1 Introdução Previsão: 153, III, CF + art. 43 e ss., CTN
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
III - renda e proventos de qualquer natureza;
Nomen juris: Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza.
Competência: União.
2 Sujeito passivo: contribuinteArt. 45, CTN. Contribuinte do imposto é o titular da
disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis.
Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.
PF ou PJ titular de renda ou provento de qualquer natureza no Brasil.
2 Sujeito passivo Residente fora do Brasil: é necessário declarar a
saída definitiva do país (ficar fora por mais de 12 meses) em dois momentos: Enviar a “comunicação de saída definitiva do país”
assim que a decisão de retirar-se para sempre é tomada ou quando se completam doze meses da viagem (pela internet e com recibo de protocolo).
Preencher o formulário de declaração comum normalmente, marcando a opção “declaração de saída definitiva do país”.
A fonte pagadora é responsável pela retenção e recolhimento do IR. O empregado é contribuinte e o empregador é responsável.
3 Fato geradorArt. 43, CTN. O imposto, de competência da União, sobre a
renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:
I – de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;
II – de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.
§ 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
§ 2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
Fato gerador: aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda decorrente do capital ou do trabalho e de proventos de qualquer natureza (aquilo que não constituir renda).
RENDA: pode ser decorrente de capital (aplicações financeiras, lucros), de trabalho ou dos proventos de qualquer natureza (aposentadoria, loteria, doações).
PATRIMÔNIO: conjunto de direitos reais e pessoais e de obrigações de uma pessoa.
3.1 Fato gerador: definição de renda
4 Hipóteses de incidênciaRenda
- Rendimentos tributáveis superiores a R$ 19.645,32;- Rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, superiores a R$ 40.000,00.
Ganho de capital e operações em bolsa de valores
- Ganho de capital: lucro obtido na alienação de bens ou direitos;- Operação em bolsas de valores;- Isenção do imposto sobre a renda incidente sobre o ganho de capital auferido na venda de imóveis residenciais, cujo produto da venda seja destinado à aplicação na aquisição de imóveis residenciais localizados no País, no prazo de 180 dias contados da celebração do contrato de venda, nos termos do art. 39 da Lei 11.196/05.
Atividade rural
- Receita bruta anual em valor superior a R$ 112.436,25;- Compensação, no ano-calendário de 2010 ou posteriores, dos prejuízos de anos-calendário anteriores ou do ano-calendário de 2010.
Bens e direitos
- Posse ou a propriedade, em 31.12. 2010, de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300.000,00.
Residente no Brasil
- Passou à condição de residente no Brasil em qualquer mês (184 dias consecutivos ou não ou 12 meses ou visto permanente ou de trabalho) e nessa condição se encontrava em 31.12. 2010.
5 Isentos Rendimentos inferiores aos valores previstos; Declarados como dependentes de outras pessoas:
Cônjuge ou companheiro (filho ou convivência superior a 5 anos);
Filho ou enteado Até 21 anos Até 24 anos, se estiver cursando ensino superior Qualquer idade, se for incapacitado para o trabalho
Irmãos, netos e bisnetos (desde que detenha a guarda)
Pais, avós e bisavós, que tenham recebido até R$ 17.989,80 em 2010
Menor pobre (desde que detenha a guarda) Tutelados e curatelados
Art. 153, CF. § 2º - O imposto previsto no inciso III:
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;
Critérios de generalidade, universalidade e progressividade: Generalidade: incide sobre todos os que aufiram renda; Universalidade: deve abranger quaisquer rendas ou
proventos, independentemente da denominação; Progressividade: variação da alíquota conforme o
aumento da base de cálculo.
