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LACRE AMIGO POSTO DE ARRECADAÇÃO DE LACRES DE
ALUMÍNIO DA CAMPANHA LACRE DO BEM NO
83º GRUPO ESCOTEIRO OLAVE SAINT CLAIR –
BETIM/MG
L A U R A P O N T E D E F. C A M P O S
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LACRE AMIGO
POSTO DE ARRECADAÇÃO DE LACRES DE ALUMÍNIO DA
CAMPANHA LACRE DO BEM NO 83º GRUPO ESCOTEIRO OLAVE
SAINT CLAIR – BETIM/MG
SUMÁRIO
SUMÁRIO .................................................................................. 2 INTRODUÇÃO ....................................................................... 3 JUSTIFICATIVA ...................................................................... 4 IMPACTO .................................................................................. 5 OBJETIVO FINAL ................................................................. 5 INSTITUCIONAL ................................................................... 6 O MOVIMENTO ESCOTEIRO .......................................... 6 GRUPO ESCOTEIRO OLAVE SAINT CLAIR .............. 7 COLABORADORES .............................................................. 8 CRONOGRAMA ..................................................................... 9 EXECUçãO ............................................................................. 10 RESULTADOS PRELIMINARES ..................................... 11 AVALIAÇÃO .......................................................................... 13 IMAGENS ............................................................................... 17 NOTAS ..................................................................................... 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................... 25
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INTRODUÇÃO
Há um dado¹ que demonstra que uma latinha de alumino leva até 500 anos para se
decompor na natureza, se pudermos reciclar o alumínio ao invés de criá-lo economizamos
95% de energia, 5 toneladas de bauxita e muita, muita água que seria utilizada no processo²
(derreter a bauxita para formar outro mineral, atravessar este material em corrente elétrica
para separar os átomos de oxigênio e alumínio).
Ainda existem muitas pessoas que não conseguem acreditar que se pode trocar os
lacres de latinhas de alumínio por cadeiras de rodas, pensam que os lacres servem apenas
para produção de bolsas, artesanato, etc., mas não é por aí...
Empresas de reciclagem apoiam campanhas com objetivo de gerar conscientização da
comunidade em relação a reciclagem, e, ainda ajudar aqueles que necessitam das cadeiras
de roda para se locomover.
Com certeza reciclar toda a latinha é fundamental, porém a preferência da campanha
pelo lacre vem pela facilidade de manuseio e de ser armazenado em casa. Já pensou
armazenas centenas de latinhas de alumínio? Além do fato do alumínio ser um material
cotado pelos catadores que necessitam da reciclagem das latinhas para sobreviver, então,
arrecadamos os lacres sem interferir na cadeia de reciclagem que é fundamental para estas
pessoas.
Para possibilitar a compra, faz-se necessário 140 garrafas PET de 2 litros cheias de
lacre para uma cadeira de rodas. Por isso precisamos da mobilização de todos. Podemos
mudar a nossa realidade, só depende de nós!
“Bondade e amabilidade são grandes virtudes”, diz um antigo provérbio espanhol.
Um outro diz “Faze o bem sem olhar a quem”, o que significa que devemos ser
bons para com todos, pequenos e grandes, pobres e ricos. [...] Não importa o
tamanho da boa ação [...], algo de bom deve ser feito em cada dia de sua vida.
Comece hoje a seguir essa regra, e nunca a abandone pelo resto de sua vida. (UEB,
2009 p.264)
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JUSTIFICATIVA
O Lacre do Bem, é uma iniciativa da belo-horizontina Julia Macedo³ de troca de lacres
de latinhas por cadeiras de rodas. A campanha iniciada em menos de três anos, arrecadou
até a presente data 7,3 toneladas, o equivalente a 26,5 milhões lacres – contando com
campanhas de arrecadação de pessoas interessadas -, possibilitando a compra de 72
cadeiras de rodas, doadas para instituições e pessoas necessitadas presentes não apenas na
capital mineira, mas também em cidades próximas (dentre elas: Sete Lagoas, Curvelo,
Betim, Governador Valadares, Ibirité, Itabirito, etc.).
