TOXICOLOGIA - NOES BSICASCONCEITOS TOXICOLGICOSHISTRIA DA TOXICOLOGIAProf. Msc. FLAUBERTT SANTANA DE AZEREDO Farmacutico Toxicologista - CRF 3665 E-mail: [email protected] celular: (62) 9294-0349Colaborao: Dr. Luiz Carlos da Cunha - Prof. Adj. Toxicologia Faculdade de Farmcia/UFG
TOXICOLOGIA - CONCEITOCincia que estuda os EFEITOS NOCIVOS
das substncias (ou produtos qumicos)que interagem com o organismo,
com a finalidade de prevenir,diagnosticar e tratar a INTOXICAO.
TOXICOLOGIA - OUTROS CONCEITOSRamo da cincia que estuda as substncias nocivas sade, suas aes, seus sintomas, seus efeitos e seus contravenenos (antagonistas e antdotos) parte das Cincias Biolgicas que se dedica ao estudo dos EFEITOS NOCIVOS causados por agentes qumicos ao interagirem com organismos vivos. Cincia que define os limites de segurana* dos agentes qumicos". (Casarett)*probabilidade de uma substncia no produzir danos em condies especficas
DROGA
Qualquer substncia que ocasiona uma alterao no funcionamento biolgico por suas aes qumicas.Efeito benfico
Efeito adverso
Frmaco
Agente txico
FARMACOLOGIA
TOXICOLOGIA
TOXICOLOGIA - CONCEITOSTXICO TOXICANTE XENOBITICO VENENO TOXINA TOXICIDADE Substncia qumica estranha, de estrutura definida, capaz de induzir efeitos txicos* sobre os organismos.
*efeito nocivo, deletrio, danoso, prejudicial a sade.
Txico causador de graves efeitos, por vezes mortais. Substncia natural (biotoxina) que provoca efeitos txicos. Propriedade potencial que as substncias qumicas possuem, em maior ou menor grau, de exercer um efeito nocivo.
Periculosidade: Fator intrnseco ao xenobitico que mede suacapacidade de induzir efeitos adversos nos sistemas biolgicos. INTOXICAO
Resultado clnico dos danos produzidos por um toxicante.
EXPOSIO / TOXICOCINTICA / TOXICODINMICA
PRINCIPAIS EFEITOS DELETRIOS1. Alteraes cardiovasculares e respiratrias;2. Alteraes do sistema nervoso; 3. Leses orgnicas: ototoxicidade, hepatotoxicidade, nefrotoxicidade, etc; 4. Leses carcinognicas / tumorignicas; 5. Leses teratognicas (malformaes do feto); 6. Alteraes genticas: aneuploidizao; clastognese; mutagnese
7. Infertilidade: masculina, feminina ou mista;8. Alteraes da capacidade reprodutora: teratognese; aborto (precoce ou tardio) Alguns exemplos:Vitamina A - Atraso mental; crebro e corao.
Talidomida - Corao e membros.Fenobarbital - Palato; corao; atraso mental. lcool - Defeitos faciais; atraso mental. Cloranfenicol - Aplasia medular
Fases da Intoxicao - AspectosEXPOSIO(Disponibilidade qumica)
Como o agente ingressa no organismo - Propriedades fsico-qumicas e forma fsica do agente - Via de introduo / Dose (quantidade, tempo e freqncia)
Processos sofridos entre a disponibilidade qumica e concentrao nos tecidos TOXICOCINTICA Absoro (Biodisponibilidade) Distribuio e armazenamento (acmulo) Biotransformao Excreo Modo de interao agente X stio de ao TOXICODINMICA - Receptores (qumicos ou biolgicos) - Especificidade da ao CLNICA Evidncias detectveis dos efeitos nocivos - Sinais e sintomas clnicos
Fases da Intoxicao - DiagramaAgente txico
IEXPOSIO
IITOXICOCINTICA
IIITOXICODINMICA
IVCLNICA
Propr. FQO
A D M EBiodisponibilidade
Interao Receptores
Sinais Sintomas Efeito nocivo
Disponibilidade Qumica LEO / LT ou TLV
Dano bioqumico(ao txica)
IBE IBMP IDA VRf - Valores Referncia NDICES BIOLGICOS DE EXPOSIO
CLASSIFICAO DOS TOXICANTESQUANTO ORIGEM QUANTO FORMA
Naturais
Minerais Vegetais Animais Sintticos Dioxina DDT
Slido Lquido Gasoso Vapor Radiao
Classificao dos ToxicantesQUANTO AO USO
QUANTO AO RGO-ALVO
QUANTO AO EFEITO
Praguicidas Solventes Alimentos Medicamentos Matria-prima
Hepatotxicos Neurotxicos Nefrotxicos Cardiotxicos Mielotxicos
Mutagnicos Carcinognicos Embriofetotxicos
Classificao por uso/funo
Medicamentos.
