Formadora - Magda Sousa
Qualificação dos Profissionais da Administração Pública Local
RISCOS FÍSICOS
ILUMINAÇÃO
Introdução
• Para a obtenção de um bom ambiente de trabalho é necessário a bom ambiente de trabalho é necessário a
existência de uma iluminação adequada.existência de uma iluminação adequada.
• A correcta iluminaçãocorrecta iluminação dos locais e postos de trabalho tem grande tem grande
influênciainfluência, quer na saúde dos trabalhadoressaúde dos trabalhadores, quer no seu rendimentorendimento,
além de afectar a segurança em geralsegurança em geral.
• Uma iluminação correcta num local de trabalho evita tensões iluminação correcta num local de trabalho evita tensões
psíquicas e fisiológicas aos trabalhadorespsíquicas e fisiológicas aos trabalhadores, proporcionando dessa forma
um aumento da produtividade, motivação, desempenho geralum aumento da produtividade, motivação, desempenho geral, etc.
• Uma iluminação deficiente, além de provocar atrasos na execução iluminação deficiente, além de provocar atrasos na execução
das tarefas, poderá induzir stress, dores de cabeça, fadiga física e das tarefas, poderá induzir stress, dores de cabeça, fadiga física e
nervosa, etc., levando mesmo a aumentos no absentismo.nervosa, etc., levando mesmo a aumentos no absentismo.
• Os locais de trabalho devem ser concebidos de modo a privilegiar locais de trabalho devem ser concebidos de modo a privilegiar
uma boa visibilidade. uma boa visibilidade.
Consequências de uma Deficiente Iluminação
• Maior esforço visual;
• Cansaço visual;
• Tensão nervosa;
• Dores de cabeça;
• Visão toldada;
• Contracções dos músculos;
• Postura incorrecta do corpo;
• Ansiedade e nervosismo;
• Falta de concentração
• Diminuição da eficácia;
• Diminuição da produtividade;
• Aumento do número e gravidade de acedentes de trabalho.
Nível de Iluminamento (lux)
Acu
idade V
isual
Rendimento
Fadiga
Fadiga Visual/ Rendimento Visual em função da Iluminação
Nas curvas representadas verifica-se que quando o nível de
iluminação sobe o rendimento visual aumenta e a fadiga visual
diminui.
1. Visão Humana
• A visão é um conjunto complexo de fenómenos físicos,
fisiológicos e psicológicos, resultante da captação das
ondas electromagnéticas.
Corte Esquemático do Olho Humano
1. Visão Humana
• O nosso sentido de visão é altamente sensível a estímulos
mínimos, podendo detectar a luz de uma estrela longínqua
ou a chama de um fósforo em noite clara, a 15 km de
distância. É, contudo, muito limitada a faixa de radiação por
nós perceptível, estando restrita a uma zona que vai de,
aproximadamente, 380 a 740nm, isto é, do violeta ao
vermelho.
Curva de Sensibilidade do Olho Humano ao Espectro Luminoso
Comprimento de Onda (nm)
Sensi
bili
dade (
%)
1. Visão Humana
1. Visão Humana
• A energia radiante emitida por uma fonte luminosa ou
reflectida por um corpo é projectada na retina pelo sistema
óptico do cristalino, tal como acontece numa máquina
fotográfica. A íris dilata ou contrai a pupila, controlando assim
a quantidade de luz que entra o olho. Na parte posterior da íris
o cristalino recebe os raios de luz e muda constantemente a
sua forma para permitir a focagem. As excitações luminosas,
uma vez transformadas em impulsos bioeléctricos nos órgãos
de recepção, passam pelos centros nervosos até ao cérebro,
que os interpreta permitindo assim a visão de objectos.
Fenómeno da Acomodação
Órgãos Receptores - Olhos
Focagem - Sistema óptico do cristalino
Projecção - Retina
1. Visão Humana
Revelação - Cérebro
1. Visão Humana
• O olho pode adaptar-se assim à iluminação ambiente de
duas formas:
– Modificação reflexa da abertura da pupilaModificação reflexa da abertura da pupila – esta abre-se
quando a iluminação é baixa e fecha-se quando a iluminação é
muito elevada, constituindo como um mecanismo de protecção
contra o encadeamento provocado por luminosidades
elevadas;
– Sensibilidade dos órgãos de recepção da retina.Sensibilidade dos órgãos de recepção da retina.