A finalidade deste projeto é somar força com a iniciativa Lacre do Bem, implantando
na sede do 83º Grupo Escoteiro Olave Saint Clair um ponto de arrecadação para os lacres
de alumínio, que, posteriormente serão utilizados para adquirir cadeiras de rodas,
beneficiando mais instituições.
Pretendo despertar a solidariedade e consciência ambiental na comunidade,
demonstrar a importância sobre a reciclagem do alumínio e a relevância em ajudar quem
precisa. Além de ampliar a atenção acerca destas realidades (ambiental e social), uma vez
que o meio ambiente vem sofrendo pela grande interferência do ser humano e, com os
lacres fazer refletir sobre a consciência dos nossos atos. Por outro lado, com a venda
proveniente da arrecadação dos lacres de alumínio, conseguimos melhorar a qualidade de
vida de pessoas que necessitam de cadeiras de rodas.
Reconhecendo a relevância em pensar para além de nós, busco incluir junto à iniciativa
Lacre do Bem, a ADEFIB⁴ como receptora de, no mínimo, 1 cadeira de rodas, afim de
contribuir o trabalho realizado de empréstimo de cadeira de rodas aos associados
necessitados. A ADEFIB completa 28 anos em 2016 e tem como missão defender os
direitos das pessoas com deficiência promovendo sua educação, qualificação profissional,
inserção no mundo do trabalho e outras atividades.
Vamos pensar que cada lacre é como uma gota do mar, parece pequeno e irrelevante,
mas, a soma de várias pequenas gotas faz a imensidão de um oceano.
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IMPACTO
OBJETIVO FINAL
Arrecadar 140 garrafas PET de 2L cheias de lacres de alumínio para viabilizar
a compra por uma cadeira de rodas, que será doada à ADEFIB em Betim.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Conscientizar a comunidade acerca daqueles com deficiência e que
precisam de cadeira de rodas para se locomover;
Ampliar as discussões sobre a importância de reciclar materiais, e, como o
nosso planeta vêm sofrendo pelos nossos maus hábitos;
Criar espaço de coleta de lacres de alumínio no Grupo Escoteiro Olave
Saint Clair 83/MG;
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INSTITUCIONAL
O MOVIMENTO ESCOTEIRO
O Escotismo é um movimento de educação juvenil com a colaboração de adultos,
fundado por Lorde Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, em 1907 na Inglaterra. Trata-
se de movimento mundial, educacional, voluntariado, apartidário, sem fins lucrativos e sua
proposta é o desenvolvimento do jovem, por meio de um sistema de valores que prioriza
a honra e através da prática do trabalho em equipe e da vida ao ar livre, fazer com que o
jovem assuma seu próprio crescimento, tornar-se um exemplo de fraternidade, lealdade,
altruísmo, responsabilidade, respeito e disciplina.
Escotismo é um jogo para jovens, dirigido por eles mesmos, no qual irmãos mais
velhos proporcionam aos demais moços um ambiente sadio e os encorajam à
pratica das atividades também sadias que auxiliem o desenvolvimento do espírito
de cidadania. [...] Cidadania pode ser sinteticamente definida como “lealdade ativa
para com a comunidade” (UEB, 2008 p. 26)
No Brasil, o Movimento Escoteiro, chegou em abril de 1910 por suboficiais da
Marinha que tiveram contato com o Movimento Escoteiro recém-criado por Baden-
Powell na Inglaterra. Em junho do mesmo ano foi fundado o “Centro de Boys Scouts do
Brasil” no Rio de Janeiro. Outras associações foram fundadas, até que em 1924 as
principais se reuniram e fundaram a União dos Escoteiros do Brasil, reconhecida por
Baden-Powell como a única organização escoteira em nosso país.
