FAQ – Faculdade XV de Agosto
LIBERAÇÃO DE LIMITE DE CRÉDITO ROTATIVO DE PESSOA JURÍDICA EM UMA
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA
Neuza Marini Marson
Socorro – 2005
FAQ – Faculdade XV de Agosto
LIBERAÇÃO DE LIMITE DE CRÉDITO ROTATIVO DE PESSOA JURÍDICA EM UMA
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA
Aluna : Neuza Marini Marson Orientador:Prof.Ms.Renald A.Franco de Camargo
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade XV de Agosto, curso de Administração de Empresas.
Socorro – 2005
i
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus, pela oportunidade da encarnação.
Aos meus pais Nercy e Júlia e as minhas irmãs, Nelly, Neide e Nélia que me
incentivaram a ingressar e concluir esse curso, depois de tantos anos fora das salas
escolares.
Ao meu marido João Marson, que com toda paciência e amor me ajudou
muito, não só na matemática, como também na cozinha, e que durante quatro anos
me incentivou e me acompanhou nos momentos alegres, tensos e nos finais de
semana dentro de casa.
Ao meu tesouro, minhas filhas Marcela e Juliana, que sem dúvida também me
incentivaram muito e vibraram em todos os momentos, desde a aprovação do
vestibular até as notas das provas, mesmo não sendo tão boas quanto às delas.
Amo muito vocês todos.
Agradeço também ao Hildo, gerente do Banco Itaú de Serra Negra, onde o
estágio foi realizado, pela compreensão, ajuda e dedicação para a realização deste
trabalho.
Aos meus colegas da sala de aula, em especial a Rita, Joyce, Érica e Glebe,
que durante quatro anos compartilhamos trabalhos, peixes, pizzas e risadas juntos.
À FAQ por ter me recebido tão bem quando da minha transferência, a Lurdes,
ao Almir, ao Josué e sem dúvida a “todos” os professores, que além do Franco tive a
orientação para a realização deste trabalho de muitos. Agradeço também à Maria
pela sua simpatia, bom humor e dedicação.
Muito Obrigada.
ii
“Ganhar a vida já não é suficiente; o trabalho tem de nos permitir vive-la
também” Peter Drucher (falecido em 11.11.05)
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RESUMO
O presente trabalho trata-se de uma pesquisa exploratória, realizado em uma Instituição Financeira de Serra Negra. Teve como objetivo a viabilidade da concessão de um limite de crédito rotativo, popularmente chamado de “cheque especial”, para pessoa jurídica no ato da abertura de sua conta corrente. Foram efetuadas pesquisas em outras Instituições Financeiras da cidade, para conhecer a atuação dos gerentes nessa área; com comerciantes para saber quais eram às suas necessidades; e pesquisas em relatórios internos do banco. Pelos resultados apresentados notou-se que, se aprovado pelo banco, tal procedimento poderá gerar aumento da base de clientes PJ bem como um diferencial para o banco.
iv
SUMÁRIO
Lista de Tabelas ........................................................................................... v
Lista de Quadros .......................................................................................... vi
Lista de Figuras ............................................................................................ vii
1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................ 10
1.1 – Empresa Analisada ................................................................... 11
1.1.1 – Área de Finanças ........................................................ 14 1.1.2 – Área de Concessão de Crédito Comercial .................. 14
2 – REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................... 18
2.1 – Funções dos Bancos Comerciais ............................................. 18 2.2 – Formas de Decisão de Crédito ................................................. 19 2.3 – A Intermediação Financeira ...................................................... 19 2.4 – Avaliação de Crédito ................................................................. 20 2.5 – Análise de Capital de Giro ........................................................ 23 2.6 – Conceito de Risco ..................................................................... 24 2.7 – Importância Relativa dos Fatores de Crédito ............................ 26 2.8 – Como Fazer Benchmarking ....................................................... 26
3 – METODOLOGIA ..................................................................................... 27
3.1 – Procedimentos .......................................................................... 27
4 – RESULTADOS ....................................................................................... 29
5- ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................ 33
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 35
ANEXO 1 ..................................................................................................... 36
v
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Contas Jurídicas Abertas entre os Meses de Abril a
Agosto/2005 ............................................................................. 30
TABELA 2 – Resultados Obtidos das Contas Abertas entre os
Meses de Abril a Agosto/2005 ................................................. 30
TABELA 3 – Pesquisa Via Sistema Realizada na Agência ......................... 33
vi
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – Classificação do Cliente .......................................................... 15
QUADRO 2 – Respostas Obtidas na Entrevista com Gerentes dos Bancos.. 29
vii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Processo de Requisição e Análise de Crédito ......................... 17
FIGURA 2 – Ciclo da Intermediação Financeira ........................................... 20
FIGURA 3 – Representação do Crédito Associado ao Risco ....................... 25
FIGURA 4 – Tempo de Constituição da Empresa ........................................ 31
FIGURA 5 – Ramo de Atividade da Empresa ............................................... 31
FIGURA 6 – Porte da Empresa .................................................................... 31
FIGURA 7 – Possui Conta Corrente em Banco? .......................................... 31
FIGURA 8 – Possui Limite de Crédito Rotativo? .......................................... 32
FIGURA 9 – Utiliza Limite? .......................................................................... 32
FIGURA 10 – Não Possui Limite .................................................................. 32
FIGURA 11 – Qual o Valor Sugerido para o Limite ..................................... 32
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1- INTRODUÇÃO
Normalmente quando um empreendedor inicia uma atividade comercial,
industrial ou de serviços, geralmente no porte de Micro-Empresa, necessita de um
pequeno capital de giro oferecido pelo banco onde irá abrir sua conta corrente.
A concorrência dos bancos nesse mercado é muito grande, todos oferecem o
mesmo serviço, com algumas diferenças entre prazos de abertura de conta ou da
constituição da empresa.
Estudamos no decorrer do curso a importância de um diferencial; e é
justamente isso que se analisará neste trabalho.
