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    Marx por Marx: A gnese da moedapor Jos Martins, economista e editor do boletim Crtica Semanal da Economia

    Os economistas (incluindo grande parte dos marxistas) costumam desclassificar a anlise de

    Marx do valor, com o falso argumento de que ela no passa de um exemplo abstrato, que notem valor histrico etc. o contrrio, essa anlise da circula!o simples, da mercadoria e dasformas do valor " presente como elemento fundamental em todos os principais economistasclssicos, como #ett$, %ones, &uesnais, 'mith, icardo " imprescind*vel para a compreenso darealidade das formas pr+capitalistas, da gnese da moeda, dos pre!os e, finalmente, da passagem- forma capital "s defini!/es mais abstratas, se as submetemos a um exame mais preciso,revelam sempre uma base determinada, concreta, histrica". (0arta de Marx para 1ngels, abril de2343)

    0ada uma dessas formas sucessivas de valor carrega em si o grmen da prpria supera!o paraum estgio superior. partir do momento em que se dissolve a rela!o primitiva, na qual a espciehumana s produ5ia para o bem+estar da tribo (produ!o centrada no valor de uso), o processocondu5 obrigatoriamente, do ponto de vista histrico, ao valor autonomi5ado, ao capital "a forma

    simples do valor, forma embrionria que atravessa uma srie de metamorfoses para chegar - formapre!o". (O 0apital, livro 6, se!o 2)

    Forma-valor simples o virtal

    7esta primeira forma, a produ!o do valor apenas espordica e incerta. 1la di5 respeito apenas aoexcedente da produ!o da comunidade que no tem utili5a!o imediata e encontra+se entodispon*vel para a troca, a circula!o, tornando+se portanto mercadoria. comunidade ou a tribotrava ento uma rela!o de troca de mercadorias com as tribos vi5inhas. 8 o estgio do escambo,ainda sem o dinheiro e a moeda. 1sse escambo s se efetua de comunidade a comunidade, o quequer di5er que ele no possui ainda um efeito dissolvente sobre a organi5a!o interna dessascomunidades "7a origem o processo de troca das mercadorias no aparece dentro dascomunidades primitivas, mas l onde elas terminam, nas suas fronteiras, nos raros pontos em que

    elas entram em contato com outras comunidades. 8 l que come!a o escambo e de l que elerepercute ao interior da comunidade, sobre a qual ele exerce ento sua a!o dissolvente. Os valoresde uso espec*ficos " que no escambo entre diferentes comunidades tornam+se mercadorias, comoos escravos, o gado, os metais " tambm constituem na maioria das ve5es a primeira moeda dasprprias comunidades". (0ontribui!o - 0r*tica da 1conomia #ol*tica)

    1m resumo, nesta primeira forma do valor, existe apenas a troca direta de mercadoria commercadoria, escambo, sem a presen!a da moeda.

    2 cabra 9 : galinhas 9 ;

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    diferentes formas que ele pode se corporificar, ou se>a, sob seus diferentes valores de uso. ?+secomo, pouco a pouco, o valor de troca vai se abstraindo do valor de uso e se tornando indiferente aele, quer di5er, se autonomi5ando.

    Forma-valor geral

    s duas primeiras formas do valor apresentadas exprimem o valor de uma mercadoria qualquer em

    outra mercadoria diferente (forma simples) ou em uma srie de muitas outras mercadorias (formavalor total). 6sso ainda acontecia como um problema particular de cada mercadoria isolada exprimiro seu valor, e ela conseguia isso sem a interferncia das outras mercadorias. @iante daquelamercadoria isolada, as demais mercadorias >ogavam o papel puramente passivo de equivalente.

    @oravante, na forma valor geral, todas as mercadorias encontram seu equivalente em apenas umadelas, sempre a mesma, naquela que vai fa5er o papel de equivalente geral. 1sta forma se exprimeassim

    2 cabra 9: galinhas 9 ; oga o papel de san!o social, que vai em seguida ser desempenhado pela moeda, queMarx denomina a "forma oficial dos valores". conteceu aqui uma coisa muito importante apassagem sutil da primeira forma simples do valor - forma+valor geral. 7a segunda forma+valor total,como vimos, ocorreu o in*cio da indiferen!a do valor de troca em rela!o ao valor de uso. gora,porm, de um s golpe, passa+se - apari!o de uma mercadoria equivalente que, uma ve5 que ela>oga o papel de san!o social, no tem mais valor de uso espec*fico. Ou se>a, seu valor de usoconsiste precisamente em seu valor de troca.