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GRUPO ESCOTEIRO OLAVE SAINT CLAIR
O 83º Grupo Escoteiro Olave Saint Clair foi fundado no dia 07 de março de 1982
em Betim/Minas Gerais, idealizado pelo jovem Rodrigo Hildebrande Robleño de 14 anos.
Rodrigo viveu algum tempo em Madrid, e, prometeu a si mesmo criar um Grupo Escoteiro
quando retornasse ao Brasil com o mesmo nome do grupo que participava na Espanha.
Eu acredito - pia e seriamente - que o maior investimento em educação seria
apoiar as instituições de jovens, que reúnam jovens com o propósito de contribuir
na construção do caráter e da cidadania ativa e crítica de qualidade. Entre essas
instituições, a que mais tem competência e influência na formação de jovens
cidadãos é, com certeza, o Escotismo. Se cada cidade do país tivesse um único
grupo escoteiro, teríamos, com certeza, pessoas mais preparadas para exercer,
plenamente, sua cidadania. A educação plena não se dá - e nunca se deu ou dará
- unicamente na Escola. Ela vem da família e de todos os pequenos grupos sociais
aos quais pertencemos ao longo da vida. Um governo que se preze deve também
olhar para esses grupos sociais e apoiar os que efetivamente contribuem para um
mundo melhor (ROBLEÑO, 2014) ⁵.
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COLABORADORES
1. Grupo Escoteiro Olave Saint Clair;
Equipe de Interesse: Pioneiras Mariana Souza e Kelly Morato.
2. Campanha Lacre do Bem;
3. ADEFIB;
4. Restaurante Cantinho do Tropeiro;
5. Suculentas Hamburgueria;
6. Loja Maçônica
A ∴ R ∴ L ∴ S: Benfeitora da Ordem Estrela Betinense nº 2120
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CRONOGRAMA
O projeto prevê duração de oito meses, e as ações se delineiam demonstrativo abaixo.
MÊS (2015/2016) AÇÃO AÇÃO AÇÃO
JULHO
Redigir o projeto. Contatar Campanha Lacre do Bem.
Contatar ADEFIB.
AGOSTO
Apresentar projeto para Clã. Criar espaço de arrecadação na sede. Iniciar divulgação do projeto no
GEOSC.
Iniciar divulgação do projeto na BOIA
e mídias sociais.
Iniciar campanha de arrecadação. Buscar parceiros para a campanha.
SETEMBRO
Incluir a ADEFIB como receptora
juntamente a iniciativa Lacre do Bem
OUTUBRO
Realizar debate sobre reciclagem com
o Clã M’Clair.
FEVEREIRO
Propor reunião escoteira com
participação do Márcio/ADEFIB
Criar banca de “exposição” para
doação de lacres no 83 GEOSC
ABRIL
Ação “Cofrinho Amigo” juntamente
com os lobinhos da Alcateia.
MAIO
Reunião conjunta com Ramo Sênior
com a temática: pessoas com
deficiência, abordando o tema anual
da UEB.
Concluir o projeto, contabilizar o
total e enviar para iniciativa Lacre do
Bem.
JUNHO
Atividades de caráter contínuo:
Divulgar o projeto na BOIA e mídias sociais - Facebook do 83 GEOSC e Clã
M’Clair - (Início: agosto, prazo: semanal)
Divulgar parcial do arrecadado (Início: setembro)
Legenda: Cumprido Cumprido parcialmente Não cumprido
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EXECUÇÃO
O surgimento da ideia para este projeto se deu quando passei a cursar minha graduação
na Universidade Federal de Minas Gerais em 2013 e vi uma garrafa PET de 2L com alguns
lacres com este mesmo propósito, porém, eu nunca presenciei ou tomei noticia deste
repasse de fato acontecer. Saber sobre isso mexeu comigo, pois, se tratava de algo tão
pequeno, como um lacre de alumínio, poder ser revertido em algo tão grande, auxiliando
pessoas com deficiências locomotoras.
