UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
GIOVANA FLACH
Trabalho de Iniciação Científica A SISTEMÁTICA DA IMPORTAÇÃO DE
VINHO FINO DE MESA PROVENIENTE DO CHILE: UM ESTUDO DE CASO EM UM
DESPACHANTE ADUANEIRO
ITAJAÍ 2015
GIOVANA FLACH
Trabalho de Iniciação Científica A SISTEMÁTICA DA IMPORTAÇÃO DE
VINHO FINO DE MESA PROVENIENTE DO CHILE: UM ESTUDO DE CASO EM UM
DESPACHANTE ADUANEIRO
Trabalho de Iniciação Científica desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Comércio Exterior do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.
Orientador: Prof. MSc. Júlio César Schmitt Neto
ITAJAÍ 2015
Agradeço a Deus que é de verdade e de todo coração, o meu tudo.
À minha família, e principalmente a minha amada e incansável mãe, aos
amigos que torcem por mim e ao meu orientador Prof. MSc. Júlio
César Schmitt Neto por toda compreensão, paciência e apoio que
sem dúvida, fazem parte dos principais motivos que me fizeram
chegar até o final desta etapa.
“Só se pode alcançar um grande
êxito quando nos mantemos fiéis a nós mesmo” (Friedrich Nietzsche)
EQUIPE TÉCNICA
a) Nome do estagiário Giovana Flach b) Área de estágio Sistemática de Comércio Exterior (Importação) c) Orientador de conteúdo Prof. MSc. Julio Cesar Schmitt Neto d) Responsável pelo Estágio Profª. MSc. Natalí Nascimento
RESUMO
Em um mundo em que os países necessitam aliançarem-se cada vez mais para competirem frente ao ambiente que se formou no comércio internacional, fortalecer as relações comerciais se torna demasiadamente relevante. O Brasil e Chile buscam estreitar essa relação se unindo cada vez mais através da diminuição das barreiras entre eles, principalmente em relação aos acordos firmados a fim de se beneficiarem. A importação, pode ser compreendida em todo este contexto como fator essencial no campo do comércio internacional e dos relacionamentos bilaterais, diversificando amplamente os mercados. Este Trabalho de Iniciação Científica tem como objetivo principal apresentar a sistemática de importação de vinho proveniente do Chile, através de um estudo de caso em um despachante aduaneiro, e para tanto foi demonstrado o mercado chileno e sua relação comercial com o Brasil observando o movimento econômico e os benefícios firmados entre eles, o tratamento administrativo o qual o vinho fino de mesa vindo do Chile está sujeito e um roteiro do processo de importação de vinhos do Chile, marítimo, por meio de um estudo de caso em um despachante aduaneiro, realizado através de etapas identificando suas particularidades. Foi utilizado como metodologia para alcançar o resultado deste trabalho o método qualitativo, apresentando e interpretando os dados coletados. Quanto ao meio foi adotada a forma bibliográfica, utilizando-se de diversas contribuições para compor o trabalho. E quanto aos fins utilizados, a pesquisa enquadrou-se como descritiva trazendo as características mais significativas a fim de estabelecer relações entre elas, classificando-se também como um estudo de caso. Contudo, a pesquisa pôde demonstrar com gráficos e tabelas a relação comercial dos países em questão, conhecer através de leis, instruções normativas e decretos, o tratamento administrativo envolvido, e com etapas inteirar-se do roteiro desta importação. A partir dos resultados obtidos, foram aprofundados os conhecimentos acerca das relações comerciais e econômicas que envolvem essas nações e possibilitou, principalmente, adquirir maior domínio sobre esta operação. Palavras-chave: Sistemática da Importação de Vinho. Relações Comerciais. Brasil. Chile.
LISTAS DE TABELAS
Figura 1 – Comércio Bilateral Total Brasil – Chile 30
Figura 2 – Direção das Exportações Chilenas – 2013 31
Figura 3 – Direção das Exportações Chilenas – 2014 31
Figura 4 – Origem das Importações Chilenas – 2013 32
Figura 5 – Origem das Importações Chilenas – 2014 33
Figura 6 – Composição das Importações Brasileiras 33
Figura 7 – Principais grupos de produtos importados pelo Brasil em 2015 34
Figura 8 – Principais produtos agrícolas importados pelo Brasil do Chile 34
Figura 9 – Nomenclatura Tarifária Nacional NCM 2204 36
Figura 10 – Relação dos bens sujeitos a Licença/proibição na Importação 37
Figura 11 – Classificação Fiscal do Vinho 37
Figura 12 – Classificação IPI - classes por capacidade (ml) do recipiente 38
Tabela 1 – Classificação IPI – classes em R$ 39
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LISTA DE SIGLAS
ABBA – Associação Brasileira dos Importadores e Exportadores de Bebidas e
Alimentos
ACE – Acordo de Complementação Econômica
ALADI – Associação Latino-Americana de Integração
ALF – Alfândegas
BACEN – Banco Central do Brasil
B/L – Bill of Lading
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CI – Comprovante de Importação
CMN – Conselho Monetário Nacional
CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CPF – Cadastro de Pessoa Física
DARE – Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais
DEAEX – Departamento de Estatística e apoio à Exportação
DECEX – Departamento de Operações de Comércio Exterior
DECOM – Departamento de Defesa Comercial
DECOE – Departamento de Competitividade no Comércio Exterior
DEINT – Departamento de Negociações Internacionais
DI – Declaração de Importação
DTA – Declaração de Trânsito Aduaneiro
DTC – Declaração de Trânsito de Conteiner
DRF – Delegacias da Receita Federal
ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias
II – Imposto de Importação
IN – Instrução Normativa
IPI – Imposto Sobre Produtos Industrializados
IRF – Inspetorias da Receita Federal
LI – Licenciamento de Importação
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
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MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
MERCOSUL – Mercado Comum do Sul
MF – Ministério da Fazenda
MRE – Ministério das Relações Exteriores
NBM – Nomenclatura Brasileira de Mercadorias
NCM – Nomenclatura Comum do Mercosul
OMC – Organização Mundial do Comércio
PIB – Produto Interno Bruto
PIS – Programa de Integração Social
PLMI – Protocolo de Liberação de Mercadoria Importada
Recon – Registro e Controle Cambial
RFB – Receita Federal do Brasil
SECEX – Secretaria de Comércio Exterior
SH – Sistema Harmonizado
SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior
SRFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil
Suframa – Superintendência da Zona Franca de Manaus
TEC – Tarifa Externa Comum
TIPI – Tabela do IPI
UF – Unidades da Federação
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................10 1.1 Objetivo geral.......................................................................................12 1.2 Objetivos específicos...........................................................................12 1.3 Justificativa da realização do estudo...................................................12 1.4 Aspectos metodológicos......................................................................13 1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados..............................................14 2 COMÉRCIO INTERNACIONAL...............................................................15 2.1 Importação............................................................................................20 2.2 Documentos na Importação.................................................................22 2.3 Órgãos Intervenientes na Importação..................................................25 3 A SISTEMÁTICA DA IMPORTAÇÃO DE VINHOS DO CHILE................29 3.1 O mercado Chileno e sua relação comercial com o Brasil..................29 3.2 O tratamento administrativo para a importação de vinhos do Chile....35 3.3 Roteiro do processo de importação de vinhos do Chile.......................42 3.3.1 Recebimento do e-mail pré alerta........................................................42 3.3.2 Análise dos documentos......................................................................42 3.3.3 Documentos originais...........................................................................43 3.3.4 Abertura do processo...........................................................................43 3.3.5 Emissão do Licenciamento..................................................................43 3.3.6 Acompanhamento da mercadoria e solicitação de remoção...............44 3.3.7 Emissão do Conhecimento de Embarque............................................44 3.3.8 Termo de Avarias.................................................................................45 3.3.9 Lançamento CE Mercante...................................................................45 3.4 Chegada da carga................................................................................45 3.4.1 Requerimento da madeira....................................................................46 3.4.2 Vistoria do MAPA.................................................................................46 3.4.3 Pagamento do B/L...............................................................................47 3.4.4 Conferência da Declaração e autorização para registro......................48 3.4.5 Envio das amostras para o laboratório................................................48 3.4.6 Pagamento de tributos.........................................................................48 3.4.7 Parametrização....................................................................................49 3.4.8 Desembaraço.......................................................................................49 3.4.9 Emissão do Comprovante de Importação............................................50 3.5 AFRMM................................................................................................50 3.5.1 Selagem...............................................................................................50 3.5.2 Programação e carregamento.............................................................51 3.5.3 Faturamento.........................................................................................51 3.5.4 Arquivamento.......................................................................................51 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................53 REFERÊNCIAS..................................................................................................55 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS...............................................................61
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1 INTRODUÇÃO
Vive-se em um mundo altamente competitivo em todas as áreas, onde muitas
organizações e segmentos buscam por alternativas e estratégias que lhes
favoreçam diante de seus concorrentes, garantindo desta forma sua participação, e
muitas vezes, sua sobrevivência no mercado em que atuam a fim de serem
fortalecidos frente à concorrência.
A importação nos dias de hoje é de grande importância para que o comércio
internacional continue se desenvolvendo, como também é imprescindível para o
país, pois compõe a sua balança comercial ainda que se trate de saída de capital.
Porém, no entanto, também é evidente que esta prática proporciona benefícios se
tratando das relações comerciais com os países.
O Chile é visto muitas vezes como um vizinho distante do Brasil. Mas a
presença brasileira no país está crescendo, principalmente em relação ao número de
turistas brasileiros. O Chile é o segundo principal parceiro econômico do Brasil na
América do Sul por meio de negócios, ficando apenas atrás da Argentina. O país
tem adotado um desenvolvimento diferente do Brasil isso justifica ter uma das
economias mais abertas do continente. As relações entre os dois países podem vir a
aumentar à medida que investimentos brasileiros no país aumentem.
A troca de produtos, serviços e tecnologia com o exterior requer
conhecimento e, por consequência, um planejamento minucioso das ações a serem
tomadas em curto e em longo prazo e isso tem sido feito através do despacho
aduaneiro que tem o intuito de verificar a exatidão dos dados declarados pelo
exportador ou importador à mercadoria tanto exportada quanto importada, aos
documentos apresentados e à legislação vigente, tendo vista ao desembaraço. Com
base no desembaraço é autorizada a saída da mercadoria para o exterior, no caso
de exportação, ou a entrega da mercadoria ao importador, no caso de importação,
sendo uma forte base para os importadores.
Mesmo a importação sendo bem mais burocrática que a exportação, ela vem
crescendo muito, e para que possa suprir essa demanda, os despachantes
aduaneiros têm o objetivo de assessorar empresas que desejam adquirir produtos
em outros países.
