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CidadeJorn

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aInformativo mensal – Dezembro de 2010 – Ano I - Nº 1 – www.sjc.sp.gov.br

AUDIÊNCIAS PÚBLICAS NOS BAIRROS COLOCAM GOVERNO E MORADORES MAIS PERTO. PÁGINA 3

EDUCAÇÃO

Eles são jovens e empreendedoresPágina 4

ESPORTES

Cidade ganhaArena multiusoPágina 10

MUTIRÃO

Virada contraa denguePágina 9

São José dosNovos Tempos

Lei de Zoneamento cria normas para ordenar o crescimento da cidade

por mais vinte anos Páginas 6 e 7

Página 10

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2 | Jornal da Cidade | dezembro de 2010

Boaleitura

Aproximar o poder público do cidadão, informar a população, facilitar o acesso de todos aos ser-viços prestados pelo poder públi-co. Em linhas gerais, esses são os objetivos deste Jornal da Cidade, que circulará mensalmente e será entregue nos domicílios em todas as regiões da cidade, nas entida-des, nas organizações sociais e da administração pública.

Esta edição de estreia traz um pouco da proposta de um jornal que também se dedique a avaliar informações, propor soluções e di-fundir conceitos que contribuam na formação social e identidade cultural de nossa cidade.

A matéria de capa é um apa-nhado sobre a São José que que-remos para nossos filhos e netos e procura demonstrar a importância da participação de todos na cons-trução de uma cidade moderna, pujante e com altos índices de qua-lidade de vida. Para isto, foi cons-truído o consenso que permitiu elaborar e aprovar uma legislação nova destinada a ordenar o cresci-mento da cidade, sem inibir inicia-tivas de quaisquer setores.

A participação e o voluntariado são destacados também na Opera-ção Verão, que alerta a comunida-de para a prevenção aos riscos de acidentes e alagamentos, em fun-ção das chuvas que se aproximam. De outro, um mutirão da Secretaria da Saúde reforça que a dengue é doença letal, e que somente será controlada se houver participação de todos nessa guerra contra o mosquito transmissor.

Um jornal que também se dedique a avaliar informações,propor soluções e difundir conceitos.

a cidade é sua

QUE TAL SER VOLUNTÁRIO?

Ligue para 3925-6816 e faça o cadastro. Você receberá treinamento e, em caso de emergência, poderá ser chamado para integrar as equipes da Defesa Civil.

EDITORIAL

Jornal da Cidade

Defesa Civil está pronta para apoiar e orientar a comunidade sobre a temporada de chuvas

Operação

Verão

Espremida entre as serras do Mar e da Mantiqueira, a região do Vale do Paraíba é uma das mais atingidas por chuvas, raios e tempestades elétricas na região sudeste do Brasil. Quando chega o verão, em dezembro, as descargas at-mosféricas e as chuvas tornam-se mais intensas e os ventos mais fortes, combi-nação que cria uma série de riscos para população.

Monitorar esses perigos, fazer cam-panhas preventivas e agir em caso de emergência são tarefas típicas dos agen-tes da Defesa Civil de São José dos Cam-pos. Eles recebem diariamente as previ-sões de tempo e os alertas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), monitoram o nível dos rios e córregos, mapeiam áreas de risco e orientam mo-radores.

A Operação Verão 2010 já está mon-tada. Começou com uma reunião de avaliação e planejamento das ações. Dela participaram os técnicos da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Mi-

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Informativo mensal da Prefeitura de São José dos Campos | Editado pela Secretaria de Governo | Coordenação editorial eimagens: Departamento de Comunicação Social | Jornalista responsável: Andréa Martins | Cartas: Rua José de Alencar 123Vila Santa Luzia | CEP 12209-530 – São José dos Campos - SP | Telefone: 55 (12) 3947-8235 |E-mail: [email protected] | www.sjc.sp.gov.br

Agentes e voluntários em ação durantea enchente doRio Buquira

litar, Prefeitura, Bandeirante Energia e Sabesp. E vai durar até 31 de março de 2011, com equipes de plantão 24 horas.

A Defesa Civil tem 20 profissionais fixos e pelo menos 120 voluntários, que podem ser convocados a qualquer mo-mento. Todos são treinados para diver-sas tarefas, do combate a incêndios aos primeiros socorros a vítimas de enchen-tes. É o caso de Marcos Weber dos San-tos, 32 anos, que mora em Santana.

No início do ano, Weber pegou cor-das e equipamentos e enfrentou a cor-renteza do Rio Buquira para salvar da enchente algumas famílias e móveis. “Graças a Deus deu tudo certo”, come-mora o ajudante de serviços gerais, que há 15 anos é voluntário. “É gratificante ajudar o próximo e saber que estou co-laborando com a população.”

Em 2010, a Defesa Civil realizou 3.900 atendimentos. Foram casos de queima-das, deslizamentos de terra, quedas de muros, socorro retirada de famílias de áreas de risco. Além disso, foram distri-buídas cartilhas e folhetos para orientar a população.

PREVINA-SE

Antes que chova

Mantenha o quintal limpo, não deixe objetos soltos nem entulho Limpe calhas, tubos e ralos para não entupir

Raios e trovões

Desligue os eletrodomésticos das tomadas Fique longedas janelas Evite usaro telefone fixoou celular Recolha eproteja os animais Não fique embaixo de árvores, cercasde arame ourede elétrica Mantenha os vidros do carro fechados e pareem local alto Em área ampla e aberta há perigo de raios. Procure abrigo seguro

Com chuva forte

Verifique se algum vizinho precisa de ajuda Se for necessário, chame aDefesa Civil

190Este é o telefoneda Defesa Civil

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a cidade é sua

MAIS 50 FISCAIS E 30 GUARDAS

A cidade terá mais 50 fiscais de posturas e estética urbana e 30 guardas civis municipais a partir de janeiro de 2011. Os novos fiscais estão sendo treinados e os guardas já passaram por avaliação física, médica e psicológica.

Participar é precisoGoverno promove audiências públicas para ouvir moradores, colhe sugestões e resolve problemas nos bairros da cidade

Gente, se o que falta é um local, o que vocês acham de sair-mos todos daqui com o compro-misso de encontrar uma área e indicar para a prefeitura cons-truir a Casa do Idoso aqui na zona Norte? A proposta de um dos 320 participantes da audi-ência pública realizada na Escola Municipal Vera Lúcia Carnevalli Barreto foi aplaudida pela pla-teia e, de imediato, aceita pelo prefeito e pelos secretários mu-nicipais.