A partir daí pesquisei sobre como isso ocorria e, se de fato poderia ocorrer. A resposta
foi positiva, mas com um desafio imenso, descobri que para uma cadeira de rodas, fazem
necessárias nada menos que 140 garrafas PET cheias. Ao saber disto, me senti desafiada e
bastante motivada. A comoção em poder ajudar quem precisa, com algo facilmente
encontrado no nosso dia-a-dia, me fez colocar em prática este projeto, que para atingir sua
meta final, precisa do apoio do maior número de pessoas, doando seus lacres no posto de
coleta que será criado na sede do nosso 83 GEOSC.
Pesquisei instituições em Betim que se encaixam como possíveis receptoras da cadeira,
e, me identifiquei pela ADEFIB, que realiza um trabalho de defesa de direitos das pessoas
com deficiência, o desenvolvimento e execução de projetos que assegurem a melhoria das
condições de vida destes cidadãos, seus familiares e comunidade, buscando a inclusão
social dos mesmos. Dentre os projetos, conta com o empréstimo de equipamentos aos
associados (incluindo a cadeira de rodas).
As ações do projeto permeiam ampliar as discussões sobre a realidade vivida por
pessoas com deficiência (as dificuldades, o dia-a-dia, condições de trabalho, etc.), dar
atenção a pauta sobre o meio ambiente, a preocupação em cuidar e o impacto da
reciclagem, de modo que se desperte a solidariedade e consciência ambiental nas pessoas
envolvidas na execução do projeto e demais colaboradores, que, acreditam neste propósito
e doam lacres.
O primeiro passo para colocar o projeto em prática foi entrar em contato com a
ADEFIB, para apresentar o projeto e saber se teriam interesse em ser receptores da cadeira
de rodas, a conversa aconteceu em 4 de julho de 2015 com o Sr. Márcio. Com o aceite da
ADEFIB, entramos em contato com a Campanha Lacre do Bem, firmando a parceria do
posto de coleta no 83º GEOSC/MG.
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A arrecadação foi iniciada no dia 25 de agosto de 2015, após a confirmação da
Campanha Lacre do Bem.
RESULTADOS PRELIMINARES
Em apenas dois meses de campanha, já haviamos conseguido 25 garrafas PET de 2L
cheias de lacres de alumínio (cerca de 62.500 lacres), com o apoio e envolvimento de
membros e pessoas que acreditam no projeto.
Em outubro de 2015, uma reunião do Clã M’Clair foi dedicada ao debate e
conhecimento ao tema de reclicagem. As informações foram passadas acerca da
quantidade de lixo produzida em média pelo brasileiro, os 3 R’s e os significados, tempo
de decomposição de vários tipos de materiais na natureza, como o lixo é tratado na nossa
cidade e foi proposto aos membros presentes que construíssem uma pirâmede com
plástico de garrafa PET viabilizando criar hologramas com o uso do celular, assim,
demontramos de forma prática que o material plástico pode ser reutilizado para diversos
fins.
Em novembro a arrecadação bateu 50 garrafas PET cheias de lacre (35,71% da meta
estipulada), iniciamos o ano de 2016 com metade da meta concluída, em fevereiro
alcançamos a marca de 70 garrafas PET cheias.
Em 24 de fevereiro de 2016, fomos convidados a estar presentes na Cerimônia de
Entrega de 17 cadeiras de rodas, promovido pela Campanha Lacre do Bem. Na ocasião, a
ADEFIB seria beneficiada de 1 cadeira de rodas. A entrega ocorreu antes da nossa meta
de arrecadar 140 PETs se deu pela necessidade da Associação em receber o material, e, de
comum acordo entre todas as partes. Recebemos a cadeira na Cerimônia juntamente com
o Sr. Márcio, representante da ADEFIB, e realizamos a entrega oficial da cadeira de rodas
na instituição no dia 27 de fevereiro, após mostrar a cadeira diante de todo o GEOSC e
aproveitando a reunião da diretoria da ADEFIB para recebê-la.