11
Com intuito de aumentar a variedade de produtos oferecida no ramo
alimentício e devido a isso atingir um público maior, as empresas brasileiras
buscaram em outros países produtos de qualidade diferenciada. Um desses
produtos é o vinho, sendo que os vinhos argentinos, chilenos e uruguaios são
apreciados em vários países, inclusive no Brasil.
Com isso, este trabalho tem como objetivo apresentar a sistemática da
importação de vinho finos de mesa, proveniente do Chile através do despachante
aduaneiro.
Este trabalho encontra-se estruturado da seguinte maneira: o primeiro capítulo
aborda a introdução, compreendendo os objetivos, a justificativa e explica a
metodologia utilizada para elaboração do trabalho. Já o segundo capítulo abrange a
importação e seus devidos aspectos. No capítulo três, foi apresentado o mercado
chileno e sua relação comercial com o Brasil, foram relatadas também todas as
etapas, com as particularidades do produto em questão, pertinentes ao despachante
para elaboração, desenvolvimento e conclusão do processo. No capítulo quatro são
apresentadas as considerações finais do trabalho.
1.1 Objetivo geral
Apresentar a sistemática da importação de vinhos finos de mesa,
provenientes do Chile, por meio de um estudo de caso em um despachante
aduaneiro.
1.2 Objetivos específicos
Apresentar o mercado Chileno e sua balança comercial com o Brasil.
Demonstrar o tratamento administrativo aplicado na importação brasileira
de vinhos finos de mesa.
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Elaborar um roteiro do processo de importação de vinhos finos de mesa,
marítimo, provenientes do Chile através do despachante aduaneiro.
1.3 Justificativa da realização do estudo
Em virtude da burocracia existente em um processo de importação, esta
pesquisa aprofunda o conhecimento sobre as particularidades dos procedimentos
necessários ao realizar uma importação de vinhos finos de mesa, provenientes do
Chile, por meio do despachante aduaneiro.
O presente trabalho tem como propósito, para a acadêmica, ampliar a visão
sobre o mercado chileno e suas relações comerciais com o Brasil como também
atribuir mais conhecimento técnico do produto e ter o conhecimento da prática de um
despachante aduaneiro.
Para a sociedade o trabalho é relevante pois demonstra de forma clara toda a
sistemática de importação do produto, servindo assim, de material para todas as
pessoas do ramo ou não.
O mesmo proporcionará à Universidade uma fonte de pesquisa em que os
acadêmicos poderão desenvolver trabalhos baseados no tema em questão, pois há
poucos trabalhos sobre o assunto e ajudará os acadêmicos a aprofundar seus
conhecimentos na área da Importação.
O trabalho mostrou-se viável, devido ao material disponível em sites
governamentais, Trabalhos de Iniciação Científicos já concluídos nesta mesma
universidade, legislação acerca do tema e livros.
1.4 Aspectos metodológicos
São apresentados neste item, os aspectos que definem e estruturam este
trabalho, levando em conta a tipologia de pesquisa, área de abrangência, os
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procedimentos para coleta e tratamento dos dados, como também sua apresentação
e análise.
Segundo Oliveira Netto (2008, p. 38) “[...] o método é “uma maneira de como
se fazer algo”. Dessa forma em se tratando da prática científica, é necessária a
existência e a aplicação de um método.”.
A abordagem metodológica desta pesquisa classifica-se como qualitativa,
que de acordo com Barros (2004) é a apresentação na forma verbal, oral ou em
forma de discurso, dos dados estudados, que pode ter sua análise composta por
etapas como a organização e descrição, redução e interpretação dos dados pelas
categorias teóricas de análise e análise de conteúdo.
A abordagem qualitativa nos leva, entretanto, a uma série de leituras sobre o assunto da pesquisa, para efeito da apresentação de resenhas, ou seja, descrever pormenorizada ou relatar minuciosamente o que os diferentes autores ou especialistas escrevem sobre o assunto e, a partir daí, estabelecer uma série de correlações para, ao final, darmos nosso ponto de vista conclusivo. (OLIVEIRA,1999, p. 117).
Quanto à obtenção dos materiais, foi adotado o meio bibliográfico, que
conforme apresenta Cervo e Bervian (2007, p. 60) “[...] busca-se conhecer e analisar
as contribuições culturais ou científicas do passado sobre determinado assunto,
tema ou problema.”. O autor Oliveira Netto (2008) cita como fundamental, o fato de
se utilizar de diversos meios de contribuições científicas, como por exemplo, livros,
dissertações, artigos científicos, periódicos e acervo virtual, possibilitando assim
levantar todo o material e informação necessária, a fim de que se possa alcançar o
resultado esperado para o projeto em questão.
Em relação aos fins utilizados, a pesquisa enquadra-se na forma descritiva,
devidamente retratada abaixo.
As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. (GIL, 1991, p. 46).
14
Sendo conceituado também por Cervo e Bervian (2007) como uma forma de
descobrir de maneira exata a frequência que ocorre certo fenômeno e sua conexão
e correlação com outros fenômenos e fatos, assim como também sua natureza e
características, observando, registrando e analisando de forma correta, ou seja, sem
induzir a algo.
O estudo de caso, conforme Barros (2004) é uma metodologia de estudo que
está relacionada à análise aprofundada das informações reunidas sobre um
determinado caso ou diversos. Sendo visto por Oliveira Netto (2008, p.30) como “[...]
um procedimento de pesquisa que investiga um fenômeno dentro do contexto local,
real e especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão
claramente definidos.”.
1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados
O conteúdo deste trabalho e todos os dados e informações nele presente
foram obtidos através de pesquisa bibliográfica, artigos científicos e meio
eletrônicos, sendo que estão dispostos de uma forma descritiva, contando também
com tabelas e quadros para uma melhor visualização e compreensão do tema
abordado.
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2 COMÉRCIO INTERNACIONAL
Foi na antiguidade clássica que foram instituídas as bases do comércio
internacional, porém esse comércio era um tanto quanto “inexpressivo” na época,
pois a importação e exportação eram somente feitas com artigos de luxo pela
civilização egípcia, da qual se tem relato, o que o tornava de certa forma
insignificante (CARVALHO, 2004).
Contudo, na pré história, como relatado por Campos (1990) os chefes tribais
já realizavam as primeiras tentativas de permuta, as quais eram feitas com a
intenção de satisfazer as vontades e necessidades de suas tribos, trocando sua
produção originária pelos excedentes de produção de outras tribos. Sendo que
essas simples trocas, com o desenvolvimento social e econômico, passaram de
meras manifestações para uma forma de comércio consolidado.
O comércio internacional, com o surgimento da civilização mesopotâmia,
segundo Campos (1990), ficou mais intenso do que o que existia no Egito, e a sua
atividade era predominante na cidade da Babilônia, onde diversas cidades da região
e diversas caravanas se reuniam, pois era ponto obrigatório de tráfego, sendo
considerado este o local de origem das faces do comércio internacional. No entanto,
a cidade em certo momento entrou em decadência dando fim as rotas terrestres, o
que abriu caminho para o comércio internacional marítimo, o qual teve seu início
através dos atenienses pelo mar mediterrâneo e expansão com a intensa atividade e
dedicação dos fenícios que conforme complementado por Guidolin (1991)
dominavam o comércio marítimo com seu conhecimento e habilidades e em
consequência disso se tornaram grandes comerciantes com os postos de vendas
que foram sendo instalados pela Europa.
A queda do império romano dificultou o desenvolvimento do comércio
internacional fazendo-o declinar, pois de acordo com Carvalho (2004) o Império
Romano foi o que mais contribuiu para o desenvolvimento do comércio exterior visto
que Roma dominava o mundo naquela época.
[…] a predominância dos grandes impérios caracterizou a civilização mundial. O Império Romano foi responsável no mundo ocidental pela
16
existência de um sistema “unipolar”, onde Roma controlava as relações econômicas e comerciais entre os povos. (TORRES, 2000, p.18).
Apenas na Idade média com o surgimento de cidades livres e repúblicas
italianas que se conseguiu superar e assentar as normas do comércio marítimo, pois
o comércio estava restringido entre as cidades de um país, devido à existência de
barreiras aduaneiras, mas que foram se extinguindo gradativamente bem como visto
em Campos (1990).
O que se sucedeu ao império foi a economia feudal, conforme descrito por
Torres (2000), que era o sistema que predominava na idade média tendo como
característica mais marcante, o fato de não ter um governo centralizado e também
por existirem classes sociais diversas, disposição essa que contribuiu na criação de
empecilhos para todo comércio que não fosse local, eram cobrados impostos e
tarifas e repassados a um senhor feudal. A burguesia, entretanto, entrou em
ascenção e o sistema feudal estava sendo comedido a profundas crises e
simultaneamente a estes fatos o capitalismo foi nascendo.
Segundo Dias (2002) no período mercantilista, idade moderna, com os novos
Estados estruturados, foi necessária a participação de burocratas e comerciantes
para que se pudesse administrar e financiar as novas práticas. A partir desses
grupos e com o fortalecimento do Estado controlados por estes, no final do século
XV, acontecia um enorme avanço para o futuro do comércio mundial, com a
descoberta e exploração de novas rotas e alianças que acabou por abençoar o
comércio internacional com grande diversidade.
Neste período, com as novas descobertas, o crescimento econômico foi
notável, principalmente com a nova classe social, denominada capitalista, que com
seu alto poder aquisitivo direcionava seu consumo para os produtos internacionais
segundo Guidolin (1991).
No final do século XVIII, com o marco que foi a Revolução Industrial, que deu
início a mais uma série de mudanças aplicadas no método de produção, surgindo
novas técnicas e invenções. Sendo que estas inovações resultaram no que
podemos chamar de Primeira Guerra Mundial, uma disputa por matéria prima e
poder econômico, o que aumentou a interdependência econômica entre os países.
De acordo com Jakobsen (2005), o período entreguerras ficou condicionado a
recuperação dos prejuízos causados pela Primeira Guerra e por todas as
17
consequências de uma forte retração do comércio mundial decorrente desses
fatores e somados a crise de 1929, retração essa que perdurou por quase 40 anos.
Tanto à Primeira quanto a Segunda Guerra, é atribuído certo destaque ao que
se refere a avanço tecnológico, até mesmo pelo fato da reconstrução das nações
que foram devastadas, sendo ocasionado um impulso na economia internacional
contribuindo para o progresso e desenvolvimento das mesmas, conforme Campos
(1990). Antes os principais atores do comércio internacional eram os Estados, porém
atualmente temos outras organizações à frente.
O enfraquecimento do Estado está relacionado com a soberania que regula o
comércio exterior. Os governos nacionais já não conseguem ter o pleno controle de
suas moedas e suas taxas cambiais, pois as relações agora são interdependentes
segundo descrito em Torres (2000).