Naquela noite, os morado-res souberam que o projeto da Casa do Idoso estava adiantado e os recursos garantidos. Mas em Santana não havia uma área cen-tral, com 5 mil metros quadrados, para ser desapropriada e receber a obra. Em pouco tempo, conver-sando e trocando informações, os moradores sugeriram algumas áreas. A Prefeitura, depois, ava-liou as sugestões e iniciou a desa-propriação – a obra vai sair logo.

As audiências públicas or-ganizadas pela Prefeitura vêm acontecendo em todas as regi-ões da cidade e são para isto: obter a participação da comuni-dade na solução dos problemas locais. São reuniões de trabalho de moradores e lideranças lo-cais com o prefeito e todos os secretários municipais. Com dia e hora marcados, são anuncia-das previamente e duram duas

As audiências são mensais e divulgadas por folhetos elíderes locais

horas, para que o encontro seja produtivo e não canse os parti-cipantes.

Não há discursos e todos po-dem fazer perguntas ao prefeito e aos secretários, que, ao final, ficam à disposição dos mora-dores para trocar informações, pelo tempo que for necessário. Somente na reunião de Santana, foram feitas 184 perguntas - a grande maioria, com resposta na hora, outras nos dias seguintes, por telefone.

As audiências públicas são para o governo levantar os pro-blemas e a comunidade cobrar soluções. É como pensa a comer-ciante Rosana de Cássia Oliveira Rodrigues, 36 anos, moradora da Vila Cristina. “Muita gente não tem como ir até a Prefeitura para reivindicar, por isso essas audi-ências são uma grande ideia.”

Para o diretor de Relações Comunitárias da Prefeitura, o objetivo vem sendo alcançado. “Cada cantinho da cidade terá chance de reivindicar direta-mente aos gestores públicos.” Ele lembra que, durante algumas audiências, o governo já alterou decisões anteriores e mudou projetos, porque concluiu que a proposta dos moradores era melhor. “As audiências são prio-ritárias e essenciais para o gover-no” - conclui.

“Achei uma maneira inteligente e criativa

da Prefeitura conheceros problemas

de cada região.”Celina Maria Lino,58 anos, moradora

da zona leste.

“Aqui, perguntamos,ouvimos explicações

e ficamos sabendo dasações que programadas

para nosso bairro.É bem interessante.” Raimundo Ramos

da Costa, aposentado,Altos do Caeté.

“É a oportunidadeque os moradores têmde falar com o prefeito, pedir melhorias e mais

qualidade de vida”.Maria Madalena

de Oliveira Macedo, 49 anos, dona de casa.

“Achei muito interessante o prefeito e secretários

conversarem coma população. Temos muitos problemas,

mas a audiência abrea possibilidadede resolvê-los.”

Alex Douglas Cursino , 20 anos , DJ

Audiências são mensais e reúnem

moradores dos bairros próximos

As audiências públicas são realizadas

uma vez por mês e divulgadas previamente

nos bairros a que se destinam. Em geral,

procuram envolver moradores de bairros

próximos. A Prefeitura distribui folhetos

informando data, hora e local do encontro e

mobiliza as lideranças locais e associações

de bairros, visando a obter comparecimento

expressivo da população.

Anote

Já foram realizadas audiências públicas

nas regiões:

Putim / São Judas Tadeu

Parque Industrial / Vale do Sol

Galo Branco /Eugênio de Melo

Vila Industrial

Jardim da Granja

Vila Letônia

Santana

Jardim Morumbi

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Prazo para pagaro IPTU 2010termina dia 20A Secretaria da Fazenda está enviando cerca 48 mil cartas de cobrança amigável de débitos do IPTU e Taxa de Coleta de Lixo de 2010. Com a carta, o contribuinte recebe um boleto que pode ser pago até o dia 20 de dezembro em qualquer agência bancária ou casa lotérica. Os débitos que não forem pagos agora serão inscritos na dívida ativa e terão correção monetária a partir de 1° de janeiro de 2011. O total de débitos em cobrança chega a R$ 31 milhões e incluem multa de 3% pelo atraso no pagamento e juro de 1% ao mês, computado desde o vencimento de cada parcela.

TOME NOTA

nossa cidade

Apicultores terão apoio para produzir e venderOs apicultores assistidos pelo Programa de Desenvolvimento Rural (Proder) terão consultoria especializada para aumentar a produtividade e vender a produção. Um engenheiro agrônomo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico atenderá produtores de Eugênio de Melo e São Francisco Xavier que fizeram o curso de apicultura oferecido pela Prefeitura. O programa oferecerá suporte à produção de mel, própolis e pólen, além de orientar o escoamento dos produtos.

Estádio Martins Pereirapassa por manutençãoUm conjunto de obras realizadas pela Urbam está preparando o Estádio Martins Pereira para os campeonatos de futebol profissional e feminino de 2011. Foram instaladas 16 câmeras de segurança, nova iluminação com mais oito luminárias, que têm a potência ampliada em mais 16 mil watts. A grama também foi recuperada. Os vestiários e corredores de acesso ao campo receberam pintura e as arquibancadas agora têm corrimão. O estádio receberá jogos da Copa São Paulo e o Campeonato Paulista de Futebol.

Estudantes de São José criam projetos e sonham ter sucesso no mercado e montar as próprias empresas

Empreender tambémse aprende na escola

Na maioria, eles têm 14 anos, andam em grupo, ficam agitados quando há al-guma novidade e agora têm um sonho comum: crescer profissionalmente. Mas, foi em clima de festa que o grupo de alu-nos da Escola Municipal Áurea Cantinho Rodrigues foi para o pátio posar para fotos. Afinal, conquistaram o primeiro lu-gar entre os projetos em nível de ensino fundamental apresentados na 8ª Feira do Jovem Empreendedor, realizada em outubro, no Parque Tecnológico de São José dos Campos.

“No começo foi difícil, e o primeiro de-safio foi fazer o grupo ficar quieto duran-te as reuniões de trabalho”, lembra Rafael Menezes Santana, presidente da empresa fictícia montada para desenvolver uma alternativa de abastecer telefones celula-res com energia solar. Aos poucos, foram se envolvendo, ganhando responsabili-dade, e agora sonham em aperfeiçoar o produto e conquistar o mercado.

O aparelho foi batizado de Solular e está inscrito no Lajoe, o Laboratório do Jovem Empreendedor, mantido pela Se-cretaria de Educação no Centro de Edu-cação Empreendedora (Cedemp). Lá, os projetos que se destacaram na Feira fica-rão incubados. No ano que vem, seus ide-alizadores serão orientados sobre como montar um plano de negócios e definir a estratégia para aprimorar o produto e apresentá-lo a possíveis investidores.

