rumaram em direção às terras paranaenses em busca de
17
trabalho e de prosperidade. O café trouxe povoamento e dinamizou a
modernização dos transportes e das comunicações. Com o café muitas
cidades prosperaram, algumas perderam importância e outras quase
desapareceram.
O fortalecimento do latifúndio se deu por meio de interesses do Estado,
que provocou a exclusão e a desigualdade social entre os pequenos
produtores. Foi através deste caminho que o desenvolvimento do capitalismo
no campo pela concentração da propriedade da terra se realizou.
No que se refere à atuação do Governo para acelerar o processo de
modernização da agricultura, deve-se destacar o uso do crédito rural.
Entretanto, os maiores beneficiados foram os grandes fazendeiros,
aumentando as diferenças do nível de renda das propriedades. (GRAZIANO
DA SILVA ,1982).
O processo de modernização da agricultura não ocorreu de forma
homogênea, sendo ao mesmo tempo parcial, conservadora e dolorosa, pois
limitou-se a algumas regiões do país, não envolvendo todas as etapas do ciclo
produtivo, não atingindo todos os agricultores e não rompeu com a
concentração fundiária, provocando o êxodo rural e a miséria.
No contexto do processo de concentração de terras cabe destacar, o
processo de substituição da cultura cafeeira, durante a década de 1960. A
cafeicultura brasileira entrava numa crise sem precedentes de mercado, esse fato
levou o governo a modificar a forma de encaminhar sua política agrícola,
primeiramente, através da erradicação de cafeeiros anti-econômicos e
substituição por pastagens. Depois orientou a substituição por soja e trigo
(MORO, 2001).
O início da década de sessenta, marca uma nova fase da economia
brasileira. A partir dos reflexos das crises no setor cafeeiro, geadas e desestímulo
a essa cultura. Também tem início a implantação da industrialização no país e na
agricultura, com fábricas de máquinas e equipamentos agrícolas, insumos e
fertilizantes químicos, tornando a agricultura dependente dos produtos
industrializados.
Para Graziano Neto (1985, p. 27) ”[...] a chamada modernização da
agricultura não é outra coisa, para ser mais correto, que o processo de
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transformação capitalista da agricultura, que ocorre vinculado às transformações
gerais da economia brasileira recente.”
As constantes geadas que ocorreram na região desde a segunda
metade da década de sessenta e a “ferrugem” que atacou os cafezais nos
últimos anos dessa década concorreram para acelerar a erradicação de
cafeeiros. O setor cafeeiro nunca se esquecerá da intensidade dos danos no
ano de 1975. O ponto alto da geada foi nos dias 16, 17 e 18 de Julho quando a
Geada Negra atingiu a cafeicultura no Estado do Paraná. Depois do “desastre
natural” toda a produção estava devastada sem chances de recuperação. O
que geralmente não acontece em outras geadas, as quais atingiam somente
algumas áreas, e permitiam que os pés de café rebrotassem, a geada negra foi
destruidora e “torrou” os pés de café das folhas até a raiz.
O Norte do Estado amanheceu, literalmente, coberto por uma mancha
negra, que rapidamente se decompôs sob os raios do sol. Tudo o que era
verde morreu – não apenas o café, mas toda a vegetação que recobria a
região. Este fato foi decisivo para que os agricultores substituíssem o café pela
soja e trigo, preferindo as lavouras mecanizadas e dispensando toda a mão-de-
obra necessária que antes cultivava o café. Muito rapidamente vários
agricultores ficaram sem trabalho, ricos cafeicultores faliram, empresas
fecharam. A partir dali, o Paraná nunca mais seria o mesmo.
Com a maioria dos cafezais do Estado do Paraná condenados, devido a
ocorrência de geadas na região e da ferrugem que atacou os cafezais, muitos
produtores foram obrigados a partir em busca de outros meios de
sobrevivência e os cafezais foram cada vez mais, cedendo lugar a lavouras da
soja, milho, feijão e outras culturas (REVISTA CAFEICULTURA, 2005).
SAIBA UM POUCO MAIS Diferença entre a geada branca e geada negra
A geada branca é denominada com a composição de gelo sobre as plantas (o que dá a cor
branca sobre a vegetação). Dificilmente ela provocará danos para plantações mais tolerantes,
pois embora a água congele a 0ºC, a temperatura letal pode estar bem abaixo deste valor. Já a
geada negra representa um pouco mais de perigo para as plantações. Ela ocorre quando o ar
está muito seco e a planta chega a morrer antes da formação de gelo ou congelamento do
orvalho. No Brasil, ela vem acompanhada de ventos gelados que desidratam os tecidos
expostos da planta (folhas, caule, frutos e flores. (REVISTA CAFEICULTURA, 2005).
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O processo de modernização agrícola aumentou a produtividade das
lavouras, mas levou também a impactos ambientais indesejáveis. Os
problemas ambientais mais freqüentes pelo mau uso do solo, foram: destruição
das florestas e da biodiversidade genética, a erosão dos solos e a
contaminação da água e dos alimentos pelo uso
abusivo de agrotóxicos.
O solo é a base de toda vida vegetal e,
indiretamente, da vida animal, e está sendo destruído,
comprometendo o futuro de nossa agricultura. Esta
camada, o solo, não é muito profunda; tem, em média,
trinta centímetros de espessura. Ela vem se formando
há milhões de anos, com o acúmulo de pequeníssimas
partículas, formadas pelo desgaste das rochas, que
foram se misturando com os restos de animais e plantas. A erosão do solo é o
ATIVIDADE: Pesquise sobre os ciclos da história econômica do Paraná.
O solo é a camada mais superficial da crosta terrestre, onde se desenvolvem muitas plantas e vive uma grande variedade de animais.
7. PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DA MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA
Você sabe o que foi a ferrugem do café e como se combatia
Historicamente antiga (desde 1869), a Ferrugem do Café é uma doença fúngica que se manifesta nas folhas do café, se não é controlada, põe a plantação inteira a perder. As manchas começam a surgir na face inferior das folhas, num tom marrom claro ou amarelado. Com o tempo e sem o devido tratamento as machas passam para o lado de baixo das folhas e depois ocorre o desfolhamento do vegetal. Vai desde a deformação da planta acometida até a perda de grãos e morte do vegetal. O tratamento acontece com fungicidas à base de cobre diretamente sobre o vegetal ou ainda são utilizados fungicidas granulados diretamente no solo.As massas coloridas são de esporos dos fungos, e como é leve pode sofrer dispersão através da ação do vento, ou da água da chuva. Como qualquer fungo, esse tipo também adora umidade, temperaturas amenas (entre 20 e 24°C), ambientes sombrios e os orvalhamentos noturnos. (REVISTA CAFEICULTURA, 2005)
20
fator mais sério de degradação. Em média, 30% da área agrícola já foi
degradado em razão deste problema, que é tão grave em algumas regiões, que
2 milhões de hectares por ano deixam de ser produtivos. No Brasil, esse é o
fato que mais atinge as ricas terras agriculturáveis dos estados do Sul.
O processo erosivo gerado pelas técnicas mecanizadas ocorre de forma
imperceptível, sendo detectado através da cor das águas dos rios (maior
turbidez), dos vestígios em torno das plantas e do assoreamento das partes
baixas do terreno. A ocorrência desse tipo de erosão é muito comum nos
estados do Paraná e Rio Grande do Sul, grandes produtores de grãos.
Cerca de 40% da produção agrícola se perde por causa de doenças,
pragas e ervas daninhas. As pragas são as que mais causam danos, pois seu
combate pode ser contraproducente. A
utilização de uma imensa variedade de
agrotóxicos afeta mais as espécies de
insetos e aves que as próprias pragas.
Os agrotóxicos também podem ter efeitos
muito graves na saúde dos agricultores
encarregados de aplicá-los.
O avanço da agricultura, o uso
descontrolado de adubos e defensivos
agrícolas vem causando sérios
problemas de contaminação de águas por resíduos e materiais lixiviados no
solo, que podem causar problemas inclusive com a eutrofização
econtaminação de águas potáveis sobre as matas nativas causa destruição
das nascentes, por soterramento, impermeabilização, entre outros fatores.
A erosão se trata de uma destruição das estruturas do solo que geralmente é causada pela chuva e o vento. Isso por que acontece o transporte dessas partículas e dessa forma o enfraquecimento do solo.
Pesquise os termos destacados no texto e escreva-os em seu
caderno.
21
Os defensivos agrícolas ou agrotóxicos constituem uma categoria
especial de insumos. Eles promovem benefícios indiretos à produtividade, uma
vez que o objetivo de sua utilização é o de evitar a perda nas safras, causadas
pelo ataque prejudicial de pragas e doenças às culturas. Diferem, portanto, de
outras categorias de insumos, como fertilizantes, corretivos e sementes
melhoradas, produtos que, se bem utilizados promovem aumentos substanciais
de produtividade. Distribuem-se em três grandes grupos, de acordo com a sua
destinação específica de uso: inseticidas, que controlam as pragas; fungicidas
que controlam doenças fúngicas e herbicidas, para o controle de ervas e outras
plantas consideradas invasoras. (RÜEGG, 1973).
Os agrotóxicos começaram a ser utilizados no Brasil na década de
1940, inicialmente para controlar doenças endêmicas como a doença de
chagas, malária e febre amarela. O uso de compostos organoclorados, entre
eles o DDT, começa a ocorrer visando o combate de pragas nas atividades
agrícolas e pecuárias.
O início do uso de agrotóxico no Brasil veio com o Plano Nacional de
Desenvolvimento de 1975, que condicionava o agricultor a adquirir os
agrotóxicos como parte do empréstimo tomado junto ao crédito rural, que
incluía uma cota de agrotóxico para cada financiamento obtido do crédito rural.
Essa obrigatoriedade, aliada a propaganda dos fabricantes, a substituição
progressiva da agricultura de subsistência pela de exportação, a necessidade
de proteger as culturas das pragas resistentes resultantes do uso
indiscriminado de agrotóxicos e a necessidade de combater vetores de
doenças endêmicas, foram os principais fatores que levaram enorme
disseminação no uso de agrotóxico no Brasil.
O Brasil é o terceiro maior consumidor de agrotóxicos do mundo,
aplicando aproximadamente 150 mil toneladas por ano, que movimenta um
mercado de 1 bilhão de dólares. Os agrotóxicos utilizados em maior quantidade
são os herbicidas (45%), seguido dos inseticidas (27%) e fungicidas (28%). Os
Estados em que o impacto dos praguicidas parece ser mais acentuado, ou pelo
8. O USO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS NO BRASIL E NO PARANÁ
22
menos de que se tem maiores informações são, Rio Grande do Sul, São Paulo
e Paraná (PASCHOAL, 1979).
No Estado do Paraná, esse consumo tem aumentado significativamente
e de forma mais expressiva em cinco culturas principais: batata, cana-de-
açúcar, soja, citros e tomate. Segundo o IBGE (1993) o total aplicado nas
culturas mencionadas ultrapassou sessenta mil toneladas de agrotóxicos. O
consumo de agrotóxicos no Estado do Paraná foi o relativo ao ano de 2008,
com um total aproximado de 100 milhões de quilos/litro, para uma área total de
196.000 km² o que perfazia um total de 510 quilos/litro de veneno por km².
O Paraná utiliza 12Kg de agrotóxico por hectare ao ano, enquanto a
média brasileira de consumo é um terço menor, de 4Kg/ha/ano. Os agrotóxicos
utilizados no estado são considerados muito perigosos, numa classificação que
vai de pouco a altamente perigoso. Destes agrotóxicos, 60% são herbicidas
(IBGE,1996).
O conceito de agrotóxicos existente na Lei Federal nº 7802, de 11/07/89,
regulamentada pelo Decreto nº 98816, no seu artigo 2, inciso I, é o seguinte:
Produtos e componentes de processos químicos ou biológicos destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas nativas ou implantadas e de outros ecossistemas e também em ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora e da fauna, a fim de preservá-la da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dissecantes, estimuladores e inibidores de crescimento.
A mesma lei “Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a
embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a
propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final
dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e
a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras
providências.”
A terminologia "agrotóxicos" na designação destas substâncias enfatiza
o seu caráter tóxico e somente foi adotada após a sanção da lei em 1989.
