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ARTIGOS Interveno em crise Crisis intervention Samantha Dubugras S*; Blanca Susana Guevara Werlang**; Mariana Esteves aranhos*** *Psicloga, Mestre em Psicologia Clnica e Doutoranda (Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul PUCRS! Professora da "aculdade de Psicologia (PUCRS e do Programa de Ps#Gradua$%o em Direito de "amlia da "aculdade de Direito (PUCRS**Psicloga, Doutora em Ci&ncias M'dicas(Sa)de Mental (U*+C,MP, Professora ,d-unta e Diretora da "aculdade de Psicologia (Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul PUCRS***Psicloga! Mestranda em Psicologia Clnica (Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul PUCRS.ndere$o /ara corres/ond&ncia !ES"M#, /ro/osta do artigo ' conte0tuali1ar atrav's de uma revis%o da literatura, situa$2es de emerg&ncia e cat3strofes 4ue causam crises e traumas e a/ontar a /ro/osta de interven$%o mais a/ro/riada /ara este ti/o de situa$%o! 5 /rocesso de crise /ode advir de eventos catastrficos ou desastres /rodu1idos /or causas naturais6 /or acidentes ou, ainda, /or situa$2es diretamente /rovocadas /elo 7omem como nos casos de viol&ncia inter/essoal! .m todas essas situa$2es a integridade fsica e(ou emocional das /essoas est3 amea$ada! , interven$%o em crise ' um m'todo de a-uda indicado /ara au0iliar uma /essoa, uma famlia ou um gru/o, no enfrentamento de um evento traum3tico, ameni1ando os efeitos negativos, tais como danos fsicos e /s4uicos, incrementando a /ossi8ilidade do crescimento de novas 7a8ilidades de enfretamento refor$ando a 8usca de o/$2es e /ers/ectivas de vida!alavras$chave% Situa$2es de emerg&ncia, Crise, +nterven$%o em crise!&BS'!&C'97roug7 a 8i8liogra/7ic revie:, t7is /a/er /ro/oses t7e conte0tuali1ation of emergenc; and catastro/7e situations t7at cause crisis and traumas, 7ig7lig7ting t7e most suita8le interventions for suc7 cases! Crisis /rocesses can result from natural disasters, from accidents, or even from situations directl; caused 8; 7uman 8eings, as in cases of inter/ersonal violence! +n all of t7ese situations, t7e /erson&ncia, s'rias altera$2es na vida das /essoas 4ue se v&em afetadas /or uma situa$%o de crise ou de emerg&ncia! ,lgumas dessas circunst?ncias gol/eiam com tanta viol&ncia o estado de e4uil8rio de /essoas, famlias e at' de uma sociedade inteira, 4ue dei0am no seu lastro /erdas 7umanas, materiais e mudan$as situacionais e0tremamente traum3ticas!Pode#se considerar como emerg&ncia situa$2es catastrficas ou desastres /rodu1idos /or causas naturais como terremotos, eru/$2es vulc?nicas, secas, enc7entes, tornados, furac2es6 /or acidentes tais como inc&ndios6 ou, ainda, condi$2es diretamente /rovocadas /elo 7omem como conflitos armados, ata4ues terroristas, se4>estros rel?m/agos, viol&ncia ur8ana, tr3fico de drogas, entre outros! .m todas essas ocorr&ncias a integridade fsica e(ou emocional das /essoas est3 amea$ada!9radicionalmente, os /rogramas de sa)de em institui$2es /)8licas ou /rivadas t&m se dirigido 8asicamente @ aten$%o m'dica imediata, n%o estando tais servi$os, na maior /arte das ve1es, /re/arados /ara uma assist&ncia mais a8rangente! Diante disso, em ocasi2es catastrficas, estes servi$os tornam#se so8recarregados e insuficientes /ara enfrentar essas ocorr&ncias, esta8elecendo#se uma situa$%o de calamidade /)8lica!5s desastres de grande /orte e os eventos di3rios da viol&ncia ur8ana /rovocam significativo im/acto so8re a sa)de mental das /essoas 4ue se tornam ref'ns desses eventos, atormentadas /elo medo, sofrendo /or feridas e mutila$2es fsicas e emocionais, acom/an7ados ainda, /elo im/acto da /erda de entes 4ueridos (familiares ou n%o e de /re-u1os materiais e econAmicos! Dessa maneira, a aten$%o /sicossocial mostra#se /or demais, necess3ria! .ntretanto, a/enas nos )ltimos anos ' 4ue se come$ou a /restar aten$%o a este ti/o de interven$%o englo8ando a$2es n%o s /ara enfrentar o 4uadro fsico, mas, tam8'm, o /s4uico! B indiscutvel 4ue, em situa$2es de emerg&ncia, s%o es/eradas rea$2es emocionais muito intensas e a grande maioria dessas manifesta$2es /odem ser consideradas como com/atveis com o momento traum3tico vivenciado! Contudo, a a8ordagem /recoce de 4ual4uer /ro8lema de sa)de mental ' a maneira mais efetiva de /reven$%o de transtornos mais s'rios 4ue costumam a/arecer, a m'dio e a longo /ra1o, a/s o evento traum3tico! Pes4uisas demonstram 4ue CDE das /essoas e0/ostas a uma situa$%o traum3tica /recisam ser muito 8em avaliadas 4uanto @ /ossi8ilidade de a/resentarem dist)r8ios /s4uicos com comor8idades associadas tais comoF de/ress%o, ansiedade, fo8ia, a8uso de drogas e 3lcool ("reed;, Saladin, Gil/atric=, Resnic= H Saunders, IJJK6 Giel, IJJL6 Green, IJJK! ,ssim, em situa$2es de emerg&ncia torna#se necess3rio, em car3ter de urg&ncia, uma interven$%o e0terna de a-uda, visando a au0iliar, aliviar ou resolver os efeitos /rodu1idos /or tais anomalias, resta8elecendo#se, assim, a normalidade! ,s emerg&ncias se tradu1em em verdadeiras trag'dias, crises ou dramas 7umanos, -ustificando a /reocu/a$%o de se levar em conta os as/ectos de aten$%o @ sa)de fsica, @s /erdas materiais, e, tam8'm, entender a afli$%o e as conse4>&ncias /sicolgicas decorrentes dessas situa$2es!Pretende#se a4ui, ainda 4ue de forma sucinta, contri8uir /ara 4ue os /rofissionais da 3rea da sa)de se sensi8ili1em frente @s necessidades 4ue devem ser encaradas e satisfeitas diante de situa$2es de crise 4ue as /essoas enfrentam, em decorr&ncia da crescente viol&ncia 4ue /arece su/lantar os meios com 4ue conta a sociedade /ara re/rimi#la! 58-etiva#se, /ois, des/ertar algumas refle02es )teis, segundo se /ensa, /ara atingir tais fins! !E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1Enten/en/o o 0ue 1 uma crise, e0/ress%o McriseN /rov'm da /alavra grega =risis, 4ue significa Mdecis%oN e deriva do ver8o =rino, 4ue 4uer di1er Meu decido, se/aro, -ulgoN (Moreno, PeOaco8a, Gon13le1#Gutierre1 H ,rdo;, PLLQ6 S3nc7e1 H ,mor, PLLD! MCriseN, ainda /ode ser definida como um estado de dese4uil8rio emocional do 4ual uma /essoa 4ue se v& inca/a1 de sair com os recursos de afrontamento 4ue 7a8itualmente costuma em/regar em situa$2es 4ue a afetam emocionalmente (Parada, PLLK! Rivenciar uma crise ' uma e0/eri&ncia normal de vida, 4ue reflete oscila$2es do indivduo na tentativa de 8uscar um e4uil8rio entre si mesmo e o seu entorno! Suando este e4uil8rio ' rom/ido, est3 instaurada a crise, 4ue ' uma manifesta$%o violenta e re/entina de ru/tura de e4uil8rio! .ssa altera$%o no e4uil8rio, gerada /or um fracasso na resolu$%o de /ro8lemas 4ue o indivduo costuma utili1ar, causa sentimentos de desorgani1a$%o, deses/eran$a, triste1a, confus%o e /?nico (Tainri8 H Uloc7, PLLL! , desorgani1a$%o emocional se caracteri1a /rinci/almente /or um cola/so nas estrat'gias /r'vias de enfrentamento! 5 estado de crise ' limitado no tem/o, 4uase sem/re se manifestando /or um evento desencadeador, e sua resolu$%o final de/ende de fatores como a gravidade do evento e dos recursos /essoais e sociais da /essoa afetada (Moreno et al!, PLLQ! 5 /rocesso de crise deve ser entendido n%o somente como algo negativo, mas como algo 4ue /ode tam8'm ser /ositivo! *este sentido, Slai=eu (IJJV assinala como e0em/lo o ideograma c7in&s de crise, re/resentado /or duas figurasF uma significando M/erigoN e outra Mo/ortunidadeN, ou se-a, um M/onto de mudan$aN 4ue /ode servir /ara sanar ou adoecer, mel7orar ou /iorar! ,ssim, Wiria e Re-a (PLLP consideram 4ue o desenlace de uma crise /ode amea$ar a sa)de mental ou ser um marco /ara mudan$as 4ue /ermitam um funcionamento mel7or do 4ue o anterior ao desencadeamento do evento! De tal forma, 4uando a crise ' resolvida satisfatoriamente, ela /ode au0iliar o desenvolvimento do indivduo6 caso contr3rio, /oder3 constituir#se em um risco, aumentando a vulnera8ilidade da /essoa /ara transtornos mentais! , crise ', sem d)vida, uma condi$%o de rea$%o frente a uma situa$%o de /erigo, ca/a1 de amea$ar a integridade da /essoa! 