Os bancos buscam normas, que tem por objetivo assegurar o cumprimento de
todas as etapas do Processo Decisório de Crédito (Abertura de Conta Corrente,
Decisão, Formalização, Monitoramento e Cobrança), para que a decisão de crédito
seja tomada com segurança, agilidade e qualidade exigidos pela organização.
O crédito é a principal preocupação das instituições financeiras e está
presente na forma de operações características de crédito, bem como em simples
operações, como o recebimento de uma nota promissória paga em cheque (será
que o cheque tem fundo?).
A análise e a concessão de crédito às pessoas jurídicas são efetuadas por
meio de crédito pré-aprovado, que consiste em pré-selecionar os clientes com baixo
risco de crédito, clientes sem apontamentos cadastrais (consulta Serasa), contas
bloqueadas por ação judicial, risco vencido no conglomerado Itaú e que não
pertençam a ramos de atividades restritivos (Associações, Entidades Filantrópicas,
que sejam ligados ao governo, etc.).
Os critérios utilizados para sugestão de limites de crédito são:
- Pré-Filtro Restritivo de Crédito
Excluirá clientes com apontamentos cadastrais.
- Pré-Filtro Ramos de Atividades Restritivos
Excluirá os clientes com ramos de atividades impeditivos.
-Pré-Filtro Clientes Novos
Excluirá clientes com contas abertas há menos de 6 meses e que tenham
data de fundação menor que 3 anos.
- Pós-Filtro (Cliente/Grupo)
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Excluirá clientes com informações de apontamentos cadastrais,
cliente/grupo1. As principais variáveis são: protestos, empréstimo vencido no Itaú ou
em outros bancos, etc. Após passarem pelos pré-filtros e pós-filtros, os clientes
serão analisados pelos modelos Credscore PJ, onde são separados os clientes de
menor risco de crédito daqueles que apresentam maior risco.
Depois da avaliação efetuada pelos modelos Credscore, geram as
classificações, conforme quadro demonstrado no subitem 1.1.2.
Assim sendo, o presente trabalho tem por problema:
Como liberar no sistema, um crédito rotativo (popularmente chamado de
cheque especial) quando da abertura de uma conta corrente de pessoa jurídica?
O objetivo principal deste trabalho é conceder um crédito pré-aprovado, e com
esse diferencial conquistar mais clientes e a fidelização dos mesmos, centralizando
seus negócios (cobrança, filiação Redecard, seguros, investimentos e futuros
financiamentos), no Banco Itaú.
1.1 - Empresa Analisada
A empresa onde foi elaborado o estágio é o Banco Itaú S/A, uma instituição
financeira bem conceituada dentro e fora do país, atua no mercado há 60 anos,
especificamente na agência 0015- Serra Negra –SP fundada em 14.07.1952 que
conta com 8 funcionários, sendo 3 na área comercial, onde é efetivada a liberação
de crédito e 5 na área operacional.
O que existe de verdade na construção de grandes fortunas é um agudo
senso de oportunidade, intuição e trabalho. Quem vê o Banco Itaú hoje, não imagina
suas origens pequenas, quase humildes. Tudo começou com o Banco Central de
Crédito, que abriu suas portas no primeiro dia útil de 1945, com apenas uma agência
onde seis caixas dividiam as tarefas de pagamentos e recebimentos. Ao todo, eram
doze funcionários.
Hoje é um dos maiores bancos privados do país, com patrimônio líquido de
R$ 9,0 bilhões e ativos de R$ 111,1 bilhões. Com uma capitalização de mercado de
R$ 18,1 bilhões. O Itaú é o Banco de maior valor em bolsa no Brasil. Suas ações
1 Grupo: quando um cliente faz parte da sociedade de uma empresa, é analisado não somente a pessoa física como também a pessoa jurídica.
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são negocias em 3 bolsas de valores: São Paulo (Brasil), Buenos Aires (Argentina) e
Nova York (EUA).
No primeiro semestre de 2005 seu lucro líquido consolidado foi de R$ 2.475
milhões, contra R$ 1.825 milhões do primeiro semestre de 2004, uma evolução de
35,6%.
No Brasil opera com uma rede de atendimento de 3.186 pontos, com 16.926
caixas eletrônicos, perfazendo a maior rede privada de caixas eletrônicos
multifuncionais do Brasil. A tecnologia disponível permite que 76% das transações
dos seus 9,2 milhões de clientes ativos no Brasil e no exterior, sejam efetuadas por
meio de canais de auto-atendimento.
Conta com estruturas comerciais especializadas para atender os segmentos
das pequenas empresas, médias empresas, corporativo, clientes de alta renda e os
de elevado patrimônio.
A Visão do Banco Itaú:
“Ser o banco líder em performance e perene, reconhecidamente sólido e
ético, destacando-se por equipes motivadas, comprometidas com a satisfação dos
clientes, com a comunidade e com a criação de diferenciais competitivos”.
Valores:
- Respeito à legalidade
- Respeito ao ser humano
- Vocação para o desenvolvimento
- Solução racional de problemas.
Sua marca foi classificada como a mais valiosa do país pela quarta vez
consecutiva no ano corrente, pela consultoria inglesa Interbrand, US$ 1.342 milhões,
56% maior do que o conquistado pelo segundo colocado do ranking de marcas mais
valiosas. Seu lucro no semestre jan - jul/2005 foi de R$ 2,47 bilhões.
Na segunda edição do Prêmio “As melhores da Dinheiro”, promovido pela
revista Isto É Dinheiro e pela consultoria Deloitte, o Itaú ficou em primeiro lugar na
categoria “Bancos”. Foi avaliado além dos indicadores financeiros, os não-
financeiros, como por exemplo, gestão de recursos humanos, critérios de inovação e
qualidade e responsabilidade social e com o meio ambiente.
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Em 1993 foi criado o Programa de Apoio Comunitário, e posteriormente
chamado de Programa Itaú Social e a partir de 2000, Fundação Itaú Social, que veio
assegurar a perenidade do investimento social do Banco Itaú, e faz parceria com
entidades especializadas do terceiro setor.