Anteriormente, era usual a denominação "defensivos agrícolas", disfarce
semântico criado pelos fabricantes para encobrir os riscos que trazem à saúde
23
humana e ao meio ambiente. Os agrotóxicos são ainda conhecidos sob os
termos "pesticidas" ou "praguicidas".
No Brasil existe um vasto mercado de agrotóxicos, que compreende
aproximadamente trezentos princípios ativos aplicados em duas mil fórmulas
diferentes. Deste total, somente 10% das substâncias químicas foram
efetivamente submetidas a uma avaliação completa de riscos e 38% jamais
sofreram qualquer avaliação (FERRARI, 1986).
Existem cerca de 15.000 formulações para 400 agrotóxicos diferentes,
sendo que cerca de 8.000 encontram-se licenciadas no Brasil que é o maior
consumidor de agrotóxicos no mundo, segundo a ANVISA – Agência Nacional
de Vigilância Sanitária. Mesmo em pequena quantidade, o agrotóxico traz
prejuízos para o solo e para as pessoas.
No Brasil, de acordo com o Decreto nº. 98.816/90, os agrotóxicos podem
ser classificados conforme sua classe toxicológica, em:
Classe I - Extremamente tóxicos - Faixa vermelha Classe II- Altamente tóxicos - Faixa Amarela Classe III - Mediamente tóxicos - Faixa Azul Classe IV - Pouco ou muito pouco tóxicos - Faixa Verde.
DL50 = Dose necessária para matar metade das cobaias testadas.
(*) Dose capaz de matar uma pessoa adulta
GRUPOS DL50 DOSE MORTAL(*)
Extremamente tóxicos
£ 5mg/kg 1 pitada - algumas gotas
Altamente tóxicos 5-50 Algumas gotas -1 colher de chá
Medianamente tóxicos
50-500 1 colher de chá - 2 colheres de sopa
Pouco tóxicos 500-5000 2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco tóxicos
5000 ou + 1 copo – litro
8.1 CLASSIFICAÇÃO TOXICOLÓGICA DOS AGROTÓXICOS
24
Os agrotóxicos são os principais poluentes do modelo agrícola industrial
e não se limitam a um determinado local, apesar de serem aplicados numa
área, deslocam-se por vários caminhos. A translocação das substâncias
tóxicas pode se realizar por meio biológico, pelos processos físicos e químicos,
através da atmosfera, do solo, das águas subterrâneas e superficiais.
A contaminação de alimentos, poluição de rios, erosão de solos e
desertificação, intoxicação e morte de agricultores e extinção de espécies
animais, são algumas da mais graves consequências da agricultura química
industrial e do uso indiscriminado de agrotóxicos largamente estimulados nos
últimos 25 anos.
Os herbicidas podem também permanecer ativos no solo, por período
de vários meses até mais de um ano, interferindo diretamente e mesmo
impedindo o desenvolvimento de novas culturas.
O convívio com agrotóxicos está incluído na rotina diária da população
rural e da população urbana, que consome muitas vezes inconscientemente
alimentos e água com os resíduos destes produtos (RÜEGG, 1986).
Segundo dados do Instituto de Saúde do Paraná (1999), em
levantamento do número de intoxicações por agrotóxicos no estado de 1995 a
1999, o ano de 1995 apresentou 814 casos, sendo considerada, a segunda
causa de intoxicação no Brasil.
A utilização de agrotóxicos implica numa atividade que envolve riscos à
saúde do trabalhador, ao ambiente e ao consumidor. Devido a seu aspecto
tóxico, regras básicas de segurança são estabelecidas para seu uso adequado
e compreendem a utilização do receituário agronômico, cuidados no transporte,
armazenamento, manuseio, aplicação e o uso de Equipamento de Proteção
Individual (EPI) (NISHIYAMA, 2001).
PROPOSTA DE ATIVIDADES
1- Assistir os seguintes vídeos:
VÍDEO 1- Globo Repórter 25/03/11 - Agrotóxicos podem causar doenças como depressão, câncer e infertilidade. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=Qpo1uUIpp80. VÍDEO 2- Uso abusivo de agrotóxicos: ameaça à saúde e ao meio ambiente. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=hgdhIBwOpk4.
25
2- Discuta com colegas e professor (a) e responda:
A) Qual é a finalidade do uso de agrotóxicos? E as consequências? B) Quais doenças para o homem o acúmulo de agrotóxicos pode provocar? C) Compare no vídeo 1 e 2 as formas como as pessoas aplicam os agrotóxicos?
3- No laboratório de informática, realizar as seguintes pesquisas
sobre o uso e aplicação de agrotóxicos (com registro no caderno).
- O que compõem o equipamento de proteção individual; - Quais são os cuidados na aplicação para a previnir a contaminação; - Qual a finalidade do receituário agronômico; - Quais são os requisitos para a armazenagem dos produtos; - Como é feita a tríplice lavagem; - Quais são as 12 substâncias químicas conhecidas como poluentes orgânicos persistentes (POPs) banidos. - Uso das terras e de defensivos agrícolas no seu município. Sugestões de sites para a pesquisa.
http://pt.scribd.com/doc/6576515/Uso-EPI-Agrotoxicos-Agr http://web.dv.utfpr.edu.br/www.dv/professores/arquivos/Jean%20Carlo%20Possenti/DA34H%20UNID%207.pd http://www.planetaorganico.com.br/agrothist4.htm http://www.inpev.org.br/responsabilidades/triplice_lavagem/responsabilidade_agricultor/responsabilidade_agricultor.asp
Há necessidade cada vez maior de áreas agricultáveis em nosso país e
no mundo sendo que os recursos destinados a manter a agricultura em níveis
elevados de produção não serão mais suficientes para conter a devastação
causada pelas mudanças climáticas e por catástrofes ambientais provocadas
pelo desequilíbrio ecológico nas áreas agrícola, tornando-se tão necessário a
divulgação dos conceitos de sustentabilidade na agricultura moderna.
A agricultura brasileira tem se caracterizado por aumentos da produção,
área plantada, exportação e quantidade de tecnologias aplicadas. Mas ao
produzir alimentos, o agricultor deve levar em conta a sustentabilidade, tanto
econômica como ambiental. Desse modo, o objetivo da agricultura moderna
9. SUSTENTABILIDADE NA AGRICULTURA
26
deve ser orientado pela produção de alimentos sem impactos negativos ao
meio ambiente e no custo de produção.
