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ARTIGOS Intervenção em crise Crisis intervention Samantha Dubugras Sá * ; Blanca Susana Guevara Werlang ** ; Mariana Esteves Paranhos *** * Psicóloga, Mestre em Psicologia Clínica e Doutoranda (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS). Professora da Faculdade de Psicologia (PUCRS) e do Programa de Pós- Graduação em Direito de Família da Faculdade de Direito (PUCRS) ** Psicóloga, Doutora em Ciências Médicas/Saúde Mental (UNICAMP), Professora Adjunta e Diretora da Faculdade de Psicologia (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS) *** Psicóloga. Mestranda em Psicologia Clínica (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS) Endereço para correspondência RESUMO A proposta do artigo é contextualizar através de uma revisão da literatura, situações de emergência e catástrofes que causam crises e traumas e apontar a proposta de intervenção mais apropriada para este tipo de situação. O processo de crise pode advir de eventos catastróficos ou desastres produzidos por causas naturais; por acidentes ou, ainda, por situações diretamente provocadas pelo homem como nos casos de violência interpessoal. Em todas essas situações a integridade física e/ou emocional das pessoas está ameaçada. A intervenção em crise é um método de ajuda indicado para auxiliar uma pessoa, uma família ou um grupo, no enfrentamento de um evento traumático, amenizando os efeitos negativos, tais como danos físicos e psíquicos, incrementando a possibilidade do crescimento de novas habilidades de enfretamento reforçando a busca de opções e perspectivas de vida. Palavras-chave: Situações de emergência, Crise, Intervenção em crise. ABSTRACT Through a bibliographic review, this paper proposes the contextualization of emergency and catastrophe situations that cause crisis and traumas, highlighting the most suitable interventions for such cases. Crisis processes can result from natural disasters, from accidents, or even from situations directly caused by human beings, as in cases of interpersonal violence. In all of these situations, the person’s physical and/or emotional integrity is threatened. Crisis intervention is an aiding method recommended to help an individual and his/her family or group to face a traumatic event, easing negative effects, such as physical and psychological damages, enhancing the growth of new coping skills, as well as reinforcing life options and perspectives. REVISTA BRASILEIRA DE TERAPIAS COGNITIVAS, 2008, Volume 4, Número 1

Intervenção Em Crise

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ARTIGOS Interveno em crise Crisis intervention Samantha Dubugras S*; Blanca Susana Guevara Werlang**; Mariana Esteves aranhos*** *Psicloga, Mestre em Psicologia Clnica e Doutoranda (Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul PUCRS! Professora da "aculdade de Psicologia (PUCRS e do Programa de Ps#Gradua$%o em Direito de "amlia da "aculdade de Direito (PUCRS**Psicloga, Doutora em Ci&ncias M'dicas(Sa)de Mental (U*+C,MP, Professora ,d-unta e Diretora da "aculdade de Psicologia (Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul PUCRS***Psicloga! Mestranda em Psicologia Clnica (Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul PUCRS.ndere$o /ara corres/ond&ncia !ES"M#, /ro/osta do artigo ' conte0tuali1ar atrav's de uma revis%o da literatura, situa$2es de emerg&ncia e cat3strofes 4ue causam crises e traumas e a/ontar a /ro/osta de interven$%o mais a/ro/riada /ara este ti/o de situa$%o! 5 /rocesso de crise /ode advir de eventos catastrficos ou desastres /rodu1idos /or causas naturais6 /or acidentes ou, ainda, /or situa$2es diretamente /rovocadas /elo 7omem como nos casos de viol&ncia inter/essoal! .m todas essas situa$2es a integridade fsica e(ou emocional das /essoas est3 amea$ada! , interven$%o em crise ' um m'todo de a-uda indicado /ara au0iliar uma /essoa, uma famlia ou um gru/o, no enfrentamento de um evento traum3tico, ameni1ando os efeitos negativos, tais como danos fsicos e /s4uicos, incrementando a /ossi8ilidade do crescimento de novas 7a8ilidades de enfretamento refor$ando a 8usca de o/$2es e /ers/ectivas de vida!alavras$chave% Situa$2es de emerg&ncia, Crise, +nterven$%o em crise!&BS'!