5 indivduo /ode a/resentar sinais e sintomas clnicos em res/osta ao estado /rovocado /ela crise, necessitando, /or conse4>&ncia, de alguma interven$%o /ara a sua resolu$%o! Suando a resolu$%o da crise se d3 de forma ada/tativa, surgem tr&s o/ortunidadesF a de dominar a situa$%o atual, a de ela8orar conflitos /assados e a de a/reender estrat'gias /ara o futuro (Parada, PLLK! .stas novas 7a8ilidades /ara a resolu$%o de /ro8lemas s%o tam8'm )teis /ara o mane-o de situa$2es /osteriores! Concordando com o entendimento de 4ue a crise /ossa se manifestar como uma o/ortunidade /ositiva, .ri=son (IJCI -3 a definia como um /onto crtico necess3rio ao desenvolvimento, ca/a1 de condu1ir o indivduo a tomar uma dire$%o ou outra, de modo a encamin7ar seus recursos /ara o /r/rio crescimento, recu/era$%o e maior diferencia$%o!Slai=eu (IJJV destaca um modelo de eta/as da crise /ostulado /or Xoro:it1 (IJCV, mencionando 4ue, diante do evento 4ue desencadeia o seu /rocesso, o indivduo a/resenta /rimeiramente uma desordem decorrente das rea$2es iniciais diante do im/acto! ,/s esta desordem, /assa /ara a eta/a de nega$%o, na tentativa de amortecer o im/acto (um e0em/lo disso ' a /essoa 4ue /rocura n%o /ensar no 4ue aconteceu ou tenta continuar suas atividades como se nada tivesse ocorrido! , terceira eta/a seria a intrus%o, 4ue consiste no surgimento de id'ias involunt3rias de dor /elo evento verificado! Pesadelos recorrentes, imagens e outras /reocu/a$2es s%o caractersticas desta eta/a! .m continua$%o, o indivduo evolui /ara a ela8ora$%o, fase em 4ue a /essoa come$a a e0/ressar, identificar e comunicar os seus /ensamentos, imagens e sentimentos e0/erimentados /ela situa$%o de crise! ,lguns conseguem ela8orar seus sentimentos, en4uanto outros somente o far%o com uma a-uda e0terna! Por fim, o t'rmino ' o momento em 4ue o indivduo integra o evento dentro da sua vida, /ois a e0/eri&ncia foi enfrentada, os sentimentos e /ensamentos identificados, /ossi8ilitando, assim, 4ue a /essoa se reorgani1e!R3rios /odem ser os fatores /reci/itadores de uma crise, mas n%o s%o somente os eventos em si 4ue desencadeiam tal /rocesso! .le /ode decorrer, tam8'm, do significado 4ue o indivduo /ossa !E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1vir a dar aos fatos, em termos de amea$a ou dano /ara si, assim como da avalia$%o dos recursos dis/onveis /ara o necess3rio enfrentamento da situa$%o! .nt%o, ' necess3rio sem/re levar em conta a /erce/$%o do indivduo frente ao evento, e n%o s a gravidade do mesmo isoladamente (Wiria H Re-a, PLLP6 S3nc7e1 H ,mor, PLLD! 5s eventos /odem ser fatores decisivos /ara o desenvolvimento de um 4uadro de 9ranstorno de .stresse ,gudo, caracteri1ado /rinci/almente /or intensa ansiedade, medo, im/ot&ncia e 7orror, acom/an7ado de sintomas dissociativos como aus&ncia de res/osta emocional, sentimentos de descone0%o, redu$%o do recon7ecimento de am8iente, sentimento de irrealidade e amn'sia dissociativa (DSM +R 9R, PLLP! Se o indivduo 4ue sofreu o evento traum3tico ' tratado ra/idamente, os sintomas de /ossvel estresse agudo, em geral, diminuem ou desa/arecem com/letamente nos QL dias seguintes! .m alguns casos, /or'm, n%o 7avendo tratamento ade4uado, a desordem verificada tende a /ersistir /odendo evoluir /ara um 9ranstorno de .stresse Ps#9raum3tico, 4uadro comum caso a sintomatologia /ermane$a /or um /erodo de tr&s meses! 5s sintomas caractersticos deste transtorno incluem reviv&ncia /ersistente do evento traum3tico, es4uiva sistem3tica de estmulos associados com o trauma e sintomas de e0cita$%o aumentada (DSM +R 9R, PLLP! Se o 4uadro /revalece a/s este /erodo, /ode#se caracteri1ar uma situa$%o crAnica, e0istindo ainda o risco da configura$%o de comor8idades com outros transtornos (Uenveniste, PLLL6 Moreno et al!, PLLQ!.ntender#se#3 mel7or o fenAmeno da crise, diferenciando#o em crises evolutivas e crises circunstanciais! ,s crises evolutivas di1em res/eito @ reali1a$%o n%o satisfatria das /assagens do desenvolvimento do indivduo! .las /odem ser /revisveis, -3 4ue as eta/as do crescimento e os momentos decisivos em cada uma delas s%o con7ecidos e ocorrem com a maioria das /essoas! S%o as situa$2es criadas internamente, /or mudan$as fisiolgicas e /sicolgicas, 4ue /odem desencadear uma res/osta de crise ou n%o, como, /or e0em/lo, a