FILOSOFIA IDADE MÉDIA
PATRÍSTICA e ESCOLÁSTICA
Professor Ricardo da Cruz AssisFilosofia - Ensino Médio
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FILOSOFIA NA IDADE MÉDIA
Europa com as invasões germânicas ou bárbaras no séc.
IV D.C.
EUROPA
A IDADE MÉDIA INICIOU-SE NA
Os castelos medievais
representavam poder e
segurança 4
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Na Idade Média, a Religião de Cristo dominava o cenário religioso: Constituiu-se como Igreja (Ecclesia) Católica Apostólica Romana pelo imperador
Constantino.
A arte e a educação medieval também foram fortemente
marcados pela religiosidade da época.
Sua primeira fase se dá entre os séculos II e o século VIII. Esta fase é chamada de
patrística
Representa o pensamento filosófico dos primeirosséculos. O sistema de doutrinas elaboradas pelos padresda igreja, que defendiam as “verdades” da fé cristãcontra os hereges.
Patrística
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Apologética
•Discurso argumentativo em defesa da fé cristã, comprovado pela razão, contra seus opositores.
Como defesa fundamentada da fé, a Apologética está para aTeologia como a Filosofia está para as Ciências Humanas.
FÉ RAZÃO
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Dentro do cristianismo e do catolicismo desteperíodo, não podemos nos esquecer de que Deus étudo e Criador de tudo o que existe. Ele é a própriaperfeição, e tudo aquilo que foi criado a partir Deletem, também, de ser fruto desta perfeição.
Então, como explicar um ser imperfeito como ohomem? Como explicar a existência do Mal se Deusé Bom e perfeito?
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Agostinho defende
uma subordinação maior da
razão em relação à fé, por
crer que esta venha restaurar
a condição decaída da razão
humana
•conciliava elementos
da filosofia de Platão
com valores de ordem
espiritual
•Nascido em 354, Santo Aurélio Agostinho é considerado um
filósofo neoplatonista, bispo de Hipona
•Defende a posição de que a última palavra deveria estar na revelação, porém é a razão que norteia a fé e
lhe dá coerência.
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Agostinho acreditava que a metafísica existente em
Platão e sua preocupação com a verdade estivessem
diretamente relacionadas aos valores cristãos, que
também procuravam a verdade e a iluminação, ainda
que divinas.
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A dialética platônica e sua explicação para arealidade, pautadas no mito da caverna,acabam por se transformar em um dosprincipais instrumentos de manipulação dosanto padre para provar seus argumentos.
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A verdade para Platão seria apenas concebível no mundodas ideias, e o mundo material seria uma cópia imperfeitadele. Inspirado na dialética platônica, Santo Agostinhoafirma ser Deus o criador da perfeição das ideias divinas, oque não invalida a verdade extraída da razão humana, masesta, como o homem, sendo cópia imperfeita das ideiasdivinas, também é imperfeita, sendo fruto dos juízos devalores que os homens fazem ao interpretar aquilo queseus sentidos captam.
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A interpretação dos sentidos sempre é vista comoverdadeira por Agostinho, desde que o interlocutor afirmeesta sensação (quando, por exemplo, afirmarmos algocomo “o céu aparenta estar azul hoje”). O erro está emincluir um valor e tomar a sensação como verdade (quandoafirmamos categoricamente sem dúvidas “o céu é azul”). Oerro, portanto, existe e não foi criado por Deus, mas é frutodos valores que o homem adiciona à percepção que tem dacriação divina.
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Considerando essa afirmação verdadeira, decorreoutra questão: como o homem, criado por Deus,pode adquirir essa percepção equivocada darealidade? Santo Agostinho responde: por meio dolivre-arbítrio, pois o homem é livre para definir seudestino, aproximando-se ou distanciando-se dapalavra divina e, portanto, da salvação eterna.
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Santo Agostinho
Com relação ao conceito de ideias eternas na
filosofia de Agostinho, podemos dizer que as ideias
eternas são os modelos ou formas originárias a
partir das quais Deus cria todas as coisas; elas
mesmas, porém, não são criadas por Deus nem têm
uma existência independente dEle, mas são
coeternas com Ele, estão na mente divina.