Algumas parcerias do Itaú:
Amigos da Terra – organização da sociedade civil que introduziu no Brasil o
conceito de administração ambiental em instituições financeiras;
Canal Futura. Uma Programação Diferenciada – sua programação é utilizada
em instituições sociais em todo território nacional, ajuda a melhorar a qualidade de
vida dos educadores, estudante, trabalhadores, donas de casa, crianças, idosos,
pessoas portadores de necessidades especiais, etc. A parceria permanece desde
1997, quando o programa iniciou;
Programa Alfabetização Solidária – tem como inovação a articulação de um
conjunto de parcerias como empresas, organizações, instituições de ensino superior,
pessoas físicas, prefeituras, governos estaduais e o Ministério da Educação (MEC);
Programa Capacitação Solidária. Formando Cidadãos – seu objetivo é
capacitar jovens de 16 a 21 anos, de famílias de baixa renda, e fortalecer as
organizações da sociedade civil, difundindo novos métodos de educação para o
trabalho e de tecnologia de gestão que ajudem a eficiência das ações sociais;
Prêmio Escola Voluntária. Um apoio ao voluntariado na escola – juntamente
com a Rádio Bandeirantes, esse prêmio reconhece, incentiva, divulga e premia
instituições de ensino (públicas e particulares) do Estado de São Paulo que
desenvolvem projetos sociais de incentivo ao trabalho voluntário entre seus alunos.
Prêmio Itaú-Unicef – com o tema Educação e Participação Tecendo Redes a
Fundação Itaú Social está lançando a 6ª edição do Prêmio Itaú-Unicef, uma já
consagrada iniciativa que premia projetos de organizações da sociedade civil
voltados para crianças e adolescentes
Empresas relacionadas (coligadas) ao Banco Itaú:
- Fundação Itaúbanco
- Itaúsa – Empreendimentos
- Banco Itaú
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- Fundação Itaú Social
- Itautec
- Instituto Itaú Cultural
- BEG- Banco do Estado de Goiás S.A.
- Banco Fiat
- Banerj
- Prêmio Itaú Unicef
- Banestado
- Redecard
- Bemge
- Serasa
- Itaú Seguros
- Deca
- Duratex
- Itaucard
- Credicard
1.1.1 - Área de Finanças
Esta área é responsável pelo controle de despesas e receitas da agência. É
função da Gerência Comercial controlar todos os custos financeiros referente aos
contratos realizados com clientes, como por exemplo taxas de juros e taxas de
contratação - que variam por tipo de operação. Também é de responsabilidade da
Gerência Comercial a tomada de decisão referente a concessão de crédito.
1.1.2– Área de Concessão de Crédito Comercial Após a abertura da conta corrente de pessoa jurídica, quando inicia a etapa
do Processo Decisório de Crédito, estabelecendo o primeiro contato do cliente com
o banco, e já feita a conferência dos documentos da empresa, como contrato social
ou requerimento do empresário, CNPJ, e documentos pessoais do (s) proprietário
(s), como RG e CIC com consulta ao Serasa, no intuito da verificação de inexistência
de apontamentos cadastrais, como cheques devolvidos, protestos, dívidas com
15
outros bancos, (pois com a existência de um ou mais apontamentos, a conta não
poderá ser aberta). A concessão de crédito é de responsabilidade da Área Comercial, hoje é
empregada na agência para clientes PJ da seguinte forma:
O cliente chega à agência e se direciona ao gerente de sua conta, solicita o
empréstimo que deseja, o gerente verifica se ele possui crédito pré – aprovado, se
positivo, seu crédito é liberado de imediato com o gerente ou no auto atendimento.
No caso de não possuir limite pré – aprovado, o gerente de contas preenche uma
Proposta de Negócios eletronicamente, com os dados necessários para a liberação
do dinheiro e faz uma análise financeira do cliente, como renda mensal comprovada,
fluxo de conta corrente, passa pelo gerente da agência que dá seu parecer e analisa
a classificação, conforme escala a seguir:
Status
Risco Classificação Motivo da Classificação
E- Cliente com pré-filtro restritivo.
E Clientes com baixa pontuação no credscore
e pós-filtro.
E+ Clientes com média pontuação no credicore
e ramos de atividades considerados
restritivos e pós-filtro.
CN- Cliente novo com restrições grave no pós-
filtro.
Recusados Alto
Risco
CN Cliente novo com restrição no pós filtro.
CN+ Cliente novo sem pós-filtro. Maior
Risco D Cliente aprovado, devido à combinação no
pós-filtro e pontuação no crediscore.
Médio
Risco
C Cliente aprovado, devido à combinação no
pós-filtro e pontuação no crediscore
(pontuação maior que o D)
Aprovados
Baixo
Risco
C+ Cliente aprovado, devido à combinação no
pós-filtro e pontuação no crediscore
(pontuação maior que o C)
Quadro 1 – Classificação do Cliente- data 19.11.2002 Fonte- Banco Itaú S/A
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As propostas são enviadas à superintendência de crédito, que poderá solicitar
algumas determinantes para a referida aprovação, como por exemplo, novos
avalistas, o gerente comunica ao cliente as novas determinantes, ficando o mesmo
responsável por elas.
Quanto maior for o pedido do cliente, mais diretrizes de segurança a
superintendência irá requerer para a liberação do crédito. As planilhas tais como
Cadastro e Ficha Consolidada de Crédito, onde estão contidas a história financeira
do cliente com o banco, como por exemplo: quantidade de dias em que atrasou
parcela de contratos anteriores, ou se pagou todos em dia, utilização de limite de
crédito (LIS), devoluções de cheques emitidos ou recebidos, qual foi a
movimentação de capital por esse cliente, qual a rotatividade de pedido do cliente e
outros dados deste tipo, são analisadas cuidadosamente.