Com o término da Segunda Guerra, de acordo com Jakobsen (2005), as
potências que saíram vitoriosas sentiram a necessidade de estabelecer, ao que se
tratava do sistema monetário, dos investimentos e do comércio mundial em si,
instituições que pudessem criar regras e supervizionar as mesmas em um nível
mundial.
Em vista disso, temos a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI), com a consequente reforma monetária internacional, do Acordo Geral sobre as Tarifas Aduaneiras e o Comércio (GATT), e de sistemas de integração regional em todas as partes do mundo, muito contribuiu para o desenvolvimento do comércio internacional. (CAMPOS, 1990, p. 56).
O comércio internacional muda constantemente, e nas décadas anteriores a
de 90 já tinham ocorrido grandes transformações, no entanto, após a Guerra Fria e a
queda do muro de Berlim em 1989 houve uma revolução a qual afetou
completamente o comércio internacional devido à importância desses
acontecimentos, colocando em perspectiva a globalização conforme visto em Maia
(2000).
A expansão do comércio internacional, segundo Campos (1990) está ligada a
acontecimentos históricos como a Revolução Industrial com a criação e ampliação
de indústrias gerando empregos, as grandes guerras com os novos recursos
tecnológicos bem como outros acontecimentos citados anteriormente, sendo assim
18
alcançando praticamente todas as regiões do mundo e suas nações,
compreendendo, portanto, o fenômeno de globalização.
Conceituado por Torres (2000), o fenômeno da globalização gera um
ambiente multipolar onde o poder se distribui de uma forma mais ampla, reduzindo a
capacidade do Estado Nacional interferir e regular a economia.
Na atualidade, o comércio entre as nações é algo essencial, pois estas estão
de alguma forma interligada em algum ou variados aspectos, seja na produtividade,
na mão de obra, matéria prima, se complementando dessa forma e colaborando
para existência e crescimento do comércio internacional.
O comércio internacional em Ratti (2006) pode ser visto em primeira mão, por
algumas pessoas, como uma extensão do comércio interno, pois se assemelham em
diversas questões, uma delas está no seu fundamento, ou seja, na necessidade ou
nos desejos do ser humano, sendo que ambos têm como fator crucial suprir tais
fatores.
Quanto a sua origem também pode-se observar essa ligação, pois não há
possibilidades de todos os bens e serviços dos quais se necessita ou se deseja
estarem reunidos e disponíveis em um mesmo lugar, pelo simples fato das regiões
não terem os mesmos climas, recursos e assim por diante, umas são mais
afortunadas em suas áreas geográficas e determinados bens, e outras são mais
prósperas em seus recursos financeiros e tem maior domínio de certas técnicas e
serviços, ou seja, a distribuição é desigual, sendo, portanto, desse modo que o
comércio acontece, cresce e se desenvolve.
Segundo Werneck (2007) afirma que devido a distribuição desigual dos
recursos naturais e também do serviço especializado faz com que no geral as
sociedades se tornem dependentes umas das outras.
[...] as diferenças entre o comércio interno e o comércio internacional são devidas principalmente a: variações no grau de mobilidade dos fatores de produção, natureza do mercado, existência de barreiras aduaneiras e outras restrições, longas distâncias, variações de ordem monetária e variações de ordem legal. (RATTI, 2006, p. 307).
Como visto, apesar das semelhanças entre esses dois tipos de comércio, há
também certas divergências que fazem com que seja necessário serem explorados
de maneiras individuais.
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O comércio internacional como se pode observar, é um assunto de grande
amplitude, o qual envolve diversas teorias e questões, mas um tema que também é
discutido com certa frequência é o que estuda a relação do comércio internacional
com o crescimento econômico.
Assim como dispõe Stancheva-gigov (2014) nos dias atuais, não tem país que
não desenvolva relações comerciais com os demais ao redor do mundo. E para
todos os países, ao que se alude as suas economias, não se pode negar os
benefícios e a importância do papel do comércio internacional em seu notável
desenvolvimento.
Os países da comunidade capitalista universal, estão de tal forma interligados no sistema econômico vigente que a grande maioria não pode se afastar da linha econômica traçada pelos acordos, tratados e convenções de âmbito internacional, em vigor na economia mundial qualquer afastamento pode lhes acarretar imprevisíveis consequências de ordem econômica ou, até mesmo, política. (CAMPOS, 1990, p.34).
Além disso, Stancheva-gigov (2014) ressalta que a taxa de crescimento das
economias que abriram as portas para o comércio é maior do que a das economias
fechadas e que isso acaba afetando positivamente o crescimento econômico: a
abertura comercial influencia os governos nacionais a implementação virtuosa de
políticas macroeconômicas dentro do quadro de acordos do comércio internacional.
Para que torne mais acessível para as empresas comprarem, venderem e
trocarem seus produtos, seus serviços e suas tecnologias, é necessário que o
governo dos países incentive o comércio facilitando o desenvolvimento dos negócios
para que tenham melhores benefícios (CASTRO, 2000).
Sendo assim, pode-se dizer que abrir o comércio para as nações é uma das
chaves determinantes ao crescimento econômico e que os países os quais são
sucedidos no comércio internacional são abertos para investimentos diretos
estrangeiros, atraindo trabalhadores estrangeiros e alcançando maior crescimento
econômico do que países que deixaram de se integrar na economia global, sendo
assim relatado por Stancheva-Gigov (2014). Isso demonstra que há uma ligação
positiva dessas partes, que permite trazer crescimento e desenvolvimento para os
países e suas economias.
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Por fim, acaba-se por retratar o comércio internacional em sua origem e
expansão, consolidação, globalização econômica e integração regional, podendo
observar o papel importante de cada etapa para chegar ao que foi formado até os
dias de hoje.
2.1 Importação
A importação é o processo comercial e fiscal de ingresso de mercadoria
estrangeira ou serviço no país, porém pode-se acrescentar através do autor Ratti
(2006), que há também a importação interna, isto é, aquisições feitas entre regiões
de um mesmo país.
Conceituada por Campos (1990), a importação é basicamente o inverso da
exportação, é um procedimento que tendo sanadas as exigências comerciais e
legais acaba por conceder o ingresso de uma mercadoria no território aduaneiro
resultando assim na saída de divisas do país que podendo complementar com Vieira
(2012, p.33) “[...] tal aquisição oportuniza o intercâmbio entre os países, denominado
na atualidade como mercado globalizado.”.
O processo de importação pode ser visto como um processo de abertura
comercial, que de acordo com Vieira (2012) para esse propósito é necessário
algumas alterações retirando da política de comércio exterior do país aquilo que
acaba por impedir as importações ou dificulta-lás, como as restrições das barreiras
não-tarifárias, como a maioria dos regimes especiais, e também como as
implementações a fim de reduzir as alíquotas de Imposto de Importação.
De fato, essas transformações fazem com que, de certa forma, a indústria
nacional sinta-se um tanto quanto desprotegida, porém, acaba por fomentar o
desenvolvimento e atribuir maior competitividade no âmbito internacional. Faz com
que as indústrias se renovem e se atualizem, tendo a oportunidade de buscar fora
ferramentas para se desenvolver e então avançar, dando passos mais largos do que
antes podiam prever.
Conforme Peria (1990) podem-se destacar alguns objetivos dentre os muitos
que fazem um país permanecer importando, por exemplo, adquirir mercadorias que
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não produz e suprir as necessidades internas, assim como proporcionar um
relacionamento com os demais países. Sendo que em Campos (1990) pode-se
observar que as principais razões para um país exercer esse processo é ter em vista
que importação gera exportação, ter a necessidade de adquirir o que não possui
tanto matéria-prima como material secundário e também como fator de incentivo a
qualidade e preço, impulsionando a economia oferecendo produtos estrangeiros em
seu mercado.
Ainda que um país seja muito bem estruturado financeiramente, as
importações continuam sendo essenciais para a sua economia, isso demonstra que
independente de sua abundância, isso não o torna autossuficiente, tendo em vista
que quanto mais desenvolvido e mais industrializado seja um país mais ele
necessitará intensificar seu relacionamento com os demais assim como retratado em
Peria (1990).
A importância da importação está na diversificação de mercados, deixando de atuar apenas no mercado interno nas suas compras, aumentando o seu leque de fornecedores e reduzindo seus riscos de crise de mercado, como aumento de preços e política govenamental [...]. (KEEDI, 2011, p.26).
Segundo o autor Peria (1990) pode-se contar com pelo menos três fases ao
que se refere as importações, a administrativa, a fiscal e a cambial. Na fase
administratriva temos procedimentos a serem feitos exigidos pelos órgãos
competentes em questão, como por exemplo o licenciamento de importação. Na
parte fiscal, temos a conferência de toda documentação, de tudo aquilo que foi
declarado conforme as legislações específicas, passando também pelos recintos
necessários para fiscalização e sendo recolhidos os tributos concernentes a esta
mercadoria. Por fim, a fase cambial é aquela em que se conclui o pagamento da
importação.
Pelo fato de as importações envolverem diversas nações que são compostas
por variadas moedas com também valores diferentes, o que diz respeito a cobertura
de uma importação, é assim declarado por Ratti (2006, p.314) “[...] a importação
poderá ser com cobertura cambial ou sem cobertura cambial, conforme implique ou
não um pagamento a ser efetuado pelo importador nacional.”.
22
A importação também pode ser feita de duas formas, a definitiva ou não-
definitiva. A diferença entre elas é que a primeira, de acordo com Bizelli (1997),
ocorre quando a mercadoria é nacionalizada mesmo que sem cobertura cambial, a
outra é o oposto obviamente como o próprio nome já nos esclarece, não sendo,
portanto, nacionalizada. As importações não definitivas são realizadas através do
regime especial de Admissão Temporária, onde a mercadoria permanece por um
determinado tempo no país e posterior a isso a mercadoria é reexportada, tendo em
vista que esta mercadoria pode acabar sendo nacionalizada, de acordo com a
vontade do importador, cumprindo é claro primeiramente com as exigências
documentais e fiscais que este processo requer.
O movimento econômico dos países pode ser demonstrado através da sua
balança comercial. Quando um país vende mais do que compra, ou pode-se dizer,
exporta mais do que importa, sua balança comercial tem o saldo positivo, é,
portanto, favorável e considera-se o superávit comercial, do contrário ela fica com
saldo negativo e se torna desfavorável resultando em um déficit comercial, sendo
que também há o equilíbrio comercial, que é o saldo resultante das importações
igual ao saldo resultante nas exportações.