Perspectiva semelhante têm os alunos do Cephas (Centro de Educação Profis-sional Hélio Augusto de Souza), que fica-ram com o primeiro lugar entre os pro-

jetos do ensino médio. Lucas Oliveira de Souza estava entre os quatro que criaram o Extra Tan, que pretende desenvolver uma tecnologia de uso da casca de euca-lipto como agente natural no processo de tratamento da água.

“Trata-se de um sistema de baixo cus-to e grandes benefícios”, conta Lucas. Per-to da realização da Feira, o grupo dedicou muitos dias inteiros para finalizar o proje-to. “Foi um ano de muito trabalho até o resultado final, por isto nos emocionamos tanto com a premiação”. Agora, o grupo parte para novos desafios: quer participar de outras feiras e conquistar o mercado.

O começo parece promissor. O pro-jeto foi apresentado ao Sebrae, que está acompanhando o trabalho dos alunos no Cephas. A ideia da entidade é conseguir apoio de parceiros para incluir o Extra-Tan numa incubadora de negócios, uma agência especializada em abrigar projetos nascentes e com potencial de mercado. Logo, o projeto poderá estar ao alcance de investidores.

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Nível Fundamental 1° lugar: Solular, da Escola Municipal Áurea Cantinho - celular com bateria solar.2° lugar: Fabricar, da Escola Municipal Jacyra Baracho - carrinho de supermercado com divisórias para separar os produtos e conservar alimentos gelados.3° lugar: Baby Trocar, da Escola Municipal Geraldo de Almeida - carrinho de bebê com trocador.

Nível Médio1° lugar: Extra Tan, do Cephas - tratamento de água com casca de eucalipto2° lugar: Manimal, da Escola Estadual Jorge Barbosa – sensores para abertura automática de comedouros para animais domésticos.3° lugar: Qualit, do Instituto de Desenvol-vimento Educacional (Idea) – terceirizaçãode produtos depanificação.

OS VENCEDORES

PROGEO VAI FORMAR MAIS 1.260 PROFISSIONAIS

A partir de janeiro, 1.260 alunos serão qualificados como assistentes nas áreas de administração, recursos humanos, contabilidade e logística, em

cursos gratuitos certificados pelo Senai. Em 2009, o Programa de Geração de Oportunidades (Progeo) formou 530 profissionais para a construção civil.

Números da Feira doJovem Empreendedor

120 mil visitantes

16 estados enviaram delegações

600 atividades em cinco dias

120 projetos de alunos

Projeto Verão segue atémarço em 12 piscinas públicasO Projeto Verão começou em dezembro e vai até março em 12 piscinas públicas. As atividades são aos sábados e domingos. Podem participar pessoas de todas as idades. Crianças com menos de 7 anos devem estar com os pais ou responsáveis. É só comparecer em traje de banho a um dos locais, fazer ficha de inscrição e inspeção de pele. Depois é só se divertir na água. 243

trabalhos foram incluídos na Cápsulado Tempo, que será

aberta quando a cidade fi zer 300 anos

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TOME NOTA

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Construção da Via Norte será concluída no início de 2011Está concluído o viaduto sobre a Via Norte e já estão instalados os trilhos da ferrovia, recolocados no traçado original. A obra realizada em seis meses não impediu o tráfego de trens pelo local, e agora permite que as máquinas abram espaço para a passagem da avenida expressa, que ligará a região norte às regiões central e oeste da cidade. Logo nas primeiras semanas de 2011, Via Norte estará pronta.

Aumenta fiscalização sobre depósito irregular de entulhosA Prefeitura intensificou a fiscalização sobre o transporte e depósito de resíduos de construção civil. A medida é para coibir os despejos de entulhos em áreas inadequadas ou em desacordo com a legislação ambiental. Todas as empresas do setor são obrigadas a se cadastrar no sistema eletrônico de gerenciamento, que permitirá à Prefeitura monitorar e controlar o fluxo de resíduos da construção.

Campanha de Natal presenteia40 mil criançasA campanha Natal Solidário, realizada pelo Fundo Social de Solidariedade, promoveu em dezembro a entrega de presentes a cerca de 40 mil crianças da cidade. Neste ano, a campanha teve o apoio de 128 colaboradores que compraram os presentes e os entregaram diretamente às crianças, sempre com a presença do Papei Noel. A atividade fez a alegria de meninos e meninas de 52 escolas de educação infantil,46 creches, 16 entidades sociais e 6 escolas rurais.

ÁRVORES DA CIDADE TERÃO CHIP ELETRÔNICO

São José tem cerca de 100 mil árvores e mais 8 mil já foram catalogadas pela Secretaria do Meio Ambiente. Um chip será implantado em cada árvore com os dados sobre ela – espécie, época do plantio, situação sanitária, interferência urbana e outros. O Censo Verde permitirá monitorar cada árvore eletronicamente.

Alunos mostram nolaboratório do Cephasas experiências querealizaram para testaro Extra Tan, vencedorem nível médio

A equipe do Solular premiada na Feira do Jovem Empreendedor pelo melhor projetoem nível Fundamental

Escolas municipais já são boase agora buscama excelênciaAs escolas municipais de São José Campos destacam-se em todas as avaliações do Ministério da Educação e da Secretaria Estadual de Educação e estão entre as melhores do país na área pública. Agora, estão em busca da excelência e vão adotar padrões internacionais de avaliação. Esse é o objetivo do acordo firmado com Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Serão implantadas avaliações institucionais e educacionais permanentes e as escolas poderão planejar ações pedagógicas para a melhora constante da qualidade da educação no município. O projeto vai durar quatro anos.

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A nova Lei de Zoneamento visa a garantir

que a cidade tenha um crescimento ordenado

e sustentável. Ela orienta a expansão urbana,

incentiva empreendimentos imobiliários em

regiões adequadas e prioriza a qualidade

de vida da população. Ela atende os

interesses de toda a cidade e não prejudica

qualquer setor econômico, muito menos

o da construção civil, que está em franca

atividade. A Lei de Zoneamento aponta para

a São José do futuro, para uma cidade de

perfi l moderno, atraente para os investidores,

agradável e confortável para todos que

nela quiserem viver e produzir.