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Com relação à função dessas ideias em nossoconhecimento, podemos afirmar que, sendo os modelospara a criação das coisas, as ideias eternas também são osmodelos para o nosso conhecimento; assim, nósconhecemos as coisas voltando-nos para essas ideias, quecontemplamos em nós por causa da iluminação divina.
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O corpo é mortal e a alma é seu princípio de vida. Esta distinção vai dos seresinanimados e passa pelos vegetais, animais até o homem. Mas não terminaaqui. Acima da razão (do homem) ainda há verdades que não dependem dasubjetividade, pois suas leis são universais e necessárias: as matemáticas, aestética e a moral. Só acima destas está Deus, que as cria, ordena e possibilitao seu conhecimento, que deve, agora, ser buscado na interioridade dohomem.
Nessa ordem e por um processo de interiorização e busca, pode-se encontraressas verdades porque Agostinho admite que Deus as ilumina, estando elas jáanteriormente em nosso espírito. A doutrina da Iluminação divinacaracteriza-se por uma luz que não é material e que se atinge quando doencontro com o conhecimento da verdade para que o homem possa ter umavida feliz e beata. O lembrar-se disto, isto é, o recordar-se de umconhecimento prévio é o que o filósofo/teólogo denomina de rememoraçãode Deus (herança da teoria da reminiscência platônica).
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A ORIGEM DO MAL - SANTO AGOSTINHO
Eu buscava a origem do mal, mas de modo errôneo, e não via o erro que havia em meu modo de buscá-la. Desfilava diante dos olhos de minha almatoda a criação, tanto o que podemos ver — como a terra, o mar, o ar, as estrelas, as árvores e os animais — como o que não podemos ver — como ofirmamento, e todos os anjos e seres espirituais. Estes porém, como se também fossem corpóreos, colocados pela minha imaginação em seusrespectivos lugares. Fiz de tua criação uma espécie de massa imensa, diferenciada em diversos gêneros de corpos: uns, corpos verdadeiros, e espíritos,que eu imaginava como corpos.
E eu a imaginava não tão imensa quanto ela era realmente — o que seria impossível — mas quanto me agradava, embora limitada por todos os lados. Ea ti, Senhor, como a um ser que a rodeava e penetrava por todas as partes, infinito em todas as direções, como se fosses um mar incomensurável, quetivesse dentro de si uma esponja tão grande quanto possível, limitada, e toda embebida, em todas as suas partes, desse imenso mar.
Assim é que eu concebia a tua criação finita, cheia de ti, infinito, e dizia: “Eis aqui Deus, e eis aqui as coisas que Deus criou; Deus é bom, imenso einfinitamente mais excelente que suas criaturas; e, como é bom, fez boas todas as coisas; e vede como as abraça e penetra! Onde está pois o mal? Deonde e por onde conseguiu penetrar no mundo? Qual é a sua raiz e sua semente? Será que não existe? E porque recear e evitarmos o que não existe? Ese tememos em vão, o próprio temor já é certamente um mal que atormenta e espicaça sem motivo nosso coração; e tanto mais grave quanto é certo quenão há razão para temer. Portanto, ou o mal que tememos existe, ou o próprio temor é o mal. De onde, pois, procede o mal se Deus, que é bom, fez boastodas as coisas? Bem superior a todos os bens, o Bem supremo, criou sem dúvida bens menores do que ele. De onde pois vem o mal? Acaso a matériade que se serviu para a criação era corrompida e, ao dar-lhe forma e organização, deixou nela algo que não converteu em bem?
E por que isto? Acaso, sendo onipotente, não podia mudá-la, transformá-la toda, para que não restasse nela semente do mal? Enfim, por que se utilizoudessa matéria para criar? Por que sua onipotência não a aniquilou totalmente? Poderia ela existir contra sua vontade? E, se é eterna, porque deixou-aexistir por tanto tempo no infinito do passado, resolvendo tão tarde servir-se dela para fazer alguma coisa? Ou, já que quis fazer de súbito alguma coisa,sendo onipotente, não poderia suprimir a matéria, ficando ele só, bem total verdadeiro, sumo e infinito? E, se não era conveniente que, sendo bom, nãocriasse nem produzisse bem algum, por que não destruiu e aniquilou essa matéria má, criando outra que fosse boa, e com a qual plasmar toda a criação?Porque ele não seria onipotente se não pudesse criar algum bem sem a ajuda dessa matéria que não havia criado.