Contudo, pode-se afirmar que independente do significado que a importação
representa neste quesito, ela tem grande influência sobre o comportamento
econômico e comercial de cada país e que pode-se notar que não há como uma
nação hoje em dia sobreviver sem essa atividade.
2.2 Documentos na Importação
Os documentos que amparam um processo de comércio exterior são
essenciais para que se tenha garantia de que tudo ocorra, para todas as partes
envolvidas, de uma forma em que todas as etapas se realizem exatamente conforme
aquilo que foi acordado.
É a parte burocrática internacional do comércio exterior, pois este não é feito apenas dos procedimentos legais que permitem a exportação ou a
23
importação, bem como dos procedimentos operacionais de embarque e desembarque de mercadorias ou a entrega de um serviço, mas também de todo um processamento documental internacional, de modo que estas operações sejam levadas a efeito e as mercadorías possam transitar entre os países. (KEEDI, 2011, p.127).
A documentação que é exigida em uma importação é a princípio a mesma,
porém, cada mercadoria tem suas especificações e tratamento adequado, dessa
forma é imprescindível estar atento a todas as exigências.
O primeiro documento a ser confeccionado nesta operação é a Fatura
Proforma (Proforma Invoice), documento este enviado pelo exportador ao
importador, sendo como um pré-contrato que descreve todas as mercadorias que o
importador tem interesse de comprar.
Este pré-contrato esta presente na fase de negociações entre exportador e
importador, que fazem os ajustes devidos até chegarem à um acordo final, o que
acaba servindo de base para a Fatura Comercial, porém, o que diferencia um
documento do outro é o fato de que a Proforma não torna obrigatório o pagamento
por parte do comprador.
No entanto, conforme cita Vieira (2012), é extremamente importante a
assinatura do importador nesse documento pois isso permite demonstrar que as
condições negociadas com o exportador foram atendidas e todos os dados
pertinentes a operação foram considerados.
A Fatura Comercial (Comercial Invoice) é um dos documentos instrutivos do
despacho aduaneiro e essencial para o registro da DI, caso algumas das
informações estiverem em desacordo, pode-se desencadear em alguma multa se,
após o registro da DI parametrizar em algum canal que exija conferência documental
por parte da RFB.
[...] representa o faturamento de uma exportação. Emitida pelo exportador, contra o importador, descreve a mercadoria embarcada com todos os seus detalhes de quantidade e espécie dos volumes, pesos líquido e bruto, marcas, numeração, preço unitário, condições de venda, condições e moeda de pagamento, portos de embarque e desembarque, veículo transportador, países de origem, aquisição e procedência. (KEEDI, 2011, p.130).
24
É o documento que serve para concretizar a passagem da posse da
mercadoria antes do exportador, para o importador, conforme Vazquez (2009),
sendo que, o exportador deve carimbar de fato este documento sobre a sua
assinatura.
Outro documento que faz parte deste processo é o Romaneio de Carga ou
Packing List, documento emitido normalmente pelo embarcador que relaciona toda a
mercadoria em questão, conforme sua disposição nos volumes, facilitando a
identificação e localização de qualquer mercadoria dentro de um lote e que acaba
por auxiliar na conferência da mercadoria por parte da fiscalização.
Devem mencionar dados do embarque, como exportador, importador, locais ou portos de embarque e desembarque, veículo transportador, mercadoria, quantidade e espécie dos volumes, pesos líquido e bruto, embalagem, especificações, etc. (KEEDI, 2011, p.131).
O Conhecimento de Embarque, conforme Keedi (2011), é um documento de
transporte, o qual representa o embarque e também o transporte de carga realizado
por algum veículo como um contrato de transporte, recibo de carga, título de crédito
ou propriedade, denominado como Bill of Lading para modal marítimo.
Neste documento é necessário conter, de acordo com Vieira (2012), o nome
do exportador e importador, porto de embarque e destino, descrição das
mercadorias, quantidade, marca e espécie dos volumes, valor em moeda
estrangeira, tipo de embalagem, peso bruto e líquido, dimensões e cubagem dos
volumes. É um documento indispensável para a retirada da mercadoria,
correspondendo a um certificado de propriedade da mesma.
É um título de crédito que representa as mercadorias nele descritas, conferindo ao seu consignatário o direito à posse da mercadoria. É um Contrato Internacional de ampla aceitação, onde o emitente/transportador ou armador declara ter recebido a mercadoria entregue pelo embarcador e se compromete a transportá-lo no destino que lhe foi indicado. (MALUF, 2000, p.146).
O Certificado de Origem é o documento que atesta a origem da mercadoria
(para fins de fabricação), indispensável para a obtenção de vantagens sobre
acordos de preferência bilaterais ou multilaterais, nos quais o País seja parceiro.
25
Tendo dessa maneira a redução ou isenção no imposto de importação cobrado no
País do importador.
É confeccionado pelos órgãos competentes e tem a função de garantir a
preferência em questões de acesso a certos países, cumprindo dessa forma aquilo
que foi estabelecido no acordo comercial, segundo Vieira (2012).
Para que a importação de produtos compreendidos em qualquer instrumento de negociação possa beneficiar-se das reduções de gravames e restrições outorgadas entre os países signatários, na documentação correspondente às exportações dos produtos deverá constar uma declaração que certifique o cumprimento dos requisitos de origem estabelecidos pelo respectivo acordo. (BIZELLI, 1997, p.178).
Cada documento tem sua importância e essencialidade para cada etapa do
processo estar de acordo com a legislação, cada qual com suas exigências, porém
atendendo todos os requisitos a fim de tornar legal toda a operação.
2.3 Órgãos Intervenientes na Importação
Neste item estão descritos os órgãos que amparam o processo de importação
a fim de ter um controle maior dessas operações no comércio exterior. Segundo
Maluf (2000, p.41) os órgãos intervenientes “são os órgãos que irão efetuar os
controles e garantir a operatividade do comércio exterior com base nas definições
normativas”.
O MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior é
visto como principal órgão atuante no comércio exterior, sendo vinculado ao BNDES
e a Suframa. Seu foco está em desenvolver a relação comercial do Brasil com os
outros países, através de políticas e afins, fazendo com que o Brasil se torne mais
atraente e cheio de oportunidades para que resulte em melhor qualidade de vida
para população. Faz também o intercâmbio entre empresários brasileiros e
estrangeiros, viajando a outros países em busca de venda ou trazendo-os para
conhecer os produtos e outros itens que os interessem. (KEEDI, 2011).
26
A SRFB - Secretaria da Receita Federal do Brasil faz parte da estrutura do
Ministério da Fazenda, tendo plena atuação no território nacional, contando com
diversas unidades em cada estado, estando à frente do controle aduaneiro e da
arrecadação de tributos federais.
Tem poder para inspecionar mercadorias e desembaraçar para embarque por
meio de suas aduanas, sendo que estas tem a função de arrecadar tributos internos
vinculados ao comércio exterior e tributos aduaneiros, sendo também responsável
pelo controle e saída das mercadorias em todo território nacional, nacionalizando ou
desnacionalizando as mercadorias ao final dos despachos de importação ou
exportação. (WERNECK, 2007).
A Câmara de Comércio Exterior – CAMEX é o órgão governamental de maior
nível relacionado ao comércio exterior, sendo responsável de acordo com Ratti
(2006, p. 218) “[...] tem como objetivo a formulação, adoção, implementação e a
coordenação de políticas e atividades relativas ao comércio exterior de bens e
serviços, incluindo o turismo.”. Sendo que os atos expedidos por este órgão não
devem deixar de ter sua base nos compromissos que o país firma
internacionalmente, principalmente ao que se está ligado tanto à OMC, quanto ao
Mercosul e Aladi, conforme descrito em Keedi (2011).
Segundo Vazquez (2009, p.20), as estatísticas de comércio exterior são
divulgadas pela Camex, diretamente ou em colaboração com outros órgãos públicos.
A Secretaria de Comércio Exterior – SECEX, órgão do MDIC, é responsável
pelo controle comercial, expedindo instruções, sugerindo, interferindo na área
governamental no dia-a-dia do comércio exterior, tendo vários departamentos que o
sustentam, sendo os despachantes ou bancos que mantém o contato com este
órgão segundo Vazquez (2009), no entanto, encontra-se dividida em cinco
departamentos auxiliadores conforme o MDIC sendo, DECEX (Departamento de
Operações de Comércio Exterior), DEINT (Departamento de Negociações
Internacionais), DECOM (Departamento de Defesa Comercial), DECOE
(Departamento de Competitividade no Comércio Exterior) e o DEAEX (Departamento
de Estatística e apoio à Exportação).
O Conselho Monetário Nacional – CMN, de acordo com Bizelli (1997), integra
o Sistema Financeiro Nacional e tem suas deliberações executadas pelo Banco
Central do Brasil, com o objetivo de criação da política da moeda e do crédito,
visando o progresso econômico e social do País. Sua composição conforme descrita
27
por Ratti (2006, p.216) envolve o Ministro da Fazenda, Ministro do Planejamento,
Orçamento e Gestão e Presidente do Banco Central do Brasil.
O MRE, ou, Ministério das Relações Exteriores, é responsável pela
diplomacia do Brasil com outros países, principalmente no que concerne ao
comércio exterior, pois essa atividade é fundamental no relacionamento entre as
nações. Portanto, este órgão estabelece embaixadas, consulados e outras
representações oficiais brasileiras em outros países, como também, autoriza a
abertura destas, estrangeiras, no Brasil. (KEEDI, 2011).
Para tanto, mantém cadastro de exportadores brasileiros e importadores estrangeiros e encarrega-se de estudo e pesquisas sobre mercados externos e intercâmbio comercial brasileiro. Divulga as oportunidades comerciais para o Brasil, organiza feiras e promove a vinda ao nosso País de importadores estrangeiros. (RATTI, 2006, p.228).
A Receita Federal do Brasil – RFB está subordinada ao Ministério da
Fazenda, de acordo com Werneck (2009) é atuante em todo território nacional frente
à arrecadação de tributos federais e controle aduaneiro e complementada em Ratti
(2006, p.228) “cabe-lhe, também, fiscalizar a correta utilização dos incentivos fiscais
concedidos pela legislação em vigor às exportações e importações.”.
As DRF (Delegacias da Receita Federal), IRF (Inspetorias da Receita Federal)
e ALF (Alfândegas) são as unidades que atuam diretamente no controle aduaneiro
de importação, nos portos, aeroportos, pontos de fronteira e locais alfandegados.
(BIZELLI, 1997, p.37).
O Banco Central do Brasil – BACEN faz parte do Ministério da Fazenda,
conforme Vazquez (2009, p.26) é o órgão executivo central do sistema financeiro
nacional, cabendo-lhe a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições
que regulam o funcionamento dos sistemas as normas expedidas pelo Conselho
Monetário Nacional que segundo Werneck (2007) é a função de assegurar a
estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro
nacional, o que abrange formulação e gestão da política do cambial, na qual se inclui
fiscalização da movimentação de valores.