6 Alíquotas
6.1 Alíquotas Alemanha: 3 alíquotas entre 22,9% e 53%. França: 12 alíquotas entre 5% e 57%.
BRASIL – Alíquotas IRPF (Exercício 2014)Rendimento Alíquot
aParcela a deduzir
Até 20.529,36 -
De 20.529,37 até 30.766,92
7,5% R$1.539,70
De 30.766,93 até 41.023,08
15% R$3.847,22
De 41.023,09 até 51.259,08
22,5%
R$6.923,95
Acima de 51.259,08 27,5% R$9.486,91http://www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/TabProgressiva2012a2015.htm
Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto de Renda de Pessoa Física para o exercício de 2014, ano-calendário de 2013
Base de cálculo mensal Alíquota
Parcela a deduzir do imposto
Até R$1.710,78 - -
De R$1.710,79 até 2.563,91 7,5% R$128,31
De R$2.563,92 até 3.418,59 15,0% R$320,60
De R$3.418,60 até 4.271,59 22,5% R$577,00
Acima de R$4.271,59 27,5% R$790,58
Alíquotas de outros paísesPaís Alíquota máxima
do IRCarga tributária total (em % do PIB)
Suécia 58,2% 53,2%Alemanha 51,2% 36,4%Espanha 48% 35,2%EUA 46,1% 29,6%Japão 45,5% 27,1%Chile 45% 17,3%Canadá 43,2% 35,2%Coreia do Sul 41,8% 26,1%México 40% 18,3%Argentina 35% 17,4%Brasil 27,5% 36,4%Fontes: Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE); Secretaria da Receita Federal; Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT)
Carga tributária no Brasil
País
% da carga tributária em relação ao PIB
1 Dinamarca 48,22 Suécia 46,43 Itália 43,54 Bélgica 43,25 Finlândia 43,16 Áustria 42,87 França 41,9
País
% da carga tributária em relação ao PIB
8 Noruega 419 Hungria 39,110 Eslovênia 37,911 Luxemburg
o 37,512 Alemanha 3713 Rep.
Tcheca 34,814 Brasil 34,5
Fonte: OCDE, 15.12.2010
Evolução da carga tributária no Brasil
http://www.oecd-ilibrary.org/economics/country-statistical-profile-brazil_csp-bra-table-en
7 Base de cálculoArt. 44, CTN. A base de cálculo do imposto é o
montante, real, arbitrado ou presumido, da
renda ou dos proventos tributáveis.
PF: rendimentos líquidos PJ: lucro, conforme apuração
real presumida arbitrada.
7.1 Apuração dos lucros LUCRO REAL: diferença real entre receita bruta e
despesas operacionais. A empresa pode optar por pagamento mensal POR ESTIMATIVA e o ajuste será feito ao final do ano. É obrigatório para as empresas indicada na lei 9.7118/98.
LUCRO PRESUMIDO: presunção de que o lucro da empresa é uma porcentagem sobre a receita bruta. Ex.: 32% para prestação de serviços gerais.
LUCRO ARBITRADO: sobre o empresário irregular, em razão da inexistência de livros (obrigações acessórias do empresário)
Local da tributação: país de residência do contribuinte. É exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal. Incide o princípio da irretroatividade, entretanto,
considera-se que o IR tem FATO GERADOR COMPLEXIVO.
É tributo apurável por auto-lançamento: o contribuinte tem a obrigação acessória de enviar a declaração até o dia 30 de abril do ano seguinte ao ano-base.
8 Questões gerais
8.1 Isenção no ganho de capital Art. 22, lei 9.250/95. Fica isento do imposto de renda
o ganho de capital auferido na alienação de bens e direitos de pequeno valor, cujo preço unitário de alienação, no mês em que esta se realizar, seja igual ou inferior a:
I – R$ 20.000,00 (vinte mil reais), no caso de alienação de ações negociadas no mercado de balcão;
II – R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), nos demais casos.
Lei 11.196/05Art. 39. Fica isento do imposto de renda o ganho auferido por pessoa física
residente no País na venda de imóveis residenciais, desde que o alienante, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contado da celebração do contrato, aplique o produto da venda na aquisição de imóveis residenciais localizados no País.
§ 1o No caso de venda de mais de 1 (um) imóvel, o prazo referido neste artigo será contado a partir da data de celebração do contrato relativo à 1a operação.
§ 2o A aplicação parcial do produto da venda implicará tributação do ganho proporcionalmente ao valor da parcela não aplicada.
§ 3o No caso de aquisição de mais de um imóvel, a isenção de que trata este artigo aplicar-se-á ao ganho de capital correspondente apenas à parcela empregada na aquisição de imóveis residenciais.
§ 4o A inobservância das condições estabelecidas neste artigo importará em exigência do imposto com base no ganho de capital, acrescido de:
I - juros de mora, calculados a partir do 2o (segundo) mês subseqüente ao do recebimento do valor ou de parcela do valor do imóvel vendido; e
II - multa, de mora ou de ofício, calculada a partir do 2o (segundo) mês seguinte ao do recebimento do valor ou de parcela do valor do imóvel vendido, se o imposto não for pago até 30 (trinta) dias após o prazo de que trata o caput deste artigo.
§ 5o O contribuinte somente poderá usufruir do benefício de que trata este artigo 1 (uma) vez a cada 5 (cinco) anos.
8.2 Veículo furtado ou perda total Na ficha Declaração de Bens e Direitos:
Sobre o carro anterior: Na coluna “discriminação”: descrever o fato; Na coluna “valor”: anotar o valor recebido da
seguradora. Sobre o novo carro:
Na coluna “discriminação”: informar o valor recebido da seguradora;
Na coluna “valor”: anotar o valor de aquisição.
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