O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes
desequilíbrios; se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo,
por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam dia-
a-dia. Diante disso, surgiu a idéia da sustentabilidade, que busca conciliar o
desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e, ainda, ao fim da
pobreza no mundo.
Grandes quantidades de grãos e de outros alimentos, provocam o
aparecimento de pesticidas e adubos químicos muito poderosos, e que
provocaram uma acentuada degradação do solo e dos recursos hídricos
nesses locais. Paralelamente a isso, o desmatamento de áreas cada vez
maiores vem provocando a eliminação de espécies animais, notadamente de
insetos, o que provoca ataques devastadores de pragas que eram controladas
por esses seres.
A questão da sustentabilidade na agricultura se constitui em uma das
grandes discussões no inicio do século XXI devido às implicações
socioeconômicas que traz para a humanidade.
O desenvolvimento da agricultura moderna juntamente com a
sustentabilidade em torno das áreas agrícolas pode ser a chave para que se
consolide a condição de “celeiro do mundo” e que essa atitude possa garantir
uma melhor condição de vida para as populações que vivem do campo e em
suas redondezas. Adotando práticas preocupadas com a sustentabilidade, os
agricultores poderão manter uma biodiversidade protetora nas áreas
agricultáveis e impedir o ataque constante de pragas. O que, por sua vez,
reduzirá o uso de inseticidas poderosos.
O desenvolvimento sustentável não é um processo harmonioso, mas sim
de mudança, no qual a exploração dos recursos, os investimentos, os rumos do
desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão de acordo com as
necessidades atuais e futuras (CARVALHO, 1991).
27
De acordo com o IBGE o município de Engenheiro Beltrão possui uma
área de 467,2 km². Localiza-se na latitude 23°47'49" sul e na longitude
52°16'08" oeste, estando a uma altitude de 520 metros acima do nível do mar.
Localizado na região centro oriental paranaense, se encontra ligeiramente
deslocado para o noroeste, a 55 quilômetros de Maringá, 450 quilômetros da
capital do estado e 350 quilômetros de Foz do Iguaçu (figura 1). Sua população
pelo censo do IBGE 2010 é de 13.815. Houve um significativo declínio no
número populacional em dez anos. Em 2000 era de 14.082 habitantes.
Figura 1 - Localização do município de Engenheiro Beltrão no estado do Paraná.
Fonte: da base do mapa ITCG, adaptado por Solange Reiguel.
10. APRESENTANDO O MUNICÍPIO DE ENGENHEIRO BELTRÃO – “CIDADE ALEGRIA”
28
De acordo com a (Revista História, Pioneiros, Atualidades, Engenheiro
Beltrão, 1985), o distrito de Figueira D´Oeste se localiza no município de
Engenheiro Beltrão no Centro Ocidental Paranaense, na região sul do Brasil,
com latitude de 23º4' Sul e longitude 52º15' Oeste.
Figueira D´Oeste está às margens da rodovia PR-082, que liga
Engenheiro Beltrão a Terra Boa. O distrito possui uma área de
aproximadamente 5 Km² e está distante de Engenheiro Beltrão cerca de 13 Km
a oeste e está a 520 metros acima do nível do mar.
O relevo da região é plano com pouca declividade. Predomina na região
o solo de terra roxa, apropriado para a agricultura. A cobertura vegetal, que
antes do desmatamento, era uma densa floresta, com árvores que alcançavam
35 metros, hoje possui poucas áreas de matas nativas. Seu clima é do tipo
subtropical úmido mesotérmico.
Em Figueira D’Oeste há uma RPPN – Reserva Particular do Patrimônio
Natural – a RPPN Estadual Fazenda São João, de propriedade do Sr. José
Antônio Casado Pascual, criada em 1997 e com 104,06 ha; e duas unidades de
conservação, a Reserva Florestal de Figueira, criada pelo Decreto nº 6351 de
23/02/1979, com 100 ha e a Reserva Florestal Secção Figueira e Saltinho
criada pelo decreto nº 2442 de 10/02/1986, com 10 ha.
Em Figueira D´Oeste encontra-se o ponto culminante do relevo do
município de Engenheiro Beltrão: Serra da Figueira com 630 metros de
altitude.(Revista História, Pioneiros, Atualidades, Engenheiro Beltrão, 1985).
11. FIGUEIRA D´OESTE DISTRITO DE ENGENHEIRO BELTRÃO PARANÁ:
ÁREA DE ESTUDO
29
Figura 2 - Localização do distrito de Figueira D´Oeste, no município de Engenheiro
Beltrão- Paraná.
LEGENDA
Rodovias Federais Estaduais
Rodovias Municipais_____
Rios
Divisas _____
Sede Urbana
Distritos
Figueira D´Oeste
Org: FELICIO. A.m.m. 2011
30
Foto 01- Vista aérea do distrito de Figueira D’Oeste Fonte :MICHELONI. O, 2000.
ATIVIDADES 1. Pesquise a qual domínio biogeográfico pertence o seu município e quais as características do mesmo. Domínio: Clima: Relevo: Vegetação: Hidrografia: Solos:
A ocupação da atual área de Figueira D’Oeste, com objetivos de
colonização e progresso regional, ocorreu no final da década de 1940 e início
da década de 1950 e, está ligada ao processo de (re) ocupação do sertão
paranaense, efetuada por uma empresa privada, a Sociedade Técnica e
Colonizadora Engenheiro Beltrão Ltda, que nos anos anteriores a 1950,
adquiriu vasta área de terras situada na região Leste do Município de Peabiru
Nordeste de Campo Mourão. Predomina na região o solo de terra roxa,
apropriado para a agricultura.
12. HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO DO DISTRITO DE FIGUEIRA D’OESTE
31
Até 1975, predominava na região a cultura de café e a agricultura de
subsistência como: milho, feijão, arroz e algodão.
A colheita era manual e com a utilização da tração animal, necessitava
de muita mão-de-obra, pois a cultura oferecia trabalho do plantio à colheita em
toda época do ano, assim, a população do Distrito aumentou
consideravelmente nessa época. Na década de 1960 e meados de 1970 o
Distrito contava com vários estabelecimentos comerciais: comércio de secos e
molhados, farmácia, padaria, açougue, pensão, duas máquinas de
beneficiamento de café, máquina de beneficiamento de arroz; possuía também
escola que funcionava em três períodos devido à grande quantidade de alunos
existentes, igreja, delegacia, cartório de registro civil e imobiliário, atendimento
de dentista e barbearia.