Anote

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matéria de capa

São José dos Novos TemposNova legislação prepara a cidade para o crescimento ordenado, com maisqualidade de vida para a população

O bairro Santana, na zona norte, é o mais tradicional de São José e guarda um ar de cidade do interior. Não há muitos edifícios, as ruas são estreitas, o casario é antigo e parte do comércio man-tém o hábito do crediário por cadernetas. O jornaleiro Seneval Vieira, 54 anos de vida e 46 no bairro, viu de sua banca as mu-danças passarem devagar, desde o tempo em que as ruas eram de terra, e teve até notícia dos minei-ros que chegavam a cavalo para fazer compras ali.

Santana é uma região urbana consolidada, com poucos vazios, recebeu alguns grandes empre-endimentos e com vida própria. É quase bairro-cidade em que os moradores desenvolvem ativida-des econômicas, sociais, culturais e de lazer perto de casa. Já na zona sul, bairros como Satélite e Cidade Jardim, dentre outros, têm aspecto contemporâneo, com ampla rede de serviços que permite aos mo-radores resolver quase todas as questões sem sair da região.

Esses são modelos que alguns urbanistas consideram capazes de proporcionar qualidade de vida para a população. Uma cida-de que integre vários centros ur-banos formados por bairros dota-dos de supermercado, farmácias, clínicas, bancos, correios, padaria, casas de ferragens e material de construção, loterias, praças públi-cas, salão de beleza, área de es-portes, centro comunitário, áreas verdes e outros equipamentos.

Essas redes de atividades e serviços são fatores que dão au-tonomia à região, criam empre-gos e facilitam a vida do cidadão, que não precisa se deslocar muito para trabalhar, estudar, resolver um problema, obter um serviço, divertir-se. E quando precisam, devem encontrar boas condições de mobilidade: ruas e avenidas espaçosas, acessos rápidos e se-guros, transporte público farto e eficiente.

Melhor ainda se no caminho houver benfeitorias que agradem aos sentidos, ou que protejam os cidadãos contra agressões típi-cas do crescimento desordenado,

Comente esta notí[email protected]

temer que se tornasse uma imen-sa metrópole, uma selva de pe-dra. O lugar tinha de tudo, atraía indústrias, e muita gente chegava de terras distantes em busca de vida nova, trabalho e dinheiro. Se não houvesse controle – imagina-va ele – a qualidade de vida iria para o espaço.

Hoje, com 77 anos, Álvaro Queiroz concorda que é preci-so frear determinadas investidas em nome do bem-estar de to-dos. Ele mora em Santana e sente que está vivendo numa cidade que parece do interior, mas ofe-rece todos os serviços e recursos avançados típicos de uma metró-pole. “É um conforto viver numa cidade assim” – diz o advogado.

A cidade segue com ritmo forte de expansão em todas as direções

“Queria que a cidade não tivesse muitos prédios, porque ela não pode perder a identidade,nem virar uma cidadede pedra.”Paulo Robério Lima Santos, 32 anos, promotor de vendas – Santa Inês

Mais espaço para morar bemO tamanho do lote mínimo – conhecido como “lote popular”, passou de 125 metros quadrados para 200 metros quadrados. Assim, os futuros moradores de loteamentos novos terão mais espaço para construir ou ampliar as casas, ou para ter um quintal maior.

Áreas verdes valorizadasOs novos loteamentos têm que reservar espaço para áreas verdes, que podem virar uma praça ou um parque. Isso torna o lugar mais saudável e o solo mais permeável, capaz de absorver a água das chuvas, ajudando a evitar inundações.

Preservação dofluxo de trânsitoA Lei de Zoneamento prevê a existência de recuos especiais em diversas avenidas, reservando espaço para o alargamento da via no futuro. Dessa forma, o tráfego continuará fluindo bem, com ganho de tempo e economia de combustível.

Mais luz natural emais ventilação Os novos prédios terão uma limitação de altura, além de maior recuo e espaçamento nas laterais, para aumentar a ventilação e evitar sombreamento. É um estímulo à construção de edifícios em diversas áreas urbanas não

como a poluição sonora, a conta-minação do ar e dos mananciais.

O advogado aposentado Álva-ro Alves de Queiroz chegou a São José em 1973 e percebeu que esta era uma terra de oportunidades. A cidade mostrava grande poten-cial de crescimento e ele chegou a

Os avanços da nova lei consolidadas, que têm aspecto mais horizontal.

Vida nova para as avenidasAlgumas avenidas serão valorizadas para facilitar o fluxo e a ligação rápida com as vias expressas e o Anel Viário. Outras terão espaços comerciais e de serviços, ou serão renovadas. Haverá faixas especiais para ônibus, para melhorar o trânsito e tornar os trajetos mais rápidos.

Transformações urbanasPermite parcerias com o setor privado em operações urbanas destinadas a transformar determinadas regiões, mudar o aspecto estético ou a vocação do lugar. A primeira será para revitalizar o centro da cidade, criar espaços de lazer e fortalecer o polo de comércio e serviços.

TRATAMENTO DE ESGOTO VAI A 98% EM DOIS ANOS Em pouco tempo, São José poderá coletar 98% dos esgotos domiciliares e industriais e tratar a totalidade dos efl uentes, antes do lançamento no Rio Paraíba. Isso será possível com a construção da estação de tratamento do

córrego Pararangaba. A obra da Sabesp começa em de 2011.

LEI DE ZONEAMENTO

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EMPRESAS INVESTIRAM US$ 737 MILHÕESEm 2009, foram anunciados investimentos em São José dos Campos que somam US$ 737,14 milhões, segundo a Fundação Seade. Os destaques foram a Vale Soluções de Energia, que investiu US$ 494,5 milhões, e a Revap, com US$ 160,6 milhões.

São José dos Novos Tempos

“A Lei de Zoneamento é necessária e foi uma boa iniciativa da Prefeitura. Basta olhar o Jardim Aquarius, que dá para imaginar os problemas da região, como rede de esgoto saturada, falta de estacionamento...”Fábio Machado, 34 anos, fotógrafo, Jardim América

audiências para debatera Lei de Zoneamentoem todas as regiões

da cidade

13Foram

realizadas

PENSE NISTO

Uma cidade comos pés no chão e a cabeça no futuro

Foram dois anos de trabalho duro e grande dedicação da equipe da Secre-taria de Planejamento Urbano, empe-nhada em avaliar a situação atual da ci-dade e planejar ações para os próximos anos. O objetivo foi o de juntar numa lei as melhores propostas para a São José do futuro.

A recompensa desse esforço virá, sem dúvida, porque a nova Lei de Zone-amento atende aos interesses e expec-tativas de diversos setores da sociedade e garante uma norma capaz de orientar e sustentar o crescimento da cidade pe-los próximos vinte ou trinta anos.