Por se tratar de uma cidade pequena, e com empresários, em sua maioria, de
pequenas e micro empresas, é oferecido normalmente, a seguinte linha de crédito
PJ:
Hot-Money – empréstimo de curto prazo com juros simples;
Giropré – empréstimo para capital de giro com taxa prefixada;
Caixa Reserva – capital de giro, transferência efetuadas pelo gerente;
Descontos de Cheques Pré-Datados e Duplicatas – capital de giro, no qual o
banco antecipa para o cliente o valor de seus cheques e duplicatas;
LIS – Limite Itaú para Saque – é um limite de crédito rotativo, que permite
saques até o valor estabelecido.
As propostas são encaminhadas à Superintendência de Crédito e demoram
cerca de 5 dias úteis para seu parecer final: aprovada ou recusada.
Se essa proposta for aprovada, e o (s) proprietário (s), possuírem conta
corrente de pessoa física no banco, é preciso apresentar novamente o CPF, RG e
uma cópia da sua declaração de Imposto de Renda, para a elaboração de uma ficha
cadastral simplificada, caso ele não seja correntista, além desses documentos,
apresenta também comprovante de residência para ser elaborada uma ficha
cadastral completa.
Observamos no fluxograma a seguir os caminhos percorridos de uma
proposta enviada à Superintendência de Crédito.
17
FIM
2
2Aprova a Proposta?
S N
Superintendente de Crédito
Envia para o Comitê ou
Superintendente?
S N
Análise do Gerente
Envia Proposta para Alçada Superior
1
Liberar Crédito ao Cliente
Formalizar Contrato
Aprova a Proposta?
É de sua Alçada?
Proposta de Negócios
Situação Geral do cliente é
Boa?
Solicitação do Crédito pelo
INÍCIO
N
S
S
S N
N
1
Figura 1 - Processo de Requisição e Análise de Crédito
Fonte: Dados elaborados pela autora
18
2- REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo estão sendo conceituados os temas que serviram de base
teoria para a realização deste estudo.
2-1 Funções dos Bancos Comerciais Segundo Reed e Gill (1995, p 5):
“A principal função dos bancos comerciais é estender o crédito a tomadores que façam por merecer este benefício. Desde o início, os organizadores de bancos sentem-se motivados pelas oportunidades apresentadas pela área de empréstimos, e vários governos concederam cartas-patente basicamente porque havia uma necessidade de crédito em uma comunidade em particular. Quando tomam o crédito disponível, os bancos comerciais estão prestando um grande serviço social; estas atitudes aumentam a produção, expandem os investimentos de capital e proporcionam um padrão de vida mais alto.
O empréstimo bancário é muito importante para a economia, pois possibilita o financiamento das atividades agrícolas, comerciais e industriais da nação. Ele possibilita o que os economistas chamam de produção indireta, em comparação com a produção direta, em que os bens de consumo são garantidos pela aplicação direta da mão de obra na terra ou nas riquezas naturais. Os empréstimos bancários também possibilitam a produção de estoques. A indústria de alimentos oferece um exemplo excelente: o alimento colhido e processado não pode ser consumido imediatamente. A indústria de enlatados toma empréstimos para comprar, processar, enlatar e armazenar os alimentos que, posteriormente, serão vendidos a lojistas e, em última análise, a consumidores. Durante este intervalo - do produtor para a indústria de enlatados, desta para o atacadista, deste para o lojista e finalmente para o consumidor - os empréstimos bancários tornam possível a manipulação econômica da safra”.
Já para Silva (2000), ao entrarmos em uma agência de um grande banco de
varejo, podemos observar pessoas em filas pagando contas, efetuando depósitos,
sacando dinheiro, retirando talões de cheques. Conversando com os gerentes,
pequenos empresários negociam a obtenção de empréstimos para capital de giro
para suas empresas. Conectando os computadores do banco, clientes estão
fazendo operações diversas ou simplesmente tirando extrato. Seguramente, na rede
bancária como um todo, trava-se semelhante cenário, mudando de um banco para
outro a forma e a dimensão dos negócios.
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Não há dúvida de que a atividade dos bancos faz parte de nossa vida diária,
na prestação de serviços ou na intermediação financeira. Tal qual um
supermercado, um restaurante, os serviços bancários nos dizem respeito de forma
direta. Afinal de contas, dinheiro, moeda e riqueza são assuntos que desde há muito
tempo interessam ao público em geral.
2.2 – Formas de Decisão de Crédito
Segundo Silva (2000), a principal fonte de receita de um banco deve ser a
intermediação financeira. Adicionalmente, todos os bancos precisam e devem fazer
empréstimos. Isto exige que cada banco esteja estruturado para decidir com rapidez
e segurança, uma vez que as decisões de crédito envolvem o risco de que a
promessa de pagamento não seja cumprida. Criar uma estrutura capaz de
responder com rapidez às solicitações de empréstimos e financiamentos dos
clientes é uma condição fundamental para a competitividade. A alçada de decisão é
uma forma de delegação de poder, existem várias formas de decisão, como:
• A Alçada individual - é atribuída a uma pessoa decorrente ao cargo
que ocupa na organização.
• A Alçada conjunta – ocorre quando duas ou mais pessoas assinam
em conjunto. Quando cada pessoa tem uma alçada individual e à
medida que forem acrescentadas mais assinaturas, aumenta o poder
de aprovação de crédito.
• A Alçada colegiada – são chamados de Comitês de Crédito, formado
pelos gerentes de agências bancárias, a forma de decisão pode ser
por unanimidade, por maioria simples ou por outro critério definido na
Política de Crédito.
2.3 – A Intermediação Financeira
Segundo Silva (2000), a intermediação financeira consiste basicamente no
fato de um banco receber depósitos e vários clientes e utilizar os recursos desses
depósitos para efetuar empréstimos para outros clientes. Quando o cliente vai fazer
um depósito, o banco normalmente tende a não estar preocupado com as
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qualidades (cadastro) do cliente, pois, o cliente é quem está assumindo o risco ao
colocar seu dinheiro naquele banco. Entretanto, ao efetuar um empréstimo a um
cliente, há a preocupação do banco em avaliar a capacidade de pagamento desse
cliente, pois o recebimento daquele empréstimo é fundamental para manter a solidez
e a reputação, de modo a garantir aos seus depositantes e aplicadores a segurança
de que terão de volta o dinheiro relativo aos seus depósitos e suas aplicações.