Os anos se passaram e diversos fatores foram responsáveis pelo
desestímulo à cultura do café e pela diminuição da população.
O distrito também sofreu o impacto e as conseqüências da geada
levando os agricultores a arrancar os cafezais e substituir por culturas
temporárias como a soja e o trigo. De acordo com jornais da época, este foi o
momento que mais se mecanizou a agricultura no Paraná. No segundo
semestre de 1975, a Transparaná, (uma das principais revendedoras de
maquinário agrícola) bateu recorde nas vendas de tratores.
O setor da economia mais importante hoje no distrito, é a agricultura
composta por inúmeras propriedades rurais, predominando as culturas de soja,
milho, trigo, cana-de-açúcar, seguidas do cultivo de feijão, mandioca e aveia.
A foto 2 representa uma paisagem rural do distrito de Figueira D’Oeste.
Nela se observa no lado direito da estrada uma lavoura de café.
Com a substituição das lavouras de café por outras culturas, a
distribuição de terras modificou-se completamente. Pequenas propriedades
perderam seu espaço dando lugar às grandes propriedades. A mecanização
das lavouras provocou em maior escala o êxodo rural da mão-de-obra
cafeicultora.
32
Foto 02 - Área de diversificação de culturas. Distrito de Figueira D’Oeste. Fonte: Acervo pessoal 2011.
Muitos dos pequenos proprietários acabaram vendendo suas
propriedades para se adaptarem a nova maneira de produção. Outros
preferiram vender para tentar nas cidades uma condição de vida melhor. Dessa
forma, sem emprego, as famílias que trabalhavam nas fazendas de café,
fizeram acordos trabalhistas com os proprietários e começaram a se deslocar
para cidades vizinhas e para grandes centros, principalmente, São Paulo.
Devido a isso, observou-se no Distrito de Figueira D’Oeste, um grande
índice da diminuição da população. Nas últimas décadas, os cafezais foram
quase que totalmente erradicados restando no distrito, apenas 4 alqueires de
lavouras de café adensado, com aproximadamente 32.000 pés de café (foto 3).
Foto 3: Uma das poucas lavoura de café no distrito de Figueira D’Oeste
Fonte: Acervo pessoal, 2011
33
A modernização agrícola da região em estudo, também foi fruto da
política da modernização brasileira: conservadora e dolorosa. Houve extrema
concentração da renda no meio rural e da propriedade da terra provocando a
expulsão de trabalhadores Do campo. De acordo com o censo de 2010,
realizado pelo IBGE, o distrito possui 891 habitantes, sendo 629 habitantes na
área urbana e 262 habitantes na área rural.
Tabela 02 – População rural e urbana do distrito de Figueira D´Oeste – Pr
PERÍODO RURAL URBANA TOTAL
1990 328 544 872
2000 524 542 1066
2010 262 629 891 Fonte: IBGE, Org. Felicio, A. M. M. 2011.
O esvaziamento populacional do distrito tem início a partir da década de
1970, onde a população era de aproximadamente 2.000 habitantes, segundo
moradores antigos do local. Na década de 1990, a população já estava
reduzida praticamente pela metade. No ano de 2000, nota-se um pequeno
aumento populacional no distrito, subindo de 872, para 1066 habitantes, fato
esse que se deve a construção de um conjunto habitacional com o objetivo de
incentivar a volta da agricultura de subsistência. Mas decorridos dez anos,
verifica-se novamente a diminuição da população caindo para 891 habitantes,
pois os moradores que adquiriram casas no conjunto habitacional com o
propósito de trabalhar com a lavoura de subsistência, foram obrigados a
procurar trabalho em cidades vizinhas e com isso, a população não se fixa
nessa área.
Os grandes proprietários adquiriram máquinas agrícolas mais potentes.
Muitos migraram para regiões de Mato Grosso para trabalharem em fazendas.
Na região do distrito, a cultura da cana-de-açúcar vem ganhando espaço, pois
as pequenas propriedades que restaram são arrendadas para a usina
Sabaraálcool, que é a empresa que mais oferece empregos em Engenheiro
Beltrão.
Com a finalidade de fazer um diagnóstico da situação atual dos
agricultores e da produção no distrito de Figueira D’ oeste, foi realizado
13. MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA DO DISTRITO DE FIGUEIRA D’OESTE
34
pesquisa de campo com agricultores locais. Os dados obtidos na pesquisa
serão apresentados a partir daqui.
O primeiro levantamento realizado está representado no gráfico 01 e se
refere à forma como os agricultores se classificam.
Gráfico 01 – Classificação dos agricultores do distrito de Figueira D´Oeste, Pr. Fonte: Pesquisa de campo.
Conforme o gráfico 01, podemos notar que há a concentração de terras
nas mãos de poucos. Cerca de 56% se classificam como empresários rurais,
pois possuem acima de 30 alqueires de terras. Neste sentido, a concentração
da posse da terra pode ser confirmada como um dos principais efeitos do
avanço do capitalismo. Verifica-se que até a década de 1970, antes da
implantação do pacote tecnológico na agricultura predominavam as
propriedades inferiores a 50 ha. Entretanto, à medida que o capitalismo se
acentua no campo, o quadro se reverte.
A modernização da agricultura paranaense também se reflete no
crescimento expressivo do emprego de tratores, arados, colheitadeiras,
irrigação, eletrificação como indicadores para se avaliar a prática da
modernização (MORO, 2001).
Quanto a estes índices, no que se refere à Figueira D’oeste, a pesquisa
apontou, como mostra o gráfico 02, que o número de máquinas e implementos
agrícolas utilizados pelos agricultores do distrito é alto. Dentre os 16
agricultores entrevistados, todos: pequenos, médios e grandes agricultores
possuem tratores, colheitadeiras e arados, 37,5% não possuem semeadeiras e
apenas 12,5%, não possuem pulverizadores. Verificou-se ainda que quando o
agricultor não possui maquinário para trabalhar, o mesmo é alugado de outros
agricultores. Vale lembrar que à medida que aumenta o número de máquinas e
implementos agrícolas, se reduz o número de empregos no campo. Hoje as
43,75% 56,25%
AGRICULTOR FAMILIAR EMPRESARIO RURAL
CLASSIFICAÇÃO DOS AGRICULTORES
35
lavouras necessitam de pouca mão-de-obra, pois as máquinas fazem
praticamente todo o trabalho.