    0om a passagem - forma+valor geral, consuma+se um salto qualitativo, pois se dissolve natotalidade social a antiga rela!o em que o valor de uso ainda predominava sobre o valor de troca.@aqui para a frente, o valor de troca de toda e qualquer mercadoria se encarnar indiferentementeem uma =nica e mesma mercadoria (no presente caso o sal). nteriormente, o sal encarnava+se emtodo e qualquer valorA doravante, todo e qualquer valor se encarna no sal. 1le no mais umpassivo equivalente qualquer, agora ele um ativo equivalente geral.1ssa reviravolta, como se pode observar, no puramente quantitativa. o contrrio, ela encarna amudan!a qualitativa que condu5ir imperceptivelmente - forma+dinheiro, como =ltima forma dovalor.

    Forma-valor moeda o din!eiro

    " mercadoria especial, com a forma natural - qual o equivalente geral se identifica pouco a poucona sociedade, torna+se mercadoria+moeda, ou, melhor di5endo, funciona como moeda. 'ua fun!osocial especifica e, conseqBentemente, seu monoplio social, o de exercer o papel de equivalenteuniversal no mundo das mercadorias". (O 0apital). 1sta forma do valor se exprime assim

    2 cabra 9: galinhas 9 2C g de ouro2 palet 9

    'obretudo por ra5/es de comunidade, os metais preciosos e o ouro conquistaram o papel derepresentante da moeda. Mas o aparecimento do dinheiro e da moeda, como verif icamosanteriormente, > estava contido em grmen na rela!o mais simples do valor, em que as primeirasmercadorias se trocavam esporadicamente por outras, o que caracteri5ava tambm a primeira etapada autonomi5a!o do valor.

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    7os prximos n=meros, estaremos verificando as etapas decisivas da autonomi5a!o do capital.

    0omunismo 8 poss*vel uma sociedade sem moeda,

    propriedade e 1stadoDporAlmir Cezar

    0omo vocs imaginam que seria a sociedade comunistaD 0omo a sociedade funcionaria -medida que no haveria propriedade e 1stadoD 7o haveria moedaD 0omo se fariam ento astrocas sem um equivalente comum dentro de um complexo sistema econEmico planificadoD planifica!o econEmica ao molde do socialismo real ainda o paradigma para uma transi!osocialistaD partir de algumas indica!/es de Marx e 1ngels e de outros grandes marxistascomo Fenin ou Grots

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    #rivadaI e no IManifesto 0omunistaI de Marx e 1ngels. 1m Fnin tambm podemos encontrar,principalmente no I1stado e a evolu!oI.

    uma coerncia sobre como seria essa etapa no h moeda, no h propriedade privada, noh classes sociais, no h fam*lia e no h 1stado, nem portanto fronteiras nacionais. Odesenvolvimento da cincia e arte so infinitos e exercido por cada indiv*duo. 0ada um

    produ5ir segundo sua capacidade e receber segundo sua necessidade. gesto de pessoasser substituida pela gesto de coisas. #ortanto ingressariamos no reino da liberdade, que seop/e ao atual Ireino da necessidadeI, onde enfim os indiv*duos sero plenos no exerc*cio desuas potencialidades.

    $ais atores elaboram especi%icamente neste sentido&&uem na literatura econEmica elaborou algo realmente solido a respeito de uma teoria datransi!o, onde podemos tirar essas conclus/es que se afirma a respeito do fim do dinheiro ecomo na prtica se efetuariam as trocas em um sistema econEmico global no dominado pelalei do valor, planificado, autogestionrio e sei l mais o que seria caracter*stico de umacomplexa economia socialista+comunistaD Mais uma coisa, uma economia comunista global, tal o 0apitalismo, que regido pela lei do valor, como funcionaria a economia globalD Geria umKosplan mundialD

    7a L'' nos anos 2;C houve um longo e maravilhoso debate sobre a transi!o aosocialismo. Gemos autores como Fenin, Grtseitando qualquer tipo de tese similar ao Isocialismo em ums pa*sI.

    " pas socialista o capitalista& "s critrios para classi%ica'(o'e utili5armos a abordagem anal*tica de Fnin, primeiramente, concluiremos que nenhum pa*sdo mundo no sculo QQ foiatingiu o socialismo, mesmo a ex+L''. Mas sim estavam Iemtransi!o ao socialismoI, e no estou me referindo o que ele tambm clarificou, na distin!oentre IsocialismoI e IcomunismoI.

    #ois o socialismo s poderia triunfar em escala mundial, - medida que o 0apitalismo umsistema mundial e tambm implica numa serie de rela!/es econEmica que substituam aregula!o econEmica pela lei do valor pela a!o do plane>amento estatal e o completodesaparecimento da propriedade no+socialista dos meios de produ!o. O prprio economistapolons Osa expl*citodevido a presso que o stalinismo fa5ia sobre a intelectualidade socialista do Feste 1uropeu.