Produtos cosmticos / higiene personal.
Classificao por uso/funo
Substncias de abuso.
Alimentos e/ou bebidas.
Classificao del Clasificacin por uso/funo uso/funcin
Animais peonhentos e plantas txicas.
Produtos de uso domstico ou geral.
Classificao por uso/funo
Contaminante ambiental
Praguicidas.
CATEGORIAS DE TOXICOS (Algumas)Asfixiantes (diminuem a absoro de oxignio pelo organismo): Nitrognio, CO, cianetos; Irritantes (causam inflamao nas hidrognio, HC aromticos;membranas mucosas):
cido sulfrico, sulfeto de
Carcinognicos (provocam cncer): benzeno, aromticos policclicos; Neurotxicos (danos ao sistema nervoso): compostos organometlicos;
Mutagnicos (causam mutaes genticas):Teratognicos (provocam malformaes congnitas): alcool; talidomida Hepatotxicos (danos ao fgado): CCl4, clorafenicol, paracetamol Fitotxicos (danos a flora): tensoativos; praguicidas
REAS DA TOXICOLOGIAToxicologia de alimentos Toxicologia ambiental Toxicologia de medicamentos Toxicologia ocupacional Toxicologia social
ASPECTOS / DIVISO
Clnico
Analtico
Legislao (FORENSE)
Pesquisa
As coisas(Msica: Gilberto Gil / Letra: Arnaldo Antunes / Voz: Caetano Veloso)
As coisas tm / peso, massa, volume, tamanhotempo, forma, cor, posio, textura, durao densidade, cheiro, valor, consistncia, profunidade, contorno,
temperatura, funo,/ aparncia, preo / destino, idade, sentidoAs coisas no tm paz (6x).
Para reflexoQue correlao h entre a paz da musica e a Toxicologia? Cite 5 causas/motivos que ocasionam intoxicao? Para cada motivo, apresente uma soluo para o problema.
TOXICOLOGIA - NOES BSICASCONCEITOS TOXICOLGICOSHISTRIA DA TOXICOLOGIAProf. Msc. FLAUBERTT SANTANA DE AZEREDO Farmacutico Toxicologista - CRF 3665 E-mail: [email protected] Tel. mvel: (62) 9294-0349
TOXICOLOGIA - ORIGEM
TOXICON = FLECHA (do grego)
TOXICOLOGIA - HISTRIA
OBSCURANTISMOUso sem reflexo causal e conhecimento tcnico
?
Orientao instititivo-empricoOrientao emprico-mgica
FASE
Papiro de Ebers 1500 a.C.
VENENOSAMtodos de identificao Sculo XIII
Mecanismos bioqumicosmoleculares de ao dos txicos
LUZ
Sculo XXI
FATORES CONFIGURANTES DA HISTRIA TOXICOLOGICAconceito primitivo de animismo; racionalidade dos gregos clsicos; espiritualidade dos monasterios medievais; beleza da arte renacentista; emoo dos descobrimentos e a explorao; florecimento prodigio da cincia e da tecnologia no sec. XIX;
avanos quase inverosmiles da alta tecnologia e engenharia gentica nos nossos das
INFLUNCIA SOCIAL DAS MUDANAS Religio / Cincia / Tecnologia / Organizao social
OBSCURANTISMOTOXICOLOGIA HISTRIA 1500 a.C.Papiro de Ebers
Tabuas sumricas; Textos vdicos indianos; Testamentos dinsticos da China; Vestgios de ndios americanos
Ano zero
Hippocrates (460-364 a.C.) Theophrastus (370-287 a.C.) Mitridates (120-63 a.C.) Dioscorides (40 -90 a.C.)
IDADE MDIA: Fase urea da arte de envenenar 1500 d.C. Paracelsus Toxicon / Experimentao
Sc 18/19
Respostas teraputicas vs txicas Dose vs resposta / Especificidade
Farmacologia/Fisiologia ExperimentalAnestesia, anti-sepsia
Magendie, Claude Bernard Toxicologia ModernaBenefcios, efeitos adversos, anlise
Orfila
Sculo 21
LUZ
Arsenicais, TOCP, DDT, DES, Sulfanilamida, antibiticos, Organofosforados, radicais livres, dose-resposta, Cromatografia em papel, metabolismo, Talidomida Carcinognese, mutagnese, teratognese, Mtodos analticos sensveis, Avaliao de risco e segurana
TOXICOLOGIA - FASE PRIMITIVA
Animais
Vegetais?
Caa
Guerras
TOXICOLOGIA
FASE VENENOSA
Emprego de substncias para fins punitivos e homicidas.