Gráfico 02 – Máquinas e implementos agrícolas utilizados no distrito de Figueira
D´Oeste, PR.Fonte: Pesquisa de campo
Conforme análise dos dados do gráfico 03, e a partir das informações
levantadas na pesquisa constatou-se que a partir da década de 1980 houve
redução da área das pequenas e médias propriedades e aumento das grandes
propriedades.
A concentração da terra reduziu a diversificação das culturas levando a
diminuição das lavouras de subsistência, principalmente nas áreas
mecanizadas, fortalecendo a monocultura da soja.
Gráfico 03 - Concentração de terras no distrito de Figueira D´Oeste, Pr. Fonte: Pesquisa de campo
A maioria dos agricultores entrevistados, começou a trabalhar na
agricultura a partir da década de 1970, mostrando com isso, um alto percentual
100,00% 100,00% 62,50%
87,50% 100,00%
TRATORES COLHEITADEIRAS SEMEADEIRAS PULVERIZADORES ARADOS
MÁQUINAS E EMPLEMENTOS AGRÍCOLAS
NOTA EXPLICATIVA
O hectare é ultimamente a medida mais empregada em área de fazendas, chácaras, sítios, regiões de plantações e loteamentos rurais, equivalendo a uma região de 10 000 m². O alqueire foi uma das medidas agrárias mais utilizadas pelos fazendeiros, mas atualmente ele é considerado uma medição imprópria, em virtude das diferentes quantidades de m² utilizados pelos estados brasileiros. O alqueire paulista é equivalente a 24 200 m², o mineiro e o goiano correspondem a 48 400 m², enquanto que o alqueire da região Norte é igual a 27 225 m². Essa inconsistência de medidas entre os estados e a deficiência organizacional quanto à equiparação da unidade alqueire, tem contribuído para que os proprietários de terras abandonem esta unidade de medição, prevalecendo uma medida de padrão nacional, como o hectare. http://www.brasilescola.com/matematica/medidas-agrarias.htm
36
de agricultores jovens, e todos os entrevistados sabem através da família, que
antes de 1960, já se utilizava agrotóxicos nas lavouras de café para combater a
broca e a ferrugem.
Com a mecanização da agricultura, as lavouras temporárias tiveram
suas áreas ampliadas com soja, milho, trigo e cana-de-açúcar, e paralelamente
houve o aumento do consumo de fertilizantes químicos.
Gráfico 04 – Tipos de culturas produzidas pelos agricultores entrevistados no distrito de Figueira D´Oeste, Pr.
Fonte: Pesquisa de campo,2011
Conforme representado no gráfico 04, no distrito em estudo as culturas
da soja e do milho ocupam lugar de destaque entre os agricultores, pois todos
os produzem, já o trigo é cultivado por 68% dos entrevistados. A mandioca, a
aveia e o feijão são os menos representativos e juntos perfazem 56.25%.
Com isso constata-se que o relevo plano da localidade, propício à
mecanização, facilita a incorporação da modernização e das tecnologias
acelerando o crescimento das monoculturas da soja e do milho o que
demonstra o avanço do capital na agricultura.
Na região em estudo, é muito comum a presença de grandes barracões
construídos nos quintais, ao lado das residências (foto 04) para armazenar
produtos e máquinas agrícolas. É também cena comum, principalmente em
épocas de plantio, pulverização e colheita, o vai e vem dos tratores,
colheitadeiras, plantadeiras, pulverizadores e outros, nas ruas do distrito. Estas
cenas enchem os olhos das crianças, futuros agricultores.
Da mesma forma, a lavagem dos maquinários, muitas vezes é feita na
rua, ou no poço artesiano, construído ao lado da rodovia, nas proximidades do
conjunto habitacional que é utilizado para abastecer os tanques dos
pulverizadores. O local não possui instalações adequadas para a lavagem dos
maquinários, desta forma, a água que escorre a céu aberto, exala cheiro forte.
A área urbana do distrito de Figueira D´Oeste abriga a maioria da
população. Como pode ser observado através da foto 04, nas lavouras
100,00% 100,00%
68,75%
25,00% 18,75% 12,50%
SOJA MILHO TRIGO MANDIOCA AVEIA FEIJÃO
TIPOS DE CULTURAS DE FIGUEIRA D' OESTE
37
próximas praticamente não há moradores, isso vem demonstrar que os
agricultores guardam seus maquinários e insumos agrícolas muito próximos de
suas residências.
Foto 04 – Distrito de Figueira D´Oeste circundado por lavouras com a presença de barracões na área urbana do mesmo.
Fonte: MICHELONI, O. 2009.
Vale ressaltar que um problema na aplicação de agrotóxicos na
atualidade é a prática de aplicação aérea. Como aponta Rocha e outros (1973)
as aplicações aéreas de pesticidas, efetuadas sem os cuidados necessários,
poluem gravemente o ar e afetam as populacões das áreas próximas às
culturas tratadas.
Apesar das consequências, o progresso da aviação agrícola no Brasil
tem sido bastante acentuado, sendo a cana-de-açúcar, o algodão e a soja os
que mais utilizam o avião agrícola.
Em Figueira D’oeste a pulverização das lavouras é feita com a utilização
de pulverizadores tratorizados, tipo barra. Além disso, a pulverização é também
feita por pequenas aeronaves que realizam vôos rasantes durante a aplicação,
passando várias vezes sobre o distrito o que causa risco à população. Em
relação ao uso de agrotóxicos e aos riscos, todos os entrevistados na pesquisa
disseram que utilizam agrotóxicos na lavoura e conhecem os males que
causam.
É importante destacar que o município de Engenheiro Beltrão conta com
uma empresa de aviões agrícolas, a Ivaí Aeroagrícola LTDA, que possui três
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aeronaves que atendem o município para aplicação dos produtos. Os
agricultores do distrito utilizam este serviço a cada safra, bem como a usina
Sabaraálcool, na pulverização da cultura da cana-de-açúcar.