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    Fnin durante o in*cio da 71# + que tambm difere muito do que os chineses vem fa5endodesde o fim da decada de 2RC + afirmava que a 71# consistia em Ium passo atrs pra dardois pra frenteI ao 'ocialismo, rebatendo aqueles que denunciavam a 71# comorestauracionista do capitalismo. 71# consistia em colocar sob superviso do plane>amentomais generalista a livre porm parcial acumula!o privada na economia nacional. O 1stadocontinuava a ter controle e propriedade da ind=stria pesada e de infra+estrutura, inclusive

    ampliando, ter o monoplio do comrcio exterior e agir atravs do plane>amento interferindonos rumos da economia (mesmo que no atravs de uma planifica!o).

    0hina, ao meu ver, no fa5 isso. O comrcio exterior, embora tenha at uma interferncia do1stado, via cPmbio e tarifas, no est sob o monoplio estatal. O plane>amento no cumpre opapel de interven!o da economia, apenas de orientar os investimentos privados eprograma!o das pol*ticas econEmicas. 1 por fim as propriedades das grandes empresas vemsendo privati5adas ou extintas, ou as que continuam estatais tem gesto autonoma pr+lucros epr+acionistas.

    Mas a um segundo critrio para definir uma economia socialista, nas palavras de FeninIsocialismo poder sovitico mais eletricidade em toda a ussiaI. 7o h mais poder soviticona 0hina. O que h um 1stado que reaceitou a propriedade privada e um partido de 1stado

    que passou a filiar burgueses. Lm regime de bonapartista, onde o partido se veste de umafraseologia marxista aparente, misturando com conceitos at do confusionismo, comoIsociedade harmEnicaI, etc. 1m suma, houve uma mudan!a no carter de classe do 1stado.7o um 1stado Operrio e 0ampons.

    I'e no h o que sociali5arA sociali5ar+se+ia a misriaI 1ssa frase de Grotsur*dica dos meios de produ!o, mas associando um novo padro de dire!o das empresas e

    unidades produtivas e reordenamento da estrutura produtiva. #or sua ve5, essa novas formastra5em consigo a constitui!o de uma nova forma de distribui!o do produto.

    Mas numa economia atrasada o que ocorreD O socialismo imposs*vel de se implantarD 7o.Jrequentemente, sero esses pa*ses que as contradi!/es do capitalismo so maiores abrindoespa!o maior para a prpria atividade revolucionria. Joi o caso da =ssia c5arista. ssimobriga o #oder 'ovitico, isto , o governo revolucionrio a organi5ar a produ!o a fim desuperar as tarefas no cumpridas pelo capitalismo e condu5ir em passos mais lentos eplane>ados a transi!o da economia de mercado para a economia planificada. 0ome!arsociali5ando os grandes meios de produ!o e permitindo a convivncia com a pequenapropriedade ou mesmo uma grande empresas privadas supervisionada. Mas semprecondu5indo+as para coletivi5a!o e integra!o a estrutura socialista de produ!o e parasociali5a!o da sua dire!o, no s >ur*dica como econEmica.

    )Socialismo *oder Sovitico mais eletri%ica'(o de toda a +ssia)1ssa frase de Fnin >unto com a Isociali5a!o...I de Grotsa ainda maisemblemtica sobre o que trata a transi!o ao socialismo. economia da =ssia c5arista, queainda havia passado por uma Kuerra mundial e uma guerra civil, era rural e as for!asprodutivas eram pouco desenvolvidas, e um descompasso enorme entre as necessidadessociais e econEmicas da popula!o e a capacidade de produ!o da sua economia.

    O triunfo do socialismo se daria pela consolida!o da economia estatal proletria por meiotanto da consolida!o, expanso e fortalecimento do poder sovitico, i. e., da governo daditadura do proletariado, mas tambm, da reorgani5a!o da economia e investimentos emindustriali5a!o, mecani5a!o dos processos de produ!o e implanta!o de infra+estrutura.

    eletricidade seria o s*mbolo desses passos. >udaria na mecani5a!o das fabricas e dasfa5endas, a>udando na urbani5a!o e melhoria das condi!/es das cidades e vilas rurais. 1 a

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    eletricidade era a parte mais importante das obras de infra+estrutura, atravs de implanta!o delinh/es e represas. #or sua ve5, os operrios e os camponeses sentindo+se contempladoscada ve5 mais apoiariam e disseminariam os sovietes pela =ssia. #ermitindo assim a =ssiaaguentar o cerco do capitalismo enquanto a revolu!o mundial no vinha.