1. Visão Humana
• Um aspecto importante a evitar em termos de Segurança do Trabalho
é a fadiga visual, que se manifesta por uma série de sintomas de
incomodidade que vão desde uma visão toldada até dores de cabeça,
contracção dos músculos faciais e mesmo por uma postura geral do
corpo incorrecta.
• A fadiga visual pode ter origem no excesso de actividade do músculo
ciliar cristalino ou na retina. Este último caso traduz-se por uma perda
de sensibilidade à luz e é motivado pelo estreitamento do campo visual
periférico, com o consequente agravamento na percepção das formas
e das cores, aquando de uma observação prolongada de uma alvo fixo.
Fadiga Visual
1. Visão Humana
Acuidade VisualAcuidade Visual – faculdade de ver claramente
os objectos.
Visão EstereoscópicaVisão Estereoscópica – faculdade de notar os
relevos.
Percepção das CoresPercepção das Cores – faculdade de poder
identificar e distinguir as cores.
Funções Visuais
2. Grandezas e Unidades Fotométricas
Fluxo Luminoso Fluxo Luminoso – quantidade total de luz emitida por uma fonte luminosa durante
um segundo. É medido em lumen (lm).
Intensidade LuminosaIntensidade Luminosa – medida de fluxo luminoso emitido numa determinada
direcção. É medida em candela (cd).
Exemplo:Exemplo: Lâmpada de incandescência de 100 w = 1200 cd.
IluminânciaIluminância – medida de fluxo luminoso incidente por unidade de superfície. É
medida em lux (lx).
Exemplos:Exemplos: Dia de Sol aberto - 100 000 lx / Noite de luar – 0,25 lx / Boa iluminação
de trabalho – 1000 lx / Boa iluminação rodoviária – 20 lx.
Luminância Luminância – intensidade luminosa emitida, transmitida ou reflectiva por unidade de
superfície. É medida em candelas por metro quadrado (cd/m2). É uma medida de
brilho por unidade de superfície.
Fluxo Luminoso (lumens) – quantidade de luz
emitida pela fonte.
Varia em função da direcção.
Luminância (cd/m2) – quantidade de luz
reflectida pelo plano de trabalho.
Iluminamento / Iluminância (lumens) – quantidade
de luz que incide sobre o plano de trabalho.
Intensidade luminosa (cd) – quantidade
de luz emitida por ângulo sólido numa
certa direcção.
2. Grandezas e Unidades Fotométricas
a) Mínimo para locais de trabalho onde não se realizam actividades. 100 a 150 lx
b) Classe I – Tarefas Visuais simples, que não exigem grande esforço. 250 a 500 lx
c) Classe II – Observação contínua de detalhes médios e finos. 500 a 1000lx
d) Classe III – Tarefas visuais contínuas e precisas. 1000 a 2000 lx
e) Classe IV – Trabalho Visual muito preciso, exigindo grande esforço. Acima de 2000 lx
3. Iluminâncias recomendadas para ambientes de trabalho
Nível Iluminância (lx)
Actividade
1 15
23
3060
Tarefas de orientação. Só estadias temporárias.
45
120250
Tarefas visuais ligeiras com contrastes elevados.
Ex:Ex: trabalhos em armazéns, estaleiros, minas.Ex:Ex: salas de espera, trabalhos de pintura e polimento.
67
500750
Tarefas visuais normais com detalhes médios.
Ex:Ex: trabalhos em escritórios, processamento de dados, leitura.Ex: tingimento de couro, rebarbagem de vidro.
89
10001500
Tarefas visuais exigentes com pequenos detalhes.
Ex:Ex: desenho técnico, comparação de cores.Ex:Ex: montagem de pequenos elementos em electrónica.
1011
20003000
Tarefas visuais muito exigentes com detalhes muito pequenos.
Ex:Ex: montagem de componentes miniaturizados, trabalhos de relojoaria, gravação.Ex:Ex: montagem fina, com tolerâncias muito apertadas.
12 > 5000 Casos especiais. Ex:Ex: salas de operações.