conce/$%o ou a esterilidade, a gravide1 e o /arto, a inf?ncia, a adolesc&ncia, a a/osentadoria, o envel7ecimento e a morte (Slai=eu, IJJV6 Tainri8 H Uloc7, PLLL! Y3 as circunstanciais s%o a4uelas decorrentes de situa$2es encontradas /rinci/almente no am8iente! Surgem em conse4>&ncia de eventos raros e e0traordin3rios, 4ue o indivduo n%o /ode /rever ou controlar, como a /erda de uma fonte de satisfa$%o 83sica, o desem/rego, a morte a8ru/ta, a /erda da integridade cor/oral, as enfermidades, os desastres naturais, as viola$2es e os acidentes! Para Tainri8 e Uloc7 (PLLL, o /onto de diferencia$%o entre este ti/o de crise e outras ' 4ue as circunstanciais s%o im/revistas, comovedoras, intensas e catastrficas!.m uma situa$%o de desastre, /or conta da im/revisi8ilidade, da amea$a, do dano ou da /erda, s%o /rodu1idas emo$2es muito intensas, tanto /ara a vtima 4uanto /ara os seus familiares e /essoas /r0imas, inclusive /ara a e4ui/e 4ue l7e /resta atendimento (S3nc7e1 H ,mor PLLD! Diante disso, ca8e ressaltar alguns fatores 4ue /odem condu1ir a /essoa a resolver o im/asse de maneira /ositiva, levando assim ao desenvolvimento e @ a4uisi$%o de novas 7a8ilidades6 ou negativa, gerando uma conse4>&ncia danosa, 4ue ir3 /rovocar sofrimento e desenvolvimento de /ossveis /sico/atologias imediatas ou a longo /ra1o! Slai=eu (IJJV salienta 4ue ' im/ortante considerar a gravidade da situa$%o 4ue anteci/a a crise, /ois alguns eventos -3 t&m /or si s um alto /otencial /ara /reci/it3#la! +nfeli1mente, n%o ' /ossvel /redi1er 4uando uma crise /sicolgica ser3 desencadeada, -3 4ue o evento causador de desordem /ara uma /essoa /ode n%o o ser /ara outra!.m8ora o foco em 4uest%o se-am as /essoas 4ue vivenciam as situa$2es de crise como resultantes em se4>elas ou insta8ilidade emocional, ' im/ortante destacar 4ue e0istem /essoas 4ue /ossuem a ca/acidade de, frente a eventos traum3ticos, resistir emocionalmente! .ssa ca/acidade ' c7amada de Mresili&nciaN (do ingl&s resilience! ,ssim, as /essoas resilientes conseguem manter um e4uil8rio est3vel sem 4ue ten7am afetado o seu rendimento e a sua vida em geral 4uando acometidos /or situa$2es traum3ticas! Posec=, Ua4uero e Yim'ne1 (PLLV afirmam 4ue a diferen$a das /essoas 4ue se recu/eram de forma natural de um /erodo disfuncional se encontra no fato de 4ue os indivduos resilientes n%o /assam /or este /erodo, /ois /ermanecem em nveis funcionais a/esar da e0/eri&ncia traum3tica! !E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1Como se caracteri2a um trauma, /alavra trauma vem do grego t/auma, 4ue 4uer di1er ferida e deriva de tit/:o0: 4ue significa furar, designa ferida com efra$%o! 9raumatismo designaria as conse4>&ncias no organismo de uma les%o resultante de uma viol&ncia e0terna! Um evento traum3tico ' algo es/ecialmente destrutivo na vida do indivduo, famlia e comunidade afetada! De nature1a )nica e im/revisvel, afeta muito mais do 4ue vtimas imediatas, /odendo acontecer em 4ual4uer momento ou lugar (Tainri8 H Uloc7, PLLL! Pode ser entendido como um forte a8alo emocional ou moral, uma desorgani1a$%o mental, c7o4ue ou transtorno de onde se desenvolveu ou se /ode desenvolver um 4uadro /sico/atolgico6 ou se-a, trauma ' uma ferida! B, sem d)vida, um acontecimento da vida do su-eito 4ue /ode ser definido /or sua intensidade, /ela inca/acidade em 4ue se encontra a /essoa de reagir a ele de uma forma ade4uada, /elo transtorno 4ue causa e /elos efeitos duradouros 4ue /rovoca! , lista de eventos traum3ticos ' /ara Tainri8 e Uloc7 (PLLL muito am/la! *ela est%o contidos os acidentes a'reos, tornados, avalanc7es de lama, furac2es, inunda$2es, terremotos, e0/osi$2es a elementos t0icos, assassinatos em s'rie, ata4ues violentos, guerras, cola/sos de /ontes e constru$2es, se4>estros, 8om8as, terrorismo! .stes acontecimentos s%o desastres ou cat3strofes, /odendo, ainda, assim serem considerados os acidentes 4ue causam rea$2es fisiolgicas @s /essoas afetadas, como ta4uicardia, suor, vertigem, tremedeiras, vAmitos, entre outros! Da mesma forma, s%o causadoras de rea$2es /sicolgicas tais comoF confus%o, /?nico, e0cita8ilidade, nervosismo, raiva, /esadelos, sentimentos de cul/a, triste1a /rofunda, medo, em8otamento emocional e deses/eran$a!5 trauma natural /ode se constituir em uma ocorr&ncia isolada ou m)lti/las ocorr&ncias em um 8reve /erodo, como /or e0em/lo, no caso de terremotos! 