    Anaria prodtiva versusdemocracia e plane.amento

    Lm importante autor sobre o socialismo no sculo QQ foi Osustar+se at chegar - posi!o de equil*brio. #ara determinar essa fun!o, porm,

    seria preciso resolver ; quest/es a distribui!o de renda e o no. de pre!os q serviriam comoparPmetro na fun!o. &uest/es que, o socialismo tinha condi!/es de resolver, inclusive melhorque no capitalismoA no havia, consequentemente, problemas para a aloca!o eficiente dosrecursos e a maximi5a!o do bem+estar social num sistema socialista

    #or sua ve5, Fange embora entusiasta de aboli!o nas sociedades ps+revolucionrias dasfor!as extra+econEmicas na condu!o da economia, no era um adepto de reorgani5+las emeconomia socialista de mercado. 0riticara a 6ugoslvia por capitular aos desvios anarquistas.cho que quanto a 0hina seria critico por conta disso, pior compreenderia que ela vive agoraum restaura!o, > inclusive conclu*da, do capitalismo. Fange sempre denunciou o carteranrquico da economia socialista de mercado.IO risco do desvio anrquicoI, nas palavra domestre. 7o seu tempo a =nica que adotava era a 6ugoslvia. Onde as leis de mercado sesobrep/e as necessidades e eficincia da produ!o coletivamente integrada e plane>ada.

    1mbora destaque que era economia socialistas mas possuem press/es re+capitalita5antes(retorno ao capitalismo lgica de lucros, individualismo, retorno a pequena propriedade, etc) efossem menos eficientes (competi!o de mercado).

    &uanto a situa!/es de plane>amento em pa*ses capitalistas perifricos, o elemento destacvel o ganho de eficincia e progresso ao adotar o plane>amento e a constitui!o de umsignificativo setor estatal na economia. Fembrando que no uma economia socialista, masmista. 7a tentativa de sair do subdesenvolvimento, do abra!o mortal do imperialismo.

    Fange falava de dois desvios que as forma!/es sociais ps+capitalistas enfrentam o desvioburocrati5ante e o desvio anrquico. @e um lado, imperaria o governo dos especialistas, quedistante da realidade social, no elaboraria planos realistas, e no aproveitaria aspossibilidades criativas dos trabalhadores das empresas, seguindo como critrio interesses de

    uma camada privilegiada no controle exclusivo do 1stado e das empresas. @o outro, elaborariaplanos, ou pior, uma atua!o sem plano nalgum, onde os trabalhadores nas unidadesprodutivas independentes decidiriam sem nenhuma realidade comum ou seguindo critrios dosinteresses do con>unto de trabalhadores da empresa especifica, por sua ve5 resultando numaanarquia econEmica.

    @efendia a necessidade de combinar democracia operria nas esferas superiores deplane>amento central e a gesto democrtica nas empresas, por comits de trabalhadores quetentariam, em meio a um plano que fosse flexivel >ustamente para isso + executando aeconomia plane>ada de maneira realista, dentro da necessidades da sociedade, daspossibilidades dos trabalhadores e aproveitando sua criatividade.

    @essa forma a administra!o da economia nacional se faria de maneira mais eficiente e

    produtiva, evitando a degenera!o burocrtica que enxergava na L'' (com seu Kosplan eministrios econEmicos) ou o anarquismo que via na 6ugoslvia (adotara a autogesto).

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    1 como se fa5 o clculo econEmico no socialismoD 0omo se determina e avalia os pre!os dosinsumos e mercadorias, e seus respectivos custos e grau de eficinciaD O 'ocialismo demercado no aloca eficientemente. lec 7ove, 1rnest Mandel, os economistas soviticos doper*odo Korbachev e outros debatem em torno a polmica sobre o plane>amento e a a!o domercado socialista. Maurice @obb, conclui que o mercado =til como instrumento de regula!o

    durante uma transi!o onde a integra!o das unidades produtivas de uma economia e acentrali5a!o das opera!/es permitir numa etapa seguinte a completa substitui!o das trocasmercantis + e do valor+ pelo plane>amento centrali5ado. @estacando que a importPncia dademocracia nas decis/es do plano e na execu!o e na adapta!o do plano.

    O plane>amento por uma >unta central aloca com mais eficincia alocativa e >usti!a distribuitivaque o mercado livre segundo Osvel. >unta acabava servido como umequivalente a uma pesquisa de mercado ou um plano de estrategia corporativa aos executivosdas empresas + no caso os burocratas e tecnocratas+ ou na melhor das hipoteses ela emulava

    o mercado capitalista e no a substituia.