Ainda assim, o projeto não chegou ao seu fim, por não termos alcançado de fato o
nosso objetivo final. As proximas ações visam ampliar a divulgação do projeto em ambito
externo ao Grupo Escoteiro, levando a ideia para a comunidade betinense.
Em março de 2016, ultrapassamos a marca de 90 garrafas PET cheias (66,42% da meta
estipulada), e conquistamos um parceiro para arrecadar lacres: o restaurante Cantinho do
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Tropeiro, que cedeu espaço para arrecadar lacres no estabelecimento além da divulgação
do projeto.
Este resultado vem sendo atingido pela boa aceitação do projeto dentre os membros
juvenis, voluntários, demais interessados na causa e pelo trabalho intenso da equipe de
interesse, membros juvenis, adultos e demais interessados em divulgar e propagar o
projeto.
No início do mês de abril contávamos com 103 garrafas PET cheias (73,57% do
objetivo final) e, percebendo a dificuldade em arrecadar 37 garrafas PET em um período
de um mês, pensamos em desenvolver uma coleta de lacres paralela juntamente com a
Alcateia do GEOSC. Disponibilizamos um “Cofrinho Amigo” para depositar lacres e, a
cada semana um lobinho seria sorteado para levar o cofre para casa com a missão de
devolver o mais cheio possível na próxima semana, então seria sorteado para que outro
lobinho levasse para casa e assim por diante.
Adentramos o mês de maio e conquistamos mais dois parceiros neste projeto: o
Suculentas Hamburgueria e a Loja Maçonica Estrela Betinense (A ∴ R ∴ L ∴ S: Benfeitora
da Ordem Estrela Betinense nº 2120) , que de prontidão, ao conhecerem o projeto cederam
espaço para arrecadar e divulgar o projeto. Para além disto, uma família betinense conheceu
o projeto e recebemos a doação de uma cadeira de rodas, que também será doada para a
ADEFIB em momento oportuno, na próxima reunião da diretoria da Associação, quando
na oportunidade há o encontro dos associados para receber a cadeira de rodas.
Finalizamos este projeto com 121 garrafas PET cheias (86,42% do total estipulado),
não atingimos o objetivo final estabelecido, porém, creio que fizemos um trabalho bem
edificado que, nos resultou em mais de uma cadeira de rodas a serem doadas, extrapolando
de certa forma, o objetivo firmado, ainda assim, decidimos que continuaremos com a
arrecadação de lacres, buscando alcançar a meta.
Em acordo firmado com a Ivette, representante da Campanha Lacre do Bem,
realizaremos a entrega dos lacres, assim que atingirmos a marca das 140 garrafas PET
cheias, que não deve passar do mês de julho deste ano.
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AVALIAÇÃO
Findados os oito meses trabalho, é hora de esclarecer os pontos fortes - que puderam
fazer com que este projeto tenha gerado bons resultados -, mas também os pontos fracos
e imprevistos ocorridos durante a execução.
Quando me propus a realizar esta campanha, sabia que seriam meses de intenso
trabalho e dedicação, haveria necessidade que todos os membros do Grupo Escoteiro
comprassem a ideia comigo e apenas juntos, somando forças, conseguiríamos alcançar o
objetivo estabelecido.
Em um primeiro momento, logo na apresentação do projeto perante o Clã e
posteriormente, frente a todo o Grupo, foi perceptível a reação por muitos de surpresa e
desafio, afinal, não seria fácil ter 140 PET de 2L cheias de lacres!