5 trauma acidental, indu1ido /elo ser 7umano, sem/re ' um s evento, atingindo a uma ou v3rias /essoas! +nc&ndios acidentais, acidentes a'reos ou em Ani8us, descarrilamento de trens e metrAs, tiroteios acidentais, s%o alguns e0em/los! Y3 o trauma intencional indu1ido /elo ser 7umano (viol&ncia deli8erada /ode ser isolado, como tiroteios, assaltos e agress2es, ou /ode ser m)lti/lo, como em casos de 7omicdios du/los ou assassinatos em s'rie! .sses atos m)lti/los de viol&ncia /odem ocorrer em uma comunidade ou estender#se a v3rias na$2es, como se verifica no caso de guerras (Parada, PLLK! Tainri8 e Uloc7 (PLLL entendem 4ue o trauma ' um fenAmeno 4ue n%o ' universal (diferente da crise evolutiva ou circunstancial, mas em 4ual4uer das 7i/teses, em algum momento /oder3 vir a ser sentida /or todos, ou /or um grande n)mero de /essoas! *essa conce/$%o, essas autoras /ro/2em um conceito de crise geral, em 4ue a crise ' conce8ida como algo universal e o trauma como algo /articular! , forma como o indivduo reagir3 ser3 em fun$%o da intera$%o dele com o evento e o am8iente! Zs ve1es as /essoas, a/s um evento traum3tico, continuam com um nvel funcional ade4uado durante a fase /s#im/acto, mas /odem /ermanecer cicatri1es emocionais 4ue ven7am alterar o seu nvel de funcionamento ou a sua 4ualidade de vida, inclusive /or muitos anos de/ois de vivida a situa$%o! .m algumas circunst?ncias essas recorda$2es /arecer%o normais, mas em outras, as /essoas /oder%o desenvolver condutas evitativas e, at' mesmo, transtornos s'rios! .sses indivduos, tentando minorar o trauma, /oder%o recorrer ao 3lcool ou a outras drogas! Interveno em crise5s conceitos 4ue tradicionalmente t&m sido assinalados como M+nterven$%o em CriseN, a/ontam diferen$as na sua a/lica$%o em situa$2es de emerg&ncia e na /r3tica clnica devido @s caractersticas es/ecficas da urg&ncia na aten$%o /sicolgica(/si4ui3trica e na dificuldade em esta8elecer /rotocolos ade4uados /ara tais interven$2es! , interven$%o em crise ' um /rocedimento /ara e0ercer influ&ncia no funcionamento /sicolgico do indivduo durante o /erodo de dese4uil8rio, aliviando o im/acto direto do evento traum3tico! 5 o8-etivo ' a-udar a acionar a !E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1/arte saud3vel /reservada da /essoa, assim como seus recursos sociais, enfrentando de maneira ada/tativa os efeitos do estresse! *essa o/ortunidade, devem#se facilitar as condi$2es necess3rias /ara 4ue se esta8ele$a na /essoa, /or sua /r/ria a$%o, um novo modo de funcionamento /sicolgico, inter/essoal e social, diante da nova situa$%o! Ca8e lem8rar 4ue, no momento da crise, as defesas do indivduo est%o fal7as, desativadas, de tal forma 4ue ele se encontra mais rece/tivo @ a-uda e os mnimos esfor$os /odem ter resultados m30imos (Tainri8 H Uloc7, PLLL6 Wiria H Re-a, PLLP!9oda tera/ia 4ue visa lidar com situa$2es traum3ticas /assa necessariamente /or recordar e rememorar a situa$%o! B muito im/ortante o relato ver8al como elemento /rimeiro, visando clarificar e organi1ar o /rocesso tera/&utico! Dito de outra forma, /ara enfrentar um trauma, a /rimeira condi$%o ' enfrent3#lo, /ois em termos de com/ortamento 7umano, salvo algumas e0ce$2es, a tend&ncia ' tentar redu1ir o 4ue ' doloroso e desagrad3vel, tentar es4uecer o 4uanto antes!Uma situa$%o de crise, se resolve, 7a8itualmente entre K e V semanas! Sendo, @s ve1es, necess3rio um /erodo de tem/o maior /ara a resolu$%o do evento estressante /odendo a desorgani1a$%o /s4uica continuar /or mais tem/o, durando anos ou se transformar em algo crAnico! Slai=eu (IJJV refere 4ue a insta8ilidade ou desorgani1a$%o est%o limitadas no tem/o e este limite no estado de crise, aliado a um /otencial /ara a reorgani1a$%o em uma dire$%o /ositiva ou negativa, ' um /onto crucial! Suanto mais tem/o a /essoa /assa sem assist&ncia ou com au0lio inade4uado, mais s'rios tendem a serem os efeitos da crise, 4ue /oder%o at' tornarem#se irreversveis! .nt%o, /rocessos tera/&uticos 8reves, de tem/o limitado, s%o os mais ade4uados /ara as situa$2es de crise! 