Fase marcante e prolongada (idade antiga idademdia)
Divulgao
dos
venenos
e
das
tcnicas
de
envenenamento na literatura, na arte e no cinema
Conceito social errneo de veneno produtos comumente ligados a suicidio/homicidio(amndoas amargas, cicuta, arsnio, chumbo)
Fase venonosa - Idade AntigaAspectos gerais- Papiros de Ebers: Egpcios sentenciava a morte com sementes de amndoas amargas. Grcia antiga: uso da cicuta inclusive como substncia de eleio para a eutansia legal (p.ex: Scrates) Uso de venenos como meios polticos (predomnio do arsnico): presena dos provadores oficiais das autoridades reais, nas cortes antigas. P.ex.: Nero falhou ao tentar matar Britnico, filho natural de Cludio (sucessor do trono) atravs de Locusta, devido sintomas evidenciados pelo provador.
TOXICOLOGIA - ANTIGUIDADE (GRCIA)
Papiro de Ebers (1500 a.C.)Georg Moritz Ebers (1837-1898)
800 substncias qumicas
Animal, vegetal, mineral
Hippocrates (460-364 a.C.): Lista
de venenos; Toxicologia Clnica: biodisponibilidade, sobredosagem.
Primum non nocere
Theophrastus (370-287 a.C.): De Historia PlantarumPai da Farmacognosia
PHARMACON = TOXICON
TOXICOLOGIA - ANTIGUIDADE (GRCIA)
Mitridates VI (120-63 a.C.)Rei de Ponto, Sec. II a.C.
Experincias toxicolgicas: venenos vs antdotos Mithridaticum: tnico e antdoto universal c/ 36 produtos Mitridatismo: tolerncia adquirida
VENENO FARMACO
Pai da toxicologia
TOXICOLOGIA - ANTIGUIDADE (GRCIA)SOCRTES filsofo grego, exercendo considervel influncia sobre a juventude aristocrtica, demonstrando hostilidade tirania de Crcias, foi acusado de impiedade e condenado a envenenar-se tomando CICUTA (veneno extrado de planta com o mesmo nome) em Atenas, no ano de 399 a.c.
Na Grcia - eutansia legal com cicutaNo dia da execuo, o escravo entrega a taa de veneno a Scrates e, este sem vacilar, toma-o em um trago. Depois de andar pela cela, comea a sentir as pernas cada vez mais pesadas, se deita e espera com calma o fim.
TOXICOLOGIA - ANTIGUIDADE (ROMA)
Dioscorides (40 -90 a.C.) Classificao*ORIGEM: ANIMAIS (sapos, cobras, salamandras) VEGETAIS (pio, cicuta, acnito, digitalis) MINERAIS (As, Pb, Cu, antimnio) *De Universa Mdica: + 600 farmcos (emticos, ventosas, cidos)
Novos agentes txicos e teraputicos
TOXICOLOGIA - ANTIGUIDADE Nicanor de Colofon Theriac e Alexipharmaca
Roma, Sc. IV a.C. Epidemia de envenenamentos Uso nos meios polticos.Nero e Locustra contra Britnico
Sulla Lex Cornelia (82 a.C.) punio pra viuvas assassinas
Fase Venenosa Idade MdiaASPECTOS GERAIS
poca urea: aprimoramento da arte de envenenarSc. XVII: Em Npolis gua de Toffana, cosmticos e cantaridina contaminados com arsnico. Sc. XV: Lucrcia Borgia (com o pai, Papa Alexandre VI) eliminou vrios adversrios pelo arsnico. Kalpurnium introduo de dedo embebido em arsnico na vagina das amantes.
TOXICOLOGIA - IDADE MDIA
Maimonides (120-63 a.C.) Antes da Renascena
Poisons and Their AntidotesRetardo da biodisponibilidade: leite, manteiga, creme
Refutou muitos remdios populares
TOXICOLOGIA - IDADE MDIAItlia - Incio da Renascena Envenenador: parte integrante da vida poltica Conselho dos Dez de Veneza Toffana: Acqua Toffana Hieronyma Spara: objetivos monetrios e maritais Famlia Borgias: Alexandre VI, Cesare e Lucretia Borgia Catarina de Medici: Exportao de venenos para a Frana Experimentao (com pobres e doentes): 1. Rapidez da resposta (incio da ao ou lag time); 2. Eficincia do composto (potncia); 3. Grau de resposta de partes do corpo (especificidade, stio de ao); 4. Reclamaes da vtima (sinais e sintomas).
TOXICOLOGIA - IDADE MDIA
Catherine Deshayes La Voisine 1. Muitos envenenamentos, dentre eles 2000 crianas. 2. Condenada por uma comisso judicial criada por Lus XIV, Chambre Ardente, e executada.
TOXICOLOGIA - ILUMINISMOPhillipus Aureolus Theophrastus Bonbastus von Hohenheim
Paracelsus (1493-1541)
All substances are poisons; there is none which is not a poison. The right dose differentiates a poison from remedy.
