Maria da Conceição M. RibeiroMestre em Enfermagem (UERJ)
Com o avanço tecnológico que ocorreu nos
últimos anos, a cirurgia passou da sangria para a
época de uso de computadores, robótica e
requisitando, cada vez mais, a capacitação do
próprio homem.
O Enfermeiro de Centro Cirúrgico é o
elemento que coordena a realização do ato
anestésico-cirúrgico, isto é, prevendo, provendo,
controlando, avaliando os recursos humanos e
materiais.
Segundo Galvão et al (1990), o CC é um dos mais
complexos setores hospitalares considerando a amplitude de
suas finalidades. A principal delas é a realização de
intervenções cirúrgicas, devolvendo o paciente à unidade de
origem, na melhor condição possível de integridade.
Localização
Deve estar em área independente da circulação geral, livre de
trânsito de pessoas e materiais estranhos ao serviço.
Possibilitar acesso livre e fácil aos pacientes provenientes das
áreas de Internação, Pronto Socorro, Unidade de Terapia
Intensiva, etc.
Objetivos
Prestar assistência integral ao paciente cirúrgico em todo o
período perioperatório.
Proporcionar recursos humanos e materiais para que o ato
cirúrgico seja realizado dentro de condições ideais, técnicas e
assépticas.
Favorecer o ensino, a fim de contribuir para a formação e
aperfeiçoamento de recursos humanos.
Proporcionar condições favoráveis ao desenvolvimento de
pesquisas, no sentido de aprimorar o conhecimento técnico
científico e melhorar a assistência prestada.
Responsável pela implementação e coordenação da assistência de enfermagem
prestada na unidade de CC.
Orientar, supervisionar e avaliar os funcionários da unidade se CC
Solicitar aquisição de novos equipamentos.
Participar da integração e coordenação do trabalho do CC fazendo a interação
com os demais setores da instituição.
Participar do processo de seleção, treinamento e aperfeiçoamento dos
funcionários.
Desenvolver plano de atuação junto aos funcionários.
Implementar programas de melhoria da qualidade do serviço prestado.
Desenvolver o sistema de assistência de enfermagem ao paciente no
perioperatório (pré-operatório, transoperatório e pós-operatório imediato).
Realizar pesquisas e implementá-las como base científica
da atuação do enfermeiro de CC.
Participar de comissões de integração com almoxarifado,
compras, procedimentos, CCIH.
Supervisionar e avaliar o desempenho do pessoal que está
sob sua responsabilidade.
Realizar reuniões periódicas com os membros da equipe de
enfermagem.
Colaborar no desenvolvimento do ensino.
Elaborar e atualizar o regulamento interno e o manual de
procedimentos.
Apresentar relatórios mensal e anual sobre as atividades
realizadas no Centro Cirúrgico.
Receber o paciente, avaliando as suas condições físico e
emocionais e procurando atender os problemas identificados.
Supervisionar a limpeza diária e semanal da sala de cirurgia e
demais elementos da planta física do Centro Cirúrgico.
Realizar a visita pré-operatória.
Avaliar o preparo físico realizado no pré-operatório.
Controlar o número de pessoas na sala durante o ato cirúrgico,
bem como o trânsito desnecessário.
Propiciar exame médico e laboratorial periódico dos
componentes da equipe.
Dimensionamento das salas de operação
Segundo a legislação brasileira, RDC nº 50, de fevereiro de
2002 e a RDC nº 307, de 14 de novembro de 2002, da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Ministério da
Saúde, determina uma (01) sala de operação para cada 50 leitos
não especializados ou uma (01) sala para 15 leitos cirúrgicos.
O conjunto cirúrgico divide-se em três partes:
Centro Cirúrgico propriamente dito.
URPA- Unidade de Recuperação Pós-anestésica.
CME- Central de Material Esterilizado.
Rouparia.
Vestiários: feminino e masculino
Sala de Administração: Secretária, Chefia de Enfermagem, Chefia Médica
Área de recepção do paciente.
Sala de Espera com sanitário anexo.
Lavabo.
Sala de Estocagem de material (arsenal cirúrgico).
Sala de Estocagem de material esterilizado descartável.
Sala de câmara escura.
Sala de guarda de equipamentos e aparelhos.
Sala de laboratório de anatomia patológica.
Expurgo.
Copa.
TAMANHO
Sala de Grande Porte
Área de 36m2 com sala anexa de 12 m2 para aparelhagem
específica. Ex.: Cirurgias: neurológicas, ortopédicas e cardiovasculares.
Sala de Médio Porte
Área mínima de 25m2. Ex.: Cirurgias: Herniorrafia,
Tireoidectomia, laparotomia exploradora.
Sala de Pequeno Porte
Área mínima de 20m2. Ex.: Cirurgias: Oftalmológica, Curativos e
Desbridamentos.
PISO
O piso deve ser resistente, não poroso e de fácil
limpeza, permitindo rápida visualização da sujeira; não
deve conter ralos e nem frestas; deve ser pouco sonoro e
bom condutor de eletricidade estática; ter uma malha de
fio de cobre ligada a fio terra; ser autonivelante e
antiderrapante; e não deve conter emendas.
PORTAS
Devem ter dimensões mínimas de 1.20 cm
X 2.10 cm para facilitar a passagem de maças
e aparelhos, É indicada a porta de correr para
eliminar a turbulência de ar provocada pela
oscilação de portas comuns.
FORMATO
Recomenda-se que não possua cantos e frestas e deva ser oval
ou retangular e de fácil realização de limpeza.
PAREDES
É recomendado o uso de reboco e tintas resistentes a lavagem
e ao uso de desinfetante. A cor recomendada é a verde, a base de
água para não emitir gases tóxicos.
JANELAS
É recomendável que as salas de cirurgias não tenham janelas,pois a visão do ambiente externo pode prejudicar a equipecirúrgica, PR ser um fator de distração. Porém, existe uma linhade projetistas que defendem a entrada de luz natural através devidros fixos.
ILUMINAÇÃO
Com relação as luzes da sala cirúrgica, alem das lâmpadasfluorescentes no teto, é necessário que exista iluminação diretacom foco central através da lâmpada sialítica.
VENTILAÇÃO
O sistema de centro cirúrgico deve possuir o sistema de ar-
condicionado central. As salas de cirurgias precisam ter controle
individual de temperatura. Recomenda-se preferencialmente que
deve ser utilizado o filtro de ar especifico de alta eficiência, os High
Efficiency Particulate Hair (HEPA). Quanto à sua troca, é indicada
a contagem de partículas. Não é recomendado o uso de ar-
condicionado residencial.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
As instalações elétricas têm que possuir sistema de aterramento.As tomadas devem estar a pelo menos 1,30m de distância do chão.
São classificados em fixos e móveis
Equipamentos Fixos
Foco Central
Negatoscopio
Sistema de canalização de ar, vácuo e
gazes
Ar condicionado
Interruptores e tomadas elétricas de
110 e 220 Volts
Equipamentos Móveis
Mesa cirúrgica e acessórios
Carinho de anestesia
Mesas auxiliares
Mesa para instrumental
Foco auxiliar
Unidade de eletrocirurgia
Material Esterilizado
Soluções anti-sépticas.
Medicamentos
Material para curativo
Impressos
Indumentária