5 /rocedimento tera/&utico deve se estender /or um tem/o igual ao 4ue a maioria das /essoas leva /ara recu/erar o e4uil8rio de/ois do incidente da crise, ou se-a, em torno de V semanas! , meta /rinci/al da interven$%o ' a-udar a /essoa a recu/erar o nvel de funcionamento 4ue /ossua antes do evento desencadeante da crise! 5s /rofissionais de acordo com Moreno et al! (PLLQ 4ue atuam com este ti/o de interven$2es devem ser ativos e diretos, orientados a o8ter o8-etivos r3/idos diferentemente dos /rofissionais 4ue interv'm em situa$2es 4ue n%o s%o de emerg&ncia! 5 /rofissional deve ser 3gil e fle0vel /ara colocar em /r3tica a$2es /ara a resolu$%o de /ro8lemas e /ara a su/era$%o das m)lti/las dificuldades 4ue /ossam surgir no /rocesso de aten$%o, /rocurando satisfa1er as necessidades imediatas do afetado colocando em funcionamento a$2es com os recursos dis/onveis, tudo num /erodo de tem/o redu1ido! Por outro lado, v3rios autores mencionam cinco com/onentes fundamentais 4ue devem estar /resente numa interven$%o em crise, estruturada num /rocesso de atendimento em gru/o, seguindo uma se4>&ncia de fases ou est3dios como /ode ser visuali1ado no Suadro I (Moreno et al!, PLLQ6 Raffo, PLLD! 3ua/ro 4$ "ases(.st3gios de uma Pro/osta de +nterven$%o em Crise !E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1"onteF Moreno et al!, (PLLQ6 Raffo (PLLD! Slai=eu (IJJV /ostula tr&s /rinc/ios clnicos /ara a /r3tica da interven$%o em criseF o /rimeiro ele c7ama de Mo/ortunidadeN em 4ue o o8-etivo ' calcular e redu1ir o /erigo, avaliando tam8'm a motiva$%o do /aciente /ara encontrar uma nova estrat'gia de enfrentamento com as circunst?ncias atuais de vida! 5 segundo /rinc/io ' a MmetaN, 4ue consiste em a-udar o indivduo a recu/erar o nvel de e4uil8rio 4ue tin7a antes ou a atingir um nvel 4ue /ermita su/erar o momento crtico! 5 )ltimo /rinc/io descrito /or este autor di1 res/eito a uma avalia$%o 4ue englo8e tanto os Mas/ectos fortesN, como as Mde8ilidadesN de cada um dos sistemas im/licados na crise, 8em como informa$2es do 4ue est3 funcional e disfuncional na vida do indivduo! .sse autor ainda /ro/2e um modelo am/lo de interven$%o, dividindo#a em /rimeira e segunda inst?ncia! , interven$%o de /rimeira inst?ncia refere#se aos /rimeiros au0lios /sicolgicos, ou se-a, a assist&ncia imediata, 4ue em geral leva uma sess%o 4ue /ode durar de minutos a 7oras! 5s /rinci/ais o8-etivos destes /rimeiros au0lios s%o /ro/orcionar a/oio, redu1ir o /erigo de morte e aliar a /essoa em crise com os recursos de a-uda dis/onveis! Pode ser reali1ada no momento e lugar em 4ue surge a necessidadeF em am8ientes comunit3rios, 7os/itais, igre-as, escolas, am8ientes de tra8al7o, lin7as telefAnicas de urg&ncia! Policiais, assistentes sociais, /adres, enfermeiras, m'dicos, advogados, s%o alguns dos /rofissionais 7a8ilitados a reali1ar esta /rimeira /arte, al'm de /siclogos e /si4uiatras! Y3 a interven$%o de segunda inst?ncia di1 res/eito @ !E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1tera/ia /ara a crise! 9am8'm ' um /rocesso tera/&utico 8reve, mas vai al'm da restaura$%o do enfrentamento imediato, encamin7ando#se, assim, /ara a resolu$%o da crise, 4ue /ode durar de semanas a meses e tem como meta assistir a /essoa de maneira 4ue o evento 4ue suscitou a crise se integre @ trama da vida, com mel7ores recursos e dis/osi$%o /ara encarar o futuro! .sta interven$%o re4uer maior /re/aro de 4uem ir3 a/lic3#la, /or isso, os mais indicados s%o os /sicotera/eutas em geral, /siclogos e /si4uiatras (Slai=eu, IJJV!Segundo Uenveniste (PLLL os consel7eiros, /essoas 7a8ilitadas a /ratica da interven$%o em situa$2es de crise, /odem come$ar a interven$%o logo de/ois do evento traum3tico! Para a /essoa, @s ve1es ' 8astante doloroso falar a res/eito do 4ue se /assou, mas a maioria refere um alivio e uma redu$%o dos sintomas a/s ter falado so8re o