Devido à proximidade das lavouras, em época de pulverização a
população local sofre com o cheiro forte dos agrotóxicos, pois o distrito é uma
ilha cercada de lavouras por todos os lados.
É bastante freqüente a falta de cuidados básicos para lidarem com os
produtos. Dentre as variáveis para caracterizar a exposição exacerbada aos
agrotóxicos, o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e a ocorrência
de intoxicações na população são bastante descritas (MOREIRA et al., 2002).
Destaca-se que o agrônomo tem grande importância na escolha dos
produtos, e são responsáveis pelo cálculo da dosagem dos agrotóxicos.
De acordo com a tabela 03, apenas um, ou seja, 6,25% dos
entrevistados não faz uso do receituário agronômico, justificando que utiliza
pouco, por isso compra de terceiros.
Tabela 03 - Uso de produtos fitossanitários por agricultores do distrito de Figueira D´Oeste – município de Engenheiro Beltrão – Pr Cond.
do
agric.
Uso de
agrotóxicos
Tríplice
lavagem
Uso do
EPI
Receituário
agronômico
nº de
intoxicações
Empr.
rural
Sim 9 56.25
%
sim 9 56.25
% sim 9 56.25
%
sim 9 56.25
% Sim 0 -
não 0 - não 0 - não 0 - não 0 - não 9 56.25
%
Agric.
Familiar
Sim 7 43.75
% Sim 6 37.5% sim 5 31.25
%
Sim 6 37.5% sim 1 6.25%
não 0 - não 1 6.25% não 2 12.5% não 1 6.25% não 6 37.5%
Nº de
agric.
Entrev.
16 100% 100% 100% 100% 100%
Fonte: Pesquisa de campo. Org. FELICIO, A.M.M. 2011
Quanto ao descarte das embalagens vazias de agrotóxicos, a tabela 03
mostra que dos 16 agricultores entrevistados, todos eles fazem uso de
agrotóxicos na lavoura, 37.5% disseram executar corretamente a tríplice
lavagem, 6.5% executam apenas parte do procedimento, ou seja, apenas
lavam, mas não furam o vasilhame.
39
Durante a aplicação dos agrotóxicos, os EPIs (Equipamento de Proteção
Individual), não são muito utilizados pelos agricultores. Dos dezesseis
agricultores entrevistados, somente nove ou 56.25% responderam que utilizam
equipamentos de proteção individual, justificando que tem medo que o
agrotóxico venha trazer algum risco a saúde no futuro. Os outros sete, 4,75%,
responderam que não usam o equipamento completo, justificando que o
equipamento de proteção é incômodo e que quando usado provoca um certo
desconforto, ocasionando transpiração excessiva e abafamento do corpo de
quem está fazendo uso. Também responderam que não é obrigatório o uso dos
mesmos. Entre os mais utilizados, mas não necessariamente, destacam-se a
bota, as luvas e a máscara.
Dos dezesseis agricultores entrevistados, o número de intoxicações é de
6.25%, mas segundo relatos, na década de 1970 houve muitos casos de
envenenamento e alguns óbitos devido à incorreta manipulação e também pelo
uso de pulverizadores costais.
Quando questionados, com relação ao destino das embalagens dos
agrotóxicos vazias e que cuidados davam as mesmas, responderam que fazem
a lavagem das embalagens, e depois as
guardam num local apropriado, para mais
tarde levarem até a cooperativa onde o
produto foi adquirido.
Tanto na cultura do milho como da
soja, cabe destacar que o inseticida que
pertence ao grupo químico dos
organosfosforados são apontados como
os mais utilizados pelos agricultores. O
número médio de aplicações é de duas ao
ano.
De modo geral percebe-se que o uso de agrotóxicos é muito comum
entre os agricultores do distrito de Figueira D’oeste. Evindencia-se que tal uso
traz riscos tanto aos produtores como à população local e que estes de
maneira geral, têm conhecimento, ao menos em parte, destes riscos. No
entanto, constata-se que não são tomados todos os cuidados necessários para
pelo menos amenizar os problemas oriundos do uso dos agrotóxicos. Neste
Os organofosforados são um
grupo de compostos químicos
amplamente utilizados em
agropecuária como inseticidas,
ocasionando intoxicações acidentais
em animais e humanos, e mesmo
sendo utilizados em tentativas de
suicídio.
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sentido vale ressaltar a necessidade de debates, orientações e ainda a
divulgação de formas de produção alternativas e menos ofensivas ao meio
ambiente e a saúde dos seres humanos para a comunidade local.
PROPOSTA DE ATIVIDADES
1- Saída de campo pelas áreas rurais do distrito
Para conhecer mais a agricultura de sua região, nada melhor do
que conhecer as propriedades vizinhas, lá é possível observar
as novas tecnologias e modernização no campo e seus
impactos ambientais. Veja a seguir algumas tarefas a executar.
A- Fotografar o local a ser estudado: lavouras próximas, mananciais, rios , bem como descrever todos os aspectos da produção que tragam informações representativas no local. B- Fazer um relatório sobre as observações da aula de campo. C- Assinalar no mapa local os principais pontos de observações. D- Construir um mapa de localização de áreas de risco de contaminação das águas. E- Elaborar dicas de produção agrícola a partir do conceito de sustentabilidade. 2- Agendar palestra com um engenheiro agrônomo da região para tratar da forma de produção local, os impactos causados e possíveis alternativas (convidar a comunidade escolar). 3 - Após a aula de campo e a palestra, feito o relatório e de posse do material pesquisado, vamos discutir em sala de aula sobre o que foi encontrado e responder algumas indagações: - Como foi o processo de pesquisa? - De que modo a pesquisa ajudou no entendimento dos temas trabalhados? - Que outras atividades poderíamos realizar? - Como se sente em relação ao futuro como possível agricultor? - O que seria possível fazer para se desenvolver uma agricultura sustentável?
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14. CONSIDERAÇÕES FINAIS A região do distrito de Figueira D’oeste é tipicamente agrícola, baseada
no cultivo de monoculturas. A modernização da agricultura trouxe significativas
alterações para o desenvolvimento local, trazendo como consequência o
esvaziamento do campo e também do meio urbano. Com o aumento das áreas
de plantio, aumentou também o consumo de agrotóxicos trazendo sérias
preocupações quanto a qualidade de vida.