CLIENTE APLICADOR Dispões de recursos
Aceita qualidade e reputação do banco Aceita taxas e prazos
Aplica recursos Assume o risco representado pelo banco
RECURSOS (Depósitos)
HAVER FINANCEIRO (Recibo, certificados, etc.)
Captando recursos ......................................................................................................
INTERMEDIÁRIO FINANCEIRO ......................................................................................................
Aplicando recursos
RECURSOS Empréstimos
Financiamentos
HAVER FINANCEIRO Promessa de pagamento
CLIENTE TOMADOR Precisa de recursos
É avaliado pelo banco Enquadra-se no perfil de risco Assina promessa de pagamento
Recebe empréstimo/financiamento
Figura 2- Ciclo da Intermediação Financeira Fonte: Silva, (2000, p.65)
2.4 - Avaliação de Crédito
Para Reed e Gill (1995), são inúmeros os riscos encontrados na área de
empréstimos que levam ao não pagamento das obrigações. As oscilações do ciclo
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comercial afetam o lucro de muitos que tomam dinheiro emprestado do banco e
influenciam o otimismo e pessimismo das pessoas de negócios e também dos
consumidores. Alguns riscos surgem de fatores pessoais que são difíceis de
explicar. No momento de determinar se um empréstimo deve ou não ser concedido,
as pessoas encarregadas devem tentar medir o risco de não pagamento, estimado
por meio de um processo chamado: avaliação de crédito.
A finalidade de avaliação de crédito é determinar a capacidade e disposição
de um tomador pagar um empréstimo solicitado de acordo com os termos do
contrato assinado. O banco precisa determinar o grau de risco que ele está disposto
a assumir em cada caso e o valor do crédito que pode ser prudentemente
concedido, em vista dos riscos envolvidos. Os fatores que afetam a capacidade de
um tomador pagar um empréstimo são muito difíceis de avaliar, mas precisam ser
tratados o mais realisticamente possível na preparação das projeções financeiras.
Os empréstimos não devem basear-se inteiramente na história e reputação dos
tomadores- eles são contraídos hoje, mas serão pagos no futuro.
Ainda segundo Reed e Gill (1995), o trabalho de avaliação de crédito é
basicamente o mesmo em todos os bancos, mas certas funções podem ser mais
enfatizadas em alguns bancos do que em outros. Em geral, elas incluem a coleta de
informações, que terão influência na avaliação do crédito, a preparação e análise
das informações coletadas e a reunião e armazenamento das informações para uso
futuro.
Segundo Silva (2000), por meio do crédito, as empresas podem suprir suas
necessidades de capital de giro ou de investimentos permanentes.
A intermediação financeira é, em essência, a principal atividade de um banco.
Desse modo, emprestar dinheiro e financiar a aquisição de bens deve ser sua
principal fonte de renda.
Áreas de crédito com postura pró-ativa, avaliando empresas, conhecendo
suas necessidades de recursos, podem dar a seus bancos condições de saírem na
frente com vantagem competitiva.
Num banco, o crédito é o elemento tradicional na relação cliente-banco, isto é,
é o próprio negócio. Numa empresa comercial ou industrial, por exemplo, é possível
vender a vista ou a prazo. Num banco, não há como fazer um empréstimo a vista. A
principal fonte de receita de um banco deve ser proveniente de sua atividade de
intermediação.
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Ainda segundo Silva (2000), ao mesmo tempo o banco é mercadologicamente
agressivo e seguro em suas decisões. Áreas de crédito com postura pró-ativa,
avaliando empresas, conhecendo a forma como essas empresas operam, bem
como suas necessidades de recursos, podem dar a seu banco condições de saírem
na frente com vantagem competitiva.
Conforme Gitman (2002), na orientação para análises sobre a capacidade
creditícia de um cliente, são utilizadas cada uma dessas cinco dimensões-caráter,
capacidade, colateral, capital e condições, os chamados 5 C’s – assim descritos:
1 – Caráter – pode-se definir caráter, em relação ao crédito, a intenção de
pagamento da operação de crédito contratada.
2 – Capacidade – é o potencial do cliente para quitar o crédito tomado, a
condição ou habilidade apresentada pelo tomador, para honrar seus compromissos.
3 – Colateral – são as garantias da operação, um bem ou direito dado em
garantia do pagamento do crédito concedido, caso o tomador não gere receita
suficiente para cumprir suas obrigações. Embora as garantias reduzam o risco, os
bancos preferem que os empréstimos sejam liquidados com a renda do tomador.
4 – Capital – a solidez financeira do solicitante, indicada pelo patrimônio
liquido e lucro da empresa.
5 – Condições – são as condições econômicas e empresariais vigentes,
diversas ações interferem em seu destino, inclusive circunstancias particulares que
podem afetar as partes envolvidas na negociação.
Geralmente os analistas de crédito e/ou comitês dão mais importância aos
dois primeiros C’s – caráter e capacidade- por representarem os requisitos
fundamentais para a concessão de crédito. Os demais C’s – colateral, capital e
condições- é importante para a definição do acordo do crédito e da tomada de
decisão, principalmente se tratando de valores mais altos.
Ainda segundo Gitman (2002), não deve somente determinar se pode ser
concedido crédito a um cliente, mas também estimar o montante máximo de crédito
que ele pode receber, estabelecendo assim uma linha de crédito. Um dos fatores
básicos na decisão final de crédito é o julgamento subjetivo que o analista financeiro
faz da credibilidade de uma empresa. Com sua experiência percebe os aspectos
não-quantitativos da qualidade das operações de uma empresa.
23
O analista somará seus conhecimentos com o caráter da administração da
empresa-cliente às referências dadas por outros fornecedores.