    O fenEmeno se deve a duas ra5/es e um equivoco. s ra5/es (a) a ausncia de integra!odos centros e unidades produtivas, (b) o planifica!o no democrtica. O equ*voco (c) a idiade mercado socialista e de uso do lucro como sinali5a!o de eficinciaA o chamado por Fangede necessidade de supresso dos mecanismos extraeconEmicos no socialismo desenvolvido.

    O modelo langeano, este mesmo que prova ser o plane>amento do que o livre mercado melhor(e mais) racional alocador de bens e recursos (bem que serve para produ5ir outro bem), naverdade, prova que o modelo de plane>amento apresentado, concebido especificamente para omodelo, melhor do que o livre mercado. O modelo de plane>amento socialista de Fangepoderia ser definido como de Imercado socialistaI Icom uma >unta central que fixa os pre!os,sendo lucro um sinal de sucesso pela empresas socialistas. s empresas vo respondendo ao

    pre!o tabelado, ampliando ou diminuindo a oferta dos bens ou a demanda por recursos, e vice+versa as fam*lias (demanda por bens e oferta de recursos).

    Os desequ*librios so medidos, por um lado, em termos de sobre ou sub+oferta ou em sobre ousub+demanda pelos recursos ou bens ou, por outro, em termos de lucros ou pre>u*5os dasempresas e fam*lias. Os lucros e pre>u*5os so a diferen!a entre receita e despesa. Haveria uma>ustamento de mercado, onde as unidades produtivas (fam*lias e empresas) determinariamsua oferta e demanda tendo como parPmetro as receitas e despesas a partir dos pre!os dosbens e recursos, que so definidos pela >unta central.

    &uando os pre!os dos bens e recursos no correspondem o ponto de equilibrio entre oferta edemanda sinal que as empresas identificam que as receitas das vendas (a esse pre!o)nocorresponde aos custos (pre!os dos recursos), e para evitar pre>u*5os eles suspendem a oferta.

    >unta central a partir de relatrio tcnicos e atenta as varia!/es modifica o pre!o. O inversoacontece quando h um lucro excessivo, as empresas (ou fam*lias) tendero a ampliar a ofertapara ganhar a super+receita advindas de suas vendas. >unta modificaria o pre!o a fim dereequilibrar a rela!o entre oferta+demanda.

    'e a >unta no modifica ocorreria um a>ustamento de mercado, igual ao de livre mercado(atravs de redu!o de oferta e amplia!o da demanda e vice+versa). 7o livre mercado, oa>uste feito pela amplia!o ou redu!o do estoque das empresas e fam*lia ou mesmo pelafalncia ou entrada ou sa*da de empresa do ramo de negcio onde est tendo odesequil*brio. 'e a >unta intervm o a>ustamento mais rpido e sem tanta os pre>u*5os sociaisdo desequil*brio. Gambm com a >unta as empresas e fam*lias tem previso antes de ofertar edemandar quanto vai ter de receita ou despesa. 1sta entidade plane>adora coletiva permite umplane>amento individual, redu5indo riscos e erros das unidades, racionali5ando o clculo

    econEmico, inclusive previamente. 7uma aloca!o mais eficiente, quer di5er com menor erro elogo desperd*cio.

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    Lma economia socialista uma economia de plane>amento central, onde as unidadesprodutivas ficaro passo a passo mais integradas e coordenadas, onde as empresa no tem aliberdade de alocar os recursos e as fam*lias comprar os bens, onde um supervit de receitas(o lucro receita maior que despesa)ou um dficit no no parPmetro de eficincia. Mas omodelo langeano (de Osunta central numa economia de mercado socialista +

    s prova isso que este modelo mais racional e eficiente que o livre mercado. 7o demonstratoda as potencialidades benficas que o plane>amento socialista permite. #ermite apenas queum pouco de plane>amento central tem mais sucesso que uma economia com nenhum +usando no lugar das empresas empresas sociali5adas. plicando paralelamente a ideiaacertada que empresas que aceitariam esse tipo de regula!o, isto empresas socialistasseriam aquelas =nicas que aceitariam seu funcionamento (burgueses e executivos com certe5ano aceitariam tal interferncia em seus negcios particulares).

    O modelo de Fange prova que no m*nimo, no m*nimo, por tentativa e erro, os plane>adorescentrais podem determinar ao plano os pre!o dos recursos (os custos) e pre!os dos bens eservi!os prximo da realidade, e convergiram o pre!o previsto ao efetivo, com o apoio de umplane>amento democrtico, onde o rgo central ser subordinado a mecanismo eletivos ou denomea!o democrtica e os comits gestores de regio ou de fbrica a>udaro atravs do

    acompanhamento concreto e mais prximo do cotidiano da produ!o ou consumo a fornecerinforma!/es ao plane>amento.