A lei, amplamente discutida e apro-vada pela Câmara Municipal, traz a con-tribuição de todos aqueles que quiseram falar, sugerir e participar. Comunidades e organizações foram consultadas e a Prefeitura procurou debater e compre-ender os anseios dos moradores.

Inúmeras questões foram levanta-das. Quem é que vive na região central da cidade e quer mais prédios de 30 an-dares ao lado, na frente ou no fundo do seu quintal? Quem não gostaria de evi-tar ruas e avenidas congestionadas ao sair de casa e dirigir-se ao trabalho? O que fazer do centro antigo, com as áre-as consolidadas e os bairros nascentes?

Tudo foi visto com muita atenção. Afi nal, é preciso equilibrar a constru-ção de novos bairros e edifícios, va-lorizar o que existe, não permitir que novas edifi cações e atividades prejudi-quem as existentes. Quanto ao centro, é urgente revitalizar aquela área rica em história e cultura, e isto começa a ser feito logo, em conjunto com mora-dores e comerciantes, com um projeto que será orgulho da cidade.

A grande questão, respondida por esta lei, não era sobre o quanto, mas como a cidade deve crescer. A econo-mia é dinâmica, a população empreen-dedora e há espaço urbano sufi ciente para a cidade crescer ordenadamente, sem apertos, sem desgaste, sem per-der a qualidade de vida, com mais as áreas verdes, mobilidade e sossego.

Houve divergências, é certo. Mas a cidade, por consenso, optou por uma forma segura e ordenada de continuar atraindo investimentos públicos e priva-dos, obras e projetos de infraestrutura, empreendimentos de porte e serviços de qualidade. Para o bem de todos, está é uma cidade em movimento constan-te, e a São José dos Novos tempos será ainda melhor para todos.

Álvaro viveu vinte anos no Rio de Janeiro e lamenta os males cau-sados à Cidade Maravilhosa pelo crescimento sem controle. Tem lu-gares que se encheram de prédios enormes, as ruas ficam para sem-pre na sombra, o sol não entra nos apartamentos. “Copacabana foi fe-chada por um paredão de concreto, e esse é um exemplo que nós não podemos deixar que se repita em São José.”

É justamente para controlar e orientar a expansão das cidades que os Municípios criam Plano Di-retor e Lei de Zoneamento. Essas leis estabelecem limites para o uso do solo urbano, criam zonas resi-denciais, comerciais, industriais e mistas, além de reservar determi-nadas áreas para futura utilização, conforme as necessidades e o ritmo de crescimento.

Em São José, a Lei de Zonea-mento, elaborada pela Prefeitura e aprovada pela Câmara Munici-pal, está em vigor desde agosto de 2010. Nela estão normas que orientam a expansão da cidade, in-centivam a ocupação ordenada de áreas vazias e especificam os tipos de empreendimentos adequados para cada uma – estabelecem, por exemplo, controles para que ofici-nas barulhentas ou poluidoras não se instalem perto de residências.

A Lei reserva áreas da cidade para a expansão industrial, facilita o uso de outras em diversos bair-ros para loteamentos e construção de prédios. Proíbe obras em áreas de preservação natural, em áreas verdes, próximas de mananciais ou ao lado de córregos e rios, e ainda determina recuos nas margens de ruas e avenidas para reservar áreas para futura ampliação da via. Onde a urbanização está consolidada, ela limita a altura dos edifícios ao máxi-mo de 15 andares e determina que haja mais espaço entre eles, para permitir a entrada do sol e a pas-sagem dos ventos, arejando o local.

“A revitalização do centro ficou mais fácil com a Lei de Zoenamento e será muito importante para a cidade; vai trazer melhorias para o comércio e, principalmente, mais conforto aos consumidores”.Mário Abdo, 44 anos, economista, centro

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8 | Jornal da Cidade | dezembro de 2010

nossa cidade

Desempregados com baixa escolaridade recorrem ao Prodec, aprendem profissões e voltam ao mercado de trabalho

Fabrício Araújo mal con-cluiu o ensino fundamental e começou a buscar trabalho, mas não teve muita sorte. Aos 23 anos, desempregado, ro-dava empresas em busca de vaga e não via perspectivas. Um dia, ficou sabendo que o Prodec estava oferecendo um curso de cabeleireiro na unidade do Alto da Ponte. “Essa era a oportunidade que eu precisava para encontrar uma profissão”, disse ele.

Em quatro meses de aulas práticas, Fabrício aprendeu a profissão. Conquistou seu lugar no mercado e ganha o suficiente para manter a fa-mília. Trabalha num salão no Alto da Ponte e está forman-do clientela própria. Como ele, muitas pessoas de baixa renda e baixa escolaridade têm a oportunidade de ob-ter capacitação profissional e melhorar suas chances no mercado de trabalho.

É o caso de José Élio Bar-bosa, de 57 anos, que vivia de bicos, de trabalhos informais. Há pouco mais de um ano, ingressou no programa Bolsa Auxílio Qualificação (BAQ) e já fez três cursos pelo Prodec: auxiliar de desenvolvimento pessoal, informática básica e auxiliar administrativo.

Como não tem o ensino fundamental, foi encaminha-do para o programa Caminho do Saber, que começou neste ano e permite a elevação de

José Élio já fez três cursosno Prodec e, como bolsista,atua na Prefeitura

escolaridade dos bolsistas. “Está sendo muito boa a ex-periência de voltar a estudar, ter contato com outras pes-soas e conhecer coisas no-vas”, diz ele.

José Élio pode ficar no BAQ por até dois anos, pois essa é uma exigência do pro-grama para permitir acesso de outros desempregados. Quando sair, ele garante que estará apto a buscar uma vaga de trabalho. “Sei que enfrento a barreira da ida-de, mas com qualificação fica muito mais fácil”, conclui.

Programa oferece4 mil vagas por ano

A Prefeitura de São José dos Campos oferece, por meio das oito unidades do Prodec, cerca de 4 mil vagas em cursos de capacitação profissional e elevação de escolaridade para desempregados e pessoas de baixa renda.

Metade das vagas é para desempregados que se tornam bolsistas do Programa Bolsa Auxílio Qua-lificação (BAQ). Outras duas mil vagas são oferecidas gratuitamente à comunidade. O Prodec engloba os programas Qualifica (Programa de Qualificação Profissional) e Caminho do Saber, sob coordenação da Secretaria de Desenvolvimento Social.