&C'97roug7 a 8i8liogra/7ic revie:, t7is /a/er /ro/oses t7e conte0tuali1ation of emergenc; and catastro/7e situations t7at cause crisis and traumas, 7ig7lig7ting t7e most suita8le interventions for suc7 cases! Crisis /rocesses can result from natural disasters, from accidents, or even from situations directl; caused 8; 7uman 8eings, as in cases of inter/ersonal violence! +n all of t7ese situations, t7e /erson&ncia, s'rias altera$2es na vida das /essoas 4ue se v&em afetadas /or uma situa$%o de crise ou de emerg&ncia! ,lgumas dessas circunst?ncias gol/eiam com tanta viol&ncia o estado de e4uil8rio de /essoas, famlias e at' de uma sociedade inteira, 4ue dei0am no seu lastro /erdas 7umanas, materiais e mudan$as situacionais e0tremamente traum3ticas!Pode#se considerar como emerg&ncia situa$2es catastrficas ou desastres /rodu1idos /or causas naturais como terremotos, eru/$2es vulc?nicas, secas, enc7entes, tornados, furac2es6 /or acidentes tais como inc&ndios6 ou, ainda, condi$2es diretamente /rovocadas /elo 7omem como conflitos armados, ata4ues terroristas, se4>estros rel?m/agos, viol&ncia ur8ana, tr3fico de drogas, entre outros! .m todas essas ocorr&ncias a integridade fsica e(ou emocional das /essoas est3 amea$ada!9radicionalmente, os /rogramas de sa)de em institui$2es /)8licas ou /rivadas t&m se dirigido 8asicamente @ aten$%o m'dica imediata, n%o estando tais servi$os, na maior /arte das ve1es, /re/arados /ara uma assist&ncia mais a8rangente! Diante disso, em ocasi2es catastrficas, estes servi$os tornam#se so8recarregados e insuficientes /ara enfrentar essas ocorr&ncias, esta8elecendo#se uma situa$%o de calamidade /)8lica!5s desastres de grande /orte e os eventos di3rios da viol&ncia ur8ana /rovocam significativo im/acto so8re a sa)de mental das /essoas 4ue se tornam ref'ns desses eventos, atormentadas /elo medo, sofrendo /or feridas e mutila$2es fsicas e emocionais, acom/an7ados ainda, /elo im/acto da /erda de entes 4ueridos (familiares ou n%o e de /re-u1os materiais e econAmicos! Dessa maneira, a aten$%o /sicossocial mostra#se /or demais, necess3ria! .ntretanto, a/enas nos )ltimos anos ' 4ue se come$ou a /restar aten$%o a este ti/o de interven$%o englo8ando a$2es n%o s /ara enfrentar o 4uadro fsico, mas, tam8'm, o /s4uico! B indiscutvel 4ue, em situa$2es de emerg&ncia, s%o es/eradas rea$2es emocionais muito intensas e a grande maioria dessas manifesta$2es /odem ser consideradas como com/atveis com o momento traum3tico vivenciado! Contudo, a a8ordagem /recoce de 4ual4uer /ro8lema de sa)de mental ' a maneira mais efetiva de /reven$%o de transtornos mais s'rios 4ue costumam a/arecer, a m'dio e a longo /ra1o, a/s o evento traum3tico! Pes4uisas demonstram 4ue CDE das /essoas e0/ostas a uma situa$%o traum3tica /recisam ser muito 8em avaliadas 4uanto @ /ossi8ilidade de a/resentarem dist)r8ios /s4uicos com comor8idades associadas tais comoF de/ress%o, ansiedade, fo8ia, a8uso de drogas e 3lcool ("reed;, Saladin, Gil/atric=, Resnic= H Saunders, IJJK6 Giel, IJJL6 Green, IJJK! ,ssim, em situa$2es de emerg&ncia torna#se necess3rio, em car3ter de urg&ncia, uma interven$%o e0terna de a-uda, visando a au0iliar, aliviar ou resolver os efeitos /rodu1idos /or tais anomalias, resta8elecendo#se, assim, a normalidade! ,s emerg&ncias se tradu1em em verdadeiras trag'dias, crises ou dramas 7umanos, -ustificando a /reocu/a$%o de se levar em conta os as/ectos de aten$%o @ sa)de fsica, @s /erdas materiais, e, tam8'm, entender a afli$%o e as conse4>&ncias /sicolgicas decorrentes dessas situa$2es!Pretende#se a4ui, ainda 4ue de forma sucinta, contri8uir /ara 4ue os /rofissionais da 3rea da sa)de se sensi8ili1em frente @s necessidades 4ue devem ser encaradas e satisfeitas diante de situa$2es de crise 4ue as /essoas enfrentam, em decorr&ncia da crescente viol&ncia 4ue /arece su/lantar os meios com 4ue conta a sociedade /ara re/rimi#la! 58-etiva#se, /ois, des/ertar algumas refle02es )teis, segundo se /ensa, /ara atingir tais fins! !E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1Enten/en/o o 0ue 1 uma crise, e0/ress%o McriseN /rov'm da /alavra grega =risis, 4ue significa Mdecis%oN e deriva do ver8o =rino, 4ue 4uer di1er Meu decido, se/aro, -ulgoN (Moreno, PeOaco8a, Gon13le1#Gutierre1 H ,rdo;, PLLQ6 S3nc7e1 H ,mor, PLLD! MCriseN, ainda /ode ser definida como um estado de dese4uil8rio emocional do 4ual uma /essoa 4ue se v& inca/a1 de sair com os recursos de afrontamento 4ue 7a8itualmente costuma em/regar em situa$2es 4ue a afetam emocionalmente (Parada, PLLK! Rivenciar uma crise ' uma e0/eri&ncia normal de vida, 4ue reflete oscila$2es do indivduo na tentativa de 8uscar um e4uil8rio entre si mesmo e o seu entorno! Suando este e4uil8rio ' rom/ido, est3 instaurada a crise, 4ue ' uma manifesta$%o violenta e re/entina de ru/tura de e4uil8rio! .ssa altera$%o no e4uil8rio, gerada /or um fracasso na resolu$%o de /ro8lemas 4ue o indivduo costuma utili1ar, causa sentimentos de desorgani1a$%o, deses/eran$a, triste1a, confus%o e /?nico (Tainri8 H Uloc7, PLLL! , desorgani1a$%o emocional se caracteri1a /rinci/almente /or um cola/so nas estrat'gias /r'vias de enfrentamento! 