    E a /E*& burocracia chinesa sempre vincula suas medidas econEmicas com a 71#. #or outro lado, a71# acusada de ter contribu*do com a burocrati5a!o da evolu!o ussa e o triunfo doregime stalinista que dcadas mais tarde condenou a L'' a letargia econEmica e arestaura!o capitalista. 1la no a>udou, - medida que como reverso parcial e temporria dasmedidas de sociali5a!o no poderia ter fortalecido a burocraciaD 7o alimentou uma levedesigualdade social, re+hierarqui5a!o, forma!o de camadas gerenciais nas empresas queoperavam no mercado e de burocratas tais quais os pa*ses capitalistas tm. resposta noT

    burocracia e a burocrati5a!o estavam presentes desde antes, ainda mesmo no U0omunismo

    de KuerraV. s revoltas e questionamentos no seio da massa a esse regime pol*tico+econEmicoso que obrigaram a flexibilidade representada pela 71#, inclusive como medida para reverteros problemas econEmico+sociais do novo 1stado Operrio advindo da situa!o de pen=ria,desorgani5a!o e atraso econEmico. 7o 0omunismo de Kuerra toda a produ!o e distribui!oeram controladas centralmente. 1 no meio do caos e atraso cultural, no h espa!o para asmassas democraticamente gerirem o 1stado e a economia. 1 tome burocracia para fa5+lo.

    71# + adotada em 2;2, ainda sob dire!o de Fnin, em substitui!o ao chamadoI0omunismo de KuerraI, posto em prtica logo aps a revolu!o e durante a guerra civil +restabelecia rela!/es mercantis no campo em algumas atividades urbanas, garantindo aoscamponeses que a coletivi5a!o agr*cola s ocorreria por adeso voluntria. ssim, em muitoscasos, os camponeses (sobretudo os mdios) chegaram a desfrutar de um padro de vidasuperior ao dos operrios urbanos.

    71# era um sim plano transitrio para planifica!o, por meio da recomposi!o das ind=striase das atividades econEmicas por meio de liberali5a!o privada (que traria recursos e iniciativa,dif*ceis ao 1stado naquele momento de desorgani5a!o), mas sempre sob a vigilPncia doplane>amento e da implanta!o paulatina da nacionali5a!o.

    #orm, quando 71# deu sintomas da necessidade de a>ustes e mesmo de encerramento,pelos anos de 2;:;4 + a>ustes no+feitos pelos interesses e acordos da burocracia (queobrigaram ao prprio 'talin impreterivelmente a fa5er em 2;, do >eito dele, a ferro+e+fogo) WFnin estava incapacitado e depois morto e, por sua ve5, a Oposi!o de 1squerda, que tinhaum programa coerente e a capacidade de fa5+lo, no conseguiu se impor.

    A "posi'(o de Eserda sovitica e o debate sobre transi'(o ao socialismo

    lm da discusso sobre o regime interno do #artido(com a oposi!o advogando mais amploespa!o para o debate e a democracia internos), se opunham a continuidade da 7ova #ol*tica

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    1conEmica (71#). manuten!o da 71# + defendida ento por 'talin e, sobretudo, porNu

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    4. 0ontrole operrio nas unidades de produ!o

    Y. ?igncia de um 1stado Operrio (existncia disso tudo sob)

    R. 6nternacionali5a!o da economia sob o controle dos 1stados operrios.

    H um processo de desaparecimento gradual gerado pelos mecanismos e elementosmencionados acima, que caracteri5am uma economia de transi!o. queles so caracter*stica

    que tipificam uma sociedade em transi!o, que desenvolve conscientemente o processo detransi!o. baixo listo os efeitos que aparecero, o desaparecimento + gradual, continuado ecombinado de2. Mercado domstico + pelo advento do plane>amento, da integra!o das unidadesprodutivas, do fornecimento de produtos sem pagamentos ou moneti5a!o (tal qual atualmentese fornece servi!o p=blicos como sa=de e educa!o)

    ;. Mercado internacional com a integra!o econEmica entre os pa*ses

    X. @iferen!a entre trabalho intelectual e manual + - medida que todo trabalho passaprecisar de elabora!o intelectual (programa!o e plane>amento)e todo trabalho ganhadimenso manual + pela automa!o.

    :. @iferen!a entre cidade e campo + pela mecani5a!o das atividades agr*colas eindustriali5a!o do campo e melhora das condi!/es de vida da popula!o.

    4. 0apital + pois todos os meios de produ!o passam a ser uma propriedade comum eno mais uma mercadoria

    Y. Moeda + pois sero fornecidos os bens e servi!os em espcie aos indiv*duos e cadaum trabalhar sendo sua capacidade e receber segundo sua necessidade.