28
No que diz respeito as “praças onde não houver dependência do Banco
Central, essas funções são executadas, por delegação, pelo Banco do Brasil SA,
através dos setores Recon – Registro e Controle Cambial.” (RATTI, 2006, p.217).
Um dos principais órgãos que atuam no âmbito internacional das relações
comerciais é a Organização Mundial do Comércio – OMC, criada pelas negociações
da Rodada Uruguai (1986-1994), sendo conduzida por um diretor-geral e,
estabelecida em Genebra, na Suiça.
Composta por 153 países, ou seja, a maioria dos países do mundo estão
conectados a esta organização, e na maioria das vezes são eles mesmos que
tomam as decisões. A OMC tem como objetivo, organizar o comércio entre as
nações para que este seja justo para os envolvidos, auxiliando e direcionando
exportadores e importadores, produtores de mercadorias e serviços no que for
necessário para que melhor realizem seus negócios. (KEEDI, 2011).
Vem a ser a instituição responsável pela aplicação, administração e funcionamento dos diversos acordos comerciais. É o foro para as negociações entre os Países-Membros no tocante às suas relações comerciais multilaterais. Trata das normas e procedimentos que regem a solução de controvérsias e administra o mecanismo de exame das políticas comerciais nacionais. (RATTI, 2006, p. 415).
Para uma melhor organização e funcionamento das operações de comércio
exterior, os órgãos intervenientes se tornaram de fato os principais agentes que dão
estrutura e acabam por amparar, possibilitar e fomentar o movimento do comércio
exterior brasileiro.
29
3 A SISTEMÁTICA DA IMPORTAÇÃO DE VINHOS DO CHILE
Neste capítulo pode-se compreender a sistemática da importação de vinhos
do Chile, abordando o mercado deste país e sua relação comercial com o Brasil, o
tratamento administrativo que envolve o produto em questão e todas as etapas que
são pertinentes ao processo dessa importação.
3.1 O mercado Chileno e a sua relação comercial com o Brasil
No que se refere aos países latino americanos, foi por volta da década de 90
que as relações entre os países se intensificaram de uma forma mais acelerada
devido ao novo ambiente que se formava, principalmente o Chile, e por conta disso,
os países utilizaram-se das integrações econômicas para encarar os novos desafios,
contudo nem todos seguiram a mesma direção ou adotaram as mesmas estratégias.
(PAIVA 2006, apud. SAÉZ e VALDÉS, 1999).
Analisando os mercados, Brasil e Chile, pode-se notar as características que
os diferem principalmente no grau de abertura de suas economias. O Chile é um dos
países que tem uma das economias mais abertas do mundo, sua estratégia é
voltada para os acordos bilaterais de caráter diferenciados firmados entre os países
de sua região e também no âmbito internacional. Outra característica marcante
desse mercado segundo Pontes (2007), é que as suas exportações desempenham
papel relevante na composição do Produto Interno Bruto (PIB) do país, ou seja, o
modelo chileno está baseado na abertura ao exterior e é essencialmente
dependente do comércio internacional. O Brasil, por sua vez, encontra sua base
firmada com foco em união aduaneira e formação de mercado comum, acordos
multilaterais e bilaterais.
Quanto às relações entre essas duas economias, vale a pena assinalar que o
Chile é o terceiro investidor estrangeiro direto no Brasil, depois de Estados Unidos e
França. E bem como assinalado pelo Diplomacia Pública (2014), o Chile representa
para o Brasil o terceiro maior volume de comércio da América Latina e do Caribe,
30
sendo que o Brasil é também o principal destino de investimentos chilenos no
exterior tendo uma pauta diversificada, com empresas brasileiras atuando também
no país em diversos setores.
Analisando através da figura 1 o comércio bilateral total entre Brasil e Chile,
no período de 1997 a 2011, pode-se observar que esse comércio apesar da baixa
relevância apresentou certo crescimento, com exceção do período entre os anos
2008 e 2009 que devido a crise mundial fez com que as exportações brasileiras para
esse país recuassem e as suas importações também baixassem.
Porém, o resultado em quase todos os anos foi positivo para o Brasil em
relação a balança comercial, e ao longo desse período pode-se afirmar que as
exportações cresceram ao ano em média de 11,4% e as importações 11,7%,
resultando no aumento anual da corrente de comércio em cerca de 11,5%.
Figura 1 – Comércio Bilateral Total Brasil – Chile , no período de 97-11
Fonte: Agricultura, 2013
Como pode-se ver também, segundo o Diplomacia Pública (2014), Ministério
das Relações Exteriores, o Brasil é o principal destino de investimentos chilenos no
mundo, com estoque de US$ 24,6 bilhões. O Brasil também tem investido mais
fortemente no Chile, voltando-se mais para os setores de energia, serviços
financeiros, alimentos, mineração, siderurgia e construção civil. A corrente de
comércio com o Chile, que alcançou US$ 8,8 bilhões em 2013, é a terceira em maior
volume de comércio do Brasil entre os países da América Latina.
31
Conforme a direção das exportações e origem das importações chilenas nos
períodos tanto de 2013, demonstrados nas figuras 2 e 3, quanto de 2014 visíveis
nas figuras 4 e 5, pode-se notar que está sempre em destaque a presença do Brasil
dentre os principais destinos de forma geral como também regionalmente.
Figura 2 – Direção das Exportações Chilenas, US$ bilhões, 10 principais países - 2013.
Fonte: BrasilExport, 2014
Apesar da participação do Brasil na pauta das exportações chilenas ter
diminuído, o que fez com que o país fosse da 4ª para a 5ª posição, a sua
participação permanece dentre os principais destinos.
32
Figura 3 – Direção das Exportações Chilenas, US$ bilhões, 10 principais países - 2013.
Fonte: BrasilExport, 2015
Ainda que o comércio do Chile tenha sido mais intenso com o país asiático,
bem como com Estados Unidos e Japão, o Brasil possui significativa e notável
posição nessa balança comercial estando posicionado no 3ª lugar.
Figura 4 – Origem das Importações Chilenas, US$ bilhões - 2013
Fonte: BrasilExport, 2014
Ao contrário do que ocorreu com as exportações chilenas nesse mesmo
período, de 2013 à 2014, as suas importações com o Brasil, cresceram
significativamente em relação a participação percentual no total e em valores,
mantendo a posição, em contrapartida as duas principais origens das importações
chilenas diminuiram significativamente em valores e tiveram aumento insignificante
na participação percentual, conforme figura 5.
33
Figura 5 – Origem das Importações Chilenas, US$ bilhões - 2014
Fonte: BrasilExport, 2015
Em relação a composição das importações brasileiras no período de 2011 a
2013, pode-se encontrar na figura 6, os principais grupos de produtos importados
pelo Brasil, dentre eles o grupo das bebidas, foco este do nosso objeto em estudo.
Figura 6 – Composição das importações brasileiras em US$ milhões – FOB, de 11-13
Fonte: BrasilExport, 2014
O grupo das bebidas permanece ainda no 8º lugar, dos principais grupos de
produtos importados pelo Brasil em 2015, conforme podemos observar na figura 7.
34
Figura 7 – Principais grupos de produtos importados pelo Brasil em 2015.
Fonte: BrasilExport, 2015
E de forma mais específica, conforme figura 8, na pauta dos principais
produtos agrícolas importados pelo Brasil provenientes do Chile, está em foco o
vinho ocupando o segundo lugar, nos períodos de 2009 a 2011.
Figura 8 – Principais Produtos Agrícolas Importados pelo Brasil do Chile, períodos 2009-2011
Fonte: Agricultura, 2012
O relacionamento entre Brasil e Chile se estreita também com parcerias em
diversos acordos porém, o mais notório é o acordo ALADI de implementação
35
econômica, conhecido como ACE-35 que está em vigência desde 1996, o qual é
estabelecido entre os governos pertencentes ao MERCOSUL com o governo chileno
a fim de ampliar o programa de liberalização do acordo conforme artigo 1, mediante
a incorporação das preferências pactuadas bilateralmente entre a República
Federativa do Brasil e a República do Chile, esse acordo proporciona
atualmente tarifa zero para todos os produtos brasileiros.
De acordo com Brasil America Economia (2015), atualmente o Chile é o 11º
parceiro comercial brasileiro, com participação de 1,8% no comércio exterior. Com
essa e outras informações e com o histórico pertinente a estes dois países e suas
relações comerciais e econômicas, se pode ter uma noção da importância no
desenvolvimento um do outro e que cada vez mais esse estreitamento em seu
relacionamento, quebrando gradualmente as barreiras, tende a ser promissor.
3.2 O tratamento administrativo para a Importação de vinhos do Chile
Para que se tenha conhecimento sobre o tratamento administrativo de um
produto em uma importação, é necessário que haja uma classificação fiscal. A partir
dela poderão se tornar conhecidos todos os tributos que envolvem esse processo,
como também o devido tratamento de que o produto em questão necessita para que
seja nacionalizado.
Para a classificação correta da mercadoria tem-se a Nomenclatura Brasileira
de Mercadorias (NBM) porém, baseada nesta, com o tratado de assunção e a
formação do MERCOSUL obtemos então a Nomenclatura comum do MERCOSUL
(NCM) e a Tarifa Externa Comum (TEC) meio este que torna por facilitar as
negociações entre os países membros e aqueles que são associados.
Por ser uma união aduaneira, o Mercosul trata os seus parceiros comuns de fora do bloco de maneira igual quanto aos direitos alfandegários, isto é, toda mercadoria vinda de países externos ao bloco recebe o mesmo tratamento tarifário em quaisquer dos Países-Membros. (KEEDI, 2011, p. 58).
36
A NCM possui 8 dígitos em sua formação sendo que, o sétimo são os itens e
o oitavo representa os subitens, no entanto, quando não houver classificação no
subitem este será representado pelo número zero. (BIZELLI, 1997).
De acordo com o Decreto nº 8.198, de fevereiro de 2014, capítulo 1, art. 2
“considera-se vinho a bebida obtida pela fermentação alcoólica do mosto simples, da
uva sã, fresca e madura”.
Os vinhos na nomenclatura brasileira são classificados conforme
demonstrado na figura 9, na posição 2204. Os vinhos aos quais a pesquisa se refere
estão classificados sob o código 2204.21.10, isto é, vinhos finos de mesa, o qual se
classifica dentro também da descrição de vinhos de uvas frescas, enriquecidos com
álcool, em recipiente de capacidade inferior a dois litros. A unidade de medida
estatística para este item, é o litro.