O primeiro mês de arrecadação foi extremamente desafiador e exigiu muita resiliência,
os lacres chegavam aos poucos e, se continuasse neste ritmo tinha a impressão que ao final
do projeto seria difícil alcançar a marca de 30 PET cheias. Sabendo disto, reuni a equipe
de interesse envolvida no projeto e focamos em uma estratégia de intenso discurso
motivador afim de sensibilizar quanto ao benefício que alcançaríamos ao doar uma cadeira
de rodas à ADEFIB - para isso utilizamos as redes sociais para lembrar e conscientizar os
membros e familiares durante a semana e avisos durante as BOIAS durante as reuniões
escoteiras -, sobre as realidades enfrentadas por pessoas com deficiência, o trabalho
realizado pela ADEFIB e a relevância do cuidado ao meio ambiente, ao reciclar materiais
como o alumínio. O trabalho de produção de textos para as redes sociais seguiu calendário
produzido pela equipe de interesses, com rotatividade das autoras e busca por redigir sobre
temas diversificados.
Este intenso trabalho de motivação e cativação das pessoas fez com que fechássemos
o segundo mês de projeto com 25 PET cheias. Os membros aderiram com apoio total ao
projeto e incentivavam a coleta perante os familiares e amigos, e assim seguimos durante
todo o percurso do projeto, todos acreditavam no sucesso e que alcançaríamos sim a marca
estabelecida, quanto mais garrafas eram preenchidas, mais empenho e confiança eram
geradas por todos os interessados envolvidos. Foi muito emocionante quando percebi que
a arrecadação havia ultrapassado o núcleo escoteiro, vários amigos, familiares e
interessados se sentiram tocados pela causa e passaram a arrecadar lacres também, o
projeto tocou corações até fora da cidade de Betim. Há um exemplo de um senhor,
morador de Bom Despacho/MG, tio da pioneira Kelly, que passava por um momento
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depressivo, e, ao conhecer o projeto, se reergueu pela causa, reestabeleceu o contato com
a vizinhança, amigos e família, sob a premissa da coleta dos lacres. Ele atribui a melhora
da depressão pelo envolvimento no Projeto.
Ao longo do processo fui surpreendida por algumas dificuldades e necessidade de
realizar alterações no plano inicial. Conciliar a execução de um projeto desta magnitude
com demais afazeres, fez com que alguns detalhes tenham passado sem a devida atenção,
cito como exemplo algumas responsabilidades acadêmicas e compromissos familiares que
deixei em segundo plano e a indisponibilidade em buscar parceiros para a campanha logo
de prontidão.
Para além disto, nem tudo que planejamos pode ser executado como imaginávamos,
foi necessária muita calma para readequar as atividades de modo que não colocasse os
objetivos específicos em risco. Cito como exemplo a proposição de reunião escoteira
(conjunta com o Ramo Sênior) com a participação do Márcio - diretor da ADEFIB, mas
não encontrávamos uma data satisfatória para que ele pudesse participar conosco, por
indisponibilidade do mesmo acerca de compromissos já firmados, assim, realizamos a
reunião com o Ramo Sênior sem a presença do Márcio abordando temas e discutimos
sobre pessoas com deficiência e a relação com o escotismo –enfatizando o tema anual
“Diversidades que nos unem”. Imprevistos também ocorreram como a criação de uma
banca de arrecadação de lacres na sede, buscamos confeccionar um painel de madeira, para
afixar cartazes da campanha, mas houve indisponibilidade do marceneiro que faria o
trabalho com baixos custos, tentamos contornar a situação afixando em quadro de avisos
sobre a campanha – durante a semana, o vento descolava o material que por vezes foi
rasgado e perdido -, afim de sanar este problema, avisávamos na BOIA que os lacres
poderiam ser entregues em mãos para os membros do Clã M’Clair ou deixados no espaço
do Clã dentro da sala de tropas.
Ainda que tenhamos tido que lidar com imprevistos e incertezas finalizo este projeto
extremamente feliz pelo resultado alcançado, ainda que não tenhamos cumprido a meta de
140 PET cheias, viabilizamos e doados duas cadeiras de rodas para a ADEFIB, criamos
um forte laço de solidariedade entre todos os envolvidos neste projeto, que acreditaram
que um lacre faz a diferença, ultrapassamos as barreiras internas do Grupo Escoteiro na
arrecadação de lacres e fizemos a diferença em deixar melhor que encontramos.