5 estado de crise ' limitado no tem/o, 4uase sem/re se manifestando /or um evento desencadeador, e sua resolu$%o final de/ende de fatores como a gravidade do evento e dos recursos /essoais e sociais da /essoa afetada (Moreno et al!, PLLQ! 5 /rocesso de crise deve ser entendido n%o somente como algo negativo, mas como algo 4ue /ode tam8'm ser /ositivo! *este sentido, Slai=eu (IJJV assinala como e0em/lo o ideograma c7in&s de crise, re/resentado /or duas figurasF uma significando M/erigoN e outra Mo/ortunidadeN, ou se-a, um M/onto de mudan$aN 4ue /ode servir /ara sanar ou adoecer, mel7orar ou /iorar! ,ssim, Wiria e Re-a (PLLP consideram 4ue o desenlace de uma crise /ode amea$ar a sa)de mental ou ser um marco /ara mudan$as 4ue /ermitam um funcionamento mel7or do 4ue o anterior ao desencadeamento do evento! De tal forma, 4uando a crise ' resolvida satisfatoriamente, ela /ode au0iliar o desenvolvimento do indivduo6 caso contr3rio, /oder3 constituir#se em um risco, aumentando a vulnera8ilidade da /essoa /ara transtornos mentais! , crise ', sem d)vida, uma condi$%o de rea$%o frente a uma situa$%o de /erigo, ca/a1 de amea$ar a integridade da /essoa! 5 indivduo /ode a/resentar sinais e sintomas clnicos em res/osta ao estado /rovocado /ela crise, necessitando, /or conse4>&ncia, de alguma interven$%o /ara a sua resolu$%o! Suando a resolu$%o da crise se d3 de forma ada/tativa, surgem tr&s o/ortunidadesF a de dominar a situa$%o atual, a de ela8orar conflitos /assados e a de a/reender estrat'gias /ara o futuro (Parada, PLLK! .stas novas 7a8ilidades /ara a resolu$%o de /ro8lemas s%o tam8'm )teis /ara o mane-o de situa$2es /osteriores! Concordando com o entendimento de 4ue a crise /ossa se manifestar como uma o/ortunidade /ositiva, .ri=son (IJCI -3 a definia como um /onto crtico necess3rio ao desenvolvimento, ca/a1 de condu1ir o indivduo a tomar uma dire$%o ou outra, de modo a encamin7ar seus recursos /ara o /r/rio crescimento, recu/era$%o e maior diferencia$%o!Slai=eu (IJJV destaca um modelo de eta/as da crise /ostulado /or Xoro:it1 (IJCV, mencionando 4ue, diante do evento 4ue desencadeia o seu /rocesso, o indivduo a/resenta /rimeiramente uma desordem decorrente das rea$2es iniciais diante do im/acto! ,/s esta desordem, /assa /ara a eta/a de nega$%o, na tentativa de amortecer o im/acto (um e0em/lo disso ' a /essoa 4ue /rocura n%o /ensar no 4ue aconteceu ou tenta continuar suas atividades como se nada tivesse ocorrido! , terceira eta/a seria a intrus%o, 4ue consiste no surgimento de id'ias involunt3rias de dor /elo evento verificado! Pesadelos recorrentes, imagens e outras /reocu/a$2es s%o caractersticas desta eta/a! .m continua$%o, o indivduo evolui /ara a ela8ora$%o, fase em 4ue a /essoa come$a a e0/ressar, identificar e comunicar os seus /ensamentos, imagens e sentimentos e0/erimentados /ela situa$%o de crise! ,lguns conseguem ela8orar seus sentimentos, en4uanto outros somente o far%o com uma a-uda e0terna! Por fim, o t'rmino ' o momento em 4ue o indivduo integra o evento dentro da sua vida, /ois a e0/eri&ncia foi enfrentada, os sentimentos e /ensamentos identificados, /ossi8ilitando, assim, 4ue a /essoa se reorgani1e!R3rios /odem ser os fatores /reci/itadores de uma crise, mas n%o s%o somente os eventos em si 4ue desencadeiam tal /rocesso! .le /ode decorrer, tam8'm, do significado 4ue o indivduo /ossa !E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1vir a dar aos fatos, em termos de amea$a ou dano /ara si, assim como da avalia$%o dos recursos dis/onveis /ara o necess3rio enfrentamento da situa$%o! .nt%o, ' necess3rio sem/re levar em conta a /erce/$%o do indivduo frente ao evento, e n%o s a gravidade do mesmo isoladamente (Wiria H Re-a, PLLP6 S3nc7e1 H ,mor, PLLD! 5s eventos /odem ser fatores decisivos /ara o desenvolvimento de um 4uadro de 9ranstorno de .stresse ,gudo, caracteri1ado /rinci/almente /or intensa ansiedade, medo, im/ot&ncia e 7orror, acom/an7ado de sintomas dissociativos como aus&ncia de res/osta emocional, sentimentos de descone0%o, redu$%o do recon7ecimento de am8iente, sentimento de irrealidade e amn'sia dissociativa (DSM +R 9R, PLLP! Se o indivduo 4ue sofreu o evento traum3tico ' tratado ra/idamente, os sintomas de /ossvel estresse agudo, em geral, diminuem ou desa/arecem com/letamente nos QL dias seguintes! .m alguns casos, /or'm, n%o 7avendo tratamento ade4uado, a desordem verificada tende a /ersistir /odendo evoluir /ara um 9ranstorno de .stresse Ps#9raum3tico, 4uadro comum caso a sintomatologia /ermane$a /or um /erodo de tr&s meses! 5s sintomas caractersticos deste transtorno incluem reviv&ncia /ersistente do evento traum3tico, es4uiva sistem3tica de estmulos associados com o trauma e sintomas de e0cita$%o aumentada (DSM +R 9R, PLLP! Se o 4uadro /revalece a/s este /erodo, /ode#se caracteri1ar uma situa$%o crAnica, e0istindo ainda o risco da configura$%o de comor8idades com outros transtornos (Uenveniste, PLLL6 Moreno et al!, PLLQ!.ntender#se#3 mel7or o fenAmeno da crise, diferenciando#o em crises evolutivas e crises circunstanciais! ,s crises evolutivas di1em res/eito @ reali1a$%o n%o satisfatria das /assagens do desenvolvimento do indivduo! .las /odem ser /revisveis, -3 4ue as eta/as do crescimento e os momentos decisivos em cada uma delas s%o con7ecidos e ocorrem com a maioria das /essoas! S%o as situa$2es criadas internamente, /or mudan$as fisiolgicas e /sicolgicas, 4ue /odem desencadear uma res/osta de crise ou n%o, como, /or e0em/lo, a conce/$%o ou a esterilidade, a gravide1 e o /arto, a inf?ncia, a adolesc&ncia, a a/osentadoria, o envel7ecimento e a morte (Slai=eu, IJJV6 Tainri8 H Uloc7, PLLL! Y3 as circunstanciais s%o a4uelas decorrentes de situa$2es encontradas /rinci/almente no am8iente! Surgem em conse4>&ncia de eventos raros e e0traordin3rios, 4ue o indivduo n%o /ode /rever ou controlar, como a /erda de uma fonte de satisfa$%o 83sica, o desem/rego, a morte a8ru/ta, a /erda da integridade cor/oral, as enfermidades, os desastres naturais, as viola$2es e os acidentes! Para Tainri8 e Uloc7 (PLLL, o /onto de diferencia$%o entre este ti/o de crise e outras ' 4ue as circunstanciais s%o im/revistas, comovedoras, intensas e catastrficas!.m uma situa$%o de desastre, /or conta da im/revisi8ilidade, da amea$a, do dano ou da /erda, s%o /rodu1idas emo$2es muito intensas, tanto /ara a vtima 4uanto /ara os seus familiares e /essoas /r0imas, inclusive /ara a e4ui/e 4ue l7e /resta atendimento (S3nc7e1 H ,mor PLLD! Diante disso, ca8e ressaltar alguns fatores 4ue /odem condu1ir a /essoa a resolver o im/asse de maneira /ositiva, levando assim ao desenvolvimento e @ a4uisi$%o de novas 7a8ilidades6 ou negativa, gerando uma conse4>&ncia danosa, 4ue ir3 /rovocar sofrimento e desenvolvimento de /ossveis /sico/atologias imediatas ou a longo /ra1o! Slai=eu (IJJV salienta 4ue ' im/ortante considerar a gravidade da situa$%o 4ue anteci/a a crise, /ois alguns eventos -3 t&m /or si s um alto /otencial /ara /reci/it3#la! +nfeli1mente, n%o ' /ossvel /redi1er 4uando uma crise /sicolgica ser3 desencadeada, -3 4ue o evento causador de desordem /ara uma /essoa /ode n%o o ser /ara outra!.m8ora o foco em 4uest%o se-am as /essoas 4ue vivenciam as situa$2es de crise como resultantes em se4>elas ou insta8ilidade emocional, ' im/ortante destacar 4ue e0istem /essoas 4ue /ossuem a ca/acidade de, frente a eventos traum3ticos, resistir emocionalmente! .ssa ca/acidade ' c7amada de Mresili&nciaN (do ingl&s resilience! ,ssim, as /essoas resilientes conseguem manter um e4uil8rio est3vel sem 4ue ten7am afetado o seu rendimento e a sua vida em geral 4uando acometidos /or situa$2es traum3ticas! Posec=, Ua4uero e Yim'ne1 (PLLV afirmam 4ue a diferen$a das /essoas 4ue se recu/eram de forma natural de um /erodo disfuncional se encontra no fato de 4ue os indivduos resilientes n%o /assam /or este /erodo, /ois /ermanecem em nveis funcionais a/esar da e0/eri&ncia traum3tica! !E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1Como se caracteri2a um trauma, /alavra trauma vem do grego t/auma, 4ue 4uer di1er ferida e deriva de tit/:o0: 4ue significa furar, designa ferida com efra$%o! 9raumatismo designaria as conse4>&ncias no organismo de uma les%o resultante de uma viol&ncia e0terna! Um evento traum3tico ' algo es/ecialmente