    Lm elemento imprescind*vel como critrio para classificar uma economia como socialista oprocesso de integra!o geral da estrutura produtiva e de processos de produ!o. Onde asunidades produtivas passam a se interligar, funcionar combinadamente, em rede+ tanto verticalcomo hori5ontalmente.

    1mbora > se>a um processo que se desenvolve mesmo no capitalismo, ser sob o socialismoum processo mais necessrio e imperativo + empresas para ter maior controle sobre aprodu!o + centrali5a!o e concentra!o, - medida que a forma+mercadoria e at as trocasdesaparecem.

    30 espa'o para a moeda no socialismo& /(o !0 trocas no socialismo1 a* h espa!o para moeda no socialismoD #rincipalmente em sua etapa avan!adaD 'emmoeda como ser poss*vel o clculo racional da utili5a!o dos recursos e dos produtosD 7o0omunismo at a moeda desaparece.

    moeda uma mercadoria, intermedirio de troca. Gal conceito fundamental na economiapol*tica. 7as comunidades primitiva ela no existe + quanto mais voltamos no tempo ou maisprimitiva a comunidade ela no est presente, tal como, a existncia da mercadoria. mercadoria s surge quanto existe propriedade, quando esta categoria se desenvolve surge osprodutos ganham carter de mercadoria e precisam ser trocados num mercado. \ medida que,o mercado desaparece no socialismo, isto , se desenvolve a sociedade comunista avan!ada,a mercadoria, e seu equivalente, a moeda, desaparecem. O clculo econEmico, isto , como osagentes sociais entendem a eficincia, o bem+estar e a produtividade da produ!o feita deoutra maneira, o que mesmo ho>e feito, sem depender 2CCZ da moeda, imaginem numasociedade comunista onde o mercado desaparece.

    @evo lembrar ainda que do ponto de vista da histria econEmica a moeda s surge emsociedade IasiticasI (incluindo a* os Maias, 6ncas, etc) porque aparece a propriedade comocategoria social, isto a posse e controle dos recursos e ferramentas (os meios de produ!o)no possui mais a coletividade como um todo e sim pela primeira ve5 a um controle por umgrupo apenas (a nobre5a, escribas e sacerdotes). O que leva que ha>a um grupo social que novive do trabalho e sim do excedente de um outro grupo, o que trabalha. 1sse excedente virara moeda.

    #or outro lado, a diviso do trabalho mais complexa, obriga que ha>a indiv*duos que trabalhaem e outros para produ5ir N, e que precisem trocar, ou receber pelo que o 0 (membro da eliteno+trabalhador) pediu. 1 em terceiro lugar, a propriedade fragmenta a produ!o, h unidade

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    de produ!o independentes que produ5em coisas distintas e em separado dos consumidores,assim haver o mercado para convergir a produ!o e a demanda de produtos, mediadospaulatinamente pela moeda.

    7uma sociedade onde o excedente apropriados por todos, no h grupo privilegiado (queno+trabalha), a produ!o coordenada por todos e onde a produ!o feita integrada (por

    uma I=nicaI unidade produtiva) no h necessidade de moeda para intermediar a troca demercado + o excedente pode ser apropriado em espcie e no necessariamente em moeda.

    O excedente pode ser apropriado em espcie e no apenas sob a forma de moeda. o longoda Histria vrias ve5es foi feito assim. 6nicialmente nas sociedades de economia hidrulica,assim era feito, paulatinamente, esse produto apropriado distribu*do pelo 1stado vai ganhandoa forma de mercadoria+moeda (sal, gado, o cacau, etc) e por fim moeda Ipropriamente ditaI(moeda metal precioso e moeda de curso for!ado.

    Outra caracter*stica que for!a o aparecimento da moeda nessas sociedades e que esseexcedente no serve a satisfa!o de todas as necessidades daqueles que o recebem, sendoobrigado a troc+la com outros indiv*duos +produtores+ por outros produtos, assim essamercadoria ganha o carter uma ImoedaI, mas precisamente de mercadoria+moeda. 1ssa

    segunda fonte do aparecimento da moeda, demonstra uma terceira, que a produ!o tem queser feita por produtores isolados e que precisem trocar produtos, esses produtos passam a tero carter de mercadorias e de um meio de unidade de medida de valor entre eles e de facilitarde troca, sendo cumprido pela mercadoria mais socialmente aceita + aquela que o 1stadodistribui + o excedente.