acontecido! ,o /ro/sito, e0istem muitos mitos a res/eito das rea$2es a uma situa$%o de emerg&ncia ou desastre! .ntre eles est3 a cren$a de 4ue ' mais conveniente /ostergar a informa$%o /or4ue as /essoas reagem com /?nico, 4ue todas as /essoas se /aralisam frente a um desastre, 4ue ' necess3rio a-ud3#las at' nas tarefas mais 83sicas e 4ue a desorgani1a$%o favorece diretamente nos com/ortamentos anti#sociais! .stes mitos como a/ontam Moreno et al! (PLLQ n%o cola8oram /ara alcan$ar as solu$2es necess3rias 4ue se esta8elecem frente a situa$2es de emerg&ncias! Portanto, devem ser erradicados mediante a$2es /reventivas efica1es em 4ue os t'cnicos de sa)de mental desem/en7am um /a/el fundamental!, interven$%o em crise ' uma estrat'gia de a-uda indicada /ara au0iliar uma /essoa e(ou famlia ou gru/o, no enfrentamento de um evento traum3tico, ameni1ando os efeitos negativos, tais como danos fsicos e /s4uicos e incrementando a /ossi8ilidade de crescimento de novas 7a8ilidades de enfretamento e o/$2es e /ers/ectivas de vida! 5 ti/o de crise n%o im/orta, /ois o evento ' emocionalmente significativo e gera uma mudan$a radical na vida da /essoa! , interven$%o tera/&utica no momento da crise ' t%o efica1 4uanto a interven$%o de um /ara#m'dico ao /ro/orcionar su/orte de vida a um ferido grave (Rodrgue1, PLLQ! ,ssim, as metas durante a su/era$%o da crise devem ser focadas em a-udar as /essoas a lidar com o evento traum3tico, a a-ustar#se @ nova situa$%o, a devolver#l7e seu nvel anterior de funcionamento, diferente do tratamento na /sicologia clnica 4ue enfoca uma mudan$a /rofunda do /aciente ou uma revis%o da origem dos seus conflitos infantis! .stas metas s%o desenvolvidas atrav's de um convite ao indivduo /ara 4ue fale de sua e0/eri&ncia, fa1endo com 4ue o8serve o evento @ dist?ncia ou /ers/ectiva, a-udando#o a ordenar e recon7ecer seus sentimentos associados6 e, tam8'm, a-udar na resolu$%o de /ro8lemas, come$ando /elas metas mais /r3ticas e imediatas!.m geral, os indivduos 4ue se encontram em crise s%o inundados /or /ensamentos e sentimentos 4ue dificultam o esta8elecimento de /rioridades6 aca8am /reocu/ando#se mais com as coisas 4ue n%o /odem resolver imediatamente e ignoram os /ro8lemas mais imediatos e de mais f3cil solu$%o, no momento! Por isso, ' necess3rio tam8'm 4ue o t'cnico o a-ude a organi1ar os /ensamentos em dois gru/osF um de metas em curto /ra1o e outro em longo /ra1o! ,s metas de curto /ra1o incluem, de acordo com o fato ocorrido, tran4>ili1ar o /aciente, mane-ar o medo, falar so8re o ocorrido, etc! Y3 as de longo /ra1o, di1em res/eito a a-udar o /aciente na retomada de /lanos de vida como a 8usca /or tra8al7o6 de uma tera/ia de longa dura$%o, se for necess3rio, etc! 5 t'cnico /recisa ser ativo e direto a-udando o /aciente a definir estes ti/os de metas, 8em como e0ecut3#las, tanto as de curto, como as de longo /ra1o (Uenveniste, PLLL! Consi/era5es 6inais*as )ltimas d'cadas, os servi$os de interven$%o em crise, emerg&ncia /sicolgica(/si4ui3trica e0/andiram#se grandemente no mundo, es/ecialmente, nos /ases desenvolvidos! *o Urasil, 73 /oucos relatos destes servi$os! Cada ve1 mais, frente a situa$2es de emerg&ncia e cat3strofes, os /rofissionais da /sicologia e outros t'cnicos da 3rea da sa)de, como con7ecedores da conduta 7umana, devem se 4ualificar /ara atua$2es 8reves e efetivas, com o o8-etivo de /revenir a curto e em longo /ra1o as conse4>&ncias /sicossocias negativas! .merg&ncias e desastres marcam de forma tr3gica as /essoas e a comunidade, n%o s no /lano material(econAmico, mas tam8'm no !E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1emocional(/sicolgico! 5 im/acto da trag'dia modifica o com/ortamento! ,s rea$2es emocionais /odem oscilar do /?nico ao a8atimento afetando, de acordo com as caractersticas individuais, de forma diferente as /essoas! , necessidade de a/oio emocional, de interven$%o na dor e no sofrimento das vtimas, diretas e indiretas, ' de fundamental im/ort?ncia /ara evitar se4>elas 4ue /ossam se generali1ar, tem/oral e es/acialmente, /rovocando transtornos /sicolgicos com/le0os! , ci&ncia /sicolgica e os t'cnicos com esta forma$%o t&m contri8udo com modelos de interven$%o 8reves, atrav's de t'cnicas de comunica$%o e modifica$%o de com/ortamentos /ara a-udar em situa$2es de im/acto e /erigo!