destrutivo na vida do indivduo, famlia e comunidade afetada! De nature1a )nica e im/revisvel, afeta muito mais do 4ue vtimas imediatas, /odendo acontecer em 4ual4uer momento ou lugar (Tainri8 H Uloc7, PLLL! Pode ser entendido como um forte a8alo emocional ou moral, uma desorgani1a$%o mental, c7o4ue ou transtorno de onde se desenvolveu ou se /ode desenvolver um 4uadro /sico/atolgico6 ou se-a, trauma ' uma ferida! B, sem d)vida, um acontecimento da vida do su-eito 4ue /ode ser definido /or sua intensidade, /ela inca/acidade em 4ue se encontra a /essoa de reagir a ele de uma forma ade4uada, /elo transtorno 4ue causa e /elos efeitos duradouros 4ue /rovoca! , lista de eventos traum3ticos ' /ara Tainri8 e Uloc7 (PLLL muito am/la! *ela est%o contidos os acidentes a'reos, tornados, avalanc7es de lama, furac2es, inunda$2es, terremotos, e0/osi$2es a elementos t0icos, assassinatos em s'rie, ata4ues violentos, guerras, cola/sos de /ontes e constru$2es, se4>estros, 8om8as, terrorismo! .stes acontecimentos s%o desastres ou cat3strofes, /odendo, ainda, assim serem considerados os acidentes 4ue causam rea$2es fisiolgicas @s /essoas afetadas, como ta4uicardia, suor, vertigem, tremedeiras, vAmitos, entre outros! Da mesma forma, s%o causadoras de rea$2es /sicolgicas tais comoF confus%o, /?nico, e0cita8ilidade, nervosismo, raiva, /esadelos, sentimentos de cul/a, triste1a /rofunda, medo, em8otamento emocional e deses/eran$a!5 trauma natural /ode se constituir em uma ocorr&ncia isolada ou m)lti/las ocorr&ncias em um 8reve /erodo, como /or e0em/lo, no caso de terremotos! 5 trauma acidental, indu1ido /elo ser 7umano, sem/re ' um s evento, atingindo a uma ou v3rias /essoas! +nc&ndios acidentais, acidentes a'reos ou em Ani8us, descarrilamento de trens e metrAs, tiroteios acidentais, s%o alguns e0em/los! Y3 o trauma intencional indu1ido /elo ser 7umano (viol&ncia deli8erada /ode ser isolado, como tiroteios, assaltos e agress2es, ou /ode ser m)lti/lo, como em casos de 7omicdios du/los ou assassinatos em s'rie! .sses atos m)lti/los de viol&ncia /odem ocorrer em uma comunidade ou estender#se a v3rias na$2es, como se verifica no caso de guerras (Parada, PLLK! Tainri8 e Uloc7 (PLLL entendem 4ue o trauma ' um fenAmeno 4ue n%o ' universal (diferente da crise evolutiva ou circunstancial, mas em 4ual4uer das 7i/teses, em algum momento /oder3 vir a ser sentida /or todos, ou /or um grande n)mero de /essoas! *essa conce/$%o, essas autoras /ro/2em um conceito de crise geral, em 4ue a crise ' conce8ida como algo universal e o trauma como algo /articular! , forma como o indivduo reagir3 ser3 em fun$%o da intera$%o dele com o evento e o am8iente! Zs ve1es as /essoas, a/s um evento traum3tico, continuam com um nvel funcional ade4uado durante a fase /s#im/acto, mas /odem /ermanecer cicatri1es emocionais 4ue ven7am alterar o seu nvel de funcionamento ou a sua 4ualidade de vida, inclusive /or muitos anos de/ois de vivida a situa$%o! .m algumas circunst?ncias essas recorda$2es /arecer%o normais, mas em outras, as /essoas /oder%o desenvolver condutas evitativas e, at' mesmo, transtornos s'rios! .sses indivduos, tentando minorar o trauma, /oder%o recorrer ao 3lcool ou a outras drogas! Interveno em crise5s conceitos 4ue tradicionalmente t&m sido assinalados como M+nterven$%o em CriseN, a/ontam diferen$as na sua a/lica$%o em situa$2es de emerg&ncia e na /r3tica clnica devido @s caractersticas es/ecficas da urg&ncia na aten$%o /sicolgica(/si4ui3trica e na dificuldade em esta8elecer /rotocolos ade4uados /ara tais interven$2es! , interven$%o em crise ' um /rocedimento /ara e0ercer influ&ncia no funcionamento /sicolgico do indivduo durante o /erodo de dese4uil8rio, aliviando o im/acto direto do evento traum3tico! 5 o8-etivo ' a-udar a acionar a !E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1/arte saud3vel /reservada da /essoa, assim como seus recursos sociais, enfrentando de maneira ada/tativa os efeitos do estresse! *essa o/ortunidade, devem#se facilitar as condi$2es necess3rias /ara 4ue se esta8ele$a na /essoa, /or sua /r/ria a$%o, um novo modo de funcionamento /sicolgico, inter/essoal e social, diante da nova situa$%o! Ca8e lem8rar 4ue, no momento da crise, as defesas do indivduo est%o fal7as, desativadas, de tal forma 4ue ele se encontra mais rece/tivo @ a-uda e os mnimos esfor$os /odem ter resultados m30imos (Tainri8 H Uloc7, PLLL6 Wiria H Re-a, PLLP!9oda