4. Níveis de Iluminância de acordo com as actividades
5. Efeito Estroboscópico
Trata-se de um efeito com um grau de perigosidade elevado, uma vez que
se verifica em muitos processos fabris, cujas máquinas não possuem
adequada protecção mecânica. Este efeito ocorre nas máquinas rotativas
que rodam à mesma frequência de rotação da frequência de alimentação
das lâmpadas, dando-nos a ilusão de que a máquina não está a rodar
podendo assim provocar acidentes aos mais incautos, que dela se
aproximem. Esse efeito é aquele que vulgarmente visualizamos em
certas jantes de automóveis, cuja sensação nos parece que rodam
a uma velocidade inferior ao movimento, ou a determinados
tempos estão paradas, ou o movimento é contrário à deslocação
do carro.
5. Efeito Estroboscópico
Uma das formas de eliminar o efeito estroboscópico consiste em ligar cada
par de lâmpadas à mesma fase, em paralelo, em que uma delas tem um
condensador legado em série com o balastro respectivo, de forma a
provocar a desfasagem de 90º.
Ligação em “tandem” ou em “duo”– entre duas lâmpadas
florescentes, para reduzir o efeito estroboscópico.
6. Encadeamento
O encadeamento instantâneo ou permanente aparece quando há
uma distribuição muito desigual da luminosidade no campo de
visão. A luz é uma radiação electromagnética e pode ser
decomposta nas cores básicas:
• Violeta;
• Azul;
• Verde;
• Amarelo;
• Laranja;
• Vermelho.
EFEITOS DAS CORESCor Efeito da Distância Efeito da Temperatura Efeito Psíquico
Azul Afastamento Frio Calmante
Verde Afastamento Frio a Neutro Muito Calmante
Vermelho Aproximação Quente Muito Estimulante
Laranja Muita Aproximação Muito Quente Excitante
Amarelo Aproximação Muito Quente Excitante
Castanho Muita Aproximação Neutro Agressivo / Cansativo
Violeta Muita Aproximação Frio Deprimente
6. Encadeamento
6. Encadeamento
Como medida eficaz de prevenção:
• Requer um conjunto de informações e de sinalização adequada junto das
máquinas e, como medida complementar, a introdução de meios de
protecção, resguardos amovíveis pintados com cores de perigo;
(Exemplo: amarelo / vermelho)
• O sistema de iluminação fluorescente deverá ser alimentado por corrente
eléctrica trifásica - dividir as lâmpadas pelas três fases. Se tal medida não
for possível, colocar as lâmpadas fluorescentes aos pares (nunca em
número ímpar), impondo cada par com um condensador, ou utilizar
balastros com elevado factor de potência.
• Iluminação directa - toda a luz que chega ao plano de
trabalho vinda de uma forma predominantemente directa da
fonte luminosa.
• Iluminação semi-directa - combinação da luz directa com
uma significativa quantidade de luz reflectida pelas paredes,
tecto e outros elementos do ambiente.
• Iluminação indirecta - a fonte luminosa não é visível. É
apenas a luz reflectida que chega ao plano de trabalho.
7. Tipos de Incidências da Luz
• Iluminação geral uniforme - é aquela destinada a garantir uma iluminação
uniforme em todos os possíveis planos de trabalho.
• Iluminação zonal - destinada a iluminar uma área restrita, como um
quadro numa sala de formação.
• Iluminação localizada pontual - destinada a iluminar uma zona muito
restrita, como uma bancada de oficina, uma máquina ou uma ferramenta.
• Iluminação combinada - a iluminação num local de trabalho é
habitualmente feita através de iluminação geral reforçada, segundo os
casos, por uma iluminação zonal ou pontual.
8. Tipos de Iluminação Artificial
As fontes luminosas podem ter natureza diferente:
• Térmicas: Sol, lâmpada incandescente - o corpo que constitui a fonte emite
radiações luminosas devido à temperatura a que é elevado.
• Quânticas: tubos fluorescentes - a excitação eléctrica, química ou térmica
de determinados corpos provoca a emissão de luz. No mercado existe hoje
uma enorme gama de lâmpadas, divididas por alguns grupos, tais como:
fluorescentes / halogéneos.