2.5 – Análise de Capital de Giro
Para Matarazzo (2003), a necessidade de Capital de Giro é a chave para a
administração financeira de uma empresa.
Necessidade de capital de giro, não é só um conceito fundamental para a
análise da empresa do ponto de vista financeiro, ou seja, análise de caixa, mas
também de estratégias de financiamento, crescimento e lucratividade.
Já para Reed e Gill (1995), o capital de giro na forma de crédito rotativo é
flexível do ponto de vista do tomador no sentido de que os fundos podem ser
sacados quando necessário e pagos quando disponíveis durante o período do
contrato.
O crédito rotativo é pago à medida que o tomador aumenta gradualmente o
capital social por meio da retenção dos lucros. Outros créditos rotativos, porém,
podem durar anos, desde que tenham suficiente valor de liquidação para assegurar
a dívida.
Segundo Groppelli e Nikbakht (1999), nos negócios enquadram-se no
financiamento a curto prazo para cobrir deficiências de fundos, quando a entrada de
caixas falham em cobrir os repentino aumentos de despesas. O objetivo é captar
fundos temporariamente antecipando as futuras entradas de caixa, as quais
permitirão à empresa pagar a dívida.
O crédito bancário de curto prazo refere-se a empréstimos sem garantias,
porque o dinheiro é emprestado aos clientes sem a necessidade de cláusula de
garantias em valores, títulos ou ativos. Em muitos casos esses empréstimos são
renovados automaticamente, tornam-se liquidados à medida que a empresa vai
gerando os fundos suficientes em sua conta corrente.
As empresas mantêm relações com os bancos porque eles fornecem rápida e
prontamente os fundos quando a necessidade surge. Para facilitar o processo de
concessão de empréstimos, os bancos tornaram disponíveis linhas de crédito que
disponibilizam determinadas quantias para serem utilizadas pela empresa.
24
2.6 – Conceito de Risco
Para Securato (1996), todos os dias lidamos com o risco em suas mais
variadas formas, sua conceituação é muito difícil. Existe uma grande dificuldade em
estabelecermos a aversão ao risco. Situações que podem parecer de alto risco para
uma pessoa poderão ser consideradas de risco aceitável para outras. Esta
variedade de posturas em relação ao risco é que permite, muitas vezes, a ocorrência
de negócios. As diferentes perspectivas, geradas por diferentes conjuntos de
informações, é que estabelecerão o nível de risco de um evento.
O risco é definido como uma probabilidade, parece bastante razoável para
nos permitir definir o risco, ou seja, o grau de incerteza ou a possibilidade de perda,
como a probabilidade de ocorrência do evento gerador da perda ou da incerteza. O
fato de não se ter elementos para usar probabilidades, ou o fato de o decisor não
desejar utiliza-las, nos levará a uma condição limite que será a incerteza em sua
plenitude.
Ainda segundo Securato (1996), sabemos que o processo decisório tem como
principal finalidade chegar a um objetivo prefixado. Consideremos os eventos que
podem ocorrer quando nos propomos a atingir nossos objetivos e admitamos que
sejam de dois tipos:
- SUCESSOS: são eventos que nos permitem atingir os objetivos;
- FRACASSOS: são os eventos que não nos permitem atingir os objetivos.
Admitindo que sucessos e fracassos constituem uma partição do conjunto dos
possíveis resultados que podem ocorrer, quando na tentativa de atingirmos nossos
objetivos, então definiremos risco como a probabilidade e ocorrerem os fracassos.
Segundo Silva (2000), o risco é inerente ao tomador e decorre de suas
características. Portanto, o não-cumprimento da promessa de pagamento pelo
devedor pode decorrer de um conjunto de fatores associados ao próprio devedor,
conforme figura a seguir:
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CRÉDITO
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS
BANCO TOMADOR
PROMESSA DE PAGAMENTO
RISCO CARÁTER | CAPACIDADE | CONDIÇÕES | CAPITAL
CONGLOMERADO
CLASSIFICAÇÃO DO RISCO
COLATERAL (garantias colaterais)
Figura 3 – Representação do Crédito Associado ao Risco Fonte: Silva, (2000, p.78)
O crédito consiste em o banco colocar à disposição do tomador determinado
valor sob a forma de empréstimo ou financiamento, mediante uma promessa de
pagamento. Isso implica no risco de que a promessa não seja cumprida, as variáveis
(5 C’s mencionados anteriormente) relacionadas ao risco do cliente (risco
intrínseco), as quais poderão fornecer a base para a classificação do risco. Essa
classificação possibilitará melhor a decisão na precificação do empréstimo ou
financiamento e também deve levar a uma adequada escolha das garantias.
26
2.7 - Importância Relativa dos Fatores de Crédito
Segundo Reed e Gill (1995), muitos bancos concordam que as garantias
oferecidas geralmente são o fator que menos importa. As garantias são aceitas na
maioria das vezes para fortalecer um ponto vulnerável encontrão em um ou mais
fatores de crédito, como a capacidade de criar receita.
Cada tomador em potencial é único. Um fator de crédito pode ser
superimportante em uma situação mas não em outra. Em todo o espectro da
avaliação de crédito, porém, o caráter surge como o fator mais importante. Se um
tomador tem caráter duvidoso, são altas as possibilidades de que em um momento
ou outro ele deixe de cumprir os termos de um contrato de empréstimo.
2.8 – Como Fazer Benchmarking Conforme Cortada e Quintella (1994), benchmarking é um método para se
descobrir como melhorar processos rapidamente aprendendo de outros que lidam
com problemas semelhantes. Ele se presta a avaliações objetivas dos pontos fortes
e pontos fracos dos processos existentes. Estimula o raciocínio e a aceitação de
novas idéias e abordagens. O benchmarking muitas vezes ajuda a justificar
mudanças nas formas quantitativas e qualitativas, deixando até mesmo de lado a
resistência interna à mudança legitimando novas idéias.
As avaliações baseiam-se em fatos e dependem de resultados mensuráveis.
Os resultados se tornam a base para mudanças no seu processo à medida que você
aumenta cada vez mais a sua eficácia.