Com este trabalho buscou-se analisar alguns impactos gerados ao meio
ambiente e aos seres humanos, causados pelo uso indiscriminado de
agrotóxicos, fruto da modernização no campo enfatizando a necessidade de
informar aos agricultores sobre os riscos que estão sujeitos.
Por meio de pesquisa com agricultores e visitas às propriedades locais
se pôde observar os impactos provocados pela necessidade cada vez maior de
áreas agricultáveis e percebeu-se que é necessário a divulgação dos conceitos
de sustentabilidade na agricultura moderna reduzindo o impacto da produção
em larga escala e melhorando a qualidade de vida da população local.
Para tanto se entende que a escola tem papel essencial neste processo
e que deve se comprometer a formar cidadãos mais conscientes e
comprometidos com um futuro melhor.
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15. REFERÊNCIAS AGRICULTURA BRASILEIRA. Disponível em <http://www Agricultura Brasileira.ambientebrasil.com.br> acesso em 12/03/2011. ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Relatório de produto técnico. 2006. Disponível em <http://www4.anvisa.gov.br/AGROSIA/asp>Acesso em: 14/03/2011. CANCIAN, N. A. Cafeicultura paranaense: 1900 -1970. Curitiba: Grafipar, 1981. CARVALHO, I. C.M. Os mitos do desenvolvimento sustentável. Revista de Cultura Vozes, Petrópolis, nº 2, p.17-21, nov./dez. 1991. COMPÊNDIO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS- Guia Prático de produtos Fitossanitários para uso Agrícola- 6ª Ed. São Paulo: Editor Andrei, 1999. DIAGNÓSTICO MUNICIPAL: História, Pioneiros, Atualidades: Engenheiro Beltrão, 1985. EHLERS, E. Agricultura sustentável: origens e perspectivas de um novo paradigma. São Paulo: Livros da Terra, 1996. 178 p. FERRARI, A. Agrotóxico: a praga a dominação. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1986. p. 110-112. FERREIRA, A. C. Levantamento quantitativo de agrotóxicos como base para a definição de indicadores de monitoramento de impacto ambiental na água. Revista SANARE, Curitiba, v.10. n. 10.p. 30-38. 1998.ras. FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE, Censos Agropecuários, 1970, 1996. Rio de Janeiro. GRAZIANO DA SILVA, J. O que é questão agrária. São Paulo, Brasiliense, 1982. GRAZIANO NETO, F. Questão agrária e ecologia. 2a Edição, São Paulo: Brasiliense, 1985.
LUCCI, E. A. O Homem no Espaço Global. Editora Saraiva, 1998, p.
(127,128). MARTINE, G. GARCIA, R. C. Os Impactos Sociais da Modernização Agrícola. Editora Caetés, São Paulo, 1987. MOREIRA, J.C. Avaliação Integrada do Impacto do uso de Agrotóxicos sobre a saúde humana de uma Comunidade de agricultores de Nova CIÊNCIA E SAÚDE COLETIVA, 2002. Friburgo. Rio de janeiro, v. 7, nº2, 299-211.
43
MORO, D. A. A modernização da agricultura paranaense. In Geografia social e agricultura. Org. VILLALOBOS, Jorge Ulisses Guerra. Maringá: Programa de pós-graduação UEM, 2001. Nishiyama, P. O Impacto da utilização dos agrotóxicos . Org.por Jorge Ulises Guerra Villalobos – Maringá: Programa de Pós Graduação em Geografia-UEM, 2001. 119 p. O Café no Paraná – Um pouco de História. In: Revista Cafeicultura. 18/12/2005 21:58 Disponível em: <http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=3644> . Acesso em 08 de abril de 2011. PASCHOAL, A. D. Pragas, praguicidas e a crise ambiental: problemas e soluções. Rio de Janeiro. Fundação Getúlio Vargas, 1979. 106 p. PREFEITURA MUNICIPAL – Departamento de Engenharia. 1991. Engenheiro Beltrão, 2011. ROCHA, A. A.; FUKUDA, F.; COSTA,J. R. Poluição por pesticidas no sudoeste de Goiás, VII Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária, Salvador, Cap.IV, 1-21, 1973. RÜEGG, E. F. et al. Impacto dos agrotóxicos sobre o meio ambiente, a saúde e a sociedade. 2ª ed. São Paulo: Cone, 1991.
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16. APÊNDICE 16.1. Entrevista com agricultores do distrito de Figueira D´Oeste, município de Engenheiro Beltrão – Paraná.
1- O senhor é caracterizado como
( ) agricultor familiar ( ) empresário rural
2- A área que o senhor utiliza para a agricultura é de
( ) menos de 5 alqueires ( ) menos de 10 alqueires ( ) menos de
30 alqueires
( ) acima de 30 alqueires
3- Desde quando o senhor trabalha na agricultura
( ) antes de 1960 ( ) entre 1960 1970 ( ) entre 1970 e 1980 ( )
de 1970 até hoje
4- O senhor sabe se antes de 1960 os agricultores utilizavam agrotóxicos?
( ) sim ( ) não
5- O que o senhor planta na sua propriedade?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
_________________________________________________________.
6- Possui máquinas agrícolas, quais?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
_________________________________________________________.
7- Utiliza agrotóxicos, quais?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
_________________________________________________________.
8- 5 - Quando você compra esses produtos você apresenta receita
agronômica?
( ) sim ( ) não
9- Usa EPI (Equipamento de Proteção Individual)?
( ) sim ( ) não
10- Alguma vez já sofreu intoxicação?
( ) sim ( ) não
11- O senhor sabe dos males que os agrotóxicos podem causar à nossa
saúde?
( ) sim ( ) não
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( ) sim ( ) Não
12- Lê os rótulos e bulas dos agrotóxicos?
( ) sim ( ) não
13- O que faz com as embalagens vazias dos agrotóxicos?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
14- Em que local devolve as embalagens vazias de agrotóxicos?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
15- Lava as embalagens vazias de agrotóxicos?
( ) sim ( ) não
16- Sabe como se faz a tríplice lavagem? Descreva.
__________________________________________________________
__________________________________________________________