Figura 9 - Nomenclatura Tarifária Nacional: Brasil (Base Sistema Harmonizado 2012) –
Nomenclatura NALADISA 20
Fonte: ConsultaWeb, 2015.
Um dos principais pontos do tratamento administrativo é a verificação de
licenciamento de importação, podendo ser a NCM dispensada de licenciamento,
classificada em licenciamento automático, ou não-automático.
No caso do tratamento administrativo do vinho em estudo, conforme
disponibilizado no SISCOMEX, a importação se enquadrará naquela que está sujeita
ao Licenciamento não-automático, tendo como órgão anuente o MAPA assim como
pode ser visualizado na figura 10.
37
Figura 10 – Relação dos bens sujeitos a licença ou proibição na importação –
conforme atualizações até 30/01/2015
Fonte: Portal SISCOMEX, 2015
Conforme figura 11 pode-se observar as alíquotas e impostos incidentes da
NCM em estudo.
Figura 11 – Classificação Fiscal do Vinho.
Fonte: TEC Win 2015
Pode-se perceber que o Imposto de Importação aplicado no Brasil sobre os
vinhos é de 27% para a NCM 2204.21.00, que seriam os vinhos em recipientes de
capacidade não superior a 2 litros, porém este produto enquadra-se na lista de
exceção da TEC. No entanto, quando o produto for proveniente de algum país com o
qual o Brasil tiver acordo comercial, como o MERCOSUL e a Aladi, o recolhimento
do II poderá ser reduzido a 0%, sendo o caso devido ao ACE 35 entre Brasil e Chile.
38
Nesta classificação fiscal para o vinho o PIS representa 2,1% e o COFINS
9,65%, aplicados sobre o valor aduaneiro. E o ICMS sendo cobrado de acordo com
a alíquota aplicada sobre o produto no estado importador, salvo as particularidades
do uso dos benefícios fiscais estaduais, se tratando de Santa Catarina a alíquota é
de 25%.
O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), apesar de apresentar 10% na
tabela também se enquadrada em uma exceção na TIPI (Tabela de Imposto sobre
Produtos Industrializados), pois de acordo com o art. 209 do Decreto nº 7.212 de 15
de junho de 2010, “o Imposto sobre Produtos Industrializados na classificação do
vinho será aplicado de maneira específica e de acordo com a classe em que o vinho
se enquadra”, ou seja, pela metodologia de tributação fixa, em que o imposto
recolhido é fixo por garrafa, baseado na classe em que este se enquadrar.
Para cálculo do IPI, deve-se primeiramente classificar de acordo com a
descrição e logo relacionar com a capacidade (ml) do recipiente definindo portanto a
classe que este irá se classificar, conforme figura 12.
Figura 12 – Classificação IPI – Descrição/Classe por Capacidade (ml) do Recipiente.
Fonte: Comexblog, 2012
39
Para realizar o pagamento do valor específico do IPI, o importador deverá
observar ainda o que diz o art. 211, do Decreto nº 7.212 de 15 de junho de 2010 que
estabelece:
a) Para importações sujeitas ao pagamento integral do Imposto de Importação, o enquadramento se dará na segunda Classe posterior à maior Classe prevista; b) para importações sujeitas ao pagamento parcial do Imposto de Importação, o enquadramento se dará na Classe posterior à maior Classe prevista; c) para importações não sujeitas ao pagamento do Imposto de Importação, o enquadramento se dará na maior Classe prevista.
Para ficar claro, utilizada a descrição de vinhos de mesa finos ou nobres e
especiais produzidos com uvas viníferas, incluídos ou frisantes com a capacidade
750ml, a classe em que se enquadrará o IPI será a de H a J, como nesta importação
temos a redução do II para 0%, conforme artigo acima a classe específica será a
classe J, ou seja, a maior classe prevista com o valor para fins de cálculo de IPI, de
R$ 0,73 por garrafa, como pode ser visto na tabela 1.
Tabela 1 – Classificação IPI – Classes em R$
Classes IPI em R$ Classes IPI em R$ Classes IPI em R$
A 0,14 I 0,61 Q 2,90 B 0,16 J 0,73 R 3,56 C 0,18 K 0,88 S 4,34 D 0,23 L 1,08 T 5,29 E 0,30 M 1,31 U 6,46 F 0,34 N 1,64 V 7,88 G 0,39 O 1,95 X 9,59 H 0,49 P 2,39 Y 11,70 Z 17,39
Fonte: Comexblog, 2012
Para a importação de vinho, a Instrução Normativa do MAPA nº 51, de 07 de
novembro de 2011, mostra no procedimento I, que a fiscalização e a inspeção serão
executadas na chegada da mercadoria e antes do desembaraço aduaneiro para os
produtos dispensados de autorização prévia de importação, antes do embarque ou
transposição de fronteira e sujeitos ao deferimento da licença de importação (LI) no
40
SISCOMEX após a conferência documental, fiscalização e inspeção sanitária,
fitossanitária e de qualidade.
No art. 2º da Lei nº 7.678 de 8 de novembro de 1988 remete-se a
comercialização e ao consumo dentro do território nacional, dos vinhos e derivados
da uva e do vinho, nacionais e estrangeiros somente após prévio exame de
laboratório oficial, com o órgão credenciado e indicado no regulamento.
A Instrução Normativa de nº 54, de 18 de novembro de 2009, instrui que deve
ser coletada uma amostra do produto em questão para fins de análise e controle de
importados, sendo relatado através do art. 15 que “será coletada apenas uma
unidade de amostra, constituída de, no mínimo, dois recipientes do produto coletado,
contendo volume total não inferior a um mil mililitros”.
É devidamente importante ressaltar sobre a coleta das amostras que é
realizada por cada rótulo, uva, safra e lote no art. 36 desta mesma instrução, que
estão dispensados desse procedimento aqueles vinhos importados com
comercialização já aprovada pelo MAPA nos últimos doze meses, porém não
apresentando quaisquer discordância nesse período, e possuindo a mesma
denominação, marca comercial e produtor.
De acordo com o inciso 6 do art. 9 da lei 7.678 de 8 de novembro de 1988, no
rótulo do vinho fino será facultado o uso simultâneo da expressão ‘de mesa’.
Em relação ao selo do vinho, este pode ser aplicado pelo estabelecimneto
industrial antes da saída dos produtos ou pelo importador ou adquirente ou ainda
pelo fabricante de bebidas, e sua aplicação poderá ser feita no estabelecimento do
importador ou licitante ou, ainda, em local por eles indicado no prazo de quinze dias
contado da data da saída dos produtos da unidade da RFB que os desembaraçou,
conforme seção VIII da INº 1.432, de 26 de Dezembro de 2013. Ainda sobre as
regras, no anexo II consta:
V - Selo VINHO - Licitação e Importado: a) formato e desenho: formato retangular horizontal, tendo como motivo principal o desenho estilizado de folhas de UVA e taça com textos e figuras impressos em calcografia com os dizeres “VINHO”, “BRASIL”, “IMPORTADO”, “IPI”, logomarca CMB inscritos em retângulo no lado esquerdo do selo mais microtextos “RFB” positivos e negativos, texto “SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL”, do lado direito além de dispositivo opticamente variável, em forma de faixa, metalizada com alumínio ao centro dividindo o selo, tendo, como motivo gráfico principal, a figura da Bandeira Brasileira; b) dimensão: comprimento - 110,0 ± 0,2 mm largura - 15,0 ±0,2 mm; c) cores: vermelha combinado com marrom; d) numeração: Impressão tipográfica composta por conjunto
41
alfanumérico contendo 8 (oito) algarismos e 2 (duas) letras, representando a numeração e a série, respectivamente, do selo.
Constando também a VI que é o selo para vinho Importado na opção selagem
no exterior, que se diferencia da V em um dos dizeres sendo este, “Selado no
Exterior” ao invés daquele que diz “IMPORTADO”, e na sua cor, sendo essa amarela
combinado com marrom.
E ainda sobre os produtos que se tratam essa IN, no art. 15, é alertado sobre
a proibição da saída desses produtos de qualquer estabelecimento que eles se
encontrem sem antes serem selados.
Deve-se destacar também as devidas regras para o rótulo dos vinhos, que em
cada unidade, de forma clara e legível na sua escrita como também na
compreensão, observando os padrões de identidade e qualidade, segundo o art. 16
do Decreto de nº 8.198 de 20 de fevereiro de 2014, deverá conter:
I - o nome empresarial do produtor ou elaborador, do padronizador, do envasilhador ou engarrafador, ou do importador; II - o endereço do estabelecimento produtor ou elaborador, do padronizador, do envasilhador ou engarrafador, ou do importador; III - a classificação do estabelecimento de industrialização com relação à atividade; IV - o número de registro do produto no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ou o número de registro do estabelecimento importador, quando produto importado; V - a denominação e a classificação do produto; VI - a marca comercial; VII - os ingredientes; VIII - a expressão indústria brasileira, por extenso ou abreviada, quando for o caso; IX - o conteúdo, expresso na unidade correspondente, de acordo com as normas específicas; X - a graduação alcoólica, expressa em porcentagem de volume alcoólico, quando bebida alcoólica; XI - o grau de concentração e a forma de diluição, quando se tratar de produto concentrado; XII - o grau de concentração acética, em porcentagem, quando se tratar de vinagre; XIII - a identificação do lote ou da partida; XIV - o prazo de validade; e XV - frase de advertência, conforme estabelecido em legislação específica.
Estar ciente de todas as regras e de todas as exigências que acabam por
envolver um produto, é sem dúvida um dos principais fatores numa importação pois,
as inconformidades, a falta de documentação como também a desinformação,
podem resultar em multas de grandes valores, podendo assim também, dependendo
do caso, até mesmo impossibilitar a nacionalização da mercadoria.
42
3.3 Roteiro do processo de Importação de vinhos do Chile
Neste item será apresentado o roteiro do processo de importação de vinhos
finos de mesa provenientes do Chile, desenvolvido a partir de um despachante
aduaneiro, ressaltando que as operações que não cabem ao despachante realizar
não estarão descritas neste estudo.
3.3.1 Recebimento do e-mail pré alerta
O processo tem início para o despachante aduaneiro, a partir do envio do
email de pré-alerta do cliente, ou seja, do importador, constando a instrução de
despacho informando quais produtos serão importados, valores e quantidades, o
nome do navio e porto de origem também são informados para o acompanhamento.
Neste email são enviadas Fatura Proforma, Romaneio de Carga (Packing
List), Conhecimento de Embarque prévio, Certificados de Origem e também os
Certificados de Análise do Produto, o qual descreve suas especificações e a sua
composição, e caso o teor alcoólico for superior a 14% será enviado também este
certificado de tipicidade.