27
3 - METODOLOGIA Este trabalho, conforme Tripodi et al. (1975:42-71 apud LAKATOS, 1991),
trata-se de pesquisa exploratória, cujo objetivo é a formulação de questões ou de um
problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do
pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma
pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos.
3.1 – Procedimentos
Para saber como as Instituições Financeiras da cidade atuam na liberação de
crédito aos seus clientes Pessoa Jurídica no ato da abertura de conta corrente, foi
elaborado benchmarking aos respectivos gerentes com a seguinte pergunta:
“Quando um cliente, empresário, procura o banco para abertura de uma conta
corrente da sua empresa, e solicita um limite de crédito (cheque especial), de
imediato, esse limite é concedido?”.
Esta consulta aos gerentes do banco Banespa e da Nossa Caixa Nosso
Banco, foi elaborada pessoalmente, sem nenhuma restrição por parte dos mesmos
em responder. Nos outros bancos, depois de explicar que se trata de um trabalho de
conclusão de curso, os gerentes responderam por telefone, imediatamente.
Depois de saber como os bancos atuam na cidade, foi elaborada uma
pesquisa aleatória formulada pela autora, composta de 6 questões, com 25
proprietários de comércios locais, somente micro – empresas e empresas de
pequeno porte, onde se obteve o tempo de constituição da empresa, o seu ramo de
atividade, se possui conta corrente em banco, se possui um limite de crédito rotativo,
se utiliza esse crédito esporadicamente ou continuamente e qual valor sugerido para
o crédito concedido à empresa. Sabendo que tal limite não tem custo nenhum na
sua contratação, só serão cobrados juros contratuais se utilizados
proporcionalmente ao período e valor, esta pesquisa está sendo demonstrada no
resultado do trabalho.
A partir das informações recebidas, foi organizada uma planilha das contas
abertas no banco Itaú da agência de Serra Negra, no período de abril a agosto/2005,
28
onde se destacou as contas que já possuem alguns vínculos como limites, com
domiciliação ao Redecard (credenciamento para recebimento de cartão de crédito e
cartão de débito), com seguro de vida global (seguro de vida para os funcionários),
com cobrança (cadastrados no sistema de cobrança do banco para recebimento
através de boleto bancário), e utilização do limite, mostrado no resultado desse
trabalho.
Realizada também uma pesquisa, via sistema, do valor total contratado de
limite de crédito rotativo na agência, o valor utilizado dentro da contratação e o valor
utilizado acima do valor contratado (excedente), que teve por finalidade mostrar que
tal procedimento não oferece risco ao banco, como estão sendo informados na
análise de resultado deste trabalho.
As pesquisas tiveram por objetivo, conhecer como os bancos atuam na
cidade, bem como a opinião dos comerciantes da sua necessidade de um limite de
crédito pré-aprovado no ato da abertura de sua conta de pessoa jurídica.
29
4 – RESULTADOS
Os resultados esperados deste trabalho é o aumento da base de
clientes Pessoa Jurídica, devido a sua necessidade de um capital de giro e este ser
um diferencial oferecido pelo Banco Itaú, pois conforme pesquisa efetuada, nenhum
banco da cidade, libera crédito no ato da abertura da conta.
Com o benchmarking elaborado com os gerentes dos bancos abaixo
relacionados, tivemos as seguintes informações:
Nossa Caixa Nosso Banco – o gerente tem alçada para a liberação do limite de
crédito na abertura da conta, porém a constituição da empresa tem que ser superior
a 6 meses.
Banespa – não existe a liberação de crédito na abertura da conta, somente depois
de 2 anos da abertura o cliente pode ter acesso a qualquer linha de crédito.
Bradesco - o gerente não possui alçada para liberação do limite de crédito na
abertura da conta, independente de sua constituição.
Caixa Econômica Federal – não opera com nenhuma linha de crédito rotativo na
abertura da conta.
Banco do Brasil – a gerencia não possui alçada pra liberação de crédito rotativo na
abertura da conta, a liberação depende do faturamento e constituição da empresa.
Quadro 2- Respostas obtidas da Entrevista com os Gerentes dos Bancos Fonte- Pesquisa elaborada pela autora
Conseqüentemente aumentaria a gama de produtos e serviços vinculados à
conta PJ, como filiação à Redecard, Seguros, Cartões de Crédito Business,
Financiamentos, dentre outros. Como exemplo, citamos na tabela I, as contas
abertas recentemente, já com alguns vínculos de produtos e serviços, dando o
cumprimento das metas mensalmente atribuídas às agências.