O Qualifica oferece cursos gratuitos em parceria com o Senac, Icbeu (Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos), Fundhas e Avape (Associação para Valo-rização de Pessoas com Deficiência), nas áreas de administração e negócios, desenvolvimento social, gastronomia, nutrição, hotelaria e serviços.

Já o Caminho do Saber se destina à elevação de escolaridade, é aplicado por meio de telecurso su-pletivo oferecido pelo Senai e atende bolsistas que não concluíram o ensino fundamental.

EMOÇÃO NA MOSTRA DE ARTE DO INTEGRA Emocionadas, cerca de 300 pessoas assistiram o espetáculo “O melhor de cada

pessoa: a arte sem barreiras”, realizado pelo Centro de Integração da Pessoa com Deficiência (Integra). No teatro do Sesi, 117 assistidos pelo programa

apresentaram-se com expressão corporal, ópera, tango, coral e dança.

Porta de entrada

4.000Pessoas participam dos cursos do Prodec, por ano

O Prodec entregou

800certificados de conclusãode cursos neste ano

Fale com o Prodec3922-2299 (coordenação)

Técnicas de vendas no varejoe nas empresas Camareira Açougueiro Garçom e bartender Padeiro, confeiteiro e pizzaiolo

Serviços domésticos Técnicas de atendimento de segurança em condomínios Técnicas secretariais Cabeleireiro, manicure e pedicure Inglês

Informática Manutenção de computadores Auxiliar administrativo Desenvolvimento profissional eatendimento ao cliente Gestão de pequenos negócios

Os cursos do Prodec

Fabrício é cabeleireiro no Alto da Ponte e já forma clientela própria

Page 9: Jornal da Cidade, n°1

9 | Jornal da Cidade | dezembro de 2010

CARTILHA ORIENTA SOBRE SEGURANÇAA Secretaria de Defesa do Cidadão está distribuindo 115 mil cartilhas nos bairros e na rede municipal de ensino, parques públicos e unidades de saúde. Saia da Mira é um conjunto de orientações sobre segurança e dicas para prevenir situações de perigo.

Você também faz parte dessa guerra

“Cuidado! Dengue não é lenda; ela existe e pode matar”. O alerta é da secretária Cláu-dia Aparecida de Oliveira Camillo, que tem autoridade para falar do assunto. Ela mora há cinco anos em um condomínio no Parque Industrial, região sul da cidade, e, perto de casa, sempre cuidou de eliminar focos e cria-douros do mosquito transmissor da dengue. Mas acabou picada, contraiu a doença, sofreu muito e perdeu vinte dias de trabalho.

Quando molha as plantas, ela retira o

vaso e deixa escorrer toda a água, antes de colocar de volta no pratinho de plástico. Cobra do síndico a limpeza no condomínio, para que não fique água parada; costuma limpar os brinquedos que acumulam água no playground e reclama no 156 sempre que vê alguém jogando lixo ou entulho em lugar inadequado.

Curada, mas indignada, Cláudia agora ba-talha junto à vizinhança e a faz campanha com as crianças e suas mães. “Não adianta fazer mi-nha parte, se os outros não fizerem a deles”, diz ela, lembrando que as pessoas em geral pensam que a doença nunca vai lhes atingir, “que isso só acontece com os outros”.

Ela teme pegar a doença novamente, por-que seria grande o risco de desenvolver den-gue hemorrágica, que é mais grave e letal. “Depois que tive a doença, eu sempre digo: Cuidado! Dengue não é lenda; ela existe e pode matar”. Cláudia teve sintomas de uma gripe comum, mas a febre forte não passava. Foi medicada, e logo vieram as dores atrás dos olhos e as manchas avermelhadas pelo corpo.

Agentes de combate a endemias vão participar da Virada contra aDengue até o final do mês

Doente, ficou afastada do trabalho vinte dias, e diz que a sensação da doença é horrí-vel. “Eu não conseguia ficar de pé e as dores na cabeça e pelo corpo eram insuportáveis”. Depois que se recuperou, passou a comen-tar com os vizinhos e com quem encontrava pelo bairro; falava da gravidade da doença, recomendava que adotassem cuidados pre-ventivos. “Porque o perigo está muito perto de todos nós”.

O controle da incidência de dengue está baseado no combate direto ao Aedes aegypti. “O mosquito está bem adaptado às condições ambientais das cidades e tem provocado sur-tos e epidemias em toda a região” – informa a médica-veterinária Marjorie Franco, coorde-nadora do Centro de Controle de Zoonoses.

Ela lembra que a prefeitura desenvolve uma série de ações coordenadas para com-bater o mosquito da dengue, mas “o trabalho só será completo e eficiente se contar com a participação da população”, – cada um deve eliminar em sua casa todos os focos de água parada, que podem se transformar em cria-douros.

Para intensificar o combate, a Secretaria da Saúde organizou um mutirão que vai até o final de dezembro: 141 agentes de combate a endemias vão vistoriar 80 mil imóveis em 76 bairros de todas as regiões do município; vão orientar e informar a população sobre as formas de combater o mosquito da dengue e eliminar os criadouros que identificarem. Será feita aplicação de inseticida em mais de 7.500 pontos estratégicos e nebulização em 94 bairros.

nossa cidade

Um mosquitoincomoda muita gente. O OUTRO MATA.

Um é muito ágil, se reproduz em água limpa, ataca em plena luz do dia e transmi-te a dengue. O outro prefere a madrugada, põe seus ovos em água suja rica em matéria orgânica e atormenta as noites de sono de muita gente com um picada forte e zumbi-do irritante. Os dois espreitam nas sombras, dentro de casa, esperando a oportunidade de se alimentar com sangue, necessário para produzirem ovos.

O verão acelera o ciclo reprodutivo e os dois mosquitos mais urbanos do mundo se multiplicam aos milhares: o Culex quinque-faciatus, que é o conhecido pernilongo do-méstico, e o Aedes aegypti, vetor da dengue. Ambos vivem em lugares que o homem cui-da pouco, mas têm hábitos próprios: o pri-meiro é comum em depósitos de água suja e cheia de matéria orgânica em decomposi-ção, como nos valões, córregos e esgotos; o outro, o da dengue, só deposita os ovos em água limpa.

O pernilongo não transmite dengue, mas está associado ao ciclo de transmissão da fila-riose, conhecida como elefantíase, e da diro-filariose, uma zoonose - ambas de ocorrência em áreas quentes e de baixa altitude. Para evitar os pernilongos, recomenda-se fechar a casa antes do entardecer; colocar telas de proteção nas janelas; cobrir berços com mos-quiteiros; usar repelentes e inseticidas.