Tais eram os pensamentos de meu pobre coração, oprimido pelos pungentes temores da morte, e sem ter encontrado a verdade. Contudo, arraigavasempre mais em meu coração a fé de teu Cristo, nosso Senhor e Salvador, professada pela Igreja Católica; fé ainda incerta, certamente, em muitospontos, e como que flutuando fora das normas da doutrina. Minha alma porém não a abandonava, e cada dia mais se abraçava a ela.
Fonte: Confissões, Santo Agostinho, Editora Martin Claret, páginas 145-147.
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A Escolástica
conciliar elementos da filosofia de Platão ou de Aristóteles com valores de
ordem espiritual.
•A questão chave do pensamento escolástico, é
Dai o surgimento das escolas, onde os professores eram
chamados de mestres escolásticos.
linha dentro da filosofia medieval, •Vai do começo do século IX até aofim do século XIV, ou seja, até ao fimda Idade Média.
•Surgida da necessidade de responder àsexigências da fé, ensinada pela Igreja,porém de modo racional, buscandoharmonia de duas esferas: a fé e a razão.
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Tomás de Aquino introduz elementos da
filosofia de Aristóteles no pensamento da
igreja,sobretudo, no movimento escolástico,
Santo Tomás de Aquino nasceu na Itália em 1225.Seus estudos eram fundamentados pela filosofiaaristotélica. Ele parte de Aristóteles para organizaros ramos do conhecimento num sistema completo.
Tomás de Aquino defende uma certa autonomia da razão na
obtenção de respostas, por força da inovação do aristotelismo,
apesar de em nenhum momento negar tal subordinação da razão à
fé.23
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Você agora esta diante de uma nova realidade apartir da Idade Medieval e a atividade filosóficadesse período. Tal realidade pode ser chamada de Afilosofia a partir do Pensamento Teológico Cristão.
É fundamental que você tenha elementos básicos sobre o caráter diferenciado da filosofia cristã em
relação à filosofia clássica nascida na Grécia. Saber perceber as diferenças o permitirá aprofundar as
razões para a Revolução do pensamento a partir do Século XVI.
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5 VIAS PARA PROVAR A EXISTÊNCIA DE DEUS
1) Com os sentidos, apreendemos que o mundo édotado de movimento e que nada se move por si(segundo Aristóteles). A causa do movimentodeve, portanto, ser causada. Para não se chegar àinfinitude das causas – o que seria inadmissível–, deve haver uma causa primeira e imóvel:Deus.
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2) As coisas são causa ou efeito de outras coisas,e nunca causa e efeito. Presume-se, então, umacausa primeira que não é causada: Deus.
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3) Os sentidos nos mostram que as coisasexistem e perecem. Sendo assim, as coisas nãonecessitam de existência. Logo, a existênciaprecisa de uma causa que tenha a existênciacomo essência: esta causa é Deus.
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4) A hierarquia das coisas relativas depende deum ser que seja medida absoluta e terna daperfeição, pois, se não for assim, não teremosparâmetro para saber o que é mais perfeito. Esteser é Deus.
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5) A hierarquia das coisas também pressupõeuma inteligência que conheça e organize omundo, segundo sua finalidade. Essainteligência é Deus.
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Ou seja, Deus é a Inteligência responsável porordenar o universo, fato facilmente comprovadoquando observamos o nosso redor econseguimos perceber a ordem das coisas, e nãoo caos, prova da existência de uma inteligênciaque ordena tudo: novamente, Deus.
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Sendo o motor, Deus também é a causa primeirado movimento, que dá origem a todas as outrascoisas; logo, Deus é também um SERNECESSÁRIO, cuja origem não depende de outracoisa qualquer, já que consideramos comoverdadeiros os dois pontos anteriores.
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