30
Conta Limite
R$ Redecard Seguro Cobrança Utilização
excedente Utilização
% 111111 222222 333333 444444 555555 666666 777777 888888 999999 101010 121212 131313 141414 151515 161616 171717 181818 191919 202020 212121 232323 242424 252525 262626 272727 282828 292929 303030 313131 323232
N N
1.000 2.000 2.000 1.000 5.000 1.000
N N
1.000 1.000
N 2.000 1.000
N 1.000 2.000
N N N N N N N N N N N N
N S S S S S S N S N S S S N S S N N S N S N N S S S N S N N
N N N N N N N N N S S N S S N N S S N N S N S N N N N N N N
N N N N N N N N N N N N N S N N S N N S S S S N N S N N N S
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
- -
48% - - - -
27% - -
1% - - - - - -
80% - - - - - - - - - - - -
Tabela 1 - Contas Jurídicas Abertas entre os meses de abril a agosto/2005 Fonte - Dados de pesquisa elaborada pela autora
Resultados: f f%
Total de contas consultada Contas com limite Utilização do limite Com redecard Com seguro Com cobrança
30 R$ 20.000,00 R$ 2.363,84 18 8 8
12% 60% 27% 27%
Tabela 2 – Resultados obtidos das contas abertas entre os meses de abril a agosto/2005
Fonte- Dados de pesquisa elaborada pela autora
31
Através da pesquisa com os comerciantes, obtivemos o seguinte resultado:
f% f Até 6 meses 24% 6 De 6 meses a 2 anos 12% 3 De 2 anos a 5 anos 28% 7 Acima de 5 anos 36% 9 Total 100% 25
Figura 4 : Tempo de Constituição da Empresa Fonte: Dados elaborados pela autora
f% f Comércio 64% 16 Indústria 20% 5 Prestação de Serviço 16% 4 Total 100% 25
Figura 5: Ramo de Atividade da Empresa Fonte: Dados elaborados pela autora
f% f Micro - Empresa 68% 17 Empresa de Pequeno 32% 8 Porte Total 100% 25
Figura 6: Porte da Empresa Fonte: Dados elaborados pela autora
f% f Sim 92% 23 Não 8% 2 Total 100% 25
Figura 7: Possui Conta Corrente em Banco? Fonte: Dados elaborados pela autora
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f% f Sim 80% 20 Não 20% 5 Total 100% 25
Figura 8: Possui Limite de Crédito Rotativo? Fonte: Dados elaborados pela autora
f% f Uso Esporádico 95% 19 Uso Contínuo 5% 1 Total 100% 20
Figura 9: Utiliza o Limite? Fonte: Dados elaborados pela autora
f% f
Empresa não Utiliza 20% 1 Recursos Externos O Banco não Liberou 80% 4 Total 100% 100%
Figura 10: Não Possui Limite Fonte: Dados elaborados pela autora
f% f R$ 1.000 56% 14 R$ 2.000 20% 5
Acima de R$ 2.000 24% 6 Total 100% 25
Figura 11: Qual o valor sugerido para o Limite? Fonte: Dados elaborados pela autora
Conquistando a conta jurídica, oferecendo um bom atendimento e colocação
de produtos necessários, podemos com esse diferencial, conquistar também a conta
pessoal (PF) do empresário.
33
5 – ANÁLISE DOS RESULTADOS
Mediante pesquisas elaboradas, verificou-se a possibilidade da liberação de
um limite de crédito na abertura de uma conta corrente de Pessoa Jurídica, mesmo
porque, o valor de limite sugerido pelos clientes é de R$ 1.000,00. Podemos
observar na pesquisa via sistema efetuada na agência em agosto / 2005, que o valor
utilizado em relação ao contratado, é pequeno, não apresentando assim, riscos ao
banco.
Valor Contratado
Valor Utilizado
Valor Excedente
R$ 687.164,00
R$ 100.182,00
R$ 2.516,00
15% do valor contratado
2,51% do valor utilizado
Tabela 3 – Pesquisa via Sistema realizada na Agência Fonte- Pesquisa elaborada pela autora
A realidade de uma Instituição Financeira é diferente, observamos os detalhes
no item 1.1.2, como é feita a concessão de crédito atualmente.
Porém, existem meios para a sugestão dos funcionários de melhorias em
produtos e serviços, que são analisados e podem ser aprovados ou não.
34
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento deste trabalho trouxe a estagiária maior aproximação com
os clientes PJ do banco, conhecer suas necessidades, não somente da parte dos
clientes / banco, mas principalmente banco / cliente.
Com relação à pesquisa na empresa para o desenvolvimento do trabalho
houve certa dificuldade, por motivo do tempo dispensado, no horário de expediente,
a análise no controle dos limites e suas utilizações, por que motivos estavam sendo
usados, se esporadicamente ou continuamente, inclusive orientando melhor os
clientes, quanto ao seu uso.
Quanto à pesquisa teórica, foi possível compreender mais o universo no qual
insere o tema em questão, fora das normas circularizadas da empresa, e os
aspectos que o compõe como análise de risco, critérios para definição de crédito,
entre outros.
Na realização da prática deste trabalho a estagiária se utilizou várias vezes
dos conhecimentos acadêmicos, adquiridos no curso de Administração de
Empresas, contribuindo assim com a agência bancária onde o estágio foi realizado.
35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORTADA, James W; QUINTELLA, Heitor M. TQM Gerência da Qualidade Total. São Paulo: Makron Books, 1994. p. 330 – 331. GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. São Paulo: Harbra, 2002. 696 p. GROPPELLI, A.A; NIKBAKHT Ehsan. Administração Financeira. São Paulo: Saraiva, 1999. 535 p. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos da Metodologia Científica. São Paulo : Editora Atlas S/A, 1991. 270 p. MATARAZZO, Dante C. Análise financeira de balanços. São Paulo: Editora Atlas S.A, 2003. 459 p. OLIVEIRA, Pedro. Estudo das Alçadas de Liberação de Crédito Bancário. Ouro Fino: Faculdade de Economia de Ouro Fino, 2002. 31 p. REED, Edward W ; GILL, Edward K. Bancos comerciais e múltiplos. São Paulo: Makron Books do Brasil, 1995. p. 5;259-367. SECURATO, José Roberto. Decisões financeiras em condições de risco. São Paulo: Atlas, 1996. p. 27-30. SILVA, José Pereira da. Gestão e análise de risco de crédito. São Paulo: Atlas, 2000. 398 p.
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ANEXO 1
QUESTIONÁRIO
1) Tempo de Constituição da Empresa ( )Até 6 meses ( )de 6 m à 2 anos ( )de 2 a à 5 anos ( )acima de 5 anos
2) Ramo de Atividade da Empresa ( ) Comércio ( ) Indústria ( ) Prestação de Serviços
3) Porte da Empresa ( ) Micro-Empresa ( ) Empresa de Pequeno Porte
4) Possui conta corrente em banco? ( )Sim ( )Não Se sim, possui um limite de crédito rotativo (cheque especial)?
( )Sim ( )Não 5) Se sim, utiliza o limite para:
( )Uso esporádico. ( )Uso contínuo. ( )Não.
Se não possui limite, por que? ( ) A empresa não utiliza de recursos externos. ( ) O banco ainda não liberou. 6) Qual o valor sugerido?
( ) R$ 1.000,00 ( ) R$ 2.000,00 ( ) Superior a R$ 2.000,00