Em áreas públicas, o combate ao pernilon-go é feito pela Secretaria de Serviços Munici-pais, que a cada 15 dias, aplica um produto biológico que mata as larvas e não contamina o ambiente. Cerca de 80 pontos entre córre-gos, rios e lagos localizados na área central e em bairros mais distantes são vistoriados para detecção de criatórios de pernilongos.

Quando há notificação de incidência de infestações pontuais, equipes da secretaria combatem os pernilongos adultos atacando-os com pulverizações feitas por um veículo especialmente equipado - o carro fumacê.

156Este é o telefone para solicitar

os serviços do carro fumacê

Aedes aegyptiPernilongo

Tire o mosquito da dengue de sua vida Não deixe acumular água limpa e parada em qualquer parte da casa ou do quintal Mantenha cobertas as caixas e tonéis de água Limpe calhas, ralos e esgotos para que não fiquem entupidos nem acumulem água Faça o descarte de pneus velhos, material plástico, garrafas pet Evite deixar garrafas e recipientes que possam acumular água de chuva em áreadescoberta (vire-os de boca para baixo) Elimine pratinhos com água embaixo dos vasos de planta ou preencha-os com areia

Pernilongo Aedes aegypti

Neste anoocorreram

507 casos de dengueem São José

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10 | Jornal da Cidade | dezembro de 2010

nossa cidade

MAIS TRÊS MEDALHAS DE OURO PARA SÃO JOSÉ

Os pugilistas da equipe de São José, Julião Neto, Robenilson Vieira e Robson Conceição conquistaram medalha de ouro em suas categorias, competindo

com boxeadores de seis países no Torneio das Estrelas, em Mogi das Cruzes. O Brasil foi campeão, Argentina vice e a Suécia, terceiro lugar.

Cidade terá a mais moderna Arena esportiva da região e entrará no circuito das grandes competições

A construção em São José da mais moderna arena multiuso da região vai colocar a cidade no circuito das mais importantes competições na-cionais e internacionais de diversas modalidades esportivas. A Arena Mu-nicipal, anunciada pela Prefeitura em novembro, será destinada à prática de esportes de alto rendimento e do-tada de equipamentos e instalações de última geração.

Ela será construída numa área de quase 52 mil metros quadrados loca-lizada na Via Oeste, no entroncamen-to das ruas Campos Elísios e Winston Churchill, no Jardim das Indústrias-com capacidade para 4.400 pessoas. A licitação da obra está em andamen-to e prevê investimento máximo da ordem de R$ 35 milhões, com prazo de doze meses para a realização.

“A cidade é referência no estado e no país em diversos esportes, e preci-sa de um grande espaço como este”, diz Régis Marrelli, técnico da equipe de basquete joseense, atual campeã paulista. Ele lembra que cidades me-nores, como Franca, têm apenas uma modalidade como referência, mas possuem ginásios para abrigar gran-des eventos. “A Arena Municipal será

Comente esta notí[email protected] A torcedora Cinthia Mendes, do

Parque Industrial, na região sul da cidade, também gostou da notícia. Para ela, mais torcedores poderão prestigiar os jogos das equipes da cidade. “Dará gosto levar minha fi-lha para assistir a equipe de vôlei, que ela tanto gosta”.

O acesso será por meio de cin-co portarias, com rampa para pes-soas com deficiência e catracas eletrônicas integradas a sistemas informatizados, que possibilitarão venda de ingressos pela internet. O estacionamento terá vagas para 739 veículos. No centro da qua-dra multiuso, haverá um painel de quatro faces com o placar eletrô-nico visto de qualquer ponto da Arena.

Rampas e dois elevadores le-varão às cadeiras numeradas e ao piso superior, onde ficarão as salas de imprensa e os camarotes. Um sistema de comunicação moderno permitirá transmitir voz, dados e imagens, e terá pontos de acesso à internet por rede sem fio. O mo-nitoramento da Arena será feito com tecnologia digital para gra-vação de imagens externas e nas arquibancadas e acionamento de alarmes.

Alto desempenho

um grande presente para os torce-dores e para as equipes da cidade”, comemora o técnico.

A obra é parte da política públi-ca que priorizou a construção de equipamentos destinados à práti-ca esportiva e à formação de atle-tas em todas as regiões da cidade. Como os centros poliesportivos, voltados para o esporte comunitá-rio. A Arena também vai fortalecer o esporte local e as atividades de iniciação esportiva desenvolvidas pela Secretaria de Esportes e Lazer.

Números da ArenaMunicipal de Esportes

Área total: 51.971 m² Área construída: 10.213 m² Pavimento Térreo: 6.753,00 m² Capacidade: 4.400 pessoas Estacionamento: 739 vagas Portarias: 5 Elevadores: 2 Valor: R$ 35.432.879,91 Prazo de conclusão: 12 meses

Algumascaracterísticas da Arena

Quadra esportiva multiuso Vestiários, galerias de troféus Arquibancada comcadeiras numeradas Salas de imprensa,rádio e televisão Camarotes e setoresadministrativos Placar Eletrônicode quatro faces Sonorização em todosos ambientes Visitação virtual de todaa arena por meio digital Monitoramento interno eexterno por câmeras Reutilização de águasservidas e pluviais

Maquete virtualda Arena Municipal de Esportes

Régis Mar-relli, técnico da equipede basquete de São José

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nossa cidade

PAPAI NOEL JÁ ESTÁ CHEGANDO A SÃO JOSÉSerá no dia 19 de dezembro (domingo) a chegadado Papai Noel em São José. Vai ser no Parque da Cidade, das 10hàs 16h. Vai ter muitos brinquedos e o Papai Noel quer tiraruma foto com você e seus convidados.

Mais de 4 mil pessoas participaram dacaminhada dealerta sobre ocâncer de mama

O exame é feito em hospitais credenciados e deve ser solicitado pormeio de consulta médica nas UBS

A comerciante Sara Go-mes Senna, 45 anos, era uma das mais animadas entre mi-lhares de participantes da passeata organizada pelo Fundo Social de Solidarieda-de. É que, depois de ter um câncer de mama, ela passou por cirurgia e quimioterapia e eliminou a doença. Mas isso só foi possível porque o mal foi descoberto a tempo.

