Ciência, desenvolvimento
tecnológico, proteção industrial e
geração de novos negócios
Prof. Dr. Cleber Gustavo Dias
22/09/2015
Inovação tecnológicae empreendedorismo:
1. Relações entre ciência, tecnologia e desenvolvimento econômico e
social;
2. O processo de inovação tecnológica (Invenção x Inovação);
3. Patentes: definições, pedidos e vigência;
4. Classificação Internacional de Patentes;
5. Busca nas bases públicas de patentes (USPTO, INPI e EPO);
6. Contratos de transferência de tecnologia; e
7. Empreendedorismo de base tecnológica.
Programação da oficina
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Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento
Econômico e Social
“A tecnologia, com maiores ou menores impactos, tem
conformado nossa vida. Estamos à mercê de sistemas
interconectados, transistores, bytes, hardware, software e, o
que é grave, estamos nos sentindo subservientes à sua
autoridade, moldando-nos ao seu funcionamento. Isto nos
converte, gostemos ou não, em participantes de uma nova
ordem na história, acantonando-nos num sistema tal que
nos coloca face a face com uma cultura que podemos
chamar de “tecnopolista”, sujeitando-nos ao que Winner
(1987), pertinentemente, chamou de “sonambulismo
tecnológico” “
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A tecnologia simboliza uma grande complexidade e
qualquer intento por definí-la deveria considerar que:
Tecnologia tem relação com ciência, com a técnica e
com a sociedade;
Tecnologia integra elementos materiais, como
ferramentas, máquinas, equipamentos, e não materiais,
tais como o saber fazer, conhecimentos, informações
organização, comunicação e relações interpessoais;
tecnologia tem relações com fatores econômicos,
políticos e culturais;
evolução da tecnologia é inseparável das estruturas
sociais e econômicas de uma determinada sociedade.
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“No tratamento da tecnologia se persegue a evolução do
ser humano”
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Recursos humanos para
ciência e tecnologia no Brasil
Deve-se destacar:
A instauração da Constituição Paulista de 1947 com seu
artigo 123, que determina a vinculação de 0,5% da
receita ordinária do Estado à pesquisa e à criação da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo (Fapesp);
Criação do Centro Técnico Aeroespacial e do Instituto
Tecnológico de Aeronáutica entre 1946 e 1950;
A instauração do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)
em 1951.
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Pesquisa básica pura
(Bohr)
Pesquisa básica
inspirada pelo uso
(Pasteur)
Pesquisa aplicada pura
(Edison)
Considerações de uso?
Não Sim
Bu
sca d
e
en
ten
dim
en
to f
un
da
me
nta
l?Pesquisa inspirada por:
Sim
Não
Patentes - Função
Quando, porque e para que patentear?
Novo & inventivoDivulgação de
conhecimento
Direito de
exclusividade
Patentes - Função
• Visam a proteção das criações de caráter
técnico e asseguram a seu titular a
exclusividade sobre o invento protegido e
o direito temporário de impedir terceiros
de praticar diversos atos com a invenção
patenteada, tais como produzir, usar ou
vender sem o seu consentimento.
Mitos sobre a proteção
patentária
• Difícil de obter
– Apenas modificações de caráter revolucionário merecem patentes
• Fácil de ser contornada
– Basta pequena modificação para escapar da patente
• Difícil obtenção de remédio judicial (proibição de fabricação e indenização)
• Lentidão do judiciário
• Pouca familiaridade dos juízes
– Correto, mas acontece na maioria dos países
• Altos custos
– Relação custo benefício
O Instituto Nacional da Propriedade
Industrial (INPI)
• Autarquia Federal, criada em 1970, vinculada
ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior. Tem por finalidade principal
executar, no âmbito nacional, as normas que
regulam a propriedade industrial.
• Sede no RJ. Delegacias em diversas cidades
do país.
• Site na Internet : www.inpi.gov.br
• Revista da Propriedade Industrial (RPI).
As patentes como fonte de informação
científica e tecnológica
Bases de patentes públicas:
• United States Patent and
Trademark Office – USPTO
(www.uspto.gov/
www.google.com/patents)
• European Patente Office –EPO
(www.european-patent-office.org)
• Instituto Nacional da Propriedade
Industrial – INPI (www.inpi.gov.br)
As patentes como fonte de informação
científica e tecnológicawww.google.com/patents
Título
Número da patente
Publicações
relacionadas
à patente
Classificação
Internacional
de patentes
Resumo
Busca
Número do pedido
de patente
Data do depósitoClassificação Int.
Clicar para
obter doc.
completo
• A Classificação Internacional de Patentes,
conhecida pela sigla IPC – International Patent
Classification, foi estabelecida pelo Acordo de
Estrasburgo em 1971 e prevê um sistema
hierárquico de símbolos para a classificação de
Patentes de Invenção e de Modelo de Utilidade de
acordo com as diferentes áreas tecnológicas a que
pertencem. (Fonte: INPI)
• A IPC é adotada por mais de 100 países e
coordenada pela Organização Mundial da
Propriedade Intelectual – OMPI. (Fonte: INPI)
A Classificação Internacional de Patentes - IPC
A Classificação Internacional de Patentes - IPC
A Classificação Internacional de Patentes - IPC
Patentes = Invenção≠ Descoberta !
Patentes = Invenção≠ Descoberta !
Patentes = Invenção≠ Descoberta !
O que é uma invenção (LPI 9279/96)?
Patente de InvençãoPatente de Modelo de
Utilidade
Art. 8º É patenteável a
invenção
que atenda
aos requisitos de novidade,
atividade inventiva e
aplicação industrial.
