FRÁGEIS FRÁGEIS COMO A COMO A
FLOR FLOR
Tais quais lírios do campo assim eles são.Carregam em si traços
da perfeição divina, mas pendulam entre viver e
morrer firmados por tênue raiz.
Os seus dias, tais quais pétalas de fina flor, tremulam ao vento, envolvidos completamente
por força maior, como que conduzidos egovernados pelo Eterno.
O vicejar de seus ramos sinaliza renovo e vida, o
continuar legítimo da espécie.
O verde frescor que deles emana é saúde plena, vigor empírico que
encordoa o manto e enrijece o cetro, sem descuidar da seiva ou
desfazer do mimo.
O desabrachar sutil de suas perfumadas virtudes
enternece e encanta aos que delas necessitam; promessas ricas, benfazejas, alvíssaras,
acordes cheios, viva esperança.
O polinizar viril de suas potencialidades espalha luz e cor sobre telas rotas e sem vida e
anuncia chuva boa, orvalho fresco sobre mentes áridas e corações ermos.
A afinação de seu traço em
contornos leves e firmes contrasta
com a rigidez sensata de seus
membros, sementes do bem
de onde florescem
lampejos de um caráter bom, promotor de
personalidades marcantes.
Deseja-se colher suas variadas faces, formas e cores; sua ostensiva riqueza
convida a uma namoradela; todos querem se aproximar; é bom sentir o
seu toque e sorver o seu aroma suave, faz bem à vida.
Em torno de si há abundância de víveres, todosgêmeos, pinturas em série, ladrilhos arrumados, pares de uma mesma jornada, ombreados pelo
mesmo jugo; somem-se diante deles as incongruências, são iguais.
Inclinam-se todos para a
mesma direção onde sopra o vento e são
alvos do mesmo serenar;
partilham as mesmas bênçãos.
Mas não obstante
serem tantos, tão belos, tão especiais, têm curta duração. Tão logo
desabrocham são
colhidos.
Nascem, tomam forma, esbanjam viço e perfume na exuberância dos seus dons e
passam. De manhã se erguem, à tarde se firmam, à
noite fenecem.
Tais quais flores do campo, vicejam, murcham e caem. A eloquência excitante de sua abordagem em pouco tempo silencia e o seu fartalhar não
se ouve mais.
O pó reclama o que lhe pertence e cedoO pó reclama o que lhe pertence e cedo é atendido. O seu labor, o seu fascínio e é atendido. O seu labor, o seu fascínio e o seu esplendor são emoldurados, não seo seu esplendor são emoldurados, não se
reeditam, cedem o seu lugar a outros.reeditam, cedem o seu lugar a outros.
As suas obras, quais sementes, espera-se, farão história; garantirão para a posteridade que tudo será como antes. É bem assim... Tais quais frágeis flores do
campo assim são os filhos de Deus.
Autor: Itamar Santana Bezerra Edição e Criação Gráfica: Janice M. dos Santos