tera/ia 4ue visa lidar com situa$2es traum3ticas /assa necessariamente /or recordar e rememorar a situa$%o! B muito im/ortante o relato ver8al como elemento /rimeiro, visando clarificar e organi1ar o /rocesso tera/&utico! Dito de outra forma, /ara enfrentar um trauma, a /rimeira condi$%o ' enfrent3#lo, /ois em termos de com/ortamento 7umano, salvo algumas e0ce$2es, a tend&ncia ' tentar redu1ir o 4ue ' doloroso e desagrad3vel, tentar es4uecer o 4uanto antes!Uma situa$%o de crise, se resolve, 7a8itualmente entre K e V semanas! Sendo, @s ve1es, necess3rio um /erodo de tem/o maior /ara a resolu$%o do evento estressante /odendo a desorgani1a$%o /s4uica continuar /or mais tem/o, durando anos ou se transformar em algo crAnico! Slai=eu (IJJV refere 4ue a insta8ilidade ou desorgani1a$%o est%o limitadas no tem/o e este limite no estado de crise, aliado a um /otencial /ara a reorgani1a$%o em uma dire$%o /ositiva ou negativa, ' um /onto crucial! Suanto mais tem/o a /essoa /assa sem assist&ncia ou com au0lio inade4uado, mais s'rios tendem a serem os efeitos da crise, 4ue /oder%o at' tornarem#se irreversveis! .nt%o, /rocessos tera/&uticos 8reves, de tem/o limitado, s%o os mais ade4uados /ara as situa$2es de crise! 5 /rocedimento tera/&utico deve se estender /or um tem/o igual ao 4ue a maioria das /essoas leva /ara recu/erar o e4uil8rio de/ois do incidente da crise, ou se-a, em torno de V semanas! , meta /rinci/al da interven$%o ' a-udar a /essoa a recu/erar o nvel de funcionamento 4ue /ossua antes do evento desencadeante da crise! 5s /rofissionais de acordo com Moreno et al! (PLLQ 4ue atuam com este ti/o de interven$2es devem ser ativos e diretos, orientados a o8ter o8-etivos r3/idos diferentemente dos /rofissionais 4ue interv'm em situa$2es 4ue n%o s%o de emerg&ncia! 5 /rofissional deve ser 3gil e fle0vel /ara colocar em /r3tica a$2es /ara a resolu$%o de /ro8lemas e /ara a su/era$%o das m)lti/las dificuldades 4ue /ossam surgir no /rocesso de aten$%o, /rocurando satisfa1er as necessidades imediatas do afetado colocando em funcionamento a$2es com os recursos dis/onveis, tudo num /erodo de tem/o redu1ido! Por outro lado, v3rios autores mencionam cinco com/onentes fundamentais 4ue devem estar /resente numa interven$%o em crise, estruturada num /rocesso de atendimento em gru/o, seguindo uma se4>&ncia de fases ou est3dios como /ode ser visuali1ado no Suadro I (Moreno et al!, PLLQ6 Raffo, PLLD! 3ua/ro 4$ "ases(.st3gios de uma Pro/osta de +nterven$%o em Crise !E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1"onteF Moreno et al!, (PLLQ6 Raffo (PLLD! Slai=eu (IJJV /ostula tr&s /rinc/ios clnicos /ara a /r3tica da interven$%o em criseF o /rimeiro ele c7ama de Mo/ortunidadeN em 4ue o o8-etivo ' calcular e redu1ir o /erigo, avaliando tam8'm a motiva$%o do /aciente /ara encontrar uma nova estrat'gia de enfrentamento com as circunst?ncias atuais de vida! 5 segundo /rinc/io ' a MmetaN, 4ue consiste em a-udar o indivduo a recu/erar o nvel de e4uil8rio 4ue tin7a antes ou a atingir um nvel 4ue /ermita su/erar o momento crtico! 5 )ltimo /rinc/io descrito /or este autor di1 res/eito a uma avalia$%o 4ue englo8e tanto os Mas/ectos fortesN, como as Mde8ilidadesN de cada um dos sistemas im/licados na crise, 8em como informa$2es do 4ue est3 funcional e disfuncional na vida do indivduo! .sse autor ainda /ro/2e um modelo am/lo de interven$%o, dividindo#a em /rimeira e segunda inst?ncia! , interven$%o de /rimeira inst?ncia refere#se aos /rimeiros au0lios /sicolgicos, ou se-a, a assist&ncia imediata, 4ue em geral leva uma sess%o 4ue /ode durar de minutos a 7oras! 5s /rinci/ais o8-etivos destes /rimeiros au0lios s%o /ro/orcionar a/oio, redu1ir o /erigo de morte e aliar a /essoa em crise com os recursos de a-uda dis/onveis! Pode ser reali1ada no momento e lugar em 4ue surge a necessidadeF em am8ientes comunit3rios, 7os/itais, igre-as, escolas, am8ientes de tra8al7o, lin7as telefAnicas de urg&ncia! Policiais, assistentes sociais, /adres, enfermeiras, m'dicos, advogados, s%o alguns dos /rofissionais 7a8ilitados a reali1ar esta /rimeira /arte, al'm de /siclogos e /si4uiatras! Y3 a interven$%o de segunda inst?ncia di1 res/eito @ !E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1tera/ia /ara a crise! 