“Hoje eu sou uma militan-te da causa” – disse ela, entu-siasmada com a campanha. Sara se considera uma nova pessoa, consciente de seu papel e participante de várias iniciativas comunitárias. Ela anuncia que está trabalhan-do para fundar em São José

Campanha despertamulheres para a importância

da mamografi a

323.762é o total de veículos

registrados em São Josésegundo o Detran-SP

135 MILHÕES de litros de gasolina

são consumidosna cidade por ano

158 MILHÕESde litros é o volume de etanol consumido por ano em São José

227.129automóveis circulavam

nas ruas de São José em setembro de 2010

52.371motocicletas foram

registradas na cidadeaté setembro de 2010

270 MILpassageiros viajam nos ônibus urbanos de São José por dia

2.780 é o número de pontos de

parada de ônibus e abrigos de passageiros na cidade

No ano passado,

15.080mulheres

tiveram câncer

de mama no

estado de

São Paulo

Em 2009, houve

766internações

de mulheres

por neoplasias

malignas em

São José

Durante 2009,

183mulheres de São

José foram

internadas

com câncer

de mama

Em São José,

194

mulheres

morreram em

2009 devido

a vários tipos

de câncer

FIQUE SABENDO

uma associação de apoio às mulheres portadoras de cân-cer de mama e de útero.

Sara pode ter feito parte de um recorde – quase 4.500 pessoas nas ruas, todas ves-tindo camiseta rosa e convi-dando as pessoas a pensar e

agir na prevenção ao câncer de mama. Contudo, mais im-portante foram os resultados práticos: aumentou mais de 60% a quantidade de mulhe-res que procuraram a rede de saúde para fazer mamografia.

A campanha “Pense Rosa” é mais um sinal de que vem aumentando a consciência quanto à importância do diagnóstico precoce do cân-cer. As ações também che-garam às escolas e unidades básicas de saúde, com a vin-da do caminhão de mamo-grafias do Hospital do Cân-cer de Barretos. Nele foram realizados cerca de 500 exa-mes na região sul da cidade em apenas cinco dias.

pense rosa

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“Tenho o maior orgulho de dizer que nasci em São José”

O joseense que encontrou água no planeta Marte

Nilton Rennó sempre estudou em escola pública, era um craque em físi-ca e matemática e nunca deixou de se-guir a própria receita de sucesso: tra-balhar muito e fazer aquilo que gosta. Por isso estava sempre voando, gosta-va de avião, de montar aeromodelos, voar em planadores, conhecer lugares, experimentar coisas e sensações no-vas. É também por prazer que agora está com a cabeça nos planetas, ocu-pado em conhecer outros mundos.

Joseense da gema, 51 anos, ele é um dos mais importantes cientistas do mundo. Professor de Ciências Plane-tárias na Universidade Michigan, nos Estados Unidos, desde 2001, ele co-ordena um grupo de 20 cientistas da Nasa responsável pelo envio da sonda espacial Phoenix ao planeta Marte. Es-tudou Júpiter e Urano, está empenha-do em pesquisar Marte e quer estudar Titã, uma das luas de Júpiter. Ele é o autor das pesquisas que comprova-ram definitivamente a existência de água em Marte.

Nilton nasceu no Hospital Pio XII, filho de Ney e Magdalena de Oliveira Rennó, que sempre moraram na Ave-nida Rui Barbosa, em Santana. A avó era professora primária em São José –

Rennó mostra a foto da avó Vera Babo de Oliveira

Nilton Rennó

era professora primária em São José –

como também a mãe e as tias – e foi homenageada pela cidade com a co-locação de seu nome na denominação da Escola Municipal Vera Babo de Oli-veira, no Jardim Altos de Santana. Tem dois irmãos e três irmãs.

Vive há vinte anos nos Estados Unidos, em Ann Arbor, no estado do Michigan, “onde faz um frio do cão”. É casado com a professora de Ciên-cia Política Maria Carmen e tem um filho, Lucas. A família vem a São José pelo menos uma vez por ano e Nilton roda mundo mostrando suas pesqui-sas. “Em todo lugar que vou, tenho o maior orgulho de dizer que nasci em São José, que sou da terra do avião e da Embraer”.

A mãe, dona Magdalena, conta que Nilton foi um garoto brincalhão e dedicado a compreender o funcio-namento das coisas. “Desmontava e montava várias vezes os presentes que ganhava; misturava peças, criava brinquedos novos.” Desde 12 anos construía aeromodelos, aos 14 mon-tou o primeiro planador. Tornou-se instrutor de aeromodelismo e dispu-tou campeonatos nacionais e interna-cionais de voo a vela.

Nilton sempre estudou em esco-las públicas. O infantil foi na escolinha paroquial de Santana e o fundamental na Escola Estadual José Mariotto Fer-reira, que funciona no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). “Quando fiz vestibular na Uni-camp, gabaritei em matemática e físi-ca, e fiz um bom curso de engenharia civil”, conta o cientista.

“A gente queria que ele constru-ísse um predinho para toda a família morar” – conta dona Magdalena – mas o caminho dele já estava escrito nas estrelas. Durante um campeonato mundial de voo a vela na França, Nil-ton visitou a Feira Aeroespacial de Le Bourget, e ali começou a se interessar por ciências espaciais. Até o mestrado

em Meteorologia no Inpe, só queria entender a atmosfera para melhorar seu desempenho com os planadores.

Nilton escreveu ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Es-tados Unidos, candidatando-se a uma vaga para doutorado em Ciências Es-paciais. “Acho que eles me aceitaram por causa do meu perfil, pela forma como eu encaro a vida, o trabalho e a ciência”, reflete. Claro que, com a car-ta, ele enviou um estudo no qual de-senvolve as teorias matemáticas que explicam a ocorrência dos redemoi-nhos. Simples, assim.

No momento, o projeto de Nilton Rennó é dar uma geral em Marte. “Quem sabe agora a gente encontre uma bac-téria marciana ou um rastro dela”, o que seria prova definitiva de alguma forma de vida no planeta vermelho.

Também anda escrevendo poesias, e algumas viraram música nas mãos do primo, o compositor Carlos Rennó (autor de Escrito nas Estrelas, vence-dora do Festival Internacional da Can-ção). Algumas composições da dupla são uma espécie de trilha sonora para as descobertas do cientista e expres-sam a consciência cósmica de ambos.

Nilton Rennó

Filho de Neie Magdalena Rennó

Nasceu emSantana, em 1959

Casado com Maria Carmen

Doutor emCiências Espaciais

Trabalha na Nasae na Universidadede Michigan

Planadorese vôo a vela sãoo seu prazer

PERFIL

gente daqui

NILTON RENNÓ

12 | Jornal da Cidade | dezembro de 2010


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