+ntervir em uma crise significa introdu1ir#se de maneira ativa em uma situa$%o vital /ara um indivduo e au0ili3#lo a mo8ili1ar seus /r/rios recursos /ara su/erar o /ro8lema, recu/erando dessa forma, seu e4uil8rio emocional (Raffo, PLLD! ,ssim, interven$2es em situa$2es de crise, convertem#se em um ingrediente essencial /ara o tratamento da situa$%o traum3tica no /rocesso de recu/era$%o das /essoas envolvidas nesses eventos! Considera#se de suma im/ort?ncia o investimento em estudos so8re a tem3tica ora a8ordada, /ois este ' um tema ainda /ouco estudado em nosso /as a/esar da sua e0/ressiva relev?ncia! !e7er8ncias Bibliogr7icasUenveniste, D! (PLLL! +ntervencin en Crisis Des/u's de Grandes Desastres 9r/icosF La Revista de la Sociedad Psicoanaltica de Caracas, R+++ (+ I#V!DSM +R 9R (PLLP! Manual ia!n"stico e estatstico de transtornos mentais! Porto ,legreF ,rtmed!.ri=son, .! (IJCI! #n$%ncia e sociedade! Rio de YaneiroF [a7ar! (5riginal /u8licado em IJDL"reed;, Y! R!6 Saladin, M! .!6 Gil/atric=, D! G!6 Resnic=, X! S! H Saunders, U! .! (IJJK! Understanding acute /s;c7ological distress follo:ing natural disaster! &ournal o$ 'raumatic Stress, C, PDC#PCK!Giel, R! (IJJL! Ps;c7osocial /rocess in disasters! #nternational &ournal o$ Mental (ealt), IJ, C#PL!Green, U! W! (IJJK! 9raumatic stress and disasterF mental 7ealt7 effects and factors influencing ada/tation! .mF "! Wie7mac H C! *adelson (5rgs!! #nternational Revie* o$ Ps+c)iatr+ (vol! P (//! D#I\! Tas7ington, D!C! ,merican Ps;c7iatric Press!Xoro:it1, M! Y! (IJCV! Diagnosis and treatment of stress res/onse s;ndromesF General /rinci/les! .mF X! Y! Parade6 X! W! P! Resni= H W! G! Parade (5rgs!! .mergenc; and disaster managementF , mental 7ealt7 source8oo= (//! KDD#KD\! Uo:ie, Md!F 97e C7arles Press Pu8lis7ers! Wiria, ,! "! H Re-a, U! R! (PLLP! #ntervenci"n en Crisis! MadridF .ditorial Sintesis! Moreno, R! R!6 PeOaco8a, C! P!6 Gon13le1#Guti'rre1, Y! W! H ,rdo;, Y! C! (PLLQ! #ntervenci"n Psicol"!ica en Situaciones de crisis + emer!encias! MadridF D;=inson!Parada, .! (PLLK! Psicolo!ia Com,ortamental -,licada al Socorrismo Pro$esional. Primeros -u/ilios Psicolo!icos! Recu/erado em LP de -aneiro de PLL\ do site .scuela Segoviana de SocorrismoF 7tt/F((mem8ers!fortunecit;!es(esssI(YornadasJCParada.!7tmPosec=, U! R!6 Ua4uero, U! C! H Yim'ne1, M! W! R! (PLLV! Wa .0/eriencia 9raum3tica desde la Psicologa PositivaF Resiliencia ; Crecimiento Postraum3tico! Pa,eles del Psic"lo!o, PC(I, KL#KJ!Raffo, S! W! (PLLD! #ntervenci"n en crisis! ,/untes /ara uso e0clusivo de docencia! De/artamento de Psi4uiatria ; Salud Cam/us Sur! Universidad de C7ile! 7tt/F((:::!med!uc7ile!cl(a/untes(arc7ivos(PLLD(medicina(crisis!/df.!E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1Rodrgue1, ,! C! (PLLQ! Los Cinco Com,onentes de los Primeiros -u/ilios 0mocionales en la #ntervenci"n en Crisis! Recu/erado em PK de de1em8ro de PLLC do site monografias!comF 7tt/F((:::!monografias!com(tra8a-osID(intervencion#en#crisis(intervencion#em crisis!s7tmlS3nc7e1, Y! +! R! H ,mor, Y! W! M! (PLLD! #ntervenci"n Psicol"!ica en las Cat1stro$es! MadridF .ditorial Sintesis!Slai=eu, G! ,! (IJJV! #ntervenci"n en Crisis2 manual ,ara ,r1ctica e investi!aci"n! M'0icoF .l Manual Moderno!Ralls, Y! W! (IJJD! iccionario 3reudiano! MadridF Yulian ]e8enes!Tainri8, U! R! H Uloc7, .! W! (PLLL! #ntervenci"n en Crisis + Res,uesta al 'rauma2 teora + ,r1ctica! Uil8aoF Descl'e de Urou:er! .ndere$o /ara corres/ond&ncia.ndere$o do autor /rinci/alF Ulanca Susana Guevara Terlang! "aculdade de Psicologia!Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul, PUCRS! ,v! +/iranga, VV\I, Pr'dio II \o andar ! C.P JLVIJ#JLL Porto ,legre(RS, Urasil! 9elefoneF (DI QQPL#QDDL! .#mailF 8:erlang^/ucrs!8rRece8ido emF PK(LI(PLL\,ceito emF LK(LK(PLL\!E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1


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