3.3.2 Análise dos documentos
O importador envia esses documentos para que o despachante analise e
informe caso falte alguma informação obrigatória ou se há alguma dado incorreto no
documento. Como no caso em estudo, se há alguma informação divergente entre o
que está nos certificados e na documentação que instrui o despacho, pois é
necessário que as informações sejam as mesmas. Assim, o importador pode solicitar
ao exportador a correção, sendo possível assim também a Fatura Proforma ser
alterada por ambas as partes, tantas vezes quanto for necessário, até que cheguem
em comum acordo. Quando isto ocorre, através da assinatura do exportador no
documento o contrato se dá como estabelecido, e o documento por fim, torna-se
uma Fatura Comercial.
43
Consulta-se também o tratamento administrativo do produto e sua descrição,
conhecendo os tributos que serão coletados do importador e se o produto possui
licenciamento automático ou não.
No primeiro momento também, assim que definidos quais vinhos serão
importados, verifica-se com o importador se aquele tipo possui certificado válido, se
caso estiverem dentro da validade, não será necessário coletar amostras.
3.3.3 Documentos Originais
O importador solicita os documentos originais ao exportador, Invoice, Packing
List e Certificado de Origem (participa dos documentos de instrução de despacho) e
Análise, e assim que recebidos envia-os para que fiquem em posse do despachante
aduaneiro. E como o Conhecimento de Embarque é emitido pelo exportador junto ao
agente de carga, solicitam ao mesmo uma cópia original para conferência e assim
que possível retira-se 3 vias originais após o embarque da mercadoria.
Antes da chegada da embarcação em território nacional, os documentos
originais do processo já devem estar em posse do despachante para que este possa
tomar as devidas providências, sendo que o exportador emite e envia ao importador,
que encaminha ao despachante.
3.3.4 Abertura do processo
A partir dos documentos enviados no pré-alerta, o despachante abre o
processo com a referência numérica da empresa para um maior controle e
identificação.
3.3.5 Emissão do Licenciamento
Na etapa inicial de abertura do processo e com a documentação correta,
inicia-se a digitação dos dados do processo no sistema, confeccionando
prontamente o Licenciamento não-automático.
44
As informações lançadas são aquelas contidas nos documentos que instruem
o despacho e após confeccionado aguarda a chegada da mercadoria para fazer a
vistoria e a colheita das amostras tendo em vista o seu deferimento.
No caso do vinho, é informado o nome e tipo do vinho, tipo da uva, safra,
marca, lote e a graduação alcoólica, informações estas que devem estar de acordo
com os certificados de origem e análise, sendo que também nas informações
complementares é informado o número do registro de estabelecimento do
importador no MAPA.
3.3.6 Acompanhamento da mercadoria e solicitação de remoção
O despachante acompanha todas as etapas da operação nos sistemas e
através de e-mail, informando o cliente com frequência sobre a situação da carga,
desde o embarque da mercadoria no país de origem até sua entrada no recinto
alfandegado no país de destino.
O assistente solicita a remoção para zona secundária onde deverá ser feita a
vistoria do MAPA, remoção essa solicitada via DTC – Declaração de Trânsito de
Contêiner, onde o custo é mais barato e o processo mais rápido, enviando para o
recinto que a carga ficará, 48 horas antes da atracação do navio através de
agendamento em site e envio de documentos exigidos pelo recinto, conforme
particularidade. Visto que, perdendo esse prazo, deve ser feita uma DTA –
Declaração de Trânsito Aduaneiro, maior o custo e o processo mais moroso
3.3.7 Emissão do Conhecimento de Embarque
Assim que a mercadoria é embarcada, o Conhecimento de Embarque é
emitido, Bill of Lading (B/L) nesse caso, pois trata-se de modal marítimo, e a
empresa responsável pela emissão faz o envio de um email de pré alerta para
monitoramento até a chegada no porto de destino. Porém, também é realizada a
consulta diariamente no site do porto de destino, assim que atracado dá-se início as
operações e quando finalizadas tem-se a desatracação e logo é gerada a presença
de carga pelo recinto, sendo ele portanto o fiel depositário da carga.
45
3.3.8 Termo de avarias
No site do recinto, geralmente pode-se tirar o termo de avarias da carga, caso
a mercadoria esteja avariada, ainda no recinto de zona primária a seguradora é
acionada para vistoria e tomada as devidas providências antes do desembaraço
aduaneiro.
3.3.9 Lançamento CE Mercante
O CE Mercante deve ser emitido pelo agente de cargas em no mínimo 48
horas antes da atracação do navio em seu destino final. Após a emissão no sistema
o assistente de DI imprime o extrato destas informações para conferência e inclusão
no processo.
3.4 Chegada da carga
Assim que a carga for presenciada no recinto, confirmando a situação no
MANTRA, é confeccionado o requerimento para fiscalização de embalagens e
suportes de madeira, sendo apresentada ao MAPA através do operacional do
despachante.
De acordo com a Receita Federal (2014, p. 1), “presença de carga consiste
na confirmação da presença e localização da carga destinada à importação.”. Após
a partida do navio, é lançada a presença de carga pelo porto no sistema. Sem a
presença de carga, não ocorre o registro da DI, pois ela serve para certificar que
todos os contêineres listados no Conhecimento de Embarque, estão no porto de
destino e sem avarias. O fiel depositário, ou seja, o responsável pela mercadoria,
anteriormente era o armador e com a presença de carga passa a ser o porto.
46
3.4.1 Requerimento de madeira
O requerimento de madeira atesta que a mercadoria não possua embalagem
de madeira contaminadas com fungos, vírus ou pragas e é indispensável na etapa
final do despacho que é a liberação do carregamento da carga no recinto
alfandegado. Nem sempre é necessária a vistoria da carga, dependendo o produto o
fiscal pode exigir ou não a vistoria, caso não exija o requerimento então é somente
assinado e liberado pelo fiscal da unidade.
No caso dos vinhos, como a embalagem geralmente é caixa de madeira e
estrado, o fiscal marca a vistoria física do vinho juntamente com a da madeira,
vistorias distintas, visto que o órgão anuente responsável pelo controle e liberação é
o mesmo, data essa que o operacional comunica para que o despachante possa
solicitar o posicionamento do container e envie os documentos necessários para
retirada das amostras e para que o fiscal possa vistoriar e analisar se há alguma
irregularidade nas embalagens, se for o caso de conter algo anormal nas
embalagens, o despachante solicita o expurgo e aciona alguma empresa para
exterminar quaisquer pragas, a fim de que as mesmas não se proliferem.
De posse do extrato da Licença de Importação, da cópia Fatura Comercial,
do Packing list, do Conhecimento de Embarque e do Certificado de Análise e Origem
do produto, via original e conforme o Anexo VIII da IN 54/09 do MAPA, o
representante do importador preenche o formulário eletrônico no sistema do MAPA e
peticiona junto à unidade da VIGIAGRO no local do desembaraço. Dependendo do
recinto em que se encontrar a mercadoria, esse procedimento deverá ser feito em
outra unidade que centraliza o serviço e que depois o distribuirá.
A falta ou a inconformidade de quaisquer documentos pode travar ou até
fazer com que o LI seja indeferido.
.
3.4.2 Vistoria do MAPA
As vistorias são feitas de preferência simultaneamente. Na data agendada, o
despachante credenciado comparece ao local onde a mercadoria se encontra e
coleta as amostras com o acompanhamento do fiscal agropecuário do recinto
47
alfandegado. Deve ser coletado 1 litro de vinho de cada espécie importada. No caso
de garrafas de 750 mililitros, devem ser coletadas 2 garrafas de cada. Além do
requerimento da madeira são enviados dois jogos que devem ser entregues ao
MAPA sendo: 1 via original e 1 cópia do Requerimento para Fiscalização de
Produtos Agropecuários; Certificado de registro do estabelecimento importador;
Certificado de origem e de análise do produto; Certificado de Tempo de
Envelhecimento, quando for o caso; Certificado de inspeção de importação que
autorizou a comercialização do produto dentro do período que o dispense de coleta
de amostra, quando for o caso; Termo de responsabilidade, quando dispensada a
coleta de amostra; Requerimento para importação sem fins comerciais, homologado
pelo órgão fiscalizador, quando for o caso; Comprovante de tipicidade e
regionalidade do produto, quando for o caso; Comprovante da indicação geográfica
do produto, quando for o caso; Documentação Aduaneira da mercadoria (LI ou LSI);
Cópia da Fatura (Invoice); Cópia do Conhecimento ou Manifesto de carga;
Termo de Depositário.
A IN 54/09 determina que o Certificado de Origem e de Análise deverá ser
emitido por órgão oficial ou oficialmente credenciado do país de origem, e a relação
desses laboratórios estão disponíveis no portal eletrônico do MAPA. Qualquer outro
laboratório que não conste nessa relação não será aceito.
É feita a análise comprovando o teor de álcool e é enviado o resultado para o
responsável no VIGIAGRO, que emite um novo certificado válido para aquele tipo e
marca de vinhos por um ano.
3.4.3 Pagamento do B/L
Em tempo, logo que recebida a confirmação de desatração do navio pelo
agente de cargas, são solicitados os valores das taxas relacionadas à liberação do
B/L para que se possa agilizar o processo, enviando assim para o cliente realizar o
pagamento, sendo que assim que enviarem o recibo este é encaminhado para a
agência via email ou entregue em mãos ao operacional, dependendo das normas de
cada uma, juntamente com o termo particular de retirada de B/L, para que este se
dirija à agência para retirada das vias originais do B/L .
48
3.4.4 Conferência da Declaração de Importação e autorização para registro
O despacho se inicia através do registro da Declaração de Importação, na
qual são descritas as informações relacionadas à mercadoria, de acordo com o tipo
de declaração e a modalidade de despacho aduaneiro.
Após o assistente digitar a DI completando todas as informações restantes
como o número do CE Mercante, ele passa para a conferência com uma pessoa
designada na empresa somente para isso e quando volta para o assistente, o
mesmo faz as correções se houver algum erro, e após é enviado o extrato dessa DI
para o importador via email e aguarda-se a autorização para registro, assim que
confirmado passa para o coordenador registrar.
3.4.5 Envio das amostras para o laboratório
Após a coleta das amostras, o assistente de LI prepara as garrafas em caixas
de madeiras bem protegidas junto com as cópias dos Certificados de Origens e
outros documentos e envia ao laboratório responsável pela análise e aguarda o
deferimento do LI junto ao MAPA.
Como firmado no art. 38 da IN 54 o laboratório emitirá Certificado de Análise
da amostra em três vias, remetendo duas vias ao órgão fiscalizador de localização
do depósito da mercadoria, sendo complementado pelo art. 39 que relata que o
órgão fiscalizador de posse do resultado da análise da amostra, emitirá o Certificado
de Inspeção de Importação indicando se o produto atende ou não às exigências
previstas na legislação específica.