Pude, juntamente com todos que contribuíram de alguma maneira – seja arrecadando
lacres, divulgando o Projeto ou até mesmo incentivando -, viver em plena forma o Servir
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à comunidade e ao próximo, todos em prol de um bem maior. Expandi meus
conhecimentos acerca dos temas tratados e consequentemente ampliamos a
conscientização pelos mesmos.
E é neste espírito que continuaremos a arrecadação de lacres, até atingir a meta
estabelecida!
Este projeto não teria sido tão bem-sucedido se não tivesse ao meu lado as pioneiras
Kelly e Mariana, para isso, creio que se faça necessário um espaço neste documento para
que elas possam contar como foi a experiência em tornar esse sonho em realidade, seguem
relatos abaixo:
Palavras da pioneira Mariana:
“Minha participação na equipe de interesse do projeto se deu pouco tempo após ele ter-se
iniciado no Grupo. Tinha acabado de passar para o Ramo Pioneiro e a pioneira Laura Ponte
estava precisando de quem a ajudasse no desenvolvimento do projeto. E ali me dispus a
participar. Durante todo o período da arrecadação o que mais me chamou atenção foi como
as pessoas se mobilizaram pela causa, por mais que parecia impossível arrecadar toda essa
quantidade de lacres, mas que em momento algum elas desaminaram para nos ajudar, no pouco
em pouco foram fazendo a diferença. Além de tudo, foi através desse projeto que pude
começar a entender o sentido do lema do pioneiro, o Servir. Está diante de uma ação que é
para o outro, e sentindo a emoção de poder ver o carinho retribuído pelas pessoas da ADEFIB,
que foram os felizardos por receber a cadeira de rodas”
Palavras da pioneira Kelly:
“Sonhei esse Projeto junto de Laura e do Clã M’Clair. Eu, através do Centro Acadêmico de
História da Universidade Federal de Minas Gerais é quem, de alguma forma, apresentei à Laura
a possibilidade da coleta dos lacres. Mas eu jamais imaginaria que a ideia seria comprada por
ela, e que pudéssemos transformar esse pequeno gesto em algo tão grande, que mudou – em
maior ou menor grau – a vida de tantas pessoas. A minha mudou. Meu olhar sob aquele
pequeno objeto nunca mais será o mesmo. Eu acredito que não passarei, nunca mais, por um
lacre sem olhar além. Acredito que adquiri, ao longo do Projeto, um hábito vitalício. Eu não
pude imaginar que poderíamos fazer da coleta de lacres um exercício do Servir.
Minha experiência no Projeto, ganhou contornos e trouxe resultados para mim enquanto
Escoteira – pude potencializar meu espírito de servir, meu espírito pioneiro - como também
pessoal. Com a coordenação brilhante e completamente metódica e organizada pude aprender
com Laura a ser mais organizada, a me adequar aos prazos estabelecidos por ela, e a contornar
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as dificuldades quando elas chegavam. Aprendi a me organizar melhor, e a exercitar minhas
ideias. Exercitei o trabalho em Equipe, pude me aproximar de pessoas que não possuía tanto
contato, estabelecer contatos externos e me sentir bem comigo mesmo em me sentir parte do
Projeto.
Aproveito a oportunidade para me fazer uma autocrítica, que esbarra em um elogio para a
coordenadora do Projeto. Em inúmeras oportunidades, minha ajuda foi mais no sentido de
apoiar o Projeto do que executá-lo de fato, ainda que tivesse estabelecido compromissos.
Deixei de executar algumas responsabilidades por não conseguir conciliar com as minhas
outras, fora do Projeto. E foi aí que Laura mais uma vez se mostrou uma excelente
coordenadora. Ela assumiu esses compromissos para ela e não deixou de executá-los ou de
adequá-los a falta de suporte.