Paracelsus and the "Rationalist" approach Iconoclastic, abrasive and outrageous, Paracelsus (Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim) was the Martin Luther of medicine. He broke with tradition by teaching in German, not Latin, burned Avicenna's Canon to mark his break with faculty colleagues at Basel, and lambasted Galen at every opportunity. Paracelsus wrote the first comprehensive account of an occupational illness, Miner's Disease. National Library of Medicine
TOXICOLOGIA - ILUMINISMOParacelsus PIV Filosofia e Magia Filosofia e Cincia
Vises Revolucionrias1. Enfocou o Toxicon, o agente qumico, como entidade.
2. A experimentao imprescindvel ao exame de resposta a toxicantes.3. Distino entre respostas teraputicas e txicas dos toxicantes. 4. Estas propriedades so, algumas vezes, indistinguveis, exceto pela dose. 5. Avaliao do grau de especificidade dos agentes qumicos, seus efeitos teraputicos e txicos.(Pressgio s balas mgicas de Paul Ehrlich e introduo do ndice Teraputico; primeira articulao da relao dose-resposta)
HIST. FASE MODERNA
+ 1800d.C.: surgimento de mtodos e estudos para a identificao dos venenos.Estudo das intoxicao que encarada sob diferentes prismas: Intoxicaes PROFISSIONAIS Intoxicaes ALIMENTARES Poluio ambiental Doenas Iatrognicas, Teratognese Intox. por animais venenosos/peonhetos
TOXICOLOGIA - IDADE MODERNA
Revoluo Industrial: Percival Pott (1775) xenobiticos vs doena. Toxicologia Experimental: Magendie (1783-1885): mecanismo ao emetina, estricnina e curares; Orfila (1787-1853): Toxicologia Forense;Claude Bernard (1813-1878): mecanismo de ao do CO.
TOXICOLOGIA HISTRIA
Toxicologia ModernaToxicologia: cincia multidisciplinar1850 - : introduo de substncias qumicas na teraputica Anestsicos (ter, clorofrmio, cido carbnico); Desinfectantes; Farmacologia Experimental - Toxicologia Experimental; Final sculo XIX: benzeno, tolueno, xileno (escala comercial);
radioatividade (Becquerel e Curies);I Guerra Mundial: vitaminas, arsenicais, TOCP, DDT, DES. II Guerra Mundial: antibiticos, sulfas.
Becquerel
Marie
Pierre
TOXICOLOGIA - MODERNA
Sulfanilamida(Elixir alcolico)
MorteInsuficincia Renal
cido oxlico e gliclico EtilenoglicolHOCH2CH2OH
Continuou a ser comercializada como ELIXIR
Cristalizao nos tbulos renais
TOXICOLOGIA - MODERNA
TOXICOLOGIA - MODERNADcada de 1940 e ps-guerraOrganofosforados, anti-malricos, radionucldeos, radicais livres, binding dos xenobiticos a macromolculas, eventos mutacionais celulares, mtodos para toxicologia inalatria e terapia, propriedades txicas dos oligoelementos, complexidade da curva dose-resposta. Inibidores da AChE. Patologia Experimental. Miller: radicais livres, oxidase de funo mista, citocromo P450;
Cromatografia em papel (1944).Bernard Brodie (1947): metablitos e bioqumica do sangue; concentrao vs resposta; Carcinognese, mutagnese, teratognese;
Quinino
TOXICOLOGIA - MODERNA
Arnold Lechman (1955) You too can be a toxicologist in two easy lessons, each of ten years.
TOXICOLOGIA - MODERNA
Rachel Carson (1962) Talidomida Silent Spring
FOCOMELIA
Ismero S (teratognico)
Ismero R (ativo)
Converso enantiomrica talidomida
TOXICOLOGIA
MODERNA - FASE ATUAL
Taxa de intoxicao (OMS): 1,5% nos paises desenvolvidos e 3,0% nos subdesenvolvidos Deficincia do servio de notificao/estatstica Falta registro e controle de produtos
Necessidade de estudos toxicologicos mltiplos produtos diariamente lanados no mercado consumidor, desenvolvimento tecnolgico e a produo em srie devido rpido progresso mundial.
Intoxicaes humanas to mrbidas, covardes e traioeiras quanto outrora, porm bem mais sofisticadas.
TOXICOLOGIA
MODERNA - APLICAO
Avaliao de Risco e Segurana Normas para pesquisa em medicamentos Normas para pesquisa de pesticidas Legislao alimentar Legislao trabalhista Legislao ambiental Revistas Especializadas Conscientizao Ampliao do ensino em Toxicologia Criao de novos laboratrios de Toxicologia Evoluo da Toxicologia Experimental