    &uanto falo em sociedades hidrulicas ou IasiticasI, a cincia fala do modo de produ!o quevivem, independentemente do tempo cronolgico. Os incas, maias, toltecas, astecas, possu*amas mesmas caracter*sticas do eg*pcios, babilEnicos, etc, um estado proprietrios dos meios deprodu!o, apropriava do excedente, um governo centrali5ado no monarca sumo+sacerdote ouIsemidivinoI, classe dominante de nobres, sacerdotes e escribas, grandes cidades, e aprodu!o agr*cola organi5ada no trabalho coletivo ou em lotes de terras irrigados por longoscanais.

    mercadoria moeda no era predominante no modo de produ!o asitico, somente noescravagismo que ganha tal importPncia, mas ser naquelas sociedades que surgir, comoinclusive moedas de caracter*sticas mais avan!adas como moeda metal precioso e moeda decurso for!ado. &ual era a classe de produtores predominante, era a do campons servil, cu>oexcedente era em espcie tranferido na forma de impostos e oferendas para o 1stado e castassacerdotais.

    1sse excedente (em espcie) ser inicialmente distribuido pelo 1stado ao no+produtores +soldados, sacerdotes, escribas e nobres + em espcie, mas - medida que a sociedade sedesenvolve imp/e+se gradualmente que esse excedente em espcie (alimentos, roupas, etc)se>a paulatinamente, tal qual - medida que surge o ImercadoI e a mercadoria, substituido porum produto de grande aceita!o que ganhar o papel de mercadoria moeda.

    7o ve>o, inclusive a lu5 do marxismo ou de qualquer outra corrente cient*fica eou socialista,elementos que confirem uma liga!o histrica e real automtica entre excedente e moeda. 1inclusive Iexcedente no moedaI, produto no apropriado pelo produtor, sobre+produto. Lma moeda uma mercadoria especial (a) que serve de unidade universal de trocacom outras mercadoriasA (b) que serve como unidade de contaA e (c ) que serve como reservade valor.

    7uma sociedade onde o 1stado possui os meios de produ!o h ainda moeda e mercado. Odesaparecimento de ambos no provocado pela estati5a!o e sim que torna imperativo aintegra!o de todo o parque industrial. ssim as trocas e o fluxo de produtos no se processamem mecanismo de oferta vs.demanda, e sim por aloca!o administrativa e registro contbil. Oexemplo, que no capitalismo avan!ado, uma grande empresa vertical, controlando todo o

    ciclo de produ!o de uma mercadoria, da matria+prima ao bem final, em geral usa tal

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    mecanismo de aloca!o+ e passa a ser muito mais eficiente que se no tivesse controle total edependente das flutua!/es e incerte5as inerente ao mercado.

    Lma sociedade de economia totalmente integrada, o que uma constru!o de de5enas de anose abrangido toda ou quase todo o mundo, o conceito de mercado perde ob>etivamente sentidoe necessidade, alm disso, imp/e+se e imposto pela necessidade de automati5a!o quase

    total da produ!o, que por sua ve5 obriga uma aloca!o administrativa e no via mercado.ssim o fracionamento da produ!o por m=ltiplas unidades de produ!o, conseqBncia damultiplicidade de propriedades dos meios de produ!o, condi!o para a existncia demercados + onde entes independentes ofertantes e demandantes trocam mercadorias(bensservi!osfator de produ!o por moedas e vice+versa), desaparece e por sua ve5 a prpriaobriga!o da existncia de moeda.

    8 claro que, nesse processo dinPmico e histrico, no seu decorrer, o mercado e depois aprpria moeda vo perdendo importPncia e por fim desaparecem. 7o inicio o valor vaisendo substitu*do tanto pelo registro contbil como por t*quetesbEnuscart/es ou outra formassemelhantes + o que > estamos vendo mesmo ainda no capitalismo + edepois paulatinamente desaparecem. 7um grau mais avan!ado, a necessidade de um enteplane>ador central para a prpria aloca!o administrativa desaparece, isto , o prprio 1stado

    perde necessidade de existir, - medida que a produ!o se *ntegra e se automati5a totalmente.

    (*)peo desculpa aos leitores do blog tendo em vista que este artigo est em constanteaperfeioamento de contedo e redao, podendo sofrer eventuais modificaes e verses aolongo do tempo.

    1ibliogra%ia:

    Marx.I0r*tica ao #rograma de KothaI

    ]]]]]]. I6deologia lemI

    1ngels. Inti+@uhringI

    ]]]]]]. I Origem da Jam*lia, do 1stado e da #ropriedade #rivadaI

    Marx e 1ngels. IManifesto 0omunistaI

    Fange. I1conomia #ol*tica do 'ocialismoI

    ]]]]]]]]]] IModerna 1conomia #ol*ticaI

    Fnin. IO 1stado e a evolu!oI

    #reobra5hens


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