A minha visão final sobre o “Lacre Amigo” é de um Projeto de sucesso, que mobilizou todo
o Grupo Escoteiro e amigos, familiares e conhecidos. Envolvemos realmente a nossa
comunidade. É de um Projeto que encerra um ciclo por aqui, mas que tem potencial e fôlego
para ser constante dentro do GEOSC e da nossa comunidade”
Imagem 1: Arte do Saldo Final
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IMAGENS
Imagem 2: Arte criada pela Campanha Lacre do Bem.
Imagens 3 e 4: Artes criadas pela Chefe Anne para divulgação de parcial arrecadado
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Imagens 5 e 6: Artes criadas pela Chefe Anne para divulgação de parcial arrecadado
Imagem 7: Foto de parcial arrecadado
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Imagens 8, 9, 10 e 11 - Colaboradores (da esq. para a direita; de cima para baixo): Célia e pioneira
Mariana, lobinho Pedro, lobinha Alessandra, escoteira Natália e lobinha Fernanda.
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Imagem 12: Foto na Cerimônia de Entrega da cadeira de rodas doada à ADEFIB. Na foto (da esq.
para a direita): pioneira Laura, Márcio, Júlia Macedo e Doutores da Alegria.
Imagem 13 - Foto na Cerimônia de Entrega da cadeira de rodas doada à ADEFIB. Na foto (da esq.
para a direita): Mestre Anne, Márcio, pioneiras Kelly e Laura.
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Imagem 14: Foto da mostra da cadeira de rodas perante os membros do GEOSC.
Imagem 15 - Foto da entrega oficial da cadeira de rodas na ADEFIB. Na foto (da esq. para a
direita): pioneiras Kelly, Laura, Luciana (presidente da ADEFIB), pioneira Mariana e Márcio.
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Imagem 16: Foto das integrantes do projeto Lacre Amigo no dia da entrega oficial da cadeira na
ADEFIB. Na foto (da esq. para a direita): pioneiras Mariana, Kelly e Laura.
Imagem 17: Ponto de arrecadação de lacres no restaurante
Cantinho do Tropeiro
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Imagem 18: Divulgação do projeto no Suculentas Hamburgueria.
Imagem 19: Escotista Layslla recebendo a cadeira de rodas doada por família betinense.
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Imagem 19: Arte de arrecadação até o final do mês de maio.
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NOTAS
1. RORIZ, JORGE. Período de tempo de decomposição do lixo. Disponível em: <http://jorgeroriz.com.br/periodo-de-tempo-de-decomposicao-do-lixo/>. Acesso em: 24 mar. 2015. 2. RE9 RECICLE – Máquinas de Reciclagem. Reciclagem: Principal atributo do alumínio. Disponível em: <http://www.re9recicle.com.br/2011/reciclagem-principal-atributo-do-aluminio/>. Acessado em: 24 mar. 2015. 3. Vencedora do Prêmio Bom Exemplo 2014 – Categoria Cidadania, uma iniciativa TV Globo Minas, em parceria com a Fundação Dom Cabral, FIEMG e Jornal O Tempo. 4. ADEFIB – Associação dos Deficientes Físicos de Betim (Entidade Beneficente de Assistência Social sem fins lucrativos) – Localizada no endereço: Rua Pedro da Silva Fortes, 179 – Bairro Horto - Betim/MG - CEP: 32.630-740 - Telefone: (31) 3532-5576 / 3052-1040. Site: < http://www.adefib.org.br/> Acessado em: 11 mai. 2015. 5. Palavras de Rodrigo Robleño via facebook em 14 de junho de 2014. Disponível em: <https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10152023739186362&set=a.482672791361.255615.704606361&type=1&permPage=1>. Acessado em: 11 mai. 2015.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Roca A. P. C & Silva W. F. Geosc, 25 anos seguindo B-P. Betim, 2006.
União dos Escoteiros do Brasil. Escotismo Para Rapazes. Curitiba, 2009. União dos Escoteiros do Brasil. Guia do Chefe Escoteiro. Curitiba, 2008. União dos Escoteiros do Brasil. Ramo Sênior em Ação. Curitiba, 2012