9am8'm ' um /rocesso tera/&utico 8reve, mas vai al'm da restaura$%o do enfrentamento imediato, encamin7ando#se, assim, /ara a resolu$%o da crise, 4ue /ode durar de semanas a meses e tem como meta assistir a /essoa de maneira 4ue o evento 4ue suscitou a crise se integre @ trama da vida, com mel7ores recursos e dis/osi$%o /ara encarar o futuro! .sta interven$%o re4uer maior /re/aro de 4uem ir3 a/lic3#la, /or isso, os mais indicados s%o os /sicotera/eutas em geral, /siclogos e /si4uiatras (Slai=eu, IJJV!Segundo Uenveniste (PLLL os consel7eiros, /essoas 7a8ilitadas a /ratica da interven$%o em situa$2es de crise, /odem come$ar a interven$%o logo de/ois do evento traum3tico! Para a /essoa, @s ve1es ' 8astante doloroso falar a res/eito do 4ue se /assou, mas a maioria refere um alivio e uma redu$%o dos sintomas a/s ter falado so8re o acontecido! ,o /ro/sito, e0istem muitos mitos a res/eito das rea$2es a uma situa$%o de emerg&ncia ou desastre! .ntre eles est3 a cren$a de 4ue ' mais conveniente /ostergar a informa$%o /or4ue as /essoas reagem com /?nico, 4ue todas as /essoas se /aralisam frente a um desastre, 4ue ' necess3rio a-ud3#las at' nas tarefas mais 83sicas e 4ue a desorgani1a$%o favorece diretamente nos com/ortamentos anti#sociais! .stes mitos como a/ontam Moreno et al! (PLLQ n%o cola8oram /ara alcan$ar as solu$2es necess3rias 4ue se esta8elecem frente a situa$2es de emerg&ncias! Portanto, devem ser erradicados mediante a$2es /reventivas efica1es em 4ue os t'cnicos de sa)de mental desem/en7am um /a/el fundamental!, interven$%o em crise ' uma estrat'gia de a-uda indicada /ara au0iliar uma /essoa e(ou famlia ou gru/o, no enfrentamento de um evento traum3tico, ameni1ando os efeitos negativos, tais como danos fsicos e /s4uicos e incrementando a /ossi8ilidade de crescimento de novas 7a8ilidades de enfretamento e o/$2es e /ers/ectivas de vida! 5 ti/o de crise n%o im/orta, /ois o evento ' emocionalmente significativo e gera uma mudan$a radical na vida da /essoa! , interven$%o tera/&utica no momento da crise ' t%o efica1 4uanto a interven$%o de um /ara#m'dico ao /ro/orcionar su/orte de vida a um ferido grave (Rodrgue1, PLLQ! ,ssim, as metas durante a su/era$%o da crise devem ser focadas em a-udar as /essoas a lidar com o evento traum3tico, a a-ustar#se @ nova situa$%o, a devolver#l7e seu nvel anterior de funcionamento, diferente do tratamento na /sicologia clnica 4ue enfoca uma mudan$a /rofunda do /aciente ou uma revis%o da origem dos seus conflitos infantis! .stas metas s%o desenvolvidas atrav's de um convite ao indivduo /ara 4ue fale de sua e0/eri&ncia, fa1endo com 4ue o8serve o evento @ dist?ncia ou /ers/ectiva, a-udando#o a ordenar e recon7ecer seus sentimentos associados6 e, tam8'm, a-udar na resolu$%o de /ro8lemas, come$ando /elas metas mais /r3ticas e imediatas!.m geral, os indivduos 4ue se encontram em crise s%o inundados /or /ensamentos e sentimentos 4ue dificultam o esta8elecimento de /rioridades6 aca8am /reocu/ando#se mais com as coisas 4ue n%o /odem resolver imediatamente e ignoram os /ro8lemas mais imediatos e de mais f3cil solu$%o, no momento! Por isso, ' necess3rio tam8'm 4ue o t'cnico o a-ude a organi1ar os /ensamentos em dois gru/osF um de metas em curto /ra1o e outro em longo /ra1o! ,s metas de curto /ra1o incluem, de acordo com o fato ocorrido, tran4>ili1ar o /aciente, mane-ar o medo, falar so8re o ocorrido, etc! Y3 as de longo /ra1o, di1em res/eito a a-udar o /aciente na retomada de /lanos de vida como a 8usca /or tra8al7o6 de uma tera/ia de longa dura$%o, se for necess3rio, etc! 5 t'cnico /recisa ser ativo e direto a-udando o /aciente a definir estes ti/os de metas, 8em como e0ecut3#las, tanto as de curto, como as de longo /ra1o (Uenveniste, PLLL! Consi/era5es 6inais*as )ltimas d'cadas, os servi$os de interven$%o em crise, emerg&ncia /sicolgica(/si4ui3trica e0/andiram#se grandemente no mundo, es/ecialmente, nos /ases desenvolvidos! *o Urasil, 73 /oucos relatos destes servi$os! Cada ve1 mais, frente a situa$2es de emerg&ncia e cat3strofes, os /rofissionais da /sicologia e outros t'cnicos da 3rea da sa)de, como con7ecedores da conduta 7umana, devem se 4ualificar /ara atua$2es 8reves e efetivas, com o o8-etivo de /revenir a curto e em longo /ra1o as conse4>&ncias /sicossocias negativas! .merg&ncias e desastres marcam de forma tr3gica as /essoas e a comunidade, n%o s no /lano material(econAmico, mas tam8'm no !E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1emocional(/sicolgico! 