Art. 9º É patenteável como
modelo de utilidade
o objeto de uso prático,
ou parte deste,
suscetível de aplicação industrial,
que apresente nova forma
ou disposição,
envolvendo ato inventivo,
que resulte em melhoria funcional
no seu uso ou em sua fabricação.
O que não é uma invenção (LPI 9279/96)?
Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de
utilidade:
I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos;
II - concepções puramente abstratas;
III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais,
contábeis, financeiros, educativos, publicitários,
de sorteio e de fiscalização;
IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas
ou qualquer criação estética;
V - programas de computador em si;
VI - apresentação de informações;
VII - regras de jogo;
VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem
como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para
aplicação no corpo humano ou animal; e
IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais
biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela
isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer
ser vivo natural e os processos biológicos.
naturais.
• Patente de invenção
i. novidade absoluta: o invento não pode ter sidotornado disponível ao público em lugar algum domundo, exceto em caso de divulgação feita pelopróprio inventor nos casos previstos em lei
ii. atividade inventiva: a invenção é dotada de atividadeinventiva sempre que, para um técnico no assunto,não decorra de maneira evidente ou óbvia do estadoda técnica.
iii. aplicação industrial: o invento deve se prestar paraser produzido ou utilizado em qualquer ramo daindústria, entendendo-se por “indústria” qualquer ramoprodutivo, por exemplo a agricultura.
• Modelo de utilidade
i. novidade absoluta: o invento não pode ter sidotornado disponível ao público em lugar algum domundo, exceto em caso de divulgação feita pelopróprio inventor nos casos previstos em lei
ii. Ato inventivo: O modelo de utilidade é dotado de atoinventivo sempre que, para um técnico no assunto,não decorra de maneira comum ou vulgar do estadoda técnica.
iii. aplicação industrial: o invento deve se prestar paraser produzido ou utilizado em qualquer ramo daindústria, entendendo-se por “indústria” qualquer ramoprodutivo, por exemplo a agricultura.
Patentes – Validade
• A patente tem efeitos territoriais, isso é,
ela tem validade apenas no território em
que concedida (20 anos para patentes de
invenção e 15 anos para modelos de
utilidade).
• Para obter proteção fora do Brasil é
necessário depositar pedidos
correspondentes nos países onde se
deseja obter proteção.
Desenho Industrial
Dos Desenhos Industriais Registráveis
Art. 95. Considera-se desenho industrial a forma plástica
ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e
cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando
resultado visual novo e original na sua configuração externa e
que possa servir de tipo de fabricação industrial.
Exemplo de proteção múltipla
Design do telefone
Proteção: Desenho Industrial
Circuito integrado, trackball, etc.
Proteção: Patente
Proteção: Marca
Detalhes secretos de fabricação
Proteção: Sigilo
Manual do telefone
Proteção: Direito autoral
Publicar ou proteger?
O estado da arte ou estado da técnica
Art. 11 - A invenção e o modelo de utilidade são
considerados novos quando não compreendidos no
estado da técnica.
§ 1° - O estado da técnica é constituído por tudo aquilo
tornado acessível ao público antes da data de depósito do
pedido de patente, por descrição escrita ou oral, por uso
ou qualquer outro meio, no Brasil ou no exterior,
ressalvado o disposto nos arts. 12, 16 e 17.
Art. 12. Não será considerada como estado da técnica a divulgação de invenção ou modelo de utilidade, quando ocorrida durante os 12 (doze) meses que precederem a data de depósito ou a da prioridade do pedido de patente, se promovida:
I - pelo inventor;
II - pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI, através de publicação oficial do pedido de patente depositado sem o consentimento do inventor, baseado em informações deste obtidas ou em decorrência de atos por ele realizados; ou
III - por terceiros, com base em informações obtidas direta ou indiretamente do inventor ou em decorrência de atos por este realizados.
O estado da arte ou estado da técnica
“INOVAÇÃO É DINHEIRO NOVO”
“Tem que gerar dinheiro.
Se não dá dinheiro não é inovação, é
apenas novidade, e novidade é irrelevante
em negócios”
Proteger minha pesquisa e inovar, ou
proteger para inovar!!!
Invenção ≠ Inovação
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LEI DE INOVAÇÃO – nº 10.973, de 2 de
dezembro de 2004.
IV - inovação: introdução de novidade ou
aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou
social que resulte em novos produtos,
processos ou serviços;
Transferência de Tecnologia
Conceito:
TECNOLOGIA: “Conjunto ordenado de conhecimentos
científicos, técnicos, empíricos e intuitivos empregados
no desenvolvimento, na produção, na comercialização e
na utilização de bens ou serviços. É o conhecimento
(know-how), as instalações físicas e os procedimentos
usados para produzir produtos, isto é, bens e serviços”
(MATTOS e GUIMARÃES, 2005, p.15).
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TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA:
“Processo através do qual um conjunto de
conhecimentos, habilidades e procedimentos aplicáveis
aos problemas da produção são transferidos, por
transação de caráter econômico, de uma organização
a outra, ampliando a capacidade de inovação da
organização receptora” (PAULA FILHO, 2005, p.4).
Transferência de Tecnologia
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CONTRATO DE TRANSFERÊNCIA DE
TECNOLOGIA:
• “É o comprometimento entre as partes
envolvidas, formalizado em um documento
onde estejam explicitadas as condições
econômicas da transação e os aspectos de
caráter técnico” (PAULA FILHO, 2005, p.5)
• “Acordo de vontades, uma convergência de
interesses. Todo e qualquer ajuste entre órgãos
ou entidades da administração pública e
privada, firmado por meio de um documento”
(PIMENTEL, 2005).
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