9. As Fontes Luminosas - Lâmpadas
• Têm vida útil de curta duração – 1000 horas;
• Produzem muito calor;
• Emitem uma luz quente ou muito quente (vermelha) que faz com
que haja boa reprodução de cores;
• Consomem muita energia.
9. Tipos de Lâmpadas
Lâmpadas Incandescentes
• Têm vida útil de longa duração – 10000 horas;
• Emitem 4 a 8 vezes mais luminosidade e menos calor;
• Emitem raios luminosos mais avermelhados ou mais frios,
dependendo do tipo de tubo / lâmpada;
• A reprodução das cores, boa ou má, varia de acordo com o bulbo;
• A frequência com que se acendem as luzes reduz muito a sua vida
útil.;
• Economicamente são as mais baratas – lâmpadas florescentes de
baixo consumo.
9. Tipos de Lâmpadas
Lâmpadas Fluorescentes
• Têm vida útil de aproximadamente de 2000 horas;
• Produzem muito calor;
• Proporcionam uma luz mais esbranquiçada (ou quente), que faz
com que haja um reprodução das cores excelente;
• Energeticamente ficam mais caras;
• Ficam mais caras ao serem substituídas;
• Acendê-las com frequência reduz muito a sua durabilidade.
9. Tipos de Lâmpadas
Lâmpadas de Halogéneo
10. Trabalho no Computador
1. Janela localizada atrás do trabalhador
• Sombra da pessoa a incidir sobre o plano de trabalho;
• Reflexo da janela na tela;
• Leitura difícil da tela e fadiga visual;
• As persianas nas janelas são indispensáveis.
10. Trabalho no Computador
2. Plano de trabalho paralelo à janela – janela à direita
• Situação aceitável para um canhoto;
• Para um destro – a sombra da sua mão incide sobre o seu trabalho;
• O destro deve inverter a sua posição de trabalho de forma a ficar
com a janela à esquerda;
• As persianas continuam a ser indispensáveis porque o posto de
trabalho está muito próximo das janelas.
10. Trabalho no Computador
3. Janela de frente
• Contraste muito grande, entre a janela muito luminosa, e o plano de
trabalho;
• Fadiga visual muito elevada;
• Persianas nas janelas são indispensáveis.
10. Trabalho no Computador
3. Situação ideal – plano de trabalho paralelo à janela / afastamento da janela / janela à para os destros
• Nenhuma diferença importante de luminância entre o plano de
trabalho, a zona frontal e as zonas laterais;
• Possibilidade de visão para o exterior;
• As persianas nas janelas, com lâminas móveis, são recomendáveis
para os períodos em que o sol fica oblíquo (fim da tarde / início da
manhã), segundo a orientação das janelas.
10. Trabalho no Computador
Situação 1
1. Se a luminária à frente da pessoa ilumina excessivamente na
lateral, ela é vista pela pessoa, que é ofuscada pela luz emitida –
Ofuscamento DirectoOfuscamento Directo.
10. Trabalho no Computador
Situação 2
2. Se a luminária atrás da pessoa ilumina lateralmente, os reflexos
aparecem na tela, com contrastes demasiado grandes, o que
resulta em fadiga visual.
10. Trabalho no Computador
Situação 3
3. Se a luminária é colocada acima da pessoa e se não há emissão
de raios luminosos de forma excessiva na lateral, não há a
ocorrência de ofuscamento directo ou reflexos na tela
10. Trabalho no Computador
Situação ideal em relação as luminárias
• Disponha o posto de trabalho na vertical sob a luminária ou entre
duas fileiras de luminárias;
• Utilize luminárias que irradiem pouca luminosidade na lateral, em
particular quando há trabalho de vídeo;
• Escolha para a tela, o teclado, a mesa, o escritório e o ambiente
próximo, cores suaves e claras (tons pastéis), de modo a ter
luminâncias próximas;
10. Trabalho no Computador
Situação ideal em relação as luminárias
• Evite os aparelhos pretos ou escuros e privilegie o cinza ou bege
claro;
• Limite o número de cores na tela;
• No sentido de melhorar a leitura do texto a ser dactilografado ou do
documento em papel a ser consultado deve-se prever
eventualmente, uma iluminação local que não provoque
ofuscamentos directos ou indirectos.