3.4.6 Pagamento dos tributos
Quando uma mercadoria é importada com o intuito de ser nacionalizada, está
sujeita à tributação, pois o ato de nacionalização da carga é o fato gerador de alguns
dos tributos e contribuições federais pertinentes à importação.
Os tributos são calculados pelo SISCOMEX, que possuem sua base de dados
todas as alíquotas dos mesmos que incidem sobre cada produto e este faz o débito
49
automático na conta corrente informada pelo importador no momento do registro da
DI, verificando também nesse instante se o ICMS será recolhido ou exonerado.
Havendo pagamento, o despachante deverá consultar através do site da Fazenda
do Estado e gerar a Guia de Recolhimento, uma vez que por ser um imposto
estadual, não é debitado portanto via SISCOMEX. O ICMS sendo exonerado, o
despachante deverá gerar a Guia de Exoneração de ICMS e carimbar na Fazenda
Estadual com os documentos instrutivos do despacho, salvo que em SC não precisa
carimbar pois é feito eletronicamente.
Efetuando o pagamento do tributo, o despachante deverá apresentar, por
meio de vinculação própria no SISCOMEX, confirmação de pagamento de ICMS
devido ao desembaraço da mercadoria. Nos casos de exoneração o importador
também deverá efetuar a vinculação no SISCOMEX, com intuito de comprovar a
exoneração para tal mercadoria importada.
No caso, o ICMS é exonerado, sendo recolhido pelo cliente na saída, pois
utilizava-se de seu benefício com Tratamento Tributário Diferenciado, recolhendo
17% através da DARE - Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais.
3.4.7 Parametrização
A Declaração de Importação passa por uma triagem chamada parametrização
que se classifica em quatro diferentes situações, ou melhor dizendo, quatro canais,
sendo eles identificados como vermelho, amarelo, cinza e verde.
Geralmente, no caso estudado, os processos parametrizavam em canal
verde, ou melhor, desembaraçada automaticamente sem qualquer verificação.
3.4.8 Desembaraço
Após os procedimentos realizados em um dos canais de parametrização,
deve-se acompanhar a definição de análise via SISCOMEX, visto que o auditor-fiscal
pode fazer alguma exigência. Em caso de exigências devem ser apresentados os
documentos solicitados e cumprir com aquilo que foi solicitado. Após isto, a
mercadoria deve ser desembaraçada e estará devidamente liberada e assim que
efetuado o pagamento de armazenagem do recinto aduaneiro poderá ser retirada do
local.
50
3.4.9 Emissão do Comprovante de Importação
Após todos os procedimentos serem realizados e a mercadoria estar liberada,
e o despachante através do SISCOMEX, emite o CI, Comprovante de Importação,
normalmente no dia posterior ao registro da DI, sendo o documento comprovando
que estão liberando a mercadoria em questão para consumo e comercialização.
No caso do vinho, a mercadoria só poderá ser comercializada após a emissão
dos laudos pelo laboratório, o cliente pode solicitar a retirada da carga do recinto
porém, não pode comercializar e todo vinho deve ser selado antes.
Para retirada da mercadoria, é apresentado o CI, B/L original e requerimento
da madeira liberado.
3.5 AFRMM
A AFRMM é composto por vinte e cinco por cento do valor do frete e
despesas lançadas pelo armador e mais algumas taxas acrescidas porém, se
tratando de uma importação realizada entre país do MERCOSUL e um associado, o
AFRMM então será isento, através do ACE nº 35 Mercosul.
Para que ocorra a isenção é necessário apresentar na Marinha Mercante a
devida documentação confeccionada e organizada pelo Assistente de Logística,
sendo uma carta em papel timbrado da empresa, contendo o consignatário da carga,
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), número do CE mercante, tipo de
isenção, número do acordo, Cadastro de Pessoa Física (CPF) do representante
legal, data, carimbo e assinatura, cópia do B/L liberado pela agência marítima, cópia
da Fatura Comercial, cópia do Certificado de Origem, DI carimbada e assinada, e a
tela extraída do SISCOMEX que mostre o ACE.
3.5.1 Selagem
As embalagens de vinho possuem regras, antes os vinhos tinham que ser
selados e no recinto, porém a ABBA - Associação Brasileira de Importadores de
Bebidas, conseguiu uma liminar para que as empresas filiadas não necessitem mais
colocar selos nas garrafas de vinho importado.
51
No caso estudado o importador, antes da liminar, solicitava a selagem no
recinto alfandegado, obviamente antes da saída da carga, solicitando à receita
federal através do pagamento de uma DARF pela compra dos selos, entregando a
DARF e cópias da DI, Invoice, Packing e B/L. A receita irá disponibilizar os selos e o
operacional entrega no recinto e solicita o serviço de selagem e o recinto realiza a
selagem, sobrando selos deveria ser devolvido na receita através de uma petição
3.5.2 Programação e Carregamento
O Assistente de Logística entra em contato com o importador para agendar a
entrega da mercadoria, bem como com a transportadora para agendar a coleta no
Porto e entrega na empresa do importador ou no destino requerido por eles.
Assim que emitido o CI, o Assistente de Logística, envia este comprovante
junto com a DI, MAPA e o Conhecimento de Carga, para que então o recinto emita a
PLMI – Protocolo de Liberação de Mercadoria Importada, e pode ser efetuado o
agendamento do carregamento para que possam estar retirando e deliberando a
mercadoria. Após a entrega da mercadoria, a transportadora devolve o container
vazio no terminal do armador.
3.5.3 Faturamento
Para retirar a mercadoria do recinto alfandegado é necessário efetuar o
pagamento da armazenagem, mas para isso, o ICMS deve estar exonerado no
SISCOMEX, o AFRMM isento ou pago, no caso em questão isento, e o
Comprovante de Importação emitido.
3.5.4 Arquivamento
Por fim, o despachante deixa arquivado na empresa os documentos e notas
que envolveram todo o processo por ao menos 5 anos, para que se necessário os
documentos sejam apresentados para análise fiscal complementar solicitada pela
fiscalização.
52
O cenário descrito nas etapas trata do procedimento necessário para que a
mercadoria possa ser nacionalizada, sendo esse procedimento essencial para que a
Receita Federal do Brasil possa obter controle sobre as mercadorias que entram no
país, visando administrar a proteção da sociedade e o cumprimento das legislações
administrativa, fiscal, aduaneira e cambial, que são aquelas que regem o comércio
exterior brasileiro.
53
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De certa forma, desde a origem à amplitude do comércio internacional e mais
ainda da intensificação das relações comerciais entre os países, faz com que se
tenha cada vez mais consciência da devida importância de abordar esses assuntos
que sem dúvida são responsáveis pelo desenvolvimento e maior crescimento
comercial e econômico das nações.
Se tratando da movimentação do comércio internacional e de ampliação das
relações comerciais e econômicas, é de tamanha necessidade incluir a importação
como parte de todo esse processo, pois como visto nesta pesquisa é uma forma de
abertura do comércio não somente para adquirir o que se deseja como também para
firmar relações, trazendo avanço, competitividade e qualidade e demonstrando
dessa forma que nem um país é autossuficiente e isto acaba por influenciar o
comportamento do comércio exterior de forma global.
A pesquisa foi estruturada e desenvolvida de forma que apresentasse a
sistemática da importação de vinhos finos de mesa provenientes do Chile, utilizando-
se como meio de estudo de caso o serviço proposto através de um despachante
aduaneiro. Dessa forma, foi apresentado o mercado chileno e sua balança comercial
com o Brasil, o tratamento administrativo ao qual enquadra-se o produto do caso em
estudo como também elaborado um roteiro de todo esse processo de importação
levando em conta as particularidades relacionadas ao produto e país em questão.
A fim de alcançar uma maneira que compreendesse de forma geral essa
sistemática, foi realizado um estudo levantando informações pertinentes a relação
comercial entre Brasil e Chile, demonstrando através de análises estatísticas e dos
benefícios dos acordos comercias, sua forte relação de uma maneira geral porém
enfatizando contudo, o comércio do vinho.
Com o auxílio de tabelas, leis, instruções normativas, decretos, pôde ser
demonstrado o tratamento administrativo aplicado na importação em foco, de vinhos
finos de mesa, colocando em pauta a NCM correta bem como sua descrição, suas
as alíquotas dos impostos incidentes e o comportamento de cada tributo devido ao
acordo de complementação que envolve ambos os países, ACE-35, e as
particularidades técnicas do produto. Também contendo informações sobre o
54
licenciamento o qual está sujeito o produto, quais as normas e como se deve
proceder frente ao órgão anuente.
Através de etapas detalhadas fornecidas com o estudo de caso em um
despachante, focando sempre que pertinente o diferencial da importação de vinho
para uma importação normal, que se pôde conhecer o roteiro de uma importação
proveniente do Chile, com todas as suas especificações e trâmites desde o primeiro
contato com o cliente, importador, até a última etapa que seria o arquivamento do
processo até segunda ordem.
Como acadêmica, e até mesmo por ter trabalhado com estas operações e
também com este país e produto, confesso que não possuía o devido conhecimento
acerca do posicionamento e da participação de ambos os países na economia e
comércio um do outro, portanto este trabalho me permitiu analisar de maneira mais
intensa e detalhada essa parceria. A parte técnica, burocrática e o roteiro, também
auxiliaram para uma maior organização, fornecendo uma visão mais ampla de um
processo que era visto antes apenas por uma perspectiva de certa forma limitada.
Este trabalho, por sua vez, fornece informações relacionadas à prática, que
com toda certeza tendem a facilitar e auxiliar qualquer interessado a desenvolver
melhor essa operação em questão, com suas especificidades, ou aquele que
busque informações e direção em um sentido mais geral das operações de
importação.
Este estudo proporcionou um maior conhecimento acerca do Chile e seu
comércio com o Brasil, ficando claro essa ampla parceria, sendo interessante
continuar aprofundando o conhecimento sobre esse relacionamento, de uma
maneira mais completa e profunda. Desenvolver, uma pesquisa voltada para
melhorias e simplificação desse processo como também realizar estudos e levantar
dados sobre as operações de importação relacionadas a tantos outros produtos que
fazem parte dessa pauta entre estes países ou que ainda poderiam fazer, visando a
conclusão de que são ou seriam de grande diferença no desenvolvimento dessas
nações.
55
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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS
Nome do estagiário Giovana Flach
Orientador de conteúdo Prof. MSc. Júlio César Schmitt Neto
Responsável pelo Estágio Profª. Natalí Nascimento