5 im/acto da trag'dia modifica o com/ortamento! ,s rea$2es emocionais /odem oscilar do /?nico ao a8atimento afetando, de acordo com as caractersticas individuais, de forma diferente as /essoas! , necessidade de a/oio emocional, de interven$%o na dor e no sofrimento das vtimas, diretas e indiretas, ' de fundamental im/ort?ncia /ara evitar se4>elas 4ue /ossam se generali1ar, tem/oral e es/acialmente, /rovocando transtornos /sicolgicos com/le0os! , ci&ncia /sicolgica e os t'cnicos com esta forma$%o t&m contri8udo com modelos de interven$%o 8reves, atrav's de t'cnicas de comunica$%o e modifica$%o de com/ortamentos /ara a-udar em situa$2es de im/acto e /erigo!+ntervir em uma crise significa introdu1ir#se de maneira ativa em uma situa$%o vital /ara um indivduo e au0ili3#lo a mo8ili1ar seus /r/rios recursos /ara su/erar o /ro8lema, recu/erando dessa forma, seu e4uil8rio emocional (Raffo, PLLD! ,ssim, interven$2es em situa$2es de crise, convertem#se em um ingrediente essencial /ara o tratamento da situa$%o traum3tica no /rocesso de recu/era$%o das /essoas envolvidas nesses eventos! Considera#se de suma im/ort?ncia o investimento em estudos so8re a tem3tica ora a8ordada, /ois este ' um tema ainda /ouco estudado em nosso /as a/esar da sua e0/ressiva relev?ncia! !e7er8ncias Bibliogr7icasUenveniste, D! (PLLL! +ntervencin en Crisis Des/u's de Grandes Desastres 9r/icosF La Revista de la Sociedad Psicoanaltica de Caracas, R+++ (+ I#V!DSM +R 9R (PLLP! Manual ia!n"stico e estatstico de transtornos mentais! Porto ,legreF ,rtmed!.ri=son, .! (IJCI! #n$%ncia e sociedade! Rio de YaneiroF [a7ar! (5riginal /u8licado em IJDL"reed;, Y! R!6 Saladin, M! .!6 Gil/atric=, D! G!6 Resnic=, X! S! H Saunders, U! .! (IJJK! Understanding acute /s;c7ological distress follo:ing natural disaster! &ournal o$ 'raumatic Stress, C, PDC#PCK!Giel, R! (IJJL! Ps;c7osocial /rocess in disasters! #nternational &ournal o$ Mental (ealt), IJ, C#PL!Green, U! W! (IJJK! 9raumatic stress and disasterF mental 7ealt7 effects and factors influencing ada/tation! .mF "! Wie7mac H C! *adelson (5rgs!! #nternational Revie* o$ Ps+c)iatr+ (vol! P (//! D#I\! Tas7ington, D!C! ,merican Ps;c7iatric Press!Xoro:it1, M! Y! (IJCV! Diagnosis and treatment of stress res/onse s;ndromesF General /rinci/les! .mF X! Y! Parade6 X! W! P! Resni= H W! G! Parade (5rgs!! .mergenc; and disaster managementF , mental 7ealt7 source8oo= (//! KDD#KD\! Uo:ie, Md!F 97e C7arles Press Pu8lis7ers! Wiria, ,! "! H Re-a, U! R! (PLLP! #ntervenci"n en Crisis! MadridF .ditorial Sintesis! Moreno, R! R!6 PeOaco8a, C! P!6 Gon13le1#Guti'rre1, Y! W! H ,rdo;, Y! C! (PLLQ! #ntervenci"n Psicol"!ica en Situaciones de crisis + emer!encias! MadridF D;=inson!Parada, .! (PLLK! Psicolo!ia Com,ortamental -,licada al Socorrismo Pro$esional. Primeros -u/ilios Psicolo!icos! Recu/erado em LP de -aneiro de PLL\ do site .scuela Segoviana de SocorrismoF 7tt/F((mem8ers!fortunecit;!es(esssI(YornadasJCParada.!7tmPosec=, U! R!6 Ua4uero, U! C! H Yim'ne1, M! W! R! (PLLV! Wa .0/eriencia 9raum3tica desde la Psicologa PositivaF Resiliencia ; Crecimiento Postraum3tico! Pa,eles del Psic"lo!o, PC(I, KL#KJ!Raffo, S! W! (PLLD! #ntervenci"n en crisis! ,/untes /ara uso e0clusivo de docencia! De/artamento de Psi4uiatria ; Salud Cam/us Sur! Universidad de C7ile! 7tt/F((:::!med!uc7ile!cl(a/untes(arc7ivos(PLLD(medicina(crisis!/df.!E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1Rodrgue1, ,! C! (PLLQ! Los Cinco Com,onentes de los Primeiros -u/ilios 0mocionales en la #ntervenci"n en Crisis! Recu/erado em PK de de1em8ro de PLLC do site monografias!comF 7tt/F((:::!monografias!com(tra8a-osID(intervencion#en#crisis(intervencion#em crisis!s7tmlS3nc7e1, Y! +! R! H ,mor, Y! W! M! (PLLD! #ntervenci"n Psicol"!ica en las Cat1stro$es! MadridF .ditorial Sintesis!Slai=eu, G! ,! (IJJV! #ntervenci"n en Crisis2 manual ,ara ,r1ctica e investi!aci"n! M'0icoF .l Manual Moderno!Ralls, Y! W! (IJJD! iccionario 3reudiano! MadridF Yulian ]e8enes!Tainri8, U! R! H Uloc7, .! W! (PLLL! #ntervenci"n en Crisis + Res,uesta al 'rauma2 teora + ,r1ctica! Uil8aoF Descl'e de Urou:er! .ndere$o /ara corres/ond&ncia.ndere$o do autor /rinci/alF Ulanca Susana Guevara Terlang! "aculdade de Psicologia!Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul, PUCRS! ,v! +/iranga, VV\I, Pr'dio II \o andar ! C.P JLVIJ#JLL Porto ,legre(RS, Urasil! 9elefoneF (DI QQPL#QDDL! .#mailF 8:erlang^/ucrs!8rRece8ido emF PK(LI(PLL\,ceito emF LK(LK(PLL\!E(IS'& B!&SI)EI!& DE 'E!&I&S C#G*I'I(&S+ 2008, Volume 4, Nmero 1